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CENTRO UNIVERSITÁRIO MARINGÁ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA ALEX APARECIDO DE ALMEIDA Avaliação da Exposição Respiratória Ocupacional em uma Indústria de Produtos Químicos Orgânicos . Maringá 2016

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

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C E N T R O U N I V E R S I T Á R I O D E M A R I N G Á D E P A R T A M E N T O D E C I Ê N C I A S E X A T A S T E C N O L Ó G I C A S E A G R Á R I A S ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

ALEX APARECIDO DE ALMEIDA

Avaliação da Exposição Respiratória Ocupacional em uma Indústria de Produtos Químicos Orgânicos.

Maringá

2016

C E N T R O U N I V E R S I T Á R I O D E M A R I N G Á D E P A R T A M E N T O D E C I Ê N C I A S E X A T A S T E C N O L Ó G I C A S E A G R Á R I A S ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

ALEX APARECIDO DE ALMEIDA

Avaliação da Exposição Respiratória Ocupacional em uma Indústria de Produtos Químicos Orgânicos.

Monografia apresentada à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Maringá, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Ambiental e Sanitária.

Orientador: Profo. Me. Thiago Dias Azenha

Maringá

2016

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................1

1.1 JUSTIFICATIVA....................................................................................2

1.2 OBJETIVO GERAL...............................................................................3

1.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS.................................................................3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................4

3 MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................8

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO......................................8

3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA........................................................10

3.3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS...........................................11

4 RESULTADOS ESPERADOS...................................................................15

5 CRONOGRAMA........................................................................................16

6 REFERENCIAS.........................................................................................17

1 INTRODUÇÃO

A poluição atmosférica industrial é uma realidade evidenciada pós-revolução

industrial, com o crescimento dos processos industriais. A atmosfera vem recebendo

a cada dia elevadas cargas de poluentes e essa poluição do ar tem muitos efeitos

nos quais o homem que a causa não percebe, e até possivelmente não saiba, além

de provocar muitos danos e desequilíbrio ao meio ambiente.

 As indústrias são os maiores responsáveis por esse grande problema

chamado, poluição do ar. Toneladas de contaminantes são lançadas no ar dia após

dia em todo o mundo, sendo emitidos pelas chaminés, que acarreta consequências

tão graves ao aquecimento global e o efeito estufa, quanto às doenças respiratórias.

Os elevados índices de industrialização e urbanização verificados no país,

desde a década de 70, levaram o Governo Brasileiro a programar medidas de

controle da qualidade do ar, orientado para as emissões procedentes das indústrias

(fontes fixas) e dos veículos automotores (fontes móveis). Um dos efeitos mais

sérios da contaminação ambiental é a bioacumulação dos poluentes pelos

organismos vivos. Animais e plantas podem concentrar os compostos em níveis

milhares de vezes maiores que os presentes no ambiente.

A regulamentação da emissão de poluentes gerados por grandes fontes

estacionárias ocorre em grande parte nas fases do licenciamento ambiental, não se

observa, entretanto, uma tendência de modernização das instalações com o objetivo

de controlar as emissões atmosféricas. Além disso, existem lacunas importantes

relativas ao monitoramento ambiental do entorno dos complexos industriais do país,

no que se refere ao fornecimento de séries históricas e informações, tais como: a

composição dos efluentes e a quantificação das emissões, dificultando

enormemente avaliação dos impactos causados pelas fontes estacionárias.

A Saúde e Segurança do Trabalho constituem a interação entre a saúde e o

trabalho, tendo como objetivos preservar a integridade física dos trabalhadores e

objetivando precautelar a vida humana, sendo assim, a preocupação em evitar o

surgimento das doenças decorrentes de qualquer exposição dos trabalhadores aos

contaminantes no ambiente de trabalho, principalmente químicos, além disso,

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conduz à tomada de medidas de controle nas atividades econômicas, principalmente

sobre as atividades relacionadas aos contaminantes atmosféricos.

Apesar da regulamentação pelos Ministérios do Trabalho e da Previdência na

luta para reduzir o número de acidentes e doenças ocupacionais, a maior parte das

empresas do país ainda descumpre as normas determinadas, colocando em risco a

saúde e a segurança dos trabalhadores.

No respeito ao controle das doenças ocupacionais provocadas pela inalação

de ar contaminado, seja ele por poeiras, fumos, névoas, gases e vapores, o objetivo

principal deve ser minimizar a contaminação no local de realização da atividade de

trabalho. Esta premissa deve ser alcançada tanto quanto possível, pelas medidas de

controle de engenharia (enclausuramento, ventilação, mudanças no processo ou nos

insumos por outros menos tóxicos).

Quando as medidas de controle não são viáveis, ou enquanto estão sendo

implantadas ou analisadas, deve ser realizada a neutralização no trabalhador por

meio de proteção individual.

Dentro deste contexto, este estudo de caso tem o objetivo de discutir a

necessidade de caracterização das emissões atmosféricas das fontes estacionárias

de uma empresa do segmento de produtos químicos orgânicos, de forma a subsidiar

as decisões, avaliações dos impactos causados por essas fontes na saúde dos

trabalhadores e propor a implantação de proteção individual respiratória.

1.1 JUSTIFICATIVA

Diante da importância do planejamento e da amostragem da qualidade do ar

em ambientes industriais, esse trabalho se posiciona como um subsídio a tomadas

de decisões, através da caracterização dos limites ou valores encontrados do

contaminante no ambiente atmosférico a fim de dar embasamento para a

implantação de um meio de controle primeiramente no trabalhador e posteriormente

na fonte geradora. No caso especial do estudo, o ramo da produção de químicos

orgânicos trata-se de uma área em expansão, sendo por isso alvo de

monitoramento. O estudo da caracterização amostral dos valores de exposição

2

ocupacional e ambiental, como o proposto no trabalho, pode oferecer informações

válidas na orientação de um reajuste ou melhoria no processo produtivo.

1.2 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade do ar em uma indústria do segmento de fabricação de produtos

químicos orgânicos e implantar um sistema de proteção individual respiratório.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a aplicação das normas vigentes relativas à qualidade do ar

ocupacional;

Identificar os pontos críticos e realizar amostragem de ar para obter

resultados.

Comparar os valores obtidos com a legislação referente à saúde dos

trabalhadores expostos;

Propor monitoramento e medidas de controle das emissões na fonte;

Elaborar treinamentos com os trabalhadores visando à eficiência do

uso do equipamento de proteção respiratória.

3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A atmosfera é dividida em cinco camadas, cada uma delas tem a sua função,

mas é na camada mais próxima a Terra, onde tem a maior presença do oxigênio,

que acontece a formação dos ventos e das chuvas e de onde todos os seres vivos

retiram os componentes para a sua sobrevivência no planeta.

Figura 1: Camadas da Atmosfera

Fonte: Revista Asteroide 2011.

Segundo Olimpio (2002), a poluição do ar sempre fez parte da vida do

homem. Nossos ancestrais já conviviam com a poluição natural de queimadas,

erupções vulcânicas e decomposição de matéria orgânica. Mais tarde, a

intensificação das atividades antropogênicas trouxe maior contribuição para a

poluição atmosférica com o cozimento de alimentos, aquecimento residencial e

manufatura. Com a expansão da urbanização, as fontes de poluição multiplicaram-

4

se e concentraram-se. O crescimento da frota motorizada agravou ainda mais o

problema, mesmo em áreas não industrializadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dois milhões de pessoas

sejam vítimas de uma variedade de doenças causadas pela poluição atmosférica a

cada ano. Nos dias atuais, os países africanos e asiáticos são considerados os mais

poluídos. A América Latina ocupa uma posição no ranking intermediária, e há entre

nossos vizinhos pelo menos oito países em condições mais graves que o Brasil. A

Bolívia comanda o ranking regional dos piores indicadores de qualidades do ar.

Segundo Cavalcanti (2010), são diversos os casos relatados de doenças e mortes

causadas pela presença, no ar, de substâncias prejudiciais, resultantes, sobretudo,

da atividade antrópica. A poluição atmosférica pode resultar em impactos de ordem

local, regional e global. Os impactos chamados de locais são localizados próximos

às fontes de poluição, incluem desde os danos a saúde humana até alterações na

quantidade de precipitação na área urbana; já o impacto regional ou continental é a

aqueles vistos á distancias maiores das fontes, um exemplo são as chuvas ácidas

(presença na atmosfera do dióxido de enxofre, do óxido de nitrogênio, do ácido

clorídrico e do ácido fluorídrico); e os impactos globais afetam o planeta, incluem o

efeito estufa (CO2, CH4, Clorofluorcarbonos e outros gases na atmosfera) e a

destruição da camada de ozônio (emissão de clorofluorcarboneto).

Ainda de acordo com CAVALCANTI (2010), foi a partir da descoberta do fogo

que o homem pré-histórico começou a contribuir de forma atuante, e não consciente,

para a deterioração da qualidade do ar. Já em Roma, há 2 mil anos, surgiram as

primeiras reclamações sobre a qualidade do ar. No final do século XIII, foram

assinadas as primeiras leis de qualidade do ar na Inglaterra.

Nos primórdios da Revolução Industrial, a poluição da atmosfera passou a ser

considerada um problema de saúde pública quando começaram a ser adotadas

técnicas baseadas na queima de grandes quantidades de carvão, lenha e,

posteriormente, óleo combustível e onde trabalhadores passaram a adoecer.

Segundo Braga et al. (2005), a poluição do ar tem sido, desde a primeira metade do

século XX, um grave problema nos centros urbanos industrializados, com a

presença cada vez maior dos automóveis que vieram a somar-se às indústrias,

como fontes poluidoras.

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Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
Ano?
Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
distâncias
Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
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são
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regionais ou continetais
Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
impactos
Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
os

Como ressaltou Kemp (1994), as atividades humanas, no entanto, estão

atreladas às leis naturais bem definidas e implacáveis em suas ações. A segunda lei

da termodinâmica, por exemplo, contemplada pelo conceito de entropia, estabelece

patamares energéticos distintos em fenômenos que inicialmente, na forma mais

organizada, apresentam baixa entropia e, após a transformação e obtenção do efeito

desejado, resultam em qualidade energética inferior, ou seja, alto valor entrópico. O

aumento na desorganização ocorrida, aumento da entropia do sistema, gera

efluentes: materiais de conteúdo energético inferior às matérias-primas empregadas,

alguns deles gasosos.

A poluição atmosférica, entretanto, não é um processo recente, e não é única

a responsabilidade do homem, sendo que a própria natureza tem encarregado,

durante milhares de anos, de participar ativamente deste processo com o

lançamento de gases e materiais particulados originários de atividades vulcânicas,

dentre algumas fontes naturais de poluentes. A atividade antrópica, por sua vez,

acaba por tornar mais intenso a poluição do ar, com o lançamento contínuo de

grandes quantidades de substâncias poluentes (OLIVEIRA, 1997).

Segundo Braga (2005), poluentes são resíduos gerados pelas atividades

humanas, causando um impacto ambiental negativo, ou seja, uma alteração

indesejável. Desta maneira, a poluição esta ligada à concentração, ou quantidade,

de resíduos presentes no ar, na água ou no solo. Os poluentes atmosféricos

liberados se concentram principalmente na camada de ar mais próxima à superfície

da Terra, a troposfera, sendo que nela os gases tóxicos e materiais particulados em

suspensão contribuem significativamente para a degradação da qualidade do ar.

As ações de controle em âmbito nacional concentram-se na existência de

padrões de qualidade ambiental estabelecidos pelas resoluções do Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), no estado do Paraná pela Secretaria de

Estado de Meio Ambiente (SEMA) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

A resolução SEMA nº 016/2014, define critérios para o Controle da Qualidade

do Ar como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para proteção da

saúde e bem estar da população e melhoria da qualidade de vida, com o objetivo de

permitir o desenvolvimento econômico e social do Estado de forma ambientalmente

segura, e dá outras providencias.

6

Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
está

De acordo com Torloni (2003), o fator de emissão é a relação entre a

quantidade de poluição gerada pelas indústrias e a quantidade de matéria prima

transformada, de acordo com a sua especificidade.  Essa poluição é devida, direta

ou indiretamente, ao lançamento de substâncias tóxicas para o ar, resultando em

efeitos prejudiciais de modo a pôr em perigo a saúde dos trabalhadores expostos,

danos nos recursos vivos e nos ecossistemas, assim como nos bens materiais, pôr

em risco ou prejudicar os valores estéticos e a outras legítimas utilizações do

ambiente. Um dos efeitos mais sérios da contaminação ambiental por poluentes é a

bioacumulação pelos organismos vivos. Animais e plantas podem concentrar os

compostos em níveis milhares de vezes maiores que os presentes no ambiente. O

acúmulo de poluentes industriais pelos organismos pode ter efeitos bastante

abrangentes já que podem afetar a saúde dos trabalhadores.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Para realização do presente trabalho o local de estudo escolhido foi uma

empresa especializada na fabricação de produtos químicos orgânicos extraídos do

resíduo do processamento da soja para obtenção de óleo. A indústria está localizada

no município de Apucarana (norte do estado do Paraná), cidade com população de

aproximadamente 130 mil habitantes, colonizada e planejada pela Companhia

melhoramentos norte do Paraná (CMNP) graças ao significativo contingente

populacional de imigrantes que procuravam trabalho esta região. A cidade sofreu

sua emancipação do município de Londrina em 1944, desenvolvendo-se pela

expansão agrícola cafeeira. A economia da cidade está dividida entre as indústrias

de beneficiamento do couro, de commodities sendo milho e soja, têxtil e facções de

roupas.

O bioma onde está inserida Apucarana é a Mata Atlântica e o clima da região

é Subtropical Úmido Mesotérmico, cujos verões são quentes com tendência de

concentração das chuvas (temperatura média superior a 22° C) e invernos com

geadas pouco frequentes (temperatura média inferior a 18° C), sem estação seca

definida. O município exibe relevo predominante de colinas médias, com formas

arredondadas de declividade fracas e moderadas ao longo do interflúvio principal.

Foto 1: Delimitação do município de Apucarana.

Fonte: IBGE, 2014.

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A empresa em estudo está localizada na zona rural do município de

Apucarana e foi fundada no ano de 1998, onde começou a trabalhar no ramo de

gordura de origem animal (sebo bovino). Notando que o país favorecia fortemente

também o mercado de óleos vegetais, principalmente o óleo de soja, a empresa

começou a investir no mercado de produção do óleo ácido de soja, proveniente da

borra do refino do óleo de soja (soybean oil refining operation). Dessa forma, a Vale

Rio foi especializando-se nesse segmento e hoje produz óleo 100% de origem

vegetal, tendo como carro-chefe o óleo ácido de soja. O óleo ácido de soja, ou

também chamado de ácido graxo de soja, tem várias destinações, entre elas:

Ingrediente para ração de frangos de corte: devido seu valor

energético, substitui-se parcial ou total do óleo de soja degomado (óleo de soja bruto

sem passar pelo refino), dependendo da fase do frango; estudos do óleo ácido de

soja demonstraram que ele é uma fonte energética alternativa de alto potencial

econômico para uso em dietas comerciais para frangos de corte, apresentando valor

energético de 8.114 kcal EMAn/kg de MS, valor 5% inferior ao determinado para o

óleo de soja degomado;

Mineração, na flotação de apatita (nome comercial): também chamado

de pentóxido de fósforo (P2O5), ou fosfato tricálcico (Ca3(PO4)); os óleos ácidos de

soja são reagidos com Hidróxido de Sódio e forma sais alcalinos que são os

coletores aniônicos mais utilizados na indústria de minérios para processamento de

flotaçao de minerais não sulfetos, principalmente dos óxi-minerais. Quando em

solução aquosa, os sabões dos ácidos graxos são bastante solúveis, e dão origem a

espécies denominadas carboxilatos (RCOO-). Estes possuem um alto poder de

coleta, além de custo baixo e grande disponibilidade de suas matérias primas;

Matéria-prima para a fabricação de resinas alquídicas para tintas e

vernizes e indústrias químicas especializadas: a partir da destilação do óleo ácido de

soja (ácido graxo de soja), este é utilizado na fabricação de resinas alquídicas semi-

secativas com excelentes propriedades a agentes químicos e abrasivos bem como

na formulação de agentes de moagem para pigmentos, diversas aminas e amidas e

em formulações de lubrificantes industriais.

Biodiesel de Segunda Geração ou “Diesel Renovável”: O óleo ácido de

soja é utilizado na fabricação do biodiesel de Segunda Geração. Na Europa alguns

países já começaram a produção e utilização desse biodiesel, porém o Brasil ainda

9

não produz. São classificadas como “diesel renovável” misturas de hidrocarbonetos

que podem ser obtidas pelo craqueamento ou hidrocraqueamento de óleos e

gorduras ou ainda pelo processo BTL(Biomass-to-liquids, é um combustível líquido

obtido através da pirólise rápida). Esse processo permite o uso de qualquer matéria-

prima graxa (gordura animal, óleo vegetal, óleo de fritura usado, óleo ácido

proveniente das borras de refino de óleos vegetais, incluído o óleo ácido de soja,

entre outros). Essas matérias-primas são totalmente transformadas em biodiesel

independente da acidez e da umidade que possuem.

A VALE RIO AGRO INDUSTRIAL LTDA possui uma carteira de clientes

satisfeitos com o produto Óleo Ácido de Soja, que estão incluídos nos diversos

setores explanados acima, pois, como vale ressaltar, há uma preocupação

necessária pela empresa que vai desde a aquisição de matéria-prima e insumos

para a produção industrial até a destinação final de seus efluentes e resíduos,

conjugando qualidade e preocupação com o meio ambiente.

3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA

No planejamento da coleta das amostras serão definidos os locais de trabalho

e as situações de exposição a serem avaliados e os respectivos tipos de coleta,

tempo de coleta, número e tipo de amostras, materiais e equipamentos a serem

utilizados, assim como o laboratório que realizará a análise.

Para o melhor planejamento da coleta, realizou-se uma avaliação quantitativa

preliminar na forma de visitas e observações in loco.

Sendo assim, inicialmente será realizada a etapa de revisão bibliográfica que

ocorrerá de forma contínua desde o início até o fim do trabalho para embasamento

científico sobre o assunto abordado. Por meio desta etapa buscou-se a ampliação

dos conhecimentos sobre o processo produtivo e a área de estudo.

Em um segundo momento será realizado visitas semanais para o

monitoramento e registro fotográfico da emissão e da exposição dos trabalhadores

para confecção do inventário de imagens.

10

A terceira fase do trabalho consiste em determinar a identificação e exposição

dos critérios utilizados, tendo como objetivo encontrar parâmetros essenciais dos

poluentes a serem avaliados.

Assim, posterior às fases descritas acima, será realizada a análise destes

critérios buscando fazer a conexão entre os parâmetros encontrados e as

legislações ocupacionais vigentes. Com base nos valores encontrados será

estruturado um registro de resultados e esse será componente da quinta fase do

trabalho.

Uma sexta fase será a implantação de equipamento de proteção individual

respiratória e treinamento com os trabalhadores, a fim de fornecer uma medida

paliativa até que as medidas operacionais nas fontes geradoras sejam projetadas e

implantadas.

3.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a amostragem do contaminante a base de ácido sulfúrico e por este

material suspenso no ar ser constituído por partículas de diâmetro aerodinâmico

menor que 25μm, capaz de passar pela laringe, entrar pelas vias aéreas superiores

e penetrar nas vias aéreas dos pulmões, será apropriado para avaliação do risco

ocupacional associado com as partículas que exercem efeito adverso quando

depositadas nas regiões traqueobronquial e de troca de gases, a utilização de

equipamento de amostragem passiva por método gravimétrico denominado bomba

de amostragem de gases e vapores. O equipamento de coleta é colocado no próprio

trabalhador, posicionando-se o dispositivo de coleta na altura da zona respiratória,

conforme figura 01 (um) abaixo. O amostrador será encaminhado pra análise

laboratorial para determinação dos resultados.

11

Figura 01.Fonte: Fundacentro, 2009.

O ácido sulfúrico (CAS 7664-93-9) será objeto de avaliação pelo método

OSHA ID-113 Cromatografia de Íons, sendo usado o amostrador tipo ciclone

respirável/torácico , conforme Figura 2 abaixo exemplificada, que ficará posicionado

na zona respiratória do trabalhador, conforme anexo um (1). Esse equipamento

contém um cassete de poliestireno de 37 mm de três seções, referência SKC 225-

3250, um filtro de éster de celulose de 37 mm, com porosidade de 0,8 µm. A vazão

de amostragem é de 1,6 L/min e volume de ar amostrado corresponde a 768 litros,

com tempo de amostragem de 8 horas, onde serão mantidos os brancos de campo

recomendados de 10% do número de amostras. O condicionamento para transporte,

logo após a amostragem, deve seguir o procedimento de transferir somente o filtro, e

não o suporte do filtro, com uma pinça para um frasco de vidro com tampa revestida

com Politetrafluoretileno (PTFE), não sendo necessária refrigeração.

Os valores encontrados serão lançados em uma planilha, separada por setor

para geração de histograma e comparação com valores anteriores amostrados no

ano de 2013. Assim, se obterá uma base de dados para comparação dos valores

amostrados com os valores de exposição, segundo a norma regulamentadora

número 15 (NR 15) da portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministério do

trabalho e previdência social.

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Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
Colocar a figura logo após o parágrafo.

O número de amostras a serem coletadas está relacionado com o dispositivo

de coleta a ser utilizado e a capacidade de retenção do filtro de membrana, variando

conforme o tipo de amostra, no pressente estudo a fim de projetar dados mais

concisos três amostras de ar são coletadas, sendo que o período de coleta deverá

corresponder à jornada diária de trabalho.

Seleção de materiais e equipamentos:

a. Filtro de membrana: A seleção do filtro de membrana deve atender aos

requisitos do método a ser aplicado para a análise do material

particulado. Os tipos de filtros de coleta devem ser compatíveis com os

métodos analíticos a serem utilizados;

b. Porta-filtro: A seleção da porta-filtro depende da fração de material

particulado a ser coletada;

c. Separador de partículas: Para a coleta de material particulado torácico,

utilizar um separador projetado para selecionar partículas menores que

25 μm com 50% de eficiência de coleta em partículas com diâmetro

aerodinâmico de 10 μm.

d. Bomba de amostragem: Selecionar uma bomba de amostragem que

atenda às características técnicas definidas. A calibração da bomba

deve ser realizada a partir de um padrão primário de calibração ou um

padrão secundário devidamente calibrado, conforme o método

escolhido. A vazão da bomba deve ser ajustada de acordo com

orientações definidas para o desempenho correto do dispositivo de

coleta utilizado.

e. Mangueira: Utilizar mangueiras flexíveis de material plástico, de

preferência inerte, tipo Tygon®, com diâmetro e comprimento

adequados a fim de evitar a interrupção do fluxo de ar ou vazamentos.

13

Figura 2: Dispositivo de coleta para particulados torácico e respirável

Fonte: Fundacentro, 2009.

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4 RESULTADOS ESPERADOS

Com a amostragem do ar pelo método OSHA ID-113- Cromatografia de Íons

realizada pela amostragem gravimétrica passiva espera-se obter insumos para

comparação da exposição dos trabalhadores envolvidos no processo produtivo, com

os limites expressos na legislação trabalhista em vigor, descrita na norma

regulamentadora numero 15 do Ministério do Trabalho e previdência social. Essa

comparação está associada à caracterização dos limites de tolerância relativos à

nocividade dos poluentes ao bem estar e saúde dos trabalhadores. Também se

espera comparar os mesmos indicadores com legislações mais restritivas, como a

americana ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists).

Espera-se que esse o trabalho, ao seu fim, forneça subsídios para que seja

possível monitorar a qualidade do ar e apresentar os pontos críticos das emissões,

que podem afetar os trabalhadores e o meio ambiente. Caso os limites encontrados

estejam acima dos valores permitidos, será implantado, na forma de controle, o uso

do equipamento de proteção individual.

15

Thiago Dias Azenha, 11/04/16,
número 15

5 CRONOGRAMA

Atividades a serem

desenvolvidas no projeto

2016

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Revisão bibliográfica x x x x x

Avaliar a aplicação das normas

relativas a qualidade do arx x x x

Inventário fotográfico x x x x x x x x x x x

Identificar os pontos críticos x x x

Realizar amostragens x x

Comparação de resultados com a

legislação trabalhistax x

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6 REFERÊNCIAS

BRAGA, B., HESPANHOL, I., CONEJO, J.G.L., MIERZWA, J.C., BARROS, M.T.L.,SPENCER, M.,PORTO, M., , NUCCI, N., JULIANO,N. e EIGER, S., (2005), Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável, 2.ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

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