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Índice
Academia de ProfessoresIntrodução 2
I – Notas sobre o ensino da História 3
T 1. Notas à solta 4
P 2. Ensino diferenciado: como praticar? 7
T 3. Peças fundamentais do ensino da História 8
3.1. Modelos didáticos 9
T P 4. Fontes iconográficas no ensino da História 13
4.1. A fotografia 15
4.2. O cartaz 18
4.3. A caricatura 20
4.4. A banda desenhada 22
T 5. Formação e desempenho docentes 24
T Finalmente… 26
II – Outras fontes para o ensino da História 27
1. Sugestões bibliográficas 28
2. Filmes 32
3. Documentários 32
T Parte teórica P Parte prática
2
Introdução
A Academia de Professores Viva a História! 9.º ano pretende dar continuidade ao trabalho iniciado no 7.º ano, ou seja, apoiar o trabalho dos professores em sala de aula com recursos e estratégias pedagógico-didáticos diversificados, fornecer instrumentos para o tratamento didático e fundamentação teórica para as opções metodológicas seguidas, bem como suges-tões de recursos diversificados e criativos. Deixámos, também, pretextos para refletir sobre a profissão docente. A Academia dos Professores Viva a História! 9.º ano está organizada em duas partes:
Parte I – Notas sobre o ensino da História: Apresenta-se fundamentação teórica para a exploração pedagógico-didática de alguns recursos e experiências de aprendizagem que propomos no projeto Novo Viva a História! numa lógica de teoria-prática: o uso da fotografia, do cartaz, da caricatura e da banda desenhada. Retomamos a discussão da diferenciação em sala de aula, alargando o seu âmbito, e de fontes históricas e evidência.
Parte II – Outras fontes para o ensino da História de apoio ao professor.
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INotas sobre o ensino da História
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I – Notas sobre o ensino da HistóriaT
1. Notas à soltaSer professor…
Tem-se falado muito do mal-estar docente, nas suas dimensões problemáticas ou frustrantes da profissão. Já não se fala tanto é em todas aquelas causas que levam à satisfação e felicidade dos(as) professores(as). […] Esta é uma profissão que, arrastada e mal vivida, é dura e ingrata. Mas é também uma profissão que nos pode dar muita
satisfação, porque nela se trabalha com a mente e com o coração das crianças e dos jovens. […] É emocionante ensinar a ler, a escrever, a pensar. É mais emocionante ainda ajudar a conviver, a relacionar-se, a ser feliz. O professor vive emocionalmente situações muito complexas.
[…] Como é que a experiência nos vai moldando? Vai- -nos tornando mais sensíveis, mais solidários, mais otimistas, mais sábios? Ou, pelo contrário, com o passar dos anos, vamos ficando mais céticos, mais cínicos, mais autoritários, mais amargos? […]
Como viver a prática, de forma que a experiência que nos vai conferindo, apenas e automaticamente, anos de trabalho, nos dê também sabedoria e amor?
Guerra, Miguel Santos (2006). Arqueologia dos Sentimentos. Estratégias para uma educação de afetos. Porto: Edições Asa.
Educadores? Onde estarão? Em que covas se terão escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se destine por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda a vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que se tornam possíveis e – quem sabe? – necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai-se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o futuro da terra, até sumir. […]
E o educador? Que terá acontecido com ele? Existirá ainda o nicho ecológico que torna possível a sua existência? Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou económica a desempenhar? […]
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo? […] Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um habitat, cada uma delas tem cidadania num mundo específico. […] Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma “história” a ser contada.
Alves, Rubem (2003). Conversas com quem gosta de ensinar. Porto: Edições Asa.
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I – Notas sobre o ensino da História T
Comecemos por uma definição simples: educar é capacitar. Julgo ser minimamente aceitável que se entenda a educação como um processo que pretende tornar as crianças, os jovens e os cidadãos em geral mais capazes de enfrentar os problemas do presente e, ao mesmo tempo, o que se perspetiva serem os problemas do futuro. E como é que eles se tornam mais capazes? Através da aquisição de conhecimentos, do desenvolvimento de competências, da interiorização de valores e de condutas.
Estamos a falar de capacidades que potenciam a ação dos indivíduos. Um indivíduo mais bem educado é, em princípio, um indivíduo mais bem preparado para prosseguir um fim socialmente reconhecido. A questão que se pode colocar é a de saber que conhecimentos, que competências, que valores e que condutas lhe conferem essa melhor preparação. […]
Por isso surge sempre a pergunta: educar para quê?A adequação dos desempenhos, as finalidades socialmente reconhecidas como relevantes
e indispensáveis ao desenvolvimento de uma sociedade é a medida mais ajustada dessa ideia de melhor educação. Para isso é necessário definir claramente aonde se pretende chegar, o que se pretende construir, com que recursos e em quanto tempo. […] Definir e consensualizar um modelo de sociedade que se pretende estruturar e uma estratégia que o possa viabilizar e concretizar. […]
Justino, David (2010). Difícil é Educá-los. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos.
A definição da “pedagogia ótima” insere-se na “missão educadora” que a modernidade atribui ao Estado-Nação. Sendo a escola uma instituição societária compete ao sistema educativo estruturar respostas às necessidades sociais, económicas, políticas, traduzindo-as num currículo escolar, onde se entrecruzavam, por um lado, conceções e valores e, por outro, os saberes científicos relativos aos diferentes ramos específicos do conhecimento e a representação social e psicopedagógica que se faz do aluno, criança ou adolescente. […]
O modelo centralizado e burocrático de formular o currículo cultiva a uniformidade gira em torno de um abstrato aluno médio. No centro definem-se o papel da disciplina no currículo, a sua carga horária pela semana, os conteúdos programáticos e, eventualmente, formulam-se orientações metodológicas genéricas, cabendo à Didática o papel de, sobretudo, ensinar os melhores métodos e técnicas de transmissão desses conteúdos predefinidos naquele contexto predefinido (Formosinho, 1991: 8) […]
Na verdade, a operacionalização do currículo acontece na prática diária da escola e resulta de uma interação que traduz o currículo vivenciado pelos alunos, pelos professores e demais intervenientes. […]
A não consideração da heterogeneidade dos grupos de alunos no que aos processos cognitivos se refere evacua dos problemas escolares os princípios da individualização do ensino, da “progressão automática” do aluno no decurso do ano escolar e da continuidade da relação pedagógica, pelo menos ao longo de um ciclo de escolaridade, ao mesmo tempo que legitima a reconstituição das turmas no início de cada ano escolar […]
Formosinho, João; Machado, Joaquim; Formosinho, Júlia Oliveira (2010). Formação. Desempenho e Avaliação de Professores. Mangualde: Edições Pedago.
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I – Notas sobre o ensino da HistóriaT
Despacho normativo n.º 13/2014
O Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, estabelece os princípios orientadores da organização, da gestão e do desenvolvimento dos currículos dos ensinos básico e secundário, bem como da avaliação e certificação dos conhecimentos adquiridos e capacidades desenvolvidas pelos alunos, aplicáveis às diversas ofertas curriculares do ensino básico e do ensino secundário, ministradas em estabelecimentos do ensino público, particular e cooperativo. Com a publicação do Decreto-Lei n.º 91/2013, de 10 de julho, procedeu-se a alguns ajustamentos naquele Decreto-Lei de modo a integrar no currículo componentes que reforcem o desempenho dos alunos e que proporcionem um maior desenvolvimento das suas capacidades, e, simultaneamente, reforcem a autonomia pedagógica e organizativa dos estabelecimentos de ensino no que respeita à gestão curricular.
Artigo 20.º
Medidas de promoção do sucesso escolar
2 – O plano de acompanhamento pedagógico de turma ou individual é traçado, realizado e avaliado, sempre que necessário, em articulação com outros técnicos de educação e em contacto regular com os encarregados de educação.
3 – Aos alunos que revelem em qualquer momento do seu percurso dificuldades de aprendizagem em qualquer disciplina é aplicado um plano de acompanhamento pedagógico, elaborado pelo professor titular de turma em articulação com os restantes professores da turma, quando existam, no 1.º ciclo, ou pelo conselho de turma, nos 2.º e 3.º ciclos, contendo estratégias de recuperação que contribuam para colmatar as insuficiências detetadas.
Artigo 22.º
Constituição de grupos de homogeneidade relativa
1 – Podem ser constituídos grupos temporários de alunos com características semelhantes, na mesma turma ou em turmas diferentes, a fim de colmatar dificuldades detetadas e desenvolver capacidades evidenciadas, favorecendo a igualdade de oportunidades no percurso escolar do aluno.
2 – As atividades a desenvolver nestes grupos podem ser realizadas em períodos de duração distintos, conforme as necessidades dos alunos.
3 – Compete ao professor titular de turma no 1.º ciclo e ao conselho de turma nos 2.º e 3.º ciclos identificar alunos que revelem elevada apacidade de aprendizagem.
4 – O professor titular de turma no 1.º ciclo e o conselho de turma nos 2.º e 3.º ciclos definem as atividades e as estratégias para otimizar o desempenho dos alunos com elevada capacidade de aprendizagem.
Artigo 24.º
Reorientação do percurso escolar
Sempre que se verifiquem retenções, deverão os alunos ser acompanhados pelo serviço de orientação escolar, de modo que possam ser propostas as medidas mais adequadas ao seu percurso escolar, nomeadamente percursos curriculares alternativos, programas integrados de educação e formação, cursos de educação e formação ou cursos vocacionais.
Avaliação dos alunos
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• Clareza quanto a conceitos, generalizações ou princípios-chave que atribuem significado e estrutura ao tópico, capítulo, unidade ou aula a planear.
• Pensar na avaliação como ferramenta de ensino para o sucesso e como algo mais do que uma mera medida do nível de aprendizagem.
• As aulas devem promover o pensamento crítico e criativo.
• As aulas devem ser envolventes.
• Equilíbrio entre tarefas escolhidas pelo aluno e tarefas atribuídas pelo professor e esquemas de trabalho.
2. Ensino diferenciado: como praticar?Tomlinson apresenta algumas orientações gerais para tornar possível o ensino diferenciado:
A planificação de aulas diferenciadas pode ser pensada de acordo com:– o nível de preparação dos alunos;– o interesse dos alunos;– o perfil de aprendizagem para diferenciar conteúdo, processo e produtos;– a diferenciação de conteúdos com base nas necessidades dos alunos;– a diferenciação de processos;– a diferenciação de produtos.
Para que possa planificar com sucesso aulas diferenciadas baseadas nos níveis de preparação dos alunos, ajuda possuir um guia abrangente sobre planificação e monitorização da eficácia de um currículo diferenciado. Uma forma de obter orientação específica sobre o que fazem os professores quando planeiam aulas diferenciadas é estudar essas aulas para descobrir o que faz delas diferenciadas […]
Planificar aulas diferenciadas assemelha-se a usar os botões de um equalizador de uma aparelhagem ou leitor de CD. Podem manipular-se os botões para conseguir a melhor combinação de sons para cada peça musical. No caso de uma turma diferenciada, ajustar os “botões” de acordo com as diferentes necessidades dos alunos equilibra as suas possibilidades de serem desafiados de modo adequado por materiais, atividades e produtos, como a seguir se apresenta:
– Do básico ao mais complicado.– Do concreto ao abstrato.– Do simples ao complexo.
– De um pequeno a um grande salto.– Do mais estruturado a mais aberto.– De mais lenta a mais rápida.
Tomlinson, Carol Ann (2008). Diferenciação Pedagógica e Diversidade. Porto: Porto Editora.
Planificação de aulas diferenciadas com base no nível de preparação
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I – Notas sobre o ensino da HistóriaT
3. Peças fundamentais do ensino da História
Quando nos colocamos na ponte entre a história-ciência e a história curricular, as questões a resolver são as que se referem àqueles a quem se destina o conhecimento, ao modo como aprendem em geral e como adquirem especificamente o conhecimento histórico e as dificuldades trazidas pela natureza própria deste conhecimento.
Esta questão do “como aprendem”? os alunos um determinado saber com as características da história, põe-se hoje de forma mais pertinente, pois, atualmente, estes destinatários não pertencem a elites, pertencem a todos os grupos sociais. […]
As dificuldades na aquisição do conhecimento histórico têm origem na maior parte dos casos, não na natureza específica deste conhecimento, mas sim em problemas gerais nos domínios das técnicas de trabalho intelectual, incluindo as mais elementares (capacidade de observação, de leitura/escrita, de síntese, de compreensão de textos, etc.).
[…]O conhecimento histórico caracteriza-se por uma forma particular de relacionar
conceitos, em que o tempo, a causalidade, a compreensão da mudança são decisivos e nos quais, na ausência da reprodução experimental própria de outras ciências, se impõe frequentemente a reconstrução empática e valorização das intenções e das causas, da multicausalidade e da sua importância para o que se torna indispensável a aquisição de determinadas competências.
Félix, Noémia (1998). A História na Educação Básica. Lisboa: Ministério da Educação. Departamento da Educação Básica.
Características do conhecimento histórico e capacidades que ajuda a desenvolver:– o pensamento cronológico que desenvolve o sentido do tempo histórico;– a compreensão histórica, isto é, a competência para identificar os elementos básicos
da narrativa ou da estrutura da História e a causa dos acontecimentos;– a análise e a interpretação da História, isto é, a capacidade de comparar e contrastar
experiências, crenças, tradições, expectativas, etc.;– a investigação histórica e a capacidade de formular questões;– a análise de temas históricos e a tomada de decisões, isto é, a capacidade de identificar
os problemas que os povos enfrentaram, de avaliar propostas alternativas para enfrentar os problemas e de analisar criticamente as decisões. […]
O papel do professor de História será o de criar “apoios” que ajudem o aluno na construção de um conhecimento com as características referidas, estimulando-o a expressar “ideias históricas” na sua linguagem, desde muito cedo. […]
Cada vez mais, os alunos quando entram na escola possuem já uma bagagem conceptual importante, fruto das suas vivências. O trabalho da escola e do professor consiste em estimular e ampliar esta conceptualização e relacioná-la com o conhecimento histórico, facilitando assim o posterior aparecimento de conceitos mais formalizados e a possibilidade da explicação. […]
Félix, Noémia, Ob. cit.
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I – Notas sobre o ensino da História T
3.1. Modelos didáticos
Ensino tradicional
Modelo Transmissão/receção
Fundamentos – Epistemológicos – a lógica da disciplina/resumo do conhecimento histórico académico.
– Psicopedagógicos – aluno considerado apenas como um mero recetor.
O que se ensina? – História factual narrativa.– História conceptual explicativa.
Como se ensina? – Lição magistral.– Lição magistral e diálogo.– Exposição.
Que recursos didáticos? – Intervenção do professor.– Manual e apontamentos.– Textos, documentos, audiovisuais.
Como se aprende?Como se avalia?
– A aprendizagem memorística por repetição.– Exames (escritos/orais).
Fonte: Muñoz, 1996 (Adaptado por Félix, Ob. cit.)
Modelo Transmissão/receção
Fundamentos – Epistemológicos – o passado como instrumento para compreensão e análise do presente.
– Psicopedagógicos – carácter individual e psicológico da aprendizagem – o aluno aprende o que descobre.
O que se ensina? – A metodologia do historiador.– Situações próximas no tempo e no espaço (o contemporâneo; o meio).
Como se ensina? – Atividades procedimentais.– O professor é o organizador do trabalho do aluno – facilitador da
aprendizagem.
Que recursos didáticos? – Documentos, fontes históricas.
Como se aprende?Como se avalia?
– Aprendizagem por descoberta.– Observação/valorização das atividades e dos trabalhos.
Fonte: Muñoz, 1996 (Adaptado por Félix, 1998, Ob. cit.)
Ensino por descoberta
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Modelo Transmissão/receção
Fundamentos – Epistemológicos – importância da rede conceptual da história – a história como conjunto de conhecimentos em permanente revisão.
O que se ensina? – Conteúdos conceptuais, procedimentais e atitudinais.– Rede hierárquica de conceitos, cuja determinação pertence à História.
Como se ensina? – Atividades que promovam a mudança conceptual, partindo dos conceitos prévios dos alunos.
– Estratégias de exposição/receção combinadas com a descoberta.– Variedade de estratégias metodológicas.
Que recursos didáticos? – Grande variedade.– Mapas conceptuais.
Como se aprende?Como se avalia?
– Aprendizagem significativa e mudança conceptual.– Relação substancial com que o aluno já sabe.– Atividades de avaliação variadas e similares a atividades de
aprendizagem.
Fonte: Muñoz, 1996 (Adaptado por Félix, 1998, Ob. cit.)
Modelo construtivista
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4. Fontes iconográficas no ensino da História
Face à atual cultura da imagem e das tecnologias de informação em que estamos inseridos, a Escola não pode ficar alheia ao que se desenrola à sua volta e deve aproveitar as vantagens decorrentes da utilização de novos recursos no processo de ensino-aprendizagem. No ensino da História, em particular, deve explorar-se o conhecimento que os alunos controem no seu quotidiano vivencial através do contacto com múltiplas imagens. É portanto, necessário e urgente preocuparmo-nos com o desenvolvimento da cultura e literacia visuais dos alunos (Maria do Céu Melo).
O que significa literacia visual?
[…] processo de desenvolvimento de crescente sofisticação da perceção da interpretação, envolvendo a resolução de problemas e o pensamento crítico, e permitindo em alguns casos (fotografias, filmes, cartazes, caricaturas, etc.) que os alunos se tornem conscientes da manipulação das imagens e correspondentes narrativas discriminatórias e, ou mesmo, tendenciosas. No caso específico da literacia visual histórica, ela inclui o estudo do uso das imagens ao longo das várias épocas, e/ou em situações específicas da História, desenvolvendo nos alunos a consciência da intencionalidade da sua criação e da sua partilha pública pelos poderes e agentes históricos que as subvencionavam e divulgavam. Por outras palavras, analisar e interpretar as imagens na aula de história significa dar-lhes (encontrar-lhes) sentidos de acordo com o contexto cultural, político, económico e religioso em que elas foram criadas e divulgadas. […]
Melo, Maria do Céu (2008), Imagens na Aula de História. Diálogos e Silêncios. Mangualde: Edições Pedago.
Na era do triunfo da imagem, a literacia visual constitui um ato de cidadania. Além de se confirmar como pedagogia de interpretação da complexidade sígnica das imagens a literacia visual dá ao observador os instrumentos necessários para exercer um dos direitos fundamentais das sociedades democráticas o “direito de olhar” […]
Gil, Isabel Capeloa (2011), Literacia visual. Estudos sobre a inquietude das imagens. Lisboa: Edições 70.
No entanto, não devemos ter a pretensão de considerar cada aluno como um historiador, mas antes, de acordo com Margarida Louro Felgueiras, encarar a aquisição de competências específicas, inerentes ao método histórico, de grande utilidade na formação cívica do jovem. A aquisição de instrumentos intelectuais, que possam ser aplicados à compreensão do presente, é vista como parte importante da função formativa da História, garantindo-lhe desse modo lugar de relevo no currículo de qualquer escolaridade de base. […]
Felgueiras, Margarida Louro (1994), Repensar a História, repensar o seu ensino. Porto: Porto Editora.
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Na análise e interpretação de imagens é preciso levar em conta as mudanças no tipo de imagem disponível em lugares e épocas específicas, e especialmente as duas revoluções na produção de imagens: o aparecimento da imagem impressa, nos séculos XV e XVI, e o aparecimento da imagem fotográfica – incluindo o filme e a televisão – nos séculos XIX e XX.
Critérios para a classificação das fontes históricas
O que são evidências históricas? A evidência histórica existe quando uma afirmação ou hipótese histórica fundamenta-se
em vestígios ou fontes plausíveis em relação a determinado tema histórico.
Ashby, 2006. Adaptado por Sobanski, Adriane et al. (2010). Ensinar e Aprender História: Histórias em quadrinhos e canções. Curitiba: BASE Editorial.
O que são inferências históricas?As inferências históricas são relações lógicas entre as ideias históricas de um sujeito e as
fontes com que são confrontados. A inferência histórica relaciona-se com a experiência cultural que os sujeitos têm em relação com determinado documento. As inferências nem sempre estão ligadas a uma racionalidade científica da História. Somente quando essa relação lógica se pauta em ideias históricas plausíveis em relação à fontes históricas estamos diante de uma evidência histórica.
Ashby, 2006. Adaptado por Sobanski, Adriane et al., Ob. cit.
Crtério posicionalDiretas
Indiretas
Critério intencionalVoluntárias
Não voluntárias
Critério qualitativo
Materiais, arqueológicas
Culturais
VerbaisEscritas
NarrativasNão narrativas
Orais
Não verbaisSemiológicasAudiovisuais
Critério formal-quantitativoSeriadas (seriáveis)Não seriadas (não seriáveis)
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[A fotografia] da mesma forma que outras formas de evidência, [as] fotografias podem ser consideradas ambas as coisas: evidência da história e história. Elas são especialmente valiosas, por exemplo, como evidência da cultura material do passado. […]
Uma vantagem particular do testemunho de imagens é a de que elas comunicam rápida e claramente os detalhes de um processo complexo, como o da impressão, por exemplo, o que um texto leva muito mais tempo para descrever de forma mais vaga. […]
Burke, Peter (2004). Testemunha ocular. História e Imagem. S. Paulo: EDUCSC (tradução portuguesa)
[…] Tecnicamente, a fotografia está na encruzilhada de dois processos absolutamente distintos: um, de ordem química, a ação da luz sobre certas substâncias; o outro, de ordem física, a formação da imagem através de um dispositivo ótico.
[…] Aquilo que a fotografia reproduz até ao infinito só aconteceu uma vez: ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente.
[…] Notei que uma foto pode ser o objeto de três práticas, ou de três emoções, ou de três intenções: fazer, experimentar, olhar.
[…] Talvez o primeiro homem a ver a primeira fotografia (se excetuarmos Niépce, que foi quem a fez) deve ter pensado que se tratava de uma pintura: o mesmo enquadramento, a mesma perspetiva. A fotografia foi e é ainda atormentada pelo fantasma da pintura.
Barthes, Roland, (2012), A câmara clara. Nota sobre a fotografia. Lisboa: Edições 70 (ed. original 1980).
A introdução da fotografia na imprensa é um fenómeno de uma importância capital. Ela muda a visão das massas. Até então o homem vulgar apenas podia visualizar fenómenos que se passavam perto dele, na rua, na sua aldeia. Com a fotografia abre-se uma janela para o mundo. Os rostos das personagens políticas, os acontecimentos que têm lugar no próprio país ou fora de fronteiras tornam-se familiares. Com o alargamento do olhar o mundo encolhe-se. A palavra escrita é abstrata, mas a imagem é o reflexo concreto do mundo no qual cada um vive. […].
[…] a utilização da imagem fotográfica torna-se um problema ético a partir do momento em que podemos deliberadamente servir-nos dela para falsificar os factos. […]
Freund, Gisèle (2010), Fotografia e sociedade. Lisboa: Nova Veja.
4.1. A fotografia
O que dizem os historiadores?
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Mãe Migrante. Nipomo, Califórnia, 1936.
Fotografia de Dorothea Lange.
(Mãe de sete filhos com 32 anos de idade) (h
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De 1935 a 1939, Dorothea Lange retratou o sofrimento dos pobres e esquecidos, especialmente das famílias rurais deslocadas e dos trabalhadores imigrantes. As suas fotografias eram distribuídas gratuitamente a jornais de todo o país, tornando-se fortemente representativas da época. A fotografia mais conhecida deste período é “Mãe Migrante”, um dos mais icónicos registros da história da fotografia, que retrata uma imigrante chamada Florence Owens Thompson com três de seus sete filhos. A foto original contava com a mão de Florence segurando um dos alicerces da barraca, mas a imagem foi retocada para que o seu polegar fosse escondido. O dedo indicador permaneceu intacto e pode ser visto na parte inferior direita da imagem. Nas últimas décadas da sua vida, Lange sofreu de diversos problemas de saúde. Faleceu em 1965. Em 2006, uma escola foi batizada em sua honra em Nipomo, na Califórnia, perto do local onde foi clicada “Mãe Migrante”.
(In http://foto.espm.br/index.php/referencias/a-grande-depressao-sob-as-lentes-de-dorothea-lange/. Consultado em 30.11.14)
Frederick Drake e Lynn Nelson sugerem os seguintes critérios:
• Que adjetivos/palavras pode usar para descrever esta pessoa e/ou o estilo de vida desta pessoa?
• Que título daria a este retrato/fotografia?
• Quando foi feita esta fotografia?
• O que nos diz esta fotografia sobre o modo de vida deste povo/destas pessoas?
Frederick Drake e Lynn Nelson (2005, cit. por Dias, 2012: 59).
Critérios de análise e interpretação de fotografias em sala de aula
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Orientados pelas questões 1. O que se está a passar/acontecer? 2. O que vês que te leva a afirmar isso? 3. O que mais podemos observar? Consideramos que o envolvimento dos alunos foi excelente, pois participaram ativamente, apresentaram as suas opiniões sobre os acontecimentos em estudo, exteriorizaram os sentimentos que as fotografias lhes iam suscitando e conseguiram, com facilidade, estabelecer relações com a atualidade social vivida em Portugal. […] Apesar da diversidade de fotografias disponíveis sobre a Grande Depressão, optamos por selecionar imagens de apenas um fotógrafo, privilegiando a visão de um só autor, por uma questão de coerência. Por outro lado, a apresentação de um conjunto de fotografias oferece um testemunho mais fiável e a oportunidade de um trabalho pedagógico multiperspetivado do que pretender contar uma história a partir de uma só fotografia.
[…] A fotografia é um recurso com valor histórico, uma fonte com pertinência heurística e um meio viável e fecundo para aprofundar a compreensão histórica contextualizada em meio escolar.
Dias, Ana Isabel Sousa (2012). A Fotografia no Ensino da História. Dissertação de Mestrado – 2.º Ciclo de Estudos em Ensino de História e de Geografia no 3.º Ciclo e Ensino Secundário. FLUP.
(In http://sigarra.up.pt/flup/pt/, Consultado em 30.11.14)
[…] Cremos que a riqueza deste trabalho reside nos testemunhos e nos pensamentos provindos dos alunos que descreveram e narraram as fotografias, mesmo aquele aluno que no início do ano não sabia o que era um documento iconográfico. […] Entre muitas outras noções, comprovamos: a praticabilidade da iconologia com a fotografia; as múltiplas formas de olhar do observador sobre um objeto, antes e depois de o conhecer; e finalmente, a perceção de que o nosso olhar, nada tem de parecença com o dos nossos alunos, pois eles viram emoções e elementos que, para nós, não saltariam à vista. Para aqueles que seguirem neste tipo de estudo, temos alguns conselhos: conheçam o mais profundamente que conseguirem a fotografia que estão prestes a mostrar e a interpretar e deixem espaço e liberdade para o aluno retirar dela aquilo que mais lhe parece conveniente. Se o fizerem, ficarão espantados com aquilo que eles conseguem ver. Conscientemente, busquem a mais variada panóplia de estudos, peneirando-os em seguida, de forma a conseguirem um alargado complô de conhecimentos; atentem os alunos para a “verdade” escondida nas fotografias, falando-lhes das composições e manipulações que foram sendo feitas; e ainda, providenciem todas as ferramentas necessárias para que eles interpretem e trabalhem com a fotografia.
Silva, Tiago Fernandes da (2013). A fotografia no ensino da História e da Geografia. Dissertação de Mestrado em Ensino de História e Geografia no 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário. FLUP.
(In http://sigarra.up.pt/flup/pt/. Consultado em 30.11.14))
Uso de fotografias em sala de aula
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4.2. O cartaz
O que dizem os historiadores?
O cartaz é, por definição, um objeto afixável, isto é, concebido para ser colocado ou aposto por qualquer outra forma a uma superfície vertical, a partir da qual seja capaz de atrair o olhar distraído de um transeunte. […]
No inicio do século XIX, a composição do cartaz seguia ainda a forma do edital […]. O cartaz moderno, ou tal como o entendemos hoje, só nasceu depois do advento da litografia (inventada em 1798, mas aperfeiçoada ao longo da primeira metade do século XIX), que permitiu aumentar as tiragens, economizando custos, e da cromolitografia (inventada em 1827 e igualmente sujeita a aperfeiçoamentos ao longo do século), que introduziu a cor naquele tipo de impressão. O cartaz moderno é, assim, afixável, colorido, de grandes dimensões e reproduzido em larga escala.
[…] Se os cartazes políticos se destinam a cidadãos, os cartazes publicitários destinam-se a consumidores. Os diferentes destinatários são interpelados de acordo com o seu género, estatuto social e poder de compra. […]
O cartaz publicitário português é indissociável de Raul de Caldevilla, pioneiro da publicidade moderna no país. […] em agosto de 1914, registou a sua primeira empresa do ramo, a ETP – Escritório Técnico de Publicidade (que daria origem, em 1923, à célebre Empresa do Bolhão, uma referência central na história do cartaz português). […]
Feitos para existir no espaço público, os cartazes políticos [na Primeira República] mobilizavam todos os afetos e todas as emoções. […]
Samara, Maria Alice; Batista, Tiago (2010). Os cartazes na Primeira República. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
Palácio de Belém. Museu da Presidência da RepúblicaPraça Afonso de Albuquerque1349-022 LisboaTelf.: 21 361 466
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PI – Notas sobre o ensino da História
A experiência assumiu-se como um espaço de construção autónoma do conhecimento histórico, que depois foi clarificado e/ou corrigido coletivamente, onde o papel do professor se limitou a gerir as intervenções dos alunos e a correção linguística das respostas que entretanto foram sendo escritas no quadro preto. […]
Feio, Leandro (2008). “Um cartaz na aula de História: ‘A Lição de Salazar’”. In Melo, Maria do Céu (Org.) Imagens na aula de História. Diálogos e Silêncios. Mangualde: Edições Pedago.
O uso do cartaz no ensino da HistóriaPossibilidades de interpretação de uma cartaz do Estado Novo (com base no conjunto de mitos da
ideologia do Estado Novo, Fernando Rosas, 1998)
• O Mito Palingenético
• O Novo Nacionalismo
• O Mito do Imperialismo
• O Mito da Ruralidade
• O Mito da Pobreza Honrada
• O Mito da Ordem Corporativa
• O Mito do CatolicismoFeio, Leandro (2008). “Um cartaz na aula de História: ‘A Lição de Salazar’”. In Melo, Maria do Céu. Imagens na aula de História. Diálogos e Silêncios. Mangualde: Edições Pedago.
Cartaz do Estado Novo. Capa de livro de leitura da 3.ª Classe.(In restosdecoleccao.blogspot.pt/2012/06/ensino-primario.html. Consultado em 30.11.14)
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I – Notas sobre o ensino da HistóriaT
4.3. A caricatura
O que dizem os historiadores?
A arte do humor gráfico é uma das estruturas mais complexas da criatividade humana, já que concilia em si uma série de jogos de pensamento estético e filosófico. É uma mescla de criação e comunicação, de irreverência filosófica e pura objetividade, de pensamento libertário e diálogo democrático, de jornalismo e documento histórico, de desenho e palavra. […]
Uma importante cúmplice desta revolução do pensamento ocidental foi a imprensa, uma tecnologia desenvolvida a partir do século XV […]. A circulação dos jornais (a partir do século XVIII) não só democratizou o conhecimento, como aproximou a notícia dos acontecimentos, quebrou barreiras geográficas e propagou ideias e imagens com muito mais facilidade, abrangendo uma população leitora alargada. Nesta revolução de propaganda de imagem, aparece a caricatura gráfica como arma potentíssima. […]
Por princípio, a caricatura deve estabelecer igual relação com o poder e com as oposições. Rafael Bordalo Pinheiro, no seu jornal O António Maria, dá testemunho desse ideário da caricatura […]
A caricatura deve também ser fraterna porque o verdadeiro humorismo não se ri dos outros, mas com os outros. Deve ser suficientemente inteligente para que a acidez da crítica não ofenda o indivíduo. Deve ter a capacidade de deixar a vítima rir-se de si própria, aceitando a crítica com respeito.
[…] A data oficial do nascimento da caricatura de imprensa em Portugal é o dia 12 de agosto de 1847, com o aparecimento do Suplemento Burlesco de O Patriota. Porquê? Porque a partir desta data, e com este hebdomadário, as caricaturas passaram a ser impressas no próprio jornal, e não em folhas volantes encartadas […] porque passaram a ter periodicidade semanal, […] porque passaram a ser sempre assinadas. […]
Muitos historiadores referem Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) como o pai da caricatura de imprensa em Portugal, mas […] esse lugar é disputado por outros artistas anteriores. […]
Sousa, Macedo de Sousa (2010). As caricaturas da Primeira República. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
Apesar de ter oficialmente surgido no período renascentista, pode-se buscar suas origens [da caricatura] na antiguidade, onde burla e sátira deram lugar a representações gráficas cujos testemunhos chegaram aos nossos dias. Na pré-história os homens rabiscavam nos ossos figuras humanas com cabeças de gazelas. Na antiguidade, tem-se conhecimento de várias representações de homens como animais. O facto de atribuírem ao homem certa irracionalidade através das representações de animais, assim como as deformações usadas em muitas figuras simbólicas, são objetos de estudo em relação à origem da caricatura. No Egito, foram encontradas nas paredes dos hipogeus (túmulos escavados nas rochas) imagens retratando personagens da realeza e mesmo deuses com cabeças de animais. […] Na Grécia, o humor tornou-se mais regular do que em outros lugares, pois a sátira e a comédia eram gêneros muito cultivados entre eles, sendo que conhecemos grandes comediógrafos cujas obras permanecem até aos dias de hoje. Isto é apenas uma ilustração do poder da caricatura, uma arte sagaz e ferina, que, ao longo dos tempos, fez dos mais renomados nomes suas vítimas. Utilizada como uma arma, podemos dizer terrorista muitas vezes, a caricatura tem sido ao longo da história uma voz que machuca sem piedade, que satiriza, ironiza, sendo sarcástica, e que mesmo diante da censura, através das metáforas, denuncia e reivindica os problemas sociais e políticos.
Cardoso, Daniela da Silva (2009). “J. Carlos e a caricatura no Ensino de História”. In Revista Brasileira de História & Ciências Sociais Ano I – Número I – julho de 2009 (www.rbhcs.com. Consultado em 30.11.14)
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PI – Notas sobre o ensino da História
O uso da caricatura no ensino da História
Caricaturas de Rafael Bordalo Pinheiro
[…] A leitura e interpretação de caricaturas, objeto desta experiência, pressupõem o conhecimento da sua natureza, ou seja, as técnicas gráficas que o criador utiliza na definição das suas ideias e sentimentos. Eis algumas dessas técnicas persuasivas que devem ser contempladas nos procedimentos didáticos dos professores:
Simbolismo: Os autores gráficos utilizam objetos comuns ou símbolos como representações de ideias ou conceitos que uma matriz cultural comum permite serem reconhecidos pelos leitores. […]
Exagero: […] os artistas exageram certas características das pessoas e dos objetos de modo a defender uma certa ideia ou sentimento. […]
Legenda: Os artistas legendam frequentemente pessoas e ou objetos para esclarecer mais exatamente o que querem dizer. […]
Analogia: Os artistas estabelecem relações ou características semelhantes em pessoas/objetos de natureza diferente, ou fazendo associações entre temas ou situações complexas com outras mais familiares. […]
Ironia: É uma figura de retórica pela qual se diz o contrário do que se quer dizer, e que é usada para ressaltar e/ou criar certos efeitos humorísticos. […]
Melo, Maria do Céu; Pinto, Paula; Ferreira, Saturnina (2008). “Ler caricaturas na aula de História: o 25 de Abril”, in Ob. cit.
As principais dificuldades sentidas pelos alunos devem-se, fundamentalmente, à forma como o professor encara o uso de caricaturas na sala de aula: um momento lúdico e não como fonte histórica de uma riqueza informativa semelhante a qualquer outra fonte historiográfica. O uso da caricatura como fonte histórica é apenas feita em situações muito pontuais e muitas das vezes com uma função meramente ilustrativa. […] Apesar da riqueza nacional do património caricatural, reconhece-se, no entanto, a insuficiência de experiências que funcionem como sustentação teórica e orientação metodológica para os professores. […]
[…] Uma prática pouco frequente de desenvolvimento de raciocínios críticos autonomamente construídos; a dificuldade em articular conhecimentos teóricos em situações de aplicação; uma pouca familiaridade com discursos simbólicos, nomeadamente os icónicos; e de um modo geral, a presença de limitações no domínio da língua escrita. Quanto à História, constatou-se a fragilidade do conhecimento declarativo e de conceitos substantivos (que foram erroneamente usados) […] O mesmo foi reconhecido quanto à organização cronológica de certos acontecimentos e à sua localização espacial. […]
Melo, Maria do Céu; Pinto, Paula; Ferreira, Saturnina (2008). “Ler caricaturas na aula de História: o 25 de Abril”, in Ob. cit.
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Depois das festas… a conta! (A Paródia, 1905)
Bernardino Machado dança o vira enquanto a oposição não o vira abaixo do poder (jornal O Zé, 1914)
A cobiça inglesa e a alemã das colónias portuguesas (A Paródia, 1902)
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I – Notas sobre o ensino da HistóriaT
4.4. A banda desenhada
O que dizem os historiadores?Para desenvolver as estratégias didáticas é necessário que o professor encare a banda desenhada como
uma arte específica com a sua própria linguagem. Nesses artefactos não existe separação entre palavras e imagens, mas, sim, uma circularidade entre elas.
As histórias em quadrinhos [banda desenhada] são imagens pictóricas e outras justapostas em sequência deliberada destinadas a transmitir informações e/ou a produzir uma resposta no espectador.
McCloud (2005). In Sobanski, Adriane et al. (2010). Ensinar e Aprender História: Histórias em quadrinhos e canções. Curitiba: BASE Editorial.
A arte sequencial é uma série de imagens dispostas em sequência. Os quadrinhos são uma antiga forma artística ou método de expressão humana, que se transformou em tiras e revistas em quadrinhos, lidas amplamente, que se firmaram em uma “posição inegável na cultura popular dos séculos XX e XXI”.
Eisner (2005). In Sobanski, Adriane et al. (2010). Ensinar e Aprender História: Histórias em quadrinhos e canções. Curitiba: BASE Editorial.
O corpo humano, a estilização de sua forma, a codificação de seus gestos de origem emocional e das suas posturas expressivas são acumulados e armazenados na memória, formando um vocabulário não verbal de gestos. As posturas dos seres humanos fazem parte do inventário do que o artista reteve a partir da observação. Quando uma linguagem é habilidosamente retratada, ao ser apresentada ela consegue deflagrar [no leitor] uma lembrança que evoca o reconhecimento e os efeitos colaterais sobre a emoção. Trata-se, obviamente, da memória comum da experiência.
Eisner (1999). In Sobanski, Adriane et al. (2010). Ob. cit.
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I – Notas sobre o ensino da História T
Quando abstraímos uma imagem através do cartoon, não estamos só eliminando os detalhes, mas concentrando em detalhes específicos. Ao reduzir uma imagem ao seu significado essencial, um quadrinista pode ampliar esse significado de uma forma inimaginável. A capacidade que o cartoon tem de concentrar nossa atenção numa ideia é parte importante de seu poder especial, tanto nos quadrinhos como nos desenhos em geral. Outra coisa é a universalidade de imagem do cartum. Quanto mais catunizado é o nosso rosto, mais pessoas ele pode descrever.
Adaptado de McCloud, 2005, pp. 30-31 por Sobanski, Adriane et al. (2010), Ob. cit.
Categorias Teoria da BD Ideias históricas
Ideias substantivas Ideias de segunda ordem ligados à narrativa histórica
Personagens Empatia e cartoon Nomes próprios Significância e inferência históricas
Situações Empatia e conclusão
Conceitos históricos e genéricos
Significância, evidência, inferência históricas
Valores Empatia e conclusões
Conceitos históricos, genéricos e nomes próprios
Significância, evidência, inferência históricas
TemporalidadeEmpatia, cartoon, conclusão, mapa temporal e timing
Conceitos históricos e categorias históricas
Significância, inferência e evidência históricas e as relações de temporalidade
Conceitos para a análise da banda desenhada
Categorias da banda desenhada (BD)
• Personagens (históricas ou ficcionais)
• Situações (históricas ou ficcionais)
• Valores políticos, morais ou culturais
• Relações de temporalidade (passadas, presentes, ou futuras ou o anacronismo)
Sobanski, Adriane et al. (2010). Ensinar e Aprender História: Histórias em quadrinhos e canções. Curitiba: BASE Editorial.
Existe a necessidade de se trabalhar com outras fontes históricas aproximadamente contemporâneas do contexto representado pela história em quadrinhos em questão.
Ibidem
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5. Formação e desempenho docentesO que dizem os especialistas?
Os professores diferem uns dos outros no que respeita a capacidades, interesses, motivações, personalidade, disponibilidade e empenho, formação inicial, experiência profissional, ciclo de vida profissional, atualização e formação permanente. Contudo, a primeira resposta à diferenciação dos professores foi o discurso normativo do superprofessor.
Este discurso diz que todo o professor deve ser uma pessoa com maturidade e formação, perito nos conteúdos e no modo de os transmitir, capaz de instruir e facilitar a aprendizagem, expor e individualizar o ensino, dinamizar grupos e avaliar desempenhos escolares, animar a aula e controlar a turma, catalizar empaticamente relações humanas e investigar, ensinar para o aluno aprender e ensinar a aprender a aprender.
[…]A conceção profissional da docência denuncia a falácia do discurso normativo do
superprofessor e os perigos que ele comporta, quando transforma a responsabilidade moral e social da escola enquanto organização prestadora de um serviço público, por exemplo face à qualidade das aprendizagens dos alunos, em obrigação moral individual do professor, deslocando assim a mudança necessária no plano organizacional apenas para o plano pessoal e contribuindo para a continuidade da inadequação da escola às novas exigências da sociedade. […]
Formosinho, João; Machado, Joaquim (2010). “Os professores e a diferenciação docente – Da especialização de funções à avaliação de desempenho”. In Formosinho, João; Machado, Joaquim, Formosinho, Júlia Oliveira
(2010). Formação, Desempenho e Avaliação de Professores. Mangualde: Edições Pedago.
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I – Notas sobre o ensino da História T
Construção edesenvolvimento profissional
implica
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envolveapoiado por outros(supervisores e colegas)
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auto-implicação
socioconstrutivistaanalítico-reflexivo
intertemporal
em permanentereconstrução
à ação e aossaberes constituídos
• obervação de si e dos outros• reflexão• feedback• organizadores mentais (mapas concetuais)
• contacto com a realidade• contextos diversificados• lógica projetual• dimensão questionadora da prática• mobilização de saberes• pesquisa
• consciência das necessidades• autoformação• mudança de posicionamento
• influência de antigos professores• revisita disciplinas do curso• perspetiva do exercício futuro
Educador que ensinaPortador de um saber profissional
(eixo do saber, eixo da relação eeixo dos valores)
sistemas pluraise complexos
intervençãocrítica
reflexivo
prática dequestionamento
continuado
em conflito comuma cultura do
praticismo
conhecimento:• de si• dos saberes• dos valores• dos contetos
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• favorecedor e garante das aprendizagens• influenciador de comunidades
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Processos de construção e desenvolvimento profissional
Conceção do Professor (emergente)
Alarcão, Isabel; Roldão, Maria do Céu (2009). Supervisão. Um contexto de desenvolvimento profissional dos professores. Mangualde, Edições Pedago.
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Finalmente…
Pois qualidade que não seja meio para a felicidade é como uma panela importada que faz angu encaroçado. É melhor parar de importar panelas. É preciso desenvolver, antes, a capacidade de sentir prazer. Mas, para isso, as escolas teriam de ser diferentes, as cabeças dos pais teriam de ser diferentes, menos saber e mais sabor, como nos aconselharam Barthes e Borges no final das suas vidas. Mas, como Hegel observou, as pessoas ficam sábias sempre que já é tarde de mais…
Alves, Rúben (2003). Conversas com quem gosta de ensinar. Porto: Edições Asa.
A arqueologia, uma vez feita a descoberta, realizadas as escavações, efetuadas as análises e protegidos os tesouros, costuma exibi-los para que todos possam desfrutar da sua presença.
[…] Quero alertar […] para a importância e para a necessidade de escrever, publicar e difundir os tesouros emocionais que cada escola possui. […]
Expôr aos outros o que vamos descobrindo obriga ao estabelecimento de uma ordem, classificação e análise rigorosas. Outros poderão, assim, participar através dessa exposição dos “tesouros” descobertos. A contemplação destas realidades fará surgir em nós ideias, sentimentos e desejos de imitação.
Partilhar com os outros as emoções da descoberta, sentirmo-nos estimulados pelas descobertas alheias, ver expostas as indiscutíveis riquezas contidas na vida das escolas, eis um modo de recompensar os esforços e de reavivar o compromisso com as pessoas e com a ação educativa que consiste em ajudá-las a ser mais felizes.
Guerra, Miguel Santos (2006). Arqueologia dos Sentimentos. Estratégias para uma educação de afetos. Porto: Edições Asa.
IIOutras fontes para o ensino da História
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II – Outras fontes para o ensino da História
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II – Outras fontes para o ensino da História
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Dawson, Ilha 10 (2009) – Direção: Miguel Littin
Último Rei da Escócia (2006) – Direção: Kevin Macdonald
Cinderella Man (2005) – Direção: Ron Howard.
A Queda – As Últimas Horas de Hitler (2004) – Direção: Oliver Hirschbiegel
Adeus, Lenin! (2003) – Direção: Wolfgang Becker
Amém (2002) – Direção: Costa-Gavras
Em Nome do Pai (1993) – Direção: Jim Sheridan
Doutor Jivago (1965) – Direção: David Lean
Lawrence da Arábia (1962) – Direção: David Lean
Glória Feita de Sangue (1957) – Direção: Stanley Kubrick
Ladrões de Bicicletas (1948) – Direção Vittorio De Sica
O Grande Ditador (1940) – Direção: Charles Chaplin
Tempos Modernos (1939) – Direção: Charlie Chaplin
O Couraçado Potemkin (1925) – Direção: Sergei M. Eisenstein
3. Documentários:
Primeira Guerra Mundial – Documentário BBC | História (http://historiaonline.com.br/primeira-guerra-mundial-documentario-bbc/. Consultado em 30.11.14)
Primeira Guerra Mundial – BBC – 1º Capítulo – Às Armas ... – YouTube (http://www.youtube.com/watch%3Fv%3DlKM0TD6AALg. Consultado em 30.11.14).
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1929 A Grande Depressão.mp4 – YouTube (http://www.youtube.com/. Consultado em 30.11.14).
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