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PUBLICAÇÕES INTERAMERICANAS Pacific Press Publishing Association Mountain View , Califórnia EE . UU . do N.A . -------------------------------------------------------------------- VERSÃO ESPANHOLA Tradutor Chefe: Victor E. AMPUERO MATTA Tradutora Associada: NANCY W. DO VYHMEISTER Redatores: Sergio V. COLLINS Fernando CHAIJ TULIO N. PEVERINI LEÃO GAMBETTA Juan J. SUÁREZ Reeditado por: Ministério JesusVoltara http://www.jesusvoltara.com.br Igreja Adventista dou Sétimo Dia --------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------- Primeira Epístola do Apóstolo São Pablo aos TESALONICENSES INTRODUÇÃO 1. Título. Nos manuscritos gregos mais antigos o título desta epístola é simplesmente, Prós Thessalonikéis A ("A [os] Tesalonicenses I"). O título mais largo, "Primeira Epístola do apóstolo São Pablo aos Tesalonicenses " (RVR ), é um desenvolvimento posterior. 2. Autor. A epístola dá a entender que provém do Pablo, Silvano ( Silas ) e Timoteo (cap . 1: 1); entretanto, basicamente é obra do Pablo (cap . 3: 1-2, 6-7; 5: 27). Está incluída entre as cartas do Pablo na lista mais antiga de livros do NT: o Canon do Muratori (170 d. C.). Os antigos escritores eclesiásticos -Ireneo (C. 130-c. 202), Clemente da Alejandría (M. C. 220) e Tertuliano (C. 160-c. 240)- consideravam que Pablo era seu autor. A personalidade e o estilo do apóstolo Pablo saturam toda a epístola, pois através dela se manifestam o amor por seus conversos e a preocupação do apóstolo por seu bem-estar espiritual. A ênfase que fica nas grandes virtudes espirituais da fé, o amor e a esperança, é claramente paulino (cf . 1 Cor . 13: 13). Os eruditos pelo general concordam em que Pablo foi o autor da epístola. A respeito da data quando se escreveu, ver T. VI, pp . 105-106. 3. Marco histórico. Tesalónica era uma cidade importante, capital da segunda divisão de Macedônia (ver com . Hech . 17: 1). Estava situada no extremo norte do

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PUBLICAÇÕES INTERAMERICANASPacific Press Publishing AssociationMountain View, CalifórniaEE. UU. do N.A. --------------------------------------------------------------------

VERSÃO ESPANHOLATradutor Chefe: Victor E. AMPUERO MATTATradutora Associada: NANCY W. DO VYHMEISTERRedatores: Sergio V. COLLINS

Fernando CHAIJ TULIO N. PEVERINI

LEÃO GAMBETTA Juan J. SUÁREZ

Reeditado por: Ministério JesusVoltara http://www.jesusvoltara.com.br

Igreja Adventista dou Sétimo Dia

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Primeira Epístola do Apóstolo São Pablo aos TESALONICENSES

INTRODUÇÃO

1. Título.

Nos manuscritos gregos mais antigos o título desta epístola ésimplesmente, Prós Thessalonikéis A ("A [os] Tesalonicenses I"). O títulomais largo, "Primeira Epístola do apóstolo São Pablo aos Tesalonicenses" (RVR),é um desenvolvimento posterior.

2. Autor.

A epístola dá a entender que provém do Pablo, Silvano (Silas) e Timoteo(cap. 1: 1); entretanto, basicamente é obra do Pablo (cap. 3: 1-2, 6-7; 5:27). Está incluída entre as cartas do Pablo na lista mais antiga de livrosdo NT: o Canon do Muratori (170 d. C.). Os antigos escritores eclesiásticos-Ireneo (C. 130-c. 202), Clemente da Alejandría (M. C. 220) e Tertuliano (C.160-c. 240)- consideravam que Pablo era seu autor. A personalidade e o estilodo apóstolo Pablo saturam toda a epístola, pois através dela semanifestam o amor por seus conversos e a preocupação do apóstolo por seubem-estar espiritual. A ênfase que fica nas grandes virtudesespirituais da fé, o amor e a esperança, é claramente paulino (cf. 1Cor. 13: 13). Os eruditos pelo general concordam em que Pablo foi o autorda epístola. A respeito da data quando se escreveu, ver T. VI, pp. 105-106.

3. Marco histórico.

Tesalónica era uma cidade importante, capital da segunda divisão deMacedônia (ver com. Hech. 17: 1). Estava situada no extremo norte do

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golfo Termaico, chamado agora golfo da Salónica. Por essa cidade passava a "ViaIgnaciana", que unia o Oriente com Roma. A situação geográfica favorável eo excelente porto da Tesalónica se combinavam para fazer dela um centrocomercial de grande importância. Possivelmente por esta razão ali vivia uma grandecoletividade judia e havia uma sinagoga (Hech. 17: 1). A cidade, que agora sedenomina Salónica, é um dos centros comerciais mais importantes do norteda Grécia. Além disso, é de interesse arqueológico, pois o arco triunfal sob oqual passava a antiga Via Egnatia ainda se encontra em pé como um recordativoda glória e do poder da antiga Roma.

Pablo esteve na Tesalónica pela primeira vez durante sua segunda viagem,imediatamente depois de ter saído do Filipos (Hech. 16: 40; 17: 1). Comoo método de evangelismo do apóstolo era pregar primeiro nas cidadesimportantes, e as converter 232 depois em centros para a propagação doEvangelho nos povos e aldeias circundantes, ele e seus colaboradores foramdiretamente desde o Filipos a Tesalónica, sem deter-se para pregar emAnfípolis nem na Apolonia (ver com. Hech. 17: 1). Pablo sabia que primeirodevia ganhá-la simpatia dos judeus da Tesalónica, e por isso foi àsinagoga três sábados sucessivos e apresentou as grandes verdades do Evangelho aseus compatriotas. Os maus tratos que acabava de sofrer no Filipos não o haviamamedrontado, e com o poder do Espírito Santo apresentava as profeciasmessiânicas do AT e mostrava seu cumprimento no Jesus. Alguns dos judeusacreditaram (Hech. 17: 4), de "os gregos piedosos grande número" (ver com. Hech.17: 4) aceitaram sua mensagem, e entre os crentes da Tesalónica também havia"mulheres nobres não poucas" (Hech. 17: 4).

É provável que os missionários tenham contínuo sua obra durante mais tempo queas três semanas que aqui se mencionam, pois Pablo conta que trabalhava "denoite e de dia" para sustentar-se enquanto pregava o Evangelho (1 Lhes. 2: 9),e em sua carta aos filipenses se refere às dádivas que lhe enviaramenquanto estava na Tesalónica (ver com. Fil. 4: 16). O êxito do ministériodo apóstolo não demorou para converter a inveja dos judeus em um intenso ódioque produziu lutas e fez que Pablo tivesse que deixar a cidade (Hech. 17:5-10). depois dos primeiros três sábados que pregou na sinagoga, pareceque Pablo continuou sua obra na casa do Jasón (Hech. 17: 7). Teve êxito,conforme pode deduzir-se, especialmente entre os gregos, pois a igreja deTesalónica parece ter estado principalmente composta por gentis (ver com. 1Lhes. 1: 9; 4: 5).

A violência da turfa instigada pelos judeus obrigou às autoridadesromanas a ocupar-se da predicación do Pablo; mas os magistrados nãoaceitaram a acusação de que o apóstolo era culpado de traição por apresentara doutrina do futuro reino de Cristo. É evidente que Pablo e seus companheirosnão foram oficialmente expulsos da Tesalónica, nem que lhes impediu de voltar paraa cidade, pois o apóstolo acreditou necessário explicar à igreja por que nãotinha retornado (cap. 2: 17-18), e também porque Timoteo retornou a essa cidade(cap. 3: 2). Mas parece que os cristãos pensaram que era melhor que Pablo eseus companheiros saíssem da cidade nesse momento. dali foram a Berea,cidade que estava a 70 km ao sudoeste. Na Berea, Pablo pregou outra vezna sinagoga, e teve um êxito muito major entre esses judeus que amavam asEscrituras. As notícias dessa nova atividade do apóstolo logo chegaram aos judeus da Tesalónica, quem se dispôs a uma ação imediata. Seapressaram a ir a Berea, e de novo instigaram à turfa contra osmissionários (Hech. 17: 10-13). Os amigos do Pablo o enviaram a Atenas, mas

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seus companheiros ficaram na Macedônia. O apóstolo desejava intensamentereceber a ajuda deles em Atenas, e ali os esperou (Hech. 17: 16). Pareceque Timoteo se uniu a ele mais tarde em Atenas, e Pablo então o fez retornara Tesalónica para que animasse aos novos crentes e lhe trouxesse notícias dea situação deles (1 Lhes. 3: 1-2, 6). É provável que Silas se hajaficado na Macedônia, pois quando Timoteo voltou para a Grécia, Silas o acompanhou eambos se uniram com o Pablo em Corinto, aonde o apóstolo tinha ido depois deuma curta permanência em Atenas (Hech. 18: 1, 5).

Quando Pablo recebeu o relatório do Timoteo, escreveu sua primeira carta aostesalonicenses. Em alguns manuscritos que se remontam ao século V se diz aofim da epístola, que foi escrita em Atenas. Esta hipótese possivelmente se apóiano que se registra em 1 Lhes. 3: 1-2; entretanto, parece claro (cap. 3: 6)que 1 Tesalonicenses não foi escrita a não ser até depois de que Timoteo retornouda Macedônia, e segundo Hech. 18: 1, 5 Pablo estava então em Corinto. Pelotanto, parece que o mais razoável 233 é afirmar que 1 Tesalonicenses seescreveu em Corinto. Geralmente se considerou que esta epístola é aprimeira das cartas do Pablo que se conservaram (ver T. VI, P. 105). Talvez foi, com a possível exceção da Epístola do Santiago, o primeiro livrodo NT que se escreveu. Quanto à data de 1 Tesalonicenses, ver T. 1, P.106.

4. Tema.

Esta epístola está iluminada por um radiante resplendor de amor intenso (cfcap. 1: 2-4; 2: 7-8; 3: 6-7). O apóstolo estava muito agradecido pelo relatóriodo Timoteo quanto à fidelidade dos tesalonicenses e sua tenraconsideração por ele; então se apressou a elogiá-los por suas nobres virtudesde fé, amor e esperança. Sentia o veemente desejo de visitá-los, pois,enquanto esteve com eles, não tinha tido suficiente tempo para instrui-losplenamente nas verdades do Evangelho.

Timoteo também deve ter informado ao apóstolo a respeito de certos problemas.Alguns tesalonicenses estavam afligidos por seus seres amados que haviammorto desde que tinham recebido a mensagem evangélica, pois temiam que essesdefuntos não pudessem ter parte na gloriosa ressurreição quando voltasse oSenhor. Outros se tinham fanatizado com o segundo advento, sustentando quenão deviam trabalhar a não ser esperar a vinda do Senhor em ociosa expectativa. Havia quem estava voltando para mundo, e se achavam em perigo de sumir-sena imoralidade. Outros se sentiam inclinados a proceder por sua conta e nãodesejavam reconhecer aos legítimos dirigentes da igreja. Necessitavam ajuda"os ociosos,... os de pouco ânimo,... os fracos" (cap. 5: 14). Se houvessesido possível, o apóstolo se apressou para dar instruçõespessoais a esses amados crentes. mais de uma vez tratou de voltar, masSatanás o "estorvou" (cap. 2: 18), e por isso teve que contentar-se escrevendouma carta a essa igreja.

O tema da epístola é a piedade prática em vista da volta de Cristo. O glorioso advento do Senhor é a doutrina que mais se destaca (cap. 1:10; 2: 19; 3: 13; 4: 13-18; 5: 23). Outras doutrinas mencionadas são a mortee a ressurreição de Cristo (cap. 4: 14), a ressurreição dos justos (vers.13-16), as recompensas e os castigos futuros (cap. 4: 17; 5: 3), aexistência pessoal e a obra ativa de Satanás (cap. 2: 18), e a doutrina de

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a redenção, que inclui eleição e santificação (cap. 1: 4; 4: 3-7).

5. Bosquejo.

I.Saludos, 1: 1.

II. Resenha do ministério aos tesalonicenses e relações com eles, 1: 2 a3: 13.

A. Agradecimento por seu fiel testemunho, 1: 2- 10.

1.Gratitud por sua obra, 1: 2-4.

2.Reseña de sua frutífera aceitação do Evangelho, 1:5-10.

B. Pablo recorda seu ministério na Tesalónica, 2: 1-16.

C. Esforços do Pablo para voltar a visitar seus conversos, 2:17-20.

D. Timoteo enviado em lugar do Pablo, 3: 1-13.

1.Propósito da visita do Timoteo, 3: 1-5.

2.Informe do Timoteo e seu efeito no Pablo, 3: 6-13.

A. O relatório, 3: 6.

B. Gozo do Pablo pelo relatório, 3: 7-9.

C. O contínuo desejo do Pablo de visitar a igreja,3:10-11.

d. Oração do Pablo por seus conversos, 3: 12-13.

III. Instruções e exortações, 4: 1 a 5: 28.

A. Introdução, 4: 1-2.

B. Verdadeira santificação corporal, 4: 3-8. 234

C. Amor fraternal dos tesalonicenses, 4: 9-10 P. P.

D. Admoestações à laboriosidade, 4: 10 Ú. P.-12.

E. Os mortos cristãos e a ressurreição, 4: 13-18.

1. A gloriosa esperança da ressurreição, 4: 13-14.

2. As circunstâncias da ressurreição, 4: 15-16.

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3. A translação dos justos vivos e dos ressuscitados, 4:17.

4. Os crentes devem consolar-se mutuamente com estasegurança, 4: 18.

F. A incerteza quanto ao tempo da vinda de Cristo, 5:1-11.

1. A súbita vinda do dia do Senhor, 5: 1-3.

2. Os crentes devem estar preparados, 5: 4-11.

G. Admoestações finais, 5: 12-22.

1. Quanto aos servos do Senhor, 5: 12-13.

2. Quanto a conservar a unidade na igreja, 5: 14-15.

3. Quanto ao regozijo, a oração e a gratidão, 5: 16-18.

4. Diversas admoestações, 5: 19-22.

H. Bênção final e pedidos, 5: 23-28.

1. Desejo de uma santificação completa, 5: 23-24.

2. Pedidos e saudações, 5: 25-27.

3. Bênção, 5: 28.

CAPÍTULO 1

1 Pablo faz saber aos tesalonicenses quanto os recorda em suas orações edá graças a Deus por eles, 5 e também quão convencido estava ele dasinceridade de sua fé e conversão a Deus.

1 Pablo, Silvano e Timoteo, à igreja dos tesalonicenses em Deus Pai eno Senhor Jesus Cristo: Graça e paz sejam a vós, de Deus nosso Pai edo Senhor Jesus Cristo.

2 Damos sempre graças a Deus por todos vós, fazendo memória de vósem nossas orações,

3 nos lembrando sem cessar diante do Deus e nosso Pai da obra de suafé, do trabalho de seu amor e de sua perseverança na esperança emnosso Senhor Jesus Cristo.

4 Porque conhecemos, irmãos amado de Deus, sua eleição;

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5 pois nosso evangelho não chegou a vós em palavras somente, a não sertambém em poder, no Espírito Santo e em plena certeza, como bem sabemquais fomos entre vós por amor de vós.

6 E vós devestes foram imitadores de nós e do Senhor, recebendo apalavra em meio de grande tribulação, com gozo do Espírito Santo,

7 de tal maneira que fostes exemplo a todos os da Macedônia e da Acaya queacreditaram.

8 Porque partindo de vós foi divulgada a palavra do Senhor, não sóna Macedônia e Acaya, mas sim também em todo lugar sua fé em Deus se háestendido, de modo que nós não temos necessidade de falar nada;

9 porque eles mesmos contam de nós a maneira em que nos receberam, ecomo lhes converteram dos ídolos a Deus, para servir ao Deus vivo everdadeiro,

10 e esperar dos céus a seu Filho, ao qual ressuscitou dos mortos, ao Jesus,quem nos libera da ira vindoura.

1.

Pablo.

A epístola começa com as saudações acostumadas (ver com. ROM. 1: 1). O235 apóstolo não tinha necessidade de apresentar uma extensa introdução pois erabem conhecido para seus leitores, e possivelmente só tinha transcorrido pouco tempodesde que tinha estado com eles (ver P. 232).

Embora Pablo associa ao Silas e ao Timoteo com ele, é evidente que o apóstolo éo único autor da epístola (cap. 2: 18; 3: 5; 4: 13; 5: 1, 23, 27). Mas aoescrever continua tendo em conta ao Silas e ao Timoteo, e com freqüência usaverbos em plural nos cinco capítulos da epístola (cap. 1: 2; 2: 2; 3: 1;4: 1; 5: 12). Seus dois companheiros sem dúvida apoiavam todas as admoestações queo apóstolo escreveu em nome deles.

Silvano.

Conhecido com o nome abreviado do Silas (ver com. Hech. 15: 22, 34, 40). Tinha estado com o Pablo no Filipos (Hech. 15: 40-41; 16: 12, 19), havia-oacompanhado a Tesalónica (Hech. 17: 1, 4), tinha sido enviado com ele a Berea(Hech. 17: 10) e tinha permanecido nessa cidade depois de que Pablo teve quesair para Atenas (Hech. 17: 14). Posteriormente voltou a reunir-se com oapóstolo em Corinto (ver com. Hech. 18: 5; cf. 2 Cor. 1: 19). O mencionaantes que ao Timoteo possivelmente por ser maior e por ter estado associado com o Pablodurante mais tempo.

Timoteo.

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Transliteración do Gr. Timótheos. Ver com. Hech. 16: 1. Era do distrito deDerbe e Listra, tinha acompanhado ao Pablo na segunda viagem missionária (Hech.16: 1-3) e tinha participado do ministério do Pablo no Filipos, Tesalónica eBerea (ver com. Hech. 17: 14). O jovem evangelista tinha sido enviado àcongregação da Tesalónica, e seu relatório da condição da igreja foi omotivo imediato que influiu no Pablo para escrever a epístola (1 Lhes. 3: 1,6).

Igreja.

Gr. ekkl'era (ver com. Mat. 18: 17). Pablo dirige sua carta ao conjunto decrentes da Tesalónica, similares aos que em outras passagens chama "Santos"(ROM. 1: 7; etc.). Não menciona aos principais dirigentes da igreja comofaz-o em sua Epístola aos Filipenses (cap. 1: 1).

Tesalonicenses.

O costume do Pablo (ROM. 1: 7; 1 Cor. 1: 2; 2 Cor. 1: 1; F. 1: 1; Fil. 1:1; Couve. 1: 2) era nomear a cidade na qual se reunia uma determinadaigreja, mas aqui e em 2 Lhes. 1: 1 se dirige a "os tesalonicenses". Édifícil apreciar uma diferença significativa neste trato diferente; semembargo, alguns sugeriram que, desta maneira, Pablo tinha o propósito deincluir não só aos que residiam na cidade mas também também aos que estavamcompreendidos em uma zona mais ampla. Não se sabe quão numerosa era a igrejada Tesalónica; segundo Hech. 17: 4 se deduz que sua paróquia inicial eragrande.

Em Deus.

A igreja pode existir unicamente se está fundada "em Deus" e se seus membrosestão unidos com ele (cf. com. ROM 1: 7; F. 1: 1; Fil. 1: 1).

Pai.

Cf. com. ROM. 1: 7. Quanto ao significado da paternidade de Deus nestepassagem, compare-se com as saudações do Pablo em outras epístolas.

No Senhor Jesus Cristo.

Assim se indica que a igreja existe não só em virtude de sua união com Deusmas também devido a sua união com o Filho (ver com. ROM. 8: 1; 1 Cor 1: 2).O duplo título "Senhor Jesus Cristo" reflete a cristología do Pablo, e seucompreensão da natureza de Cristo. Sabia que seu Professor era o Senhor eque El Salvador era divino-humano(ver com. Fil. 2: 5).

Graça.

Gr. járis (ver com. ROM. 1: 7)

Paz.

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Ver com. ROM. 1: 17

De Deus.

Em alguns MSS antigos se omite o resto deste versículo, começando com aspalavras "de Deus". Entretanto, a evidência textual se inclina (cf. P. 10 )pelo texto como aparece na RVR, reconhecendo que possivelmente pôdeas haver acrescentado algum copista posterior que as tirou de 2 Lhes. 1: 2. Estaparte final a omitem a BJ, BC, BA e NC.

2.

Damos sempre obrigado.

Já seja que Pablo use o verbo em plural refiriéndose unicamente a si mesmo, ouescreve também em nome do Silas e Timoteo, o significado é claro. Quandoele e seus companheiros receberam o relatório do Timoteo quanto àscondicione reinantes na Tesalónica, encheram-se de agradecimento e expressaramsua gratidão a Deus que obrava mediante eles.

Por todos vós.

O tato do Pablo se trasluce nas páginas de sua epístola. Não queria queninguém se sentisse omitido; procurava que todos estivessem incluídos em seussaudações; fazia cuidadosas contagens quando mencionava pessoas por nomes(ver com. Fil. 1: 4; cf. ROM. 16: 1-15; Couve. 4: 7-17).

Em nossas orações

Ou "ao orar". Esta 236 frase define a palavra "sempre". Sem dúvida Pablo e seuscompanheiros tinham certas horas fixas dedicadas à oração, e entãointercediam pelos cristãos da Tesalónica mencionando-os em formaindividual, e ocupando-se de seu bem-estar.

3.

nos lembrando sem cessar.

Pablo recordava o que ele tinha visto na Tesalónica e o que depois Timoteo otinha informado (cap. 3: 6). A lembrança contínua do caráter cristão deos membros de igreja e de seus frutos era a razão para que sua menção deeles em oração sempre tomasse a forma de agradecimento a Deus.

Diante do.

Os novos crentes da Tesalónica, que sofriam perseguições, viviam napresença de Deus. Sua fé, amor e esperança eram genuínos não só diante deos homens mas também à vista de Deus, o Escudriñador dos corações. Pablo também pode ter acontecido do pensamento da salvação medianteCristo ao dia do julgamento, quando os tesalonicenses compareceriam diante de seuFazedor sem nenhum motivo para sentir temor.

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A obra de sua fé.

Pablo se concentrava em três destacadas virtudes que possuíam ostesalonicenses: fé, amor e esperança. Em Couve. 1: 4-5; 1 Lhes. 5: 8 eespecialmente em sua célebre exposição sobre o amor (1 Cor. 13), destaca estastrês virtudes como os elementos fundamentais do caráter cristão. Aqui seocupa das evidências externas dessas virtudes, pois fala do que observouquando esteve em meio deles e o que agora recorda. "Obra de sua fé"é uma expressão que se refere às atividades espirituais ou temporáriasinspiradas pela fé. Esta frase revela a natureza prática da verdadeirafé que se manifesta mediante obra de caráter cristão.

Trabalho.

Gr. kópos, "dificuldade", "trabalho", o que denota intenso esforço unido aempenho e dificuldades. "Trabalho de. . . amor" significa aqui o esforço queimpulsa o amor e que voluntariamente aceita e suporta dificuldades epenalidades pela salvação de outros. Pablo se regozija, pois como a igrejaestava exposta a múltiplos maus tratos seus membros se emprestavam ajuda mútua comesforços diligentes e sacrifício. Essa amante solicitude pelo bem-estaralheio, assim como a ardente fé deles, era uma prova convincente de que seuconversão era genuína (HAp 212).

Perseverança.

Gr. hupomon', "paciência", "perseverança" (ver com. ROM. 2: 7).

Esperança.

Pablo se refere a uma paciente perseverança sustentada pela esperança quederiva da fé cristã. Esta esperança não é um otimismo vago a não ser"esperança em nosso Senhor Jesus Cristo"; quer dizer, esperança centralizada emCristo, a esperança de salvação no Redentor (cap. 5: 8-9), a esperançade sua pronta vinda para a liberação deles (1 Lhes. 4: 13-18; cf. Tito 2:13). Sua paciência e firmeza derivavam da esperança. Em vista da glóriafutura, podiam suportar seu sofrimento com mais regozijo. A esperança é oâncora da alma (Heb. 6: 19).

4.

Conhecemos.

Referência a um fato que se dá geralmente por sentado (cf. com. ROM. 3:19).

Irmãos.

Este término se usa 19 vezes nesta epístola, em singular ou plural, paramostrar o grande afeto do Pablo pelos cristãos da Tesalónica.

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Amado de Deus.

Compreende o amor do apóstolo e o de Deus pelos crentes da Tesalónica (cf. ROM. 1: 7; 2 Lhes. 2: 13).

Eleição.

Gr. eklog', "o processo de eleição" (ver com. ROM. 9: 11). Deus haviaeleito aos crentes da Tesalónica para a salvação mediante "asantificação pelo Espírito e a fé na verdade" (2 Lhes. 2: 13). O apóstolonão está falando da eleição final ou absoluta da igreja inteira, como sededuz de sua expressão posterior de temor de que alguns deles pudessemter sido vencidos pela tentação e o trabalho do Pablo tivesse sido em vão(1 Lhes. 3: 5). Um estudo mais amplo da eleição e a predestinaçãoaparece em com. Juan 3: 17-19; ROM. 8: 29; 9: 11; 11: 5; F. 1: 4-14; 3: 11.Nas Escrituras não há nenhuma declaração que apóie o ensino de que Deuspredestinou a algumas pessoas para a vida eterna, do qual se deduziriafacilmente que Deus predestinou ao resto da humanidade para a fatídicadestruição eterna. A doutrina bíblica da eleição implica a vontade deDeus e a do homem em ação conjunta.

5.

Evangelho.

Gr. euaggélion (ver com. Mar. 1: 1). Pablo está falando do Evangelho que otinha sido crédulo a ele e a seus companheiros (1 Lhes. 2: 4), e que elesproclamassem fielmente. Na sinagoga da Tesalónica Pablo abriu as Escriturasdo AT e pregou de um Mesías que sofreria e morreria pelos pecados dahumanidade, mas que seria ressuscitado 237 dos mortos; portanto, Jesusera o Cristo (Hech. 17: 2-3; HAp 182-184). O poder desse Evangelho foidemonstrado pelas muitas vidas que foram transformadas ao ser aceito (Hech.17: 4).

Em palavras somente.

O apóstolo empregava palavras para transmitir o Evangelho, mas amanifestação desse Evangelho não terminava só com palavras. Estas eramacompanhadas com manifestações de poder espiritual.

Mas também.

Esta expressão, acrescentada a precedente, destaca o contraste entre "palavras"e "feitos" inspirados pelo Espírito.

Poder.

Gr. dúnamis (ver com. Luc. 1: 35). Ver com. 1 Cor. 2: 4; 4: 20, onde secontrasta "palavras" podendo". Embora o período do ministério do Pablo emTesalónica foi breve (Hech. 17: 1-4), deu lugar a muitos milagres emanifestações do poder do Evangelho, mesmo que se dão poucos detalhes noregistro sagrado.

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Espírito Santo.

A frase "no Espírito Santo" implica que o Evangelho chegou aostesalonicenses mediante a ação do Espírito, em uma atmosfera condicionadapelo Espírito, de maneira que verdadeiramente poderia dizer-se que a influênciado Espírito Santo saturou toda essa ação. Desse modo Pablo fugiu aceitarque qualquer mérito pessoal fora responsável pelo triunfo da mensagemevangélico.

Certeza.

Quer dizer, "persuasão" ou "convicção". O Evangelho foi pregado persuasiva econvincentemente porque Pablo e seus companheiros sabiam que recebiam poder doEspírito Santo.

Como bem sabem.

Pablo recorre ao conhecimento pessoal dos tesalonicenses quanto aocomportamento dos que tinham sido missionários entre eles. Um homem deveter a consciência limpa antes de referir-se a sua própria conduta. Pablonunca sentiu temor de referir-se a sua própria conduta entre seus conversos. Asdiversas referências que fez à vida que viveu na Tesalónica (cap. 2: 1-2,5, 9-11) poderiam significar que alguns estavam tergiversando seu comportamentoe tratando de debilitar sua influência. O fez frente a essas tergiversaçõesafirmando que não só os sermões mas também também as vistas dos evangelistaspregavam o Evangelho, e que isto tinha sido feito para o bem dos mesmostesalonicenses.

6.

Imitadores.

Cf. com. 1 Cor. 4: 16; F. 5: 1. Pablo apresenta o fato de que chegaram aser imitadores do Senhor como uma razão adicional para saber que Deus os haviaeleito para a salvação. Pablo tinha pregado com o poder do EspíritoSanto, e os tesalonicenses também tinham recebido a mensagem com gozo doEspírito Santo. portanto, sentiam grandes desejos de cumprir a vontade deDeus.

Do Senhor.

Pablo não tinha deixado aos tesalonicenses só um exemplo humano. Também ostinha ajudado para que fossem imitadores de seu Senhor. O apóstolo sempreprocedia assim (cf. 1 Cor. 11: 1); e por isso, quando seus conversos ficavamprivados de sua companhia pessoal, podiam continuar com seus olhos postos emCristo, o exemplo perfeito.

Recebendo.

Do verbo grego déjomai, que implica receber com boa vontade, dar abem-vinda; "abraçando" (BJ); "acolhendo" (BC).

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Tribulação.

Gr. thlípsis (ver com. ROM. 5: 3). Os membros da igreja da Tesalónicafizeram-se cristãos em meio de uma grande oposição (Hech. 17: 5-9; 1 Lhes. 2:14). Na igreja primitiva a conversão geralmente demandava valorpessoal e muita abnegação, pois com freqüência os novos conversos eramcruelmente perseguidos (ver com. Mat. 24: 21). Essa perseguição era emrealidade uma bênção, pois servia para refinar e desencardir à igreja efazia que seus membros desfrutassem de uma comunhão mais íntima com Cristo (HAp211-212). Embora a aflição era dura, não desanimava aos conversos; aocontrário, seu sofrimento estava acompanhado pelo gozo repartido peloEspírito Santo (cf. Gál. 5: 22).

7.

Exemplo.

Gr. túpos (ver com. ROM. 5: 14). Esses crentes tinham posto por modelo de seuvida aos apóstolos e ao Senhor. A sua vez se converteram em modelos ouexemplos para que os imitassem outros cristãos. Eram um exemplo quanto aa firmeza com que seguiam o cristianismo e o zelo com que divulgavam seusensinos. O bom exemplo dos tesalonicenses imediatamente depois de seuconversão, destaca a qualidade de seu testemunho cristão.

Macedônia Y. . . Acaya.

As duas províncias em que foi dividida a Grécia quando ficou sob o domínioromano no ano 146 A. C. (ver T. VI, o mapa frente a P. 33). O testemunhodo Pablo demonstra quão ampliamente se propagou a influência dos fiéistesalonicenses 238 entre outros cristãos.

8.

Divulgada.

Do verbo grego ex'jéÇ, "proclamar", "ressonar", "ressonou" (BJ, BA, BC).

Palavra do Senhor.

Quer dizer, o Evangelho que os tesalonicenses tinham recebido com tão boavontade e que a sua vez estavam transmitindo a outros (HAp 207-208).

Em todo lugar.

Tesalónica era uma grande cidade comercial, de onde eram levados osinforme destes ferventes cristãos não só a outras partes da Grécia, mas tambémtambém a países distantes. Pablo estava então em Corinto, porto marítimode muita atividade, portanto, facilmente podia receber informe dastrabalhos de seus conversos.

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Fé em Deus.

A maioria destes crentes antes tinham sido pagãos (vers. 9). Agorademonstravam por meio de suas vidas cristãs conseqüentes e também com seuzelo missionário, que tinham uma fé verdadeira em Deus e em sua mensagem evangélica. Seu testemunho era tão inconfundível que não era necessário que Pablo e seuscompanheiros lhe acrescentassem algo. Os tesalonicenses dificilmente podiam receberum melhor louvor.

9.

Eles mesmos.

Quer dizer, os que enviaram seu relatório ao apóstolo. Por sua própria iniciativa,essas pessoas referiram ao Pablo a grande mudança que se efetuou emTesalónica devido a seu ministério. Este testemunho era ainda mais valioso quequalquer outro que dessem os mesmos tesalonicenses.

Converteram dos ídolos.

Pablo acabava de retornar de Atenas, onde "seu espírito se avivava vendo acidade entregue à idolatria" (ver com. Hech. 17: 16); portanto, estavamuito impressionado pela forma em que os tesalonicenses tinham abandonado seusídolos para voltar-se para Deus verdadeiro.

A Deus.

Compare-se com a expressão "fé em Deus" (vers. 8). Os tesalonicenses haviamdado as costas aos ídolos e estavam frente a Deus.

Servir.

Gr. douléuÇ, "ser escravo", "emprestar obediência" (cf. com. ROM. 1: 1). Aflexão do verbo grego dá o sentido de algo contínuo: "seguir sendoescravo".

Verdadeiro

Gr. ao'thinós, "genuíno", "real". Contrasta-se ao Deus vivente e real com osídolos falsos e inconscientes. Pablo e seus conversos compreendiam ainapreciável superioridade da religião cristã vivente sobre todas asoutras religiões.

10.

Esperar.

Ou "continuar esperando".

Dos céus.

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Cf. com. Fil. 3: 20. O propósito da vida dos conversos do Pablo eradobro: servir a Deus e esperar a volta de Cristo. O apóstolo põe umênfase constante nesta epístola na magna doutrina do segundoadvento de nosso Senhor (1 Lhes. 1: 10; 2: 19; 3: 13; 4: 13-18; 5: 23).Que influência tão eficaz tinha tido esta "esperança bem-aventurada" (Tito2: 13) nas vidas dos crentes da Tesalónica! Viviam esperando oretorno de seu Senhor. Entretanto, não esperavam ociosamente, pois combinavam aatividade com sua espera. Eram tão ardentes em sua esperança de ser prontamenteliberados de seus perseguidores mediante a intervenção gloriosa de seu Senhor,que temiam que a morte privasse a algum deles do grande gozo de reunir-secom ele pessoalmente (cf. HAp 209).

Seu Filho.

Esta é a única vez que nesta epístola se menciona a Cristo como o Filho deDeus, o que contrasta em forma chamativa com as freqüentes referências quehá em Romanos e Gálatas (ROM. 1: 3-4; Gál. 1: 16; etc.).

Ao qual ressuscitou.

Em sua Epístola aos Romanos o apóstolo apresenta a ressurreição do Jesus comouma prova de que Cristo é o Filho de Deus (ver com. ROM. 1: 4); e nesta,que provavelmente é primeira de suas epístolas, não vacila em seguir o mesmoraciocínio, reconhecendo a Cristo como o Filho de Deus ressuscitado.

Libera-nos.

Melhor "está-nos liberando". É certo que o ato vital da liberação serealizou no Calvário, mas o processo da liberação é contínuo, e só secompletará com a segunda vinda de Cristo, quando os que tenham aceito aobra do Salvador serão salvos para sempre das garras do pecado (cf.com. Mat. 1: 21; ROM. 11: 26).

A ira vindoura.

O uso do artigo "a" indica uma manifestação particular do desagradodivino, de seu "ira" (ver com. Mat. 3: 7; ROM. 1: 18).

Quanto ao significado de "ira" (org'), ver com. ROM. 2: 8; cf. com. ROM.1: 18. O Evangelho libera da ira vindoura (ROM. 5: 9). Aos que acreditam seumensagem e aceitam suas estipulações, lhes concede vida eterna, e a ira deDeus não permanece mais sobre eles (ver com. Juan 3: 36; 5: 24; 1 Juan 3: 14).239

COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE

2-3 HAp 207

5 MM 307

6-10 HAp 2O8

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7-8 MeM 125; MM 307

9 Ev 163

CAPÍTULO 2

1 Como foi levado e pregado o Evangelho aos tesalonicenses, e como foirecebido. 18 Razão pela qual Pablo esteve ausente deles e por que sentiatantos desejos de vê-los de novo.

1 PORQUE vós mesmos sabem, irmãos, que nossa visita a vós nãoresultou vã;

2 pois havendo antes padecido e sido ultrajados no Filipos, como sabem,tivemos denodo em nosso Deus para lhes anunciar o evangelho de Deus no meiode grande oposição.

3 Porque nossa exortação não procedeu de engano nem de impureza, nem foi porengano,

4 mas sim conforme fomos passados em Por Deus para que nos confiasse oevangelho, assim falamos; não para agradar aos homens, a não ser a Deus, queprova nossos corações.

5 Porque nunca usamos de palavras lisonjeiras, como sabem, nem encobrimosavareza; Deus é testemunha;

6 nem procuramos glória dos homens; nem de vós, nem de outros, emborapodíamos lhes ser carga como apóstolos de Cristo.

7 Antes fomos tenros entre vós, como a nodriza que cuida com ternura aseus próprios filhos.

8 Tão grande é nosso afeto por vós, que tivéssemos querido lhes entregarnão só o evangelho de Deus, mas também também nossas próprias vidas; porquechegastes a nos ser muito queridos.

9 Porque lhes lembram, irmãos, de nosso trabalho e fadiga; como trabalhando denoite e de dia, para não ser onerosos a nenhum de vós, pregamo-lhes oevangelho de Deus.

10 Vós são testemunhas, e Deus também, de quão Santa, justa eirreprensiblemente nos comportamos com vós os crentes;

11 assim como também sabem de que modo, como o pai a seus filhos, exortávamose consolávamos a cada um de vós,

12 e lhes encarregávamos que andassem como é digno de Deus, que lhes chamou a seureino e glória.

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13 Pelo qual também nós sem cessar damos graças a Deus, de que quandoreceberam a palavra de Deus que ouviram de nós, receberam-na não comopalavra de homens, a não ser conforme é na verdade, a palavra de Deus, a qual atuaem vós os crentes.

14 Porque vós, irmãos, devestes foram imitadores das Iglesias deDeus em Cristo Jesus que estão na Judea; pois padecestes que os de suaprópria nação as mesmas coisas que elas padeceram dos judeus,

15 os quais mataram ao Senhor Jesus e a seus próprios profetas, e nosexpulsaram; e não agradam a Deus, e se opõem a todos os homens,

16 nos impedindo de falar com os gentis para que estes se salvem; assim enchemeles sempre a medida de seus pecados, pois veio sobre eles a ira até oextremo.

17 Mas nós, irmãos, separados de vós por um pouco de tempo, devista mas não de coração, quanto mais procuramos com muito desejo ver seurosto;

18 pelo qual quisemos ir a vós, eu Pablo certamente uma e outra vez;mas Satanás nos estorvou.

19 Porque qual é nossa esperança, ou gozo, ou coroa de que me glorifique? Não osão vós, diante de nosso Senhor Jesus Cristo, em sua vinda?

20 Vós são nossa glória e gozo. 240

1.

Vós mesmos.

Pablo se estende agora no raciocínio já começado (cap. 1: 5). Outrosvoluntariamente tinham atestado do formidável êxito da obra do Pablo eseus colaboradores na Tesalónica (ver com. cap. 1: 9); mas o apóstolo agorarecorre extensamente ao que recordavam os mesmos tesalonicenses. Cadaministro do Evangelho deve comportar-se de tal maneira que possa apoiar-se notestemunho de seus paroquianos se é atacado calumniosamente.

Visita.

Quer dizer, a visita evangelizadora do Pablo e seus companheiros (cf. Hech. 17:1-4; 1 Lhes. 1: 9). Os conversos da Tesalónica conheciam melhor que ninguém o quesignificou essa visita missionária em suas próprias vidas.

Vã.

Ou "vazia" (ver com. 1 Cor. 15: 10). Os cristãos tesalonicenses eram umaprova inequívoca da verdade do que dizia Pablo.

2.

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Havendo antes padecido.

Provavelmente só uns poucos dias depois de que Pablo e Silas fossem açoitadosno Filipos, começaram sua obra na Tesalónica (ver com. Hech. 17: 1).

Ultrajados.

Muitos dos crentes sem dúvida tinham presenciado as chicotadas dosromanos (cf. Gál. 6: 17). O apóstolo sentiu profundamente a injustiça doultraje que sofressem publicamente ao ser açoitados, sendo cidadãos romanos,sem um julgamento prévio (ver com. Hech. 16: 37).

Tivemos denodo.

Gr. parr'siázomai, "falar com franqueza", "ter valor", "aventurar-se a". depois de um castigo tão terrível como o que os evangelistas haviamsuportado, uns impostores (ver com. vers. 3) não tivessem tido valor paracontinuar imediatamente sua obra em um lugar próximo.

Em nosso Deus.

Pablo reconhece que sua ousadia não era o resultado de um valor natural; provinhade Deus. Os apóstolos estavam pregando "o Evangelho de Deus", e o Senhormesmo lhes tinha proporcionado o valor necessário para sua intrépidaproclamação.

Evangelho de Deus.

Quer dizer, o Evangelho que tem sua origem em Deus.

Grande oposição.

Melhor "em muito conflito" (ver com. Fil. 1: 30). Possivelmente seja uma referência auma luta interna, como em Couve. 2: 1.

3.

Exortação.

Gr. parákl'sis, "consolo", "consolação" (ver com. ROM. 12: 8, 15: 4; Fil. 2:1). Uma referência a predicación dos evangelistas. O Evangelhoapresentado pelos apóstolos na forma mais atraente possível produziu consolonos gentis, que tinham vivido em um paganismo sem esperança, e teveinfluencia em seus corações e em suas mentes.

Não procedeu de engano.

Pablo nega categoricamente as caluniosas acusações de seus inimigos,quem os acusava de ser iludidos, de estar movidos por motivos sinistros ede usar métodos ocultos. O e seus companheiros não eram fanáticos extraviados.

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Seu predicación não provinha de enganos ou de doutrinas errôneas. Pelocontrário, apoiava-se na infalível Palavra de Deus. Em sua interpretação deessa Palavra eram guiados pelo Espírito de verdade.

Impureza.

Gr. akatharsía, "impureza", vocábulo usado usualmente para referir-se a falta decastidade (ver com. ROM. 1: 24). Entretanto, muitos intérpretes pensam queaqui se usa em sentido figurado: impureza mental, baixeza de motivos, quer dizer,cobiça. Pablo e seus companheiros não eram movidos por cobiça ou voracidade.

Engano.

Gr. dólos (ver com. ROM. 1: 29). Aqui se trata da forma de trabalhar. Omensagem não foi dado em uma forma enganosa a não ser com plena sinceridade. O"verdadeiro israelita" não tem engano em sua boca (Juan 1: 47; Apoc. 14: 5).

4.

Passados.

Gr. dokimázÇ (ver com. ROM. 2: 18; Fil. 1: 10). Outra flexão deste verbo setraduziu como "prova" ao fim deste versículo.

Para que nos confiasse.

Os corações dos apóstolos tinham sido julgados ou provados Por Deus, eeles tinham sido passados ou considerados idôneos para que lhes confiasse aresponsabilidade de apresentar a mensagem evangélica. Pablo considerava essamordomia como um depósito sagrado, um "tesouro em copos de barro" (2 Cor. 4:7). Pregava consciente de que estava ocupado com a mensagem de Deus para oshomens, uma mensagem para o qual Deus o tinha escolhido em forma especial(Hech. 9: 15; 2 Cor. 3: 5-6).

Não para agradar aos homens.

O apóstolo estava tão empenhado em agradar a Deus, que cumpria com sua missãolhe emprestando muito pouca atenção às opiniões dos homens (ver 1 Cor. 4:3-4, Gál. 1: 10). Isto não quer dizer que não tinha em conta os sentimentosou prejuízos dos homens, pois era cuidadoso em não ofender a ninguéminnecesariamente (ver 1 Cor. 9: 19-23). Seu propósito não era agradar aoshomens para ganhar os por engano, mas sim queria ter a 241 aprovação deDeus e atrai-los a seu Fazedor.

Prova nossos corações.

Ver com. "passados"; cf. com. ROM. 8: 27.

5.

Palavras lisonjeiras.

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Para provar que seu propósito não tinha sido agradar aos homens, Pablorecorda a seus conversos quão bem sabiam eles que quando lhes tinham pregadonunca tinham recorrido a lisonjas para fazer que o Evangelho fora aceitável. Nas vidas dos tesalonicenses se necessitava uma obra radical de reforma. As lisonjas teriam fomentado sua complacência própria e impedido de ver seusnecessidades. Estes apóstolos de Cristo não pregavam coisas aduladoras como ofaziam os falsos profetas (ver ISA. 30: 10; Eze. 13: 10).

Nem encobrimos.

Gr. prófasis, "pretexto". Ver com. Fil. 1: 18. "Nem com pretextos" (BJ). Osapóstolos não aproveitavam sua missão para enriquecer-se; ao contrário, eramextremamente cuidadosos para não dar ocasião de que os acusasse de avareza. Pablo podia dar testemunho de que não tinha cobiçado "nem prata nem ouro nemvestido de ninguém" (Hech. 20: 33; cf. 2 Com 12: 14).

Deus é testemunha.

Um solene e reverente juramento (cf. com. Fil. 1: 8). Pablo podia recorrer aas lembranças pessoais dos tesalonicenses como testemunho de que nem ele nemseus companheiros os tinham lisonjeado; mas quanto a seus motivos, só podiarecorrer a Deus. Desse modo nega com toda ênfase toda acusação de que ele eseus companheiros tinham trabalhado para beneficiar-se com lucros pessoais.

6.

Nem procuramos glória.

Pablo não afirma que nunca recebeu glória ou honras dos homens, mas simnunca os tinha procurado a propósito. Sua vida atestava em forma conseqüentea veracidade de sua afirmação (cf. Hech. 20: 19; 2 Cor. 4: 5). Nem osgentis nem os cristãos podiam acusá-lo com razão de ser um homeminteressado.

lhes ser carga.

O grego diz "podendo ser"; quer dizer, tendo a autoridade de impor-se. "Impor nossa autoridade" (BJ, BA); "nos apresentar com autoridade" (BC). Comomensageiros e enviados do Rei celestial, os missionários eram dignos de respeitoe sustento, e poderiam ter apresentado exigências muito pesadas.

Apóstolos.

O uso deste título demonstra que Pablo considerava que Silas e Timoteotambém eram membros do apostolado cristão (cf. com. ROM. 16: 7; 1 Cor. 4:9).

7.

Tenros.

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Gr. 'pios, "bondoso", "considerado". Entretanto, a evidência textual seinclina (cf. P. 10) por n'pios, "menino", "menor". Embora a evidência externaincline-se por n'pios, o sentido concorda melhor com 'pios.

Nodriza.

O apóstolo, dominado por seu amante desinteresse, compara-se com uma nodriza quecuida com todo carinho a seus "filhos" mesmo que não seja a verdadeira mãe, poisdedicou-lhes completamente todo seu amor. Os evangelistas não eram exigentescom os tesalonicenses, "como tendo senhorio sobre. . . a grei" (1 Ped. 5:3), mas sim se preocupavam muito pelo bem-estar de seus conversos.

8.

Tão grande é nosso afeto.

Gr. homéiromai, "desejar ardentemente", "desejar". Continua a figura danodriza que amamenta. destacou-se a ternura (vers. 7); aqui ficaênfase no amor. Assim como a nodriza ou mãe está dedicada a repartirafeto até o ponto de dar sua vida por seu "filho", assim também os missionáriosestavam dispostos a dar-se por inteiro. O apóstolo está descobrindo seu coraçãoe manifestando sua profunda dedicação a seus primeiros conversos da Macedônia.

lhes entregar.

Gr. metadídÇmi, "participar", no sentido de compartilhar algo com outro.

Evangelho de Deus.

Ver com. vers. 2.

Vistas.

Os conversos do Pablo não podiam duvidar de sua palavra, pois tinham sido testemunhasda intrepidez dos missionários, quem não tinha vacilado em pôr emperigo até suas vidas.

Muito queridos.

Pablo e seus companheiros lhes tinham cobrado um profundo afeto aos novoscristãos à medida que trabalharam em favor deles e observaram seu firmedeterminação por Cristo frente a uma grande oposição. Este sentimento seacentuou ao orar fervientemente por eles, primeiro para que aceitassem a mensageme depois para que pudessem permanecer firmes na verdade.

9.

Lembram-lhes.

Pablo recorre ao que conheciam pessoalmente os tesalonicenses de seus trabalhos

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entre eles (cf. vers. 1-2).

Trabalho.

Gr. kópos (ver com. cap. 1: 3).

Fadiga.

Gr. mójthos, "trabalho duro e difícil", penalidades", "angústia". Kópos e mójthostambém se usam uma atrás de outra em 2 Cor. 11: 27 e 2 Lhes. 3: 8 (ver com.respectivos).

Trabalhando.

Gr. ergázomai, "trabalhar", geralmente para receber pagamento. Pablo se refere aseu trabalho na fabricação de carpas 242 (ver com. Hech. 18: 3).

De noite e de dia.

Pablo teve sempre o propósito de sustentar-se a si mesmo, pois tinha decididoproclamar o Evangelho gratuitamente. Não queria que ninguém tivesse motivo deacusar o de que pregava para beneficiar-se materialmente. Trabalhava para nãoser uma carga para sua congregação (ver com. 1 Cor. 4: 12; 2 Cor. 11: 9; 1 Lhes.2: 6).

10.

Vós são testemunhas.

depois de que o apóstolo refuta eficientemente as três principaisacusações de seus inimigos- (1) que ele e seus companheiros eram uns iludidosfanáticos, (2) que seus motivos eram egoístas e impuros, e (3) que sua bondade eaparente solicitude eram só para encobrir seu engano (vers. 1-9)- recorre denovo ao que já sabiam os tesalonicenses, lhes recordando que eram testemunhas dea conduta deles, seus ministros. Conheciam muito mais aos missionários queseus acusadores; portanto não deviam ser impressionados por informecaluniosos.

E Deus também.

Pablo recorre outra vez a Deus (ver com. vers. 5) para justificar seus motivos,os quais não podiam ser vistos pelos homens. Isto significa que quando aocasião o demande, podemos pôr a Deus como testemunha da veracidade do quedizemos, e que sempre devemos viver de tal maneira que legitimamente possamosrecorrer ao Senhor.

Santa.

Gr. hosíÇs, "piedosamente", "de uma maneira que agrada a Deus". A vida Santade um verdadeiro cristão, sua atividade pia e reverente para seu Fazedor, temuma profunda influência na atitude do crente para com seus próximos, os

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filhos de Deus.

Justa.

Gr. dikaíÇs, "com estrita justiça". Este advérbio é afim do adjetivodíkaios (ver com. Mat. 1: 19).

Irreprensiblemente.

Gr. am'ptÇs, "irrepreensivelmente". Advérbio afim do adjetivo ámemptos (ver com.cap. 3: 13).

Comportamo-nos.

"Fomos" ou "chegamos a ser"; usa-se aqui com o sentido de "atuamos" ou "noscomportamos".

11.

Sabem.

Cf. "lembram-lhes" (ver coro. vers. 9).

Como o pai.

No vers. 7 Pablo usa a figura de uma mãe nodriza para descrever aatitude tenra e amante dos evangelistas para com seus conversos; agoraemprega a parte que desempenha um pai piedoso na criação de um filho, comouma ilustração da obra infatigável deles na edificação daexperiência cristã dos novos conversos. Pablo e seus companheirosexortavam a todos a ser fiéis, reanimavam aos desanimados e solenementeexortavam e admoestavam aos que davam sinais de estar-se apartando; mastodo isso se fazia com ternura e amor.

Exortávamos e consolávamos.

A isto se acrescenta "encarregávamo-lhes" (vers. 12). Estes três verbos descrevem ostrês principais aspectos da obra de cada ministro cristão.

12.

Andassem.

Gr. peripatéÇ (ver com. F. 2: 2; cf. Couve. 1: 10; 1 Juan 1: 6). Opropósito da contínua obra dos apóstolos era capacitar a esses novoscristãos para que vivessem vistas dignas dos filhos do Pai celestial. Sevive-se de outra maneira se desonra a Deus, e até se dá motivo para que seunome seja blasfemado pelos incrédulos (cf. com. ROM. 2: 24).

Que lhes chamou.

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Melhor "que lhes chama", ou "que continua lhes chamando". Quanto ao significadoda chamada de Deus, ver com. ROM. 8: 28, 30; 1 Cor. 1: 9; Gál. 1: 6.

Seu reino.

Quanto à natureza deste reino, ver com. Mat. 4: 17; 5: 3; 6: 10, 13;Mar. 3: 14; cf. com. 1 Cor. 6: 9. Pablo se refere ao reino presente dagraça de Deus. Quando os cristãos se convertem, são chamados o reino dea graça de Deus (ver com. Couve. 1: 13).

Glória.

Ver com. Juan 1: 14; ROM. 3: 23. O reino presente da graça culminará como reino eterno da glória de Deus, no qual entrarão os crentes comgozo, possuindo realmente essa cidadania quando Jesus volte para congregá-losali (cf. Mat. 24: 31). Pablo admoesta aos tesalonicenses a viver deacordo com as leis deste glorioso reino (cf. com. Fil. 3: 20).

13.

Damos graças a Deus.

Cf. com. cap. 1: 2-3. Pablo estava seguro da realidade da fé inicial deseus conversos, e desejava impressioná-los para que sentissem essa realidade e nãofossem tentados a duvidar e a deixar sua fé.

Receberam.

Esta flexão verbal aparece duas vezes neste versículo, mas é a traduçãode dois verbos diferentes. O primeiro, paralambánÇ, significa a recepçãoexterna, o escutar a mensagem; o segundo, déjomai, refere-se à recepçãointerior, à aceitação da mensagem. "Receber. . . acolheram" (BJ);"recebido. . . abraçaram" (BC); "ouvir.. acolheram" (NC).

Palavra de Deus.

Pablo não tinha dúvidas 243 sobre o origem da mensagem que pregava: sabia queera de Deus. Também tinha ensinado aos tesalonicenses as SagradasEscrituras (Hech. 17: 2- 3). Regozijava-se porque tinham reconhecido aautoridade divina de sua mensagem, e entrevista o reconhecimento deles como umacausa importante para seu próprio regozijo.

Atua.

Gr. energéÇ (ver com. Fil. 2: 13). Quando a Palavra é aceita, leva acabo na vida a obra divinamente disposta.

Em vós os crentes.

A obra eficaz da Palavra se efectúa no cristão por meio da fé. APalavra de Deus só é de proveito quando está "acompanhada de fé" nos que

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ouvem-na (Heb. 4: 2). O Evangelho é "poder de Deus para salvação a tudoaquele que crie" (ROM. 1: 16). Pablo diz em uma de seus grandes doxologías queDeus pode fazer por nós "muito mais. . . pelo que pedimos ou entendemos,segundo o poder que atua em nós" (F. 3: 20). Também fala de seuspróprias experiências, e diz quanto luta ao pregar com toda a "potência"que Deus faz que atue "poderosamente" dentro dele (Couve. 1: 29). O grandepoder da Palavra de Deus estava obrando, neste caso, nos crentes deTesalónica, lhes dando paciência nas provas e perseguições.

14.

Iglesias de Deus.

Esta frase, em plural, só se encontra aqui e em 1 Cor. 11: 16; mas osingular é comum no NT (Hech. 20: 28; etc.).

Em Cristo Jesus.

Estas palavras demonstram que Pablo se está refiriendo às Iglesiascristãs de origem judia, e não às sinagogas de quão judeus pensavam queeram a igreja de Deus. As Iglesias cristãs formadas por judeus haviamsofrido terríveis perseguições à mãos dos dirigentes judeus, quemrechaçaram a mensagem evangélica (Hech. 8: 1; 9: 1-2). Os tesalonicensesforam perseguidos pelos gentis instigados pelos judeus (Hech. 17: 5-8). portanto, as duas comunidades cristãs, uma na Palestina e a outra emMacedônia, podiam simpatizar mutuamente em seus mesmos sofrimentos.

Judea.

Não é claro por que Pablo compara aos tesalonicenses com os cristãos deorigem judia. Possivelmente apresenta às Iglesias da Judea como um magnífico exemplode fortaleza, ou talvez os judeus perseguidores da Tesalónica lhe fizeramrecordar as condições similares que havia na Palestina. Qualquer que sejaa razão, revela a avaliação que tinha pelos crentes judeus ao catalogá-loscomo modelos que deviam imitar as outras Iglesias.

15.

Mataram ao Senhor Jesus.

A igreja da Tesalónica era uma igreja gentil, mas muitos de seus membrostinham sido partidários judeus (ver com. Hech. 17: 4). Esses membros estavamacostumados a procurar os dirigentes judeus de sua cidade para obterinstrução religiosa. Poderiam ter pensado que algo andava mal naensino do Pablo, pois tinha provocado a ira dos dirigentes religiosossobre ele e seus seguidores. Mas Pablo mostra que seu ódio era de esperar-se,pois "os judeus... mataram ao Senhor Jesus e a seus próprios profetas" (1 Lhes. 2:14-15, cf. Mat. 23: 31; Hech. 7: 52). O apóstolo faz responsáveis aosjudeus da morte de Cristo (cf. com. Hech. 2: 23).

Expulsaram-nos.

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"Perseguiram-nos" (BJ); "perseguem-nos" (NC). Estas palavras poderiam teruma aplicação local ou geral. Os judeus tinham açoitado ao Pablo dotempo de sua conversão (ver com. Hech. 9: 23), e continuaram com seus mauspropósitos contra ele e seus companheiros (ver com. Hech. 13: 45). Especificamente, os mesmos judeus que ocasionaram perturbações emTesalónica, perseguiram o Pablo, Silas e Timoteo até a Berea (ver com. Hech.17: 13).

Não agradam a Deus.

A flexão do verbo denota que os judeus não acostumavam agradar a Deus. Sentiam zelo Por Deus e pensavam que seu cruel fanatismo agradava ao Senhor (Juan16: 2); mas sua inimizade contra os cristãos era inspirada pela inveja, eesta foi a que desatou, como em todas partes, a perseguição na Tesalónica(Hech. 17: 5; 13: 45). Esta conduta só podia causar um profundo desagradodivino.

opõem-se.

Os judeus se opunham a todos outros. Se seu zelo tivesse tido a base doamor de Deus, também teriam amado a seus semelhantes; mas, ao contrário,manifestavam um fanatismo exclusivista. Seu proceder fez que muitos escritorespagãos afirmassem que os judeus sentiam "só odeio e inimizade" para outrasnações (Tácito, Historia V. 5). Pablo se dava conta de que esse ódio assumiaa terrível forma de tratar de impedir que o Evangelho chegasse aos que odesejavam (cf. vers. 16).

16.

nos impedindo.

Gr. kÇlúÇ "estorvar", "impedir", "proibir". Os judeus eram capazes depercorrer "mar e terra para fazer um partidário" (Mat. 23: 15), e se alegravamde que 244 os estrangeiros aceitassem o judaísmo; mas faziam todo o possívelpor impedir que os cristãos divulgassem as boas novas da salvaçãomediante Cristo.

Para que estes se salvem.

Pablo estava convencido de que a predicación apostólica resultava nasalvação dos que aceitavam sua mensagem. Sabia que não há salvação a não ser emJesucristo (Hech. 4: 12), e também sabia por experiência pessoal, quequalquer esforço para propagar o Evangelho atrairia a ira dos judeus(cf. Hech. 22: 22).

Enchem.

Gr. anapl'róÇ, "encher plenamente", "encher até o bordo". Quando os judeusrechaçaram a salvação em Cristo e impediram que outros se beneficiassem com osacrifício do Salvador, encheram "até o bordo" a medida de seus pecados(cf. com. Mat. 23: 32).

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Sempre.

Os pecados dos judeus aumentaram mais e mais até que a medida de seuiniqüidade esteve mais que completa, porque mataram aos profetas nos diasdo AT, porque rechaçaram e crucificaram ao Senhor dos judeus e, finalmente,porque perseguiram tenazmente aos seguidores do Salvador.

Veio.

A consumação da ira de Deus sobre o povo escolhido ainda era algo futuro(70 d. C.); mas Pablo previa o caminho que significariam os judeus, e porisso falava com certeza sobre o fim para o qual se apressavam. Segundo aprofecia do AT (ver com. Dão. 9: 24) e a de nosso Senhor (Mat. 23: 37-39;24: 15-20), assim como pela iluminação do Espírito Santo, o apóstolo podiaver a ira de Deus caindo já sobre a nação impenitente. Jerusalém não estavaainda destruída, mas lhe tinha retirado o amparo de Deus. Logo acidade seria "pisada", os judeus seriam pulverizados, e se cumpriria aprofecia do Senhor (ver com. Luc. 19: 43-44; 21: 24).

A ira.

Quer dizer, a ira de Deus (ver com. cap. 1: 10).

Até o extremo.

Ou "ao fim".

17.

Separados.

Gr. aporfanízÇ, "deixar órfão"; "longe como órfãos de vós" (BC). depois de falar dos judeus (vers. 15-16), o apóstolo retoma o pensamentode que seu amor por eles não decresce. A palavra grega sugere a íntimarelação familiar que havia entre o Pablo e seus conversos. Quando ascircunstâncias os separavam, cada membro se sentia como órfão.

Por um pouco de tempo.

Literalmente "pelo lapso de uma hora". Não se sabe quanto tempo transcorreudesde que Pablo se separou deles (Hech. 17: 10) e o momento quando escreveuesta epístola; mas devem ter transcorrido vários meses.

Procuramos.

Gr. spoudázÇ, "apressar-se", "trabalhar em excesso-se", "ser diligente"; "ansiávamos" (BJ);"demo-nos pressa" (BC); "quisemos ardentemente" (NC). Pablo fazia todo opossível para visitar de novo aos tesalonicenses.

Com muito desejo.

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Pablo assegura aos tesalonicenses que tinha feito todo o possível para voltara eles. Esta afirmação rebateria qualquer pensamento que sugerissemos adversários judaicos, no sentido de que Pablo deliberadamente se afastavada Tesalónica. Em realidade, a violenta expulsão que afasto aos apóstolos deos novos crentes, aumentou muito seu desejo de retornar a Tesalónica.

18.

Eu Pablo certamente.

Pablo se distingue agora de seus colaboradores, aos quais sempre associouconsigo através da epístola. Isto correspondia com a exatidão dosfeitos, pois Silas e Timoteo se ficaram na Berea quando Pablo foi aAtenas (Hech. 17: 14), e Timoteo tinha visitado os tesalonicenses por pedidodo Pablo (1 Lhes. 3: 1-2). Os três desejavam retornar, mas o apóstolo podiaafirmar, falando por si mesmo, que tinha esboçado planos definidos para fazê-lo"uma e outra vez" (literalmente "e uma vez e duas vezes"), ou seja vez detrás vez. Desejava vê-los.

Satanás.

O Espírito Santo tinha guiado ao Pablo em suas viagens missionárias. antes depassar a Europa na viagem que o levou a Tesalónica, o apóstolo tinha pensadotrabalhar na província da Ásia, ou na Bitinia, mas o Espírito Santo se otinha impedido (Hech. 16: 6-7); mas não foi o Espírito Santo o que haviaexpulso ao Pablo e a seus companheiros da Tesalónica e se havia oposto a queretornassem. Essa foi, em realidade, a obra de Satanás, o grande adversário.

Estorvou-nos.

Gr. egkóptÇ, "interromper", "obstaculizar". Em uma carreira de carros de doisrodas, um auriga podia impedir o avanço de um competidor; em uma estradamoderna, um automobilista egoísta às vezes impede o avanço do veículo ao queadiantou-se. Satanás tinha posto obstáculos no caminho do Pablo e oimpedia de retornar a Tesalónica. O apóstolo não dá nenhuma indicação 245 emquanto à maneira como Satanás o estorvava. Mas Satanás só podeestorvar, não impedir o triunfo final do Evangelho. O Senhor impera, e ele esua igreja finalmente triunfarão.

19.

Qual é nossa esperança?

O apóstolo chega à razão suprema de seu desejo de estar de novo com oscrentes da Tesalónica. Vivia com a esperança de apresentar a seus conversosante o Senhor Jesus como troféus de seu fiel ministério. Sua esperança não eravã, pois se dava conta da excelente qualidade da vida cristã dostesalonicenses (cf. com. cap. 1: 3-4).

Gozo, ou coroa.

Ver com. Fil. 4: 1; cf. com. 2 Cor. 1: 14.

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Glorifique-me.

No dia do triunfo Pablo poderia apresentar a seus conversos com são orgulho,regozijando-se porque o Senhor o tinha usado para a salvação deles. Estesconceitos do Pablo, expressos nesta ocasião, teriam um dobro efeito sobreseus leitores: (1) convenceria-os da sinceridade de seu amor por eles e de seudesejo de voltá-los para visitar; (2) animaria-os a permanecer fiéis apesar dea perseguição.

Vinda.

Gr. parousía (ver com. Mat. 24: 3).

20.

Vós são nossa glória.

No vers. 19 Pablo há descrito a seus conversos como seu "esperança", "gozo" ou"coroa"; aqui os apresenta como seu "glória" (ou "honra"). Esta era uma grandelouvor para os tesalonicenses. Estes crentes não só eram o gozo e acoroa do apóstolo, mas também seu orgulho e deleite. Pablo se glorifica pelaevidência da obra do Espírito de Deus neles. O apóstolo podiaconstantemente regozijar-se e agradecer (cap. 1: 2) pela fé, amor e esperançados tesalonicenses (cap. 1: 3), e além por seu forte espírito missionário(cap. 1: 8). O coração do Pablo estava na Tesalónica, por cima e a pesarde todas as dificuldades.

COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE

3-8 HAp 208

6, 9 HAp 280

10 Ev 458-459

10-13 HAp 208

12 1T 137

13 PVGM 39

19 CM 217; HAd 252; MJ 20

19-20 DMJ 77; Ed 66; HAp 209; OE 534; P 61

CAPÍTULO 3

1 Pablo demonstra seu grande amor pelos tesalonicenses lhes enviando ao Timoteopara que os fortalezca e conforte; regozija-se pelo bom proceder deles,10 e, além disso, ora por eles e deseja chegar felizmente até eles.

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1 PELO QUAL, não podendo suportá-lo mais, acordamos ficar solos em Atenas,

2 e enviamos ao Timoteo nosso irmão, servidor de Deus e nosso colaboradorno evangelho de Cristo, para lhes confirmar e lhes exortar respeito a sua fé,

3 a fim de que ninguém se inquiete por estas tribulações; porque vósmesmos sabem que para isto estamos postos.

4 Porque também estando com vós, predizíamo-lhes que íamos passartribulações, como aconteceu e sabem.

5 Pelo qual também eu, não podendo suportar mais, enviei para me informar desua fé, não seja que lhes tivesse tentado o tentador, e que nosso trabalhoresultasse em vão.

6 Mas quando Timoteo voltou de vós a nós, e nos deu boas notíciasde sua fé e amor, e que sempre nos recordam com carinho, desejando nos ver,como também nós a vós,

7 por isso, irmãos, em meio de toda nossa necessidade e aflição fomosconsolados de vós por meio de sua fé;

8 porque agora vivemos, se vós estiverem firmes no Senhor.

9 Pelo qual, que ação de obrigado poderemos dar a Deus por vós, portodo o gozo com que nos gozamos por causa de vós diante de nosso Deus,

10 orando de noite e de dia com grande insistência, 246 para que vejamos seurosto, e completemos o que falte a sua fé?

11 Mas o mesmo Deus e nosso Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, dirijanosso caminho a vós.

12 E o Senhor lhes faça crescer e abundar em amor uns para com outros e para comtodos, como também o fazemos nós para com vós,

13 para que sejam afirmados seus corações, irrepreensíveis em santidadediante de Deus nosso Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo comtodos seu Santos.

1.

Pelo qual.

Quer dizer, devido ao grande amor dos apóstolos, a sua preocupação por seusconversos e à prolongada frustração do Pablo em seus intentos de voltar paraTesalónica.

Suportá-lo.

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Gr. stégÇ, "cobrir", "ocultar", "suportar" (cf. 1 Cor. 9: 12; 13: 7). Osujeito em plural, "nós" neste versículo, parece indicar que o apóstolodesejava esclarecer que seus companheiros compartilhavam seu afã por esses novos crentese que participavam de todo coração em seus esforços por resolver os problemascriados pela separação (ver com. 1 Lhes. 2: 17-18).

Sós em Atenas.

Pela narração sabemos que quando Pablo foi obrigado a sair da Macedônia,"Silas e Timoteo ficaram ali" (Hech. 17: 14). Quando o apóstolo chegou aAtenas, apreciou a formidável oportunidade que representava essa culta metrópolepagã, e sentiu a necessidade de ter fiéis ajudantes; por isso lhes enviou aordem "de que viessem o mais logo que pudessem" (vers. 15). Anarração dos Fatos não diz se Silas ou Timoteo puderam ir a Atenas; masesta passagem sugere que Timoteo foi, e logo o enviaram de retorno a Macedôniaquase imediatamente para ajudar aos crentes da Tesalónica. Pablo deveuficar solo em Atenas. Deve lhe haver sido extremamente difícil tomar estadecisão. O grande sacrifício que o apóstolo estava disposto a fazerprivando-se do Timoteo e de sua ajuda, indica que as necessidades dostesalonicenses eram urgentes. Timoteo depois de sua visita a essa cidade, viajoucom o Silas a Corinto, onde estava Pablo (cap. 18: 5). É claro que os trêsmissionários se uniram para desenvolver os planos riscados, e que Pablo tomou ainiciativa, tanto em apresentar planos como em cumpri-los.

2.

Enviamos ao Timoteo.

Ver com. vers. 1.

Servidor.

Gr. diákonos (ver com. Mar. 9: 35).

nosso colaborador.

A evidência textual favorece (cf. P. 10) o texto "Timoteo nosso irmão ecolaborador de Deus no evangelho de Cristo". O jovem não só era irmãodo Pablo, participava da mesma fé e estava unido com ele, mas sim além disso eracolaborador com Deus na proclamação do Evangelho de Cristo. Este nobreconceito de estar vinculado com Deus em sua grande missão de amor em favor dahumanidade queda, ocupava um lugar proeminente no pensamento do Pablo e comfreqüência o expressava em seus escritos (cf. ROM. 1: 9; 1 Cor. 3: 9; 2 Cor. 6:1; Fil. 4: 3).

Para lhes confirmar.

Gr. St'rízÇ (ver com. ROM. 16: 25). O principal propósito da visita deTimoteo era confirmar e fortalecer aos crentes para que nenhum se apartasseda fé.

lhes exortar.

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Gr. parakaléÇ (ver com. Mat. 5: 4). O segundo propósito da missão deTimoteo era exortar aos crentes. Isso incluiria um repasse do que se ostinha ensinado, uma ampliação de seus horizontes doutrinais e umfortalecimento de sua experiência cristã diária. Todo isso se resume naspalavras "respeito a sua fé".

3.

inquiete-se.

Gr. sáinomai, "agitar-se", "perturbar-se". Segundo as versões antigas, este éo sentido deste verbo passivo que só aparece aqui no NT. Desde aí astraduções: "Ninguém vacile" (BJ); "nenhum titubeasse" (BC); "nenhum fosseperturbado" (VM). Nos escritos clássicos se emprega em sentido literal, quesignifica "menear a cauda", para referir-se aos cães; portanto, tem aconotação de "adular", "enganar". Alguns acreditam que este último significadodeve aplicar-se neste versículo. Pablo conhecia os perigos que aperseguição local significaria para os tesalonicenses. Por isso esperavafervientemente que o ministério do Timoteo impedisse de algum jeito quefraquejassem na fé.

Por estas tribulações.

Ou "nestas tribulações", pois Pablo tinha a imagem mental das difíceiscircunstâncias em que teriam que viver sua fé seus conversos. 247

Estamos.

O verbo em plural se refere aos apóstolos e também a seus conversos. Ofeito de saber que Deus conhece a perseguição que estão sofrendo e que estatem uma parte já atribuída no plano divino para as vidas deles,fortalece aos cristãos ao suportar aflições. As provas que permitenosso amante Pai são o meio necessário para a salvação, e são dirigidase mitigadas de acordo a esse fim (1 Cor. 10: 13). As provas aperfeiçoam oscaracteres, e os cristãos não devem rebelar-se ante o processo de refinamento(ver com. Mau. 3: 3; Hech. 14: 22; 2 Tim. 3: 12; 1 Ped. 2: 21; 4: 12-13).

4.

Predizíamo-lhes.

No curto tempo que Pablo e seus companheiros estiveram com ostesalonicenses, esforçaram-se a fim de prepará-los para as inevitáveisdificuldades que sobreviriam (Hech. 18: 23). Em primeiro lugar esses crentesconheciam o terrível castigo que Pablo e Silas tinham sofrido no Filipos (vercom. 1 Lhes. 2: 2), e em seu predicación os missionários lhes tinham apresentado aperseguição vindoura. Agora Pablo lhes recorda suas predições e seu penosocumprimento. A veracidade da mensagem apostólica deve ter confirmado aconfiança dos tesalonicenses nele (cf. com. Juan 13: 19), e deve haversignificado um incentivo eficaz para que permanecessem firmes.

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Ibamos a passar tribulações.

Ou "estamos por sofrer tribulações".

5.

Pelo qual.

Embora Pablo sabia que os tesalonicenses seriam perseguidos, não aceitou essacerteza com indiferença. Amava a seus filhos espirituais, e estavameigamente interessado em seu bem-estar. Por isso enviou a um mensageiro pessoalpara que lhe trouxesse informações diretas a respeito da condição deles. Nãomenciona-se à pessoa enviada, pois já tinha entregue essa informação(vers. 2). Simplesmente dá a razão pela que enviou ao Timoteo. Já tinha feitouma afirmação similar nos vers. 1 e 2, mas aqui a faz mais pessoalfalando em primeira pessoa singular, "eu", sem usar verbos em plural.

Suportar.

Ver com. vers. 1.

me informar de sua fé.

A principal preocupação do Pablo era o estado da saúde espiritual de seusconversos.

Tivesse-lhes tentado o tentador.

Pablo conhecia as debilidades humanas, e por isso temia que alguns doscrentes pudessem ter abandonado a pureza da fé. Sua preocupação podiadesaparecer unicamente quando recebesse notícias diretas da Tesalónica. Oapóstolo revela seu conhecimento das sutilezas da tentação. Deus haviapermitido que as provas assediassem aos cristãos tesalonicenses; mas atentação não se originava nele. Pablo reconhece que a incitação ao malprovém do tentador, de Satanás (cf. com. Mat. 4: 1; Sant. 1: 13-l4); dá-seconta de que um demônio pessoal trabalha por meio de homens ímpios, que estáatacando aos filhos de Deus com o propósito de desanimá-los para queabandonem sua fé. Se o diabo conseguia ter êxito, então toda a obra feitaem favor dos crentes teria sido em vão, pois Pablo considerava que seusesforços não tinham tido fruto a menos que concluíram com a salvação deaqueles para quem trabalhava.

6.

Mas quando.

Literalmente "mas agora", o qual indica que Timoteo acabava de chegar deTesalónica. portanto, esta primeira epístola foi escrita pouco depois dachegada do Timoteo, e por isso reflete os carinhosos sentimentos cansados poro reanimador relatório do Timoteo, e também esclarece que a epístola foi escritaem Corinto, não em Atenas (ver pp. 232-233), pois o relato diz que Timoteo eSilas se reuniram com o Pablo em Corinto (Hech. 18: 5).

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Amor.

Gr. agáp' (ver com. Mat. 5: 43; Juan 11: 3; 1 Cor. 13: 1). Foi um bálsamopara o coração do Pablo o saber que a fé dos crentes não tinha fraquejadoe que seu amor não se esfriou.

Recordam-nos com carinho.

Pablo tinha temido que as tergiversações dos judeus o houvessemindisposto com os tesalonicenses uma vez que se afastou deles. A notíciade que ainda se lembravam dele com carinho e que continuamente desejavamvê-lo, teve que ter sido muito reconfortante para o apóstolo. O declara queo desejo era mútuo: ele também desejava vê-los (cf. cap. 2: 17-18).

7.

Necessidade e aflição.

Gr. anágk' e thlípsis. Quanto ao significado destas duas palavras gregas,ver com. ROM. 2: 9 e 1 Cor. 7: 26, respectivamente. Alguns intérpretes hãopensado que "necessidade e aflição" referem-se a dificuldades internas eexternas. O mais provável é que se refira às duras provas com que osjudeus apressavam ao apóstolo em Corinto (Hech. 18: 1-17). Ali os dirigentesjudeus se haviam oposto com muita veemência e em forma muito blasfema àpredicación do Evangelho feita pelo Pablo, 248 e por esta razão se separou deeles e se dirigiu completamente aos gentis (vers. 6). Os hostisintentos para silenciá-lo não cessaram; antes bem, aumentaram até o ponto deque "levantaram-se de comum acordo contra Pablo" (vers. 12). Nesses momentosde dificuldades o Senhor misericordiosamente animou ao Pablo em visão para quefora valente na apresentação de sua mensagem, e lhe assegurou amparo eêxito em sua obra (vers. 9-10). Possivelmente nesses momentos recebeu o consoladormensagem que lhe trouxe Timoteo.

Fomos consolados.

Pablo, tão cuidadoso para animar a outros, a sua vez foi consolado pelos queprocuravam lhe ajudar. Tomara que os ministros de Deus também sejamreconfortados agora por aqueles por quem trabalha. O melhor modo em que umconverso pode animar a quem o trouxe para o Salvador é manter-se firme nocaminho cristão.

8.

Porque agora vivemos.

Um contraste com a perturbada existência, rodeada de aflição e angústia, quetinham suportado os apóstolos.

Se. . . estão firmes.

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Quanto ao significado de "estar firmes", ver com. Fil. 1: 27. Pablodeclara que enquanto os tesalonicenses permanecessem firmes, ele e seuscompanheiros desfrutariam do máximo gozo cristão possível. Uma expressão deamor tão cordial, e o ardente interesse do apóstolo no bem-estar deles,devem ter animado aos tesalonicenses a ser fiéis.

9.

Que ação de obrigado poderemos dar?

O coração do Pablo transbordava de legítimo júbilo ante o pensamento domagnífico comportamento de seus conversos. Pablo desejava, naturalmente,agradecer pelo testemunho exemplar deles, e desejava agradecer não aoshomens a não ser a Deus que tinha feito possível sua vida vitoriosa. Seu gozo eraespiritual. Derivava de sua contemplação do crescimento espiritual doscrentes. Neste gozo não há egoísmo; é similar à alegria que sentemos anjos pela conversão de um pecador (Luc. 15: 10). Pablo expressa porterceira vez agradecimento a Deus por seu poder sustentador em favor dosconversos do apóstolo (cf. 1 Lhes. 1: 2; 2: 13). Poderia haver uma causa maiorpara expressar agradecimento? O gozo que sente um verdadeiro servo de Cristoquando conhece a felicidade dos que levou a Senhor, é a máximarecompensa por seu serviço (cf. 3 Juan 4).

10.

Orando de noite e de dia.

Ver com. cap. 2: 9. Aqui se apresenta uma vislumbre da vida privada deoração do apóstolo. Pablo trabalhava "de noite e de dia" (cap. 2: 9); semembargo, como o supremo sacerdote, continuamente levava a seus conversos sobre seucoração (ver com. Exo. 28: 29).

Para que vejamos seu rosto.

Cf. cap. 2: 17-18; 3: 6. Pablo sabe que há algo que só pode fazer em formapessoal; mas o fato de que não lhe é possível cumprir seu desejo, induz-o aescrever esta carta que tão bem faz em favor de seus amigos distantes. Masquanto mais beneficiou à igreja em todos os séculos! Esta epístola, quepossivelmente é o mais antigo de todos seus escritos conhecidos (ver pp. 232-233), foiredigida como resultado direto de seus infrutíferos intentos de voltar paraTesalónica (ver com, cap. 2: 18). É possível que tivesse visitado mais tardeessa igreja e dado mais instruções a seus membros (ver Hech. 20: 2). Mas emesse momento tinha obstáculos que lhe impediam de ir. A demora que obrigou aoapóstolo a pospor sua visita, pela graça de Deus se converteu naoportunidade para que escrevesse a epístola. Dessa maneira a ira do homemconverteu-se em louvor a Deus.

Completemos o que falte.

Gr. katartízÇ (ver com. Luc. 6: 40; Gál. 6: 1). Pablo desejava completar oque lhes faltava espiritualmente. Tinha elogiado a fé, o amor e a esperançadeles (1 Lhes. 1: 3), mas reconhecia que lhes faltavam virtudes essenciais

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(ver com. cap. 4: 11; 5: 14), e precisavam abundar "mais e mais" (cap. 4: 10) emos atributos cristãos.

11.

Mas o mesmo Deus.

Pablo dá começo a uma nova seção, e registra uma oração específica. Ofeito de que Deus e Cristo se mencionem juntos destaca a unidade desses doismembros da Divindade. Quanto aos títulos que Pablo dá ao Pai e aoFilho, ver com. ROM. 1: 7; Gál. 1: 4; Fil. 2: 5.

Dirija.

Com mais precisão "façam direito" (cf. Luc. 1: 79; 2 Lhes. 3:5). Satanás haviaposto obstáculos no caminho do Pablo (1 Lhes. 2: 18), e por esta razão oapóstolo recorreu ao Pai e a Cristo lhes pedindo que tirassem todos osobstáculos e fizessem possível que ele e seus companheiros visitassem de novoTesalónica.

12.

E o Senhor.

Pablo virtualmente diz: não importa o que me aconteça, desejo que cresçam emestatura espiritual.

Faça-lhes. . . abundar.

Gr. pleonázo, "exuberar" (BJ). A "abundância" adicional serve 249 paradestacar o ardor do desejo do Pablo por seus conversos. Ora para que Deus osde um amor cada vez mais profundo por seus irmãos na fé, e logo pelos queestão fora da igreja. Queria que o ardente amor que sentia por eles sereproduzira em seus corações em favor de outros. O amor fervente mútuo é umaprova para o mundo da autenticidade da religião cristã. Esta é aensino explícito de Cristo (Juan 13: 34-35).

13.

Para que.

Assinala o resultado da superabundância de amor nos corações.

Afirmados.

Gr. St'rízÇ (ver com. ROM. 16: 25). Em 1 Lhes. 3: 2 St'rízÇ se traduz"confirmar". Pablo tinha a confiança de que Cristo confirmaria os coraçõesdos crentes, e reconhecia que os tesalonicenses não podiam fazer essa obrapor si mesmos.

Irrepreensíveis.

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Gr. ámemptos, "impecável", "sem mancha", "irreprochável" (cf. com. F. 1: 4;Fil. 2: 15; 3: 6). O desejo do apóstolo para seus conversos era que em assuntosespirituais estivessem livres de toda imperfeição.

Santidade.

Isto indica a esfera para a qual Cristo dirige aos crentes. Oscapacita de tal modo a viver vistas santas, irrepreensíveis, que poderão apresentar-sesem mancha diante do juiz do universo. "Irrepreensíveis em santidade"representa a norma ética e espiritual máxima. O apóstolo acredita que uma normatal pode ser alcançada mediante a graça que Cristo proporciona a aqueles deseus seguidores que crescem no amor. Acreditar menos que isso seria negar oEvangelho.

diante de Deus.

A preocupação do Pablo era que seus conversos fossem consideradosirrepreensíveis, não pelos homens, que são falíveis, a não ser Por Deus, queesquadrinha os corações e sabe o que há na mente.

Nosso Pai.

Cf. vers. 11.

Vinda.

Gr. parousía (ver com. Mat. 24: 3). A vinda de nosso Senhor é uma dasnota chave desta epístola (1 Lhes 1: 10; 2: 19; 4: 16; 5: 23). Pablo destacanestas últimas palavras que o caráter dos crentes deve estardesenvolvido para o dia da vinda de Cristo, pois então já não haverápossibilidade alguma de mudança.

Santos.

Gr. hágios (ver com. ROM. 1: 7). Hágios geralmente se refere no NT aos filhos redimidos de Deus (Mat. 7: 52; Hech. 9: 13; 1 Cór. 1: 2; etc.).Alguns acreditam que hágios se refere aqui aos anjos que acompanham a Cristoem seu parousía ou vinda (Mat. 25: 31); mas outros acreditam que Pablo se estárefiriendo aos Santos que ressuscitarão e aos que estejam vivos, que sereunirão quando Cristo apareça (1 Lhes. 4: 13-17), e com quem ele então seunirá.

COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE

1 HAp 190

6-10 HAp 2O7

8 MC 124; P 28

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11-12 MeM 228

12-13 HAp 213; 5T 693

13 DMJ 125

CAPÍTULO 4

1 Os precatória a seguir adiante em toda santidade, 6 a viver Santa e justamente,a amar-se mutuamente, 11 a ocupar-se cada um quietamente em seus próprios assuntos13 e a lamentar-se com moderação pelos mortes. 15 A esta última exortaçãoacrescenta-se uma breve descrição da ressurreição e a segunda vinda de Cristopara julgar a todos.

1 PELO resto, irmãos, rogamo-lhes e exortamos no Senhor Jesus, que damaneira que aprenderam de nós como lhes convém lhes conduzir e agradar aDeus, assim abundem mais e mais.

2 Porque já sabem que instruções lhes demos pelo Senhor Jesus;

3 pois a vontade de Deus é sua santificação; que lhes separem defornicação;

4 que cada um de vós saiba ter sua própria esposa em santidade e honra;

5 não em paixão de concupiscência, como os gentis que não conhecem deus; 250

6 que nenhum ofenda nem engane em nada a seu irmão; porque o Senhor évingador de tudo isto, como já lhes havemos dito e atestado.

7 Pois não nos chamou Deus a imundície, a não ser a santificação.

8 Assim, que despreza isto, não despreza a homem, a não ser a Deus, que tambémdeu-nos seu Espírito Santo.

9 Mas sobre o amor fraternal não têm necessidade de que vos escriba, porquevós mesmos aprendestes que Deus que lhes amem uns aos outros;

10 e também o fazem assim com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Mas lhes rogamos, irmãos, que abundem nisso mais e mais;

11 e que procurem ter tranqüilidade, e lhes ocupar em seus negócios, etrabalhar com suas mãos da maneira que, mandamo-lhes,

12 a fim de que lhes conduzam honestamente para com os de fora, e não tenhamnecessidade de nada.

13 Támpoco queremos, irmãos, que ignorem a respeito dos que dormem, para quenão lhes entristeçam como os outros que não têm esperança.

14 Porque se acreditarem que Jesus morreu e ressuscitou, assim também trará Deus com

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Jesus aos que dormiram nele.

15 Pelo qual lhes dizemos isto em palavra do Senhor: que nós que vivemos,que teremos ficado até a vinda do Senhor, não precederemos aos quedormiram.

16 Porque o Senhor mesmo com voz de mando, com voz de arcanjo, e com trompetistade Deus, descenderá do céu; e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.

17 Logo nós os que vivemos, os que tenhamos ficado, seremos arrebatadosjunto com eles nas nuvens para receber ao Senhor no ar, e assimestaremos sempre com o Senhor.

18 portanto, lhes respire os uns aos outros com estas palavras.

1.

Pelo resto.

Gr. loipós, "quanto ao resto". Este término grego também está em 2 Cor.13: 11; F. 6: 10; Fil. 4: 8; 2 Lhes. 3: 1 (ver com. Fil. 3: 1). Pabloconclui sua oração, e começa a exortar aos tesalonicenses quanto àvida cristã.

Rogamo-lhes.

Gr. erÇtáÇ (ver com. Fil. 4-3). Pablo, em vez de usar sua autoridade apostólicae dar ordens a seus leitores, com tato e humildade lhes roga que escutem, e sedirige a eles como irmãos.

Exortamos.

Gr. parakaléÇ (ver com. Mat. 5: 4). Pablo não se contente rogando; a seurogo acrescenta uma fervente exortação. Tinha orado para que os tesalonicensespudessem estar preparados para a vinda do Senhor (cap. 3: 12-13), mas sóorar não era suficiente. Deviam fazer algo mais. Sua parte era emprestar atençãoà instrução que tinham recebido, e, pela graça de Deus, procederconforme a ela.

No Senhor Jesus.

Ver com. Fil. 2: 19. Pablo não estava dando opiniões ou conselhos pessoais;escrevia por inspiração divina. Estava exortando no nome do Senhor epor autoridade divina. Embora este enfoque está cheio de tato, há nele umavigorosa nota de autoridade; estava calculado para que tivesse uma grandeinfluencia nos que recebessem esta mensagem.

Aprenderam de nós.

Pablo recorda a seus leitores o que lhes tinha ensinado enquanto estava comeles (cf. 1 Cor. 15: 1; Gál. 1: 9; Fil. 4: 9). Lhes tinha dado uma

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instrução prática (cf. 1 Lhes. 2: 2, 7-8, 13).

lhes conduzir e agradar a Deus.

Quer dizer, "conducíos para agradar a Deus". A evidência textual estabelece(cf. P. 10) o aplique de uma frase: "como também caminham"; "como andam"(NC); "como de fato já andam" (BA). O propósito desse comportamento oumodo de viver (ver com. cap. 2: 12) devia ser o de obter a aprovaçãodivina de sua conduta (cf. com. vers. 4). O apóstolo tinha ensinado aostesalonicenses que vivessem não como quão judeus em geral desagradavam aDeus (vers. 15), a não ser de acordo com os princípios evangélicos para querecebessem continuamente a aprovação divina.

Abundem mais e mais.

O apóstolo desejava que seus conversos alcançassem elevadas metas cristãs. Acreditava que podiam ir muito além do que já tinham alcançado (cf. Ed15-16). Esta confiança em suas possibilidades abriria o coração dostesalonicenses para as sérias admoestações seguintes.

2.

Sabem.

Cf. cap. 2: 1-2, 9, 11, aonde Pablo destaca o conhecimento pessoal de 251os tesalonicenses de seu ministério prévio em favor deles. Não lhes estápedindo nada novo.

Instruções.

Gr. paraggelía, "ordem", "instrução". Este término se usa com freqüência ema literatura clássica para especificar ordens militares. Aqui se refere aas instruções previamente repartidas pelo Pablo aos tesalonicenses.

Pelo Senhor Jesus.

Ou "por causa de". O apóstolo recorda de novo a seus leitores que seusensinos eram dados por autoridade divina. Agora, quando estava por falar depecados específicos dos quais eram culpados alguns da igreja, desejavavivamente que cada paroquiano reconhecesse que estava enunciando princípios deCristo (cf. vers. 8). Esse reconhecimento asseguraria uma resposta positiva aas normas que lhes estava recordando.

3.

A vontade de Deus.

A vontade de Deus representa seus desejos para seus filhos. Não é sua vontadeque nem sequer um dos membros de sua família pereça devido a nenhumaclasse de pecado (Mat. 18: 14).

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Santificação.

Gr. hagiasmós (ver com. ROM. 6: 19). Hagiasmós é lhe abranja; não se limita aa castidade, embora esta se destaca no pensamento do Pablo nestecontexto; entretanto, a vontade de Deus só se pode cumprir com nossaconsagração completa. Cristo morreu para fazer possível nossa santidade (F.5: 25-27), mas este resultado não se obtém em um momento. A justificaçãose efectúa instantaneamente, quando o pecador arrependido aceita o perdão deDeus; mas a santificação é a obra contínua da graça (ver com. ROM.12: 1-2). "Não é obra de um momento, uma hora, ou um dia, mas sim de toda a vida"(HAp 447).

Aparteis.

Do verbo grego apéjomai, "separar-se de", e portanto, "abster-se". Deusespera que o cristão se além do pecado e não se exponha à tentação(ver com. 1 Cor. 6: 18).

Fornicação.

Gr. pornéia (ver com. Mat. 5: 32; Hech. 15: 20; 1 Cor. 5: 1). Este pecadodevia ser condenado enfaticamente entre os conversos gentis, pois se haviamcriado em uma atmosfera onde se aceitava o relaxamento moral e o vício eraum rito religioso (ver T. VI, pp. 93-94). A deusa principal de Corinto, desdeonde estava escrevendo, era Afrodita, deusa do amor e da procriação; seuculto se celebrava com as mais desenfreadas orgias. Em qualquer cidadepagã teria sido difícil que os cristãos não tivessem sido afetados poruma imoralidade tão pública. Mas tudo o que vai contra a castidade decoração, em palavra e comportamento, é contrário ao mandamento do Decálogodivino e também à santidade que exige o Evangelho (cf. Mat. 5: 27-28; Hech.15: 29; 1 Cor. 6: 18; Gál. 5: 19; F. 5: 3). Esta ordem deve serminuciosamente atendida por tudo o que segue a Cristo, pois se rebaixaramas normas de conduta sexual, considera-se antiquada a castidade e osdivórcios são muito freqüentes.

4.

Saiba.

Ou "compreenda'. Em 1 Lhes. 5: 12 Pablo usa o verbo "reconhecer" com o sentidode "conhecer o valor de", "apreciar", "respeitar". Usam-se diferentes formado mesmo verbo em 1 Lhes. 4: 5; 2 Lhes. 1: 8; Gál. 4: 8 para descrever aos quenão conhecem deus, quer dizer, que nem o compreendem nem o apreciam.

Ter.

Gr. ktáomai, "adquirir", "procurar para a gente mesmo", "possuir".

Sua própria esposa.

Gr. skéuos, "utensílio", "instrumento", "copo", "coisa"; 'seu corpo" (BJ, NC);"seu próprio copo" (BA). Skéuos se usa 23 vezes no NT; 7 vezes se há

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traduzido "copo", e 10 vezes "objeto", "utensílio", "vasilha", "bens" ou"instrumento". Há diferença de opinião quanto ao significado desteversículo. Alguns opinam que Pablo se refere ao corpo do cristão,tendo em conta especialmente suas funções sexuais. Esta interpretaçãoconcorda com o contexto que tráfico da pureza sexual (vers. 3 e 5), mas nãotão bem com o significado de ktáomai, "adquirir" (ver "ter"). Entretanto,é possível lhe dar a ktáomai o significado de "ganhar o domínio sobre". Aopinião generalizada dos eruditos prefere interpretar skéuos, "copo", comouma referência à esposa de um homem. Essa opinião tem apoio bíblico em 1Ped. 3: 7, onde se descreve à esposa como "copo mais frágil", e naliteratura rabínica, onde se fala da esposa como de um "copo" para ohomem.

Há outro ponto de vista que merece consideração. Uns poucos intérpretes hãosugerido que o versículo se divida da seguinte maneira: "Cada um devós respeite a sua própria esposa, e obtenha lucros em santificação ehonra". Sustentam que o segundo pensamento se aplica às relaçõescomerciais, à aquisição de riqueza, e que Pablo insiste para que se façacom um fundamento 252 ético. Mas esta interpretação é estranha à correntedo pensamento do Pablo, o qual se concentra nos vers. 3-7 em temas depureza sexual.

O enfoque que dá Pablo a este tema da impureza e do matrimônio nestaepístola, está em harmonia com a forma em que trata um tema similar em 1 Cor.7, aonde considera que o matrimônio é uma união divinamente instituída queajuda aos maridos cristãos a evitar as tentações sexuais (ver com. 1Cor. 7: 1-5).

5.

Paixão.

Gr. páthos, "emoção", boa ou má; mas no NT só se aplica a mausdesejos (ROM. 1: 26; Couve. 3: 5).

Concupiscência.

Gr. epithumía, "desejo", "ânsia", "desejo" ; mas no NT geralmente maldesejo, especificamente, "luxúria" (ver com. Mar. 4: 19; ROM. 7: 7). Aspalavras "paixão de concupiscência", poderiam, pois, traduzir-se "paixão deluxúria". A estreita relação entre os vers. 4 e 5 apóia a idéia de quePablo se está refiriendo aos aspectos sexuais do matrimônio. No vers. 4apresenta o enfoque positivo; no 5 destaca o proceder que deve evitar ocristão. Embora os tesalonicenses se criaram em uma atmosfera deimoralidade, não deviam permitir que esta os poluísse.

Gentis.

Ou "pagãos". Posto que os tesalonicenses mesmos tinham sido gentis, oupagãos, entendiam a que se referia Pablo. Mas o fato de que agora oapóstolo claramente os distinguisse dos pagãos, animaria-os a manter essadistinção negando-se a sentir prazer na imoralidade como o faziam os

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gentis.

Que não conhecem deus.

Ver com. ROM. 1: 21, 28.

6.

Ofenda.

Gr. huperbáinÇ, "passar por cima de", "exceder-se", metaforicamente"transgredir"; "extralimitarse" (NC); "ninguém se ultrapasse" (VM). Este verbo sóusa-se aqui no NT.

Engane.

Gr. pleonektéÇ, "aproveitar-se de outro", "defraudar".

Em nada.

Melhor "nele assunto". O que se entenda pelo que está comprometido em "oassunto" é muito importante para a interpretação deste versículo. Algunssustentam que se faz referência a transações comerciais, e que Pablo estáadmoestando a seus conversos a ser honrados em seus negócios. Este ponto devista está em conflito com o pensamento do Pablo expresso nos vers. 5 e 7,onde claramente se ocupa da pureza sexual. É preferível supor que oapóstolo continua com seu tema dos vers. 3-7, e que com delicadeza afirma quea fornicação é uma forma de roubar, já que se apropria do que em justiçapertence a outro.

Vingador.

Gr. ékdikos (ver com. ROM. 13: 4). descreve-se ao Senhor como o que executajulgamento. que estabeleceu o vínculo que une a marido e esposa, vela por ele(cf. Mat. 19: 5-6). As relações que se acreditam secretas, que não se apresentamante nenhum tribunal humano, são vistas pelo Senhor (Heb. 4: 13). O julga. O transgressor não pode evitar o castigo divino. Desta maneira Pablorecorda a seus leitores que o pecado, especialmente a classe de pecado de queestá-se ocupando, não ficará impune. apresenta-se isto como a primeira razãopara não defraudar a nosso irmão.

Tudo isto.

Tudo o que corresponde a pecados carnais de fornicação, adultério equalquer outra forma de impureza sexual.

Já lhes havemos dito.

Pablo não dá nenhum conselho novo. Repete o ensino dado previamente aoscrentes.

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Atestado.

Ou "protestado solenemente", "testemunhado publicamente". Pablo haviaadmoestado fielmente a seus conversos contra as corruptoras influências quepreponderavam na sociedade. A igreja de Deus necessita hoje ter em contauma admoestação solene semelhante, pois está rodeada das influênciasdegradantes de uma sociedade corrompida.

7.

Pois.

Com esta conjunção causal começa a segunda razão que expõe Pablo em seuexortação a viver com pureza (ver com. vers. 6).

Chamado.

Ver com. cap. 2: 12. A chamada de Deus é uma razão poderosa para evitartoda classe de impureza. Cf. com. 1 Cor. 6: 18-20; 1 Ped. 1: 14-16.

A imundície.

Ver com. cap. 2: 3. Deus não chamou a ninguém a ser imundo ou impuro.

Santifícación.

Gr. hagiasmós (ver com. ROM. 6: 19). Deus espera que seus filhos vivam em umaatmosfera de santidade (cf. Heb. 12: 14). A santidade devesse caracterizartodo aspecto da vida cristã.

8.

Despreza.

Quer dizer, que despreza o conselho do Pablo (vers. 3-7) em realidade estárechaçando a mensagem de Deus. Isto destaca ao máximo as normas moraisapresentadas pelo apóstolo. 253

Também nos deu.

A evidência textual estabelece (cf. P. 10) o texto tal como está na RVR. Entretanto, alguns MSS dizem "está dando" em vez de "deu". ContinuamenteDeus está repartindo seu Espírito Santo a seus filhos.

Deu-nos.

A evidência textual estabelece (cf. P. 10) o texto "deu-lhes" (BJ, BC, NC). Pablo não está falando agora de sua própria inspiração pelo Espírito Santo,mas sim se refere à forma que Deus dispôs para que seu povo sejavitorioso sobre toda classe de pecados. O Senhor não só chamou a seusfilhos à santidade e deu claras ordens contra a impureza, mas sim há

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proporcionado o poder pelo qual podem alcançar a elevada norma divina. Ocristão, assim fortalecido, pode superar todos os obstáculos em seu propósitode obter um caráter semelhante ao de seu Professor (cf. F. 3: 16-19; Fil. 4:13; Couve. 1: 11).

9.

Amor fraternal.

Gr. filadelfía (ver com. ROM. 12: 10). Cf. Heb. 13: 1; 1 Juan 3: 14; 4:20-21. Pablo se ocupou (1 Lhes. 4: 6) de uma forma especial de violar osprincípios do amor, mas não considera necessário prosseguir com o tema.

Aprendido de Deus.

Quando a gente aceitou o novo pacto da graça permitindo assim que o Senhorescriba a lei divina em seu coração, é ensinado Por Deus, e já não necessitadepender só da instrução humana (cf. Heb. 8: 10-11).

Amem-lhes uns aos outros.

O propósito da instrução divina é promover o amor fraternal nocoração dos crentes (cf. com. cap. 3: 12). O amor fraternal fervente éuma das mais poderosas evidências de uma verdadeira conversão (HAp 213).

10.

Fazem-no assim.

Esta era outra razão para que Pablo não precisasse escrever mais sobre o amorfraternal. Os tesalonicenses já tinham demonstrado seu amor aos crentes donorte da Grécia, e Pablo os tinha gabado no começo desta epístola poro "trabalho de" seu "amor" (ver com. cap. 1: 3). Não explica de que maneiraexpressaram seu amor fraternal, mas sem dúvida foram hospitalares com seusirmãos na fé na Macedônia. Agora aproveita essa qualidade que haviamdemonstrado como base para lhes exortar a ser puros em suas vidas. depois dedemonstrar tão ampliamente seu amor, com segurança o praticariam em seusrelações cotidianas com seus irmãos da igreja.

Rogamo-lhes.

Melhor "exortamo-lhes", BJ (cf. com. vers. 1).

Abundem nisso mais e mais.

O amor demonstrado pelos tesalonicenses ainda não se aperfeiçoou. Pablo os precatória a prosseguir no bom caminho. A vida cristã é deprogresso contínuo. O amor de Deus se aperfeiçoa em nós só quandonosso amor mútuo é pleno (1 Juan 4: 12, 20-21).

11.

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Procurem.

Gr. filotiméomai, "desejar ou pretender honras", "trabalhar em excesso-se"; aqui "ambicionar","aspirar"; "ambicionem" (BJ); "esforcem" (NC).

Ter tranqüilidade.

Quer dizer, viver uma vida repousada, em calma. Pode ser que tenha havidofanatismo entre os crentes da Tesalónica. Alguns poucos estavam disseminandoidéias e doutrinas fanáticas que perturbavam a muitos (ver 2 Lhes. 3: 11-12; HAp212). Pelo contexto e pelo tenor da epístola, parece que essas idéiasperturbadoras se relacionavam com a doutrina do segundo advento (1 Lhes.4: 13-18; 5: 1-11l; cf. HAp 185-186).

lhes ocupar em seus negócios.

Conforme parece, alguns dos membros da igreja se estiveram ocupandode assuntos que não lhes incumbiam, possivelmente até de assuntos da mesma igreja (cf.com. 2 Lhes. 3: 11-12).

Trabalhar.

Uma das melhores proteções para não ser intrometidos é ocupar-seativamente do próprio trabalho. Mas parece que alguns estavam ensinando quetendo em vista a iminência do segundo advento, não correspondia queocupassem-se nos trabalhos comuns; e devido a isso alguns tinham deixado detrabalhar para manter-se, e estavam dependendo da generosidade de seusirmãos.

Mandamo-lhes.

Pablo já se ocupou do problema quando esteve com os tesalonicenses, demodo que agora podia recordar sua anterior instrução verbal, e não sóordenava que vivessem assim, mas sim tinha dado um notável exemplo delaboriosidade, independência e utilidade (cf. com. Hech. 18: 3).

12.

Conduzam-lhes.

Gr. peripatéÇ (ver com. cap. 2: 12).

Honestamente.

Gr. eusj'mónÇs, "decorosamente", "decentemente". A admoestação não se refere arelações comerciais, a não ser a viver uma vida cristã conseqüente, ocupando-sedo de um e trabalhando com diligência 254 para ganhá-la vida sem dependerde outros.

Com os de fora.

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Quer dizer, fora da igreja, os que não eram cristãos (ver com. 1 Cor. 5:12). Uma vida cristã conseqüente é em si mesmo um bom testemunho ante omundo incrédulo.

Necessidade de nada.

O grego pode traduzir-se "nada" ou "ninguém". O significado é claro com ambastraduções. "Não necessitem de ninguém" (BJ); "de ninguém tenham necessidade"(BC). O cristão deve aspirar a ser independente, a não depender de outrospara seu sustento.

13.

Tampouco queremos.

Pablo pode estar associando ao Silas e ao Timoteo em sua afirmação, docontrário está usando um plural majestático (ver com. cap. 1: 1).

O apóstolo introduz um tema novo: o que ocorrerá com os cristãos mortosquando se produzir o retorno de Cristo. Timoteo, que acabava de retornar deTesalónica (cap. 3: 6), possivelmente tinha sido portador da notícia de que osmembros de igreja estavam muito preocupados com a sorte dos seus quetinham morrido depois de sua conversão. Como podiam compartilhar esses defuntosas glórias do reino de Cristo quando voltasse El Salvador? Pablo consideraagora o tema detalladamente (vers. 13-18), e logo se ocupa de um tema afim:o momento da aparição de Cristo (cap. 5: 1-11). Trata ambos os pontos, nãocomo doutrinas novas, mas sim como um ensino familiar na qual oscrentes necessitavam mais instrução e admoestação. Pablo não tinha tidotempo para responder a todas as perguntas dos tesalonicenses nem paraesclarecer cada ponto enquanto tinha estado com eles.

Os que dormem.

Gr. koimáÇ, "dormir", em sentido figurado "morrer". A forma verbal gregatambém pode traduzir-se "estão dormindo". Seguiam morrendo cristãos emTesalónica. Quanto ao sonho como uma figura da morte, ver com. Juan11: 11. As inscrições gregas mostram que os cemitérios se chamavamkoim't'rion, palavra que significa "dormitório". Para os cristãos osmortos estavam como dormidos, esperando a manhã da ressurreição.

Não lhes entristeçam.

Pareceria que os tesalonicenses se entristeceram indevidamente pelosdeles que tinham morrido depois de aceitar o Evangelho. Os que ficavamtemiam que os defuntos perdessem a gloriosa experiência que os cristãosesperavam desfrutar quando Cristo voltasse. Pablo dedica os vers. 13-18 aeliminar esse engano e consolar aos crentes. Explica que não há necessidade deque um cristão se entristeça por seu irmão morto, pois a esperança daressurreição elimina a causa desse pesam Mas Pablo não desaprova a dornatural. Está ensinando aos crentes a não ficar sumidos em uma dor humanasem esperança, a não ser a reanimar-se com a expectativa de reunir-se com seus amado

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quando estes ressuscitem em ocasião do retorno do Senhor.

Como os outros.

Quer dizer, como os que não eram cristãos.

Que não têm esperança.

Os que não são cristãos não têm um equivalente da esperança cristã. Os incrédulos não têm nenhuma base para esperar vida depois da morte;para eles a morte tem que ser o fim, pois não conhecem nenhum poder quepossa quebrantar as ataduras da morte e dar vida aos mortos. Só ocristão conhece aquele que venceu à morte para si mesmo e para seusseguidores. Pablo contrasta desta maneira a perspectiva do crente com adesesperança do mundo pagão que o rodeia.

14.

Se acreditarem.

O texto grego não expressa dúvida, já que se dá por sentado que a condição secumpriu. Perfeitamente poderia traduzir-se "já que acreditam".* Pablo haviaapresentado o ensino quanto à morte e a ressurreição do Jesus aprimeira vez que os visitou (Hech. 17: 1-3), e seus conversos tinham acreditado. Estavam bem fundamentados nas doutrinas básicas da fé cristã. Agorao apóstolo queria que usassem sua crença na morte e ressurreição do Jesuscomo fundamento de sua esperança futura da ressurreição dos cristãosmortos antes da segunda vinda. A morte e a ressurreição do Jesus dãoao cristão uma segura esperança de ressurreição (Juan 14: 19; ver com. 1 Com15: 20-23). Por isso os tesalonicenses não deviam se desesperar-se quando morreramseus amado.

Deus trará.

pinta-se a Deus como o que ressuscita aos mortos.

Com o Jesus.

Com mais precisão, "pelo Jesus" (BC, NC). Apresentaram-se váriasinterpretações para explicar esta difícil expressão. 255 Alguns interpretamque Pablo quer dizer que a morte é um sonho só em virtude do podervivificador de Cristo que um dia despertará aos mortos; que se Jesus nãotivesse morrido e ressuscitado, a morte seria o final de tudo. Outros sugeremque embora Deus traz para os mortos à vida, faz-o por meio do Jesus, édizer, com o Jesus como agente.*

Os que dormiram.

Ou "os que ficaram dormidos", quer dizer, os cristãos mortos antes dasegunda vinda.

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Nele.

Com mais precisão, "com ele".* Quer dizer, procedentes da tumba, assim como Jesusressuscitou. Há quem considera que esta expressão é paralela à frase"mortos em Cristo". Falaria-se então dos que "morreram com o Jesus", osque morreram sendo crentes no Jesus. Em todo caso, aqui Pablo chega aoponto essencial de sua resposta aos perturbados tesalonicenses, preocupadospelo destino de seus mortos. O apóstolo lhes assegura mediante uma categóricaafirmação, que Deus dispôs que os mortos cristãos serão ressuscitados,assim como Jesus ressuscitou. Essas palavras asseguravam a quão crentes seusamados não seriam esquecidos. Esta segurança inspirada satisfaria asinquietações dos tesalonicenses e lhes infundiria paz. Ao Pablo interessaprincipalmente o fato de que os justos mortos ressuscitarão; não se preocupa,entretanto, dos detalhes cronológicos da ressurreição. Esses pormenoresapresentam-se em 1 Cor. 15: 23: "Cristo, as primicias; logo os que são deCristo, em sua vinda". Pablo desejava destacar que assim como Deus tirou cristoda tumba, assim também tiraria de seus sepulcros aos Santos dormidos.

Alguns ensinam que Pablo fala aqui de almas desencarnadas que subiram aocéu ao morrer e voltarão com o Jesus quando ele descenda a esta terra emocasião do segundo advento. Mas a Bíblia não ensina que a alma éimortal e que sobe ao céu quando a pessoa morre (ver com. Mat. 10:28; Luc. 16: 19-31; 2 Cor. 5: 28). Além disso, esta interpretação não harmoniza denenhum modo com o contexto. Pablo não está falando de almas imortais, a não serdos mortos "que dormem" (1 Lhes. 4: 13), os "que dormiram nele" (vers.14), os "mortos em Cristo" (vers. 16). Os "mortos em Cristo" ressuscitam(vers. 16); não descendem. diz-se que os viventes não precederão aos quedormiram no que se refere a estar com o Senhor (vers. 15). Todos entrarãojuntos no reino (vers. 17). Se os mortos precedessem aos viventes eestivessem já com o Senhor ao morrer, antes da ressurreição, a linguagem doapóstolo seria incompreensível e até absurdo. Seu consolo de nada serviria. Emtal caso Pablo teria tido que lhes dizer aos tesalonicenses que seus amadojá estavam desfrutando da bem-aventurança. Nada disso disse. Não podiadizê-lo, pois seu ensino devia harmonizar com a do Senhor (ver com. Juan 14:3). Alguns comentadores, compreendendo o problema, admitem sem reservas que"aqui não se fala de almas desprovidas de corpo" (Jamiesen, Fausset e Brown).

15.

Em palavra do Senhor.

O apóstolo recorre a uma autoridade superior à sua (cf. com. Cor. 7: 6, 10,12, 25).

Nós que vivemos, que teremos ficado.

Quer dizer, os que fiquem vivos até o retorno de Cristo, em contraste com osjustos mortos. Pablo pareceria expressar aqui a esperança de que ele e osconversos a quem escrevia, estariam vivos quando Cristo retornasse, esperançacomum aos cristãos de todos os séculos; mas não afirma explicitamente queestaria vivo até esse grande dia (ver ROM. 13: 11; 1 Com 10: 11; Fil. 4: 5; Tito2: 13; Nota Adicional de ROM. 13). Esclarece seus pensamentos a respeito deste temaem 1 Lhes. 5: 1-11, onde tráfico do inesperado do segundo advento e a

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incerteza de que ele, ou os tesalonicenses, estivessem vivos quando voltasseo Senhor (vers. 10). Parece que os crentes da Tesalónica entenderam mauas afirmações do Pablo, e alguns voluntariamente as torceram, ensinandoque o dia do Senhor era então iminente (ver com. 2 Lhes. 2: 2). Pararetificar esse engano de conceito, o apóstolo escreveu sua segunda carta poucodepois (HAp 214; ver P. 270).

Vinda.

Gr. parousía (ver com. Mat. 24: 3). Parousía às vezes se usava para referir-seà chegada de um general romano que ia desfilar triunfalmente pelasruas da cidade. É uma palavra apropriada para descrever o retornotriunfal de Cristo.

Não.

Em grego há uma dobro negação que poderia traduzir-se, "dê nenhuma maneira".256

Precederemos.

Gr. fthánÇ, "vir antes", "preceder". Pablo está assegurando a seus leitoresque os cristãos vivos não se unirão com seu Senhor antes que os que dormem. "Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Logo nós os que vivemos,os que tenhamos ficado, seremos arrebatados junto com eles" (vers.16-17). De modo que os Santos que estejam vivos não terão prioridade sobre osque morreram no Senhor. Este ensino esclarece o verdadeiro estado dos quemorreram "em Cristo". Eles dormem esperando a vinda do Salvador. Aindanão se reuniram com ele, mas, como os cristãos vivos, esperam a segundavinda para que se efectúe sua longamente desejada reunião com o Professor (cf. Juan 11: 23-25). Nenhuma das duas classes precederá à outra. Quando seuSenhor venha, levará junto a ambos os grupos à glória.

16.

Porque.

Pablo está apresentando a verdadeira base de seu ensino do vers. 15.

O Senhor mesmo.

Aqui se descreve claramente a aparição pessoal, visível e corporal do Senhorcom grande majestade. Cristo não enviará a um representante nem vemespiritualmente, mas sim ele mesmo vem em pessoa. O mesmo Jesus quesubiu ao céu, descenderá do céu. antes de ir-se ao céu, prometeu quevoltaria (Juan 14: 3). Quando El Salvador subia em uma nuvem, assegurou-se aa igreja que "este mesmo Jesus" viria como lhe tinham visto "ir ao céu"(Hech. 1: 9-11). Pablo repete estas promessas e registra detalhes adicionaisa respeito da forma de seu cumprimento.

Com voz de mando.

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Gr. kéleusma, "ordem", "mandato". Este vocábulo só. aparece aqui no NT. Kéleusma se usa nos escritos extrabíblicos para referir-se a um oficial quedá ordens a suas tropas ou um auriga que apura a seus cavalos. Na sintaxedo grego não é claro se Cristo pronunciar a ordem ou se outro personagem der aordem enquanto descende o Senhor; mas pelo contexto se deduz que é Cristoque fala (ver com. "arcanjo" e "trompetista de Deus"). Aqui não se dánenhuma razão específica para a "voz de mando", mas a "voz de mando", a"voz de arcanjo" e a "trompetista de Deus" são seguidas imediatamente pelaressurreição dos "mortos em Cristo". portanto, esta sucessão desons pode tomar-se como os preliminares da ressurreição dos justos(cf. Juan 5: 25, 28-29; 11: 43). Cristo descende do céu proclamandovitória. venceu à morte e ao sepulcro (Apoc. 1: 18). A morte, queé o inimigo, não pode reter mais em seus frite garras a nenhum dosredimidos. Os justos mortos respondem à voz de seu Senhor, e saemtriunfantes de suas tumbas.

Arcanjo.

Gr. arjággelos, "anjo principal', "primeiro anjo", palavra composta peloprefixo arji, que significa 'chefe" ou "superior", e ággelos, "anjo"; pelotanto significa "chefe dos anjos". Arjággelos aparece no NT só aqui eno Jud. 9, onde se diz que Miguel é o arcanjo. Este Comentário apóia aconclusão de que Miguel é nosso Senhor Jesus Cristo (ver com. Dão. 10: 13;Jud. 9; Apoc. 12: 7). Desta interpretação é possível deduzir que a voz deCristo como voz de arcanjo, é a que se escutará enquanto ele descende docéu (ver com. Jud. 9).

Trompetista de Deus.

Não se refere necessariamente a uma determinada trompetista que pertenceexclusivamente a Deus, mas sim mas bem a um instrumento que se usa no serviçode Deus. No AT com freqüência se mencionam trompetistas em relação comnotáveis intervenções de Deus, já fossem reais ou proféticas (Exo. 19: 13,16, 19; Sal. 47: 5; ISA. 27: 13; Joel 2: 1; Sof. 1: 16; Zac. 9: 14). Astrompetistas também se usavam para congregar ao povo de Deus (Núm. 10: 2-4),para fazer ressonar alarmes bélicos (vers. 5-9) e para ocasiões de caráternacional (vers. 10). No NT o som de uma trompetista se relaciona com areunião dos escolhidos e a ressurreição dos mortos (Mat. 24: 31; 1 Cor.15: 52).

Descenderá.

Gr. katabáinÇ, "baixar", "descender". Este verbo só se usa aqui no NT parareferir-se ao segundo advento de Cristo, embora também o emprega paraaludir à descida do Filho do homem do céu em seu primeiro advento(Juan 3: 13; 6: 33, 38; etc.). EI descida de Cristo em sua segunda vinda estáimplícito em outros relatos bíblicos da volta do Senhor (Mat. 16: 27; 24: 30;etc.).

E os mortos em Cristo.

A conjunção "e" se usa para indicar o resultado que acompanha aos sonsque retumbam no céu, ou seja: a ressurreição dos justos. Os "mortos

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em Cristo" são os que dormiram na fé, incluindo os Santos do AT (vercom. ROM. 4: 3; 1 Cor. 15: 18; cf. Apoc. 14: 13). Estão incluídos entre osque Jesus 257 descreve como os "filhos da ressurreição" (Luc. 20: 36). Emoutra passagem Pablo os chama "os que são de Cristo, em sua vinda" (1 Cor. 15:23). Quando saírem das tumbas terá lugar a "primeira ressurreição" (vercom. Apoc. 20: 5-6). As palavras "os mortos em Cristo" servem paradistinguir aos Santos que dormem de outras duas classes de pessoas: (1) osímpios mortos que não ressuscitarão na segunda vinda de Cristo; (2) oscristãos que estejam vivos, a quem lhes assegura que seus amado mortos nãoestarão em desvantagem quando voltar Jesus, mas sim receberão a primeiraatenção ao ser ressuscitados, com o qual estarão no mesmo nível com osSantos que estejam vivos.

Ressuscitarão primeiro.

Quer dizer, serão ressuscitados antes de que os Santos que estejam vivos sejam"arrebatados" para encontrar-se com o Senhor no ar (vers. 17).

17.

Logo.

Quer dizer, depois de que tenham ressuscitado os justos mortos.

Os que vivemos, as que tenhamos ficado.

Ver com. vers. 15.

Arrebatados.

Gr. harpázÇ, "arrebatar" (ver com. Hech. 8: 39; Fil. 2: 6; Apoc. 12: 5).

De harpázÇ, e através do latim com o verbo rapio, "arrebatar", deriva apalavra "rapto", término que alguns usam teológicamente para descrever omomento quando os Santos serão arrebatados deste mundo, tema do qual Pabloescreve aqui. Mas os que pregam o "rapto", ensinam que a apariçãovisível e audível de Cristo podendo e grande glorifica, será precedida algunsanos antes por sua vinda secreta e invisível à atmosfera deste planetapara arrebatar a seu Santos, enquanto que o resto dos habitantes daterra continuará vivendo durante um período que se caracterizará pelatribulação sob o governo do anticristo.

Mas esta passagem, que segundo eles descreve a vinda secreta, diz claramenteque Cristo virá "com voz de mando, com voz de arcanjo, e com trompetista deDeus", o que faz impossível que seja um sucesso secreto. Além disso, evidentementeesta é "nossa reunião com ele", a respeito da qual estavam turvados ostesalonicenses", mas que acontecerá depois da aparição do anticristo (2Lhes. 2: 1-3), e não antes, como se acostuma no chamado "rapto segredo anteriorà tribulação" (ver a Nota 2 do Apoc. 20). " trompetista também se mencionano Mat. 24: 30-31 em um contexto que descreve claramente a vinda visível deCristo: "Todas as tribos da terra... verão o Filho do Homem vindosobre as nuvens do céu, podendo e grande glorifica". Nas palavras destes

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passagens não há nada que sugira nem remotamente que a vinda descrita no Mat.24 seja diferente da que se descreve em 1 Lhes. 4. portanto, ambas as passagensdescrevem um mesmo acontecimento que acontecerá em um mesmo momento. Esta é aensino uniforme de todas as Escrituras. Quanto a certos falsosconceitos sobre os quais se apóia a crença em um "rapto secreto", ver aNota 2 do Apoc. 20.

Junto com.

Gr. háma Sun. O advérbio háma significa "ao mesmo tempo", enquanto que apreposição Sun aqui significa "junto com"; portanto, uma traduçãoliteral desta parte do vers. 17, diria: "Ao mesmo tempo junto com elesseremos arrebatados". Esta afirmação tranqüilizaria aos tesalonicenses,pois lhes explicava que quão cristãos então estivessem mortos e os queainda ficassem vivos, reuniriam-se simultaneamente com seu Senhor.

Nas nuvens.

Cf. Mat. 24: 30; Hech. 1: 9; Apoc. 1: 7.

Para receber ao Senhor.

Assim se expressa o cumprimento do propósito pelo qual os justos foramarrebatados da terra, isto é, para que possam encontrar-se com seu Senhor. No momento do encontro se cumprirá o máximo desejo do cristão: reunir-secom Aquele a quem ama em forma suprema (cf. com. Fil. 1: 23).

No ar.

Os Santos subiram que a terra, o Senhor e suas hostes acompanhantes hãodescendido do céu. encontram-se no ar, entre a terra e o céu.

E assim.

Quer dizer, como resultado da vinda de Cristo e os sucessos derivados deela, descritos nos vers. 16 e 17, todos os crentes se reúnen com seuSenhor.

Sempre com o Senhor.

Pablo não trata de levar a seus leitores mais à frente do momento arrobador doencontro. Os discípulos de todas as idades ao fim se reuniram com seuProfessor; o futuro está assegurado. Neste momento não se precisa penetrar maislá. Mas sabemos por outras passagens que os redimidos continuarão, depois dea reunião, a viagem que começaram e irão com Cristo a seu lar celestial(ver com. Juan 14: 2-3). Assim estarão "sempre com o Senhor".

18.

portanto.

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Este versículo apresenta a conclusão do raciocínio do Pablo em 258 osvers. 13-17. explicou a relação dos crentes vivos e mortos emocasião da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, para tranqüilizar aosperturbados tesalonicenses que temiam que seus mortos não compartilhassem osprazeres e as glórias do retorno do Senhor.

lhes respire os uns aos outros.

É algo mais que uma sugestão. O apóstolo está ordenando amavelmente aoscrentes que meditem em "estas palavras" (vers. 13-17), para que percebam seusignificado reconfortante e compartilhem mutuamente esse consolo, de modo. quetodos possam ser reanimados por sua mensagem.

COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE

1-3 CH 584; ECFP 113; HAp 212

3 CS 522; HAp 447; 2JT 131; 8T 64

4 1JT 264, 266-267; 2T 450

7,9-12 HAp 212

13-14 HAp 209

14 CS 605; DTG 730; HAp 210

16 CS 346; DTG 771

16-17 CS 368, 683; DTG 287; HR 432; NB 73; P 16; PP 352; PR 181; 1T 60; 5T 14

16-18 CS 347, 603; HAp 209; MeM 356; NB 57; PP 77; 1T 41

17 HAp 27; 1JT 64; MeM 360; P 110, 273, 287

CAPÍTULO 5

1 Pablo continua com a anterior descrição da segunda vinda de Cristopara julgar, 16 dá vários preceitos, 23 e conclui a epístola.

1 MAS a respeito dos tempos e das ocasiões, não têm necessidade, irmãos,de que eu vos escriba.

2 Porque vós sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá assim comoladrão na noite,

3 que quando disserem: Paz e segurança, então virá sobre eles destruiçãorepentina, como os dores à mulher grávida, e não escaparão.

4 Mas vós, irmãos, não estão em trevas, para que aquele dia vos

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surpreenda como ladrão.

5 Porque todos vós são filhos de luz e filhos do dia; não somos da noitenem das trevas.

6 portanto, não durmamos como outros, a não ser velemos e sejamos sóbrios.

7 Pois os que dormem, de noite dormem, e os que se embriagam, de noite seembriagam.

8 Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, nos havendo vestido com acouraça de fé e de amor, e com a esperança de salvação como elmo.

9 Porque não nos pôs Deus para ira, a não ser para alcançar salvação por meiode nosso Senhor Jesus Cristo,

10 quem morreu por nós para que já seja que velemos, ou que durmamos,vivamos junto com ele.

11 Pelo qual, lhes anime uns aos outros, e lhes edifique uns aos outros, assim como ofazem.

12 Lhes rogamos, irmãos, que reconheçam aos que trabalham entre vós e vospresidem no Senhor, e lhes admoestam;

13 e que os tenham em muita estima e amor por causa de sua obra. Tenham pazentre vós.

14 Também lhes rogamos, irmãos, que admoestem aos ociosos, que respirem aos de pouco ânimo, que sustentem aos fracos, que sejam pacientes para comtodos.

15 Olhem que nenhum pague a outro mal por mau; antes sigam sempre o bomuns para com outros, e para com todos.

16 Estejam sempre contentes.

17 Orem sem cessar.

18 Dêem obrigado em tudo, porque esta é a vontade de Deus para com vós emCristo Jesus.

19 Não apaguem ao Espírito.

20 Não menosprezem as profecias.

21 Examinem tudo; retenham o bom.

22 Ahsteneos de toda espécie de mau.

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23 E o mesmo Deus de paz lhes santifique 259 por completo; e todo seu ser,espírito, alma e corpo, seja guardado irrepreensível para a vinda de nossoSenhor Jesus Cristo.

24 Fiel é o que lhes chama, o qual também o fará.

25 Irmãos, orem por nós.

26 Saúdem todos os irmãos com beijo santo.

27 Vos conjuro pelo Senhor, que esta carta se leia a todos os Santos irmãos.

28 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós. Amém.

1.

Tempos Y... ocasiões.

Quanto ao significado desta expressão, ver com. Hech. 1: 7. Pablo háexplicado cuidadosamente a situação de "os que dormem" (cap. 4: 13), e hárecordado a seus conversos a ordem dos sucessos que ocorrerão no segundoadvento; mas segundo as razões seguintes não tem o propósito de tratara cronologia dos últimos dias.

Não têm necessidade.

O apóstolo tinha ensinado cuidadosamente aos tesalonicenses (cf. cap. 2: 11,13; 3: 4; ver com. cap. 4: 1-2), e lhes tinha dado toda a informação necessáriaquanto a "tempos Y... ocasiões".

2.

Sabem perfeitamente.

Melhor "sabem exatamente". Não se tratava de que os tesalonicenses soubessemtudo o que podia saber-se quanto ao "dia do Senhor", mas sim compreendiambem que viria súbitamente. Estas palavras mostram claramente que oapóstolo lhes tinha dado os ensinos do Senhor a respeito desse tema (Mat. 24:32-44; etc.). Só era necessário confirmá-los em seu conhecimento e recalcar seusignificado.

O dia do Senhor.

A evidência textual estabelece (cf. P. 10) a omissão do artigo "o". Estaomissão possivelmente indique que a expressão "dia do Senhor" era entendidaexatamente pela igreja e não precisava definir-se mediante um artigo. Emquanto a seu significado, ver com. Hech. 2: 20. Com freqüência Pablo fazreferência a esta expressão ou a sua equivalente, abreviando-a às vezes como "odia" ou "aquele dia" (1 Lhes. 5: 4; ROM. 2: 16; 1 Cor. 1: 8; 5: 5; 2 Cor. 1: 14; 2Lhes. 1: 10; 2: 2). "O dia do Senhor" refere-se aqui à segunda vinda deCristo.

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Virá.

O texto grego emprega o tempo presente para destacar a certeza do retornodo Senhor.

Como ladrão.

Compare-se com as palavras de Cristo no Mat. 24: 43 e Luc. 12: 39-40, e tambémcom 2 Ped. 3: 10; Apoc. 3: 3; 16: 15. Com a figura de um ladrão, o apóstolodá ênfase ao inesperado da segunda vinda, admoestando assim a seus leitoresa estar preparados para esse sucesso em qualquer momento (ver com. 1 Lhes. 4:15). Se emprestavam atenção a suas palavras, não tinham por que ser surpreendidos(cf. Luc. 21: 34-36; 1 Lhes. 5: 4).

Na noite.

Nos Evangelhos com freqüência se relaciona a vinda do Senhor com a noite(Mat. 24: 43; 25: 6; Mar. 13: 35; Luc. 12: 35-38; 17: 34). A igrejaprimitiva entendia literalmente as ilustrações e esperava que o retorno doSenhor ocorresse ao redor da meia-noite. Jerónimo menciona uma tradiçãofeijão, apoiada na vinda do Senhor a meia-noite na primeira páscoa deEgito, de que o Mesías viria a meia-noite. A esta tradição Jerónimoatribui a "tradição apostólica", de que a vigília da véspera de Páscoaflorida devia continuar até meia-noite em antecipação à vinda de Cristo(Jerónimo, com. Mat. 25: 6). O uso que dá o apóstolo à palavra "noite"também deve considerar-se no contexto dos vers. 4-6.

3.

Quando disserem.

Pablo não identifica definidamente os quais o dirão, mas é claro pelocontexto (vers. 4-6) que se está refiriendo aos incrédulos. O apóstolo nãodiz especificamente o momento quando os mundanos pronunciarão as palavrasque lhes atribuem, mas é claro pelo resto do versículo que devem serpronunciadas imediatamente antes da vinda de Cristo.

Paz e segurança.

Estas palavras, pronunciadas pelos que não estão preparados para a volta deseu Senhor, referem-se à tranqüilidade interior e a segurança exterior;revelam a condição mental satisfeita dos que as pronunciam. Essatranqüilidade é injustificada, pois o desastre é iminente, e o incrédulodeveria realmente aprender do cristão que por estar velando está preparadopara os sucessos dos últimos dias. As Escrituras ensinam que o tempoimediatamente anterior à aparição de Cristo, será de angústia generalizada(ver com. Luc. 21: 25-26; com. "destruição" e "repentina").

Virá.

Gr. efíst'meu, "apresentar-se", "sobrevir". 260 Se usa especialmente para

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aparições súbitas (Luc. 2: 9; 20: 1; 24: 4; Hech. 6: 12; etc.; cf. com. Hech. 12: 7).

Destruição.

Gr. ólethros, "perda", "morte", "ruína", substantivo derivado do verboóllumi, "destruir". As palavras "destruição repentina" implicam que "o diado Senhor" trará sobre o mundo incrédulo uma catástrofe inesperada.

Repentina.

Gr. aifnídios, "imprevisto", "súbito". Esta palavra aparece no NT só aquie no Luc. 21: 34.

Como os dores.

O parto não se considera como um sucesso imprevisto, mas os dores de seucomeço vêm súbitamente. Pablo usa a figura para ilustrar o repentino deas catástrofes do último dia.

Não escaparão.

Melhor "e não escaparão", assim como uma mulher não pode livrar donascimento de seu filho. O apóstolo destaca com isto o inevitável dadestruição que surpreenderá aos que rechaçaram a seu Salvador. Pareceriaque Pablo se está refiriendo às palavras de Cristo (Luc. 21: 34-36) quandoexpressou estes pensamentos aos tesalonicenses (1 Lhes. 5: 3).

4.

Mas vós, irmãos.

Pablo contrasta a seus conversos com os incrédulos do vers. 3.

Entinieblu.

Quer dizer, na ignorância e indiretamente na impiedade. "Trevas" comfreqüência simboliza no NT um estado de pobreza e reprovação espiritual(Mat. 4: 16; 6: 23; Juan 3: 19; Hech. 26: 18; ROM. 13: 12). Os cristãos jánão estão em tal condição (1 Lhes. 5: 5; 1 Juan 2: 8-10).

Aquele dia.

Quer dizer, "o dia do Senhor" (vers. 2).

Surpreenda-lhes.

Gr. katalambánÇ, "apoderar-se de", "agarrar" (ver com. Juan 1: 5). usa-se aquicom o sentido de prender, agarrar. O filho de Deus, que está bem informado eé guiado pela luz que refulge da Palavra divina, não precisa ficarapressado na destruição dos últimos dias. Pode estar adequadamente

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preparado para tudo o que sobrevirá sobre o mundo e seus habitantes.

5.

Porque todos vós são.

Esta cláusula complementa o pensamento do vers. 4: que os cristãos nãoestão "em trevas". Pablo inclui generosamente a todos os membros daigreja da Tesalónica em sua afirmação, embora saiba que alguns são débeis(vers. 14-15).

Filhos de luz.

O cristão é filho de Deus (1 Juan 3: 2), e Deus é luz (Juan 1: 9); por estarazão o cristão é filho da luz devido a sua relação com o Pai dasluzes (Sant. 1: 17). Além disso, o Evangelho proporciona luz (2 Cor. 4: 4; 1 Ped.2: 9). portanto, os que vivem de acordo com o Evangelho, moram em luz(ver com. Luc. 16: 8; Juan 12: 36).

Não somos.

Note a mudança da segunda à primeira pessoa do plural. O apóstolo seinclui junto com seus companheiros tesalonicenses. Apresenta o ideal, confiandoem que isso inspirará até ao membro mais fraco para alcançar a elevada norma deser realmente "filho de luz".

6.

Não durmamos.

Ou "não sigamos dormindo". Se os filhos de luz dormem, não terão nenhumavantagem. "Dormir" equivale a indiferença ante a proximidade da vinda deCristo, uma letargia que impede que o cristão esteja preparado para os sucessosfinais (cf. Mat. 25: 5). Pablo precatória a seus amigos a não deixar-se apanharpor essa indolência espiritual, a não ser a estar bem acordados (cf. Mar. 13:35-37; Luc. 21: 34-36; F. 5: 14-16).

Outros.

Quer dizer, os filhos das trevas, que estão inconscientes ante osterríveis e gloriosos sucessos que pressagiam o retorno do Senhor.

Velemos.

Gr. gr'goréÇ, "vigiar", "manter-se acordado" (cf. com. vers. 10). Esteverbo se usa com freqüência nos Evangelhos para referir-se a vigilânciaespiritual (cf. Mat. 24: 42; Mar. 13: 33-34; Luc. 12: 37).

Sejamos sóbrios.

Gr. n'fÇ, "abster-se de vinho", "ser sóbrio". Não é provável que Pablo se esteja

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refiriendo a que houvesse embriaguez literal entre os tesalonicenses (cf. 1Ped.1: 13; 4: 7; 5: 8), mas sim os está admoestando a que sejam firmes,temperados, tranqüilos em espírito devido ao grande "dia" que se aproxima.

7.

Os que dormem.

Uma observação tirada da vida diária para pôr de relevo o contrasteentre os que são "filhos do dia" e os que são "da noite" (vers. 5).

8.

Mas nós.

"Nós, pelo contrário" (BJ). Um forte contraste com aqueles cujaconduta se descreve no vers. 7.

Sóbrios.

Continua repetindo o pensamento do vers. 6.

nos havendo vestido.

O fato de que os cristãos precisam revestir-se com certas virtudes,implica, naturalmente, que carecem delas. Agora Pablo lhes diz que sevistam com 261 uma armadura espiritual defensiva, o que quer dizer queprossegue a guerra e que os cristãos têm que proteger-se contra osataques (ver com. F. 6: 11-12). Para um estudo mais amplo da armadurado cristão, ver com. ROM. 13: 12, 14; 2 Cor. 10: 4; F. 6: 13-17.

A couraça.

Ver com. F. 6: 14, onde se diz que a couraça é "de justiça" (cf. ISA.59: 17; 2 Cor. 6: 7).

De fé e de amor.

A fé e o amor são duas virtudes componentes da justiça. A fé é oelemento ativo que se aferra da justiça que Cristo reparte ao crente. O amor, esse grande atributo do caráter de Deus (1 Juan 4: 8), é derramado emnossos corações pelo Espírito Santo de Deus (ROM. 5: 5). O apóstolo játinha gabado aos tesalonicenses por praticar essas virtudes (1 Lhes. 1: 3). Aqui os insiste, e com eles a todos os cristãos, a usar mais essas ampliamentevirtudes como seguras defesas em seu conflito contra o mal.

Elmo.

Ver F. 6: 17, onde esta parte da armadura se define como "dasalvação", enquanto que aqui a descreve como "a esperança de salvação", como qual insígnia que, em sua etapa final, a salvação ainda está no futuro (Mat.

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24: 13; Heb. 9: 28; 1 Ped. 3: 5).

9.

Porque... Deus.

Pablo apresenta sua compreensão dos propósitos de Deus como a base daesperança de salvação (vers. 8).

Posto.

Gr. títhemi, "fixar", "colocar". Traduziu-se como "pôr" no Mat. 24: 51 eLuc. 12: 46; como "constituir" em 2 Tim.1: 11 e Heb. 1:2, e como "destinar" em1 Ped. 2:8. Esta palavra se refere ao propósito de Deus para com os homens,que é para bem e sempre foi assim (ver com. Juan 3: 16-17; 2 Ped. 1: 9).

Ira.

Gr. org' (ver com. ROM. 1: 18).

Alcançar salvação.

Pablo acaba de apresentar o que não é o propósito de Deus, e agora apresenta emo que consiste. O desejo e o propósito do Senhor é que todos os homens sesalvem (ver com. "posto"; cf. ISA. 55: 1; Juan 7: 37; Apoc. 22: 17), e fezpossível esta salvação por meio da entrega de seu Filho.

Por meio de nosso Senhor.

A salvação é a dádiva de Deus, mas como toda outra expressão da bondadede Deus para o homem, concede-se por meio da pessoa do Jesucristo (cf.com. ROM. 6: 23).

10.

Quem morreu por nós.

Ver com. ROM. 5: 8; 1 Cor. 15: 3. Uma afirmação de que o propósitoespecífico do sacrifício de Cristo é que todos os crentes possam viverjunto com o Jesus. Este propósito se cumpre mediante a vida, a morte ea ressurreição de nosso Salvador.

Velemos.

Gr. gr'goréÇ (ver com. vers. 6).

Durmamos.

Ver com. cap. 4: 13. Pablo volta para tema que deu começo à série de seuspensamentos anteriores (cap. 4: 13-18), quer dizer, o estado dos cristãosque morreram, em comparação crentes que viverão quando Cristo

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volte. Aqui assegura a seus leitores que não haverá diferença entre os doisgrupos. Finalmente ambos viverão "junto com ele", ou seja, com Cristo (cf.com. cap. 4: 14-17).

11.

Pelo qual, lhes anime.

Cf. com. cap. 4: 18, onde se usam palavras quase idênticas.

uns aos outros.

Cf. cap. 4: 18. Pablo diz tacitamente que a obra de animar aos abatidos nãocorresponde só aos ministros. Todos os cristãos devem consolar a seusirmãos na fé.

lhes edifique.

Gr. oikodoméÇ, "construir", "fortalecer" (ver com. Hech. 9: 31). Mediante aexortação mútua sobre temas tão elevados como a vinda do Senhor e a glóriada herança dos Santos, os membros de igreja podem fortalecer-seespiritualmente uns aos outros (cf. com. Mau. 3: 16-18; Hech. 20: 32).

Assim como o fazem.

O apóstolo sempre estava disposto a reconhecer em seus conversos o bom quepraticavam, mas não vacilava em insisti-los não só a prosseguir nas boaspráticas mas também às intensificar (cf. com. cap. 3: 12). Com estaexortação Pablo conclui o tema que começou no cap. 4: 13.

12.

Rogamos.

Gr. erÇtáo (ver com. Fil. 4: 3; 1 Lhes. 4: 1). Pablo não desejava que aatenção fraternal mútua dos tesalonicenses debilitasse o respeito pelosdirigentes da igreja.

Reconheçam.

Quer dizer, "respeitem" (ver com. cap. 4: 4).

Trabalham.

Gr. kopiáÇ (ver com. Fil. 2: 16; 1 Lhes. 1: 3). O costume do Pablo eraconstituir anciões em cada igreja que estabelecia (Hech. 14: 23). Os novosdirigentes eram indevidamente inexperientes, e possivelmente não lhes dava a devidaconsideração. Deve respeitar-se aos que presidem na igreja. Estesdirigentes devem ser tidos em conta e reconhecidos, devido ao cargo o queocupam (cf. 1 Cor. 16: 15-18; Heb. 13: 7). Essa consideração significa umagrande responsabilidade para os dirigentes das Iglesias: a de ser varões de

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Deus. 262

Presidem.

Gr. proíst'meu, "colocar em cima", "governar", "presidir" (ver com. ROM. 12: 8).

Admoestam.

Gr. nouthetéÇ, "recordar", "advertir", "admoestar" (ver com. Hech. 20: 31; cf.com. 1 Cor. 4: 14; 2 Lhes. 3: 15). Este verbo deriva de nóus, "mente" etíthemi, "pôr". Pablo reconhecia as debilidades de sua grei e a probabilidadede que seus dirigentes tivessem que guiar com firmeza a seus membros.

13.

Muita.

Gr. huperekperrisóu, "sobreabundantemente", "muitíssimo".

Estima.

Gr. h'géomai (ver com. Fil. 2: 3); "pensar", "acreditar", "estimar".

E amor.

Esta frase se acrescenta para que não ficasse em dúvida a qualidade espiritual daestima dos tesalonicenses por seus anciões.

Por causa de sua obra.

A igreja cristã não rende culto aos homens, mas sim fomenta o devidorespeito para os que desempenham dignamente responsabilidades sagradas.

Tenham paz.

Esta categórica ordem sugere que a unidade da igreja da Tesalónica haviasido perturbada possivelmente por desacordos entre dirigentes e laicos, já que Pabloacrescenta "entre vós". Não deve haver rivalidades nem divisões na igrejaporque alguns reconhecem a um operário como seu guia espiritual, e outros, a outro,como posteriormente aconteceu em Corinto (1 Cor. 1: 12; 3: 4-6; 4: 6; cf. ROM.12: 18; 14: 19).

14.

Rogamos.

Gr. parakaléÇ (ver com. Mat. 5: 4).

Admoestem.

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Gr. nouthetéÇ (ver com. vers. 12).

Ociosos.

Gr. átaktos, "fora de fila", "desordenado"; "revoltosos" (BC, NC). Estevocábulo só se usa aqui no NT. O verbo afim, atakéÇ se acha em 2 Lhes. 3:7, e o advérbio atáktÇs, em 2 Lhes. 3: 11 (ver respectivos comentários).

Respirem.

Gr. paramuthéomai, "animar", "respirar".

os de pouco ânimo.

Gr. oligópsujos, literalmente, "de alma pequena"; quer dizer, os que sedesanimam facilmente; "pusilânimes" (BJ, NC). Possivelmente não terei que repreender,mas sim consolar ou respirar aos que estavam afligidos de pesar pelos mortos(cap. 4: 13-18), ou indecisos a respeito de tempo do retorno de Cristo (cap. 5:1-11). Os cristãos devem dirigir palavras de ânimo e consolo às almastímidas e necessitadas (Heb. 12: 12-13; cf. Gál. 6: 2).

Sustentem.

Gr. antéjomai, "interessar-se em", "emprestar atenção a", "dedicar-se a". Osdébeis a quem Pablo pedia que se sustentara, possivelmente eram aqueles queestavam sendo tentados pela impureza (cap. 4: 3-7). Precisavam sersustentados espiritualmente, e não censurados, para que não cedessem ante atentação.

Sejam pacientes.

Gr. makrothuméo, literalmente, "ser de um grande espírito", portanto, "sertolerantes", "ser lentos para a ira", "ser pacientes". Esta palavra se usa em1 Cor. 13: 4 para descrever o amor como "sofrido". O amor de Deus induziráao cristão a ser paciente e bondoso com todos, tão dentro como fora dea igreja.

15.

Olhem.

O grego emprega o tempo presente, o qual sugere "olhem sempre". Não setrata de olhar uma vez mas sim de seguir olhando.

Mau por mau.

A tendência natural do coração humano é devolver "mal por mau", mas oproceder do cristão é diferente. Cristo proíbe a vingança, e insiste a seusseguidores a devolver bem por mau (ver com. Mat. 5: 38-48; cf. com. ROM. 12:17).

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Sigam.

Gr. diÇkÇ, "correr em detrás de", "perseguir", "aspirar a". Em vez de perpetuaro mal por meio da vingança, admoesta-se aos tesalonicenses a quesempre, em todas as circunstâncias, aspirem ao bem. Pablo sabia que os queseguiam o bem, não teriam tempo para fazer o mal.

16.

Estejam sempre contentes.

Pablo atribui valor à disposição de estar contentes (ver com. Fil. 3: 1; 4:4; cf. 2 Cor. 6: 10). Já seja pela posse de bens ou pela antecipaçãoda felicidade futura, o cristão tem muita razão para regozijar-se. Como perdão de seus pecados, sua consciência está livre e a paz enche sua alma. Sabe que para ele "todas as coisas" o "ajudam a bem" (ROM. 8: 28). por que háde sentido? Os que sempre se queixam não têm uma religião genuína (MC194).

17.

Orem sem cessar.

Literalmente "orem incesantemente". Um espírito de oração constante deveexalar da vida do cristão. Nunca se deve cortar a relação com océu (ver com. Luc. 18: 1). Pablo trabalhava "de noite e de dia" (1 Lhes. 2:9), e também orava "de noite e de dia" (cap. 3: 10). Suas orações nãodiminuíam devido a suas muitas atividades. Sempre mantinha uma relação vivacom seu Pai celestial. Outro tanto deve acontecer conosco. Compare-se coma vida de oração do Jesus (ver com. Mar. 3: 13).

18.

Em tudo.

Quer dizer, em todas as circunstâncias, já sejam de gozo ou de dor (cf. com.Fil. 4: 6; Couve. 4: 2). 263 Aqui temos a segurança bem definida de que atéaquelas coisas que parecem estar contra nós, podem ser para nosso bem,pois Deus não nos pedirá que estejamos agradecidos pelo que nos prejudica (MC197). Daniel deu obrigado quando conheceu o decreto que se expediu paralhe tirar a vida (Dão. 6: 10). Pablo nos deixou um notável exemplo de estaragradecidos nas circunstâncias mais adversas (Hech. 27: 20, 35). Oagradecimento deve ser a regra do cristão. Assim se promovem a saúde e ogozo (MC 194).

Porque esta.

Aqui poderiam incluir-se não só o dar obrigado, mas também também o regozijo e aoração constantes (vers. 16-17).

A vontade de Deus.

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Deus está atento a toda a vida de seus filhos, mas sente uma especialpreocupação pela saúde espiritual deles. Deseja que os cristãos sejamfelizes, que orem muito e -sejam agradecidos. Nosso descuido em não cultivarestas características representa um fracasso em cumprir a vontade divina.

Em Cristo Jesus.

A vontade de Deus se manifestou em Cristo Jesus. que queira compreender avontade de Deus para sua vida, tem que estudar a vida do Jesus paraperceber nela a ilustração suprema do que Deus quer que seja ocristão. Em ninguém mais, exceto na vida do Jesus, pode-se encontrar omodelo perfeito de felicidade, de oração constante e de gratidão.

19.

Apaguem.

Gr. sbénnumi, "extinguir", "apagar", "sufocar", "suprimir"; "não extingam"(BJ). No Mat. 12: 20; Mar. 9: 44-48; F. 6: 16; Heb. 11: 34 se aplica aextinguir um fogo, e no Mat. 25: 8, aos abajures que estavam por apagar-se. Sbénnumi é um verbo muito apropriado, já que o Espírito se relaciona com ofogo (Mat. 3: 11; Hech. 2: 3). É provável que na igreja da Tesalónica seestivesse esfriando o fogo de alguns dos membros que tinham manifestadocom entusiasmo dons espirituais (ver com. 1 Cor. 12: 1; 14: 1). Pabloadverte à igreja contra a extinção da chama do fogo espiritual queardia entre eles, para que não afastassem ao Espírito Santo. Com estaadvertência não dava nenhuma autorização para manifestações de fanatismo quedesacreditassem ao Espírito; fala da obra que pode ser corretamentefomentada por, o Espírito Santo.

20.

Menosprezem.

Gr. exouthenéò, "não tomar em conta", "desprezar"; "desprezem" (BJ, NC).

Profecias.

Ver com. 1 Cor. 12: 10; F. 4: 11. Pela estreita relação entre os vers. 19e 20 de 1 Lhes. 5, pareceria que profetizar era uma das principais formacomo se manifestavam os dons espirituais na Tesalónica. O interesse daigreja na volta de Cristo (cap. 1: 10; 2: 19; 3: 13; 4: 13-18; 5: 1-11)acrescentaria lógica à presença do dom de profecia. Na igreja apostólicahouve não poucos verdadeiros profetas (Hech. 11: 28; 15: 32; 21: 8-11).

21.

Examinem.

Gr. dokimázò (ver com. cap. 2: 4). Deve discriminar-se cuidadosamente para

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distinguir entre o falso e o verdadeiro (HAp 214).

Tudo.

Especificamente, as manifestações do Espírito (vers. 19-20). Deus deuclaras provas para determinar se um profeta é verdadeiro: (1) O verdadeiroprofeta deve confessar a Cristo com sua vida e com suas palavras (1 Juan 4: 1-3). Reconhecerá e confessará a divindade de Cristo (1 Juan 2: 22-23). (2) Seusensinos devem concordar com as das Escrituras (Hech. 17: 11; Gál. 1:8-9). (3) O resultado ou fruto de seu ensino deve ser bom (Mat. 7: 18-20).

Retenham.

que acredita em Cristo não só deve pôr a prova os dons espirituais, mas tambémque depois de discernir a diferença entre o verdadeiro e o falso, entre obom e o mau, deve reter o bom apesar de todas as tentações quesinta de abandoná-lo.

O bom.

O bom entre os dons espirituais.

22.

lhes abstenha.

Gr. apéjomai, "manter-se longe de" (ver com. cap. 4: 3).

Espécie.

Gr. éidos, "forma", "aparência exterior", "gênero"; "aparência" (BC, NC);"gênero" (BJ). Pablo se referiu ao "bom" (vers. 21) em singular, poisconsidera que o "bom" é só fruto do Espírito; mas reconhece que o "mau"aparece em muitas formas, e admoesta a seus conversos contra as muitas formascom que se disfarça. Como éidos também significa "aparência exterior", podeemprestar-se para que fique muita ênfase em proibir o que é corretosimplesmente porque pode dar uma má impressão a alguns. Este conselhopode ser apropriado em algumas circunstâncias, mas isso não é o que o apóstolodestaca aqui. Também há muitas exceções a essa regra. Jesus curava em diasábado (Juan 5: 2-16; etc.) e 264 comia conosco publique e pecadores (Mat. 9:10-13). Para os prejuízos dos dirigentes judeus, esses atos tinhamaparência de mau; mas apesar desses prejuízos (Mat. 12: 9-13), Jesuscumpria esses deveres como uma parte de seu grande obra de justiça. Jesus, a pesardas acusações, manteve-se inteiramente isento de toda forma de mau.

23.

E o mesmo Deus de paz.

Pablo começa agora a parte final de sua epístola, e lhe dá forma de oração. pôs em alto elevadas normas (vers. 12-22), mas reconhece que ninguém pode

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as alcançar sem a ajuda divina. Por isso suas palavras finais chamam aatenção de seus leitores ao poder eficaz de Deus. A frase "o mesmo Deus depaz" refere-se ao Deus cuja qualidade te sobressaiam é ser pacífico, o Deus queé a fonte de toda verdadeira paz (cf. ROM. 15: 33; 16: 20; 2 Cor. 13: 11;Heb. 13: 20-21; cf. com. Fil. 4: 7). Deus sempre procura restaurar a pazentre ele e seus súditos rebeldes (ver com. 2 Cor. 5: 18-19).

Santifique.

Gr. hagiázò (ver com. Mat. 6: 9; Juan 17: 17; 1 Cor. 7: 14).

Por completo.

Gr. holotelés palavra composta de hólos, "completo", e télos, "fim", pelotanto, "perfeito", "completo em todo sentido"; "plenamente" (BJ); "íntegros"(BC); "até os tutanos" (Lutero). A verdadeira santificação implica tudoo ser: é impossível estar santificado em forma parcial, que haja certosaspectos da vida que não estejam santificados. Cada fase da vida deve sersubmetida ao poder purificador do Espírito de Deus.

Tudo.

Gr. holóklèros, "completo em todas suas partes", "completo", "inteiro", de hólos,"completo" e klèros, "seção" ou "parte". Este adjetivo pode modificar aqualquer dos três essenciais que seguem -"espírito, alma e corpo"-, oupode interpretar-se como relacionado com a frase "seja guardado", ou seja"preservado integralmente".

Espírito, alma e corpo.

Pablo não apresenta aqui um estudo da natureza do homem, mas sim estáassegurando a seus conversos que nenhuma parte de suas vidas ficará sem recebera influência do poder santificador de Deus. A Bíblia parece falargeralmente de uma divisão do homem em duas partes: corpo e alma, ou corpoe espírito (ver com. Mat. 10: 28; ROM. 8: 10; 1 Cor. 5: 3; 7: 34). Estasidéias se combinam nesta passagem para pôr ênfase em que nenhuma parte doser humano deve ser excluída da influência da santificação. É possívelver um significado especial nesta triplo divisão que faz Pablo.

Por "espírito" (pnéuma, ver com. Luc. 8: 55) poderia-se entender o elementosuperior de inteligência e pensamento com que está dotado o homem, e com oqual Deus pode comunicar-se mediante seu Espírito (ver com. ROM. 8: 16). Mediante a renovação da mente pela ação do Espírito Santo, oindivíduo é transformado à semelhança de Cristo (ver ROM. 12: 1-2).

Por "alma" (psujé, ver com. Mat. 10: 28) pode-se entender -quando se adistingue de espírito- a parte da natureza do homem que se expressamediante os instintos, as emoções e os desejos. Esta parte de nossanatureza também pode ser santificada. Quando a mente, por meio daobra do Espírito Santo, fica em harmonia com a mente de Deus e a razãosantificada domina à natureza inferior, os impulsos -que de outra maneiraseriam opostos a Deus- submetem-se à vontade divina. Então o cristão

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humilde pode alcançar uma estatura tal de santificação, que quando obedece aDeus em realidade está realizando seus próprios impulsos. deleita-se em cumprira vontade de Deus. Tem a lei de Deus em seu coração (ver Sal. 40: 8; Heb.8: 10; cf. PVGM 253; DTG 621).

O significado de "corpo" (soma) é evidente: é a estrutura corporal -carnee sangue e ossos- que é regida ou pela natureza superior, ou pelainferior. Quando rege a mente santificada, não se abusa do corpo; pelocontrário, a saúde prospera. O corpo se converte em um instrumentoadequado por meio do qual o cristão ativo pode servir a seu Professor. Asantificação que não inclui o corpo, não é completa. Nossos corpos sãotemplos de Deus. Devemos mantê-los sempre Santos para glorificar a Deus emeles (1 Cor. 6: 19-20).

Guardado.

Gr. tèréò, geralmente traduzido como "guardar"; "conserve-se sem mancha"(BJ).

Irrepreensível.

Gr. amémptòs (ver com. Fil. 2: 1 S; 1 Lhes. 2: 10; 3: 13). que estásantificado, será guardado pelo Senhor e será apresentado irrepreensível nogrande dia da vinda de Cristo (cf. com. Jud. 24).

Para.

"Até" (BJ).

Vinda.

Gr. parousía (ver com. cap. 3: 13; 4: 15),

Senhor Jesus Cristo.

Quanto aos nomes 265 do Salvador, ver com. Mat. 1: 1; Fil. 2: 5.

24.

Fiel.

Cf. 1 Cor. 1: 9; 10: 13; 2 Lhes. 3: 3; 2 Tim. 2: 13; Heb. 10: 23.

que lhes chama.

Ou "que está chamando". Ver com. ROM. 8: 30. A chamada de Deus aoindivíduo é primeira de uma série de ações divinas que terminam naglorificação.

Fará-o.

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Quer dizer, levará a cabo a santificação e a preservação (vers. 23). OTodo-poderoso nunca falha.

25.

Orem por nós.

Pablo constantemente orava por seus conversos (cap. 1: 2-3; 5: 25). Agora pediaas orações deles em favor dele e de seus companheiros (cf. ROM. 15: 30; 2Cor. 1: 11; F. 6: 18-19; Couve. 4: 3). Não há egoísmo neste pedido, poissó desejava que avançasse sem obstáculos a mensagem evangélica que ele estavachamado a proclamar (2 Lhes. 3: 1). Pastores e laicos necessitam mutuamente desuas orações, e ambos devem orar para que nada estorve a propagação domensagem evangélica até os limites da terra (2JT 324).

26.

Saúdem.

Gr. aspázomai, "saudar", "dar a bem-vinda" (Mat. 5: 47; Mar. 9: 15; ROM. 16:3, 6; etc.).

Todos os irmãos.

Alguns dos membros eram débeis, mas Pablo desejava do profundo deseu amor fraternal que "todos" estivessem incluídos em sua saudação.

Osculo santo.

No Meio Oriente o beijo era uma forma comum de expressar amor e amizade aosaudar (Luc. 7: 45; Hech. 20: 37). O "beijo santo" ou "beijo de amor" (1Ped. 5: 14) era um símbolo de afeto cristão. Parece que era costume entreos cristãos primitivos intercambiar este saúdo durante a Santa Janta(Justino Mártir, Primeira Apologia 65). Escritos posteriores indicam que nãoera o costume dar este "beijo santo" a uma pessoa do sexo oposto(Constituições apostólicas iI. 57; vIII. 11).

27.

Vos conjuro.

Gr. horkízo, "conjurar", "irnprecar" (cf. Mar. 5: 7; Hech. 19:13). O uso deum término tão enfático (cf. Deut. 6: 13) poderia significar que alguns dosdirigentes tesalonicenses não estavam dispostos a que se lesse a epístola atodos os crentes, ou que alguns dos laicos não estavam dispostos aescutar (cf. 2 Lhes. 3: 14).

Pelo Senhor.

Pablo não só apresenta sua autoridade mas também também a celestial para que seuepístola fora tida em conta pelos que primeiro a tinham recebido, com o

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qual quer dizer que continha uma mensagem inspirada que necessitavamurgentemente todos os crentes da Tesalónica.

leia-se.

Quer dizer, publicamente ante os cristãos congregados (cf. com. Couve. 4: 16).

Santos.

A evidência textual favorece (cf. P. 10) a omissão desta palavra. Aomitem a BJ, BA e NC.

28.

A graça de nosso Senhor.

Uma saudação similar aparece em todas as epístolas do Pablo (cf. ROM. 16: 20,24; 1 Cor. 16: 23). A forma de bênção mais completa é a de 2 Cor. 13: 14. A cristología do apóstolo corre ao longo de toda a epístola. Ao começo(1 Lhes. 1: 1) e ao fim, invoca a graça de nosso Senhor Jesus Cristo sobre oscrentes.

Amém.

A evidência textual favorece (cf. P. 10) a omissão desta palavra. Aomitem a BJ, BA e NC.

Na RVA aparecia esta nota: "A primeira Epístola aos Tesalonicenses foiescrita de Atenas". É um acréscimo que não forma parte da carta original. A evidência histórica se inclina por Corinto, como a cidade aonde Pablo aescreveu (ver pp. 232-233).

COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE

1-6 HAp 211

2 C (1967) 177; 2JT 432; 3JT 353; 9T 216

2-3 FÉ 355, 354

2-5 CS 42, 421

3 DTG 589; Ev 24; HAp 179, 427; 1JT 509; 2JT 11, 66, 75, 322; 3JT 253; PP 94,163; PVGM 339; 5T 187; TM 233, 407

3-5 5T 10

4 2JT 70; 3JT 352; SC 53, 108; 6T 129

4-5 CS 361

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4-6 DTG 202

5 1JT 154; 2T 441, 488; 3T 199

5-6 4T 580 266

6 3JT 352; SC 53; 5T 160,409; 6T 410

8-10 HAp 211

12-13 HAp 212

13 2T 163

14 2JT 191

14-24 HAp 213

15 8T 130

16-18 CS 531

17 DC 97; CH 423; CN 171; EC 457; 3JT 91; MC 408; OE 267,271; 2T 242, 635; TM511

17-18 2JT 110

18 MC 197

19 COES 29; 3T 428

22 CH 591; CN 391; Ev 493; HAd 301; IJT 112, 130; 2JT 125, 234, 245, 460; MC386, 391; MM 143, 218; OE 135; P 117; 1T 381, 490; 2T 248, 304, 457, 615; 3T239; 4T 364; 5T 138; Lhe 87; TM 223

23 CS 522, 527; EC 461; ECFP 7, 32; FÉ 144; MeM 256; 3T 84, 570

24 3JT 203; 1T 167

26 P 117 269