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Apostila de Contabilidade
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ii
Sumário
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1
1.1 EMENTA 1
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1
1.3 OBJETIVOS 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1
1.5 METODOLOGIA 3
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 4
2. INTRODUÇÃO 6
2.1 A CONVERGÊNCIA DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS ÀS INTERNACIONAIS 6
2.2 AMPLITUDE 8
2.3 CONCEITOS BÁSICOS 13
2.4 ATIVOS OPERACIONAIS E NÃO OPERACIONAIS 15
2.5 REGIME DE COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA 15
2.5.1 REGIME DE COMPETÊNCIA 15
2.5.2 REGIME DE CAIXA 17
2.6 CONTABILIDADE GERENCIAL X CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 19
2.6.1 PRINCIPAIS DIFERENCIAÇÕES 19
2.6.2 CONTABILIDADE GERENCIAL 20
2.7 INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS 22
2.8INTER-RELAÇÃO ENTRE AS PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
31
32
3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA: CONSOLIDAÇÃO DOS INDICADORES A
PARTIR DA CONCEPÇÃO BÁSICA. 44
4. TAXA DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS (COMBINAÇÃO GIRO X
MARGEM) 61
5. ROTEIRO DE ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA 62
5.1 MODELO - ANEXO I 62
iii
5. AUTO AVALIAÇÃO 69
6. ATIVIDADE: ANÁLISE E DIAGNÓSTICO EMPRESARIAL 78
6.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 78
6.2 ASPECTOS VINCULADOS À CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 78
6.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E ATIVIDADES DESDE A FUNDAÇÃO 78
6.4 ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E ORGANIZACIONAIS 79
6.5 ASPECTOS CULTURAIS 79
6.6 ASPECTOS TÉCNICOS 80
6.7 CAPACIDADES COMPETITIVA ATUAL - TECNOLOGIA EMPREGADA - ESCALA DE
PRODUÇÃO 81
6.8 SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS 83
6.9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 84
1
Contabilidade para Executivos em Saúde
1. Programa da disciplina
1.1 Ementa
Os princípios fundamentais da contabilidade para organizações e sistemas de
saúde. Regime de competência versus regime de caixa. Principais demonstrações
contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e Demonstração das
mutações do Patrimônio Líquido. Fluxo de Caixa.
1.2 Carga horária total
24 horas-aula.
1.3 Objetivos
Apresentar bases conceituais e sistêmicas voltadas ao aperfeiçoamento do processo
decisório na gestão empresarial, baseado na importância estratégica da ciência
contábil em suas interfaces com os diferentes campos de atividade de um
empreendimento. Subsidiar a aplicação prática de um diagnóstico da situação
econômico-financeira de empresas atuantes em diferentes setores da economia.
1.4 Conteúdo programático
Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade
A preocupação primeira, neste item, diz respeito à abordagem dos conceitos
básicos inerentes aos primeiros passos para o entendimento e conscientização da
importância da contabilidade como instrumento de gestão empresarial. Trata-se de
abordagens voltadas às ideias básicas por trás da formação e movimentação dos
números de qualquer empreendimento. Destacam-se, neste particular, os conceitos
de ativos e passivos na composição da estrutura patrimonial bem como na sua
movimentação, abrangendo as diferenciações entre receita, ganho, gasto,
2
Contabilidade para Executivos em Saúde
investimento, custo, despesa, perda, ingresso e desembolso. Procurar-se-á abordar
os princípios fundamentais da contabilidade e suas interações neste contexto.
As Principais Demonstrações Financeiras e suas Inter-relações à Luz dos
Conceitos Básicos
Após a preparação básica do item anterior, serão apresentados e discutidos os
principais instrumentos contábeis de avaliação de performance corporativa e a
inter-relação dos mais variados demonstrativos, com especial ênfase à
aplicabilidade dos conceitos básicos nas suas composições numérico-quantitativa e
qualitativa:
Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Exercício
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração do Valor Adicionado
Demonstração do Fluxo de Caixa (ou Fluxo Financeiro)
Demonstração da Apuração do Custo Industrial (ou de Serviços) e do Custo
dos Produtos/Serviços Vendidos
Regime de Competência versus Regime de Caixa: Diferenciações,
Relevância e Aplicabilidade na Formação e Dinâmica Patrimonial.
Para a aplicação dos conceitos básicos no correto dimensionamento dos bens,
direitos e obrigações integrantes da Estrutura Patrimonial de um empreendimento,
através do Balanço Patrimonial, é de fundamental importância o entendimento dos
regimes de competência e de caixa na alocação contábil dos valores envolvidos. A
inadequação da aplicabilidade de tais Regimes pode promover distorções
extremamente comprometedoras da situação econômica, financeira e patrimonial
da entidade envolvida.
Contabilidade Financeira (ou Societária) versus Contabilidade Gerencial:
Diferenciações, Objetivos e Principais Usuários.
Abordagem dos aspectos técnicos, legais e conceituais perante os diferentes
usuários da contabilidade. A contabilidade gerencial como instrumento de controle,
poder da informação e de tomada de decisões e as limitações da contabilidade
financeira frente às normas e procedimentos contábeis impostos pelas legislações
fiscal e comercial.
Indicadores Econômicos Financeiros
Análise vertical e horizontal dos elementos integrantes da estrutura de resultados
de um empreendimento, com a evidenciação das diferenças entre lucratividade e
rentabilidade. Indicadores de performance da dimensão econômica abrangendo:
retorno sobre os recursos próprios, retorno sobre os investimentos (ativos) e grau
de alavancagem financeira; análise combinada do giro do ativo e das margens de
lucro no contexto do comportamento do retorno dos investimentos (ativos). Análise
qualitativa da medida de solvência com a apreciação combinada dos indicadores
quociente de solvência, valor patrimonial da ação e cotação média das ações no
mercado de capitais. Lucro por ação x dividendo por ação: análise qualitativa no
contexto da política de dividendo; outros indicadores pertinentes à dimensão
3
Contabilidade para Executivos em Saúde
econômica. Indicadores de performance da dimensão econômica abrangendo:
análise da capacidade de pagamento pelo fluxo financeiro; análise dos quocientes
de liquidez imediata, corrente e seca; giro dos estoques prazo médio de
recebimentos e de pagamentos no contexto do ciclo operacional; as origens e
aplicações do processo evolutivo do capital circulante líquido e suas interações com
o fluxo financeiro. Interpretação dos indicadores das dimensões econômica e
financeira, buscando-se os fatores circunstanciais de natureza estrutural (empresa)
e conjuntural (nacional e internacional) com a evolução numérica física e
monetária.
1.5 Metodologia
Serão feitas exposições orais e gráficas com a utilização de recursos audiovisuais
em aulas participativas. Serão utilizados vários exercícios para atividades
individuais e em grupo, abrangendo casos reais, visando à fixação e à aplicação
prática das bases conceituais no contexto do objetivo.
1.6 Critérios de avaliação
Os participantes serão avaliados pelo seu desempenho em classe; (a) por avaliação
individual escrita a ser feita durante ou no final da disciplina; (b) pelas
contribuições individuais nos trabalhos em grupo.
1.7 Bibliografia recomendada
IUDÍCIBUS, Sergio de, MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de
contabilidade societária. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria de contabilidade. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não
contadores. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10 ed., São Paulo: ed Atlas 2010.
Leis 6.404/76; 10.303/01; 11.638/07; 11.941/08 e 12.973/14.
Instrução Normativa 1.515 - SRF
Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC.
CALDAS, Sérgio Leal, ZANINI, Marco Túlio, ALMEIDA, Ana Luiza de Castro, SILVA
Jr., Antônio Batista da, MIGUELES, Carmem, BRUNO, Léo, GUIMARÃES, Ricardo,
PINHEIRO, Rômulo. Gestão integrada de ativos intangíveis. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark/Fundação Dom Cabral, 2008.
4
Contabilidade para Executivos em Saúde
________. Intangíveis – o lado oculto da gestão empresarial. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Digitaliza/PUC-Rio/IAG, 2014.
IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de balanços. 10. ed., São Paulo: ed. Atlas, 2009.
NETO, Alexandre Assaf. Estrutura e análise de balanços: Um enfoque econômico-
financeiro. 9. ed., São Paulo: ed. Atlas, 2010.
Curriculum vitae do professor
Sérgio Leal Caldas é Mestre em Administração Pública pela FGV/Ebape – Rio, Pós-
Graduado em Mercado de Capitais e em Controladoria Empresarial,
respectivamente pela Escola de Pós-Graduação em Economia - FGV/EPGE-Rio, e
pelo Instituto Superior de Estudos Contábeis FGV/ISEC-Rio. Economista e
Contador, com experiência intensiva nas áreas de contabilidade financeira,
gerencial e avançada, análise de projetos industriais e avaliação de empresas.
Exerceu funções técnicas, executivas e de assessoramento na Contamec -
Contabilidade Mecanizada Ltda., na Área de Controladoria da ex Cia. Telefônica
Brasileira (posterior Telerj e Telefônica), e na Divisão de Análise de Projetos
Industriais e Comerciais do Banco de Investimentos e Desenvolvimento COPEG S/A
(ex Estado da Guanabara). Foi Coordenador de Estudos Especiais; Superintendente
Adj. de Controladoria, e Chefe da Assessoria de Informações e Contabilidade
Gerencial da Companhia Siderúrgica Nacional destacando-se ainda, nesta empresa,
como membro do Comitê Técnico e Executivo para padronização de normas e
procedimentos contábeis das empresas do setor siderúrgico estatal. Exerceu, no
Sistema BNDES, funções de natureza técnico-executiva em áreas operacionais.
Integrou o quadro gerencial de consultores da Directa BDO Auditores e Consultores
S/C. Foi Chefe da área de Planos de Atividades da PETROBRAS (Orçamento) em sua
Divisão de Planejamento Tático. Foi membro do corpo de Assessoramento da Área
de Planejamento da PETROBRAS para o desenvolvimento e implantação de
programas de parcerias empresariais. Ainda nesta empresa, exerceu, junto à sua
área de Desenvolvimento de Recursos Humanos, atividades voltadas ao
aperfeiçoamento e à capacitação técnico-gerencial, bem como à consultoria interna,
particularmente, em questões afetas à avaliação e à gestão empresarial no âmbito
dos programas de parcerias. Como membro da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra exerceu funções de Assessor Econômico; Adjunto da
Coordenação; Assessor Especial; Assessor de Ética, e Assessor para Assuntos
Psicossociais. Como docente de cursos de pós-graduação lato-sensu, integra os
quadros da Fundação Getúlio Vargas, tendo atuado em sua Escola de Pós-
Graduação em Economia da - EPGE/FGV-Rio, na sua Escola de Administração de
Empresas de São Paulo – EAESP/FGV, e atualmente, na FGV/MANAGEMENT e na
Escola de Economia de São Paulo – EESP/FGV. No âmbito da FGV-Rio, foi
coordenador dos cursos de pós-graduação em ‘Avaliação de Empresas’ e ‘FGV
Business – Finanças Corporativas’. Ainda em nível de pós-graduação, parta no
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais - IBMEC e atuou no Centro de Estudos
Empresariais Cândido Mendes. Foi também professor de mestrado do Instituto de
Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - COPPEAD/UFRJ. Ainda em
5
Contabilidade para Executivos em Saúde
programas de pós-graduação, em nível de especialização e de mestrado, é também
professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio em seu
Instituto de Administração e Gerência – IAG. Como consultor empresarial, atuou
no Instituto Militar de Engenharia – IME. É, atualmente, diretor do Centro
Interamericano de Parcerias Empresariais – CIPE, coordenador de programas de
consultoria empresarial, na PUC-Rio/IAG, voltados à avaliação de elementos
intangíveis e à recuperação de empresas. É ainda professor orientador do programa
Global MBA Manchester Business School - The University of Manchester, oriundo da
parceria FGV e a Universidade de Manchester. . É autor das obras A correção
monetária nas demonstrações contábeis (Atlas, 1995) e INTANGÍVEIS – O Lado
Oculto da Gestão Empresarial (Digitaliza/PUC-Rio/IAG, 2014). É ainda coautor da
obra Gestão integrada de ativos intangíveis (Qualitymark/Fundação Dom Cabral),
indicada ao Prêmio Jabuti em 2009, e de diversos trabalhos em revistas
especializadas. Pesquisador autônomo de filosofia e psicologia voltado
interatividade destes campos com as expressões numéricas das organizações.
6
Contabilidade para Executivos em Saúde
2. Introdução
2.1 A convergência das práticas contábeis brasileiras
às internacionais
Nota de Esclarecimento
As alterações da legislação societária, promovidas pelas Leis 11.638/07 e
11.941/08, visam adequar a então Lei das Sociedades por Ações – Lei 6.404/76 -,
especialmente quanto aos aspectos contábeis, à nova realidade econômica
brasileira junto à globalização dos mercados, como ainda ao consequente processo
evolutivo dos princípios e fundamentos da Contabilidade no âmbito mundial.
Neste contexto, as várias alterações legislativas nas esferas da Comissão de
Valores Mobiliários – CVM – lastreadas no então criado Comitê de Pronunciamentos
Contábeis – CPC, e do Ministério da Fazenda, buscam imprimir condições
harmônicas entre as práticas contábeis adotadas no Brasil, e respectivas
demonstrações, àquelas requeridas pelo mercado financeiro internacional. Para
tanto, um programa de convergência, no Brasil, que se apresentou basicamente
concluído no ano de 2010 – e em processo corrente de revisões, atualizações,
ajustes e complementações pertinentes -, vem promovendo toda uma adequação
de nossas práticas contábeis nesta direção, já a partir das demonstrações contábeis
referentes ao exercício de 2008.
Os denominados International Accounting Standard (IAS) são normas
internacionais de contabilidade – também conhecidos como ‘pronunciamentos’ –
emitidas pelo International Accounting Standard Committee - IASC, criado em 1973
por cerca de 10 países assim discriminados: Alemanha, Austrália, Canadá, Estados
Unidos, França, Irlanda, Japão, México, Países baixos e Reino Unido. Sua finalidade
é a de formular um novo padrão de normas contábeis internacionais que deva ser
universalmente aceito. Nos anos subsequentes outros países e instituições se
integraram ao IASC.
No ano de 2001, foi efetuada uma alteração na estrutura da instituição. Como
órgão do IASC, foi sendo criado o International Accounting Standard Board - IASB,
que, por sua vez, assumiu as responsabilidades técnicas do IASC, especialmente no
que tange às edições de ‘pronunciamentos’. Posteriormente a sua criação, os
7
Contabilidade para Executivos em Saúde
novos ‘pronunciamentos’ editados passaram a ser denominados de IFRS –
International Financial Reporting Standard, não obstante ainda existirem vários
‘IAS’ ainda em vigor.
No momento atual, cerca de 100 países, inclusive o Brasil, vem exigindo de suas
empresas a adoção destes pronunciamentos contábeis tendo como base às
determinações do IASB órgão este que pode ser definido como sendo um conselho
internacional de normas contábeis, com tendência universal em suas
aplicabilidades.
Dentre os vários aspectos inerentes a esta padronização, destacam-se as
vantagens junto ao mercado internacional para a análise dos demonstrativos
contábeis por parte dos investidores estrangeiros interessados em realizar
operações em nosso país, como ainda dos nossos investidores nacionais com
atividades no exterior. Outra vantagem, neste particular, é a redução de custos
administrativos das empresas que atuam em vários países que, no momento,
necessitam elaborar demonstrações contábeis com base em parâmetros
diferenciados.
Sérgio Leal Caldas
8
Contabilidade para Executivos em Saúde
2.2 Amplitude
Antes de existir, um empreendimento é concebido, e esta concepção é influenciada
por fatores educacionais e culturais emanados do elemento humano, abrigo
nascedor de suas ideias básicas. Na sua implantação e operacionalização, o
empreendimento sofre influências diretas e indiretas das várias ciências e teorias
hoje existentes, cujo “mix” de atuação conjunta depende da própria natureza de
cada empreendimento. Por sua vez, a gestão de todo e qualquer empreendimento é
baseada e expressa obviamente, através de números. E a contabilidade, como
9
Contabilidade para Executivos em Saúde
ciência e como instrumento de poder e de gestão, atua no uso disciplinado desses
números, alocando-os de forma lógica, organizada e consistente no intuito de
permitir aos seus vários usuários à implementação, de formas de controles, de
acompanhamento e de análise e interpretação da situação econômica, financeira e
patrimonial do empreendimento, em parte ou em seu todo. A formação dinâmica
dos números, no âmbito desta disciplina, atua sistematicamente na estrutura
patrimonial de um empreendimento, a qual expressa, de um lado, o elenco dos
investimentos e do outro, as respectivas fontes de financiamentos.
A partir deste ponto, surgem os vários instrumentos de controle, de
acompanhamento e de mensuração de performance do empreendimento, dos quais
as demonstrações contábeis são peças fundamentais. Por sua vez, essas
demonstrações contábeis servem ao usuário da contabilidade na tradução numérica
retrospectiva e prospectiva da gestão de um empreendimento, respectivamente
10
Contabilidade para Executivos em Saúde
baseadas em fatos e em perspectiva de natureza estrutural (do próprio
empreendimento) e conjuntural (cenários nacionais e internacionais).
Neste contexto, todas as ciências, teorias e suas ramificações, ao atuarem de forma
direta ou indireta em um empreendimento – através de elementos tangíveis e
intangíveis – estarão, objetiva ou subjetivamente, exercendo influência na
formação e na dinâmica dos números, integrantes da estrutura patrimonial. Com
base nesta formação numérica, são extraídos os indicadores das dimensões
11
Contabilidade para Executivos em Saúde
econômica, financeira, física e de produtividade que propiciarão, ao gestor e demais
usuários das demonstrações contábeis, as condições básicas para ajuizar a situação
do empreendimento sob a égide destas dimensões.
Estando tais indicadores assentados em sólidas bases conceituais envolvidas com a
formação e a dinâmica dos números integrantes da Estrutura Patrimonial do
empreendimento, resta-nos, pois, a análise e a interpretação do seu conteúdo e
particularmente do seu processo evolutivo. Neste sentido, a busca das causas
primárias de natureza tangível e intangível, no âmbito estrutural (empresa ou
empreendimento) ou conjuntural (nacional e internacional), torna-se fator decisivo
à condução da gestão empresarial em suas mais variadas áreas de atuação.
Como elementos tangíveis, dentre muitos outros, a figura abaixo assim os
exemplifica:
ELEMENTOS
TANGÍVEIS
EQUIPAMENTOS MÁQUINAS
TERRENOS
VEÍCULOS
INSTALAÇÕES
MATERIAIS
DIVERSOS
UTENSÍLIOS
OBRAS CIVIS
OUTROS
MERCADORIAS
MATÉRIAS-PRIMAS
MATERIAIS DE
EMBALAGEM
12
Contabilidade para Executivos em Saúde
Já na figura a seguir, é exemplificado um elenco de elementos de natureza
intangível que exercem influência direta ou indireta nos números apresentados por
um empreendimento, como consequência do seu processo de gestão:
13
Contabilidade para Executivos em Saúde
2.3 Conceitos Básicos
Ativo: Bens e direitos pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.
Passivo: Obrigações de uma pessoa física ou jurídica, contraídas junto à outra (as)
pessoa (as) física (as) ou jurídica (as).
Sentido Restrito = Exigibilidades
Sentido Amplo = Exigibilidades + Recursos Próprios
Patrimônio: Conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa
física ou jurídica.
PATRIMÔNIO = ESTRUTURA PATRIMONIAL
Formas Análogas de Expressão
Bens e
Direitos ↔ Obrigações ↔
Junto a Terceiros
Junto aos Proprietários
Investimentos ↔ Financiamentos ↔
Recursos de Terceiros
Recursos Próprios
Aplicação de
Recursos
↔ Origem de
Recursos ↔
De Terceiros
Próprias
Usos de
Recursos
↔ Fontes de
Recursos ↔
De Terceiros
Próprias
Ativo ↔ Passivo ↔
Exigibilidades
Patrimônio Líquido
Devedores ↔ Credores ↔
Externos
Internos
Efeitos ↔ Causas ↔
Externas
Internas
14
Contabilidade para Executivos em Saúde
Patrimônio Líquido: Conjunto de bens e direitos de uma pessoa física ou jurídica,
deduzida das suas obrigações para com terceiros.
Entidade: Conjuntos de pessoas, recursos e organizações capazes de executar
atividade econômica, como meio ou como fim.
Receita1: Ingresso2 de recursos para o patrimônio de uma entidade sob a forma de
bens ou direitos, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de
produtos ou à prestação de serviços, podendo também derivar de remunerações
sobre aplicações ou operações financeiras.
Ganho: Bem3 ou serviços obtido de forma anormal ou involuntária.
Ingresso:
1. Sentido Global - Entrada de bens e direitos na estrutura patrimonial de
uma entidade.
2. Sentido Restrito4 - Recebimento de bens numerários resultantes do
processo de gestão da estrutura patrimonial de uma entidade.
Gasto5: Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um
produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa
de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Investimentos6: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios
atribuíveis a futuro(s) período(s).
Custo7: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e
serviços.
Despesa8: Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de
receitas.
Desembolso9: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço10.
Perda: Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária.
1 MARTINS, ELISEU. Contabilidade de Custos. 10ª ed., São Paulo: Atlas, 2010 2 O termo “ingresso” é aplicado aqui em sentido amplo ou global. 3 No sentido amplo do termo. 4 MARTINS, ELISEU. Op.cit.. 5 MARTINS, ELISEU. Op.cit.. 6 MARTINS, ELISEU. Op.cit.. 7 MARTINS, ELISEU. Op.cit.. 8 MARTINS, ELISEU. Op.cit.. 9 MARTINS, ELISEU. Op.cit.. 10 No sentido amplo do termo.
15
Contabilidade para Executivos em Saúde
2.4 Ativos Operacionais e Não Operacionais
Operacionais - Bens e direitos vinculados aos objetivos sociais da entidade.
1. Operantes: Ativos vinculados aos objetivos sociais da entidade que,
efetivamente, contribuem para a geração de receitas operacionais.
2. Não operantes: Ativos vinculados aos objetivos sociais da entidade que,
ociosos, em construção ou em implantação, não estão contribuindo para a
geração de receitas operacionais.
Não Operacionais - Bens e direitos vinculados às atividades estranhas aos
objetivos sociais da sociedade.
1. Operantes: Ativos que, embora estranhos aos objetivos sociais da entidade,
contribuem para a geração de receitas de natureza extra operacional.
2. Não operantes: Ativos estranhos aos objetivos sociais da entidade que,
ociosos, em construção ou em implantação, não geram receitas extra
operacionais
2.5 Regime de Competência X Regime de Caixa
2.5.1 Regime de Competência
O Regime de Competência é adotado pela contabilidade das empresas, visando
dotá-las de uma fiel expressão monetária de todos os seus Bens, Direitos e
Obrigações representativas de sua Estrutura Patrimonial. A Lei das Sociedades por
Ações (Leis 6.404/76 e 11.638/07), em seu artigo nº 177, determina que:
RECEITAS
GANHOS
INGRESSOS
INVESTIMENTOS
CUSTOS
DESPESAS
PERDAS
DESEMBOLSOS
OPERACIONAIS
Parcela vinculada aos produtos ou
serviços que constituem os
objetivos sociais da entidade.
NÃO OPERACIONAIS
Parcela vinculada à atividade ou
evento extraordinário, fora dos
objetivos sociais da entidade.
16
Contabilidade para Executivos em Saúde
"A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com
obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios uniformes
no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência."
Não poderia ser de outra forma, pois tal Regime encerra uma lógica coerência
técnica para retratar a Situação Econômico-Financeira de todo e qualquer
empreendimento.
Toda pessoa jurídica, seja ela empresa comercial ou industrial, entidade
filantrópica, instituição financeira, clube recreativo, etc., é dotada, para existir, de
uma Estrutura Patrimonial - ou simplesmente denominada "Patrimônio".
Este Patrimônio é formado pelo conjunto de Bens, Direitos e Obrigações. Os Bens e
Direitos integram o elenco de "Investimentos" da pessoa jurídica, termo este que,
no caso, é sinônimo de "Ativos".
Por sua vez, as Obrigações compõem o então denominado "Passivo", ou seja, as
fontes de financiamentos daqueles investimentos (Ativos). Neste caso, o termo
"Passivo" é tratado no seu sentido amplo, representando as obrigações para com
terceiros (dividas) e para com os proprietários (Patrimônio Líquido).
Ressalta-se, todavia, que no seu sentido restrito, o termo "Passivo" está
relacionado às exigibilidades (Dívidas) das pessoas jurídicas. Neste contexto, o
Artigo nº 184 da Lei das Sociedades Anônimas (Leis 6.404/76 e 11.638/07), ao
disciplinar os critérios de avaliação do Passivo, assim determina em seu inciso I:
“as obrigações, encargos e riscos, conhecíveis ou calculáveis*, inclusive
imposto de renda a pagar com base no resultado do exercício, serão
computados pelo valor atualizado até a data do balanço."
O Patrimônio Líquido (ou Capital Próprio) é determinado pela diferença entre o
somatório dos Bens e Direitos (Ativos) e de todas as Dívidas (Capital de Terceiros)
das pessoas jurídicas.
Teríamos, então, a síntese do que acabamos de dizer, assim demonstrada:
Esta estrutura patrimonial, na expressão dos diferentes itens que a compõem,
sofre, em função da dinâmica operacional ou dos efeitos inflacionários, um processo
de mutação constante, o qual promove, como consequência, aumentos ou reduções
dos recursos dos proprietários (Patrimônio Líquido).
Passivo+PL
(Financiamentos)
. Recursos de terceiros
(Dívidas)
. Recursos dos
proprietários (Capital
próprio ou patrimônio líquido)
Ativo
(Investimentos)
• Bens e direitos
17
Contabilidade para Executivos em Saúde
E esta dinâmica operacional, ora referida, é representada pelo conjunto de receitas
e demais formas de ingressos de recursos (aportes de capital, subvenção para
investimentos, empréstimos / financiamentos bancários, etc.), versus os gastos
com Investimentos, Custos e Despesas. Além destas, são ainda consideradas as
eventuais ocorrências de Ganhos ou Perdas.
Neste particular, a adoção do Regime de Competência tem como principal objetivo
o reconhecimento das Receitas ou Ganhos bem como dos Gastos com
Investimentos, Custos, Despesas ou Perdas, no momento em que são incorridos,
independentemente do imediato ou subsequente reflexo financeiro correspondente
(Entrada ou Saída de Caixa).
O termo "incorrido" está diretamente relacionado ao Fato Gerador Econômico-
Jurídico-Contábil que sustenta o reconhecimento, em uma Estrutura Patrimonial,
dos Bens, Direitos e Obrigações a ela vinculadas.
Portanto, deixar de reconhecer, contabilmente, os Investimentos, Custos, Receitas,
Despesas, Perdas ou Ganhos, quando de sua incorrência, é simplesmente omitir e
falsear os dados que sustentam a composição de uma Estrutura Patrimonial de
qualquer pessoa jurídica. Além de não informar os reais investimentos (Bens e
Direitos) comprometidos com o projeto empresarial ou institucional, deixaríamos
ainda - e o que é mais grave - de reconhecer as fontes que financiam tais
investimentos, além dos compromissos exigíveis já configurados (Provisões).
Este fato, além de ilógico, não teria nenhum respaldo técnico ao se pretender
demonstrar a estrutura patrimonial de uma pessoa jurídica qualquer, através dos
instrumentos contábeis de mensuração (Balanço Patrimonial, Demonstração de
Resultados e outras).
2.5.2 Regime de Caixa
O Regime de Caixa consiste em classificar e reconhecer as operações de uma
pessoa jurídica pelo efetivo Ingresso e Desembolso de Bens Numerários. Mais
precisamente, a sua adoção está, a rigor, voltada ao Fluxo Financeiro (ou Fluxo de
Caixa) de um empreendimento. Este Fluxo Financeiro pode ser formatado de várias
maneiras, visando atingir os mais variados objetivos.
Em uma de suas formas extremas, o Fluxo Financeiro apresenta, simplesmente,
uma listagem de todas as Entradas e de todas as Saídas de Caixa em um dado
período, não observando, necessariamente, nenhuma ordem de classificação:
Saldo Inicial + Ingressos – Desembolso = Saldo Final.
Esta forma de apresentação do Fluxo Financeiro tem por finalidade tão-somente a
conferência e controle da composição dos saldos existentes, objetivando, inclusive,
dar sustentação aos trabalhos de auditoria, de controle e de elaboração das demais
demonstrações contábeis, especialmente o Balanço Patrimonial.
No extremo oposto, uma outra forma de elaboração do Fluxo Financeiro se
apresenta como de elevada importância no processo de gestão financeira de um
empreendimento. Trata-se do seu desmembramento em três importantes fluxos:
18
Contabilidade para Executivos em Saúde
Fluxo Operacional
Fluxo de Investimentos / Desinvestimentos
Fluxo de Financiamentos
O Fluxo Operacional consiste no reconhecimento dos ingressos e desembolsos
atrelados exclusivamente às atividades principais do empreendimento, tais como,
recebimentos de vendas à vista, de duplicatas, de juros com vendas a prazo, etc.,
contrapondo-se com os desembolsos com a compra de mercadorias para revenda,
de matérias-primas, mão-de-obra, despesas com vendas, administrativas e outras.
Por sua vez, o Fluxo de Investimentos e/ou Desinvestimentos congrega os
desembolsos com inversões fixas (máquinas, equipamentos, imóveis, veículos,
etc.), participações acionárias, aplicações financeiras e outras bem como as
respectivas realizações financeiras destes itens em função das vendas, resgates,
etc.
E, por último, o Fluxo de Financiamentos tem por objetivo reunir todos os ingressos
e desembolsos oriundos dos Recursos de Terceiros (Financiamentos, Empréstimos
Bancários, etc.), destacando-se o "Principal" e os "Encargos Financeiros".
Acrescentam-se, ainda, os Recursos dos Proprietários (Acionistas / Quotistas),
abrangendo os aportes ou reduções de capital e ainda dividendos, objeto desses
recursos.
Esta forma de elaboração de um Fluxo Financeiro permite, ao gestor de um
empreendimento, contar com um valioso instrumento gerencial de informações e
planejamento financeiro no âmbito de suas tomadas de decisões.
O Regime de Caixa é, por conseguinte, o sustentáculo deste importante
instrumento de gestão: O Fluxo Financeiro (ou Fluxo de Caixa).
19
Contabilidade para Executivos em Saúde
2.6 Contabilidade Gerencial X Contabilidade
Societária
2.6.1 Principais Diferenciações11
DISCRIMINAÇÃO CONTABILIDADE GERENCIAL
(OU ADMINISTRATIVA)
CONTABILIDADE
SOCIETÁRIA
(OU FINANCEIRA)
Principais Usuários
Administradores dos diferentes
níveis hierárquicos da entidade; Entidades externas financiadoras de projetos de investimentos.
Média e alta administração da entidade;
Investidores em geral, instituições financeiras e órgãos governamentais.
Demonstrações Contábeis/ Relatórios
Sínteses ou detalhamentos voltados à entidade como um
todo ou em partes como produtos, atividades, departamentos, responsabilidades, divisão geográfica, etc..
Relatórios sintéticos ou detalhados formatados por determinação ou influência de legislações específicas.
Práticas Contábeis e Conteúdo
Técnico
Adequação às bases lógicas e
teóricas; Nenhuma outra restrição além dos custos em relação aos benefícios de melhores decisões na gestão de um empreendimento.
Limitado pelos princípios
contábeis de aceitação geral e pelos ditames das legislações societária e fiscal, muitas vezes conflitantes com as bases lógicas e teóricas.
Prazos Flexível, variando em função das reais necessidades dos diferentes usuários.
Rígido, tendo por base as determinações dos órgãos governamentais calcados nas legislações pertinentes.
Influências Comportamentais
Preocupação com a forma pela qual o conteúdo das informações e as consequentes tomadas de decisões influenciarão o comportamento dos
administradores.
Preocupação com a forma de medição e comunicação de
versões, muitas vezes antagônicas com os fatos.
Impacto secundário no comportamento dos administradores.
Enfoque no Tempo
Análise retrospectiva como subsídio à visão e orientação atual e prospectiva no âmbito do planejamento empresarial, especialmente orçamentário.
Visão e orientação retrospectiva: avaliações históricas de desempenho
econômico-financeiro.
Amplitude
Campo de atuação definido de
forma ampla, abrangendo outras ciências tais como economia, engenharia, sociologia, psicologia, medicina, etc.;
Consequente despertar para as influências estruturais e/ou conjunturais na performance do
empreendimento.
Campo de atuação definido de forma restrita e precisa com o
menor uso de disciplinas afins.
11 Síntese do trabalho publicado no caderno “MATEMÁTICA CONTÁBIL” Nº 34/91, Revista Técnica
“INFORMAÇÕES BJETIVAS”- IOB
20
Contabilidade para Executivos em Saúde
2.6.2 Contabilidade Gerencial12
“A Contabilidade nasceu gerencial para atender aos comerciantes”. Depois, os
outros usuários a utilizaram. Após nascida gerencial, o que ocorreu com a
Contabilidade? Renascimento da Contabilidade Gerencial
Em 1914, o frei Luca Paciolo sistematizou e perenizou a Contabilidade em um livro,
legando à posteridade seus pilares. Escolheu os métodos e princípios usados pelos
mercadores de Veneza. Seu mérito estava na iniciativa e na didática de expor o
método das partidas dobradas e no uso dos livros Borrador, Diário e Razão.
Como ensinou Paciolo, a Contabilidade não nasceu das mãos de filósofos, cientistas
ou da mente de alguma autoridade tributária ou professor. Nasceu das mãos
competentes de comerciantes de então, os quais deram grande desenvolvimento à
sua região, ocupando importante posição na "Idade de Ouro da Renascença".
A Contabilidade nasceu gerencial. Os empresários de então, necessitando de um
sistema que permitisse mensurar o lucro e desse algum controle sobre seu
patrimônio, acabaram desenvolvendo a Contabilidade. Esses empresários,
precisando de controlar informações para tomada de decisões, criaram o Método
das Partidas Dobradas.
Desenvolveram os princípios básicos contábeis, chegando às duas demonstrações
fundamentais: apuração do resultado e o balanço geral. Assim, a Contabilidade
nasceu das mãos de seu usuário primeiro: o Gestor Patrimonial.
Foi, portanto, voltada única e exclusivamente para atender às finalidades gerenciais
de controle e auxílio no processo de decisão. Os que precisavam dessas
informações acabaram desenvolvendo vários métodos e princípios.
Depois de nascida gerencial, o que acorreu com a Contabilidade?
À medida que foram surgindo usuários externos (e poderosos como o Estado), foi
crescendo a necessidade de se fixarem regras para essa mesma Contabilidade.
Mesmo que essas regras tenham sido fixadas, principalmente no seu início,
exatamente com base nas que foram originalmente criadas pelos próprios gestores
patrimoniais, o que ocorreu foi que a fixação por terceiros acabou por limitar a
possibilidade de os gerentes as modificarem.
Para os usuários externos, é de extrema importância que as demonstrações
contábeis produzidas por diferentes empresas sejam uniformemente preparadas,
sendo seguidos os mesmos princípios básicos. Por essa razão, a normatização e a
regulamentação da Contabilidade, para que todos estejam usando os mesmos
princípios e para que a plenitude dos leitores possa rapidamente efetuar suas
análises e chegar às suas conclusões e avaliações, tornou-se algo imprescindível.
Por força desta necessidade, essas normatizações e regulamentações são
estipuladas por leis, regulamentos, portarias e outras fontes governamentais
(Receita Federal, Comissão de Valores Mobiliários, Banco Central, etc.), e ainda por
12 Síntese do trabalho no caderno “Temática Contábil” nº34/91, Revista Técnica “Informações
Objetivas”-IOB.
21
Contabilidade para Executivos em Saúde
parte de organismos privados, representativos de classe profissional, como o
Ibracon, no Brasil.
Como consequência, o criador da Contabilidade a perdeu, uma vez que ela se
tornou importante para outros usuários que acabaram por lhe fixar amarras e
regras.
A rigor, a Contabilidade nunca deixou de exercer o papel de instrumento de
gerência. Porém, ao se amarrar a leis e regulamentos, a Contabilidade perdeu um
bom potencial para se desenvolver e se adaptar às finalidades gerenciais.
Mudaram as necessidades de informações com o desenvolvimento da empresa, dos
técnicos, das tecnologias de produção e de vendas, mas não mudou, na essência, a
Contabilidade. A partir deste processo, renasce, recentemente, a Contabilidade
Gerencial.
A partir da década de 50, cresce um movimento visando voltar a fazer da
Contabilidade um instrumento de gerência, direcionado especialmente para o
controle e tomada de decisões. Renasce, pois, a Contabilidade para fins
administrativos, voltada às necessidades internas da entidade à qual se refere.
Isto não significa que a Contabilidade Gerencial seja completamente diferente ou
separada da Contabilidade Societária ou Fiscal. Significa, sim, que há a
necessidade, em muitos momentos, de se efetuarem adaptações porque, em certas
circunstâncias, a Contabilidade Societária e a Contabilidade Fiscal não suprem os
tomadores de decisão internos à empresa de informações relevantes.
Em diferentes situações, a Contabilidade Societária atende também às finalidades
administrativas (ou gerenciais). Quando tal não ocorre, produz-se outros conjuntos
de informações e/ou demonstrações, tendo-se, neste ponto, um elenco de
adaptações necessárias ao atendimento de usuários internos, e, em certas
circunstâncias, também a usuários externos.
É, portanto, comum denominar-se de Contabilidade Gerencial apenas a parte de
informações, relatórios e demonstrativos produzidos separadamente da
Contabilidade Societária. Todavia, tal conclusão torna-se prejudicada, visto que, na
realidade, todo o conjunto é que é gerencial: a parte da Contabilidade Societária
que serve à administração e a parte desenvolvida especialmente para fins
gerenciais.
A rigor, não existe necessariamente uma Contabilidade nova, mas a adaptação da
tradicional a um conjunto (às vezes novo) de necessidades de diferentes usuários –
normalmente internos.
A Contabilidade de Custos com o início da Contabilidade Gerencial
Ao longo do tempo, foi dada grande ênfase à análise da distribuição interna dos
gastos, procurando-se verificar, detalhadamente, como foram distribuídos os
investimentos na empresa: por divisão, por setor, por departamentos, por linha de
produção, etc.
Atentava-se, ainda, para a verificação da distribuição interna dos custos de
produção e das despesas de vendas, administrativas e outras, estas últimas
22
Contabilidade para Executivos em Saúde
também por divisão, departamentos, etc. Quanto aos custos de produção, chegava-
se a cada unidade de cada produto, especificamente.
Toda a análise e distribuição interna dos gastos da empresa passou, pelo menos em
parte, a compor a denominada "Contabilidade de Custos". Muitos autores atribuem
a essa linha a iniciação à Contabilidade Gerencial, visto que se passava para uma
preocupação mais interna à empresa.
Várias obras de Contabilidade Gerencial dão, até hoje, especial ênfase, senão a
quase totalidade do seu espaço, ao assunto "Contabilidade de Custos". A
Contabilidade Gerencial, porém, é algo muito mais abrangente do que isso;
abrange a Contabilidade de Custos, mas não se restringe, em absoluto, a ela.
Afirmar que a Contabilidade Gerencial não existe porque a Contabilidade é uma só,
com um único conjunto de informações, qualquer que seja a finalidade dessas
demonstrações, é, simplesmente, negar a existência de diversos conjuntos de
usuários com necessidades diferentes.
A Contabilidade vem se transformando, cada vez mais, em uma ciência de
adaptação de dados (Banco de Dados) e de utilização desse conjunto de dados,
para transformá-los em demonstrações e/ou relatórios (o meio), onde a informação
relevante deve ser o essencial (o produto) para o seu usuário.
Conforme o usuário, o tratamento dos dados precisa ser diferente, bem como
precisam ser diferentes os diversos relatórios, quer em termos de sua forma quanto
de seu conteúdo.
Dentro dessa acepção, a Contabilidade Gerencial nada mais é do que a utilização da
Contabilidade como um todo, para produção de informações especificamente
voltadas para o gerente empresarial ou mesmo governamental, no caso da
eventual Contabilidade Pública Gerencial — ainda por ser desenvolvida, testada e
implementada efetivamente no Brasil.”
2.7 Indicadores Econômico-Financeiros
Avaliam-se os limites toleráveis para cada empreendimento, observando-se,
inclusive, as características setoriais.
Quocientes de participação na estrutura patrimonial (análise vertical):
Consistem na relação dos diferentes grupamentos da estrutura patrimonial sobre o
total do ativo e do passivo.
A resultante da determinação destas relações deverá ser confrontada com os
limites toleráveis em cada empreendimento, observadas as características do setor
de atividade.
Quocientes de participação na estrutura de resultados (análise vertical):
Consistem na relação dos diferentes grupamentos da estrutura dos resultados
sobre a receita operacional líquida.
23
Contabilidade para Executivos em Saúde
Tais relações subsidiam o julgamento da evolução da gestão dos negócios correntes
na formação dos resultados.
Cabe avaliar os fatores de influência de ordem estrutural e/ ou conjuntural no
comportamento dos números.
Quocientes comparativos de performance temporal (análise horizontal):
São relações determinantes da evolução de diferentes itens componentes de uma
estrutura numérica (patrimonial, resultados, custos, etc.) ao longo de "n" períodos.
Normalmente são demonstrados através de "números-índice".
Traduz o quanto se dispõe imediatamente para fazer frente ao endividamento de
curto prazo.
A resultante desta relação nos indica quanto dispomos de ativos disponíveis e
conversíveis em dinheiro em curto prazo para saldarmos os compromissos também
de curto prazo. Situando-se abaixo de 1.00, revela que o Capital Circulante Líquido
(Ativo Circulante – Passivo Circulante) acha-se negativo.
Com uma posição bem mais conservadora, este quociente deverá ser analisado
observando-se o seu distanciamento da liquidez corrente, simultaneamente à
verificação da rotatividade dos estoques e aos critérios de avaliação destes.
24
Contabilidade para Executivos em Saúde
Prazo Médio de Permanência dos Estoques13
A figura abaixo demonstra, em seu teor, a composição das fórmulas dos
principais estoques existentes em uma organização:
ELEMENTOS
1- Estoque médio de produtos acabados ($ mil)
2- Custo dos produtos vendidos ($ mil)
3- Permanência média do est. produtos acabados = 360 : (2:1)
4- Estoque médio de prod. em andamento ($ mil)*
5- Custo dos produtos fabricados no período
6- Permanência média do est. produtos em andamento = 360 : (5:4)
7- Estoque médio de matérias-primas ($ mil)*
8- Consumo de matérias-primas no período ($ mil)
9- Permanência média do estoque de matéria-prima = 360 : (8:7)
10- Estoque médio de mat. secundários ($ mil)*
11- Consumo de materiais secundários ($ mil)
12- Permanência média do estoque de materiais secundários = 360 : (11:10)
13- Estoque médio de materiais de embalagem
14- Consumo de mat. de embalagem no período
15- Permanência média do est. de material de embalagens = 360 : (14:13)
16- Estoque médio de materiais diversos
17- Consumo de materiais diversos no período
18- Permanência média do est. de materiais diversos = 360 : (17:16)
(*) Estoque Médio Mensal Obs.: No caso do balancete do último ano representar período inferior a 12 meses, observar o número de dias correspondentes para o dimensionamento do prazo médio de permanência dos estoques acima mencionados.
Prazo Médio de Recebimentos e Pagamentos(¹)
DISCRIMINAÇÃO
1- Recebimento de duplicatas no período ($ mil) (¹)
2- Saldo médio mensal de duplicatas a receber ($ mil)
3- Prazo médio dos recebimentos = 360 : (1:2)
4- Pagamento de duplicatas no período ($ mil) (²)
5- Saldo médio mensal de fornecedores
6- Prazo médio dos pagamentos = 360 : (4:5) (³)
(¹) Saldo inicial de duplicatas a receber + Vendas a prazo – Saldo final de duplicatas a
receber (²) Saldo inicial de fornecedores = Compras a prazo* – Saldo final de fornecedores (*) Compras contabilizadas em contrapartida com a conta de fornecedores
(³) Observar período de abrangência para determinação dos prazos médios
Revela a capacidade financeira da empresa a longo prazo e, indiretamente, o grau
de imobilização dos recursos próprios. Situando-se acima de 1.00 denunciará que
os recursos próprios, além de absorverem a totalidade dos ativos permanentes,
13 Esses indicadores integram a análise da situação financeira de uma entidade, subsidiando a interpretação da qualidade dos diferentes quocientes de liquidez
25
Contabilidade para Executivos em Saúde
estarão presentes no financiamento dos ativos realizáveis a longo prazo, podendo
ainda estender sua participação nos ativos circulantes, desonerando o
empreendimento.
Este quociente traduz a remuneração do capital dos proprietários, com base nos
resultados globais obtidos na gestão do empreendimento, com a utilização de uma
estrutura de recursos composta por capitais próprios e de terceiros. Deverá ser
comparado com o custo de oportunidade do setor (do mercado financeiro ou da
economia – conforme o enfoque), observados os diferentes níveis de risco, a fim de
se avaliar a atratividade dos investimentos realizados pelos sócios ou acionistas.
Trata-se de um indicador de vital importância para a mensuração final da
performance empresarial.
Retorno sobre o Investimento Operacional
Este quociente se evidencia como um dos mais importantes indicadores em um
processo de análise. Quanto maior for a capacidade geradora de receita por parte
dos ativos operacionais, melhor será a chance do empreendimento em cobrir suas
despesas e gerar margens de lucro operacional que poderão promover taxas
atrativas de retorno dos ativos operacionais.
Retorno sobre o Investimento Total
Este indicador deverá ser utilizado de forma comparativa ao retorno sobre os
investimentos operacionais, evidenciando-se as razões estruturais e/ou
conjunturais de um eventual distanciamento relevante entre eles.
Da mesma forma como o indicador anterior, esta relação indica a capacidade
geradora de receitas dos ativos de modo geral.
Um eventual distanciamento deste quociente, com o giro do ativo operacional,
denunciará a existência de ativos não vinculados aos objetivos sociais da entidade.
26
Contabilidade para Executivos em Saúde
Deverá ser observada, e adequadamente tratada, a parcela dos ativos em estado
de inoperância por razões específicas (ociosidades, construções em andamento,
implantações/instalações, etc.).
Conhecida também como margem líquida de lucro sobre as vendas, esta relação, se
comparada à análise da lucratividade operacional, revela o grau de influência de
receitas e despesas não operacionais na geração final dos resultados. Deverá
também ser confrontada com a capacidade dos ativos totais em gerar receitas
operacionais.
Com o objetivo de subsidiar a análise do grau de alavancagem financeira, esta
relação é assim definida, considerando-se o expurgo das despesas financeiras da
apuração do lucro líquido (e reflexos afins: provisões para I.R., etc.), em razão da
hipótese de inexistência de recursos de terceiros na estrutura patrimonial da
entidade.
Também de importante valor no processo de análise, este indicador consiste em se
avaliar o custo dos capitais de terceiros frente ao retorno dos ativos financiados por
estes capitais.
Grau de Alavancagem Financeira
Quando a taxa de retorno desses ativos é superior ao custo dos capitais de
terceiros, a diferença se converterá em benefício para os acionistas, pois
aumentará a remuneração dos capitais próprios.
Na situação inversa, ou seja, quando o custo dos capitais de terceiros é superior à
taxa de retorno dos ativos, a rentabilidade dos capitais próprios ficará prejudicada
pela diferença existente entre essas taxas.
Trata-se, pois, de um quociente de dois quocientes.
No numerador, temos o quociente que retrata o retorno sobre o patrimônio líquido,
considerando-se a utilização de capitais de terceiros na estrutura de recursos.
No denominador, apura-se um quociente que retrata o retorno dos ativos,
considerando-se o lucro gerado por estes ativos antes de se remunerar as fontes de
recursos que lhe financiam: Capitais de Terceiros — remunerado através dos
encargos financeiros, e os Capitais Próprios — cuja remuneração é representada
pelo lucro líquido.
27
Contabilidade para Executivos em Saúde
Em outras palavras, é como se apurasse, no denominador, um quociente
hipotético, traduzindo a rentabilidade de um patrimônio líquido com a ausência de
capitais de terceiros na estrutura de recursos; daí o motivo de se ajustar o lucro
líquido expurgando-se deste os encargos financeiros reais sobre os capitais de
terceiros e ainda as influências advindas deste ajuste, conforme demonstrado.
Sendo:
Ativo Real = Ativo total ajustado pela inclusão de valores existentes e não
contabilizados, e pela exclusão de valores contabilizados e não
existentes.*
Passivo Real = Exigibilidades totais ajustadas com a inclusão de dívidas existentes
e não contabilizadas e pela exclusão de dívidas contabilizadas
e não existentes. *
- Revela o grau de cobertura do endividamento total frente aos ativos totais.
- O resultado desta relação, situando-se abaixo de 1.00, revelará que a empresa
está insolvente.
* Observado, principalmente, o objetivo da análise: aquisição de empresa,
alienação, liquidação, extinção, fusão, cisão, incorporação, associação etc.
Trata-se de importante indicador junto ao mercado de capitais, particularmente em
função de sua comparação com o valor de mercado das ações e a análise do
distanciamento entre ambos.
Circunstancialmente, é também de grande valia nos casos de fusão, cisão,
incorporação, aquisição e alienação de empresas.
Revela a capacidade das ações representativas do capital social, subscrito e
integralizado, em obter remuneração.
O distanciamento deste quociente com indicador "Dividendo por Ação"
evidenciará uma política de retenção de lucros adotada pela empresa.
Lucro por Ação
Diversas são as razões que sustentam tal postura, tais como a formação de
reservas para contingências, a implantação de projetos de investimentos para
expansão, modernização ou relocalização empresarial, o saneamento financeiro
junto à estrutura dos capitais de terceiros, o suporte financeiro a programas de
racionalização/ reestruturação administrativo-organizacional, técnico- operacional e
28
Contabilidade para Executivos em Saúde
competitiva, e, ainda, a situação atual do fluxo financeiro e suas perspectivas
futuras frente à dinâmica operacional da empresa.
Trata-se de indicador de grande importância junto ao mercado de capitais por
traduzir a política de dividendos adotada pela empresa, servindo, inclusive, de
parâmetro à atratividade dos investidores para programas de capitalização
através do lançamento de ações.
A análise e interpretação da sua performance deverá contemplar a evolução do
indicador "Lucro por ação", especialmente no que tange ao distanciamento
entre ambos.
Subsídios para análise comparativa dos indicadores "Lucro por ação" e
"Dividendo por ação"
Alguns trechos do trabalho sobre Política de Dividendos, elaborado em 2002 pela
EPGE-FGV, de autoria do Prof. Moysés Glat:
"Os dividendos podem representar para determinados grupos de acionistas uma
fonte suplementar de renda, ou eventualmente a única, e, portanto, uma
estabilidade de dividendos por ação é bastante bem vista. Qualquer alteração para
menos provocada por um insucesso temporário na rentabilidade da empresa, a
ocorrência de ciclos econômicos desfavoráveis, necessidade de retenção de parcela
maior dos lucros para expansão ou alteração dos custos de capital pode provocar
um desequilíbrio financeiro para estes acionistas."
"Para outros grupos de acionistas que não têm melhores oportunidades de
reinversão dos dividendos uma política de retenção e reinvestimento na própria
empresa será perfeita."
"Portanto, fatores econômicos, financeiros e interesses dos investidores individuais
e institucionais pressionam a política de dividendos da empresa para direções
diferentes. Conclui-se, assim, pela impossibilidade de se adotar uma política rígida
de dividendos, em face da carência de informações relativas aos objetivos dos
acionistas, uma vez que é impossível ponderar adequadamente aos seus interesses
com os fatores que afetam diretamente a empresa, sobretudo um modo onde a
incerteza de resultados e mudanças nas condições econômicas gerais constituem
uma característica marcante."
"A existência de um mercado secundário pujante, com ampla difusão de
informações relativas às empresas, permite a manifestação dos desejos dos
investidores. As forças do mercado, ou seja, a demanda e oferta de ações
exprimirão o grau de adesão dos investidores aos títulos representativos da
empresa. Somente o mercado secundário, através da liquidez e negociabilidade que
confere às ações, pode indicar a preferência por dividendos ou retenção de lucros.
29
Contabilidade para Executivos em Saúde
O mercado oferece as condições para todas as opções dos investidores, inclusive a
liquidação de ativos acionários."
"O mercado secundário permite vislumbrar, através dos preços das ações, o grau
de concorrência ou repulsa em relação à estratégia global e à política de dividendos
das empresas."
"Lucros retidos e não distribuídos constituem os recursos sobre os quais a empresa
tem domínio absoluto e pode destiná-los aos investimentos e oportunidades
existentes."
"A retenção dos lucros representa para um investidor uma poupança aplicada que,
num ponto qualquer do tempo, deve remunerar adequadamente a sua renúncia ao
consumo corrente.”
"Acrescenta-se que a idade e o tamanho da empresa, o caráter conservador ou
dinâmico de sua administração, a sua atuação em produtos novos e tecnologia
avançada, o grau de concordância no mercado e a situação de caixa têm influência
na política de dividendos."
"O estímulo à distribuição de dividendos em presença de fortes mercados
secundários terá como corolário a possibilidade de incursões na área das
subscrições.”
"O payout adequado é aquele em que há um equilíbrio entre as necessidades da
empresa de retenção de lucros para efeito de investimentos e o montante que deve
ser distribuído, tendo em vista a renda esperada em forma de dividendos pelos
investidores."
"É evidente que a manutenção de lucros retidos como reserva, sem aplicações
destinadas a ampliar a empresa e a aumentar o volume operacional de lucros,
direcionando o fluxo de caixa contra os interesses dos investidores, fará com que
estes se desfaçam de seu estoque acionário, deprimindo o valor de mercado das
ações da empresa. Neste particular se destacam o mercado secundário e o fluxo de
informações."
"O retorno total do investimento em ações não se restringe aos dividendos, mas
inclui ganho de capital, representado pela valorização das ações em função do
crescimento e expansão da empresa. Se o crescimento das empresas é um
processo longo e os investidores são absorvedores de recursos, cuja recompensa se
opera por ocasião da maturação dos investimentos, é bem lógico até deixar de
pagar temporariamente dividendos para não diminuir a capacidade de poupança da
empresa."
"É evidente que empresas estáveis, após atingirem a maturidade e certa
estabilidade nos lucros, vencerem as primeiras fases de implantação e conquista de
mercado para seus produtos, poderão ter uma liberalidade maior na política de
dividendos. Mas as empresas nítidas de expansão, inovando produtos e tecnologia,
mas com perspectivas de crescimento bem asseguradas e tendo que manter taxas
de crescimento bem acima do mercado e num tempo relativamente curto atingir as
metas programadas, exige, para consecução de seus cronogramas de
investimentos, recursos enormes, e, consequentemente, têm que optar
temporariamente por uma política pobre de dividendos."
30
Contabilidade para Executivos em Saúde
"A estratégia do investimento que deve dominar a conveniência do investidor é a de
retorno global, no qual se combinam os fluxos descontados dos dividendos e o
preço das ações no futuro.”
"A criação de um mercado acionário técnico e duradouro, onde as empresas
possam captar recursos não exigíveis, deve, muitas vezes, dentro da concepção de
retorno global (dividendos e valorização), renunciar transitoriamente ao pagamento
de dividendos e reforçar o fluxo de caixa interno."
"É óbvio que a estratégia do retorno global, na qual os ganhos de capital, pela
valorização das ações, têm um destaque especial, apresenta um risco bem maior,
pois as ações do grupo de companhias em expansão acelerada e retenção elevada
dos lucros conduzem a uma grande variabilidade nos preços das ações, pela
manifestação de sinais positivos ou negativos.”
"O crescimento dos lucros e sua retenção contínua por período trazem, em seu
bojo, uma promessa de fluxos de dividendos maior no futuro, e a valorização
representa uma consolidação da empresa, expressa no crescimento do lucro por
ação.”
31
Contabilidade para Executivos em Saúde
2.8 Inter-relação entre as principais demonstrações
contábeis
32
Contabilidade para Executivos em Saúde
33
Contabilidade para Executivos em Saúde
34
Contabilidade para Executivos em Saúde
35
Contabilidade para Executivos em Saúde
36
Contabilidade para Executivos em Saúde
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES
DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Componentes Capital
Realizado Reservas
Lucros
(Prej.)
Acumulados
Total
Saldo Inicial
Eventos
...
...
...
Saldo Final
37
Contabilidade para Executivos em Saúde
- Entradas
Discriminação de todos os ingressos
- Saídas
Discriminação de todos os desembolsos
- Saldo no Período (A-B)
- Saldo Acumulado Anterior
- Saldo Acumulado Atual (C+D)
FLUXO DE CAIXA ou fluxo financeiro
A - ATIVIDADES OPERACIONAIS
INGRESSOS
Vendas à vista
Recebimento de duplicatas
Receitas Financeiras
Outros
DESEMBOLSOS
Industriais
Com vendas
Gerais e administrativos
Outros dispêndios operacionais
B - ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS/DESINVESTIMENTOS
INVESTIMENTOS
Inversões fixas
Empresas coligadas/controladas
Aplicações financeiras
Outros
DESINVESTIMENTOS
Venda de imobilizados
Vendas de participações acionárias
Resgate de crédito em coligadas/controladas
Resgate de aplicações financeiras (Principal + C.M.)
Outros
C - INCENTIVOS FISCAIS
D - SALDO DISPONÍVEL PARA AVALIAÇÃO DE ATIVOS OPERACIONAIS
(A ± B ± C) (2)
E - ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Ingressos com empréstimos/financiamentos
Amortização de empréstimos/financiamentos
Encargos financeiros
Aportes de capital
Pagamento de dividendos
Adiantamento para futuro aumento de capital social
Outros
F - INGRESSOS E DESEMBOLSOS NÃO OPERACIONAIS
G - ACRÉSCIMO (DECRÉSCIMO) DAS DISPONIBILIDADES (D ± E ± F)
E - SALDO INICIAL DAS DISPONIBILIDADES
F - SALDO FINAL DAS DISPONIBILIDADES (G+E)
FLUXO FINANCEIRO (1)
38
Contabilidade para Executivos em Saúde
Observações:
(1) Método Direto com Ajustes para Fins Gerenciais;
(2) Observadas as considerações ou ajustes que se fizerem necessários quanto a novos
projetos de investimentos, substituição de grandes instalações, equipamentos, etc.
39
Contabilidade para Executivos em Saúde
Fluxo de Caixa (Geral) Situação I
Elementos ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 ano 7
I. Entradas
- Vendas 1.000.00 1.200.00 1.400.00 1.500.00 1.500.00
- Financiamentos
- BNDES 800.00
- Aporte de Capital 100.00 100.00
II. Saídas
- Ind./Com./Adm. (600.00) (700.00) (800.00) (900.00) (900.00)
- inversões Fixas (900.00) (100.00) (40.00) (50.00) (50.00)
- Encargos Financeiros (80.00) (60.00) (40.00) (20.00)
- Amortização de
Financiamento
- BNDES (200.00) (200.00) (200.00) (200.00)
III. Saldo do Período 120.00 240.00 320.00 330.00 550.00
IV. Saldo Anterior 120.00 360.00 680.00 1.010.00
V. Saldo Atual 120.00 360.00 680.00 1.010.00 1.560.00
40
Contabilidade para Executivos em Saúde
Fluxo de Caixa (segmentada) Situação I
Elementos ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 ano 7
I Atividades
Operacionais
400.00 500.00 600.00 600.00 600.00
- Recebimento
com Vendas
1.000.00 1.200.00 1.400.00 1.500.00 1.500.00
-Desembolsos
Ind./Com./Adm.
(600.00) (700.00) (800.00) (900.00) (900.00)
II. Atividades de
Investimentos
(900.00)
(100.00)
(40.00)
(50.00)
(50.00)
III. Atividades de
Financiamentos
900.00 100.00 (280.00) (260.00) (240.00) (220.00)
- Aporte de
Capital
100.00 100.00
- Ingresso de
Financiamentos:
- BNDES 800.00
- Outros
- Amortização de Financiamentos:
- BNDES (200.00) (200.00) (200.00) (200.00)
- Outros
- Encargos
Financeiros
- BNDES (80.00) (60.00) (40.00) (20.00)
- Outros
IV. Saldo do
Período
120.00 240.00 320.00 330.00 550.00
V. Saldo Anterior 120.00 360.00 680.00 1.010.00
VI. Saldo Atual 120.00 360.00 680.00 1.010.00 1.560.00
41
Contabilidade para Executivos em Saúde
Fluxo de Caixa (Geral) Situação II
Elementos ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 ano 7
I. Entradas 900.00 100.00 800.00 1.030.00 1.400.00 2.190.00 3.370.00
- Vendas 700.00 750.00 800.00 1.000.00 1.000.00
- Financiamentos
- BNDES 800.00
- Outros 100.00 280.00 600.00 1.190.00 2.370.00
- Aporte de Capital 100.00 100.00
II. Saídas (900.00) (100.00) (800.00) (1.030.00) (1.400.00) (2.190.00) (3.370.00)
- Ind./Com./Adm. (520.00) (550.00) (500.00) (600.00) (600.00)
- Inversões
Fixas
(900.00) (100.00) (40.00) (50.00) (50.00)
- Encargos Financeiros
- BNDES (80.00) (60.00) (40.00) (20.00)
- Outros (120.00) (340.00) (720.00) (1.530.00)
- Amortiz. de Financ.
- BNDES (200.00) (200.00) (200.00) (200.00)
- Outros (100.00) (280.00) (600.00) (1.190.00)
III. Saldo do Período 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
IV. Saldo Anterior 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
V. Saldo Atual 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
42
Contabilidade para Executivos em Saúde
Fluxo de Caixa (Segmentada) Situação II
Elementos ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 ano 7
I. Atividades Operacionais 180.00 200.00 300.00 400.00 400.00
- Recebimento
com Vendas
700.00 750.00 800.00 1.000.00 1.000.00
- Desembolsos Ind./Com./Adm. (520.00) (550.00) (500.00) (600.00) (600.00)
II. Ativid. de Investimentos (900.00) (100.00) (40.00) (50.00) (50.00)
III. Ativid. de Financiamentos 900.00 100.00 (180.00) (200.00) (260.00) (350.00) (350.00)
- Aporte de Capital 100.00 100.00
- Ingresso de
Financiamentos
- BNDES 800.00
- Outros 100.00 280.00 600,00 1.190.00 2.370.00
- Amortiz. de Financiamentos
- BNDES (200.00) (200.00) (200.00) (200.00)
- Outros (100.00) (280.00) (600.00) (1.190.00)
- Encargos
Financeiros
- BNDES (80.00) (60.00) (40.00) (20.00)
- Outros (120.00) (340.00) (720.00) (1.530.00)
IV. Saldo do Período 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
V. Saldo Anterior 0.00 0.00 0.00 0.00
VI. Saldo Atual 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
43
Contabilidade para Executivos em Saúde
Obs.: Capital Circulante Líquido = Ativo Circula
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ORIGENS
DAS OPERAÇÕES
Lucro (Prej.) líquido do
exercício
(±) Transações que não
afetam o
capital circulante
líquido
DOS ACIONISTAS
Aportes de capital
Outros
DE TERCEIROS
Ingressos de empréstimos/
financiamentos a L.P.
Transfer. ativos realiz. do
Longo para o C.P.
Outros
TOTAL DAS ORIGENS
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E
APLICAÇÕES DE RECURSOS
APLICAÇÕES
No ativo permanente
Em ativos realizáveis a longo
prazo
Transf. de empréstimos do
Longo para o C.P.
Outras
TOTAL DAS APLICAÇÕES
Acréscimo (decréscimo) do
CCL
Total
VARIAÇÕES DO CAPITAL
CIRCULANTE LÍQUIDO
Aumento (redução) do ativo
circulante
Aumento (redução) do
passivo circulante
Aumento (redução) do capital circulante líquido
44
Contabilidade para Executivos em Saúde
3. Alavancagem Financeira: Consolidação dos Indicadores a Partir da Concepção
Básica.
Exemplos e Considerações Adicionais
"Como conciliar o custo da dívida diante do retorno dos Ativos e da rentabilidade
atrativa do patrimônio líquido frente ao custo de oportunidade."
(Sérgio Leal Caldas)
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Contabilidade para Executivos em Saúde
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Contabilidade para Executivos em Saúde
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Contabilidade para Executivos em Saúde
Situação 1
ORIGEM DO LUCRO
Sendo o G.A.F. = 1,25, portanto 0,25 acima de 1,00, temos:
• Recursos Próprios = 200 x 0,20 = 40 = 20% s/RP
• Recursos de Terceiros = 200 = 0,20-0,15 = 10 = 5% s/RP
TOTAL 50 = 25% s/RP
0,05
0,20 = 0,25
ou 10
40 = 0,25
0,05
48
Contabilidade para Executivos em Saúde
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Contabilidade para Executivos em Saúde
Demonstração dos Resultados (R$MIL)
(Custeio Direto)
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 1.600
(-) Devoluções e Abatimentos (80)
(-) Descontos Incondicionais (120)
(-) Imposto Incidente Sobre Vendas (200)
RECEITA OPREACIONAL LIQUIDA 1.200
(-) Custos e Despesas Variáveis (700)
Custos Variáveis de Produção (500)
Despesas Variáveis c/Vendas (90)
Despesas Variáveis c/ Administração (110)
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 500
(-) Custos de Despesas Fixas (400)
Custos Fixos de Produção (250)
Despesas Fixas c/ vendas (50)
Despesas Fixas c/Administração (120)
LUCRO OPERACIONAL GERADO P/ ATIVOS 80
(-) Custos da Divida (Desps). Financeiras (30)
LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO 50
50
Contabilidade para Executivos em Saúde
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Contabilidade para Executivos em Saúde
ESTRUTURA PATRIMONIAL
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Ativo Passivo+PL
20% 800
Lucro = 160
Financ. = 800
Juros prov. = 120
920
80%
20%
20%
200
Lucro = 40
Capital = 200
Lucro I = 40
Lucro II = 40
80
280
77%
20%
40%
Total:
Inicial: 1.000
Final: 1.200
Total:
Inicial: 1.000
Final: 1.200
23%
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Contabilidade para Executivos em Saúde
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Contabilidade para Executivos em Saúde
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Contabilidade para Executivos em Saúde
ESTRUTURA PATRIMONIAL
Ativo Passivo+PL
20% 800
160
Financ. = 800
Juros prov. = 120
1.000
80%
20%
20%
200
40
Capital = 200
Lucro I = 40
Lucro II = (40)
0
20%
0%
83%
Total:
Inicial: 1.000
Final: 1.200
Total:
Inicial: 1.000
Final: 1.200
17%
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Contabilidade para Executivos em Saúde
3.1 Esquematizações Básicas Giram x
Margem
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* ROL = Receita Operacional Líquida
ROL 8.000
ROL 1.200*
ROL 240
LUCRO GERADO P/ATIVOS 80
DESPESAS FINANCEIRAS (30)
LUCRO LÍQUIDO 50
400
ATIVO 0,6
vezes
3,0 vezes
20,0 vezes
=20% 33,3%
6,7%
1,0%
56
Contabilidade para Executivos em Saúde
Retorno Sobre o Investimento (Ativo)
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Giro do Ativo x Margem de Lucro = Retorno s/Ativo
ou
Giro do Ativo x Lucratividade = Rentabilidade do Ativo
ROL ATIVO²
LUCRO¹
ROL X =
ATIVO²
LUCRO¹
Tomando-se por base um dos exemplos, teremos:
1200 400
80 1200
X = 400
80 =
= 3,0 X 0,067 0,20 ou 20% =
¹ Lucro Operacional Gerado pelos Ativos
² Desprovido das Influências do Lucro Gerado pelos Ativos do último exercício
57
Contabilidade para Executivos em Saúde
Nível Mínimo de Faturamento
Determinação do Nível Mínimo de Faturamento Líquido Seqüência a ser observada
Retorno sobre os recursos próprios (Patrimônio
Líquido): definição da taxa mínima de atratividade
perante o custo de oportunidade do segmento (ou do
mercado, conforme o enfoque).
Custo da dívida.
Taxa atrativa de retorno sobre o ativo assim
caracterizada em função do custo da dívida e da taxa
mínima de atratividade do Patrimônio Líquido.
Expressão monetária do lucro gerado pelos ativos para
se atingir a taxa de atratividade do Patrimônio Líquido
frente ao custo da dívida.
Nível mínimo de faturamento líquido perante a
estrutura de custo comercial, observado o lucro gerado
pelos ativos a ser atingido.
58
Contabilidade para Executivos em Saúde
Questionamento Chave:
O projeto (ou o empreendimento)
consegue obter um faturamento
mínimo que, frente a sua estrutura
de custos e despesas, promova um retorno dos
ativos em montante tal
que, diante do custo da dívida,
provoque um lucro líquido cuja expressão monetária
traduza
uma rentabilidade atrativa dos
recursos próprios em relação ao
custo de oportunidade?
Questionamento:
O Projeto (ou o empreendimento) comporta o
nível mínimo de faturamento a ser atingido
perante a rentabilidade atrativa
do Patrimônio Líquido?
Se Positivo: o projeto (ou o empreendimento)
é economicamente viável.
Se Negativo: o projeto é inviável.
Neste caso tenta-se adotar medidas de
saneamento administrativo e operacional visando-
se reduzir o custo comercial e adequá-lo ao
patamar de faturamento mínimo compatível com a
demanda mercadológica, buscando-se atingir a
taxa atrativa de retorno sobre os ativos frente ao
custo da dívida. Sendo possível atingir os
patamares almejados, o projeto se torna viável;
caso contrário, configura-se a sua inviabilidade
econômica. Neste contexto, a busca de um
saneamento financeiro, visando-se reduzir o
custo da dívida, torna-se vital à reversão de tal
configuração.
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Contabilidade para Executivos em Saúde
3.2 Retornos s/Investimentos (Ativos):
Variável Gira x Margem
40
35
30
25
20
15
10
5
1 2 3 4
MARGEM
DE LUCRO
Vezes
GIRO
%
Taxa de Retorno
de 15%
O Gráfico demonstra uma curva de
indiferença de uma taxa de retorno
sobre os ativos. São evidenciadas
combinações diversas resultando em
uma mesma taxa de retorno.
60
Contabilidade para Executivos em Saúde
3.3 Giro x Margem de Algumas Empresas
Brasileiras
80
70
60
50
40
30
20
10
2 4 6 8 10 12
MARGEM
DE LUCRO
Vezes
GIRO
%
Neste gráfico são apresentados alguns
exemplos de empresas que apresentam a
mesma taxa de retorno sobre seus ativos, da
ordem de 12%. Cada qual, porém, apresenta
uma situação diferenciada da margem de
lucro e do giro de seus ativos.
Taxa de Retorno - Curva de 12%
Eletrobrás (75% x 0,16)
Usiminas (24% x 0,50)
Rhodia (9,23% x 1,30)
BR Distribuidora (3,80% x 3,30) LASA (1,0% x 12)
61
Contabilidade para Executivos em Saúde
4. Taxa de Retorno Sobre Investimentos (combinação Giro x Margem)
POLÍTICA ATUAL: 17,5% X 0,85 = 15%
POLÍTICAS POSSÍVEIS: A. 29,5% X 0,85 = 25%
B. 20,0% X 1,25 = 25%
C. 17,5% X 1,41 = 25%
Além de ser uma excelente
combinação de indicadores
para a atualização do
desempenho empresarial, o
estudo do giro x margem é
ainda um poderoso
instrumento de planeja-
mento de taxas atrativas de
retorno sobre os ativos.
A partir da fixação de uma
meta a ser alcançada,
diante do custo dos capitais
de terceiros, estudam-se
vária alternativas possíveis
trabalhando-se com as
variáveis giro e margem.
62
Contabilidade para Executivos em Saúde
5. Roteiro de Análise Econômico-Financeira
5.1 Modelo - Anexo I
EMPRESA:
DEMONSTRAÇÕES E INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS COMPARADOS
QUADRO I: SINOPSE DA ESTRUTURA PATRIMONIAL
Valores em R$ MIL
ELEMENTOS
AV AH AV AH AV AH
VALORES % VALORES % VALORES %
ESTRUTURA DE INVESTIMENTOS (ATIVO)
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO LÍQUIDO
INTANGÍVEL
ESTRUTURA DE RECURSOS (PASSIVO+PL)
RECURSOS DE TERCEIROS
CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
RECURSOS PRÓPRIOS
63
Contabilidade para Executivos em Saúde
QUADRO II: PRINCIPAIS INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRO
INDICADORES ECONÔMICOS
RESULTADO DO EXERCÍCIO AV AH AV AH AV AH
VALORES % VALORES % VALORES %
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
CUSTO DOS PROD./MERC./SERV. VENDIDOS
LUCRO BRUTO
DESPESAS COMERCIAIS
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS
DESPESAS FINANCEIRAS
RECEITAS FINANCEIRAS
RESULTADO EQUIV. PATRIMONIAL
DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
OUTRAS DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS
LUCRO (PREJ.) OPERACIONAL
DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
LUCRO ANTES IR E CONTRIB. SOCIAL
PROVISÃO P/I.R. CONTR. SOCIAL
PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
LUCRO (PREJ.) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO LÍQUIDO GERADO P/ ATIVOS
RETORNO S/ RECURSOS PRÓPRIOS (1)
RETORNO S/ ATIVO TOTAL (2)
Giro do Ativo Total
Margem do Lucro Gerado pelos Ativos
GRAU ALAVANCAGEM FINANCEIRA (1/2)
QUOCIENTE SOLVÊNCIA
VALOR PATRIMONIAL AÇÃO
COTAÇÃO MÉDIA AÇÕES
LUCRO POR AÇÃO
DIVIDENDO POR AÇÃO
INDICADORES FINANCEIROS
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ CORRENTE
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ SECA
PRAZO MÉDIO - ESTOQUES (PROD.ACAB,)
PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTOS CLIENTES
PRAZO MÉDIO DE PAGAMTOS. FORNECEDORES
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ GERAL
(*) : LOTE DE 1.000 AÇÕES
64
Contabilidade para Executivos em Saúde
5.2 Indicadores econômico-financeiros - fórmulas
INDICADORES ECONÔMICOS
1. RETORNO SOBRE RECURSOS
PRÓPRIOS =
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido Inicial + [Patrimônio Líquido Final - (Lucro
Líquido do Exercício - Dividendos Declarados)]
2
2. RETORNO SOBRE
ATIVO TOTAL =
Lucro Líquido Gerado pelos Ativos
Ativo Inicial + [Ativo Final - (Lucro Gerado pelos
Ativos - Dividendos Pagos)]
2
Obs.: LUCRO LÍQUIDO GERADO PELOS ATIVOS = (=) Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício
(+) Despesas Financeiras Incidentes sobre Exibilidades (- ) Acréscimo da Provisão p/ Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Acréscimo das Participações e Contribuições
3. GIRO DO ATIVO TOTAL =
Receita Operacional Líquida
Ativo Inicial + [Ativo Final - (Lucro Líquido -
Dividendos Pagos)]
2
4. MARGEM DE LUCRO GERADO PELOS ATIVOS =
Lucro Líquido Gerado pelos Ativos
Receita Operacional Líquida
65
Contabilidade para Executivos em Saúde
5. GRAU DE ALAVACAGEM
FINANCEIRA =
Retorno s/ Capital Próprio
Retorno s/ Ativo Total
6. QUOCIENTE DE
SOLVÊNCIA =
Ativo Real (*)
Passivo Real (*)
(*) Obs.: Ativo Real = Ativo Total declarado ajustado com a Inclusão de
valores existentes e não contabilizados e pela
exclusão de valores contabilizados e não existentes.
Passivo Real = Total dos Capitais de Terceiros (Passivo Circulante +
Exigibilidades a Longo Prazo) ajustado com a
inclusão de dívidas existentes e não contabilizadas e
pela exclusão de dívidas contabilizadas e não
existentes.
7. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO =
Patrimônio Líquido
Quantidade de ações que compõe
o Capital Social Integralizado
8. COTAÇÃO MÉDIA DAS
AÇÕES NO MERCADO =
Valor Médio nos últimos três meses (no mínimo)
9. LUCRO P/ AÇÃO = Lucro Líquido Disponível (*) Quantidade de Ações que compõe
o Capital Social Integralizado
(*) Lucro Líquido Disponível = Lucro Líquido do Exercício Menos os Prejuízos
Acumulados
10. DIVIDENDO POR AÇÃO =
Dividendos Declarados (Propostos)
Quantidade de Ações que compõe o
Capital Social Integralizado
66
Contabilidade para Executivos em Saúde
INDICADORES FINANCEIROS
11. QUOCIENTE DE LIQUIDEZ CORRENTE =
Ativo Circulante
Passivo Circulante
12. QUOCIENTE DE LIQUIDEZ SECO =
Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
13. PRAZO MÉDIO DE PERMANÊNCIA DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS E/OU PRODUTOS ACABADOS =
Estoque Médio Mercadorias e/ou Prod.
Acabados x 360
Custo das Mercadorias/Produtos Vendidos
14. QUOCIENTE DE LIQUIDEZ GERAL =
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigibilidades a Longo
Prazo
67
Contabilidade para Executivos em Saúde
5.3 Roteiro de Análise Econômico-Financeira – Exemplo – Anexo II
EMPRESA: Natura
DEMONSTRAÇÕES E INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS COMPARADOS
QUADRO I: SINOPSE DA ESTRUTURA PATRIMONIAL
Valores em R$ Bilhões
ELEMENTOS
2006 2007 AV AH 2008 AV AH 2009 AV AH
VALORES % VALORES % VALORES %
ATIVO
1334,5 1.619,4 100,0 100,0 1.809,1 100,0 111,7 2.278,5 100,0 140,7
CIRCULANTE 667,6 41,2 100,0 684,0 37,8 102,5 911,6 40,0 136,5
NÃO CIRCULANTE 951,8 58,8 100,0 1.125,1 62,2 118,2 1.366,9 60,0 143,6
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 146,7 9,1 100,0 209,7 11,6 142,9 304,4 13,4 207,5
INVESTIMENTOS 770,7 47,6 100,0 868,5 48,0 112,7 1.000,6 43,9 129,8
IMOBILIZADO LÍQUIDO 27,9 1,7 100,0 37,9 2,1 135,9 50,4 2,2 180,8
INTANGÍVEL 6,5 0,4 100,0 9,0 0,5 137,6 11,5 0,5 176,0
- - - - - - - - -
PASSIVO+PL
- -
1.619,4 100,0 100,0 1.809,1 100,0 111,7 2.278,5 100,0 140,7
RECURSOS DE TERCEIROS 698,4 43,1 100,0 795,0 43,9 113,8 1.138,7 50,0 163,0
CIRCULANTE 516,5 31,9 100,0 558,0 30,8 108,0 1.047,7 46,0 202,8
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 181,9 11,2 100,0 237,0 13,1 130,3 91,0 4,0 50,0
RECURSOS PRÓPRIOS ()PL) 649,7 921,1 56,9 100,0 1.014,1 56,1 110,1 1.139,8 50,0 123,8
QUADRO II: PRINCIPAIS INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRO
INDICADORES ECONÔMICOS
RESULTADO DO EXERCÍCIO
2007 AV AH 2008 AV AH 2009 AV AH
VALORES % VALORES % VALORES %
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 3.168,6 100,0 100,0 3.830,9 100,0 120,9 4.593,2 100,0 145,0
CUSTO DOS PROD./MERC./SERV.VEND. (1.232,3) (38,9) 100,0 (1.609,5) (42,0) 130,6 (1.956,6) (42,6) 158,8
LUCRO BRUTO 1.936,3 61,1 100,0 2.221,5 58,0 114,7 2.636,6 57,4 136,2
DESPESAS COMERCIAIS (847,3) (26,7) 100,0 (1.017,1) (26,6) 120,0 (1.062,6) (23,1) 125,4
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS (486,6) (15,4) 100,0 (505,4) (13,2) 103,9 (732,4) (15,9) 150,5
68
Contabilidade para Executivos em Saúde
DESPESAS FINANCEIRAS (31,9) (1,0) 100,0 (85,0) (2,2) 266,7 (83,8) (1,8) 262,9
RECEITAS FINANCEIRAS 27,6 0,9 100,0 59,5 1,6 215,6 56,8 1,2 205,8
RESULTADO EQUIV. PATRIMONIAL (11,8) (0,4) 100,0 (12,5) (0,3) 106,5 (2,8) (0,1) 24,0
DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO - - 100,0 - - - - - -
OUTRAS DESPESAS/RECEITAS OPERAC. (4,1) (0,1) 100,0 30,7 0,8 (753,2) 1,0 0,0 (23,5)
LUCRO (PREJ.) OPERACIONAL 582,3 18,4 100,0 691,6 18,1 118,8 812,7 17,7 139,6
DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERAC. - 100,0 - - - - -
LUCRO ANTES IR E CONTRIB. SOCIAL 582,3 18,4 100,0 691,6 18,1 118,8 812,7 17,7 139,6
PROVISÃO P/I.R. CONTR. SOCIAL (122,2) (3,9) 100,0 (173,8) (4,5) 142,2 (128,8) (2,8) 105,4
PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES - 100,0 - - - - -
LUCRO (PREJ.) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 460,1 14,5 100,0 517,9 13,5 112,6 683,9 14,9 148,7
LUCRO LÍQUIDO GERADO P/ ATIVOS 492 603 768
RETORNO S/ RECURSOS PRÓPRIOS (1) 71% 56% 67%
RETORNO S/ ATIVO TOTAL (2) 37% 37% 42%
Giro do Ativo Total 2,37 2,37 2,54
Margem do Lucro Gerado pelos Ativos 0,16 0,16 0,17
GRAU ALAVANCAGEM FINANCEIRA (1/2) 1,92 1,51 1,59
QUOCIENTE SOLVÊNCIA 2,32 2,28 2,00
VALOR PATRIMONIAL AÇÃO 2,15 2,36 2,65
COTAÇÃO MÉDIA AÇÕES
LUCRO POR AÇÃO 1,07 1,21 1,59
DIVIDENDO POR AÇÃO 0,8767 1,0316 1,2888
INDICADORES FINANCEIROS
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ CORRENTE 1,29 1,23 0,87
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ SECA 0,81 0,63 0,38
PRAZO MÉDIO ESTOQUES (PROD. ACAB.) 7 8 12
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ GERAL 1,17 1,12 1,07
(*) : LOTE DE 1.000 AÇÕES
69
Contabilidade para Executivos em Saúde
5. Auto avaliação
Parte 01
01 – Qual o significado de Patrimônio?
( ) Conjunto de obrigações pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.
( ) A totalidade de todos os investimentos possuídos por uma pessoa física ou
jurídica.
( ) O somatório de todos os desembolsos realizados por uma pessoa física ou
jurídica em um determinado período.
( ) Conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou
jurídica.
( ) Conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.
( ) Todos os bens possuídos por uma pessoa física ou jurídica.
02 – Qual a denominação da peça contábil que representa o Patrimônio de
uma pessoa jurídica?
( ) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
( ) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
( ) Balanço Patrimonial
( ) Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
( ) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)
( ) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
( ) Demonstração da Apuração do Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos
03 - Que são ATIVOS no contexto de uma estrutura patrimonial de um
empreendimento?
( ) São todos os bens e direitos colocados à disposição do empreendimento
que, sob o ponto de vista da continuidade dos negócios correntes, tem por
objetivo contribuir para a geração de benefícios futuros; são recuperáveis
de alguma forma.
( ) São todos os itens representativos dos desembolsos realizados por um
determinado empreendimento.
( ) São os itens que, trabalhando isoladamente, ou em conjunto com outros
itens, contribuem para a geração de lucros (ou prejuízos) de um
empreendimento qualquer, sob o ponto de vista de continuidade, durante
um período de sua gestão.
70
Contabilidade para Executivos em Saúde
( ) São todas as despesas realizadas por um determinado empreendimento.
( ) São todos os itens representativos das fontes de financiamento de um
determinado empreendimento.
04 – A principal característica dos diferentes bens e direitos, colocados à
disposição de um empreendimento, é não ter a condição de promover
benefícios futuros de caixa, sob o ponto de vista de continuidade das
atividades empresariais. Nestas condições tais itens são denominados de
Ativos ou Investimentos. Você concorda com esta afirmativa? Por quê?
(
)
Concordo, pois para que os bens, direitos e obrigações assumam a
característica de ativos terá que demonstrar que contribuem para benefícios
passados e presentes.
(
)
Não concordo, pois quando tais elementos se situam nestas condições
deverão ser tratados como DESPESAS e, não, como INVESTIMENTOS (OU
ATIVOS).
(
)
Não concordo, pois é exatamente ao contrário. Quando os bens e direitos
colocados à disposição de um empreendimento promovem benefícios futuros
de caixa; são recuperáveis de alguma forma, passam a ser considerados (ou
denominados) de INVESTIMENTOS. Se tais itens não cumprirem este papel,
aí sim, deverão ser considerados como PERDA (e não como
INVESTIMENTOS).
(
)
Concordo; porém, nestas condições tais elementos deveriam ser
denominados de PERDAS e não de INVESTIMENTOS (OU ATIVOS).
(
)
Concordo, pois com tais características os bens, direitos e obrigações
representam verdadeiros ativos.
05 – Qual o papel atribuído ao PASSIVO, no sentido amplo do termo, no
contexto da estrutura patrimonial de um empreendimento qualquer?
( ) Identificar as fontes dos recursos obtidos por um empreendimento diante
do elenco dos seus investimentos.
( ) Promover uma discriminação de todos os investimentos realizados por um
determinado empreendimento.
( ) Identificar as pessoas que estão bancando (ou financiando) os
investimentos da empresa, ou seja, seus ATIVOS. Neste caso, só existem
dois personagens no Passivo: CAPITAL DOS PROPRIETÁRIOS (OU CAPITAL
PRÓPRIO), e, CAPITAL DE TERCEIROS.
( ) Demonstrar os itens representativos do endividamento da empresa.
( ) Demonstrar os diferentes itens integrantes do capital dos proprietários
investidos no empreendimento.
71
Contabilidade para Executivos em Saúde
06 – O que significa o termo PASSIVO, em seu sentido AMPLO, no contexto
de uma estrutura patrimonial?
( ) Obrigações de uma pessoa física ou jurídica, contraídas junto a outras
pessoas físicas ou jurídicas.
( ) A totalidade das obrigações de uma pessoa física ou jurídica junto a
terceiros.
( ) A totalidade dos ativos (investimentos) de uma pessoa física ou jurídica
deduzida das obrigações para com terceiros.
( ) A totalidade dos ativos (investimentos) de uma pessoa jurídica deduzida
das obrigações para com seus proprietários (sócios ou
acionistas)
( ) Volume de investimentos realizados por uma pessoa física ou jurídica.
( ) O montante de dívidas de uma pessoa física ou jurídica juntos às
instituições financeiras.
07 – Qual o significado do termo PASSIVO no sentido RESTRITO do termo?
( ) Obrigações de uma pessoa física ou jurídica, contraídas junto a outras
pessoas físicas ou jurídicas.
( ) A totalidade das obrigações de uma pessoa física ou jurídica junto a
terceiros.
( ) A totalidade dos ativos (investimentos) de uma pessoa física ou jurídica
deduzida das obrigações para com terceiros.
( ) A totalidade dos ativos (investimentos) de uma pessoa jurídica deduzida
das obrigações para com seus proprietários (sócios ou
acionistas).
( ) Volume de investimentos realizados por uma pessoa física ou jurídica
( ) O montante de dívidas de uma pessoa física ou jurídica juntos às
instituições financeiras..
08 - O que é Patrimônio Líquido e como ele é formado, aumentado ou
diminuído?
( ) É um item representativo dos capitais dos proprietários investidos em um
determinado empreendimento. É formado quando da constituição de uma
empresa (ou outra entidade qualquer), com o aporte de recursos
provenientes de seus proprietários (sócios ou acionistas). É ainda
aumentado ou diminuído durante o processo de gestão empresarial, com a
incorrência de receitas, ganhos, despesas e perdas, como ainda por meio de
acréscimos ou reduções da participação dos sócios ou acionistas no capital
social do empreendimento. Seria ainda acrescido nos casos da adoção da
reavaliação de ativos envolvendo fusões, cisões ou incorporações de
empresas..
( ) É um item representativo dos capitais de terceiros investidos em um
determinado empreendimento. E formado quando da obtenção de
72
Contabilidade para Executivos em Saúde
empréstimos ou financiamentos; aumentado ou diminuído,
respectivamente, com novos ingressos e amortização de seus valores.
( ) São os recursos oriundos dos proprietários (sócios ou acionistas) de um
determinado empreendimento. Aumentam somente com os lucros, e
diminuem somente com os prejuízos gerados durante os períodos de
gestão.
( ) São as aplicações realizadas pelos financiadores externos de um
determinado empreendimento. Aumentam ou diminuem quando da entrada
e saída de numerários.
09 - O que significa INSOLVÊNCIA ou PASSIVO DESCOBERTO no contexto
de uma estrutura patrimonial de um empreendimento qualquer?
( ) Uma situação líquida negativa da parcela dos proprietários no patrimônio
de uma empresa.
( ) Um Ativo total insuficiente para cobrir a totalidade das obrigações da
empresa para com terceiros.
( ) Um Capital Próprio inferior ao total dos capitais de terceiros (Passivo)
Circulante + Exigível a Longo Prazo)
( ) Um Ativo total superior ao total do Capital Próprio.
( ) Um Ativo total inferior ao total do Capital Próprio.
( ) O total do endividamento a logo prazo da empresa superior ao total dos
seus ativos.
Parte 02
10 – Investimentos, custos, despesas, perdas, ganhos, receitas, ingressos
e desembolso. Reunindo alguns destes termos, responda abaixo as
combinações que integram a Demonstração do Resultado do Exercício de
uma empresa?
( ) Ingressos e desembolsos.
( ) Receitas, investimentos e custos.
( ) Perdas, investimentos e despesas.
( ) Receitas, despesas, perdas e ganhos.
( ) Gastos, ingressos e desembolsos.
( ) Gastos e receitas.
11 – Os gastos com investimentos, custos, despesas e perdas, bem como
as receitas e os ganhos realizados por uma empresa são reconhecidos em
sua estrutura patrimonial pelo Regime de Caixa ou pelo Regime de
Competência? Por quê?
( ) Pelo Regime de Caixa, pois nele as operações empresariais são
reconhecidas quando do seu efetivo ingresso ou desembolso.
73
Contabilidade para Executivos em Saúde
( ) Pelo Regime de Competência, pois nele as operações empresariais são
reconhecidas quando da sua “incorrência” ( incidência do fato gerador
contábil de natureza econômica, financeira, jurídica, técnica,
etc.), independentemente da sua realização financeira.
12 – Qual o maior objetivo da Demonstração do Resultado do Exercício
quando subsidia um usuário envolvido em um processo de decisões nos
âmbitos interno e externo à empresa?
( ) Permitir uma análise da composição do lucro ou prejuízo de uma empresa.
( ) Permitir uma análise detalhada dos investimentos de uma empresa.
( ) Permitir uma análise isolada ou comparativa, em vários períodos, dos
diferentes itens que compõem a apuração do lucro ou prejuízo de uma
empresa.
( ) Permitir uma análise comparativa da situação patrimonial de uma empresa.
( ) Permitir uma decomposição dos ativos imobilizados em tangíveis e
intangíveis.
( ) Auxiliar ao gestor da empresa a verificação das entradas e saídas de
numerários em um determinado período.
Parte 03
13 – Qual a importância da Demonstração da Apuração do Custo dos
Produtos ou Serviços Vendidos na avaliação do desempenho de uma
empresa?
( ) Permitir uma decomposição de um dos principais itens da
Demonstração do Resultado do Exercício com vistas a uma análise da
estrutura de custos de uma empresa industrial ou de prestação de
serviços.
( ) Permitir uma análise detalhada dos ativos imobilizados de uma empresa.
( ) Permitir uma análise da composição das despesas gerais e
administrativas e financeiras de uma empresa em um determinado
período.
( ) Permitir uma análise do fluxo de investimentos de uma empresa.
( ) Auxiliar o Diretor Financeiro na busca de soluções dos problemas
decorrentes da tesouraria de uma empresa.
( ) Verificar, além de outros componentes, a composição das mão-de-
obras direta e indireta no processo de produção de bens ou serviços.
14 – Como se compõe a denominada “Estrutura de Custos” de uma
empresa industrial ou de prestação de serviços?
( ) Desembolsos com a compra de matérias-primas e demais materiais.
( ) Materiais consumidos (matérias-primas, materiais de embalagem, materiais
diversos); composição dos gastos com mão-de-obra direta e indireta,
74
Contabilidade para Executivos em Saúde
própria ou contratada abrangendo remuneração, encargos e benefícios
sociais; e demais gastos com a prestação de bens ou serviços tais como,
energia elétrica, conservação, reparos, depreciação de ativos imobilizados,
e outros).
( ) Investimentos realizados em um determinado período, relação das
despesas comerciais, financeiras, gerais e administrativas, depreciação dos
ativos imobilizados vinculados à atividade administrativa, e outros.
( ) Relação dos ingressos e desembolsos vinculados às atividades de produção
de bens ou serviços.
( ) Relação dos gastos gerais de produção, além do consumo de materiais e da
mão de obra direta e indireta.
15 – Reportando-se a questão anterior, em que demonstração contábil
essa estrutura de custo está inserida?
( ) Balanço Patrimonial.
( ) Fluxo Financeiro (ou Fluxo de Caixa).
( ) Demonstração do Resultado do Exercício.
( ) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
( ) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
16 – O que é LIQUIDEZ?
( ) Liquidez: confrontação dos ativos permanentes com os ativos realizáveis a
curto e longo prazo..
( ) Liquidez: relação do endividamento de uma entidade com os seus recursos
próprios.
( ) Liquidez: relação do endividamento a curto prazo com os ativos
permanentes.
( ) Liquidez: capacidade de liquidação do endividamento a longo prazo em
função do total dos ativos disponíveis e realizáveis a curto prazo.
( ) Liquidez: capacidade de aliar recursos financeiros já disponibilizados com a
realização financeira de outros ativos na confrontação com as exigibilidades
de uma entidade. Sob o ponto de vista isolado a liquidez também é
entendida como a capacidade de conversão de bens e direitos em dinheiro.
17 – O que é RENTABILIDADE?
( ) Rentabilidade: relação de um lucro com a receita operacional líquida.
( ) Rentabilidade: relação da receita operacional líquida com o lucro líquido.
( ) Rentabilidade: relação de um lucro com um capital investido.
( ) Rentabilidade: relação do lucro bruto com a receita operacional líquida.
75
Contabilidade para Executivos em Saúde
( ) Rentabilidade: relação do lucro líquido com o custo das mercadorias,
produtos ou serviços vendidos.
18 – O que é LUCRATIVIDADE?
( ) Lucratividade: relação de um lucro com um capital investido.
( ) Lucratividade: relação da receita operacional líquida com o patrimônio
líquido.
( ) Lucratividade: relação do lucro operacional com o lucro bruto.
( ) Lucratividade: relação de um lucro com a receita operacional líquida.
( ) Lucratividade: relação do lucro operacional com o lucro bruto.
Parte 04
19 – Qual a finalidade da Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido?
( ) Permitir aos proprietários de uma empresa (sócios ou acionistas) uma
análise detalhada da evolução dos seus capitais nela investidos.
( ) Permitir a análise da evolução do capital social..
( ) Permitir a análise da evolução de todas as contas integrantes do Patrimônio
Líquido de uma empresa ao longo de um dado período.
( ) Permitir as instituições financeiras uma análise da evolução dos seus
recursos investidos em uma empresa sob a forma de empréstimos ou
financiamentos.
( ) Permitir, dentre outras, a análise da evolução dos recursos de terceiros
investidos no Ativo Permanente de uma empresa em um determinado
período.
( ) Permitir somente a análise da evolução da conta “Lucros ou Prejuízos
Acumulados” ao longo de um determinado período.
20 – Normalmente, o Fluxo de Caixa é representado pelo movimento
financeiro de um empreendimento em um dado período, listando-se os
itens representativos dos numerários que entram e que saem,
computando-se o seu saldo inicial e apurando-se, desta forma, o seu saldo
final. Qual a sua utilidade para o gestor empresarial ou demais usuários
quando esta importante demonstração contábil é assim apresentada?
( ) Medir a capacidade de pagamento de um empreendimento perante ao
montante da amortização de suas dívidas com encargos.
( ) Exercer apenas a função de controle entradas e saídas de numerários, em
um processo de auditoria de caixa, com vistas a evitar fraudes.
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Contabilidade para Executivos em Saúde
( ) Verificar se o empreendimento gera caixa em suas atividades operacionais
necessária à amortização de suas dívidas com encargos, e ainda, adquirir
novos equipamentos instalações e outros ativos imobilizados visando
manter a sua capacidade de produção ou comercialização de bens ou
serviços.
( ) Medir a geração operacional de caixa de um empreendimento qualquer.
( ) Verificar se o empreendimento apresenta boa gestão de sua política
financeira.
21 – Reportando-se ao questionamento anterior, qual o objetivo em se
segmentar o Fluxo de Caixa em “Fluxo das Atividades Operacionais”,
“Fluxo das Atividades de Investimento” e “Fluxo das Atividades de
Financiamentos” quando se quer medir a capacidade de pagamento de um
empreendimento qualquer?
( ) Medir a capacidade de pagamento de um empreendimento perante o
montante da amortização de suas dívidas com encargos.
( ) Exercer apenas a função de controle das entradas e saídas de
numerários em um processo de auditoria de caixa, com vistas a evitar
fraudes.
( ) Verificar se o empreendimento gera caixa em suas atividades
operacionais necessário à amortização de suas dívidas com encargos, e,
ainda, adquirir novos equipamentos instalações bem como outros ativos
imobilizados visando manter a sua capacidade de produção ou
comercialização de bens ou serviços.
( ) Medir a geração operacional de caixa de um empreendimento qualquer.
( ) Verificar se o empreendimento apresenta boa gestão de sua política
financeira.
22 – O que representa o FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES
OPERACIONAIS?
( ) Ingressos e desembolsos de todo o movimento de caixa de um
empreendimento.
( ) Desembolsos, e eventuais ingressos, exclusivamente dos investimentos
realizados pelo empreendimento na compra e venda de máquinas,
equipamentos, imóveis, participações societárias, etc..
( ) Ingressos e desembolsos exclusivamente das atividades ligadas ao
funcionamento do empreendimento perante o seu objetivo social.
( ) Ingressos e desembolsos exclusivamente das atividades de financiamento
do empreendimento, representados pelos capitais de terceiros (ingresso e
amortização de empréstimos ou financiamentos e o pagamentos de seus
encargos financeiros), e dos capitais próprios (aporte de capital em
dinheiro, pagamento de dividendos, etc.).
23 – O que representa o FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE
INVESTIMENTO?
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Contabilidade para Executivos em Saúde
( ) Ingressos e desembolsos de todo o movimento de caixa de um
empreendimento.
( ) Desembolsos, e eventuais ingressos, exclusivamente dos investimentos
realizados pelo empreendimento na compra e venda de máquinas,
equipamentos, imóveis, participações societárias, etc..
( ) Ingressos e desembolsos exclusivamente das atividades ligadas ao
funcionamento do empreendimento perante o seu objetivo social.
( ) Ingressos e desembolsos exclusivamente das atividades de financiamento
do empreendimento, representados pelos capitais de terceiros (ingresso e
amortização de empréstimos ou financiamentos e o pagamentos de seus
encargos financeiros), e dos capitais próprios (aporte de capital em
dinheiro, pagamento de dividendos, etc.).
24 – O que representa o FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE
FINANCIAMENTO?
( ) Ingressos e desembolsos de todo o movimento de caixa de um
empreendimento.
( ) Desembolsos, e eventuais ingressos, exclusivamente dos investimentos
realizados pelo empreendimento na compra e venda de máquinas,
equipamentos, imóveis, participações societárias, etc..
( ) Ingressos e desembolsos exclusivamente das atividades ligadas ao
funcionamento do empreendimento perante o seu objetivo social.
( ) Ingressos e desembolsos exclusivamente das atividades de financiamento
do empreendimento, representados pelos capitais de terceiros (ingresso e
amortização de empréstimos ou financiamentos e o pagamentos de seus
encargos financeiros), e dos capitais próprios (aporte de capital em
dinheiro, pagamento de dividendos, etc.).
78
Contabilidade para Executivos em Saúde
6. Atividade: Análise e Diagnóstico empresarial
6.1 Aspectos Introdutórios
6.2 Aspectos Vinculados à Caracterização do
Empreendimento
Definição da razão social;
Formação e relevância do nome de fantasia;
Sede e foro;
Momento de fundação e registros em órgãos competentes;
Objetivos sociais;
Prazo de duração da sociedade e das atividades;
Adequação ao número de unidades comerciais e/ou industriais;
Principais alterações nos atos constitutivos;
Forma jurídica da sociedade e suas razões;
Composição do capital social integralizado e a decomposição do capital
votante até o nível de pessoa física;
Participação em empresas controladas, coligadas ou associadas;
A questão da convenção de "Grupos de Sociedades";
Acordo de acionistas;
Representações comerciais;
Formação do conceito cadastral nos mercados interno e externo.
6.3 Evolução Histórica e Atividades desde a Fundação
Atividades exercidas;
Evolução da composição societária;
Análise das questões sucessórias;
Oportunidade de atuação nos mercados interno e externo;
Outras considerações;
79
Contabilidade para Executivos em Saúde
6.4 Aspectos Administrativos e Organizacionais
Organogramas formal e informal;
Composição e perfil do conselho de administração;
Composição e perfil da diretoria;
Composição, perfil e funcionamento do conselho fiscal;
Administração intermediária: aspectos distributivos e qualitativos;
Política de Recursos Humanos;
Planejamento estratégico-empresarial;
Planejamento financeiro de curto e longo prazo;
Funcionamento da Contabilidade e suas interfaces com as demais áreas;
Sistema de informações e Contabilidade gerencial;
Escrituração fiscal e assessoria tributária;
Organização, métodos e sistemas;
Sistemas de controles internos: aspectos quantitativos e qualitativos;
Modificações na Organização e/ou na Administração necessárias ao
atendimento das necessidades de crescimento do empreendimento, com a
perspectiva da implantação de novos projetos de investimento (expansão,
relocalização, modernização, etc.);
Situação jurídica nas esferas tributária, fiscal, trabalhista, previdenciária,
societária, comercial, civil e administrativa;
Serviços de terceiros prestados fora e dentro do empreendimento;
Fundos de pensão (ou assemelhados) vinculados à empresa, em favor de
seus empregados;
6.5 Aspectos Culturais
A formação e a dinâmica cultural em ambiente sócio organizacional;
A conceituação de cultura organizacional;
A necessidade do entendimento da cultura em um ambiente competitivo;
As funções da cultura na organização;
Os diferentes níveis de cultura e seu conteúdo vis a vis as relações
interpessoais e Inter profissionais na organização;
Formação cultural na organização;
O surgimento da cultura em pequenos grupos;
A incorporação e a transmissão de cultura pelos líderes;
Impacto, modificação e dinâmica cultural em processos de troca ou
remanejamento de acionistas ou sócios controladores, em processos de
aquisição;
80
Contabilidade para Executivos em Saúde
6.6 Aspectos Técnicos
Conjunto industrial e comercial;
Layout de edifícios e equipamentos;
Adequação de edificações, equipamentos e instalações;
Grau de automação/ mecanização de máquinas e equipamentos;
Manutenção preventiva e corretiva de máquinas, equipamentos, instalações
e edificações;
Pequenas e grandes reformas: periodicidade; gastos; tratamento dos custos
com ociosidade; segregação entre "investimentos" e "manutenções";
Análise dos principais produtos e subprodutos;
Fluxograma do processo produtivo para cada produto: análise de eventuais
gargalos de natureza técnica, moral, etc.;
Especificações técnicas dos produtos da empresa quanto à qualidade, usos,
etc.;
Trabalhos refeitos ou perdidos: análise das causas do desperdício;
Capacidade atual de produção instalada e utilizada;
Máquinas, equipamentos ou instalações existentes e não utilizadas: causas
estruturais e/ou conjunturais;
Alternativas de produção com o parque industrial existente;
Controle de qualidade: formas de execução;
Nível de qualidade dos produtos;
Planejamento e controle de produção;
Resíduos e desperdícios: especificações e programas para o aproveitamento;
Água e esgotos: abastecimento, tratamento, escoamento e problemas de
suprimentos;
Energia elétrica: fontes de utilização, potência, problemas de suprimento,
etc.
Segurança industrial;
Controle da poluição: análise da situação existente e necessidade da adoção
de novas medidas;
Nível técnico da administração da produção (recursos materiais e humanos);
Investimentos alternativos destinados à expansão, modernização e/ou
relocalização, e respectivos reflexos na produtividade e competitividade de
um empreendimento;
Engenharia industrial: procedimentos e avaliação qualitativa;
Pesquisa e desenvolvimento;
Influências anteriores, atuais e futuras no desempenho técnico-operacional
do empreendimento, das políticas governamentais para o setor, nos âmbitos
federal, estadual e municipal: identificação e avaliação dos principais
aspectos;
81
Contabilidade para Executivos em Saúde
6.7 Capacidades Competitiva Atual - Tecnologia
Empregada - Escala de Produção
Justificativas da atual dimensão da planta industrial e sua adequação em
escala econômica;
Comparação da atual escala de produção com padrões internacionais.
Localização
Fatores de influência;
Acessibilidade aos insumos;
Acessibilidade ao mercado;
Vantagens e desvantagens da atual localização.
Disponibilidade de Fatores Produtivos
Matérias-primas e materiais secundários;
Mão-de-obra (especializada e não especializada);
Pessoal de alto nível;
Energia elétrica;
Água;
Combustíveis e lubrificantes;
Transportes;
Outros.
Mercado
Situação atual da demanda e da oferta nos âmbitos interno e externo e
avaliação da existência de mercado para a colocação de uma produção
adicional em função um aumento da capacidade produtiva, através da
melhoria de produtividade ou de novos projetos de investimentos;
Evolução da receita operacional líquida nos cinco últimos anos (por
produtos/ serviços e por unidades monetárias);
Pedidos em carteira não atendidos por insuficiência de produção (mercado
interno e externo);
Prazo médio atual para atendimento dos pedidos;
Principais concorrentes nos mercados interno e externo;
Produtos que, embora não idênticos aos fabricados pela empresa, podem
substituí-los, identificando-se a procedência, o fornecedor e, se possível, a
quantidade consumida anualmente nos mercados interno e externo;
Proporção da produção atendida nos mercados interno e externo;
Considerações sobre a tendência evolutiva dos mercados interno e externo e
os reflexos nas atuais participações da empresa com e sem a implantação
de novos projetos de investimentos, cisões, incorporações, fusões e outras
razões;
Principais clientes nos mercados interno e externo e respectivas
participações percentuais no total das receitas operacionais;
82
Contabilidade para Executivos em Saúde
Considerações sobre a existência (ou não) de estudos de mercado, e de que
forma são realizados estes estudos;
Forma utilizada para a previsão de vendas;
Forma de controle das vendas;
Relacionamento e conhecimento dos aspectos técnicos e mercadológicos dos
concorrentes;
Meios utilizados para a obtenção de informações dos concorrentes;
Aceitação dos produtos da empresa no mercado;
Percentagem de devolução dos produtos vendidos nos últimos anos;
Competitividade da empresa em relação aos seus principais concorrentes
(preço, qualidade, condições de venda, prazos de entrega, etc.);
Nos casos em que a produção se destine, parcial ou totalmente, ao mercado
externo:
Preços internacionais atuais dos produtos e/ou subprodutos a serem
exportados, segundo os principais países importadores;
Análise sumária das condições do(s) mercados(s) interno(s) dos principais
países consumidores e/ou produtores e bem assim, daqueles para que a
empresa pretende exportar, considerando-se essencialmente a evolução dos
preços praticados e sistemas de comercialização adotados naqueles países;
No caso de a exportação não ser o objetivo da empresa: identificação dos
principais países que podem vir a adquirir seu(s) produto(s), indicando-se os
preços praticados nesses países e o(s) sistema(s) de comercialização
adotado(s) outros itens julgados relevantes em função das características do
empreendimento;
Comercialização
Política de compras: condições e fontes de abastecimento;
Política de vendas:
condições por produtos ou serviços e limites bancários para desconto de
duplicatas;
proporção descontada, caucionada e em carteira das vendas a prazo; canais
de distribuição das vendas de produtos ou serviços;
meios de transporte na distribuição e despesas atribuídas ao vendedor ou ao
comprador; forma de publicidade dos produtos
forma de promoção de vendas;
despesas assumidas pelo sistema de vendas, incidentes sobre o
faturamento;
variações periódicas nas vendas: quando ocorrem e como podem ser
neutralizadas;
prazo para entrega dos produtos: modalidades;
distribuição geográfica das vendas;
Preços
Bases para a formação de preços
Avaliação das principais influências da atual política governamental para o
setor (em nível federal, estadual e municipal), que atuem ou venham a
83
Contabilidade para Executivos em Saúde
atuar no desempenho econômico- financeiro do empreendimento (política de
preços, cotas de exportação, etc.):
exame das perspectivas de alterações a curto, médio ou longo prazo, em
tais políticas;
Evolução dos preços dos produtos e subprodutos no mercado interno
(inclusive dos importados);
Preços dos produtos e subprodutos praticados no mercado internacional (nos
países importadores e exportadores);
Movimento do mercado externo (principais países importadores e
exportadores e respectivos volumes de negócios realizados com quaisquer
outros), identificando-se os países importadores com os quais a empresa
pretende ou tem grandes perspectivas de negociar;
6.8 Situação Econômico-Financeira nos últimos cinco
anos
Aspectos Preliminares
Considerações gerais;
Insubsistências e superveniências ativas e passivas: identificação dos
valores não tratados adequadamente nas escriturações comercial e fiscal;
Exigibilidades potenciais que possam influir na valorização do patrimônio
líquido;
Procedimentos adotados para o reconhecimento (contábil e/ou extra-
contábil) de obrigações (configuradas ou potenciais) tributárias, para-fiscais,
trabalhistas;
comerciais, civis e administrativas;
Critérios e classificações contábeis adotados pela empresa que foram motivo
de alteração: descrição e detalhamento dos ajustes efetuados;
Política contábil adotada pela empresa e sua relação com os princípios
fundamentais de contabilidade e com a política contábil adotada pelas
empresas do setor;
Resultado das reconciliações patrimoniais que recomendem ajustes
contábeis na empresa;
Situação dos imóveis integrantes do ativo permanente quanto à titularidade,
regularidade da respectiva documentação perante, inclusive, os registros
públicos;
Adoção (ou indicação da sua necessidade) de ajustes ou reclassificações nas
demonstrações contábeis em análise, com base no conteúdo dos itens
anteriores;
Situação Econômica
Estrutura patrimonial em moeda constante, com relações percentuais
verticais e horizontais;
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Contabilidade para Executivos em Saúde
Demonstração dos resultados em moeda constante, com relações
percentuais verticais e horizontais;
Demonstrativo da apuração do custo da produção e dos produtos vendidos;
Demonstração das mutações do patrimônio líquido, inclusive dos lucros e
prejuízos acumulados:
Demonstrativo do custo comercial total;
Retorno sobre o Patrimônio Líquido;
Retorno sobre os investimentos operacional e total;
Grau de alavancagem financeira;
Valor patrimonial das ações;
Evolução da medida de solvência e sua adequação ao valor patrimonial das
ações versus cotação média das ações no mercado;
Lucro por ação, simples e ajustado;
Participação dos dividendos no lucro disponível;
Dividendo por ação.
Situação Financeira
Nível de descontos de duplicatas;
Quocientes de liquidez corrente, seco e geral;
Valores a pagar e a receber na data da última peça contábil;
Obrigações que gravam o patrimônio constante na última peça contábil;
Outros indicadores que se fizerem necessários, dadas às características do
empreendimento.
6.9 Conclusões e Recomendações
Conclusões
Quanto à caracterização do empreendimento;
Quanto aos aspectos administrativos e organizacionais;
Quanto à evolução histórica e atividades desde a fundação;
Quanto aos aspectos culturais e educacionais;
Quanto aos aspectos técnicos;
Quanto à capacidade competitiva;
Quanto à situação econômico-financeira.
Recomendações
Saneamentos ou reestruturações:
Na Caracterização do Empreendimento;
Cultural/Educacional;
Administrativo/Organizacional;
Técnico-Operacional;
Financeiro;
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Outros.
Melhorias/Desenvolvimento da Capacidade Competitiva;
Outras Medidas