02 Braverman-trabalho e Capital Monopolist A

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    B IBU OT ECA D E C lI lN C lA S S OC IA lSSOCIOLOOIA e ANTROPOLOOIA

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    - PAS~ ~ ; ' ~ _ l 6 J 1 Lfl. Folhasu.. u.. .-

    ~:.vr! ~-.-, .~---~~

    H A R R Y B R A V E R M A N

    T R A B A L H OE C A P I T A L

    M O N O P O L I S T AA D eg ra da c:a o d o T ra ba lh onoSe cu l oXX

    Tradu~'o deNa th a na el C . Ca lx e lmTe rce ira ed if tf o

    Z A HA R E D IT O RE SR IO D E J AN EIR O

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    CAPiTULO 1TRABALHO E FOR~A DE TRABALHO

    Todas as formas de vida mantem-se em seu meio arnbientenatural; assim e que todos desempenham atividades com 0 pro-pdsi to de apoderar-se de produtos naturais em seu proprio proveito.Os vegetais absorvem umidade, minerais e luz do sol; os animalsalimentarn-se de vida vegetal ou da rapina, Mas apoderar-se dessesmateriais da natureza tais como sao nao e trabalho; 0 trabalho euma atividade que altera 0 estado natural desses materials paramelhorar sua utilidade, Passaro, castor, aranha, abelha e termite,ao Iazerem ninhos, diques, teias e colmeias, trabalham, por assimdizer. Assim, a especie humana partilha com as demais a ativi-clade de atuar sobre a natureza de modo a transforma-la para rnelhorsatisfezer suas necessidades.Entretanto, 0 que importa quanto ao trabalho humano nao ea semelhanca com 0 trabalho de outros animals, mas as diferencasessenciais que 0 distinguem como diametralmente oposto, "Naoestarnos tratando agora daquelas pr imitives formas instintivas detrabalho que nos lembram mere animal", escreveu Marx noprimeiro volume de 0 Capital. "Pressupomos trabalho de urnmodo que 0 assinala como exclusivamente humane. Uma aranhadesempenha operacoes que se parecem com a de um tecelao, e aabelha envergonha muito arquiteto na construdio de seu cortico,Mas que distingue 0 pior arquiteto da melhor das abelhas e queo arquiteto figura na mente sua construcso antes de rransforma-laem realidade. No fim do processo do trabalho aparece urn resultadoque ja existia antes ideal mente na imaginacao do trabalhador, Elenllo transforma apenas 0 material sobre 0 qual opera; ele irnprimeao material 0 projeto que tiriha conscientemente em mira, 0 qual

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    5 1 ) TRABA(.no E CAPITAL MONOPOLlSTAconst itui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual ternde subordinar sua vontade. "a

    ,-0 .trabalho human; e consciente e proposital, ao passo que-o tiabalho dos o ut ro s a ni rn ai s e instintivo.** As a ri v id a de s i ns ti n-tivas, sao inatas antes que aprendidas, e represcntam urn padraorelattvamente fixo para a liberacao de energia ao receber estfmulosespeci ficos. Observou-se , par exernplo, que uma lagarta tendo com-pletado a primeira metade de seu casulo prosseguini construindoa segunda sem se ir np or ta r m es mo que a p rim eira se ja retira da,Vma Ilustracao mais nftida do t rabalho instintivo e dada pelo quesegue:

    "0 passaro tecelso da Africa do Sui constrei urn compli-cado ninbo de gravetos, tendo como base uma borda nodosa decrina. Certo casal foi i solado e mantido por cinco gera,oes entrecanaries, (ora do alcance de seus companheiros e scm seus mate-rials cost umeiros para fazer ninho . N a sexta gera~ao, ainda no .cnnveiro ma s COIll accsso .lOS r na rc ri ar s, e lc c ou st ru ru urn ninhoperfcito, inclusive quanta ao n6 da edna."5 Assim, 0 trabalho em sua forma humana foi charnado a(ao inteliqentpor Arlstoteles: Arlstereles , nao obstante scu esforro ba ldado para des cob rirurna causa unica subjaeente a rodos os produtos da natureza, animals e huma-nos, deu a rnais antiga forma a esre princlpio distintivo doj rabalho humano :,.A arte consiste de fat a na concepcao do resul tado a set produzido antes desua concre ti za~ jo no mat er ia l. "2 U lriru am en te , a mente a rt is ti ca r em f re qii en -temente aptecndido e sr e a sp ec ro e sp ec ia l da a tiv id ad e h urn an a rn elh or de quea mente tccruca ; POt exemplo, a do poeta Paul Valery: "0 homem age; eleexerc.e s cu p od er sabre urn m ate ria l e stran ho a elc: e le scp ara SUolS opcta~oes desua i n fr a e s tr u tu r a material, e p ossu i lim a c on scie ncia cla ra rn cn t c determinadad is t o ; dai. podc p ro jet ar SU.1S opc ra rocs e coo rdcna -I as com ou tra s pcssons ant esde executa-Ins: ele podc deterrninar a si mesrno as mais diversas rarefas eadaprar rnuitos materials difercntes. e c ju sta rncnt e es ta capac idade de o rdena r~uas ,i?te~\(,e~ DU dividir seus projeros em opera\oes distintas que ele chamaIIJteIJgcnc1", EI~ nlln submerge nos materiais do seu cmpreendlmcnto, mas vaidcsdc esse material il sua imagem mental. de sua mente ao scu modele e a.cada memento confront a 0 qtJe e/~ qurr com (l qlle e le F a , e a que e le p od einzer com 0 qlCe ele (anseQuc,"a Fourier pensava let idcntificado nisi o a causa da "felicidadc' entre ani-rnais e a "angustia do trabalho repugnantc" entre os hornens: "0 trabalho,eontudo, consrirul 0 prazer de Vatias criaturas, tais como os casrores, abelhas ,vespas, [crrnigas Deus doiou-as com urn mecanisme social (cit de veri ater dito biologico) que altai a atividade e causa a felicidade que se acha neb.P.or que nao nos teria conccdido 0 mesmo favor como a csses animais] QU2d~fer~n~a. c~tre sua condicao industrial e a nossa l"4 Mas para ver no carate~nao msnnuvo do trabalho humane a causa direta da "angustia do trahalhorepugname" Ii preciso sal t ar tod'os os estagios intervcnientcs do desenvolvi-m~nto sodal que disringuem 0 surf;imento do trabalho humano de formnprc-humanas do trabalho em sua forma medema. .

    TRABALHO E FOR

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    ' 2 TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTAem esp6:ie. Podemos ajun~ que, sejam quais fotem as, cepaci-. dades PQssfvei$de estimularem-se animais mediante as engenhoSQf~ de tu~elagem humana, Dio se mostrou possfvd est imular-l h e s , a cspacidade de manip~ representa~o simb6U~a,sobretudoem suss forQUlSsuperiores como a linguagem articulada. Sem slm-bolos ou llnguagem 0 pensamento conceptual deve permanecerrudimentar e, ademais, nao pode set' livremente transmitida atrav6sdo grupo OU a s gera~Oesseguintes:

    Cultura &em ,ontinllidade de u:per iincia f. evi4entemen.te, impouivel. Mu qlle tapecie de continuidade de e~erienciai. pt i- rffl ll ,i ai to da ' !l lt ll raf Nao a coatlauldade que advim da, omunia~ io da e~eri fn, ia pela imi taSao. porque encont ramo.is to ent re macacos. Natu ra l mente . essencial , a cont inu idade noupecto lubjet ivo. mais que no objet ivo , ou abeno. Como moe-tramoa, i 0 simbolo. scbeetudc Bob forma de palavra, quepropordonil esse elemento de ,ol1tinllidade nil exper i~l1cia iu-trumel1ta! do bomem. E. f inalmmte, foi est , fa tor de con ting j-dade na experiencia instrumental do bomem qee poanbilitoa aacamuia)io do pfogr~JSO. 'numa palavra, a c11ltura matedal. "8

    I" I1 \ Assim, 0 trabalho como atlvidade proposital, orientado pelav i intelig!ncla, ~ produto especial da espeeie humana. Mas esta, porl r sua vez, ~ produto especial desta forma de trabalho, "Ao agir assim,sobre 0 mundo externo e transformd-lo," el e 00 mesmo tempomodifica sua propria natureza", .escreveu Marx.o Escrevendo em1876, Engels expes, nos termos do conhecimento antropol6gico doseu tempo, il teoria de que: "Primeiro 0 trabalhot de acordo comde e entao com ele, a fala. - estes foram as estlmulos fundamen-tais sob a influencio dos quais 0 cerebro do macaco gradualmentetransformou-se no do homem.". "A mao", sustentava ele, . .nilo ~apenas o6rgiio do trabalho, e ta m b~ m p ro d ut o d o t ra ba lh o " 10 Seuensaio, intitulado "A parte desempenhada pelo trabalho 'no transi-~ilodo macaco ao homem", estava limitado pelo estado do conhe-cimento cientfflco do seu tempo. e em alguns pormenores podeset lacunoso ou equivocado - como por exemplo sua implica~ode que 0 "laringe naa desenvolvida do macaco" e inapropriada paraproduzir os sons do fala. Mas esta id~ia fundamental de novoencontrou f a v : o r aos olhos de antropologos, sobretudo a luz de'recentes .deseobrtm.entos' de ferramentas de pedra essociadas a"qu&se.homens ou ~homens~tnatacos".Num artigo ,sobre Instni-~ e. n~ os e I!-: e vo lu ~o h um a n~ , e se re ve S he rw o od L, Washburn:

    Anter iormentt a eSliesdescobrimentos. a opiniao vigenteera qDe 0 homem tvoluir ;J quaae ao leU atl1~1ut;Jdo ~ti:utl;lnl

    TRABALHO E FORC;;:A DE TRABALHO 53e mtao inventou as ferrameatas e os DOVoSmeios de vida queelas to rnam poss ivel, Parece agora que os homens-macacos ' --criaturas aptas a correr, mas que n30' andam aiada sobre d~asp ern as. e com cerebros DaOmaiores que os dos macacos ora eXlstenus - haviam jo i aprendido a fazer e utilizar ferrameatas,Segue-se que a estrutura do homem moderno deve ser ,ons~qiiencia da mudanca nas condi~oes da sele~ao natu:a! que advel~do modo de vida com uso de ferramentas , .. 0 exi to dos matssimples i nst rumenros deu in ic io a tendencia de toda a ev~lu~aohumana e a levou a s ci\'i1i'l.a~ocsde hoje."11

    o tr.abalho que ultrapassa a mera atividade instlntiva e assima forea que criou a especie humana e a forca pela qual a huma-nidade eriou 0 mundo como 0 conhecemos,A possibilidade ?e todas .as diversas form,as.sociais!.que sur-giram e que podem ainda surgrr, depende, ern iilrima anal!s~,~destacaracterfstica distintiva do trabalho humane, Onde a dlVlsao defunltaa no seio de outras especies animals < ; , i a~ribufda pela .natu-reza e impressa no gen6tipo sob a forma de lnstln;o: ~ humanrd~dee capaz de uma infinita varledade de fun~5es e dIVl~a?de funt;oescom base nas atribuicoes da familia, do grupo e socials. E~ t~dasas demais especies, a forca diretriz e a ativldade resultante, mstrntoa execucao, sao indivisfveis. A aranha teee sua rede de ~eordo cornuma indtat;ao bioI6gica e nao pode delegar esta funt;ao a ouu:aaranha: ela desempenha essa atividade porque e de sua proprianatureza, Mas quanta a homens e mulheres, quaisquer padr5esinstintivos de trabalho que possarn ter possuido nos inicios desua evolucao, h a multo foram atrofiados au afogados pelas f?rm~ssociais.* Assim, nos seres humanos, diferentemente dos arumais,nao e inviolavel a unidade entre a forca 'motivadora do trabalhoe 0 trabalho ern si mesmo. A unidade de concepcdo e execuroo :p od e s er d is so lo id a. A concepcao pode ,ainda continuar e governar ;a execucao mas a idela concebida par u ma pe ss oa pode ser exe-cutada por' outra. A forca diretora do rrabalho continua sendo a 0 " ins tinto do tr abalho" de Veblen s6 pode se r compreend ido e ,: n ~e~tidofigurado, como urn dese]o au propensao a ~rabalbar melber. Um pSLcolog~social" ingles exprime-se urn tanto agnosncarnente quanro a este assun~o.UOs animals tarnbem trabalharn . , , e 0 fazem arnplamente palos pa~roesinstintivos de comportamento que sao 0 produto dos processes evclutivos,Nao est:i cla re se 0 homern possui ou n io padrocs inatos tie c('lndu t~ para 0trabalho." Acrescema ele: "E possivel que a capac ldade do homcm para 0comportamento em grupos, aprendido, persis~ente e pr~posit~l, ~eja um dessespad roes inatos."12 M33 0 nucleo ~a ~ab~dona nessa afuma~~o e que a capa -cidade humana para trabalhar nao mstmtu)amente_ pede tambem ser cha?ta.da ~eins tinto. Pareee inut il e perturbadora a pretensao de for~ar uma ass lmL!a~ode comportamento animal e humana.

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    5 -4 TRABALHO E FOR~A DE TRABALHOTRABALHO E CAPITAL MONOPOLIS1'A 5 5consciencia humana, mas a unidaJe entre as duas pode ser tom-pida no individuo e restaurada no grupo, na oficina, na cornuni-dade au na sodedade como urn todo,Finalrnente, a capacidaJe humana de executar trabalho, queMarx chamava "Iorca de trabalho", nao deve scr conlundida coma poder de qualquer agente nao-humano, seja ela natural au feitapelo homern. 0 rrabalho humano, seja diretamente exercido auarmazenado em produtos como Ierramentas, rnaquinaria ou animalsdomesticados, representa 0 recur so exclusive da hurnanidade paraenfrentar . a natureza. Assirn, para os humanos em sociedade, aor~a de trabalho e uma categoria especial, disrinta e nao inter-cambiavel com qualquer outra, simplesmente porque e bumana,S6 quem for 0 senbor do trabalbo de outros confundid Iorca detrabalho com qualquer outro rneio de executar uma tarefa, porquepara ele, vapor, cavalo, agua ou rnusculo humane que movem seumoinho sao vistas como equivalentes, como" fatores de producao"Para indioiduos que em pregam seu proprio trabalho (au umacomunidade que far;a 0 mesmo), a diferenca entre utilizar a Iorcade trabalho em contraposicao a qualquer ourra forca e uma dife-renca a que se volta toda a "econornia". E do ponte de vista daespecie como urn todo, esta diferenca e tarnbern decisiva, desdeque todo indiv lduo e 0 proprietario de uma pon;ao da Iorca detrabalho total da comunidade, da sociedade e da especie.Esta consideracao constitui 0 ponte de partida para a teoriado valor do trabalho, que as economistas burgueses acharn poderseguramente desprezar, porque estao interessados nao nas relacdessocials mas nas relacoes dos precos; nao no trabalho mas na pro-dur;ao, nao no ponto de vista humane mas no ponto de vistaburgues.

    trabalho a outros. Em' segundo, as trabalhadores estao livres de' /constncoes legais, tais como servidao ou escravidao, que os irnpe-earn de dispor de sua forca de trabalho. Em terceiro, 0 proposito '". J ' . ~do emprego do trabalhador torna-se a expansso de uma unidade f i r ' .,ide capital pcrtcnrente ao empregador, que CSla assim atuando comourn cap it a ll s ta . 0 processo de t ra b al ho c o rn e ca , portanto, com um ' ( ',1contrato ou acordo que estabelece as condicoes da venda da fOI~'a i .') Ide trabalho pelo trabalhador e sua compra pelo empregador.E irnportante notar 0 carater h is to ri co d es te fen6meno. Ern-bora a compra e venda de Iorca de tr ab alh o te nh a e xis tid o desdea antigiiidade", ate 0 seculo XIV nlio comecara a se consrituiruma consideravel dasse de trabalhadores assalariados na Europa, J .e el a nao se tornou n u rn c ri cam e nt e impor ta n te ate 0 advento do ~api-. , . < :talismo industrial (isto IS, a prodtu;ao de mercadorias em bases: r .1. , ! . , )capitnllstas, comparada com 0 capitalismo mercantilista que tao- ~ ,sornente trocaua os produtos excedentes das Iorcas anteriores de Iproduc;ao) no seculo XVIII. Tern sido a forma numericamente do- ~rninante par pouco mais de u rn s ec ul o, e ist o a pe na s em poucospafses, Nos Estados Unidos, talvez quatro quintos da populacso I,'trabalhavam por conta propria nos inicios do seculo XIX. Poa \ \f~ ! rvolta de 187~ a cilra des~eu para cerca de urn terce e em: 1940. , .' " f

    para nao mars que urn quinto: no ana de 1970, apenas per to de .,~, .1~Urn decimo da popu ln c fi o t ra b al ha v a par conta propria. Estarnos, f ,pais, I idando com urna relacfo social de data ext rernamente recente ,A rapidez com a qual ela obteve suprernacia em nurnerosos palsesreulcn 0 e xtrao rdiruirio p od er da ten de ncla d ns eco no mias capita-listas a converter todas (IS dernais formlls de trabnlho em rrabalhoassulurindo.O. t rabalhador az 0 contrato de trabalho porque as condicoessociais nao [he dao ou tr n a lt er n at iv a para ganhar a vida. 0 em pre-gador , por outre Indo, e 0 possuidor de urna unidade de capitalque ele s e e sf or ca por amplia r e para isso convene parte dele ems al ri ri os , D e ss e modo p fie -s e a fu nc io na r 0 processo de trabalho,o qunl emborn se]n em g ern l u m processo para c ria r v alo re s u te istornou-se agora esp ecific arn en te u rn p ro cesso p ara a e xp an sao do

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    lsento das rlgidas trilhas ditadas pelo instinto nos animals,o trabalho humane torna-se indeterminsdo, e seus diversos deter-m i na n re s c o ns ti tu c rn , dar por d ian te, produtos nfio da biologia masdas complexus interncdcs entre Ierramentas e relacoes socials; tee-nologia e sociedade, 0 objeto de nossa analise nao e 0 trabaJho"em geral", m as 0 rrabalho nas formas que ele assume sob asrelacoes capitalistus de producao,A producfio capitulista cxige intcrcdmhio de relar;5es, merca-dorais e dinheiro, mas sua d ij er en ca e sp ec ij ic a e a compra e vendade forca de t rabalho. Para esse fim, t rcs condicoes basicas tornam-segeneralizadas atraves de toda a sociedade. Em primeiro lugar, ostrabalhadores sao separados dos meios com os quais a produ~ioe reallzada, e s6 podem ter aces so a eles vendendo sua forca de

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    56 TRABALHO E FORC;A DE TRABALHO 57RABALHO E CAPITAL MONOPOLIS1'Acapital, para a criacso de urn lucre." A partir desse ponto, torna-setemerario encarar 0 processo de trabalho puramente de urn pontode vista tecnico, como simples modo de trabalho. E , a le rn do rnais,e este ultimo aspecto que domina a mente e atividades do capi-tal is ta, a cujas rnaos passou 0 controle sobre 0 processo de trabalho.Em tude 0 que se seguir, portanto, estaremos considerando amaneira pela qual 0 processo de truballio e dominado e mode1adop e la a c umu la ca o de capital. **o trabalho, como todos os processos vita i s e funr;oes docorpo, e um a propriedade inaliendvel do indivfduo humano. Mus-culos e cerebros nao podem ser separados de pessoas que os possuern; nao se pode dotar alguem com sua propria capacidade parao trabalho, seja a que preco for, assim como nd o se pode corner ,dormir ou ter relacoes sexuais em lugar de outra pessoa. Destemodo, na troca, 0 trabalhador nao entrega ao capitalists a suacapacidade para 0 trabalho. 0 trabalhador a retern, e 0 capitalistas6 pode obter vantagem na barganha se fixar 0 trabalhdor no tra-balho. Compreende-se claramente que os efeitos valiosos auprodutos do trabalho pertencern ao capitalista. 0 que 0 trabalha-dor vende e 0 que 0 capitalista compra f z a o ~ uma quantidadec ontratad a d e trabalbo , m as a [orca para trabalbar po r Ul11 periodocontratado de tempo. Esta incapaddade de comprar . trabalho, quee uma un~iio Ils ica e mental lnal ienavel, e a necessidade de cornprara Iorca para executa-lo e tao repleta de consequencias para todoo modo capitalists de producao que deve ser estudada rnais deperto.Quando 0 proprietario emprega as services de lim animal decarga no seu processo de producdo, n nda m ais pede fazer alernde canalizar a forca e re slste ncla n aturals do animal. Quando uti-liza ab elh as n a p ro ducd o de mel , blchos-da-sedn para bzer seda,

    Nao obstante a engenhosidade exibida por esse chefe deoficina, e evidente que todo 0 processo esta adstrito as capacidadese predisposicao das lagartas; e 0 mesmo acontece com qualquerforma de uti1iza~ao de trabalho nao-humano. E st a i rn pl lc it o 'emtais tipos de emprego que IIdono deve contar com as l imitacoesdeterminadas e naturals de seus servidores. Asslm, a o u ti li za r a[o rca d e trabalb o de animals, ele ao mesmo tempo utiliza seutra~alhol porquanto os dois, embora disringulveis em teoria, saomars ou rnenos identicos na pratica, e os mais astuciosos pIanospodem obter da Iorca de trabalho do animal apenas rnln im as va-r ia~oes do trabalho concreto .o trabalho humano, par outro lado, devido a ser esclarecldo Ie orientado por urn entendimento que foi social e culturalmenteidesenvolvido, e suscetlvel de vasta gam a de nriv idades proJutivas.lOs processes de trabalho ativo que residem em potencial no for~alde trabalho dos homens sao tilo diversos quanta ao ripo, modo'! 'de desempenho etc. que para todos os fins praticos podem ser ic o ns id e ra d os i n fi n it os , tanto mai s que novas modos de tr ab al ho ]podem ser facilmente criados mais rapidarnente do que serem \e xp lorn do s. 0 ca pita lista a ch a n esse ca nircr in fin ita me ntc p la stico ido t rabalho humano 0 recurso essenc ial para a expansf io do sell'capital.E sabido que 0 trabalho hurnuno e capaz de produzir rnaisdo que consome, e esta capacidade de "trabalha excedente" e parvezes tratada como urn dote especial e mistico da humanidade ou

    bacterias para ferrnentacao do vinho ou carneiros para produzir Ia ~s6 pode tirar vantagem das atividades instintlvas ou fun~6es bio-16gicas dessas formas de vida . Babbage dell urn fascinante exemplo:"A mais nctavel especie de manufatura... foi planejada

    por u rn ch efe de o fi ci na s r es id en ce em Mu ni qu e. C o ns is te derend as e veus de seda corn desenhos, total mente Ieitos por lagar-tas. 0 modo de proceder adotado e 0 seguinte: ele faz umapasta das Iolhas de urn vegetal que Ii 0 alimento usual da espede de lagarta urilizada e a esparrarna tenuernente sobre umapedra ou qualquer substancia plana, A seguir. com urn pincelde p~lo de camelo rnolhado em azeite, risca sobre a camada depasta 0 desenho que quer que os lnsetos fa~am. A pedra ecolocada numa posi~ao inclinada e pOe.se uma quantidade delagartas na parte inferior. Escolhe-se certa especie delas que teceuma rede forte; e os lnsetcs, que comecarn em baixo. cornem eabrern caminho para cima, evitando cuidadosarnente toda partema rc ada pelo azei re, mas devorando rode 0 ee sto d a pasta: Aextrema leveza desses veus e a sua robusrez s50 verdadeiramentesu rpreendentes."! 5

    * Asslm, Marx fala do proccsso de produ~50 que, "considerado... comoa unidade do processo de trabalho e 0 proce sso de p roduz ir mai s- val la , e 0processo capitalists de producao, ou produ~ao capitalista de mercadorias".14.. Esre nao C 0 lugar para um a analise geral do processo de acumulacaodo capital e das leis economicas que 0 impoem ao cap ita lis ra , independen tede seus desejos, A melhor analise continua scndo a de Marx e ocupa grandeparte do primeiro volume de 0 Capital, sobret udo na VII Parte. Uma expo-si~50 muito clara e concisa da tendencla a acumulacao eapitalista, consideradatanto como desejo subjerivo e necessidade objeriva, enconrra-se em Paul M.Sweezy, no livre The Theory of Capitalist Development (Nova York.1912). pp 79-83 e 92-95 Pede ser suptcmentado pcla lciiura de Mono-poly Capital de Paul M. Sweezy e Paul A. Baran, que s e d e di ca a s condi~oes.da acumulacao no periodo monopollsta do capitalismo (Nova York. 1966:d. especialmenre pp. 4244 e 6771).

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    TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA8 TRABALHO E FOR~A DE TRABALHO 59de seu traba lho . N a verdade, na o c nadu d isrc, Inn s t i io-somenteum prolongarnenro do tem po de traba lhc para a lem do ponto emque e le se reproduziu au , em outras pa lav ras, p roduziu seus pro -prio s m eio s d e su bs istencia o u seu eq uiv alente . E sse tem po varia racom a intensidade e produ tiv idade do traba lho c com as exigen -cias m utave is da "subsistencia " , m as para qua lquer estado dessese um a duracao dererm inada. A capacidade " pe cu liar " d a forca de'I ' I. t ra ba lh o p ar a produzir em favor do c ap it al is t d ep oi s qu e ela sereproduziu e , portan to, nuda m ais que a extensiio do tem po de"I . i t ra ba lh o p ar a alern do ponto em que e le poderia ter parado. Ur ni:' bo i tam bern ted essa capacidade , e m oera m ais rrigo do que com ese m an tid o n o serv ice po r ad estram en to e com pulsao .o qu e distin gue a F orca de tra ba lh o h um an e e , portanro, na osu a capncidnde de produzir um ex ce den rc, m as SCll canhe r inteli-g en re e p ro po si ta l, q ue th e d a. in fin ita ada pta bilidade e qu e produzas condicocs s oc ia is e culturais para arnpliar s ua p ro pr ia produti-vidade , de m odo que seu produto excedente pode ser con tin~amen t e arnpliado. D o ponto d e v ista do cap ita lists, esta potencia-Iid ad e m ultila te ral d es s er es h urn an os n a so cie da de e a b ase so brea qual ele tua-se a arnp liacao do seu cap ita l. E le , portanto ,em preende todos os m eios de aurnenta r a producao da fo rca detr ab alh o q ue cornprou quando a poe em nc;lia. O s m 7 io s que e~eutilizu podem v ari ar d es de 0 obrigar 0 t rn ba lh ad or a ' [ or na da m a r slo ng a po sslve l, co mo era co mut;J n os in lcio s d o cap ita lisrn o, at~ au tili za ca o d es m ai s p ro du ti vo s instru men to s d e trab alh o e a maierintensidade oes te . Seja com o fo r, sernpre com vis tas a produzir apartir d o p oten cia l in erente a forca de trab alh o 0 m a is v al io soefe ito do traba lho , po rq ue e Isto que th e renders 0 m aio r e xc e-dente e assim 0 m a io r l uc ro .M as se 0 cap ita lista se base ia nesta qua lidade d istin tiva ep ote nc ia l d e forca de tra ba lh o h um an os , e tambern e st a q u al id ad e ,por sua propria inde te rm inacao , que co loca diante dele 0 se um aier desafio e prob lem a. A m oeda do traba lho te rn 0 s eu a n ve rs o:no cornprar a fo rca de traba lho que potle fazer rnuito e le esta aom esm o tem po cornprando u ma qualidade e quantid ade ind eterrn i-V nadas, 0 que e le cornpra e in fi ni to e m potencial, m as lim itado emsu a concretizaciia p elo estado su bie tivo do s trab alh ado res, p ar su ahistoria passada , por suas cond icoes socia ls gera is sob as qua istrab alh am , assim co mo pelas con dicoes p ro priu s dit em presa e co n-dir;5es tccnicas do seu trabalho. 0 tralialho r ea l m e n te . e xe cu ta dosera afe tado por esses e rnu itos outros fato res, in clusive a orga-nizaclio do processo e as fo rm as de superv isao dele , no caso deexistirem,\ .

    Isso e tan to m ais certo tendo em vista que as aspectos teem -cos do s p ro cesses de trab alh o sao ag ora do rn inado s pe los aspectos I ,so cia i s q ue 0 c ap it ali st a i nt ro du ziu : is to t, as novas relacoes deproducao, T endo sido obrigados a vender sua f6fr;a de traba lho aou tro , as trabalh adores ta rnbem entregam seu in te resse no' tra -ba lho , que fo i agora ~alienado", 0 processo de trabalbo tornou-se ~. I.:lr es po n sa b il id ad e d o c ap it al is ta . N es te e sta be le cirn en to d e re la co es .v 'd e p ro du ca o a nr ag on ic as , 0 p ro blem a d e ob ter a "plena u tilid ade"da fo rp de traba lho que e le cornprou torna-se exacerbado pe losinteresses op osto s daq ue les para cujos propositos 0 processo detraba lho e executado e daqueles que , por ou tro lado , 0 executa rn .A ss im , q ua nd o 0 c ap it al is ta c o rn p ra i rn o ve is , r na te ri as -p ri rn as ,f er rament as , r n aq ui n ar ia e tc" p ede avaliar com rigor seu Ingar noprocesso d e traba lho . E le sab e qu e cerra p arce l a d e se ll d esernb olso .fsera tran sfe rida a cad a u nid ad e de prod ucao e su a co ntabilid ad e 0 J I[ an ca rd s ob 0 ti tu lo de custos e depreciacao . M as quando e le com pra ] " ',,' ~tem po d e trab alh o, 0 resu ltado esta longe de ser tao certo e tao :'I"'I!'~,J'dete rm inado de m odo que possa ser com putado desse m odo , com " , ~rigor e antecipacao . Is to sign ifica sim plesrn en te que a parce la de ' "seu capita l d esp end ido na forca de traba lho e a p o rt ;a o va rh lv el "' i ,(Ique sofre u rn aum en to no processo de producao : para ele , a ques-: " ,,'~- 'd ~ Ita o e e quanto sera 0 aumento, .T orn a-se p orta nto fu nd am en ta l p ara 0 c ap it al is m q ue 0 con-t ro le s ob re 0 p rocesso de trab alh o passe das m sos d o trab alh ado rpara as su as p ro prlas, E sta transicao apresen ta-se na h ist6 ria com oa allenacdo p ro gr es siu a d os p ro ce ss os d e pr od uc do d o t ra ba lh a do r;para 0 c ap ita lis ta , a pr es en ta -s e c om o 0 p ro blem a d e gerencia.

    Notas1 Karl Marx. 0 Capital. Vol. I (Mcsccu, sid). p. 174,2 Arist6teles. De Partibus Animalium, i. I 6 40n32.3 Paul Val ,: ry . Ober Kuns t (Frankfurt. 1959). p. 69; citado em AlfredSchmitd. T'h Concent of Nature in Mnrx (Londres, 1971), p. 101_4 Charles Fourier. Desiqn for Utopi a: Sel ec ted Writings (Nova York,1971), pp. 16"3-164.(I Kenneth P. Oakley. "Skill as a Human Possession". em Charles Singer,E. J. Bolyard e A_ R. Hall ediro res, A Hhtory of Technology, vol. I(Nova York e Lond re s. 1954) , pp, 2'3_" Sherwood L. Washburn. "Tool s and Human Evolnri on", Scientilic Ame-rican (Serernbro de 1960), pp, 7173.'7 Oakley. "Skill as Human Possession", p. 27.8 Lesli e A, Whit e, The Science of Cuiture (Nova York. J 949), p, 48.o Marx. 0 Caoital, vel, 1. p _ 173.

    ", '

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    CAPITULO 3A DIVISAO D O T RA BA LH O

    o rnais antigo princlpio inovador do modo capitalists de pro-dUIJiio f oi a divisao manufatureira do trabalho, e de urna formaou de outra a divisao do trabalho permaneceu 0 principle funda-mental da organizacao industrial. A divisao do. ttabalho na indus-tria capitalista nao 6 de modo algum identica . ao Ienomeno dadis tr ibuicso de tarefas, offcios ou especialidades da producao atravesda sociedade, porquanto, embora todas as sociedades conhecidas==.dividido seu trabalho em especialidades produtivas, nenhu-ma sociedade antes do capit ali smo subdividiu sisternaticarnente 0trabalho de cada especialidade produtiva em operaIJ6es llrnitadaa.Esta forma de divisao do trabalho torna-se generalizada apenascom 0 capitalismo.

    Esta distincao e esclarecida, .por exemplo, na descrlcao deHerskovit s da divisao do t rabatho nas sociedades primitivas:

    S6 raramente ex iste div isilo de tr abalho den tr o de umaativid ade - ou, como poder ia ser designada, subdiv isao do tr a-balho - en tre povos sem escrita, Essa espedaliza~ao intra-in -du strial seria encontrada apenas na p rodu~io de bens de capitalmaiores , como casas, embarca~oes e represas de pesca. Mesmoneste caso, e regr a em tais eu ltu ras que uma organiza~1 io dealet ipo sej a t empora ria : ademais , cada t raba lhador 30 dedicar-sea u rna parte de certa tarefa especifica i no mais ds vezea capaz

    Herskovits faz aqui 0 cos tumeiro milagre eccncmieo de t rans formarcasas, embarca~oes e represas de pesca" em "bens de capit al ". de acordo como pocro de vist a central da burguesi a que auro- inconsdentemeute pre je ta paratds e para f r~.Qte at r aves da Hist6ria as categorias especif icas da p rodu~aocap iralist , d e acordo com as quais plSU converrern-se em "capit al' mesmOquando apenas co05t ru~oes que as pessoas f izeram para morar ,

    DIvISXo DO TRABALHO 71

    ,.

    de u:eeuta r ontns fases do rrabalhc alem daquela nil qual e$tano momento empenbado ... Asslm, em grupos onde a divisaoprimi tiva do t raba lho lie di de acordo com sexo. todo bomem011 mother 1 1 3 0 apeoas saberi Iazer rodas aquelas cOlsas queborneOl e mulheres uanalmenre bum entre Ii como tambemdevem ser capazes de faze- la s e fi ci en temente. A medida. quemudamos pan sociedades de complexidade economica urn poucomalor , descobr imos que cer tos homens podem gas ta r par te maierde seu tempo do que outros a f az er e sc al tu ra em madeira outrabalbo em fer ro, ou certas mu lheres fazendo po res ou tecendopaoo; mas todos os membros do grupO terao alguma eompe-dnc ia nas tecnicas ccntrol adas por aqueles de dete rminado sexo.Ainda em Out ta s aociedades primitivas, eertos homens e m ul be -re s se e sp ec ia liz am oao apenas num a tecn ica, mas em certostipos de produtc, como, por exemplo, naquelas em que umamu1her dedicara seu tempo 11 produ~io de potes par a uso diar ioe ouera faz porer la eze lusivamente para r it es rel lg ioscs. Deve-seressalrar oovamente que excerc em c ir cu ns ty nc ia s m u lto bra < 1 0eomum. lIaO encontramos 0 tipo de organiza~iio em que urnamalher caracterist lcamente se especialize em juntar argila, outraem modela-la e uma terceira a eozer os potes; ou em que u'm 'bomem se dedique a arranjar madeira, urn segundo a confo rrn arnlsticamente 0 bloco Das propo r~i'ies de uma flgura ou tambo -nte e urn teree lro a dar -Ihe acabamento. "1

    as entro OS 0 CIOS. m ora omens ou mu eres possamwt,tilfiiiente estar reIadonados com a feitura de certos produtos,~ de regra nao dividem as distintas operaIJoes implicadas nafeitura de cada produto.Essa forma de divisao do trabalho, caracterlstlca de todas assodedades , 6, se acompanhamos a terminologia de Marx, a divisaos oc ia! d o trabaiho. Deriva-se do carater espedico do tritbn1ho'hiliiiano: " U r n animal faz coisas de acordo com 0 padr1io e ne-cessidade da especie a que pertence, enquanto 0 homem sabe comoPtOOlJzir de acordo com 0 padrao de cada especie. "2 A aranha tece,o ursa pesca, 0 castor constr6i diques e casas, mas 0 homeme simultaneamente tecelso, pescador, construto r e mil outra s colsascomblnadas de urn modo que, devido a que ocorre na sociedadee 86 e posslve l at raves da soc iedade, logo compele a divis1io social.d e acordo com 0 oflcio, Cada indivfduo da especie humana naopode sozinho "produzir de acordo com 0 padrao de todas as espe-des ~ e inventar padrdes desconhecidos do animal, mas a especie. c omo urn todo acha posslvel fazer isso, em parte atraves da divisaodo. t raba lho, Assim, a divi sao .socia l do tt aba lho e aparentementelnerente carac terfst lca -do trabalho humane tao logo ele se converte

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    '(' 72\ i ' F f . ?~ em trabalho social, isto e , trabalho executado na sociedade e atrn-I v . v~ dela. . ..\ . Muita contrariamente a esta divisdo geral ou social do t raba-. .;;: J,rlho 6'a divisao do trabalha em pormenor, a divisao manufatureira

    J ; \ 1 ' \ 1 . . . . . . do ttabalho. Esta e a parcelamento dos processos implicados na,.r f{ felrura do produto em numerosas operacoes executadas pot di fc-(I I ' rentes trabalhadores ...-- 0 habito de considerar como urn unico continuum 0 trabalho

    (. social' e as divis6es parceladas dele, como um unico principiatecru.co abstrato, e a maier fonte de confusao nos estudos desseassunto. * A divisao do trabalho na sociedade e caracterlstlca detodas as s o ci ed a de s c o nh e ci da s; a divisao do trabalho na oficina~ produto peculiar da sociedade capitalista. A divisio social dotrabalho divide a sociedade entre. ocupa co es , c ad a qual apropriadaa certo ramo de prodm;ao; a divisio pormenorizada do trabalhodestr6i oCupa~Oes consideradas neste sentido, e torna 0 trabalhadorinapto a acompanhar qualquer processo complete de produ~ao. Nocapitalismo, a divisio social do trabalho e forcada ca6tica e anar-quicamente pelo mercado, enquanto a divis~o do trabalho naoficina ~ imposta pelo planejamento e controle .. Ainda no capita-lismo, os produtos da divisao social do trabalho sao trocados comomercadorias, enquanto os resultados da operacao do trabalhadorpareelado nl io sao t rocados dentro da fabrica como no rnercado,mas' sio todos possuldos pelo mesmo capital. Enquanto a dlvisaosocial do trabalho subdivide a sociedade, a divisao parcelada dotrabalho subdivide 0 bomem, e enquanto a subdivisao da sociedade pede fortalecer 0 individuo e a especie, a subdivfsao doindivfduo, quando efetuada com menospreso das capaddades e ne -cessidades humanas, e urn crime contra a pessoa e contra a huma -nidade.o enfoque que ignora a dlstinc;ao entre as divis5es sociale pormenorizada do trabalho tern expressao nos seguintes cornen-tanos: "A diferenciacio social e a divisao do trabalho sao atri-butos universals da sociedade humana. Contrarlamente a opinidovigente, nao h a : multo, de que 0 homem primitive vive em gruposcompletamente homogeneos e arnorfos, 0 conhecimento modernodas comunidades primitivas e past o ris revela muita complexidade'e especiallza~ao... A especializacao modern a nao pode portanto

    r r .ser contrastada com um presumido pedodo ou suposta socledade

    ( MMaa. a deapeito ~ as n um e ro sa s aaalogias e laces interligando-as", adver.tia : M a r x , Ma divisao do trabalho no interior de um a soeledade, e a divis30

    DO idttifor de um a oflelna, diferem nao apenas em grau. m as tambem em\_~apki~."a

    TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA DrVISAO DO TRABALHO

    que nao conheca a divisao do trabalho. A diferenca e de grau:- e nao de especie."" W ilbert Moore Iorca-nos a admitir com 1S50. que a divisdo da sociedade entre rarnos, oficios e profissOes Unaopode ser conrrastada" com a dispersao daquelas OCUP:l~5es. quens o ha diferenca "em especie" entre a p rd ti ca d a p ec ua ria , mar-cenaria ou ferraria e 0 repetido aper tar de urna serie de parafusosmilhares de vezes por dia ou 0 rnane]o de milhares de cartoessemanalmente por toda urna vida de trabalho, porque tudo saoexpressoes da "divisao do trabalho". Neste nlvel de abstracao,evidentemente, nada se pode saber sbore a divisao do trabalho,exceto a trivial e a p ol og e ti ca c on c lu s jl o de que sendo U universal" ~cada uma de suas manifesta~5es e provavelmente inevirdvel. Des-necessario d izer que precisamente esta e a conclusao que a socie-dade burguesa prefere.Por essa razao a popularidade da obra de Emile Durkhelm,A Dioisdo do Trabalho na Sociedade, cresceu a medida que suaaplicabilldade ao mundo moderno diminuiu. Durkheim adota exa-tamente 0 mesmo nlvel de abstrac;ao em seu enoque: "0 iinlcomodo de ter ex.ito na apreciacao objetiva da divisao do trabalho~ estuda-lo primeiro em si mesrno, de' modo inteiramente especula-tivo, quanta a seu valor, e quanto :a que ele depeade para, final-mente, formar a n~ao mais adequada posslvel dele.?" Ele continuaa seu modo, evi tando resolutamente as condicoes socials especfficassob as quais se desenvolve a divisao do trabalho em nossa epoca~e n al te c en d o s empr e a sua proposic;ao de que "0 ideal de frater-nidade humana s6 pode set realizado na ra:z:lio do progresso dadivisao do trabalho'" ate que nas ultimas pdginas do seu trabalhodescobre a divisao do trabalho nas fabricas e escrit6rios do capi-talismo moderno, e 0 batiza como "formas a no rm a is " , Mas, comofoi observado por um critico recente, .M. C. Kennedy, "quandoexaminamos essas formas anormais atraves do mundo, torna-sedificil encontrar um caso nitido de divisao normal do trabalho",Kennedy estd rigorosamente cerro quando chama a forma "normal"de Durkheim de divisao de trabalho de "ideal de urn soci6logomoralista e nlio urn sociologo da moral". H Georges Friedmann diz que se Durkheim tivcsse vivido para perceber aposter ior d ivisao do t rabalho , " teria s ido forcado a cons iderar ' anormais' mui -tas das Iormas assumidas pelo t rabalho na socledade mcdema, tan to na indus-t ria como na adminlsrr acio. e mesmo. mais racentemente, no comercio ( estoupensando no s superrnercados norte-arnericanos}" ,8 A ideia de que alguemque eserevesse varias gera~5es d ep ols d a Revolu~ao Industr ial e depois de AdamSmith, Babbage, Ure , Marx e incontaveis ou tros, neeessi tasse esperar .pelos"supermercados ncr te-arner lcanos" para aprender sobre a divisjio do trabalho-DO eapirallsmo nao e COD vineente. Mas em geral a cautela de Friedmann ao

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    74 TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTANeste ponte, porem, nosso interesse nao se volta para

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    76 TRAll:\lHO E CAPITAL MONOPOLISTA

    eles sao impraticdveis . Cada p

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    78 TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTAempregado, por tipo (isto e , por .idade e sexo). e por pagamento,na Iabricacao inglesa daqueles a lfinetes, conhecidos naque la e p o c a .como "onzes": 14Desenrolar 0 arame Mulher : 3s. 3d. por dia .. .Esticar o arame Homem Is. o e ,Mulher Os. 6d.Fazer a ponta Homem 5s. 3d. r lEnroscar e apara r cabecas Mulhe r O~. 4.5 d. ~.{apaz 5s. 4.5 d.Colocar cabecas Iiomem [so Jd. iiAflna mcnt o o u bmnqucamerno Menina 6 s. 0

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    80 TRAIlALHO E CAPITAL MONOI'OLISTA

    I.,

    cad o pclo princlpio de 13~lbbuge: fraciona-la nos seus e lementosr n ai s s imp l es . E, como 0 m odo capita lista de producao cria um apopulaci io trnbulliodora aju sra da as su as n ec essid ad es, 0 principlede B abb ag e c , peln propria fo rm a desre " trabalho do m ercado " ,_p qsto em c xc cu ca o p clo s p ro prio s ca pita lista s.T oda fase do processo do trabalho e d lv orc ia da , ta o lo ng eq ua nta p ossfv cl, d o c on hec im en to e prepare e sp ecia l, e re du zid aa sim ples trab aiho. N esse in te rim , as rcla tivam cn te po ucas pesso asp ara quem se reservarn instrucdo e conh ecim ento sao isentas tantoquan ta posslvel da obriga~iio de sim ples trabalho. D este modo,e dada uma estru tu ra a todo 0 processo de traba lho que em seus-extrem os poJariza aqueles cujo tem po e infin itam en te va liosoe aqucles cu io tem po quase . I ' ! ! l c ! . ~ v~~!Esta poderia ate ser cha-m ada a lei geral da divisao do tribalho cap italists. N ao e a t in ic aIo rca a tuando sob re a organizacao do traba lh a, m as e certamentea m ais pod erosa e g eral, S eu s resultados, rna is au m enos adiantadosem cad a industria e ocupacao , dao irrecusdve l testem unho de sua

    \

    validade. E la m odela nao apenas 0 trab alho, m as ta rnb em p opu -la~5es, p orq ue a lange prazo cria aqu ela rnassa de trab alho sim plesqu e e 0 a sp ec to p rin cip al d as p op ula c;5e s' e m p afse s c ap italistasdesenvolvidos .

    \ \ t

    No/as1 Melville J. Herskcvits, Economic Anlhro(lologv: a Srudv in Compare-t ive Economics (2.a ed. : Nova York. (960), p. 126.:0 1 Karl Marx. Manuscriros Economicos e Fi/o s6 fi co s de 1844. edit ado e cornintrodtl~ao por Dick J. Struir (Nova York. 1964). p. 113.a Karl Marx, 0 Ca(li/IJI. vol . I (Mcscou, sId). p. 3 H. Wilbert E. Moore. "The Attributes of an Industrial Order". em S. Nosowe W. H. Form. editores, Man. Worh and Socie lY (Nova York, 1962).pp. 92-93.6 E m il e D urk be im . The Division of Labor in Soeier t j (Glencoe. m ..1947), p. 45 .6 Ibidem, p. 406.1 M. C, Kennedy. "The Division of Labor and the Culture of capitalism:A Critique" (Diurla~lio de doutorado em Fi losofia. Sta te Unlvcrs itf o f NewYork at Buffalo. 1968. pp_ 18586: obtido dos mi cr ofilmes da univers idade.An n Mbor. M ich.) .8 Georges Friedmann. TIle Anatomy of Work (Londres, 1961. e Glencoe.111..1964). p, 75.'9 Adam Smith. The Wraith of Nations (Nova York. 1937). p_ 7.ro Ibidem. pp. 4 - 5 .11 Feira Industrial de Nova York. Informe Especial de George Wall is . inNathan Rosenberg. edleores, The American System of Manufacture& (Edin-burg. 1969). pp. 203-204.

    DIVISAO DO TRABALliO 81I:.! Jobn Ruskin. As Pedras de Veneza. S e~ ao II. Capitulo V I: cit ado em~e n Coates. E S SGt js o n Industrial Democracy (Londres, 1971). pp. .H-4S.Charles Babbage. On the Economy of Machinutj and Manufactureal~Lond~es. 1832: edi )i io re impr es sa, Nova York. 1963). pp. 175.76.Ibidem. p. 184.111 Alfred Marsh311. Industrr; and 'Trad (19! 9 : CJi~30 reimpressa, Lon.dres, 1932), p. 149_16 J. R . C om m on s: Qua~te~itj Journal of Economics. v ol, X IX . p. 3; cira -do em F. W. TaUSSIg . PnnClpies of Economics (Nova York. 1921). p. 42.

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    CAPITULO 11MAIS-V AL IA E TRABALHO EXCEDENTE

    a modelo atomizado e concortencial do capitalismo, no quala proprietdrio individual do capital (ou grupo familiar, au pe-.queno grupo de sodas) e a firma capitalista eram id&1ticos, e 1\producdo em cada industria era distribuida entre um m im erorazoave lmente grande de irmas, jli nao e mais 0 modelo de capi-talismo atualmente. Economls tas e o bs er va do re s s oc ia ls de varioscredos estao em acordo geral quanto a que de oi deslocado poruma estrutura consideravelmente diferente, embora possam discor-da r em seus a rr az oa do s e a nd lis es da nova estrutura. Os marxistasempregaram diversos nomes para este novo estdglo do capitalismodesde 0 seu aparecimento: c api taJ is mo / inane ei ro , i mpe ri al is ma ,neoeapitali smo , capitali smo recente . Mas desde que se admitiu emgeral que, como Lenin declarou em urn dos estudos pioneiros doassunto, "a quintessencia economica do imperiaIismo e 0 capita-llsmo monopolista", foi esta ultima expressao a que se mostroumais aceitdvel.! 0 estudo mals irnportante desse novo estdgio, doponte de vista marxista , encontra-se em Capital Monopoli s ta , dePaul Baran e Paul M. Sweezy':~

    Concorda-se geralmente que 0 capital monopolista teve inlcionas riltimas duas ou ttes decades do seculo XIX. Foi entao quea concentracao e centrallzacao do capital, sob a forma dos prlmel-ros trustes , car tels e outras formas de combinacao, comecaram aIirmar-se; foi entao, consequentemente, que a estrutura modemsda industria e das finances capitaIistas comecou a tomar forma. Aomesmo tempo, a dpida consumacao da colonizac;aodo mundo, asrivalidades internacionais e os conflitos armados pela divisso d o'globo em esferas de influencia economics ou hegemonia. Inaugura-

    ILI'11IiIIL i! !I; i~!I ' [] .1r!J~.I/t

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    216 TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTAra~ a modern a era imperialista. Desse modo, 0 capitalismo mono-"polista abrange 0 aumento de organizacoes monopolis tas no selo~e cada. pa ls capi ta lista , a inte rnac ionaIi zacao do capi tal , a divisiomteJ?laClonal do trabalho, 0 imperialismo, 0 merca .do mundial e 0movunento mundia! do capital, hem como as mudan~as na estru-tura do poder estatal.

    ]5. terd sido observado que 0 desenvolvimen to decisive noproce~so . de produ~ao data precisamente do mesmo perlodc queo capitalismo monopolista. A gerencia cientffica e todo 0

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    ind.istr ias extrativas, ocupavam tres quartos da populacao em 1880e que caiu para apenas cerca de tres oitavos em 1970, a massade t rabalho a ser investigada e de fato imensa; milhdes de empre-gos para aqueles que "liberados" da agricultura e "liberados" dasindust ries fabris estao, todavia , ocupados de algum modo na cUvisaosocial do trabalho. Ao estudar essa rnassa de trabalho, seremoslevados nlio apenas aos "ramos da producao recentemente forma-dos", no sentido de Marx, mas tambern, como foram Baran eSweezy, a ramos de nlio producao, indiistrias inteiras e amplossetores das indristrias existentes cuja unica fun-;iio e a luta peladistribui~iio do excedente social entre as vdrios setores da dassecapital is ta e seus dependentes . Nesse processo, 0 capital que ,. selanca freneticamente" a toda nova area possfvel de investimentoreorganizou totalmente a sodedade, e ao criar a nova distribui~aodo trabalho criou a vida social amplamente diferente daquela deapenas setenta ou oitenta anos passados, E esta incansavel e Insa-dave! atividade do capital continua a transformar a vida socialquase que diariamente diante de nossos olhos, sem cuidar em queao assim Iazer esta criando uma situa~lio na qual a vida socialtorna-se cada vez mais imposslvel .o excedente que procuramos, pelo fato de ser urn excedentede trabalho mais que de valor, e urn tanto diferente daquele ex-cedente que Baran e Sweezy estudaram. Por exemplo, para os finsque eles tinham em mente era perfeitamente adequado induir noexcedente econemico 0 enorme e aparentemente irredudvel esta-belecimento militar mantido pelo capital com enorme onus social.Este e , evidentemente, urn dos principals modos pelos quais aabundancla criada pela produ~iio moderna e absorvida, drenada,desperdicada, beneficamente para 0 capital embora com grave pre-julzo para a sociedade. Mas na mecUda em que esta institui~iiomilitar implica 0 sustento da demanda de produtos da industriafabril, 0 trabalho assim utlllzado ja foi tido em conta no setormanufatureiro da Economia. 0 fato de que 0 t rabalho seja u ti li-zado na fabriea~ao de produtos uteis ou nocivos nao nos interessano momento. Interessa-nos 0 excedente do trabalho distrlbuldo emnovas formas de produ~lio au nlio producao, visto que fai destemodo que a estrutura ocupacional e portanto a classe trabalhadorafoi transformada.

    1a examinamos a maneira pela qual as ocupacoes no seio dasindustr ies fabris sao redispostas e 0 saldo e canalizado ao trabalhoincUreto de modo que 0 t rabalho na . .massa , como e aplicado dire-tamente .na produ~aoJ ppssa ser dlminufdo em mimeeos e contro-i ;.,.~ L ".: 's1 " '- :- - , ;~ t : . ; .

    MAlS-VALIA E TRABALHO EXCEDENTE

    lado em suas atividades, Esta alternancia cria uma pequena ,pro-po~lio de fun~5es tecnicas, a rnaioria d~as !igadas, ~ gerencia, ;uma proporcfo maior de fun~oes de grau inferior rot lnizadas, tec~l-cas ou burocraticas nlio especializadas. I m po e -s e .ate?ta~ a~ora .n~opara as al ternancias ocupacionais no seio .das. lndus?,~as t rad lcu :;nais mas de preferencia para as alternjinclas industrials, os m~vl-memos que alteram toda a divislio social do trabalho. Ao faze-I.aestamos acompanhandoo curso do capital, e os atalhos pelos quaisele arrastou 0 trabalho. Para esse fim, cabe-nos esboear algumasdas amplas forcas soclais em a~lio, e . as a ltera~Oes_socials que nadamais sao que os resultados da rapida acumulacao do capital. naera rnonopoll sta , assim como as condi~Oes de mais acumulacao ,

    Notas1 V, I. Lenin, Im pe ria lis mo . a E ra pa Superior c lo C a pi ra li smo , em ObrasEscolhidlU, vel. V (Nova York, sid). p. 114,:! Paul A . Bar;n e Paul M . Sweezy , M o no po ly C ap ita l (N ov a Y ork , ]9 6'::).:I lbidem, pp. '8-9,/'4 Karl Man:. 0 Capirai, vol . I (Moscou, sid), pp. 592:,93.

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