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20 DE JUNHO/2013 Mais protestos contra a surdez Os governantes recuam. Têm medo da turba. E inventam frases feitas mal balbuciadas. Alguns engasgam como Dilma. Outros se fecham no casulo podre do poder e se recusam a ouvir a voz das ruas. Nossos políticos experimentam um veneno desconhecido, mas bem vindo. Os protestos se multiplicaram mais do que a capacidade de reação dos políticos. Embora nossos desgovernantes, com muito medo, tenham baixado o valor das tarifas de transporte, ainda há mais a fazer e a protestar também. A gurizada a qual não dávamos valor algum, chamando-a de alienada, de marionetes da internet, acordou e botou seu bloco na rua e gostaram de fazer isso. E nós gostamos mais ainda. Nunca antes na história deste país, de 80 para cá, o PT ficou acuado, a UNE ficou boquiaberta (e continua inerte), pois mamando nas tetas das verbas, fica difícil cuspir no prato enorme que come. Fizeram manifestação em frente à casa de Lula. Ora, que audácia, o mais maior de todos sendo achincalhado? A gurizada perdeu a noção do perigo? Não restam dúvidas quanto a realidade dos fatos. O país acordou apenas na parte jovem. Há muito, mas muito mais a ser feito. Nestes episódios protestativos (Ah, Odorico), viu-se um povo desconhecido, mas ávido de liberdade e de honestidade. Pela primeira vez, em décadas, os corruptos botaram as barbas de molho, mas já vislumbram novas falcatruas, basta a poeira baixar. É por isso que os protestos devem continuar. Nossos partidos, associações e sindicatos levaram um baile dos jovens. Mas ainda é tempo e somar. Tirando a OAB, cujos advogados são os maiores beneficiados por defender bandidos, as demais associações serão sempre bem vindas. A lamentar e bastante, as depredações, ataques e agressões dos vândalos, mas esses a vida pega na esquina. Também lamentamos

20 DE JUNHO/2013...Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia na região do Estádio do Castelão, em Fortaleza, antes da segunda partida do Brasil na competição

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Page 1: 20 DE JUNHO/2013...Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia na região do Estádio do Castelão, em Fortaleza, antes da segunda partida do Brasil na competição

20 DE JUNHO/2013 Mais protestos contra a surdez Os governantes recuam. Têm medo da turba. E inventam frases feitas mal balbuciadas. Alguns engasgam como Dilma. Outros se fecham no casulo podre do poder e se recusam a ouvir a voz das ruas. Nossos políticos experimentam um veneno desconhecido, mas bem vindo.

Os protestos se multiplicaram mais do que a capacidade de reação dos políticos. Embora nossos desgovernantes, com muito medo, tenham baixado o valor das tarifas de transporte, ainda há mais a fazer e a protestar também. A gurizada a qual não dávamos valor algum, chamando-a de alienada, de marionetes da internet, acordou e botou seu bloco na rua e gostaram de fazer isso. E nós gostamos mais ainda. “Nunca antes na história deste país”, de 80 para cá, o PT ficou acuado, a UNE ficou boquiaberta (e continua inerte), pois mamando nas tetas das verbas, fica difícil cuspir no prato enorme que come. Fizeram manifestação em frente à casa de Lula. Ora, que audácia, o mais maior de todos sendo achincalhado? A gurizada perdeu a noção do perigo? Não restam dúvidas quanto a realidade dos fatos. O país acordou apenas na parte jovem. Há muito, mas muito mais a ser feito. Nestes episódios protestativos (Ah, Odorico), viu-se um povo desconhecido, mas ávido de liberdade e de honestidade. Pela primeira vez, em décadas, os corruptos botaram as barbas de molho, mas já vislumbram novas falcatruas, basta a poeira baixar. É por isso que os protestos devem continuar. Nossos partidos, associações e sindicatos levaram um baile dos jovens. Mas ainda é tempo e somar. Tirando a OAB, cujos advogados são os maiores beneficiados por defender bandidos, as demais associações serão sempre bem vindas. A lamentar e bastante, as depredações, ataques e agressões dos vândalos, mas esses a vida pega na esquina. Também lamentamos

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a presença da direita nas manifestações e disseminação de mensagens pela internet. O PSDB está apoiando financeiramente muitos jovens em muitas cidades. Fora os percalços de sempre, o Brasil começa a acordar. Esperamos que definitivamente. (FONTE: LUIZ FONTELLE - UOLBLOGSGFERA)

Mais de um milhão deve ir às ruas hoje em 80 cidades Protestos acontecem em 17 capitais; convocação é feita nas redes sociais

Manifestação contra o aumento da passagem de ônibus realizada na Praça da Sé ELIÁRIA ANDRADE /

Mesmo depois que São Paulo e Rio suspenderam os reajustes nas tarifas do transporte coletivo, mais de um milhão de pessoas se comprometeram, por meio das redes sociais, a comparecer aos protestos convocados para hoje em pelo menos 80 cidades do país, 17 delas capitais. Além das cidades grandes, as manifestações devem paralisar, ainda, municípios de médio porte. Em um esforço para frear atos de vandalismo — inclusive os saques — os próprios organizadores reforçam, na rede, o caráter pacífico das passeatas. A reivindicação pelo cancelamento do reajuste das passagens de ônibus já está adaptada à realidade peculiar a cada cidade. As demandas variam entre exigência por mais segurança até construção de barragens. Enquetes checavam os principais pedidos. As pesquisas eram feitas também para sugerir roupas e palavras de ordem. Além do Rio, em Salvador os protestos vão ocorrer em meio aos jogos da Copa das Confederações.

Manifestações simultâneas No Rio, 231 mil pessoas haviam confirmado presença pelo Facebook, até a noite de ontem. Em São Paulo, os confirmados chegavam a 153 mil. São os dois maiores atos, com base na movimentação virtual. Em

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seguida, aparecem Recife (97 mil) e Campinas (66 mil). Ao todo, 12 milhões de convites haviam sido distribuídos pelo Facebook — muitos recebem mais de um convite ou não são da cidade onde haverá o ato. (FONTE: JULIANA CASTRO, FÁBIO VASCONCELOS E THIAGO HERDY - O GLOBO)

Protestos em fortaleza

Foto: Vanderlei Almeida Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia na região do Estádio do Castelão, em Fortaleza, antes da segunda partida do Brasil na competição. Durante 20 minutos, houve um clima de tensão em uma barreira policial ao redor do estádio. Quando um grupo tentou passar pela polícia, os PMs reagiram com gás lacrimogêneo e bala de borracha. Manifestantes, jornalistas e até um menino de aproximadamente 5 anos sofreram com os efeitos das bombas.

Protestos em BH

Pelo menos 50 policiais militares foram acionados para fazer um bloqueio, na orla da Lagoa da Pampulha, entre a Igreja de São Francisco de Assis e o Estádio do Mineirão, no dia do jogo entre Nigéria e Taiti. Cerca de 300 manifestantes, entre professores da rede estadual, policiais civis e estudantes, tentavam chegar ao estádio, mas foram impedidos pela polícia. As categorias desobedecem uma decisão judicial que proibiu durante o período de Copa das Confederações qualquer manifestação em vias próximas ao acesso ao Mineirão.

Protestos no RJ

Tia

Lurdes

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Um grupo de aproximadamente 3 mil pessoas protestou no entorno do Estádio do Maracanã, um pouco antes da partida entre Itália e México, pelo Grupo B da Copa das Confederações. Com ânimos exaltados, manifestantes e PMS entraram em confronto no viaduto Oduvaldo Cozzi e a polícia disparou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. Profissionais da imprensa que acompanhavam a chegada dos torcedores inalaram o gás e a estação São Cristóvão do metrô chegou a ser fechada.

Protestos em Brasília

Pelo menos 24 pessoas foram detidas neste sábado após um protesto em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, palco do jogo de abertura da Copa das Confederações, entre Brasil e Japão, do dia 15 de junho. Segundo os próprios manifestantes, a cavalaria da Polícia Militar acuou o grupo em uma "emboscada" com a tropa de choque. O grupo protestava contra o uso de dinheiro público em obras para a Copa do Mundo

MPL nega ser o responsável pela queda da tarifa: "foi o povo" MA: com 15 mil, protesto hostiliza Sarney e tem depredação da prefeitura Artistas colocam heróis de quadrinhos em manifestações de SP

18 de junho - Policiais apenas observaram o ato pacífico de milhares de manifestantes que foram às ruas nesta terça-feira - Foto: Fernando Borges / Terra O Movimento Passe Livre (MPL), que tem organizado os atos de protesto na cidade de São Paulo contra o aumento da tarifa no transporte público, afirmou na madrugada desta quinta-feira, por meio de nota, que a “cidade não esquecerá o que viveu nas últimas semanas” e que a “intransigência dos governantes teve de ceder às ruas tomadas, às barricadas e à revolta da população”. Na tarde dessa quarta-feira, o governador de São Paulo,

Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram a redução dos preços das tarifas de ônibus, metrô e trens metropolitanos. As tarifas, que haviam sido reajustadas no último

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dia 2 de junho, de R$ 3 para R$ 3,20, voltam para os valores anteriores na próxima segunda-feira. O preço da integração também retorna para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5,00. O MPL nega ter sido o responsável pela queda no valor da tarifa, nem nenhuma organização, e sim “o povo”, que “constrói e faz a cidade funcionar a cada dia”. “A derrubada do aumento é um passo importante para a retomada e a transformação dessa cidade pelos de baixo”, diz a nota. Segundo o MPL, o movimento continua rumo a um transporte público sem tarifa, onde as decisões seriam tomadas pelos usuários, e não por políticos e empresários. “Se antes eles diziam que baixar a passagem era impossível, a revolta do povo provou que não é. Se agora eles dizem que a tarifa zero é impossível, nossa luta provará que eles estão errados”, afirma o comunicado. O protesto que já havia sido marcado para esta quinta-feira em São Paulo foi mantido – agora, no entanto, o objetivo é comemorar a vitória popular. “Sairemos às ruas em solidariedade às lutas das demais cidades do País e em apoio a todos os companheiros presos, detidos e processados durante os atos contra o aumento, contra a criminalização do movimento”, completou o MPL. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), também anunciou nessa quarta-feira a revogação do reajuste da tarifa do ônibus na cidade. Assim, a passagem, que havia sido elevada a R$ 2,95 no início de junho, retornou ao patamar de R$ 2,75. Cenas de guerra nos protestos em SP A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos. Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro. O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos. As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina. As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

SP: manifestantes protestam em frente a casa de Lula em São Bernardo Os manifestantes portavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra Lula

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Segundo a PM, por volta das 22h30, os manifestantes seguiam com o protesto e ocupavam as duas pistas da Anchieta no quilômetro 18 Foto: Rocha Lobo / Futura Press Centenas de manifestantes que protestam nas ruas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na noite desta quarta-feira, fizeram um ato em frente ao prédio onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um apartamento. De acordo com a Polícia Militar, o protesto foi pacífico. (FONTE: TERRA)

Sem ajuda federal, Haddad recua e sofre derrota política Menos de seis horas após declarar que revogar o aumento da tarifa de ônibus poderia ser uma "decisão de caráter populista", o prefeito Fernando Haddad (PT) se viu obrigado a recuar. Desgastado nas ruas e encurralado pelo próprio partido, anunciou ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que o preço da passagem voltaria aos antigos R$ 3 no início da noite de ontem. Foi sua primeira grande derrota política no comando da cidade. Segundo dirigentes do PT, Haddad sai do episódio desgastado com o eleitorado, com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, fiador de sua eleição. No PSDB, o recuo de Alckmin também desagradou. Tucanos dizem que, ao diminuir a tarifa, ele passa a imagem de que faltou planejamento ou vontade política para segurar o reajuste anteriormente. Às 11h30, na primeira entrevista do dia, Haddad disse que revogar o aumento afetaria investimentos da prefeitura e só traria benefícios de curto prazo. "A coisa mais fácil do mundo é agradar no curto prazo, tomar uma decisão de caráter populista sem explicar para a sociedade as implicações." Às 18h, quando posou ao lado de Alckmin para decretar o fim do aumento visivelmente contrariado, mudou o discurso. "É um gesto de aproximação, de manutenção do espírito de democracia, de convívio pacífico." Sexto protesto contra o aumento das tarifas

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Entre a primeira e a última fala, a crise política que engolira prefeito e governador desde o início dos protestos chegara ao ápice para o petista. Desde a semana passada, Haddad é pressionado por dirigentes do PT a revogar o aumento. A pressão se agravou na tarde de terça, quando se encontrou com Dilma e Lula.

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Segundo petistas, a reunião foi tensa. Lula e Dilma teriam dito a Haddad que, diante do desgaste político imposto a ele --e ao partido--, o melhor seria recuar. O prefeito então teria argumentado que, se arcasse com o prejuízo da revogação, sua capacidade de investimento iria despencar. Em resposta, a presidente deixou implícito que já havia feito o que podia para ajudar. Ontem, o embate com o PT e o Planalto se agravou. Pela manhã, Haddad voltou a dizer que a única possibilidade de reduzir tarifa sem cortar investimento seria com o projeto de desoneração do diesel para o transporte público. A resposta veio poucas horas depois. À tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou a imprensa para dizer que o governo federal não tinha mais "condições de fazer novas reduções". Sem apoio de dirigentes do PT, e com as rusgas com a presidente expostas, Haddad foi obrigado a recuar. Telefonou para Alckmin por volta das 16h e seguiu para o Palácio dos Bandeirantes. Às 18h, os dois anunciaram a revogação do aumento para passagens de ônibus, trens e metrô. A estratégia também foi criticada por petistas. Para eles, Haddad tentou dividir o desgaste com o tucano, mas acabou passando uma imagem de submissão a Alckmin.

TUCANOS Entre os tucanos, também houve críticas a Alckmin. Uma ala do PSDB diz que ele passa a imagem de que ficou "refém" dos protestos e, ao recuar, abre precedente perigoso a um ano das eleições. Para esse grupo, a partir de agora, sempre que for obrigado a tomar uma medida impopular, Alckmin será "chantageado" por protestos. Há ainda críticas à justificativa de que o dinheiro para cobrir a redução da tarifa sairá do caixa de investimentos.

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Alckmin teria dado munição a quem engrossou os protestos exigindo melhorias no sistema de transporte. "Mudança estrutural se faz com investimento. Ele cai em contradição", diz um dirigente. A atuação do governador na área da segurança também sai desgastada. Nas ruas, a PM foi criticada num primeiro momento pela truculência e, depois, acusada de ser omissa ao demorar para conter a onda de saques. (FONTE: FOLHA PRESS)

SP e Rio revogam alta nas passagens Em anúncio conjunto, governantes assumem “grande sacrifício” para atender ao pedido dos manifestantes. Atos marcados para hoje vão festejar vitória Após 14 dias de protesto nas ruas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e os prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), cederam à pressão popular e anunciaram a revogação do aumento de tarifas de ônibus, trens e metrô, que entraram em vigor no início do mês, seguindo o exemplo de outras capitais que reduziram o preço da passagem ainda na terça-feira. Na capital paulista, a tarifa – atualmente em R$ 3,20 – voltará a R$ 3 na próxima segunda-feira. No Rio, a passagem dos ônibus voltará a custar R$ 2,75 (R$ 0,20 a menos).

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, ao lado do prefeito paulistano Fernando Haddad

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Apesar dos anúncios da redução, os líderes do Movimento Passe Livre (MPL) mantiveram os atos previsto para hoje nas duas cidades, mas destacaram que o protesto deverá ser pacífico e de celebração. Considerando ainda diversas motivações – do combate à corrupção até as queixas quanto ao uso de dinheiro público em estádios da Copa –, haverá manifestações em pelo menos dez capitais (incluindo Curitiba) e Brasília. Ontem à noite, um grupo com cerca de mil pessoas festejou a decisão na Avenida Paulista, em São Paulo. “A única forma de se transformar a realidade é com as pessoas se mobilizando e saindo às ruas para lutar. O que tivemos hoje [ontem] foi uma vitória popular. A gente se organizou, saiu as ruas e, sem baixar a cabeça para nenhum governante, nenhuma empresa, nenhum político, o povo por si só, com sua força, conseguiu baixar o preço da passagem. Se o povo conseguiu isso, consegue muito mais”, disse o estudante Caio Martins, de 19 anos, integrante do MPL. Justificativas Em coletiva, Alckmin alegou que a decisão de reduzir a tarifa serviu para que os “temas legitimamente levantados pudessem ser debatidos com tranquilidade”, mas alertou que haverá um “sacrifício grande” para São Paulo. “Vamos ter de cortar investimentos.” Já Haddad também falou na necessidade de sacrificar investimentos e disse que se trata de “um gesto de aproximação, de abertura, de entendimento, de manutenção do espírito de democracia, do convívio pacífico”. Seis horas antes, ao fazer um balanço dos prejuízos causados à prefeitura durante a tentativa de invasão de terça-feira, Haddad havia dito que baixar a tarifa naquele momento seria um ato “populista”. Bastidores Pressionado por Dilma e Lula, Haddad se viu obrigado a assumir ônus O prefeito Fernando Haddad resistiu até o último minuto a bancar com recursos municipais a redução da tarifa de ônibus para R$ 3,00 porque queria que o governo federal promovesse nova desoneração fiscal. A presidente Dilma Rousseff, porém, não concordou com a nova ajuda, forçando Haddad a reduzir o preço por conta própria. As declarações do prefeito, de dirigentes do PT e de ministros, ao longo do dia, expuseram as divergências entre Haddad e o Planalto. Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionaram o prefeito, em conversa na terça-feira à noite, a recuar no preço da tarifa do transporte coletivo, na tentativa de conter a forte onda de protestos nas ruas. A preocupação é com o impacto das manifestações na imagem de Dilma, candidata à reeleição, e de governantes do PT, num momento de escalada da inflação, juros altos e baixo crescimento. Segundo a reportagem apurou, a presidente e seu padrinho político disseram a Haddad que era preciso voltar atrás e fazer um recuo tático para dar tempo de construir uma solução mais à frente. Haddad respondeu que não tinha de onde tirar o dinheiro, a menos que cortasse investimentos programados para a cidade. Foi combinado então que a revogação do reajuste seria anunciada somente na sexta-feira. A antecipação foi uma consequência direta dos efeitos do protesto de terça-feira. Haddad não esperava que parte dos protestantes protagonizassem uma tentativa de invasão ao prédio da prefeitura, que abriu caminho para uma onda de violência e saques no entorno de seu gabinete, e com transmissão ao vivo pela tevê. (FONTE: GAZETA DO POVO – AGÊNCIA ESTADO)

Projeto que prevê isenção de IR sobre 13º é aprovado em comissão do Senado Assunto deverá ainda ser aprovado nos plenários da Câmara e do Senado antes de seguir para a presidência Um projeto de lei que prevê isenção do pagamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sobre o 13º salário foi aprovado na quarta-feira pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), de acordo com informações da assessoria de imprensa do Senado. A proposta é de autoria do senador Lobão Filho (PMDB-MA) e agora segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Posteriormente, o assunto deverá ainda ser aprovado nos plenários da Câmara e do Senado antes de seguir para a presidência. Segundo a agência, o senador Lobão Filho afirmou que há distorções na lei que trata do IR e que a incidência do tributo é feita na fonte com aplicação das mesmas alíquotas da tabela progressiva, o que não permite que o décimo terceiro salário receba os mesmos abatimentos e deduções. Dessa maneira, a cobrança no 13º ocorre com o uso de alíquotas mais altas e o governo acaba recebendo mais do trabalhador. Conforme o senador Jayme Campos (DEM-MT), a estimativa de renúncia fiscal em 2013, com a aprovação do projeto, seria de R$ 7,5 bilhões, R$ 8,2 bilhões, em 2014, e R$ 9 bilhões, em 2015, dinheiro que poderia ser utilizado para ampliar as vendas do comércio. (TERRA)

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Servidores querem antecipar para próximo ano o reajuste previsto para 2015 Com o aumento do custo de vida, os funcionários públicos pedem que a última parcela de correção, prevista para 2015, seja paga em 2014

No ano passado, o Executivo enfrentou uma forte campanha salarial, com protestos e paralisações de meses

Não bastasse o aumento do custo de vida ter arranhado a popularidade da presidente Dilma Rousseff, a chefe do Executivo deve começar a enfrentar pressões por causa da alta dos preços dentro da própria administração. Com a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a 6,5% — o teto da meta estabelecida pelo governo — em maio, no acumulado de 12 meses, os servidores públicos federais começaram a se mobilizar pelas campanhas salariais. Alegando corrosão do poder de compra, as lideranças sindicais reivindicam que o Palácio do Planalto se sensibilize e antecipe os 5% de 2015 para 2014. “A gente se pauta na realidade. O poder aquisitivo caiu, isso é básico. Termos assinado um acordo (de reajuste de 15,8%, dividido em 5% ao ano, entre 2013 e 2015) empurrado goela abaixo não muda o fato de que campanha salarial se faz todo ano. Pagamento em parcelas é um disparate. Nossa intenção é, sim, antecipar a última parte para 2014 e entrar em nova negociação em 2015”, explicou Daro Piffer, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). No ano passado, o governo enfrentou uma forte onda de greves de diversas categorias em busca de correções salariais. Houve órgãos que tiveram as atividades reduzidas por mais de dois meses. Piffer argumentou também que, para os servidores, o governo tenta confundir a sociedade com o discurso do corte de gastos com pessoal atrelado à pequena expansão da economia. “Crescimento não tem a ver com reajuste salarial. Quando robusto, o lado bom é que ele possibilita distribuição de renda”, reforçou Piffer. No fim maio, conta, um grupo de servidores das carreiras típicas de Estado protocolou, no Ministério do Planejamento, um documento com um projeto de valorização do servidor. Mas não recebeu resposta. (FONTE: VERA BATISTA – CORREIO BRAZILIENSE)