2007-07-09 Revista Coreia Do Sul

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    FCCE

    Seminrio Bilateral deComrcio Exterior e Investimentos

    BRASIL CORIA DO SUL

    200709 julho

    Federao das Cmaras de Comrcio Exterior

    Foreign Trade Chambers Federation

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    Federao das Cmaras

    de Comrcio Exterior

    Foreign Trade Chambers

    Federation

    Fdration des Chambres

    de Commerce Extrieur

    Federacin de las Cmaras

    de Comercio Exterior

    FCCE

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    Federao das Cmaras de ComrcioExterior

    A FCCE a mais antiga Associao de Classe dedicadaexclusivamente s atividades de Comrcio Exterior.

    Fundada no ano de 1950, pelo empresrio Joo Daudtde Oliveira (a ele se deve, 5 anos antes, a fundao daConfederao Nacional do Comrcio CNC ), a FCCEopera ininterruptamente, h mais de 50 anos, incenti-vando e apoiando o trabalho das Cmaras de ComrcioBilaterais, Consulados Estrangeiros, Conselhos Empre-sariais e Comiss es Mistas a nvel federal.

    A FCCE, por fora do seu Estatuto, tem mbito nacio-nal, possuindo Vice-Presidentes Regionais em diversosEstados da Federao, operando tambm no plano interna-

    cional, atravs Convnios de Cooperao firmados comdiversos organismos da mais alta credibilidade e tradio, aexemplo da International Chamber of Commerce (Cmarade Comrcio Internacional CCI), fundada em 1919, comsede em Paris e que possui mais de 80 Comits Nacionais,nos 5 continentes, alm de operar a mais importanteCorte Internacional de Arbitragem do mundo, fundadano ano de 1923.

    A FEDERAO DAS CMARAS DE COMRCIOEXTERIORtem sua sede na Avenida General Justo no307, Rio de Janeiro, (Edifcio da Confederao Nacionaldo Comrcio CNC) e mantm com essa entidade, hquase duas dcadas Convnio de Suporte Administrativoe Protocolo de Cooperao Mtua. Em passado recenteaFEDERAO DAS CMARAS DE COMRCIO EXTE-

    RIOR FCCEassinou Convnio com oCONSELHO DCMARAS DE COMRCIO DAS AMRICAS, organismque representa as Cmaras de Comrcio Bilaseguintes pases:ARGENTINA, BOLVIA, CANAD,CHILE, CUBA, EQUADOR, MXICO, PARAGUA,SURINAME, URUGUAI, TRINIDAD E TOBAGOe VE-NEZUELA.

    Alm de vrias dezenas de Cmaras de Comlaterais filiadas FCCE em todo o Brasil, fazeDiretoria atual, os Presidentes das Cmaras de CBrasil-Grcia, Brasil-Paraguai, Brasil-Rssia, vquia, Brasil-Repblica Tcheca, Brasil-Mxico

    larus, Brasil-Portugal, Brasil-Lbano, Brasil-nChina, Brasil-Tailndia, Brasil-ltlia e Brasil ealm do Presidente do Comit Brasileiro da CComrcio Internacional, o Presidente da Assocsileira da Empresas Comerciais Exportadoras o Presidente da Associao Brasileira da Indviria ABIFER, o Presidente da Associao BTerminais de Contineres, o Presidente do SinIndstrias Mecnicas e Material Eltrico, entSome-se, ainda, a presena de diversos Cnsulmatas estrangeiros, dentre os quais o CnsulRepblica do Gabo, o Cnsul do Sri Lanka (alo), e o Ministro Conselheiro-Comercial da Ede Portugal.

    A Diretoria

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    Diretoria 2006-2009

    Pres iden te

    JOO AUGUSTO DE SOUZA LIMA

    1 st Vice-Pres iden te

    PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ

    Dire to res

    Luiz Oswaldo Aranha

    Marcio Eduardo Sette Fortes de AlmeidaOswaldo Trigueiros JniorRaffaele Di LucaRicardo SternRoberto NobregaRoberto CuryRoberto HabibRoberto Kattn AritaSergio SalomoSiznio Pontes NogueiraSohaku Raimundo Cesar BastosStefan Janczukowicz

    Conse lho F i sca l (Ti tu la res )

    Delio Urpia de SeixasElysio de Oliveira BelchiorWalter Xavier Sarmento

    Vice-Pres iden tes

    Arlindo Catoia VarelaGilberto Ferreira Ramos

    Joaquim Ferreira MngiaJos Augusto de Castro

    Ricardo Vieira Ferreira Martins

    Vice-Presidente Europa

    Jacinto Sebastio Rego de Almeida (Portugal)

    Vice-Pres iden te Nor te

    Cludio do Carmo ChavesVice-Pres iden te Sudes te

    Antonio Carlos Mouro Bonetti

    Vice-Pres iden te Su l

    Arno Gleisner

    Diana Vianna De Souza

    Marie Christiane MeyersAlexander Zhebit

    Alexandre Adriani CardosoAndre Baudru

    Augusto Tasso Fragoso PiresCassio Jos Monteiro Frana

    Cesar MoreiraCharles Andrew TAng

    Daniel Andr SauerEduardo Pereira De Oliveira

    Jos Francisco Fonseca Marcondes NetoLuis Cesario Amaro da Silveira

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    Ed i t o r i a l

    Exped ien te

    A P O I O

    CONSELHO DECMARAS DE COMRCIODAS AMRICAS

    UM TIGRE DE PESOA Coria do Sul o primeiro pas asitico a ser enfocado pelo projeto de Seminrios Bilate-

    rais de Comrcio Exterior e Investimentos, realizado pela Federao das Cmaras de ComrcioExterior - FCCE, com o apoio e participao do governo federal, por meio dos Ministrios dasRela es Exteriores e do Desenvolvimento da Indstria e Comrcio Exterior, das principaisassocia es de classe, tais como a Confederao Nacional de Comrcio - CNC, a Cmara deComrcio Internacional ICC, a Associao de Comrcio Exterior do Brasil - AEB e o Conselhodas Cmaras de Comrcio das Amricas.

    Ressaltar a importncia deste seminrio , sem dvida, pertinente. Em um mundo em que aglobalizao se configura como um processo irreversvel, buscar o desenvolvimento, incremento ediversificao do comrcio exterior brasileiro com pases do leste asitico regio que apresentao mais pujante ritmo de crescimento econmico do planeta - revela-se tarefa das mais urgentes.E dentro desse quadro regional e estratgico, bastante salutar o reconhecimento da Coria doSul como um pas com o qual se deve estreitar rela es toda e qualquer nao que aspira por umainsero maior no comrcio mundial.

    O seminrio mostrou que muito temos a aprender com esse pas asitico. Egressa de uma dasmais terrveis guerras do sculo XX (a Guerra da Coria, ocorrida entre 1950 e 1953, dividiu opas entre o norte comunista e o sul capitalista), a Coria do Sul tornou-se, em menos de meiosculo, um pas de economia forte, com uma renda per capita trs vezes maior do que a brasi-leira. O pas reconhecido por apresentar um comrcio exterior agressivo, no qual a venda deprodutos de alta tecnologia prevalece em sua pauta exportadora.

    Com empresas lderes nesse mercado de grande valor agregado, a Coria do Sul consegueobter saldos positivos com vrios pases do mundo, inclusive o Brasil. Nem mesmo a crise finan-ceira global, desencadeada em 1997, conseguiu reverter a posio de destaque que o pas ostentacomo uma das mais importantes economias do mundo. H muitos fatores que ajudam a explicaro fenmeno sul-coreano, mas, sem dvida, um dos principais o forte investimento na educao

    em todos os nveis. Nesse quesito, infelizmente, o Brasil ainda apresenta defasagem ntida.O encontro promovido pela FCCE, contudo, deu provas de que h grandes motivos para

    que possamos acreditar em dias melhores para o Brasil no campo da economia. A estabilizaoeconmico-financeira fato. O comrcio exterior nacional continua, em 2007, andando a passoslargos e, ao que tudo indica, as exporta es brasileiras podero fechar o ano com um crescimentode 16% em relao a 2006. Apesar da premente necessidade de se firmar uma agenda de refor-mas estruturais, cada vez mais factvel acreditar que o Pas segue um rumo certo. Dentro dessecenrio positivo e de maior segurana econmica, mais do que compreensvel que empresrioscoreanos busquem investir mais no Brasil. O prprio empresariado brasileiro comea a acordarpara a necessidade de tambm entrar no importante mercado desse tigre asitico.

    A FCCE investe, por meio da realizao do Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior eInvestimentos Brasil-Coria do Sul, na unio de esforos entre o poder pblico e a iniciativaprivada para que se intensifiquem ainda mais as linhas de comrcio entre os dois pases. A FCCEacredita, portanto, que to importante como promover encontros de alto nvel como este elevaro fomento da cultura do comrcio exterior - to imprescindvel no mundo de hoje - em todasas esferas da sociedade brasileira.

    Boa leitura.

    O EDITOR

    ProduoFederao das Cmaras de Comrcio Exterior

    FCCEAv. General Justo, 307/6 o andarTel.: 55 21 3804 9289e-mail: [email protected]

    EditorO coordenador da FCCE

    Textos e ReportagensAna Redig Brunno Braga

    Edio e ArteResh ComunicaoTel.: 55 21 2173 3553e-mail: [email protected] ResponsvelAdriana Melo (MTB:004014/98)RevisoResh ComunicaoFotografiaChristina Bocayuva

    SecretariaMaria Conceio Coelho de SouzaSrgio Rodrigo Dias Julio

    As opinies emitidas nesta revista so deresponsabilidade de seus autores. permitidaa reproduo dos textos, desde que citada afonte.

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    Su m r i o

    6 ENTREVISTAO embaixadorplenipotencirio daCoria no Brasil, Jong-Hwa Choe revelouque a inteno do

    governo coreano estimular ainda maisas empresas a investirem nopas

    12ABERTURAParte do sucesso da Coria no mercadointernacional creditado aos inmeros acordosbilaterais fechados pelo pas

    15PAINEL I preciso criar oportunidades de investimentose nanciamentos

    20PAINEL IIEm discusso: petrleoe fontes alternativas deenergia

    25PAINEL IIIAlternativas para o incremento das relaescomerciais

    29ENCERRAMENTOA Coria do Sul um dos pases asiticos demaior potencial para parcerias comercias como Brasil

    30CINEMACoria do Sul investena stima arte eganha prmiosinternacionais, comcinema nacional em

    grande fase

    32INVESTIMENTOSAcordos bilaterais so um caminho naturalpara aquecer o comrcio: alavanca exportaese facilita o uxo de investimentos no pas

    36TECNOLOGIAFortes investimentos em tecnologia e educaoelevaram o pas asitico condio de umadas mais fortes economias do mundo

    39POLTICAltimo Embaixador Plenipotencirio do Brasilna Coria do Sul, Pedro Paulo Assumpofala sobre a ascenso econmica ocorrida nopas durante o perodo em que serviu em Seule prev um relacionamento cada vez mais

    prximo entre Brasil e Coria

    42ESPORTETaekwondo: oesporte maispopular da Coriabrilha nos JogosPan-Americanos doRio

    53RELAES BILATERAIS

    58CURTAS

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    8/64Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos B r a S i l Coria do Sul

    EntrEviSta

    Como o senhor avalia a importnciadeste seminrio? JHC -Brasil e Coria vm estabelecendo,nos ltimos anos, timas rela es, nosomente no campo do comrcio, mas emvrios outros setores. No entanto, chamaa ateno o fato de estarmos nos tornandocada vez mais prximos na rea das trocascomerciais, que atingiu um fluxo de US$5,7 bilh es de dlares no ano passado. Semfalar que os investimentos das empresascoreanas no Brasil vm crescendo de for-ma bastante significativa tambm. H mui-tas indstrias coreanas em vrias partes doBrasil. Temos fbricas em So Paulo, Riode Janeiro, Cear, Manaus, etc. Enfim, asnossas rela es esto melhorando cada vezmais e as proje es so bastante otimistas.Por isso, o seminrio , sem dvida, uma

    tima oportunidade para nos conhecermosainda mais.

    Qual a viso geral que a Coria doSul tem em relao ao Brasil e comoela pode facilitar o intercmbio co-mercial entre os dois pases? JHC -O Brasil um pas imenso, tanto empopulao quanto em extenso territorial.Alm disso, disp e de grande abundnciade recursos naturais. No obstante essascaractersticas, o Brasil possui uma demo-cracia slida e uma economia que vem sedestacando ao longo dos anos. Tudo issofaz com que ele se torne um global playerde peso. Por essa razo, a Coria buscase aproximar cada vez mais do Brasil. claro que estamos muito distantes geogra-ficamente mas, hoje em dia, as distncias

    Intensi cao dasrelaes bilaterais

    entre Brasil e Coria vai gerar ganhos paraambas as partesPases tm muito a aprender um com o outroBrasil e Coria do Sul so pases que esto distantes geograficamente, mas que traba-

    lham em conjunto para estreitar as rela es. Alcanando esse objetivo, ambas as na estero muito a ganhar. A anlise do Embaixador Plenipotencirio da Coria no Brasil, Jong-Hwa Choe, que participou do Seminrio Bilateral de Comrcio e InvestimentosBrasil-Coria do Sul, no qual proferiu pronunciamento especial durante a Sesso Solenede Abertura do evento.Em entrevista concedida Revista da Federao das Cmaras de Comrcio Exterior,Choe revelou que a inteno do governo coreano estimular ainda mais as empresas ainvestir no Brasil. Ele tambm aproveitou para convidar empresas brasileiras a entrar nomercado coreano, uma vez que a economia daquele pas est entre as mais dinmicas domundo. H um ano e meio servindo como embaixador no Brasil, ele falou ainda sobreprojetos de parceria que coreanos e brasileiros podem firmar no campo dos biocombus-tveis, demonstrando que o governo coreano tambm est preocupado com os potenciaisproblemas climticos que podero advir com o aquecimento global.

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    10/6410 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos B r a S i l Coria do Sul

    EntrEviSta

    geogrficas no so to importantes. Omundo de hoje permite que contatossejam estabelecidos de forma instantnea,independentemente das distncias. H,sem dvida, entre os dois pases diferenasculturais marcantes. No entanto, se houverinvestimentos em polticas que visem a ummaior intercmbio, os brasileiros conse-guiro promover o seu pas na Coria ens estaremos promovendo mais a Coriano Brasil.

    Como fazer com que as relaesentre os dois pases se fortaleam,a despeito das diferenas culturaisexistentes? JHC -Existem no Brasil cerca de 50 milcoreanos, sem falar nos descendentes, queaqui moram e trabalham. A esmagadoramaioria deles est em So Paulo. Grandeparte deles formada de empresrios depequeno e mdio porte. O interessante que esses coreanos acabam exercendo

    o papel de estreitar as rela es entre osdois pases, pois so esses imigrantes que,no dia-a-dia, apresentam e introduzem acultura e o modo de vida coreanos no Bra-sil. Por outro lado, quando muitos delesviajam para a Coria, acabam fazendo omesmo por l.

    H convnios e parcerias firmadosque o senhor poderia destacar? JHC -Sim, h vrios acordos firmadosentre os nossos pases, mas o objetivo que mais acordos sejam estabelecidos. Nombito do Mercosul, bloco regional noqual o Brasil faz parte, j realizamos cincoencontros, objetivando intercambiar in-forma es sobre a situao econmica e aagenda comercial de ambos. Em 2004, porocasio da visita do Presidente da Coria,Roh Moo-Hyun, a Braslia, foi anunciadaa realizao de um estudo conjunto paraavaliar o impacto de um eventual acordocomercial Mercosul-Coria. Formou-

    se, ento, o Grupo do Estudo CoMercosul-Coria, que dever avaperspectivas de uma negociao coentre as partes.

    A Coria do Sul o quinto maioimportador de petrleo e o stimo

    O Brasil um pas imetanto em populao quantextenso territorial. Almdispe de grande abundnrecursos naturais. No obessas caractersticas, o Brasui uma democracia slidaeconomia que vem se destao longo dos anos. Tudo is

    com que ele se torne um player de peso Jo n g -H wa CH o e

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    11/641Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos B r a S i l Coria do Sul

    Per lO Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio da Repblica da

    Brasil, Jong-Hwa Choe, assumiu o atual posto que ocupa em maro detem uma extensa jornada dentro da carreira diplomtica do seu pas. Eformado pela Universidade Nacional de Seul, ele iniciou a carreira em de obter aprovao no exame de seleo para o Alto Servio DiplomtEm 1978, ele atuou como Vice-Cnsul Geral do Consulado da CoriIorque. Em seguida, j no incio da dcada de 80, ele ocupou a posioSecretrio na Embaixada da Coria no Panam e, em 1985, assumiu Primeiro Secretrio na Embaixada da Coria nos Estados Unidos.

    Aps passar por vrios setores dentro do Ministrio de Rela es ExCoria, assumido, por diversas vezes, cargos de chefia, foi no ano 20ocupou, pela primeira vez, o posto de embaixador, junto Embaixadana Jordnia. Dois anos mais tarde, ele ficou frente da Embaixada daEstados Unidos, onde ficou at 2006, para depois assumir o cargo de Eno Brasil.

    maior consumidor de petrleo domundo. Atualmente, quando sefala na busca por combustveis re-novveis, no seria do interesse daCoria do Sul em tambm investirnessa rea? JHC -O governo da Coria est semostrando bastante preocupado com asameaas do aquecimento global. Por isso,o nosso governo tem feito o mximo paraincorporar medidas que diminuam o im-pacto que esse problema ambiental podeacarretar. Assim, estamos comeando abuscar fontes de energia renovvel, comoos biocombustveis. Nesse momento, onosso governo estuda criar leis que es-timulem empresas a utilizarem energiarenovvel, como a adoo de veculos flex

    (movidos tanto a lcool como a gasolina).Mas precisamos buscar parcerias nessesetor para que possamos implementaressas polticas. E, nesse aspecto, vemos noBrasil um importante aliado na busca desolu es para esse problema. Afinal, vocsrepresentam a liderana mundial no setorde energia renovvel, com tecnologia deponta e recursos em abundncia.

    O forte investimento em educao

    promovido pelo governo coreano apontado como um dos principaisfatores para o sucesso do desen-

    volvimento econmico da Coria.Em que bases e prioridades essesinvestimentos foram feitos? JHC -H mais de 50 anos, o nosso gover-no entendeu que investir em educao eraa chave que abriria as portas para o desen-volvimento. E ns fizemos investimentosem todos os nveis, desde a educao bsicaat a formao universitria. Mas eu gosta-

    ria de acrescentar que o sucesso do setoreducacional coreano no fruto apenas depolticas governamentais. Se formos ob-

    servar bem, a poltica educacional cono muito diferente da brasileira. MCoria, ficou estabelecido um comptimento social e familiar para a mena educao. Sem o comprometimenfamlias coreanas com a educao, no tivssemos alcanado o sucesdesenvolvimento socioeconmico qostentamos hoje.

    O que o Brasil pode aprender com aCoria e, por outro lado, o que a Co-ria pode aprender com o Brasil? JHC - Bom, acredito que o que Brasiaprender conosco a importncia qudamos para os investimentos em citecnologia, focando, como base paraar esse objetivo, fortes investimenteducao, como j mencionei. Almoutro fator que consideramos imporpara o desenvolvimento da econcoreana a nossa grande abertura peconomia mundial. Em relao ao qupodemos aprender com o Brasil, eu ria de destacar as timas rela es enmais diversos povos que aqui resideBrasil no h conflitos religiosos, regionais e ideolgicos. Para um paso nosso, dividido por ideologias, lio de convivncia pacfica que opassa, no somente para ns coreanopara o mundo como um todo.Souza Lima, presidente da FCCE, cumprimenta o Embaixador Jong-Hwa Choe

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    14/6414 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    aBertura

    Em tempos de economias globa-

    lizadas, a Coria do Sul um pasque se encaixa perfeitamente noque se pode considerar um casode sucesso. Ostentando, h vriasdcadas, elevados ndices de desen-volvimento industrial e socioecon-mico, apresentando uma economiaamplamente aberta a investimentosestrangeiros e contando com umdos parques tecnolgicos maisavanados do mundo, o pas asitico hoje um global player de peso e,da, a importncia de se buscar ummaior estreitamento nas rela escomerciais com esse pas. Com a

    apresentao de um Estado quepossui perfil promissor e vido porfirmar parcerias comerciais como Brasil, teve incio o SeminrioBilateral de Comrcio Exterior e In-vestimentos Brasil-Coria, realizadona sede da Confederao Nacionaldo Comrcio - CNC, no Rio de Ja-

    Parte do sucesso da Coriano mercado internacional

    creditado aos inmeros acordosbilaterais fechados pelo pasRelao comercial entre Brasil e Coria do Sul ainda m

    Mesa de abertura do Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Brasil-Coria

    neiro, e promovido pela Federao

    das Cmaras de Comrcio Exterior- FCCE, no dia 9 de julho de 2007.O evento teve a participao derepresentantes dos dois governos,membros do setor empresarial dosdois pases, acadmicos e estudantesda rea de Rela es Internacionais,alm de demais convidados.

    Para a Sesso Solene de Abdo Seminrio, compusermesa de trabalhos o secre

    de Comrcio Exterior do MinistDesenvolvimento, Indstria e CoExterior - MDIC, Armando Meziasidindo a sesso; o senador e coda Presidncia da CNC, Bernardbral; o ex-presidente do Banco CCarlos Geraldo Langoni; o embaplenipotencirio da Coria do SBrasil, Jong-Hwa Choe; o presideConselho Superior da FCCE, Te

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    1Seminrio Bilatera l de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    aBertura

    de Azeredo dos Santos; e o embaixador ediretor-conselheiro do Conselho Superiorda FCCE, Paulo Pires do Rio.

    Ao fazer a apresentao inicial da ses-so, o secretrio de Comrcio Exteriordo MDIC, Armando Meziat, fez um brevelevantamento acerca do comrcio exteriorbrasileiro frente ao coreano. Sabemos quea Coria, nos ltimos anos, teve um desen-volvimento extraordinrio nas suas trocascomerciais, atingindo, em 2006, a marcade US$ 600 bilh es na sua corrente decomrcio. Enquanto isso, o Brasil, que atos anos 60 exportava mais do que a Coria,hoje tem menos da metade do volume deexporta es quando comparado quelepas, afirmou Meziat. Ele considerou,no entanto, que o Brasil est assistindo,nos ltimos anos, o crescimento da par-ticipao do seu volume de comrciocom o resto do mundo, notadamente nosetor de exportao. Para evidenciar essaanlise, o secretrio citou proje es dogoverno federal que apontam um volumede exporta es, at o final deste ano, daordem de US$ 150 bilh es, representandoum aumento de 10,5% em relao ao anoanterior. A performance das importa esfoi tambm apontada por Meziat comomais um termmetro de como o comrcio

    exterior nacional vive um bom momentono ano de 2007. No perodo de 12 meses(entre junho de 2006 e julho de 2007), jsuperamos a marca dos US$ 100 bilh esem importa es, declarou. Contudo,de acordo com o secretrio, o comr-cio exterior brasileiro precisa ampliar oseu relacionamento com o mundo. Aocomparar os resultados brasileiros comos coreanos, o representante do MDICdisse que ainda h muito a ser feito paraalcanar o patamar desejado no setor decomrcio exterior.

    Ao levar em conta as trocas comerciaisentre Brasil e Coria, Meziat avaliou queessa relao ainda muito pequena. Hnessa relao um dficit de US$ 1 bilhopara o nosso pas. Exportamos para oscoreanos, no ano passado, apenas US$ 2bilh es e importamos desse pas somenteUS$ 3 bilh es. Alm disso, enquanto aCoria comercializa com o mundo cercaUS$ 600 bilh es, a nossa participao no

    40 empresas coreanas esto hoje fa

    negcios nos mais variados setores triais, por todo o Brasil. Mesmo assainda muitas outras empresas coreanesto procurando parceiros comercde negcios para os seus investimNesse contexto, algumas companbrasileiras esto tambm dando baateno ao vigoroso mercado coreao seu grande potencial de crescimafirmou.

    A robustez da economia coretambm foi ressaltada pelo embaixEle mencionou que, no ano passatamanho do mercado importador cno alcanou a marca de US$ 320 be que esse setor no pas est cresca uma mdia de 10% a 20% ao anCoria tem um mercado aberto basamplo para todos os pases do muNesse sentido, muito encorajador que duas das maiores empresas bras- a Companhia do Vale do Rio DocBanco do Brasil - instalaram escri

    comrcio exterior coreano est abaixo de1%, afirmou.

    O secretrio revelou tambm que apauta das exporta es brasileiras para aCoria est concentrada emcommodities.Em contrapartida, as exporta es coreanaspara o Brasil concentram-se, em quasesua totalidade, nos produtos industria-lizados. O que temos visto no Brasil,principalmente este ano, o crescimentodas exporta es dos produtos bsicos,puxado pelas cota es internacionais epelas condi es favorveis do mercadointernacional. No podemos esquecer,entretanto, de que necessrio crescer aparticipao das exporta es dos produtosmanufaturados, considerou.

    Dentro de um plano geral, Meziatafirmou que os exportadores brasileirospodem contar com o apoio governamen-tal para a incluso de novas empresasde comrcio exterior, sobretudo paradar condi es para que os exportadorescontinuem com a performance apresen-tada nos ltimos anos, apesar da taxa decmbio atual estar pouco competitiva.Estamos fazendo com que essas empresascontinuem a apostar no comrcio exteriore incorporando inova es tecnolgicas,apostando, assim, na melhoria da sua

    produtividade. Dentro desse esprito, achoeste seminrio extremamente oportuno,concluiu o secretrio, passando a palavraao embaixador plenipotencirio da Coriado Sul no Brasil, Jong-Hwa Choe, que fezo pronunciamento especial para a SessoSolene de Abertura.

    Reforar as relaes bilateraisO embaixador iniciou a sua fala fazendo

    agradecimentos iniciativa da FCCE emrealizar o seminrio e presena dos con-vidados ao evento. O comrcio bilaterale os investimentos entre Brasil e Coriatm crescido consideravelmente nosltimos anos. Somente no ano passado,nosso comrcio bilateral totalizou cercade US$ 5,7 bilh es, o que representouum crescimento de 30% em relao aoano anterior, declarou o embaixador. Deacordo com ele, os investimentos tambmregistraram crescimento notvel, alcan-ando em torno de US$ 1 bilho. Mais de

    Enquanto a Coriacomercializa com o mundcerca US$ 600 bilhes, a

    nossa participao nocomrcio exterior corean

    est abaixo de 1% a r m a n d o m e z i a t .

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    16/6416 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    aBertura

    pas, procurando novas oportunidades denegcios por l. Para o embaixador, issorepresenta um desenvolvimento bastantepositivo. Em sua avaliao, tais iniciativaspodem estimular outras companhias bra-sileiras a entrar no mercado coreano.ACoria est de braos abertos para receber

    empresas brasileiras de porte internacionalcomo a Petrobras, a Embraer, a Friboi, aGerdau, a Datasul e a Marcopolo. Gos-taramos de ter os seus escritrios derepresentao em nosso pas, disse. Odiplomata acrescentou que a Embaixadada Coria, em Braslia, e o ConsuladoCoreano, em So Paulo, esto prontos parareceber e ajudar, da maneira necessria,todas as empresas brasileiras que desejemfazer negcios com o pas asitico.

    Outro aspecto considerado relevantepelo embaixador, com vistas ao desen-volvimento das rela es comerciais e deinvestimentos entre Brasil e Coria, oestabelecimento de conversa es entre ospases, com o objetivo de se firmar acor-dos bilaterais de livre comrcio. Apesardo engajamento ativo das negocia es embases globais nos ltimos quatro anos,ainda no vemos uma luz no fim do tnel

    de acordos bilaterais, declarou.Ele revelou que, em relao ao Brasil,

    esto sendo conduzidos h dois anos es-tudos que objetivam firmar um Tratadode Livre Comrcio com o Mercosul. Asnossas economias parecem ter condi esideais para firmar mecanismos de livre

    comrcio, pois temos um justo grau decomplementariedade, considerou oembaixador. De acordo com os clculosapresentados pelo diplomata, o tratadotrar resultados que atendero s expecta-tivas de se atingir um fluxo de comrcio daordem de US$ 1 trilho, caso os dois pasesconcluam um acordo de livre comrcio.Precisamos olhar de maneira proativapara a atual conformao do comrcioglobal e considerar todos os benefciospotenciais que um Tratado Bilateral deLivre Comrcio entre Brasil e Coriapoderia trazer para as nossas economias.

    Estou convencido que isso nos daexcelente oportunidade para colonossas atuais rela es de comrcinvestimentos num nvel mais altocluiu. Aps o trmino do pronuncido embaixador, o presidente da Armando Meziat, deu por encer

    Sesso Solene de Abertura.

    A Coria est de braos apara receber empresas brade porte internacional co

    Petrobras, a Embraer, a FriGerdau, a Datasul e a

    Marcopolo. Gostaramode ter os seus escritrios

    representao em nosso p Jo n g -H wa CH o e

    As nossas economias parecemter condies ideais para rmar mecanismos de livre comrcio, pois temos um justo grau de

    complementariedade Jo n g -H wa CH o eem relao s metas traadas na Rodadade Doha. Por isso, a Coria tem tambm

    buscado firmemente um grande nmerode tratados bilaterais de comrcio e in-vestimento. Ns j assinamos um Tratadode Livre Comrcio com o Chile, com aASEAN - Associao de Na es do Su-deste Asitico e EFTA (sigla em ingls paraAssociao Europia de Livre Comrcio).Muito recentemente, assinamos um im-portante Tratado de Livre Comrcio comos EUA. Alm disso, a Coria est agoraintensivamente conduzindo negocia escomerciais com o Canad e Japo em bases

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    1Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel i

    Analisar e preparar um ambientemacroeconmico propcio para o

    aumento do fluxo de investimentosentre Brasil e Coria do Sul. Esse foio objetivo do Painel I do SeminrioBilateral de Comrcio Exteriore Investimentos Brasil-Coria. Opainel teve como expositores CarlosGeraldo Langoni, ex-presidente do

    Criando oportunidades deinvestimentos e nanciamentosPainel discutiu as potencialidades dos mercados dos dois

    Banco Central do Brasil e atual dire-tor do Centro de Economia Mundial

    da Fundao Getlio Vargas FGV que tambm presidiu a sesso;Wong Chan Park, vice-presidentedo Korean Development Bank; eDong-Hyung Park, diretor-geralda Korea Trade-Investment Pro-motion Agency - Kotra. A sesso,

    moderada pelo vice-presidentFCCE, Paulo Fernando Marco

    Ferraz, mostrou a importncise discutir, de forma aprofune qualificada, os meandros ecmicos e polticos dos dois pdentro de um sistema de compo global cada vez mais acirrcomplexo.

    Palestrantes do Painel I discutiram alternativas para o incremento das relaes entre Brasil e Coria, levando em considerao um sistema de competioglobal cada vez mais acirrado

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    18/641 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel i

    Langoni traa cenrio macroeconmico otimista

    Langoni teceu elogios conduoda poltica macroeconmica brasi-leira que, segundo ele, vem tendoresultados surpreendentes. Hoje muitomais fcil falar sobre o futuro da economiabrasileira. O Presidente Lula disse que oBrasil vive um momento mgico, mas emeconomia, esses momentos no acontecempor acaso. Eles tm fundamentos lgicos,afirmou Langoni. O economista explicouque os bons nmeros da economia nacionalse devem, em grande parte, ao ambientefinanceiro internacional positivo. Em suaanlise, o mundo se recuperou de formaextraordinria aps viver uma breve re-cesso em 2001.

    A economia internacional vive uma erade ouro e vem crescendo a taxas de 5% aoano. Ao mesmo tempo, h uma situao degrande liquidez internacional, com jurosreais muito baixos. Existe, na realidade,um excesso de poupana e preciso aloc-la na busca de investimentos rentveis, de-clarou. Para ele, as economias emergentesque apresentam um bom comportamentomacroeconmico so as que mais tm sebeneficiado com o atual clima de intensofluxo de capitais. O comrcio mundialsempre cresce como mltiplo do PIBmundial. H uma demanda externa extre-

    mamente robusta que ajuda a viabilizar a

    pertinente o processo de mudanas namentalidade nacional. Esse novo compor-tamento veio propiciar uma arquiteturamacroeconmica consistente que se baseiana estabilidade, no esforo de manter ainflao sob controle, na responsabilidadefiscal, na necessidade de gerar supervitsprimrios sustentveis e na adoo docmbio flutuante. Estamos colhendobenefcios e podendo amplificar o efeitodesse cenrio externo favorvel devido

    consistncia e formulao de uma es-

    expanso das exporta es. Com todo esseambiente externo, a economia brasileiraconsegue surfar nessa onda favorvelanalisou.

    Alm do bom humor da economiaglobal, Langoni considerou bastante

    Apesar de todas essasincertezas, a economiamundial segue uma trajetriade expanso. Eu diria que a probabilidade de um ajusterecessivo hoje pequena Ca r l o s g e r a l d o l a n g o n i

    tratgia que vem sendo implantadxito, afirmou.

    Sem desconsiderar a permannpapel dos Estados Unidos comochefe do comrcio mundial, ele dque a liderana americana vem peo peso que ostentava h algumas dem razo do soerguimento da ChinLangoni, as principais preocupauma possvel instabilidade econso os chamados dficits gmeos conta-corrente) da economia ameApesar de todas essas incertezasnomia mundial segue uma trajetexpanso. Eu diria que a probabde um ajuste recessivo hoje peqafirmou. De fato, o boom dos precommodities, em virtude, sobretudo, date demanda chinesa, pode dar uma que uma forte crise internacional nnum horizonte prximo. Ascommodit continuam com preos elevados.este ano, o aumento dos preos produtos primrios foi em torno deexplicou Langoni.

    As proje es para o futuro da ecbrasileira tambm so boas. Ao coas estimativas do governo federalsupervit comercial de US$ 42 bem 2007, ele disse que o Brasil apr

    esse momento favorvel para acumexpressivo volume de reservas intenais. Segundo dados do Banco Cegoverno brasileiro conta com USbilh es em reservas. At o final acredito que elas estejam no pataUS$ 165 bilh es, declarou.

    Risco BrasilO economista observou a redu

    relao entre a dvida lquida pbPIB como um dos sinais de que ocaminha no rumo certo. A dvidaapresentava uma tendncia de crescexplosiva at 2002, at que comeestabilizar. A tendncia agora degradual e firme. As proje es so a partir de 2008, essa relao fiquede 40% do PIB, caminhando parnos dois anos seguintes. Isso rede uma poltica fiscal apertada, crao de supervits primrios expracima de 4% do PIB. Estamos red

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    1Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel i

    a nossa vulnerabilidade interna, declarou.Segundo Langoni, alm da mudana doperfil da dvida, h no governo um senso deresponsabilidade econmica, buscando mi-nimizar os riscos dedefault, o que faz comque o pas gere confiana. Ele explicouque, ao eliminar os papis indexados taxade cmbio, o Brasil conseguiu aumentar osprazos de pagamentos da dvida e a capta-o de investimentos externos. O Brasil hoje um pas muito mais seguro para atrairinvestimentos privados, declarou.

    A queda da taxa de juros tambm foiapontada por Langoni como de extremaimportncia para a sade da economianacional. Ele destacou o papel do BC que,apesar de ser extremamente criticado,soube conduzir a tarefa de reduzir os jurosbsicos sem comprometer a estabilidademonetria. Muitas vezes, o BC tem queremar contra a mar. Quando havia orisco de uma acelerao inflacionria, ainstituio elevou os juros. Contudo, o que

    vemos que estamos caminhando para umndice de juros bsicos em torno de 10,5%para o final deste ano, o que significa umataxa real em torno de 6,5%, j que ogoverno prev uma inflao na casa dos4% em 2007, declarou. Apesar de aindaconsiderar alta a taxa de juros estimada,ele ressaltou que ela ficar bastante abaixodos ndices registrados dois anos atrs.Provavelmente, em 2008, vamos ter umataxa real na faixa de 6%, projetou. Paraele, entretanto, a acelerao da queda dataxa de juros s no mais intensa emrazo da suspenso da agenda de reformasestruturais da economia brasileira, princi-

    palmente na rea fiscal.Langoni informou que todo esse am-

    biente de estabilidade na economia estpossibilitando a queda do risco-pas. Adeciso da administrao atual em mantera poltica macroeconmica do governo an-terior vem fazendo com que o ndice quemede o grau de risco para investimentosno pas, elaborado por agncias interna-cionais, diminua sensivelmente. Hoje orisco-pas anda flutuando em torno de150 pontos-base e, pela primeira vez, nohouve percepo de aumento de risco emum quadro eleitoral durante a campanhapresidencial de 2006. Isso significa umamadurecimento fantstico em mbitoinstitucional e deve se repetir nas prxi-mas elei es, afirmou. Ele ressaltou quea queda de percepo de risco j coloca oBrasil prximo categoria deinvestiment grade. um momento emblemtico. Doponto de vista macroeconmico e fiscal,estamos melhor que a ndia, que j umpas de reconhecido baixo grau de risco deinvestimento, afirmou o economista. NaAmrica Latina, somente dois pases soconsiderados pelas agncias de risco comoinvestment grade: Chile e Mxico.

    Energia

    Langoni elogiou a iniciativa governa-mental de preparar um pacote de me-didas para dirimir potenciais problemasde infra-estrutura no setor de energia,com o Programa de Acelerao do Cres-cimento - PAC. Ele lembrou que o pasapresenta uma matriz energtica das maisdiversificadas e equilibradas do mundo.Temos um potencial imenso no campoda energia hidreltrica e expressivas fontesde petrleo e gs natural. Contamos comuma enorme possibilidade de produo deenergia atravs da biomassa. Somos lderesem produo de etanol, que acabou setornando moeda de barganha geopolticae alavanca para investimentos estrangeirose de comrcio. Sem falar no grande po-tencial na rea do biodiesel, disse. Apesardisso, segundo ele, o Brasil no consegueapresentar um marco regulatrio consis-tente, o que pode afugentar investimentosprivados que visem a uma melhoria dosetor de energia brasileiro.

    O Brasil tem que avanar mais em termos de aberturada economia, porque h

    uma correlao muito forteentre abertura, ganhos de

    produtividade e investimentosdiretos estrangeiros

    e domsticos Ca r l o s g e r a l d o l a n g o n i

    Abertura comercialPara atender ao anseio de pavime

    rota do crescimento econmico expre sustentvel, Langoni disse que psuperar os obstculos dos baixos nde investimentos no pas, com taxaabaixo de 20%. Contudo, ele proj

    uma tendncia de crescimento dade investimentos para os prximosEstamos prevendo algo em torno ddo PIB, o que , na verdade, um razovel. Para se ter uma idia, o C o nico pas latino-americano qutaxas de investimentos da ordem dedo PIB. Atingindo a taxa de 25% , acque um novo nvel de crescimento pcial da nossa economia ser viabiliconsiderou.

    De acordo com Langoni, o baixo de investimentos acaba por refletiresultados que medem o grau de cotitividade das empresas brasileiras ddo contexto internacional. Estamo49 lugar, atrs do Mxico e da Rsexplicao est no fato de que temosetor privado extremamente competmas o ambiente de negcios ainda po setor privado. Carga tributria exc algo em torno de 35% do PIB -, mregulatrio muitas vezes indefinidpouco consistente, afirmou o econoPara ele, sem uma melhoria instituco Brasil vai continuar perdendo um eque poderia ser muito maior.

    No que tange ao perfil da abercomercial brasileira, o ex-presidenBanco Central disse que o Pas aprhoje uma taxa de coeficiente de abeda ordem de 30% em relao ao Apesar de reconhecer que essa tamaior do que a mdia histrica, de

    ele considerou esse ndice ainda baiBrasil tem que avanar mais em tede abertura da economia, porque hcorrelao muito forte entre abertganhos de produtividade e investimdiretos estrangeiros e domsticos, Na avaliao dele, o Brasil tem que lesse processo de destravamento da Rde Doha e ser mais agressivo e pragmnas negocia es bilaterais.

    Langoni reafirmou seu otimismrelao ao futuro da economia brasi

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    20/6420 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel i

    a partir dos anos 90, verificamos diversosgargalos em nossa infra-estrutura. Por isso,foi criado, em 1994, o PPI, afirmou Park.De acordo com o representante do KDB,o programa tinha como objetivo aumentaros investimentos em infra-estrutura e su-perar esses grandes gargalos, decorrentesdos poucos investimentos governamentaisnessa rea no incio dos anos 80. Era pre-ciso resolver esse caos em curto tempo. OPPI foi a frmula encontrada pelo governocoreano para induzir recursos privadosnos setores de infra-estrutura e evitar queenormes gastos pblicos se transformas-sem em dficits fiscais futuros, disse.

    O palestrante revelou que h, atualmen-te, cerca de 68 projetos em andamento nopas. Os custos totais de financiamentos,desde a implementao do programa em1994, esto na ordem de US$ 54 bilh es.A via de acesso para o Aeroporto Inter-nacional Incheon foi o primeiro projetoa ser implantado pelo PPI, afirmou. Aestrada, que tem extenso de 40 Km,

    Estamos na ante-sala do clube restritode pases que crescem de forma contnuapor dez, quinze anos. O nosso modeloatual vai levar a economia brasileira a umpatamar de crescimento em torno de 4% e5%, o que j um resultado extremamentesignificativo. Esse quadro representa, semdvida, uma perspectiva real de o Brasilencontrar, finalmente, um padro muitomais estvel e socialmente mais favorvelde desenvolvimento, concluiu.

    KDBO segundo expositor do painel foi o

    vice-presidente do Korea DevelopmentBank - KDB, Woong Chan Park. Ele ini-ciou a sua exposio traando um brevehistrico do banco de desenvolvimentocoreano. Fundada em 1954, logo aps ofinal da Guerra da Coria, a instituiosurgiu com o objetivo de dar suporte aodesenvolvimento da economia sul-core-ana, em moldes similares ao do BNDES.Apesar de ser um banco governamental,atuamos tambm como uma instituio demltiplas fun es, como aquelas voltadaspara carteiras de crdito comercial, dis-se o representante do KDB. Ele revelouque, no ano passado, o banco passou aatuar no Brasil por meio de uma agncia

    subsidiria.Em relao s polticas pblicas deinvestimentos em infra-estrutura, Parkapresentou ao pblico a experincia ado-tada pela Coria nesse campo, denominadaParticipao Privada em Infra-estrutura- PPI, que segundo ele, a verso coreanada Parceria Pblico-Privada - PPP brasi-leira. Ele citou o Programa de Aceleraodo Crescimento - PAC, como um progra-ma governamental que tambm guardasemelhanas com as antigas iniciativas dogoverno coreano, no tocante ao aporte derecursos pblicos em obras de infra-estru-tura no pas. Tomei conhecimento de queo PAC um programa que visa a estimularo crescimento da economia brasileira emuma mdia anual de 5% nos prximosquatro anos, com fortes investimentosgovernamentais, sobretudo em infra-es-trutura. O governo coreano, por meio doKDB, tambm auxiliava as empresas, como objetivo de dinamizar a economia. Mas

    liga o aeroporto internacional ao de Seul e teve um custo total de Ubilho. A construo dessa via ndimenso necessria de como os pem infra-estrutura na Coria alcanaltos custos, revelou o representKDB. Ele explicou que a geografiria, que tem 70% do territrio ropor montanhas, a principal raz

    Com a nalidade de dar garantias iniciativa privada para que haja

    recursos disponveis para a nalizaode projetos, durante o

    perodo de construo

    os subsdios podemchegar at a 40% dos

    custos totais w o o n g CH a n Pa r k

    Park, vice-presidente do KDB: banco investiu US$552 milhes em infra-estrutura, em 2006

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    2Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel i

    O Brasil a 11 economia do mundo e a Coria, a Contudo, enquanto o Brasil conta com a enormidade dnaturais, ns investimentos em tecnologia e quali cao dos

    nossos recursos humanos

    d o n g -H y u n g Pa r k

    promovido pelo governo tambm parteintegrante do programa de investimentos infra-estrutura do pas. Com a finalidadede dar garantias iniciativa privada paraque haja recursos disponveis para a fina-

    lizao do projeto, durante o perodo deconstruo, os subsdios podem chegar ata 40% dos custos totais, relatou Park.

    Promoo de investimentosO ltimo palestrante do painel foi o

    diretor-geral da Korea Trade-InvestmentPromotion Agency - Kotra, Dong-HyungPark. Ele ressaltou o dinamismo da eco-nomia coreana, sobretudo no campo datecnologia, e que a Coria do Sul possuium mercado interno forte, com grandepoder de compra. Em relao ao Brasil, oexecutivo destacou a importncia do pasem seus aspectos polticos e econmicos.Devido s caractersticas dos dois pases,acredito ser possvel incrementar as nossasrela es comerciais, afirmou. Segundoele, essa relao j vem demonstrandocrescimento significativo, sobretudo apartir de 2003. O executivo apresentouum quadro que demonstrava as posi eseconmicas do Brasil e da Coria do Sulno mundo. O Brasil a 11 economia domundo e a Coria, a 12. Contudo, en-quanto o Brasil conta com a enormidadedos recursos naturais, ns investimentosem tecnologia e qualificao dos nossosrecursos humanos, afirmou o diretor daKotra.

    Outro dado importante levantado porPark foi o aumento dos investimentosdas empresas coreanas no Brasil. O setorde manufaturas respondeu por grande

    fatia das invers es do pas asitico emterras brasileiras nos ltimos dez anos.Em 2006, o total de recursos aportadofoi da ordem de US$ 552 milh es sendoque, dentro do quadro das multinacionaisque mais investiram no Brasil, cinco estoentre as 500 maiores empresas do mundo.Por outro lado, ele lamentou o fato de asempresas brasileiras no demonstrarem omesmo interesse para investir na Coria.Infelizmente, a corrente de investimentosde empresas brasileiras para o nosso pasainda muito pequena, mas acredito queessa situao deva mudar em breve, pois amaior empresa brasileira a Vale abriu,no ano passado, escritrio por l, disse.

    Park citou que uma das grandes van-tagens de se investir na Coria reside nofato de que o tigre asitico apresenta umadas popula es com melhor performanceeducacional do mundo. Cerca de 41% dapopulao coreana tem formao univer-sitria, perdendo apenas para o Canad,

    Japo e Cingapura. Estamos tambprimeiro lugar no ranking de melhosino mdio entre os pases da Organde Cooperao e Desenvolvimento Emico - OCDE, declarou, acrescentque esses dados fazem com que a Cdo Sul seja apontada como um do

    pases que apresentam o melhor chumano do mundo.Por fim, ele lamentou o fato de a C

    do Sul no estar includa na sigla B- Brasil Rssia, China e ndia que senta o consrcio de pases que aprero em 2050, segundo anlise de aginternacionais, as mais fortes econdo mundo. Ter a Coria includa os BRICs dar um maior dinamisleitura econmica desse grupo, sobrno que tange a quest es como estabimacroeconmica, maturidade polabertura para o comrcio e investime qualidade da educao da populconcluiu.

    elevados preos cobrados para os projetosde infra-estrutura.

    Conciliar os acordos firmados entreo setor privado e o governo coreano embases iguais gerou algumas dificuldades. Asfinanas pblicas dependem do futuro dofluxo de caixa, que imprevisvel. Por isso, importante que as empresas que assinamcontratos de financiamentos tenham umfluxo de caixa suficientemente grande. Issomostra a necessidade de ambas as partesse comprometerem na execuo dos pro- jetos. No entanto, o vice-presidente doKDB conta que o montante de subsdios

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    22/6422 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel ii

    O Painel II do Seminrio Bilateral de Comrcio Exte-rior e Investimentos Brasil Coria do Sul tratou dasrela es que envolvem os setores de petrleo e as fontesalternativas de energia entre os dois pases. Participaramdo Painel II, o Subsecretrio de Assuntos Internacionais

    do Estado do Rio de Janeiro, Ernesto Rubarth; o Geren-te de Comercializao de Produtos Claros da Petrobras,Luthero Winter Moreira; e o advogado e representantedo escritrio de advocacia Demarest & Almeida, HeeMoon Jo. O Diretor de Planejamento e Desenvolvimen-to de Comrcio Exterior do MDIC, Fbio Martins Faria,tambm participou, atuando como moderador.

    Petrleo e fontes alternativas deenergia em discusso A importao e exportao de bens manufaturados ocupBrasil atualmente; sistemas informatizados facilitam tro

    Os participantes do painel II discutiram sobre energia

    Como j tradicional em suas parti-cipa es em seminrios na FCCE,o Embaixador Ernesto Rubarthabriu o Painel II trazendo os nmeros daevoluo do comrcio entre o Brasil e opas convidado. Primeiramente apresen-tou os dados brasileiros, que apontarampara um crescimento expressivo tantodas importa es como das exporta es.No comparativo do ano passado tivemoscerta reteno dos nmeros por causada paralisao que ocorreu na ReceitaFederal. Mesmo assim, a corrente de co-mrcio cresceu 22,6% - nmero bastantesuperior ao que vem sendo registrado nomercado mundial, avaliou. Para Rubarth,o aumento das vendas de produtos bsicosbrasileiros se explica pelo aquecimentoda demanda mundial, numa evoluomuito favorvel de preos. Ainda assim,o pas tambm apresenta crescimento emtodos os produtos de valor agregado, com

    destaque para o segmento de material detransportes, com US$ 10,2 bilh es emexporta es no primeiro semestre.

    No lado das importa es, o grupo deprodutos que mais cresceu no primeirosemestre de 2007 foi o de matrias-pri-mas, que engloba os componentes deproduo. Neste segmento, a Coria temuma participao importante como for-necedor ao Brasil. Em seguida, o grupomais importante o de bens de capital,que apresentou crescimento de 24,3%,e que tambm fundamental para oprocessamento, atualizao ou expansoda capacidade produtiva nacional. Hoje70% do que o Brasil importa so itens quevo entrar de alguma forma na produodo pas. Se agregarmos a isso o petrleo ecombustveis teremos 87% da importaobrasileira focada na produo. E isso muito positivo, comentou Rubarth.

    De 2002 at hoje, o volume de comr-

    cio entre Brasil e Coria praticadobrou. No entanto, esse um docos pases com os quais o Brasil comrcio deficitrio, e este desequvem aumentando. Isso fez com quria passasse a ser um dos principtinos das exporta es brasileiras,especialmente, uma das principaisdas nossas aquisi es. Em 2006, aaparece como 18 destino com 1,4nossas importa es, comprando, tudo, produtos bsicos e mantendestabilidade na compra de manufabrasileiros. O minrio de ferro o pal produto vendido Coria, segprodutos siderrgicos, petrleo, solho e celulose, alm de veculos dque se diferenciam por serem prodmaior intensidade tecnolgica, pocom maior valor agregado.

    Do lado da importao a Coriacomo o 7 maior fornecedor do

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    2Seminrio Bilatera l de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel ii

    Hoje 70% do que o Brasimporta so itens que voentrar de alguma forma n produo do pas. Se agrega

    a isso o petrleo e combusteremos 87% da importabrasileira focada na produ

    E isso muito positivo e r n e s t o r u b a r t H

    com expanso de 3,4% em 2006. Entre osprincipais produtos adquiridos da Coriaesto partes de aparelhos transmissores ereceptores, circuitos integrados, disposi-tivos de cristal lquido, partes e acessriospara mquinas de processamento de dados,um conjunto de partes e peas que vo

    entrar em parte do processo produtivono pas. Em seguida, automveis, circuitosimpressos, veculos e materiais para viasfrreas, polmeros, plsticos e leos com-bustveis. Rubarth explicou que o dficitde comrcio entre Brasil e Coria est emlinha com o perfil da Coria com o mundo,que superavitrio. Mas o seu saldo co-mercial formado por um volume muitomais expressivo do que o brasileiro.

    Eu acredito que a questo fundamental o peso relativo do comrcio em relaoao PIB, e creio que ns estamos caminhan-do na mesma trilha da Coria, afirmou.O diplomata destacou que a indstria dosdois pases bastante complementar, masque fundamental que o Brasil aprendacom a experincia da Coria. Eu tive aoportunidade de visitar aquele pas hdois anos, em comitiva presidencial efiquei impressionado com a mudana queencontrei em relao h 20 anos, quandoservi na Embaixada de Seul, contou. Ru-

    barth explicou que toda a transformaoda economia sul-coreana est calcada naprioridade absoluta dada educao. J ti-vemos a oportunidade de observar o mes-mo fenmeno aqui mesmo, no Seminriodedicado Finlndia. Este investimentona formao de seres humanos muito maiscapacitados a incorporar cada vez maistecnologia no processo produtivo quegera esse exemplo de sucesso, finalizou.Luthero Winter Moreira, da Petrobras,concordou com Rubarth, destacando a ca-pacidade coreana de desenvolver e investirno crescimento do pas.

    Winter disse que a Petrobras mantmum relacionamento comercial com a Co-ria, fornecendo petrleo e importandoitens de alta tecnologia para seus trabalhosde explorao petroleira, inclusive naviosde altssima tecnologia que ainda no sepode fabricar no Brasil. Ele revelou quea empresa vem desenvolvendo dilogose tratativas com alguns interlocutores

    coreanos tambm a respeito de biocom-bustveis.

    BiocombustveisLuthero Winter Moreira explicou que

    h cerca de dois anos e meio a empresaoptou por aproveitar toda a sua experi-

    ncia de mais de 30 anos no manuseio debiocombustveis, em especial o etanol,para se tornar um grande exportadordeste produto. Vrias transforma espositivas foram realizadas, como deixarde ser uma empresa monopolista e ex-clusivamente de petrleo para se tornaruma empresa de energia. Alm disso,a Petrobras vem realizando um grandeesforo de mundializao, expandindosuas atividades para inmeros pases, ondebusca obter petrleo e gs, com sucesso,sobretudo em sua especialidade que guas profundas e ultraprofundas. Outroobjetivo que se tornou fundamental dedois anos para c foi a deciso de a empresase expandir internacionalmente no ramodos biocombustveis, negcio que vem secolocando como extremamente atrativopara a companhia.

    Empresas de todo mundo esto semovimentando no sentido de adotar omanuseio dos biocombustveis por uma

    necessidade de mercado, explicou. Hojeo principal foco para o uso dos biocom-bustveis no tanto econmico, mas no-tadamente ambiental. Em alguns pases,como o caso da Coria, at estratgico,por haver uma dependncia exclusiva dopetrleo importado. So pases altamentedesenvolvidos, grandes consumidores decombustvel, que no produzem petrleoe se sentem um pouco incomodados comesta dependncia exclusiva de um produtoimportado e produzido em reas do globoque so muito suscetveis a problemas po-lticos, lembrou. Alm dos altos preos, ainsegurana no abastecimento de petrleoleva alguns pases a buscar o domnio dosbiocombustveis e o uso desses produtoscomo alternativa, pelo menos como com-plemento.

    Moreira contou que a Petrobras temsido procurada por pases de todo mundo,em especial da sia. Quando a empresadecidiu se tornar um grande exportador

    de lcool combustvel brasileiro, o foi e continua sendo nosso prin

    foco. Estudos conjuntos no sentidpermitir a adoo, no mais curto esde tempo possvel, da mistura de etagasolina no Japo vm sendo realitanto com estatais japonesas como iniciativa privada, revelou. Outros asiticos, vendo esta movimentaose aproximando da Petrobras em bde cooperao tcnica, de estudos, vdo mistura e o eventual fornecimno futuro. Ns temos nos colocadisposio e procurado desenvolveoperao, objetivando que a Petropossa ser fornecedora para esses paeventualmente, at estabelecer parcnesses lugares para a distribuio armazenagem e troca de sinergiasnos permitam maximizar a atuanegcio etanol.

    LogsticaAt h dois anos o Brasil era o m

    produtor de lcool do mundo. Re

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    24/6424 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    P ainel ii

    O Brasil tem grandedisponibilidade de terras para plantar cana e aumentar a produo de lcool, mas temalguma di culdade de escoar este lcool at os portos l u t H e r o w i n t e r m o r e i r a

    temente foi ultrapassado pelos EstadosUnidos, que produzem lcool de milho,que bem mais caro e, do ponto de vistaenergtico, bastante inferior ao lcool dacana-de-acar. A Petrobras est investin-do no aperfeioamento da sua logstica.Mesmo com uma produo bastante ex-

    pressiva, o Brasil ainda no est preparadopara ser o grande fornecedor de tantospases simultaneamente. Se hoje Japo eCoria resolverem implementar a misturae ainda os Estados Unidos estenderem amistura por todos os estados, o Brasil noteria como suprir a demanda por lcooltodos esses pases, afirmou Moreira. Porisso, a Petrobras est somando esforoscom a iniciativa privada com o objetivode aumentar o nmero de usinas, inves-tindo em novas fronteiras agrcolas paraproduzir mais lcool e garantir o abasteci-mento futuro. Alm disso, a empresa estespecialmente preocupada com a logsticanecessria para fazer esta produo chegar exportao. Estamos realizando estu-dos em diferentes regi es do Brasil paraaperfeioar essa logstica, pois o Brasiltem grande disponibilidade de terras paraplantar cana e aumentar a produo delcool, mas tem alguma dificuldade deescoar este lcool at os portos. A idia

    que possamos exportar de forma eficientee a mais barata possvel, completou.

    O principal projeto de logstica que aPetrobras est desenvolvendo a constru-o do alcoolduto que vai ligar o interiorde Gois ao porto de So Sebastio, noestado de So Paulo. A empresa j possuiuma rede de dutos que permite realizaro transporte do lcool da refinaria dePaulnia, que a maior do pas e ficaprxima a Campinas, at a refinaria deDuque de Caxias (RJ) e de l para o ter-minal martimo da Ilha Dgua, que ficano centro da Baa de Guanabara. L nstemos um grande terminal que j est atexportando o lcool da Petrobras, e nspretendemos interligar essa rede de dutoscom o interior do Brasil, onde se concen-tra a grande produo de lcool, como naregio de Ribeiro Preto e arredores, eonde se concentrar a grande produofutura de lcool: Tringulo Mineiro eestados de Gois, Mato Grosso e MatoGrosso do Sul, contou Moreira durantesua exposio. Ele afirmou que a produode etanol est se expandindo para essaregio por uma srie de facilidades comoterras mais baratas e fartas, alm de climae solo adequados.

    Este alcoolduto vai permitir que a

    Petrobras tenha uma capacidade de expor-tao de 8 bilh es de litros de lcool porano, usando as duas facilidades porturiasque possui: Ilha Dgua e So Sebastio,em So Paulo. Tambm est prevista umainterligao do alcooduto hidrovia Tiet-Paran, que j est em funcionamento eonde haver investimentos para um aper-feioamento que permitir transportarcargas do Mato Grosso do Sul e do interiorde So Paulo at prximo capital paulis-ta, transformando-a em um corredor deexportao de lcool. A produo descerdo interior pelo duto e pela hidrovia, pormeio de barcaas. O ponto terminal serligado refinaria de Paulnia por um braodo alcooduto, com aproximadamente 90km de extenso. Desta forma teremosuma integrao logstica, um sistemamuito eficiente de escoamento do lcoolproduzido no Centro-Sul do Brasil e emparte do Centro-Oeste, defendeu.

    Paralelamente a esses investimentos

    em logstica, a Petrobras tambm volve estudos para entrar na prode etanol, pois a empresa no prse tornar usineira ou fazendeira dNo entanto, no descarta a possibde ter parcerias com empresas doque j dominam este setor, e preconstituir sociedades para a constrnovas usinas dedicadas exportadiferentes regi es do Brasil. A pleva de usinas construdas a partiparcerias destinar sua produo Japo. Temos certeza de que a Cofinalizar os intensos estudos que vlizando, ser um consumidor desteque ser exportado por esta novatura logstica que est sendo projser construda pela Petrobras, cLuthero Winter Moreira.

    O ltimo expositor do Painel IMoon Jo, representante do escde advocacia Demarest & Almeidalmente composto por 29 scios advogados, com cerca de mil funcie escritrios em todo o Brasil, Nove que, em breve, ter um escritrrepresentao na sia. Moon Jo no e veio para o Brasil h 20 anodoutorado na USP, e agora trabalhaDemarest & Almeida, em Seul, e

    Rio de Janeiro especialmente parcipar do Seminrio. Ele est envolvum projeto de investimento ligadode bioenergia, realizado com os privado e pblico na Coria para ino investimento do mercado brasile

    Segundo Moon Jo, a Coria datualmente, a adoo dos biocombe a melhor forma de faz-lo. Para etem quatro elementos positivos emda questo: aumento da renda, prao meio ambiente, substituio denergia finita por uma renovvel e de energia para o pas. Ele explicohoje, 97% da energia consumida na importada. Em 2005, US$ 42 bforam gastos em importao de peIsto significa a totalidade de toda atao automobilstica e de semicondaquele pas no mesmo perodo. Ono coreano pretende chegar a 201pelo menos 7,9% desta energia subpela bioenergia, revelou.

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    P ainel ii

    Biodiesel e etanolA introduo do biodiesel na Coria

    do Sul comeou em 2002 com a adiode 20% gasolina. A experincia foi feitaem 73 postos durante dois anos, tempoobrigatrio para a aprovao do uso.Em outubro de 2004, uma lei passou a

    permitir a mistura de outras alternativas gasolina. Em julho de 2006 comearamos testes com DD5 e DD20. Moon Joexplicou que h muita poltica em tornodesta questo, envolvendo um complexoe acirrado jogo de interesses da inds-tria. No caso do etanol, h um interesseainda maior, por causa da composiode frotas na Coria. Em agosto de 2006comearam testes de etanol na praa.Espera-se que no segundo semestre de2008 todos os elementos envolvidos naquesto tenham sido decididos. A prin-cipal polmica atualmente at onde ircom a mistura. H uma discusso polticae na indstria para chegar a um valorentre 5% e 10%. Moon Jo explicou que,nesses casos, geralmente a Coria segueo exemplo do Japo, que surpreendeupermitindo que a mistura chegasse a10%. No caso da Coria tambm adotaros 10%, seria necessrio 1 bilho de litrosde etanol para abastecer o mercado local,demanda que poderia ser atendida pelacapacidade de produo da Petrobras.

    Os estudos econmicos preliminaressobre o biodiesel indicam que a produodomstica, feita a partir de qualquer fon-te, precisaria ter um custo inferior a US$0,59. Isso seria praticamente impossvel,a no ser que uma deciso poltica sejatomada no sentido de criar incentivosgovernamentais de financiamento daproduo. J em relao ao etanol, est

    definido que a importao do produtoacabado vivel economicamente, masno como produo local. E o Brasil onico pas que poder ultrapassar qual-quer desafio dos concorrentes em termosde preos internacionais. Isto quer dizerque a Coria est disposta a importar oproduto, o que pode comear a partir dosegundo semestre de 2008, ou primeirosemestre de 2009, garante o advogado.Moon Jo, porm, ainda espera que ogoverno coreano oferea algum tipo de

    30 anos de histriaFoi nos anos 70, ainda sob o regime militar, que o Brasil fez a opo d

    o etanol da cana-de-acar como combustvel instituindo o Pr-lcool. foi uma iniciativa isolada, impulsionada exclusivamente por motivos ecos, devido aos dois sucessivos choques do petrleo que afetaram a ebrasileira. A iniciativa tambm visava a promover o desenvolvimento agrcolas, estabelecendo o homem no campo e fomentando uma indspudesse crescer no interior do Brasil. A idia foi extremamente bem-sumais notadamente no estado de So Paulo, com incentivo plantaoe instalao de usinas. Apesar do sucesso, o Pr-lcool tambm tedesacertos, depois da euforia inicial, quando apresentou alguns probum certo declnio.

    Houve fases em que o lcool no foi produzido apenas para ser misgasolina, mas sim para abastecer uma frota criada pela indstria naciopassou a dedicar quase a totalidade da sua produo para carros exclus

    movidos a lcool. Esta proposta tambm entrou em declnio, por prointernos de mercado. A Petrobras vivenciou todo o processo desde o inpoca como empresa monopolista, com controle estrito do Estado bras

    A empresa foi um instrumento estatal para implementao do Pr-foi a responsvel por desenvolver todos os estudos tcnicos necessriosdo lcool, formulao da gasolina para receber esta mistura e ao funciodos motores. Toda a logstica de dutos que transportam derivados de petdirecionada para a implementao do lcool, bem como a logstica de disque permitisse abastecer um pas continental como o Brasil.

    Todo esse esforo e aparato fizeram com que a Petrobras aperfeioanologias que nenhuma outra empresa detm no mundo, muito menos edoras de petrleo. O Brasil , atualmente, o pas com maisexpertiseno apenasna produo de etanol, extrado a partir da cana, mas de muitos outros biocombustveis.

    Produtos que apresentaram crescimento na exportao:

    Principais fornecedores de produtos ao Brasil

    sia 22,6% Unio Europia 25,7% Amrica Latina

    TransportesProdutos metalrgicos

    PetrleoSojaMinriosQumicos

    CarnesMquinas e equipamentos

    Acar e lcoolPapel e celuloseCalados e couro

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    benefcio tributrio para que coreanospossam investir no exterior, tanto emproduo como em pesquisa.

    Moon Jo torce pela aprovao de umpercentual acima de 20% para o biodie-sel e mnimo de 10% para o etanol. Orepresentante da Demarest & Almeidaencerrou o Painel II sugerindo que aCoria possa inicialmente importar edepois seguir com uma parceria de pro-duo local. Pelo que o representante daPetrobras acaba de apresentar, parece quetemos um casamento promissor, disse.

    Moon Jo lembrou que a distncia fsicaentre Brasil e Coria um grande desafioa ser enfrentado. Altos funcionrios dogoverno coreano tiveram resistncias aintegrar a misso para o Chile por causada distncia, mas se houver uma nego-ciao com o Mercosul, por exemplo,eles poderiam se interessar em con-seguir bons resultados em bloco, poisisso amplia a possibilidade de parceriasbem-sucedidas, explicou. Ele disse queo empresrio coreano costuma questio-nar se no melhor ficar mais tempo naChina, Rssia, ndia ou mesmo no Vietn,pelo desgaste que viajar at o outro lado

    do mundo para fazer negcios.De qualquer forma, Moon Jo revelouque a China est chegando saturao eo Brasil uma grande oportunidade deinvestimentos para os empresrios core-anos, que precisam investir no exterior.A experincia de empresas coreanas noBrasil registra mais sucessos do que fra-cassos, contou. Para Moon Jo, o Brasil

    deve investir em sua imagem, ligrecursos naturais, e o caso de smais significativo parece ser o etaencerrou seu pronunciamento coconselho: para encurtar a distncie cultural, o Brasil deve parar de grande e agir pequeno. preciso em um caso de sucesso, pois o segue o sucesso rapidamente.

    Cidade novaHee Moon Jo aproveitou sua presena no Seminrio para trazer ao Brasil um conceito inovador: a Cid

    tem um pequeno territrio, com mais de 47 milh es de habitantes, extremamente concentrados nas cidadpalmente Seul. Por isso constante a preocupao com a qualidade de vida, que inclui melhoria das viascomunica es. Ao longo dos anos o governo coreano vem procurando vrias alternativas. H uma dcadpases como os Estados Unidos, foi desenvolvida a idia de criar ou reformar uma cidade ou bairro. Bcomprar o terreno e desenvolver toda a estrutura, com base em um planejamento. H duas alternativas: recidade ou bairro e criao de uma cidade satlite, ligada cidade central por meio de rpido sistema de t

    Em ambos os casos, preciso, primeiro, comprar o terreno, que sofrer terraplanagem e instalao de da tecnologia da informao. O planejamento total. Escolas, reas de lazer, comrcio e indstria so distribudos. O transporte subterrneo e areo garante o acesso rpido Cidade Central, sem perda de tfamentos. Para quem acha que esta uma cidade do futuro, Moon Jo garante que tudo isto ser realidparcerias pblico-privadas PPPs podem viabilizar essa construo rapidamente e o retorno vir por mfoi construdo. O projeto j foi vendido para a Monglia e o Vietn.

    Hee Moon Jo acredita na aplicao do mesmo conceito no Rio de Janeiro e em So Paulo, j que ambcom a grande concentrao de habitantes e ganhariam muito se pudessem planejar melhor sua infra-estrfacilidades tecnolgicas. Seria necessrio desapropriar entre 30km e 60 km, passar para parceiros privadouma cidade encomendada pela necessidade da prpria cidade, de acordo com o seu desenvolvimento. com o compromisso de comprar, por exemplo, os prdios pblicos, como escolas e hospitais, e a iniciato restante das constru es. O custo acabaria saindo muito mais baixo, j que a mais nova tecnologia dadisposio de todos. O desafio seria pensar em algo inovador para o transporte.

    Para encurtar a distncia fsica e cultural, o Brasil de pensar grande e agir pequeno. preciso investir em um pois o capital segue o sucesso rapidamente H e e m o o n Jo

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    P ainel iii

    O Painel III do Seminrio Bilateral de Comrcio Exte-rior e Investimentos Brasil Coria do Sul foi dedicados exporta es brasileiras de servios e produtos manu-faturados para a Coria. A principal questo abordadafoi a necessidade de se estabelecer acordos bilaterais quefacilitem as rela es comerciais entre os dois pases.O ex-embaixador Plenipotencirio do Brasil na Coriado Sul, Pedro Paulo Assumpo, presidiu o Painel III,

    Alternativas para o incrementodas relaes comerciaisBrasil precisa aproveitar as oportunidades mostradas pela

    A discusso do Painel III girou em torno das exportaes brasileiras de servios e produtos manufaturados para a Coria

    que contou, ainda, com os expositores Edsonni, Secretrio de Comrcio e Servios do Mdo Desenvolvimento, Indstria e Comrcio E- MDIC, e Jovelino Gomes Pires, Coordenadomara de Logstica da Associao de Comrciodo Brasil. O moderador foi o Diretor de Planee Desenvolvimento do Comrcio Exterior doFbio Martins Faria.

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    Pedro Paulo Assumpo abriu oPainel III contando um pouco desua experincia enquanto servia naembaixada do Brasil em Seul, de 2000 a2006. Segundo ele, muitos empresriosbrasileiros, em busca de uma opinio quelhes mostrasse a relevncia de adotar aCoria como um possvel parceiro decomrcio e de investimentos, pediam paraque ele resumisse o pas em uma frase.A Coria, para mim, o resultado deum processo de educao seguro, muitainovao tecnolgica e competitividadeem nvel internacional, dizia.

    Para o ex-embaixador, o fator maismarcante a competitividade, pois, se-gundo ele, nenhum processo produtivo seinicia naquele pas se no tiver esta carac-terstica. A razo simples: a base fsica domercado coreano no excede a populaodo estado de Pernambuco, que tem cercade 8 milh es de habitantes. Portanto, paraser competitivo e ter esta presena nomundo, a Coria no pode pensar exclu-sivamente no mercado interno. precisoproduzir desde o incio com a vocao parao mercado mundial.

    Assumpo afirmou que o comrcioentre Brasil e Coria ainda muito pe-queno, diante das potencialidades dos

    dois pases. Muito se fez, muito se estfazendo, muito mais se precisa fazer paraaumentar este comrcio, apontou. Esteaquecimento entre o comrcio Brasil-Coria, segundo ele, deveria abranger noapenas a rotina comercial, ou seja, a explo-rao dos produtos j existentes na pautade exportao de ambos os lados, massobretudo buscar idias novas, inclusiveno que diz respeito s formas de atuao.Edson Lupatini, Secretrio de Comrcioe Servios do MDIC, concorda: O Brasiltem um grande potencial para aumentar ointercmbio na rea de comrcio exteriorcom a Coria, afirmou. Lupatini revelouque, pela primeira vez na histria, a Se-cretaria de Comrcio e Servios do MDICest publicando uma balana comercialde servios. O Secretrio apresentouum esboo da publicao, que inclui asimporta es e exporta es para todos ospases, que tipo de servios ns exporta-mos e importamos, quais so as origens

    por estado desses servios e quais so asprincipais empresas exportadoras de todoeste setor tercirio.

    Assumpo lembrou, ainda, a exposiofeita no Painel II pelo advogado Hee Moon Jo, representante do escritrio de advo-cacia Demarest & Almeida, que defendeua necessidade de se estabelecer um foroentre os dois pases. uma idia extre-mamente atraente e creio que deveramosfazer alguma coisa para que pudssemoscongregar altos executivos de um pequenogrupo de empresas coreanas estabelecidasno Brasil, sugeriu. O inverso, no entanto,seria mais difcil, pois o Brasil teria quetrabalhar mais com representantes da reacomercial. Existem apenas duas empresasbrasileiras estabelecidas na Coria, atual-mente: a Companhia Vale do Rio Doce,recentemente instalada, e o Banco doBrasil, cujo escritrio j est autorizado,mas ainda no est funcionando.

    Assumpo sugeriu que o Brassasse seriamente na negociao instrumento comercial entre os doses, como um acordo de livre comPoderia ser um acordo Mercosul-mas possivelmente seria uma negcomplexa, em funo do estado emencontra o Mercosul. No caso doevoluir da posio aduaneira de houma rea de mais livre comrciocomplementariedade na rea instite poltica, poderia abrir caminho panegociao bilateral entre Brasil e argumentou. Ele descartou a possibde que um acordo Brasil-Coria cocom a Agenda de Doa, a grande arqra de negociao comercial mundiah tantos acordos bilaterais no mque se algum dia sair a grande arqucomercial todos esses acordos sertados e confluiro para esta arquitpreviu. Partindo deste pressupos

    A Coria, para mim, o resultado de um proceseducao seguro, muita inovao tecnolgica e compem nvel internacional Pe d r o Pa u l o a s s u m P o

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    P ainel iii

    pases que negociarem acordos bilateraisno tero perdido tempo no caminho.Pedro Paulo Assumpo citou o exemplodo Chile, primeiro pas a fazer um acordode livre comrcio com a Coria do Sul.Segundo ele, esta iniciativa fez com que

    o comrcio entre os dois pases se expan-disse de maneira extraordinria em poucomais de dois anos.

    Balana de serviosO secretrio Edson Lupatini trouxe, em

    sua exposio, os nmeros do intercmbiocomercial de servios com a Coria, queconsiderou bastante tmido. Durante oano de 2006, o Brasil exportou cerca deUS$ 18 bilh es em servios contra US$ 27bilh es em importa es. J o intercmbiocomercial com a Coria neste segmentono alcanou US$ 3,1 milh es. E isso dian-te de um aumento de 121% em relaoa 2005, quando as exporta es ficarampouco acima de US$ 1 milho. Em con-trapartida, o Brasil importou da Coria doSul, US$ 19 milh es. Esses nmeros estomuito aqum das nossas potencialidades.Podemos alavancar este comrcio e o es-tudo que fizemos mostrar onde podemosinvestir, analisou. Segundo Lupatini, o

    Brasil tem, na rea da indstria naval, umpotencial muito grande para fazer umtrabalho conjunto com a Coria do Sul.Sabemos que Coria, Cingapura, Japoe Vietn, por exemplo, tm pedidos quesomam cerca de 4 mil novos navios e h

    dificuldades em entregar essas encomen-das at 2012. Lupatini acredita que este um importante campo a ser explorado, j que o Brasil tem um grandeexpertisenesta rea, com engenheiros muito bemcapacitados, que trabalham com alta tec-nologia. Este fato j foi demonstrado aomercado internacional com a construode navios e plataformas de petrleo pelaindstria nacional.

    O secretrio tambm destacou a reade construo civil, sobretudo no segmen-to de projetos de engenharia. Isso j estacontecendo em grande escala na AmricaLatina e creio que podemos e devemoster a mesma relao comercial no que dizrespeito a servios, recomendou. EdsonLupatini lembrou que projetos na reade servios so interessantes, pois tm acaracterstica de arrastar outros servioscomplementares, gerando mais negcios.Quando se exporta um projeto de servi-os de engenharia, com ele vai junto toda

    O Brasil tem um grande potencial para aumentar o intercmbio na rea de comrcio exterior com a Coria e d s o n l u P a t i n i

    uma inteligncia produzida: o softcomplexo para fazer clculos estrude barragens, de um metr ou de embarcao; alm de servios mdcontbeis, administrativos e bancriocausa das divisas que entram e saepas, esclareceu. Alm disso, o secrlembrou que o pas ainda gera comde insumos como cimento, equipame veculos para fazer toda a logstgrandes obras. Por isso, ele acreditinvestir nesta rea contribuiria no apara uma maior insero internacimas principalmente seria estratgictrar neste grande mercado asitico.

    RadiografiaComo a Secretaria de Comrc

    Servios do MDIC tambm trabalho comrcio varejista, ela rene tod Juntas Comerciais do pas, permitraar um panorama das empresas cnas estabelecidas hoje no Brasil. SeLupatini, h empresas de todos os nramos e portes. O setor que maidestaca o de reparao de veculotomotores, em funo da importaveculos sul-coreanos. Hoje a comusul-coreana tem um contingente basexpressivo. So pessoas fsicas, em

    rios, sociedades de empresas jurdicS em So Paulo existem 3.100 pefsicas trabalhando na rea de prestaservios, disse. Para Edson Lupatininteressante que o Brasil tambm puconhecer a realidade da comunidadeleira na Coria e manter um canal dede informa es com o governo dapas. Lupatini disse que esses dadfundamentais para comear a traarelao dos servios brasileiros queressam Coria e vice-versa. Temgrande trabalho a fazer e tenho certeque estes dados podem, de alguma festimular uma maior aproximao endois pases, finalizou.

    Marca nacionalO Coordenador da Cmara de Log

    da Associao de Comrcio ExteriBrasil, Jovelino Gomes Pires, foi o convidado a falar no Painel III. Ele cou que a curva de desenvolviment

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    P ainel iii

    Creio que fundameninvestirmos em marcas franchising. O conceito churrascaria rodzio total

    nacional, e encanta todosestrangeiros, mas precisa t

    marca trabalhada Jo v e l i n o g o m e s P i r e s

    crescimento da Coria se parece com ado Brasil. Me lembrei do crescimento de8,6% que tnhamos na poca dos governosmilitares, as crises, e o desenvolvimentoque conquistamos nos ltimos anos. Paraele, a Coria deu um grande salto sobrea questo da pobreza e da guerra, parachegar onde est hoje: a terceira grandepotncia da sia, s perdendo para Japoe China. Gomes Pires concordou com osoutros palestrantes do Painel sobre o co-mrcio pobre que Brasil e Coria mantmhoje. Lupatini tem razo quando diz quea Coria pode ser nosso grande parceirona indstria naval. Eles so os melhoresprodutores, sabem fazer navios comoningum, e ns no temos uma frota sufi-ciente, j que fretamos navios de bandeirasestrangeiras. Se o Brasil aumentar signi-ficativamente exportao e importao,aumentaramos o volume de fretes, que um segmento de servios destacou. Elecontou que visitou o estaleiro de Hunday,que o maior do mundo, trabalha 24horas por dia e coloca um novo navio nomar a cada cinco dias. o estaleiro maiscompetitivo do mundo. Com este nvel deexpertisee de tecnologia, um excelenteparceiro para quem quer vender produtos

    e servios a preos competitivos, pois elestm uma demanda cada dia maior. A ques-to estudar onde podemos abastec-lose fechar a parceria, sugeriu.

    Para Gomes Pires, a realizao desteseminrio j um ponto de partida. Sotrabalhos como este que a Federao dasCmaras de Comrcio Exterior vem rea-lizando, com o apoio da Associao do Co-mrcio Exterior e de tantos parceiros, quenos permite iniciar as conversa es, coma importante presena de representantesdos governos brasileiro e coreano. Entreas idias de servios que o Brasil poderiaexportar, Jovelino Gomes Pires citou osetor de Comunicao. Deu o exemplobem-sucedido do Exporta Brasil, programarealizado pelos Correios, e ainda a vendade novelas brasileiras, que j fazem sucessoem muitos outros pases do mundo. Almdisso, creio que fundamental investirmosem marcas e franchising. O conceito dechurrascaria rodzio totalmente nacional,e encanta todos os estrangeiros, mas preci-sa ter sua marca trabalhada. Para GomesPires, a marca brasileira precisa ser forta-lecida para mostrar ao mundo que o Brasiltem coisas muito boas, como educao,cursos, palestras e seminrios a distncia,

    onde existe grandeexpertise.Poderamos, ainda, pensar em

    tos de cuidados ambientais, progrservios bancrios, talvez at cocom o BNDES para desenvolverprojetos na Coria, sugeriu. Ele dque empresas brasileiras na rea d j realizam exames e enviam o diagem japons, para o Japo, aproveitbaixo custo. O mesmo poderia separa a Coria, garante. Para ele, odeveria, tambm, investir no tursobretudo na Amaznia, Bahia e Janeiro, que j tm imagem internfixada de beleza natural, farta recesportes e programao cultural. elos entre as duas sociedades preciincentivados, finalizou.

    Lupatini, Assumpo e Gomes Pires falaram sobre as exportaes brasileiras de servios e produtos manufaturados.

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    3Seminrio Bilatera l de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    encerramento

    Coria do Sul: um dos pasesasiticos de maior potencial

    para parcerias com o BrasilParticipao dos palestrantes foi fundamental para o suceA Sesso Solene de Encerramentodo Seminrio Bilateral de ComrcioExterior e Investimentos Brasil-Coria do Sul teve frente o pre-sidente da Federao das Cmaras

    de Comrcio Exterior - FCCE, Joo Augusto de Souza Lima. Paraa sesso, ele chamou para compora mesa o Embaixador plenipoten-cirio da Coria do Sul no Brasil, Jong-Hwa Choe; o Diretor-Geral daKorea Trade-Investment PromotionAgency Kotra e Dong-HyungPark. O presidente da FCCE des-tacou a contribuio de todos osparticipantes do seminrio, dizendoacreditar que os objetivos previstosforam alcanados.

    Chegamos ao final deste seminriocom a certeza de que os nossos objeti-vos foram atingidos. Quero agradecer aequipe da Repblica da Coria, lideradapelo senhor Embaixador Choe e o apoioque ns tivemos de todos os membrosda embaixada e do consulado coreanospara a realizao deste evento. Dentre ospases asiticos, a Coria do Sul o queapresenta o maior potencial e possui todas

    as qualifica es necessrias para se tornarum dos principais parceiros comerciais doBrasil, afirmou.

    Souza Lima tambm fez agradecimen-tos participao dos palestrantes bra-sileiros que, segundo ele, abrilhantaramo seminrio com as suas exposi es. Porfim, ele convidou todos os presentes parao coquetel em homenagem ao embaixadorcoreano.

    Dentre os pases asiticosCoria do Sul o que apresmaior potencial e possui todquali caes necessrias para se

    tornar um dos principais parceiros comerciais do Br Jo o a u g u s t o d e s o u z a l i m a

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    32/6432 Seminrio Bilateral de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    cinema

    Pode parecer surpreendente para osbrasileiros que no acompanham deperto a stima arte, mas o cinemasul-coreano tem sido aclamado pelacrtica nacional e a internacional,e as produ es vm arrebatandovrios prmios na Europa. Atual-mente, a Coria do Sul um dos

    Cinema sul-coreanoem grande faseCoria do Sul investe na stima arte e ganha prmios int

    Casa Vazia ganhou o Leo de Prata por melhor direo no Festival de Veneza de 2004

    No incio da dcada de 90, inves-tidores privados comearam aaplicar recursos no cinema sul-

    coreano. A revitalizao econmica e asrpidas transforma es urbanas em Seulcontriburam para atrair o pblico para assalas de exibio. Com o tempo, as boasuniversidades passaram a oferecer cursosde cinema e o governo tem colaboradocom incentivos produo audiovisual ecom apoio a empresas de tecnologia. Noentanto, os estdios que apostaram nas

    poucos pases do mundo onde ocinema nacional mais visto do queo americano. Este o resultado deexpressivos investimentos privadosnas produ es, aliado a uma nova ebrilhante gerao de diretores quetem realizado filmes de todos osgneros.

    superprodu es com estilo hollywoodianofecharam suas portas ou tiveram que seadaptar. que, junto com a nova indstriacinematogrfica local, surgiu uma nova ge-rao de diretores que conseguiu captar aalma do pblico coreano e criar uma marcabem caracterstica: a mistura de gneros.Isso quer dizer que em um filme de aohaver drama, comdia e algum suspense.O espectador vai assistir a uma histriaque desperta vrias emo es diferentesno mesmo filme.

    A superproduo Shiri filmbido no Brasil sob o ttulo de Terrorista (1999) marcou o incinova fase, resultado de uma Corascenso cultural e econmica. Ode ao, dirigido por Kang Je-gyuas bilheterias de Matrix e Titamercado local e est na lista dos 3mais vistos na histria do pas. Atuo cinema da Coria do Sul sobresua bilheteria interna. O circuito ocupado por uma mdia de 60% ddu es nacionais e pelo menos a dos ttulos na lista dos Top 10 coA maior parte dos filmes exibidos tambm nacional.

    Sucessos de bilheteriaEm 2004 o mundo percebeu a

    do cinema sul-coreano, quando o adssimo Oldboy, de Park Changanhou prmio especial do jri no

    val de Cannes. Chan-wook, de 43transformou-se no mais famoso dgerao de diretores coreanos. Elea trilogia Oldboy, Sr. VinganaVingana, que estreou no Brasil rmente. Oldboy gerou polmicaque o sul-coreano Cho Seung-humatou 32 pessoas na Universidadeginia Tech, em abril deste ano dque o filme foi uma de suas inspPolmicas parte, Oldboy viocheio de ao, mas , tambm, recde cenas de amor, sexo, humor, irmesmo plasticidade e virtuosismo

    Outro grande sucesso que encaEuropa foi Casa Vazia, de Kim que ganhou o Leo de Prata por mdireo no Festival de Veneza de melhor filme de toda a mostra, pconferido pelo jri internacional dcos da FIPRESCI, a federao mucategoria. O filme conta a histria jovem sem rumo, que entra nas c

    D i v u

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    s i o n

  • 8/14/2019 2007-07-09 Revista Coreia Do Sul

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    3Seminrio Bilatera l de Comrcio Exterior e Investimentos Br a s i l Coria do Sul

    cinema

    estranhos e mora nelas enquanto os donosesto fora. Para pagar a hospedagem, elelava as roupas dos donos, faz a limpeza eexecuta pequenos consertos nas casas.Tudo muda, porm, quando ele invadeuma manso em que o dono est viajando,mas sua bela esposa no. Para escapar docasamento infeliz e da vida vazia, ela seune ao rapaz e, sem trocar uma palavra, adupla passa a invadir outras casas.

    O diretor, de 46 anos, utiliza poucosdilogos, que poderiam mesmo ser supri-midos, j que ele consegue captar, atravsdas imagens, as sensa es dos personagens.O filme mostra um tipo de marginalida-de urbana, encarnada em personagensinadaptados socialmente, solitrios esigilosos. Mesmo assim, o pblico assistea uma histria de amor romntica quasesurreal.

    O maior sucesso de bilheteria do ano de2006 foi o triste, engraado e assustadorO hospedeiro, de Bong Joon-ho, que jchegou ao Brasil. Com um roteiro bemamarrado, efeitos especiais de qualidadee uma boa histria contada com ritmo efrescor o filme levou 27% da populaos salas de cinema, mobilizando 13 milh esde espectadores s na Coria do Sul. Parase ter uma idia, o ltimo grande sucessonacional de bilheteria no Brasil, 2 Filhosde Francisco foi visto por 6 milh es debrasileiros, ou 3,15% da populao.

    Cinema vipA excelente fase do cinema sul-coreano

    mudou, tambm, o conceito de algumassalas de projeo do pas. So ambientespequenos, com poltronas mais confortveise amplas, com servios de bebida e comida.

    Alguns so voltados para famlias e que querem privacidade, e atendem apessoas por sesso. O grupo aluga aescolhe o filme, que pode ser antigo oem cartaz no momento. Tudo pode resdo pela Internet. O programa, no entcusta caro: US$ 240 por grupo (ou Upor pessoa). Na parte nobre da capiCinema Charlotte atende um grupo mat 34 clientes por sesso. Mas o vamesmo: US$ 25 durante a semana e30 nos finais de semana, por filme.

    A abertura de salas desse tipo foconseqncia natural diante do expraumento da produo de filmes sureanos. O sucesso de pblico tamincentivou a construo de salas de o de grande capacidade, como umcomporta 500 espectadores e consida 12 maior do mundo.

    D i v u

    l g a o P a n d o r a F i l m e s

    Pelo menos 13 milhes de sul-coreanos assistiram ao flme O hospedeiro, maior sucesso de bilheteria no ano passado, exemplo de mistura de gneros

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    investimentos

    Acordos bilaterais so umcaminho natural para aquecer o

    comrcio entre os dois pases Abertura comer