24
Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento apresentado neste bimestre tem o objetivo de explicitar os objetos de conhecimento e as habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro do Estudante, bem como sugerir práticas de sala de aula que contribuam na aplicação da metodologia adotada. 1. Objetos de conhecimento e habilidades No quadro a seguir, dispomos os objetos de conhecimento e as habilidades trabalhados em cada capítulo indicado para o estudo do 1º bimestre. No campo “Habilidades”, inserimos habilidades da BNCC e habilidades complementares que foram contempladas no Livro do Estudante. As habilidades destacadas em negrito são aquelas consideradas essenciais para a continuidade das aprendizagens dos estudantes ao longo dos bimestres. Referência no material didático Objetos de conhecimento Habilidades Capítulo 1 Dinâmica da Terra Fenômenos naturais (vulcões, terremotos e tsunamis) Placas tectônicas e deriva continental (EF07CI15) Interpretar fenômenos naturais (como vulcões, terremotos e tsunamis) e justificar a rara ocorrência desses fenômenos no Brasil, com base no modelo das placas tectônicas. (EF07CI16) Justificar o formato das costas brasileira e africana com base na teoria da deriva dos continentes. Reconhecer os fósseis como evidências nos estudos biológicos e geológicos. Capítulo 2 A atmosfera terrestre Composição do ar Efeito estufa (EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição, e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição. Caracterizar as camadas da atmosfera terrestre. Capítulo 3 Poluição atmosférica Efeito estufa Camada de ozônio (EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição, e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição. (EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro. (EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação. Compreender o conceito de chuva ácida, relacionando-o com o de poluentes atmosféricos.

1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

  • Upload
    others

  • View
    9

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

O Plano de desenvolvimento apresentado neste bimestre tem o objetivo de explicitar os

objetos de conhecimento e as habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro

do Estudante, bem como sugerir práticas de sala de aula que contribuam na aplicação da

metodologia adotada.

1. Objetos de conhecimento e habilidades

No quadro a seguir, dispomos os objetos de conhecimento e as habilidades trabalhados em

cada capítulo indicado para o estudo do 1º bimestre. No campo “Habilidades”, inserimos habilidades

da BNCC e habilidades complementares que foram contempladas no Livro do Estudante. As

habilidades destacadas em negrito são aquelas consideradas essenciais para a continuidade das

aprendizagens dos estudantes ao longo dos bimestres.

Referência no material didático

Objetos de conhecimento Habilidades

Capítulo 1 Dinâmica da Terra

Fenômenos naturais (vulcões, terremotos e tsunamis)

Placas tectônicas e deriva continental

(EF07CI15) Interpretar fenômenos naturais (como vulcões, terremotos e tsunamis) e justificar a rara ocorrência desses fenômenos no Brasil, com base no modelo das placas tectônicas.

(EF07CI16) Justificar o formato das costas brasileira e africana com base na teoria da deriva dos continentes.

Reconhecer os fósseis como evidências nos estudos biológicos e geológicos.

Capítulo 2 A atmosfera terrestre

Composição do ar

Efeito estufa

(EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição, e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição.

Caracterizar as camadas da atmosfera terrestre.

Capítulo 3 Poluição atmosférica

Efeito estufa

Camada de ozônio

(EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição, e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

Compreender o conceito de chuva ácida, relacionando-o com o de poluentes atmosféricos.

Page 2: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Referência no material didático

Objetos de conhecimento Habilidades

Capítulo 4 Agrupamento e classificação dos seres vivos

Seres vivos

Entender a necessidade da utilização de critérios para a classificação de objetos e seres vivos.

Compreender por que o sistema natural, criado por Lineu no século XVIII, ainda é o sistema de classificação de seres vivos usado até hoje.

Identificar as categorias taxonômicas propostas por Lineu e o grau de abrangência de cada uma delas.

Compreender o conceito biológico de espécie e as regras para a criação do nome científico que a define.

Identificar quais espécies são mais aparentadas apenas avaliando seus nomes científicos.

2. Atividades recorrentes na sala de aula

A sala de aula é o local por excelência onde o professor deve propor atividades ou

procedimentos didáticos que intencionalmente tenham como objetivo o desenvolvimento das

habilidades e competências previstas para cada bimestre. Essas atividades precisam ser

complementadas por outras, fora do espaço da sala de aula e mesmo por algumas fora da própria

escola, sempre com a participação do professor como orientador e mediador do processo.

Acreditamos que, para o desenvolvimento das competências e habilidades previstas, os estudantes

devem participar de forma ativa no processo de construção do conhecimento, sempre cientes dos

objetivos a serem alcançados e das escolhas feitas para alcançá-los.

Sugerimos nesta obra um conjunto de atividades que deverão ser realizadas de maneira

recorrente em cada bimestre, embora em contextos e condições diversas, sempre alinhadas com a

nossa proposta metodológica.

Neste bimestre, o primeiro do 7º ano, o professor terá contato pela primeira vez com um

grupo de estudantes oriundos do 6º ano. Também poderá se deparar com o fato de os estudantes

não estarem habituados a ter uma postura de participação mais ativa nas aulas. Dessa forma, é

necessário que o professor compartilhe com os estudantes suas intenções em cada atividade

proposta: quais são os objetivos ao propô-las e como pretende avaliar se esses objetivos estão sendo

atingidos.

Problematização e levantamento de conhecimentos prévios

Propomos em cada um dos capítulos um conjunto de questões-problema para nortear o

início do que chamamos de problematização. Outras questões poderão ser formuladas pelo

professor nesta etapa inicial, assim como durante todo o percurso realizado no bimestre. É com base

nas respostas dadas pelos estudantes às questões trazidas pelo professor, bem como às questões

Page 3: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

formuladas pelos próprios estudantes, que o professor pode conhecer as concepções e os

conhecimentos prévios da classe, tomando-os como ponto de partida para o processo de construção

do conhecimento ao longo do tempo.

A etapa de problematização e levantamento de conhecimentos prévios pode se dar a partir

de diversas dinâmicas, como a participação da classe de maneira coletiva (roda de conversa) ou

discussão de questões iniciais em duplas ou pequenos grupos. O professor poderá utilizar imagens,

vídeos ou textos de diferentes gêneros para sensibilizar e motivar os estudantes para discussão

inicial das questões de cada capítulo. Qualquer que seja a dinâmica adotada pelo professor, é

necessário garantir nesta etapa, além da discussão, o registro das respostas do grupo para que sejam

resgatadas ao longo do bimestre.

Filmes e vídeos

Neste bimestre, propomos a utilização de um filme e um vídeo de curta duração para a

complementação dos temas que serão abordados. Essa atividade deverá ser recorrente ao longo da

obra, sempre com indicações claras do contexto e da pertinência de sua utilização. É importante que

o professor assista aos títulos indicados e avalie a melhor maneira de discutir e sistematizar os temas

abordados no filme e no vídeo. O trabalho de produção de texto, na forma de resumo ou comentário

crítico, é uma boa oportunidade de o professor de Ciências fazer interface com o componente

curricular de Língua Portuguesa. Para um melhor aproveitamento, recomendamos que a atividade

seja desenvolvida na própria sala de aula para que possa ser acompanhada pelo professor, que

deverá identificar as etapas de aprendizagem dos diferentes estudantes.

No capítulo 1, indicamos que seja exibida a animação A Era do Gelo 4, que permite abordar

de uma maneira descontraída a separação dos continentes. Depois da exibição, podem ser discutidas

as relações entre os eventos ocorridos na animação e a realidade científica estudada. A elaboração

de relatos, resumos, comentários críticos, entre outros, é um importante trabalho de produção de

texto.

No capítulo 3, propomos a exibição do vídeo Modos de restaurar as florestas, resultante de

um projeto financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em

que são divulgadas várias técnicas de reflorestamento de florestas, mostrando os locais em que

foram realizadas. Esta é uma das ações que podem melhorar a qualidade de vida em nosso planeta, e

os estudantes podem fazer uma correlação com as ações individuais e coletivas do local onde

moram.

Leitura e compreensão de texto

Esta atividade é proposta em todos os capítulos da coleção, na medida que os estudantes

farão uso de textos contidos no Livro do Estudante em diversos momentos, com a finalidade de

introduzir determinados assuntos, sistematizar a discussão realizada, complementar ou resolver

exercícios de retomada, desafio ou síntese.

Page 4: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Neste primeiro bimestre, considerando o fato de o professor ainda não conhecer a

competência de leitura dos estudantes, sugerimos alguns momentos de leitura em voz alta, pelos

estudantes e pelo professor, com discussão e compreensão dos temas com a classe no formato de

roda de conversa. Isto ajudará o professor a localizar estudantes com possíveis defasagens de leitura

e compreensão de texto a fim de propor intervenções, quando necessário, para auxiliar o

desenvolvimento deles.

Discussão e correção das questões propostas no Livro do Estudante

Considerando que este bimestre marca o início de um novo ano letivo para os estudantes, é

necessário que, para conhecer sua turma, o professor fique atento ao processo de correção das

questões propostas, garantindo que todos os estudantes tenham a oportunidade de fazer a

autocorreção, verificando suas respostas e propondo, em caso de necessidade, as modificações

necessárias. Vale lembrar que as respostas dos estudantes vão subsidiar o estudo para provas e,

portanto, é de extrema importância que todos façam a autocorreção. Uma estratégia que ajuda a

mobilizar a classe para esta atividade é o professor pedir para alguns estudantes colocarem suas

respostas no quadro e envolver a classe na correção, com sugestões para alterar ou complementar

as respostas dos colegas.

Mapas conceituais

A confecção de mapas conceituais é um procedimento didático bastante eficiente para

apresentação ou sistematização de um assunto e pode também ser utilizado para o levantamento

dos conhecimentos prévios dos estudantes. No Manual do Professor discutimos com mais detalhes

como é possível utilizá-los. Neste bimestre, propomos o emprego dos mapas conceituais nos

capítulos 2 e 3 com o objetivo de ajudar a sistematização de assuntos que envolvem alguns conceitos

e suas relações. Nesse caso, a proposta é o professor montar os mapas no quadro com a participação

da classe. Gradativamente o professor poderá ensinar os estudantes a produzir mapas conceituais de

maneira autônoma na classe ou na respectiva residência.

Para mais informações a respeito de mapas conceituais, acesse:

• <www.lucidchart.com/pages/pt/o-que-e-um-mapa-conceitual>;

• <www.lucidchart.com/pages/pt/como-fazer-um-mapa-conceitual>.

Acesso em: 28 set. 2018.

Atividades práticas

As atividades práticas são um procedimento didático que consideramos fundamental para o

desenvolvimento das principais habilidades e competências previstas para o ensino de Ciências.

Todavia, as diferentes atividades práticas possuem características e objetivos diferentes.

Page 5: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

• Capítulo 2 – A primeira atividade prática consiste em um experimento simples para a constatação da presença material do ar no qual um papel amassado no fundo de um copo não se molha quando este é mergulhado de boca para baixo num recipiente com água. Ela pode ser realizada em grupo, na sala de aula, ou como demonstração pelo professor, tendo em vista que é proposta outra atividade prática ao final do capítulo sobre a mesma problematização. Nesta segunda atividade, que também pode ser realizada em grupo e na sala de aula, sugerimos que o professor solicite aos grupos que elaborem hipóteses antes da obtenção dos resultados e permita que apresentem os resultados e conclusões para toda a turma ao final da atividade.

• Capítulo 3 – Também há duas práticas propostas neste capítulo. A primeira é a simulação do efeito estufa com o uso de sacos plásticos e termômetros, podendo ser realizada na sala de aula e em grupos. Para que a atividade ocorra como esperado, é importante que ela seja realizada em um local ensolarado. Assim, os estudantes terão a oportunidade de presenciar onde ocorre ou não o efeito estufa por meio da análise das alterações de temperatura. Na segunda atividade prática, que sugerimos ser realizada na residência do estudante e individualmente, a proposta é comparar a quantidade de material particulado em dias e ambientes diferentes. Assim, os estudantes presenciarão a existência de partículas e poderão relacionar com o tempo, por exemplo, ou outro fator.

Interação

Para que os estudantes tenham a oportunidade de agir pessoal e coletivamente com

respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, conforme prevê a

competência geral 10 da BNCC, é importante propor atividades que instiguem a interatividade entre

eles. Em cada um dos capítulos deste bimestre, há diversas atividades propostas que permitem uma

abordagem mais interativa e colaborativa entre os estudantes, como nas atividades práticas

sugeridas nos capítulos 2 e 3 ou nas rodas de conversa, por exemplo.

3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o

desenvolvimento de habilidades

As propostas presentes nas várias unidades desta obra foram organizadas com o objetivo de

promover o desenvolvimento das competências gerais e específicas descritas na BNCC, das

habilidades relacionadas aos objetos do conhecimento ali presentes e de outras complementares.

Para auxiliar o trabalho do professor, apresentamos orientações gerais para cada capítulo. Essas

orientações, mencionadas no Manual do Professor e nos demais materiais que compõem o Material

Digital do Professor, poderão ser utilizadas para auxiliar na atividade docente. Sugerimos que utilize

essas orientações adequando-as como achar mais conveniente para seu contexto, em função de

diversos fatores, como disponibilidade de tempo, recursos materiais disponíveis e outras variáveis

inerentes a sua prática pedagógica.

Todas as orientações presentes no Manual do Professor e no Material Digital do Professor

estão articuladas com as premissas que sustentam a linha metodológica adotada pelos autores em

Page 6: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

toda a coleção. A principal delas é a de que o processo de aprendizagem ocorre de maneira

colaborativa com base em relações interpessoais, em vez de ocorrer individual e isoladamente. Os

estudantes precisam interagir com os colegas, professores e outros atores sociais, expondo seus

pontos de vista, formulando e ouvindo hipóteses e narrativas sobre diferentes perspectivas, a fim de

conseguirem, em um processo dialógico, construir seus conhecimentos, habilidades, valores e

desenvolver as competências necessárias para intervir na sociedade. Todavia, é necessário que os

estudantes tenham o livro didático como um referencial de conhecimentos atualizados e confiáveis,

que possa ser o fio condutor do seu processo de aprendizagem, sem, contudo, engessá-lo.

Em cada um dos capítulos desta unidade existem propostas de atividades nas quais os

estudantes são convidados a participar de dinâmicas de grupo que estimulam a troca de ideias e

desafiam os estudantes a resolver as questões e os problemas propostos. Nas orientações didáticas

do Manual do Professor de cada capítulo, indicamos algumas questões que consideramos centrais

para a etapa de problematização e aproximação do assunto principal do capítulo, e que podem

provocar a formulação de outras questões por parte dos estudantes. A análise das questões

formuladas pelos estudantes ajudará o professor a mapear os conhecimentos e as convicções sobre

os assuntos que os estudantes construíram até aquele momento e a planejar as intervenções

necessárias para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem.

Neste bimestre, iniciamos com o estudo da unidade temática Terra e Universo e finalizamos

com a introdução à unidade temática Vida e Evolução.

O capítulo 1 aborda algumas teorias que buscam explicar a dinâmica do planeta Terra e

certos fenômenos naturais que ocorrem em vários lugares de nosso planeta e que afetam em

diferentes escalas as diversas regiões, como terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas. Como esses

fenômenos não são comuns no Brasil, é importante começar com questões disparadoras para que

seja feito o levantamento dos conhecimentos prévios que os estudantes possuem sobre esses

fenômenos. Nesta conversa inicial, o professor deverá conduzir o assunto de forma que fique claro

que a ocorrência de alguns desses fenômenos no Brasil são praticamente inexistentes, pois as

possibilidades são muito remotas, ou se acontecem são de intensidade muito baixa, como é o caso

de tremores de terra. Porém, neste momento, não é necessário se aprofundar muito nessa questão,

pois, ao longo do capítulo, esse fato deverá ser explorado com maior profundidade pelo professor.

No primeiro capítulo são apresentados e destacados alguns termos científicos (planisfério e

vulcanismo, por exemplo) que podem compor um glossário a ser produzido pelos estudantes ao

longo das aulas, acrescentando-se outros termos de relevância para maior apropriação dos conceitos

e conteúdos abordados durante esta primeira etapa do bimestre. É importante que o professor

permita o diálogo para que tal glossário seja desenvolvido de modo colaborativo pelos estudantes.

Como isso também acontece no decorrer dos demais capítulos, sugerimos que a prática da criação

do glossário seja contínua.

Na sequência, é abordada a teoria da Deriva Continental, articulando-a com o movimento

lento e constante dos continentes e com o primeiro supercontinente que existiu, a Pangeia, cercada

Page 7: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

por um único oceano, o Pantalassa. É fundamental que o professor desenvolva este conceito de

deriva continental debatendo com os estudantes sobre a fragmentação da Pangeia em continentes

menores e suas movimentações até a configuração atual dos continentes do planeta. A proposta é

que esse conceito seja associado com a presença de fósseis e rochas semelhantes em continentes

diferentes. Questioná-los sobre a permanência ou não dos continentes na disposição em que se

encontram atualmente é uma sugestão para que iniciem a discussão a respeito da teoria da

Tectônica de Placas. Para isso, também é importante explorar os mapas (mapa-múndi atual e das

diversas configurações dos continentes ao longo do tempo) apresentados no capítulo e o esquema

sobre fósseis semelhantes encontrados em continentes diferentes, que representam algumas

evidências que reforçam essa teoria.

A proposta deste capítulo é construir novos conhecimentos com base no conteúdo estudado

no 6º ano sobre a litosfera, de modo que o estudante compreenda que essa camada é formada por

várias placas que se deslocam pelos movimentos de convecção do magma do manto. O capítulo

ainda possui um infográfico, e sugestões de leitura que favorecem o desenvolvimento das

habilidades, sendo um excelente material para ser explorado com os estudantes sobre a existência

ou não de terremotos no Brasil.

Após a compreensão da dinâmica do planeta Terra, o capítulo 2 amplia o foco para a camada

que a envolve, a atmosfera. Mais uma vez, questões disparadoras sobre o tema auxiliam no

levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes. As questões podem ser a respeito de

como o ar é percebido, sua composição, o que é atmosfera e ar rarefeito. De forma complementar,

sugerimos, para a comprovação da materialidade do ar, um experimento que pode ser feito

facilmente na sala de aula pelo professor como demonstração e replicado pelos estudantes em suas

residências, no qual se utiliza um copo com uma folha de papel amassada colocada em seu fundo

mergulhado com a boca para baixo em um recipiente com água. Esta é uma oportunidade para

incentivar os estudantes a elaborar hipóteses sobre o que pode acontecer com o papel e construir

um conhecimento científico por meio da articulação e do diálogo entre as situações-problema, pois

as observações e as experimentações permitem uma abordagem mais investigativa do processo.

O capítulo ainda traz imagens de exemplos que mostram como é possível evidenciar a

presença do ar, como a biruta que indica a direção do vento, que é o ar em movimento, e o

anemômetro que mede a velocidade do vento. É importante explorar essas imagens por meio de

questionamentos que provoquem breves discussões a respeito de outras situações em que pode ser

evidenciada a presença do ar. Além da existência do ar, continuamos o capítulo passando a focar em

sua composição. Para abordar este tema, é interessante propor aos estudantes que reflitam

inicialmente quais os gases que eles acreditam haver na atmosfera.

O tema deste capítulo também permite abordar conteúdos que envolvem aspectos

ambientais relacionados ao efeito estufa e suas características, assunto iniciado no 6º ano,

ampliando assim o conhecimento desse assunto pelos estudantes.

Page 8: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Seguindo a linha metodológica adotada na coleção, são propostas atividades que envolvem

desafio, reflexão e construção de conhecimentos relacionados às questões, sempre instigando a

troca e a construção coletiva de novas ideias e paradigmas. A atividade prática Evidências sobre a

existência do ar permite o desenvolvimento de uma postura científica, além de várias habilidades e

competências ligadas à interação em grupos. É importante salientar que o professor tem um papel

fundamental como mediador do processo de ensino e aprendizagem, fazendo a gestão das

atividades individuais e em grupos para que elas possam se desenvolver no tempo e espaço

planejados e garantir a participação e o engajamento de todos os estudantes.

O capítulo 3 continua a narrativa sobre a atmosfera terrestre em uma perspectiva ambiental,

ou seja, apresentando o tema da poluição atmosférica. Este tema abre espaço para uma abordagem

mais histórica, uma vez que a poluição atmosférica tem uma estreita relação com acontecimentos

que ocorreram no passado e que têm se intensificado até os dias atuais. Por abordar aspectos

ambientais, é importante tomar como ponto de partida situações próximas da realidade dos

estudantes e depois ampliar para questões de caráter mais global. Em alguns casos, a poluição

ambiental pode ser mais evidente do que em outros. De qualquer forma, cabe ao professor conduzir

as conversas de modo que favoreçam a compreensão dos estudantes quanto aos fatores envolvidos

não só na questão da poluição do ar, mas também de outros fenômenos relacionados, como o efeito

estufa, a chuva ácida e o aquecimento global, por exemplo. Além disso, é fundamental deixar claro o

papel da camada de ozônio, sobretudo no que se refere à existência de vida em nosso planeta.

Além dos efeitos prejudiciais que tais condições ambientais podem causar, o capítulo

também trata de algumas ações que visam a melhora na qualidade de vida atual e para as novas

gerações. Portanto, a temática do capítulo permite trabalhar com os estudantes o posicionamento

crítico em relação aos problemas ambientais, incentivando uma postura propositiva para tais

questões. O vídeo Modos de restaurar as florestas indicado no capítulo pode ser um recurso

interessante para fomentar a discussão sobre ações que os estudantes podem, de fato, realizar para

contribuir com o futuro do planeta como um todo. Outras atividades sugeridas envolvem a análise de

gráficos e esquemas, a qual merece atenção especial do professor para sanar dúvidas durante a

interpretação. Nas atividades práticas Simulação do efeito estufa e Estudo da poluição por material

particulado, o professor deve incentivar os estudantes a propor hipóteses e elaborar conclusões. Ao

final, todos devem socializar as discussões realizadas. A questão dos problemas ambientais tratados

no capítulo 3 abre espaço para se discutir a respeito da biodiversidade e das ameaças que ela tem

sofrido com a intensificação desses e de outros problemas. Este assunto é introduzido no capítulo 4,

que inicia os conteúdos da unidade temática Vida e Evolução, abordando o agrupamento e a

classificação dos seres vivos. Como toda classificação é feita alicerçada em critérios, uma forma de

introduzir o tema é propor uma discussão com os estudantes utilizando exemplos do cotidiano deles

que envolvam este processo, como a organização de livros em uma biblioteca, de produtos no

supermercado, de utensílios na cozinha, entre outros. Durante a discussão, é fundamental elencar os

diferentes critérios utilizados a cada um dos casos para deixar claro que são estes critérios que

determinam os agrupamentos e que, por isso, ao tomar critérios diferentes para a mesma situação,

surgem agrupamentos diferentes. Esta lógica também pode ser aplicada no contexto da classificação

Page 9: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

dos seres vivos, porém é importante que seja feito um resgate histórico de algumas metodologias de

agrupamento, com a intenção de demonstrar que, com o avanço científico, tais classificações vão se

modificando de acordo com as novas descobertas e os critérios utilizados.

Dando continuidade aos avanços tecnológicos como um fator importante para o estudo dos

seres vivos, elencamos os reinos que serão analisados em aula (Animalia, Plantae, Protista, Fungi e

Eubacteria) com suas características e exemplos. Sugerimos que os estudantes desenvolvam uma

tabela constando os reinos, as características de cada um deles e exemplos de seres vivos que deles

fazem parte. É necessário esclarecer o conceito de domínio, categoria que agrupa alguns reinos, mas

que não fazia parte das categorias propostas por Lineu.

Vale destacar que a interface com outros componentes curriculares, como História, Língua

Portuguesa e Matemática, é parte fundamental da linha metodológica desta coleção. Assim, ao longo

das narrativas apresentadas nas unidades temáticas, focamos a construção do conhecimento

científico por meio de atividades interdisciplinares com propostas que explorem as competências de

leitura, escrita e uso da Matemática como ferramenta imprescindível para esse processo.

4. Gestão da sala de aula

Gestão de conflitos (relações interpessoais)

A sala de aula é um dos locais onde ocorre com maior intensidade a interação dos estudantes

na escola. Essas interações ocorrerão com ou sem a mediação do professor, podendo gerar situações

de conflito que precisam ser entendidas como parte importante e necessária para o crescimento do

grupo nos seus vários âmbitos (social, emocional e intelectual). Muitas vezes reprimimos as situações

de conflito que consideramos inadequadas em vez de utilizá-las como oportunidade para o

desenvolvimento de habilidades e competências. Nesse sentido, abaixo reproduzimos três

competências gerais da Educação Básica presentes na BNCC:

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,

compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos

outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se

respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com

acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus

saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer

natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,

resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,

democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Page 10: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Essas competências podem ser trabalhadas no cotidiano da sala de aula baseadas em

interações que ocorrem de maneira espontânea ou intencional, por meio de propostas sugeridas nas

orientações didáticas de cada capítulo.

O desenvolvimento das competências acima só é possível com a mediação do professor, que

deve observar e intervir de maneira diretiva em várias situações de interação entre os estudantes

que ocorrem na escola. Por exemplo, durante uma atividade em dupla, grupo ou roda de conversa, o

professor pode trazer para discussão em classe questões que auxiliem os estudantes a identificar e

refletir sobre os aspectos positivos das interações que estão ocorrendo e os conflitos e os

sentimentos que aparecem nesse processo. Agindo de maneira intencional e fazendo as intervenções

necessárias, o professor estará contribuindo para o desenvolvimento das competências

socioemocionais listadas anteriormente.

Neste primeiro bimestre apresentamos algumas situações que envolvem diferentes tipos de

interações que poderão ser utilizadas pelo professor como estratégia para o desenvolvimento das

competências socioemocionais e habilidades específicas de Ciências. Sugerimos que o professor,

antes de iniciar uma atividade de dupla, grupo ou roda de conversa, retome com a classe a

importância de cada procedimento para o desenvolvimento individual e coletivo e proponha uma

autoavaliação ao fim de cada atividade, de modo que os estudantes possam identificar os aspectos

positivos e negativos da atividade, bem como as fragilidades que precisam trabalhar para se

desenvolverem.

Neste sentido, as atividades práticas, como Evidências sobre a existência do ar (presente no

capítulo 2), Simulação do efeito estufa e Estudo da poluição por material particulado (ambas

sugeridas no capítulo 3), costumam provocar discussão no grupo, sendo uma ótima oportunidade

para o professor identificar como está a participação de cada estudante: se emitem opiniões e

conseguem fundamentá-las, se respeitam a opinião uns dos outros e se todos estão envolvidos de

maneira adequada com a atividade. Esses aspectos, juntamente com outros levantados pelos

estudantes, poderão estar entre os critérios que serão utilizados para compor a autoavaliação após o

fim da atividade.

É muito importante que, durante as atividades realizadas em duplas e em grupos, o professor

circule pela classe, observando e coordenando os trabalhos e, quando necessário, ajudando os

grupos nas dificuldades enfrentadas, sejam elas diretamente relacionadas às habilidades do

componente curricular, às competências da Educação Básica ou às questões socioemocionais.

Ao final de cada bimestre, o professor poderá organizar uma roda de conversa para, com os

estudantes, analisarem o desenvolvimento que apresentaram como grupo em relação às interações

interpessoais que estabeleceram nos grupos de trabalho, registrando-as para compará-las no fim do

ano letivo.

Page 11: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Gestão do tempo

Outro aspecto que deve ser considerado na gestão da sala de aula é o tempo disponibilizado

para as diversas atividades planejadas pelo professor e pelos estudantes. É importante que o

professor dimensione o tempo necessário para cada atividade de uma sequência didática e

compartilhe com os estudantes esse planejamento.

Uma estratégia para que os estudantes desenvolvam a autonomia no processo de gestão do

tempo é propor atividades de grupo com etapas bem definidas e deixar que os grupos distribuam

essas etapas no tempo determinado para realização das mesmas. No final da atividade, o professor

pode pedir que o grupo faça uma avaliação do planejamento realizado e socialize com a classe os

critérios utilizados para esse planejamento, bem como os problemas enfrentados. É importante

chamar atenção para o fato de que, ao proceder dessa maneira, o professor estará utilizando as

atividades em grupos não apenas como procedimento didático para o desenvolvimento de

habilidades e competências do componente curricular, mas também àquelas de caráter geral.

Neste primeiro bimestre, as três atividades práticas propostas podem ser utilizadas para que

os estudantes se planejem de modo a viabilizar a conclusão da atividade no tempo previsto. Uma

sugestão é dividir cada etapa de desenvolvimento da atividade em intervalos de tempo específicos

que os estudantes consigam acompanhar com um relógio. Ao fim de cada intervalo, os estudantes

devem parar o que estão fazendo e levantar o que conseguiram realizar e o que faltou desenvolver

nesse tempo. O professor pode auxiliá-los a se organizarem para realizar os procedimentos

destinados para cada fase no tempo previsto. No final, é possível fazer uma discussão entre eles para

verificar os aspectos positivos e negativos dessa dinâmica, bem como o que aprenderam com relação

à organização de uma atividade em intervalos de tempo específicos.

Gestão do espaço

Para a realização de atividades diversificadas na sala de aula, é importante que o espaço

permita as adequações necessárias. Dessa maneira, o professor deve propor diferentes formas de

organização das carteiras a fim de facilitar a interação dos estudantes e obter melhores resultados.

Sugerimos que o professor faça experiências com relação à organização do espaço da sala, dispondo

as carteiras da maneira mais adequada para o desenvolvimento da atividade planejada, e que avalie

com a classe os resultados obtidos. Para atividades em pequenos grupos, é necessário estudar

previamente a distribuição das carteiras na classe, a fim de permitir ao professor circular com

facilidade entre os grupos. Uma vez identificado o melhor posicionamento, o professor poderá fazer

um mapa dessa distribuição e fixá-lo no mural até que os estudantes consigam arrumar as carteiras

na posição correta.

Existem vários modelos de distribuição das carteiras – em “U”, em semicírculo, em círculo,

em grupos, etc. – que podem favorecer a interação dos estudantes durante as atividades.

Page 12: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

A sala de aula pode ser também um espaço para realização de atividades práticas em

pequenos grupos ou demonstrações conduzidas pelo professor com a participação de toda a classe,

como uma alternativa ao uso do laboratório, quando este não estiver disponível, ou quando o

professor considerar mais adequado realizá-las na própria sala de aula em função da dinâmica

escolhida. Um exemplo é a primeira atividade prática do bimestre, apresentada no capítulo 2, de

verificação da existência material do ar, que poderá ser desenvolvida com os estudantes dispostos

em “U” com a mesa do professor à frente. Nesse caso, o professor poderá solicitar a ajuda de alguns

estudantes e conduzir a atividade em etapas, a fim de que todos tenham oportunidade de fazer os

registros necessários, formular questões e tirar suas dúvidas.

Outros espaços, tais como laboratório de informática, jardim, pátio, etc., poderão ser

utilizados, se disponíveis na escola, em diversas atividades que propomos nos capítulos desta

coleção, ampliando as interações dos estudantes com outras pessoas e espaços do ambiente escolar.

Se houver disponibilidade, sugerimos também explorar espaços não formais de educação,

como museus de ciências, institutos de estudo e pesquisa, jardins botânicos, zoológicos, aquários,

parques estaduais, planetários, entre outros.

5. Acompanhamento da aprendizagem dos estudantes

Para acompanhar a aprendizagem dos estudantes, sugerimos utilizar a Ficha de

acompanhamento das aprendizagens, as Avaliações bimestrais e as aferições de aprendizagem

indicadas nas Sequências didáticas. Esses instrumentos auxiliam o acompanhamento, a análise e a

aferição do desenvolvimento dos estudantes nas habilidades indicadas para o bimestre, bem como

nas competências e nos aspectos socioemocionais.

Disponibilizamos uma Ficha de acompanhamento das aprendizagens para cada bimestre.

Em “Expectativa de aprendizagem”, inserimos habilidades da BNCC, habilidades complementares e

competências. Instigamos os professores a utilizarem essa sugestão de ficha como um modelo e

modificá-la quando considerar necessário, inclusive inserindo outras expectativas de aprendizagem

que desejam acompanhar durante o desenvolvimento dos estudantes.

A concepção de avaliação desta obra é coerente com a concepção de ensino-aprendizagem

assumida pelos autores e materializada na linha metodológica proposta para o desenvolvimento das

competências e habilidades previstas na BNCC e outras complementares. Acreditamos que a

construção do conhecimento se dá na interação com os outros e que o papel da escola não deve se

restringir à transmissão de conteúdos conceituais, mas, sim, desenvolver um conjunto de

competências e habilidades que permitam a formação de cidadãos com condições de fazer uma

leitura crítica da realidade e nela intervir. Dessa maneira, precisamos ampliar nosso olhar sobre o

significado do conceito avaliação, procurando utilizar instrumentos que possam avaliar ao longo do

tempo se as atividades que realizamos com os estudantes atingem os objetivos propostos e não

constituem um mecanismo que se restringe a “mensurar” informações adquiridas.

Page 13: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Nessa perspectiva, acreditamos que a avaliação deve ser contínua e processual e que busque

diagnosticar avanços e fragilidades em nossa prática pedagógica, com base na observação do

desempenho dos estudantes. A avaliação deve auxiliar o professor a delinear estratégias para o

desenvolvimento de seus estudantes a fim de redefinir caminhos, práticas e estratégias que ajudem

no deslocamento de todo o grupo e não apenas dos que apresentam mais facilidade para apreender

determinados conhecimentos em um momento específico do período letivo.

Como todo primeiro bimestre do ano letivo, é muito importante que nesse período o

professor desenvolva atividades que possam ajudá-lo a conhecer a classe como um todo e as

particularidades de cada estudante. As questões e respostas formuladas pelos estudantes e a

maneira como interagem e se organizam fornecerão subsídios importantes para o professor afinar

seu planejamento, fazendo as intervenções necessárias para o deslocamento de todos os estudantes.

Ao longo do ano, mas principalmente no começo, o professor deve procurar avaliar

(avaliação diagnóstica) a situação da classe com relação às competências, às habilidades e aos

conhecimentos conceituais adquiridos em anos anteriores (Ensino Fundamental – Anos Iniciais e 6º

ano). No Manual do Professor, apresentamos sugestões de atividades que permitirão ao professor

fazer essa avaliação diagnóstica.

É importante que, para cada um dos procedimentos didáticos adotados pelo professor, haja

um momento de conversa com a classe sobre os objetivos da atividade, a postura esperada dos

estudantes, os procedimentos que serão realizados e os instrumentos de avaliação que serão

utilizados. Também acreditamos ser necessário que o professor apresente seu plano de avaliação

bimestral, deixando claro quais serão os instrumentos e critérios de avaliação adotados. Se possível,

sugerimos que o professor apresente uma maneira simples de os estudantes organizarem,

registrarem e avaliarem seu desempenho ao longo do bimestre.

A seguir propomos algumas formas de avaliação para este bimestre, em função das

competências e habilidades previstas e dos procedimentos didáticos adotados.

Produção de texto

Para as três atividades práticas propostas neste bimestre – Evidências sobre a existência do

ar, no capítulo 2, Simulação do efeito estufa e Estudo da poluição por material particulado, ambas no

capítulo 3 –, é importante a produção de um relatório ao final de cada atividade. Sugerimos que os

relatórios da primeira e da segunda atividade prática sejam feitos em grupo e na sala de aula, e na

terceira seja feito de forma individual e na residência do estudante. Este é um bom momento para o

professor observar as dificuldades de escrita dos seus estudantes e propor, com a participação dos

professores de outros componentes curriculares, em especial o de Língua Portuguesa, atividades que

possam ajudar o desenvolvimento dos estudantes, principalmente se constatarem neles algumas

dificuldades para este desenvolvimento.

Page 14: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Resolução de questões na classe e na residência do estudante

As questões resolvidas na classe permitem ao professor um acompanhamento mais próximo

dos estudantes, podendo fazer intervenções pontuais e no grupo durante o processo de resolução.

Para as questões a serem resolvidas na residência do estudante, é importante que o professor utilize

dinâmicas que permitam aos estudantes expor o raciocínio usado para a resolução das questões,

bem da atividade e que sane como as dúvidas que surgiram. É de extrema importância que o

professor acompanhe o processo de autocorreção feito pelos estudantes, garantindo o registo

adequado no caderno. A qualidade do registro das aulas pelos estudantes auxiliará no estudo do

conteúdo em momentos posteriores e no desenvolvimento de habilidades de organização e

comunicação, além de fornecer subsídios para uma eventual ajuda externa.

Provas

As provas devem ser utilizadas como instrumentos de avaliação ao longo do bimestre,

podendo o professor organizar provas curtas, contendo poucas questões, que auxiliam a verificar as

dificuldades que estão surgindo ao longo do processo de ensino e aprendizagem e possibilitam

intervenções rápidas e pontuais. Por outro lado, as provas mensais ou bimestrais estimulam os

estudantes a fazer uma revisão do conteúdo trabalhado no período e são mais um instrumento que

ajuda o professor a verificar o desenvolvimento e as dificuldades dos seus estudantes.

Com a finalidade de avaliar diferentes habilidades e competências, é fundamental que o

professor formule não somente questões do tipo teste com alternativas como também questões

dissertativas. Proponha associações, análise de imagens, falso ou verdadeiro, entre outras formas de

avaliação.

Observações de classe

As observações feitas pelo professor no dia a dia letivo devem ajudar a compor o plano de

avaliação a partir de critérios bem definidos. Assiduidade nas aulas, realização de tarefas, postura

adequada nas atividades realizadas na sala de aula (individual, duplas, grupos), participação nas

discussões realizadas e interação com os colegas e o professor são alguns dados que podem compor

um plano de avaliação. Vale destacar que esses comportamentos, envolvendo não só aspectos

cognitivos, mas também socioemocionais, precisam ser estabelecidos como avaliativos em

estratégias claras de acompanhamento e intervenção, em vez de utilizá-los apenas como

instrumentos de controle e avaliação final.

Page 15: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para

apresentar aos estudantes

Há diversas fontes de pesquisa confiáveis que podem ser utilizadas para trabalhar conteúdos

de Ciências com os estudantes de Ensino Fundamental – Anos Finais. Veja a seguir algumas

indicações.

• Ciência Hoje das Crianças: <http://chc.org.br/> (acesso em: 1º out. 2018).

Este site apresenta inúmeras matérias relacionadas ao tema Ciências em linguagem

apropriada para crianças. Indicado para produzir atividades de investigação, leitura e pesquisa.

• IBciência – Canal de Divulgação Científica da Biblioteca do Instituto de Biociências da USP: <www.sibi.usp.br/noticias/ibciencia-canal-divulgacao-cientifica-biblioteca-ibusp/> (acesso em: 1º out. 2018).

O site traz diversos vídeos para divulgar atividades científicas e acadêmicas do Instituto de

Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

• Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP): <www.iag.usp.br/materiais-did%C3%A1ticos> (acesso em: 2 out. 2018).

O site do IAG-USP apresenta materiais didáticos gratuitos sobre temas relacionados à

Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas.

• Ministério do Meio Ambiente: <www.mma.gov.br> (acesso em: 5 out. 2018).

O site do Ministério do Meio Ambiente permite encontrar diversas informações sobre

aspectos ambientais, como a questão da poluição atmosférica.

• PaleoMundo: <www.blogs.unicamp.br/paleoblog/category/paleontologia/> (acesso em: 5 out. 2018).

Blog da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que traz informações sobre fósseis,

ciência e curiosidades.

• UFRGS Ciência: <www.ufrgs.br/secom/ciencia/tag> (acesso em: 5 out. 2018).

Portal de divulgação científica mantido pela Secretaria de Comunicação Social da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Secom/UFRGS).

Page 16: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

7. Projeto integrador

Nosso planeta está esquentando?

Tema Aquecimento global e mudanças climáticas.

Problema central enfrentado Diferentes posicionamentos de cientistas a respeito do aquecimento global e das mudanças climáticas.

Produto final Mesa-redonda: “Nosso planeta está esquentando?”.

Justificativa

O aumento significativo das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera em razão das

atividades humanas é apontado pela maioria dos cientistas como o principal responsável pela

elevação da temperatura na Terra e pelas mudanças climáticas a ela associadas. Alguns cientistas,

entretanto, defendem que causas naturais (por exemplo: vulcanismo) são mais relevantes no

aumento do efeito estufa do que causas antrópicas. Outros ainda defendem que a Terra estaria

passando por uma nova Era Glacial.

Para entender este debate e posicionar-se criticamente a seu respeito, os estudantes

precisam utilizar conhecimentos sobre a dinâmica da atmosfera e os princípios do efeito estufa, bem

como sobre as prováveis consequências das mudanças climáticas para as sociedades e os ambientes.

Assim, este projeto integrador busca contemplar, com base em uma situação-problema cada vez

mais presente no cotidiano de todos e extremamente relevante para pensarmos a respeito do futuro

que desejamos, diversas competências gerais e específicas que devem ser desenvolvidas no decorrer

de sua execução, articulando-as com habilidades e objetos de conhecimento dos componentes

curriculares nele envolvidos.

Competências gerais desenvolvidas

• 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

• 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

• 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Page 17: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

• 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

• 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

• 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

• 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Objetivos

• Pesquisar, na mídia, a relação entre aquecimento global e mudanças climáticas.

• Fazer um levantamento das percepções da comunidade sobre a relação que existe entre aquecimento global e mudanças climáticas.

• Pesquisar a relação entre qualidade do ar e poluição atmosférica.

• Pesquisar em fontes bibliográficas a respeito do efeito estufa.

• Investigar pesquisadores e/ou instituições que sejam reconhecidos pela comunidade científica e que representem diferentes pontos de vista a respeito da relação entre aquecimento global e mudanças climáticas.

• Produzir um livreto que sintetize e divulgue as informações pesquisadas.

• Elaborar uma mesa-redonda que apresente os diferentes pontos de vista dos pesquisadores e/ou das instituições aqui investigados a respeito da relação existente entre aquecimento global e mudanças climáticas.

Page 18: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

Habilidades em foco

Componente curricular

Objeto de conhecimento Habilidade

Ciências Composição do ar (EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição, e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição.

Ciências Efeito estufa

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

Geografia Mapas temáticos do Brasil

(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.

Geografia Mapas temáticos do Brasil (EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões brasileiras.

Matemática Gráficos de setores: interpretação, pertinência e construção para representar conjunto de dados

(EF07MA37) Interpretar e analisar dados apresentados em gráfico de setores divulgados pela mídia e compreender quando é possível ou conveniente sua utilização.

Língua Portuguesa Apreciação e réplica

(EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etc., destacando notícias, fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.

Língua Portuguesa Relação entre textos (EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando a confiabilidade.

Língua Portuguesa

Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos

Apreciação e réplica

(EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), manifestando concordância ou discordância.

Duração

O projeto deve ter duração de dois meses, contemplando espaços para as atividades

individuais e em grupo nas aulas dos quatro componentes curriculares envolvidoss e o trabalho

individual fora do horário escolar.

Material necessário

• Folhas sulfite tamanho A4 para impressão e cópia de atividades

Page 19: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

• Notícias de jornais ou revistas, e textos de opinião que tratam de efeito estufa, mudanças climáticas e aquecimento global

• Livros didáticos, livros paradidáticos ou revistas especializadas nos temas meteorologia, geografia e ciências, entre outros afins

• Caderno para registro (diário de bordo)

• Cartolinas para confecção de cartazes (caso não haja computadores e projetor na escola)

Perfil do professor coordenador do projeto

O professor que coordenará o projeto deverá ter domínio dos objetos de conhecimento das

Ciências aqui contemplados e compreender suas relações com os objetos dos outros componentes

curriculares. O coordenador deve ser capaz de explicar com clareza aos colegas tais relações, estando

aberto para as sugestões deles durante todas as etapas do projeto (planejamento, desenvolvimento

e avaliação), propiciando um ambiente colaborativo entre a equipe pedagógica envolvida, bem como

com os estudantes. Ainda assim, deve saber cobrar dos membros do projeto o cumprimento das

responsabilidades a eles atribuídas. Também é importante que tenha habilidade para lidar com

eventuais imprevistos que podem surgir ao longo do projeto. Por fim, deve posicionar-se como um

tutor dos grupos que serão formados, estimulando a autonomia dos estudantes no desenvolvimento

do projeto.

Desenvolvimento

Etapa 1 – Levantando concepções prévias dos estudantes, informações na mídia e percepções da

comunidade sobre aquecimento global e mudanças climáticas

Para iniciar o projeto, é importante conhecer as concepções prévias dos estudantes sobre os

temas aquecimento global e mudanças climáticas. Este levantamento pode ser feito inicialmente

aplicando-se um questionário individual de sondagem sobre o assunto, contendo perguntas do tipo:

“Você pode citar três palavras que vêm imediatamente a sua mente quando você ouve falar em

efeito estufa?”; “O que você entende por aquecimento global e mudanças climáticas?”. As respostas

deles ajudam a revelar o nível de conhecimento que têm sobre o assunto e eventuais erros

conceituais que possuam. O compartilhamento dessas percepções e conhecimentos prévios entre

eles deve ser feito em uma roda de conversa. Este momento coletivo deve servir ainda para levantar

dúvidas e elaborar questões-problema a serem investigadas durante o projeto.

As duas atividades iniciais (questionário de sondagem e roda de conversa) também têm a

finalidade de despertar a motivação para o desenvolvimento do projeto. Portanto, na sequência,

devem ser apresentadas as informações gerais sobre o projeto, como: objetivos, componentes

curriculares e professores envolvidos, cronograma e metas. Também deve ser feita a organização dos

grupos, tentando garantir perfis heterogêneos e complementares dentro de cada grupo a fim de

favorecer uma interação colaborativa entre integrantes com distintos perfis. Os registros de todas as

etapas do projeto devem ser feitos pelos integrantes dos grupos em um diário de bordo pessoal, o

Page 20: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

qual servirá como referencial para que acompanhem e reflitam sobre a própria aprendizagem no

decorrer do projeto. Para os professores, este material permitirá a avaliação processual de cada

estudante, possibilitando verificar o desenvolvimento das habilidades exigidas nas diferentes etapas

do projeto.

Após a formação dos grupos, devem ser executadas as outras duas atividades desta etapa:

levantamento de informações na mídia sobre o tema aquecimento global e mudanças climáticas e

percepções da comunidade a respeito desse assunto. Para a primeira, os estudantes devem buscar

nos meios de comunicação notícias e textos de opinião que tratem do assunto. Caso os estudantes

tenham acesso à internet na escola e/ou em suas residências, deve-se incentivar o uso dela como

ferramenta de pesquisa. Independente do meio onde a pesquisa será feita, os estudantes devem ser

orientados em relação a como deve ser feito o levantamento de dados e informações, desde a

verificação da confiabilidade das fontes até o modo de organizá-los. Os resultados podem ser

apresentados pelos grupos na forma de exposição oral utilizando cartazes ou, se houver computador

e projetor na escola, em slides.

O levantamento das percepções e opiniões da comunidade deve ser feito com base em um

roteiro de entrevista elaborado conjuntamente pelos professores integrantes do projeto e pelos

estudantes. O objetivo desta atividade é semelhante ao questionário de sondagem aplicado aos

estudantes, porém pode ser formatada de modo diferente e incluir outras perguntas. Os grupos

devem entrevistar familiares e vizinhos e organizar os resultados obtidos para apresentá-los aos

colegas. Deve-se solicitar aos estudantes que criem gráficos de setores para sintetizar as informações

coletadas. Caso os estudantes tenham dificuldade em desenvolver esses gráficos, sugerimos solicitar

a colaboração do professor de Matemática.

Etapa 2 – Entendendo o efeito estufa

Para esta etapa, propomos que os estudantes sejam questionados sobre a sensação de já

terem tido alguma dificuldade para respirar em determinado local. Com base nas respostas deles,

deve-se conduzir a conversa de forma que eles consigam propor uma hipótese para esse fato. Em

seguida, eles devem pesquisar sobre dois temas:

• a qualidade do ar em Pequim, na China, e o impacto dela na saúde de seus cidadãos; e

• a relação entre a cidade de Cubatão e a poluição atmosférica.

Com os resultados da pesquisa, esperamos que os estudantes percebam que o ar é uma

mistura de gases cuja composição pode sofrer variações dependendo das atividades desenvolvidas

na região. Assim, a liberação de poluentes na atmosfera compromete a qualidade do ar naquela

região (e em regiões próximas). Nesse sentido, é importante que eles discutam a respeito das ações

e processos que alteram a composição do ar melhorando ou comprometendo sua qualidade para,

por exemplo, a respiração.

Na atividade seguinte, o objetivo é que os estudantes se aprofundem nos conhecimentos

sobre o efeito estufa, os fatores que nele atuam ou que podem alterar seu funcionamento natural e

Page 21: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

a importância que ele tem para a manutenção da vida na Terra, analisando os riscos associados a sua

intensificação em razão das emissões de gases de efeito estufa por atividades antrópicas. Dessa

forma, os estudantes podem constatar que a poluição atmosférica pode causar efeitos locais e

globais. Para tanto, eles precisarão pesquisar em materiais específicos – livros didáticos,

paradidáticos, revistas especializadas – de áreas de conhecimento relacionadas ao assunto –

meteorologia, geografia, etc. – a fim de compreender:

• os conceitos científicos básicos para entender o efeito estufa;

• os processos naturais e antrópicos que podem alterar a composição do ar atmosférico e, com isso, interferir no efeito estufa;

• a diferença entre variações e mudanças climáticas;

• as controvérsias/polêmicas presentes nas discussões a respeito da ocorrência ou não do fenômeno do aquecimento global da Terra; e

• os cenários futuros previstos pelos modelos de mudanças climáticas para as diferentes regiões do mundo e também do Brasil.

Assim como na etapa do levantamento de informações na mídia sobre o tema aquecimento

global e mudanças climáticas, devem-se reforçar aqui os procedimentos necessários para obter

dados e organizá-los adequadamente. A busca na internet, caso os estudantes tenham acesso a ela,

deve ser incentivada não só por causa da facilidade de se encontrar informações, mas também para

que eles desenvolvam/aperfeiçoem habilidades relativas à identificação de fontes confiáveis e à

seleção de dados e informações relevantes e pertinentes para o objetivo da pesquisa em meio à

enorme quantidade de materiais que estão disponíveis sobre o tema na rede.

Etapa 3 – Conhecendo os diferentes posicionamentos sobre aquecimento global e mudanças

climáticas

O objetivo específico desta etapa é que, com base no tema do projeto integrador, os

estudantes consigam compreender a Ciência como uma atividade humana, cuja produção é

influenciada pelo contexto social e histórico no qual se desenvolve, ressaltando o caráter não neutro

da atividade científica, em que os valores sociais e as visões de mundo dos cientistas atuam de

maneira decisiva na produção do conhecimento científico. Para tanto, cada grupo deve escolher pelo

menos três pesquisadores e/ou instituições que sejam reconhecidos pela comunidade científica e

que representem diferentes pontos de vista a respeito do tema aquecimento global. Baseados em

fontes de pesquisa e dados confiáveis, devem ser levantadas as seguintes informações sobre o(a)

pesquisador(a) ou instituição:

• Quem é ele(a)?

• Qual é sua formação acadêmica e fonte(s) de financiamento (no caso de pesquisadores) ou composição e fonte(s) de financiamento (no caso de instituições)?

• Quais são os possíveis valores éticos/morais que possui em relação a este tema?

Page 22: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

• Que argumentos utiliza para defender seu ponto de vista? Esses argumentos se embasam em conhecimentos científicos pertinentes?

• Podem existir conflitos de interesse ou interesses implícitos em relação às posições que defende? Quais?

A orientação dos professores nesta etapa é essencial para que os estudantes consigam obter

tanto informações mais específicas (por exemplo: fontes de financiamento) quanto aquelas que

exigem um nível de abstração maior (como identificação dos valores morais/éticos dos

pesquisadores e das instituições). Do mesmo modo que nas etapas anteriores, a utilização correta da

internet como fonte de pesquisa, caso haja possibilidade de acesso pelos estudantes, deve ser

incentivada. Para cada pesquisador/instituição escolhida, o grupo deve criar uma ficha biográfica na

qual estejam organizadas as informações levantadas.

O produto das etapas 2 e 3 é a elaboração de um livreto ilustrado contendo um texto

sintetizando as informações coletadas nas pesquisas, escrito em linguagem acessível ao público

geral, o qual deverá ser divulgado à comunidade escolar e à população da região onde a escola está

localizada. Deve-se orientar os estudantes a incluir na coleta de dados e informações o uso de

gráficos e mapas que permitam compreender, por exemplo, as séries históricas de emissões de gases

de efeito estufa e os cenários previstos de mudanças climáticas para as diferentes regiões do Brasil,

além da vulnerabilidade de suas populações a tais mudanças. Dessa maneira, enfatizamos a

importância de reproduzir (ou produzir, se for o caso) tais gráficos e mapas no livreto a fim de

trabalhar as habilidades indicadas neste projeto para as componentes de Geografia e Matemática,

preferencialmente, com o apoio dos professores desses componentes curriculares. Caso haja

condições técnicas e financeiras, os materiais dos grupos podem ser divulgados em um blog, site ou

página de alguma rede social e/ou impressos para serem distribuídos ao público. A própria

elaboração dos livretos, caso seja possível, pode ser feita utilizando-se computadores. É importante

que o professor não se esqueça que os estudantes precisam registrar individualmente nos diários de

bordo aquilo que foi desenvolvido em cada uma destas etapas.

Etapa 4 – Simulando um debate científico sobre aquecimento global e mudanças climáticas (Mesa-

redonda: “Nosso planeta está esquentando?”)

Como produto final do projeto, deve ser organizada uma mesa-redonda em que cada grupo

escolherá um integrante para participar do debate, representando o pesquisador ou a instituição que

pesquisaram na etapa anterior. Os professores devem garantir que as diferentes visões presentes no

debate sobre o tema aquecimento global sejam contempladas na mesa-redonda, a fim de simular os

embates reais que acontecem no meio científico. Para enriquecer o debate, sugerimos que os

professores proponham a cada grupo escolher um pesquisador ou instituição que tenha uma posição

distinta daquela que a maioria dos integrantes do grupo tem, favorecendo o exercício da alteridade e

da tolerância a opiniões distintas das que possuem.

A dinâmica da mesa-redonda deve ser definida pelos professores do projeto baseada em

sugestões feitas pelos estudantes. É necessário que haja um mediador (professor ou estudante) que

Page 23: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

conduza as discussões alicerçado em um roteiro previamente estabelecido e que garanta a

participação equitativa dos participantes no debate. A comunidade escolar e os moradores dos

bairros do entorno da escola devem ser convidados para assistir à mesa-redonda, podendo ser

aberto espaço para perguntas aos estudantes. Caso o livreto produzido nas duas etapas anteriores

tenha sido impresso, ele deve ser distribuído aos que estão presentes na plateia – o público, ainda,

deve ser informado de como acessar este material pela internet, caso tal divulgação tenha sido feita.

Deve-se avaliar também a possibilidade de gravar em meio audiovisual a mesa-redonda, a fim de que

o vídeo desta atividade seja disponibilizado on-line.

Proposta de avaliação das aprendizagens

A avaliação das aprendizagens baseada em objetivos voltados ao desenvolvimento de

competências deve permear o presente projeto. Para tanto, deve ser pensada como uma avaliação

processual apoiada em diferentes instrumentos avaliativos, permitindo não só a avaliação dos

estudantes pelos professores, mas também que eles autoavaliem a aprendizagem. Para o primeiro

caso, os professores podem criar uma matriz em que relacionem, para cada atividade proposta

durante o projeto, quais as competências específicas eram esperadas que os estudantes

desenvolvessem e quais indicadores são adequados para apontar se elas foram alcançadas. A

avaliação periódica das atividades individuais (por exemplo, diário de bordo) permite identificar

avanços e dificuldades de cada estudante, impedindo que as últimas sejam mascaradas pelo trabalho

coletivo em grupo e propiciando que se abra espaço para que os professores solicitem aos colegas do

grupo que tiveram melhor desempenho no desenvolvimento de determinada competência que

auxiliem aqueles com maiores dificuldades.

Para a autoavaliação dos estudantes, é importante que eles consigam diferenciar o próprio

desempenho nos trabalhos individuais e nos trabalhos em grupo. Além de questionários específicos

para a autoavaliação e a avaliação do grupo, os professores podem solicitar a cada estudante que, ao

final do projeto, revisite as respostas que deram ao questionário de sondagem aplicado no início e

relate possíveis mudanças de concepções que ocorreram ao longo do processo. Reler o diário de

bordo poderá permitir a identificação de quais atividades contribuíram mais significativamente para

tais alterações, funcionando como um processo de autoconhecimento.

Para saber mais – aprofundamento para o professor

FÓRUM Brasileiro de Mudança do Clima. Disponível em: <www.fbmc.com.br/>

(acesso em: 9 set. 2018).

LEITE, J. C. Controvérsias na Climatologia: o IPCC e o aquecimento global

antropogênico. Scientiæ zudia, v. 13, n. 3, p. 643-677, 2015. Disponível em:

<www.scielo.br/pdf/ss/v13n3/2316-8994-ss-13-03-00643.pdf> (acesso em: 9 set.

2018).

Page 24: 1º bimestre Plano de desenvolvimento...Material Digital do Professor Ciências – 7º ano 1º bimestre – Plano de desenvolvimento • Capítulo 2 – A primeira atividade prática

Material Digital do Professor

Ciências – 7º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

MINISTÉRIO do Meio Ambiente. Política Nacional sobre Mudança do Clima.

Disponível em: <www.mma.gov.br/clima/politica-nacional-sobre-mudanca-do-

clima.html> (acesso em: 9 set. 2018).

PAINEL Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC). Alterações Climáticas

2013: a base científica. Disponível em: <www.ipcc.ch/pdf/reports-nonUN-

translations/portuguese/ar5_wg1_spm.pdf> (acesso em: 9 set. 2018).

TAMAIO, I. Educação ambiental e mudanças climáticas: diálogo necessário num

mundo em transição. MMA-DEA: Brasília, 2013. 98 p. Disponível em:

<www.mma.gov.br/images/arquivo/80062/Livro%20EA%20e%20Mudancas%20Clima

ticas_WEB.pdf> (acesso em: 9 set. 2018).

TED – Palestras sobre aquecimento global e mudanças climáticas. Disponível em:

<www.ted.com/search?q=global+warning> (acesso em: 9 set. 2018).