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Requisitos para um jornalista trabalhar na web
Jornalismo on-lineProfessor mestre Artur Araujo ([email protected])
Prazos
Estamos a duas semanas do prazo de entrega da primeira matéria (25/08/2008)
Estamos a 49 dias do prazo de entrega da segunda matéria (29/09/2008)
Estamos a 77 dias do prazo de entrega da terceira matéria e da prova (29/09/2008)
Estamos a 91 dias do início dos seminários (10/11/2008)
Estamos a 106 dias da entrega da quarta matéria (25/11/2008)
Recapitulando
Vimos semana passada o processo de evolução da internet. Vamos terminar nessa aula a exposição e vamos começar a falar da
Estadão adota BBS
Junho de 1993 – O Estado de São Paulo inicia prestação de serviços via BBS
Janeiro de 1994 – O jornal norte-americano Palo Alto Weekly torna-se o primeiro jornal a entrar on-line na internet
1994 – Marc Andersen e Eric Bina, criadores do Mosaic, fundam a empresa Netscape e lançam o browser Netscape, padrão do mercado até 1997
1994 – Começou o e-commerce 1994 – Sistema Java, que permite animação em páginas na
Internet, é lançado pela empresa Sun
Qualquer um pode publicar na web
Novembro de 1994 – Surge nos EUA a Geocities, a primeira empresa a oferecer home pages, espaço gratuito para o internauta colocar o que quiser
Dezembro de 1994 – O Jornal do Commércio (PE) criou primeiro brasileiro na World Wide Web
1995 - Ward Cunnigham cria o software Wiki (que quer dizer “pressa” em dialeto havaiano)
1997: Internet Explorer vira padrão na web
Janeiro de 1996 – O The New York Times lança sua edição na World Wide Web
Maio de 1996 – O Wall Street Journal lança sua edição na World Wide Web. É a primeira grande publicação que cobra pelo conteúdo (preço: US$ 49,95 por ano)
Maio de 1996 surgiu o Correio Popular Digital
Em 1997, surgiu a EPTV on-line 1997 – Internet Explorer supera o
Netscape e torna-se o browser padrão da Internet
1997 – A empresa norte-americana Macromedia cria o software flash, de animação, para a web
Criação da idéia de blog Dezembro de 1997 – O
especialista em informática Jorn Barger passa a chamar sua home page de weblog
Julho de 1999 – Surgiu nos EUA os softwares de publicação que facilita a publicação de textos na web. O programa é chamado de “blog” ou “weblog”. A pioneira na tecnologia foi a empresa Pitas
Em fevereiro de 1998, o Cosmo On Line entrou no ar com o conteúdo do Correio Popular e Diário do Povo
Janeiro de 2000 – America On Line compra a Time Warner
2000 – Pesquisa mostra que banners obtêm baixo retorno de usuários
O weblog de Jorn Barger
A bolha estourou
Maio de 2001 – Pesquisa mostra que Internet já atinge 461 milhões de pessoas no mundo.
Junho de 2001 – Estouro da bolha: as empresas “pontocom”, cujas ações são negociadas na Nasdaq, entram em crise.
E agora, José?
Após o impacto da decepção do mercado quanto ao retorno da nova mídia, o setor se reorganiza e começa a reconquistar a confiança do consumidor pelo seu principal apelo: os baixos custos
As mudanças tecnológicas também ameaçam diluir as diferenças entre o jornalismo tradicional e o on-line. O e-paper é o principal sinal dessa revolução. O filme “Minorityreport” dá uma idéia doque vem sendo projetado na área
Vocação simplificadora
Thomas Watson, presidente da IBM, em 1943
Não acredito que no mundo exista mercado
para mais de cinco computadores
Simplificação tecnológica, sofisticação humanística Cada vez são menos necessárias noções
de programação ou de html para se produzir jornalismo on-line.
Os princípios da profissão predominam: apuração precisa e redação clara.
Neste contexto, a revolução das Tecnologias da Informação tem exigido profissionais com melhor formação humanística, muito mais que tecnológica.
Um bom lema para os jornalistas
“Nulla dies sine linea”
“Nenhum dia sem uma linha”Plínio, escritor, (séculos 1 e 2 DC), Roma.Apeles, pintor, (século 4 AC), Grécia.
O que um jornalista precisa ter
Credibilidade. Competência investigativa. Competência discursiva. Habilidades inter-relacionais (com as
fontes, com o público e com os colegas). Flexibilidade para lidar com novos
procedimentos e tecnologias, contanto que tais não firam procedimentos éticos.
Requisitos básicos da reportagem on-lineRequisitos técnicos Apuração precisa Capacidade de avaliar
a informação Sensibilidade
multimidiática Redação clara Capacidade de lidar
com críticas
Requisitos éticos Identificar interesse
público Consciência crítica Polifonia
Apuração precisa
Significa buscar o máximo de informações possíveis, contextualizar os dados apurados e avaliar o material levantado.
Apuração precisa
Isto significa também: Checar os fatos o máximo possível. Não se acanhar de pedir
para repetir se não entender. Anotar corretamente números e conhecer noções elementares
de matemática. Observar a grafia dos nomes (pessoas, ruas, espécies de
árvores, empresas, espécies animais, pratos de restaurante). Transcrever corretamente citações (se quiser interpretá-las, ter
extremo cuidado e perguntar ao entrevistado se o sentido pode ser entendido do modo que você compreendeu).
Ao lidar com conceitos novos e estranhos, não se acanhar de perguntar o significado das palavras.
Capacidade de avaliar informações Entender a qualidade da informação que
você está recebendo. Ou seja, é preciso se perguntar se:A notícia é plausível?Você tem certeza que a informação procede?
Sensibilidade multimidiática
Compreender a complexidade do desafio multimídia e desenvolvê-lo a contento (fotografia, filme e áudio).
Redação clara - 1
Redação clara significa conhecimento das regras gramaticais, o domínio da ortografia e da ortoépia. Jornalismo on-line não é a Terra do Seu Creysson. Para atingir essa meta, todo jornalista precisa ter um dicionário e, de preferência, uma gramática também. Boa parte das regras gramaticais (sintáticas) e ortográficas são assimiladas por meio do hábito da leitura.
Um bom exercício para uma redação clara é a releitura do texto produzido. Ao reler, o jornalista deve se perguntar se o sentido de suas palavras está claro ou não. Depois disso, pergunte-se se você leria o texto que você produziu. Se a resposta for “não”, refaça-o.
Redação clara - 2 Redação clara significa também ordenar as informações
apuradas de modo a tornar a situação mais nítida possível para o leitor. Isso significa também que você deve estar satisfeito com as informações que apurou. Se você não entendeu o que apurou, não conseguirá fazer o leitor entender.
Redação clara não significa um texto que explique tudo, mas sim um texto que mostre, de forma honesta, tudo que conseguiu ser apurado.
Redação clara significa mostrar, corajosa e honestamente, as contradições dos dados levantados quando isso acontecer e procurar dar um 'fechamento' ao texto.
Uma boa experiência para ver se o texto está adequado é você mesmo enviar uma sugestão de título e linha fina. Se não conseguir, há algo errado na matéria.
Redação clara - 3
Redação clara significa também saber escolher as palavras certas para narrar situações e descrever cenas ou personagens. O uso equivocado de palavras pode gerar problemas, no mínimo, de compreensão por parte do editor e do leitor e, no máximo, processos judiciais.
Capacidade de lidar com críticas Jornalismo é conflito, questionamento. Todo jornalista se
expõe o tempo todo a críticas. Ele é criticado: pelo público, que denuncia, às vezes com extrema dureza,
erros de redação e/ou apuração e/ou visões de mundo. pelas fontes, que questionam enfoques de matérias,
questionam o texto produzido (seja por erros, seja por problemas que a notícia trouxe para a fonte etc). Algumas vezes, inclusive, essas queixas viram processos na justiça.
pelos colegas de trabalho, pelos colegas de profissão, pelos chefes, por problemas pessoais e técnicos.
pelo ombudsman (quando existem), por problemas técnicos ou éticos da redação.
Ser jornalista é saber lidar com críticas, antecipando-as, em certos casos, evitando-as, em determinadas circunstâncias, e/ou preparando-se para as conseqüências.
Identificar interesse público
Isto significa não deixar levar-se por curiosidades mórbidas que podem eventualmente proporcionar grande índice de leitura, mas que nada acrescentam à vida das pessoas –raramente informações da vida privada têm interesse jornalístico.
Consciência crítica
Procurar entender o contexto da informação ao apurar (o jornalista deve se perguntar, por exemplo, a quem interessa tal informação).
Polifonia
Capacidade de fazer de seu texto um mosaico das idéias, interesses e motivações de todos os personagens da sua matéria, seja aqueles com os quais você se identifica, seja com os que não se identifica. Todos os grandes jornalistas que tomaram partido em alguma causa nunca deixaram de lado entender as razões contrárias às suas causas.
Visão holística
Holus vem do grego. Significa “Todo”. É importante que editores on line tenham
uma visão abrangente do potencial da web e buscar integração de meios (som, vídeos e textos) e cultivar ao máximo a interatividade (e-mail, fórum, comentário e enquete), por mais pobres que esses meios se apresentem atualmente.
Lista de discussão da classe
http://br.groups.yahoo.com/group/jolPUC-Campinas/
Próxima aula
Na próxima aula, falaremos sobre a sensibilidade midiática e como as redações vêm se integrando à Internet.