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Demorou, mas estão saindo os incentivos para energia solar doméstica. Confiram Patricia Day, de Coodanup, no oeste da Austrália: uma das muito milhares de moradores do país que produz energia elétrica com luz solar (Foto: Colin Murty/The Australian) Energia solar doméstica, até que enfim incentivada no Brasil Post publicado no ótimo Blog do Jura Quando a água bate na bunda, as pessoas agem. Mas justamente por não ter mais água pra bater na bunda, o governo finalmente vai estimular a produção doméstica de energia solar. Na Austrália, todo mundo que tem um quintalzinho nos fundos produz energia fotovoltaica para consumo próprio e vende o excedente para a rede pública. No Brasil, o lobby do setor elétrico tem feito de tudo para que isso não seja possível. Depois de muita resistência, o governo tomou algumas medidas paliativas em 2012, que não resolveram o problema. A ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, passou a permitir que os consumidores, residenciais e empresariais, ligassem seus sistemas fotovoltaicos na rede elétrica e “fornecessem” a energia excedente para as distribuidoras, em troca de um crédito na conta de luz.

Energia solar

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Demorou, mas estão saindo os incentivos para energia solar doméstica. Confiram

Patricia Day, de Coodanup, no oeste da Austrália: uma das muito milhares de moradores do país que produz energia elétrica com luz solar (Foto: Colin Murty/The Australian)

Energia solar doméstica, até que enfim incentivada no Brasil

Post publicado no ótimo Blog do Jura

Quando a água bate na bunda, as pessoas agem. Mas justamente por não ter mais água pra bater na bunda, o governo finalmente vai estimular a produção doméstica de energia solar.

Na Austrália, todo mundo que tem um quintalzinho nos fundosproduz energia fotovoltaica para consumo próprio e vende o excedente para a rede pública. No Brasil, o lobby do setor elétrico tem feito de tudo para que isso não seja possível.

Depois de muita resistência, o governo tomou algumas medidas paliativas em 2012, que não resolveram o problema. A ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, passou a permitir que os consumidores, residenciais e empresariais, ligassem seus sistemas fotovoltaicos na rede elétrica e “fornecessem” a energia excedente para as distribuidoras, em troca de um crédito na conta de luz.

Ora, isso até pode funcionar para uma empresa, que tem picos e sazonalidades no consumo e às vezes precisa de reforço. Mas o comum dos mortais produz energia em casa justamente para não ter que usar a eletricidade paga! Portanto, de nada adianta o crédito do qual nunca ou raramente fará uso. Eis uma pegadinha!

Em recente matéria no Estadão, a repórter Naiana Oscar relatou outra faceta dessa pegadinha:

“Hoje, se o proprietário de um sistema solar consome 200 kWh de energia e injeta um excedente de 100 kWh na rede, ele paga o imposto em cima de 300 e não dos 200 que ele consumiu. Minas Gerais resolveu adotar uma regra própria e cobrar o tributo apenas sobre a diferença por um prazo de cinco anos, colocando o Estado na liderança dos projetos desistema solar do País: são 80 ante 43 de São Paulo.”

O governo promete melhorar as regras até julho deste ano, além de abrir linhas de financiamento para a instalação de sistemas solares particulares.

Projeta-se um custo inferior a 15 mil reais para um sistemaresidencial capaz de fornecer até 500 kWh por mês, que equivale ao consumo de uma família de classe média.

Painéis solares fotovoltaicos são dispositivos utilizados para converter a energia da luz do Sol em energia elétrica.Os painéis solares fotovoltaicos são compostos por células solares, assim designadas já que captam, em geral, a luz doSol. Estas células são, por vezes, e com maior propriedade,chamadas de células fotovoltaicas, ou seja, criam uma diferença de potencial elétrico por ação da luz (seja do Sol ou da sua casa). As células solares contam com o efeitofotovoltaico para absorver a energia do sol e fazem a

corrente elétrica fluir entre duas camadas com cargas opostas.[1]

Atualmente, os custos associados aos painéis solares, que são muito caros, tornam esta opção ainda pouco eficiente e rentável. O aumento do custo dos combustíveis fósseis, e a experiência adquirida na produção de célula solares, que tem vindo a reduzir o custo das mesmas, indica que este tipo de energia será tendencialmente mais utilizado.[1]

Teoria e Construção[editar | editar código-fonte]

Uma célula fotovoltaica.

Veja o artigo célula solar para uma descrição da conversão da energia da luz em energia elétrica.

O silício cristalino e o arsenieto de gálio são os materiais mais frequentemente utilizados na produção de células solares. Os cristais de arsenieto de gálio são produzidos especialmente para usos fotovoltaicos, mas os cristais de silício tornam-se uma opção mais econômica, atéporque são também produzidos com vista à sua utilização na indústria da microeletrónica. O silício policristalino tem uma percentagem de conversão menor, mas comporta custos reduzidos.[1]

Quando expostos à luz direta de 1 AU, uma célula de silíciode 6 centímetros de diâmetro pode produzir uma corrente de 0,5 ampere a 0,5 volt, ou seja, cerca de 0.25 watts. O arsenito de gálio é mais eficiente. [carece de fontes?]

O cristal depois de crescido e dopado com boro, é cortado em pequenos discos, polidos para regularizar a superfície, a superfície frontal é dopada com fósforo, e condutores

metálicos são depositados em cada superfície: um contacto em forma de pente na superfície virada para o Sol e um contacto extenso no outro lado. Os painéis solares são construídos dessas células cortadas em formas apropriadas, protegidas da radiação e danos ao manusear pela aplicação de uma capa de vidro e cimentada num substrato (seja um painel rígido ou um flexível). As conexões elétricas são feitas em série e em paralelo, conforme se queiram obter maior tensão ou intensidade. A capa que protege deve ser umcondutor térmico, pois a célula aquece ao absorver a energia infravermelha do Sol, que não é convertida em energia elétrica. Como o aquecimento da célula reduz a eficiência de operação é desejável reduzir este calor. O resultante desta construção é chamado painel solar.[2]

Um painel solar é um conjunto de células solares. Apesar decada célula solar fornecer uma quantia relativamente pequena de energia, um conjunto de células solares espalhadas numa grande área pode gerar uma quantidade de energia suficiente para ser útil. Para receber maior quantia de energia, os painéis solares devem estar direcionados para o Sol.[2]

§Painéis solares de baixo custo[editar | editar código-fonte]

O World Community Grid é um dos braços tecnológicos da Universidade de Harvard nos Estados Unidos da América com objetivo de construir o maior super computador público do mundo para pesquisas e divulgar em domínio público os resultados coletados para beneficiar toda a humanidade[3] . Foi desenvolvido pela instituição baseado no software conhecido chamado BOINC, que utiliza do processamento computacional compartilhado. O WCG (ou o BOINC) depois de instalado nos computadores dos voluntários no mundo, utiliza do tempo ocioso do computador para executar o processamento dos projetos do qual o voluntário optou por participar. Existem vários projetos oficialmente suportados.

Um dos projetos desenvolvidos pela Universidade é o The Clean Energy Project que, utilizando o processamento computacional compartilhado, procura as melhores moléculas

orgânicas simuladas em ambiente virtual para a produção de painéis solares de baixo custo.

No mês de abril de 2013 o Clean Energy Project anunciou queno mês de junho de 2013 vão disponibilizar, em domínio público, as 20.000 melhores moléculas processadas, de mais de 6 milhões geradas por meio do WCG e seus voluntários, que possuem eficiência solar dos mais variáveis níveis.[4]

Neste projeto, os computadores dos voluntários não faziam apenas cálculos computacionais para descobrir as mais promissoras moléculas fotovoltáicas, mas também faziam cálculos que indicavam qual é o melhor procedimento de fabricação de tais moléculas. Além do que, as simulações eram feitas por meio de átomos facilmente encontrados na natureza, sem a simulação de elementos caros que as célulassolares costumam ter, para se ter custos baixíssimos em seufabrico, dando origem a resultados de moléculas orgânicas fotovoltáicas [5] . Entre os resultados, foi divulgado que há diversas moléculas com índice de conversão de luz solar em energia elétrica de 10% e algumas com conversão superiora 13%. [6]

Com o desenvolvimento deste trabalho e a primeira disponibilização gratuita sem patentes em domínio público da composição molecular e do processo de fabrico, se esperaque os painéis solares sejam, enfim, viáveis economicamentepara fabricação em larga escala pela indústria e até mesmo para as pessoas por meio de tintas fotovoltáicas cujo custose estima ser o mesmo de 1 metro quadrado de tinta comum.

O projeto, em 24 de junho de 2013 disponibilizou as moléculas no site http://www.molecularspace.org/ em domíniopúblico o resultado até o momento do processamento das moléculas. [7] Apesar da disponibilização dos resultados, continuará a usar o processamento compartilhado para descobrir novas moléculas e, do mesmo modo, disponibilizar publicamente os novos resultados.

Ainda de acordo com o The Clean Energy Project, eles estão desenvolvendo algorítmos genéticos para que as melhores moléculas até então descobertas possam ser aperfeiçoadas por este algorítmo, que utiliza o mesmo princípio da

seleção natural biológica, criando novas versões destas moléculas que podem resultar em gerações de moléculas mais eficientes que as anteriores.[8]

§Produção mundial de energia solar[editar | editar código-fonte]

Radiância solar média (W/m²). Nota que este valor corresponde a uma superfície horizontal. Os painéis solares são normalmente dispostos obliquamente, recebendo assim, mais energia. Os pontosnegros representam a área necessária para satisfazer as necessidades de energia primária do mundo inteiro.

Estima-se que o total da potência de pico instalada em painéis solares tenha sido da ordem dos 8 GWp (gigawatts-pico) A tabela seguinte compara a capacidade instalada total com a instalada só em 2007. O total de instalações ligadas à rede elétrica estão separadas das instalações isoladas. A tabela também mostra a capacidade instalada per capita, assim como o preço por watt-pico e o valor pago pelos estados como incentivo à produção de eletricidade a partir de energia solar. A chamada insolação é uma medida do rendimento do painel — por cada kWp pico instalado, quantos kWh são produzidos num ano. Este valor depende de vários fatores controláveis como a orientação do painel em relação ao Sol e o material com que o painel é feito. O número de horas de sol por dia é um fator bastante importante e não se pode controlar.

Capacidade instalada de potência fotovoltaica no fim de 2007

País ouregião

****

Foradarede(MWp)

Ligado àrede(MWp)

Total

(MWp)

Wp/capitaTotal

Preço

€/Wp

kW·h/kWp·yr

Insolação

Incentivocêntimos/k

W·h

Mundo

2007

Total

127,9

662,3

21307178

22587841

2,5–11,2 800–2902 0–65

 Alemanha [9] [10]

2007 35 1100 1135

46.8 4,0–5.3

1,000–1,300[11] 51,8–56,8

Total 35 3827 3862

 Japão [10 ] [12]

2007

1,562

208,8

210,4

15 2,96 1200–1600 terminouem 2005Tot

al90,1

5 1829 1919

 EstadosUnidos [10] [13]

2007 55 151,

5206,

52,8 2,98 900–

2150[11] 1,2–31,04Total 325 505,

5830,

5

Espanha [1 0]

2007 22 490 512

15,1 3,0–4,5 1600–2200

18,38–44,04Tot

al 29,8 625,2 655

 Itália [1 0] [14]

2007 0,3 69,9 70,2

2,1 3,2–3,6 1400–2200 36,0–49,0

Total 13,1 107,

1120,

2

 Austrália [10] [15]

2007 5,91 6,28 12,1

94,1 4,5–

5,41450–

2902[16] 0–26,4Total

66,45

16,04

82,49

 Coreia do Sul [10] [17]

2007 0 42,8

742,8

71,6

3,50–

3,841500–1600 56,5–59,3

Total 5943 71,6

677,6

0

 França [1 0] [18]

2007

0,993

30,31

31,30

1,2 3,2–5,1 1100–2000 30,0–55,0

Total

22,55

52,68

75,23

 Países Baixos [10] [19]

2007

0,582

1,023

1,605

3.3 3,3–4,5 1000–1200 1,21–9,7

Total 5,3 48 53,3

Suíça [10] [20]

2007 0,2 6,3 6,5

4,93,18

–3,30

1200–2000 9,53–50,8Total 3,6 32,6 36,2

 Áustria[10]

2007

0,055

2,061

2,116

3.4 3,6–4,3 1200–2000Tot

al3,22

424,4

827,7

0

 Canadá [1 0] [21]

2007

3,888

1,403

5,291

0.8 3,76 900–1750 0–29,48Total

22,86

2,911

25,78

 México [1 0]

2007

0,869

0,15 1,019

0.2 5,44–1700–2600 Não tem

6,42Total

20,45 0,3 20,7

5

 Reino Unido [10] [22]

2007 0,16 3,65 3,81

0.33.67

–5,72

900–1300 0–11,74Total 1,47 16,6

218,0

9

 Portugal [23]

2007 0,2 14,2

514,4

51.7

6,3-11,4[

24]1600–2200 65[25]

Total

2,841

15,03

17,87

§Grandes instalações solares[editar | editar código-fonte]

Central Fotovoltaica Hércules em Moura.

O número e dimensão das centrais solares fotovoltaicas têm aumentado substancialmente nos últimos anos, especialmente na Espanha, onde localizam 40 das 50 maiores centrais. [26]

As maiores instalações solares do mundo[26]

Posição

Potênciade PicoDC Localização Descrição Energia

produzida

1 69,6 MW Puertollano, Espanha [27] 400 000 módulos consumo de 39

000 lares

2 60 MW Olmedilla, Espanha [28] 270 000 módulos 85 GWh/ano

3 46,4 MW Amareleja, Portugal [29] 262 080 módulos 93 GWh/ano

4 40 MW Brandis, Alemanha [30]

550 000 módulos (em construção) 40 GWh/ano

5 34 MW Arnedo, Espanha [31] 172 000 módulos 44 GWh/ano

§Aplicações[editar | editar código-fonte]

§Aplicações de baixa potência[editar | editar código-fonte]

Uma "árvore" fotovoltaica na Áustria.

Os painéis solares contribuem ainda muito pouco para a produção mundial elétrica, o que atualmente se deve ao custo por watt ser cerca de dez vezes maior que o dos combustíveis fósseis.[carece de fontes?] Tornaram-se rotina em algumas aplicações, tais como as baterias de suporte, alimentação de boias, antenas, dispositivos em estradas ou desertos, crescentemente em parquímetros e semáforos, e de forma experimental são usados para alimentar automóveis em corridas como a World Solar Challenge através da Austrália. Programas em larga escala, oferecendo redução de impostos eincentivos, têm rapidamente surgido em vários países, entre

eles a Alemanha, Japão, Estados Unidos e Portugal. [carece de

fontes?]

§Painéis solares no espaço[editar | editar código-fonte]

Visão da Estação Espacial Internacional e seus painéis solares.

Provavelmente o uso mais bem sucedido de painéis solares é em veículos espaciais, incluindo a maioria das naves que orbitam a Terra e Marte, e naves viajando rumo a regiões mais internas do sistema solar[32] Nas regiões mais afastadas do Sol, a luz é muito fraca para produzir energiao suficiente e, por isso, são utilizados geradores termoelétricos de radioisótopos .

Alguns pesquisadores estão a desenvolver satélites de energia solar: plantas solares espaciais — satélites com umgrande número de células fotovoltaicas que iriam enviar a energia captada para a Terra usando microondas ou lasers.[33] As agências espaciais Japonesa e Europeia têm anunciadoplano de desenvolver este tipo de plantas no primeiro quartel do século XXI. [carece de fontes?]

Ao contrário dos foguetes químicos, que são impulsionados por uma reação química no propelente, usando os gases de exaustão como massa de reação, alguns métodos de propulsão de naves espaciais têm uma forma de expelir a massa da reação alimentados por eletricidade. Utilizando energia solar ou energia nuclear, esses métodos possuem um impulso específico. A quantidade de massa necessária para a reação cresce exponencialmente com o aumento da velocidade a ser produzida, porém reduzidamente se o impulso é alto (mas o impulso não deve ser muito alto porque a energia necessária

é proporcional para um impulso específico maior). Com a energia solar, a aceleração que pode ser produzida é muito baixa (baixa para um lançamento), mas de muito maior duração. Os tempos de queima são meses ao invés de minutos,o que significa que há mais trabalho desenvolvido com menosmassa ejectada.[34]

As naves espaciais são construídas de modo a que os painéissolares possam orientar-se independentemente do movimento da nave. Assim se consegue optimizar a produção de energia orientando o painel na direção da luz, não importando para onde a nave esteja apontando.

Atualmente, a energia solar, além de usada para propulsão, tem sido utilizada em satélites artificiais que orbitam outros planeta s. Como exemplo, as sondas Magellan em órbita de Vénus,[35] e a Mars Global Surveyor, de Marte [36] fazem uso da energia solar, da mesma forma que muitos artefatos que orbitam a Terra, como o Telescópio Espacial Hubble. Para missões futuras, é desejável reduzir a massa dos painéis solares e aumentar a potência gerada por unidade de área. Isto reduzirá a massa total da nave, e possibilitará operações a distâncias maiores do Sol. A sonda espacial Rosetta, lançada em 2 de março de 2004, usará painéis solares nas proximidades de Júpiter (5,25 UA); anteriormente, o uso mais distante de painéis solares foi com a espaçonave Stardust, à distância de 2 UA.[32]

A massa dos painéis solares pode ser reduzida utilizando células fotovoltaicas solares de filme fino, feitas de substratos flexíveis. A eficiência pode ser aumentada utilizando novos materiais e concentradores solares que intensificam a luz incidente.

Concentradores fotovoltaicos são dispositivos que intensificam a luz solar nas células. Utilizam lentes planas, chamadas de lentes de Fresnel, que capturam uma grande área da luz do Sol e a concentram num ponto menor. Omesmo princípio é utilizado para gerar fogo com uma lupa num dia soalheiro. Os concentradores solares colocam uma dessas lentes em cada célula solar. Isto focaliza a luz do grande concentrador numa área de célula menor, permitindo que a quantidade de células solares seja reduzida pelo

aumento da concentração da luz, reduzindo assim os custos. Os concentradores funcionam melhor quando existe apenas umafonte de luz e o concentrador pode ser apontado diretamentepara ela. Isto é o ideal no espaço, onde o Sol é a única fonte de luz. As células solares são a parte mais cara dos painéis solares, e esses geralmente são uma parte cara das espaçonaves. Esta tecnologia permite que os custos sejam cortados significativamente devido à utilização de menos material pesado. Ao contrário das aplicações em terra nos pontos fixos, geralmente é preferível gastar mais dinheiro numa tecnologia que produza mais energia para um menor peso, isto porque os custos de lançamento são elevadíssimos. Atualmente (2007), paga-se mais para tirar um material da influência gravítica terrestre, do que o seupróprio custo, mesmo que este material consista em metais preciosos.

Guia para instalação de energia solar em casa equipe eCycle

Consuma Consciência - Energia

Saiba quais as questões envolvidas para instalar um sistema fotovoltaico em casa

Você já pensou em produzir e consumir energia elétrica de forma

mais sustentável? Se sim, é bem provável que a instalação de

equipamentos de energia solar tenha passado pela sua cabeça. Os

benefícios podem ser muitos, mas é preciso ter um direcionamento

sobre os processos de compra, instalação e funcionamento da

tecnologia. Por isso, mostramos para você os pontos mais

importantes na hora de obtê-la em sua casa.E o sol?A primeira questão na hora de adquirir e instalar equipamentos

residenciais que transformam a energia solar em energia térmica

e/ou elétrica deve ser: a localização geográfica da residência.

A duração da incidência da radiação solar pode variar muito de

local para local. Mesmo o Brasil sendo um país com pouca

variação de radiação solar em seu território, existem locais em

que é mais vantajoso o aproveitamento solar para aquecimento de

água (Sul e Sudeste) e outros em que o melhor é a geração

fotovoltaica de energia elétrica (Norte e Nordeste). Mas isso

não significa que nas regiões Sul e Sudeste não seja possível a

geração fotovoltaica de energia elétrica e que nas regiões Norte

e Nordeste não seja possível o aproveitamento solar para

aquecimento de água.Aquecer água ou gerar energia elétrica?Sendo assim, o segundo ponto que deve ser analisado trata da

finalidade da instalação do sistema de energia solar: para

aquecimento de água ou para geração de energia elétrica (sistema

fotovoltaico). As tecnologias e os custos podem ser diferentes.

Dentro do sistema fotovoltaico, existe o sistema fotovoltaico

isolado da rede e o sistema fotovoltaico conectado à rede. O

sistema isolado da rede requer cálculos mais específicos sobre a

quantidade de energia que é consumida na residência e sobre a

quantidade de energia necessária para que a edificação não fique

sem energia, uma vez que não está conectada à rede. O sistema

conectado à rede utiliza energia elétrica da rede de

distribuição quando não gera energia por meio do sistema

fotovoltaico, e quando produz energia excedente, esta parcela é

devolvida à rede de distribuição. Isso é um grande estímulo,

pois os descontos são grandes para quem está conectado à rede,

sem contar que o excedente ajuda na descentralização do sistema

de produção de energia elétrica - o que pode ser uma saída

viável para a produção de energia limpa no Brasil a longo prazo

(veja mais).

Para aquecimento de água por meio da radiação solar, existem os

sistemas de energia solar térmica formados por coletores solares

planos, que podem ser aplicados em residências.Custo e escolhas

O custo para adquirir um sistema fotovoltaico isolado pode ser

maior devido às baterias para armazenamento de energia. E o

custo para adquirir um sistema fotovoltaico conectado à rede

pode ser menor, sendo a rede de distribuição uma espécie de

bateria infinita para o excedente de energia fotovoltaica. O

tempo de retorno do investimento, no sistema fotovoltaico, pode

variar entre 8 a 10 anos (a conta de energia não precisará mais

ser paga).

Para realizar a escolha de um módulo fotovoltaico, muitas vezes

somente olhamos para a eficiência do módulo e o seu custo. De

acordo com o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica

Sérgio de Salvo Brito, a eficiência é um ponto importante, mas

deve ser considerada como fator decisivo somente quando a área

para instalação do painel fotovoltaico for restrita. Se este não

for o caso, a vida útil e o custo devem ser analisados primeiro.Minha casa suporta um sistema de energia solar?O próximo passo refere-se à estrutura da residência, ou seja, se

a edificação e o seu entorno estão adaptados para receber a

instalação de um sistema de energia solar, pois isso pode

comprometer o desempenho do mesmo.

No caso dos sistemas fotovoltaicos, as instalações urbanas são

realizadas no telhado (rooftop). Interferências como ventos,

partes da estrutura da edificação, sombras e superfícies

reflexivas, podem diminuir a eficiência do sistema. A circulação

de ar também é fundamental para que os módulos fotovoltaicos não

esquentem excessivamente. Locais muito aglomerados dificultam

essa circulação. O ideal é que a edificação esteja em um local

cujo entorno seja mais livre. Para suportar o peso dos painéis

fotovoltaicos, o telhado deve ser reforçado e não pode

apresentar problemas estruturais que comprometam a segurança do

equipamento e dos moradores.

Quanto ao espaço, uma superfície inclinada de aproximadamente 10

m² pode gerar até 1 kWp (energia suficiente para suprir a

demanda de uma residência inteira que contenha equipamentos

elétricos eficientes) e é satisfatória para instalar painéis

fotovoltaicos no sistema isolado. No entanto, para os sistemas

fotovoltaicos conectados à rede, o espaço requerido pode ser

menor, já que a necessidade de energia fotovoltaica gerada irá

diminuir. Os sistemas fotovoltaicos não necessitam de espaço

adicional além daqueles já existentes nas edificações, portanto,

podem se adaptar ao formato dos telhados e superfícies das

construções.Qual a melhor inclinação e orientação do painelsolar?Para não perder eficiência dos módulos fotovoltaicos e melhorar

a captação de energia solar, a inclinação dos painéis é uma

questão muito relevante. No caso do Brasil, localizado no

hemisfério sul da Terra, o painel solar instalado na sua

residência deve ter a face orientada para o norte verdadeiro

(que não é o mesmo Norte dado pela bússola). Para países do

hemisfério norte, o painel solar deve estar orientado para o sul

verdadeiro.

Em relação ao angulo de inclinação, este deve ser igual à

latitude do local em que o sistema fotovoltaico será instalado.

No entanto variações pequenas na inclinação não diminuem de

maneira significativa a energia gerada, sendo que uma variação

de 10° para mais ou para menos em relação ao valor da latitude

não irá alterar a captação de radiação solar. Para regiões muito

próximas a linha do Equador, a inclinação mínima deve ser de

10°.

Devido ao movimento aparente do Sol ao longo das estações do

ano, existem controles que orientam os módulos para acompanhar o

movimento solar, estes controles podem ser manuais ou

automáticos.Quais os componentes de um sistema fotovoltaico?Os componentes necessários de um sistema fotovoltaico são:

Bloco gerador: composto pelos módulos

fotovoltaicos, cabos e por uma estrutura de

suporte;

Bloco de condicionamento de potência: composto por

conversores, inversores de tensão, retificadores,

controladores de carga, seguidor de ponto de

potência máxima, diodos de bloqueio e de

passagem;

Bloco de armazenamento (opcional para sistemas

conectados à rede): composto por baterias

O bloco gerador deve ser instalado no telhado da edificação. Os

blocos de armazenamento e de condicionamento de potência devem

ser instalados em um local coberto, protegido e de fácil acesso,

assim como na imagem:

É sempre necessária a utilização de equipamentos de proteção

para realizar a instalação dos painéis fotovoltaicos como:

corda, capacete e estruturas seguras e fixas para prender a

corda.

A SOLUÇÃO - Flexíveis, as placas solares OPV se ajustam a qualquer estrutura; na imagem, uma delas foi moldada como uma folha (VEJA.com/Divulgação)

Se toda a radiação que atinge a Terra em um único dia, vinda do Sol, virasse eletricidade, seria possível sustentar o consumo da humanidade ao longo de 27 anos. A energia solar, limpa e renovável,funcionaria como perfeito substituto do petróleo, finito e refém dagangorra dos preços. Representaria ainda o mais magnífico processo de troca de matriz energética, no avesso da poluição provocada pelaqueima de combustíveis fósseis, o mais rápido e danoso atalho para o aquecimento global. E, no entanto, por que a energia solar ainda é pouco usada, quase sempre mais promessa que realidade? As placas de silício necessárias para captá-la por meio de painéis são caras,pesadas e grossas. Apesar de úteis em grandes espaços, como campos,são inúteis para substituir o petróleo na vida urbana. Nos últimos cinco anos, porém, surgiu uma nova tecnologia afeita a vencer essesdesafios. Construídas com material não tóxico, as placas OPV (siglaem inglês para painéis fotovoltaicos orgânicos) têm a finura de umacartolina e a flexibilidade do plástico. Podem ser coladas no teto de um carro, nas janelas de prédios ou mesmo em mochilas.

A inovação pode ser o empurrão que faltava para a adesão maciça à energia solar. As placas delgadas de OPV funcionam de modo ligeiramente diferente das de silício, as mais populares - no caso das OPV, o revestimento feito de tinta orgânica reage quimicamente ao contato com a radiação, liberando os elétrons que formam a corrente elétrica (veja o quadro ao lado). Nos painéis tradicionais, o calor associado à luz ativa os circuitos de silício, em um processo mais complexo.

O Sol sempre foi, é natural, a principal fonte de energia para a Terra, e o homem se aproveita disso há muito tempo. Já na Grécia antiga, casas eram construídas voltadas para o sul para ser mais bem iluminadas e aquecidas pela luz. Mas as placas solares tais como as conhecemos só começaram a ser concebidas na segunda metade do século XIX, quando o matemático francês Augustin Mouchot notou que o ritmo de consumo de carvão após a Revolução Industrial não era sustentável a longo prazo e foi buscar alternativas. Mouchot utilizou um espelho côncavo para canalizar a luz, aquecer a água e construir o primeiro motor movido a energia solar. As pesquisas evoluíram a passos curtos até os anos 50, quando a empresa americana Western Electric começou a comercializar tecnologias fotovoltaicas de silício que impulsionaram essa indústria. Foi, porém, apenas na década de 80 que os painéis de silício ganharam o mercado e, de imediato, começaram a ser exaltados por conservacionistas como a alternativa ecologicamente adequada ao petróleo e ao carvão.

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