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Conectivismo: novas tecnologias e os desafios daeducação contemporânea
João Fernando Tobgyal da Silva Santos Fernando Chade De Grande
Marcos Américo
“Humanity is acquiring all the right technology for all thewrong reasons”
Buckminster FullerIntrodução
O modelo econômico iniciado no Século XX se reorganiza
para ser constituído por uma onda de produção individualizada,
descentralizada e em colaboração com outros
“produtores/usuários” de forma que a economia da informação em
rede tem que ser fundamentada em processos colaborativos.
Para conviver com um sistema de mercado que inclui fatores
psicológicos e sociais apartados da lógica de assalariamento e
propriedade, a cultura e o conhecimento tem que ser produzidos
e intercambiados para afetar, a partir desta nova perspectiva,
o modo como a sociedade vê o mundo apoiado nas relações
digitais.
O atual processo de convergência entre diferentes campostecnológicos no paradigma da informação resulta de sua lógicacompartilhada na geração de informação. Essa lógica é maisaparente no funcionamento do DNA e na evolução natural e é,cada vez mais, reproduzida nos sistemas de informação maisavançados à medida que os chips, computadores e softwares alcançamnovas fronteiras de velocidade, de capacidade de armazenamentoe de flexibilidade no tratamento da informação oriunda defontes múltiplas. Embora a reprodução do cérebro humano com seus bilhões de circuitos e insuperável capacidade derecombinação, a rigor, seja ficção cientifica, os limites dacapacidade de informação dos computadores de hoje em dia estãosendo superados a cada mês. (CASTELLS, 2001, p.111).
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É muito raro vincular estas mudanças a um movimento mais
abrangente, tal como em uma rede. O novo paradigma é o chamado
pelos pesquisadores de “novo olhar”, ou seja, a nova maneira
de olhar a vida em uma sociedade em rede. Destarte, é
necessário deixar de percorrer a ciência como uma estrada no
tempo que caminha da Física Clássica de Newton à Física
Relativista de Einstein
No exemplo da Biologia, um meio é definido como uma
substância dentro da qual uma cultura cresce. Para a Ecologia
Midiática, um meio é a tecnologia, dentro da qual, a cultura
humana cresce e teve seu florescimento a partir do
desenvolvimento de malhas rodoviárias e ferroviárias, sistemas
de energia elétrica, água e esgoto, atendimento à saúde,
comércio, franquias, redes de computadores, internet, entre
outros.Onde quer que encontremos sistemas vivos – organismos, partesde organismos ou comunidades de organismos – podemos observarque seus componentes estão arranjados à maneira de rede. Sempreque olhamos para a vida, olhamos para redes. O padrão da vida,poderíamos dizer, é um padrão de rede capaz de auto-organização. (CAPRA, 1996, p. 77)
Ao reorientar a forma com que olhamos o mundo, sua visão
deve ser fundamentada na sustentabilidade. É imperioso
compreender a interdependência entre a humanidade e natureza e
transformar as atitudes de autoafirmação em integração. Lançar
mão do poder para equilibrar e passar das hierarquias para as
redes, que, para Capra (1996, p. 16) tem como “primeira e mais
óbvia propriedade” a não-linearidade, uma vez que “ela se
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estende em todas as direções. Desse modo, as relações num
padrão de rede são relações não-lineares”.
Desde as suas origens a internet compartilha dados e
softwares entre pesquisadores nos ambientes estratégicos
militares e vem se tornando imprescindível para compreender as
inter-relações mundiais contemporâneas ao se expandir
exponencialmente mesmo nos países onde há parcos índices de
desenvolvimento social e econômico como comprova a Tabela 1
que demonstra a distribuição da internet ao redor do mundo.
Enormes diferenças persistem e as mais impressionantes são as
elevadas taxas de penetração da Internet na América do Norte,
Europa e Austrália. Oriente Médio e África, apresentam os
maiores crescimentos no número de usuários no período 2000-
2013 e na Ásia está o maior número de pessoas conectadas à
Internet. Pesquisas relacionam o uso da Internet,
oportunidades educacionais e comerciais ao demonstrarem que no
hemisfério Norte e na Austrália são os locais onde esta
plataforma global mais se desenvolve. E mesmo com o incremento
nos intercâmbios e partilha de recursos ainda estamos
limitados pelas restrições linguísticas e socioculturais.
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Tabela 1- Estatísticas de uso da Internet, 2013 1
É inegável que o poder de comunicação digital, que por sua
rapidez e características substituem, com vantagens, as mídias
ditas analógicas, uma vez que este novo meio nos oferece um
largo espectro de possibilidades inovadoras em seu seio.
A ideia de “mundo pequeno” toma corpo, embora seja ainda
mal compreendida e carecer de substância empírica. Nas redes
sociais reais, todos nós dispomos de informações limitadas e
locais, porém sobre a rede social de sua forma global,
verificamos uma proximidade. As pesquisas apresentadas por
Jeffrey Travers e Stanley Milgram (1969) em “An Experimental Study
of the Small World Problem”, demosntraram o que Duncan Watts, também
comprovou mais tarde em 2003 quando aplicou uma pesquisa
ampliada para comprovar a existência das redes e de sua
consequente interligação na condução de instruções. No1 Do sitio: http://www.internetworldstats.com/stats.htm - Internet World Stats – acesso em 12.11.2014
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experimento, diversos participantes se inscreveram on-line,
tendo-lhes sido atribuída, aleatoriamente, uma das 18 pessoas-
alvo residentes em 13 países. Foram ainda informados de que
sua tarefa seria ajudar a retransmitir uma mensagem a uma das
pessoas-alvo que lhes havia sido atribuída, enviando a
mensagem a um contato social que considerassem mais próximo do
alvo do que eles próprios. Ao enviar as mensagens, os
remetentes geralmente recorreram a amizades em detrimento de
laços profissionais ou familiares. Aos remetentes também foram
solicitados indicar o motivo pelo qual consideravam o
conhecido escolhido um destinatário adequado. Os participantes
raramente indicaram uma pessoa conhecida pelo fato de esta ter
muitos amigos, e os indivíduos de correntes bem sucedidas
apresentaram uma probabilidade infinitamente menor de enviar
mensagens a pessoas com muitos contatos. A pesquisa concluiu
que a busca social parece ser um exercício geralmente
igualitário, cujo sucesso não depende de uma pequena minoria
de indivíduos excepcionais.
Conectivismo como nova teria da aprendizagem
“A simples introdução dos meios e das tecnologias naescola pode ser a forma mais enganosa de ocultar seusproblemas de fundo sob a égide da modernizaçãotecnológica. O desafio é como inserir na escola umecossistema comunicativo que contemple ao mesmo tempo:experiências culturais heterogêneas, o entorno das novastecnologias da informação e da comunicação, além deconfigurar o espaço educacional como um lugar onde oprocesso de aprendizagem conserve seu encanto”. (BARBERO,1996, documento eletrônico)
Há pouco tempo, no máximo 40 anos, podíamos concluir umaformação profissional e iniciar uma carreira, que tinha grande
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chance de durar pela vida toda. Antes o acesso às informaçõesera restrito, difícil e a evolução tecnológica era mais lenta.Um saber era medido em décadas. Hoje, o conhecimento cresceexponencialmente, enquanto que o melhor uso destas novastecnologias cresce aritmeticamente. Em algumas áreas, anovidade dura muito pouco e pode ser medida em meses. CathyGonzalez, em “The role of blended learning in the world of technology” afirmaque
Um dos fatores mais persuasivos é o encolhimento da duração doconhecimento para metade. A “meia-duração do conhecimento” é otempo de duração desde que se obtém o conhecimento até que elese torne obsoleto. Metade do que é conhecido hoje não eraconhecido há 10 anos atrás. A quantidade de conhecimento nomundo dobrou nos últimos 10 anos e está dobrando a cada 18meses, de acordo com a Sociedade Americana para Treinamento eDesenvolvimento (ASTD). Para combater o encolhimento para ametade da duração do conhecimento, as organizações tem sidoforçadas a desenvolver métodos para disseminar a instrução.(GONZALEZ, 2004, documento eletrônico)
As mais variadas abordagens teórico-metodológicas tomaram
lugar nas salas de aula e nas práticas do binômio ensino-
aprendizagem como naquelas pregadas pelo Behaviorismo,
Construtivismo e Objetivismo, teorias do aprendizado mais
frequentemente encontradas nos ambientes instrucionais. Porém,
nos últimos vinte anos, diversas tecnologias tem reorganizado
nosso modus vivendi, a forma com que nos comunicamos e até mesmo
como aprendemos.
Os princípios postulados por Siemens (2004) sobre o
Conectivismo, que na atualidade representam uma nova visão do
conhecimento que não ocorre mais apenas com os alunos sentados
nos bancos escolares. O aprendizado acontece no cotidiano,
seguindo modelos formais, informais e não-formais, pressupondo
uma aprendizagem contínua. Para Siemens, a tecnologia
redefiniu a forma que vivemos. Impôs novos hábitos, e até
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mesmo novos conceitos para comportamentos, até então imutáveis
ao longo dos séculos da espécie humana.
Embora as estruturas de redes sejam empregadas na aprendizagem
humana muito antes do desenvolvimento das tecnologias da
informação e comunicação foi somente a partir da integração
destas tecnologias que elas passaram ser alvo de reflexão de
educadores, pesquisadores e estudiosos.
O Conectivismo tem sido criticado por alguns pensadores
contemporâneos por ser entendido como uma teoria que se
sobrepõe às anteriores. Para Kop e Hill (2008, p.11)
certamente ocorre uma mudança de paradigma nas teorias da
aprendizagem e “uma nova epistemologia deve emergir”,
entretanto as contribuições do Conectivismo para este novo
paradigma não devem ser entendidas como uma teoria à parte com
direitos próprios. Os mesmos autores afirmam que o
Conectivismo tem um papel importante e emergente nas novas
pedagogias “onde o controle está se deslocando do tutor para
um aluno cada vez mais autônomo”.
Parte da novidade e da atração para os profissionais é que
o Conectivismo aborda questões além das teorias da
aprendizagem tradicionais, como o behaviorismo e cognitivismo.
Os princípios do Conectivismo, para Siemens, são que o
aprendizado e o conhecimento residem na diversidade de
opiniões. O aprendizado é um processo de conexão entre nós
(elos de uma corrente) especializados ou fontes de informação
e pode acontecer em aplicações não-humanas. O saber crítico
que evolui constantemente e as conexões precisam ser nutridos
e mantidos para preservar a aprendizagem, assim como a
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habilidade em reconhecer conexões entre campos, ideias e
conceitos, a precisão na atualização do conhecimento e, por
fim, a tomada de decisões.
Desta forma, o Conectivismo se propõe, conforme Siemens, a
redefinir a aprendizagem inserida nos diversos contextos
identificados na Introdução deste trabalho para se configurar
como uma teoria da aprendizagem para a era digital. Esta é uma
tarefa difícil para uma teoria recém-chegada, ainda não
testada o suficiente e por isto pode-se justificar certa falta
de rigor.
Com o incremento da aplicabilidade proporcionada pelo
desenvolvimento tecnológico, a aprendizagem e o conhecimento,
germinam na multiplicidade de opiniões e é um processo que
conecta diferentes fontes de informação. O aprendizado pode
acontecer até em dispositivos não-humanos e quanto maior a
intensidade do conhecimento, maior é a crítica ao que é
conhecido atualmente. Assim, as condições contemporâneas de
aprendizagem precisam refletir o tecido social.
Na concepção deste modelo de escola que se apropria
integralmente de novas tecnologias educacionais o aluno é o
centro do processo de aprendizagem. Os principais pilares são
ensino personalizado, projetos transdisciplinares, avaliação
baseada em competências, uso de tecnologia digital e um
currículo expandido para a criação do eu e do meio através de
habilidades cognitivas e não-cognitivas.
Um exemplo de aplicação do Conectivismo é implementado no
Rio de Janeiro, o Projeto GENTE – Ginásio Experimental de
Novas Tecnologias Educacionais, propõe mudanças no conteúdo,
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no método e na gestão. Não há turmas, anos ou salas de aula, o
uso dos tablets e smartphones compõem o material escolar dos
alunos e professores. O conteúdo, habilidades e competências
são desenvolvidos nas aulas digitais da Educopédia2 (plataforma
que inclui material de suporte para professores, como
sequências didáticas com jogos digitais, vídeos e testes). As
avaliações do aprendizado são aplicadas por meio de um sistema
avaliativo denominado “Máquina de Testes”3, com correção
automática e resultados imediatos.A finalidade de implementar as novas tecnologias em conjuntocom esta nova metodologia de ensino é tornar os alunos cidadãosautônomos, solidários e competentes que desenvolverãohabilidades essenciais para um mundo em constantetransformação, tais como: buscar, analisar e avaliarinformações e fontes; solucionar problemas e tomar decisões; eutilizar de forma criativa as ferramentas de produtividade.(RATTO, 2013, documento eletrônico)
O projeto tem início quando o aluno passa por uma
avaliação onde serão identificadas as deficiências de
aprendizagem, níveis e diferentes estilos. Um itinerário
formativo é estabelecido, um mapa é produzido contendo as
2 A Educopédia é uma plataforma colaborativa de aulas digitais online, contendoatividades autoexplicativas que de forma lúdica e prática de qualquer lugar e aqualquer hora. A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, criou estaplataforma para tornar o ensino mais atraente e mobilizador, não somente para osalunos, adolescentes, para também instrumentalizar o professor. É mais umaalternativa de reforço escolar, favorecendo aos alunos que faltaram às aulas ou quenão compreenderam o conteúdo. A Educopédia foi criada com base nas orientaçõescurriculares da Secretaria Municipal de Educação e estruturada para cada dia deaula. As aulas digitais possuem atividades que incluem vídeos, animações, textos,podcasts, quizes, jogos e seguirão uma metodologia pré-definida. 3 A Máquina de Testes é um sistema de avaliação dos alunos que cobrirá, a médioprazo, todas as disciplinas, de 1º a 9º ano. Em fevereiro de 2013, o sistema játerá provas de Português, Matemática e Ciências, do 5º ao 9º anos. Por meio de umbanco de questões, preparadas por cerca de 100 professores da rede municipal, osalunos farão provas em ambiente digital. Todas as questões aplicadas pelocomputador serão de múltipla escolha, gerando um resultado imediato. O sistema seráusado para as avaliações bimestrais, que servem como base para o acompanhamento dodesempenho das escolas municipais. Os alunos do GENTE usarão a Máquina de Testesfrequentemente, ao final de cada aula da Educopédia.
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competências e habilidades anteriores e as que ainda precisam
desenvolver. Com o apoio do professor mentor todos os alunos
são orientados a participar de atividades que os auxiliem a
prosseguir em seu projeto. As disciplinas eletivas têm
objetivos pedagógicos, conceituadas de forma a realizar
qualquer sonho os alunos aspiram e fornecer a formação básica
sólida. Estas disciplinas são de livre escolha e também
relacionadas a seus projetos de vida. Diversas disciplinas
eletivas são oferecidas: robótica, mecatrônica, construção de
blogs como portfólios; Inteligência Artificial (curso da
Universidade de Stanford); programação básica; webdesign. Os
alunos ainda têm acesso aos livros de Shakespeare, em inglês
em curso oferecido pela Universidade de Harvard.
Semestralmente, a partir de uma situação-problema ou uma
pergunta para elaboração e aplicação do conhecimento, os
projetos serão desenvolvidos pelos alunos, com uma forma de
educação "hands on" relacionada a áreas diversas. Os alunos são
instados a analisar dados reais, trabalhar em grupos pré-
definidos e atuar como agentes transformadores de suas
realidades.
Como material de apoio didático-pedagógico, a biblioteca
digital da Educopédia, disponibiliza livros interativos. Esta
biblioteca é composta por um acervo atraente para cada faixa
etária, contendo desde material de pesquisa de profissões até
grandes clássicos da literatura, e que podem ser acessados por
diversos meios (digitais ou não).
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Críticas apresentadas ao conectivismo por outras linhas
pedagógicas
As definições tradicionais das teorias pedagógicas
englobam muitas características e estas estão associadas às
três principais e mais conhecidas abordagens pedagógicas
(Behaviorismo, Construtivismo e Objetivismo) e em outras
palavras, ainda consideram que o processo da aprendizagem é
uma conquista duradoura, seja ela emocional, mental ou de
habilidades e que surgem como resultado de experiências e
interações com conteúdo ou outras pessoas.
O conceito de aprendizagem em um primeiro momento está
apoiado no reconhecimento de fontes válidas de conhecimento e,
a partir disto, há uma redução no tempo que seria consumido
por meio de experiências. Em tese, podemos adquirir
conhecimentos por meio do pensar e raciocinar. Mas como
aprofundar o conteúdo do conhecimento, para que seja possível
ser, realmente, conhecido?
Se voltarmos nossos olhos para as teorias relativas à
aprendizagem, e há uma variação de abordagens do Behaviorismo,
tal como o Objetivismo, que considera que a realidade é
externa e é objetiva, e o conhecimento é obtido por meio de
experiências. Por outro lado, o Pragmatismo, à semelhança do
cognitivismo, tem como entendimento que a realidade é
interpretada e o conhecimento é conquistado por meio da
experiência e raciocínio. O Interpretivismo, variante do
construtivismo, onde a realidade é interna, e o conhecimento é
construído. No quadro 1 é apresentado um quadro comparativo
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entre teorias da aprendizagem, a forma como são aplicadas e
seus resultados.Behaviorismo Cognitivismo Construtivismo Conectivismo
O processoda aprendizagem
Pode incluir redes virtuaisou não. Apoiado em leis associativas de proximidade, similitude, etc. Comportamentosobserváveis.
Estrutura da aprendizagem se apoia em conhecimentose experiências prévias. Organizado por redes semânticas. Permite resíduos cognitivos transferíveis. Estilos cognitivos. “Cultura de pensamento”, Inteligênciasmúltiplas. Visualização do pensamento. Educação paraa compreensão.
Criação de significados por ressemantização de sentidos pessoais, grupais, contextuado comuns, etc. Pode incluir redes virtuais. Relacionado com o enfoque histórico sócio cultural.
Por conexão de entidadesdiversas crescem e sedistribuem dentro de uma rede social, tecnologicamente forte onde seus componentes se reconhecem.
Fatores que influenciam na aprendizagem
Natureza do estudante, estimulo externo, ensaio e erro,repetição e reforço, castigos, leisde contiguidade, semelhança, etc.
Esquemas existentes reelaborados por previas experiências e saberes. Motivação intrínseca e orientação docente.
Situações desenhadas para desenvolver comprometimento, participação, inserção útil na sociedade, grupo social, etc. recreaçãocultural.
Diversidade de redes e pontos de vista dos participantes.
Abrangência da memória
É muito importante e existe e se reforça por conexões semelhantes e repetições na experiência e
Serve para codificar mensagens, armazenar, revisá-los para aplicação. Relação com o
Recordar e ancorar o conhecimento anterior, se relaciona significativamente dentro deum contexto
Reconhecer padrões adaptativos que representem estruturas de rede.
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pressões externas.
processamentoda informaçãocom memória de curto e longo prazos.
para criar saber.
Transferência da aprendizagem
Por estímulo a resposta certa onde se penaliza o erro.
Duplicando o conhecimento construído pelo estudante.
Aplicado em uma situação onde a socialização das redes aumentem com aintersubjetividade.
Por conexão dos pontos da rede (nós) e aplicação a outros.
Tipo de aprendizagem que melhor explique ateoria
As tarefas baseadas em conexões em redes reais e virtuais, que crescem e se desenvolvem infinitamente.
Raciocínio segundo claros objetivos, solução de problemas,elaboração deprojetos. Estudo de casos.
Atividades geradoras do desenvolvimento da compreensão com a utilização de desenhos educativos (formais e nãoformais, presenciais e à distância) de contextos interativos e inteligentes.
Produzir conexões de mudanças rápidas recorrendo avariadas fontes de informação, segundo objetivos.
Quadro 1 - comparativo entre teorias de aprendizagem e oConectivismo (Adaptado do Comparativo em Curso de Formação deProfessores)
Siemens e Downes despertaram enorme atenção do mundo
quando na blogosfera em 2005, discutiram suas ideias sobre o
conhecimento distribuído na rede. No entanto, para Rita Kop e
Adrian Hill4 importantes questões acerca da “recém-criada”
teoria da aprendizagem, o Conectivismo, como por exemplo, um
possível vínculo com outras teorias não está muito definido.
Uma enorme discussão seguiu-se em torno do Conectivismo como
4 Rita Kop (University of Wales Swansea) e Adrian Hill (Open School BC, Canada), “Connectivism: Learning theory of the future or vestige of the past?”, artigo publicado na International Review of Research in Open and Distance Learning, volume 9, número 3. Outubro 2008.
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teoria da aprendizagem para a era digital e isto levou a
inúmeros questionamentos em relação às teorias de aprendizagem
reconhecidas, tais como: será que elas ainda satisfazem às
necessidades dos alunos de hoje e antecipam suas necessidades
futuras? Será que uma nova teoria que englobe novos
desenvolvimentos em tecnologias digitais seja mais apropriada,
e esteja em consonância aos outros aspectos da aprendizagem,
incluindo na sala de aula tradicional, a educação a distância
e o e-learning?
Kerr (2007) identifica dois propósitos para o
desenvolvimento de uma nova teoria: o primeiro é que a nova
teoria substitui teorias mais antigas pois estas se tornaram
insuficientes ou que esta nova teoria baseia-se em teorias
anteriores, sem descartá-las. A nova teoria ocorre em
atendimento daquilo que as mais antigas já não explicam mais.
Se as teorias mais antigas são substituídas pelo
Conectivismo, então quais são as suas bases de sustentação? Se
o Conectivismo é construído por teorias anteriores, como é sua
integração com as antigas e a nova teoria para ser conduzida?
A teoria do Conectivismo é uma estrutura teórica para a
compreensão do processo da aprendizagem e o ponto de partida
acontece quando o conhecimento é acionado ao longo da
aprendizagem, quando houver a conexão e a alimentação de
informações de um aluno em uma comunidade de aprendizagem.
Considerações finais
A Educação precisa olhar para além das fronteiras e das
formas tradicionais de ensino. A presença de outros valores
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introduzidos pelas novas tecnologias e sua interatividade com
o comportamento humano contemporâneo, apresenta novos rumos,
opiniões e pensares para a comunidade científica da Educação
Tradicional. A identidade tem que ser revisada e como tal,
reconstituída para conquistar de vez o efeito colateral de uma
nova espécie de ser humano, resultante da nova ecologia criada
pelas tecnologias.
A velocidade da criação (ou invenção) das tecnologias é
maior do que a capacidade humana de absorvê-las, otimizá-las e
em seguida disponibilizá-las à sociedade. Os softwares
disponíveis ainda não abrangem, em sua totalidade, a
multiplicidade tecnológica e suas interligações com os
equipamentos disponíveis ao público escolar. O alunado, por
sua vez, e com muita frequência, chega aos bancos escolares
portadores de tablets, smartphones e netbooks, sem que o seu
professor, conheça e domine com maestria uma metodologia que
se aproprie destes mesmos equipamentos, em prol do crescimento
e desenvolvimento dos conteúdos educativos aplicáveis à sua
clientela.
Um conflito teórico-metodológico se instalou ao considerar
o Conectivismo uma metodologia educativa. Enquanto que o aluno
(conhecedor de muitas destas novas tecnologias e dispositivos)
as utiliza em seu cotidiano, sem que seja estimulado a pensar
sua vida ou seus objetivos profissionais. Há um mercado
consumidor de Games, de Gadgets e aplicativos. Existem
aplicativos disponíveis para tudo que imaginarmos, desde
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receitas das mais diversas gastronomias, até a chamada de um
taxi na porta de nossas casas.
E porque não encontramos aplicativos, que possam ser
instalados nestes mesmos tablets ou smartphones, fazendo com que
nossos jovens aprendam a decidir ou incluir em seu cotidiano
uma compreensão da vida, de seus relacionamentos e de seus
propósitos futuros? Este é um dos desafios que será,
certamente, enfrentado pelo Conectivismo.
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