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1936
CENTRO CULTURAL DE VINHAIS
O ANO M12
da MORTE de José Saramago
A Companhia de Teatro "A BARRACA" apresenta
de RICARDO REIS
NOVEMBRO ‘18
SEXTA-FEIRA 21H00
9
O Encontro inquieto do defunto Fernando Pessoa com o único Heterónimo que lhe sobreviveu, no ano em que crescem todos os fascismos. Um jogo assombroso entre o real e o imaginário. Espectáculo de Hélder Mateus da Costa, a partir do extraordinário romance de José Saramago. Demos a palavra ao autor do espetáculo: Em 1936, dominavam o medo e a subserviência. Preocupei-me em de�nir o cerco policial que começava a dominar a sociedade portuguesa – os possíveis informadores da polícia política em hotéis, pensões, táxis, etc. – o caso do recepcionista Salvador; o domínio ideológico da média e alta burguesia do Dr. Sampaio, admirador de Salazar e da mão de ferro calçada com uma luva de veludo… Os protagonistas são Ricardo Reis, Lídia, Marcenda e Fernando Pessoa Ricardo Reis – o cultor do momento, do dia-a-dia – carpe diem –, um sedutor disponível e amante dos clássicos que recusa as mudanças sociais bruscas – “ C o m a R e p ú b l i c a c o n t i n u a
1936 O ANO da MORTE
de José Saramago
de RICARDO REIS
Monárquico, mas sem Rei – bela contradição, diz-lhe Pessoa”. Lídia - símbolo clássico – �gura simples, directa, amoral, que Saramago utiliza para de�nir o povo: “o povo é isto que eu sou, uma criada de servir que tem um irmão revolucionário e se deita com um doutor contrário às revoluções”. Marcenda - �gura doente e injustamente incapacitada, recordando donzelas românticas talvez oitocentistas… Pessoa - surge como um defunto livre, com humor surpreendente, ingénuo, infantil. Brincalhão, imita fantasmas, pássaros agressivos, perturba o sono de Ricardo, comemora com ele a célebre foto “Em �agrante delitro”. E tem d vidas sobre o seu vel o son o… conseguira ser um Camões da modernidade, destes tempos? E toda a sua obra, para quê? Diz um poema de amor abraçado a centenas de folhas que escreveu. Fernando e Ricardo falam sobre Portugal e decidem sair dali… sentam-se numa mala de viagem, no meio do mar encapelado, evocando a sina do português errante na sua mala de cartão partilhando uma sugestão da Jangada de Pedra. No �nal o espetáculo homenageia José Saramago com os actores do grupo em respeitosa �la pedindo-lhe autógrafos para O Ano da Morte de Ricardo Reis, e fazendo uma citação do Memorial do Convento, através da projeção da Passarola de Bartolomeu de Gusmão.