11 Discurso 2

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  • 8/4/2019 11 Discurso 2

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    Lies que Aprendi na Vidalder Joseph B. Wirthlin

    Do Qurum dos Doze ApstolosPeo que examinem sua prpria vida. Determinem onde estoe o que precisam fazer para ser o tipo de pessoa que desejamser.Ultimamente tenho refletido nas muitas experinciasmaravilhosas que tive na vida. Ao expressar gratido a meuPai Celestial por essas bnos e oportunidades maravilhosas,dei-me conta, talvez mais do que antes, de quo decisivosforam os anos de formao da minha vida.Muitos dos momentos mais importantes e decisivos da minhavida aconteceram quando eu era rapaz. As lies que aprendinaquela poca formaram meu carter e moldaram meufuturo. Sem elas, eu seria um homem diferente e estaria numlugar muito diferente daquele em que estou hoje.Esta noite, gostaria de falar um pouco sobre algumas dessasexperincias e do que aprendi com elas.Nunca me esquecerei de um jogo de futebol americano, nocurso mdio, contra uma escola rival. Eu jogava no ataque eminha tarefa era bloquear o defensor da outra equipe outentar ficar livre para que o lanador pudesse arremessar paramim.A razo de eu me lembrar to bem daquele jogo em particular que o sujeito do outro lado da linha o jogador que eudevia bloquear era um gigante.Eu no era exatamente o atleta mais alto do mundo. Mas achoque o outro sujeito talvez fosse. Lembro-me de ter olhadopara ele, e achei que tinha o dobro do meu tamanho. No seesqueam de que, quando eu jogava, no tnhamos oequipamento de proteo que os jogadores usam hoje. Meucapacete era de couro e no tinha proteo para o rosto.Quanto mais eu pensava na situao, mais me dava conta deque se eu deixasse ele me pegar, teria de torcer pela minhaequipe, durante todo o restante da temporada, do leito de umhospital.Por sorte, eu era ligeiro, e durante a maior parte do primeirotempo, consegui evit-lo.Exceto numa jogada.Nosso lanador atrasou a bola para fazer o passe. Eu estavalivre. Ele jogou a bola, e ela veio na minha direo.O nico problema era que eu estava ouvindo algum quechegava correndo pesadamente atrs de mim. Num momentode lucidez, percebi que, se eu pegasse a bola, muitoprovavelmente passaria a ser alimentado por um tubo. Mas abola estava vindo em minha direo e minha equipe dependiade mim. Portanto, estiquei-me para alcanar a bola e no

    ltimo instante olhei para cima.E l estava ele.Lembro-me da bola ao alcance de minhas mos. Lembro-mede ter-me esforado para segur-la. Lembro-me do som dabola batendo na grama. Depois disso, no tenho certeza doque ocorreu, porque o gigante me atingiu com tanta fora,que fiquei sem saber em que planeta estava. A nica coisa deque me lembro a seguir foi ouvir uma voz grave em meio auma viso turva, dizendo: Bem feito. Quem mandou estar notime errado?William McKinley Oswald era meu tcnico na equipe de futebolamericano do curso mdio. Ele era um timo tcnico e tevegrande influncia em minha vida. Mas acho que ele deve teraprendido seus mtodos de motivar os jogadores com algumsargento do exrcito.Naquele dia, em suas instrues no intervalo do jogo, otcnico Oswald lembrou a equipe inteira do passe que eu

    deixei cair. Depois, apontou bem para mim e disse: Como que voc foi fazer uma coisa dessas?Ele no estava falando com uma voz mansa e delicada.

    Quero saber o que fez voc derrubar aquela bola.Gaguejei por um instante e, por fim, decidi contar a verdade.Tirei os olhos da bola, disse eu.O tcnico olhou para mim e disse: Isso mesmo, voc tirou osolhos da bola. No faa isso de novo. Esse tipo de erro faz aequipe perder o jogo.Eu respeitava o tcnico Oswald, e, embora estivesse mesentindo pssimo, decidi fazer o que ele dissera. Prometi amim mesmo que jamais tiraria os olhos da bola novamente,mesmo que isso significasse ser atropelado pelo rolocompressor que era o gigante do outro time.Voltamos para o campo, e comeou o segundo tempo. Foi um

    jogo muito difcil, e embora minha equipe jogasse bem, no

    final do segundo tempo estvamos perdendo por quatropontos.O lanador chamou meu nmero na jogada seguinte. Corrinovamente, e, de novo, eu estava livre. A bola veio em minhadireo. Mas dessa vez, o gigante estava na minha frente eem perfeita posio para interceptar o passe.Ele estendeu o brao, mas a bola escapou das mos dele.Pulei bem alto, sem tirar os olhos da bola, agarrei-a, puxei-apara baixo e marquei o touchdown que venceu o jogo.No me lembro muito bem da comemorao que se seguiu,mas lembro-me da expresso no rosto do tcnico Oswald.Muito bem, voc no tirou os olhos da bola, disse ele.Acho que passei a semana inteira sorrindo.Conheci muitos homens e mulheres excelentes. Emborativessem diferentes formaes, talentos e pontos de vista,todos tinham em comum o seguinte: trabalhavam diligente epersistentemente para alcanar suas metas. fcil distrair-se

    e deixar de concentrar-se nas coisas mais importantes davida. Tentei lembrar-me sempre das lies que aprendi commeu tcnico e dar prioridade aos valores que consideroessenciais, para manter os olhos fitos nas coisas de realimportncia.Peo que examinem sua prpria vida. Determinem onde estoe o que precisam fazer para ser o tipo de pessoa que desejamser. Criem metas inspiradoras, nobres e justas que inflamemsua imaginao e suscitem entusiasmo em seu corao e,depois, no tirem os olhos delas. Trabalhem continuamentepara alcan-las.Se algum avanar com confiana rumo a seus sonhos,escreveu Henry David Thoreau, e se esforar para viver avida que imaginou, ter sucesso inesperado para as pessoascomuns.1

    Em outras palavras, nunca tirem os olhos da bola.Outra lio que aprendi no campo de futebol americano foi

    numa ocasio em que eu tinha 10 jogadores amontoados emcima de mim. Era um jogo do campeonato da Liga dasMontanhas Rochosas, e a jogada pedia que eu corresse com abola pelo meio dos outros jogadores para marcar umtouchdown que nos colocaria frente da outra equipe. Pegueio passe e corri para o meio da linha adversria. Eu sabia queestava bem perto da linha do gol, mas no sabia o quanto.Embora estivesse preso embaixo daquele monte de

    jogadores, estendi a mo alguns centmetros e procurei senti-la. A linha do gol estava a cinco centmetros de distncia.Naquele momento, fiquei tentado a empurrar a bola um poucomais para a frente. Eu poderia ter feito isso. Quando os juzesfinalmente tirassem os jogadores de cima de mim, eu seriaum heri. Ningum ficaria sabendo.Eu tinha sonhado com aquele momento desde menino. E eleestava ali, bem a meu alcance. Mas ento me lembrei daspalavras da minha me. Joseph, ela sempre me dizia, faa

    o que certo, sem se importar com as conseqncias. Faa oque correto, e as coisas daro certo no final.Eu queria desesperadamente marcar aquele touchdown.Porm, mais do que ser um heri aos olhos de meus amigos,

    eu queria ser um heri aos olhos da minha me. Por isso,deixei a bola onde estava. A cinco centmetros da linha do gol.Eu no sabia na poca, mas aquela foi uma experinciadecisiva na minha vida. Se eu tivesse movido a bola, poderiater sido campeo por um momento, mas a recompensa daglria temporria traria consigo um preo muito alto eduradouro teria deixado em minha conscincia uma cicatrizque ficaria comigo pelo resto da vida. Eu sabia que precisavafazer o que era certo.A Luz de Cristo ajuda-nos a discernir o certo do errado.Quando permitimos que a tentao abafe a voz suave danossa conscincia a que as decises se tornam difceis.Meus pais me ensinaram a reagir rapidamente quando

    surgisse uma tentao, dizendo No! imediata evigorosamente. Recomendo o mesmo conselho para vocs.Fujam das tentaes!Outra lio que aprendi foi a alegria de servir ao prximo. Jfalei sobre como meu pai, que era o bispo de nossa ala, mepedia que enchesse meu carrinho e entregasse alimentos esuprimentos necessrios na casa das famlias necessitadas.Ele no foi o nico que teve o desejo de ajudar os aflitos.H setenta e cinco anos, o bispo William F. Perschon presidiaa Ala Quatro da Estaca Pioneer, de Salt Lake City. Ele eraimigrante alemo, converso, que falava com forte sotaque.Era um timo executivo, mas sua caracterstica maismarcante era sua grande compaixo pelo prximo.

    Todas as semanas, na reunio do sacerdcio, o bispoPerschon fazia com que os portadores do Sacerdcio Aarnicorecitassem esta frase: O sacerdcio significa servio; comotenho o sacerdcio, eu servirei.

    No era apenas um lema. Quando as vivas precisavam deajuda, o bispo Perschon e o Sacerdcio Aarnico estavam lpara ajudar. Quando uma capela estava sendo construda, obispo Perschon e o Sacerdcio Aarnico estavam l. Quandoera preciso arrancar ervas daninhas ou colher beterrabas ebatatas na fazenda do bem-estar, o bispo Perschon e oSacerdcio Aarnico estavam l.Mais tarde, William Perschon serviu na presidncia da estaca,onde influenciou um jovem bispo chamado Thomas S.Monson. Na dcada de 1950, o bispo Perschon foi chamadopara presidir a Misso Sua-ustria e desempenhou um papelimportante na construo do primeiro templo de alm-mar,localizado em Berna, na Sua.Era difcil pensar no bispo Perschon sem pensar em suapreocupao e compaixo pelas pessoas e seu incansvelcompromisso de ensinar essa mesma qualidade aos outros.Dos rapazes do Sacerdcio Aarnico que ele presidiu como

    bispo, vinte e nove tambm se tornaram bispos. Dez serviramem presidncias de estaca. Cinco tornaram-se presidentes demisso, trs aceitaram o chamado para presidir um templo edois serviram como Autoridades Gerais.2

    Esse o poder de um grande lder, irmos. Esse o poder doservio.Embora eu no compreendesse totalmente na poca, estclaro para mim, hoje, que essas lies e muitas outras queaprendi quando jovem formaram o alicerce sobre o qualtodo o restante de minha vida foi edificado.

    Todos temos dons espirituais. Alguns so abenoados com odom da f, outros, com o dom da cura. Na Igreja como umtodo, todos os dons espirituais esto presentes. Em meu caso,talvez um dos dons espirituais pelos quais mais sou grato ode ter sido abenoado com um esprito obediente. Quando euouvia os sbios conselhos de meus pais ou lderes da Igreja,prestava ateno e tentava incorpor-los a meus

    pensamentos e aes.Irmos do sacerdcio, peo que cultivem o dom de umesprito obediente. O Salvador ensinou que todo aquele, pois,que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelh-lo-

    http://classic.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-692-18,00.html#noteshttp://classic.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-692-18,00.html#noteshttp://classic.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-692-18,00.html#noteshttp://classic.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-692-18,00.html#notes
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    ei ao homem prudente () e aquele que ouve estas minhaspalavras, e no as cumpre, compar-lo-ei ao homeminsensato.3

    Como saber se somos prudentes ou insensatos? Quandoouvimos conselhos inspirados, obedecemos. Esse o teste dasabedoria ou insensatez.De que adianta ouvir conselhos sbios se no seguirmos oque nos dizem? De que vale a experincia se no aprendemoscom ela? Que utilidade tm as escrituras se no valorizamossuas palavras e as incorporamos em nossa vida?O Presidente Gordon B. Hinckley prometeu que [O PaiCelestial] derramar bnos sobre os que obedecem a Seusmandamentos. 4

    Confirmo o que ele disse.Testifico que Jesus o Cristo, o Salvador de toda ahumanidade. Testifico que Deus est sempre perto. Ele Seimporta conosco, Seus filhos, e nos ama. Profetas, videntes ereveladores guiam o progresso da Igreja restaurada de JesusCristo. O Presidente Gordon B. Hinckley um profeta modernopara a Igreja e para o mundo.Agradeo ao meu Criador por esta vida maravilhosa em quecada um de ns tem a oportunidade de aprender lies queno compreenderamos plenamente por qualquer outro meio.Meus queridos irmos, estabeleamos metas justas eesforcemo-nos para alcan-las, faamos o que correto eajudemos com amor as pessoas a nosso redor. Esta minhaorao e presto testemunho disso, em nome de Jesus Cristo.Amm.

    Notas

    1. Walden, J. Lyndon Shanley, 1971, p. 323.2. Carta do lder Glen L. Rudd para o Presidente Thomas S.Monson, 5 de fevereiro de 1987.3. Mateus 7:24, 264. Esta a Obra do Mestre,A Liahona, julho de 1995, p. 74.

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