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FACULDADE NOVO MILÊNIO Vila Velha/ES, Brasil, 2014 A Educação Infantil e a Interação Social como Processo Desencadeador do Desenvolvimento da Linguagem oral das crianças de 0 a 3 anos Isabela Martins Galvani Dornelles (FNM) [email protected] Miriam Aparecida de Sousa Sabino(FNM) [email protected] Graduandas em Pedagogia/ FNM Bianca Amaro Tavares Moraes [email protected] Licenciatura em Pedagogia, Ms em Educação/UFES e Prof. do Curso de Pedagogia/ FNM Resumo Este trabalho refere-se ao desenvolvimento da linguagem oral de crianças de 0 a 3 anos de idade. Sabe-se que a criança não nasce pronta e seu desenvolvimento está diretamente relacionado com a diversidade e qualidade de experiências que ela tem a oportunidade de vivenciar, com o meio e com o outro. Por isso o objetivo deste trabalho foi buscar estudos sobre a importância da Educação Infantil neste processo de aquisição da linguagem oral. Refletimos sobre a interação social da criança com o meio, o papel do professor como mediador e a rotina da sala de aula. Conforme os estudos e as observações realizados, conclui-se que a Educação Infantil é de suma importância para o desenvolvimento oral da criança, pois é nesse espaço rico em diversidade cultural que a criança está sujeita à socialização e à necessidade de comunicar-se com o outro, interage, assim, com o meio, sendo influenciado por ele, mas também influenciando. Palavras chave: Desenvolvimento da linguagem oral, Criança, Educação Infantil. 1 INTRODUÇÃO Este artigo originou-se a partir das vivências e observações feitas no espaço escolar, junto a alunos da Educação Infantil do sistema privado de educação, em classe de crianças com dois e três anos de idade. Despertou nosso interesse a variação da linguagem entre as crianças e a forma como elas se comunicam entre si. A partir de tais observações, surgiu em nós inquietação relacionada ao processo de desenvolvimento da linguagem oral das crianças, levando-nos a questionamentos que se tornaram a problemática desta pesquisa. O que é oralidade e qual o seu processo de desenvolvimento? Qual a importância da Educação Infantil para a

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    A Educao Infantil e a Interao Social como Processo Desencadeador do Desenvolvimento da Linguagem oral das

    crianas de 0 a 3 anos

    Isabela Martins Galvani Dornelles (FNM) [email protected]

    Miriam Aparecida de Sousa Sabino(FNM) [email protected]

    Graduandas em Pedagogia/ FNM

    Bianca Amaro Tavares Moraes [email protected]

    Licenciatura em Pedagogia, Ms em Educao/UFES e

    Prof. do Curso de Pedagogia/ FNM

    Resumo

    Este trabalho refere-se ao desenvolvimento da linguagem oral de crianas de 0 a 3 anos de idade. Sabe-se que a criana no nasce pronta e seu desenvolvimento est diretamente relacionado com a diversidade e qualidade de experincias que ela tem a oportunidade de vivenciar, com o meio e com o outro. Por isso o objetivo deste trabalho foi buscar estudos sobre a importncia da Educao Infantil neste processo de aquisio da linguagem oral. Refletimos sobre a interao social da criana com o meio, o papel do professor como mediador e a rotina da sala de aula. Conforme os estudos e as observaes realizados, conclui-se que a Educao Infantil de suma importncia para o desenvolvimento oral da criana, pois nesse espao rico em diversidade cultural que a criana est sujeita socializao e necessidade de comunicar-se com o outro, interage, assim, com o meio, sendo influenciado por ele, mas tambm influenciando.

    Palavras chave: Desenvolvimento da linguagem oral, Criana, Educao Infantil.

    1 INTRODUO

    Este artigo originou-se a partir das vivncias e observaes feitas no espao escolar,

    junto a alunos da Educao Infantil do sistema privado de educao, em classe de

    crianas com dois e trs anos de idade. Despertou nosso interesse a variao da

    linguagem entre as crianas e a forma como elas se comunicam entre si. A partir de

    tais observaes, surgiu em ns inquietao relacionada ao processo de

    desenvolvimento da linguagem oral das crianas, levando-nos a questionamentos

    que se tornaram a problemtica desta pesquisa. O que oralidade e qual o seu

    processo de desenvolvimento? Qual a importncia da Educao Infantil para a

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    interao social da criana e o desenvolvimento da oralidade? Qual a significao da

    roda de conversa neste processo de aquisio?

    Como objetivo geral, pretende-se buscar estudos e pesquisas acadmicas que

    tratam de questes referentes ao desenvolvimento da oralidade e socializao da

    criana, reconhecendo a importncia da Educao Infantil e da socializao na

    formao do sujeito crtico e atuante na sociedade. Para servir como embasamento

    terico desse estudo, foram realizadas pesquisas bibliogrficas em registros que

    consideram a Educao Infantil como espao de aprendizagem, considerando a

    concepo de linguagem e a sua importncia para a formao do sujeito.

    Posteriormente e, a partir desses estudos fomos a campo a fim de perceber se as

    prticas realizadas no cotidiano da Educao Infantil estimulam na criana o

    desenvolvimento da oralidade.

    Para a realizao desta pesquisa, foram estudadas as contribuies de Alessi e

    Machado (2011), Bondioli e Mantovani (1998), Craidy (2001), Craidy e Kaercher

    (2001), bem como Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB),

    Referencial Curricular para a Educao Infantil (RCNEI) e o Currculo da Educao

    Bsica - Educao Infantil (CEB). A discusso realizada a partir dos estudos citados

    nos sugere que a aquisio da linguagem oral um processo da interao do sujeito

    com as atividades sociais, no sendo a linguagem uma forma natural do

    comportamento humano e sim um processo que emerge da produo do concreto.

    Considerando que a finalidade da pesquisa consiste em investigar como se d o

    processo de Interao social e o Desenvolvimento da Oralidade, foram utilizadas,

    como pesquisa de campo, a observao da rotina e as intervenes da professora

    como mediadora nesse processo.

    O profissional que atua com as crianas desempenha um importante papel na aquisio da linguagem, ao oportunizar momentos e contextos distintos e significativos, ao instig-las, indag-las, com atividades que ampliem seu vocabulrio, a expresso de ideias, entre outras oportunidades de estruturao do pensamento e a roda de conversa uma dessas possibilidades (ALESSI e MACHADO, 2011, p.5399).

    O educador tem papel fundamental ao assumir a criana como verdadeira

    interlocutora, dando espao para que ela possa responder mesmo que, s vezes,

    no faa uso de palavras, mas s de gestos e olhares, que so meios pelos quais

    ela tambm se expressa. Ele deve falar corretamente com a criana, pois o

    professor tem papel privilegiado de ampliar o repertrio verbal dela, ento, se ele

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    simplificar demais a forma como se expressa com as crianas e as palavras que

    usa, estar restringindo o vocabulrio que ela pode aprender e ter contato aos

    poucos.

    -Tia,Tiaa, a Beatriz no veio, a Alice tambm no. (Fala do aluno.)

    -Muito bem, Lucas! Voc notou quem no veio hoje! (Fala da educadora.)

    2 O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL

    [...] a linguagem no somente uma capacidade que pertence ao indivduo, mas

    tambm uma capacidade interindividual. justamente a interao que se estabelece

    entre adulto e criana a permitir o nascimento e o desenvolvimento da linguagem

    (SKINNER e CHOMSKY, apud BONDIOLI e MANTOVANI, 1998, p. 207).

    O beb nasce com capacidade de desenvolver a linguagem e na convivncia com

    os adultos e crianas maiores que ele aprende a falar. Atravs das diversas

    interaes, utilizando a fala, ele vai construindo o sentido, percebendo a

    necessidade da fala e produzindo o desejo de se tornar falante e de se expressar

    atravs dela. Inicialmente, produz sons variados (balbucio, choro, riso), depois utiliza

    gestos, nesse processo interativo com o meio social que as crianas iniciam a

    apropriao da linguagem, sem desconsiderar a importncia da maturao

    neurolgica para que a comunicao se estabelea.

    Lima (2003, p.26) ressalta a importncia do contexto para o desenvolvimento da

    criana, afirmando que o desenvolvimento da criana est diretamente relacionado

    com a diversidade e qualidade de experincias que ela tem a oportunidade de

    vivenciar. Essas experincias dependem da constituio do contexto em que a

    criana vive, principalmente do que lhe tornado acessvel pela ao mediadora dos

    adultos que se ocupam dela.

    Os primeiros sinais comunicativos da criana (o choro, o sorriso, a vocalizao)

    modificam-se durante as diferentes fases pelas quais ela passa. No incio, o choro

    uma maneira autnoma ativada por estmulos fsicos, sem que o recm-nascido

    possa controlar. Depois, percebendo que recebe respostas aos sinais sonoros

    emitidos por ele, utiliza-os para obter os efeitos desejados. Desenvolve-se, assim,

    no recm-nascido a capacidade de comunicar as suas intenes atravs de sinais

    gestuais, mmicos, vocais e, ao mesmo tempo, desenvolve-se a capacidade

    cognitiva que precede o desenvolvimento da linguagem (BONDIOLI e MANTOVANI,

    1998, p. 203).

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    No centro das problemticas relacionadas ao desenvolvimento global da criana, a

    linguagem assume um papel particular, pois est contida em uma capacidade

    comunicativa e cognitiva mais ampla e se estrutura at os trs anos de idade. [...]

    De fato, se por um lado a linguagem pressupe a capacidade de construir conceitos,

    por outro condiciona a construo dos prprios conceitos. (VIGOTSKY, apud

    BONDIOLI e MANTOVANI, 1998, p.202), estes so expressos e formulados

    juntamente com a linguagem.

    Segundo Bondioli e Mantovani (1998, p.203), quando a criana entra no mundo das

    relaes com a verbalizao, transforma sua comunicao no-verbal em uma

    espcie de reforo para a verdadeira linguagem. Aos poucos, a criana amplia seu

    vocabulrio fazendo construes mais complexas como nen, pap, d colo,

    qu ded, etc... Estas so as primeiras frases da criana. A partir de um ano e meio

    at aproximadamente os trs anos, paralelamente construo da motricidade, a

    criana vai crescendo em direo construo da oralidade. Ao longo desta faixa

    etria, a criana vai percebendo o sentido da fala, se organizando para conquist-la

    e domin-la. Ao mesmo tempo que vai conhecendo, vai fazendo uso dela e, quando

    percebe, est fluente, comunicando-se e relacionando-se com os adultos e crianas

    maiores atravs da linguagem. Neste perodo, acontece com a fala o que aconteceu

    no perodo anterior com o andar, quando a criana se deu conta de que, sem o

    auxlio de nada ou ningum, andava firme e segura.

    A partir da, a fala vai se desenvolvendo e ela passa a dominar a linguagem oral. Ela

    j fala e compreende sua lngua com perfeio exceto em alguns casos especficos

    que devero ser avaliados. a fase em que ela comea a ter conscincia de quem

    e aprende a conviver em grupo, fazendo negociaes, dando explicaes sobre

    tudo, fala o tempo todo sobre o que faz ou pensa e comea o interesse por

    brincadeiras imaginrias e a conversa com ela prpria. nesta fase que acontece o

    auge do desenvolvimento da linguagem oral. necessrio, ento, aproveitar essa

    riqueza de interesses e proporcionar ambientes estimuladores e desafiadores onde

    haja ocorrncia de brincadeiras imaginrias e a expresso da individualidade.

    importante ressaltar que, no perodo da construo da oralidade da criana, o

    adulto tem o papel fundamental de mediador. Ele deve estimular a criana a

    perceber corretamente o sentido das palavras e sua pronncia, evitando usar

    palavras no diminutivo como: Nenenzinho queridinho vai tomar o mamazinho!.

    Deve-se falar com a criana normalmente, pausadamente, contribuindo, dessa

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    maneira, para o desenvolvimento e qualidade de sua fala. Tanto o balbucio quanto a

    articulao correta das palavras so fases diferentes e cada uma delas importante

    dentro do processo de aquisio e desenvolvimento da linguagem oral.

    Craidy (2001, p. 39) destaca que,

    [...] fundamental que a criana seja estimulada pelo adulto a falar e que tenha valorizadas as suas diferentes produes orais, de modo a ter no adulto um parceiro de qualidade que a auxilie na conquista de uma das formas de expresso mais significativas que os seres humanos tm para interagirem e aprenderem consigo mesmos e com o mundo, sobre si mesmos e sobre o mundo.

    O adulto em seu papel de mediador deve auxiliar a criana e desafi-la nas

    situaes do cotidiano contribuindo para que ela avance em seu processo de

    desenvolvimento da oralidade.

    3 A IMPORTNCIA DA EDUCAO INFANTIL PARA A INTERAO SOCIAL E

    COMO CONSEQUCIA O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL

    A criana possui uma natureza nica que a caracteriza como ser que sente e pensa

    o mundo de um jeito muito prprio nas relaes que estabelece, desde cedo, com as

    pessoas que lhe so prximas e com o meio em que est inserida. A Educao

    Infantil vai muito alm de um tempo que a criana passa na escola ou creche para

    que a famlia possa trabalhar. Tambm no um lugar s de brincadeiras,

    comemoraes e apresentaes de datas comemorativas. A escola o ambiente

    social mais importante depois da famlia. Ela cumpre um papel socializador,

    propiciando o desenvolvimento da identidade das crianas por meio de

    aprendizagens diversificadas realizadas em situaes de interao. Escola no deve

    viver de improviso, tambm no um parque de diverses, muito mais que isso:

    onde a criana vive o pedao mais precioso da sua vida: a primeira infncia.

    [...] importante que as Instituies de Educao Infantil reconheam seu papel e funo social de atender s necessidades das crianas constituindo-se em espaos de socializao, de convivncia entre iguais e diferentes e suas formas de pertencimento, como espaos de cuidar e educar, que permita s crianas explorar o mundo, novas vivncias e experincias, ter acesso a diversos materiais como livros, brinquedos, jogos assim como momentos para o ldico, permitindo uma insero e interao com o mundo e com as pessoas presentes nessa socializao de forma ampla e formadora (MEC apud BRASIL. 2010, p.33).

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    A escola um espao que precisa ser mais do que um lugar agradvel onde se

    brinca. Deve ser um espao estimulante, educativo, seguro, afetivo, com professores

    realmente preparados para acompanhar a criana nesse processo de ensino-

    aprendizagem de descobertas e de crescimento. Precisa propiciar a possibilidade de

    uma base slida que influenciar todo o desenvolvimento futuro dessa criana.

    Esse ser humano completo requer especificidades em seu atendimento educacional, de modo que o cuidar e o educar so indissociveis na Educao Infantil. Portanto, necessrio considerar as singularidades de cada criana com suas necessidades, desejos, queixas, bem como as dimenses culturais, familiares e sociais. O cuidar, como parte integrante da educao, exige conhecimentos e habilidades do/da professor/a, bem como uso de instrumentos que contribuem para o desenvolvimento integral da criana. Isto significa que o foco deve ser ajudar o outro a se constituir enquanto pessoa, a melhorar a sua condio de vida enquanto cidado (BRASIL, 2010, p.32).

    A instituio de Educao Infantil tem, ento, o importante papel de inserir a criana

    em um contexto de mundo que diversificado em todos os aspectos. E o grande

    desafio oferecer condies para que a criana aprenda a conviver com sua prpria

    cultura, valorizando e respeitando as demais bem como desenvolvendo sua

    conscincia crtica acerca da formao da cidadania, dignidade, moralidade,

    formao de hbitos, valores e atitudes.

    Considerando o que Antunes (2004, p.9) diz: Educao infantil tudo; o resto

    quase nada. Podemos afirmar que a Educao Infantil o meio para se alcanar o

    objetivo maior que despertar na criana o desejo pelo conhecimento e o prazer de

    aprender cada dia mais, interagindo com o outro, respeitando as diferenas,

    marcando sua histria e sendo por ela marcado.

    Com base nesta afirmativa, nossa pesquisa de observao foi desenvolvida em uma

    instituio de Educao Infantil de cunho particular. Ela teve como objetivo conhecer

    o processo de ensino-aprendizagem no ambiente da sala de aula e como este

    processo contribui para o desenvolvimento da linguagem oral. Chamaram-nos a

    ateno as interaes das crianas com o meio, com o outro e, principalmente,

    aquelas propiciadas pela dinmica de sala de aula. Nessa perspectiva, o Referencial

    Curricular Nacional afirma que:

    O mbito social oferece, portanto, ocasies nicas para elaborar estratgias de pensamento e de ao, possibilitando a ampliao das hipteses infantis. Pode-se estabelecer, nesse processo, uma rede de reflexo e construo de conhecimentos na qual tanto os parceiros mais experientes quanto os menos experientes tm seu papel na interpretao e ensaio de

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    solues. A interao permite que se crie uma situao de ajuda na qual as crianas avancem no seu processo de aprendizagem. (BRASIL, 1998, p.31-32, 1v)

    Com grandes expectativas, fomos ao encontro do nosso objeto de pesquisa: a sala

    de aula da Educao Infantil com crianas de trs anos. Primeiramente, observamos

    a rotina da turma e como era realizado este momento to especial para as crianas

    e tentamos ouvir o que elas falavam entre si. Notamos que as conversas informais

    so comuns na rotina de sala de aula e contribuem para estabelecer afetividade no

    grupo, oferecendo importantes elementos e informaes para que o professor possa

    conhecer melhor a turma e planejar novas situaes a partir das necessidades e

    interesses das crianas.

    Conforme relato da professora, esses momentos so preciosos, pois ali, no bate

    papo sem fim, que as crianas se revelam interlocutoras do convivvio social e ,

    neste momento, atravs das observaes, que o professor pode desenvolver um

    plano de aula adequado s necessidades da turma. Ouvindo uma das alunas

    chamar o professor de msica de Tio da msica a professora viu a necessidade de

    incluir o nome do professor nos crachs da turma para que as crianas tivessem

    acesso ao nome do professor. Esse momento contribuiu para ampliar o

    conhecimento das crianas atravs do contexto social em que elas estavam

    inseridas.

    Nas inmeras interaes com a linguagem oral, as crianas vo tentando

    descobrir as regularidades que a constitui, usando todos os recursos de que

    dispem: histrias que conhecem, vocabulrio familiar etc. Assim, acabam

    criando formas verbais, expresses e palavras, na tentativa de apropriar-se

    das convenes da linguagem. [...] (BRASIL, 1998, p. 126 3v)

    No momento em que as crianas tiveram acesso ao nome do professor de msica, elas logo

    perceberam que o nome do professor comeava com a letra E (de Escola), pois o nome do

    professor Elioenai. Ao encontrar com o professor de msica no ptio da escola, a aluna

    Rafaela logo indagou:

    - Tioo, Tio da msica seu nome t l na minha sala e comea com E de escola.

    O processo que permite a construo de aprendizagens significativas pelas crianas requer uma intensa atividade interna por parte delas. Nessa atividade, as crianas podem estabelecer relaes entre novos contedos e os conhecimentos prvios (conhecimentos que j possuem), usando para isso os recursos de que dispem. Esse processo possibilitar a elas modificarem seus conhecimentos prvios, matiz-los, ampli-los ou diferenci-los em funo de novas informaes, capacitando-as a realizar novas aprendizagens, tornando-as significativas. (BRASIL, 1998, v.1, p.33)

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    Neste processo de construo, em busca de sua autonomia a criana percorre

    diversos caminhos. Cabe ao professor, identificando o conhecimento prvio que o

    aluno tem sobre si mesmo e os que o rodeiam, criar metodologias de apoio para

    facilitar este processo. O documento de Diretrizes Curriculares para a Educao

    Infantil destaca que:

    Dentre os bens culturais que as crianas tm o direito a ter acesso est a linguagem verbal, que inclui a linguagem oral e escrita, instrumentos bsicos de expresso de ideias, sentimentos e imaginao. A aquisio da linguagem oral depende das possibilidades das crianas observarem e participarem cotidianamente de situaes comunicativas diversas onde podem comunicar-se, conversar, ouvir histrias, narrar, contar um fato, brincar com palavras, refletir e expressar seus prprios pontos de vista, diferenciar conceitos, ver interconexes e descobrir novos caminhos de entender o mundo. um processo que precisa ser planejado e continuamente trabalhado (BRASIL, 2009, p.15).

    O professor a pessoa responsvel pela continuidade do desenvolvimento oral da

    criana que parte da fase pr-lingustica para a lingustica atravs de constantes

    estmulos e interao utilizando-se da linguagem oral.

    De fato, o papel do adulto no desenvolvimento lingustico no somente o de

    facilitar na criana a aprendizagem do sistema lingustico como tal, isto , do sistema

    de sons, sintaxe, vocabulrio, mas tambm o de transmitir-lhe as regras de uso da

    comunicao, fazendo com que as mensagens sejam apropriadas e que respeitem

    as convenes sociais exigidas pela situao (CAMAIONI, apud BONDIOLI e

    MANTOVANI, 1998, p. 208).

    A funo da linguagem adulta no contexto educacional de envolver a todos para

    que acontea a comunicao e a interao entre o adulto e a criana e entre

    crianas.

    Mesmo em grupos pequenos o educador deve usar uma linguagem mdia que

    considere as diferenas de idade das crianas, pois a linguagem do adulto deve ser

    influenciada pela idade do grupo. [...] o adulto atento e disponvel, ele empenha

    um papel de sustentao e de facilitao no interior da interao verbal [...]

    (BONDIOLI e MANTOVANI, 1998, p.209).

    A linguagem verbal uma das tantas coisas que os bebs e as crianas pequenas

    aprendem a partir de bons modelos na interao com educadores ou adultos mais

    experientes. Essa criana observa e repete como os adultos falam e a partir desta

    interao que elas vo aprendendo a falar e ampliam seu vocabulrio. Por essa

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    razo, importante que o educador se comunique com a criana assumindo-a como

    interlocutora dessa conversa.

    Com o dilogo estabelecido, necessrio que o educador d um tempo para criana

    responder a pergunta e permita-lhe que esteja na posio de algum com quem ele

    est conversando.

    Podemos observar que, muitas vezes, a ansiedade pela criana no responder

    imediatamente indagao faz com que os adultos acabem atropelando este

    momento da manifestao verbal da criana, impedindo-a que dialogue, interaja e se

    comunique.

    [...] a criana vai ressignificando sua relao com o mundo e consigo mesma, quando se d conta de que tem domnio sobre a linguagem oral. [...] o adulto com o qual a criana se relaciona um modelo falante para ela. Por isso muito importante que este adulto esteja atento quanto a sua qualidade de falante, pois tudo o que sair de sua boca ser tomado como referncia pela criana [...] (CRAIDY, 2001, p.50).

    Conforme Alessi e Machado (2011), o profissional que atua com as crianas

    desempenha um importante papel na aquisio da linguagem ao oportunizar

    momentos e contextos distintos e significativos, ao instig-las, indag-las com

    atividades que ampliem seu vocabulrio, a expresso de ideias, entre outras

    oportunidades de estruturao do pensamento. A roda de conversa uma dessas

    possibilidades.

    4 A RODA DE CONVERSA E O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE

    A linguagem oral como uma atividade permanente e diria, destacada nas rodas de

    conversa um mtodo favorvel ao desenvolvimento lingustico da criana. um

    momento de interao e dilogo entre os participantes, tendo o educador como

    condutor da conversa, instigando as crianas a pensarem, formularem suas ideias e

    express-las e tambm ajudando-as no aprendizado da escuta, pois conversar

    construir significados coletivamente.

    Existem boas formas de estimular a criana: pedir que ela escolha ou sugira alguma

    coisa, perguntar o que ela fez em casa ou o que fez no final de semana. So

    maneiras de se estabelecer dilogo e provocar para que a criana traga

    informaes, ideias e opinies. [...] Para isso, necessrio estabelecer parceria na

    construo do dilogo, provocar as crianas para a entrada na conversa, tornando-a

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    interessante e contextualizando todos os pensamentos que se organizam enquanto

    elas falam e escutam (CURITIBA, apud ALESSI e MACHADO, 2011, p.5397).

    O pensamento poltico-pedaggico de Paulo Freire aponta o papel e o valor do

    dilogo na prtica pedaggica, destacando como exemplo as rodas de conversa,

    como uma prtica que reflete posicionamento fundamentado na dialogicidade.

    Segundo o autor,

    A roda de conversa representada como um espao de partilha e confronto de ideias, onde a liberdade da fala e da expresso proporcionam ao grupo como um todo, e a cada indivduo em particular, o crescimento na compreenso dos seus prprios conflitos (FREIRE, M. apud ALESSI E MACHADO, 2011, p.5398). Neste espao, cada criana desafiada a participar do processo, tendo o direito de usar a fala para expressar suas ideias, emitir opinies, pronunciar a sua forma de ver o mundo. Falando e escutando o outro que fala, as crianas vo experimentando a construo coletiva de encaminhamentos necessrios resoluo de conflitos que surgem no interior do grupo (DE ANGELO, apud ALESSI e MACHADO, 2011, p.5398).

    Para a conversa ser um ato de linguagem, deve haver uma troca entre falar e ouvir,

    perguntar e responder, construindo algo novo, por isso o professor dever estimular

    a criana a se expressar e desenvolver linguagem verbal sempre que coloc-la na

    posio do sujeito que deseja coisas e que pode partilhar opinies.

    Um fato nos chamou a ateno. Em um determinado dia, devido a alguns

    imprevistos, no foi possvel fazer a roda de conversa. A professora iniciou sua aula

    sem fazer a chamada que, normalmente, era feita no momento da roda de conversa

    atravs de crachs e uma msica que envolvia os nomes dos alunos. O aluno Lucas

    a interrompeu:

    - Tia,Tiaa, a Beatriz no veio, a Alice tambm no.

    interessante ver como a criana aprende atravs da rotina da sala de aula, mesmo

    sendo, s vezes, um ritual repetitivo. Porm, quando esses rituais envolvem

    significados do contexto social da criana, ela assimila, percebe a diferena e logo

    apresenta suas observaes.

    - Muito bem, Lucas! Voc notou quem no veio hoje! Disse a professora e continuou:

    - Pessoal, quem no veio hoje?

    - A Beatriz, tia. Todos responderam.

    E quem mais no veio hoje, pessoal? Pergunta a professora.

    - A Alice. Respondeu Lucas.

    Ento, eles comearam a se lembrar de outros alunos que j no faziam mais parte

    da turma, mas que ficaram presentes em suas memrias. Notamos que parte dessas

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    lembranas eram consequncia do trabalho desenvolvido na sala de aula

    envolvendo os nomes dos alunos. A professora regente desenvolvia nessa turma um

    projeto cujo ttulo era: Eu, o meio e os outros.

    Com base no Currculo Bsico Nacional:

    O conceito de identidade perpassa pela distino que h entre o eu e o outro. E essa primeira diferena se d pelo nome da prpria criana, de suas caractersticas fsicas, de seu contexto social, de sua histria de vida e seu modo de pensar e agir. Essa construo da identidade se constitui em um ambiente ldico permeado pela imitao, linguagem, apropriao da imagem corporal e pelo faz de conta. (BRASIL, 2010, p.55)

    A atividade com o nome das crianas foi o ponto de partida do projeto citado.

    Trabalhar o nome prprio de uma criana seu marco de identificao e, por isso,

    to valorizado por ela. O trabalho com o nome prprio gera uma relao de

    identidade da criana com a escrita. (Fala da professora)

    [...] As palavras s tm sentido em enunciados e textos que significam e so significados por situaes. A linguagem no apenas vocabulrio, lista de palavras ou sentenas. por meio do dilogo que a comunicao acontece. So os sujeitos em interaes singulares que atribuem sentidos nicos s falas. [...] (BRASIL, 1998, v.3, p.121)

    de suma importcia que o professor esteja sensvel fala da criana, atento s

    necessidades do grupo e usar as informaes apreendidas e percebidas como

    ferramentas de ensino no contexto social da criana. Nesses momentos, a

    participao das crianas falando da maior importncia e o professor tem o

    importante papel de ouvinte atento e de mediador para que todos possam falar e

    ouvir. A conversa fica mais solta. muito comum as crianas falarem sobre

    assuntos diversos e necessrio que o professor esteja sensvel s muitas formas

    de expresso de cada um na roda.

    No momento Hora da leitura, foi possvel observar que, quando a professora pegava

    a caixa de livros, as crianas ficavam eufricas.

    - Tia, eu quero. Gritava a aluna Amanda.

    - Calma, vou coloc-la na mesa para que vocs possam escolher. Disse a

    professora.

    Ao observarmos a escolha das crianas, percebemos que havia preferncia por

    alguns ttulos. Elas diziam:

    - Eu quero a Anta e a Ona. Gritou Catharina.

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    - Tia, eu tambm quero. Falou Miguel.

    Conclumos que a escolha daqueles livros no era por ser o mais bonito ou por ser o

    maior, mas sim porque a professora j havia contado aquela histria para eles em

    outras ocasies. Portanto, aquela histria j fazia parte do contexto deles e, ao se

    posicionarem para ler o livro, j se sentiam familiarizados com a histria e poderiam

    reproduzi-la ao seu modo. Esse momento muito rico para o desenvovimento da

    criana, o encantamento pelo mundo letrado. Elas percebem que aquelas imagens

    podem ser representadas por sua fala.

    Dessa forma, a participao das crianas nas situaes em que elas prprias ou os adultos leiam textos de diferentes gneros e manuseiem livros, revistas, jornais, histrias em quadrinhos e os demais materiais impressos permitem coloc-las no papel de leitoras. Nessa fase do desenvolvimento humano, a aquisio e o desenvolvimento da linguagem verbal devero ser o foco do trabalho do/da professora. (BRASIL, 2010, p.77).

    4.1 Avaliao do trabalho

    Uma situao que nos chamou muito a ateno foi um aluno que ficava o tempo

    todo muito ansioso com tudo que acontecia. Percebemos a empolgao em tudo

    que envolvia a linguagem oral: msicas, oraes, histrias e, principalmente, quando

    a professora falava o nome de algum aluno. Ele repetia em alto e bom som.

    Perguntamos professora o porqu daquilo tudo e ela nos respondeu: - O Rafael

    entrou aqui tem uns trs meses e ele no falava nada. A me estava desesperada,

    j havia levado ao fonaudilogo e a outros mdicos e, por ele j ter completado trs

    anos, isto j no seria normal. O fonaudilogo j tinha encaminhando para o

    neurologista, pois a supeita era de autismo, j que um dos sintomas o atraso na

    linguagem e a dificuldade de socializao. Algumas crianas, porm, por diversas

    razes, no chegam a desenvolver habilidades comunicativas por meio da fala,

    como, por exemplo, crianas com deficincia auditiva, algumas portadoras de

    paralisia cerebral, autistas etc(BRASIL,1998. p139,v3).

    A professora nos mostrou a agenda de recados onde a me do aluno relata o que

    aconteceu:

    Figura 1 - Primeiro bilhete na agenda do Rafael.

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    Em um dos bilhetes, ela escreveu:

    Ol, tia !!!

    Fico muito feliz em saber que o Rafael ficou bem, ele gosta muito de festinha de

    aniversrio, fica solto! Olha, tenho percebido o desenvolvimento dele aps ter

    comeado na escolinha... Ele aponta as letrinhas na rua (placas, outdoors), os

    nmeros Tb, s que ele v o 2 e fala 7! Mas o comeo, n; Tem apenas 3

    aninhos!

    Estou muito feliz. Pois ele est falando algumas palavras e frases direitinho como:

    mame, ele falava mama. Papai ele falava papa. E outra palavrinha que ele s

    vezes ainda fala errado o: Caiu, ele fala cui.

    Obrigada pelo carinho e ajuda no desenvolvimento do meu Rafael, Deus abenoe

    voc!

    No outro bilhete:

    Figura 2 - Segundo bilhete.

    Ei, tia !!!

    Tenho percebido o desenvolvimento do Rafael, est at rpido, n? muito curioso,

    deve ser principalmente o convvio com outras crianas! Ele foi ao fono 2 vezes, por

    ter que conversar com um adulto no tem tido tanto resultado, como a na escolinha!

    Vou deixar esse negcio de fono mais para frente. Ele tem falado mais frases depois

    que comeou a estudar... A paixo dele so as letras principalmente o h. O otorrino

    falou que ele no tem lngua presa, graas a Deus! Ento tia(.........), vamos

    trabalhando com ele normalmente, esperando o tempinho dele, n? Se houver

    alguma dificuldade, me fale, a recorro a esses profissionais ...Por enquanto estou

    preferindo esperar o tempo dele, pois esto querendo que eu faa tantos exames e

    vejo que meu filho desenvolve a com os amiguinhos e o carinho de vocs...

    Obrigada pela dedicao e carinho de sempre.

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    O terceiro bilhete:

    Ei, tia !!!

    realmente tia (...) ele est muito falante, soltou a matraca como diziam

    antigamente.

    O convvio com outras crianas tem feito muito bem a ele, hoje chegou em casa

    falando os nomes dos coleguinhas, disse Arthur, Miguel, Amanda e menina...eu sei

    a menina que ele quer dizer, mas ele no fala o nome dela !!! Sei que ele gosta

    muito dela!!!

    Uma coisa que percebemos que ele gosta muito de voc, tia (....), s vezes, ele me

    chama de Tiaaaaa,como ele fala!

    Estou muito feliz, pois ele est feliz!

    Obrigada pela dedicao e carinho de sempre como educadora! Deus abenoe

    voc.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    Retomando nossas interrogaes, podemos afirmar que, na Educao Infantil, a

    interao social de suma importncia para o desenvolvimento da linguagem oral

    da criana. na escola que, em geral, pela primeira vez a criana se relaciona com

    o mundo para alm do seu convvio familiar. neste espao coletivo que a criana

    tem uma rotina especial, com atividades especficas, horrios e regras de

    convivncia. Trata-se de um lugar diferenciado do seu lar, mas que, com o passar do

    tempo, ela o identifica como um espao que tambm seu. Espao este que

    possui um ambiente organizado, com mveis adequados ao seu tamanho, cartazes

    com temas infantis, crianas de vrias idades, brincadeiras, contao de histrias e

    acesso a diversas situaes de aprendizagens. Alm disso, mesmo pertencendo a

    um grupo da mesma faixa etria de idade, cada criana diferente da outra, moram

    em lugares diversos, cada uma possui sua estrutura familiar, hbitos alimentares e

    formas de brincadeiras que so particulares de suas vivncias.

    Sendo assim, um espao rico em diversidade cultural, mas que tem sua

    singularidade respeitada. Na escola, a criana est sujeita socializao e

    necessidade de comunicar-se com o outro, interagindo com o meio, sendo

    influenciado por ele, mas tambm influenciando. O professor atua como mediador e

    apoio em suas falas, intervindo quando necessrio para ampliar o seu vocabulrio,

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    possibilitando assim o conhecimento de si, do outro, e ampliando sua viso de

    mundo. A escola proporciona o desenvolvimento integral da criana nos aspectos

    fsico, psicolgico, intelectual e social.

    6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALESSI, V. M; MACHADO, I.M.C. O trabalho com a linguagem oral na educao infantil: algumas possibilidades. X CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAO EDUCERE. 2011, Porto Alegre, p. 5395 a 5404. ANTUNES, Celso. Educao Infantil: prioridade imprescindvel. Petrpolis, RJ: Vozes, 2005. 3ed. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. ______. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998. 3 volume conhecimento de mundo. ______. Ministrio da Educao. Conselho Nacional da Educao, Parecer CNE/CEB n 20/2009, 11 de novembro de 2009. Reviso das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil. Verso experimental 2010. BONDIOLI, A; MANTOVANI, S. Manual de educao infantil de 0 a 3 anos. Porto Alegre. Artmed, 1998. 9ed. CRAIDY, Maria Carmem. O educador de todos os dias: convivendo com crianas de 0 a 6 anos. 3ed. Porto Alegre: Mediao, 2001. CRAIDY, M. C & KAERCHER, Gldis. E. P. da Silva (org.). Educao Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. GODOI, Elisandra Girardelli. Avaliao na educao infantil: um encontro com a realidade. 3ed. atualizada ortografia. Porto Alegre: Mediao, 2010. Cadernos da Educao Infantil. HERNNDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudana educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. LIMA, E. S. A criana pequena e suas linguagens. So Paulo: Sobradinho, 2003. LOUZADA, Ana Maria. Educao Infantil: teoria e prtica. Vitria: CAEPE, 2000. MARTINS, Josenei. Didtica e Avaliao. Centro Leonardo da Vinci. Indaial: Uniasselvi, 2009. Caderno de Estudos.

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