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1 Ciúmes Prof. Dr. Mário Eduardo Costa Pereira Março 2009

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Ciúmes

Prof. Dr. Mário Eduardo Costa Pereira

Março 2009

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O Narcisismo e o Eu

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O mito de Narciso

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Freud e a questão do narcisismo “O termo narcisismo deriva da descrição

clínica e foi escolhido por Paul Näcke em 1899 para denotar a atitude de uma pessoa que trata seu próprio corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual é comumente tratado”

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Os investimentos libidinais

Há um balanço quantitativo da distribuição da libido (investimento)

A libido pode investir:

O objeto – através das fantasias

O próprio Eu

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Inicialmente há um investimento libidinal no Eu do sujeito através dos pais.

“Se prestarmos atenção à atitude de pais afetuosos para com os filhos, temos de reconhecer que ela é uma revivescência e reprodução de seu próprio narcisismo, que de há muito abandonaram. ”

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“...eles se acham sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho — o que uma observação sóbria não permitiria — e de ocultar e esquecer todas as deficiências dele. (...)

Além disso, sentem-se inclinados a suspender, em favor da criança, o funcionamento de todas as aquisições culturais que seu próprio narcisismo foi forçado a respeitar, e a renovar em nome dela as reivindicações aos privilégios de há muito por eles próprios abandonados.”

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Sua Majestade, o Bebê.

“A criança terá mais divertimentos que seus pais; ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão; as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais uma vez realmente o centro e o âmago da criação — ‘Sua Majestade o Bebê’, como outrora nós mesmos nos imaginávamos.”

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“A criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram — o menino se tornará um grande homem e um herói em lugar do pai, e a menina se casará com um príncipe como compensação para sua mãe. No ponto mais sensível do sistema narcisista, a imortalidade do ego, tão oprimida pela realidade, a segurança é alcançada por meio do refúgio na criança.”

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“O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em amor objetal, inequivocamente revela sua natureza anterior.”

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Escolha do objeto amoroso

Dois tipos básicos de escolha de objeto amoroso:

1. Anaclítica – o modelo do objeto é constituído pelo objeto das primeiras satisfações

2. Narcísica - o modelo do objeto é o próprio Eu

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O Eu Ideal e o Ideal do Eu

Eu ideal: completude imaginária fundadora do Eu

Ideal do Eu: instituído pelo Simbólico, funciona como parâmetro para o Eu.

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A auto-estima

Expressa o “tamanho do Eu”.

É um remanescente do sentimento primitivo de onipotência

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Origens da auto-estima

1. Resíduos do narcisismo primário

2. Realizações no sentido do Ideal do Eu

3. Satisfação da libido objetal: o amor do Outro satisfaz o elemento narcisista da vida erótica.

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Édipo-Rei “Sendo assim, podemos

entender a força avassaladora de Oedipus Rex, apesar de todas as objeções levantadas pela razão contra a sua pressuposição do destino; e podemos entender por que os “dramas do destino” posteriores estavam fadados a fracassar lamentavelmente. ... a lenda grega capta uma compulsão que toda pessoa reconhece porque sente sua presença dentro de si mesma.”

Complexo de Édipo

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“Cada pessoa da platéia foi, um dia, em germe ou na fantasia, exatamente um Édipo como esse, e cada qual recua, horrorizada, diante da realização de sonho aqui transposta para a realidade, com toda a carga de recalcamento que separa seu estado infantil do seu estado atual.”

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O destino de Édipo “Seu destino comove-nos apenas porque poderia ter sido o nosso —

porque o oráculo lançou sobre nós, antes de nascermos, a mesma maldição que caiu sobre ele. É destino de todos nós, talvez, dirigir nosso primeiro impulso sexual para nossa mãe, e nosso primeiro ódio e primeiro desejo assassino, para nosso pai. Nossos sonhos nos convencem de que é isso o que se verifica. O Rei Édipo, que assassinou Laio, seu pai, e se casou com Jocasta, sua mãe, simplesmente nos mostra a realização de nossos próprios desejos infantis.”

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Remember me

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A organização simbólica do sujeito

Totem e tabu (1913): o mito da horda primitiva e o tabu do incesto

A lei do Pai

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O horror do incesto

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Édipo e o pacto simbólico

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Édipo: estruturante simbólico

Complexo de Édipo = matriz simbólica do laço social

Organizador da subjetividade, das identificações, da sexualidade e do desejo.

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O tabu e o recalque originário

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A figura paterna e a construção do superego

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O temor à castração e a construção arcaica do Superego

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A proto-religião: o totemismo

A culpa pelo parricídio: necessidade insaciável de punição.

A celebração do repasto totêmico.

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A Lei Simbólica

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Ciúmes e Édipo

A rivalidade edípica

A disputa pelo objeto amoroso

O reconhecimento narcisista

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Formas básicas do ciúme

1. Rivalidade pelo objeto amoroso

2. Infidelidade projetada

3. Homossexualidade projetada

Paranóia