Implicações neuropsicológicas e comportamentais na infância

Research Society and Development v 9 n 9 e772997188 2020

(CC BY 40) | ISSN 2525-3409 | DOI httpdxdoiorg1033448rsd-v9i97188

1

Implicaccedilotildees neuropsicoloacutegicas e comportamentais na infacircncia e adolescecircncia a partir do

uso de telas

Neuropsychological and behavioral implications in childhood and adolescence from the

use of screens

Implicaciones neuropsicoloacutegicas y de comportamiento en la nintildeez y la adolescencia por

el uso de pantallas

Recebido 30072020 | Revisado 11082020 | Aceito 05092020 | Publicado 06092020

Maristela Jaqueline Reis Peixoto

ORCID httpsorcidorg0000-0002-5168-3038

Universidade Franciscana Brasil

E-mail marisrpeixotogmailcom

Paula Argemi Cassel


Consultoacuterio Privado de Psicologia Brasil

E-mail paulaacasselgmailcom

Juliana Bredemeier


Ensino Pesquisa e Atendimento Individual e Familiar Brasil

E-mail julianabredemeiergmailcom

Resumo

O uso de telas por crianccedilas e adolescentes tem se tornado cada vez mais comum e acessiacutevel O

fato despertou a atenccedilatildeo da comunidade cientiacutefica e a preocupaccedilatildeo de pais professores e

profissionais em relaccedilatildeo aos possiacuteveis efeitos neuropsicoloacutegicos e comportamentais O

presente artigo tem por objetivo apresentar e discutir as possiacuteveis implicaccedilotildees

neuropsicoloacutegicas do uso de telas na infacircncia e na adolescecircncia a partir do meacutetodo de revisatildeo

bibliograacutefica narrativa O estudo evidenciou que a utilizaccedilatildeo de telas no contexto familiar

ocorre de forma crescente e impacta na socializaccedilatildeo na interaccedilatildeo e no conviacutevio diaacuterio entre

pais e filhos reduzindo estes de forma significativa Aleacutem disso o ceacuterebro em

desenvolvimento sofre impactos a partir de toda e qualquer experiecircncia vivida inclusive a

partir do uso de telas Os estudos encontrados demonstram impactos em funccedilotildees

neuropsicoloacutegicas como atenccedilatildeo memoacuteria linguagem funccedilotildees executivas e prejuiacutezos em



2

aspectos sociais emocionais e comportamentais Ademais a utilizaccedilatildeo desmedida de

eletrocircnicos a partir de telas pode levar a dependecircncia dos mesmos Novos estudos satildeo

necessaacuterios para o esclarecimento do impacto real na estruturaccedilatildeo do ceacuterebro em formaccedilatildeo

Em termos de funccedilotildees neuropsicoloacutegicas satildeo necessaacuterios estudos que esclareccedilam os efeitos a

longo prazo

Palavras-chave Neuropsicologia Miacutedia audiovisual Desenvolvimento Cogniccedilatildeo

Abstract

The use of screens by children and adolescents has become increasingly common and

accessible The fact aroused the attention of the scientific community and the concern of

parents teachers and professionals regarding the possible neuropsychological and behavioral

effects This article aims to present and discuss the possible neuropsychological implications

of the use of screens in childhood and adolescence using the narrative bibliographic review

method The study showed that the use of screens in the family context occurs increasingly

and impacts socialization interaction and daily interaction between parents and children

significantly reducing them In addition the developing brain is impacted by any and all

experiences including the use of screens The studies found demonstrate impacts on

neuropsychological functions such as attention memory language executive functions and

impairments in social emotional and behavioral aspects As well as the excessive use of

electronics from screens can lead to dependence on them Further studies are needed to clarify

the real impact on the structuring of the brain in formation In terms of neuropsychological

functions studies are needed to clarify the long-term effects

Keywords Neuropsychology Audiovisual media Development Cognition

Resumen

El uso de pantallas por parte de nintildeos y adolescentes se ha vuelto cada vez maacutes comuacuten y

accesible El hecho despertoacute la atencioacuten de la comunidad cientiacutefica y la preocupacioacuten de

padres profesores y profesionales por los posibles efectos neuropsicoloacutegicos y conductuales

Este artiacuteculo tiene como objetivo presentar y discutir las posibles implicaciones

neuropsicoloacutegicas del uso de pantallas en la infancia y la adolescencia utilizando el meacutetodo

de revisioacuten bibliograacutefica narrativa El estudio mostroacute que el uso de pantallas en el contexto

familiar se da de manera creciente e impacta la socializacioacuten la interaccioacuten y la interaccioacuten

diaria entre padres e hijos reducieacutendolas significativamente Ademaacutes el cerebro en desarrollo

se ve afectado por todas y cada una de las experiencias incluido el uso de pantallas Los



3

estudios encontrados demuestran impactos en funciones neuropsicoloacutegicas como atencioacuten

memoria lenguaje funciones ejecutivas y deficiencias en aspectos sociales emocionales y

conductuales A maacutes el uso excesivo de la electroacutenica de las pantallas puede llevar a la

dependencia de ellas Se necesitan maacutes estudios para aclarar el impacto real en la

estructuracioacuten del cerebro en formacioacuten En teacuterminos de funciones neuropsicoloacutegicas se

necesitan estudios para aclarar los efectos a largo plazo

Palabras clave Neuropsicologiacutea Medios audiovisuales Desarrollo Cognicioacuten

1 Introduccedilatildeo

O uso de dispositivos eletrocircnicos tem conquistado cada vez mais espaccedilo na vida das

pessoas tornando-se comum e acessiacutevel agraves famiacutelias nos mais diversos ambientes em casa

nas ruas praccedilas shopping centers e restaurantes (Feierabend Rathgeb amp Reutter 2019) Na

era digital atual crianccedilas e adolescentes satildeo entatildeo inevitavelmente expostos a telas

eletrocircnicas de forma recorrente e cada vez mais precoce (Cheng et al 2010 Cheng amp Li

2014 Kabali et al 2015 Kuss amp Griffiths 2012 Niemz Griffiths amp Bayard 2005 Palfrey

amp Gasser 2011) resultando no aumento da frequecircncia especialmente na uacuteltima deacutecada

(OfCom 2017) do uso especiacutefico de televisatildeo computador tablets jogos eletrocircnicos e

smartphones (GLM et al 2019)

O uso de miacutedia eletrocircnica interativa e moacutevel principalmente tem aumentado

substancialmente nos uacuteltimos anos em grupos natildeo soacute de adolescentes (Bucksch et al 2016)

como de crianccedilas menores (Poulain et al 2019) Em uma pesquisa em 2007 nos EUA 90

dos pais reportaram que seus filhos menores do que dois anos de idade assistiam a alguma

forma de miacutedia eletrocircnica jaacute naquela eacutepoca (Zimmerman Christakis amp Meltzoff 2007)

Dados da deacutecada passada no mesmo paiacutes tambeacutem apontavam que aos trecircs anos de idade

quase um terccedilo das crianccedilas possuiacutea televisatildeo no proacuteprio quarto (Rideout amp Hamel 2006)

Adicionalmente sabe-se que assistir televisatildeo estaacute relacionado a um maior consumo de miacutedia

eletrocircnica na infacircncia e adolescecircncia (Simonato et al 2018) No entanto o que chama

atenccedilatildeo eacute o fato de nas uacuteltimas deacutecadas a proporccedilatildeo de tal consumo ter se estabilizado em

comparaccedilatildeo ao raacutepido incremento do uso de jogos eletrocircnicos e Internet (Rideout 2017

OfCom 2017)

Um mapeamento realizado nos Estados Unidos (EUA) em 2013 revelou que crianccedilas

menores de dois anos de idade passavam aproximadamente uma hora por dia em contato

com telas enquanto que as de dois e quatro anos duas horasdia na meacutedia (Media 2013) Em



4

um novo censo realizado em 2017 no paiacutes supracitado obteve-se que 98 das crianccedilas

americanas de zero a oito anos de idade possuiacuteam em suas residecircncias dispositivos

tecnoloacutegicos conectados agrave Internet e passavam em torno de duas horas e meia por dia na

frente de miacutedias eletrocircnicas (Rideout 2017) Ainda 20 das crianccedilas americanas entre dois e

sete anos de idade possuem televisatildeo nos seus quartos e assistem em torno de cinco horas por

dia a mais do que aquelas que natildeo possuem (Gentile et al 2012) Foi identificado em estudo

no Reino Unido que crianccedilas entre cinco e sete anos passavam em meacutedia treze horas e meia

por semana assistindo televisatildeo nove horas por semana na Internet e sete horas por semana

jogando online (OfCom 2017)

O extenso e crescente uso de telas tem motivado a preocupaccedilatildeo de profissionais da

sauacutede educadores pais e pesquisadores acerca das consequecircncias do tempo de exposiccedilatildeo agraves

telas no bem-estar de crianccedilas e adolescentes uma vez que nesse periacuteodo do desenvolvimento

a maturaccedilatildeo cerebral ainda natildeo estaacute completa (Brown 2011 Carson et al 2016 Tremblay et

al 2011) A preocupaccedilatildeo se torna ainda mais evidente no que tange ao intenso crescimento

do uso de telas por crianccedilas pequenas (AAP 2016)

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que o tempo de uso diaacuterio ldquoseja

limitado e proporcional agraves idades e agraves etapas do desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-

psicossocial das crianccedilas e adolescentesrdquo (SBP 2016 p 3) Indo na mesma linha preventiva

a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) entende que ateacute dois anos de idade natildeo eacute

recomendada exposiccedilatildeo a telas e que a partir dos dois anos o tempo natildeo deve ultrapassar

uma hora diaacuteria (OMS 2019)

Alguns estudos evidenciaram alteraccedilotildees estruturais e funcionais bem como diferentes

impactos dependendo da etapa do desenvolvimento e do conteuacutedo apresentado

principalmente nas funccedilotildees cognitivas de atenccedilatildeo em crianccedilas e adolescentes que fazem uso

frequente de eletrocircnicos (Schmidt et al 2009 Nunez-Smith et al 2008 Christakis et al

2004 Zimmerman amp Christakis 2007) memoacuteria (Armtrong amp Greenberg 1990 Zimmerman

amp Christakis 2005 Vandewater et al 2008 Schmidt et al 2008 Linebarger et al 2014

Lin et al 2015) linguagem (Nelson 1973 Christakis et al 2004 Linebarger amp Walker

2005 Masako et al 2007 Zimmermann amp Christakis 2007) e funccedilotildees executivas

(Linebarger et al 2014) Os impactos cognitivos variaram de acordo com a etapa do

desenvolvimento em que se encontram

Diante do contexto apresentado e do interesse crescente de pais professores e

profissionais da sauacutede acerca do tema bem como da divergecircncia de evidecircncias cientiacuteficas

quanto agraves consequecircncias do uso de tecnologias (Stiglic amp Viner 2019) este artigo objetiva



5

apresentar e discutir as possiacuteveis implicaccedilotildees neuropsicoloacutegicas do uso de telas na infacircncia e

na adolescecircncia

2 Metodologia

O presente estudo adotou como meacutetodo a revisatildeo bibliograacutefica narrativa onde a

escolha do conteuacutedo utilizado ocorre a partir de um caraacuteter amplo por conveniecircncia e siacutentese

qualitativa na escolha do conteuacutedo utilizado (Bernardo Nobre amp Jatene 2004)

3 Resultados e Discussatildeo

A era digital e o aumento do uso de telas no contexto familiar

A tecnologia baseada em tela estaacute rapidamente crescendo resultando em crianccedilas e

adolescentes frequente e intensamente envolvidos no uso de diferentes conteuacutedos inseridos

nelas (Guerrero et al 2019) O avanccedilo da utilizaccedilatildeo de meios eletrocircnicos no cenaacuterio atual

oportunizou agraves crianccedilas aos adolescentes e agraves famiacutelias o acesso agraves miacutedias a partir de telas em

qualquer horaacuterio e em qualquer lugar (Domoff et al 2018)

O recente estudo longitudinal sobre miacutedias investigou a exposiccedilatildeo ou o uso ativo de

diferentes miacutedias baseadas em tela e identificou ainda que eacute comum a exposiccedilatildeo da crianccedila a

muacuteltiplas telas simultaneamente em primeiro e segundo plano no ambiente domeacutestico

(Domoff et al 2018) Isso implica no uso concomitante de telas individuais (smartphones

tablets e computadores) e compartilhadas (televisatildeo videogames) ao mesmo tempo e no

mesmo espaccedilo em primeiro e segundo plano Considerando a magnitude dos estudos que

indicam os efeitos do elevado uso de miacutedia na vida social fiacutesica e mental (Stiglic amp Viner

2019) nas habilidades cognitivas e no funcionamento cerebral (Hutton et al 2019) este

incremento eacute alarmante (Poulain et al 2019)

Evidecircncia importante se refere a que pais de crianccedilas que assistem televisatildeo em seus

proacuteprios quartos monitoram com menor frequecircncia o uso que a crianccedila faz deste tipo de

miacutedia bem como conversam com menor frequecircncia com seus filhos acerca do que assistem

ou escutam na televisatildeo em comparaccedilatildeo agravequeles pais de crianccedilas que natildeo possuem televisor

no quarto Aleacutem disso crianccedilas com televisor no quarto participam menos de momentos

familiares ainda que com miacutedias eletrocircnicas como jogos se comparadas com aquelas sem

televisor no quarto (Gentile et al 2012)



6

Considerando que a qualidade da interaccedilatildeo entre pais e filhos na infacircncia e

adolescecircncia destes constitui parte importante do processo de socializaccedilatildeo haacute outro fator

primordial a quantidade de tal interaccedilatildeo (Skalickaacute et al 2019) A correspondecircncia entre o

uso de miacutedia pelos pais e dificuldades comportamentais em crianccedilas tem sido foco de

investigaccedilotildees cientiacuteficas (Poulain et al 2019) com conclusotildees indicadoras de que o uso de

tecnologia de miacutedia moacutevel pelos pais se associa com pior responsividade sensitividade e

atenccedilatildeo parental (Radesky et al 2015 Hiniker et al 2015) e com maior hostilidade e menor

foco de atenccedilatildeo em crianccedilas (Radesky et al 2014 Stupica 2016 Boles amp Roberts 2008)

Uma hora assistida de televisatildeo em um dia semanal por crianccedilas pequenas preacute-

escolares (ateacute seis anos de idade) estaacute associada com reduccedilatildeo de 45 minutos diaacuterios de

conviacutevio com seus pais (Vandewater et al 2006) Igualmente o uso de miacutedia pela matildee pode

ser correlacionado com o uso de miacutedia da crianccedila (Niermann et al 2018 Schoeppe et al

2017) Tem sido sustentado por estudos que o aumento de atividades infantis com telas eacute

simultaneamente correlacionado com a diminuiccedilatildeo de brincadeiras sem tela (Hofferth 2010

Vandewater et al 2006 Lavigne et al 2015 Nathanson et al 2013) com a reduccedilatildeo de

leituras em livros impressos (Lavigne et al 2015 Nathanson et al 2013) e com a

diminuiccedilatildeo da interaccedilatildeo com pais e irmatildeos (Kostyrka-Allchorne et al 2017 Vandewater et

al 2006)

A associaccedilatildeo entre a trajetoacuteria do uso de telas entre um e trecircs anos de idade foi

avaliada no estudo prospectivo de coorte de Trinh et al (2019) Realizada nos EUA a

pesquisa buscou identificar se tais trajetoacuterias se associavam com uso de miacutedias aos oito anos

de idade e quais os potenciais determinantes do tempo de uso de tela Constatou-se que

crianccedilas com uma trajetoacuteria crescente de uso de telas entre um e trecircs anos de idade obtiveram

22 minutos adicionais por dia de tempo de telas aos oito anos de idade A mesma pesquisa

mostrou que a nuliparidade materna foi associada a um maior risco de trajetoacuteria crescente de

uso de telas pelas crianccedilas

Diferentes configuraccedilotildees culturais modificam a forma da manifestaccedilatildeo dos processos

de socializaccedilatildeo o que leva ao debate acerca das consequecircncias culturais do incremento do uso

de miacutedias baseadas em tela Dispender grande tempo assistindo e interagindo com uma tela

ao inveacutes do que com pais ou outras pessoas afeta grande quantidade de crianccedilas no que diz

respeito agrave praacutetica de habilidades no reconhecimento de emoccedilotildees nos outros e na vivecircncia de

emoccedilotildees decorrentes da interaccedilatildeo afetivo-social bem como no diaacutelogo acerca da natureza

das causas e das consequecircncias das diferentes emoccedilotildees no contato com e dos pais (Skalickaacute et

al 2019)



7

No que se refere agraves emoccedilotildees o desenvolvimento da compreensatildeo dessas diz respeito

agrave habilidade de entender predizer e explicar para noacutes mesmos e para os outros as emoccedilotildees

(Saarni 1999) Sabe-se como jaacute aqui referido que a realizaccedilatildeo de atividades com tela se

correlaciona com menor competecircncia social e reduccedilatildeo da interaccedilatildeo social Nesse sentido uma

pesquisa (Skalickaacute et al 2019) investigou o desenvolvimento da compreensatildeo emocional em

crianccedilas de quatro a oito anos em estudo longitudinal em amostra comunitaacuteria de 960

crianccedilas A avaliaccedilatildeo ocorreu aos quatro aos seis e aos oito anos a fim de averiguar a

associaccedilatildeo entre compreensatildeo das emoccedilotildees e uso de telas (televisatildeo ou jogo online)

Encontrou-se como resultado que haacute prediccedilatildeo de menor compreensatildeo emocional aos seis

anos quanto maior for o tempo de exposiccedilatildeo a telas na idade de quatro anos Ainda a

presenccedila de televisatildeo no quarto da crianccedila aos seis anos prediz menor compreensatildeo emocional

aos oito

As atividades ligadas agrave tela na infacircncia tecircm sido correlacionadas com decliacutenio de

interaccedilatildeo social (Boyd 2015) pior qualidade de relacionamentos interpessoais (Kowert

Domahidi Festl amp Quandt 2014) e pior competecircncia social (Griffiths 2010 Lemmens et al

2011) Tambeacutem assistir televisatildeo por mais de uma hora por dia antes dos dois anos de idade

aumenta o risco de atraso cognitivo e no desenvolvimento de habilidades linguiacutesticas (Lin et

al 2015)

Uma pesquisa longitudinal realizada nos EUA (Christakes et al 2004) revelou que a

exposiccedilatildeo precoce agrave televisatildeo estaacute relacionada a dificuldades atencionais em crianccedilas A

anaacutelise estatiacutestica de modelo de regressatildeo revelou que o nuacutemero de horas assistidas por dia

em crianccedilas entre um e trecircs anos resulta em problemas atencionais aos sete anos (Christakes

et al 2004) Teorias da neurociecircncia sugerem que as emoccedilotildees podem influenciar no processo

de aprendizagem (Dolan 2002) especialmente no periacuteodo de consolidaccedilatildeo da memoacuteria de

modo que o que eacute vivenciado pela crianccedila emocionalmente entre as horas apoacutes a

aprendizagem eacute determinante (Dwork et al 2014) A influecircncia do consumo de miacutedia

interativa nas emoccedilotildees jaacute eacute bem evidenciada em pesquisas

Dessa forma observa-se que o uso de telas na infacircncia e na adolescecircncia tem sido

amplamente discutido na comunidade cientiacutefica Os estudos referidos tecircm apresentado

implicaccedilotildees importantes em termos de alteraccedilotildees funcionais e comportamentais a partir do

uso de telas Diante deste fato faz-se necessaacuterio lembrar o que ceacuterebro da crianccedila e do

adolescente encontra-se em etapas precoces de desenvolvimento e que diante do excesso de

estiacutemulos e informaccedilotildees gerado tecnologias merece atenccedilatildeo especial



8

Desenvolvimento maturacional do ceacuterebro

O ceacuterebro eacute o oacutergatildeo complexo que se relaciona de forma dinacircmica e funciona como

um todo integrado (Papalia amp Feldman 2013) Eacute o oacutergatildeo mais importante do Sistema

Nervoso responsaacutevel por uma seacuterie de accedilotildees voluntaacuterias e involuntaacuterias do nosso corpo O

aprimoramento de capacidades futuras complexas depende das experiecircncias primordiais nos

primeiros anos de vida e do desenvolvimento excelente de estruturas e circuitos cerebrais

(Comitecirc Cientifico do Nuacutecleo Ciecircncia pela Infacircncia 2014)

A maturaccedilatildeo cerebral inicia ainda no periacuteodo intrauterino entre a segunda e terceira

semana apoacutes a fecundaccedilatildeo e continua se desenvolvendo rapidamente durante a segunda

infacircncia (Papalia amp Feldman 2013 Kolbi et al 2013) Embora o aspecto fiacutesico do enceacutefalo

no nascimento seja semelhante ao de um adulto mudanccedilas importantes ocorreratildeo ateacute a vida

adulta (Kolbi et al 2013)

O sistema nervoso do feto comeccedila a se desenvolver ainda antes do primeiro mecircs

sendo que as principais regiotildees do ceacuterebro ndash prosenceacutefato mesenceacutefato e rombenceacutefalo ndash se

desenvolvem a partir do primeiro mecircs intrauterino Conforme ocorre o crescimento a regiatildeo

mais superior frontal se expande para formar o enceacutefalo A medula espinhal e o tronco

encefaacutelico (responsaacutevel por funccedilotildees corporais baacutesicas como respiraccedilatildeo ritmo cardiacuteaco

temperatura do corpo sono e vigiacutelia) estatildeo praticamente concluiacutedos ateacute o nascimento O

cerebelo responsaacutevel pela manutenccedilatildeo do equiliacutebrio e a coordenaccedilatildeo motora ainda natildeo estaacute

completamente formado no nascimento ele se desenvolve de forma mais acelerada durante o

primeiro ano de vida (Papalia amp Feldman 2013)

O ceacuterebro se divide a partir de um sulco profundo em duas metades formando

hemisfeacuterios cerebrais (de acordo com a lateralidade) que possuem algumas especificidades

Entre os dois hemisfeacuterios existe uma estrutura chamada de corpo caloso que faz a

comunicaccedilatildeo entre os dois lados compartilhando e coordenando informaccedilotildees e comandos

(Papalia amp Feldman 2013) O corpo caloso se desenvolve durante a infacircncia e atinge o

tamanho definitivo em torno dos 10 anos de idade O desenvolvimento das regiotildees cerebrais

denominadas lobos tambeacutem corre em etapas diferentes As regiotildees corticais mais externas do

ceacuterebro que governam visatildeo audiccedilatildeo e outras informaccedilotildees sensoriais crescem rapidamente

nos primeiros meses apoacutes o nascimento e amadurecem aos seis meses o que justifica o

interesse dos bebecircs em etapas precoces pelo jogo alternado de cores produzido pelas telas

As aacutereas do coacutertex frontal responsaacuteveis pelo planejamento e processamento motor

(voluntaacuterio) e pela integraccedilatildeo de funccedilotildees superiores como expressatildeo da linguagem



9

consciecircncia raciociacutenio tomada de decisatildeo e pensamento abstrato permanecem em

desenvolvimento por vaacuterios anos (Sholl-Franco 2015 Papalia amp Feldman 2013)

Entre o terceiro trimestre de gestaccedilatildeo e o quarto ano de vida da crianccedila o ceacuterebro

apresenta um crescimento importante em termos de conexotildees neurais e desenvolvimento de

funccedilotildees neuroloacutegicas (Papalia amp Feldman 2013) Os principais marcos sensoriais motores e

cognitivos ocorrem ateacute o final do segundo ano (Papalia amp Feldman 2013) eacutepoca em que

muitas crianccedilas jaacute tem contato com eletrocircnicos em tela (Trinh et al2019 Lin et al 2015

Christakes et al 2004) Nesse sentido observa-se que desde muito pequenas as crianccedilas

manifestam interesse pelas telas Teoacutericos do desenvolvimento sugerem que a partir dos seis

meses a crianccedila jaacute apresenta capacidade de distinguir objetos inanimados e animados (Uehara

et al 2016) Cabe salientar que o coacutertex preacute-frontal continua em constante maturaccedilatildeo de

forma lenta e prolongada sendo essa uma das uacuteltimas aacutereas a se desenvolver

O desenvolvimento efetivo em termos de estrutura e funcionamento dessa regiatildeo do

ceacuterebro ocorre somente na vida adulta (Zelazo et al 2004 Gogtay et al 2004 Lenroot amp

Giedd 2006) Durante o periacuteodo de desenvolvimento inicial e ao longo da vida em resposta

agrave exposiccedilatildeo a estiacutemulos ambientais o ceacuterebro pode se remodelar enquanto estrutura e funccedilatildeo

(Singer 1995) Essa capacidade do sistema nervoso de se reorganizar de forma dinacircmica em

resposta a estiacutemulos externos ou internos eacute chamada de plasticidade cerebral (Cosenza amp

Malloy-Diniz 2013) Estudos epigeneacuteticos jaacute demonstram que as experiecircncias preacute-natais e

poacutes-nascimento modificam as redes neurais (Kolbi et al 2013) e exercem importante

influecircncia no desenvolvimento maturacional do ceacuterebro A exposiccedilatildeo do ceacuterebro a estiacutemulos

sensoriais estresse lesotildees drogas relacionamentos desnutriccedilatildeo e mesmo agraves tecnologias

influenciaratildeo a trajetoacuteria do desenvolvimento que eacute continuamente impactado de forma

positiva eou negativa (Papalia amp Feldman 2013)

Nesse sentido a exposiccedilatildeo a eletrocircnicos a partir de telas por crianccedilas e adolescentes

exerce de alguma forma impacto sobre o ceacuterebro em processo maturacional Apesar do

raacutepido desenvolvimento do coacutertex preacute-frontal a gradual aquisiccedilatildeo de habilidades executivas e

de postergaccedilatildeo da gratificaccedilatildeo (relacionada ao sistema de recompensa) na infacircncia e

adolescecircncia o uso indiscriminado de eletrocircnicos em telas tem sido associado agrave dependecircncia

desses dispositivos (Ko et al 2009 Brewer amp Potenza 2011 Loh amp Kanai 2016) O circuito

de recompensa do ceacuterebro pode ser ativado por viacutedeos ou jogos em tela (estiacutemulos

ambientais) que causam prazer A experiecircncia faz com que ocorra a produccedilatildeo de dopamina

(via mesoliacutembica) que ativa o sistema (Loh amp Kanai 2016) Esse neurotransmissor percorre

o ceacuterebro ateacute chegar ao coacutertex preacute-frontal relacionado agrave atenccedilatildeo e agrave tomada de decisotildees onde



10

faz a modulaccedilatildeo Poreacutem quando o ceacuterebro registra a experiecircncia prazerosa o sistema

bioloacutegico relacionado ao prazer (aacuterea tegmental ventral) vai exercer toda forccedila para que se

repita a accedilatildeo e o coacutertex preacute-frontal (racional) natildeo realize a modulaccedilatildeo Em se tratando de

etapas mais precoces de desenvolvimento quando regiotildees preacute-frontais ainda natildeo exercem

controle na modulaccedilatildeo do sistema inibitoacuterio o papel da famiacutelia eacute fundamental (Loh amp Kanai

2016 Domoff et al 2018)

Enquanto ocorre o processo lento e gradual de maturaccedilatildeo de estruturas

principalmente do coacutertex preacute-frontal e o consequente e simultacircneo aprimoramento de

funccedilotildees cognitivas as experiecircncias ambientais seguem atuando em termos de conectividade

neural na estruturaccedilatildeo do ceacuterebro O processo de maturaccedilatildeo ocorreraacute de forma distinta

considerando as etapas do desenvolvimento O ceacuterebro do adolescente diferente do ceacuterebro

da crianccedila e do adulto apresenta diferenccedilas em termos de morfologia e aspectos funcionais

associados ao papel de diferentes circuitos regiotildees mais recentes do coacutertex (neocorticais)

velocidade de maturaccedilatildeo conectividade das estruturas e transmissatildeo de informaccedilotildees entre os

neurocircnios (Casey et al 2008)

Na adolescecircncia o desenvolvimento das aacutereas preacute-frontais continua sendo essas

essenciais para a tomada de decisatildeo de maneira racional para o planejamento executivo e

regulaccedilatildeo de comportamentos relacionados agrave emoccedilatildeo (Muszkat et al 2015) Sabe-se que a

adolescecircncia eacute um periacuteodo de grandes modificaccedilotildees em termos de plasticidade cerebral e

mudanccedilas que envolvem aacutereas como o coacutertex parietal temporal e cerebelo aleacutem de uma

variaccedilatildeo de proliferaccedilatildeo sinaacuteptica e podas neurais Nesse sentido existem vulnerabilidade e

suscetibilidade a fatores ambientais que explicam de alguma forma comportamentos de

risco atitudes mais impulsivas e natildeo planejadas busca por sensaccedilotildees intensas

Por outro lado na adolescecircncia alguns sistemas jaacute respondem positivamente como eacute

o caso da modelagem ambiental do sistema de recompensas e do sistema dopamineacutergico

Segundo Muszkat et al (2015) as atividades sociais realizadas de forma compartilhada pelos

adolescentes ativam o coacutertex frontal medial relacionado aos sistemas socioemocionais de

recompensa o que natildeo ocorre quando as atividades satildeo realizadas isoladamente Poreacutem nessa

fase do desenvolvimento haacute uma tendecircncia agrave busca por gratificaccedilatildeo imediata o que leva a

uma exposiccedilatildeo maior ao risco em termos de regulaccedilatildeo emocional Dessa forma o sistema

dopamineacutergico extremamente influenciado pela socializaccedilatildeo da adolescecircncia precisa ser

positivamente incentivado na direccedilatildeo de relaccedilotildees sociais funcionais e maior acompanhamento

dos fatores negativos pela grande vulnerabilidade da fase (Muszkat et al 2015)



11

O uso indiscriminado de eletrocircnicos na adolescecircncia vem ao encontro do que tem se

discutindo aqui ateacute o momento Apesar da responsividade do adolescente ao sistema de

recompensa a tendecircncia pela busca de gratificaccedilatildeo imediata pode levar ao abuso na utilizaccedilatildeo

de telas ocasionando a dependecircncia Nesse sentido a Associaccedilatildeo Americana de Psiquiatria ndash

APA em sua mais recente versatildeo do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos

Mentais ndash DSM-5 (2014) incluiu o Transtorno do Jogo pela Internet caracterizado por perda

de controle sobre o jogo e sintomas de abstinecircncia (APA 2014) A dependecircncia de jogos

eletrocircnicos em adolescentes e os mecanismos e funccedilotildees neuropsicoloacutegicas envolvidas tem

sido referidos em estudos recentes (Stavropoulos et al 2017 Lukavskaacute et al 2016 Na et

al 2017 Yen 2017) e seratildeo melhor discutidos no toacutepico seguinte assim como os impactos

funcionais nas crianccedilas

Mecanismos neuropsicoloacutegicos envolvidos na dependecircncia de eletrocircnicos e sua

implicaccedilatildeo no desenvolvimento infanto-juvenil

Uma seacuterie de estudos tem demonstrando que a utilizaccedilatildeo de telas em etapas precoces

do desenvolvimento implica em alteraccedilotildees estruturais e funcionais do ceacuterebro nos

mecanismos neuropsicoloacutegicos e nas consequecircncias comportamentais de curto e meacutedio prazo

(Yuan et al 2013 Weng et al 2013 Ko et al 2014 Hou et al 2012 Aishworiya et al

2019 Poulain et al 2019 Guerrero et al 2019 Madigan et al 2019) Pesquisas jaacute

demonstraram a correlaccedilatildeo entre alteraccedilotildees na espessura cortical desempenho em tarefas de

funccedilotildees executivas e duraccedilatildeo de viacutecio em jogos em adolescentes dependentes de jogos online

(Yuan et al 2013) Em se tratando de crianccedilas podem-se tomar como exemplos os

programas de televisatildeo e os viacutedeos destinados ao puacuteblico infantil Muitos desses exigem das

funccedilotildees cognitivas de atenccedilatildeo e memoacuteria habilidades miacutenimas que estatildeo em maturaccedilatildeo em

etapas precoces do desenvolvimento (Abreu 2019 Boyd 2015 Kowert et al 2014

Griffiths 2010 Lemmers et al 2011 Lin et al 2015) Aparelhos celulares e tablets quando

utilizados por crianccedilas e adolescentes favorecem prejuiacutezos comportamentais cognitivos e

emocionais deleteacuterios (Balbani amp Krawczyk 2011 Browne et al 2018 Janus amp Offord

2007 Hancox et al 2004 Duch et al 2013)

Existem evidecircncias de que mesmo a televisatildeo ligada como plano de fundo afeta a

concentraccedilatildeo de crianccedilas pequenas durante o brincar (Anderson amp Pempek 2005) Embora se

observe um interesse dos bebecircs pelas telas coloridas e cheias de efeitos crianccedilas muito

pequenas quando apresentadas a estiacutemulos advindos de dispositivos eletrocircnicos como viacutedeos



12

e filmes natildeo apresentam capacidade para diferenciar de onde parte o estiacutemulo ou se ele eacute real

ou natildeo (Abreu 2019 Pediatrics 2019) Esse fato se deve porque a atenccedilatildeo da crianccedila para

acompanhar um enredo uma conversa ou uma sequecircncia de imagens se desenvolve a partir

dos 30 meses (Abreu 2019) quando a sustentaccedilatildeo da atenccedilatildeo se torna mais voluntaacuteria e

orientada para uma tarefa (Colombo 2002 Colombo et al 2004) A reanaacutelise de um estudo

na deacutecada passada nos EUA demonstrou uma associaccedilatildeo entre assistir televisatildeo e problemas

atencionais apenas em crianccedilas que permaneceram por tempo excessivo diante da televisatildeo

(Foster e Watkins 2010) Ou seja o tempo excessivo de exposiccedilatildeo agrave televisatildeo eacute um fator que

parece impactar na atenccedilatildeo das crianccedilas

A crescente oferta de miacutedias eletrocircnicas para o puacuteblico infantil fez com que muitos

pais optassem pelo recurso entendendo-o como educativo eou fizessem uso do mesmo

conciliando-o com a praticidade em manter a crianccedila ocupada terceirizando o papel de

cuidador (Zimmerman et al 2007 Vanderwater et al 2007) Muito se questiona sobre os

efeitos de programas educativos sobre o desenvolvimento da linguagem e habilidades sociais

de crianccedilas Segundo Abreu (2019) trecircs quartos dos programas educativos ofertados para o

puacuteblico infanto-juvenil nunca foram avaliados portanto natildeo satildeo efetivamente comprovados

como beneacuteficos para o desenvolvimento de tais habilidades Embora para alguns pais

prevaleccedila a crenccedila de que a miacutedia eacute educacional (Zimmerman et al 2007) natildeo haacute nenhuma

evidecircncia de beneficio em crianccedilas menores de dois anos a partir da exposiccedilatildeo a programas

ditos educativos (Christakis 2009 Robb 2009) Outro estudo que comparou crianccedilas de 12 a

18 meses expostas a um viacutedeo educacional que enfatizava o vocabulaacuterio natildeo observou

diferenccedilas significativas entre o grupo experimental e o grupo controle (DeLoache et al

2010)

Ainda sobre o desenvolvimento cognitivo principalmente da linguagem na China

uma pesquisa exploratoacuteria analisou 75 crianccedilas expostas agrave televisatildeo e 75 crianccedilas do grupo

controle com idades entre 15 e 35 meses O estudo indicou que assistir agrave televisatildeo aumentou

o risco de atraso no desenvolvimento cognitivo de linguagem e motor sendo que o tempo de

exposiccedilatildeo agrave tela foi um fator moderador (Lin et al 2015) Outra pesquisa longitudinal nos

EUA encontrou resultados semelhantes Participaram 259 matildees e seus bebecircs O estudo

constatou que a duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo na miacutedia aos seis meses foi associada a um menor

desenvolvimento cognitivo e da linguagem aos 14 meses (Tomopoulus et al 2010) Outros

estudos demonstraram efeitos negativos na linguagem (Nelson 1973 Linebarger amp Walker

2005) Um estudo longitudinal prospectivo que acompanhou crianccedilas do nascimento ateacute os

dois anos de idade demonstrou que o tempo que a crianccedila teve de exposiccedilatildeo agrave televisatildeo natildeo



13

refletiu em melhora nas habilidades linguiacutesticas ou visomotoras aos trecircs anos (Schmidt et al

2008)

Uma anaacutelise longitudinal com uma amostra nacionalmente representativa realizado

nos EUA revelou que cada hora de exibiccedilatildeo diaacuteria meacutedia na televisatildeo antes dos trecircs anos de

idade foi associada a prejuiacutezos em leitura compreensatildeo de leitura memoacuteria auditiva de curto

prazo sequenciamento atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo Esta anaacutelise mostrou um padratildeo consistente

de associaccedilotildees entre assistir televisatildeo antes dos trecircs anos e resultados cognitivos adversos nas

idades de seis e sete anos (Zimmerman et al 2005)

As funccedilotildees executivas (FE) consideradas como a base da nossa intencionalidade e

capacidade de autogestatildeo (Malloy-Diniz et al 2018) e definidas como um conjunto de

habilidades e aptidotildees que nos permitem executar as accedilotildees necessaacuterias para atingir um

objetivo e resolver problemas (Uehara et al 2016) passam por um periacuteodo de raacutepido

desenvolvimento durante os anos preacute-escolares (Zelazo amp Bauer 2013) Essa maturaccedilatildeo

estabelece as bases para o desenvolvimento das capacidades cognitivas e sociais futuras Um

estudo de regressatildeo linear muacuteltipla nos EUA mostrou um padratildeo complexo de associaccedilotildees

entre risco cumulativo parentalidade e exposiccedilatildeo na miacutedia com FE durante a primeira

infacircncia (Linebarger et al 2014) A pesquisa americana considerou o risco a partir de

variaacuteveis demograacuteficas origem eacutetnica nuacutemero de crianccedilas na casa idade e escolaridade

materna e status socioeconocircmico (rendanecessidade) e risco cumulativo e os classificou

entre alto e baixo risco Os resultados evidenciaram que a falta de acompanhamento dos pais

em relaccedilatildeo agraves miacutedias foi associada agrave pior FE de todos os preacute-escolares avaliados como de

baixo risco O mesmo natildeo ocorre com o aumento do acompanhamento afetivo e a

responsividade dos pais que foram associados a uma melhor FE para crianccedilas em idade preacute-

escolar e idade escolar O estilo parental foi associado ao funcionamento executivo mas

diferiu em funccedilatildeo do perfil de risco Para crianccedilas de lares de baixo risco a responsividade

dos pais foi associada ao aumento no desenvolvimento das FEs e inconsistecircncia agrave diminuiccedilatildeo

Por outro lado para crianccedilas que vivem em famiacutelias de alto risco apenas a inconsistecircncia foi

fortemente associada agraves FEs No geral niacuteveis crescentes de riscos demograacuteficos tambeacutem

foram associados a FEs inferiores para crianccedilas em idade escolar de alto risco modelos

separados por idade e perfil de risco revelaram uma visatildeo mais diferenciada das inuacutemeras

relaccedilotildees entre conteuacutedo plataforma de miacutedia estilos parentais e risco demograacutefico aleacutem de

diferentes padrotildees de utilizaccedilatildeo de recursos (Linebarger et al 2014)

Nos EUA 541 crianccedilas preacute-escolares participaram de uma pesquisa juntamente com

pais e professores entre 2011 e 2015 O estudo encontrou pequenas e significativas



14

associaccedilotildees entre maior exposiccedilatildeo na miacutedia de tela e comportamentos de autorregulaccedilatildeo mais

fracos observados e relatados pelos pais (Munzer et al 2018) Um amplo estudo de coorte

no Reino Unido encontrou evidecircncias de que crianccedilas expostas a um ou dois tipos de telas por

trecircs horas ou mais aos cinco anos predisseram um aumento de problemas de conduta aos sete

anos em comparaccedilatildeo com crianccedilas que assistiam menos de uma hora (Parkes et al 2013) O

mesmo estudo encontrou associaccedilatildeo significativa entre o aumento de hiperatividade em

crianccedilas e exposiccedilatildeo por mais de trecircs horas de televisatildeo (ou uso combinado da tela) aos sete

anos de idade

Quando se trata dos adolescentes o uso de eletrocircnicos que utilizam a Internet como

recurso eacute crescente (Ko et al 2009) A utilizaccedilatildeo de jogos online se tornou acessiacutevel e

popular nos uacuteltimos 25 anos (Kiraly Nagygyorgy Griffiths amp Demetrovics 2014) Estudos

tem demonstrado que esse tipo de jogo causa aleacutem de dependecircncia uma seacuterie de

consequecircncias negativas em termos funcionais e comportamentais Um estudo com o objetivo

de desenvolver criteacuterios de diagnoacutestico para transtorno de dependecircncia de Internet e avaliar a

validade de nossos criteacuterios de diagnoacutestico propostos para discriminar o uso natildeo dependente

do uso dependente de Internet na populaccedilatildeo em geral avaliou pessoas de 12 a 30 anos A

pesquisa constatou e propocircs como criteacuterio de comprometimento clinicamente significativo as

deficiecircncias funcionais Esse criteacuterio inclui a reduccedilatildeo da capacidade social acadecircmica de

trabalho perda de um relacionamento significativo emprego educaccedilatildeo ou oportunidades de

carreira (Tao et al 2010)

Outros estudos observaram como caracteriacutestica na dependecircncia de Internet e jogos

incremento de traccedilos de hostilidade impulsividade (Ding et al 2014 Yen et al 2007

Stavropoulos et al 2015) e agressividade (Ko et al 2009) Ainda o nuacutemero de horas

despendidas aparece novamente no uso de jogos online como elemento determinante para

dependecircncia apesar dos demais traccedilos

4 Consideraccedilotildees Finais

O presente artigo procurou apresentar e discutir as possiacuteveis implicaccedilotildees

neuropsicoloacutegicas do uso de telas na infacircncia e na adolescecircncia Sabe-se que o uso de telas na

infacircncia e adolescecircncia natildeo eacute recente poreacutem a oferta se intensificou e se popularizou com o

advento da Internet nos uacuteltimos anos Adicionado a isso o impacto real que o uso desses

dispositivos tem sobre um ceacuterebro em formaccedilatildeo ainda eacute desconhecido



15

Os estudos demonstraram que as relaccedilotildees familiares satildeo impactadas com o uso de

tecnologias Em alguns lares o uso de telas ocupa o espaccedilo de cuidador e faz com que as

interaccedilotildees afetivas-emocionais fiquem limitadas e muitas vezes satildeo mediadas pelo uso da

tecnologia Aleacutem disso muitos pais entendem as telas como recurso positivo e educacional

Os estudos demonstram que natildeo haacute evidecircncias suficientes que comprovem que os recursos

satildeo de fato educativos Como consequecircncias as pesquisas demonstram que as crianccedilas

convivem menos com os adultos brincam menos e apresentam dificuldades nas habilidades

sociais e reconhecimento de emoccedilotildees

A capacidade adaptativa estrutural e funcional do sistema nervoso pode ocorrer em

qualquer fase do desenvolvimento O ceacuterebro eacute impactado pela exposiccedilatildeo ambiental seja ela

positiva ou negativa Alguns estudos jaacute demonstraram alteraccedilotildees na espessura do coacutertex

poreacutem ainda carece de aprofundamento dos impactos em termos estruturais e funcionais

diante da exposiccedilatildeo a diferentes tipos de telas

As pesquisas tecircm demonstrado impactos em algumas funccedilotildees neuropsicoloacutegicas

especiacuteficas como atenccedilatildeo memoacuteria linguagem e funccedilotildees executivas que satildeo essenciais no

funcionamento cognitivo da crianccedila e do adolescente No que tange a comunicaccedilatildeo parece

haver um atraso na aquisiccedilatildeo da linguagem oral nas crianccedilas pequenas principalmente

quando o uso de eletrocircnicos natildeo eacute intermediado pelo adulto Embora os estudos sugiram que

haacute uma associaccedilatildeo negativa entre a exposiccedilatildeo infantil ao eletrocircnico e a cogniccedilatildeo posterior natildeo

haacute evidecircncias dos efeitos posteriores a longo prazo

A atenccedilatildeo e memoacuteria assim como as funccedilotildees executivas sofrem impactos diferentes

em relaccedilatildeo agraves etapas do desenvolvimento na qual se encontram Os estudos encontrados

relataram impactos pontuais em relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo prejudicada e etapa do desenvolvimento

investigada Poreacutem natildeo haacute um aprofundamento dos subdomiacutenios dentro das funccedilotildees

avaliadas Aleacutem disso o uso prolongado de telas predispotildee a problemas comportamentais de

conduta em periacuteodos posteriores na infacircncia

Diante das recomendaccedilotildees de organizaccedilotildees internacionalmente reconhecidas e a partir

dos achados cientiacuteficos mais recentes o tempo de exposiccedilatildeo agrave miacutedia parece nocivo ao

desenvolvimento da atenccedilatildeo memoacuteria linguagem funccedilotildees executivas habilidades sociais

competecircncias emocionais e comportamentais em etapas precoces Com base nessas

orientaccedilotildees eacute importante que pais professores e profissionais adotem as instruccedilotildees para o uso

de telas com crianccedilas e adolescentes com limite de tempo de acordo com a faixa etaacuteria

indicada As recomendaccedilotildees da OMS e SBP tecircm por objetivo minimizar os efeitos nocivos ao

desenvolvimento e proporcionar um melhor prognoacutestico agraves crianccedilas e adolescentes A oferta



16

de atividades alternativas que proporcionem o desenvolvimento de competecircncias cognitivas e

emocionais saudaacuteveis principalmente com a mediaccedilatildeo de adultos pode contribuir para um

prognoacutestico adequado Entretanto eacute necessaacuterio investir em pesquisas a fim de examinar como

os diferentes tipos de tela e os diferentes conteuacutedos associados ao uso destas estatildeo

correlacionados com indicadores de sauacutede emocional cognitiva e comportamental Dessa

forma os estudos poderatildeo contribuir no aprimoramento de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede

voltadas a infacircncia e adolescecircncia e auxiliaratildeo pais professores e profissionais da sauacutede na

adequaccedilatildeo das condutas adotadas

Referecircncias

Abreu C N (2019) Entendendo o impacto cognitivo da dependecircncia de internet em

adolescentes In Abreu C N amp Young K S (2019) Dependecircncia de internet em crianccedilas

e adolescentes fatores de risco avaliaccedilatildeo e tratamento Porto Alegre Artmed

Aishworiya R Cai S Chen H Y Phua D Y Broekman B F P Daniel L M Chong

Y S Shek L P Yap F Chan S-Y Meaney M J amp Law E C (2019) Television

viewing and child cognition in a longitudinal birth cohort in Singapore the role of maternal

factors BMC Pediatrics 19(286) 1-8 httpsdoiorg101186s12887-019-1651-z

American Academy of Pediatrics (2016) Media and Young Minds Council On

Communications and Media Pediatrics 138(5) 1-8 httpsdoiorg101542peds2016-2591

American Psychiatric Association (2014) Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico ndash DSM-5 (5ordf ed

M I C Nascimento Trad) Porto Alegre Artmed

Anderson D R amp Pempek T A (2005) Television and very young children American

Behavioral Scientist 48(5) 505ndash522 httpsdoiorg1011770002764204271506

Armstrong G B amp Greenberg B S (1990) Background television as an inhibitor of

cognitive processing Human Communication Research 16(3) 355ndash386

httpsdoiorg101111j1468-29581990tb00215x



17

Balbani A P S amp Krawzcyk A L (2011) Impacto do uso do telefone celular na sauacutede de

crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatria 29(3) 430-406

httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019

Bernardo W M Nobre M R C amp Jatene F B (2004) A praacutetica cliacutenica baseada em

evidecircncias Parte II - buscando as evidecircncias em fontes de informaccedilatildeo Revista da Associaccedilatildeo

Meacutedica Brasileira 50(1) 104-108 httpsdoiorg101590S0104-42302004000100045

Boles R E amp Roberts M C (2008) Supervising children during parental distractions

Journal of Pediatric Psychology 33 833ndash841 httpsdoiorg101093jpepsyjsn021

Boyd D (2015) Itrsquos complicated The social lives of networked teens New Haven CT Yale

University Press

Brewer J A amp Potenza M N (2008) The neurobiology and genetics of impulse control

disorders Relationships to drug addictions Biochemical Pharmacology 75(1) 63-75

httpsdoiorg101016jbcp200706043

Brown A (2011) Media Use by Children Younger Than 2 Years Pedriatrics 128(5) 1040-

1045 httpsdoiorg101542peds2011-1753

Browne D T Wade M Prime H amp Jenkins J M (2018) School readiness amongst

urban Canadian families risk profiles and family mediation Journal of Educational

Psychology 110(1) 133-146 httpsdoiorg101037edu0000202

Bucksch J Sigmundova D Hamrik Z Troped P J Melkevik O Ahluwalia N

Borraccino A Tynjaumllauml J Kalman M amp Inchley J (2016) International trends in

adolescent screen-time behaviors from 2002 to 2010 Journal of Adolescent Health 58 417ndash

425 httpsdoiorg101016jjadohealth201511014

Carson V Hunter S Kuzik N Gray C E Poitras V J amp Chaput J P (2016)

Systematic review of sedentary behaviour and health indicators in school-aged children and

youth an update Applied Physiology Nutrition and Metabolism 41 S240ndash65

httpsdoiorg101139apnm-2015-0630



18

Casey B J Getz S amp Galvan A (2008) The adolescent brain Developmental Review

28(1) 62-77 httpsdoiorg101196annals1440010

Cheng C amp Li Ay-L (2014) Internet addiction prevalence and quality of (real) life a meta-

analysis of 31 nations across seven world regions Cyberpsychology Behavior and Social

Networking 17(12) 755-760 httpsdoiorg101089cyber20140317

Cheng S Maeda T Yoichi S Yamagata Z amp Tomiwa K Japan Childrens Study Group

(2010) Early Television Exposure and Childrens Behavioral and Social Outcomes at Age 30

Months Journal of Epidemiology 20(Supplement_II) S482ndashS9

httpsdoiorg102188jeaJE20090179

Christakis D A Zimmerman F J DiGuiseppe D L amp McCarty C A (2004) Early

television exposure and subsequent attentional problems in children Pediatrics 113(4) 708 ndash

713 httpsdoiorg101542peds1134708

Christakis D A (2009) The effects of infant media usage what do we know and what

should we learn Acta Pediatrica 98(1) 8 ndash16

httpsdoiorg101111j16512227200801027x

Colombo J (2002) Infant attention grows up The emergence of a developmental cognitive

neuroscience perspective Current Directions in Psychological Science 11 196ndash200

httpsdoiorg1011111467-872100199

Colombo J Kannass K N Shaddy J Kundurthi S Maikranz J M Anderson C J amp

Carlson S E (2004) Maternal DHA and the development of attention in infancy and

toddlerhood Child Development 75 1254ndash1267 httpsdoiorg101111j1467-

8624200400737x

Cosenza R M amp Malloy-Diniz L F (2013) Decliacutenio cognitivo plasticidade cerebral e o

papel da estimulaccedilatildeo cognitiva na maturidade In Malloy-Diniz L F Fuentes D Cosenza

R M (2013) Neuropsicologia do Envelhecimento Porto Alegre Artmed



19

Ding W N Sun J H amp Sun Y W (2014) Trait impulsivity and impaired prefrontal

impulse inhibition function in adolescents with Internet gaming addiction revealed by a

gono-go fMRI study Behavioral and Brain Functions BBF 10 20

httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

Dolan R J (2002) Emotion cognition and behavior Science 298 1191ndash1194

httpsdoiorg101126science1076358

Domoff S E Radesky J S Harrison K Riley H Lumeng J C amp Miller A L (2018)

A Naturalistic Study of Child and Family Screen Media and Mobile Device Use Journal of

Child and Family Studies 1-10 httpsdoiorg101007s10826-018-1275-1

Duch H Fisher E M amp Ensari I (2013) Association of screen time use and language

development in Hispanic toddlers a cross-sectional and longitudinal study Clinical

Pediatrics (Phila) 52(9) 857-865 httpsdoiorg1011770009922813492881

Dwork M Schierl T Buerns T amp Struder H K (2014) Impact of Singular Excessive

Computer Game and Television Exposure on Sleep Patterns and Memory Performance of

School-aged Children Pediatrics 120(5) 978-985 httpsdoiorg101542peds2007-0476

Feierabend S Rathgeb T amp Reutter T (2019) KIM-Studie 2018 Kindheit Internet

Medien Basisstudie Zum Medienumgang 6-Bis 13-Jaumlhriger in Deutschland

Medienpaumldagogischer Forschungsverbund Suumldwest Stuttgart German

Foster E M amp Watkins S (2010) The value of reanalysis TV viewing and attention

Problems Child Development 81(1) 368ndash375 httpsdoiorg101111j1467-

8624200901400x

Gentile D A Nathanson A I Rasmussen E E Reimer R A amp Walsh D A (2012) Do

you see what I see Parent and child reports of parental monitoring of media Family

Relations 61 470ndash487 httpsdoiorg101111j1741-3729201200709x



20

GLM F Pires C Soleacute D Matsudo V Katzmarzyk P T amp Fisberg M (2019) Factors

associated with objectively measured total sedentary time and screen time in children aged 9ndash

11 years Jornal de Pediatria (Rio J) 94ndash105 httpsdoiorg101016jjped201712003

Gogtay N Giedd J N Lusk L Hayashi K M Greenstein D Vaituzis A C amp

Thompson P M (2004) Dynamic mapping of human cortical development during childhood

through early adulthood Proceedings of the National Academy of Science of the United States

of America 101(21) 8174-8179 httpsdoiorg101073pnas0402680101

Griffiths M D (2010) Computer game playing and social skills A pilot study Aloma 27

301ndash310 httpirepntuacukideprint9716

Guerrero M D Barnes J D Chaput J-P amp Tremblay M S (2019) Screen time and

problem behaviors in children exploring the mediating role of sleep duration International

Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity 16(105) 1-10

httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x

Hancox R J Milne B J amp Poulton R (2004) Association between child and adolescent

television viewing and adult health a longitudinal birth cohort study Lancet 364(9430) 257-

262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0

Hiniker A Sobel K Suh H Sung Y-C Lee C P amp Kientz JA (2015) Texting while

parenting How adults use mobile phones while caring for children at the playground In

Proceedings of the 33rd Annual ACM Conference on Human Factors in Computing Systems

Seoul Korea 18ndash23 April 2015 ACM New York NY USA 2015 pp 727ndash736

httpsdoiorg10114527021232702199

Hofferth S L (2010) Home media and childrenrsquos achievement and behavior Child

Development 81 1598ndash1619 httpsdoiorg101111j1467-8624201001494x

Hou H Jia S Hu S Fan R Sun W Sun T amp Zhang H (2012) Reduced Striatal

Dopamine Transporters in People with Internet Addiction Disorder Journal of Biomedicine

and Biotechnology 2012(854524) 1-5 httpsdoiorg1011552012854524



21

Hutton J S Dudley J Horowitz-Kraus T DeWitt T amp Holland S K (2019)

Associations between screen-based media use and brain white matter integrity in preschool-

aged children JAMA Pediatrics e193869 httpsdoi101001jamapediatrics20193869

Janus M amp Offord D R (2007) Development and psychometric properties of the Early

Development Instrument (EDI) a measure of childrenrsquos school readiness Canadian Journal

of Behavioural Science 39(1) 1-22 httpsdoiorg101037cjbs2007001

Kabali H K Irigoyen M M Nunez-Davis R Budacki J G Mohanty S H amp Leister

K P (2015) Exposure and use of Mobile media devices by young children Pediatrics

136(6) 1044ndash1050 httpsdoiorg101542peds2015-2151

Kiraly O Nagygyorgy K Griffiths M D amp Demetrovics Z (2014) Problematic online

gaming In K P Rosenberg amp Laura Curtiss (Eds) (2014) Behavioral addictions Criteria

evidence and treatment New York USA Elsevier

Ko C ndashH Liu G-C Hsiao S Yen J-Y Yang M-J Lin W C amp Chen C-S (2009)

Brain activities associated with gaming urge of online gaming addiction Journal of

Psychiatric Research 43(7) 739-747 httpsdoiorg101016jjpsychires200809012

Ko C ndashH Hsieh T-J Chen C-Y Yen C-F Chen C-S Yen J-Y Wang P ndashW amp

Liu G-C (2014) Altered brain activation during response inhibition and error processing in

subjects with Internet gaming disorder a functional magnetic imaging study European

Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience 264(8) 661-672

httpsdoi101007s00406-013-0483-3

Kolbi B Mychasiuk R Muhammad A amp Gibb R (2013) Brain Plasticity in the

Developing Brain Progress in Brain Research 207 35-64 httpsdoiorg101016B978-0-

444-63327-900005-9

Kostyrka-Allchorne K Cooper N R amp Simpson A (2017) The relationship between

television exposure and childrenrsquos cognition and behaviour A systematic review

Developmental Review 44 19ndash58 httpsdoiorg101016jdr201612002



22

Kowert R Domahidi E Festl R amp Quandt T (2014) Social gaming lonely life The

impact of digital game play on adolescentsrsquo social circles Computers in Human Behavior 36

385ndash390 httpsdoiorg101016jchb201404003

Kuss D J amp Griffiths M D (2012a) Online gaming addiction in children and adolescents

a review of empirical research Journal of Behavioral Addictions 29(1) 03-22

httpsdoi101556JBA1201211

Kuss D J amp Griffiths M D (2012b) Internet gaming addiction A systematic review of

empirical research International Journal of Mental Health and Addiction 10(2) 278ndash296

httpsdoiorg103390brainsci2030347

Lavigne H J Hanson K G amp Anderson D R (2015) The influence of television

coviewing on parent language directed at toddlers Journal of Applied Developmental

Psychology 36(1) 1ndash10 httpsdoiorg101016jappdev201411004

Lemmens J S Valkenburg P M amp Peter J (2011) Psychosocial causes and consequences

of pathological gaming Computers in Human Behavior 27(1) 144ndash152

httpsdoiorg101016jchb201007015

Lenroot R K amp Giedd J N (2006) Brain development in children and adolescents

insights from anatomical magnetic resonance imaging Neuroscience Biobehavioral Reviews

30(6) 718ndash729 httpsdoi101016jneubiorev200606001

Lin L Y Cherng R J Chen Y J Chen Y J amp Yang H M (2015) Effects of television

exposure on developmental skills among young children Infant Behavior Development 38

20ndash6 httpsdoiorg101016jinfbeh201412005

Linebarger D L Barr R Lapierre M A amp Piotrowski J T (2014) Associations between

parenting media use cumulative risk and Childrens executive functioning Journal of

Developmental and Behavavioral Pediatrics 35(6) 367ndash77

httpsdoi101097DBP0000000000000069



23

Linebarger D L amp Walker D (2005) Infantsrsquo and toddlersrsquo television viewing and

language outcomes American Behavioral Scientist 48(5) 624ndash645

httpsdoiorg1011770002764204271505

Lo K K amp Kanai R (2016) How has the Internet reshaped human cognition The

Neuroscientist 22(5) 506-520 httpsdoiorg1011771073858415595005

Lukavskaacute K Hrabec O amp Chrz V (2016) The Role of Habits in Massive Multiplayer

Online Role-Playing Game Usage Predicting Excessive and Problematic Gaming Through

Playersrsquo Sensitivity to Situational Cues Cyberpsychology behavior and social networking

19(4) 277-282 httpsdoiorg101089cyber20150495

Madigan S Browne D Racine N Mori C amp Tough S (2019) Association Between

Screen Time and Childrenrsquos Performance on a Developmental Screening Test JAMA

Pediatrics 173(3) 244-250 httpsdoi101001jamapediatrics20185056

Malloy-Diniz L F Sallum I Fuentes D Baroni L B Costa D S amp De Paula J J

(2018) O exame das funccedilotildees executivas In Malloy-Diniz L F Fuentes D Mattos P amp

Abreu N (2018) Avaliaccedilatildeo Neuropsicoloacutegica (2a ed) Porto Alegre Artmed

Masako T Okuma K amp Kyoshima K (2007) Television viewing and reduced parental

utterance and delayed speech development in infants and young children Archives of

Pediatrics and Adolescent Medicine 161(6) 618ndash619

httpsdoi101001archpedi1616618-b

Media C S (2013) Zero to eight Childrenrsquos media use in America 2013 A Common Sense

Media Research Study 1-40 fileCUsersClienteDownloadszero-to-eight-2013pdf

Munzer T G Miller A L Peterson K E Brophy-Herb H E Horodynski M A amp

Contreras D (2018) Media exposure in low-income preschool-aged children is associated

with multiple measures of self-regulatory behavior Journal of Developmental and Behavioral

Pediatrics 39(4)303ndash9 httpsdoi101097DBP0000000000000560



24

Muszkat M Miranda M C amp Muszkat D (2015) Neuropsicologia da adolescecircncia In

Santos F H D Andrade V M amp Bueno O F A (2015) Neuropsicologia hoje (2ordf ed)

Porto Alegre Artmed

Na E Choi I Lee T H Lee H Rho M J Jung D J amp Kim D J (2017) The

influence of game genre on Internet gaming disorder Journal of Behavioral Addictions 6(2)

248ndash255 httpsdoi101556200662017033

Nathanson A I Sharp M L Alad_ F Rasmussen E E amp Christy K (2013) The

relation between television exposure and theory of mind among preschoolers Journal of

Communication 63 1088ndash1108 httpsdoiorg101111jcom12062

Nelson K (1973) Structure and strategy in learning to talk Monographs of the Society for

Research in Child Development 38(1ndash2) 1ndash135 httpsdoiorg1023071165788

Niemz K Griffiths M amp Banyard P (2005) Prevalence of pathological Internet use

among university students and correlations with self-esteem the General Health

Questionnaire (GHQ) and disinhibition Cyber Psychology amp Behavior 8(6) 562-570

httpsdoi101089cpb20058562

Niermann C Y N Spengler S amp Gubbels J S (2018) Physical activity screen time and

dietary intake in families A cluster-analysis with mother-father-child triads Frontiers in

Public Health 6 276 httpsdoi103389fpubh201800276

Nuacutecleo Ciecircncia pela Infacircncia (2014) O impacto do desenvolvimento na primeira infacircncia

sobre a aprendizagem

httpswwwmdsgovbrwebarquivosarquivocrianca_felizTreinamento_Multiplicadores_Co

ordenadoresIMPACTO_DESENVOLVIMENTO_PRIMEIRA20INFaNCIA_SOBRE_AP

RENDIZAGEMpdf

Nunez-Smith M Wolf E Huang H M Emanuel D J amp Gross C P (2008) Media and

Child and Adolescent Health A Systematic Review Common Sense Media

httpipsdwebipsdorguploadsIPPCCSM20Media20Health20Reportpdf



25

OfCom (2017) Children and Parents Media Use and Attitudes Report Making

Communications work for everyone 1-306

httpswwwofcomorguk__dataassetspdf_file0020108182children-parents-media-use-

attitudes-2017pdf

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2019) Guidelines on physical activity sedentary behaviour

and sleep for children under 5 years of age World Health Organization 1-23

httpappswhointiris

Palfrey J amp Gasser U (2011) Nascidos na era digital entendendo a primeira geraccedilatildeo de

nativos digitais Porto Alegre Artmed

Papalia D E Olds S W amp Feldman R D (2006) Desenvolvimento humano (8 ed D

Bueno Trad) Porto Alegre RS Artmed

Parkes A Sweeting H Wight D amp Henderson M (2013) Do television and electronic

games predict childrens psychosocial adjustment Longitudinal research using the UK

millennium cohort study Archives of Disease in Childhood 98(5) 341ndash8

httpdxdoiorg101136archdischild-2011-301508

Poulain T Ludwig J Hiemisch A Hilbert A amp Kiess W (2019) Media Use of

Mothers Media Use of Children and ParentndashChild Interaction Are Related to Behavioral

Difficulties and Strengths of Children International Journal of Environmental Research and

Public Health 16(4651) 1-13 httpsdoi103390ijerph16234651

Radesky J Miller A L Rosenblum K L Appugliese D Kaciroti N amp Lumeng J C

(2015) Maternal mobile device use during a structured parent-child interaction task

Academic Pediatrics 15 238ndash244 httpsdoi101016jacap201410001

Radesky J S Kistin C J Zuckerman B Nitzberg K Gross J Kaplan-Sano M

Augustyn M amp Silverstein M (2014) Patterns of mobile device use by caregivers and

children during meals in fast food restaurants Pediatrics 133 e843ndashe849

httpsdoiorg101542peds2013-3703



26

Rideout V amp Hamel E (2006) The Media Family Electronic Media in the Lives of infants

Toddlers Preschoolers and their Parents Kaiser family foundation 1-35 Recuperado de

httpswwwkfforgotherthe-media-family-electronic-media-in-the

Rideout V (2017) The Common Sense census Media use by kids age zero to eight San

Francisco CA Common Sense Media Recuperado de

httpswwwcommonsensemediaorgsitesdefaultfilesuploadsresearchcsm_zerotoeight_full

report_release_2pdf

Robb M B Richert R A amp Wartella E (2009) Just a talking book Word learning from

watching baby videos British Journal of Development Psychology 27(11) 27ndash45

httpsdoiorg101348026151008X320156

Saarni C (1999) The development of emotional competence NY The Guildford Press

Schmidt M E Pempek T A Kirkorian H L Lund AF amp Anderson D R (2008) The

effects of background television on the toy play behavior of very young children Child

Development 79(4) 1137ndash1151 httpsdoi101111j1467-8624200801180x

Schoeppe S Vandelanotte C Bere E Lien N Verloigne M Kovaacutecs E Manios Y

Bjelland M Vik F N amp Van Lippevelde W (2017) The influence of parental modelling

on childrenrsquos physical activity and screen time Does it differ by gender European Journal of

Public Health 27 152ndash157 httpsdoi101093eurpubckw182

Sholl-Franco A (2015) Bases morfofuncionais do sistema nervoso In Santos F H D

Andrade V M amp Bueno O F A (2015) Neuropsicologia hoje (2a ed) Porto Alegre

Artmed

Simonato I Janosz M Archambault I amp Pagani L S (2018) Prospective associations

between toddler televiewing and subsequent lifestyle habits in adolescence Preventive

Medicine 110 24-30 httpsdoiorg101016jypmed201802008

Singer W (1995) Development and Plasticity of Cortical Processing Architectures Science

270(5237) 758ndash764 httpsdoi101126science2705237758



27

Skalickaacute V Hygen B W Stenseng F Karstad S B amp Wichstrom L (2019) Screen

time and the development of emotion understanding from age 4 to age 8 A community study

British Journal of Developmental Psychology 1-17 httpsdoiorg101111bjdp12283

Sociedade Brasileira de Pediatria (2016) Sauacutede de Crianccedilas e Adolescentes na Era Digital

Manual de Orientaccedilatildeo 1 1-13 Recuperado de httpwwwsbpcom

brfileadminuser_upload20161119166d-MOrient-Saude-Crian-e-Adolescpdf

Stavropoulos V Kuss D Griffiths M D amp Motti-Stefanidi F (2015) A longitudinal

study of adolescent Internet addiction The role of conscientiousness and class-room hostility

Journal of Adolescent Research 31(4) 442ndash473 httpsdoiorg1011770743558415580163

Stavropoulos V Kuss D J Griffiths M D Wilson P amp Motti-Stefanidi F (2017)

MMORPG gaming and hostility predict Internet Addiction symptoms in adolescents An

empirical multilevel longitudinal study Addictive Behaviors 64 294ndash300

httpsdoiorg101016jaddbeh201509001

Stiglic N amp Viner R M (2019) Effects of screentime on the health and well-being of

children and adolescents A systematic review of reviews BMJ Open 9 e023191

httpdxdoiorg101136bmjopen-2018023191

Stupica B (2016) Rounding the bases with a secure base Attachent and Human

Development 18 373ndash390 httpsdoiorg1010801461673420161170052

Tao R Huang X Wang J Zhang H Zhang Y amp Li M (2010) Proposed diagnostic

criteria for internet addiction Addiction 105(3) 556-564 httpsdoiorg101111j1360-

0443200902828x

Tomopoulos S Dreyer B P Berkule S Fierman A H Brockmeyer C amp Mendelsohn

A L (2010) Infant media exposure and toddler development Archives of Pediatrics and

Adolescent Medicine 164(12) 1105ndash11 httpsdxdoiorg101001archpediatrics2010235



28

Tremblay M S LeBlanc A G Kho M E Saunders T J Larouche R amp Colley R C

(2011) Systematic review of sedentary behaviour and health indicators in schoolaged

children and youth International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity 8 98

httpsdoiorg1011861479-5868-8-98

Trinh M H Sundaram R Robinson S L Lin T C Bell E M Ghassabian A amp

Yeung E H (2019) Association of Trajectory and Covariates of Childrenrsquos Screen Media

Time JAMA Pediatrics httpsdoiorg101001jamapediatrics20194488

Uehara E Mata F Fichman H C amp Malloy-Diniz L F (2016) Funccedilotildees executivas na

infacircncia In Salles J F Haase V G amp Malloy-Diniz L F (2016) Neuropsicologia do

desenvolvimento infacircncia e adolescecircncia Porto Alegre Artmed

Vandewater E A Bickham D S amp Lee J H (2006) Time well spent Relating television

use to childrenrsquos free-time activities Pediatrics 117(2) httpsdoiorg101542peds2005-

0812

Vandewater E A Rideout V J Wartella E A Huang X Lee J H amp Shim M S

(2007) Digital childhood electronic media and technology use among infants toddlers and

preschoolers Pediatrics 119(5) 1006-1015 httpsdoiorg101542peds2006-1804

Weng C B Qian R B Fu X M Lin B Han X P Niu C S amp Wang Y H (2013)

Gray matter and white matter abnormalities in online game addiction European Journal of

Radiology 82 1308-1312 httpsdoiorg101016jejrad201301031

Yen J Y Ko C H Yen C F Wu HY amp Yang M J (2007) The comorbid psychiatric

symptoms of Internet addiction attention deficit and hyperactivity disorder (ADHD)

depression social phobia and hostility Journal of Adolescent Health 41(1) 93ndash98

httpsdoiorg101016jjadohealth200702002

Yen JY Liu T L Wang PW Chen CS Yen CF amp Ko CH (2017) Association

between internet gaming disorder and adult attention deficit and hyperactivity disorder and

their correlates Impulsivity and hostility Addictive Behaviors 64 308-313




29

Yuan K Cheng P Dong T Bi Y Xing L Yu D Zhao L Dong M Deneen K M

V Liu Y Qin W amp Tian J (2013) Cortical Thickness Abnormalities in Late

Adolescence with Online Gaming Addiction Online Gaming Addiction on the Brain 8(1) 2-

8 httpsdoiorg101371journalpone0053055

Zelazo P D Craik F I M amp Booth L (2004) Executive function across the life span

Acta Psychologica 115(2-3) 167-183 httpsdoiorg101016jactpsy200312005

Zelazo P D amp Bauer P J (2013) National Institutes of Health Toolbox- Cognitive

Function Battery (NIH Toolbox CFB) Validation for Children between 3 and 15 Years

SRCD Monograph Ann Arbor MI Society for Research in Child Development 78 1ndash172

httpsdoiorg101017S1355617714000472

Zimmerman F J Christakis D A amp Meltzoff AN (2007) Television and DVDvideo

viewing in children younger than 2 years Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine

161(5) 473-479 httpsdoiorg101001archpedi1615473

Zimmerman F J amp Christakis D A (2007) Associations between content types of early

media exposure and subsequent attentional problems Pediatrics 120(5) 986ndash992

httpsdxdoiorg101542peds2006-3322

Zimmerman F J amp Christakis D A (2005) Childrenrsquos television viewing and cognitive

outcomes a longitudinal analysis of national data Archives of Pediatrics and Adolescent

Medicine 159(7) 619ndash25 httpsdxdoiorg101001archpedi1597619

Porcentagem de contribuiccedilatildeo de cada autor no manuscrito

Maristela Jaqueline Reis Peixoto ndash 50

Paula Argemi Cassel ndash 20

Juliana Bredemeier - 30



2

aspectos sociais emocionais e comportamentais Ademais a utilizaccedilatildeo desmedida de

eletrocircnicos a partir de telas pode levar a dependecircncia dos mesmos Novos estudos satildeo

necessaacuterios para o esclarecimento do impacto real na estruturaccedilatildeo do ceacuterebro em formaccedilatildeo

Em termos de funccedilotildees neuropsicoloacutegicas satildeo necessaacuterios estudos que esclareccedilam os efeitos a

longo prazo

Palavras-chave Neuropsicologia Miacutedia audiovisual Desenvolvimento Cogniccedilatildeo

Abstract

The use of screens by children and adolescents has become increasingly common and

accessible The fact aroused the attention of the scientific community and the concern of

parents teachers and professionals regarding the possible neuropsychological and behavioral

effects This article aims to present and discuss the possible neuropsychological implications

of the use of screens in childhood and adolescence using the narrative bibliographic review

method The study showed that the use of screens in the family context occurs increasingly

and impacts socialization interaction and daily interaction between parents and children

significantly reducing them In addition the developing brain is impacted by any and all

experiences including the use of screens The studies found demonstrate impacts on

neuropsychological functions such as attention memory language executive functions and

impairments in social emotional and behavioral aspects As well as the excessive use of

electronics from screens can lead to dependence on them Further studies are needed to clarify

the real impact on the structuring of the brain in formation In terms of neuropsychological

functions studies are needed to clarify the long-term effects

Keywords Neuropsychology Audiovisual media Development Cognition

Resumen

El uso de pantallas por parte de nintildeos y adolescentes se ha vuelto cada vez maacutes comuacuten y

accesible El hecho despertoacute la atencioacuten de la comunidad cientiacutefica y la preocupacioacuten de

padres profesores y profesionales por los posibles efectos neuropsicoloacutegicos y conductuales

Este artiacuteculo tiene como objetivo presentar y discutir las posibles implicaciones

neuropsicoloacutegicas del uso de pantallas en la infancia y la adolescencia utilizando el meacutetodo

de revisioacuten bibliograacutefica narrativa El estudio mostroacute que el uso de pantallas en el contexto

familiar se da de manera creciente e impacta la socializacioacuten la interaccioacuten y la interaccioacuten

diaria entre padres e hijos reducieacutendolas significativamente Ademaacutes el cerebro en desarrollo

se ve afectado por todas y cada una de las experiencias incluido el uso de pantallas Los



3





























OfCom 2017)






4





































5


na adolescecircncia

2 Metodologia





























6


















al 2006)
















al 2019)



7












aos oito






al 2015)


















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















3





























OfCom 2017)






4





































5


na adolescecircncia

2 Metodologia





























6


















al 2006)
















al 2019)



7












aos oito






al 2015)


















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















4





































5


na adolescecircncia

2 Metodologia





























6


















al 2006)
















al 2019)



7












aos oito






al 2015)


















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















5


na adolescecircncia

2 Metodologia





























6


















al 2006)
















al 2019)



7












aos oito






al 2015)


















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















6


















al 2006)
















al 2019)



7












aos oito






al 2015)


















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















7












aos oito






al 2015)


















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















8




































9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















9





































10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















10




































11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















11



































12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















12























2010)














13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















13


2008)



































14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















14








anos de idade


























15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















15





































16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















16









Referecircncias



















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















17



httpdxdoiorg101590S0103-05822011000300019







University Press



















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















18















httpsdoiorg101111j16512227200801027x



httpsdoiorg1011111467-872100199




8624200400737x






19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















19




httpsdoiorg1011861744-9081-10-20

















8624200901400x






20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















20













httpsdoiorg101186s12966-019-0862-x



262 httpsdoiorg101016S0140-6736(04)16675-0





httpsdoiorg10114527021232702199








21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















21




















httpsdoi101007s00406-013-0483-3



444-63327-900005-9






22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















22

























httpsdoi101097DBP0000000000000069



23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















23



httpsdoiorg1011770002764204271505

























24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















24



Porto Alegre Artmed



248ndash255 httpsdoi101556200662017033

















RENDIZAGEMpdf






25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















25




attitudes-2017pdf



httpappswhointiris






















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















26







report_release_2pdf



httpsdoiorg101348026151008X320156











Artmed








27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















27





















0443200902828x






28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















28




httpsdoiorg1011861479-5868-8-98









0812

















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472
















29










httpsdoiorg101017S1355617714000472














Documents

Implicações neuropsicológicas e comportamentais na infância