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OBJETIVOS
• Determinar a situação histórica do surgimento do cristianismo.
• Definir o que é filosofia medieval.• Apontar as fontes principais da
configuração da filosofia medieval.• Mostrar a influência grega na composição
da filosofia medieval.• Considerar os principais expoentes da
apologética cristã.
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O que é filosofia medieval?
• O termo “medieval” – introduzido por Petrarca.• Traço marcante da filosofia medieval é a sua ligação
intima com o cristianismo e as questões religiosas.
• O início da filosofia medieval: séc. II – a época em que se realiza a síntese das verdades da revelação com a filosofia grega.
• O fim da filosofia medieval: ocorre durante o séc. XIV, quando ocorre a revolução de Occam que separa definitivamente a investigação racional da fé religiosa.
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“A filosofia só aparece na historia do cristianismo no momento em que certos cristãos tomam posição em relação a ela, seja para condená-la, seja para absorvê-la na nova religião, seja para utilizá-la em função da apologética cristã”.
Étienne Gilson. 2007, p. 1
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“Intellige ut credas, crede ut intelligas”
(Compreende para crer, crê para compreender).
“Todo o homem quer entender; não existe ninguém quenão o queira. Mas nem todos querem crer. Diz-me entãoalguém: ‘Entenda eu e acreditarei.” Respondo-lhe: ‘Crêe entenderás.’ (...) Aquele suposto adversário (...) nãoemite palavras vazias de sentido quando diz: ‘Entenda eue acreditarei’. (...) De certo modo é verdade o que ele diz.Mas também o é quando eu digo, com o profeta: ‘antescrê para entenderes’”.
AGOSTINHO, Sermo 43, In: Gilson, E. 2007, p. 151
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Situação histórica e proliferação do cristianismo
A crise no mundo grego-romano.
• A proliferação do cristianismo: Idéias universais como vida após a morte, salvação, amor e fraternidade entre os homens.
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A origem e fontes da filosofia medieval
A Bíblia: Antigo testamento: • O livro “Criação” –
cosmologia cristã. • O livro “Cântico dos
cânticos” - fonte da mística cristã.
• Os livros “Jô” e “Eclesiastes” - fontes da doutrina moral cristã.
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Do Novo Testamento
• “O Evangelho de João” – em que se associa a idéia grega de logos com Cristo.
• Os epistolas de São Paulo, principalmente aos romanos e aos corintianos.
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Filon de Alexandria
• Tentativa de uma interpretação do antigo testamento à luz das categorias elaboradas pela filosofia grega.
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Gnosticismo:
• Movimento religioso que insiste ao conhecimento sobre a fé.
• Aproxima a religião com a filosofia.
• A fé como fundamento do conhecimento e da salvação.
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Peculiaridades do estilo Diferença entre o estilo grego e o estilo medieval de filosofar
Estilo grego:
• Busca pela verdade das coisas e do mundo.
• Papel da filosofia é a revelação da verdade.
• Investigação sobre o ser, sobre a natureza e sobre o homem.
Estilo medieval: • Verdade toda já foi
revelada por Deus, nos textos sagrados.
• O papel da filosofia - exegese dos textos sagrados.
• Visão tradicionalista - desconfiança da novidade:
• Política perseguidora e inquisitória.
• Censura a autoria.
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INTERATIVIDADE
• Uma das diferenças profundas entre a filosofia grega e filosofia medieval se determina pela concepção da verdade. Comente essa diferença.
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A Patrística II a VIIITrês períodos:• Primeiro: até séc. III –
apologética.• Segundo: até séc. IV –
surgem os primeiros sistemas doutrinais.
• Terceiro: séc. V a VIII – período eclético.
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A nova religião como instituição organizada:• A reunião de Nicéia (323);• Principais problemas: - Criacionismo;- Os dez mandamentos;- A ideia do logos;- Trindade divina; - A predestinação; - Do livre arbítrio.
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Atenágoras (fim do sec. II)
“Súplica pelos cristãos”:
• Pontos em comum entre a filosofia e a religião cristã.
• Tenta convencer o imperador Marco Aurélio de parar de perseguir os cristãos.
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O cristianismo: de um fato histórico a um fenômeno metafísico
• Se Atenágoras queria demonstrar a racionalidade dos dogmas cristãos do ponto de vista da filosofia grega e a sua lógica, outros apologetas, entre os quais, Justino, o mártir compreendem outras metodologias, a saber: a redução da sabedoria pagã às normas da sabedoria cristã e estilo de vida. Este procedimento transforma o cristianismo de um fato concreto histórico em um fenômeno universalmente válido e metafísico.
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Justino (100 - 165)
• Como podemos pensar os que viveram antes de cristo do ponto de vista cristão?
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Resposta de Justino
• A vida conforme o verbo é a vida cristã.
• A vida oposta ao verbo é oposta a vida cristã.
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Taciano
Tudo que é grego é apriori cristão• O verbo como horizonte absoluto do ser.• As verdades dos filósofos gregos -
fragmentos da revelação divina. • Tudo o que não era cristão, mas estava de
acordo com os postulados cristãos é cristão.• Nada dos gregos é grego. • A filosofia é absolutamente inútil para as
questões existenciais dos homens.
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Aristides(séc. II)
• Segundo Aristides, só os cristãos possuem a verdade por serem testemunhos a ela.
• Crítica ao politeísmo.
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Clemente de Alexandria (150 – 215)
• Justifica a filosofia grega como fonte da gnose e como etapa para o conhecimento do verdadeiro Logos.
• A filosofia – meio para a decifração dos textos sagrados onde a verdade reside.
• Defender a fé com o auxílio da Filosofia.
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Tertuliano (155 – 222)
A alma é Cristiana.
A doença: a filosofia pagã.
A cura: a retomada do caminho da fé.
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Por que a filosofia é a doença da alma?
• A filosofia conta com a razão para estabelecer suas verdades.
• Mas tais verdades estão reveladas imediatamente por Deus. Só a fé basta para serem descobertas.
• Se o homem, no seu estado natural, já possui tais verdades, qualquer investigação se torna inútil.
• A própria investigação filosófica aparece como perda da fé.
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Creio, pois é absurdo...• “O filho de Deus foi sacrificado, do
que não me envergonho, porque há que se envergonhar. E que o filho de Deus tinha morrido, é de todo crível, por que é inepto. E que sepultado, tenha ressuscitado, é certo, por ser impossível.”
In: Gilson, E. 2007, p. 107
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Orígenes (185 – 253)
“ Philosophia Ancilla Theologiae.”
• Fundador da teologia científica.
• Sistematizador do pensamento cristão.
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Maximo (579 – 662)
• Defende a dupla natureza de Cristo:
• Interpretações:- Antropológica e- Metafísica.
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João Damasceno(675 – 749)
Platão e Aristóteles como fontes da reflexão teológica.
• “A fonte do conhecimento”: exegese detalhada da sagrada escritura.
Principais problemas:-A natureza de Deus.-O livre arbítrio.
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PSEUDO-DIONISIO(sec VI)
Quem é Pseudo-Dionisio?
• Corpos Areopagita representado em 532 em Constantinopla.
• A importância do Corpus:- Traça os parâmetros da
simbologia medieval.- Define o estilo da mística
européia em geral.
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Corpus Areopagita• Reúne quatro títulos1. Dos nomes divinos.2. Teologia mística.3. Da hierarquia
celeste.4. Da hierarquia
clerical.
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As vias do conhecimento de Deus
A via catafatica (afirmativa)• Como podemos denominar Deus? • Como criador de tudo, todos os nomes são
aplicáveis a Deus:• Bem e Justo – literalmente definem a sua
essência. • Pedra – metaforicamente definem a sua
essência. • A denominação positiva: iguala a criação com
o criador.
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A via apofatica (negativa)
• Deus não é o ser, mas não-ser. • Deus não é beleza, mas não beleza. • A via negativa é mais adequada: exclui
qualquer margem de confusão que uma linguagem criada pode induzir.
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Via superlativa
DEUS É SER(VIA AFIRMATIVA)
DEUS NÃO É SER(VIA NEGATIVA)
DEUS É MAIS QUE SER ELE É SER SUPERIOR
(VIA SUPERLATIVA)
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A hierarquia• Qualquer ente do mundo criado é
revelação divina, isto é, teofanias. • Hierarquia rigorosa conforme o
status ontológico de cada ser. • O princípio da hierarquia:- Toda realidade possui um lugar fixo
na gradação do ser.- Toda realidade recebe luz da
realidade superior e a passa para a realidade inferior. Ela conserva seu ser e valor na medida em que cumpre rigorosamente essa função, sem qualquer desvio.
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A estrutura da hierarquia
• A hierarquia é constituída por três camadas, diferenciadas de lugar, intensidade e valor.
- Celeste: anjos, arcanjos, etc. - Clerical: sacerdotes. - Mundial: racionais, orgânicos,
inorgânicos.• Imutabilidade da estrutura.
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O bem e o mal• O bem: o que corresponde
ao seu devido lugar na hierarquia.
• O mal: o que não corresponde ao seu devido lugar na hierarquia.
• Apenas a perfeição moral pode salvar o homem.
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Ascensão para Deus.
• O suicídio metafísico – mudança do status.• Cada realidade possui telos (fim) próprio: a união
com Deus. • A união erótica (êxtase) VS substancial
(neoplatonismo).
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