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  • estudos de literatura brasileira contempornea, n.39, jan./jun. 2012, p. 11-17 11

    Realismo: modos de usar

    Apresentao Realismo: modos de usar

    Tnia Pellegrini1

    No tm sido poucas as anlises e interpretaes que apontam o ca-rter visivelmente realista de grande parte da fi co brasileira contem-pornea, ancorados nas mais diversas correntes tericas. Com efeito, a representao da realidade, ou seja, a inteno realista, uma tradio da literatura ocidental desde suas origens, bem antes que se desenvolves-se na Frana, depois dos acontecimentos de 1830 e 1848, o que se chama de reao ao Romantismo, vale dizer, o Realismo com maiscula, como escola ou movimento, de lastro francamente positivista. Ingressando em terras brasileiras, como escola, pelas pginas de Ea de Queirs, no fi nal do mesmo sculo, o Realismo nunca escondeu, todavia, condies de possibilidade legitimamente nacionais, na disposio ainda romntica de fi xar a paisagem, os tipos e costumes do pas desde os primeiros roman-ces que se deram a ler aos poucos letrados da colnia. Como j esclareceu Antonio Candido (2007, p. 28), isso se deve intrnseca relao entre as-pectos literrios e histricos, entre a constituio de uma nao brasileira e de um sistema literrio, caracterizando ento o carter interessado das manifestaes literrias. As intenes realistas, mescladas a esse carter interessado, em sua maioria sempre foram e ainda so mimticas e documentais, revelando -se como possibilidade no apenas de represen-tao esttica, mas tambm de interveno tica e poltica no mundo real.

    Todavia, tais intenes e interesses caractersticos tambm de ou-tros Estados em formao ou transformao h longo tempo suscitam inmeras indagaes. A primeira delas o que se entende por realida-de? Outra, de to complexas respostas como a primeira: possvel ela-borar uma representao exata, objetiva e total da realidade? Essas duas questes de fundo tm levantado uma srie enorme de respostas tangen-ciando os campos fi losfi co, sociolgico e antropolgico, que se cruzam num emaranhado de tentativas de soluo para um dos mais fascinantes problemas das artes e da literatura, graas persistente capacidade que possui o chamado Realismo de transmudar -se, travestir -se, transformar-se, com uma inquietante vitalidade.

    Nesse sentido, a proposta deste dossi trazer, para o centro das

    1 Coordenadora do Programa de Ps -Graduao em Estudos de Literatura, docente do Departamento de Letras e do Programa de Ps -Graduao em Sociologia da Universidade Federal de So Carlos (UFSCar), So Carlos, Brasil. E-mail: [email protected]

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    discusses, diferentes conceitos de realismo, subjacentes ou no, que os textos aqui apresentados ilustram, de alguma maneira. Sabe -se que o ter-mo no aglutina apenas um conjunto de ideias, mas tambm certas con-venes artsticas extremamente adequadas s formas narrativas, princi-palmente ao romance, desde seu surgimento at o sculo XIX, o sculo de ouro do romance ocidental. E que os mesmos traos positivos a ele atribudos, sobretudo no perodo de sua sistematizao enquanto movi-mento, seriam, mais tarde, motivo de seu repdio. importante frisar, en-tretanto, que tal polaridade, a partir dos conhecidos debates entre Georg Lukcs e os defensores das vanguardas, expressa, contraditoriamente, uma concordncia subjacente a respeito de que as representaes arts-ticas, ento correspondentes s complexidades da realidade moderna, s poderiam ser alcanadas por meio de mtodos artsticos realistas (Zuzi, 2004, p. 3). Assim, o que se prope aqui so, na verdade, tentativas de capturar criticamente, nos textos apresentados, uma concepo concreta na aparncia, a qual, todavia, parece deixar escorrer entre os dedos sua essncia voltil, quanto mais dela nos aproximamos. Em vista da prpria volatilidade do objeto e do fascnio que ele inegavelmente desperta, con-veniente apontar aqui meu interesse particular, uma vez que tenho me empenhado nisso em projetos ligados Fapesp e ao CNPq2, desde 2006. Por meio da adoo de um conceito operacional de Realismo, digamos, tenho tentado conseguir pelo menos entrever por que e como o chamado realismo que no apenas um conjunto de convenes estilsticas, mas um impulso que se inicia com o prprio ato de narrar tem se mantido ativo e forte, com nuances e gradaes, apesar da forte rejeio crtica, nas mais diferentes situaes histricas, at reassumir uma posio de desta-que na fi co brasileira contempornea.

    O realismo a que me refi ro parece operar esteticamente, ao longo da histria, uma refrao da realidade e no uma cpia, uma imitao ou mesmo interpretao, no sentido aristotlico, o que permite entender sua continuidade como corolrio da persistncia do mesmo mundo hostil que lhe deu origem, para retomar o termo de Adorno (1980, p. 270), um de seus oponentes, avesso a qualquer positivismo. Esse retorno do real, que considero cclico, baseia -se em uma postura geral (envolvendo ideolo-gias, mentalidades, sentido histrico etc.) e um mtodo especfi co (persona-gens, objetos, aes e situaes sempre descritos de modo real, isto , de acordo com uma realidade). O mtodo descritivo, hoje, devido s suas mltiplas modifi caes e adaptaes, relacionadas inclusive s diferentes

    2 Uma exposio mais detalhada desses argumentos encontra -se em dois artigos j publicados. Ver Pellegrini (2007; 2010).

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    concepes de real e ao desenvolvimento das novas tecnologias de repre-sentao audiovisuais que incidem sobre elas, o que complica a questo permite vislumbrar uma possibilidade produtiva de entender o conceito como uma forma particular de captar a relao entre os indivduos e a sociedade, que ultrapassa a noo de um simples processo de registro (Williams, 2001). A adoo desse ponto de vista, que entende essa forma particular como pos-sibilidade expressiva abrangente, equivalente representao, permite uma viso cognitiva e trans -histrica do conceito, tornando -o um princpio ati-vo e dinmico, apto a acompanhar todas as transformaes e todo tipo de texto, no se limitando a referendar uma gramtica textual nos moldes de Barthes, por exemplo, seu mais implacvel contestador (Barthes, 1984).

    Sob esse enfoque, pode -se afi rmar que as formas narrativas contem-porneas do Brasil, tanto as verbais quanto as visuais, ainda levantam de forma aguda o problema, que no se esgota na propalada crise da repre-sentao, registrada pelos diferentes modernismos das primeiras dca-das do sculo XX; estou inclinada a pensar que talvez ele aponte para uma crise da crise da representao, que necessita uma anlise vinculada s condies scio -histricas nacionais, necessidade esta de modos diversos atualizada nos textos deste dossi.

    Fragmentao e estilizao, colagem e montagem, elipses e elises, heranas modernistas, grosso modo tidas como resultado da famosa crise e elevadas categoria de valor literrio quase absoluto, convivem hoje com outras tcnicas de representao, muitas delas bastante antigas, como se ver, num conjunto a que se poderia denominar realismo refra-tado, compondo uma nova totalidade, como reorganizao heterclita, assim traduzindo as condies especfi cas da sociedade brasileira con-tempornea: caos urbano, desigualdade social, violncia, corrupo po-ltica, combinados com a sofi sticao tecnolgica das comunicaes e da indstria cultural, um amlgama contraditrio de elementos integrado na chamada globalizao econmica, em que os mercados do a pauta das ideias, temas e estilos. Esse novo realismo, ento, parece apresentar--se como uma conveno literria de muitas faces, da a proposta de entend -lo como refrao, metaforicamente decomposio de formas e cores, clara tanto nos temas como na estruturao das instncias narra-tivas e no tratamento dos meios expressivos. Estamos, ento, diante da representao necessria de uma realidade de fato nova na superfcie iri-descente dos artefatos tecnolgicos, na velocidade e simultaneidade das comunicaes, na aguda sensao de tempos e espaos vertiginosamente fl uidos, mas em que o confronto das desigualdades econmicas e sociais, em nvel nacional e global, guarda ciosamente a hostilidade do mundo

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    antigo. O realismo, assim, sempre acompanhado de muitos adjetivos, cada um deles signifi cando uma forma e uma cor, volta refratado, como um modo de presentifi car fazer presentes as relaes de hoje entre o social e o pessoal, tanto tica quanto esteticamente, vale dizer, de modo interessado; volta como sintoma e diagnstico de um estado de coisas de alguma forma muito parecido ao do momento em que ele eclodiu sis-tematicamente organizado como necessidade histrica insopitvel. No quero dizer que o realismo de hoje tem necessariamente um carter de resistncia ou de crtica; mas tambm no quero dizer absolutamente o contrrio. Nas suas mltiplas refraes, pode simplesmente fazer coro a msica estridente do mercado e do sofrimento humano ou fechar os ouvidos a eles. Como se pode perceber, portanto, apesar de ser um con-ceito difi cilmente apreensvel em toda sua profundidade, permanece, em qualquer acepo que se tome, uma inegvel e estreita relao com o contexto, que vai alm das infi ndveis discusses a respeito das possibi-lidades efetivas de a arte e a literatura, com suas gramticas especfi cas, substiturem o real na sua concretude material ou simblica.

    De acordo com esses parmetros, os textos aqui apresentados formam um conjunto plural de interpretaes a respeito de solues fi ccionais que, mais uma vez, atualizam historicamente diferentes modos de percepo e de representao da realidade, ou seja, trabalham com refraes realistas. Os trs primeiros analisam formas expressivas que procuram trabalhar coladas realidade concreta, em tom mais documental, muito prximo das intenes do primeiro realismo, ou realismo clssico, aquele que, segundo Auerbach (1976), eleva dignidade da representao sria os setores sociais at ento quase excludos dela. J os trs seguintes anali-sam narrativas que consideram representveis os meandros da subjeti-vidade e da memria, evidenciando a ideia s na aparncia antirrealista, pois qualquer coisa que ocorra no exterior tambm ocorre como retalho interior. O ltimo texto, colocado propositalmente como concluso, exe-cuta um mergulho terico de flego, procurando com esforo dar conta de toda a complexidade inerente ao problema do realismo.

    Dentro dessa perspectiva, a anlise de Carlos Augusto Carneiro Costa sobre o romance Em cmara lenta, de Renato Tapajs, recupera a clssica discusso entre Lukcs e Adorno a respeito do realismo. Explica como o primeiro, imbudo de suas convices polticas, afi rma a impossibilidade de autonomia da arte, desde que esta pode fazer cair as mscaras so-ciais, atravs de uma representao fi el da realidade, em seus mltiplos aspectos, atualizando assim sua ambio totalizante. Isso se contrape viso adorniana, para quem a realidade danifi cada pela experincia das

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    catstrofes do sculo XX impossibilita o prprio ato de narrar e a repre-sentao de uma totalidade. Restaria assim apenas o fragmento como re-curso formal antagnico, expressando a negatividade do processo histri-co. Sendo assim, Carlos Augusto recusa Lukcs e, com Adorno, considera a narrao de Em cmara lenta um dispositivo causador do choque, da ten-so necessria ante o mal como constante ameaa de repetio, s passvel de expresso de forma fragmentria, quase indizvel.

    No texto de minha autoria, De bois e outros bichos: nuances do Realismo contemporneo, procuro refl etir, sem esconder meu dilogo com Adorno, sobre a estreita ligao que hoje se percebe entre as chamadas narrativas da violncia e o Realismo. Analisando dois contos de Maral Aquino, Boi e A exata distncia da vulva ao corao, pude encontrar uma for-ma particular de captar a relao entre indivduos e sociedade, ancorada na representao da camada mais desvalida, os mendigos, alis, camada essa que, no por acaso, inspirou e alimentou o realismo no seu bero. Comparando um e outro conto, percebi dois modos de articular essa representao: a tragdia e o melodrama, que, redimensionados como so-lues contemporneas, bastante adequadas aos mecanismos da indstria cultural, promovem uma espcie de tentativa de normalizao esttica do lado trgico da sociedade brasileira.

    Com tema semelhante ao do texto anterior, Paulo Roberto Tonani do Patrocnio prope, em A volta da realidade das margens, uma anlise de parte da produo literria contempornea, sobretudo da prosa que narra as situaes de marginalizao nas grandes metrpoles do Brasil, buscando traos de permanncia de formas de representao margi-nais, que utilizam o Realismo como signo. Sem se preocupar com um conceito especfi co de Realismo, embora esteja subentendido que disso que se trata, Paulo Roberto toma como ponto de ancoragem textos que destacam os aspectos indicativos do retorno de um projeto literrio j antigo, cujo principal foco o exame da realidade brasileira por meio da fi co. Estabelece, desse modo, uma comparao entre Joo Antnio e Ferrz, utilizando textos atuais de crticos brasileiros que vm traba-lhando com questes semelhantes.

    Em Refi gurao do tempo histrico pela fi co, num estudo crtico sobre o romance Leite derramado, de Chico Buarque de Holanda, Jos Antnio Segatto e Maria Clia Leonel assumem a perspectiva de Bakhtin, de acor-do com a qual a representao deve abranger a totalidade de uma po-ca, o que signifi ca afi rmar que, em termos formais, os acontecimentos representados no romance devem abranger de certo modo toda a vida de uma poca, residindo nessa capacidade sua essncia artstica. Assim,

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    utilizando o cronotopo bakhtiniano, empreendem o deslinde da difcil re-constituio que faz um narrador, por meio dos cacos de sua memria, da lenta decadncia fi nanceira e moral de sua famlia e classe social, ao longo de mais de um sculo. Articulando a parte e o todo, os autores desvelam os caminhos de uma representao realista interessada, que proustiana-mente traduz, ao mesmo tempo, passado e presente, tal qual os percebe uma subjetividade.

    Os trabalhos de Juliana Santini e Rejane Cristina Rocha voltam -se para a obra de Luiz Ruffato. Em Romance e realidade na fi co brasileira contempo-rnea, a primeira empreende uma refl exo sobre a representao do real no romance Inferno provisrio, considerando as transformaes da forma romanesca moderna nas ltimas dcadas. Sua argumentao esmia de que modo o projeto esttico da narrativa incorpora forosamente uma vi-so em profundidade do real, originando um tipo de princpio tico de anlise crtica da sociedade, aliado a um engajamento esttico que o incor-pora. Da a dissoluo da totalidade e a evidncia do fragmento, caracte-rstica do autor. Apoiada em consideraes de crticos dedicados a temas semelhantes, ela elabora uma anlise esmerada de Inferno provisrio e con-clui que o romance contemporneo utiliza sua nfase no experimentalis-mo formal, no para demonstrar indiferena ante o mundo e sua trans-formao, mas para indicar que sua estrutura hoje garante uma relao de permeabilidade com o real a partir de uma perspectiva crtica de sua confi gurao inicial. Ou seja, ela assume que a utilizao de recursos ex-pressivos modernos ou de vanguarda (e aqui as aspas efetivamente valem) no signifi ca a rejeio do Realismo, mas sua assuno em outros termos. De certa forma referendando isso, Rejane Cristina Rocha, em As formas do real: a representao das cidades em Eles eram muitos cavalos, con-sagrado romance do mesmo autor, por meio de um sensvel trabalho com-parativo, faz dialogar com ele o Baudelaire de Pequenos poemas em prosa e o Mrio de Andrade de Pauliceia desvairada, tomando como liame a repre-sentao das cidades. De sua anlise depreende -se claramente que, no por acaso, foi da cidade moderna que emergiu a fora realista e sua sis-tematizao como estilo, alm daquilo que delas ainda existe nas cidades contemporneas, inclusive como percepo subjetiva. A cidade, matria do poema, no pode[ria] ser identifi cada e julgada seno por uma tica alimentada por uma linguagem especfi ca, afi rma, citando Luiz Costa Lima. Essa tica realista; sua linguagem, prosa ou poesia, apresenta -se nas trs obras analisadas, ora fi ltrada pela subjetividade, como em Mrio e Baudelaire, ou infensa a ela, como em Ruffato.

    A colocao em ltimo lugar do artigo de Karl Erik Schlhammer,

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    Realismo afetivo: evocar a realidade alm da representao, tem um objetivo prtico, como apontei. De carter terico, traz um aporte cronolgico das principais ideias a respeito do conceito de Realismo, que podem ajudar a refl etir melhor concordando ou discordando pelo menos sobre algu-mas das hipteses e percepes que tenham brotado da leitura dos textos anteriores. O autor persegue o conceito desde seu surgimento, como realis-mo histrico, at suas manifestaes contemporneas, que escolhe nomear como realismo performtico ou indexical, o qual, como defi ne, constitui -se de experincias performticas que procuram na obra a potncia afetiva de um evento e envolvem o sujeito sensivelmente no desdobramento de sua realizao no mundo. No percurso, aceitando ou descartando uns e outros, quase em carter de resenha, Schllhammer identifi ca e nomeia, com base em autores diversos, como Lacan e Barthes, vrios tipos de rea-lismo, a partir do histrico: o neo -realismo, o traumtico, o psictico, o afetivo e o indexical. Com seu teor explanatrio e conclusivo, que pretende explorar com segurana o problema o que no s aparncia , deixa aberta, porm, como no poderia deixar de ser, outra srie de indagaes, man-tendo ainda vivo e pulsante o carter problemtico do conceito, o mesmo que fi zeram os textos anteriores, cada um a sua maneira.

    So Carlos, 2 de dezembro de 2011.

    Referncias bibliogrfi cas

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