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Data: 2 Mar 2011 18:57:07 -0200 [02-03-2011 17:57:07 BRT] De: [email protected] Para: [email protected] Assunto : mpti-teses Below is the result of your feedback form. It was submitted by ([email protected]) on Wednesday, March 2, 2011 at 18:57:05 --------------------------------------------------------------------------- nome: AZUILA BRAGA LACERDA Tese:: ASMA BRÔNQUICA OCUPACIONAL: REVISANDO A LITERATURA Orientador:: 02/03/11, Uilanete Dantas de Carvalho Instituição:: SOBRATI S1: INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA AZUILA BRAGA LACERDA ASMA BRÔNQUICA OCUPACIONAL: REVISANDO A LITERATUR JOÁO PESSOA-PB 2011 AZUILA BRAGA LACERDA

ibrati.orgibrati.org/sei/docs/tese_352.doc  · Web viewData: 2 Mar 2011 18:57:07 -0200 [02-03-2011 17:57:07 BRT] De: [email protected] Para: [email protected] Assunto: mpti-teses

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Data:  2 Mar 2011 18:57:07 -0200 [02-03-2011 17:57:07 BRT]

De:  [email protected][email protected]:  mpti-teses

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nome: AZUILA BRAGA LACERDA

Tese:: ASMA BRÔNQUICA OCUPACIONAL: REVISANDO A LITERATURA

Orientador:: 02/03/11, Uilanete Dantas de Carvalho

Instituição:: SOBRATI

S1: INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA

AZUILA BRAGA LACERDA

ASMA BRÔNQUICA OCUPACIONAL: REVISANDO A LITERATUR

JOÁO PESSOA-PB

2011

AZUILA BRAGA LACERDA

ASMA OCUPACIONAL: REVISANDO A LITERATURA

Monografia apresentada ao curso de Mestrado pelo instituto brasileiro de terapia intensiva – IBRATI, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em medicina intensiva.

Orientador: Ms. Uilanete Dantas de Carvalho

 

JOÁO PESSOA-PB

2011

Dedico esse trabalho a minha família, alicerce da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela sabedoria transmitida;

Agradeço a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a efetivação desta jornada.

A plena expressão do ser é uma forma suprema de poder.

 

Friedrich Nietzschie

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo investigar os aspectos constitutivos da asma ocupacional, buscando identificar, sobretudo, as principais causas de acometimento da patologia, diagnóstico, tratamento, etc. São poucos os estudos sobre a incidência da asma ocupacional. Eles são importantes, pois a duração dos sintomas varia, o que torna difícil a interpretação da prevalência. Os indivíduos sintomáticos que atribuem seus sintomas à exposição profissional mudam freqüentemente de emprego, e muitos mudam inclusive a área de trabalho. As informações disponíveis sobre a incidência de asma

ocupacional provêm, na Europa, de dados estatísticos do sistema de compensação previdenciário e de um pequeno número de programas de controle iniciados em diferentes países. A pesquisa foi desenvolvida de maneira a privilegiar a compreensão das teorias e explicações que estão intrinsecamente relacionadas com a asma ocupacional, de modo específico, e saúde do trabalho, de uma maneira geral. Os dados foram coletados dos artigos de revistas científicas e livros que se encontram direta ou indiretamente relacionados com o tema. Uma proporção significante de trabalhadores com asma ocupacional não alcançam a cura completa, após o afastamento do ambiente de trabalho. Os fatores que afetam o prognóstico não são bem conhecidos, entretanto, o prognóstico favorável parece estar associado ao tempo curto de duração dos sintomas (menor que 1 ano), testes de função pulmonar normais e grau baixo de hiperreatividade brônquica. Assim, sugere-se que o diagnóstico precoce e a remoção da exposição são fatores importantes para se conseguir a recuperação completa do paciente.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Doenças ocupacionais. Asma ocupacional.

ABSTRACT

This study aims to investigate the constitutive aspects of occupational asthma, seeking to identify, especially the main causes of involvement of pathology, diagnosis, treatment, etc.. There are few studies on the incidence of occupational asthma. They are important because the duration of symptoms varies, making it difficult to interpret

prevalence. Symptomatic individuals who attribute their symptoms to occupational exposure frequently change jobs, and many changes including the desktop. The information available on the incidence of occupational asthma is derived in Europe, the statistical system of compensation pension and a small number of control programs started in different countries. The study was conducted in order to focus on understanding the theories and explanations that are closely related to occupational asthma, specifically, and occupational health in general. Data were collected from journal articles and books that are directly or indirectly related to the topic. A significant proportion of workers with occupational asthma do not achieve complete healing after the removal of the desktop. Factors affecting the prognosis are not well known, however, the favorable prognosis seems to be associated with short time duration of symptoms (less than 1 year), pulmonary function tests, normal and low degree of bronchial hyperreactivity. Thus, it is suggested that early diagnosis and removal of exposure are important factors to achieve full recovery of the patient.

Word-Key: Occupational health. Occupational diseases. Occupational asthma.

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 –  Classificação e características da asma ocupacional         36

Tabela 02 –  Agentes que mais frequentemente causam a asma ocupacional         37

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO         10

1.1 OBJETIVOS         12

1.1.1 Objetivo geral         12

1.1.2 Objetivos específicos         13

1.2 PROBLEMÁTICA         13

2 A SAÚDE DO TRABALHADOR         15

2.1 UM BREVE HISTÓRICO         15

2.2 ERGONOMIA         15

3 METODOLOGIA         21

3.1 TIPO DE PESQUISA         28

3.2 COLETA DE DADOS         28

3.3 ANÁLISE E TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS         29

4 ASMA OCUPACIONAL         30

4.1 DOENÇAS PULMONARES DE ORIGEM OCUPACIONAL         30

4.2 ASMA OCUPACIONAL: ASPECTOS GERAIS         34

4.3 CLASSIFICAÇÃO         35

4.4 SÍNTOMAS         36

4.5 AGENTES CAUSADORES         37

4.6 DIAGNÓSTICO         38

4.7 PREVENÇÃO E TRATAMENTO         42

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES         43

REFERÊNCIAS         46

1 INTRODUÇÃO

Desde a antigüidade, a relação entre exposições ocupacionais e o aparecimento de doenças é relatada. O organismo humano está exposto às mais diversas agressões, quer no ambiente em geral, quer no ambiente particular que é o ambiente ocupacional. Albert Einstein considerava o ambiente como "tudo o que não sou eu", refletindo nesta frase o risco permanente que as condições ambientais representam à homeostase humana.

Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do trabalho, publicou na Itália, em 1700, o livro De morbis artificum diatriba, no qual descreve, comextrema clareza e perfeição, 54 doenças relacionadas ao trabalho e introduz na anamnese clínica uma simples pergunta: "Qual é a sua ocupação?".

O sistema respiratório, depois da pele, é o sistema orgânico em maior contato com o meio ambiente. O aparelho respiratório, com cerca de 100 metros quadrados de superfície de contato, constitui a principal interface entre o nosso meio interno e o externo e, sabendo-se que um adulto inala entre 7 a 12 mililitros de ar por dia, contendo milhares de agentes aerodispersóides, podemos estimar as repercussões deletérias decorrentes dessas interações.

A primeira publicação descrevendo a associação entre o trabalho de mineração e a manifestação de doença respiratória data de 1556, a obra De Re metállica, de Georg Bauer. A "American Thoracic Society" considera que as exposições ambientais e ocupacionais podem ser responsáveis por até 20% das doenças intersticiais e das vias aéreas. Há dois grandes grupos de doenças que podem ser classificadas em relação ao tempo decorrido entre o início da exposição e o diagnóstico. No primeiro consideramos as doenças com longo período de latência, em que destacamos as pneumoconioses e o câncer de pulmão, caracterizadas pela inalação de agentes específicos e dependentes da exposição cumulativa ou da relação dose-dependente, resultante do tempo de exposição e da concentração do agente na fração respirável. No segundo grupo destacamos as

doenças com curto período de latência, causadas por agentes irritantes ou sensibilizantes, sendo as mais freqüentes a disfunção reativa das vias aéreas, a asma ocupacional e a pneumonite por hipersensibilidade.

Vandenplas e colaboradores relatam a ART como uma das principais doenças respiratórias ocupacionais em termos de prevalência e como representante de uma considerável fonte de morbidade e fardo econômico. O mesmo autor ainda exalta o impacto negativo sobre o custo indireto que a ART pode assumir de muitas formas, incluindo a redução da participação ativa e das taxas de emprego, mudanças de emprego ou de função deveres como um ajustamento à condição asmática.

Devido a importância médica, social e as conseqüências econômicas da asma relacionada ao trabalho, pretende-se neste trabalho estudar dados descritos na literatura médica brasileira e de outros países sobre este assunto, no intuito de entender melhor suas peculiaridades.

É preciso ressaltar também que as vias aéreas, das fossas nasais aos alvéolos, mantêm contato com 14.000 litros de ar, durante as 40 horas semanais de trabalho, sendo que a atividade física quando presente aumenta a ventilação e expõe o indivíduo a maior concentração de substâncias, que podem alcançar até 12 vezes os níveis de repouso (TELES FILHO, 2010).

A asma é a causa mais comum de doença respiratória relacionada ao trabalho, tendo ultrapassado a asbestose e a silicose nos países industrializados, sendo responsável por 1-2% do total de casos. Aproximadamente 3.000 novos casos são relatados por ano no Reino Unido, onde a incidência na população que trabalha é > 20:1.000.000. Um estudo recente avaliou uma grande população de adultos jovens da Europa e de outros países industrializados, estimando-se entre 5 e 10% os casos de asma secundária à exposição ocupacional. A prevalência da asma ocupacional varia em função da profissão e da substância a qual o trabalhador fica exposto. A prevalência pode ser alta como 50% naqueles expostos a enzimas proteolíticas e baixa, cerca de 5% em alguns grupos de pacientes expostos a isocianatos ou poeira de madeira de cedro. O tempo médio para a suspeita pelo médico de asma ocupacional é de 2 anos e para o diagnóstico final de 4 anos (TELES FILHO, 2010).

Procura-se, portanto, investigar as causas da asma ocupacional enquanto patologia advinda do mundo do trabalho.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

•        Investigar, através de uma revisão de literatura, os aspectos constitutivos da asma ocupacional.

1.1.2 Objetivos específicos

•        Analisar os fatores constitutivos da asma ocupacional;

•        Investigar os principais estudos sobre a asma ocupacional com o intuito de compreender como se desenvolvendo as principais análises sobre o tema;

•        Analisar, através da revisão de literatura, possibilidades que venham amenizar os processos que levam a asma ocupacional.

1.2 PROBLEMÁTICA

São poucos os estudos sobre a incidência da asma ocupacional. Eles são importantes pois a duração dos sintomas varia, o que torna difícil a interpretação da prevalência. Os indivíduos sintomáticos que atribuem seus sintomas à exposição profissional mudam freqüentemente de emprego, e muitos mudam inclusive a área de trabalho. As informações disponíveis sobre a incidência de asma ocupacional provêm, na Europa, de dados estatísticos do sistema de compensação previdenciário e de um pequeno número de programas de controle iniciados em diferentes países (TELES FILHO, 2010).

É justamente por isso que o presente trabalho tem como objetivo principal investigar, através de uma revisão de literatura, quais são os aspectos constitutivos da asma ocupacional.

Daí que para fundamentar a discussão, o primeiro momento será direcionado para a construção de um referencial teórico, de maneira a caracterizar o que significa e como se relaciona as questões concernentes as doenças ocupacionais, através da compreensão da busca pela adequada relação entre homem e ambiente de trabalho, que é investigada pela ergonomia.

O segundo momento será dedicado a apresentação dos procedimentos metodológicos do trabalho monográfico a ser desenvolvido. Daí que o tipo de pesquisa, a amostra, a coleta de dados e a análise e tratamento dos dados serão bem delineados.

E, por último, serão apresentados os dados constitutivos da asma ocupacional, expondo aspectos gerais, diagnóstico, formas de tratamento, etc.

2 SAÚDE DO TRABALHADOR

2.1 UM BREVE HISTÓRICO

        A história nos mostra que o início da preocupação de entendimento sobre as patologias relacionadas ao trabalho não é algo recente. Inicialmente, as moléstias desenvolvidas através da atividade laboral eram apenas observadas, porém não eram associadas à execução de determinado trabalho.

        Em 1700 é publicada na Itália a primeira obra que efetivamente faz uma associação entre as doenças dos trabalhadores e as suas atividades laborais. Essa obra, intitulada de Morbis Artificium Diatriba (As doenças dos trabalhadores), escrita pelo

médico Bernardino Ramazzini, procurou analisar as doenças apresentadas em trabalhadores em mais de 50 ocupações.

        Com a Revolução Industrial, várias mudanças ocorreram na forma de organizar e executar o trabalho e, conseqüentemente, repercutiram na vida e saúde do trabalhador. Modificam-se drasticamente as condições de trabalho, aumentando os riscos e provocando graves danos à saúde dos mesmos. A precariedade das condições de trabalho caracterizada por altas jornadas de trabalho, condições de insalubridade e vulnerabilidade, a falta de conforto e de segurança, são alguns dos aspectos longamente abordados pelos historiadores.

        Nesse contexto, inicia-se no século XIX movimentos de cunho social culminando na formulação e aplicação de medidas legais voltadas ao controle das condições e do ambiente ao qual o trabalhador estava submetido. A regulamentação da idade mínima de trabalho, a redução da carga horária, a melhoria das condições ambientais das indústrias, foram algumas das medidas inicialmente estabelecidas, e posteriormente, ampliadas. O Estado assume o papel de regulamentação e intervenção diante de tal realidade.

        Além das pressões sociais voltadas a prevenção dos riscos, outros fatores também influenciaram decisivamente para que fosse introduzido no ambiente fabril o médico do trabalho. A preocupação com o rápido restabelecimento e retorno do trabalhador às suas atividades a fim de minimizar o tempo de convalescença e os conseqüentes prejuízos, contribuiu para que as indústrias adotassem a Medicina do Trabalho.

        Caberia ao médico da fábrica a identificação das causas das doenças e a sua prevenção, a realização das ocorrências, o acompanhamento do caso e a identificação dos riscos de acidente. Ou seja, a sua função se limitava à prevenção, diagnóstico e tratamento, sem ter intervir sobre os problemas de saúde causados pelos processos de produção.

Somente em meados do século XIX, mais precisamente no contexto da Segunda Guerra Mundial e do Pós-Guerra, é que a Saúde Ocupacional ganha um novo enfoque, agora não mais voltado exclusivamente ao indivíduo, mas à questão da higiene industrial, visando, principalmente, o controle dos riscos de acidentes no ambiente de trabalho por meio de equipe multidisciplinar, composta por outros profissionais além do médico. Essa mudança de enfoque pode ser compreendida ao se considerar os altos índices de mortes acometidas por doenças e acidentes nesse período histórico, revertendo-se às empresas e às companhias de seguros através de altos cultos pelo pagamento de indenizações.

        No Brasil, onde a industrialização veio ocorrer um século após aos países europeus, a inserção e o desenvolvimento da Saúde do Trabalhador no Brasil se deram de forma lenta e gradual. De início, considerou-se a ótica individualista e uni-causal da Medicina do Trabalho, através de um modelo restrito de avaliação das patologias do trabalhador.

As primeiras manifestações referentes à saúde do trabalhador no Brasil se deram no primeiro ciclo de industrialização do país. Naquele período, a principal preocupação era o de combate às epidemias. Como destaca Telles (2002), o médico sanitarista Oswaldo

Cruz (1872-1917) priorizava a “saúde dos portos”, a fim de evitar a proliferação de doenças infecciosas.

        Como enfatiza Telles (2002), surgem alguns movimentos no Rio de Janeiro e em São Paulo, como a criação do Serviço Especial de Saúde (Sesp) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), em virtude do declínio da “escola francesa” da Inspeção Médica do Trabalho e a ascensão da “escola norte-americana” de Higiene Industrial e Saúde Ocupacional.

As mudanças do mundo do trabalho, iniciadas no final dos anos 60, estimularam a formulação de vários questionamentos a cerca de alguns procedimentos realizados pela equipe da Saúde Ocupacional, como os exames médicos periódicos e admissionais. Passou-se a questionar a visão individualizante da doença, centrada exclusivamente no próprio trabalhador e no ambiente de trabalho.

Essa forma de abordagem começa a sofrer alterações a partir de influências de autores da Medicina Social Latino-Americana que apresentam uma nova forma de analisar as relações existentes entre as doenças do trabalho e as suas atividades laborais.

Segundo Oliveira (2001, p.3), a Saúde do Trabalhador surge como área de estudos e práticas baseada na realidade sindical italiana do final da década de 70, instituindo uma nova referência teórico-metodológica de avaliação das patologias ligadas ao trabalho.

Os trabalhadores italianos no final da década de 70, estabeleceram alianças com os profissionais de saúde, comprometidos com a efetividade de um método direcionado para o conhecimento da relação entre processo de trabalho e saúde, resultando na construção do Modelo Operário Italiano-MOI, que, segundo Oddone et. al (1986), pressupõe a valorização do saber e das experiências do trabalhador, a não delegação do planejamento e do controle de sua saúde aos técnicos, a socialização e a apropriação mútua do conhecimento, na perspectiva da construção de um saber coletivo.

Oliveira (2001) ressalta que autores como Laurell & Noriega (1989), baseados nas idéias de Karl Marx, conceituam o trabalho a partir da ótica de processo de trabalho, calcado por relações sociais de produção. Dessa forma, esses pensadores aumentam o horizonte de análise das questões relativas à saúde do trabalhador, não considerando apenas as conseqüências fisiológicas de determinados agentes patogênicos (químicos, biológicos e mecânicos, por exemplo), mas as conseqüências bio-psíquicas oriundas das relações sociais de produção. Dessa forma, institui-se a Saúde do Trabalhador, diferenciando-se dos conceitos de Medicina do Trabalho e de Saúde Ocupacional ao se pautar em questões sócio-políticas e econômicas.

        A ascensão e a constituição da Saúde do Trabalhador no Brasil estão diretamente associadas aos acontecimentos políticos ocorridos nos anos 80.  Com a Legislação de 1988, houve uma evolução considerável em termos de legislação, avançando ainda mais em 1990, através da Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90). O artigo VI da Lei 8.080/90 passa a definir a Saúde do Trabalhador como:

Um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho abrangendo:

I. assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;

II. participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde –SUS, em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;

III. participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde – SUS, da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;

IV. avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;

V. informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e as empresas, sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados das fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;

VI. participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;

VII. revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais;

VIII. a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho quando houver exposição ao risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

        A fim de orientar e instrumentalizar a efetivação das ações de Saúde do Trabalhador, surge no ano de 1998 a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador no SUS, complementando a Norma Operacional Básica do SUS, como destaca Oliveira (2001). Nesse sentido foram criados vários programas, projetos, centro de referência e/ou serviços de atenção aos acidentados no trabalho.

Como enfatiza Dias (1994), com o desenrolar dos acontecimentos econômicos, políticos e sociais, essa configuração sofreu transformações, havendo a implantação de alguns programas e a extinção de outros, principalmente nos anos 80 e 90.

        Nos dias atuais, o Ministério da Saúde do Brasil, segundo o Manual de

Procedimentos para os Serviços da Saúde (2001), define o campo da Saúde do Trabalhador da seguinte forma:

(...) constitui uma área da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações entre trabalho e a saúde. Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no SUS.

        A partir dessa atual definição, vários fatores são considerados como condicionantes para a saúde do trabalhador, demonstrando uma mudança de enfoque no campo de análise e de possível atuação no se refere à saúde do trabalhador.

Entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral – presentes nos processos de trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial (MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA OS SERVIÇOS DA SAÚDE, 2001).

Dessa forma, observa-se uma concepção multi-causal de entendimento da relação saúde-trabalho, ao considerar os riscos ocupacionais presentes nos processos de trabalho como um todo, e não mais individualizante, cujo centro de análise estava pautado apenas no indivíduo e no seu ambiente de trabalho.

Sem a pretensão de analisar a sua atual estruturação e nem ao menos de avaliar a atuação do setor público ou privado nesta área, buscou-se contextualizar o processo de formação do campo de Saúde do Trabalhador, levando em consideração os acontecimentos históricos da sua concepção e da elaboração das suas bases legais, com o objetivo de facilitar a compreensão das questões que serão abordadas no decorrer desta pesquisa.

As doenças ocupacionais e coisas que dizem respeito a saúde do trabalhador são melhor equacionadas pela ergonomia. É importante compreender o seu modo de funcionamento para entender melhor como podem ser dirimidas as doenças ocupacionais, gerando uma melhor relação entre o homem e o seu ambiente de trabalho.

3.2 ERGONOMIA

Iida (1990, p. 2) argumenta que o fruto da mobilização de diferentes profissionais no pós - II Guerra Mundial, entre eles fisiologistas, engenheiros, psicólogos, antropólogos, surge à ergonomia. Nesta época, a ergonomia buscava resolver problemas causados pela complexidade de operação de equipamentos militares, passando futuramente a ser aplicada nas indústrias, onde sua ênfase era a relação homem-máquina, principalmente da Europa e dos Estados Unidos.

Segundo o autor o termo ergonomia deriva-se das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (regras) e é definida como: “o estudo do relacionamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”.

Para Weerdmaster (1995, p. 14), pode-se definir de forma resumida que a ergonomia é aplicada ao projeto de maquinaria, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança e a saúde, conforme a eficiência no trabalho.

Atualmente a ergonomia passou a ter uma conotação mais abrangente, analisando a interação de inúmeros elementos como: postura e movimentos corporais, fatores ambientais, informação, relação entre mostradores e controles, cargos e tarefas, o que permite a projeção de ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, no trabalho e cotidianamente. 

Conhecimentos científicos alicerçados na antropometria, na biomecânica, na fisiologia, na psicologia, na toxicologia, na engenharia mecânica, no desenho industrial, na eletrônica, na informática e na gerência industrial, dão base à ergonomia, pois possibilitaram o desenvolvimento de métodos e técnicas que visam à melhoria das condições de vida e de trabalho (WEERDMEESTER, 1995, p.14).

Segundo Iida (1990, p.02), os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores, essa relação com os sistemas produtivos, tem como resultado a eficiência, não sendo aceita a inversão destes valores.

A ergonomia toma uma dimensão social, extremamente, importante quando interferem, positivamente, em situações de risco e/ou hábitos cotidianos que se tornam prejudiciais à vida dos indivíduos. Questões como doenças músculo-esqueléticas, alterações psicológicas e patologias pré-existentes, podem refletir diretamente na boa relação homem-ambiente de trabalho, o que faz com que condutas coletivas e individuais, previamente, programadas sejam elaboradas e adaptadas nos diferentes segmentos da sociedade, viabilizando uma melhor qualidade de vida.

Segundo Ilda (1990), a ergonomia busca a adequação do ambiente às limitações e capacidades humanas, considerando o tipo de tarefa que se vai realizar. Esta adequação

possibilita a diminuição ou extinção de complicações decorrentes do trabalho, entre elas as doenças músculo-esqueléticas, mutilações, complicações psicológicas e/ou psicossomáticas e/ou quadros de invalidez, que são responsáveis pela incapacitação para o trabalho.

Os ergonomistas contribuem com seus conhecimentos, não só em projetos de grande complexidade, mas como consultores, educadores, projetistas e pesquisadores, em diferentes setores da sociedade, visando à adaptação do ambiente e de postos de trabalho às características e necessidades do trabalhador. Visam, também, de forma prática, a segurança, a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos, tendo como resultado a eficiência.

Para Weerdmaster (1995, p.16) no momento em que se aplicam projetos ergonômicos, nos diferentes setores das empresas, é necessário haver maior cuidado também com diferenças as físicas dos operadores que ali atuam. Indivíduo gordo demais, muito alto ou baixo demais, mulheres grávidas, deficientes físicos e idosos, devem ter um ambiente adaptado às suas particularidades, possibilitando que estes realizem suas tarefas de forma satisfatória e agradável, visto que projetos de uso coletivo não se adaptam adequadamente a esta parcela da sociedade, ativamente, produtiva e capacitada.

Iida (1990, p. 6), classifica a abrangência com que a ergonomia é realizada, através de dois grandes momentos: análise de sistemas e análise dos postos de trabalho.

A análise de sistemas detém-se no funcionamento global da equipe de trabalho, partindo de aspectos gerais como distribuição e mecanização de tarefas, adoção de critérios como: segurança e confiabilidade, ao atribuir tarefas ao homem ou à máquina. Apesar de iniciar de forma ampla e global, deve, gradativamente, atingir os diferentes postos de trabalho que os compõem.

A análise dos postos de trabalho estuda uma parte do sistema em que o trabalhador atua. São analisados as tarefas, a postura e os movimentos, durante a execução do trabalho, bem como a exigência física e psicológica. Simplificadamente é analisada a interação homem-máquina, ou seja, as interações entre o homem, a máquina e o ambiente, buscando uma relação harmônica (Iida, 1990, p.06).

De acordo com Iida (1990, p. 7) a ergonomia possui as classificações citadas:

         Ergonomia de concepção - quando ações ergonômicas são adotadas no início do projeto de execução de um produto, máquina ou ambiente instala-se uma situação favorável, visto que as disposições de trabalhado podem ser simulados a custos baixos, através da adoção de modelos tridimensionais em papelão ou madeira.

Ergonomia de correção - aplicada em situações já existentes, buscando a solução de problemas complicadores na segurança, fadiga, doenças ocupacionais, qualidade e quantidade produtiva. Devido ao custo elevado de suas ações, tem algum risco de satisfação, pois as melhorias, em alguns casos, dependeriam de substituições de maquinário inadequado, mudanças posturais, colocação de dispositivos de segurança, melhora de iluminação, seriam neste caso bastante viáveis.

Ergonomia de conscientização - importante se faz a conscientização sobre a importância da ergonomia, devido às constantes mudanças que ocorrem com relação às novas tecnologias em máquinas, produtos e serviços e, também, ao seu eventual desgaste. A conscientização da equipe de trabalho através de cursos, comprometimento na tomada de decisões e melhorias é uma etapa importante, para o sucesso de qualquer ação. Questões como intensidade de ruídos, temperatura, vibração, iluminação e poluição atmosférica podem interferir, diretamente, na qualidade de vida, dos serviços e, conseqüentemente, na produtividade do trabalho, sendo necessária uma análise detalhada e cuidadosa na busca de um ambiente laborativo ideal. Questões como alto índice de erros durante as tarefas, acidentes, doenças, absenteísmo e rotatividade dos empregados, são indicadores importantes na constatação de locais e tarefas a serem abordadas, com modificações ergonômicas, pois indicam falhas na adaptação dos operadores às suas máquinas na organização do ambiente e das tarefas de trabalho.

Nos setores de prestação de serviço a ergonomia vem crescendo, consideravelmente, visto que este passou a acolher diversos trabalhadores, oriundos de setores primários, que vêm sendo automatizados. Novas funções profissionais exigem que seja feita uma análise da probabilidade de desencadearem doenças ocupacionais, decorrentes da carga horária de trabalho, posturas estáticas por tempo prolongado, estresse físico e mental, entre outros fatores, o que vem comprometer a qualidade no trabalho. 

Nas atividades de vida diária (AVDs), a ergonomia tem papel fundamental, pois busca qualidade e segurança de equipamentos e utensílios utilizados, cotidianamente. Em contrapartida há a estimulação de uma visão mais cética e exigente da parte dos consumidores que buscam serviços e componentes de melhor qualidade. 

Já na área da agricultura e demais setores primários a ergonomia apresenta-se de forma discreta, tendo como foco de pesquisa a projeção de máquinas e implementos agrícolas que possibilitem aos seus operadores e ao meio ambiente, melhorias quanto à segurança e à redução de danos, causadas por resíduos químicos.

Iida (1990, p. 9) considera a condição psicofísica dos trabalhadores, como ponto central das condutas ergonômicas é fundamental. A realização de projetos adequados a diferentes biótipos, deveria ser o fundamento básico da ergonomia, o que nem sempre acontece devido à dificuldade ergonômica e a aceitação das empresas em desenvolver e adotar projetos com precocidade e que venham evitar ou diminuir complicações decorrentes do trabalho. Condutas como seleção de pessoal, adequado ao tipo de atividade disponível, como: treinamentos, reciclagens, orientação postural e de noções gerais de saúde, deveriam fazer parte da rotina das empresas, o que levaria a uma diminuição, considerável, no número de complicações dos trabalhadores.

Ilda (1990) argumenta que na indústria é fundamental a adoção de condutas que aperfeiçoem o sistema homem-máquina, tanto na fase de projeto de máquinas, equipamentos, postos de trabalho, como nas readaptações dos já existentes, considerando as diferenças e limitações dos seus operadores. A ergonomia também pode ser aplicada em prol da melhoria organizacional do ambiente de trabalho, na motivação e no envolvimento da equipe, na participação coletiva dos trabalhadores quando da identificação de falhas e, através de treinamento e reciclagem, sensibilização quanto à importância da segurança e aos fatores de risco com que estão predispostos.

Realizada de forma individual e/ou coletiva, necessita do envolvimento de todas as partes componentes da empresa.

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

        A caracterização de uma metodologia deve estar em consonância com os objetivos do trabalho e com a concretização de um meio que venha torná-lo efetivamente possível.

        Por isso que a metodologia utilizada foi a de revisão de literatura. Isso porque a revisão de literatura é voltada para a sistematização daquilo que livros e revistas científicas desenvolveram sobre os temas abordados, investigando e pontuando os seus principais aspectos constitutivos.

3.2 COLETA DE DADOS

Nesse sentido, a pesquisa foi desenvolvida de maneira a privilegiar a compreensão das teorias e explicações que estão intrinsecamente relacionadas com a asma ocupacional, de modo específico, e saúde do trabalho, de uma maneira geral. Os dados foram coletados dos artigos de revistas científicas e livros que se encontram direta ou indiretamente relacionados com o tema.

3.3 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS RESULTADOS

        A análise e apresentação dos dados foram voltadas a demonstrar o diálogo estabelecido com os autores pesquisados nas revistas científicas e livros especializados sobre doença ocupacional, saúde do trabalho e além das questões sobre asma ocupacional propriamente dita.

4 ASMA OCUPACIONAL

4.1 DOENÇAS PULMONARES DE ORIGEM OCUPACIONAL

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a asma é definida como uma doença crônica, caracterizada por limitação variável ao fluxo aéreo, que são, em grande parte, reversíveis espontaneamente ou como resultado de tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, principalmenteTa noite e pela manhã ao despertar, numa situação onde asma é provável e outras raras patologias foram excluídas.

Segundo Bernstein, a asma relacionada ao trabalho (ART) engloba a asma ocupacional (AO) e a asma agravada pelo trabalho. A ART seria uma doença ocupacional propriamente dita e a segunda, uma doença relacionada ao trabalho. A definição mais citada de AO é "obstrução reversível ao fluxo aéreo e/ou hiperreatividade brônquica

devida a causas e condições atribuíveis a um determinado ambiente de trabalho e não a estímulos externos". A asma agravada pelo trabalho ou asma agravada pelas condições de trabalho é a asma previamente existente, assintomática ou não, que se agravou devido a uma exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos.

Trabalhos realizados por Chan-Yeung e colaboradores estimam que as incidências de ART variam entre países, sendo de 3 a 18 casos por milhão de indivíduos por ano nos EUA, 50 por milhão de indivíduos por ano no Canadá e 187 por milhão de indivíduos por ano na Finlândia. Mendonça e colaboradores utilizando casos diagnosticados no Município de São Paulo para o ano de 1995, demonstraram uma incidência de 17 casos por milhão de indivíduos registrados, uma provável subestimativa da incidência real. Os trabalhos de Chan-Yeung ainda relatam que na Espanha, a prevalência de AO é d.e 5%, nos EUA de 14%, na Finlândia de 29%, e chega a 36% de todos os casos de asma no Canadá. A ART é responsável por 5% a 10% de todos os casos de asma em adultos, o que demonstra sua importância como problema de saúde pública.

Fernandes e colaboradores defendem que 'os casos identificados de ART representam apenas uma parcela da totalidade de casos desta doença, e que o diagnóstico de ART tem sido subestimado porque há: múltiplas causas potenciais devido a inúmeros poluentes industriais; variabilidade dos sintomas e ocorrência de reações asmáticas com fases tardias, o que dificulta a suspeita diagnostica pelos serviços de saúde; necessidade de procedimentos diagnósticos específicos mais- prolongados e nem sempre acessíveis; não previsibilidade da crise e da persistência dos sintomas.

Consoante a Maio e colaboradores a confirmação diagnostica deve ser feita com a demonstração de reversibilidade ao broncodilatador na espirometria, e/ou variabilidade do pico de fluxo igual ou maior que 20% no período analisado e/ou um teste de provocação brônquica inespecífico positivo. A relação entre a exposição e os sintomas deve ser caracterizada. O broncoespasmo pode ser imediato, ao final da jornada de trabalho, ou noturno. Pode haver uma combinação de sintomas jmediatos e tardios, sendo que eles guardam uma relação direta com o mecanismo patogênico envolvido. O questionamento sobre sintomas durante os fins de semana, férias e períodos de tempo fora da jornada de trabalho é de grande auxílio. O período de recuperação funcional e clínica também guarda relação com o mecanismo patogênico envolvido.

Conforme Fernandes a história ocupacional é de fundamental importância e parte integrante do estabelecimento do nexo causal. Entende-se por nexo causai a relação entre causa e efeito. O estabelecimento do nexo não implica na descoberta do agente envolvido. História ocupacional é o detalhamento das atividades profissionais do paciente, produtos presentes na sua função e também no ambiente que o cerca, processo produtivo, ritmo de trabalho, carga horária, riscos percebidos e periodicidade de manuseio de substâncias suspeitas. A relação temporal entre a exposição suspeita e o quadro clínico é de fundamental importância para o estabelecimento do nexo. Atividades fora do ambiente de trabalho, como hobbies, também devem ser relacionadas. Não há um "aprendizado formal" em história ocupacional - é necessário ter presente que a simples indagação de "profissão" que aprendemos nas escolas médicas como parte da anamnese é insuficiente e pouco informativa em relação a exposições de risco respiratório.

Lemiere refere que o tratamento medicamentoso da ART segue os mesmos preceitos do

tratamento da asma não relacionada ao trabalho e que a maioria dos indivíduos com ART com latência não se recuperam totalmente, mesmo após o afastamento do agente causai, e desenvolvem uma incapacidade permanente para a função relacionada.

Vandenplas e colaboradores apregoam como os principais desafios para os médicos do trabalho e os políticos: a necessidade de aumentar a documentação e identificação do problema, de ampliar implementação e avaliação de estratégias que visem minimizar os impactos adversos da ART, visto que a compreensão da história natural da asma induzida/por irritante é mais limitada, a necessidade de dados descritivos é mais premente e prevenção é um desafio ainda maior.

De acordo com Merck (2010), as doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela inalação de partículas, névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho. O local exato das vias aéreas ou dos pulmões onde a substância inalada irá se depositar e o tipo de doença pulmonar que irá ocorrer dependerão do tamanho e do tipo das partículas inaladas. As partículas maiores podem ficar retidas nas narinas ou nas grandes vias aéreas, mas as menores atingem os pulmões.

Quando atingem esses órgãos, algumas partículas se dissolvem e podem passar para a corrente sangüínea. A maioria das partículas sólidas que não se dissolvem são removidas pelas defesas do organismo. O corpo possui vários meios para eliminar as partículas aspiradas. Nas vias aéreas, o muco recobre as partículas de modo que a sua expulsão por meio da tosse seja mais fácil (MERCK, 2010).

Nos pulmões, existem células removedoras (denominadas fagócitos) que “engolem” a maioria das partículas, tornando-as inofensivas. Tipos diferentes de partícula produzem reações distintas no organismo. Algumas – como o pólen de plantas – podem causar reações alérgicas, como a febre do feno ou um tipo de asma. Partículas como o pó de carvão, o carbono e o óxido de estanho não causam muita reação nos pulmões. Outras, como o pó de quartzo e o asbesto, podem causar cicatrizes permanentes no tecido pulmonar (fibrose pulmonar). Em quantidades importantes, certas partículas, como o asbesto, podem causar câncer nos tabagistas (MERCK, 2010).

Dentre as doenças ocupacionais que atacam o pulmão se encontra a asma ocupacional. Mesmo se enquadrando no quadro delineado acima, ela apresenta importantes pontos específicos.

4.2 ASMA OCUPACIONAL: ASPECTOS GERAIS

A asma ocupacional pode ser conceituada como um espasmo reversível das vias respiratórias causado pela inalação de partículas ou de vapores existentes no ambiente de trabalho, que atuam como irritantes ou causam uma reação alérgica. Muitas

substâncias presentes no local de trabalho podem causar espasmos das vias aéreas, tornando a respiração difícil. É válido notar ainda que alguns indivíduos são particularmente sensíveis a irritantes presentes no ar.

De acordo com Sarti (1997), a primeira descrição moderna de asma ocupacional foi feita em 1700, em Pádova, na Itália, por Bernardino Ramazzini. Em seu trabalho “De Morbis Artificum”, a doença dos artesãos, descreve os sintomas de tosse e dispnéia, que acometem os padeiros, moleiros e trabalhadores em armazéns de cereais. Ramazzini supunha que a causa da obstrução brônquica era devida à formação de uma cola ou pasta, pela deposição de farinha nas vias aéreas. Discutiu a possibilidade de prevenção e confessava que desconhecia qualquer tratamento eficaz para impedir os malefícios e as perigosas conseqüências do pó de farinha na saúde humana.

Porém, há relatos desde o império romano em que eles demonstram a necessidade de utilizar luvas e máscaras entre os profissionais que produzem pão. Ramazzini inaugurou uma nova perspectiva. E, desde então, a “asma dos padeiros” veio sendo fortemente investigada (TELES FILHO, 2010).

Contemporaneamente, a alergia ocupacional representa, um problema de extensão mundial, com tendência a se agravar em virtude da industrialização e do surgimento de novas substâncias.

Até o presente, têm sido descritos mais de duzentos e cinqüenta agentes que causam asma ocupacional. Os isocianatos são largamente usados na indústria e são responsáveis pela forma mais comum da doença. São usados em fundição de metais, composição de substâncias plásticas e em tintas e vernizes. Cerca de 10% das pessoas expostas aos isocianatos desenvolvem asma (SARTI, 1997).

4.3 CLASSIFICAÇÃO

Conforme Sarti (1997), há duas categorias de asma que ocorrem no local de trabalho; asma ocupacional e asma agravada no local de trabalho.

A asma ocupacional é caracterizada pelo quadro obstrutivo e hiperreatividade das vias aéreas, devido a condições próprias do ambiente de trabalho e não por estímulos de fora do local de trabalho. A asma agravada é preexistente e é agravada por fatores irritantes do ambiente de trabalho (TELES FILHO, 2010).

Dois tipos de asma ocupacional podem ser diferenciados por conta de um período de latência, que pode haver ou não.

A asma ocupacional com um período de latência é a mais comum e desenvolve-se após

um período de exposição que varia de semanas até vários anos. Aqui estão incluídas as asmas ocupacionais com carácter imunológico, embora nem todos os agentes envolvidos tenham tido os seus mecanismos imunológicos identificados (SARTI, 1997).

A asma ocupacional sem período de latência ocorre após a exposição a altas concentrações de gases, fumo ou substâncias químicas, em alguma ou várias ocasiões.

4.4 SINTOMAS

Os sintomas são inconstantes. Há, além disso, uma grande dificuldade de correlacionar os sintomas com as condições ambientais de trabalho. A asma ocupacional pode causar dificuldade respiratória, sensação de opressão no peito, sibilos (chio de peito), tosse, espirros, coriza e lacrimejamento. Contudo, em alguns indivíduos, o único sintoma são os sibilos noturnos. Os sintomas podem ocorrer durante a jornada de trabalho, mas, freqüentemente, eles começam apenas algumas horas após o indivíduo ter terminado seu expediente. Além disso, os sintomas podem aparecer e desaparecer durante uma semana ou mais após a exposição. Os sintomas comumente tornam-se mais leves ou desaparecem nos finais de semana ou durante os feriados. Eles pioram com a exposição repetida (TELES FILHO, 2010).

4.5 AGENTES CAUSADORES

Os agentes causadores da asma ocupacional formam uma lista longa e com tendência a aumentar. As substâncias envolvidas na asma com latência encontram-se entre largo espectro de substâncias naturais e sintéticas, encontradas em diversos processos industriais e em variados materiais de uso corrente, em várias atividades profissionais (SARTI, 1997).

Estes agentes podem ser subdivididos entre aqueles que são IgE dependentes e aqueles IgE independentes (Tabela I), diferindo na apresentação clínica, no tipo de reação produzida durante os testes de provocação e, também, nas características das pessoas envolvidas (Tabela II).

Gases irritantes como cloro ou amônia são os agentes mais comumente responsáveis pela indução de asma sem latência.

 

Tabela 01 – Classificação e características da asma ocupacional

Fonte: Sarti (1997)

 

Tabela 02 – Agentes que mais freqüentemente causam a asma ocupacional

Fonte: Sarti (1997)

4.6 DIAGNÓSTICO

Para estabelecer o diagnóstico, o médico interroga o paciente a respeito dos sintomas e da exposição a uma substância que sabidamente causa a asma. Algumas vezes, a reação alérgica é detectada através de um teste cutâneo (teste de contato), no qual uma pequena quantidade da substância suspeita é aplicada sobre a pele. Quando o estabelecimento do diagnóstico é mais difícil, o médico utiliza um teste de provocação por inalação, no qual o paciente inala pequenas quantidades da substância suspeita e é observada a ocorrência de sibilos e de dificuldade respiratória. O indivíduo também é submetido a provas da função pulmonar para verificar se existe uma diminuição da mesma (MERCK, 2010).

Além disso, como as vias aéreas podem começar a estreitar antes que o indivíduo apresente sintomas, um indivíduo com sintomas tardios pode utilizar um dispositivo para monitorizar as vias aéreas enquanto trabalha. Esse aparelho, um medidor de fluxo máximo, mensura a velocidade com que o indivíduo expira o ar dos pulmões. Quando as vias aéreas estreitam, a velocidade diminui acentuadamente, sugerindo asma ocupacional.

Sarti (1997) apresenta o desenvolvimento do diagnóstico de modo mais pormenorizado. De acordo com ele, ao se examinar um trabalhador suspeito de ter asma ocupacional, é necessário, primeiramente, estabelecer o diagnóstico de asma e depois buscar o diagnóstico de asma causada por exposição ocupacional.

Os critérios necessários para se estabelecer a relação com a ocupação dependem do

propósito com que o diagnóstico é feito. Assim, os requisitos são mais marcantes, se o propósito é o diagnóstico médico, e a relação com o trabalho deve ser demonstrada de modo bem objetivo. Se o propósito tiver objetivos epidemiológicos, os critérios necessários podem ser menos marcantes, o que por sua vez aumenta a sensibilidade da identificação de casos (SARTI, 1997).

 Sarti (1997) enfatiza também que a falta de agente sensibilizante específico afasta o diagnóstico de asma ocupacional, quando se tratar de asma preexistente ou DPOC ou asma que se desenvolve no local de trabalho, sem relação com uma exposição sensibilizante específica. No caso de bissinose ou pneumoconiose, a história, exame físico, radiologia e testes de função pulmonar são diferentes daqueles próprios da asma. A dificuldade maior no diagnóstico diferencial situa-se nas manifestações de causa psicossomática e nos casos de simulação. Nestes casos, a história deve ser deixada de lado e o diagnóstico deve se basear no exame físico e em testes objetivos de função pulmonar e testes imunológicos. Uma vez afastadas outras doenças respiratórias, a atenção deve ser focalizada na tentativa de demonstrar a associação entre a asma e a ocupação.

Em primeiro lugar, deve-se obter uma história detalhada sobre as exposições, passadas e presentes às substâncias ambientais relacionadas ao trabalho; se possível, um relato cronológico dos sintomas e se há melhora de sintomatologia, quando o paciente está ausente do local de trabalho, por tempo prolongado. Nos casos mais evidentes, pode-se obter uma história em que as queixas de dispnéia e sibilância apresentam-se no final da jornada de trabalho, para, no dia seguinte pela manhã, apresentar-se relativamente assintomático, mostrando, também, nítida melhora nos fins de semana. Nas ausências mais prolongadas do trabalho, como nas férias ou licença para tratamento, a recuperação é total. Entretanto, a maioria dos casos não se apresenta tipicamente desta maneira e, assim, recursos objetivos são necessários para diagnóstico. Têm sido descritos vários algoritmos para a investigação clínica, que são muito semelhantes entre si (SARTI, 1997).

Para aqueles casos IgE dependentes, o teste cutâneo e a dosagem de IgE específica podem ser realizados, se o alérgeno apropriado for disponível. A medida da hiperreatividade brônquica com metocolina/histamina é um passo importante para afastar a asma ocupacional, bem como qualquer outro tipo de asma. Pacientes, submetidos ao ambiente ocupacional, que não apresentem hiperreatividade, podem ser excluídos sumariamente do diagnóstico de asma ocupacional. Entretanto, a positividade a este teste, indica necessidade de exposição ao suposto antígeno ocupacional, para confirmação do diagnóstico (SARTI, 1997).

Sarti (1997) salienta que uma abordagem possível é a exposição do paciente ao ambiente ocupacional, monitorizado por medidas de pico do fluxo expiratório. Entretanto, este método depende da cooperação do paciente e do registro correto das observações. Para maior efetividade e credibilidade deste método, seria necessário que as medidas efetuadas no ambiente ocupacional fossem acompanhadas por um técnico. Entretanto, quando possível,  a melhor condição para diagnóstico é o teste de provocação, para reproduzir a sintomatologia do paciente, em ambiente laboratorial controlado. Os pacientes devem ser expostos lentamente a doses sucessivamente crescentes do agente suspeito, para evitar reações graves.

Porém, é preciso ficar atento, pois, conforme Sarti (1997), o teste de provocação, específico, pode produzir falsos resultados negativos, se for usado o agente suspeito errado ou se o paciente estiver afastado por longo tempo do local de trabalho. A história de associação temporal entre os sintomas asmáticos e a exposição ocupacional não se constitui em condição segura para o estabelecimento do diagnóstico de asma ocupacional, porque a asma é uma doença freqüente, e a exposição concomitante a agentes potencialmente causadores de asma ocupacional pode se dar casualmente.

Para investigações epidemiológicas, de trabalhadores sob risco de asma ocupacional, existe um questionário que inclui informações sobre sintomas relacionados com o trabalho.

4.7 PREVENÇÃO E TRATAMENTO

As indústrias que utilizam substâncias que podem causar asma devem obedecer às normas de controle das poeiras e vapores. No entanto, a eliminação de poeiras e vapores pode ser impossível. Os trabalhadores com asma severa, quando possível, devem mudar de atividade. A exposição contínua freqüentemente leva a um quadro de asma mais grave e mais persistente. Os tratamentos são os mesmos utilizados para os outros tipos de asma (TELES FILHO, 2010).

No serviço do Hospital Estadual Emergência e Trauma do Senador Humberto Lucena-JP (HETSHL-JP) normatizamos a seguinte conduta: inicialmente tentamos reconhecer o agente desencadeante da crise e constatarmos os sinais clínicos (dificuldade para falar, taquidispnéia FR>30 ipm, taquicardia FC>110 bpm, uso da musculatura respiratória ascessória, as vezes simbilância tosse e expectoração). O paciente requer monitorização não invasiva dos sinais vitais e tratamento que é iniciado com medicamentos que promovem a abertura das vias aéreas, broncodilatadores B2-adrenérgicos os quais inibem o edema e o muco, que são administrados através de nebulização a fluxo contínuo de oxigênio ou ar comprimido ou através de aerossol dosimetrado (spray), são: salbutamol (10 a 20 gts na NBZ ou 5 a 8 puff no MDI) ou fenoterol (10 a 20 gts na NBZ ou 5 a 8 puff no MDI), ou terbutalina (10 a 20 gts na NBZ ou 1 puff no MDI), fazer uma dose a cada 10 a 30 minutos por 4 horas, ou adrenalina 0,3 a 0,5 mg SC a cada 20 minutos até 3 doses.

Se a saturação de O2 estiver menor ou igual a 93% iniciar oxigênioterapia (fluxo de 3 a 5L/min através de cateter nasal ou mascar de venturi com Fio2 de 0,5) e corticosteróides (prednisona 40 a 60 mg 6/6h ou metilprednisolona 50 a 120 mg 6/6h IV ou hidrocortisona 2 a 3 mg/kg 4/4h IV. Naqueles pacientes refratários após uso de broncodilatadores e corticosteróides está indicado as xantinas (aminofilina 5 a 6 mg/kg IV).

Se ainda a resposta do quadro clínico for precária transferir o paciente a UTI e administrar suporte ventilatório mecãnico não invasivo (VNI) somente se o paciente estiver consciente, colaborativo, estável hemodinamicamente, por um período de 30 minutos.

Pacientes em situação de risco de morte que apresentem hipoxemia (PaO2 < 60mmHg ou SaO2 < 90%), rebaixamento do nível de consciência, acidose respiratória (Ph < 7,25), hipercapnia (PaCO2 > 45 mmHg), parada respiratória ou cardiorespiratória, contraindicação/ falência da VNI, eles devem receber auxilio da VM, através da intubação traqueal sob sedação (benzodiazepínicos, midazolan e narcóticos, citrato de fentanila) por um período que melhore as condições clínicas do paciente, em seguida iniciaremos o desmame.

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O paciente deve ser avaliado, quanto à presença de invalidez temporária ou permanente, quando a sua asma estiver sob bom controle. A avaliação quanto à possibilidade de invalidez permanente deve ser levada a efeito, após dois anos, quando o estado da sintomatologia tenha atingido um platô (SARTI, 1997).

Uma proporção significante de trabalhadores com asma ocupacional não alcançam a cura completa, após o afastamento do ambiente de trabalho. Os fatores que afetam o prognóstico não são bem conhecidos, entretanto, o prognóstico favorável parece estar associado ao tempo curto de duração dos sintomas (menor que 1 ano), testes de função pulmonar normais e grau baixo de hiperreatividade brônquica. Assim, sugere-se que o diagnóstico precoce e a remoção da exposição são fatores importantes para se conseguir

a recuperação completa do paciente (SARTI, 1997).

Deve ser enfatizado que a deterioração é a regra para aqueles indivíduos que permanecem expostos após o diagnóstico.

O objetivo principal na asma ocupacional é a prevenção. Higiene ambiental, tal como melhor ventilação, ou processos de isolamento podem contribuir para melhoria ambiental. O uso de equipamentos de proteção individual é importante e tem seu emprego em alguns casos. A educação do trabalhador acerca da exposição no ambiente de trabalho, seus efeitos na saúde e como minimizá-los tem importância também (SARTI, 1997).

Estudos posteriores devem ser desenvolvidos com o intuito de promoverem um maior mapeamento das causas de desencadeamento da patologia. Investigações também podem ser empreendidas para que se conheça como melhor avaliar as condições de trabalho que levam ou não a asma ocupacional.

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