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Our Views I I ntroduction LAT/II AMER/CAII I ERSI ECT/VES Spring 1974 Volume I Number 1 DEPENDEN Y THEORY: A REASSESSMENT Contents A CriticaI Synthesis of the Dependency Literature Ronald H. Chilcote 11 ebate 2 4 The Latin American Revolution: A Theory of Imperialism, Not Dependente Raúl A Fernández and losé F. Ocampo 30 Maoism: An Altemative to Dependency Theory? Timothy F. Harding O Inimigo de Papel The Paper Enemy) Fernando Henrique Cardoso Dependency, Imperialism, and the Relations of Production Marvin Stemberg 62 66 75 Dependence is Dead, Long Live Dependence and the Class Struggle: A Reply to Critics André Gunder Frank 87 Socialism and Dependency Guy I Gilbert m Prospect and Retrospect - 107 The Future of Latin America: Betwccn Underdevelopment and Revolution Rodolfo Stavenhagen . 124 IV. Reviews Structures of Dependency Terry Dietz·Fee The InternaI Colony Model - 149

1974 - O Inimigo de Papel

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Our

Views

I I

ntroduction

LAT/II AMER/CAII

I ERSI ECT/VES

Spring 1974

Volume

I

Number

1

DEPENDEN Y

THEORY: A REASSESSMENT

Contents

A CriticaI Synthesis of the Dependency Literature

Ronald H. Chilcote

11

ebate

2

4

The Latin American Revolution: A Theory of Imperialism,

Not

Dependente

Raúl A Fernández and losé F. Ocampo 30

Maoism: An Altemative to Dependency Theory?

Timothy F. Harding

O Inimigo de Papel The Paper Enemy)

Fernando Henrique Cardoso

Dependency, Imperialism, and the Relations of Production

Marvin Stemberg

62

66

75

Dependence is Dead, Long

Live

Dependence and the Class Struggle: A Reply

to Critics

André Gunder Frank

87

Socialism and Dependency

Guy

I

Gilbert

m Prospect and Retrospect

- 107

The Future of Latin America: Betwccn Underdevelopment and Revolution

Rodolfo Stavenhagen . 124

IV.

Reviews

Structures of Dependency

Terry Dietz·Fee

The InternaI Colony Model

Gilbert G. González

-

149

. 154

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o

INIMIGO

DE

PAPEL

The Paper Enemy)

by

Fernando Henrique ardoso

(There are two polemics: that which clarifies, refines, and ad\ ances understanding and that

5uch as the Femández-Ocampo article which is dogmatic and reaffinns positions which political

practice has made obsolete. The authors unjustly lump alI the dependentistas together and do

not [efer to the vast atin American literature the subect. \Veffort 1970) made a

opposite (and equaIJy erroneous) critique to that of Femández-Ocampo, accusing the dependeot·

istas of ignoring the internaI enemies and concentratiug anIy imperialismo The mistake

in

both cases artificial1y separates imperialism from its internaI allies

in

the dominated country.

The authors also ignore the context in which Frank sct his positioa

11

the capitalist character

of Latin America since the conquest, and they do r.ot make a3y contrihution by characterizing

Latiu Arnerica as semi-feudal

ar

with strong feudal remnallts.

lbe

main contribution of depen

dency theory has becn to get beyond the generality of imperialism and describe specific mech

anisms and ties between the local ar d intemational structures. Dependentistas do not substitute

for or invalidate the theory

o

imperialismo Nor do they clairn that dependency produces only

underdeveloprnent, for indeed there can be dependent

development

Dependency rnust be ana·

lyzed historically to see how colonial slave dependency

is

different from feudal dependency. Some

countries were never underdeveloped or depeadent since both processes began only with the

development of a world rnarket and the exploitation of some states by others. Most Latin

American agrarian cconomies are cot capitalist or feudal but rather are colonial-Iatifundist. Thus

the authors create paper enemies in the feudal loreIs and their imperialist alIies. Further, they

invent a growing gap between city and country while

in

fact industrialization. urbanization, and

dependent capitalism follow developrnental lines with great unevenness and regional difleren

tiation. The principal enerny is not imperialism seen as something separate from local domina

tioo. The struggle against imperialism implies identifying its internai face which is the local

monopoly industrial·financial sector and the local bourgeoisie to which it is

allied in both city

and countryside) .

Their

doematiam

They. ignore

the LRtin

American

literature

on dependenc)

Na tradiçao polêmica existem dois tipos de crítica: a que, embora nem

sempre equilibrada em

seus

termos, leva o debate para a frente, e a que,

mes-

mo quando justa em alguns pontos, dá uma volta para trás na discussão. O

primeiro estilo

de

crítica destrói

os

enganos, incorpora

os

avanços e supera

a posição anterior; o segundo, só vê erros lógicos , é dogmático e em

vez

de retificar e propor uma reformulação, consolida análises , que a prática

política já desfez no passado. Infelizmente, o trabalho de Raúl Fernández

e José F. Ocampo

se

situa nesta última modalidade

de

crítica.

Para começar endereça o fogo do ataque teórico a uma entidade ab-

strata criada por divulga dores norte·americanos:

os

dependentistas . E

difícil ser preciso criticando em bloco autores e interpretações que discordam

entre si em pontos significativos. Na verdade, a parte central da critica se

dirige a

A.

G. Frank, expressamente, mas por extensão (e que eu saiba este

nao

é

um critério válido entram no mesmo saco todos

os

dependent·

istas . Por outro lado, não fosse pelos nomes próprios hispânicos dos autores,

eu pensaria que

eles

não leem castelhano e português, tal a pobreza

da

bibliografia usada, quase sempre (com a exceção do livro que escrevi com

Faletto, que é mencionado

na

bibliografia, mas

na

verdade não

foi

analisad.o)

baseada em publicações em ingles. Assim o debate amplo existente na

66

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CARDOSO

INIMIGO DE P PEl

67

América Latina sobre a questão da dependência não aparece na resenha

critica. Contudo,

O

texto apresenta (fora a leiturn dogmática da América

Latina em bloco como

se essa

fosse a China e

as

considerações

repetitivas sobre como Marx ou Engels viam o capitalismo e o imperialismo)

quatro ou cinco questões de interesse parn o tema em discussão.

A primeirn

diz

respeito

às

genernlizações de Frnnk sobre o caráter capi

talista das economias latinoamericanos desde a descoberta. Malhando em

ferro

frio,

parn

fazer,

com mene.; acuidade e conhecimento hist6rico, crítica

feita por alguns outros',

os

comentaristas, em

vez

de progredir, retroagirnm

no

debate. Esqueceram-se, para começar, de situar a análise de Frnnk no

contexto hist6rico-político

em

que fornm escritas visando combater, especifi

camente, uma

visão

igualmente simplificada de alguns partidos de esquerda

que postulavam a necessidade

da

aliança com a burguesia nacional parn

fazer a revolução anti-feudal e que, de igual modo que

os

críticos atuais,

tinham uma visão esquemática e simplista das "grandes

fases

hist6ricas",

They

overlook

tbe historical-

politicBl

context of

"feudalismo" e "capitalismo". Mas, se fosse apeuas uma questão de "injust-

F , a ~

po8ltion

iça" parn com Frnnk, não valeria uma resposta. Além disso, e sem eu partilhe

todos

os

pontos de vista de Frnnk a

esse

respeito', não vejo que grande avanço

na carncterização hist6rica existe em voltar a afirmar que "as nações da

América Latina

são

carncterizadas pelo semi-feudalismo ou pela existência

de

fortes sobrevivências feudais que determinam seu atrnso."

Com efeito, como falar com propriedade, em conjunto, das "nações

latinamericanas"? O que as une é o condicionamento externo, o imperial

ismo. Mas, como este opera concretamente e como em termos hist6ricos,

a trajet6ria destas nações e a estruturn social e econ6mica delas é diversa, a

combin ção

específic

entre o imperialismo e as modalidades diferentes de

dominação interna de classes, produziu formas diferentes de articulação

social e política. Conseqüentemente,

as

carncterizações abstratas sobre o

conjunto da América Latina podem, no melhor

dos casos,

ser um ponto de

Vo<,

por exemplo, a

pol ica

que F. C. Weffort (1970) abriu. Neate texto Weffort

orienta a crítica em direção

OpOstc1

a dos autores que estou comentando, acusando

(com igual grau de generalidade)

aos

dependentistas, de esquecer os inimigos

internos, para criticarem apenas

ao

imperialismo. Na resposta que dei a Weffort.

(Cardoso, 1970), mostro o equivoco

da

critica (que

é

simetricamente igual e

oposto aos enganos de Femández e Ocampo) que

sep r

imperialismo de seus aliados

internos. Frank

também respondeu a críticas semalhantes

1973).

S

o

bre a questão do feudalismo e do capitalismo, com especial r e f e ~ c i as idéias de

Frank

duas críticas importantes, pelo menos, que são anteriores e melhores que

o trabalho ora apresentado: (Laclau, 1971; Romano, 1971).

S

e

os

comentaristas fossem mais cuidadosos teriam distinguido entre os que eles chamam

de dependentistas,

as

diversas interpret3 óes. Veriam inclusive que Frank, ao

criticar

os

que caracterizariam, segundo ele, a estrutura

agrária

brasileira do feudal,

endereC)ou a crítica também a mim.

E,

se fossem mais cuidadosos a rigorosos ainda,

veriam

que

Frank se

equivocou: sem jamais, ter pensado tal barbaridade histk >rica

que me perdoem os criticas}, tão pouco jamais aceitei que

que não

é

feudal

é

capitalista, pois há mais coisas

entre

o céu

e a terra

do que pode supor

a vã

filos06a,

como já dizia o Príncipe transtornado com as interpretacoes Que se faziam da morte

de

seu pai

.

 

Latin

America has

imperialism

n common,

but abstractiom

about the

area lead

to inadequate

conclusions

Weffort's

erroneous

critique

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68

Their

linear view

of historical

stages

Not being

capitalist

does

not

imply that

society is

feudal

The

basic

issue

th

functioning

o colonial

system in

world capitalism

Dependistas

do Dot

substitute

their

theory for

imperialism

L TlN MERIC N PERSPECTIVES

partida, mas não um patamar seguro de análise para chegar a conclusões

políticas específicas, como fizeram os comentaristas.

4

Além disso, dado sua aparente pouco familiaridade com a bibliografia

histórica, os comentaristas parecem manter, mesmo depois de tantas

águas

passadas, uma visão esquemática c linear

das

fomlas de transição de

uma

grande etapa histórica à outra. Não leram, com certeza, os comentários de

Eric Hobsbawn

às Formen

de Marx, nem

as

já citadas resenhas críticas a

Frank, especialmente a de Romano, nem conhecem

os

historiadores latino·

americanos que se dedicaram ao tema. Vou r e f e r i r ~ m e apenas a alguns

brasileiros: Caio Prado, Fernando Antônio Novais e Cyro Cardoso. Com

visões diferentes, todos, ao ocupar-se dos séculos

XV

ao século XIX no

Brasil e mesmo na América Latina, insistem em que

O

fato histórico básico

era o sistema colonial. O mesmo ponto de ista

é

partilhado por histor

iadores, não marxistas, como Sérgio Buarque de Hollanda. Que eu saiba,

nem Marx, nem qualquer historiador sério, caracterizou o modo de produção

feudal em termos do sistema colonial No

ardor

ortodoxo, os

o m e n ~

taristas são capazes de responder a

isso

dizendo que a consequência lógica

a tirar é que das análises de Marx (00 Engels, que

se

ocupou mais

do

tema)

sobre a passagem do feudalismo para o capitalismo,

deduz se

que

se

não era

capitalista a economia latinoamericana, tinha que ser feudal. Esta lógica

leva apenas ao formalismo e dissolve em generalidades o complexo tecido de

relações e oposições sociais que

se

dao na histórica. Assim, esquecendo-se

(graças

à

lógica da generalidade abstrata e banal) de que o problema

básico para entender a formaçao das economias latinoamericanas

é

o

da

função do sistema colonial no capitalismo mundial , a imaginação e a IDgica

de nossos comentaristas não encontraram outro recurso senão o de imaginar

que existiu aqui um feudalismo.

O formalismo abstrato

vai

tão longe na perspectiva dos criticos que

distorcem o pensamento

dos

dependentistas para afirmar que estes pensam

que o subdesenvolvimento é produzido pela dependência, quando, pelo

4Se alguma c o n t r i b u i ~ ã o houve nas análises de depend@ncia, como repetidamente escrevi,

foi justamente o esforco para

caracterizar modalidades de d e p e n d ~ n c i a

Não

se

trata

de afinnar m geral que existe imperialisíno, mas de ver de que

maneira

o imperia

lismo articula as relações entre a estrutura local e a internacional, produzindo

re-

lacões específicas de dominação.

É t:ssa

a contribuiíão

que

se pretendeu dar no

livro

que escrevi com Faletto 1969). Jamais qualquer dependentista pensou em subs-

tituir

criticar como improcedente etc. a teoria do imperialismo

em seus

teonos

teóricos e em sua análise geral. Veja-se a polémica com \Veffort e especia1imente o

trabalho que escrevi 1972).

5Essa

minha

discord tncia

com

Frank.

Também

eu

penso que dizer

que

as

economias

latinoamcricanas sempre foram capitalistas equi ale a ser formalista. O problema

reside em saber

como

o foram e com que funcão no processo mundial de acumularão.

O capitalismo colonial - e o escravismo que lhe foi

complementar- dao

a

estrutura

históica das sociedades criadas pela expansão do capitalismo ocidental caracteristicas

estruturais distintas, por

ex

.. do que ocorreu com a Ásia. onde o capitalismo

se

acomoda

aos

modos de produ,ão

extentes

numa

escala muito maior do

que nas

Américas. Nestas, este proc:esso foi marginal e a

p r o d l l ~ o

exportadora (que

era

a

decisiva) baseou-se na escravidao, de índios e negros, dentro da plantatíon

ou

das

encomiendas.

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CARDOSO INIMI O DE PAPEL

69

menos eu, vanas vezes á escrevi que não se trata disso

6

• e que pode haver

desenvolvimento dependente, como no

caso

da Argentina, do Brasil, do

México e

da

Nova Zelândia, da Australia etc. Por outro lado, também

é

certo que alguns países europeus tornaram-se dependentes, e que em muitos

deles

havia,

sim, uma economia feudal (como na parte do Império Austro

Húngaro que formou os países da Europa Oriental). Mas, desde quando

um fenômeno históriw-estrutural pode

ser

confundido com uma região

geo-política, como a América Latina? Há, portanto, dependência em outras

regiões

A natureza desta dependencia não pode ser deduzida , sem a

análise histórico-estrutural que

vai

mostar (depois de feita e não a priori

no que consiste a diferença entre uma evolução tipicamente feudal-depend

ente, para com outra colonial-escravista-dependente. E também

é

óbvio

(apesar do espanto dos comentaristas) que, strictu sensu, historicamente,

certos países jamais foram subdesenvolvidos ou dependentes. Estes conceitos

só se

aplicam quando existe em articulação

um

mercado mundial e a explor

ação político-econômica de uns estados e umas economias por outros.

Se não se entende estes princípios elementares de metodo dialético aplicado

à

histórica,

é

melhor desistir e fazer logo, a

la

Rostow, análises

de

seqüências

lineares de evolução, comparando-se as diferenças entre contínuos históricos

homogêneos

Voltando ao feudalismo: a caracterização das economias latinoameri

canas como feudiais nao é apenas imprecisa

mas

incorreta. O fato histórico

básico do qual elas partem é o colonialismo e o escravismo organizados no

sistema

de

plantation,

visando

ao

mercado externo. Nem eram capitalistas

típicas (pois as relações sociais

de

produção não

se

baseavan no trabalho

livre e assalariado), nem feudais (pois não havia a apropriação

dos

instru

mentos de trabalho pelos produtores diretos e havia centralização estatal).

mas sim escravistas e coloniais e estavam inseridas desde seus inícios na

economia capitalista mundial. Analisar as sobrevivências feudais é extrema

mente perigoso. Para começar, algumas

das

práticas de exploração a que se

atribui o caráter feudal, como a meação

da terra

o barracão, a aviamento

etc., foram muitas vezes generalizadas depois

da

decadência

da

ewnomia

colonial-escravista

de

plantation.

Caio Prado demonstrou que, pelo menos

no café,

essas

práticas se generalizam

nos

séculos XIX e XX, quando evata

mente a cama

da

agrário-senhorial escravista é deslocada pela nova burgue

sia agro-exportadora. Por outro lado, pela lógica da sobrevivência , até a

cidade de Londres, hoje, seria feudal , na medida em que a enfiteusis e o

aforamento regulam partes importantes da propriedade urbana E não

sei como os comentaristas classificariam a agricultura chilena, argentina ou

uruguia (países dependentes) como

feudal , dado que as relações salariais

e a exploração capitalista

da terra e do trabalho são predominantes

nesses

países.

6Vease Cardoso and Faletto 196Q capo I .

Quando

se mostra que a utilizacão da DO SO

de dependencia

ão

é

feita para substituir as categorias básicas

de

acumulacão, mais

-varia etc., nem pala eliminar a necessidade de ver que existem economias desen·

volvidas e subdesenvolvidas, Usa·se a perspectiva da pependencia como um esfonio

teórico

para

sintetizar os espectos politico-económicos de todo este processo,

mostrando que o imperialismo gera relações de assimetria entre Estados Nacionais e

que a exploração imperialista articula politicamente a

d o m i n ~ ã o

local

de

classe COUl

adominação mternacional das empresas mult i nacionais, utilizando

para

isso

OS

estados

nacionais.

Dependent

development

exists

Society was

colonial,

organizcd

around the

plantation,

not

feudal

or typically

capitalist

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70

LATlN AMERICAN

PERSPE TlVES

Enfim, o desconhecimento da natureza do sistema de produção capi

talista-colonial, levou-os a enganos pueris. E deriva também do desconheci

mento de processos histórico-econônicos básicos a perplexidade sobre a

natureza histórico-estrutl1ral distinta das economias dos Estados Unidos e

países desenvolvidos

C )lIl

respeito aos países dependentes

e

subdesenvolvidos.

Developm

al De fato, a diferença entre o colonialismo ibérico e a expansão inglesa nas

: ~ k ~ e d b ; ~ m é r i c ~ s

c

p r i n c i p a ] m e n t ~

(mas

e n ~

relação com

0

ponto .anterior), a

the imperialist

mdustnahzaçao norte-amencana segUida da

guerra

de secessao (quando,

~ ~ ; ~ t ~ l ~ ~ então

sim

uma burguesia industrializante completa a independência nacional

em terolOs de modo algum comparáveis com a ação político-econômica das

burguesias agro-mercantis latinoamericanas que fizeram a guerra da Inde

pendcncia), asseguraram a possibilidade do desenvolvimento capitalista nos

Estados Unidos.

Isso

se deu

antes

bem antes, da fase imperialista do capi

talismo, enquanto a industrialização de alguns países latinoamericanos se

desenrola em

pleno

período imperialista. Além do mais,

e

neste caso valem

as considerações (corretas) da segunda secão do trabalho (Backwardness in

Agriculture), a propriedade da terra no Leste e no Meio

Oeste

americano

não

esteve

sujeita

às

limitações impostas pelo lati fundismo colonial-exporta

dor, nem pelos regulamentos da Coroa portuguesa

e

hispânica que dificult

uram a apropriação e a valorização da terra pela exploração do trabalho.

Por certo, seria um equívoco afirmar que na maioria dos países latinoa

Mod

Latin

American

merieanos a renda da terra e a economia agrícola slio capitalistas. O colonial-

agrarian

eeonoml••• ismo-latifundista (e não o feudalismo), a existência de modos de produção

not

cn.:r.italist

or fpu

ai

but

não capitalistas anteriores

à

conquista, um ou outro traço patrimonialista,

are

colonial-  

l.tüundÚ enfim, uma série de relações sociais de produção náo tipicamente capitalistas,

permaneceram como entraves à generalização do capitalismo. Embora no

conjunto das economias

os

setores capitalistas-monopólicos prevaleçam, eles

se articu1am simbioticamente com a economia agrária não puramente capi

talista. Este processo dá um perfil de sociedade que

por abuso semântico

pode ser chamada de burguesa-monopólica no seu conjunto.

Mas

O

setor

economicamente

dinâmico

e politicamente dominante

é

este

último O

não

o

anterior.

E por

isso

que ao transformar

os

senhores feudais (e seus aliados

~

~ n a e t ~ i e s

(?)

imperialistas) em inimigos principais das transformações sociais,

Fer-

; : r J s h ~ n i U : : h

nández e

Ocampo

criam

inimigos de papel

Nem

é

correto qualificar a este

n rinlist

setor das classes dominantes

como

feudal , nem são eles os que controlam

de

forma principal o bloco de poder, nem muito menos, é neles que o

imperialismo

se

apoia preferentemente. Este engano dispensa c()lIlent

árias sobre

as

conclusões políticas a que chegam, pois (ainda quando

apresentem isoladamente um ou outro ponto válido), partem de uma análise

equivocada],

Na mesma linha de generalizações apressadas e pouco documentados,

They lnvent

nossos autores incentam um

g p

crescente entre o campo e a cidade que

a growing

gap between

estariam sendo submetidos a antíteses mais pronunciadas. Ainda uma vez,

city nnd

country é

preciso dispor de dados que indiquem isso e

é

preciso não deixar-se levar

when in fact

dependent

pelo engano que consiste

em

desconhecer a natureza

da

industrialização,

da

: ; ~ ~ : ; i s i

urbanização c do capitalismo dependentes que, embora

acentuem

de fato

uneven and d

d d - .

regionally

em pontos

etcrl11ll1a

os

as

contra lçoes entre atraso e

creSCImento

no

~ : ~ : ~ ; ~ ~ ~ t d conjunto (sem eliminar os

á

referidos pontos de concentração do atraso e

portanto sem gcncralizar de fato,

as

relações capitalistas) seguem de modo

distorcido as pautas capitalistas. E especialmente,

é

preciso não generalizar

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CARDOSO INIMIGO

DE

PAPEl

71

para toda a América Latina o que pode ser válido para alguns países que em

si mesmos constituem, nessa forma de desenvolvimento desigual e nem

sempre combinado própria da dependência, bolsóes de atraso.

Pelo que escrevi neste comentário.

vê·se

que não são opostas às dos

DependistRII

dependentistas conclusões que reconhecem o caráter nã o tipicamente

~ h a t ~ ~ r ~ ~ l r u r e

capitalista da agricultura latinoamericana, ou pelo menos, de setores impor. ~ p ~ c o a t l l y

tantes dela. Um ou outro dependentista pode ter chegado a conclusão

b ~ ~ i t t ~ S :

diferente,

mas

não tedos. Onde

unanimidade (e não

entre os depen- ...Iu,e

to

d

. . , h h t ) é accept a

eotIstas pOIS a tese e comum aos que CDO eeem 15 onca na recusa ao s i m p l i ~ t i c .

evolucionismo simplista e

à

análise analógica que insiste no caráter feudal b : ~ d h ~ ~ l s m

da

economia latinoamericana. Essa perspectiva não trás

à

discussão a

feudalism

categoria marxista adequada (pág. 38) para a análise do atraso, mas reflete

apenas um pobre marxismo livresco e preguiçoso, incapaz de fazer ou tentar

o que Marx fazia: capter no conceito o movimento do real.

Por fim, a questão do imperialismo.

I t is senseless, discutir dependência como

se

essa noção visasse a sub·

Any

c\aim

stituir o conceito (e a situação) de imperialismo. A problemática da qual

~ . : ; . : ; o n f l l c t

se partiu foi precisamente a do imperialismo. Com os estudos de depeno Imd nd'all,m

d

n epen ency

dência quis-se fazar o que nossos comentaristas pedem que se faça: ligar os

b

elth

processos internos de dominação aos extenos. O imperialismo para mim nào

~ ~ ~ i s t i c

é uma enteléquia, mas o resultado da ação de classes exploradoras sobre

classes

exploradas que, para efetuar-se, passa pela dominação estatal. Qual-

quer oposição que

se

pretenda fazer entre dependência e imperialismo é

falsa e formal. Ou então trata-se de recurso oportunístico

de

retórica para

entrar pela porta dos fundos num debate sério.

Eu não procurei negar o que quer que fosse à caracterização feita por

Lenin, há mais de meio século, sobre a natureza e o conceito do imperialismo

e repilo com veemência a insinuação sobre qualquer new form

Neither

Frank

of imperialist apologetic . Não creio tão pouco que este tipo de insinuação ~ ~ I ~ · , " e g a t ~

boba

. . , F k E . é 'b charactenzahon

sela

correto para cntlcar a ran. mngu m, que eu sal

a.

entre os of imperialism

chamados dependentistas considerou the struggle against imperialism as

secondary to the class struggle and the battle against capitalism . Só quem

Clu ,

d ,l ,dlon

separa metafisicamente o que na vida está unido, imperialismo e dominação

::t

' : : : : ~ l ~ m

de classe e portanto, também isola o Estado das classes, poderia fazer tal

afirmação. E fácil criar um inimigo de papel e destruí-lo. Mais difícil é

discutir argumentos no nível em que eles são apresentados. Mas

este

segundo procedimento é intelectualmente íntegro.

7Eu nao Quero

estender demasiado este comentário. Mas

os

erros de

f to

na

carac

terização da

s i t u ~ ã o

agrária da América Latina são escandalosos.

Assim,

não existe,

como afinnam os autores, a chronic deficiency in agricultural production, nem

na

Argentina, nem

no

Brasil, no Umguai ou no México. Nem nestes países e em

muitos outros

existe

predominancia de uma

s i t u ~ ã o

de natuteza feudal

Que

prende

os

trabalhadores a terra (pag.

34), Que

estaria thoroughly documented. Os

co·

mentaristas extrapolam infonnações de

um

país para outro e generalizam práicas

que não são necessariamente predominantes, sem qualquer cuidado analítico. A

caracterização do colonato como the most backward of feudal forms da agricul

tura, para Marx, não específica que no caso latinnoamericano tratasc de um colonato

post-escravista, Quando a economia de plantation

precis mente

avançava um passo

na

direção capitalista, importando mao de-ohr imigrante e livre, que adota\'a

fonn

de colonato, como mostrou Caio Prado, e que, portanto, pouco tem a ver com o

colonato a que se referia Marx. E assim segue a caracterização deste feudalism

de papel, urdido

na

imagina

íão

e na falta

de

ligar analítico.

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72

L TlN AMERICAN

PERSPECTIVES

Essa mesma integridade intelectual deveria guiar os comentários sobre

a caracterização leninista do imperialismo feitos por mim. Eu não

fiz,

no

texto que

foi

usado pelos comentar;stas qualquer

exegese

extensiva de Lenin,

nem discuti a polêmica deste com Kautsk)'.

Usei

apenas

as

idéias centrais

(livremente ordenadas por mim) de Lenin

em seu

livro básico sobre a

ques

tão: O Imperialismo fase superior do capitalismo. Portanto, é gratuita a

afirmação de que o procedimento usado por mim teria

sido

o de rejeitar

uma tese caracterizando-a pelo que ela não é, baseàndo-me no exame de

every word written

by

an author until one finds a suitable quotation which

is then picked apart out of context and the argument is won' No

texto analisado pelos comentaristas (que é

um SÓ

repito) não existe

qualquer

citação de Lenin

Entretanto, em outro artigo· procurei resumir os pontos centrais da tese

leninista, baseando-me obviamente

no

livro fundamental de Lenin sobre o

imperialismo. E

as

referências que

faço às

idéias leninistas sobre o imperial

ismo

no

texto criticado têm como pano de fundo aquele resumo. Portanto,

se se

tratasse de uma critica cuidadosa e responsável

era

àquele texto anter

ior que

os

comentaristas deveriam reportar-se.

. Mais importante

do

que a análise cuidadosa de textos sobre a caracter-

; 8 ~ ~ i ~ o g m a b ização geral do imperialismo que, neste particular não inovam nada mas

Lenm

'd

edê d •

escription af apenas resumen, como os meus, e

Iscutir

a pIOC nela a mterpretaçclo

= I ~ ~ ~

das

novas formas de relação imperialista. E é aqui que o dogmatismo

de

nossas críticos os impede de avançar um milímetro

na

análise.

Eles

querem

que

os

aspectos descritivos

do

trabalho de Lenin, escritos há

mais

de meio

século, descrevam o que ocorre hoje. Francamente, teologismo igual é

raro

de

ver-se.

Não

se

trata de por em dúvida, repito, a caracterização

do

imperialismo feita por Lenin, nem de negar que exista base factual para

suas análises. Porém, precisamente a caracterização da economia mundial

de hoje feita por Jalée, procurando mostrar que existe exploração imperial

ista (e quem pensa que não?)

deixa

de lado o fundamental desta exploração

no que se refere

aos

países da periferia que se estão industrializando. Foi a

análise deste fenômeno (nos quadros da economia capitalista e imperialista)

que ocupou a atenção de alguns dependentistas como T.

dos

Santos e

eu

próprio.

É

ridículo

vir

ensinar-nos que existe o Fundo Monetário Inter:

nacional, o Banco Mundial, o Banco Interamericano etc. Esse tipo de

argumento Hão coloca a discussão nos termos adequados. É

óbvio

que

existe um fluxo de capitais nos dois sentidos, também. E a ninguém

em si

consciência passaria pela cabeça refutar o conceito de capital financeiro

(pág.48).-

Todo o problema reside

em ver

que a industrialização de alguns

países

periféricos (processo posterior à segunda guerra mundial que Lenin só

poderia ter descrito

se

falasse

do

além muda a forma

da

relação

im-

  Refiro·meà polAnica á citada na nota

1.

9 Além disso, como

os

críticos veriam se a"alisassem um pouco melhor as r e f e r ~ n c i a s que

fiz. eu estava apenas alinhando-me ao lado de Sweezy na discussão sobre as fonnas

de acumula )ão e ao lado de Sweezy na discussão sobre as formas de acumulaçAo e

financiamento, que implicam na simbiose dentro da Big Corporation, das

f u n ~ b e s

financerias e industriais. Por outro lado, procurava especular sobre

os

efeitos

da

exporta<;ão de lucros

e

erradamente escreci "fluxo de capitais," erro que escapou

aos críticos da periferia

ao

centro sobre o problema da realização da mais-valia.

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CARDOSO INIMIGO

DE

PAPEL 73

perialista,

em um

sentido preciso. Ou seja, que além do controle de matérias-

L e n l n ~ .

primas,

da

monopolização

da

economia,

da

política colonialista de repartição

: ~ I Y ~ ~ ~ t r l d i c t e d

do

mundo (que continuam a existir), existe uma forma de divisão do ~ : ; o n n e ;

trabalho controlada pelas empresas multinacionais que

leva

à industrialização ;mperi,, m

parcial

da

periferia. Essa industrialização é parcial porque na periferia não

se desenvolve plenamente o setor I (produçao de bens de produção), o

monopólio tecnológico

fica

assegurado

às

economias centrais e a depen-

dência financeira continua a existir. Não obstante, a produção de bens de

consumo final (duráveis e não duráveis), de alguns bens intermediários e a

incorporação de partes do setor produtivo (industrial e de serviços) local

de

alguns países periféricos à economia mundial (processo que eu chamo de

internacionalização do mercado interno) é o traço novo das economias

industriais-dependentes.

E

apenas este aspecto que alguns dependentistas

ressaltam,

sem

querer negar

os

fundamentos da análise leninista, mas também

sem

manter a atitude ingênua, de pensar que não há nada de novo na

história

c o n t e m p o r ~ n e a

que

ja

não tivesse sido previsto, catalogado e

solucionado pelos clássicos.' o

A i m p o r t ~ n c i a do reconhecimento da forma atual da relação imperial- The prindpal

n my

cannot

ista reside em que ela demonstra inequivocamente que não se pode racio-

be

Id.n,H; .d

. I . . l'd

as ímperiahsm

emar po

ltlcamente como nossos comentanstas: nem e

va

1 o pensar que o

seen as apart

Immigo principal é o imperialismo visto como algo externo à dominação ~ ~ ~ n ~ l l i , ~

local, nem que

a luta interna de

classes

e a burguesia local constituem o

alvo privilegiado. Lutar contra o imperialismo significa ao mesmo tempo

identificar a

cara

interna

dele.

Essa

nao

é

outra

coisa

que o setor monop61ico

T h ~ r

cre te

industrial financeiro local e a burguesia local que a ele se alia, tanto no

tlg,,P. ':::.h

'd dA 'd d d . ê . d , .

the ml, , .n

campo como na CI a e. lflcapaCI a e e ver ISSO a

mSlst

nCla ogmabca emphasis on

em dar maior peso ao feudalismo

agrário ,

e em pensar que nada mudou ~ ~ d d ~ ~ ~ m V i e w

na relação imperialista em termos de quais são as classes locais que o tomam

~ ' : t

D : ~ ~ : ~ ; : d

realidade imediata, leva aos equívocos, á

assil'l:alados,

de

criar

inimigos de : h i ~ e h n n ~ l a ~ e s

papel e de fazer críticas sobre argumentos que só existem no papel dos ~ ; l

próprios críticos e não na prática e no pensamento de quem está sendo

criticado.

IOQuanto a

c a r a c t e r i z a ~ o

da fase imperialista por Lenin, convém lembrar que no texto

fundamental sobre o assunto,

O

Imperialismo . fase

superior do

capitalismo ao

resumir

no

capo

X

os

quatro aspectos do capitalismo monopólico (ou imperialismo) o

autor, além de considerá-lo como um capitalismo parasitário ou em estado de

decomposição, que foi sublinhado por nossos críticos, caracterizou-o de

forma

posi

tiva

dizendo:

1 o monopólio resulta da coneen traSão da produ)ão

2)

os monopólios detemlinaram

uma

tendé'ncia acentuada a apoderar-se

das

mais importantes fontes de matérias-primas (grifos meus)

3)

os

monopólios surgiram dos bancos, que de modestas empresas intermedi·

árias

se converteram em monopolistas do capital financeiro. Por isso, uma oligarquia

financeira, composta por 3 ou 5 bancos mais importantes de cada nação capitalista

mais avancada fizeram a uniao pessoal do capital bancário e do capital industrial.

4) monopólio nasceu da política colonial a qual o capital financeiro juntou

a luta pelas

fontes

de

matérias-primas,

exportaSão de capitais,

esferas de inHuencia

etc., enfim, a luta

pela

r e p a r t i ~ ã o nova do mundo.

Ve-se, pois, que usando o livro principal e nao uma outra

palavra

fora de

contexto.

parece

claro que Lenin se

referia

a

uma

realidade (ainda existente) que

não cobre

os

aspectos particulares que chamaram a aten)áo dos depend.entistas. t

peuril

e não

faz

avançar politicamente, esqrimir argumentos. como o dos comentaris

tas, em

termos de guerra de c i t a ~ õ e s

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74

LATIN

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1,

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