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À Tamburutaca
I TAMBuRUTACÀ, também conhecida pelosl\ nomes de tamarutaca, tambarutaca, mãeà I do camarão, lagosta-gafanhoto etc., é um
crustáceo marinho bastante interessante, tendoum parentesco muito próximo com a lagosta, la-gostim, camarão etc.
Embora apresente uma distribuição geo-
Arcru Lrnaos oa CasrRoNaturalista-auxiliar do
Museu Nacional
Sua aparência geral ê muito característica e
bem diferente da dos demais crustáceos. Ocorpo, que e achatado dorso-ventralmente, apre-senta-se dividido em 2 regiões principais:' umaanterior, denominada cefalotórax, e outra poste-rior, o abdome, sendo esta última enormementedesenvolvida em relação à primeira.
A tamburutaca (Squilla dubia, Milne Edwards, 1837) de perfil, mostrando as patas raç,toriais extraordinà-riamente desenvolvidas em relação às demais e adaptadas pera segurar as prêsas, (Tamanho natural).Procedência: Rio de Janeiro, Da coleção carcinológica do Museu Nacional. (Fotografia de Moacir Leão).
gráfica mrrito grancle, constitui um grupo rela-tivamente pequeno entre os crustáceos.
. Os nomes vulgares de tamburutaca, tama-rutaca, tambarut;rca, pelos quais é conhecicloentre nós, deveÍl-se âos seus hábitos, pois queao nadar produz estalidos semelhantes ao baterespaçado das castanholas.
O cefalotórax ê. formado por cliversos seg-mentos articulactros entre si, estando parcial-mente recoberto por uma carapaça. Nesta parteanterior do corpo, encontramos um par de olhospedunculados, extremamente móveis, 2 pares deantenas, e 8 pares de patas articuladas. f)estas,os 5 primeiros pares acham-se inseridos junto à
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bôca, servindo-lhes como auxiliares na preensãodos alimentos. O que é notável é que o segundopar se apresenta muito desenvolvido em relaçãoaos outros e com aspecto muito semelhante aoprimeiro par de patas dos insetos vulgarmentechamados de louua-a-deus; nestas patas, o úl-timo artículo se dobra sôbre o precédente comouma lâmina de canivete sôbre o cabo, consti-tuindo verdadeiras armas de defesa e ataque,não só pelo comprimento e potência, como tam-bêm pelos longos e pontudos dentes do últimoartículo. Os 3 últimos pares de patas são bem di-ferentes dos anteriores e servem para a loco-moção do animal.
A região abdominal é constituída tambémpor diversos segmentos articulados e possui 6pares de apêndices birremes, sendo que o últimosegmento forma com o último par de apêndicesuma nadadeira caudal. É nesses apêndices ab-dominais que estão prêsas as brânquias, órgãospelos quais o animal respira na água e gue podemser observadas fàcilmente, pois são externas eramosas.
O louva-a-deus (Staérr-atoptera precaria, Linneu, 1758) em 2 posiçôes diferentes,vendo-se as patâs naptoriais (1.o par) semelhantes às da tamburutaca, tendo amesma função de segurar as prêsas. São, entretanto, animais bem diÍerentes, cons-tituindo êste fato apenas uma convergência de caracteres. Procedência: Rio deJaneiro. Da coleção entomológica do Museu Nacional. (Aumentado cêrca de 1/3
do tamanho natural) . (Fotografia de Moacir Leão) ,
Quanto ao modo de vida, são marinhos, ha-bitando os adultos, geralmente, buracos na arelaou lodo do fundo do mar, em águas pouco fun-das, principalmente nos trópicos. Muitos são des-critos como habitando rachas nos recifes de coral:porém, em geral, são animais cavadores. Asformas jovens, entretanto, nadam na superfície,podendo ser levadas a grandes distâncias pelascorrentes oceânicas. São encontrados em tôda a
costa do Brasil.Nadam todos êles com grande velocidade,
movimentando continuamente os apêndices ab-dominais e batendo nágtta com sua possante na-dadeira caudal. Caminham também no fundo,utilizando principalmente os 3 pares de patas lo-comotoras, O interessante é gue, embora sejamàs vêzes abundantes num determinado lugar,podem passar despercebidos por serem animaisde habitos muito retraídos.
Os animais que constituem suas prêsas são
capturados nas longas patas raptoriais (2." par).AÍastam-se muitas vêzes das tocas à procura dealimento; porrám retornam a elas com grande ra-
pidez, ao menor sinal de Perigo.Muitos armam verdadeiras armadi-lhas, pois escondem-se na areia, comapenas as extremidades dos olhosexpostas, e ficam de tocaia à esperada primeira prêsa que se aproximedesprevenida.
É a tamburutaca um alimentobastante apreciado não só pela gran-de massa muscular do abdôme, comopelo sabor, que é comparado ao clolagostim. Entretanto é mal conheci-da e de pesca pouco rendosa, poisgue só raramente é apanhada pelosmétodos ordinários. Pode ser cap-turada em redes de arrastão ou,quando habitam em águas bem ra-sas, atraindo-a para fora da tocacom uma isca: pequeno peixe oupedaços de outro crustáceo (caran-guejo, camarão etc. ).
Reproduzem-se por meio deovos pequenos, numerosíssimos eaglutinados entre si em massa única,deixados livres na toca habitadapela fêmea, ou então carregados nosapêndices abdominais. As formaslarvares sofrem diversas metamor-foses até atingir o estado adulto.
Apesar de mal conhecida, atamburutaca é animal bastante anti-go, de que existem fósseis da erasecundária.
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crustáceo rnarinho buiturt"lirrt"r"rrurte, tendoum parentesco muito proximo com a lagosta, la-gostim, camarão etc.
Embora apresente uma distribuição geo-
Àrcsu Lnnaos oe CasrRoNaturalista-auxiliar do
Museu Nacional
Sua aparência geral é muito característica e
bem diferente da dos demais crustáceos. Ocorpo, que é achatado dorso-ventralmente, apre-senta-se dividido em 2 regiões principais: umaanterior, denominada cefalotórax, e outra poste-rior, o abdome, sendo esta última enormementedesenvolvida em relação à primeira.
A tamburutaca (Squilla dubia, I|uÍilne Edwards, 1837) de perfil, mostrando as patas ral,toriais extraordinà-riamente desenvolvidas em relação às demais e adaptadas para seguÍâr as prêsas. (Tamanho natural).Procedência: Rio de Janeiro. Da coleção carcinológica do Museu Nacional, (Fotografia de Moacir Leão).
gráfica mrrito g-rancle, constitui um grupo rela-tivamenfe pequeno entre os crustáceos.
Os nomes vulgares de tamburutaca, tama-rutaca, tambaruterca, pelos quais é conhecidoentre nós, devem-se aos seus hábitos, pois queáo nadar produz estalidos semelhantes ao baterespaçado das castanholas.
A cefalotorax ê formado por cliversos seg-mentos articulados entre si, estando parcial-mente recoberto por uma carapaça. Ne,sta parteanterior do corpo, encontramos um par de olhospedunculados, extremamente móveis, 2 pares deantenas, e 8 pares de patas articuladas. f)estas,os 5 primeiro,s pares acham-se inseridos iunto à
bôca, servindo-lhes como auxiliares na preensãodss aliÍtlentos. O que é notável é que o segunclopar.se apresenta muito desênvolvido em relaçãoaos outros e com aspecto muito semelhante aoprimeiro par de patas dos insetos vulgarmentechamados de'louua-a-cÍeus; nestas patap, o úl-timo artículo se dobra sôbre o precedente comouma lâmina de canivete sôbre o cabo, consti-tuindo verdadeiras armas de defesa e ataque,não.'só pelo comprinoento e potência, como tam-bêm pelos longos e pontudos dentes do últimoartículo. Os 3 últimos pares de patas são bem di-ferentes dos anteriores e servem para a loco-moção do animal.
A rcgião abdominal é constituída tambémpor diversos segmentos articulados e possui 6pares de apêndices birremes, sendo que o últimosegmento Íorma com o último par de apêndicesuma nadadeira caudal. É nesses apêndices ab-dorninais que estão prêsas as brânquias, orgãospelos quais o animal respira na água e que podemser observadas fàcilmente, pois'§ão externas eramOSaS. . ),'.....-
O louva-a-deus (Sfa§rnaÍoptera ptecaria, Linneu, 1758) em 2 posições diferentes,vendo-se as patas laptoriais (1.o par) semelhantes às da tamburutaca, tendo amesma função de segurar as prêsas. São, entretanto, animais bem diferentes, cons-tituindo êste Íato apenas uma convergência de caracteres. Procedência: Rio deJaneiro. Da coleção entomológics do Museu Nacional. (Aumentado cêrca de 1/3
do tamanho natural). (Fotografia de Moacir Leão).
Quanto ao modo de vida, são marinhos, ha-bitando os adultos, geralmente, buracos na areiaou lodo do fundo do mar, em águas pouco fun-das, principalmente nos trópicos. Muitos são des-critos como habitando rachas nos recifes de coral:porém, em geral, são animais cavadores. Asformas jovens, entretanto, nadam na superfície,podendo ser levadas a grandes distâncias pelascorrentes oceânicas. São encontrados em tôda acosta do Brasil.
Nadam todos êles com grande velociclade,movimentando continuamente os apêndices ab-clominais e batendo nágua com sua possante na-dadeira caudal. Caminham também no fundo,utilizando principalmente os 3 pares de patas lo-comotoras, O interessante é que, embora sejamàs vêzes abundantes num determinado lugar,poclem passar despercebidos por serem animaisde hábitos muito retraídos.
Os animais que constituem suas prêsas são
capturados nas longas patas raptoriais (2." par ) .
AÍastam-se muitas vêzes das tocas à procura dealimehto; forém retorham.a elas com grande ra-
pidez, ao menor sinal de Perigo.. "' . Muitos armam verdadeiras armadi-
lhas, pois escondem-se na areia, comapenas as extremidades dos olhosexpostas, e ficam de tocaia à esperada primeira prêsa que se aproximedesprevenida.
É a tamburutaca um alimentobastante apreciado não só pela gran-de massa muscular do abdôme, comopelo sabor, que é comparado ao dolagostim. Entretanto é mal conheci-da e de pesca pouco rendosa, poisque so raramente é apanhada pelosmétodos ordinários. Pode ser cap-turada em redes de arrastão ou,quando habitam em águas bem ra-sas, atraindo-a para Íora da tocacom uma isca: pequeno peixe oupedaços de outro crustáceo (caran-guejo, camarão etc. ) .
Reproduzem-se por meio deovos pequenos, numerosÍssimos eaglutinados entre si em massa única,deixados livres na toca habitadapela fêmea, ou então carregados nosapêndices abdominais. As formaslarvares sofrem diversas metamor-foses até atingir o estado adulto.
Apesar de mal conhecida, atamburutaca é animal bastante anti-go, de que existem fósseis da erasecundária.
REVISTÀ DO MUSEU NÀCIONÀL
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A tamburutaca (Lysiosquillascabricauda, 1818) vista de cimae de baixo. (Reduzrda mais (xrmenos L/3). Coleção carcinotôgica do Museu Nacional. Proc-e-
dência : Rio de Janeiro.
A tamburutaca mostrando Acefalotórax; B abdome; aantenas; b olhos peduncula-dos; c
- patas torácicas' d
- ca-
rapaÇa; e apêndices abdomi-nais; f
- nadadeira caudal .
(Fotografias de Moacir Leão)
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