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CRISTIANI RAMOS RICCI
Trabalho resenha do Livro:
A TERAPIA FAMILIAR MULTIGERACIONAL:
Instrumentos e Recursos do Terapeuta. Maurizio Andolfi. Editora Artesã. 2018.
Requisito parcial para a obtenção do Título de
Especialista em Terapia Sistêmica: Individual casal e
Família
Profª Maria Eliza Wilke
Porto Alegre
25 de janeiro de 2019.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
RESENHA
DIGA-ME COM QUEM E COMO APRENDE E EU TE DIREI QUE
TERAPEUTA TE TORNARÁ. O CONTÍNUO APRENDIZADO NA
FORMAÇÃO DO TERAPEUTA FAMILIAR
Título do Livro: A terapia Familiar Multigeracional: Instrumentos e Recursos do
Terapeuta. Brasil, 2018.
Título Original: La terapia familiare multigenerazionale: Strumenti e Risorse del
terapeuta. Italia, 2015.
Introdução
Sinopse
A realização e a publicação do livro “A terapia familiar Multigeracional”
tem como objetivo manter em evidência e relevância da abordagem de
Mauricio Andolfi no contexto do atendimento a sistemas familiares e conjugais,
assim como no contexto individual, proporcionando aos terapeutas sistêmicos e
futuros terapeutas uma vasta experiência clinica como também evidências
científicas sedimentadas no seu trabalho e pesquisas promovendo uma
contínua e qualificada formação.
Este livro representa uma síntese de mais de quatro décadas de prática
clinica do autor e percorre simultaneamente varias ideias de muitos autores
que antecederam Andolfi na terapia familiar. A obra esta posta em sua carreira
como uma ultima compilação de recursos e conceitos fundamentais na teoria
sistêmica e esta dividida em nove capítulos. Além dos conceitos teóricos
importantes a obra mostra casos atendidos na terapia propiciando
materialimportantíssimo à formação teórica e práticas fundamentais na
formação dos terapeutas.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Breve biografia de Andolfi
Maurizio Andolfi nasceu em Roma em 1942. Estudou medicina e
neuropsiquiatria infantil na Universidade La Sapienza, em Roma. Ele morou por
alguns anos em Nova York, onde estudounos mais prestigiados institutos de
terapia familiar da Costa Leste: no Albert Einstein College of Medicine, com
Israel Zwerling e Albert Scheflen; no Instituto da Família Nathan Ackerman,
com Kitty La Perrière; na Filadélfia Child Guidance Clinic com Salvador
Minuchin e Jay Haley; mas quem mais o influenciou foi Carl Whitaker, com
quem Maurizio Andolfi estudou e tem sido associado em vários seminários
internacionais nos últimos 15 anos.
Nos últimos anos Andolfi funciona, aprofundando o estudo e a prática
daterapia familiar no Instituto de Terapia Ackerman em Nova York e na clinica
de Orientação da Criança na Filadélfia, sob supervisão de Salvador Minuchin e
Jay Haley.
Andolfi entra em contato com Virginia Satir, com quem estabelece
umrelacionamento profundo, e cuja memória ele mais tarde dedicará seu livro
“O casal em crise”. Em Nova York, Andolfi também frequenta a escola
psicanalítica de Karen Horney, onde realiza sua psicanálise pessoal,
permanecendo conectado por vários anos.
Em resumo o método multigeracional é baseado na construção clinica e
epistemológica, com base na prática clinica e nas inúmeras
ferramentasdesenvolvidas pelos autores sistêmicos ao longo do tempo
privilegiando o cliente na exploração das relações familiares e dando a máxima
importância à ação e representação dos movimentos relacionais.
As trocas verbais e não verbais, as metáforas, o uso do corpo e do
silencio, a valorização do sistema de amizade e contexto social, o resgaste do
sofrimento e da dor como poderosos fatores desencadeadores de mudanças,
assim como, o uso das gerações no manejo psicoterápico das famílias. Neste
enfoque é possível predizer que esta obra estimule e enriqueça a contínua
formação do terapeuta.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
A publicação deste livro inaugura uma relevância clínica na abordagem
de Maurizio Andolfi no Brasil, uma vez que há muitos anos suas obras não são
publicadas no país. Outro fator que estimulou a publicação desta obra por
Juliana Seger Sanvicente e Mariana Gonçalvez Boeckel, foi que elas
conheciam pessoalmente Andolfi e sua maestria em conduzir os processos
psicoterapêuticos, em razão da própria formação das referidas terapeutas
realizadas em Roma, na reconhecida “Accademia di Psicoterapia dela
Famiglia”.
Refere Andolfi 2018, “este volume é apenas o último testemunho de
um pensamento e de uma convicção sobre os recursos da família que me
acompanharam durante uma longa e fascinante viagem profissional”.
DESENVOLVIMENTO
Os capítulos estão denominados a seguir: 1. Araízes da psicologia
relacional. 2. O ciclo vital da família e a dimensão multigeracional. 3.
Transformações sociais e novas configurações familiares. 4. Modalidades de
observação da família. 5. Avaliação do funcionamento familiar. 6. A construção
da história terapêutica. 7. A linguagem do encontro terapêutico. 8. A linguagem
corporal na terapia familiar. 9. O silêncio e o contato físico: dois modos de
encontrar a família.
Capítulo 1. As raízes da psicologia relacional
As bases da psicologia relacional devem fazer parte da formação do
terapeuta, em que suas relações e sistemas familiares façam parte ativamente
do olhar e da percepção clinica dos movimentos sistêmicos intrínsecos na
prática com o cliente.
Em particular na obra a psicologia relacional tem suas raízes nos
Estados Unidos nos anos 50, tendo como pensamento central a não validação
de fragmentos de estudos e intervenções na prática clinica. A sociologia, a
antropologia, a psicologia, o tempo histórico e desenvolvimental são inerentes
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
nos ciclos dos indivíduos e suas famílias influenciando, organizando e definindo
as demandas familiares.
Neste desenvolvimento teórico e prático nasce a teoria dos sistemas que
de forma abrangente significa: “a estrutura que conecta”.
Introduzida pelo biólogo Ludwing Von Bertalanffy em 1968, o interesse
passa a ser observar “complexidades organizadas”. Todas as unidades e
sistemas interagem e se relacionam entre si, Miller 1978.
Autores como Watzlawick, D. Jackson, Jay Haley e Jonh Weckland de
Palo Alto introduzem a perspectiva sistêmica cibernética, segundo as ideias de
Baeteson e transformaram conceitos da teoria da comunicação utilizados nos
estudos sobre o comportamento animal e nas crenças computacionais: input,
output, feedback, etc. Este modelo proposto concentra-se nos aspectos
observáveis no aqui e agora.
Nasce em meados da década de 50 a teoria do duplo vínculo que tem
como esforço teórico para tratar dos quadros comunicacionais disfuncionais
nas patologias psiquiatras. A abordagem mecanicista de causalidade linear
crescem os conceitos das diretrizes dos axiomas da comunicação de
Watzlawick 1967, no trabalho terapêutico com pacientes.
Neste conceito o foco esta nas relações entre as partes de um sistema
maior para o menor e vice-versa. Os diferentes níveis e formas de
comunicação se relacionam e formam novos conteúdos comunicacionais.
O sintoma tem um novo significado: não advém de um desconforto
individual, mas pode mostrar uma desorganização de todo o sistema.
Murray Bowen 1978 introduz o “mapa trigeracional da família”, um
gráfico que representa a família por no mínimo três gerações – o genograma.
Técnica utilizada por muitos terapeutas sistêmicos noauxílio a hipóteses
relacionais e construção de um projeto terapêutico.
Neste desenvolvimento histórico o que é revelado em síntese é a forma
de observar as famílias, seus fenômenos e o papel do terapeuta no processo.
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Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Em setembro de 1969 Jay Haley destaca divergências: os puristas e os
condutores dos sistemas. Os puristas evitam qualquer envolvimento pessoal e
ou ressonância emocional e por outro lado os chamados “conductors”, aqueles
terapeutas: Ackerman, Satir, Bowen, Framo, Minuchin, Whilaker, Andolfi, que
usavam a si mesmos como ferramentas para trabalhar com famílias.
A passagem para a segunda cibernética o surgimento do construtivismo
e as técnicas colaborativas promovem uma nova concepção na maneira de
olhar a realidade.
O terapeuta/observador torna-se parte integrante do sistema e passa a
ter e a ser e a utilizar a dimensão subjetiva nos sistemas.Aqui gostaria de
ressaltar uma consideração central e pessoal a respeito da importância da
observação que chamarei de auto implicada e que ao final desta resenha
apontarei tantas outras considerações importantes que alinhará minha postura
como futura terapeuta sistêmica.
A maneira de olhar a realidade na dimensão atual do terapeuta familiar
trás a ele uma condição de observador participante de sua família ou individuo.
E aqui quero chamar atenção em relação às proposições do antropólogo e
estudioso das relações indivíduo - sociedade Roberto da Matta na sua obra
“Relativizando”, a observação participante.A observação participante, a
empatía, se distanciar de si mesmoenquantoestudamos a construção histórica
dos fenômenos de umafamíliacom o universo investigado constituem marca
registrada das antropologias, sociologias e áreas afins. Insiste naideia de que
para conhecercertas áreas oudimensões de umasociedadeassim como de
umafamília é necessárioumcontato, umavivência durante um período de tempo
razoavelmente longo e até mesmo este lugar onde o terapeuta esta juntamente
com as pessoas do próprioprocessoemrelaçãocontínua, onde os aspectos de
uma cultura nãosão explicitados, que nãoaparecem à superfície e que
exigemumesforçomaior, maisdetalhado e aprofundado de observação e
empatia. No entanto, a ideia de tentar pôr-se no lugar do outro e de captar
vivências e experiências particulares exige ummergulhoemprofundidade difícil
de ser precisado e delimitado emtermos de tempo. Sobre issoMatta 1981,
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Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
járeferiucompropriedade: “transformar o exótico em familiar e o familiar em
exótico”.
O terapeuta é um transformador de realidades e facilitador da dinâmica
que favorece o diálogo no processo de investigação e descoberta dos fatos de
maior ou menor relevância aplicada aos indivíduos envolvidos, sendo suas
decisões de grande responsabilidade para o sucesso da terapia. Tal
responsabilidade está ligada ao conhecimento produzido, uma vez que o
terapeuta é autor e sujeito da produção do conhecimento/realidade.
Capítulo 2.O ciclo vital da família e a dimensão multigeracional
As famílias apresentam construções próprias e particulares inseridas e
veiculadas através de vários fatores. Fatores transgeracionais que perpassam
geração e geração, valores, crenças, desenvolvimento histórico, educacional e
religioso, fases desenvolvimentais assim como o tempo: passado, presente e
futuro.
Além de Andolfi outros autores como Haley, Minuchin entre outros,
descreveram o ciclo vital da família como um modelo teórico que contempla a
evolução e o contexto histórico como um processo dinâmico que
desencadeiam mudanças e reorganizações nos sistemas familiares.
Seis momentos essenciais de transição das famílias:
1. A separação da família de origem e a primeira idade adulta;
2. A formação do novo casal;
3. A família com crianças pequenas;
4. A família com crianças adolescentes;
5. A saída dos filhos de casa e a reorganização do casal parental;
6. A fase do envelhecimento dos pais, a presença dos netos, a morte de
um dos dois parceiros.
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Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
O modelo do ciclo vital serve como bússola ao terapeuta sensível a
estas mudanças e transformações.Isto ocorre da mesma forma e observação –
sistêmico e evolutivo-mesmo que com interpretações distintas a cada família;
assim como famílias reconstituídas, monoparentais, famílias migrantes, famílias
homoparentais e famílias interculturais, entre outras.
Cada família tem seus enredos, suas lealdades visíveis e ouinvisíveis,
seus vínculos, suas tramas, seus mitos, seus repertórios tecendo um roteiro
familiar particular de cada sistemae subsistemas. Quando cada casal novo se
forma eles criam um ponto comum de interlocução do que foi transmitido pelas
suas famílias e o que transmitirá para seus filhos.
O mito por sua vez pode representar uma “matriz de consciência” aos
indivíduos da família. Um padrão, um legado que revela uma chave
interpretativa que oferece uma sensação de pertencimento e sentido através de
vários comportamentos reais e por vezes necessários a cada modelo conjugal
e ou parental exigindo de todos que assumam papéis e funções que estejam
em consonância coma posição mítica dentro desta constelação particular.
Estes valores míticos muitas vezes são responsáveis pelos processos
de individuação bem como o adoecimento dos membros familiares envolvidos.
Compreender melhor os padrões de ansiedade e adoecimentos. Bowen
desenvolveu um conceito de “diferenciação do self da família de origem”. Deve
haver um “processo de separação”, através de um esforço constante de
definição do self e de individuação que levará a nova família uma autenticidade
emocional e novas consciências dentro de um sistema relacional novo que
conquista padrões de abertura e flexibilidade.
O corte emocional promove o equilíbrio entre o pertencimento e a
separação num processo difícil, porém necessário que acompanha toda a
existência de um indivíduo e de uma família.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Capítulo 3. Transformações sociais e novas configurações familiares
Ao longo da história da humanidade podemos perceber uma vasta e
expressiva radiografia de como os indivíduos se organizam quanto à
convivência e as formas de constituições de famílias e relações.
Nos últimos 50 anospode-se acompanhar o desenvolvimento
demográfico e cultural, papéis individuais, a transformação da sexualidade e
gêneros, a transformação da família patriarcal, relações frente ao novo
capitalismo, a entrada massiva na população das tecnologias, as pluralidades e
complexidades das relações de afeto e a liberdade e, cada vez mais novas
formas e concepções amorosas e familiares vão surgindo e, com elas a
necessidade de novos olhares para novas interpretações e intervenções de um
terapeuta sistêmico.
Apoiar o envolvimento de todas as figuras parentais, preservando
vínculos novos e antigos em qualquer tipo de família e relação, assim como,
famílias compostas por uma pessoa ou por famílias adotivas e assim por todas
as famílias que estas transformações sociais mostram a cada tempo e a cada
momento histórico seria a prática fundamental do estudioso destas relações.
Cabe ressaltar a esta seção que é considerado uma relação saudável e
uma família possível a liberdade de escolher o parceiro por amor, com a
intenção de construir um relacionamento íntimo baseado em afeto e respeito
com projetos de futuros que transcende a orientação sexual, crenças religiosas,
origens étnicas, cor de pele e fronteiras nacionais e etc.
A liberdade fundamental do indivíduo hoje é a possibilidade de viver
qualquer relação de forma que seu objetivo seja o amor saudável e que a
compreensão mútua, a confiança, a autenticidade e liberdade de seus
membros sejam os seus alicerces.
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Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Capítulo 4. Modalidades de observação da família
Os estudos das teorias sistêmicas objetivaram a observação da tríade
como unidade de medida sobre a realidade e a psicopatologia. O triangulo é
um estado natural à forma como as forças emocionais de cada sistema
relacional é organizado, a relação dual e, sem duvida uma visão restrita de um
sistema relacional mais amplo.
O estudo das estruturas familiares triádicas foi desenvolvido por
Minuchin 1974, interessado nos processos de triangulação. Por exemplo: ele
parte da hipótese de que as crianças podem ser usadas para ocultar ou desviar
um conflito entre os pais favorecendo varias tríades patológicas familiares.
Vários são os exemplos de tríades patológicas como as estudadas pela
“alienação parental”, a parentificação, entre outras.
A presença de uma terceira pessoa torna-se um fator importante de
crescimento e conhecimento relacional, facilitando a proximidade afetiva, e
escuta durante as fases de transição de uma configuração familiar ou conjugal.
As variabilidades de posições e papeis familiares são representadas
pelo GENOGRAMA. Forma de representar uma família pelo menos até três
gerações com o objetivo de projetar visualmente para todos em uma sessão as
experiências e eventos familiares que o sistema vive viveu e viverá através de
suas influências geracionais e trangeracionais.
O genograma familiar é utilizado pelo terapeuta sistêmico como uma
ferramenta de avaliação, de investigação no campo da terapia, assim como a
escultura familiar criada por Virgina Satir em 1967, que consiste em uma
representação plástica visual e espacial, não verbal das relações familiares – e
de casal. Esta poderosa ferramenta não verbal foi descrita por vários autores
em diferentes settings, com diferentes significados e diferenças variações. Na
Europa a escultura familiar foi introduzida por Andolfi que aprendeu a técnica
com Peggy Papp e Kitty La Perriere no início dos anos 70.
O retorno ao passado o momento presente e esculpir o futuro são
algumas das utilidades desta ferramenta.
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Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Não somente na terapia familiar como também na terapia individual a
escultura familiar é utilizada na supervisão e na formação do terapeuta
sistêmico.
Capítulo 5. Avaliação do funcionamento familiar
A perspectiva relacional e sistêmica tem como objetivo observar o
comportamento individual e a sintomatologia na intersecção das complexas
relações humanas compreendendo seus processos a partir de fenômenos
como identidade e personalidade individual, desconfortos, traumas, cortes
emocionais, crises e eventos importantes bem como traumáticos.
Sendo assim é útil adotarmos lentes multigeracionais para formular uma
avaliação relacional.
Utilizamos a metáfora da casa de três andares para entender o olhar
multigeracional.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
O casal parental ocupa o andar do meio as crianças o térreo e a família
de origem o terceiro andar. As pessoas de cada andar são diferentes em idade,
gênero, identidade geracional, linguagem corporal e verbal, assim como as
experiências de vida, papéis familiares e sociais, além de variadas formas de
enfrentar e lembrardos problemas e viver o presente e planejar o futuro. Andar
pelos andares permite que cada um dos membros acesse um modo diferente
do seu. O chamado “hiato geracional” indica o sentimento de transformação
intergeracional que ocorre na esfera individual, social e familiar ao longo do
tempo.
Formular um diagnóstico relacional exige que possamos ampliar o foco
da observação dinamizando nossa atenção para cada um dos andares e a
todos ao mesmo tempo levando em consideração todas as redes de interações
e eventos possíveis. Nos casais, por exemplo, há muitas e diferentes
configurações: casal harmônico, o casal em conflito, o casal instável, o casal
“sanduíche” – esmagado entre duas gerações.
Assim como na família o diagnóstico social é feito no casal para
compreender seu funcionamento. A primeira dimensão a ser avaliada é da
amizade: os amigos são compartilhados pelos dois parceiros; eles têm relação
e convivência com amigos comuns. A segunda dimensão é quanto ao mundo
do trabalho: a experiência do trabalho pode enriquecer a vida de cada um dos
parceiros; quanto tempo o casal passa em seu ambiente de trabalho e também
aqueles que têm dupla carreira. Uma terceira dimensão seria a transformação
do casal quando nascem os filhos: a mudança da dimensão conjugal para a
familiar que representa um evento especial e distinto na vida a dois tanto nos
aspectos cognitivos, sexuais, afetivos e de intimidade.
A avaliação da relação entre irmãos: o vínculo fraterno acompanha todo
o ciclo familiar e exerce importante influência nas relações da família e dos
pais. Os diferentes papéis desempenhados pelos irmãos, emprol ou não da
família são reflexos como também indicadores do funcionamento de ambos e
ou de todos no ambiente familiar, escolar e social e, demais esferas onde tais
funcionamentos poderão encontrar ancoragem.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Capítulo 6. A construção da história terapêutica
Como foi revelado desde o primeiro capitulo desta obra é que a relação
terapêutica com cada universo humano tem suas peculiaridades e
funcionamento típicos. Na terapia individual o terapeuta fixa-se na díade
relacional para estabelecer proximidade e aliança. No casal e família ocorre
que a tríade passa a ser a intenção das observações do terapeuta.
Após alguns ensaios e erros da própria atividade clinica os autores
sistêmicos como Andolfi, Angelo, Menghi et al 1982, conseguiram criar uma
aliança para todos os membros do sistema familiar: uma meta-aliança. Entra-se
e saí das alianças terapêuticas tornando-se um elo relacional capaz de ativar
as mais diversas configurações ao longo de várias gerações. A relação
terapêutica cria um movimento criativo e dinâmico entre as singularidades de
cada membro e a família como um todo. O terapeuta pode ser considerado um
“malabarista”, que mantém tudo em um equilíbrio dinâmico sem afetar as
relações e suas manifestações. Neste sentido é possível construir uma nova
história na família. Utilizado por Andolfi e Angelo 1984, uma metáfora visual, a
do terceiro planeta, lugar onde família e terapeuta habitam em espaço aberto
para descobrir juntos novos sentidos e novas experiências influenciando no
crescimento interiorreciproco que propiciará mudança.
A criança como coterapeuta representa um canal preferencial para
acessar a família e identificar os fenômenos que muitas vezes encadeiam-se
na atmosfera familiar e sintomas. Muitas vezes as crianças conseguem
comunicar bem ao terapeuta o seu ponto de vista sobre os eventos familiares,
na medida em que são ouvidas e validadas pelos terapeutas.
O mundo interno do terapeuta passa a ser muito valorizado até os
tempos atuais. O reconhecimento de algo interno do terapeuta leva a uma
autoconsciência e isto certamente terá um impacto verdadeiro e único na
terapia que segue. As respostas emocionais do terapeuta são essenciais nos
encontros com a família, suas ressonâncias afetivas dão ao processo uma
condição de autenticidade e sintonia levando os membros a considerar o
impensável e inclusive o inimaginável.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Quando se torna um terapeuta é possível considerar a condição de
“sentir-se” na sessão e permitir-se a liberdade de se juntar ao fluxo das
emoções dos clientes.
O mundo interno do terapeuta por muito tempo dentro das teorias
sistêmicas não ganharam tanta importância como nestes momentos atuais. As
ressonâncias do terapeuta passam a ter uma influência fundamental ao
processo, libertando o que se refere “a máscara profissional”. Esta libertação
oferece ao terapeuta posições únicas de auto referência experiencial e
emocional a serviço do seu próprio trabalho.
Andolfi 2010 chama isto de “supervisor interno”, o dar sentido ao papel
profissional do terapeuta.
É útil chamar a atenção também sobre escuta e autorreflexividade. E
neste ponto chamo atenção do benefício da experiência da psicanálise. Ouvir
atentamente, tolerar e compreender os vazios que as palavras podem ter
palavras, os silêncios necessários, apreender a valorizar o tempo e o espaço
livre de sentidos e significados. Estas condições absolutamente necessárias e
fundantes trazem uma ressonância geral para todos os participantes
promovendo a família uma sensação fundamentalmente única gerando uma
grande sensação de pertencimento.
Joining – descrito por Minuchin 1974, uma força de acolher a família
deixando todos a vontade. Não é uma técnica, é um estado de espírito, de
respeito, de compromisso, etc.
Juntar-se a eles fazendo uma aliança firme e sólida com o propósito de
“lutar pela estrutura”. Assim como o jogo de brincadeira, o humor, os meios
mais flexíveis de envolvimento de todos para seu objetivo, brincar com as
palavras construindo uma linguagem metafórica compostas de comunicação e
imagens representativas, assim como, brincar com objetos para expressar uma
ação de sentidos úteis para a terapia: exemplo:(a varinha mágica utilizada pela
criança). Rituais de dramatização na terapia familiar são muito úteis também
em alguns momentos para a promoção efetiva, lúdica, para ampliar os padrões,
e, fazer com que os parceiros saiam de sua complementariedade distorcida e
procure formas mais saudáveis de convivência.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Capítulo 7. A linguagem do encontro terapêutico
O falar. O que significa falar e expressar em terapia. Muitas vezes este
exercício pode ser um jogo infernalna e da sua realização através do ato da
linguagem algo que às vezes só existe no campo da subjetividade e, o ato de
falar faz com que todos os conteúdos encontrem a objetividade cruel e rude
quando éexposta a realidade em algum momento.
Para iniciar este breve resumo desta seção gostaria de citar Guimarães
Rosa,“devo me prestar contas de cada palavra e considerar cada palavra o
tempo necessário até ser novamente vida”.
A associação livre faz da palavra à ocasião de uma interpretação, já que,
desde a invenção do inconsciente, entre a palavra e o sujeito não pode mais
haver coincidência e familiaridade, mas estranheza, incômodo,
desconhecimento. Pois “às vezes não se encontram as palavras que se está
sentindo dentro de si mesmo”. O escritor- poeta ainda refere que “devemos
buscar a nós mesmos nos vãos das palavras, então, e reinventá-las um tanto
para que nelas possamos surgir relidos, mas sempre fonte de novas palavras e
leituras”.
As bases do colóquio terapêutico
Desde a época de Sócrates, o colóquio entre duas pessoas era
considerado uma ferramenta poderosa de conhecimento, sobretudo a
possibilidade de novos conteúdos surgirem e ganharem importância.
As ferramentas utilizadas na terapia sistêmica desta época é
invariavelmente modificadas a qualquer tempo com objetividade naquilo que se
precisa alterar ou modificar em um casal,família e ou indivíduo. As informações
que precisamos acessar como verdades parciais ou multi-parcialidade para
abstrair o necessário a cada momento.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
A coleta de informações a eleição de conteúdos importantes como filtro
a tudo o que é dito em uma sessão (chamado pelo autor de “filtro invertido”),
são detalhes fundamentais para compreender o enigma terapêutico. O
terapeuta tem autoria plena no processo de investigação e reformulação –
reframimg - de suas proposições propiciando infinitamente criar “uma ponte
que conecte as diferentes partes em uma forma completa”.
Redefinir problema, redefinir contexto utilizando as perguntas especificas
para cada momento, através de: perguntas relacionais (explorando novos
relacionamentos), perguntas individuais (ver as conexões), perguntas tríadicas,
perguntas diretas e indiretas, perguntas comparativas (examinar os saltos
temporais, as perguntas metafóricas (construir metáfora auxiliando na aliança
terapêutica) e, as perguntas intergeracionais (conhecendo aspectos
intergeracionais das relações familiares).
Capítulo 8. A linguagem Corporal na Terapia Familiar
A linguagem humana não é apenas explícita como na maioria das vezes
quando ocorre uma comunicação, ela também pode ser uma linguagem
implícita que é dada pela linguagem corporal: por exemplo, mímicas, postura,
expressões faciais, movimentos corporais caracterizados pelos tônus,
frequência e ritmo de voz menor ou maior distancia física, usar os olhos, o
contato físico como também o silêncio.
Todas estas expressões verbais e analógicas assume valor cognitivo e
afetivo significativo sendo um modo frequente e muitas vezes espontâneoe
criativo de comunicação.
Estes códigos e sinais são representativos de um referencial familiar e
ou individual que permite ao terapeuta conhecer o mundo interno das
interações, necessidades das pessoas como também associar os componentes
socioculturais dos quais todos são afetados e produzindo formas específicas de
representatividade.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
O movimento do espaço terapêutico é complexo e intenso e, a cada
variação representa uma intenção e um desejo de sentimentos promovendo
cooperação e motivação criando um espírito de time onde todos estão
empenhados a encontrar a força para mudar.
Os movimentos na construção da aliança terapêutica
A empatia é fundamental assim como mover o olhar já é um movimento
de aproximação do terapeuta.Tudo o que um terapeuta pode fazer em uma
sessão: escrever no quadro, mudar a cadeira, deslocar objetos, curvar-se, etc.
fazem parte da “ginástica física e mental” do terapeuta relacional. Por exemplo,
para engajar uma criança o terapeuta temque entrar no seu espaço pessoal:
brincar, jogar, olhar nos olhos, etc.
Além do terapeuta se engajar deve encorajar o movimento dos membros
da família. Esta mobilidade nos dirá muito como proporcionaráflexibilidade
mútua ativa e a serviço de todos. Sendo assim, este movimento é individual e
coletivo e será um incremento qualitativo para conduzir o processo de terapia.
Capítulo 9. O silêncio e o contato físico: dois modos de encontrar a família
Criar silêncios na sessão é uma tentativa de “permanecer nas coisas”.
Escutar e falar são os combustíveis de uma sessão. Um ritmo calmo
sereno que permite criar vazios de palavras faz com que uma narrativa
simbólica ou real tome corpo e dê sentido à interação das pessoas que ali
estão presentes. O autor chama que o terapeuta poderia ser “maestro da
orquestra”, regendo as vozes na dança do momento. Estas formas de proceder
tem o efeito de desacelerar o ritmo do discurso criando pausas necessárias e
úteis para deslocar o que se quer deslocar e aproximar o que se quer
aproximar.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Muitas vezes o silencio também pode ser uma escuta e é valioso tendo
um caráter de profundo compartilhamento. A sintonia emocional a participação
mútua de todos trás a sessão um sentimento verdadeiro de respeito e
implicação no aqui e no agora.
Assim o contato físico é tanto quanto autêntico e serve para aproximar
na medida certa. Apesar de que ainda é um tema de bastante controvérsia
entre alguns autores, no entanto, com o desenvolvimento das teorias
Humanistas, da Gestalt e da terapia familiar com orientação experiencial
indicam que a ideia de que o contato físico pode ser uma modalidade muito
eficaz para construir uma relação genuína de compartilhar e comunicar afeto.
Autores como Satir referem à ideia de “usar seu corpo” como modelling
para fazer contato físico promovendo aos pacientes uma contenção emocional
que gera integração.
Andolfi refere que na sua experiência “senti bastante natural à
integração da linguagem, as perguntas, os olhares, os movimentos do corpo,
coerentes com o que é expresso com a voz e o contato físico”.
Ainda salienta o autor que “tudo isso é, sem duvida, um reforço positivo
no desenvolvimento da relação terapêutica que tem o poder de transmitir calor,
presença, compartilhamento melhor do que qualquer palavra”.
O contato físico para reconstruir vínculos – a recostura
Os estímulos táteis são imprescindíveis no desenvolvimento humano.
Afirmado por Bowlby e Robertson e reconfirmado por Montagú 1971, “o contato
físico é um dos elementos essenciais no desenvolvimento, uma modalidade
comunicativa profunda, um componente crítico na saúde e crescimento da
criança e uma poderosa força de cura”.
Se de alguma forma esta condição não pode ocorrer na infância é
possível que na terapia de família através de um ambiente seguro e acolhedor
possa fazer a reconstrução de vínculos interrompidos ou cortados – a isto se
chama recostura.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Considerações finais
Parafraseando
“Este volume é o último testemunho de um pensamento e de uma
convicção sobre os recursos da família que me acompanharam durante uma
longa e fascinante viagem profissional”. Andolfi
“Este volume uma das primeiras leituras que faço na minha caminhada
sistêmica e, já com certa convicção que na família temos muitos recursos e que
estes podem fazer da minha trajetória profissional ainda mais desafiadora e
criativa”. Cristiani Ricci
Como terapeuta de orientação analítica posso sentenciar que uma
intervenção não deve ser de maneira alguma “teórica, sugestiva, quer dizer
imperativa; ela deve ser equívoca”. “A interpretação psicanalítica”, “não é feita
para ser compreendida; ela é feita para produzir ondas”. E inacreditavelmente
dou-me conta que a teoria sistêmica fundamentalmente se ocupa de “produzir
ondas”, nos indivíduos e nas famílias.
De forma especial e intensa esta leitura proporcionou uma conversa de
vizinhos – em mim. Tudo na verdade parece que já se vizinhava; os conceitos,
os métodos, as formas, os objetivos, a forma de pensar, a leitura que fazemos
diante dos conflitos e suas vicissitudes.
Em algum momento e já faz bastante tempo fui capturada pelo
procedimento de Mediação de Conflitos Familiar na minha trajetória
profissional. Neste procedimento utilizamos com a família o genograma, que,
aliás, ocupa lugar de destaque nas formações de mediadores. Estudando estas
linhas teóricas e tantas outras me deparei com similaridades muito expressivas
da Teoria Sistêmica. Nesta dimensãopercebo que o conceito assim como o
início de um pensamento sistêmico já encontra lugar em mim.
Lendo os casos de terapia familiar explicitados no livro fez-me lembrar
de vários momentos que passei com minhas famílias na mediação buscando
compreender de onde vinham e para onde iriam os conflitos de uma família ou
casal. Despertou em mim como se diz uma familiaridade pré-existente.
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
Na leitura desta obra o que mais me visitou foi o pensamento que se
estamos frente a um trabalho efetivo e necessário e somos terapeutas
apaixonados e implicados em nosso saber/fazer devemos utilizar de todo o
conhecimento possível considerando qualquer forma e maneira que isso possa
acontecer para que possamos auxiliar nossos pacientes.
Os autores sistêmicos denominam isto de “lutar pelas estruturas”
Resumindo autor deste livro ao longo de sua trajetória profissional
ressalva a necessidade da compreensão de vários conceitos vindos da:
comunicação, da psicanálise, dos sistemas, da teoria dos jogos, do
humanismo, do universo cultural, da biologia, da genética, da antropologia,
enfim a chamada necessidade inter-pluri transdisciplinar.
Nenhuma formação é suficiente. Nenhuma formação é mais importante
do que outra. O terapeuta eficiente na minha “modesta opinião” é aquele que
esta sempre se acomodando e visitando novas formas de pensar e agir dando
flexibilidade e plasticidade ao seu trabalho profissional. É necessário termos
uma corrente teórica na base de nossos estudos, no entanto deixar o
pensamento mais livre me parece ser uma ideia tentadora e flexibilizada na
busca do entendimento das relações humanas.
Com o modelo de terapia proposto por Andolfi onde ele faz de um
problema encontrado uma porta que se abre para o mundo da família,
juntamente com sua criatividade e disposição caminhando do passado, ao
presente e para o futuro, faz com que contamine os futuros terapeutas
sistêmicos para uma dança nova e propositiva. O terapeuta que se renova, que
se desacomoda, que se reinventa na busca de maior e melhor compreensão
dos indivíduos, pra mim é o aspecto mais lindo e inovadorque o novo terapeuta
deve assumir. A formação deve ser contínua consistente, porém flexível. Nunca
rígida.
As técnicas colaborativas e o uso de si mesmo como ferramentas para
trabalhar com famílias é a essência do trabalho que sempre foi de certa forma
perseguida por mim. A desacomodação para uma nova acomodação e o
CRISTIANI RAMOS RICCI – RELACIONARE
Psicóloga clinica – Doutora Psicologia Social - Mediadora Familiar – Perita Judicial – Especializanda em Direito de Família – Especializanda em Casal Família e Indivíduo.
distanciamento de posturas rígidas resume uma das mensagens desta obra do
trabalho sistêmico que a todos encanta.
A melhor contribuição para a minha prática pode terminarcom uma
metáfora:
“Não busco uma formação rígida e, tenho medo de me tornar um
terapeuta tão bem formado porque pessoas tão bem formadas podem se
tornar indeformáveis”.