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ESCOLA POLITÉCNICA DA BAHIA: 110 ANOS DE ATUAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL José A. F. de A. Santos [email protected] Luis E. de P. Campos [email protected] Bruno M. A. Araújo [email protected] Partic A. Piton [email protected] Universidade Federal da Bahia, Escola Politécnica Rua Prof. Aristides Novis, Nº 02, 5º Andar, Federação 40.210-630 – Salvador – BA Resumo: Dentre as instituições de ensino superior que surgiram no século XIX está a Escola Politécnica da Bahia. Inaugurada em 14 de março de 1897, a Escola Politécnica completou 110 anos de existência em 2007, ampliando o seu significativo trabalho de formação de profissionais competentes, realizando relevantes projetos técnicos e científicos e contribuindo para o desenvolvimento regional. Este artigo é uma homenagem à atual Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, uma das mais antigas escolas de engenharia do Brasil. Palavras-chave: Ensino, Pioneirismo, Formação de Recursos Humanos, Geração de Conhecimento, Desenvolvimento Sócio-econômico e Tecnológico. 1 INTRODUÇÃO Fundada em 1897, quarenta e nove anos antes da própria criação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Escola Politécnica completou 110 anos de existência em 14/03/2007, sendo uma das escolas de engenharia mais antigas do Brasil. A criação da Academia Real Militar (1810) por D. João VI na cidade do Rio de Janeiro, período em que a corte real de Portugal esteve no Brasil, foi o marco inicial do ensino de engenharia no Brasil. No final do século XIX, as seguintes escolas de nível superior foram criadas no Brasil: a Escola de Minas de Ouro Preto (1876), Escola Politécnica de São Paulo (1893), a Escola Politécnica de Pernambuco (1895), a Escola de Engenharia Mackenzie (1896), a Escola de Engenharia de Porto Alegre (1896), a Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1896) e a Escola Politécnica da Bahia (1897). O contexto histórico indica que fatores como os preços favoráveis do café, a imigração estrangeira e a descentralização político-administrativa oriundas da República foram fundamentais para o surgimento destas escolas de Engenharia no Brasil (DIAS, 2001). A criação da Escola Politécnica deveu-se principalmente pela iniciativa do engenheiro baiano Arlindo Coelho Fragoso, formado na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Ele

110 Anos Politécnica

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COBENGE 2007

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ESCOLA POLITÉCNICA DA BAHIA: 110 ANOS DE ATUAÇÃO

NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

José A. F. de A. Santos – [email protected] Luis E. de P. Campos – [email protected] Bruno M. A. Araújo – [email protected] Partic A. Piton – [email protected] Universidade Federal da Bahia, Escola Politécnica Rua Prof. Aristides Novis, Nº 02, 5º Andar, Federação 40.210-630 – Salvador – BA Resumo: Dentre as instituições de ensino superior que surgiram no século XIX está a Escola Politécnica da Bahia. Inaugurada em 14 de março de 1897, a Escola Politécnica completou 110 anos de existência em 2007, ampliando o seu significativo trabalho de formação de profissionais competentes, realizando relevantes projetos técnicos e científicos e contribuindo para o desenvolvimento regional. Este artigo é uma homenagem à atual Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, uma das mais antigas escolas de engenharia do Brasil.

Palavras-chave: Ensino, Pioneirismo, Formação de Recursos Humanos, Geração de Conhecimento, Desenvolvimento Sócio-econômico e Tecnológico.

1 INTRODUÇÃO

Fundada em 1897, quarenta e nove anos antes da própria criação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Escola Politécnica completou 110 anos de existência em 14/03/2007, sendo uma das escolas de engenharia mais antigas do Brasil.

A criação da Academia Real Militar (1810) por D. João VI na cidade do Rio de Janeiro, período em que a corte real de Portugal esteve no Brasil, foi o marco inicial do ensino de engenharia no Brasil. No final do século XIX, as seguintes escolas de nível superior foram criadas no Brasil: a Escola de Minas de Ouro Preto (1876), Escola Politécnica de São Paulo (1893), a Escola Politécnica de Pernambuco (1895), a Escola de Engenharia Mackenzie (1896), a Escola de Engenharia de Porto Alegre (1896), a Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1896) e a Escola Politécnica da Bahia (1897). O contexto histórico indica que fatores como os preços favoráveis do café, a imigração estrangeira e a descentralização político−administrativa oriundas da República foram fundamentais para o surgimento destas escolas de Engenharia no Brasil (DIAS, 2001).

A criação da Escola Politécnica deveu-se principalmente pela iniciativa do engenheiro baiano Arlindo Coelho Fragoso, formado na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Ele

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percebeu a importância de existir uma escola similar na Bahia para formar técnicos capazes de promover o desenvolvimento do estado e trabalhou em prol da criação da Politécnica. No dia 14/03/1897, Arlindo Fragoso reuniu alguns colegas na Secretaria de Agricultura e fundou a Escola Polytechnica (Politécnica) da Bahia.

Há uma clara inspiração positivista no projeto da Politécnica, uma vez que seus fundadores admiravam as idéias de Auguste Comte sobre a aplicação do método científico ao estudo da natureza e das ciências humanas. Os fundadores da Escola fizeram referência à Escola Politécnica de Paris, fundada por Napoleão Bonaparte e adotaram para o brasão da escola o mesmo lema da escola francesa: PRO SCIENTIA, INDUSTRIA ET PÁTRIA, ou seja “Pela Ciência, pela Instrução e pela Pátria” (COSTA, 2002).

2 A HISTÓRIA DA ESCOLA POLITÉCNICA

Em 1897, o estado da Bahia possuía apenas três instituições de ensino superior: as Escolas de Medicina, Belas Artes e Direito. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) só seria crida em 1946, incorporando estas escolas entre outras que surgiriam posteriormente.

Quando a Escola Politécnica foi fundada, a Bahia vivia um período de transição política entre o Império e a República que se estendeu até 1912. As facções que dominaram a política imperial baiana resistiram à mudança política o máximo que puderam, fazendo com que a província fosse a última a aderir ao novo regime. O movimento republicano baiano restringiu-se a um diminuto grupo de estudantes, doutores e intelectuais, que acabaram acomodando-se nas fileiras dos partidos políticos que foram organizados pelos conservadores e liberais, representantes dos interesses da aristocracia latifundiária e dos setores burgueses ligados ao comércio de exportação e importação. Foi um período onde as instituições estatais monárquicas foram paulatinamente substituídas pelas instituições republicanas, sem que isto implicasse em qualquer alteração significativa nos padrões de exercício do poder oligárquico.

O quadro de sócios do Instituto Politécnico e de professores da Escola Politécnica foi formado por pessoas de grande prestígio, influência e poder nas diversas instâncias da sociedade baiana e brasileira ao longo de toda a Primeira República e até mesmo no período do Estado Novo (1937–1945). Por este motivo, os primeiros 50 anos de funcionamento da Escola Politécnica, caracterizaram-se pela intensa movimentação dos seus representantes junto às instâncias do poder estadual e federal visando o atendimento das suas demandas financeiras mais imediatas, a constituição de um patrimônio mínimo que lhe garantisse um futuro estável e a aquisição dos diplomas legais que transferissem legitimidade e credibilidade para as suas atividades científicas, acadêmicas e pedagógicas (DIAS, 2001).

2.1 Criação do Instituto Politécnico da Bahia

O Instituto Polytechnico (Politécnico) da Bahia (IPB) foi fundado em 12/07/1896 por um grupo de engenheiros, liderados por Arlindo Fragoso, em uma sessão solene com a presença de várias autoridades e políticos da época. A primeira finalidade expressa em seus estatutos era criar e manter com os seus recursos e auxílios obtidos através dos poderes publicos, sob o nome de Escola Politécnica da Bahia, uma escola de engenharia, teórica e prática, que formaria agrimensores e engenheiros civis, admitindo, posteriormente, cursos especiais de engenharia industrial, mecânica, de minas e agronômica.

Foram realizadas duas reuniões preparatórias para a criação do IPB. A primeira em 05/07/1896 para dividir as tarefas de elaboração de programas, planos e estatutos para o Instituto e para a Escola, e de contactar os poderes públicos para solicitar subvenções. A segunda reunião em 09/07/1896 para discutir e aprovar os estatutos do IPB e da Escola Politécnica. Desde 1896, quando foram tomadas as primeiras providências para a implantação

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do IPB, também foram encaminhadas quase simultaneamente as providências necessárias à implantação da Escola Politécnica.

2.2 Criação da Escola Politécnica a partir do Instituto Politécnico da Bahia.

Em 1896, logo depois da criação do IPB, foram realizadas mais seis reuniões para aprovar o regulamento, os programas de ensino e a organização da Escola Politécnica da Bahia, à semelhança da Escola Politécnica do Rio de Janeiro e para nomear e empossar os vinte professores propostos (DIAS, 2001).

Em 04 de março de 1897 foi realizada a primeira sessão ordinária da Congregação e, em 14 de março, a instalação solene da Escola Polytechnica (Politécnica) da Bahia na sua 1ª sede. A escola nasceu a partir de uma espécie de parceria público–privada entre o Governo do Estado da Bahia e um grupo de cidadãos destacados da época. Ela foi criada como uma instituição particular, independente, mantida com os recursos próprios do IPB, com as mensalidades dos alunos e por uma verba anual do governo do estado. Entretanto, desde o início, os recursos oriundos dos cofres públicos tornaram-se os seus principais financiadores, enquanto que as contribuições dos sócios do IPB e os pagamentos efetuados pelos alunos tornando-se recursos complementares na sua manutenção. Ela tornou-se oficialmente Escola Livre de Ensino Superior equiparada às escolas federais congêneres por meio de decreto Nº 2.803 de 09/05/1898. Em 1915, foi reconhecida como Instituição de Utilidade Pública.

No início do funcionamento da Politécnica, havia muita de instabilidade financeira, pois apesar de ser particular, dependia de subvenções do governo para funcionar. Muitas vezes, os professores ficaram com os salários atrasados e tiveram que trabalhar gratuitamente para manter a instituição. Vários projetos tiveram que ser cancelados ou adiados. Mesmo com o apoio de importantes lideranças políticas, a trajetória da Escola e do IPB nos primeiros 30 anos após a sua fundação foi conturbada e refletia indiretamente a situação da política baiana, totalmente instável em virtude de disputas pelo poder travadas pelas oligarquias da época (COSTA, 2002).

Uma das mais graves crises aconteceu quando os recursos financeiros estaduais foram retidos no governo de Severino Vieira (1900–1904). Sem receber salário, quase todos os professores, exceto os de Arquitetura e Física, pararam de trabalhar (COSTA, 2002). Se a Escola Politécnica ficasse mais de 20 dias sem aulas ela poderia ser fechada permanentemente. Neste momento, a ação determinada de Arlindo Fragoso salvou a instituição. Arlindo ministrou todas as outras aulas do programa do curso, durante cerca de dez dias, mantendo assim a Escola aberta. Seu exemplo moral motivou os outros professores a voltaram à sala de aula e apoiá-lo.

A 1ª sede da Politécnica foi improvisada em um casarão da Rua das Laranjeiras, Nº 6, no Centro Histórico de Salvador (Foto 1). Em 1901, a Escola mudou-se para a sua 2ª sede, um prédio alugado na Rua João Florêncio, Praça da Piedade, N 1º (Foto 2). Como a regularização dos repasses financeiros no governo de José Marcelino (1904–1908), o IPB pode começar a montar um patrimônio. Em 1905, com o dinheiro acumulado, o IPB comprou o Palacete Salvador (Foto 3), Nº 79, na Av. 7 de Setembro, Largo de São Pedro para ser a 3ª sede. Hoje, o palacete não existe mais, sendo substituído pelo Ed. Fundação Escola Politécnica. Em 1960, foi construído o prédio da Federação (Foto 4), N 2º, sua atual sede e projeto do arquiteto Diógenes Rebouças. Esta última sede seria inicialmente composta por quatro blocos (Foto 7): Bloco I – Edifício para fins didáticos, de pesquisa, biblioteca e administração. Foi o único bloco construído (Fotos 4, 5 e 6); Bloco II – Um pavimento para assistência às industrias através de usinas piloto e seis pavimentos para as matérias de física, química e eletricidade e a parte pratica de ensino dos cursos de engenharia elétrica e engenharia química; Bloco III – Oito anfiteatros para 200 alunos cada, destinados às aulas teóricas, e salas para professores e alunos; Bloco IV – Um anfiteatro para 2000 pessoas.

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Foto 1: Casa da Rua das Laranjeiras (1ª Sede da Escola Politécnica).

Foto 2: Prédio alugado na Praça da Piedade (2ª Sede).

Foto 3: Palacete Salvador no Largo de São Pedro (3ª Sede).

Foto 5: Vista em perspectiva da atual sede da Escola Politécnica.

Foto 4: Bloco I do Projeto Original da Politécnica e sua atual sede (4ª Sede).

Foto 6: Entrada Principal da Escola Politécnica.

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Foto 7: Maquete do Projeto Original da Escola Politécnica composta por 4 Blocos. A Escola Politécnica foi federalizada em 14/02/1934 por meio do decreto 23.782, o que

aliviou os constantes problemas financeiros que a escola atravessava. Em 25/02/1938 (Governo Vargas) houve revogação de sua federalização por meio do decreto-lei Nº 305. Sem o apoio do governo federal, a faculdade foi absorvida pelo governo estadual. Em 24/01/1946, a Escola Politécnica voltou a ser federalizada por meio do decreto Nº 9.737. Em 08/04/1946, por meio do decreto Nº 9.155, ela é incorporada definitivamente ao projeto da Universidade da Bahia criada no mesmo ano e que posteriormente se denominaria Universidade Federal da Bahia.

2.3 Criação da Fundação Escola Politécnica a partir do Instituto Politécnico

O IPB, reunido em assembléia geral em 18/02/1932, discute e aprova a criação da Fundação Escola Politécnica (FEP) da Bahia, sendo esta mais um recurso para regularizar as condições financeiras da instituição e seu estatuto próprio foi elaborado em 30 de julho de 1932.

A FEP é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, tendo por finalidade promover o desenvolvimento da engenharia no Estado da Bahia em todas as suas áreas de atuação. Para cumprir sua finalidade, a FEP faz a concessão de bolsas de estudos e iniciação científica, apóia ao desenvolvimento de projetos dos diversos departamentos da Escola Politécnica, presta auxílios financeiros para as diversas áreas de conhecimento em engenharia, auxilia engenheiros e professores para participar em eventos técnicos no Brasil e no exterior, faz a aquisição de equipamentos e acessórios para aprimoramento da prestação de serviços especializados junto à comunidade entre outras ações.

No final de 2006, a FEP realizou uma reforma estatutária para se adequar ao novo código civil brasileiro e permitiu a inclusão de um representante estudantil em seu Conselho Curador.

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3 ESTRUTURA ACADÊMICA E ORGANIZACIONAL

A Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (EPUFBA) tem seis cursos de graduação, cinco mestrados, dois doutorados e vários cursos de especialização e extensão. Com o passar do tempo, ela aumentou não só a quantidade de cursos e de atividades, como também o número de vagas para estudantes. Atualmente a EPUFBA é a maior unidade de ensino da UFBA, onde existem quase 3000 estudantes e são oferecidas anualmente 490 vagas de graduação (Tabela 1), com ingresso via vestibular.

Tabela 1 – Quantidade de vagas oferecidas anualmente por curso de graduação.

Engenharia Civil 160 Engenharia Elétrica 80 Engenharia Mecânica 80 Engenharia Química 80 Engenharia Sanitária e ambiental 40 Engenharia de Minas 50

A Escola Politécnica é composta por 6 colegiados de graduação, 6 colegiados de pós-

graduação, 7 departamentos, a Diretoria e a Congregação (Figura 1). A Diretoria (Tabela 2) e a Congregação organizam e administram as atividades e projetos que envolvem a Escola Politécnica como um todo. Os departamentos são responsáveis pelo oferecimento e ministração das disciplinas e contam com cerce de 130 professores permanentes (Tabela 3). Os colegiados determinam quais matérias devem ser ministradas aos alunos para a obtenção do conhecimento necessário as titulações.

Tabela 2 – Relação dos Nomes dos Diretores da Escola Politécnica.

Professor Período de GestãoArlindo Coelho Fragoso 1897 - 1907Francisco de Souza 1907 - 1922Arquimedes Siqueira Gonçalves 1922 - 1934Epaminondas dos Santos Torres 1934 - 1937Paulo Matos Pedreira de Cerqueira 1937 - 1939Archimedes Pereira Guimarães 1939 - 1943Tito Vespasiano Augusto César Pires 1944 - 1946Leopoldo Afrânio Bastos do Amaral 1947 - 1949Albano da Franca Rocha 1950 - 1952Carlos Furtado de Simas 1953 - 1960Guilherme Ávila 1960 - 1962Vasco de Azevedo Neto 1962 - 1966Hernani Sávio Sobral 1966 - 1970Alceu Hiltner 1970 - 1978Erundino Pousada Presa 1978 - 1980Rogério Vargens 1980 - 1984Cid Santos Gesteira 1984 - 1988Carlos Emílio de Menezes Strauch 1988 - 1992António Carlos Queiroz Mascarenhas 1992 - 1994Maerbal Bittencourt Marinho 1994 - 1998Caiuby Alves da Costa 1998 - 2006Luis Edmundo Prado de Campos 2006 -

DIRETORES DA ESCOLA POLITÉCNICA DA BAHIA

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Figura 1 – Diagrama Funcional das graduações da Escola Politécnica.

Tabela 3 – Quantidade de Professores alocados por Departamento.

Dpto. de Ciência e Tecnologia dos Materiais 24 Dpto. de Construção e Estruturas 17 Dpto. de Engenharia Elétrica 23 Dpto. de Engenharia Mecânica 20 Dpto. de Engenharia Química 19 Dpto. de Engenharia Ambiental 17 Dpto. de Transportes 10

4 INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Ao longo de sua existência, a Escola Politécnica tem realizado inúmeros projetos técnico-científicos, contando com destacados professores, e formado muitas figuras relevantes na engenharia e na política baiana e até nacional. Suas centenas de ex-alunos tornaram-se os engenheiros responsáveis por grande parte das transformações acontecidas na Bahia durante o século XX, fazendo da Politécnica um centro difusor de tecnologia, cultura e desenvolvimento.

A Politécnica tem atuado de forma direta (parcerias, projetos e consultorias) ou indireta (formação de engenheiros altamente qualificados) em prol do desenvolvimento regional. Destas formas, ela presenciou e participou dos processos de implantação e desenvolvimento da Refinaria Landulphno Alves-Mataripe (RLAM) na década de 50 (primeira refinaria de petróleo brasileira), da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) em 1945, na criação do Pólo Petroquímico de Camaçari em 1981, na implantação do Complexo Industrial Ford Nordeste em 2001 além de inúmeros outros empreendimentos e projetos das esferas federais, estaduais e municipais.

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4.1 Pessoas Influentes na Sociedade Baiana e Brasileira

Em mais de um século de atuação, a Politécnica abrigou personalidades que, além da engenharia, atuaram em outras áreas com destaque para a política e a cultura. Homens públicos de destaque nacional e regional foram estudantes e professores da Escola.

Abaixo são apresentadas algumas personalidades de destaque: Arlindo Coelho Fragoso Homem de excepcional dinamismo e polivalência, engenheiro, professor, homem público

e jornalista. Além do IPB e da Escola Politécnica, criou a Academia de Letras da Bahia (1917) e alguns jornais e revistas. Exerceu o cargo de Diretor da Escola Politécnica de 1897 à 1907. Foi Conselheiro Municipal de Santo Amaro, Secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas e Secretário Geral do Estado na Bahia. Foi responsável por várias melhorias urbanas na cidade de Salvador.

Miguel Calmon Formou-se como engenheiro civil em 1900 no Rio de Janeiro e tornou-se professor da

Politécnica em 1901. Em 1902, escreveu um trabalho intitulado “Aplicações Industriais do Álcool”, desenvolvendo a tese do uso do álcool como combustível alternativo para a industrialização do Brasil. Foi Secretário da Agricultura da Bahia, Deputado Federal, Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas do governo federal e Senador, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da infra-estrutura do Brasil por meio de investimentos em portos, ferrovias, obras de combate à seca e expansão da rede telegráfica. Foi membro fundador da Academia de Letras da Bahia, Diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, além de ter feitos inúmeras publicações técnico-científicas. Posteriormente, seu parente, Miguel Calmon Sobrinho, também viria a ser professor da Politécnica, teria uma atuação igualmente destacada tanto no campo político quanto no acadêmico, vindo inclusive a ser Reitor da UFBA.

Octávio Mangabeira Formou-se como engenheiro civil em 1905 na Politécnica da Bahia e tornou-se um dos

seus professores. Posteriormente, tornou-se homem público de grande atuação, sendo Conselheiro Municipal, Deputado Federal, Ministro das Relações Exteriores, Governador da Bahia, Senador da República e sofreu perseguição e exílio no período do Estado Novo. Foi membro fundador da Academia de Letras da Bahia e membro da Academia Brasileira de Letras.

Leopoldo Amaral Ingressou na Politécnica em 1910 e formou-se duas vezes com engenheiro geógrafo em

1913 e engenheiro civil em 1916. Ocupou cargos públicos voltados para infra-estrutura viária e foi assessor da Coordenação de Mobilização Econômica do Rio de Janeiro. Tornou-se posteriormente professor da Escola Politécnica, da Faculdade de Filosofia e da Escola de Belas Artes da Bahia.

Magno Valente Formou-se em engenharia civil em 1939 e em engenharia elétrica em 1945. Foi professor

da Politécnica, chefe da secção de estudos e projetos do Departamento de Energia da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado da Bahia e elaborou várias publicações técnicas.

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Norberto Odebrecht Ingressou na Politécnica em 1941 e formou-se em engenharia civil em 1945. Entre as

décadas de 70 e 80, a partir da empresa de construção civil herdada de seu pai, criou um dos maiores conglomerados de empresas do Brasil na atualidade.

Carlos Marighella Ingressou na Escola Politécnica em 1931, foi um estudante brilhante que respondia as

provas em verso, mas não chegou a se formar em decorrência de sua militância. Tornou-se um revolucionário comunista que atuou contra o Estado Novo e a Ditadura Militar e foi assassinado em 1969.

4.2 Projetos desenvolvidos

A pesquisa e a experimentação tecnológica estão presentes em inúmeros projetos desenvolvidos nos departamentos da Politécnica. Na década de 40, por exemplo, o professor Américo Simas fez algumas modificações em um carro e conseguiu rodar de Salvador até a cidade de Camaçari, usando álcool como combustível, sendo esta a primeira notícia que se tem de um carro a álcool (COSTA, 2002).

Abaixo seguem alguns exemplos de projetos mais recentes: Campo Escola Este projeto é uma parceria criada entre a EPUFBA e Agência Nacional de Petróleo

(ANP) desde 2002 para estudos de re-exploração de poços de petróleo maduros. Foram cedidos cinco campos marginais de petróleo à EPUFBA e foi criada a empresa virtual Petrotécnica para gerenciar os campos.

Biodiesel Em 2004 foi criado o projeto planta-piloto de biodiesel, vinculado ao Laboratório de

Energia e Gás do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica e a Rede Baiana de Biocombustíveis. Atualmente, a planta já foi construída e o projeto envolve cerca de 60 estudantes da graduação, mestrado e doutorado.

TECLIM – Tecnologias Limpas A Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos (TECLIM) foi implantada

em 1997 com o intuito de estabelecer e dinamizar cooperação interinstitucional para realização de estudos e experiências de ampliação e aprofundamento do conceito de tecnologias limpas na prática produtiva em geral e mais especificamente na produção industrial, assim como, simultaneamente, iniciar o desenvolvimento de ações que as tornem realidade.

Projeto ENGEPPLAN Projeto multidisciplinar Engenharia para um Pequeno Planeta (ENGEPPLAN) aprovado

em edital específico do Ministério da Educação no início de 2007. Seu objetivo é incentivar estudantes secundaristas a seguirem carreiras de ciências, tecnologias e engenharia por meio de experimentos didáticos de aplicação cotidiana e projetos técnicos básicos apresentados ao público na forma de feiras de ciências.

Fire Escape Sistem Projeto patenteado de elevador de segurança movido à gravidade realizado em 2000. O

equipamento funciona como um sistema auxiliar de fuga de edifícios em caso de incêndios.

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Tele–UFBA Projeto de racionalização do uso de recursos telefônicos da UFBA, com geração de

grande economia. Atualmente continua sendo executado pela Prefeitura de Campus da UFBA. Água Pura Projeto de reutilização inteligente da água na UFBA, gerando redução do consumo e

melhor aproveitamento da água. Foi criada uma estação de tratamento de água na EPUFBA. Poupe Luz Projeto de eficientização energética da EPUFBA por meio de racionalização do uso de

energia, medidas educativas e revisão contratual no fornecimento de energia para a UFBA.

5 ENTIDADES, PROJETOS E ATIVIDADES ESTUDANTIS

O corpo discente também tem contribuído significativamente para o desenvolvimento do ambiente acadêmico da Escola Politécnica.

5.1 Representação Estudantil

Atualmente existem 6 entidades de Representação Estudantil, respectivas aos cursos de graduação oferecidos na Politécnica: os Centros Acadêmicos de Engenharia Elétrica (CAEEL) e de Engenharia Química (CAEQ) e os Diretórios Acadêmicos de Engenharia Civil (DAEC), Engenharia Sanitária e Ambiental (DAESA), Engenharia Mecânica (DAEM) e Engenharia de Minas (DAEMIN), todos com orientação apartidária.

No segundo semestre de 2004, os estudantes de todas as engenharias, por meio de assembléias gerais e reuniões, participaram efetivamente de uma histórica Greve Estudantil da UFBA para discutir a Reforma Universitária entre outros problemas. Nesta greve, inúmeras divergências entre as engenharias (normalmente estudantes apartidários e racionalistas) e as demais graduações (normalmente estudantes suprapartidários ou partidários e de viés socialista-esquerdista) ficaram evidentes em relação ao movimento estudantil da UFBA. As engenharias defenderam: uma universidade pública, gratuita e de qualidade; uma reforma universitária racional e efetivamente adequada às demandas acadêmicas; à atuação das fundações e realização de parcerias público-privadas desde que com transparência, legalidade e mútuo benefício e um movimento estudantil apartidário e sem aparelhamentos político-ideológicos.

5.2 Empresas Juniores

Existem seis empresas juniores, uma para cada curso de graduação: EletroJr (www.eletrojr.ufba.br), Engetop (www.engetop.ufba.br), TM Jr (www.tmengenharia.ufba.br), Prisma Jr (www.prismajr.ufba.br), ESA Jr e Cristal Jr. Esta entidades funcionam como espaços de integração, de construção de conhecimento, de antecipação da profissionalização gerencial estudantil, de desenvolvimento do empreendedorismo e vários projetos técnicos normalmente voltados para a responsabilidade social.

5.3 Projetos de Integração e Grupos Técnicos

Grupos diversos de estudantes atuam por meio de projetos em parceria com professores: Equipe Carpoeira – Mini-Baja (www.carpoeira.ufba.br), AeroUFBA (www.aeroufba.ufba.br), Onda Elétrica (www.ondaeletrica.ufba.br), Ramo Estudantil do Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletrotécnicos (www.ieee.ufba.br), além de diversos grupos institucionais de

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iniciação científica. Estes grupos realizam desde projetos técnico-científicos a projetos de responsabilidade social. Também são muito importantes enquanto espaços de integração estudantil.

Antigamente, existiam uma associação atlética e a associação de antigos alunos da Escola Politécnica da UFBA. Atualmente, estas entidades se encontram inativas, mas, mediamente o interesse da comunidade acadêmica, podem ser reativadas.

5.4 A Proposta de Criação do CREA JR

Está em discussão a proposta de criação de uma versão estudantil do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Secção Bahia (CREA–BA). A inspiração deste projeto surgiu das informações de que havia uma parceria bem sucedida entre universidades federais e o CREA de Minas Gerais desde 2000, que resultou na criação do CREA Jr.

A proposta inicial foi apresentada pelo Centro Acadêmico de Engenharia Elétrica (CAEEL–UFBA) no final de 2006 e no início de 2007 à Congregação da Escola Politécnica, às entidades estudantis e ao CREA–BA.

O apoio à implantação do CREA Jr foi aprovado em março de 2007 pelas entidades estudantis das engenharias. O CREA Jr, quando estiver efetivamente implantado, visará atuar na formação e conscientização profissionais antecipadas do corpo discente e na elaboração de projetos voltados para a área de responsabilidade social e técnica.

5.5 InovaPoli – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UFBA

Durante os trabalhos da greve estudantil de 2004, os estudantes das engenharias identificaram que ainda não existia na Escola Politécnica uma incubadora de empresas, apesar de existir um significativo potencial. Formou-se então um grupo-núcleo de estudantes que trabalhou do final de 2004 e até o início de 2005 no projeto de criação de uma incubadora de base tecnológica. O grupo-núcleo trabalhou em parceria com docentes da instituição e, ainda em 2005, foram obtidos recursos financeiros por meio de aprovação de um projeto e criou-se a sede administrativa de uma pré-incubadora de empresas, denominada inicialmente de Inovatec. No início de 2007, ela evolui para uma incubadora de empresas e passou a se chamar InovaPoli, uma vez que o nome anterior já tinha sido registrado por outra incubadora.

Atualmente, a InovaPoli é coordenada por um conselho de professores havendo uma cadeira para representante estudantil. Também tem a perspectiva de ser integrada ao projeto do Parque Tecnológico do Estado da Bahia. Este parque tem perspectivas de ser construído na UFBA, nos arredores da Escola Politécnica.

5.6 Outros Projetos Encaminhados

Estão encaminhados e em fase de discussão na Congregação da Escola Politécnica: Grupo Politécnico de Educação em Engenharia; o Planejamento Estratégico da Escola Politécnica e diversos projetos de melhorias em infra-estrutura.

6 ATIVIDADES CULTURAIS

Além das atividades acadêmicas, são desenvolvidas algumas atividades culturais específicas.

6.1 Coral da Politécnica

O coral da Escola Politécnica, surgido em 2001, por iniciativa do prof. Luis Mário em conjunto com a Fundação Escola Politécnica, conseguiu uma bolsa para a contratação de um

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maestro. O coral é composto por professores, alunos, funcionários e pessoas que não possuem vínculo com a faculdade. Para fazer parte do coral não é necessário ter nenhum conhecimento de música, basta ser voluntário e faz um teste para identificação do timbre de voz.

6.2 Grupo de Capoeira

Por iniciativa de José Renato da Silva, funcionário da Escola, a capoeira na EPUFBA começou há cerca de 27 anos por meio do grupo da Associação de Capoeira Regional da Bahia do Mestre Bozó. Essa associação foi fundada no dia 13 de Agosto de 1973, e atualmente funciona no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador), na Alemanha, na Espanha e na França. As aulas são ministradas periodicamente na área de convivência estudantil ao lado da cantina da EPUFBA.

7 POSSIBILIDADES DE EVOLUÇÃO E DESAFIOS

A Politécnica tem grandes perspectivas e desafios para fazer frente as atuais necessidades tanto de sua comunidade acadêmica quanto do mercado de trabalho e da sociedade.

7.1 Realização de um Planejamento Estratégico Efetivo

A Escola Politécnica está em fase inicial de elaboração de seu planejamento estratégico. Apesar de ainda estar se deparando com uma significativa inércia do ambiente acadêmico, é provável que sejam discutidas e estabelecidas sua missão, sua visão e sejam realizadas avaliações de pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades para a evolução da instituição. Com estas ações as suas novas metas serão adequadamente estabelecidas.

7.2 Integração entre Graduação e Pós-Graduação com Capacitação Pedagógica

Há necessidade de realizar uma melhor integração entre os cursos de graduação e pós-graduação. O curso de engenharia elétrica já se adiantou nesta questão, pois permite que os graduandos cursem as disciplinas do mestrado como optativas, reduzindo assim o tempo de conclusão da pós-graduação. Criação de novos grupos de pesquisa com bolsistas de iniciação científica e pós-graduandos convivendo em um mesmo ambiente também são objetivos a serem atingidos.

Atualmente, os pós-graduandos praticamente não recebem capacitação didática para a docência no ensino superior. Desta forma, a inclusão de disciplinas de pedagogia e metodologias de ensino nos cursos de mestrado e doutorado como forma de geração de professores com capacitação mais adequada ao ensino também é muito necessária.

7.3 Integração da Cadeia Empreendedora

Uma vez que já existem 6 empresas juniores e uma incubadora de empresas há um grande potencial para o desenvolvimento do empreendedorismo tecnológico na Escola Politécnica. Entretanto, ainda falta planejar e sistematizar uma melhor integração entre estas entidades. Também haverá necessidade de aproximar o Núcleo de Serviços Tecnológicos (NST–UFBA) e o Núcleo de Propriedade Intelectual (NIT–UFBA), os diversos grupos de pesquisa e as pós-graduações desta futura cadeia empreendedora. Estas ações propiciarão a geração de patentes, novos serviços e produtos tecnológicos e a criação de empresas.

Uma vez que a cadeia empreendedora esteja estabelecida, poderá haver uma associação plena com o Parque Tecnológico de Salvador, as redes universitárias de tecnológica e até a criação de um condomínio de empresas de base tecnológica.

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7.4 Transformação em Centro Universitário ou Universidade Tecnológica

De acordo com as discussões e demandas internas, a Escola Politécnica tem grande potencial para se transformar em um Centro Universitário Tecnológico vinculado a UFBA. Isto geraria uma reorganização administrativa interna e cada um dos cursos poderia originar uma nova faculdade ou instituto, potencializando e dinamizando o ambiente acadêmico e permitindo a expansão das atividades e pesquisas da escola.

Posteriormente e dependendo de suas possibilidades e interesses, a Politécnica poderá se transformar em uma Universidade Federal Tecnológica.

7.5 Retomada do Projeto Original com adaptações

O projeto original da Escola Politécnica é bastante arrojado, elegante e funcional. Uma retomada da construção deste projeto, com necessárias adaptações, para as atuais e futuras demandas acadêmicas é possível e viável.

A atual diretoria já está discutindo as possibilidades para a viabilização da construção gradativamente do Bloco II, dentro de um conceito modular e de acordo com recursos financeiros obtidos por projetos.

8 CONCLUSÕES

A Escola Politécnica é a grande referência baiana de geração de tecnologias e formação de profissionais engenheiros. Apesar da Bahia ter sido durante muito tempo um ambiente de baixa demanda e investimentos em tecnológica e de pouco interesse de parte de sua elite social no desenvolvimento da engenharia, a Escola Politécnica conseguiu prosperar e se consolidar, sendo hoje a maior unidade da UFBA.

O cenário industrial e tecnológico baiano evoluiu bastante nas últimas décadas e os profissionais de engenharia são imprescindíveis. Há cada vez mais há investimentos diversificados e demandas tecnológicas e sociais a serem atendidas pela engenharia.

A responsabilidade dos engenheiros também aumentou significativamente no mundo contemporâneo. A visão lógica e racional do mundo, típica da engenharia, continua sendo muito necessária, entretanto já não é mais suficiente para atender o mercado de trabalho e as carências da sociedade. A atual realidade profissional e social demanda cada vez mais engenheiros com o perfil de visão mais ampla, multidisciplinar, de liderança e com consciência cidadã, ética social e habilidade para desenvolver as soluções mais adequadas para atender diversos problemas da atualidade.

Neste contexto, a Escola Politécnica já ofereceu 110 anos de importantes contribuições e tem como desafio atender cada vez melhor o novo paradigma educacional da formação dos engenheiros e associar sua tradição com as necessárias inovações da modernidade e dos engenheiros-cidadãos.

Agradecimentos Os autores agradecem ao engenheiro Arlindo Coelho Fragoso (em memória) pelo

inestimável trabalho visionário de criação e desenvolvimento da Escola Politécnica, aos Professores Caiuby Alves da Costa, Guilherme Requião Radel e Sérgio Fraga Santos Faria pelo importante material bibliográfico produzido e aos demais docentes, engenheiros e estudantes que contribuíram e contribuem para a evolução da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (www.eng.ufba.br) e para o desenvolvimento da Engenharia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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POLYTECHNIC SCHOOL OF BAHIA: 110 YEARS PERFORMANCE IN THE FORMATION OF PROFESSIONALS

AND IN THE REGIONAL DEVELOPMENT

Abstract: Among the higher education institutions that appeared in the century XIX it is the Polytechnic School of Bahia. Inaugurated on March 14, 1897, the Polytechnic School completed 110 years of existence in 2007, enlarging his significant work of competent professionals' formation, accomplishing relevant technical and scientific projects and contributing to the regional development. This article is a homage to the current Polytechnic School of the Federal University of Bahia, one of the oldest schools of engineering of Brazil.

Key-words: Teaching, Pioneeringship, Formation of Human Resources, Generation of Knowledge, Socioeconomic and Technological Development.