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Diretor — Mário Alves

pânhados Com a Mão na Massa

ESTADOS UNIDOSUA POLÍTICA de gangsters

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A

UMA semana da conferência decúpula em Paris, a opinião pú*blica mundial continua abalada

pelo ato de agressão e espionagempraticado pelos Estados Unidos con-Ira a União Soviélica. Não salisfei*

• tos em planejar e executar esta me-dida de banditismo às vésperas de umareunião em que se deposita tantas es-peranças, os estrategistas da guerrafria passaram à defesa descarada daespionagem e dos jnérodos de forçapara resolver os problemas internado-nais. Às advertências soviéticas, o De-partamenlo de Estado respondeu quec o n I inuará realizando espionagem eutilizará seus «direitos» de agredir aUnião Soviética a partir das bases quopossui em paises vizinhos da URSS. Aomesmo tempo que reafirma suas inten-ções pacíficas e sua disposição a fír-•mar um acordo de desarmamento uni-versai e completo na própria conferén-cia de cúpula, se os países imperialis-Ias se dispuserem a isto, a União So-viética advertiu o governo norle-ameri-cano que será obrigada a adotar me-didas de represália contra os EstadosUnidos se estes continuarem com seu*métodos de "gangsters?.. Reportagensna 7' página do V caderno e na 8*'do 2\ Nas fotos : ao alio, a equipeda bateria que abateu o avião, sar-gcnto Fedorov, praça Baiborodh, caboKouznetsov, praças Tourkine c Kondra-tyev,- à esquerda, foguetes soviético»qt ando desfilavam na Praça Varmelha.

Jânio:como um pohretnose tomou milionário

FM

SUA campanha eleitoral para go-vernador de São Paulo, JânioQuadros declarou,que sua fortu-

na se limitava a um depósito bancáriade 20 contos, um aparelho de rádio,uma televisão ej/ma casinha. Apesar

• disso, vivii como um nababo. Já fêi""quatro vt&ens aos Csfadòs Unidos, Eu-

ropa, Ásia e África. Na'última dessasviagens, levando um séquito de seispessoas e fazendo sote meses de tu-rismo, Jânio gastou mais de 29 milhões.Veja de onde vem esse dinheiro lendoa l4 oáaina do 2' caderno.

Soviéticos •

provam«e aprovam»

>jü.POIS de assinar um contrato decompra de 63 mil sacas de cafébrasileiro, o sr. Gavriil Gorchkov

(foto), representante da empresa «Pro-dintorg», de Moscou, saboreia, satis-feito, uma xícara do famoso «SantosTipo 4». Toda a Delegação ComercialSoviética no Brasil compareceu na noite

de se:;ta-feira passada à sala da pre-sidência do Instituto Brasileiro do Café,onde foi firmado o primeiro contratodiroto entre brasileiros e soviéticos paiaa venda de café. O ambiente era deexiiema cordialidade e alegria e umasalva de palmas soou quando opresi-dente do IJC, sr. Renato Costa Lima,abraçou o repreíontante da «Prodin-lo.-gw, Pequeno exército d* repórteres,fotógrafos e cinegrafistas registrou ofato. Na 2* página do 2? caderno pu-slicamos completa reportagem sôbreas atividades dçf Missão Comercial So-viética no Brasil.

Justiçaamericanasob processo

EUA: E' BARATAÁ YIDÁ HUMANALeia na V páginado 2' caderno

Reportagem deíuií Ernesto Jr.

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A Conferência de (LUIZ CARLOS PRESTES

DEVE

reunir-se no próximo dia 16, cm Paris, a cha.mada conferência de cúpula. Sugerida pelo governoda União Soviética desde novembro de 1957 e cn-

lorosamente apoiada por todos os povos amantes da p.iz,foi finalmente aocitn pelos chefes de governo cbs Es-tados Unidos, Grã-Bretanha e França, após a visitiide Nikita Krusehiov aos Estados Unidos, em setembroúltimo

DEVE-SE

à diminuição da tensão internacional aconvocação desse encontro que tem, no momento, amaior importância. O entendimento direto entre os

,nefes de governo das quatro grandes potências muitopoderá contribuir para que novos passos sejam dados nocaminho que permita livrar a humanidade dos horrores daguerra,

A

POSSIBILIDADE de evitar a guerra deve sc ásgrandes modificações que se deram no mundo nosúltimos anos, alterando profundamente a situação

ii^srriaclonal; Acelera-se cada vez mais o processo ciedesintegração do sistema colonial do imperialismo e, si.multáneamcntc, com o aparecimento do sistema mundialsocialista, surgiu um novo tipo de relações internacio-nais entre Estados, baseado no princípio do intcrnacioiui-lismo proletário, quer dizer, do apoio mútuo e dasolidariedade fraternal entre os Estados. Alem disto, ma-nifestam-se mudanças cada vez mais evidentes na corre.laçáo de forças no mundo inteiro a fnvor da p.iz e dosocialismo. Tudo isso cria, sfm dúvida, condições novase favoráveis a mudanças radicais na natureza das rela.ções internacionais, especialmente por meio da aboliçãoda guerra na vida social.

A

COEXISTÊNCIA pacifica impõe-se cada vez maiscomo um fato real e ineludívcl, já que reflete aexistência no mundo contemporâneo dc dois siste-

hjfU sociais antagônicos. Vivemos no mundo inteiro aépoca da transiçio do capitalismo ao socialismo — etapaInevitável no desenvolvimento da sociedade. E' evidenteque entre oj dois sistemas — o capitalista c o socialista— tem agora lugar uma emulação no terreno econômicoe, igualmente, uma luta ideológica. Trata-se de decidirda maneira por que sc resolverá o problema da superio-ridade de um sistema sôbre o outro, sc por meio dacompetição pacifica ou sc pelo de novos embates bélico:,.Para evitar-se uma nova conflagração mundial, que seriano mundo de hoje uma- guerra com armas nucleares,uma catástrofe de proporções Inimagináveis, náo rcitaoutro caminho senão reconhecer a necessidade d.i coc-xistència pacifica de Estados com sistemas sociais dife-rentes — capitalistas e ssoiali&tas — e dc estabelecerentre eles relações normais — desenvolver o comércio,estreit.ir os laços tulturais, ampliar a cooperarão cien-tífica. Não há para a humanidade outra saída, porqueoutra salda só pode ser a guerra.

CRESCEM

por isso, no mundo, as tendências quefavorecem a diminuição d.i ten:aa internacional.

Náo obstante, no.: maiores países capitalistas, nospaisc-. que participam di OTAN em primeiro liirjnr. sãoainda poderosas as forças que se opõem ao alivio datensão internacional e que Iniistem cm defender umapolítica buscada cm ameaças guerreiras ou na chamada«guerra fria». Tornam-se, no entanto, cada dia mais. sé-

rias nos meios imperialistas as contradições geradas pelaprópria guerra fria». Se, dc um lado. estão" os senhoreda reação interessados nos lucros que lhes assegura acorrida armamentista, dc outro, nâo podem deixar d(compreender os riscis dc uma guerra, cm cujas labaredas desaparecerá sua fortuna e será incxoràvctmcntígolpeado de morte o próprio sistema capitalista. 0 epi-sódio recente da incursão de um avião norte-americanoem território soviético com fins dc espionagem pós com-pletamenle a nu o quanto se torna difícil ao governodos Estados Unidos conciliar as duas tendências que hoje dividem os círculos dirigentes do imperialismo.

MESTAS

condições, e de imaginar que os cntenrlimcn.tos .dueto:, entre os chefes dc governo d.is quatrograndes potências permitam avanços no terreno dacoexistência pacifica, especialmente no .que tange a umacordo a respeito dos problemas internacionais ma*-agudos e urgentes, tais como os relativos ao desarma-mento universal e absoluto, à conclusão do tratado dc

paz com a Alemanha, incluída a criação de uma dondelivre cm Berlim ocidental, á proibição rias experiênciascom armas atômicas c de hldrogênço, às relações cntr«os países do Leste e do Oeste.

JTJARTICULARMENTE importante e o problema cVrl desarmamento universal a total. Os povos do num* do inteiro nao podem deixar dc ,-» laudir, por isso

nropostas do governo soviético no wintido de chegar-se à dcitrulção completa dos meios dc fazer a guerraNada melhor do que isto para colocar todos os Estado'em condições idênticas dc nao poder nenhum deles em-'preender ações militares, contra outro.

TQjARA nos, latino-americanos, que travamos luta cad;E dia mais aguda contra o colonialismo ianque, pcl;» emancipação completa de nossas pátria* o desarmamento universal e total significará a . destruição dímaquina bélica dos Estados Unidos, maquina que'sc le-vanta como ameaça permanente a noiEos povos, comoinstrumento de opressão a serviço dor, monopólios quenes exploram c c-polinm. S.em a máquina militar ianquenao teria sido possível à United Fruit intervir na Giiatemala, nao será possível aos círculos mais reacionáriosdo imperlnh-n :> ,anime levar adiante, a extremos aindamais criminosos, sua agressão, já em desenvolvimento.no povo cubana c ao governo revolucionário cie FidelCastro.

*«0 momento, pois. em que se reúnem Cm Paris osIV chefe; cie governo dns quatro grandes potências* * tudo devemos fazer para manifestar nossa vontadede paz, nosso desejo ardente de que tra ch"'mie no-s:reumao a novos condimentos que signifiquem um p™-gre:» no caminho da lolutfo dos problema, internacio-nnl. ma a premen es c agudo:. Através de mensagens,d: manifcítaçõe: de rua, de reuniões públicas, etc.; saibamos fazer çheg.ir aos chefes de governo que se reun rna em Paris no-, firme vontade de lutar contra fguerra, emi defoca da paz mundial e do díroltb do, povosn rie-,dir livremente dc seus doitlnoí. Exijamosteto ao!verno brasileiro, tanto do presidente Kubltocnek comedes parlamentares, qt:e temem neste momento, cm no.me do Bra3.il; uma posição clara, can-.z ri» refletir n*sedimentes de paz e liberdade de nos» povo bem co!mo suas aspirações de progresso soei;

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ii. :

\— 2 NOVOS RUMOS 13 a 19 de maio de 19Ó0 —

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Um Documento Ant!JOVER TELLES

Duas grevesvitoriosasVITORIOSA A GREVE NA BONI AMO SHARE

Nesse edifício, em Niterói, funcionou o quartel general da greve dot rodoviário»e dos trabalhadores em energia elétrica. O movimento se estendeu a vário» muni-cipios, dando um colorido diferente às comemorações do Primeiro de Maio. O go-vernador Roberto Silveira não gostou da greve, mas o» trabalhadores gostaramporque tiveram as suas reivindicações atendidas.

Um Caso de Três AnosResolvido em Três Dias

Reportagem de NILSON AZEVEDO

t. )Uma greve que durou apenas três

dias resolveu um problema que vinhase arrastando sem solução há mais detrês anos. Isso aconteceu na Cia. Bra-sileira de Energia Elétrica, subsidiáriado fruste ianque Bond and Share, queexplora o fornecimenlo de energia eló-trica em uma vasta área do territóriofluminense. A CBEE vinha se negandoa pagar, desde dezembro de 195ó, umaumento salarial de 800 cruzeiros a queos seus empregados têm direito. Can-iados de esperar, piemidos pela eleva-:ão do custo de vida, os trabbalhado-'•es desencadearam a greve a zero ho-

a do dia 29 de abril, encerrando omovimento vitoriosamente a Zero horado dia 2 de maio.

Niterói, a capital íluminense, diasantes já havia se solidarizado com a •greve dos operários navais, que rccla-mavam o cumprimento do acordo sala-rial. logo depois, no dia 29, entravamem greve os trabalhadores da CBEE cmais de 3 mil motoristas, trocadores edespachantes de ônibus de Niterói, São3onçalo, Caxias, Meriii e outros muni-:ipios. O Primeiro de Maio foi come-morado ao fogo das lutas reivindica-tórias.

A greve na CBEE foi a primeira nos55 anos de existência da empresa noEslado do Rio. Os trabalhadores, rcu-nidos no seu Sindicato, sob a lideran-ca dos lideres José Aquino Santana,Rubens Gonçalves e- Colatino José Via-na, fizeram vitoriosa a greve que paramuita gente parecia impossível. O de-creto 9.070, que proíbe o exercício dodireito de greve nas atividades fundei-

.mentais, foi deixado para trás. Após

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três dias de paralisação, os operáriosconquistaram o que reclamavam hámais de três anos.

A vitória

Pelo acordo firmado enlre empre-gadores e as autoridades, os trabalha-

dores, passarão a receber, a partir de1 de maio de 1958, o adicional de 800crueiros mensais que pleiteavam. O pa-gamenlo dos atrasados corresponden-les a 24 meses será efetuado em 18prestações mensais. O acordo estabe-lece que nenhum grevista será punido.

A luta do pessoal da CBEE vinhadesde dezembro de 1956, quando aCompanhia, ilegalmente, deixou de pa-gar o aumento de 800 cruzeiros men-sais, determinado pela Portaria 913,de 11 de setembro daquele ano. ACBEE pagou apenas durante os mesesde setembro e outubro, suspendendo opagamento em dezembro. Desde en-tão os trabalhadores começaram a re-oainar a .diferença. Durante êsse pe-ríodo houve muita conversa e nenhumtcsultado. Com a greve, entretanto, acoisa mudou de figura. Botaram policiana rua. Prenderam trabalhador den-tro das usinas geradoras, importa-ram técnicos de São Paulo, fizeram odiabo. Mas não houve jeito. A grevefoi vitoriosa. Os trabalhadores, depoisde aprovarem a assinatura do acordo,dançaram e cantaram até de manhã.

Encampação

A lula dos trabalhadores da CBEEnão terminou com a conquista dos atra-

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sados. A sede do seu Sindicato, agora,é o quartel-general da campanha pelaencampação do truste ianque de ener-gia elétrica, que explora os seus em-pregados e sabota o desenvolvimentoindustrial do Estado do Rio. Na pas-seata que realizaram pelas ruas de Ni-terói, rumo ao Palácio do Ingá, os tra-balhadores da CBEE, ao lado dos ope-rórios navais, dos rodiviários e dos em-pregados dos demais setores profissio-nais, dirigiram-se ao governador Rc!::r-to Silveira, exigindo a encampação dosbens da Companhia, que desde 1955devia ter" passado às mãos do Estado,sem nenhum ônus para o Governo Flu-minense. O Governador Roberto Silvei-ia, embora queixando-se da «ingrati-aão > dos trabalhadores, que permane-ceiam em greve até mesmo no Primei-ro de Maio, prometeu pedir o imediato tombamento dos bens da CBEE.

O deputado Adolfo de Oliveira,por outro lado, apresentou à Assem-bléia Legislativa um projeto aulorizon-do o Poder Executivo a proceder, den-tro de 90 dias, ao levantamento com-pleto da situação jurídica e técnica daconcessão outorgada a Cia. Brasileirade Energia Elétrica, subsidiária da«Eletric Bond and Share», a fim deser providenciado, pelos meios legais,a incorporação do seu acervo à Emprê-sa Fluminense de Eletricidade.

Os rodoviários

Os trabalhadores de Niterói, e dosmunicípios de São Gonçalo, Magé, Ca-xias, Meriti, Petrópolis e Três Rios vi-veram um autêntico Primeiro de Maio.Não foi apenas a greve do pessoal doCBEE que deu um colorido diferente àscomemorações do Dia do Trabalhador.Os operários navais, embora houves-sem suspendido a sua greve no dia 2óde abril, permaneciam mobilizados pa-ra uma nova paralisação. Os rodovia-rios, entretanto, foram mais longe.Eles paralisaram todo o serviço de óni-bus e lotação em quatro municípios de29 de abril até 5 de maio, quando en-cerraram a greve com uma grande vi-lória, alcançando aumento salarial,sem que o mesmo fôsse condicionpdoao reajuslamento das tarifas. Pelo acôr-do, os motoristas passarão a receberCrS 460,00 por dia; os despachantes,CrS 360,00; os trocadores, Cr$ 260,00;e os demais terão um aumento de 30%.O Governador Roberto Silveira não gos-tou das greves. Mas os trabalhadoresgostaram. Com as greves eles conquis-taram um pouco mais de pão. Outrocoisa, eles aprenderam que 6 unidadedentro dos seus sindicatos e nos locaisde trabalho é sempre um fator de vi-tória

Neste ano, os trabalhadores come-moraram eoudiifiiamenle sua data inter*nacional. Além das manifestações ope-rárlas noutros Estados, realizaram-se,«in homenagem ao dia 1.' de Maio, asHessfies de encerramento dos Congressos „Sindicais dos Trabalhadores nos Estadosde 8. Paulo, Santa Catarina, nas regiõesNorte e Nordeste do pais, e o do Estadodo Mo.

Nessas comemorações e eondaves.participaram trabalhadores que seguemas mais diversas orientações: católicos,socialistas, trabalhistas, comunistas, per-repistas partidários da CIOSL e daOKIT, da F.S.M.. da central internado-nal católica, etc, ete. Não obstante,todos, irmanados pelo trabalho e pelaluta, membros de uma só classe quetem interesses comuns — a classe dosproletários — em uníssono erguerambem alto as bandeiras da solidariedadee da unidade Internacional dos traba-lhadores, da paz e da fraternidade entreos poros, da luta pela completa eman-cipaçfto .econômica e política do Brasil epor seu desenvolvimento Independente,da luta pela reforma agrária, pelas 11-herdades democráticas e sindicais, pelaunidade e a autonomia sindical, Enfim,ergueram a bandeira da luta unitáriapela conquista de suas reivindicaçõeseconômicas, políticas e sociais.

Infelizmente, contrariando- o cará-ter unitário, democrático e político, deque se vem impregnando o movimentooperário no Brasil, v. que marcou asenmemorações do 1." de Maio, os altosdirigentes da CNTI. da CNTC e daCNTT. olvidando e por cima das decl-soes tomadas pela II Conferência Sin-dical Nacional e pelos demais congres-sos e convenções sindicais e sem con-sultar os Conselhos de Representantesdessas organizações de cúpula e as de-mais entidades sindicais de Âmbito na-eional, resolveram dar a nota dlssonan-te i<> publicarem, em nome do movi-mento sindical, um documento antiuni-tário elaborado tendo por base «...vá-rios documentos slgilosos sobre o mo-vlmeuto sindical brasileiro» (!!). queforam apresentados no Congresso Inter-nacional da Confederação Internacolnaldos Sindicatos Livres, em Bruxelas, eque determinaram a «...mudança deorientação das Confederações». (!!!).

Como é claro, os principais dirigemtes das Confederações citadas, ao Invésde se colocarem à frente das lutas pelaconquista do Programa aprovado pelaII Conferência Sindical Nacional e decumprirem, assim, a função de manda-(ários que slo do movimento operário,ao invés de, democraticamente, subme-terem-se As decisões coletivas dos ira-balhadores, que em qualquer ocasião elugar deveriam defender, preferiramreunir-se com os senhores Hlldenbroeke Sanohes Madariaga, das direções daCIOSL, da OBIT, respectivamente, pa-ra aceitarem um documento elaboradoem outras terras com o escopo de dlfi-cultar o processo de unidade Internado-nal e nacional do proletariado. Comodiz o povo: «£' a carreta adiante dosbois». ,- /í, .f;,^-.. ty (•:. . & .r..

E' lamentável ter a CNTI, que ultl-mamente vinha ocupando posição uni»fárla. aceito tal documento, num evlden-te passo-atrás em relaçio a suas atltu-des anteriores. Isso demonstra que ossenhores Oeocleclano e Ari Campistanáo reconheceram ainda o êrri. por elescometido na mensagem à ConvençãoNacional do PTB, com a qual. junta-nifnte com o projeto Lima Filho, pre-tenderam introduzir a politica partida-ria nos sindicatos. Demonstra que essessenhores não assimilaram a lição que omovimento operário lhes deu ao rejet-tar unanimemente aquela tentativa. Fl-camos tristes com isso. Mas que se háde fazer? Ao Invés de extraírem asconclusões lógicas fornecidas pela vidae adaptarem-se às necessidades e aosentimento real do movimento sindical,preferem bancar os «cabeças duras».Tenhamos paciência. Com o tempoaprenderão, ajudados pela posição rir-me e unitária dos trabalhadores.

E' verdade que o documento oraapresentado pelas 3 Confederações con-tém pontos programáticos positivos quemerecem o apoio dos trabalhadores, d»véz que não contradizem as resoluçõesjá aprovadas pelo movimento sindical.Mas outros itens e, principalmente, aessência ant limitaria do documento sãoprejudiciais e não podem ser aceitospela classe operária. Qual é a linha ira-cada e que pretendem os autores dodocumento *

1—Ao reafirmarem seus «vínculos in-quebrantáveis com o movimento sindicalinternacional livre liderado pelas acimamencionadas organizações.» (a CIOSLe a ORIT). pretendem subordinar o mo-vimento sindical brasileiro à linha dis-eliminatória e divisionlsta que vem man-tendo. Pretendem continuar a sustentara politica de «guerra fria» no movlmen-to operário Internacional e assim man-ter sua divisão. Querem., com isso, abrircaminho para que os magnatas dos trus-

NOVO LIVRO DEFILOSOFIA MARXISTA

INTRODUÇÃO AO ESTUDODO FORMALISMO

E DAS CONTRADIÇÕESpor Álvaro de Faria

Nesta obra o autor se pro-põe a dar unia solução à quês-tão que segundo o «Kommun-nist», órgão do Comitê Cen-trai do PCUS, é a tarefa fun-damental da filosofia marxis-ta de nossos dias: a de encon-trar a unidade da dialética, dateoria do conhecimento e dalógica.1 volume, brochura, com 410páginas. * Cr$ 180,01)Livraria das Bandeiras LtduRua Riachuelo, 342 — Loja 2Telefone: 36-4871 - S. Paulo.Atendemos pelo ReembolsoPostal.

tes internacionais desencadeiem a 3a.Cuerra Mundial, na qual pereceiltunabrasados nas chamas atômicas emite-nas de milhões de seres humanos. Sobo pretexto de que «não são livres», que-rem desconhecer a existência dos tra-balhadores dos países socialistas, e odos países coloniais, dependentes e capi-faustas, não aderidos á CIOSL e aORIT. No oocumento nao se faia umaúnica vez na luta pela paz, reivindica-ção mais sentida, por que a mais hu-numa, por todos os trabalhadores e portodos os povos. Não. Essa linha daCIOSL e da ORIT não convém à classeoperária.

Os trabalhadores, em nossa terra.compreendem que a luta contra os fau-tores de guerra, pela proibição das ar-'mas atômicas e de hidrogênio e pelodesarmamento geral, exige a ação unidados operários de todos os países. Nessesentido, a III Convenção Sindical dosTrabalhadores do então Distrito Federaljusta e unanimemente resolveu apoiara mensagem de unidade que a Federa-oão Sindical Mundial dirigiu à CIOSL.Se ê possível o intercâmbio de visitasentre Kruschirv e Eisenhower, se o cli-ma da «guerra fria» vai cedendo lugarà «coexistência padfica» entre todas asnações, por que não será possível esta-h«lecer também a unidade operária noplano internacional ? Por que não serápossível o entendimento entre a CIOSLe a FSM, na luta pela paz e pelos dentai*interesses dos trabalhadores ? Este é osentido da ação do movimento operáriono Brasil: manter e reforçar sua própriaunidade e exercer pressão sobre as or-ganliações sindicais Internacionais paraque restabeleçam, no mais breve prazo,a unidade mundial dos trabalhadores.

Ao defenderem a Unha da CIOSLe a ORIT, os autores do documentopretendem afastar os trabalhadores bra-sllelros de uma posição solidária com aheróica luta que .nossos Irmãos cubanostravam contra os Imperialistas Ianquese contra a sabotagem interna. Dizemdefender a unidade continental dos tra-balhadores, mas é sabido que os traba-lhadores cubanos e chilenos se desfilla-ram da CIOSL e da ORIT e unificaramsuas forças em centrais sindicais únicas.Os trabalhadores uruguaios, tambémmarcham para uma central unitária eindependente em relação àquelas orga-nlsaçfles. Os trabalhadores brasileiroscompreendem que a luta dos operárioscubanos, argelinos, sul-coreanos e detodos os demais paises, é parte de suaprópria luta. Compreendem que a uni-dade dos trabalhadores latlno-america-nos é Imprescindível para que a classeoperaria possa exercer seu papel dlri-gente na luta libertadora e democráticade cada pais. Por Isso, na II Conferemcia Sindical Nacional decidiram pugnarpela realização do «Encontro SindicalLatlnoAmerlcano», no qual partiplpem.sem qualquer restrição, todas as enti-dades e dirigentes sindicais, que estejamdispostos a dar passos »o sentido daunidade de ação.

2 — Os autores do documento obje-tlvam minar o processo de unidade domovimento sindical brasileiro. Querem«evitar que os inimigos da democraciapossam Infiltrar-se em nosso (!) movi-mento sindical. «Pretendem lutar con-tra as «tendências totalitárias» no mo-vimento sindical e Incentivar «...nsatividades de organizações tais como omovimento sindical livre». Portanto,«inimigos», «totalitários» e movimentosindical não livre, serão todos aquelesque não rezarem pela cartilha da CIOSLe da ORIT. Ifi? a política discriminai,-,.ria e divisionlsta em ação. li' 0 retro-cesso a posições já superadas pelo mo-vimento operário no Brasil. E' o con-trárto de tudo o que tem sido aprovadonos congressos e conferências sindicais.

Seria de esperar que fossem maisprudentes. Pois se entendem que «mo-vimento sindical livre» ( sinônimo defiliação à CIOSL e à ORIT, deviam terem conta que no Brasil, entr» mais de1.500 entidades sindicais, apenas us :tConfederações citadas filiaram-se àqueIas organizações Internacionais. E nãopor decisão democrática do movimentooperário, mas por força de um decreto

governameíítiil. Portanto. Se forern com-scqucnles na aplicação da linha' traçada, ficarão sozinhos, u,;»a vez qüS aivi aas 3 ÇonfcdéraçOes, todo.o movimentosindical brasileiro poderia ser çonsiderado por eles não livre, «totalitário» t«inimigo da democracia». Vejam a queabsurdo chegariam.

Ainda mais. A II Conferência Sin-dical Nacional decidiu realizar, no rijesde Aluiu do corrente ano. um Oran.ioCongresso Sindical Nacional, com o ob«jetivo de «consolidar a unidade da classi;operária sob uma única orientação odireção». Decidiu, também, atribuir Úsorganizações 'sindicais nacionais a in'-'ciimbência de convocar o referido (!,n-^gresso, até a segunda quinzena de (le-zembro de 105!). Por sua vez, nos con-gressòs sindicais, ultimamente real/u-dos nos Estudos, os trabalhadores resol-voram marcar para II ,1c Julho próximoa instalação nu. o encerramento do Con*gresso, como hòmenugcm ft queda daBastilha, e a lutar, no mesmo, pe aestruturação de un organismo sindical-nacional, que englobe e coordene nado-nnlmcntc a t.çào dos trabalhadores. Pusliem. Os 'mis d» documento cm fòcòabstrairam-se de tais decisões e até' omomento não tomaram nenhuma medi-du paru organizadaihéntè convocar oCongresso. Ao contrário, simplificaramtudo. Resolveram «estabelecer um eo-mito formado pelos Presidentes das 3Confederações que ficará encarrega.,»de dirigir e supervisionar a política a soseguir em cada caso. de julgar e stilu-clcnar qualquer divergência que pudessnsurgir deste acordo». Assim, trabalha-dores — dizem — sem necessidade doCongresso Sindical Nacional, aí está, da-do de mão beijada, o órgão nacionalcoordenador de vosso movimento, sindi-cal. E com a vantagem de ter também,sem necessidade de vosso esforço, ela-borado a linha a seguir.

3 — Os credores do documento ob«Jetivam afastar o movimento sindicalda luta política. Apresentam um pru-grama limitado, exclusivamente sindical,de tipo «trade-unionístu». Nada dizem

. sobre a luta pela emancipação nacional,contra os frustes norte-americanos. Na-da dizem sobre a limitação da remessados lucros das empresas estrangeiras,sobre a nacionalização dos frigoríficos,sobre a encampação das subsidiárias daBond and Share. sohre a defesa da Pu-Irobrás, e sobre lautas outras decisõesde conteúdo aiitlimperialista e democrá-lho tomadas nos congresso e conferên-das sindicais. Enfim, querem isolar <>proletariado de seus aliados na lula.contra os Imperialistas e òs latifundiã-rios. limitar a ação da classe operáriaao terreno econômico e sindical o impe-dir o proletariado de conquistar posiçãodirigente na luta de nosso povo nor umdesenvolvimento independenle, democrá,tico e progressista do pais. .

Nisto consiste a essência do ,1o-ciimento das 3 Confederações, E' na-tural. portanto, a indignação que lavrana entidade e entre os dirigentes sindi-cais. Mais do que nunca é necessáriomanter-se vigilante, denunciar toda <•qualquer medidu discriminatória quevenha ferir a unidade do movimentooperário, e. simultaneamente, reforçai-o trabalho unitário nos sindicatos, ie-derações è confederações, lem como ,le-•semolver novos esforços para ériraizitcos sindicatos nus empresas e para orga-nlzar a lutu polu ouqulstn das reiviiuli-cações aprovadas pela II Conferem1 iSindical Nacional. As lenlutivas de ,li-vidir o movimento sindical, „s comunls-Ias respontiiim cnm sua po" ;a de uni-dade e. juntamente cornos trabalhai!.,-res e dirigentes sindicais de outras teu-díncias pnlillcas <• ideológicas, tudo l'u-rito para ajudar a realizar um grahdnCongresso Sindical Nacional, cm Julhopróximo.

Os lideres das 3 Confederações, sul».ii pressão ,!„s dirigentes du CIOSL e daOKIT. assinaram tão infeliz documento.li' <!<• se esperar que. sol, a pressão daslutas da classe operária, d» protestodos dirigenles sindicais e u base de me-llior exume, reconsiderem na prática uatitude tomada ç mudem de rumo. li'o que o movimento operário descia.

Defende Teu Direito

pague indenização e Aviso Prévio, pois cometeu íaffpwvU noS «2

Quanto às férias, elas deverão ser pagas tle forma simules Só ir,pagamento de férias cm dobro quando o empregador deixa de «Síart-iavdurante os doze meses seguintes ao período aquisitivo. sau"a/-e la"

,- , M;, À> ,P-„^ORIANÓPOLIS) - O conaulente é garçom Além rirsalário fixo de CrS. 4.500,00 mensais, porceba mais a Ml Io de e eçr$

2.500,00 sendo de CrS 7.000,00 a'sua romtinmcflo Rem, de ín,U, o ettabeleclmcnto oi determinado ao cohsuleiite que trabalhasse o «Ca/ÓExpresso*, mediante a paga mensal de CrS '1.500,00.

n „,, ^rPT^Í"0",1,0, Ü? em,irgad("' nf,a encontra amparo na lei. Segundoo art. 45, da Consolidação. «Compreendem-se na remuneração rio empregado.para todos os efe.tos legais, além do salário devido e pago diretamentepe.o empregador, como conlraprestação do serviço, as gorgelás aue recc-ber». E. de acordo com o art. 468 da mesma lei, as alterações '•oiitratuaisso serão licitas quando mutuamente acordadas, ... o ainda assim desdeque não resultem, direta ou indireiamcnlc, preJlhW-.ao empieuntio sobpena de nulidade da cláusula Infringente desta garant aO consulente.v pois,, poderá se dirigir à Justiço do Trabalho &lélleandóconsulente, pois, poderá se dirigir k Justiça cio Trabalho, pleiteandoas diferenças vencidas e as que se vencerem, ralé que „ antigo critério se arestabelecido. s"|il

S. (SAO GONÇALO) ¦- Por motivo religioso. „ coiísulonle tülguVflaas sábados e trabalhava aos do.v.lngôs, situação uue.peíduròü dUrâiHe1d anos. »?

Presentemente, por ato unilateral do empregador, foi proibido de tra-balhar aos domingos, e, como não tíabnlhn ao» sàbadus, uovdc stíterhfiít-oamcnle um dia na 'semana, alCrh du repouso semanal!Entendemos que as condições colIlVftUÍnls aliíeriormehto VigoíiinteSe ràtilicadas por 15 longos anos do prâiica ininterrupta c pacifica,"não po-derlum^ser alteradas por ato LmilaléFoI tio empregador' sem ü cònsoínfl-manto do empregado, de acordo com o nil. 1(18 tlá Consolidação já men-elonaclo nu consulta anterior, l:: -alteração ciihíralual típica, que' nao t-neon-tra apoio na lei. Nfio importa a cansa qüa deltífminoü ò enl&belceimçl.i(ocia condição contratual, De àcôrclo com ,i contrato de trabalho, o ümpru-

gado poula toda a sua vida, assuino õuirfts responsabilidades que são,igualmente, sérias e respeitáveis.

É aconselhável que o consulciilo, atiavès do seu Sindicato »ti comassistência de advogado, comparüja àJustiça rio Trabalho, pleiteando o vcslabe-leelmonto das condições conU'hti.iu's ume.rlormehtc vigentes c o pagamento ilu<dois dlns, por semmia, que vem deixandode recübui*. >

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— 13 a 19 de maio de 1960 NOVOS *$&M

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Almir Matos

A reviravolta que se deu na UDN com a renúncia definitiva do ex-gn-vcrnador Leandro Maciel não serviu apenas para eliminar de uma vez amanobra demagógica com que o janlsmo tentava ludibriar o Nordeste! Cmde seus resultados foi também riscar dn mapa eleitoral de 9<>0, praticamente,o nome do deputado Fernando Ferrari. Esta sempre foi,.aliás, uma cândida-tura sem verdadeira substância, surgida sobretudo como fruto do delirantecarrelrisnío político do antigo líder do PTB na Câmara Federal. Explorandoinsatisfações c divergências no seio do parlido pelo qual foi eleito e desco-brindo em Jânio Quadros um parentesco ideológico — que de fato existe —acreditou Ferrari ter chegado afinal o momento de lançar-se em vôos maisaltos, deixando-se seduzir pela tentação da vice-presidência. Obstinado, jo-gou-se Ferrari numa campanha de todos os dias e todas as horas, evitandodefinições e repelindo pequenos truques, que não enganavam a ninguém anão ser o próprio Ferrari. Um desses truques consistia em continuar a sedizer trabalhista, mas fazer a sua cabala sobretudo naquelas áreas que per-tendam naturalmente ao janismo. Aproveilava-sc para -isso da resistência

e alé hostilidade — oferecida em numerosos setores cJa UDN e do janismoà candidatura de Leandro Maciel. Chegou a ser criada mesmo a impressãode que era Ferrari o candidato verdadeiro da UDN, ficando Leandro apenascom o titulo de candidato. Essa situação, ao que tudo indica, acaba de semodificar radicalmente, com a indicação do nome do senador Milton Campos.

Homem írudicionahnente identificado com a UDN e não trazendo amarca de «coronel do nordeste», que tanto assusta os plutocratas paulistas,o senador mineiro afasta sem nenhuma dúvida a concorrência tle Ferrarina área janista. Desprezado pelo frabalhismo e passando a encontrar fecha-das as portas da UDN, Ferrari tende a readquirir as suas Justas proporções:

( um deputado lamuriento e maçante, que por carrelrlSmo traiu o seu partidoe vê, agora, desfazer-se o castelo que construiu para si mesmo.

A disputa em torno da vice deverá, desse modo, ferir-se no mesmo cam-I>o em que se fere a luta pela presidência, com dois conteridores Mango eMilton Campos) Identificados com os sistemas de força estruturais em tôr-no das candidaturas Lott e Jânio. E* verdade que o senador Milton Camposque ainda em 1958 teve os votos inclusive dos comunistas — não é um po-lítico do mesmo naipe de Jânio Quadros. Mas o fato. é que se entrosa nosistema janista, servindo à mesma causa a que *ata entregue o devotado ami-go de Ifclson liockfeller. De outro lado, é em torno da candidatura de JoãoGoulart que se reúnem as forças iiaclónalistas e democráticas, empenhadascm assegurar a vitória da chapa que abre para o peno brasileiro a perspec-liva de um governo identificado com «a nossa luta du libertaçío nacional.

Está fora de qualquer dúvida a superioridade de forças da candidaturado presidente do PTB. A apuração do pleito não trará, certamente:, qualquersurpresa: deverá repeti-se, desta vez com uma margem, muito maior a ia-vor de Jango, o resultado da eleição anterior para a vice-presidência: a \!-tó'la do chefe; petebista sobra o velho udenista mineiro. Siio hoje indiscutível-mente mais amplas as possibilidades de Jango: o crescimento do PTB. 0avanço cio movimento operário e das correntes nacionalistas, o relativo ar;e-fecimenío das contradições entre 0 PTB c o PSD que., na eleição anterior,provocaram um spio desfalque na votação para o presidente do Partido Tra-balhlsta/.

Salvo novas alterações, pouco prováveis, o quadro para a sucessão daviccpreMdcneia está definido, E os seHs pólos são mesmo as candidaturasde João Goulart e Milton Campos, uma vez que já não se atribui um mínimosequer de consistência aos planos carreiristas de Fernando Ferrari.E, sendo êsse o quadro, tudo tendo __n que su possa considerar como certa areeleição ele João Goulart — objetivo peloqual lutam os nacionalistas c democratasbrasileiros.

Lott/os pernambucanose a legalidade do PCB

Deu lugar a diferentes versõesna imprensa carioca a interpelaçãofeita por um popular ao marechalTeixeira Lott, no comício recente-mente realizado no Recife, a pro-pósito da legalidade do Partido Co-munista.

Em face disso, c a fim de infor-mar corretamente os leitores sobrea resposta dada pelo orador e a re-ação dos assistentes ao comício, re-produzimos abaixo o trecho em queo «Jornal do Comércio» de Recife,em sua edição de 30 de abril últi-mo, relata o ocorrido:

— «Que c que acha da legah-dade do PC?», perguntaram no co-mício ao marechal Lott, que res-pondeu (sem erguer nem diminuiro tom de voz) ser contrário. Dagrande massa presente, onde. haviainúmeros comunistas, partiram si-nais de desagrado. Alguns abando-naram o comício. «Esperem, pediuêle (erguendo um pouco o tom devoz, pela única vez, durante a suaoração) «sou contrário enquanto oPC fizer parte de uma organizaçãointernacional». E prossegiu:

,*A posição ocupada hoje pelopais custou muito sangue brasilei-ro, inclusive pernambucano; por is-so é que o Brasil só pode ser go-vernado por brasileiro, e daí a mi-nha posição nacionalista, que nãoadmite interferência estrangeiranos assuntos do BrasH, seja ela dosEstados Unidos, da Rússia ou daChina».

A reação dos milhares de per-nambucanps presentes ao comícioé uma prova de que a lega-lidade para o Partido Comunistanão é uma exigência apenas dosmilitantes do PCB, mas das gran-des massas de nosso povo. A atitu-de assumida pelos assistentes docomício serviu para fazer ver aopróprio marechal Lott a amplitudedessa reivindicação democrática, àqual vêm dando apoio inúmeras per-sonalidades de todos os círculos.

O noticiário do «Jornal do Co-mércio» de Recife indica, aliás, queo ex-ministro da Guerra, ao perce-ber o profundo desagrado criadopor suas primeiras palavras, teve ocuidado de procurar justificar a suaposição, referindo-se expressamenteentão à «interferência estrangeira»também dos Estados Unidos. Aindadessa vez, entretanto, o, marechalLott insistiu em repetir a velha ca-lúnia segundo a qual os comunis-tas obedecem a uma «organizaçãointernacional».

Dispensamo-nos de comentar aquio sentido obscurantista dessa po-sição do marechal Teixeira Lott,que já foi objetei de um artigo pu-biicado em nossa edição anterior.Assinalamos apenas a firme atitudeda população; pernambucana, de lu-Ia pela legalidade do Parlido Co- '

muiiista, do Brasil

OsMdse

os Nao Ajudam1~

mitês Lott-Jangono Est. do Rio

O Diretório Estadual do Movi-mento Nacionalista Lott-Jango, noEstado do Rio, tem sua sede numapequena sala de sobreloja, modos-Ia e,,.mosmo, acanhada, em um edi-fício não menos modesto de Nite-rói. Uma mesa, algumas cadeiras,um pequeno armário, um mapa fi-xado à parede — e étudo. Durante

¦ grandes parle do dia; sempre quenão. é hora de reunião ou outrasocasiões especiais, quem lá. for ape-nas encontrará um ou dois, talveztrês ativistas do "Diretório debru-çados sobre a mesa, conversandobaixo, tomando notas a lápis e es-petando bandeirinhas de várias cô-res no mapa da parede; e poderápensar, pelo ambiente isolado equieto, que o nome pomposo de Di-retório Estadual é apenas uma com-binação de letras no papel.

Mas, quem pensar assim, se le-var um pouco adiante a sua obser-vaçáo, verificará quo se enganouredondamente. As bandeirinhas nomapa do Est.. do Rio.representamcomitês nacionalistas instaladosatravés de todo o território flumi-nefise, e engrenados na campanhapela eleição de Lott e Jango; e elasjá são muitas dezenas: já estão ins-talados, no Estado do Rio, 31 comi-lês municipais e 80 comitês distri-lais do Movimento NacionalistaLott-Jango. Cada um deles repre-senta um núcleo de cidadãos, dosmais ativos e influentes em sua ei-dade ou vila unidos no propósito depropagar, entre seus conterrâneos^

as idéias e objetivos nacionalistasda candidatura Lott-Jango.Aíiança nacional e democrática

Se nosso visitante "levar mais afundo a sua observação, pedindo alista dos membros do Diretório Es-ladual, e informando-se sobre acomposição dos comitês instaladosno interior, ficará ainda mais curió-so e.começará a compreender queestá diante de'um movimento políti-co de grande significação. O Direto-rio é presidido pelo deputado JonasBahienfte, um dos mais progressis-tas e democratas de quantos repre-sentam os fluminenses na CâmaraFederal. À frente dos comícios e ma-

. nifestações promovidos pelo Direto-rio estão três militares — capitãesEmmanuel NicoH, da Aeronáutica,Rui da Cruz Pessoa, do Exército, eRaul Moreira da Costa, da PoliciaMilitar fluminense — indiferentesa divergências que às vezes atingemos respectivos setores nas ForçasArmadas. Com eles estão três cc<m-

¦ bativos lideres sindicais dos traba-lhadores fluminenses — Gabriel Al-ves de Oliveira, VicoPresidente doSindicato dos Trabalhadores naConstrução Civil, Edgar Alves Car-doso, representante na Comissão doImposto Sindical, 6 Rafael Francis-co de Almeida. Presidente do Sin-dScató dos Trabalhadores na Indús-Iria de Alimentação — bem comodiverSos representantes da classemédia, das chamadas profissões li-berais — médicos, advogados, etc;além de estudantes e jornalistas.

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CADA SEMANA, NOVOS COMITÊS LOTT-JANGOMais de trezentos comitês nacio-

nalistas Lott-Jango já se instala-ram e estão em funcionamento noEstado da Guanabara. E novos, co-mitês se instalam cada semana, di-rigindo nos subúrbios e bairrosdessa cidade a campanha pela elei-ção dos candidatos nacionalistas.No último domingo, alguns dessesnovos comitês foram solenementeinaugurados. Em Vigário Geral ocomitê do bairro foi instalado às

18,30 horas na Praça BarbosaLima. Em Parada de Lucas surgiumais um comitê, cuja diretoria foiempossada em solenidade no CineLucas. Em Oswaldo Cruz, com aparticipação de grande número depopulares, foi instalado num con-corrido comício (foto) o comilênacinalista, com sede na rua Caro-Una Machado

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Entre outras personalidades estive-ram presentes o ministro Fontes

Rtímero e a professora Edna Lott.O discurso pronunciado pela com-bativa licler nacionalista foi caloro-samente aplaudido. D. Edna, alémde prestar uma homenagem àsmães do bairro Oswaldo Cruz, pormotivo do 8 de maio, concitou todoso.s pafriotas do local a cerrar filei-ras na luta para assegurar a vitó-ria, a 3 de outubro, dos candidatosnacionalistas Teixeira Lott e JoãoGoulart.

Light e Exportadores Contraa autonomia da Guanabara

No interior do Estado, esta aliai]-ça de classes no Movimento Nacio-nalista é reforçada pela presença,cada dia mais numerosa, de um po-deroso aderente — os camponeses.No município de Caxias estão ematividade quatro comitês compôs-tos quase exclusivamente de cam-poneses. Da. localidade de Rio dasOstras, no longínquo município deCasimiro de Abreu, o Diretório Es-tadual recebeu há dias a comuni-cação de que se formara ali, ex-pontâneamente, um comitê de cam-poneses, para integrar-se no movi-mento. Em outros lugares, os cam-poneses aparecem ao lado dos tra-balhadores e militares, no mesmocomitê. Rezende será talvez ondeesta união mais prosperou: cadê-tes da Escola Militar, lideres sin-dicais dos trabalhadores e campo-neses, lado a lado com estudantes,médicos, advogados, etc, desenvol-vem uma intensa atividade de pro-paganda para o Movimento Nacio-najista, promovendo comícios locais,colando faixas e cartazes, distri-buindo volantes.Frieza dos partidos

Já com mais de cem comitês ins-talados, o Movimento Nacionalistano Estado do Rio promete e traba-lha para duplicar esta cifra, nospróximos dois meses. Mas êle jáestá dando uma contribuição deci-siva para a campanha Lott-Jangona terra fluminense. Neste Estado,a frieza com que as cúpulas nacio-nais do PSD c do PTB têm até ago-ra encarado a candidatura do Maré-chal Lott, e que atua no sentido daparalisação da campanha eleitoral,é ainda agravada pelo fato de queo PSD e o PTB fluminenses são ve-lhos adversários no tevreno políticoestadual. Dai o papel de instrumen-to de unidade dos comitês naciona-listas, onde os elementos dos diyer-sos partidos, que se impacientamcom a indiferença das cúpulas na-cionais, ou que .estariam constran-gidos em mostrar-se num mesmopalanque com um «tradicional ini-migo» político, têm oportunidade detrabalhar desligados de sua funçãopartidária.

Com efeito, enquanto os comitêsnacionalistas já promoveram deze-nas de comícios em todo o Estadopela candidatura Lott-Jango, os par-tidos que oficialmente apoiam estacandidatura não saíram ainda daestaca zero. E esta é a maior quei-xa dos responsáveis pelo DiretórioEstadual. Disse um deles ao repor-ter:

— «Os partidos não apenas sedeixam ficar parados, como nemsequer ajudam os comitês Lott-Jan-go; todas as nossas despesas comviagens, propaganda, comícios, etc,são cobertas com dinheiro que tira-mos de nosso próprio bolso, dascontribuições dos patriotas que nosacompanham.»

Convenção nacionalistaTais dificuldades, entretanto, não

amortecem o impeto dos comitêsLott-Jango no Estado do Rio. Cadadia formam novos núcleos, atingemnovos e mais longínquos rincões f lu-minenses. E preparam com entu-siasmo a realização da grande Con-venção Nacionalista, no próximo dia25 de junho, no Teatro Municipalde Niterói, que terá a- participaçãode todos os grupos e associações na-cionalistas do Estado, com o obje-tivo de flrmar um programa de rei-vindicações' na luta pela emancipa-ção e pela democratização do pais.

Fora de RumoA pretexto de combater o.s des-

mandos cm que é tão fértil a Cá-mara do ex-Distrito Federal, estásendo desfechada por certos jor-nais — sobretudo o «Correio duManhã» e o «Jornal do Brasil» —uma violenta campanha que visa,na verdade, acabar com a autono-mia do Estado da Guanabara. Deataques à Câmara, a campanha jápassou, por exemplo, a considerarilegais todos o.s atos assinados pelogovernador Sette Câmara.

Ê necessário, contudo, que os ca-riocas não se deixem iludir. Portrás dessa campanha supostamentemoralizadora, partida

* de jornaisque. se caracterizam pela defesa sis-temática de interesses contráriosao povo, o cjtie há é um plano degrupos econômicos que não dese-jítm o novo Estado com o seu Go-vêrno o sua Câmara eleitos, por-cjue preferem que à sua frente su

encontrem simples interventores,com o.s quais mais facilmente pos-sam obter favores e realizar falca-trnas.

Pelo menos dois desses gruposeconômicos podem ser de logo iden-tificados: a Associação Comercial(que, como se sabe, manda no«Correio da Manhã) e a Light. AAssociação expressa os interessesfraudulentos dos exportadores de,café, que devem à aníiga Preíei-tura um bilhão e meio de cruzei-ros em impostos atrasados. Quantoà Light, são sobejamente, conheci-dos os motivos que a levam a pre-ferir à frt-nle do novo Estado uminterventor qualquer.

Ao povo carioca, que jamais dei-xou de protestar contra a corrup-cão que; lavra na Câmara cie \ i>ivadores, o que convém acima dt;(tido é assegurar a realização deeleições, no ma/o orevisto.

A 2 ele abril ele 1917 o pre-sidente Wilson convocou extraordi-parlamente <> Congresso iinrle-iime-ricano paru anunciar a declaraçãoele guerra à Alemanha. Entre asprovocações do militarismo prcis-sincio Wilson apontava a espiona-liem como prática intolerável, in-compatível com a democracia eadmissível apenas eni regimenstirânicos. Agora a doutrina de Wil-sou, a respeito cie espionagem, foiposta de lado pela Casa Branca. Acaptura de um, aviador-espliio nosUrais passou a ser justificada,Diante cio «excesso de segredoureinante em determinado país, in-vncam os americanos 0 direito deespioná-lo.

Como classificar o raciocíniodns iiorte-amoricanos cm defesados crimes de espionagem, geral-mente punidos com fuzilamento?A Rádio d? Pequim encontrou a de-íinição exala: ¦ A explicarão noite

^americana baseia-se' ria lógica ciosigangsters», ,

fisse caso do avião abatido c*capturado com o tripulante e lodoo material representa para a UniãoSoviética extraordinária demonstra-cão de eficiência militar. Para osKstados Unidos representa un)a ler-rivll mancada em série, ou a liiste'>-ria em quadrinhos de um fiasco. De-pois do fato em si, as tentativas eleexplicarão. Primeiro, 0 empenheiem ocultar o ato de espionagem.Depois, a hipótese ele que se Ira-tasse de «talvez» ele um avião «ei-vil desarmado» (e não civil armado).iWas ninguém teria autorizado ovôo histórico. A seguir, admitia-sepura e simplesmente a aventura,pois «ninguém ignora que- em vir-lude da situação internacional sepraticam atividades de informaçõesem (odos os paises».

O «mundo livre*, porém alvo-roça-se. «Incidente imperdoável.,diz o .Daily Telegrãph» de Lon-dies. 'Idiotice de irresponsáveis»,constata, com um pouco de íaro

0 CircoJanistaUma semana depois do sr.

Carlos Lacerda fazer contrao sr. Magalhães Pinto as maisgraves acusações —. de ven-dido ao governo, agente decorrupção e sabotador da can-didatura de Jânio Quadros —o próprio Jânio aparecia emcomícios em Minas Gerais aolado do presidente da UDN (edo Banco Nacional de MinasGerais). E não aparecia ¦ sò-mente. Esbaldava-se tambémem elogios ao sr. MagalhãesPinto, apontando-o como umexemplo de dignidade políticae fidelidade àoii compromissos.

Isto cm Minas Gerais.Antes,, em São Paulo, Jânio

havia manifestado inteira soli-daHedade a Carlos Lacerda,esbravejando contra a orienta-ção dos dirigentes udenista»«¦que- se negam a fazer oposi-ção». Também em sua viagemao Rio, quando a crise udenistaatingia o auge, Jânio desman-chou-se em elogios a Lacerda,inclusive de público, no comi-cio da Praça Saenz Pena.

Como dormir com um baru*llio desse?

A questão não é tão difícil.Trata-se de que 'para Jânionão interessam de modo ai-gum os destinos da UDN, desua direção nem de seus lide-res. O que, êle quer é cortejaro eleitorado. Portanto, se estáem Ulinas. e aí a ponte paraalcançar o eleitorado udenistaé o sr. Magalhães Pinto, Jânioexalta Magalhães e se diz tolUdário com êle. Mas se em SãoPaulo e, principalmente noRio, o meio para sensibilizaros eleitores udenistas é o apoioa Carlos Lacerda, Jânio nãotrepida em tremer a voz, contfingida emoção, nos mais ras*gados elogios ao líder do Clubeda Lanterna.

O Jânio magalhanista dêMinas e o Jânio lacerdista doRio são uma única e mesmapessoa: o político oportunista,que não conhece princípiosnem fidelidade a compromis-sos e se vale de, todos os re-cursos, por mais ignóbeis quesejam, para atingir seus obh-tivos.

xxxApesar do lema — «/Vt7o

desespere, Jânio vem ai» — oex-chefe, de policia MenezesCortes é hoje um homem com-pletamente desesperado. Certode que seria o candidato udc-nista ao governo da Guana-bara, mas não tendo o domínioda seção carioca da UDN, arealidade ê que o lançamentodo nome do «coronel' Rilau»está na dependência do queseja decidido por Lacerda.Aos amigos tem se queixadoamargamente e, nos últimosdias, passou até a fazer amea-ças.

— Afinal o Lacerda não énenhum manda-chuva. Nem eusou Magalhães Pinto...

Parlo Motta lima

clinico, o «Daily Mirror , tambémde Londres. De um modo geral se-gundp telegramas das própriasagências ianques, a imprensa in-glosa observa que, post«.s de ladoaspectos mais graves da questão,-os americanos caíram no ridíeu-lo». Sim, caíram no ridículo. Alaisuma vez.

Ninguém se despercebeu desseridículo o o jornal egípcio «Al(«omnouria» observa: «Os norteamericanos confiavam em sua fôr-ça aérea e eis que um de seusaviões,,é derrubado por um fogue»to soviético. Isso constitui um pon-to culminante da histeria da artemilitar». Na Alemanha de Bonn,ninho de militaristas e revanehls.Ias, conhecedores, por experiênciaprópria, de alguns pontos culmlnan-«es ela recente história militar o.lornal «Der Wcll», de Hamburgo,apresenta o incidente como penoso.A lógica dos gangstérs é ma-conselheira. Sempre conduz a resui-tados penosos

^^m^^m^mm9^^^m^m^m ' ¦ -¦

13 a 19 de maio de 1960

Primeiro de Maio

MONTE CARMELO — M. G . — (DoCorrespondente) — Os Ircibclhadorcs

dista cidade comemorarcln. o Dia 1? de

Maio com um vasio programa tle -rea-

li,:açoss, deftcicand,o-se a evocação de

um painel ds.13 melros no muro cio

Prefeitura. O painel foi Lito. com pá-

ginas de NOVüS RUMOS o de outros

jornais nacionalistas. Às i ) hoias hou-

ve uma reunião cívica na ciual falaium

vários oradores.

im famílias no ceará lutam contra o grileiro

flua Gúarct. 51

SANTOS (Ca Sucursal) — A Dire-

toria da Sociedade de Melhoramentos

da Vila Jóquei e Adjacências enviou um

ofício ao Prefeito Municipal solicitando

a sua interferência junlõ à aciminisi.u-

ção do Jóquei Ciube e da Cia. City,

paia que os mesmas providenciassem o

asralíamento e o iluminação tia Rua

Guarani. A lefeucia rua, como se en-

contrava, oferecia sérios perigos à vi-

da dos transeuntes, principalmente* das

crianças. A reivindicação foi atendida.

«O que vimos

em Cuba»

Diversos dirigentes sindicais brasi-loiros, entre os quais os srs. Gúraidoda Costa Maios, ferroviário, OlympioFernandes de Mello, Wilmo Trindade deOliveira, Osmildo Sciíciíicrd da Silva,Armando Piani e Aluizio Palftano, ban-cários, participaram ciao comemoraçõesdo 1' du Maio em Cuba, a convite caConfederação dos Trabalhadores da-

quele país. Agora, por iniciativa doDepartamento Cultural do Sindicato dosBancários, será leclizuda em sua sede,(Avenida Presidente Vargas, 502, 22çandar), uma palestra sobre o tema «O

que vimos*em Cuba». O ato seta nooròximo dia 18, às 19 horas.

A entrada é franca.

Bodas de Ouro

Uberlândia - M, G. — (Do Cor-respondente) — No dio 30 de abrilúltimo comemorou eis suas Bodas deOuro o casal Sílvio Rugani e MargaridaRugani, assíduos leitores do NOVOSRUMOS. Antigos combatentes pela cau-sa dos trabalhadores, o simpático ca-sal foi alvo de carinhosas manifestaçõesdos seus amigos de Uberlândia.

EstudosSociais

Jà se encontraà venda emtodas as bancasdo Rio de Janeiroe São Paulo.

CrS 30,00

one

Carta do SertãoFavela do Canta Galo>.,Seu patle Pêtlo Polino:Eu vivo dispôs tle vcl1os meus tempo de mmino

Na frente de seu y,igaroquantas vez me ajuèeipra II conta meus pecado.Era sempe castigadopelas vezes qui eerrei.

«Quem roba vai pru inferno»!O pade Pédo dizia.Nunca robei, seu vigaro,tó cumprindo as pruficia.Num matei meu simiante,nem mintí, eu não mintia,

Mecê dizia tombem:«vivam todos como irmão»!Seu vigaro, as lei de Deusdeve tá convclas s.lo.Porém, na Merca do Norte,o mericano é tão fortequi num tem riligião,

O santo Papa pidiupra não mata o rapaz.Déxaro de uvl o Papapra uvi o satanás.

Ma taro o home, seu pade,só pruqué sobe iscrevè:a pena quebro a penapra verdade não dlzé.

E' gente civilizada!(Dlnhêro, arco e muié!)Vivem na farra e no jogo!No suberbo Deus-do-fogonunca perdero a fé!

O nego não c humano.,eles tem nojo da c6.O brasiléro pra elesé gentinha sem valo.Pruqué s'eu sô méi quilartfoi preto meu visava!

Marechá Texéra Lotevai mostra prus istrangérodessa mustura qui samoo furtidão e o chéro.Vão todos s'admirádo orgui e d morado cabôco brasiléro!

Seu vigaro me abençoie arreceba um abraçodo seu v'io sirvidõ:Manezin dos Anastaço.

MR PÀ3SE& 'f|

ESreportagem de AMSBAL(caívespondente de NOVOS TO0S no Ceará)

Setecentas famílias cie posseiros(arrendatários) do subúrbio de PadreAndrade, na capital do Ceará, estãosob a ameaça potencial e iminente dedespejo, por parte do coronel Antônio n<Joaquim cie Carvalho, que se diz pro*prieiário das terras.

A concretização da ameaça signi-ficaria uma das maiores grilagem deque iió noiícias, desde que os coro-r.éis latifundiários, de baraço e cutelo,iniciarcr.i-se na prálica da rapinagemds terras, nos vaslos dominios ter-liioriciis do Ceará.

Desta vez, porém, não será fácil,no poienlado, consumar o plano ar-quifeíadcÉ que os setecentos arrenda-lòrios, logo que se viram assediadospeios prepostos do coronel, que exiciam a desocupação pura e simples dastorras, não Vacilaram diante do ulti-rncííum. Aceitaram o desafio, tratandoimediatamente de organizar a defesaccnlra o qnunciado despejo.

Um centro de produçãoagrícola

O subúrbio de Padre Andrade ficaIccaiizado entre o distrito de AntônioBezerra e a Barra do Ceará. De vinteanos até hoje, dezenas e centenas defamílias de origem camponesa vieramse deslocando para aquelas paragense ali foram obtendo, por arrendamento,pedaços de terra, onde se fixaram epassaram a trabalhar.

Paulatinamente, ali foi se forman-cio um centro de produção agrícola.Cultivando a terra, organizando hortas,pomares, granjas e roçados, os arren-datários produzem legumes, verdurase frutas que vendem, diariamente, nosmercados de Fortaleza, para o abaste-cimento da população. Criou-se assim,sem ajuda do Poder Público, aquilo queos candidatos a cargos eletivos tantotêm prometido, nas campanhas eleito-rais, mas que, quando eleitos, não selembraram de fazer: — o cinturão ver-de da Cidade.

! O subúrbio de Padre Andrade éhoje uma parte desse cinturão. Os ar-rendatários, trabalhando a terra comsacrifício, cavando cacimbões para en-frentar a escassez dágua, nas épocasde verão ardente, transformaram aque-Ia parte do Município numa zona apra-zivel, de terras sempre produtivas.

Recentemente, porém, o PrefeitoCordeiro Neto iniciou a construção deuma estrada perimental, a qual, partin-do das imediações da zona portuáriado Mucuripe, contorna toda a Cidade,para ir terminar exatamente no outroextremo da orla marítima, ou seja, naBarra do Ceará. A estrada perimentalpassa por dentro do subúrbio de Pa-clre Andrade, o que contribui para va-lorizar muilo as suas terras.

E foi assim que, mal divisou aestrada de pedra, estabelecendo novasligações com o centro urbano, o coro-nel arrendador cresceu os olhos sô-bre as terras. Precisava expulsar osocupantes daqueles terrenos cultivados,para que pudesse tudo lotear e vendera bom preço. E no mesmo dia em quea cobiça do coronel se fêz sentir, com

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Antes eraareia e mato

Depois vieram os homens do sertão, se estabeleceram na terra c transformaramtudo. O mato e a areia foram vencidos pelo homem: hoje a Cachoeirinha é zonarica e abastece com verdura a capital cearense. O grileiro viu a coisa e querexpulsar as 700 famílias.

intimações peremptórias, derrubada decercas e recusa de continuar a receberos aluguéis, nesse mesmo dia tambémcomeçou a luta do povo agricultor emdefesa de seus direitos. E uma pala-vra de ordem se espalhou ràpidamen-le por toda a extensão dos terrenos:— indenização pelas benfeitorias ouretenção da posse da terra pelos ar-rendatários.

Uma sociedade, um advogadoe a luta

Essa palavra de ordem ganhoucorpo e se cristalizou numa verdadeiralegenda de resistência, no dia em quemais de quinhentos arrendatários, reu-nidos numa grande assembléia de mas-sa ,organizaram a Sociedade de De-fesa dos Moradores de Padre Andrade.Eleita a primeira Diretoria da sociecla-de, esta traçou, imediatamente, os pia-nos para a luta contra os desígniosarbitrários e ilegais do coronel arren-dador. E na mesma reunião, o autordesta reportagem recebeu a honrosaincumbência de defender na Justiça, naqualidade de advogado, os direitos dosarrendatários.

Pronunciando uma palestra sobrea questão levantada, nos seus diver-.sos aspectos, o advogado fêi ver queaos posseiros arrendatários era asse-gurado, nos dispositivos que regem amatéria no Código Civil e no Códigode Processo Civil, a indenização pelasbenfeitorias ou, no caso de recusar-seo dito proprietário a assim proceder,o direito de relenção de posse pelasbenfeitorias.

Um problema social

Entretanto, salienlou ainda o ad-vogado dos arrendatários, •— eslava-mos diante de um problema social. A

questão ultrapassava os limiles de umapendência jurídica, para situar-se noplano de um problema que interessaa toda uma coletividade. Não haviadúvida a respeito do interesse indiretoda população de Fortaleza, na perma-nência das setecentas famílias de pe-quenos agricultores na posse daquelasterras por elas tão afanosamente tra-tadas e cultivadas. A luta do povo daantiga Cachoeirinha contava, deste mo-do, com todas as possibilidade de êxito.Não poderia, assim, restringir-se à con-quista de indenizações. O que se im-põe, no interesse geral, é a perinanén-cia. Urgia então a mobilização da maisampla solidariedade dos trabalhadores,das organizações populares, da im-prensa, do parlamento, dos estudantes.

Não tardou a surgir a solidarieda-de, expressa no coniparecimenlo de li-deres sindicais, jornalistas, veradores ede uni deputado á segunda reunião daSociedade. Nos dias seguintes, a quês-tão foi focalizada com grande desla-que nos jornais de Fortaleza, o depu-tado Pontes Nelo pronunciou um dis-curso na Assembléia-Legislativa, o ve-reador Paulo Mamede anunciou a apre-sentação de um projeto de lei desa-propriando as terras da Cachoeirinha,para que sejam vendidas, com o direitode opção de compra, aos aluais arren-datários.

Medida de reforma agráriaComo advertiu o deputado Pontes

Nelo, no discurso que pronunciou naAssembléia Legislativa, seria o maiordos absurdos se permitíssemos a des-Iruição das culturas feitas por selecen-Ias famílias de verdureiros e horlicul-tores, na Cachoeirinha, exatamente nahora em que, pretendendo desmembraia terra e torná-la produtiva, é o pró-prio Governo Federal quem toma a ini -ciativa de enviar um projeto de Lei deIrrigação do Nordeste, ao Congresso,visando a modificação na estruturaagrária regional; seria vergonhoso pa-ra os cearenses, o despejo das setecen-ras famílias de agricultores do subúr-bio de Padre Andrade, no momento einque, no vizinho Estado de Pernambuco,é aprovada pela Assembléia e saneio-nada pelo Governador, uma lei quemanda distribuir as terras do EngenhoGaliléia, com os agricultores pobres,numa autêntica medida concreta de re-forma agrária. Também na Cachoeiri-nha, acentuou o deputado, é preciso

agir com espírito progressista, defendeu-cio o sagrado direito à vida e d produ-ção do povo laborioso que ali se es-tabeleceu.

Na Justiça e no ParlamentoE assim, graças ao movimento uni-

tário dos arrendatários da Cachoeiri-nha, ja organizados na sua Sociedadede defesa, e graças ri intensa mobili-zaçáo promovida pela-, forças popula-res e progressistas de Fortaleza, estãoamadurecendo as condições necessá-rias para a vitória do povo ameaçado

'de despejo.Promovendo uma ação de interdito

proibitóiio contra a ameaça de des-

pejo, numa das Varas do Cível, os ar-lendatários abriram a lula, simultânea-mente nos domínios do Parlamenlo,uma vez que já está sendo elaboradoo projeto de lei de desapropriação, o

qual conta com gerais simpatias dosvereadores de Fortaleza, esperando-seque venha a ser sancionado pelo Pre-feito.

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Bahia: vreforma do ensino

Realizar-se-á de 15 a 22 de maio,em Salvador - Bahia, o I Seminário La-tino-Americano de Reforma e Democra-*tização do Ensino Superior, que con-

gregará estudantes de toda a AméricaLatina.

O Seminário foi organizado pelaUnião Nacional dos Estudantes (UNE):e conta com a.colaboração das duas

uniões internacionais de estudantes, a

COSEC e a UIE.

lemário proposto, após cônsul-

Ia.; às uniões estudantis, é o seguinte :— Situação da Universidade La-

lino-Americana — info?mando sobre osseguintes pontos i 1 — Número de Uni-versidades e de alunos; 2 — Composi-ção social da Universidade; 3 — AsDitaduras e a Universidade,- 4 — Dis-criminação social e política nas Uni-vorsidacfès; 5 — Situação econômicados estudantes; 6 — Corpo docente;7 — Equipamento técnico de pesquisae material didático; 8 — Relação en-tre educação lécnico-científicá e huma-nista; 9 — Orçamento das Universida-des,- 10 — Universidades particularesb estatais.

II — Uma Política para a Univer-sidade Latino-Americana : 1 — A Uni-versídade e a sociedade; 2 — Parti-cipação e responsabilidade das Uni-versidades na solução dos problemasnacionais; 3 — Autonomia e Reformaur iversitária;

III — Conteúdo Técnico da Re-forma i 1 — Democratização do Ensi-no Superior; 2 ^— Programas de ensi-no, distribuição do tempo escolar, teo-ria e prática) 3 — Educação superiorcom relação às necessidades do desen-volvimento nacional; 4 — Organiza-ção, do magistério Superior': a) Con-eu r, sos; b) Vilaliciedade das cate-dras; c) Pós-graduação; 5 — Orga-nizações estudantis e sua participaçãona direção das Universidades.

Além dos jovens latino-americanos,participarão do Seminário, como ob^servadores, uma delegação da COSEC,uma delegação da UIE, estudantes ita-lianos, franceses, chineses e tchecos

CAPFESP nâo atende

Os ferroviários da C o m panhiaPoulista enviaram milhares de cartas ee telegramas aos srs. Juscelino Kubits-chek, João Goulart e ao Presidente daCAPFESP reclamando contra a falta deassistência médica e hospitalar. Os fer-rovlários protestaram contra a decisãodo delegado da 8' Região da CAPFESP,sr. Lourival Melo, que suspendeu osbenefícios que lhes eram prestados naCasa de Saúde Dous Córregos. A t éhoje, entretanto, ainda não foram aten-didos.

Fesfa

campestre

0 velho Miguel

nao sai

;*:.¥

Um dos mais antigos moradores da Ca-choeirinha, o velho Miguel está dispostoa tudo para defender o pedaço de terraque cultivou com sacrifício. Entrou naassociação e vai lutar com os outros'la-vratlorcs contra o coronel grileiro.

Está programada uma grande Ies-ta campestre para o próximo dia 29,das 8 às 17 horas, na aprazível Fazen-da São Bento, em Caxias. Dotada deuma grande piscina, crianças e adul-tos encontram em São Bento, horas dealegria e prazer. Um grande baile eum monumental show animados por ar-listas profissionais darão maior alegriaaos excursionistas que encontrarão, emCaxias, ônibus das linhas Saracurunn-Campos Elíseos, Parada Angélica, Pia-beta, Boa Sorte, Belfort Roxo (via lote1/5), Raiz da Serra, por Cr$ 5,00, eMantiqueira, por CrS 7,00. Todos aolado da Praça 23 de Outubro. Os con-vites para essa grande festa podem serencontrados na Gerência de NOVOSRUMOS.

NOVOS RUMOS

Diretor — Mário AlvesGerente — Guttemberg Cavalcanti

Redator-chefe — OrlandoBomíini Jr.

Societário — Fragmon BorgesREDATORES

Almir Matos, Rui Facó, PauloMota Lima, Maria da Graça, LuísGhllardlnl;

MATRIZRedação: Av. Rio Branco, 2r>7 17"

andar. S/1712 — Tel: 42-7S44Gerência: Av. Rio Branco, 2",,

!)" andar S/ÍÍ05Endereço telégráfico —

«NOVOSRUMOS»

ASSINATURASAnual CrS 250,00Semestral » 130,00Trimestral » 70,00Aérea anual, mais CrS 100,00;semestral, Cr$ 50,00; trimestral,

CrS 30,00,Número avulso Cr$ 5,00Número atrasado » 8,00

¦"¦•tuaus-M i mmm u<n

13 a 19 de maio de. 1960

Wm -Sôbre LivrosO grande poeta americano Walt Whilman, que era também um grande

panfletário político, escreveu certa voz as seguintes palavras, referindo-sea certos círculos dirigentes dos Estados Unidos:

«Suo os homens mais deformados, mais medíocres, mais hipócritas,mais falsos, decoração mais enganador que jamais apareceram entre nós;>.

Palavras candentes e contundentes, escritas em 1856, há um.século, oque hoje podemos repetir è gravar à ponta de fogo nas faces minerais dosdetentores Ao Poder naquele pais. A história de Caryl Chessman, cujo atoíinal encheu de horror a humanidade inteira, veio nfto apenas confirmá-lascomo ainda avivá-las com insuspeitável dramaticldade. Os descendentes, hei-deiros e continuadores dos homens a que se referia Walt Whitman aparecemhoje, aos olhos atônitos do mundo, como peças da mais perigosa máquina dePoder montada na teria nos últimos tempos. Pior que o nazismd de Hitler,que aparecia com uma cara só, sem mascarar-se de guardião da Democra-cia. E que ameaça o mundo, mais perigosamente que o nazismo, com a arro-gante imposição do seu domínio e do seu estilo de vida — um estilo que temnos carrascos que condenaram e executaram Chessman um dos elementos bá-sicos de sua formação.

Na carta derradeira, escrita horas antes da execução, e dirigida a umjornalista, assim se exprimiu Chessman: «Corno deve saber, os carrascos,na Califórnia, obedecem a horário de bancos. Nunca executam alguém antesdas dez da manhã c nunca depois das quatro da tarde.:-

Eis aí, nessa frase pejada de tétrico sarcasmo, o retrato sem retoquesdo tão gabado «estilo de vida» -— tudo a funcionar sob inspiração bancária.Civilização bancária, justiça bancária, democracia bancária, política banca-lia, diplomacia bancária, moral bancária, homens bancários, homúnculos ban-cários,

Caryl Chessman fez-se escritor ria prisão, e escritor de (alento, quesoube extrair da sua tremenda experiência e da sua angústia a matéria-primade livros com os quais lutou por sua sobrevivência e, mais que isso, por in-teressar a qpinlfiò pública do sou pais e do mundo numa generosa campanhacontra a apena de morte', Acabou na câmara de gás, após doze anos de umabatalha gigantesca; emocionante duelo da livre inteligência contra a empeder-nida rotina judiciária. Mas seu nome sobreviverá, e a lição dos seus livrosnáo se perderá.

Náo confundimos o povo americano — o povo propriamente dito — comos grupos que governam o pais, os super-homens essencialmente bancáriosque comandam a máquina do Poder, Dita-dura de fato sob falsas aparências legaisde Democracia. E é o povo americano quehá de em primeiro lugar tirar as conseqüên-cias úteis de tão dura lição,

Astrojlldo Pereira

Papâol'or onde eu andar — aqui, ali, acoia — sempre encontro um deles,

Sempre apiuece alguém para me falar que um deles reside ali, naquelelocal onde estou apenas de passagem,Outras vezes é unia mito estendida e uma pergunta: — Lembras dcmim? Olho ó rosto e não o reconheço; Anos passaram, cabelos embranque-ceram, corpos engordaram tomando outros feitlon, rugas vieram e nSo me6 mais possível revè-Ios como os sonheei, naquele passado tao cheio de tiros,de sofrimentos, como foi o nosso, nos sombrios anos (pie começaram em 1935,

Quem já os esqueceu?3las para eles, os meus velhos companheiros de lutas e de cadeiastenho sempre multo mais do que um banal aperto de mão: tenho abraçosi! palavras de ternura, lenho vontade de beijá-los quando set que continuamcomo eu os conheci, fortes nas suas convicções, certo» de que o caminhoencontrado um dia è o caminho por onde avançam, prosseguem.Desta vez foi em Fortaleza. Logo que cheguei e tomei conhecimentoda cidade e dos amigos, dos problemas e da vida local, alguém — um moçoollmo falou-me em Papfto. Disse-me que eu precisava ver Papfto que Papfto

queria me ver. Mas quem era Papão? E foi então que a história dele voltoua minha memória; era aquele português operário que no Pavilhão de Pri-inãrlos cantava como galo. Um galo cantando de manhã cedo, fora de horas,mas cocorlcando alto e forte, com se estivesse sempre com alvorada nagarganta;

Contaram-me que quando Papão leu a noticia do aparecimento do livrode Graciliano Ramos «Memórias do Cárcere» correu à Livraria «Renascença»pediu a Luiz Mala que guardasse para êle o primeiro exemplar que apa-recesso. Sentiu e pensou que o grande romancista ia falar dele, pois foramcompanheiros de prisão, I» falar dele, de sua coragem, de seu compunheiris-juo. O livro cluT.iii. Graciliano foi cruel com Manoel Batista, hoje conhecidocomo Papfto. Nao compreendeu porque éle insistia tanto em cantar comogalo: uma maneira de alegrar os tristes, de sacudir um ambiente de lautasdores com uma nota de alegria. E» sempre alegre ouvir cantar um traiomesmo quando é um falso galo. b '

Papfto sofreu multo com us palavras injiisfas de Graciliano a seurespeito, mas a -vida é a vlth, Papão está velhinho o continua, continuaiodas us noites, terminado o seu trabalho do dia, trabalho para ganhar ovnvrns wramnoÇabd<? 1*Vrl'('i,il. ,,ns r"»* «»° Fortaleza, apregoando, vendendodormirl

RVMOis- Pel° noMo Jonml *1' fôr l»r«!',|s» »»<> dormir, Papfto não

Pu! vê-lo no botequim onde trabalha. Ficamos ambos emocionadosMo sei bem - mus presumo - o que Papfto sentiu. Eu confesso que houveum no na minha garganta quando éle me disse apenas assim:— Como vai, companheira?Nosso ultimo encontro foi há tantos anos. mus Papão com suaW«uniu parecia me ter visto na véspera 'Abruçamo-nos, Grande, querido velho quemoço, preso, sofrendo, subia cantar comogalo, anunciando u alvorada. A alvoradade um dia que vai chegar. Papfto sabedisso.

Eneida

%-rrrmfr*

Guslayo Corção, o tal que definiu o nacionalismo brasileiro como«neurose coletiva , encheu boas quatro laudas para o seu artigo semanal noSuplemento Literário cl0 Diário de Noticias de domingo, fazendo a apologiade Santa Catarina de -Sen». Esta filósofa, do condições humilde, «tornou-sepela torça das circunstâncias, conselheira dos Papas, diretora espiritual deseu diretor, e mão de sua mão,. ICorção não chega a esclarecer se ela setornou mão da.s mãos dos Papas, ou mãe do sua própria mãe, isto é avódos Papas ou. avó do si mesma i.

O que mais entusiasma o colunista do DN, porém, é o segundo ore-celto cia doutrina da santa:«combater e esmagar a vontade própria, tonto e origemdo todos os pecados».

Discípulo aplicado, Corção tom sabido perfeitamente renunciar aqualquer vestígio de vontade própria, adotando e difundindo com servilismoa« idéias o os interesses de sons amos, os trustes estrangeiros.

Na seção «Livros da Semana» do Correio da Manhã (7-i5-11)00), fomosencontrar esta preciosidade:

«O que importa no teatro, como em Indo quanto é arte,é apenas o lado estético, u único critério ile julgamentoadmissível».

tinem redigiu a nota — redigiu e não assinou, no que fêz muito bem— ignora que FORMA e CONTEÚDO não são duas coisas Independentes,o que o luz conceber valores estéticos abstratos, desligados do complexo cmque se realizam os valores éticos, políticos, sociais e humanos em geral;imagina um indeflnivel «lado estético», ao qual fica reduzida a Importamcia de toda a obra de arte.

( Leia, rapaz. Leia e informe-se. Paru evitar novas sandices desse tipo,dê uma olhadeia pelos menos na página 32 do primeiro volume da «Este-licu», de Hegel, onde, entre outras coisas, você vai aprender que «a formaestá determinada pelo fundo a que convém».

Foi, com certeza, o'neoconcreto Ferreira Gullar Cpóeta que os leito-res devem conhecer ao menos de buraco) (pie selecionou «o melhor da se-mana», poema publicado no ultimo Suplemento Dominical do Jornal doBrasil,

Versos como »«Issoburuqup.i

Resto ficoburacando,..»demonstam claramente o espírito de «cava-Cão» que campeia entre os puelus do SÜJU.

Perfro Severfno

Chessman M orreu,uici (gani

A execução do norte-americanoCaryl Chessman foi mais uma con-firmação na prática daquela frasedo finado Secretário de Estado Fos-ter Dulles, ou a éle atribuída, masque expressa à perfeição da realidâ-de:- «Os Estados Unidos não têmamigos, têm interesses".

Ante o clamor do mundo, as cias-ses dirigentes americanas quiseramdar mais uma prova inconteste dcque cs Estados Unidos são umaformidável potência, o país líder domundo ocidental e cristão, que nadateme, que não se dobra a exorta-ÇÕés movidas por «sentimentos exa-eerbados» de outros pqvos...

Se assim era na década de 20,porque não pode ser agora, quandose passaram apenas quatro decêniose os Estados Unidos são muitomais ricos e poderosos?

Na década de 20 a justiça ame-ricana encarcerava e condenava àcadeira elétrica dois revoluciona-rios de origem italiana, Sacco eVanzetti. Eram dois anarquistasaos quais se atribuíam crimes ter-ríveis. Levados ao tribunal, Sacco eVanzetti negaram os crimes a elesimputados e reafirmaram dessas-sombradámente sua qualidade deanarquistas. Eram homens que ti-nham um ideal e, certo ou errado,sustentavam-no perante a todo-po-derosa justiça americana. O mundose comoveu com a tragédia dos doisbravos revolucionários. Os povosapelaram às autoridades america-nas para que os livrassem da pciiado morte. Mas se os Estados Unidoseram a potência incontrastável, co-mo acabara de revelar a primeiraguerra mundial? Foram insensíveisanle os clamores dos povos. Saccoe Vanzetti perderam a vida na ca-deira elétrica.

Anos mais tarde, era jurídica-mente comprovada a sua inocência.Dc quem o crime? Das classes d'ri-gentes americanas, oue haviam le-vado dois revolucionários à cadeiraelétrica na tola pretensão de obs-tar que o espírito revolucionário —comunistas nu anarquistas eram porela imbecilmente confundidos —medrasse na poderosa América doNorte.

Quase 30 anos mais tarde, st.tr-giria caso semelhante: o pro"e.°sodo Casal Rosenberg. ./itlitts e Elhslprotestaram inocência ante as ab-surdas acusações de espionagem emfavor da União Soviética. Lorro de-pois ficaria provrdo mie a URSSnão necessitava de informações se-cretas para ultrapassar os EstadosUnidos na ciência e na técnica, nãosó em bombas atômicas e de hidro-gjnio, cerno em foguetes interconti-nentais e nos satélites, em que seriapioneira.

O casal Rosenberg perderia a vi-da, deixando tlois filhos na orfan-dade, enquanto o «Colosso do Nor-te» se mantinha insensível ante osprotestos mundiais.

Alega-se talvez: ciam processospolíticos. Se OS Estados Unidos ce-

dessem uma vez, seria aberto o pre-cedente para casos semelhantes.

Não é verdade que o motivo fôs-se êsee. O processo de Caryl Clu -;-rrian era de crime comum. Signifi-eativamente, transforma-se num ca-so político, desde que ultrapassouos limites dos Estados Unidos anteas dúvidas legítimas em relação àJustiça norte-americana. Os ' mi-lhões de homens que em todo omundo pediam pela vida de Ghes-sman náo ignorava/n ser êle o au-tor de crimes merecedows de ri-"gorosa

punição. O próprio Ches-sman o reconhece em seus livros,que, não sendo de um escritor demérito, são de tal modo sincerosque revelam um processo de tomadade consciência e de recuperação deum criminoso. Essa tomada deconsciência chegou ao limiar dacompreensão do fenômeno socialque é a multiplicação espantosa dacriminalidade entre a juventude ea infância dos Estados Unidos,dando-lhe uma triste primazia nomundo. Em carta a um jornal ame-ricano para ser publicada depoisde sua morte, Chessman pergun-tava: «Que ganhou o mundo coma minha morte? Sei que muitos di-rào ser a minha presença ria socie-dade uma ameaça constante. Masessa mesma sociedade teve, ante-riormente, muitas outras oportuni-dades para segregar Caryl Ches-sman (...) Se alguém perguntarse tenho algo a lamentar, direi quea minha infância perdida, pois ela,em sua maior parte, decorreu jus-tamente nes estabelecimentos des-tinados a corrigir-lhe o caráter eas maneiras».

Ti' uma tremenda acusação, em-bora parcial, a essa sociedade cor-rompida pelo dinheiro, podre atéa medula, em queda irremediávelpara o despenhadeiro. de seus últi-mos dias.

O caso Chessman, um episódioaparentemente individual, é umsintoma de que essa mesma socie-dade que lança milhares e milharesde adolescentes ao crime — atravésdo desemprego permanente de mi-lhões do trabalhadores, de amea-ças de guerras catastróficas, decrises e depressões econômicas sem-pre ameaçadoras, fechando endavez maisos horizontes da esperançaà juventude — é uma. sociedadeque mata mas também sc suicida.

Que dizer de uma Justiça, apa-, rentemente inflcxivel.mas que sou-

bc dobrar-se à conveniência de.suspender por algumas semanas aexecução de Chessman para que oPresid nte Eisenhower, em sr.a vi-sita à America Latina, não corressea sorte de Nixon, não tivesse umarecepção de disparadas e pedra-das? Logicamente, essa mesma Ju:>tica que se dobra a motivos de or-dem política, poderia perfeitamen-te ler comutado a pena de mortede Chessman ante os reclamos uni-versais.

Por que não o fêz? Devido aogrande, ao desmedido desprezo dos

RUI FAGã

Estados Unidos pela opinião públi-ca mundial, pelos demais povos.Os Estados Unidos, ou melhor,

as classes dirigentes americanas,pensam e agem dentro dos mesmosesquemas da dcoada de 20, quandolevaram Sacco è Vanzetti à cadeiraelétrica. Não percebem que o mun-do mudou radicalmente, que os Es-tados Unidos não são mais a potên-cia incontrastável, que a pequeninaCuba pode realizar transformaçõesrevolucionárias nas barbas de TioSarri precisamente porque o mundodo hoje não é o mesmo de lia 30ou 40 anos.

Mas os Estados Unidos, na piá-tica, tentam inutilmente perrriáne-cçr fiéis à política de «posições deforça», a política de imposições, doquero e mando. Tio Sam esta so-frendo de irremediável cegueira-

-0-

Se os dirigentes norte-america-no,s não estivessem cegos dariamatenção, por exemplo, a comenta-rios como aquele aparecido num jor-nal conservador e politicamente re-acionário como é o Jornal do Brasil,de 3 de maio. Ê verdade que existe,ali um certo espírito de alarma pe-Ia perda crescente de prestígio in-ternacional dos Estados, Unidos.Mas traduz, em parte, a revolta dobrasileiro comum ante a insensi-bilidade, a selvagem demonstradapelas classes dirigentes america-nas no ca.so Chessman. Não se ilu-dam eom a marcha-à-rè de O («loboque, depois de afirmar ser a exe-cução de Chessman «uma formabárbara de punir", «na melhor dashipóteses é uma prova de prima-rismo anti-social igual à do crimeque com ela se pretende punir. Napior, uma forma lamentável e re-voltante de sadismo coletivo*,acrescentando ter sido atminoeen-te que morreu na penitenciária ca-liforniana» (O Globo, 3.V.60), nodia seguinte, aos puxões dc orelhasda Embaixada americana, voltaatrás de maneira vergonhosa, afir-mando que não havia motivos parasentimentalismo o que se pretende-ria fazer dc Chessman tuna viu-ma com fumaças de herói - (5.V.80, 1' página).

Se em seu primeiro comentárioO Globo nãa pôde ignorar a indig-nação popular, no segundo já vemoso dedo da ESSO através de seu pre-posto no jornal.

Procura-se fazer crer que foi íei-ta justiça.

Este recuo escandaloso foi rffoti-vado pelo crescente estado de es-pirito anliamericano \..ivel, p-!-pável em toda perto. E de que foia m.rs clara expressão o sinal dcluto do povo brasileiro colocaria nonarro da futura .sede da Embaixa-da dos Estados Unidos em Bra li-lia. Uma réplica também á tó'apretensão — se ela existe — dcisolar o Poder centra' da.influênciapolítica popular. Uma afirmaçãode que Brasília nasceu não sòmen-te administrativa, mas também po-liticamente: protestando contrauma manifestação de soberano des-prezo dos Estados Unidos para comos demais povos.

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Uaifraca da V Uona: quem para, compra

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Intelectual participante dc todosos movimentos progressistas doBrasil de sua época, MonteiroLobato esteve sempre presente porsua pena a tudo que dizia respeitoao desenvolvimento econômico ecultural do país.

Pioneiro da luta pela idéia hojeconsubstanciada na Petrobrás, ofoi também na criação da ativida-de editorial em nossa terra. Daí ajusteza da homenagem que se lhe

presta comemorando o D:;i doLivro na data de seu aniversáriode nascimento (1<S de abril), quan-do é instalada na Cinelândia a iáfamoso Feirado Livro, í: sem dúvi-da o mais adequado preito ao cria-dor de Jeca Taln, posto que refleteuma de suas maiores aspirações, ade levar ao novo a cultura.

Realizada pela primeira vez cml!)õ(i, a Feira tem seu êxito auincn-

\

tado a cada ano oue nnwn, Ftío in-teressante e our traduz o desejo(pie tem nossa gente de conhecer:k obras tias clássicos do marxismo,

en u c o autor nes solicitado.Também as revistas chinesas sàomuito procuradas, esgotamlo-se rá-pidamente. Assim, nenhuma sur-presa há no sucesso da barraca daISditoria! Vitória, oue é a oue maisvende.

O «Machado»deAsírojildo

Publicado em junho do ano passa-do, o ''Machado clü Asais» lensaios eapontamentos avulsos) de AstrojildoPereira f^rmou-so entre os principaistrabalhos, sôbre u grande romancista.Alinhamos abaixo, de notas criticas emjornal c cartas a Astrojildo, opiniõescte intelectuais sôbre o livro, t.ime elas,figura a de Kuger bastido, íundádoroo curso cie tíocicjiog a na üniversída«cie dc s, fuulo, orioe pór algum tem-pu exerceu a cátedra,

De Marco Aurélio Matos:.0 Mudiudo de As^is de Astrojildo

Pereira e muito mais do que parecedeixar expresso o' autor nas linhas in-tiocliuõfias tia obra: a previu divulga-(;ao desses estudos em jornais e revts-i;..s nao lhes retirou o conhecimento se-gui'o uò 'roteiro criador do mestre deu-ti.i cnbUí,, nem transmite outra im-pressão que a do unidade convincentee auiaiizuüà, -- Creio que ncin todasas teses arroladas no livro váo more-<¦;.•!¦ jc;tial destaque, nem a cias poderia-mos dar adesão imediata ou franca —.mas a constante probidade do autor.niKsnío cm conclusões a que se pode-r.a chamar marxistas) nos esclarece, anos que náo temos nem íòrmacãó nemconvicção materialistas', — O imporian-te nesse livro é que éle é, no mesmo'tempo, um livro cie pioneiro machadia-ho e um livro cie consolidação critica.As iiiiuicõcs e os achados antigos con-lomam-.se, alargam-se na pubilcag&o dehoje» -- iJomui d,, bi-flsii ric't4de.'¦gosio de iy.)Ji.

De Otto Maria Carpeaux:Assim como a casa editora que aea«lia de publicar o presente livro, o sr.

Astrojildo Pereira é tradicionalista «revolucionário ao mesmo tempo. Tra-cticionalisla: porquê cm sua crítica s«observa a preocupação pela significaçãomoral e pela interpretação da impor-tâncla social das obras estudadas. Re-voiucionário: porque a norma dessaspreocupações e Interpretações é a cri-Ixa marxista a sociedade e das suasexpressões supcicsiruturais. — A obrade Machado e considerada (por A.P.)como documento da época da qual saiu;mas a análise da época também é ins-trumento dc Interpretação da própriaÜbra. Dir-se-ia: método do reflexo du-pio, satisfazendo as exigências do his-loitador social e, ao mesmo tempo, for-in tendo contribuição indispensável pa-ia a interpretação propriamente llterá-ria. tü listado de São Paulo, 22 deagosto de 1959),

De Jorge Medauar: ••Seu Machado dc Assis não pode ser

lido corridinho, Ha que se ler com lá-pis na mão, numa espécio de monólo-go critico, você consegue pinçar coisasraras, tolucionadas com outras com tan-Ia lucidez que o leitor ficará obrigadoíi conferir e conferlr-sc. Explico: con-ferir aquilo a que V, 0 obriga e con-krir-se com respeito ao juizo que fazou que fazia sôbre o escritor brasileiroque loi o melhor manipttlador da Hn-gua no Brasil — naquele tempo e ain-da boje., — iCarta a A.P.».

De Athos Damasceno:Seu último livro, que acabo de lerencarnado, é das melhores cosas quejti se publicara n sobre o nosso Macha-

do de Assis. Dlgu nosso , não carinho-samente, mas no sentido com que V.emprega o possessivo, em pagina modo-lai ]..'.;a propriedade critica e lúcidacompreensão cin obra dn mestre.> —tCaita ,' A. i'. i.

e 1 cy;gi'iwy Júnior:Pen.sii que nada mais sc pudessedizer cie uo\o sobre o nossu radiado,você ncuioii, iou-me o conLár.o. Quan-io apicnd. no seu livro! üom sofistica-(.ao c sem p?;ianti mo. i\,m ágttda cvigilante lucidez critica, Multo obriga-tio peia üt.ao , -- iCarta a A.i\)

De ' au!o Dantas:

>ia loto, a recordista

. Mostrando Machado de Assis atra-vos uc uma v ííí0 social o nacional, per.fr.i.aiheiHe ací-ilável, Asirojddo Perei-ia com sen livro captou a simpatia pa-ra a vida e para a obra de um escri-to.- ente, ue.ma dc ttitío, soube ser umaríisüi perfeito, um modèio de amor áune o cie linguagem i.ããssica Este en-Ire muitos, e um dos méritos da 'reu-

nao dêsaes esíiuius em livro, o qualveio ampliar ,, , ,.-„ (\vs esludos sobreiM.achauo de Ass.s, que, como nenhumc-;iooi' h:,'i,o -iro, ¦ „, ucnlium tempo,lu' u,l> talado, tao manuseado, tao c<-quachinhado . Assim foi no seu cenlcnui-io de nascimento, no recente cin-qtlentoiiario de sua n.orte, c continuará•-•uno por muito tempo, já que sua•nna otmece aspectos artísticos e hu-manos de interesse permandnie c tono-ym o. Assim soube compreender Astro-lúcio Pereira,-que náo só aumentou estabibliografia, com,, também vei0 enri-quoçò-in com um trabalho de enqna-etiamento sociológico c. político dòvmais méis )i;,r;; ,., compreensão de Ma-l'";ii" ||ç A"1 dtcvisia Brastlién.

De Roger BasíitieProfessor da Universidadede Paris, antigo professor daUniversidade de São Paulo:

„ !••:."Ire os livros inspira;!.», pólo cin-iiuçmçnarlo da morte dc Machado de_ oj s, devemos pór em pr tnelro luear

Jlwhajo de Assis cie Astrojildo ¥í"'"•a (Livraria Sfi0 Josó Kim. „ qua]ip'S i onta, a meu ver com toda a razão,n '""Sem tradicional que se linha donaior dos escritores brasileiros En-^['/"••se-a. neslc livro, primeiro um

iÀ m„m, ''°, Mncl,a"o de Assis comoes mu,,!,,, de sua época e «pressãoe tuna sociedade em transição; e de-M». uma definiçíio d< Machado como,;,,::,",¦•

,MI «iwnolldoj da família pa-liiatcal, escravista colonial, por conse-guinte como «escritor participante»; asli.,',mas sobre a teoria materialista de;;;i';;iado.

-wmparada a0 mtitertalismonaieticp de Marx, são particularmente'

1\',™ • ,„M','tl«"-' dc Knuiue. n»uc Março de ÍÜUOJ.

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— 6

RIO ZONA NQPJE: HÁ 64 ANOS NÃO SE FAZ UMA CANALIZAÇÃO

NOVOS RUMOS 13 a 19 de maio de 1960 —

WFm ^*2§ fC^ ^s^ Esgotocantado

. Iniciada em 1857, ao tempo d"v. reuro u', a zo.i^ivção da rêd'-r detsgoios sanitários cia cidade do Rio deJaneiro atingiu em 139ó os subúrbios doEncantado e ai penou. Neste século, atéo primeiro semestre d; 1958, não se as-

.sentou nenhuma canalização de esgo-Ios nos subúrbios da Central, além deEncantado, Não é exagêio, pois, dizer

-que os subúrbios desta «Cidade Maravi-lhosa» praticamente não têm esgotos.Atualmente, existem somente 982 kmde coletores, correspondentes a ape-nas |/3 do atual Esiado da Guanaba-ra localizados nas zonas Centro eSul, fundamentalmente. Somente I mi-Ihão e 300 mil Habitantes são benefi-ciados pela rede de esgotos, o que re-presenta menos de 50't da populaçãoda cidade,

A situação da rêcle de esgotos doRio de Janeiro c, as:im, absolutamon-te incompatível com as nonnas do mi-nimo de habitabijídade e higiene, Irans-formando-se num grave problema desaneamento que, considerado comofundamental na realização do planeja-mento de obras públicas, foi consubs-tanciado no Programa de Obras daSuperintendência de Uibanizaçáo e Sa-neamento (SURSAN).

DES faz o que pode

Diante da siluaçòo acima expôs-Ia, a SURSAN tem a responsabilidade

gigantesca da construção de pelo me-nos 2 mil km de esgotos no Rio. Istoé necessário para que se possa che-gar ao ponto de acompanhar com arede, de imediato, a abertura das no-vas ruas e a construção de novas ha-tações. Para isto é preciso que o atualgoverno da Guanabara faça com queos bilhões da SURSAN íejam adminis-Irados de acordo com os interesses dapopulação. Bem se sabe que, enquan-to bilhões de cruzeiros eram movimen-tados na «mina de ouro do Desmontedo Morro de Sto. Antônio e na aterroda Glória e do Flamengo, a Munici-palidade aplicava alguns trocados nosesgotes. Mais ainda.- só a Aveniaa Pe-rimental está recebendo mais recursosdo que todo o Departamento de Esgo-tos Sanitários da SURSAN.

É preciso que se diga que comos magros recursos de que dispõe, temfeito o que pode. Em 1958 foram cons-iruídos 111 km de coletores, e em1959 67km, perfazendo um tolal de178 km. Em 1960 a SURSAN se pro-põe construir mais 100 km de rede. Onúmero de habitações esgotadas em1958 foi de 13.120, e em 1959 elevou-«e a 14.018. No que diz respeito aostrabalhos de conservação da rede jáexistente, foram limpos e conservados26.081 m de coletores e galerias di-versas, 3.361 poços de visita e 582poços ventiladores; ao todo, conserva-ção e reparação de 982 km de redeconstruída.

Estações de tratamento

Diante da extrema precariedade dafituaçâo dos subúrbios no que se refere

Falarem Argélia

Na França de De Gaulle, falar pais. Hoje, prehdeirn-rae. É maisna Argélia em termos de amizade, uma idiotice que um crime, comocompreensão c pacifismo, significa outras já feitas aqui. Aos homensI n> PCUltV i ij)'j i¦ /inr/innmnnfn An I!Kam ¦«••- ¦«

Teatro

cios esgotos, o DES procura orientarsuas alividades principalmente paraessa zona. Entre outras obras de gran-de importância para o saneamento dossubúrbios, que estão em execução ouem vias de serem iniciadas, destacam-se a Estação de Tratamento da Penha,a Elevatória de Bonsucesso e a Esta-ção de Tratamento da Ilha do Gover-na dor. U

A Elevatória de Bonsucesso é umaestação de bombeamento destinada areceber a vazão sanitária deste bair-ro, elevando-a para a Estação de Tra-lamento da Penha. Essa obra foi cal-culada em CrS 14.437.773,00.

Por sua vez, a Estação de Trata-mento de Esgotos da Penha será umadas maiores do gênero da América La-tina. Sua função é receber e depurara quase totalidade da vazão sanitáriados subúrbios da Leopoldina. A cons-trução será feita em duas etapas, dasquais a primeira, que se encontra emandamento, tem capacidade para de-purar a vazão correspondente a 170mil pessoas. Em sua etapa final, a es-tação poderá tratar a contribuição equi-valente a 400 mil habitantes. As obrasda primeira etapa deverão ficar con-cluídas ainda no primeiro semestre de1960.

Poluição da Baía de Guanabara

Outro problema bem conhecidopelos cariocas e que assume grandesproporções é o da contaminação daságuas da baía de Guanabara. Essacontaminação, além de trazer conside-laveis prejuízos aos pescadores, cons-titui uma ameaça à saúde da popula-cão. A poluição das águas tem as maisdiversas origens, entre elas: os despe-jos de esgotos sanitários de Niterói, des-pejos de esgotos sanitários do antigoDistrito Federal, aterros de lixo, des-pejos industriais, etc. Até agora, o De-parlamento de Esgotos Sanitários daSURSAN; ainda não tomou medidas de-cisivas para a solução do problema.

Oficialmente, o mesmo departa-mento conhece bem o problema e exis-te um planejamento em que são incluí-das várias medidas a fim de soluciona-Io. Por exemplo, no que diz respeitoaos despejos provenientes da rede deesgotos sanitários do Rio de Janeiro,prógramou-se exterminar esta fonte decontaminação por meio da construçãode estações de tratamento, em que osdespejos serão depurados antes de se-rem lançados ao mar. Também as in-dústrias da cidade deverão ser invés-ligadas, a fim de que encaminhem para a rede de esgotos sanitários os seurespectivos despejos.

Nada derivou dos"cartões-deriva"

PalavrasPROBLEMA N° 10

HORIZONTAIS: 1 — Discursar empúblico. 5 — Planta da família das Ta-láceas. 9 — Investigam a verdade de. 11

Um dos problemas mais importan-íes no que diz respeito aos esgotossanitários dos bairros da zona sul dacidade refere-se ao seu destino final.Atualmente, os esgotos desses bairrosestão sendo lançados em dois pontos.

CruzadasF. Lemos

— Rio da França. 12 — Aquilo que seopõe ao bem. 13 —• Mulher malvada.14 — Cidade do Ceará. 16 — Igual; se-melhante. 17 — Preposição indicativa delug.ir. 18 — Pátria de Abraão. 19 _ No-me de um conhecido sal de frutas. 20Museu de Arte Moderna. 22 — O subs-trato instintivo da psique. 23 — Umacentena. 26 — Compaixão; tristeza. 27 —Legitimar de novo. 30 — Terra arrotea-da e própria para cultura. 31 —• Preju-dica; danifica.

VERTICAIS: 1 - Criai ovos. 2 —Tornar a acender. 3 — Brisa. 4 — Vis-cera dupla que segregn a urina. 5 Sinal gráfico. 6 — Antes de Cristo. 7 —Companheiros de quarto. 8 — Querermuito bem a. 10 — Quarta nota da es-cala musical. 15 _ Prefixo: hombro.16 — Interjeição designativa de estrondo.19 — Terreno em que se junta o sal, aolado dns marinhas. 21'-- Alargamentodo prazo para pagamento ou restriçãode alguma coisa. 23 — oxido de cálcio.24 — Forma arcaica do artigo «o». 25Um milhar. 28 — Ande. 29 — Prepo-

RESPOSTA DO PROBLEMA N' 9HORIZONTAIS: 1 - Rica: 4 — Osga; 7 — Ar; 8 — Sob; 10 — Em- 11 —

Maria; 13 — Ada; 15 Pnr; 17 — Ala; 18 — Fim; 19 — Ara; 21 — Tal- 23—-Sítio-26 — Mc: 28 — Ras: 29 — Pa; 30 — Asma; 31 — Arai. VERTICAIS:' 1 - Ras.v2 — Ir: 3 — As.i; 4 — Obi; 5 — Ce: 6 — Amar: 9 — Ora; 11 — Malas; 12 — Apito-14 — Dar; 16 — Ama, 19 — Arma; 20 — Ita; 22 — Leal; 24 — Ira; 25—|sa:27 — Es; 29 — Pá.

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junto ò costa: um no Pãode-Açúcar,do lado de fora da baia da Guanaba-ra, e outro na Ponta do Vidigal. Estesistema é extremamente prejudicial àpopulação, uma vez que as praias loca-lizadas perto desses pontos acham-seabertamente sujeitas ao perigo da con-taminação e da população. Não é ra-ro que os freqüentadores destas praias,por exemplo, no Leblon, vejam detri-tos boiando nas águas,

'já sem falar

do odor extremamente desagradávelque estas constantemente têm.

Até agora, a única providênciatomada pelo Departamento de EsgotosSanitários foram as três famosas «Ope-rações Cartão-Deriva», das quais duasfracassaram redondamente. Tais opera-ções se destinavam a contribuir paraum melhor conhecimento das correntesmarítimas em frente às praias cario-cas, a fim de possibilitar, o lançamen-to submarino e a grande distância dacosta dos esgotos da zona sul. Segun-do informa a SURSAN, outros estudose pesquisas oceânicas vêm sendo realiza

semestre corrente serão os mesmos con-cluídos, permitindo projetar, com segu-rança, o lançamento submarino dos es-gotos sanitários dos bairros da zonasul. Assim espera ansiosamente o ca-•íoca, desejando, em seu próprio bene-ficio, que se repita o que aconteceucom os «cartões-deriva», dos quais atéagora nada «derivou;>. '

l>iTs<k'ui<;ãi>, cerceamento da liber-ilude. <ie idéias, prisão.

A 15 de abril, o escritor GcòrgcsArnaud (O Salário do Medo) as-sistiu a uma entrevista coletivaconcedida a jornalistas estrangeirospor Fraucis Jeanson, proeminenteintelectual francês <juc vive atual-mente na clandestinidade em virtu-de de ser acossado por suas rela-ções com elementos da FLN. <

Géorges Arnaud escreveu sobrea entrevista e ofereceu a matériaao redator-chefç de «Paris-prcsse»,que a publicou. Dias depois o escri-tof era preso, querendo a políciaobrigá-lo a denunciar o lugar ondese refugia Francis Jeanson.

No fundo do cárcere, Arnaudescreveu uma carta, publicada emalguns jornais franceses, da qualtranscrevemos abaixo um trecho:

«Vejo perfeitamente o que poderesultar da recusa que oponho aêsse degradante ultimato. Ou cedo

essa é a estranha idéia que os

que permanecem livres entrego ocuidado de falar por mim de agoraem diante».

Sartre

As violências se multiplicam,nada escapando à censura do go-vêrno. Agora há pouco, foi confis-cado o romance Foudrovage, deAndré Stil, que se vem somar a inú-meros, outros livros e edições dejornais apreendidos, suscitando oro-testos gerais.

A propósito, Jean-Pau Sartreescreveu ao «L'Humanité» a seguin-te carta:

«Em menos de um mês, trêsjornais foram apreendidos — «L'Express», «France Observatcur» e«Témoignages et DocumentvS».

Quatro livros — L' an ciri.q deIa Révolution ajgérienne, Le Refus,Le Déserteur e, mais recentemente,

...... v ,.,„..„„„„,„„„,,!„,. TO Foudroyagc, romance de Andrémilitares especializados formam da Stil — foram proibidos, enquantolioiirü i\,,< rmfroc— «.. .. ...:..i ,,m crítico literário era ameaçado

de processo e um romancista joga-do à prisão.

.-., _„., TIi„, JC11(JU 1CUII. honra dos outros— ou a minha de-idas, prometendo que até o final do tenção prolonga-se indefinidamen-mestre corrente serão os mesmo, rnn. ^' ,Pois b!>in' 1"? ehl s«' P™longue.lenho mais confiança na perenida-de da minha honra que na das deci-

soes da justiça. A acusação que memovem e meu encarceramento sãoaberrações contra as quais nadaposso fazer. Diante da onda de cri-mes gerada por essa guerra que seeterniza, ergui elevadamente minhavoz em defesa da honra do meu

No momento em que o chefe doEstado tenta fazer crer ao estran-geiro que realiza uma política degrandeza, a opinião pública interna-cional julgará convenientemente aatividade «cultural» do governofrancês»

1^1Com Mortp Próxima apresentamos aos leitores de NRmais um autor inédito. Briquct de Lemos c rim jovem

piauiense radicado ha uns dez anos no Rio, onde concluiuo curso secundário e freqüenta a Faculdade de Filosofia.<Sm,s primeiras incursões no terreno da literatura datamda época ginasiana. quando teve trabalhos publicados cmjornal de alunos do Colégio Pedro 11. Desde então. Briquctdedica-se u aprofundar seus conhecimentos </o idionw.der-volvendo atividades de revisor, "copu-desk",

tradutor.O cmto que publicamos marca sua estréia junto ao grandepublico:

Ninguém poderá imaginar a que ponlo ôle chegou, Che-«•ou de maneira bem pensada, conjcltiradu. Pura is.su viveratodos esses ano*. Cada minuto, cada intervalo de respiraçãolhe significara um Instante a aproveitar. Considerara. Ra-cioclnara. Sua cabeça parecia querer estourar. As tómpo- •ra» palpitavam. Na testa, apareciam velas entumestldaa.Nada, nem um Instante fora perdido.

A rida é longa. E o que mais? «Ars longa, vila brevis.>Brevillnlio era o seu tipo. Na tipografia, com ,)s tipos forma-vam-se palavras. As palavras terminadas em -ável, -ével,•lvel, -óvel, -úvcl.. A úvula é a campainha, A campainha doportão UUnlava. O cachorro latia. A velha surgia. «Vosmccôquer^ banana?» As memórias da infância vinham definidas.Surgiam-lhe claras. A clara de ôvo estalava (.ou estrelava)na frigldelra. As gotas de gordura quente salpicava no» bra-cos da preta. Ela hfln sentia! Sentiu, apenas, » presença dosanimais inofensivos que a rodeavam. Êle entre os bichos.

roximaConto de BRIQUET DE LEMOS

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VC, VUc«rHÍirfreVerí!lua ",Ínlm VÍ(la>» A,M- »M'"«»V« «»"•»InZil «!? '* T'h-a n,or,<,,• Scr'i lHm escrever sobre» morte. Sobre a evolução da morte. Não como um fenôme-í,S"ft nms w,,no- um fsljM,° t*™" ™ constantemutação Mudam-se as coisas de hoje para amanhã. Ama-nha sei* tarde demais. D«. mais ou de menos. Contudo, aUda 6 isso. Isolava-se de todos. Procuravam-no. Julgavam-noum molenga. Queriam protegôlo. "Protetores aparecltuii sempre. Inventavam situações.< riavam casos Rodeavam-no de cuidados e atenções. Aicn-çao! Foi dada a partida! Partiria a qualquer momento. Ku-mo a outros lugares de moienga». De moluscos. De Inverte-brados. Indivíduos sem corpo, sem nada. Lá em cima, «erla*íam? qUC ,Sntí> cüidad0? Por 1,,e tanloi olh<» o es-

Isolou-se de todos. Man, ainda é vigiado. Não liga aosratos No entanto, pelas fechaduras, observam-no. Odeia asfechaduras. Odeia todos. Ate os filhos « parentes, qur oestranhavam. Pobres-dlabos! Não sabiam que o* experimen-tava. Que se experimentava. Todos os seus eram uns safa-dos. Repousante conclusão. E a esposa? Ela ainda mostra-va um pouco de atenção, procurando socorrê-lo. Socorria-o,mas ficava falando em ataques. A Idiota. Êle dançava purae simplesmente. Vinham os sons, lá de dentro de sua cabe-ça. E dançava. Dançava. Babava-se atê, ('ala ò> cansaço.Ble sabia que ela só agia assim porque o indissolúvelvinculo a prendia a si. Não fosse sua mulher e não estariaa preparar remcdlo». Levantava o conta-gotas. Uma, duas,três... O remédio se espalhava no fundo do copo. O corpo»e eicolhla à presença do liquido no estômago. E ne fosseveneno? Sua mulher bem que poderia fazer uma coisadessas. Quem nao aente Ímpetos de livrar-se de um tram-bolho? Não seria assim que ela o deveria achar? Um tram-bolho? E, se veneno o copo contivesse? Não, não seria pos-sivel. Seria um pecado. Um pecado capital. E, para êle, sóa pena capital. Mas a i>ena capital é um crime. E a capital üuParaíba era Paraíba. Besteira. Mesmo que dizer que a águado mar é a água. Uma pena capital para a Paraíba. Ou umcapital. O dinheiro é capital. Oh, Buy, vem cá: o que ê ca-pitai? Resposta: «Isso é subversão. E' luta de classes.» Cias-sificar e analisar a seguinte oração... E, lá se vinha. Co-léglo de palhaços. «Suspende o sol, suspende a lua, olhao palhaço que está na rua...» Ali, os anos de criança.Quando as memórias eram só infantis, e as coisas passa-vam deixando indagações, deixando desejos...

Mm, se aquilo fôsse veneno? Eis que ela ali estavaiuíV&P* Fai<*va;,h« Mo- I««'»s've coragem Mas"

òn alPd er'f 'í"-""1"'" E a eu,««*ia? Qual. dava ató

Quem tuXu'J*° SerUm afim os estertóres'da morte?nSK&^f «maneira de morrcr-.se? Antes dele,ninguém tivera a idéia de escrever «a sua morte»i>ao precisaria dos outros, para morrer.Arrancava 0 travesseiro. Dava-lhe prazer pólo sobre2,ift ,* ?,K>Va '"Vt'Iada sôbr<! » «««chão. ÍMcav.estlradoQual defunto cm «rictus mortis». E, quando morresse o n>irla então, o belo laudo análomo-patológlco.maisi LSl

°" Au,ól,sia- **!« disso era necessário. Ja-mais saberiam que a vontade era a causa de sua mort*m27a7U>

»u*rnt»?e- Morria porqZ queria Ninguémnha nada com isso. Queria morrer. Afinal há ou nãoírrfn,i« 8f '.tno e * auto<,etermrnaçao? Morreria por suaprópria vontade, sem sofrimentos extremos. Poderia assim^S°Tffem, e zelador, simultaneamente. Seria Inte-ressante. Apreciar o espetáculo de sua própria morte. Olha-íórió'01" ' Ta,VCiI Vicsse a cuspir sAbre o ve-

Começava a ensaiar para o grande espetáculo. Estirar-•sela dentro do caixão. O corpo comprido, Inibido de mo-ylmentos. As paredes se fechando, a tampa levantada. Unianesga do teto apareceria por entre seus olhos entreabertosp< ia rigidez. Olharia de soslaio para o pessoal. Veria a.s flô-res sobre os pés e ao seu lado. Acalentariam elas como otravesseiro de agora? Ou seriam frias? As flores de de-rtinto fedem. Os círlos acabando-se, marcando o tempo, talampulheta funérea. A família se afastaria. A0 ser descidaa tampa do caixão, ecoariam os gritos característicos. Ini-ciaria a sua longa viagem rumo ao desconhecido. Mas sedesconhecemos tudo, para onde ir?Lá para cima? Mas o reino dos céus era para os pobresde espírito. Portanto, não era sítio que o recebesse de bra-ços abertos. Ficaria mesmo aqui por baixo. Andaria pelasruas. Correria sobre os fios telefônicos, entraria cm todosos buraqutnhos que encontrasse. Vigiaria as filhas. Assus-taria os seus namorados, soprando um soprozinho célico dealma penada em seus ouvidos. Seria um camarada todo sa-tlsfeito. Peito de carne, ossos e humores. Uma porcaria.Iria para debaixo do chão. Cessaria, enlão, a sua vontade.Não mais poderia fazer o que bem quisesse. Desejaria queseu coqio fosse para o meio do deserto. Surreallstlcamcnte.A braricura da Imensidão, o negror do esquife, o brilho tei-moso do sol, a cortina de poeira que se levanta, ã dlstaiTcta.Uma alva cruz sobre, o caixão. E, nos dias quentes e nasnoites úmidas, seu corpo, In dentro, em urocesso contínuoe Inevitável de apodreiitncnto.

"A Profissãoda SenhoraWarren"

. Desde a semana passada o Teatro dosSete» está apresentando uma das maiscontundentes peças de critica social desseamável demônio velho que foi o irlandêsG.B. Shaw — «A profissão da Sra.Warren». A direção de Gianni Ratto,muito boa. Obteve um ótimo rendimentodo ator Napoleão NI. Freire que tem nopapel do jovem Frank Gardner, uma desuas melhores criações. Fernanda Mon-tenegro', como sempre perfeitamente in-tegrada em seu papel, esteve esplêndida.Renato Consorte inexpressivo, longe dese parecer a unvlord — muito ordinárioe corrupto é verdade — mas em todo,caso, um lord inglês. Quanto à OlgaNavarro, no papel do personagem titulopareceu-nos extremamente vulgar e de-s.ibrida, pois apesar da sua origem hu-milde e do inicio de sua «carreira pro-fissional», digamos assim, a Sra. Warren,enriquecida na prostituição, convivia commembros da aristocracia inglesa e era,já então, uma mundana de alta classe.Sua filha Vivie (Fernanda), moça culta,inteligente, estudiosa, foi educada em umsevero colégio granfino. De maneiras in-dependentes — alude mesmo aos charutosque gosta de fumar — tem, entretanto,uma concepção séria, honesta e cheia deresponsabilidade dos deveres e obrigaçõesdos indivíduos. O ato se inisia com umdiálogo entre ela e o sr. Pread, velhoamigo de sua mãe de quem ela tentaarrancar alguma revelação sobre o pas-sado e o presente de sua misteriosa ge-nitora. No segundo ato, depois de váriasindiretas bastante ferinas a madura sra.Warren resolve confessar à filha suaverdadeira profissão, analisando as cau-sas sociais e econômicas, evidentemente,que a levaram à ela. Compreensiva ecomovida a filha — convencida de que •os fatos narrados são coisa passada muda sua atitude de desconfiança emamparo e solidariedade. Os outros per-sonagens são: o rev. Gardner, um dosamores da Sra. Warren na juventude,pai rio jovem Frank, pretendente à mãode Vivie, e Sir George Crofts, amigoatual e sócio da referida sra. em seusnegócios escusos. Repelido pela jovemVivie, de cuja beleza e juventude, se apai-xonara, o velhote revela-lhe essa doloro-sa verdade, enumerando mesmo os paísesque funcionam e o número de casas sus-peitas das quais provém a renda de quevivem e com a qual foi custeada suacducaçüo. Terrivelmente traumatisada pe-lo conhecimento de tais fatos, Vivie voltaa seu modesto escritório. Repele a ten-tativa de justificação, desligando-se defi-nitivamente da Sra. Warren. Ao Sr.Pread e ao jovem Frank que a visitam re-vela seu humilhante segredo e diz de seupropósito de viver modestamente, com seupróprio esforço, abrindo mão da vida deconforto e luxo propiciados pelas vergo-nhosas atividades maternas. O jovemFrank, irresponsável e aventureiro, dian-te das incertezas de um futuro sem ga-rantias financeiras despede-se discreta-mente. Vivie fica só, entregue à própri.solidão, consciente, sufocando sob umaaparência de dureza, a terna fragilidadsde seu coração amoroso e honesto.

Os cenários de G. Ratto sáo bons esugestivos, se bem não se possa explicarque tem a fazer em um ambiente inglês,aquela rede tão brasileira c nordestina.

Beatriz Bandeira

Comícios

contra

a carestia

Três grandes comícios serão reali-zados no próximo dia 31 na Praça daBandeira, em Padre Miguel e Irajá, res-pectivamente, encerrando o «CTa deProtesto», programado pela ComissãoPermanente das Organizações Sindi-cais do Estado da Guanabara. Nessedia os trabalhadores e o povo cariocapromoverão várias manifestações deprotesto contra a alta do custo da vi-da e em favor da aprovação dos pro-tetos de» Lei de Greve, de Lei Orgânicada Previdência Social, do Plano de Cias-sificação e de Diretrizes e Bases parao Ensino, e pela prorrogação da Leido Inquilinato. Um apelo às donas decasa será feito para que não seja rea-lizada compras no próximo dia 31 .

«Problemas

de atualidadeA Editora «Problemas Con-

temporâheos Lida.» acaba dolançar o folheto «Problemasde Atualidade», início de umasérie de coletâneas sobre quês-toes de interesse, no domínioda filosofia, da economia poli-tica e das experiências recen-tes da prática da construçãosocialista.

O sumário compreende:«A dialética materialis-ta — ciência filosófica»,de Kammari.«O que distingue a dia-

. lética da sofistica e daeclética».«O caminho do socialis-mo» (plataforma políticae programa).

A venda na EDITORIAL VI-TÔRIA, — Rua Juan Pablo

Duarte, 50 (sobrado).

¦\ irmiu»M7|iM7»/«..»¦.»»».

gMttwátjg

— 13 a 19 de maio de 1960

Beneficiam-se

os trabalhadoressoviéticos

Em seu discurso de abertura da ses-são do Saviet Supremo da URSS re-centpmehte realizada, Krusehiov fêz umrftpldfl balango do desenvolvimento eco-nõmico da União Soviética nestes úl-tlmos anos. Pontos principais:

Em relação á 1953, a renda na-eional da URSS quase dobrou em 1959.Desta renda nacional, três quartos sãodedicados a satisfazer as necessidadesmateriais e culturais do povo.

Em oito anos, de 1953 a 1959, osrendimentos reais dos trabalhadoresdas cidades aumentaram em 457c e osdos trabalhadores do campo em 64%.

A 1' de abril deste ano, 16 mi-lliões de trabalhadores já estavam-sen-do beneficiados cem a jornada de tra-balho de 6 e 7 horas. Até o fim doano todos os trabalhadores serão be-neficiados pela nova jornacía, sem qual-quer redução do salário.

Supressão dos impostosCumprindo o plano aprovado no XXI

Congresso do Partlcta Comunista • daURSS, Krusehiov anunciou o início esteano da supressão dos impostos sobreos salários dos operários e emprega-dos. A supressão será iniciada a l» deoutubro e completada em 1965, ano ti-nal do Plano Setenal de desenvolvlmen-to econômico dia URSS,. Os primeirosa se beneficiarem serão os operáriosc empregados que recebem salários in-íeriores. Quando a supressão estiverinteiramente aplicada, cerca tle 60 mi-lhôes de trabalhadores verão seus sa-,lários aumentados numa quantia totalde 74 bilhões de rublos por ano, isto e,quase 3 trilhões de cruzeiros,

Em vista tio grancüií crescimento daeconomia soviética, que fêz com que oscálculos econômicos tenham qiíe serleitos com centenas e milhares de pi-Jhões de rublos,-o Soviet Supremo re-solveu multiplicar por 10 o valor dorublo, sem qualquer prejuízo para astransações internas ou externas daURSS.

«O Brasil

e a conferênciade cúpula»

Prosseguindo a série de palestrassobre Problemas Nacionais realizadasob o patrocínio do Centro de Estu-dos e Defesa do Petróleo e da Eco-nomia Nacional e do Sindicato d o sProfessores, falará na próxima terça-feira, dia 17, às 18. horas, sobre «OBrasil e a Conferência de Cúpula», ojornalista Maurício Caminha de Lacer-da.

A conferência será realizada nasede do Sindicato dos Professores, naAvenida 13 de Maio, 13, sala 402.Entrada franca.

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Queria seduzir

as marcianas

O pilõto-espião norte-americano levavaconsigo, além de grande quantidade dedinheiro, vários brincos, anéis e outrasjóias. — Será que èle queria seduzir asmarcianas? perguntou Krusehiov emseu discurso de encerramento da sessãodo Soviet Supremo. Krusehiov ironizava

com o fato de que o piloto Powers le-vava todas estas quinquilharias num vôoa mais de 20 mil metros de altura. Os«observadores militares ocidentais», ei-tados pelas agências capitalistas, se sur.preencleram com a revelação feita porKrueehiov, e confirmada por outros mi-

litares soviéticos, de que o avião tir.nasido identificado pelos aparelhos de radare destruído por um foguete quando voavaàquela altura, Para esses «observadores»é absolutamente impossível seguir peloradar e abater com um foguete um avião

voando tão alto. Mas, como disse Krus-chiov, «que os enviem ainda mais altoe mesmo assim os abateremos, pois te-mos armas capazes de fazê-lo». Na foto,Krusehiov quando denunciava no SovietSupremo o ato de pirataria dos EstadosUnidos.

AviãoFoi. Viu

Noríe-Americano¦gBKl ¦ ¦ ¦ Caiu

Reportagem de FAUSTO GUPERTIN0

Em Moscou eram cinco »> meia damadrugada do 1,' de maio. Nas cidadessoviéticas começam os preparativos pa-ra os desfiles civis e militares. A PraçaVermelha recebe as primeiras pessoasque

'vêm garantir seus lugnres para

assistir as comemorações. A mil qui-lômetros <lo", perto de Sverdlovsk, umavia,, sem sinais de iiacionulidado, vo-

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ando n 21) mil medos de alliira, firafotografias de objetivos militares, Naterra, o sargento Fedorov, chefe de umgrupo d© artilharia antiaérea, recebe aordem de abater o avião. Segundos de-pois, pnrre (Pfoguete antiaéreo c numabrir e fechar de olhos explode juntoao avião. Acabou o «passeio» do pilotoFrancls Powers, espiSo norte-amerieanoque decolou de uma base militar dosEstados Unidos na Turquia e se dirigiapara a Noruega.

Durante quatro horas, o comandomilitar' soviético acompanhou o vôo doavião de espionagem. Finalmente, de-pois de consultar Krusehiov, foi dada aordem de ttbatê-lo. O aparelho, quedevia fornecer informações militares aosEstados Unidos, cumpriu sua missão,embora não lenha conseguido chegarao seu destino. Segundo alguns Iníor-iimntes militares norte-americanos, opiloto Powers estava encarregado de \e-rifirar qual a situhçiio atual das basestle foguetes soviéticos e de sua eliei-cãela. A resposta â pergunta do Pbn>lágono foi bastante cima: nenhumavião ou foguete conseguira entrar emterritório soviético sem ser percebido,por mais alto ou rápido que vôe, e nadapoderá evitar sua destruição. Sc eraisso o que o Pentágono queria saber,ficou sabendo..

Fa! a ou nao fala?

I ¦ ü ÜP •'. ¦ I

Os foguetes

da Praça Vermelha

Pouco depois que um (iKjuete soviéticodestruiu o avião-espião .dos Estados Uni.dos, seus «irmãos) m.iis velhos c maisnovos eram. ao lado de tlois enormes ca-nhôes atômicos, o centro d;is atençõesno clcafile militar da Praia Vennciiia.

Curll Vosprechaiísa, disse MikhallN. ISermun, presidente do soveós parab qual foi levado Powers, quando èleia acender um cigarro. O leitor possi-velmentc não salte o que isto quer di-ir.er. Powers, que desde o momento emque foi socorrido e levado piiVa o soveóspor camponeses que o viram descer deparaqúedás deu a entender qtie não fii\lava russo, também não devia ter eom-preendidò. Ouvindo Berman dizer emrusso, «é proibido fumar», esqueceuque não falava russo 6 deu seu ultimo«fora»; guardou o cigarro, Daí em di-ante não havia mais jeito senão cm,-fessar que era uni espião norte-ameri-cano.

Powers trazia consigo grande quan-1 idade de dinheiro em várias moedas,inclusive 7.511(1 rublos (800 mil cruzei-ros). Além disso, linha em seu podervários relógios, anéis, moedas de ouro,etc., o que levou Krusehiov a perguntar:«Será que isto era pura diminuir o pesodo avião, ou para conquistar as mareia-nas'.'» Tinha ainda uma pistola calibre¦!."> eom silenciador, um punhal e umangullia envenenada. Km outras palavras,Powers tinha material suficiente paratentar subornar e liquidai" cidadãos sn-viétlcos que descobrissem que êle eraum esçlão e, em ultimo caso, poderia sesuicidar. Apesur de tudo isto, não con-seguiu escapar ít rede ã qual foi envia-do pelos chefes militares dos EstadosUnidos a duas semanas da conferênciade cúpula.

Primeiro ato: preparaçãoFracassado o ato uVespionagem, os

chefes tio Pentágono enfiaram a cabeçanu areia, como bons avestruzes, e espe-ruram o que ia acontecer, sem saber<;>ie eles é que iriam fazer o triste papelna peca. Nu dia •"> de maio, perante o"SSoviei Supremo, Krusehiov revelou queum avião de espionagem, po? dvelmentt!nuri(.'.•americano tinha sido abat tio emterritório soviético, Jogumlo verde puracolher maduro, Krusehiov nada dissesobre <> piloto. !):• início, o Departa-monto de Eslado nmurienuo deciaruunada saber súbru k assunto

Depois de uma reunião do Governo,entretanto, » porta-voz oficial da presi-dência, llagerly declarou que «talvez»se Irutasse de um avião que decolou dabase aérea norte-americana de Adam»,na Tarqtiia, para colher «Informaçõesmeteorológicas». Ganhando confiança, oDepartamento de Estado publicou a se-guir um comunicado oficial dizendoque o avião modelo U-2 desaparecido«teria violado acidentalmente o espaçoaéreo soviético, tendo o piloto talvezperdido os sentidos em conseqüência donão funcionamento do mecanismo defornecimento de oxigênio), o o.ue, aliás,teria sido comunicado pelo próprio pi-lólo à base de Adana.

Nesta altura, os Teótilos de Andra-de, 1'aulos de (asIio e Kauis lernan-des de lodo o inundo grilavam a umasó voz: «absurdo! derrubar um aviãodesgovernado e depois fazer todo estealvoroço, às vésperas da conferência docúpula !» Fiandose na declaração doDepartamento de Estado como se fôssei, mais verdadeira de todas as verdades,a Imprensa reacionária atacou a UniãoSoviética por ter derrubado um avião«pacifico* dizendo que se tratava de es-p.onagem. Fim do primeiro ato.

Segundo ato: caem asmáscaras

A 7 de maio, Krusehiov levanta aoutra ponta do «mistério do piloto»:Powers eslava vivo na União Soviéticao tinha confessado que sua missão con-slstia em atravessar o território sovlé-tico de sul a norte, imitindo da Tur-qula até o aeroporto de Bodde, na Nome-ga, para tirar lotografias de aeroportos,bases militares e outros centros milita-res e econômicos da URSS. Provandosuas afirmações, Krusehiov exibiu foto.grafias de objetivos soviéticos tiradaspor Powers, além das armas e outrosobjelos que êle tinha em seu poder.

Deixando cair as máscaras, o De-parlamento de Eslado e a (usa Brancareionheceram que tinham mentido ítopinião pública mundial: o avião erarealmente de espionagem e tinha pene.Irado ua União Soviética por ordem ex-pressa da Agência Central de InleilgAn.cia (espionagem) ,. da AdmlnlslraçnoNacional da Aeronáutica do Espaço(NASA). Ato continuo, seguindo umalógica de bandidos que daria Inveja aosmaiores gangsiers de Iodos os tempos,o governo norte-americano começou adefender seu «direito» de levar a caboatos de espionagem conlra a União So-viéllca.

O próprio secretário de Estado dosEstados Unidos, Clirisllaii Hertcr, de-elaroti no senado que desde 1947 o go-vérno norte-americano lançou mão de«todos os meios possíveis» para adqui-rir Informações militares sobre a UniãoSoviética, Inclusive uma «exiensa vlgl-lâne.a aérea», isto é, mediante espiona-gein aérea.

Terceiro ato: fim He farsaSegundo OS governantes ianques,

pssa'espionagem é a «contribuição» desEstados Unidos l""'i* evitar o desencii.,' ument.o do uma novo guerra, e dnl«vn.ani bastante claro que os vôos sobroterritório soviético, no que depeivVr dosEvdmius Unidos, vão' con('nuar, l'o ¦ in-crivei «coincidência», ,, presidente Ulv-nhowcr anunciava que deverão ser ris-Iniciadas anícs do 1 ni do ano as expcr'êueias sublerrãueas dos Esiadps I nl-dós, coulntriámeuie ao quo tinha sido

prometido na declaração conjunta Eise-iihower-Maemilian.

Insistiu também o governo norte-americano na afirmação de que a espio-nagem era «natural» nos dias de hoje,querendo dizer com isso que ainda náodesistiu do clima de guerra fria. Aomesmo (empo, as declarações do Depar-lamento de Estado acusam, sem apontarnenhum fato, a União Soviética de pra-tiear também a espionagem contra osEstados Unidos. De um momento para„ outro, os círculos políticos e a impreu-sa ligada ao Imperialismo começaram acaçar aviões soviéticos por Iodos os la-dos, sem qualquer êxito porém. O chefedo Eslado Maior das forças aéreas doCanadá, em visita aos Estados Unidos,não escapou á avalanche e leve <|iie res-ponder que «embora se fale muito deaviões soviéticos no Canadá», até hojeèle não conseguiu ver nem um.

De uma ou de outra forma, o des-concerto nos meios ligados á máquinada guerra fria era evidente. Adenaiier,chefe do govôrno da Alemanha Ociden-tal, achou que tinha chegado a hora dedar sua «contiibulçãozlnha» á guerrafria e fêz uma declaração sensacional :há muitos anos já que a URSS vem fa-zendo vôos a altitudes elevadíssimas so-hre os EUA e a.Alemanha Ocidental.Pela segunda vez o Departamento deEslado era «furado», em uma semana,.,

A desmoralizaçãoComo disse Krusehiov, o governo

nortc-amerlca.no, oscilando entre u ióhí-ca de bandidos do «vale-tudo» o a defesados «princípios políticos e morais domundo livre», está como aquela moçaque dizia: «Eu sou uma moça honesta,mas lenho um filho nascido de um ca-samento não sacramentado. Finalmente,sou mesmo uma moça honesta, ou não?Dizemos, por isso, aos norte-americanos:era um aylUo de espionagem e o derrii-liamos. Vocês 'estão numa embrulhada,mas o problema não é nosso. E' precisoque tenham a coragem de dizer: —Sim, êsse ato vergonhoso foi cometido eé uma vergonha para os EUA| pois omundo inteiro vê a desonra dos que eo-meteram êsse ato revoltante de agres-são». Fora disso, os Estados Unidos te-rão que defender, inclusive na ONU, apirataria e o banditismo internacional,

As declarações oficiais v extra-oll-dais dos EUA procuraram retirar qual-quer responsabilidade do governo, afir-mando que o,s atos de espionagem cor-riam por conta dos militares, lY.t entãoKrusehiov: «Diz-se que OS responsáveissão os militares, mas... serão os únicos'.'(}ue espécie de governo é 6sse, ao qualos militares contradizem ? E se é ass m,por que o governo tolera êsse procedi-mento ? Se algum de nossos militaresousasse lazer tal coisa, não poderíamosdeixar de puxar-lhe as orelhas. Compre-emlam-me liem, se cada um puxa paramu lado, como Me pode talar de Estado?Quo confiança podo Inspirar a polil cade lal país ?»

Lado sério da farsa(N governos da Turquia, Pnqulst/.o

c Nuruega declaravam oficial 'ente que,.'¦> Mnhum conhecimento iln.s vftos densnlonRS ti realizados a pari r da-i ha-srs norlç-anierlcanns cm seus países <•inundaram uluir um Inquérito paraapurar a veracidade das neiiHnções v-i>-viétieus, oi omet' '"'o p; " ' conlra osEstados Unidos quando se comprovar

mmaiiaamumumnumaaamaBBmÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊmmm

falo. Cúmplices conscientes ou não dosEstados Unidos, os governos que cede.ram bases aos EUA têm que levar emconta a advertência feita pelo marechalMalinovski, ministro du defesa sovieti-co, de que «temos o direito de tomarmedidas contra os agressores, atacandoestas bases e destrulndo-as (olalmeiite».

Diante da advertência soviética, osEstados Unidos disseram que «honrarãoseus compromissos» defendendo essespaises; isto é, em outras palavras, pa-reco que o govôrno norte-americanoestá mais disposto n provocar umaguerra mundial do que a desistir daguerra fria e seus expedientes, Inclusl-ve a espionagem. Mas, nesse caso, osEstados Unidos terão que cuidar é desi mesmos. Em nota oficial entreguepelo chanceler soviético Gromlko, o U"-vêrno da UltôS adverliu os Esta is

uidos de que será obrigado a adotarrepresálias caso continuem os atos deagressão que o Departamento de Eslado defende descaradamente. E, comodisse Krusehiov íceria vez, «quando nsfoguetes começarem a zunir, será muitotarde para voltar atrás..

Condenação mundialSó há duas maneiras para resolver

os problemas mundiais: a guerra mi asnegociações, E para fazer (e vencer) aguerra, 6 preciso ler o apoio da opiniãopública e superioridade militar. Coíivèn-cldos ou desconfiados de quo <>s El Anão têm nem um nem outra, mesmo oscírculos políticos do mundo capitnllsla,com exceção dos .loííos Neves da FOn-loura, começam a por as buchas domolho diante da política americana, <>Kremlim disse a verdade, ,> Departa-mento de listado mentiu, di/. o «Estallode Sá,, Paulo»; os Estados Unidos nãolém condições para liderar ,, Ocldenle,d./. » «Jornal do Brasil»; incidente im-pordoável, diz o «üally Telegruph», un.quanto o «Dall.v Skelehi», também con-servador, dá graças porque Kruscli o\não apertou, «eoiiio représillla, os bolõesdas operações bélicas»; «sabotagem de-liberada da conferência de cúpula >. dizo trabalhista «Daily Herald'; «laii.-iitável , dl/, o conservador «Der Wcit»,de Hamburgo, e assim por diante. lin«quanto isto, um punhado de alucinadostipo Pena l*tt„ procura convencer osmenos avisados de que Powers é umagente soviético que roubou um avjãoamericano para lentar caluniar os EUA,baluarte da civilização cristã Ocidental,ou algo semelhante. Mas sã,, essesmesmos «cruzados» que Inventam s„i>.marlnos misteriosos ,- pediriam umaguerra santa se o avião de espionagemfosse soviético. . .

O livro de AstrojildoPereira

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Guih*é: <SO Anos de Luta Contraas "Delícias" do Colonialismoyyk-m .• ¦ _. ¦ -

De Marco Anfôn/o Coe/fio,

?i enviado especial de NR

Mc (lá umamãozinha aí

As praças de esporte são reivindicação juvenil também na Guiné. Em grupos volun-tários de trabalho, os moços dedicam suas horas vagas para construir o que adominação colonialista lhes negava. Às vezes a pedra pesa muito, e os braços fe-

mininos não podem arcar sozinhos com a tarefa de rcmovè-ia. E a solidariedademasculina acorre para apressar o serviço

Kfcaol^B WBw*mm ^KffflBJfytfihllDCJ^BPC-iHtl^BB

Duas horas apenas separam Dakardé Conakry, mas para quem viaja deavião são 120 minutos cheios de inter-rogação e curiosidade. Enquanto Dakaré o pouso normal da rota Rio-Lisboa,a viagem Dakar-Guiné assume a feiçãodo verdadeiro contato com a África,i5t0 e — o continente negro sem oscolonialistas.

À medida que o avião da «Air,

France» vai baixando, acompanhandomais ou menos a orla do litoral, comobrasileiro relembramos mentalmente dacosta do nosso Nordeste. É o mesmoclima, a mesma vegetação, embora emcertas zonas surjam florestas tropicaisdensas. Chega-se, assim, a um dos maisnovos Estados do mundo com a sensa-

ção de encontrarmo-nos no norte ou nonordeste, de nossa Pátria mas povoa-dos por uma gente mais escura que,cheia de entusiasmo e alegria, dá osseus primeiros passos como povo sobe-rano, independente e, com grande con-fiança em seu futuro.

Luta secular contra ocolonialismo

Não é possível entender o que se

passa na Guiné dos nossos dias semvoltarmos um pouco para o passado.Os estudos recentes dos historiadoresdo jovem país assinalam a participaçãoda Guiné no famoso Império de Gha-na, que teve seus momentos de apogeunos século X e XI. Grande parte do ou-ro que fez a riqueza daquele Impériosaía da Guiné, através dos comercian-tes ghanenses. À decadência do impe-rio sobreveio a organização de outro

poderoso Estado: O Império do Mali, do

qual fazia parte a região montanhosada Guiné. E foi o Império do Mali quelevou o Islamismo ppra o coração daÁfrica Negra, substituindo, em grandeparte, o animismo dos seus primitivoshabitantes.

Com as grandes navegações do sé-rulo XV, chegam às costas da Guiné osportugueses e, posteriormente, os espa-nhóis, os franceses e ingleses, iniciandouma luta que dura até os nossos dias:dos colonialistas contra as populaçõese estados nativos. Na segunda metadedo século XIX é a corrente Jmperialis-ta que começa, conseguindo os fran-ceses a preponderância num pais en-fraquecido pelas rivalidades feudais.

A gloriosa luta de SAMORYTOURE

Entre os anos de 1870 e 1875, umsoldado audacioso e patriota constituium Estado organizado na região hoje

denominada de Alta Guiné (PlanaltoCentral). Chamava-se êle SAMORYTOURE. Aos franceses foram necessá-rios sete anos (1891-1898) para es-magarem a feroz resistência dos solda-dos de SAMORY, que somente foi ven-cido pela traição. Deportado para o

Gabon, morre no exílio, no ano de1900, afirmando que seu neto alcança-ria aquilo que êle perseguia — a in-dependência da sua pátria. Verdade ou

não, lenda ou História, a previsão foi

exata. Coube ao seu descendente —

SEKOU TOURE — a missão de tornar aGuiné Livre do imperialismo francês.

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0 Jugo Colonial

Os 60 anos que a França dominoua Guiné foram décadas da mais cruelopressão, da exploração mais rapou;e primária daqueles dois milhões deafricanos. Não obstante as grandes ri-

quezas naturais, a Guiné era a mais pu-bre entre todas as outras colônias daantiga África Ocidental Francesa. Istochegou a tal ponto que, apesar cie pos-suir dentro da A.O.F. as melhores tei-ras para a produção risícola, a Guinénão podia sequer abastecer a sua po-pulação de arroz, elemento básico do

sua alimentação.

As taxas de «capitação» com osseus acréscimos constantes; a culiuraobrigatória dos «campos dos coman-dantes» do Exército colonial; o trabn-lho forçado e não pago para a cons-trução e manutenção das estradas deferro, de rodagem e de edifícios poroa radministraçáo; o recrutamento mili-tar e imposto de sangue para as duas'

guerras mundiais, a subalimentação oa fome periódica — tal era o quadiodo regime colonial.

Em 1951, a renda nacional «per

capita» era calculada em pouco meusde 30 dólares anuais. Ao lado disso,as escolas e os hospitais só eram ace-,-síveis a uma pequena minoria de pri-vilegiados.

A colonização francesa teve, entre-tanto, aspectos positivos. Realizou a in-teoreção da Guiné no mundo modernoe conduziu o país para dentro do mo-vimento de libertação nacional, para atomada de consciência, que se mani-fesfou a partir de 1946 com a forma-

ção do Partido Democrático da Guiné.

A população do paisA Guiné com seus 260 mil quilo-

metros quadrados, está praticamentedividida em 4 regiões naturais: A BaixaGuiné, zona litorânea, entre o mar ocadeia de montanhas, onde está situa-da sua Capital — Conakry; a MédiaGuiné, cadeia de montanhas, que se de-

nominam Fouto-Djalon, que varia de

uma altitude de 500 a 1 500 metros,onde noscein os "grandes lips do Oci-

dente africano; a Alia Guiné, região sé-

ca do planalto e a Guiné Florestal, nu

fronteira da Libéria o dei .tosta do Mar-

fim.

Sua popuiacão, i|ue chega atual-

mente ei quase 3 milhões,de hnbitaníes,divide-se em vários rjrupos técnicos, fa-

Icindo línguas diversas, com hábitos e

costumes pró^i^is. Na Baixa Guiné, os

Nalou, os Eriçja, os Sanclouman e os

Soussou. ísses úliimos impuseram a sualíngua em toda a região; No Fouta-Dja-lon estão o:, Peulhs e os Diankoles, sen-do que os primeiros vieram do Sudãoe foram os qye trouxeram o islamismo.No planalto vivem os Tendas o na re-

gino das florestas cs grupos: Ki.ssi, Ma-non, Guerzé e Kono.

Falando várias línguas, Indo 'c es-crito porém, em ftaricês, que é o ,clio-rr,a utilizado por iodos.

Conforme explicou-nos um comer*cicinle sírio, em Conakry, é fúcil idcnli-ficai-se o çjrupo étnico et que pertencecada pessoa. Pode*-se ver nas têmporasde cada um, umei cicatriz carcicferísH-ca. Às vezes são dois talhos curiós, eu-tjns vezes é um -circulo, ou um Icngotalho.

Em relciííio ao continente africano,a Guiné tem uma população densa.*São 11 habitantes por quilômetro quci-drado. Mas na região de Fautct-Ojcs-lon o índice sobe para £0 habitantes.

Ana

economia e as riquezasGuiné

As riquezrts naturais da pátr;a doSoltu' Toure tro relativamente gian-Jes,Terras férteis apropriadas para a iavou-ia, especialmente do arroz na regtcíolitorânea, que e muito úmida (média

pluviométrica anual — 43ü metros) .Florestas não exploradas e muitos re-cursos minerais, como o ferro, o mau*ganes, outo, diamantes, a bauxita(maiores depósitos do mundo) etr.jimensa possibilidade de utilização cioenergia hidráulica.

Enlre todas as colônias da A.O.F.a Guiné era aquela onde a economianiercaniii era a monos desenvolvida ena qual prepondeiava a pequena feco-nomia natural camponesa para o auto-consumo. O arroz é plantado na BaixaGuiné; o milho na Média c na AltaGuiné; a mandioca, na Baixa e na re-

gião cias florestas. Os produtos agrí-colas exportados são: a banana, o aba-caxi, palmitos, o café,, e a essência delaranja. Expoitarn também ouro, dia-mantes, ferro o a bauxita da ilha dosLoos, perto áo Conakry.

Exigede B

Sexo frágil»mas nem tanto

A Juventude da Guiné, organizada pela seção da J.R.D.A., em penha-se com todo entusiasmo no enorme esforço que se vem

desenvolvendo para tirar o pais do atraso em que vivia. Prova disso é a participação das moças — que ha dez anos

viviam nas terríveis condições impostas à mulher num regime semifeudal — em todos os aspectos da vida econômica, social

c política da Guiné. A foto nos mostra um grupo de jovens guineanas que, a exemplo dos homens, aprendem todos os se-

gredos do manejo das armas de fogo, com o que estarão ap tas a combater cm qualquer terreno, inimiqos eventuais

El s fl «^ wK3XÚÜ -Jf...' :j ¦<.,-.•¦ LI

Homens, mulheres o crianças rezavam lôdns as noites, 'duranle ostrtnia c um dias dó més de maio, .Nào rezavam por rezar, nem desintersadamente, por simples devoção, Pediam, pediam em compridas ladainhas.As vozes pausadas e aflitas eram ouvidas de longe, ecoam!1 no silêncio danoite que começava. Pediam pelos mortos. Mos pediryn muito mais pelosVivos, pur eles mesmos. Pediam um palmo de terra. Pediam sementes.Pediam cura para as doenças e remédios para os desgostos. Pediam umlugar para ficar com ós filhos. Cediam chuva. Pediam misericórdia. Meu;ivò costumava dizer que elos pediam lanlo a iodos os santos*.do céu, masse os fazendeiros nâo lhes dessem alguma coisa morreriam de-fome. Masos fazendeiros, paia deixa-lo.- \i\os, tomavam-lhos todas as coisas quepediam aos santos. Costuma perguntar-lhes, irre.verenlc e divertido, nos anosde seca: Cadê a chuva que Vocês pediram?

Aquela reza era uma forma, a única forma de que dispunham paiafalar de seus problemas, paia apresCiitíi-los, Pm coro. de necessidades, .autoridades que conheciam eram os proprietários das terras. Autoridadesduas vezes! pelas posses dos betis c pelo poder do governo ele quem ni i

* sabiam o nome. O governo era lãu distante, tão estranho, tão desconhecido,tão inacessível, que ale os santos lhes pareciam mais próximos.

Havia, também, no mês cie maio, a tradição do casamento, como arpa.Casavarfi aos magotes, nas missões. No outro ano voltavam a rezar, pedindopelos filhos, que nasciam do nove em nove meses, para morrei' ejn muiiomenos tempo. Morriam às dúzias, ás centenas. Assim mesmo, as mães nãose acostumavam e choravam, porque mãe não se cansa de querer a vidados filhos. Casavam em maio, mas não se desqullavam nos meses seguintes,

i Como aqui porque nem sabiam da existência desses mos. E repartir, o qué'.'Miséria? Bem ou mal iam pedindo juntos as pequenas coisas que os santosnão davam nunca.., E continuam pedindo, com, a paciência dos que nãosabem que, nesse mundo de boje, como no' passado, não adianta pedir.Exige-se bem-eslar. i:: ó que faz o povo da Coréia ilo Sul. i:: o que fazo povo da África. E o do Japão, de acordo com as noticias du mês quevai andando. Há dois mil anos que muila gente amia pedindo as coisasque, até agora só foram conquistatlas com as lutas que a história conta.Mas muitos pediram antes de lutar. E se eu tivesse jeito do fazer pedido.-.,só pediria, neste mês de maio de tantas tradições, que outras noticiassobre exigências de bem-eslar tossem transmitidas, que muila gente tivesse'meios de constituir novos lares o que oshomens, as mulheres e as crianças, que ^fy: ">-,rezam todas as noites, duranle trinta e um í;-('••¦:':•'

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dias, começassem a exigir as coisas quepedem, aílilamenle, e não receberam atéhoje.

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"Pôr obra e graça da corrupção

Tostão de Ontem,Milhões de Hoje

«Su/o por forae ainda maissujo por dentro»

(de um artigo de Carlos Lacerda em 1955)

Candidato a prefeito de SãoPaulo, a campanha eleitoral de Jânio

Quadros leve por lema — «O tostãocontra o milhão*. Eia a campanha deum homem de origem humilde, quefazia de sua anunciada pobreza o

grande trunfo para a conquista do

eleitorado. Mais tarde, candidato a

governador, Jânio iniciava a sua novacampanha fazendo uma declaração debens. Dizia então que a sua fortunase limitava a um depósito bancário de20 mil cruzeiros, um rádio, uma tele-visão e unia casinha hipotecada.

No enianlo, mal terminavam osseus quatro anos de governo, JânioQuadros, levando consigo mais cinco

pessoas, realiza durante sete meses,

por quase todos os países da Ásia eEuropa, a mais espetacular e dispen-diosa viagem de turismo que certa-mente já fêz um poütico brasileiro.Cálculos nada exagerados estimam queesse passeio tenha custado 29 milhõesde cruzeiros.

Como explicar o milagre da mui-fiplicação dos tostões?

Nos artigos que Carlos Lacerda

publicou em 1955 sobre Jânio (antesde ganhá-lo para o golpe) há muitoselementos que ajudam a compreenderêsse aparentemente estranho milagre.Sobretudo os artigos que se releremà corrupção de Jânio — «sujo porfora e ainda mais sujo por dentro».

A passagem de Jânio pelo go-vêrno da capital e do Estado de São

Paulo está marcada poi graves acusa-ções de peculato — furto de dinheirodos cofres públicos por quem os guar-da ou administra. Corre ainda noSupremo Tribunal Federal um processomovido pela Prefeitura de São Paulocontra Jânio, no qual o antigo pre-feiro é acusado de subtrair e concor-rer para que fossem subtraídos recur-sos do município «tanto em beneficio

próprio como alheio».

Trata-se do famoso panamá co-nhecido como «Plano de Emergência».Em 1953, Jânio obteve da CâmaraMunicipal 200 milhões de cruzeiros

para despezas com o calçamento deruas e outros melhoramentos. O dinhei-ro foi esbanjado ninguém sabe comoPara cobrir o rombo, mas alegando anecessidade de outras melhorias nacidade, o prefeito pediu à Câmaranovo crédito de 200 milhões. Surpre-endidos, os vereadores de São Paulo

passaram a examinar o caso. Desço-briu-se então não só que se desviaraa maior parte dos primeiros 200milhões (cujas contas, apesar de pe-didas, não foram prestadas por Jânio),como também que as obras para as

quais era solicitado o segundo crédito

já estavam feitas. Era crime evidente de

peculato, que logo mais arrastariaJânio às barras do Supremo Tribunal.

Um detalhe de singular interesseé que, no processo em curso no STF,consta um oficio do prof. CarvalhoPinto, então secretário das Finançasda Prefeitura paulista, com a afirma-

K

wÊÊ

0 pobretâòda «Esso»

Queremos a explicaçãoO Jânio, ex-pobretãodonde veio o dinheirãoDra tão riça excursão ?

Fizestes algum negoçaocom a tal da "eletrificaçãor?Tens varinha de condâoou o Roekfeller deu a mâo 7

Vamos, dize; folgazáo,Puzeste a alma em leilão,Como o L&cerda, o truào,Vendeste a nossa Nação ?

Volantes como éste, fazendo perguntasque Jânio té agora não respondeu, foramdistribuídos às centenas de milhares emvárias cidades de Sào Paulo no dia cmque o amigo de Roekfeller chegava desua fabulosa excursão turística cm voltado mundo. '

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Finge de mortopara enganar os tolos

ção de que foram «lavrados várioscontratos de empreitada em condiçõese montante que se evidenciaram desdelogo incompatíveis com as leis vigen-tes».

Parece ter se iniciado aí o milagreda conversão dos tostões em milhões.

Falcatruas semelhantes verificaram-se com a presença de Jânio na chefiado governo estadual. Foi o que o Tri-bunal de Contas de São Paulo deixou

perfeitamente claro ao julgar as con-Ias de governador referentes ao exer-cício de 1958. Já não queremos aquinos referir ao déficit de 4 bilhões e500 milhões deixado por Jânio, masàs criminosas irregularidades apontadas

pelo próprio Tribunal de Contas. Orelator do processo no T.C., ministroAlcindo Bueno de Assis, ao fazer eiverificação das contas, mencionouinúmeros despesas excedentes do cré-dito autorizado e mesmo sem dotaçãoalguma, apontando ainda vários paga-mentos realizados em excesso, em rela-

ção à requisição respectiva. Na conta«diversos responsáveis» aparece entreos devedores uma pessoa falecida

(possivelmente haveria outras) e a«Mordomia dos Campos Elíseos •¦, estaúltima responsável por $1090.000,00.Isso levou o perito a indagar: «Quemé por acaso o responsável? Algumfuncionário da Mordomia? Que tipode responsabilidade é esta?)..

O fato é que, em virtude desinse outras irregularidades, deixaram deser aprovadas, só no exercício de1958, cerca de 150 milhões de cru-zeiros. Mas a mesma coisa vinhaacontecendo nos anos anteriores, comoadvertiu o próprio presidente do Tri-bunal de Contas, sr. Moura Rezende,depois de confirmar perante os minis-tros do T.C. que atingiram a um totalimpressionante as despesas feitas pelogoverno de Jânio Quadros, em 1958,<em qualquer autorização.

Muitas outras trapaças poderiamser citadas. Lembremos mais três ape-nas, das mais conhecidas.

escândalo do asfaltamento. En,1955 foi assinado o contrato n" 505entre o Departamento de Estradas deRodagem e a «Ipiranga ConstrutoraS Av para a pavimentação de 1.100quilômetros de estradas em 22 meses.Passados 2 anos, apenas 5 quilômetrosestavam asfaltados. Mais de metadedas 50 mil toneladas de asfalto enco-mendadas á Shell-Mex foram inutiliza-das. O prejuízo para o Estado ele-vou-se a mais de 100 milhões decruzeiros. Nas vésperas da campanhaeleitoral de Carvalho Pinto intensificou-se a pavimentação. Dias depois,porém, as estradas estavam todasesburacadas, muitas delas intransitá-veis. Por quê? A negociata veio afuro: a pavimentação foi feita comuma espessura de asfalto três vezesmenor do que o previslo. A diferençafoi paia o bolso dos empreiteiros,amigos e cabos eleitorais de JânioQuadros;

plano hidrelétrico. Basta aquireproduzir o trecho de um editorialda «Folha da Manhã» de 31 de janeirode 1959: «A execução do planohidrelétrico foi moralmente comprome- ;.

Farsante consumado, Jânio Quadros náo vacila até mesmç em se fingir de morto, contanto que isso sela 'necessária

nara

e do Estado de Me Paulo, tendo sido arrastado por.um deles às barras do Sjupremo Tribunal FB5l"ViffèS!í5Sb_n&am^^^ fabU'°- ™™- *S* ParV-fin^ra°Ccrpaabnahna-

lida pela entrega da construção dausina de Itararé, no valor de mais de5 bilhões de cruzeiros, sem concor-rência, a determinada firma»;

— escândalo da' estreptomicina.Em 1958, graças a insistentes denún-cias do dr. Manuel de Paula Cordeiro,verificou-se que há 18 meses, o Estadovinha distribuindo para os hospitais detuberculosos estreptomicina que, alémde adulterada estava sendo compradaa 35 cruzeiros a grama, quando opreço na praça era de 10 cruzeiros.A falcatrua custou ao Estado 100 mi-lhões de cruzeiros. Era secretário daSaúde de Jânio o sr. Franze Carlos,irmão de Emílio Carlos, presidente doPTN. Quanto a Jânio, mandou arquivaro processo resultante dá denúncia epunir o denunciante. . .

Corrupção eleitoral

Fanlasiando-se de «moralizadordos costumes», a verdade é que Jânioestá acostumado a eleger-se e elegeroí seus amigos à base da mais des-bragada corrupção política. O mal éantigo, acompanhando-ò desde o piei-to para a Prefeitura paulista. Não foicontestada até hoje, por exemplo, adenúncia de que Jânio Quadros, ásvésperas de sua eleição para prefeito,,encontrou-se na residência do sr. Hum-berto Casciano, à rua Glória n° 200,com três emissários do PSP, que lheentregaram 850 mil cruzeiros em trocado compromisso de, se eleito, dar-lheduas secretarias. Como garantia, Jânio

passou para as mãos dos emissáriosdois decretos em branco com a suaassinatura, cujos originais se acham em

poder do senador Lino de Matos.

Na eleição para governador ésabido que Jânio recebeu 8 milhões de

cruzeiros do sr. José Cintra Gordinho,com o compromisso de fazê-lo presi-dente do Banco do Estado — com-promisso , que, como tantos outros,não foi cumprido.

A política corruptora do amigo deRocKefeller aparece ainda mais eviden-le é na Campanha para a eleiçãodo sr. Carvalho Pirfto. A «Folha daManhã», que sempre apoiou o atual

governador de São Paulo, escrevia emsua edição de 31> de janeiro de 1959:«No ano de 1958, assistirmos à maisousada'interferência no .processo elei-toral de que há memória em nossaslutas políticas. Jogeu-se dinheiro doEstado em obras' precárias, fizeram-seempréstimos corrfí efeito político ime-diato e auxílios sem plano, a não ser3 do cabo eleitoral. Essa orgia deveter custado ao Tesouro mais do queo seu déficit anunciado de 4 bilhões».

Foi. o caso, por exemplo, dos«empréstimos» feitos, at/avés da CaixaEconômica e do. Banco do Estado, supe-riores a 100 milhões de cruzeiros, àOrganização Vítor Costa (rádio e tele-visão) para a propaganda da candi-datura de Carvalho Pinto. Empréstimos,aliás, expressamente proibidos ,peloart. 18 da lei 1 .104, de 7-8-1951,

que veda o financiamento a estaçõesde rádio e televisão.

Enlre as obras precárias a quese «fere a «Folha da Manhã» — fei-Ias só com o objetivo de negociata ecorrupção — está o «plano de ele-trificaçãov. Mais de três bilhões decruzeiros (resultantes ,do adicional delO^ó sobre .todos os impostos e daquota-parle ilp Estado no impostoúnico sobre energia elétrica) foramempregados na compra de 80 micio-

usinas diesel elétricas para serem dis-"tribuídas entre os municípios com ofim de garantir o apoio de prefeitose chefes políticos. Eram usinas contra-indicadas, de rapidíssimo desgaste econsumindo quantidades enormes decombustível importado (fornecido pelaStandard Oil), quando o-racional se-ria o Estado pôr em execução um planosério e honesto de aproveitamento dosrecursos hidrelétricos do Estado. O«plano de eletrificação» não passou,em verdade, de uma tremenda falca-trua eleitoral e uma fonte de nego-ciatas.

Ne,sle capitulo queremos por firelembrar a carta com que Jânio con»prou o apoio do Partido Socialista,senão de São Paulo, à candidaturade Carvalho Pinto. O seu «fac-simile»foi publicado em «O Semanário* de19-9-1959. Ê um documento que servetambém para mostrar que Jânio recor-re à mais deslavada mentira quando'proclama a sua 'independência» emrelação aos partidos. Nessa caria,simplesmente, Jânio propõe que oapoio do PSB a Carvalho Pinto sejanegociado por 9 cargos, detalhada-mente especificados. Não há a menorexigência de outra programática: tudose reduz a cargos, isto è, a trampo-lins para fraudes e traficáncias riscustas do dinheiro do povo. E atravésdesses métodos retrógrados e corrom-pidos que Jânio tem o cinismo de seapresentar como o grande «,reforma«dor dos costumes políticos».

Afinal, o mistério que explicacomo o tostão de Jânio se converteunos milhões que hoje possui e gastonada tem do impenetrável, E tão velhotomo a corrupção, a fraudes, o pecula-to, as negociatas.

———————__—_—_—_—_,_—______^t____________^^MIM.HM-M-Me-M-P

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ANO II Rio de Janeiro, semana de 13 a 19 de maio de 1960 N' 63¦W

ContrabandoPor que o governador Jânio. Qua-

dros removeu da Polícia Marítima deSantos o major Costa Júnior, conheci-do por reprimir severamente o contra-bando?

. E por que perseguiu e demitiu o fis-cal da Fazenda do Estado, Jarbas deBarros Galvão, depois que este denun-ciou as atividades fraudulentas de ChaimFelzenwarbe, que tinha como seu con-tador o capitão Aderito Gonçalves, aju-dante de ordens de Jânio?

E como se explica que o dito ChaimFelzenwarbe seja um dos principais fi-nanciadores da campanha de JânioQuadros, agora, para a Presidência da'República, depois de ter oferecido gor-das contribuições para a campanha dosr. Carvalho Pinto. *

,Ou será que Jânio pensa que se

«moraliza os costumes» protegendo ocontrabando?

JogatinaE como se explica que Jânio dis-

sesse em sua campanha para governa-dor que «enquanto as crianças de SãoPaulo morrem de fome, os cavalos doJockey Club passam a leite em pó» etenha, depois de eleito, passado a re-ceber mensalmente 200 mil cruzeiros doJockey a título de ajuda ás obras deassistência social?

Demos a pal.avra ao «Diário deSão Paulo»: «Se por um lado é doloro-so ver-se o governador de um Estado— o mais importante da federação —aliado a uma arapuca, por outro é do-loroso assistir-se ao desmoronamentode mais um pseudolider que fazia pra-ça de seus pendores democráticos, desua autoridade politica, de suas virtu-des teológicas». Só que no segundocaso nada há a lamentar.

«Èáííéà

FilhotismoSob o pretexto de moralizar o ser-

viço público, Jânio ordenou demissõesem massa do funcionalismo, tanto naPrefeitura como no Estado, levando odesespero a milhares de famílias, Hou-ve inclusive casos de suicídio. Mas eratudo para proteger a sua clientela elei-toral, para satisfazer às «composiçõespolíticas». Entre 1-2-1955 e 30-6-1958o «moralizador» nomeou 27.282 novosfuncionários, representando 21% dolotai do funcionalismo do Estado. E,segundo informa a revista ianque ja-nista «Visão» (5-2-1959), nos últimosquatro meses de seu governo foram no-meados mais 15.868 funcionários. Hou-ve, então, as piores bandalheiras, in-clusive falsificação de assinaturas, emque se destacaram principalmente os«socialistas» do sr. Alípio Correia Neto.

-2 NOVOS RUMOS 13 a IV de maio de 1960

ASSINADO 0 PRIMEIRO CONTRATO

Moscou Vai BeberSantos Tipo

Nem mesmo cinco horas <Ip es-pera e outras tantas de uma sabá-tina não programada com numero-sos jornalistas tornaram menosalegres os dirigentes do InstitutoBrasileiro do Café, sexta-feira últi-ma, quando da assinatura do pri-meiro contrato de venda de cafébrasileiro à União Soviética. A so-lenidade de assinatura havia sidomarcada para as 17.30 horas. En-rretanto, um atraso no programade visita dos membros da missãocomercial soviética a Volta Redon-da fêz com que a solenidade só pu-desse realizar-se às 22.30. A come-çar pelo presidente da autarquia,sr. Renato Costa Lima, todos osdirigentes e funcionários presentesao ato não ocultavam sua satisfa-ção, plenamente justificada. Na-quele momento, com efeito, abria-se uma nova linha de comérciopara o Brasil, na qual o dinâmicopresidenta do IBC, como todas aspessoas de visão deste, país, depositafundadas esperanças.

— O importante — disse e repe-riu o sr. Costa Lima — não é tantoque o Brasil venda este ano à TR8Sas SSO mil sacas de café previstasno acordo de. Moscou, mas as vastaspossibilidades que o fato encerra.Entramos em efetivo contacto comnm vasto mercado que, no futuro,poderá comprar-nos até 20 milhõesde saca» por ano.

De sua parte, os representantessoviéticos — toda a delegação com-pareceu ao ato — manifestavam omesmo estado de espírito. Solícitosaos pedidos dos fotógrafos e cinc-grafistas, abraçavam-se e aperta-vam-se as mãos soviéticos e brasi-leiros e uma nota curiosa foi oembaraço da jovem e bonita intér-prete soviética, Eva Zelenina, na-ruralmente alvo principal dos pedi-dos dos fotógrafos para as poses.

Primeira partida

O primeiro embarque de cafépara a URSS — objeto do mencio-nado contrato — corresponde acerca de ÍJ3 mil sacas, ou aproxima-damente 3.800 toneladas, devendoefetuar-se ainda este mês, ou emjunho, ou, ainda, em duas partidas.Constitui uni sexto das comprasprevistas de café este ano, pelaCRSS. O restante poderá ser expor-tado com a renovação do contratomediante simples troca de cartasentre o IBC e as autoridades sovié-ticas.

Estado das negociações

O café é apenas um dos itensdo acordo comercial firmado entreo Brasil e a URSS, dezembro últi-mo, em Moscou. Outros itens refa-rem-se ao petróleo, ao trigo, má-quinas e outros produto soviéticose, ainda ao cacau, couros, sementese óleos vegetais brasileiros. No sen-tido de facilitar o estudo das tran-sações especificas, brasileiros e so-viéticos decidiram dividir o traba-lho em quatro grupos: 1) questõesde pagamentos; 2) contratos detrigo; 3) contratos de petróleo; 4)contratos de café.

No momento em que redigimosestas notas apenas dois dos gruposacima já concluíram seus trabalhos:o do café e o de questões de paga-mentos. No que se refere ao último,o Conselho da SlIMOC determinoua execução de várias medidas quepermitirão, logo depois de concluí-das as negociações com a delegaçãosoviética, a licitação de dólares-convênio sobre a União Soviética,nas bolsas de valores. Além disso,após a conclusão das negociações, oBanco tio Brasil firmará um con-vênio com o Banco da URSS paraabertura de um crédito técnico dequatro milhões de dólares, em cadapaís, a fim de possibilitar o comer-cio normal soviético-brasileiro.

A licitação de divisas para ocomércio com a URSS nas bolsasde valores possibilitará pràticamen-te a participação direta de firmasparticulares brasileiras no íntercâm-bio.

Afirma-se, ainda, que o grupoque estuda os contratos do trigoestá com os seus trabalhos prática-mente concluídos.

Contactos com homensde negócio

AlÁm do programa de visitasoficiai», que se iniciou com a via-gem a Volta Redonda, os delegadossoviéticos têm mantido contadoscom entidades do comércio e comhomens de negócios. Na visita reali-zada à Associação Brasileira de Ex-portadores, por exemplo, foi discu-tida a possibilidade de serem expor-tados para a URSS 10 milhões dedólares em couros.

Particularmente i n 1 e r e s s a n-te, porém, foi o encontro realizadoentre os representantes soviéticos enumerosos industriais e comerei-antes na Associação Nacional deMáquinas, Veículos, Acessórios ePeças (ANMVÀP). Nessa oportu-nidáde, após ouvir dos lideres pre-sentes o desejo de estabelecer uni

eficaz intercâmbio com a URSS, ochefe da missão soviética, sr. Chen-chikovski declarou que os enten-dimentos firmados pela nossa mis-são comercial que esteve em Moscoujá deixaram entrever as mais fa-voráveis possibilidades de comer-cio. «As bases Iniciais para as tran-sações futuras já estão assentadas,e trarão benefícios tanto para aURSS, como para o Brasil», decla-rou o chefe da missão soviética.

Entendimentos diretos

Na mesma ocasião, o sr. Chen-;chikovski, respondendo a uma per-gunta do sr. Hélio Gomide, diretorda ANMVAP, esclareceu que osnegócios que se discutirem poderãoser concretizados diretamente entrefirmas brasileiras e organizaçõescomerciais russas. Uma breve ex-posição sobre os produtos exporta-veis de cada parte foi feita, então.Dos catálogos soviéticos constavammodelos »*ie aviões, helicópteros,,navios de todos os tipos, máquinase implementos agrícolas, perfuratri-zes, motores, geradores, máquinas{lesadas (siderurgia), tratores, com-pressores, produtos químicos, «qui-pameuio médico e dentário e umsem número de produtos da indús-tria leve e pesada. Do Brasil, pre-tendem eles importar café, cacau,açúcar, pimenta do reino, óleos ve-getais, couros, lãs, fibras, e outrosprodutos.

As possibilidades de comérciocom a União Soviética estão sendoencaradas pelos círculos de nego-cios do país como as mais promis-soras. A este respeito, um comeu-tarista econômico do «O Estado de.S. Paulo» escreveu: «Na verdade, osrepresentantes soviéticos oferecemtudo ou quase tudo quanto possainteressar â economia nacional:equipamento para a «Pelrobrás»,máquinas operatrizes e rodoviárias,instalações fabris inteiras, aviões,produtos químicos, etc. A recepti-vidade de nossas classes produto-ras a tais propostas é tal que há in-dustriais que fazem fila, ansiosospor colocar pedidos.»

Por fim, o desenvolvimento dês-se primeiro contado autoriza a crerque as provocações anti-soviéticas,tanto no Brasil, como o episódio doaviào-cspião dos Estados Unidos,não influirão no nascente Íntercâm-bio soviético-brasileiro. São do jor-nal mencionado estas palavras: «Avinda da missão soviética ao nossopais oferece-nos a imagem dessacoexistência pacífica que convémnão seja perturbada pelo.incidenteque se verificou nos céus da Rússia.»

15 Anos de Libertação da Tchecoslováquia

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Qiiiiiulo o sr. Renato Cosia Limaabraçou o representante soviético Ga-vriil Gorchkov (que empunha uma baiv(loira nacional», na sala da presidênciario IBC, uma salva do palmas fez-seouvir. Estava concluído o primeiro con*traio comercial BrasiUJRSS

Três ConferênciasSobre Marxismo

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Belo Horizonte (Do Corrcspon-dente) — P'oram muito aplaudidasas conferências aqui pronunciadas,dias 25, Tt o 29 últimos, sol) o pa-trocjnio' ii»» Diretório Central dosEstudantes, pelo diligente comunis-Ia Jncob Gorender, que abordoulemas da doutrina marxista. Oamplo auditório da sede do DCEesteve lôdas as noites (foram pro-nunciadas 3 conferências) superlo-tado. K o interesse da assistênciase manifestou lambem pela anima-cão dos debates que se seguiram àpalavra do conferencista.

Jacob Gorender desenvolveu osseeuintes temas: «Matcrialismo

NotaEconômica

moderno», «A sociologia marxista»o «O humanismo marxista'.

As reuniões furam presididaspelo líder estudantil Xilu Tavares,presidente do DCE. Além de estu-dantes, que constituíram o grossoda assistência, compareceram par-lamentarcs (deputados LadislauSales, líder do PTB na Assembléia,Ernani Maia, Frederico Pardini),o ex-deputado Fabricio Soares, in-tolectuais e trabalhadores,

Ò conferencista foi semprelimito aplaudido e recebeu, no 'noteiem que ficou hospedado, muitasvisitas de cumprimentos

Dicionário«Swap»

Rui lllâll, aliaii(,(iii «lande ilifti-S&u em nosso pais a opernçáov h in li i a I (leiioininada « swap »(iè-so: suópi. A operação cuiih.*.

le num cinpiéstinui <iu« se fazemduas partes, em moedas diferentes,através de mu contrato no qualsão especificados: o montante daoperação; a taxa de conversão deuma moeda na outra; a taxa ou astaxas de juros; o prazo de vlgên-cia do «swap», findo o qual cadauma das partes reslituirá à outra aquantia tomada em empréstimo, namesma moeda em que tomou «acrescida dos juros.

Tomemos um exemplo: o Bancodo Brasil precisa, suponhamos, de20 milhões de dólares para atendera compromissos de pagamentos dogoverno brasileiro nos Kstados Unidos. Kntreianto, não dispõe dessaquantia. Procura, então, uma fir-nm americana, a «Anderson (la.v-ion», e lhe propõe um contrato de«swap»: o Banco receberá da firma

os 20 milhões e, ao mesmo tempo,lhe emprestará determinada quan-tia em cruzeiros, fixada segundouma taxa de câmbio convenciona-da. Habitualmente, o Banco do Bra-sil (em estabelecido, como taxa deconversão para 9 «swap», 93 cru-zeiros por dólar. Nesse caso, «An-derson Clayton», como contrapar-tida ao empréstimo feito de 20 mi-Ihões de dólares, tomaria enipres-tado ao Banco um bilhão e SI0 mi-Ihões de cruzeiros. !Se o parzo devigência do «swap» fósse de doisanos e a taxa de juros fixada fôs-se de cinco por cento ao ano, pa'ra ambas as partes, teríamos que,ao fim do contrato, o Banco doBrasil deveria restituir à «Ander-sou Clayton» cerca de 22 milhõesde dólares, ao mesmo tempo emque esta deveria restituir ao Ban-co do Brasil cerca de 2 bilhões docruzeiros, computados, num caso enoutro, os juros.

Segundo a revista «ConjunturaEconômica», as o p «' r a <; ô e « de«swap» no ano passado montarama cerca de lio milhões de dólarese foi esse o principal recurso deque lançou mão o governo para re-duzir o déficit cambial previsto, emprincípios do ano, em 300 milhõesde dólares.

Tratando-se de uma operação quf,na realidade, é um empréstimo,uma vez qutí os dólares proporcio-nados pelo «swap» terão que serrestituidos (geralmente o prazo *>s>tabeleeido é curto 011 médio), o de-siifôgo cambial é apenas imediato;ao mesmo tempo, implica em one-lar pesadamente o orçamento fie• mo de câmbio. Quer dizer: se asexportações do pais não se expan-ilirem. a ponto de fornecer recue-sos para o resgate dos «swaps> nosprazos estabelecidos, uma situaçãoainda mais aguda será criada.

Por outro lado, tendo em vistan processo inflacionário, que se tor-fiou vertiginoso, nos últimos ano»no Brasil, o «swap» encerra outraséria desvantagem para nós. Quándo o contrato do nosso exemploestiver vencido, teremos que resti-tuir os 2:2 milhões (le dólares (cujadesvalorização è consideravelmentemenor que a do cruzeiro), ao mesmo tempo em que receberemos dtvolta os dois bilhões de cruzeirosOra, como a desvalorização do cru/.eiro lem sido em média de 2i> poicento, aproximadamente, ao ano,denlro de dois anos os dois bilhõesde cruzeiros estarão rpm sua ca-pacidade aquisitiva reduzida à me-IhiIc. I 111 péssimo negóeio, por.tanto,

(-01110 se \é, 11 recurso 110 «SWap»,amplamente utilizado pelo Brasil,sobretudo iu> :111o passado, está Ion-ge de constituir a solução reclama-da pela economia nitr 111111I pura as-segurar a normalidade nas transa,ções com o exterior,

Queima de Caféou Industrialização?

No último dia 9, transcorreu odécimo quinto aniversário da liber-tagão da Tchecoslováquia da ocupa-Ção nazista.

É de se acentuar que as rela-çóes entre o Brasil e a Tchecoslo-váquia vêm se desenvolvendo numambiente em que a mútua compre-cnsão concorre para que os interês-ges recíprocos sejam crescenternen-* , ,.u,^:<|m TV» nnníO-de-VÍSl

econômico, basta um dado, bemexpressivo: dez mil tratores de la-bricacão tçhcca funcionam em nos-so pais. Brevemente virá ao Riouma missão comercial tchecoslova-ca que examinará, com o nosso go-vêrno, medidas de intensificaçãodo intercâmbio comercial entre osdois paises. For outro lado, tambémse estreitam as relações culturais eesportivas, , , ,

Comemorando a data da liber-tação de seu pais, o ministro Jaros-lav Kuçhválek ofereceu, em suaresidência, uma recepção à socieda-de carioca. Elevadíssimo foi o nú-mero de pessoas presentes: repre-senlantes do corpo diplomático,autoridades, artistas e intelectuais,jornalistas. (Na folo, o ministro.laroslav Kucbválek em palestracom o embaixador e a embaixatriz'.le Cuba).

Há dias, as entidades da lavoura .aleeira de S. Paulo

e do Paraná iniciaram virulenta campanha pela queimaimediata dos cafés C/X chamada cota de expurgo- arma-

zenados pelo Instituto Brasileiro do Café. Segundo os re-

gulamentos desta autarquia federal, dez por cento da sa-

fra cafeeira sáo constituídos de expurgos, impróprios parao consumo. Kstimase que o total de siicns de café de ex-

purgo estocado pelo IBC ascenderá a sete milhões no

fim da presente safra,, isto é, denlro de mês >• meio.

Apesar de impróprio paru o consumo, ésse café foi

comprado pelo IBC aos fazendeiros e sim armazenagemexige recursos vultosos. Queimado, portanto, os fazendei-

ros nada perderiam, pois, já embolsaram o dinheiro que

lhes pagou o IBC. Dü tal modo, o que eles pedem é queo governo queime um café comprado com o dinheiro oa

nação. Anslni, o povo seria o único a perder. K para que?Tara reduzir os estoques e assim valorizar o café, isto e.

assegurar aos fazendeiros mais dinheiro nas safras tutu-

ras. TSo absurda e escandalosa é a pretensão que mesmo

um jornal como «O listado de S. Paulo» escreve: «!>'•

falo, us proiiuniiamentos favoráveis à incineração encon-

Iram explicação na nicnlardiide de alguns lavradores <|i"'

je acostumaram ã idéia rtp produzir cafií excliisAaineote

min o governo (.,.) iinicimente com o objetivo de re-

•eber dinheiro (lo Tesouro da União».

Outra razão apontada para a campanha seria a tle

encobrir fraudes de alguns fazendeiros, os qua s, entre as

sacas de expurgo, incluíram centenas de milhares conleii-

do apenas paus e pedras. Incinerado o expurgo, o cri

permaneceria encoberto.

Com toda procedência, ns Indústrias Mntarnr/.o, 110 rei

latório da diretoria há das publicado, denominam l»is

pretensões de «propósitos medevnis . A nic-ma posição de

condenação é tomada por outros setores econômicos c da

opinião pública-i)e tal maneira, o sr. Kcnalo Costa Lima está oem

apoiado para proclamar, como o fêz, .pie nenhuma >"*<•»de café será queimada enquanto fôr ele presidente diIBC, li, como contrapartida, indica outro destino ao ex-purgo: a industrialização. |i' evidente — e há consciênciadislo — qoe essa providência será apenas uma soluçãoparcial para o problema, pois o café liulustriallzável cons-tilui unia pequena fração dos depósitos do IBC' 011 de en, asafra.

A questão da Industrialização do cale já proporcionouademais, outra proveitosa lição. IC que o in< uontrahnnos listados Unidos a vinda de um grupo de técnico.,pura estudar os aspectos econômicos e tecnológicos da in-tlustrlallzação, Fazem parte de 11111 instituto da (alilór-IIia que estuda a produção do café sintético Km apenas17 dias de permanecia no Brasil, elaboraram um relatório-cuja pobreza quanto às indicações técnicas concretas ecuja inexatidão no que respeita nus du 1 , econômicosficaram logo patentes», como afirma o mencionado rela-tório das Indústrias Matarazzo, pura Unir e.sla conclusãosensata e patrYitica: «Acreditamos, porém, isto sim, qupseja sempre perigoso confiar estudos c experiências aquem, como condição fundamental, não possa Identificaro seu próprio interesse com o transcendente. Interesse na-cional•>.

Todavia, em que pese o verdadeiro logro dos especia»listas americanos, já foram obtidos n-mllados positivos epromissores na industrialização do expurgo do café, Na se-muna passada foram exportados os primeiros sacos de ca-1'rinu produzidos no Brasil. 8e bem que ainda eni pequenaquantidade, começa a ser uma nova fonte de divisas. Mar-garina, óleo, graxa, adubos — ludo extraído do café co-ii<ca ti ser produzido. Dois inilliócs de -mas de expurgojá foram vendidas pelo IBC, havendo perspectiva Imediatade venda de outros Ires milhões,

Assim, os que hoje reclamam a queima iii café nãopassa de vozes isoladas e retróg'ri|das, de laliluitdiúrius queesiieiuciiiin porque sua hora soou. JA/.

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>—13 a 19 de maio de 196D NOVOSJIUMOS 3 —

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Afirma o camarada Maurício Gra.bois que «estes são momentos de defini-ção» e que «as posições devem ficarclaras». Dificilmente alguém discordaráde tão oportuna proclamação. Mas écerto, do mesmo modo, que muitos re-cordarâo o debate público de 1956 e1957, em que o camarada Grabois, ape-sar de sua alta responsabilidade ou tal-ver porlsso mesmo, cintilou pela ausên-cia. Seja, todavia, antes tarde do quenunca. Agora mais perto da planície,o nosso prezado camarada possui o me-gável mérito de ter saido à liça entreos primeiros. Daqui, deste canto da«Tribuna de Debates», pedimos que re-ceba as nossas calorosas saudações.

Em tres alentadas páginas do jor-nal, abordou o camarada Grabois umvasto circulo de assuntos. Discordamosda linha essencial de sua abordagem etentaremos expor tal discordância noque se refere a alguns daqueles assun.tos. Iniciaremos pela questão do desen-volvimento do capitalismo no Brasil,questão que julgamos um dos pontos departida objetivos para a elaboração dalinha política da vanguarda do proleta-riado.

Já não existem dúvidas, entre nos,de que, no período mais recente, proces-aou-se no pais um desenvolvimento eco-nflmlco importante. Reconhece-o o ca.marada Grabois e assinala que a De-claraçâo de março de 1958, teve o mé-rito de destacar esse processo. Na ver-dade, foi a Declaração o primeiro do-cumento oficial do Partido que tomouem consideração o processo objetivo dodesenvolvimento capitalista no Brasil,embora tal processo Já tivesse não me-nos de um decênio de peculiar acelera-ção. E' curioso registrar que, precisa-mente em 1954, quando o Programaaprovado no IV Congresso, falava eni«estancamento» e em «atraso crescen.te», a produção industrial do país apre-sentou um dos seus mais altos Índicesde crescimento (V. «Revista Brasileirade Economia», março de 1959, pág. 21).Pensamos ser impossível negar que,nesta obstinação em ignorar um pro-cesso real de tão sérias conseqüências,residiu um dos elementos principais dosubjetivismo antimarxista da linha po.lítica anterior à Declaração.

As divergências se manifestam,pois, em torno de outra questão, ou se-ja, quando se trata de analisar as ca-racteristicas do processo de desenvolvi,mento capitalista e de determinar a ati-tude dos comunistas diante dele.

Ao abordar o problema o camaradaGrabois afirma que a Declaração defen-de, no essencial, «uma linha oportuni».ta de direita», «exagera a importânciado desenvolvimento do capitalismo»,•ubordlna inteiramente a êle a sua ori-entação e «embeleza o capitalismo». Amesma é também a acusação do oama-rada Pedro Pomar.

Somos de opinião que o camaradaGrabois deturpa flagrantemente o do-cumento aprovado no pleno de marçode 1958. E o faz não só com as afir-mações acima citadas como em todo oextenso capítulo que dedica á Declara-ção. A impressão, para quem a tenhalido, é que o autor de «Duas concep-ções, duas orientações políticas» não serefere á Declaração propriamente, masa algum outro documento não publicadoainda e do seu privativo conhecimento.A exposição das deturpações que o ca-marada Grabois pratica com a Declara-ção pode ser excelente tema para todoum artigo. Aqui nos limitamos a solici-tar dos leitores que confrontem, pontopor ponto, o texto da Declaração como item 6 do artigo do camarada Gra-bois.

O fato incontestável é que a Decla-facão, no seu capitulo I, após apresen-tar alguns fenômenos mais evidentes dodesenvolvimento capitalista, afirma tex-tualmente: «O desenvolvimento capita-lista, entretanto, não conseguiu eliminaros fatores negativos, que determinam ascaracterísticas do Brasil como pais sub-desenvolvido. Ao tempo em que sc in.crementem as forças produtivas e pro-gridem as novas relações dc produçãocapitalistas, conservam-se em vastasáreas as relações atrasadas e permane-ce a dependência diante do imperialis-mo, particularmente o norte-americano».

A Declaração, em seguida, enumerauma série de fenômenos reais, que de-rivam da espoliação imperialista c domonopólio da terra. Leia-se -ainda a par-te final do capitulo II. que examina apolítica do governo Kubitschck, assina-lando náo somente que contém «aspec-tos positivos de caráter nacionalista' edemocrático», como frisando, com todaa ênfase, que aquela política «não aten-de aos interesses nacionais e às aspi-rações das maásas populares em quês-toes essenciais». No capítulo V, a bur-guesia está caracterizada como «umaforça revolucionária inconseqüente, quevacila cm certos momentos, tende aoscompromissos com os setores entreguis-tas e teme a ação independente dasmassas». Em contraposição, é afirmadoque c o proletariado que tem interesse nodesenvolvimento antiimperialista e de-mocrático conseqüente». E' incontesta-vel, por fim, que a Declaração propõe,também no seu capitulo V, uma pia-taforma dc luta, que se concentra justa-mente, embora em termos de generali-dade, nas questões essenciais de umdesenvolvimento antiimperialista e demo-crático conseqüente.

A Declaração não adotou, por con-seguinte, atitude objetivista ou laudató-ria quando focalizou, como não podiadeixar de fazé-lo, o desenvolvimento docapitalismo no Brasil, mas foi direta-mente'crítica diante da sua natureza edos seus resultados, ao mostrar que essedesenvolvimento não conseguiu elimi-nar os fatores fundamentais, que obsta-culizam a emancipação e o progres-

so do povo brasileiro, ao denunciar osaspectos negativos essenciais da políti-ca do governo Kubitschek, ao apontar aInconseqüència da burguesia e ao tra-çar uma tática conseqüente para o pro-letariado e para as demais forças revo-luclonárlas,

Como, então, falar em «exagero»,«embelezamento» ou «exaltação» do ca-pitalismo7

Acreditamos que o atual debate po-de contribuir para revelar erros na Dc-claraçâo c nos documentos posteriorescio Partido, inclusive nas Teses, mas i£.tonao será atingido com o emprego dométodo de deturpar c falsificar.

JACOB GORENDER (E. da Guanabara)

CríticaAqui passamos para um segundo

ponto. E' que o camarada Grabois, aofazer a critica da linha política atual,refere-se exclusivamente à Declaração.No inicio do seu artigo, manifesta asua oposição às Teses, mas, em seguida,em três páginas inteiras de jornal, nãoas cita uma única vez. O que não oimpede de aproveitar, sem mencionar afonte e, está claro, à sua maneira, nu-merosíssimos elementos das Teses, paraa parte de análise da situação objetiva

e para a plataforma de ação políticaapresentada no seu artigo. Nestes limi-tes, é necessariamente parcial a apre-ciação da linha política atual, uma vezque não leva em conta, além da Decla-ração, dois outros documentos de sig-nificação primordial: o informe de janei-ro de 1959 e as Teses ora em discussão.

A Declaração encerra para nós aimportância de ter marcado o momen-to de reviravolta na orientação do Par-tido. Foi seu papel sistematizar umasérie de opiniões extremamente valiosas,que vieram à luz no debate posteriorao XX Congresso do PCUS. A Decla-ração não constitui, assim, o resultado

de misterioso conluio, imposto de sur-presa ao CC, como dizem alguns cama-radas, mas a síntese do processo de ela-boração coletiva e pública de que par-ticiparam centenas de companheiros, emtodo o país. Mas a Declaração foi e nàopodia deixar de ser apenas o ponto-de-partida, a primeira aproximação para aformulação de uma linha política corres- .pondente à realidade concreta da socie-dade brasileira e da situação internacio-nal em presença. Seria absurdo que fi-zéssemos da Declaração tabu semelhan-te ao Programa do IV Congresso e comela paralisássemos a elaboração da nos-sa linha política. Da prática da novaorientação, da continuação dos estudose pesquisas e do desenvolvimento dosprocessos objetivos, em particular daslutas de massas deviam ser extraídos no-vos elementos essenciais, que, incorpo-rados à linha política, tornam-na maisprofunda e multilateral, mais concreta eprecisa. Não há, portanto, nada de sur-preendente que as Teses formulem demaneira diferente e mais rica uma sé.rie de questões sem que isto entre emcontradição formal com a afirmação,que consideramos Justa de que a De-claraçâo foi comprovada nos seus aspec-tos essenciais.

Preocupado com uma critica de ca-ráter destrutivo, o camarada Graboisomite esses elementos novos, que com-pletam e superam a Declaração, emquestões náo só secundários como tam-bém fundamentais. Uma dessas questõesfundamentais é a dos dois cursos pos-siveis de desenvolvimento capitalista(possíveis no momento presente), o quea Declaração já havia assinalado, po-rém de modo demasiado geral e impre-ciso.

O informe de janeiro de 1959, pu-blicaclo em folheto, com assinatura docamarada Prestes sob o título «A Si-

• tuação Política e a Luta por um Go-vòrno Nacionalista e Democrática», representa, a este respeito, nítido avançosôbre a Declaração e é, em seu conjun-to. tão significativo quanto aquela. Foidestino do informe provocar decepção,ao mesmo tempo, a «esquerdistas» co-mo a «direitistas». Aos primeiros por-que lhes tirava argumentos preciosospara a oposição sistemática à linha daDeclaração e aos segundos, porque per.ceberam que as tendências oportunistasmanifestadas com certa força em mea-dos de 1958 não seriam cristalizadas nu-ma orientação de direita. Não conside-ramos que tais tendências sejam ine-rentes à Declaração, em si mesma. Jáé experiência internacional que a aplica-ção dc uma tática ampla de frente úni-ca suscita comumente inclinações de ca-ráter direitista, que constituem, por as-sim dizer, o subproduto, o bagaço daaplicação dessa tática. Nem por issodeixaremos de aplicá-la, assim seja cor-reta c necessária. O que é indispensávelé que o Partido dê o devido destino aobagaço, impedindo que se amontoc evenha, por fim, a submergir tudo e to-dos na sua podridão. O informe de ja-neiro de 1959 teve, entre outros, estemérito: o de incinerar, através de ho-nesta autocrítica, alguma quantidade debagaço. Precisamente isto foi que per-mitiu continuar aplicando, com êxito, alinha da Declaração, o que desarmoucada vez mais a oposição «esquerdista»e convenceu crescente número de cama-radas da justeza da nova orientação.

No informe de janeiro de 1959 en-contramos, pela primeira vez, a formu.lação clara e fundamentada dos doiscursos possíveis do desenvolvimento ca-pitalista em nosso pais. Os capítulos IIe III expõem o que é o curso atual,em essência conciliador com a espolia-ção imperialista e com o monopólio daterra. O capitulo VI apresenta o que po-de e deve ser um curso oposto, , desentido antiimperialista e democráticoconseqüente. Quem sc der ao trabalhode confrontar os textos verificará queas Teses têm como fonte original nãosó a Declaração, mas também, e nàomenos, o informe de janeiro dc 1959.

Enquanto prolifera abundante lite-ratura' dc apologia do «elesenvolvimen-tismo», que não é senão a apologia dodesenvolvimento capitalista ao estilo dogoverno Kubitschek, com fartas conces-soes ao capital imperialista e conserva-ção da anacrônica estrutura econômica,as Teses, que os comunistas ora discutem,adotam o ponto-de-vista de classe do pro-letariado e fazem uma critica rigorosa ecircunstanciada do desenvolvimento docapitalismo no Brasil. Partimos dos ensi-namentos fundamentais da teoria mar-xista-leninista sôbre o capitalismo, maso que temos aqui não é a critica docapitalismo em geral — à qual se limi-ta o camarada Pomar — e sim a criti-ca do capitalismo como concretamenteexiste em nosso pais. Aqui levamos emconta o que disse Lenin dc um progra-ma elaborado por Plekhanov ao mostrarque èste último acusava um capitalis-

OU Falsificação?mo abstrato e não especificamente o ca-pitalismo russo.

Num pais dependente e que sofreainda do atraso estrutural do passado,o desenvolvimento econômico, mesmosob forma capitalista, não pode deixarde ter evidente aspecto progressista,que se manifesta na expansão das fôr-ças produtivas e de novas relações deprodução, o que conduz ao fortalecimen-to de forças sociais mais avançadas, emparticular o proletariado. Mas as Te-ses estão muitíssimo longe de se res-tringir ao registro desse aspecto e deatribuir ao desenvolvimento econômico,dentro do curso que atualmente segue,o poder ou a tendência espontânea desolucionar as questões fundamentais darevolução. Bem ao contrário, o que pro-clama a Tese 25, concluindo três ca.pltulos de análise da sociedade brasilei-ra, desde o plano econômico ao políticoe social, é o seguinte, de modo textual:«O desenvolvimento econômico tem seadaptado até agora, no fundamental, àdependência imperialista e ao monopó-lio da terra. Seguindo este curso, o de-senvolvlmento capitalista tende a con-servar os fatores que impedem a pie-na expansão das forças produtivas,acumula deformações e acentua desi-gualdades, o que conduz a agravar asprivações e os sacrifícios Impostos àsmassas trabalhadoras. Este é, sem dúvi-da, o caminho mais penoso do desen-volvimento capitalista, que não leva asolução das contradições fundamentaisdo atual processo histórico. Este cami-nho é, entretanto, inevitável enquantona direção do pais prevalecer a orien-tação dos conciliadores e dos entreguis-tas».

São palavras que dispensam inter.pretações e não se prestam a tergiver-sações.

Eis, porem, o que declara o cama-rada Pomar: «Na maneira unilateral,objetivista e apologética de apreciar o

desenvolvimento capitalista no Brasilreside a essência nacional.rcformista doexame das «características principais dodesenvolvimento da economia nacional».

Vejamos, então, como efetivamenteé realizado este exame, que correspondeao capitulo II das Teses. Inicia-se o ca-pitulo II com a Tese 9, que tem cará-ter introdutório do estudo dos fatoresfundamentais adversos ao progresso dópaís. A Tese 10 faz extensa exposiçãoda espoliação de nossa economia peloimperialismo norte-americano. Na Tese11, encontramos não menos extensa anâ-lise da estrutura agrária brasileira, ba-seada predominantemente na grandepropriedade de tipo atrasado. A Tese12 se refere aos fatos que comprovam

o desenvolvimento econômico do paisnos últimos vinte anos, dentro dos mar-cos da dependência para com o impe-rialismo e do monopólio da terra, con-cluindo, porém, que o Brasil apresentaainda índices de país subdesenvolvido. ATese 13 mostra que o capitalismo deEstado tende a assumir, no Brasil, for-mas nacionais e progressistas, masaponta, ao mesmo tempo, que persistea influência do imperialismo em algumasformas de capitalismo de Estado. A Tese14 estuda o processo inflacionário e tra.ta expressamente, à base de dados ofi-ciais, da pauperização absoluta e rela-tiva da classe operária. A Tese 15 tra-ta do extremo aprofundamento das de-sigualdades regionais, indicando a situa-ção de miséria e atraso em que se en-contram o Norte e o Nordeste. A Tese16 tem caráter conclusivo e expressaque é a idiéa central de todo o capítulo:«O curso atual do desenvolvimento eco-nómico agrava as contradições funda-

mentais da sociedade brasileira sem sercapuz de superá-las», (O grifo e nosso—J. G.).

Assim, pois, em oito teses, apenasduas — às de números 12 e 13 — sãodedicadas à exposição do que se podeconsiderar os aspectos progressistas dodesenvolvimento econômico, fazendo-o,porém, com o necessário espirito criti-co. As demais teses, em número dc seis,são detinadas exclusivamente a indicare estudar os aspectos de indubitável na-tureza negativa, que devem ser removi-dos pela luta revolucionária.

Al está, fundamentada e rigorosa,genuinamente proletária, a nossa ata deacusação ao desenvolvimento capitalis-ta no Brasil.

Onde, pois, a unílateralidade, o obje.tivismo, a apologética?

A que Teses se refere o camaradaPomar: àquelas publicadas na edição de15 de abril de «Novos Rumos» ou aoutra, ainda secretas, que somente ocamarada conhece? O documento postoem discussão, não pode ser senão o pu-blicado pelo nosso jornal e nesse é im-possível encontrar qualquer relação coma pseudocrltica do camarada Pomar.

As Teses, entretanto, náo se limi-tam a acusar, do ponto-de-vista do pro-letariado, o desenvolvimento capitalistano Brasil. Do mesmo ponto-de-vista »s-tudam as premissas objetivas e subjeti-vas, já dadas na situação atual, de umcurso econômico e político de sentidooposto, orientado para a completa eman-cipação nacional e para as transforma-ções estruturais exigidas pela etapa pre-sente da revolução. Este curso de desen-volvimento independente e progressista— exposto, de modo sistemático, nos ca-pitulos VI e VII das Teses — implica,

para ser conduzido até o fim, na con*quista da hegemonia do proletariado,preparando, assim, a imediata transiçãoulterior ao socialismo.

O camarada Grabois apresenta uma«Plataforma de ação política», que,com pequenas alterações não passadc um resumo do capítulo VII dai

Teses. Dá, porém, a esta plataforma omero sentido de um conjunto de «solu-ções democráticas e patrióticas de ca.ráter imediato», enquanto não chega omomento, o grande e milagroso momen-to das transformações radicais. A qus»*tão da hegemonia do proletariado é, porisso, tratada por éle à parte da açãopolítica concreta e aparece com simplesafirmação abstrata, à maneira de tan«tos documentos anteriores do Partido.Quanto ao camarada Pomar, não vaialém da tantologia de que capitalismoé capitalismo, náo restando, assim, aaproletariado nas condições atuais, senãoconformar-se com uma resistência ele*mentar de natureza economista e oomuma propaganda do socialismo desvin*culada da ação política.

Já nas Teses i questão está colo*cada de maneira inteiramente diversa.Aqui, a preocupação, antes de tudo, édefinir o caminho, o curso, coerente •orgânico, a ação concreta de hoje e nãoa hipotética de amanhã, que pode con*duzir o proletariado, nas condlçôeaatuais da sociedade brasileira, ao exerci"cio de uma função positiva e à lideran-ça revolucionária de todo o povo. Estaé o nosso interesse, patriótico e de cias*se, na luta por um curso de desenvol-vimento — econômico e polftico — In-dependente e progressista, a ser seguidadesde logo, ainda nos quadros do regi'me em que vivemos.

Estamos conscientes de que as Te.ses nâo constituem documento comple*to. Nem todos os problemas estão tra-tados com a devida segurança. O amplaquadro traçado ainda carece — e nâopouco — de precisão e aperfeiçoamen-to. Muito é de esperar, portanto, da cri-tica construtiva, que não faltará decer-to no presente debate. Desde logo, po-rém, nào temos dúvida em declarar queas Teses podem constituir doravante odocumento básico para a atuação doacomunistas brasileiros.

CARLOS DANIELU (Est. do Rio)

0 Caráter do Governo Polo Qual Lutamoso o Caminho da Revolução Brasileira

A questão do poder 6 o problemacontrai e decisivo da revolução. A lutaque se trava entre os vários partidoso correntes políticas visa, justamente,atingir o poder. A solução dessa quês-tão é primordial para a vitória do povobrasileiro em sua luta pela emancipa-ção nacional e social. Herdeiro daí; ira-(lições revolucionárias de nosso povo,intérprete consciente de suas neeessi-dades, cabe ao Partido, ao traçar suaorientação política, ter clara a questãodo governo o do regime pelo qual lutaatualmente c das formas o meios paraconsegui-los.

Nas 'reses se apresenta a exigemcia das forças nacionalistas e demoerã-iicas conquistarem um governo nacio-niilista e democrático no quadro do re-gime vigente (capitalista', portanto),que aplique uma política externa m-dependente o de defesa da soberanianacional, dê inicio á reforma agrária,tomo medidas cm favor do bem-estardas massas, garanta e amplie as liber-dades democráticas 'tese 32). Na tese.'t3 laia num governo de coligação na-clonalisla e democrático que levará auma nova correlação de forças politi-eas que permita completar com umpoder antiimptírlalista e antlfeudal, soba dlreçção do proletariado, e por umcaminho pacífico as transformações re-voluclonárias exigidas pelo desenvolvi-monto econômico e social de nossa pá-iria. No Projeto de Estatutos faz-sereferência à necessidade de conquistarum novo regime (naturalmente, não se-tá o vigente). E' evidente que a apre-sentação da questão do poder é confu-sa. A nossa posição política corretaface ao governo atual depende da ela-reza que tivermos quanto ao caráterdo governo nacionalista e democrático,sua composição de classe o sua rela-ção eom o poder antiimperialista e anii-feudal, entre a tática e a estratégia daatual etapa da revolução brasileira.

As «Teses» omitem tais questões.Frisam que lutamos por um governonacionalista e democrático dentro doregime vigente, e referem-se à um po-der antiimperialista e antiíeudal, Nãoexplica a composição de classe de talpoder, embora afirmem que a direçãodeste poder caberá ao proletariado.

No passado recente, cometemos eríros quanto ao caráter da revolução bra-sileira, das torças que deviam ser uni-tias paro assegurar-lhe a vitória em suaetapa antiimperialista e antlfeudal e osmeios de alcançá-lo. assim como ao' m-ráter do governo e das tarefas qnr- ,ie-via enfrentar. Em geral, nossos errosforam de caráter esquerdista, elimtnan-do toda a forma de aproximação e pre-gando a derrubada imediata do govõr.-no. sem que para isso houvessem con-dições, quando constatávamos que nosúltimos anos vinha se formando tio seiodo governo uma ala nacionalista hur-guêsa que, hoje, em muitos aspectos,sr- opõe à dominação Imperialista es-tfangelra, Tomamos uma posição soe-tárla, esquerdista ao considerarmos arevolução como um só ato e não lodotim processo em que o salto qualita-tivo devia ser precedido de acumula-ção de forças,

Entretanto, salmos da concepção er-ronca da revolução a «curto prazo eadotamos uma posição de adiamentocontinuo da luta pelo poder, pois asTeses se referem à conquista das trans-formações estruturais que podem vira ser realizada por um ou por sucessí-vos governos, quo so apoiem na fren-te única nacionalista o democrática eselam u sua cxpressão> lese 32)

Não excluímos a evolução como par-le do processo revolucionário. A evo-Juçáíjé necessária, assim como as for-mas de aproximação e, por isso, nosmanifestamos favorável à tática cie lu-lar pela modificação da política o dacomposição do aluai governo num sen-lido patriótico o democrático e náo àpo-nas o apoio aos atos positivos do go-vèrno e combate aos negativos, comofizemos num certo periodo. Os comu-n'.slas, ao meu ver poderão apoiar umgoverno, ainda que dele náo participem,embora o reivindiquem, Éslo governonão realizará, todavia as transforma-ções radicais. Tal seria o governo na-cional islã e democrático, Nesse perío-tio, poderão ser utilizadas as condiçõespVoptcias para acumular forças, isto é,paia unir e organizar os operários, oscamponeses e consolidar a aliança dasclasses o camadas que devem partici-par da frente única. Poderão ser en-Cremadas as soluções dos problemasmais prementes do povo, náo só aquê-les aceitáveis pelo governo, mas os ne-cessários ao bem-csiar popular. As vi-iõrias obtbidas assim, prestigiariam astorças da frente única e, à medida queo proletariado sc colocar como o bata-lhador mais firme o abnegado; ganha-ria a confiança de todo povo o. práticamente, lornar-so-ia o dirigente da fren-te única. Esto governo. Sob pressãodas massas e com o aumento (ias fôr-ças cia classe operária e dos campone-ses no seu seio, com a eliminação doselementos ligados ao latifúndio o ao im-perlallsmo, poderá so converter no ins-trumenlo que realizará as transforma-çõe.s radicais exigidas na aluai etapada revolução brasileira. E' preciso,aqui, distinguir náo só a modificaçãoda correlação das torças de classe nogoverno, como lambem a questão dasforças dirigentes do governo. A meuver, o poder antiimperialista e antifeu-dal deverá incluir a ciasse operária, oçampesinalo, a pequena burguesia ur-bana. a Intelectualidade o a burguesianacional. Será um poder baseado na

.'^aliança ôperário-eamponesa o sob a'.direção do proletariado.

;¦'*-. Mas is(o não significa ficar nos qua,-"dros do regime vigente, Corresponde àConquista de um regime de trans cão

,,t(£ii'a outra etapa da revolução. Picar"'4$'s quadros do regime atual, lutando

•por um ou sucessivos governos que rea-lizenii as transformações nacionalistase democráticas, é apenas encarar o as-,y,cto evolutivo do processo revoou io-nário. !•" apenas a tática. O govômoahtlimperlallsla e anlifeudal deve ga-ranlir um desenvolvimento não capi-talista para o Brasil, Deve ser umgoverno, aproximadamente, do üpo queexistiu nos paises de democracia popu-iai na Europa, nos primeiros anos apósa libertação. Tal governo, baseado 'fiasatuais empresas do capitalismo :1o Ps-fado, nas empresas quo Venham n sernacionalizadas (pertencentes aos mine-riallslas norte-americanos), bem comocontando com a ajuda dos paises srieln-listas, poderá assegurar um curso dedesenvolvimento não capitalista, Estadeve ser nossa perspectiva e não ficarapenas no regime urgente.

Tanto o governo nacionalista e de-mocrático como o antiimperialista eantlfeudal, que deverá completar as ta-refas náo realizadas pelo pr meiro edé Inicio á solução de medidas maiscomplexas de transição, podem ser con-qulstados não só através rie luta irmã-da, mas, Lambem, por meios pacifico.-.Um mérito da Declaração de Marro, as-sirn como das Teses, é a cot; "" ouefaz dc nossa posição anterior dc só ad-

mitir o caminho não pacifico para .i re-volução brasileira. Mas, sobretudo a De-claraçâo, absoluliza tal caminho, o quedesarma o proletariado e seu partidopara qualquer solução. A Declaração,ao se referir ao caminho da revoluçãobrasileira, decreta que éle será pacifi-co no próprio titulo da parte referenteà esta questão. As Teses, mais pro-dentemente, não o fazem, mas cometemalguns erros em relação ao caminho ciarevolução brasileira. Admitem o canil-nho pacifico como uma possibilidadereal, o quo não é correto.

Há grande diferença entre possihili-dado e realidade. Embora exista, nasnovas condições do mundo e do Brasil,possibilidades para tuna solução náoviolenta, esta náo é ainda uma possi-bilidade real. Não condiz com a expe-rièncla histórica do proletariado niiin-(liai e brasileiro absolutizar-se tini sócaminho - ¦ o pacifico ou violento, iriaquestão não depende só do proletariado,mas, principalmente, das forças que seopõem ao progresso, pois as classes do-minantes não cedem o poder sem lula.Aliás, a experiência histórica de nossopovo é que os grandes momentos his-lóricos nacionais são precedidos dc du-ras lulas, inclusive, pelas armas, ombura a solução final nem sempre lenhasido através da luta armada. Tal ocorreu nas lutas pela independência abo-lição da escravatura, etc, Isso ^o devea que as classes retrógradas da socie-dade brasileira, em cada momento lii--tórlco, sentindo (pie as forças progres-sistas são mais poderosas que elas, in-clusive do ponto-de-vista militar c quouma lula náo pacifica seria sua liqtii-daoão, preferem perder os anéis aosdedos, pane do poder á éle. Recente-•mente, em li de novembro de I9.w ,,-,golpistas resolveram não resistir pelasarmas porque temiam o rumo que lo-mariam os acontecimentos com a inter-vençáo das massas populares. K niiase tratava da mudança de classes nopoder nem da conquista de um novo re-gime! A não violência tem sido sempreimposta.

O caminho pacifico da revolução éo que convém à classe operária c á tó-da a nação por ser o menos dolorosoo náo porque haja sua possibilidadereal, como dizem as Teses (tese 31).A classe operária e seus aliados náo de-vem ter um papel meramente passivo,fatalista, diante desta questão, Devemlutar ativamente pelo caminho pacifico,paru transformar a possibilidade emrealidade. Embora existam determina-das condições objetivas favoráveis ápossibilidade do caminho pacifico estapossibilidade não é ainda real. faliam ascondições subjetivas que precisam sercriadas. Admitir a possibilidade do ca-minho pacifico como real. neste momen-to, significa desarmar o proletariado,deixá-lo perplexo, a repetir apenas queo caminho è pacifico , !•;' necessárioluiar pela soluça,, náo violenta, paiacriar as condições favoráveis á sua realizaçáo prática.

Paliam inúmeras condições subjeti-vas para transformar a possiblldadeem realidade, A solução não pacificasó pode ser Imposta, é eondie'cmnl onáo absoluta e. a ni«'u ver, não poderãodeixar de incluir ;,s seguintes condições:1) a existência de forte e poderoso par-tido político do proletariado, estreita-mente vinculado ás massas e por estasaceita como seu dirigente; 2) uma am-pia frente única das fórça.s Interessa-das.na vitória da revolução antllmpe-rlalista o anlifeudal, baseada na alian-ça oporário-ramponosa sob a direção doproletariado; 3) existência dc uiii clt-

ma de amplo democratismo na vida pa«litlca do pais, de completa legalidadepara a classe operária e seu partidapolítico; D as classes e acamadas pro-gressistas terem força superior, inclu-sive militar, à da.s classes retrógradasda sociedade brasileira para impor semconciliação o caminho não violento, quenáo exclui choques; üi forte movimen-tação das massas, sobretudo dos opera-rio.s e camponeses, em defesa de suasreivindicações econômicas. |>olitic»s osociais, do forma independente e, final-mente e não menos importante, o par-lido político dn proletariado deve estarpoliiica, orgânica e ideologicamente pre-parado e lambem as massa para qual-quer solução, pacifica ou não, derro-tando em primeiro lugar, em seu pró-prio seio. os oportunistas e conciliado-res.

Infelizmente tais condições subjetivas ainda náo existem. Nosso partidoé. ainda, numérica e qualitativamentepequeno e pouco ligado às massas; afrente única é débil, não estruturada «inexistente a aliança oporárin-eampono-sa; as massas se movimentam aindapouco, não se aprofundou suficiente-mente e de forma adequada à luta declasses im terreno econômico, políticoe ideológico (pie. diga-se de passagem,é grandemente subestimado; a demo-crucia no Brasil é muito limitada. ÒPartido Comunista continua na llegall-dade e nem mesmo podem ser cândida-los em outras legendas os comunistasmais conhecidos, o que constitui umaanomalia que precisa ser superada.Mais sério e gravo que tudo i.so é queo partido esiá desarmado política o ideo-logicamente para transformar a possi.hilidade em realidade, lutar por ela.Impregnaram-se em nossas fileiras astendências cspontanoistas, do n«er ounão "o caminho pacifico e não lutarpor éle. levadas em parte pela atualorientação política expressa na Decla-ração,

Klll suas liases essenciais, as Tesesnão constituem, cm minha opinião, umdocumento que possa levar nosso povo,á vitóiia na lula contra o imperialismoe o latifúndio o preparar as condiçõespaia a vitoria da segunda elapa da ro-volução. Creio firmemente que o pre-sente debate, a contribuição de todos osmilitantes comunistas, poderão dar aonosso partido uma orientação correta,sem sectarismo, esquerdismo ou dog-matlsmo, mas também sem as posiçõesoportunistas de direitas o reformistasque predominam atualmente em nossaorientação o que precisam ser eomba-lidas com decisão.

ErrataOs artigos dc Maurício Grabois

foram publicados com incorreções,nlgumas c'as quais mudam o senti-do do texto.

São as suguintcs as correções aintroduzir:No artigo dc 29-4-1960, capítulo

II. dem A crise dc estrutura emque o pais se debate», parágrafo 4,Unha 5: ler -impostos indiretos», aoinvés dc impostos diretos».

No .irtigo de " 5-1960. capitulo V,Item Plataform dc açào política»,linha 4: ler «desmascaramento dascorrentes reacionárias-, ao invés de

desarmamento dn-j correntes rea.cionárlas». Mo mesmo capitulo, item- A possibilidade rio surgimento, etc.»linha 1: ler «scenso» ao invés de

acesso».

...;^i^,.-,,v.;.. -, «"«•uuu, mau fi.Miinnrlo nrtrAMM r*«o

'•--'•• "f"".y Ptn6~ Minittroí da URSS, te«<wt<a«iriU oe

NOVOS RUMOS — 13 a 19 de maio de 1960 —___ , |——^—-

¦^'^-¦'" •' - ¦ .V •¦¦av,.,: -;•; ¦.,......,111*1 ¦ ¦ ¦ ¦¦<¦»"»

Sob argumentação doutrinarista etorrn ri — do iHl^ras e nfio de fatose ,-lr.-,i.-;:.i:'..ic ||io*sçirímúht'ii as cTeses»

o; a if.vadas a discussão do Pnrlico o

c.a.iur.vh \i,-\ur!c'.i Cruboii, rem seu ar-

t,yj 'publitácln em NOVOt KUWIÜa na

ít..-,.io de 22/28 dt abril, nao faz senão

uma ilèioipérada tentativa dt defesa da

Unha sectária t dogmátioa, disfarçada de

variada;, formas, maseialmarUe, e. mesmavista e mecânica da

NICOLAU ABRANTES (Est. do Rio)

XJ> Disfarçadrevelando, essen-

concepção subjeti-realidade brasileira.

Autocrítica Formal e um)Defesa da Linha Sectária e Dogmática

lodo seu artigo define, em suas

principais formulações, um completo

suicma de idéias gorais em tomo dn

il.Uag.1o atua,, arbitrariamente vincula-

da- ao proce-so ouje.ivo em curso, c

CUjfl principal tonie são aquelas duas

te.iuiitoias f.on.aaneiue contrárias as

co.istísOes marxi4ia--lciiinls.ns e que se

crlilal.za am, por largo período, cm sé-

r.oj ei.oj t (u.-, j i.,.!¦,---. f"Jf jo-'«ona pic.ciuc ronjumura, através cias

i,.„i.,as práticas,, atitudes e mé.oüos cie

luuaiho de direção aos mais oiversos

p.Obiemas. t sào uns erros c deforma-

t.jj, reprccnudos por todo um coi pouü conóípçóes profundamenna vida uo Har.ido, que vtm diticullaii .o

e mesmo Impculnuo, emsos e em ecuat rcyioes do paiiLgamos

enraizadasjiticullan .o

numerosos ca-, como o

aclo do Kio — pela omissão dos dirl-mais responsáveis ou uma incor-

clamorosa aplicação — o jus.oo da Declaração dc Março de

r«.a ecumprimen1»o8.

Dessemente deciuaçocs.-,

modo. nao se trata tâo sò-duas concepções e duas onmas, necessariamente, de

uma concepção vigei.tc. válida para to-

oo o Partido e que e a euprcüado ju^ada aplicação ao nosso pais — devida-

nien.e considerada as peculiaridades c

trauiçoes nacionais, as modificações e

tráhSTOriiiaçoes operadas das leis e prin-cipios gerais que regem a revolução pio-le.ana e a construção do socialismo, co-

muns a todos os países, e também tias

concepções caducas que agonizam e

criam, por isso mesmo, sérios obstáculos

ao novo que se fortalece e impõe.

Por que então, a luz dasra discussão no V Congressosimplista e apressado de

Teses pa-o rótulo

orientação

oportunista de direita , a primeira con-

cepçào, á Declaração aprovada pelo Co-

mité Central, e cuja aplicação se faz há

apenas dois anos, em condições inteira-

mente novas e complexas, quando anula

»e manifestam lão vivas u profundas as

velhas raízes sectárias e dogmáticas?

No seu trabalho, o camarada Mau-

ricio Grabois comete — como iremos de-

mon»trar, iniciando hoje a apreciação da

primeira parte de sua análise — erros

elementares e graves, ao abordar as te-

ses fundamentais dc Declaração de Mar-

ço, além de deturpá-las em vários aspec-

tos essenciais.

Caminho pacífico e

situação internacional

Em que se baseia, fundamentalmen-te, pela Declaração de Março, a conclu-sào da possibilidade real da conquistado poder por via pacifica, sem a neces-sidade da guerra civil ou da derrubadaviolenta do governo? Será que a novaorientação conduz, como o interpretaMaurício Grabois, a negação dos princí-pios e leis gerais comuns a todos os pai-te, que regem a revolução proletária ea construção do socialismo, a pretexto deestabelecer o caminho especifico da re-voluçáo brasileira.' Defende a Declara-çáo» a colaboração de classes, a trans-formação gradual do capitalismo em so-cialismo ou a liquidação do Partido co-mo vanguarda de luta?

Literalmente que nao, é a resposta,mas continuam ressoando aos nossos ou-vidos e sob a letra dc fôrma, as afir-maçôes do articulista, que pecam, inici-almentc, pelo unilateralismo míope deinterpretar a realidade brasileira dos nossos dias inteiramente desligada dastransformações qualitativas ocorrjdas násituação internacional c que repercutem,profundamente, na consciência dc milhõesde pessoas em todos os países e modifi-cam. substancialmente, a correlação deforças no plano mundial. Nem uma pa-lavra, nem uma afirmativa que seja. está contida no artigo de Maurício Grabois,o que revela como são estanques e me-tafísicas suas formulações c como sechocam com a realidade, do mesmo mo-tio que suas palavras não encontram te-ciproca correspondência no Estado doRio, em qualquer ponto, com a praticadiária, com os esforços paia a forma-<,ào e participação da fiento única, osmétodos de direção empregados, a pes-quisa modesta dos problemas e uma ai.tude autocrítica concreta e não mera-monte formal.

ram para a etapa atual uma orientaçãodc caminho pacifico, sem que isso fó3íet.i-tlo como ruiluciimiMiio ou renuncio aosobjetivo-, revolUilonârios. Num e noutropais lutam as vanguardas da classe op«-i-.ii ia — alnun no ulOinohtO — pelo e.»»a-litlccunenío de algumas liberdades poli-ticas, como o direito dc reprcenlaçáoparudária' para diversas correntes cieopinião, entre as quais a dos comunistas,no Semico da realização t,e ceiçocs. ctle outras franquias democráticas.

Por certo isso exatamente acontece,quando, nelas, está o que há de melhorna defesa dos interéises do povo e dalesisvencia européia ao* rerilaneücnleiorganizados do nazi-fascismo, os melho-re» tiihos cia classe operária e dos povoslUwO-espanhol ?

As modificações operadas no âmbitointernacional, na verdade, deram um no-va conteúdo à época atual, contribuindopara que o movimento revolucionário to-masie um novo rumo em alguns paisei,dentro dc condições excepcionais e intti-r.imcnte novas. Os êxito» extraordináriosalcançados pelo sistema socialista mun.di-il, em continuo e Irresistível floresoi-mer.io — paralelamente à deoadénoia dosistema imperialista — refletem-se emtodo o mundo e influenciam cada vezmais o movimento de libertação dos po-vos coloniais e dependente», nos paísessubdesenvolvidos e nos próprios paisescapitalistas mais avançados.

Em particular, as imensas possibi-lidades econômicas e culturais de inter-cambio da China, URSS e demais naçõessocialistas, com os povos da America,A.iia. África, etc. constituem um fatorimportantíssimo de estimulo e Influèn-cia em todas as esperas de atividade. Porisso mesmo, na América Latina — no-tadamente no Brasil — sâo Cada vezmais amplos e receptivos os setores depopulação que se inclinam por uma po-litica exterior independente, que permitaa nosso pais superar o quadro anacrôni-co, e inadmissível dc dependência, e pos-sibilite internamente a prátha de umapolítica voltada para os interesses dostrabalhadores e das massas populares eassegure o desenvolvimento econômico,livre da dominação imperialista.

Surgiu pois, em nossa ,época, comoresultado da correlação de forças fran-camente favoráveis ao socialismo e aospovos que lutam pela paz. a posslbilt-dade íeal de evitar as guerras, nao obs-tante estas continuarem a ter terrenoviável, em virtude das contradições ine.rentes ao sistema imperialista e da per-manência ainda da base material na qualos conflitos sào desencadeados, e da cnn-julsta do poder pela via pacifica.

A esse respeito afirmam at «Teses»em seu cap. I, item 25 do Suplementode NOVOS RUMOS: Esse fato nào po-tio significar, todavia, uma transforma-i;ào da natureza exploradora do capita-lismo ou a extinção da luta de classesno seio do regime capitalista.> E adiante:

«Para converter-se em realidade,porém, é requisito indispensável a dire-ção política da classe operária, orientadapor sua vanguarda. O caminho pacificopara a conquista do poder nào exclui, esim pressupõe, a intensificação da lutade classes do proletariado, e exige a for-rriação de grandes movimentos de massa.Nada. tem a ver com a política de cola-boraçao de classes, nem com a. transfor-maçào graduai do capitalismo em sócia-lismo, teses difundidas pelos revisionistase socialistas de direita.

<0 caminho que há de seguir a lutapelo socialismo não depende apenas doproletariado, mas também das classesdominantes. Onde as forças reacionáriasempregarem a violência contra os tra-balhadores para impedir sua ascensão aopoder, estas terão que utilizar a violênciacm defesa dos seus legítimos direitos de-mocráticos.»

riado e fôrças mais conseqüente na fren-te única, dificultando ou impedindo oprocesso de participação dai massascamponeiai.

Em particular — diz o articulista —o esquema di disposição de fôrças pre-visto chega mesmo a incluir latifundiá-lios e grupo* da burguesia ligados a mo-nopólloi estrangeiros rivais dos monopó-llcâ-norte-nmerlcano», o que torna quaseimpratioável a frente únioa, que ao in-vés de ampliar-se, restringe-se conside-ràvelmente.

Ainda em sua opinião, ai tendênciasoportunista» de direita de Declaração semanifestam mal» nitidamente na quest«odo poder — problema fundamental darevoluçào — através da doação de umatática gradualista. evolucionlsta, queesntraria frohtalmente a teoria marxis.ta-lenlnísta do Estado, e que visa modi-floações parciais na politloa e na compo.siçáo do governo, de sucessivo» governos,nos marOOS do regime vigente, sob o

pretexto rie atingir um poder capaz deexecutar as tarefas da revoluçào anti-feudal e antiimperialista, nacional e de.mocrátioa.

Para arrematar, descreve M G oquadro visto pela Declaração para o ca.minho pacifico, m-omo sendo róseo, semcomoçóe» sociais e choque* violentos, pa-ra realizar at tarefai da revolução, de-sarmando assim — por levar ao absolutoesse caminho «— o proletariado e seuPartido para qualquer eventualidade.Por outro lado, como complemento, tecevárias considerações em torno da ativi.dade dos comunistas a partir de Marçode 1958, o que faz também para concluirpelo fracasso da atual linha política, oqual se mede por vário» fatos que afir-ma existirem e validarem suas teses.

Do mesmo modo. encara o problemaideológico em cores trágicas sob preten-sa defesa de princípios, e conclui pelanecessidade d» concentrar o fogo prin-cipal oontra as tendências oportunistasde direita, qui sào o principal perigo.

Os objetivos da revolução

e as Teses

Nada porém tào falso e que distorçatanto os fatot. a realidade objetiva, e asTese» da Declaração de Março de 1958,as quai» — na verdade — ao contrário doque afirma aquele camarada — s»o umaJusta orientação do ponto de vista daclasse operária e da revolução, cujos prin-cipios báskoi, aplicadoi de maneira cria-dora à realidade, dão k sua vanguarda.ao Partido, um instrumento poderoso pa-ra percorrer a etapa atual e abrir ca-minho para a construção do socialismoem nono pai*.

Nem no capitulo em que analisam odesenvolvimento econômico, fixando-lhea» careteristicas principais, nem tâo pou.co naquelas que se seguem, em que oa-racíerizam a atual etapa da revoluçàobrasileira e definem as forças que nelasdeverão atuar ou atuam — com caráterprogressista e revolucionário, OU, ao re-verso, as retrógradas, que se opõem aocurso do desenvolvimento independente,as «Teses» superestimam o capitalismo,embelezando.o, admitem sua transfor-maçào em oapitalismo, ou subestimamo papel do proletariado e do oampezinato,como forças deoiíivas • mai» oonseqüen-tes para a realização das tarefas queest»o pela frente,

Mas ocorre que M. G, entende oi-ontrário e entende de modo metafísico,parado, de forma estanque. Por exemplo,afirmam as «Teses» no item 23 cap. IV,que a revolução no Brasil, na etapaatual, é antiimperialista e antifeudal, na-cional e democrática, e que sào suastarefas essenciais a inteira libertaçãoeconômica e política da dependência comrelação ao imperialismo; a liquidação domonopólio da terra; e a democratizaçãoda vida politloa, a fim de que venha re-fletir, em primeiro plano, as reivindica-ções das grandes massas trabalhadoras».E acrescentam que tem, por conseguinte,objetivos de caráter nacional e objetivosde i-aráter democrático, acentuando:

-Tais objetivos suscitam correntese movimentos se entrelaçam e tendem afundir-se numa só caudal revolucionária,á medida em que crescem at fôrças ca-pazes de realizar as tarefas básii-as darevolução. Dentro das condições peculia-res do nosso país desenvolveu-se maisrapidamente a corrente antiimperialista,mas esta se amplia e fortalece em vlii-culaçáo com os movimentos de naturezademocrática e popular, oomo os movi-mentos pela reforma agrária, pela ex-tensio das liberdades democráticas pelaelevação do nível de vida das massas:,entre todas as fôrças revolucionárias, éa classe operária aquela mais capaz deunificar as correntes antiimperialista: edemocráticas e dar.lhes orientação con-leqüente. :

O desenvolvimento mais rápido dacorrente antiimperialista é, assim, umrato objetivo, aprofundando a contradi-çào entra o imperialismo norteamericanot seus agentes interno» e a nação bra-sileira, dai porque adquire o caráter deprincipal, dominante, em toda» as esferasde atividade. Por esse fato, é que o gol-pe principal da» fôrças nacionais, pro-gresslstas e democrática» se dirige con-tra as fôrças Imperialista» e seus susten.tàculos.»

Como entende, porém, Maurício Gra-bois esta questão? Entende que «a De-claração, ao dar absoluta primazia aolado antiimperialista da revolução, emdetrimento do seu aspecto agrário, es-

belece de fato uma linha de renúncia

à direção do movimento por parte do pro-lítarlado, porque tal orientação dificultaa mobilização do» camponeses, entravao processo dl formação da aliança ope-rârio-oamponega, fator decisivo na revo-lução.»

No entanto, o que afirma o documen-to, de que a Declaração é apenas umasíntese e com a qual guardam com-pleta oorrespondêneia quanto ao '-onteudo(item 23, cap. IV), é que as diferentescontradições que a sociedade brasileiraencerra não atuam, de nenhum modo, emcompartimentos estanques, mas se rela-clonam e Influenciam de múltipla» ma-nelras, unidas todas por um mesmo fa-tor, itto é. pelo desenvolvimento econô-mioo em ourso no pai». Nestas rondições,é a contradição principal o resultado docomplexo de condições nacionais e in-ternacionais, qüe se desenvolve ligadaIntimamente às demais contradições, in-fluenoiando-se de formas variadas emação recíproca — um desenvolvimento,portanto, dialàtii-amcnte entendido — demaneira que o aspecto agrário é essen-ciai e decisivo no curso desse processo,dele não podendo separar-se pelo'fatomesmo de que este se realiza, o desen-volvimento econômico, aprofundando náosó aquela contradição principal mas, aomesmo tempo, a contradição agrária.

Coloca assim em relevo o documen-to, a neoessidade de urgentes transfor-maçôes na propriedade da terra na es-trutura agrária, representada pelo regi-me latifundiário, e que constitui um dosfatores de atrazo e deformação do desenvolvimento econômico, não levandopois, à solução das contradições que asociedade brasileira contém.

Onde Maurício Grabois enxerga,portanto, «a separação mecânica das ta-refas democráticas dos objetivos nacio.nais?» Onde, em que linha, em que for-miilaçâo das «Teses» ou da Declaração?

O único mecanlclsmo ao encarar osproblemas cujo desenvolvimento está emcurso e se prendem, em primeiro lugar,às transformações qualitativas na vidamundial e as modificações ocorridas nasituação objetiva de nosso pais — o com-plexo de condições dentro e fora do Br;sil, que se influenciam e condiclonanmutuamente — é que a miopia dogma-tica nào pode ou não quer ver.

N»o há, pois renúncia à direçáo domovimento revolucionário na etapa pre-sente, isto é, rio proletariado na frenteúnica, mas um fato concreto imanentedo próprio desenvolvimento: o crescimen.to capitalista existe, de fato, e nào écriação arbitrária, idealizada em gabi-netes, fora da vida e sob modelos sec-tários, como os que criaram a fantasiada «linha oportunista dc direita». Mas daipara superestimá-lo e estabelecer todauma linha de orientação estratégica etática, é preciso multa capacidade de fie-cionista, boa certamente para um Iite-rato, mas impossível de admitir dentro

do estudo e da pesquisa séria dos aconte<oimentos, do ponto de vista da classe ope-rárla e da revolução.

Numeroios e abundantes dado» con.creto» atestam sobejamente esse desen-volvimento, que, em oerta fase, como,por exemplo, entre 1947 e 1956, «uperouos próprio* índice* do» palse» capitalis.tas mai* adiantado», ma» »ôbre eles —

que se prendem mai* â segunda partedo artigo de M.G, — oomentaremos de-pois, focalizando essa parte restante desua análise. Desejamo* dizer, porém,que embora se aoentue a dominação im.perialiíta em no»»o pais (e as «Teses» oreoonheoem de maneira inequívooal), estase processa no entanto em choque crês-oente oom a resistência de fôrças cadavez mai* ampla», entre as qual* — devidoprecisamente à pequena e insuficiente par.tlolpaçfio na frente única, da olasse ope-rárla e do» trabalhadores do oampo —a burguesia nacional, que vem tendo adireção da luta.

Por outro lado, no seu cuno atual,o desenvolvimento econômico apresentacaracteríítlca» que foram apontadas pe-Ias «Teses» a que completam, ao lado daoutros elementos concretos, irrecusáveis,a cabal refutaçâo da alegao»o apressadae subjetlvlsta de superestimar*- 'o ca-pltallsmo.

pio.O que diz o documento, por exem.sobre o processo inf(acionário?

Reputando-o uma das oaraoterísticasdo desenvolvimento atual, ao qual é im.plíoito, embora seja um fenômeno bas-tante antigo e reflete a tendénola secularde desvalorização oambial da moeda —resultando simultaneamente da desvalo.rizaçâo externa do cruzeiro e das causasestruturais, dos fatores de atrito, acen-tua que tuas repercussões sâo profundase penosas nas condições de vida da cia*se operária e de todo o povo.

Afirmando isto, as «Teses» demons-tram ainda que, reduzindo constantemen-te os salários e vencimento», o desenvol-vimento econômico atual nâo leva à so-lução das contradições fundamentais doprocesso histórico e, ao mesmo passo,que é inevitável enquanto prevalecer nadireção do país a orientação conciliadorados entreguistas.

Qual, assim, a saída justa colocadapela Dclaraçio de Março e que as «Te-ses» fundamentam de modo pleno e indis.cutível? Através da tática traçada comvistas ao objetivo principal — a vitóriasobre o imperialismo norteamericano —ou de maneira dogmática, querendo Impora hegemonia?

Nem de acordo com Mauricio Gra-bois, nem com o produto arbitrário desua análise das «Teses» essenciais daDeclaração. A efetivação do curso inde-pendente e progressista da economia na-cional, o cumprimento das tarefas da r».voluçáo na presente etapa, pode e devealcançar as reformas de estrutura quaconduzam às transformações radicaisrequerida* pela sociedade brasileira. Essaefetivação, porém, não se dará expon-táneamente, ma» só pode ser o resulta,do de uma frente de fôrças sociais quesiga uma direção antiimperialista e rie-mocrátioa conseqüente, rada vez mais re.fletida no plano de ação estatal e capazde dar origem a um novo poder político.

£ a questão da hegemonia, queMaurício Grabois, cándidamente inspiradopelas raízes subjetivlstas, liga mecânica-mente à questão do poder, ou o faz demaneira arbitrária. Como o entende onosso articulista na sua análise, Comaentende a Declaração?

(Continua)

ALCIDES SABENÇA (Est. do Rio) GASTÃO MEDEIROS

Sob re as eses Peço a Palavra, Pela Ordem!

Na realidade, toda análise feita pelocamarada ter-se-ia de fundamentar oupartir daquelas modificações, umaque elas trouxeram a primeiro planoma iene dc paises. a evidência di1 c

mais favoráveis para a lutaCOI

veznu-mlipelo

socialismo e tornaram mais vnriudos, deacordo com as peculiaridades tle cada,puis. os caminhos du conquista do poderpela classe operária e ai.trueão da nova sociedade

foi luas de i ons-

Essas profundas modificações, toda-via, existem, e são responsáveis, comoafirmam as «Teses», por substancial ai-teração do quadro internacional em quese desenvolve a revolução brasileira,tanto no curso da ultima guerra comono período posterior, abrangendo o atual.Partindo, aliás, dessa constatação, é queem alguns países, como a Espanha dcFranco e Portugal de Salazar — ondehá vários anos vêm dominando as maisviolentas e sanguinárias ditaduras — os

.. ir.«/.l-l«Á« Partidos Comunistas traça-fies recíprocos sejam crescenieniui-à, ..4 „^>li,loi- Da nrintfi-fle-vi^jjj

¦¦¦¦¦¦m,'..,"i"W>i"

Assim, a nova situação mundial —que vem tendo no alivio da tensão inter-nacional «um fator particularmente fa-vorável ao êxito das fôrças nacionalis-tas e democráticas no Brasil», prenunciaa manutenção da coexistência pacificaentre os paises dc diferentes regimes so-ciais c reflete-se em nosso pais, estimu-lando as forças que resistem ao imperia-lismo norte-americano e pugnam por umapolítica externa de paz e amizade comtodos os povos» (Suplemento de NOVOSRUMOS, item 8 cap. I).

E é precisamente essa indesvinculá-vel ligação (pelo menos do ponto de vistada Dialética), entre as modificações qua-litativas operadas na situação internacio-nal e no Brasil, no sentido da fixaçào deum rumo justo da luta revolucionária,que a concepção doutrinarista — dogma-tica c sectária — não quer admitir ouenxergar, em muitos casos por incapaoi-dade dc superação dos erros e, em ou.tros, pela conservação de ressentimentosque obllteram uma visão mais justa do»fatos.

É o que vamos cm seguida analisar.

A realidade brasileira oelo

prisma dogmático

Alega Maurlno Grabois em seu ar-tigo. essencialmente, para concluir quea linha atual «é oportunista de direita»,o fato de que a Declaração de Marçosuperestima o capitalismo, embelezando-o, ii condicionando tudo o mais a seucurso, razão pela qual as tarefas demo-cràticas são mecanicamente sepandasdos objetivos nacionais da revolução napresente etapa c subestima o proleta-

saflfcüvas.

Considero de suma importância,para maior objetividade nos debates,o l* Capitulo das Teses pata o V Con-gresso do Partido Comunista do Brasil,sob o titulo A SITUAÇÃO INTER-NACIONAL EM QUE SE DESEN-VOLVE A REVOLUÇÃO BRASILEI-RA/. Isto porque as 8 Teses que ocompõem, abordando dom clareza aluta que se trava entre o campo so-ciallsta e seus aliados, em constanteprogresso quantitativo e qualitativo, eo lado imperialista em acentuada déca-dència, abre novos horizontes para alula de massas. K a caracterização dalula de classes num plano universal,que assegura cada vê/, mais a coníi-anca das grandes massas na orienta-çüo politica dos comunistas mesmonos paises capitalistas mais desenvol-vidos.

í; a configuração do NOVO queurge e do VELHO que estrebucha pa-ra morrer, que nos ajudará na melhorcompreensão dos problemas nacionaisna atual etapa e a.s tarefas que temospela irente, e nos ajudará na aplica-tão corajosa das medidas objetivas,sem receio de perder a hegemonia ciomovimento de emancipação nacional.Em que beneficia a classe operaria.o crescimento e as vitórias do movi-mento nacionalista, no caso especificodo Brasil? Beneficia, segundo penso,porque no fundamental a luta nacio-nalista se choca contra a essência docapitalismo mundial que é o imporia-lismo norte-ameridano e seus agentesinternos, ajudando assim, a fortalecero campo da Pa/, e do Socialismo.

Pela continua elevação do nivelcie vida das massas trabalhadoras das•idades e dos campos; pelo incremen-

lo industrial genuinamente nacional;pela reforma agrária e pela democra-ti/ação progressiva dos órgãos gover-namentals e da vida pública do pais.

A independência politlca-ldeológi-ca dos comunistas dentro da Frenteúnica é um problema a considerar, separticiparmos do movimento nadiona-lista democrático a reboque da bur-guesia nacional e não como força con-seqüente e revolucionária, disputandopalmo a palmo, dia a dia, terra aterra, a direção da luta. procurandopacientemente ganhar maior númfeio

de aliados para nosso ponto rie vistae de ação.

Como integrante do movimentooperário, penso que as Teses para oV (.'(ingresso do P.C.B. são umagrande o oportuna contribuição parase corrigir erros e deficiências, pelamelhor fixação da realidade objetiva,abrindo caminho para vitórias fui ti-ras.

Tenho, entretanto, uma dúvida,(|iie muito me preocupa. Trata-se ciaTese n' -17, quando di/: «Em lfl.V>.são os comunistas que se encontramà .frente do movimento nacional liber-tadór, culminando na heróica insuriel-cão armada de novembro daquele ano*.

A referida Tose parece-me cbn-iradi/.er a de n" 50, parte final, assimredigida: ¦ A tática traçada no mani-festo, de sentido aventureiro e ¦ puts-enlata», desprezava o trabalho nas or-ganlzações de massas e as formas le-gaís de luta, apelando para a forma-cão de uma «Frente Democrática deLibertação Nacional- o de um Exerci-io de Libertação Nacional, com afinalidade de lutar pela realizaçãoimediata do programa revolucionárioradldal .

Sem conhecer a orientação de1ÍK3õ e sem querer diminuir a bravurae a intenção honesta dos que lutaramnaquela época para barrar o avançodo nazi-fascismo, tenho a impressãode que contrariamos (.naquela época),um dos princípios do mestre WladimlrIlitch Lenin: Duas cousas são ne-cessárias para se fazer a revolução(armada): L" que o momento seja rc.volucionãrio e 2') que haja o mínimode organização.

Embora existisse um mininio deorganização creio, á distância, que omomento não era revolucionário. Apublicação das Teses para o V Con-gresso será, a meu ver, um fator ex-iraordinàrlo para um balanço geralcritico e auto-critico, maior reforça-mento orgânico, político-odeológico doPartido e, ajudará, tenho certeza, atraçar as'tarefas do presente, abriu-do grandes perspectivas para o futuro!

Tudo pela UNIDADE!Pinbplral, 23-4-1960

àieldfis Sabença.

E' com grande satisfação que as-sistimos ao debate vivo que teve iní-cio pelas colunas de NOVOS RUMOSsobre o programa do Partido, sua apli-cação; e as teses e objetivos da lutapelo SOCIALISMO e pela libertaçãoda classe operária. Em primeiro lugarqueremos dizer como MÃO-TSE TUNG"que floresçam as cem flores", isto é,que as opiniões venham à luz paruque a classe operária possa se armarpara as suas lutas de libertação nacionale para o Socialismo. Queremos intervirno processo da discussão para tirá-lada polarização que está tomando, istoê, de discussão entre partidários e ari-versários da DECLARAÇÃO DE MAR-ÇO DE 1958, Os interesses e objetivosda classe operária eslão a exigir (1'aque.les que dedicam sua atividade intelec-lual á luta pelo socialismo, uma alitu-de mais profunda, mais pesquisadora,e porque não dizer, mais corajosa emais responsável. Não basta a referên-cia às luzes do XX CONGRESSO DOPCUS (será que esquecemos que oPCUS já realizou o XXI CON ORES-SO?i. é necessário pesquisar qual o ca-minho mais rápido o mais prático pa-ra o fim do sistema capitalista mun-dial e a consecução do sistema sócia-lista que termine com a eoiploraçãoi/o homem pelo homem. O desenvolvi-mento das forças produtivas, com a li-bertação da energia nuclear e a pes-quisa da energia cósmica, a automa-tização eletrônica, a transformação daciência astronômica em ciência expeli-mental, não condizem com a existêncianu face do planeta de sistemas sociaisretrógradas, inclusive O sistema capita-lista, lõ necessário pesquisar o que sepassa nas consciências operárias e ciesuas vanguardas políticas, que impe-de, como um véu negro, que se deesse salto qualitativo e ponha um fima pré-história da humanidade; as pre-visões de Marx e Engels são clenlifi-cas, não são sonhos de lunáticos.

E' Inegável que hoje não há uni-partidarismo no movimento operário.Pode-se argumentar que o jogo do mi-

migo de classe é que criou o pluripar-lidarismo operário, mas também po-clf>.s(, argumentar que as forças maisconscientes do movimento operário

permitiram essa quebra da unidade or-ganizatória. O fato concreto é que essadispersão organizatória é um aparenterefluxo do socialismo, quando na rea-lidade é um sintoma de seu avanço. Apressão social e econômica que impõesolução socialista para os problemasda humanidade, se arrebentam os ca-nais organizatórios. >i- esses se mostra-rem incompetentes, mofados, sem sen-sibilidade para compreender o momen-to histórico, e ns tarefas que este lhesimpõem. Creio ser necessário reconhe-cer essa realidade para ser traçadaqualquer diretiva prática, No ensejo do90« aniversário de Len+n-e bom recor-dai' que èle náo se apegava a fórmulasvazias, que era profundamente anda-cioso nas questões táticas, como pro-vam o seu comportamento frente aoEstado Maior Alemão em 1017, <» a suaatitude no Congresso do Partido Ope-rârlo Social Democrata Russo (19031,praticamente cindindo o Partido emduas alas-bolchevique e menchevique,arrastando com isso a ira e a incom-preensão dos lideres socialistas ciaépoca - Martov, Axelrod, Plekhanov.Lembramos Lenin para dizer quo êlenão temia enfrentar a realidade, sejaqual fosse. E o plitrlpartidárlsmo iiomovimento operário é hoje uma na-lidade; se um bem ou um mai, só a his.tória o dirá, acreditamos que um b<,,,.pois essa diversificação organizatóriaimpõe um clima de discussão politicaque no caso de monolitismu parlidans-mo é substituída pela aplicação me-cànica da disciplina "eclesiástica" c do"centralismo burocrático".

Propomos que sejam tratei nal-mente chamados para a discussão,companheiros e grupos que estão forada organização do Partido Comunista,mas que pautam a sua atividade poli-tica pelos mesmos objetivos estrato-gicos do Socialismo e que eslão dispôs-los a marchar juntos na atual etapatática da libertação nacional do jugoimperialista.

Com um abraço fraternal envia-mos a presente colaboração, aguardan-do ansiosamente a publicação e a ma-neira como fôr recebida.

Em 28 de Abril de 1960a) Gastão Medeiros

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ii)e tal maneira, o sr. nenaio » u->.« ^

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13 a 19 de maio de 1960 NOVOS RUMOS 5'-

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I. 0 I*. C. li. é a vanguarda politica daciasse operária — a forma superior desua organização de classe. Sei- pro-,ess,, de forniaçuo c a luta interna entrea ideologia proletária e a não prolela-, a, Este processo avança na medidaqui o Fnrlido se identifica com as prin-cipals aspira,.Ò!'s, eoslumes o partícula-ridadüs do prulelarladn e do povo brnsi-loiro, Quanto mais éle lüliscgtie inter-pretar a realidade nacional, tunilludo-acom a verdade universal do marxismo-leninisnío. mais consegue vencer a ideo-logla não proletária o tornar-se i','u\apolitica aliiaule.

Durante ,,s debales das leses e c.\-perlências do XX CONGRESSO, aflora-r-in algumas tendências revisionistas dedirella. que prejudicaram o Partido.Mas as iii^.lfestiiçõe.s dogmáticas c stih-jellvlslas eonstiliiem a principal manl-iestação de ideologia não proletáriasitr[*\la no Parlido. Foi Isso que quasetransformou em uma seita, desligadodo processo real de vida de massas noliais. Os Estalulos de 154. apesar demuitos aspectos positivos, expressou!em grande medida eslas falhas.

O atual Projeto de Estatutos adotanovas formulações que expressam prin-cl/mlmeiiiu a experiência positiva doiiiiss,, Partido, procurando Identificá-lomais com os hábitos do proletariado cdo povo brasileiro. Ele visa transfor-mar o Partido ein organização viva. deação. libertar os militantes e irganis-mos das um irias que os Impossibilita-vani de agir e ligar-se ã vida. ao povo.ft e lüin em mira a criação de um l*ar-

do o.lido conscientemente, tlcmocrati-caiiicnlc centralizado, ao mesmo tempoiiacioiiul e Identificado com ,» interna-ei naiisin,, proletário — um partidoiiuiiviista-lcnlnlsla.

Cada passo que nosso Partido dáno sentido de sua formação é uma supe-ração das falhas reveladas por uma lon-ga prática, através do processo da cri-fica c da aulocritiea. levando sempre emconta as experiências positivas do pas-sudo e do presente. Tendo isto em con-ta faremos algumas observações crili-eus sobre „s Estatutos de 54. sua inter-pr laçáii o prática, bem como sobre osresultados atingido». Paralelamente,furemos alguns confrontos com artigosc parágrafos do novo Projeto, para queos leitores melho,- possam aquilatar dasdiferenças existentes.

i Os Estatutos formulam os princípiosleninislas gerais de organização e emcada época e em cada Partido buscamexpressar a linha politica c também de-terminadas experiências do Parlido. Noinforme ao IV CONGRESSO sobre nsEstalulos. publicado na Revista «Proble-mas,, lil, assinado pelo camarada JoãoAmazonas, dizia-se: «Os Estatutos di-manam das novas tarefas qtte se apre-sentam ao Partido com a aprovação doseu programa.»

A vida revogou, há alguns anos, alinha ,io Programa e os Estatutos de,jl, que se chocavam com a realidade eque levaram o Partido a um desgastede forças o ao isolamento.

As leses políticas mostram que arausu real destas posições programátl-cas i» táticas estão lio suh.jetivismo. istoé na falta de suficiente estudo e coube.-cimento da realidade e das lutas dopovo. Recorríamos então ao dngmatls-mo — ii transplantação mecânica defórmulas gerais ou Idéias de outros par-tidos. 6ste método dominou nossa for-ma de pensar <• aluar e ainda pesa emmuitos de nós.

Furam pois a linha do Programa,sedaria por excelência, e o dogmalismonos princípios de organização que guia-ram predominantemente a elaboração,interpretação e aplicação dos Estatutosaprovados no IV CONGRESSO. Em-hora as falhas dos Estalulos sejam ba-seadas essencialmente naquela linha eno sistema ,1o ctillo à personalidade,eles mesmos, como instrumentos básl-os de organização do Partido, tora-ram-se causa de numerosos c graveserros.

0 Projeto de Estatutos não Inlro-duz modificações substanciais nos prin-cípios gerais, embora Importe em inodl-ficações Importantes, algumas delas re-lativas a questões de princípios. Fmsuas linhas gerais, procura demoerati-zar a vida interna do Partido, já que alonga prática e as violações dos princl-pios de organização encerram, essenei-almente. aspectos de maudoulsmo c vio-'ações do centralisino democrático.

As modificações de sentido demo-iráliéo introduzidas nos Estatutos nãosignificam que se lenha deixado de le-var em conta as manifestações tle revi-sionismo, surgidas por ocasião dos de-bales sobre o XX CONGRESSO doP.C.C.S.. nem erros graves, como a dis-solução de organismos através da ex-lensão do direito de voto a todos os par-licipantes de cada reunião (C. R. Pira-tlninga) e nem. também, as tendênciasliberais, que afloram em alguns lugaresultimamente.

!i Na sua introdução, o Projeto aban-dona fórmulas utilizadas pelos Estatutosde 54, como a «derrubada do poder»«dos latifundiários e grandes eapitalis-Ias» e outras semelhantes, que expres-savani o conceito anti-lcninlsta do revo-loção a curto prazo,

O Projeto, depois da definição dosprincípios gerais, do caráter do nossoParlido e de seus objetivos finais, ex-põe os elementos táticos mais Impor-tantos da linha política — o poder peloqual lutamos e os objetivos da revoluçãonesta elapa. Nesta síntese está con-tido o principio Icniuista da tática darevoluçáo realizada pelas massas, teu-do a classe operária á frente das de-mais forças progressistas, e não im-posta por um pequeno grupo de heróis.conforme preconizava a linha do Pro-grania,

I Ao tratar ,'as condições de membrodo Pm lido. o artigo I,' do Projeto in-

Estatu-

JOSÉ' A. DE CASTRO (São Paulo)

Os Estatutos de 1954e o Novo Proieto de Estatutostos de 54 incluíam formulações que aprática mostrou Inapllcávels, Exigiam,no seu artigo V, como condição deme nhro do Partido «cumprir todas asdecisões do Partido», O informe ai»IV Congresso sobro os Estatutos insis-to mesmo nesta condição. Certamenteesta Idéia faz parte do contralismo de-mocrático. mas não pode ser colocadacomo condição de membro do Pari ido.Sc fosse tentada a aplicação desta for-mula, poucos ingressariam ao Partidoc poucos teriam condições pura seremmembros do Partido. Esta formulaçãoloi suprimida.

Foi ainda modificada a formulaçãosobre a conlribulçflo. Os Estatutos fa-Iam no mesmo artigo em «contribuiçõesestabelecidas» como condições <le niciti-bio do Partido. O principio leninislase refere não ao quantum, mas ft conlrl-biiiçào em si. o Projeto rormiila demaneira mais simples e mais correiaesta condição ao falar, no mesmo artigo,em «meios materiais» como contribui-ção ao Partido.

O Projeto de Estatutos (ambém mo-dlfioa e simplifica, através do seu artigo'£.'¦ o método de filiação ao Partido- ex-posto no artigo fi.f dos -tuals Estatutos.Abole a condição de o candidato deveser proposto e recomenda,Io por un,membro do Partido, que tenha no mini-mo um ano de inilitáncia». Isto poucoera praticado, porque revelou-se impôs-sivel ser seguido e sua continuação sódificultaria o crescimento do Partido.

Outra modificação: a filiação já nãoserá realizada somente por O.B.. e olni-gatòriamcnlc confirmada por organismosuperior. Essa norma nunca rol aplica-da na prática; na realidade todas as ins-lãncias recrutavam e não solicitavamconfirmação do organismo superior.5 Os artigos 8.». \: e 5.' do Projetomodificam aspectos importantes dosartigos V e 4.' dos Estatutos de 54 eintroduzem coisas absolutamente novasem relação aos deveres e direitos dosmembros do Partido.

O Projeto de Estatutos, procurandoInserir as nossas poucas experiências demétodos democráticos, visa através dareformulação dos deveres e direitos,elevar o papel <l0 militante do Partido,como revolucionário que pensa, elaborae não apenas cumpre decisões e executatarefas. Assim o militante nâo somente«participa ativamente da vida politica»eom,, indicavam os Estatutos — letra'!>», artigo 3.". como participa do «estu-do e da elaboração da linha politica».como assinala o Projeto na letra «d»do artigo 3.*.

Os Estatutos de 54 assinalavam queo militante deve elevar «o seu próprionivel político e Ideológico». O Projetoatribui ao militante a responsabilidadede «ajudar no mesmo sentido aos cama-radas e. a todo n partido». Além disto,nossa prática mostra que este objetivonão se alcança apenas nas escolas e noslivros — que são necessários. .Mas,também, «através da atividade prática».junto ás massas, liiserindo-.se na vidareal, conhecendo a realidade e fundiu-do-a com a verdade universal do mar-xismo-lenlnlsmo, como se esforçam porfazer agora muitos militantes, coniba-tendo o subjetlvlsmn. o dogmalismo eas tendências de direita.

Os exageros dos preceitos de vigi-lAiuia interna como «ser sincero e no-nesto», «não ocultar ou desvirtuar a ver-dade». «guardar segredos», etc deter-minados nas letras «g» e «h» do mesmoartigo dos Estatutos sancionaram mui-(as vezes um clima de desconfiança or-ganhada; criaram o aguçaram contra-(lições entre dirigentes e dirigidos e, porvezes, até nas famílias dos militantes.A vigilância e outros preceitos são in-dispensáveis il existência do Partido,

CORRESPONDÊNCIABarão de Xanver (Montes Claros

Mina» Gerais) — Seus artigos náoserfio publicados, por tratarem deassuntos alheios «o debate. Agrn-decemos o seu interesse,

Ferdinand Saio? (São Paulo) —Sua carta foi levada em considera-ção pela comissão responsável, por«Tribuna de Debate». Agradecemosa sua cooperação.

Alfredo Tomaschewsky (SãoPaulo) — Recebemos sua oarta e ostrês artigos, que nâo serão publica-dos por abordarem temas alheios aodebate. Gratos pelas sugestões.

Leòncio Basbaum (São Paulo)— <-Tribuna de Debate» nâo publi-cará seu artigo porque o mesmo in-fringe as normas estabelecidas pa-ra a presente discussão.

• Armando Frontinl (São Caetanodo Sul — São Paulo) — A tlivisnodos artigos extensas é necessáriapara possibilitar « participação demaior número cie companheiros nodebate.

particularmente, tratando-se de um par-lido eom longos anos de ilegalidade..Mas o exagero destas normas nos Esta-tulos, que são a lei básica do Partido,contribuíram pura agravar a tradição,em nosso Parlido. tle esmagamento dalula interna de opiniões.

Somente depois do XX Congresso doP.C.U.S. com a denuncia dos erros docilltq á personalidade, o surgimento danova política e os esforços lio sentidode se Impedir a violação dos princípiosleninislas de organização foi possívelencaminhar com liberdade a lula deopiniões.

O Projeto de Estatutos, ao mesmotempo que abandona aqueles exageros,registra várias formulações que tradu-zem a lil)'idade da luta interna é> entreelas colma, na letra «é» do mesmo artl-go, eom,, uni dever do militante «con-correr para a prática permanente dacrítica e autocrítica para a luta de opl-niões ampla e organizada»,

O Projeto de Estatutos não regis-Ira o dever de «aplicar firmemente aorientarei sobre a acertada seleção dequadros», ele. Em primeiro lugar osexemplos positivos da politica de qua-dros ,|e quando datam os Eslalutos sãoraros; em compensação, são abundantesos negativos. Tal «seleção» obedeceu,durante longo período, a um vasto sul)-jetivisino e obreirismo. O exagero le-vou ao desligamento arbitrário e des-necessário da produção (le numerososoperários, para «formá-los rapidamente,)de forma Ittecanleista. Antes de Incluirlal preceito nos Estalulos novamente,é importante sistematizar ns velhas <•novas experiências paia saber formularesta norma. .Vias „ clima de democrá-cia Interna, de livre circulação da crili-ca e de lula de opiniões já abre condi-ções de rápido progresso na seleção dequadros.

Nos Estatutos de 54 estavam ins-«rijos vários direitos dos membros doPartido. .Mas todos os militantes sabemcomo no passado esses direitos foramsubestimados o espezinhados. Bastaalentar para o talo de o referido inlor-me a„ IV Coiigressu dedicar t» páginasaos devores tratando dos direitos emapenas uma página, sem nenhuma nu-locrilica de suas violações permanentes,Basta lembrar como foi realizado o pro-cesso da discussão ao IV Congresso ecomo no mesmo foi aplicado o «direitode se,- eleito» de acordo com uma «orl-enlaçai» especial» d» sistema mandonts-ta. Certamente, nesta altura tal ousanão é mais possível, apesar d» saudo-sismo de alguns,

O Projeto de Eslalutos introduz vá-rias inovações. Na letra a» do artigo•t.' estabelece o direito de cada militanteparticipar das discussões sobre os «pro-blemás da vida interna e externa!, an-tes privilégio de certos camaradas. N'aletra «b» do mesmo artigo estabelece >\direito de «eleger e ser eleito para qiquer cargo eletivo d» Partido» — içá<. — tesoureiro e outros. Atualmente,o militante tem direito de falo de crili-car não só nas reuniões, como «juntoàs instâncias superiores partidárias»,qualquer «órgão dirigente ou membrodo Partido». Atualmente torna-se possi-vel inscrever isto com,, consta da letra«c», porque é realmente pralicávcl nnPartido.

Neste artigo, pela letra «e„ r,,i in-treduzido no Projeto de Estatutos umconceito de extraordinária Importânciapara a vida do Parlido, E' aquele queformula o direito de «manter sua opl-llião e continuar a defendê-la nas ilK-etissões partidárias»estatutárias.

dentro das normas

fiste princípio é indispensável a umparlido sério, pois a verdade é encoii-Irada na base da lula das opiniões con-trárlas e somente a prática prova quemestá com a verdade, para que o Partidopossa adotá-la.

No passado, era esmagada a opiniãodivergente, nem se podia pensar emmantê-la, Somente agora, eom a novalinha política que levou o Parlido a pro-cura das leis particulares da revoluçãobrasileira e que permitiu o surgimentodas Teses políticas, foi possível dar pas-sos neste sentido.

fislr principio não significa que osdivergente sejam cies quais forem,têm o direito de levantar scin pontos devista em lõda a parte, a qualquer oio-mento e de qualquer forma, como temocorrido com alguns camaradas da di-reçáo central, físle direito é regula-montado pelo ártico !!.', que estabeleceas principais condições da prática domesmo.

Outro conceito novo que foi indo-duzldo no Projeto (le Estalulos e quecorresponde ã prática de nossa Vida par-lidaria é o artigo ($.'. file reconhece«a todo membro do Parlido a liberdadede sair dele», segundo as normas esta-helecidus. Tal conceito corresponde aexperiência de nosso Parlido, Sabe-se'""' """""¦ "'"•-""* -"'""" -'" '¦'"

sem dar satisfação. .Mas também é eer-to que muitas pessoas honestas, depoisde ingressarem no Partido, têm che-gado » conclusão qua não se coadunacom seu caráter e hábitos a mllltánclano Partido, Desejam então sair do Par-tido, embora continuando seus amigos.Nos dias Idos tal ocorrência era Impôs-sivel. Tais elementos eram logo mar-cario* como covardes ou desertores eevitados como Inimigos.

A admissão im Partido é voluntáriae é regulamentada. A demissão tam-bem o deverá ser. De qualquer formaé uma inovação em nossos Estatutos ea prática vai ensinar-nos a utilidade ounão deste conceito partidário.

« O cciltrallRino democrático é o prin-cinto básico de nosso Partido. Os Esta-tulos de Hi encerravam este principio(li* forma geral mas, em certa altura ocon fundiam com a estrutura geral. Aformulação sofre de exageros * lacunas,peca por dogmalismo. Estas falhas secasaram multo bem eom a prática rirsua violação e deformação durante oslongos anos de vida do Parlido- parti-cularmenle na fase do sistema mando-tilsta. O Projeto busea formular me-lho,- este principio * inserir nele o quide novo trouxeram ns debates após oXX CONGRESSO e a recente práticado nosso Partido.

Na letra «a» do artigo 9.*. o Projetodetermina: «Os membros do Parlido sãoiguais em seus direitos e deveres e de-cidein sobre todas as questões do Par-tido», Sã,» do conhecimento dos mili-tantes do Partido as graves Infraçõescometidas neste terreno. Jamais passa-ram pela cabeça de certos camaradasdirigentes tais conceitos de «direitosiguais» e «sobre todas as questões doPartido» para os militantes de Iodos osescalões e origens... Tal princípio nemconstava dos Eslalutos de 54. A inser-çáo deste principio nos futuros Esla-tulos possibilita lutar por sua regula-mrntáção e. prática em todo o Partidoe impedir a volta «o mandonlsmo. comoparece desejavam os saudosistas da II-nha do programa.

O princípio de elegibilidarie. fornui-lado no projeto de Estatutos, na letra«li» do mesmo artigo, está melhor for-niulado e os direitos dos militantes vo-lantes igualmente melhor garantidos doque na letra «a» do artigo 12 dos Esta.tulos de 54. Isto possibilita acabar coma prática dolosa de irmtiovibilidadr decertos dirigentes de determinados postospois certos camaradas consideram isto«medida sem principio».

As linha., gerais dos Estatutos rirÕt- o slslcm e a prática centralizadoraexageradas Impossibilitavam entre nósuma abertura de discussão sobre assun-los d,, Partido (artigo íií com suas Ir-trás). Tal fato contribuiu para agravarcontradições no Partido.

O Projeto busca regulamentar estanorma partidária Importante na letra«d» do artigo !)¦' indicando que «cadaorganização ou órgão dirigente do Pár-(ido abre e encerra, por maioria- a dis-cussão sobre os assuntos de sua júris-diçáo ou sobre qualquer outro assuntopartidário», dentro das normas regula-montadas neste mesmo parágrafo paraevitar igualmente o «bus,, dos que setornam cegos na paixão da lula interna.

O Projeto também busca solucionarno mesmo espirito « Importante, quês-lá,» d,» pronunciamento de membros doParlido e da autonomia dos organismossobre problemas políticos. Assim seelimina o que estatuía o artigo 20 dosEstatutos de 54 que- expressando o con-cello de uma elite de aristocratas che-fiando um., massa de militantes exe-cutanies. só permitia ao CC an Presi-riiiim ou ao Secretariado tomar posiçãopolitica em casos graves e urgentes.

Em'seu luga; inscreve a letra «g»do artigo fiV: «Dentro da linha políticae das resoluções <|„ Partido, cada orga-nlzHçSo e cada órgão dirigente goza drplena autonomia nas respectivas clr-c.iiscrlções e tem, como cada membrodo Partido, no campo de suas atribui-ções e direitos, o dever de exercer am-pia Iniciativa, tanto dentro do Partidoconto publicamente». Nossa orientaçãoalua exige, por excelência. Iniciativa po-lltlca dos comunistas, autonomia e açãotática local dos organismos dirigentes doPartido, e Isto é radicalmente contrárioao espírito centralizador da linha do Pro-mama e dos Estatutos de 51, bem comoá longa prática que estrangulou a auto-nomia dos Organismos locais. Aliás.essa prática centralizadora é também amaior responsável pelo atraso no eonhe-cimento ria realidade local e. portanto,da elaboração das táticas particularespelos respectivos organismos. |á que de-

garem * acompanharem os acontecl-mentes políticos, reagindo prontamentediante deles.

Disto não sr subentende que devehaver pronunciamentos a torto e a di-relto. por todo* e sobre tudo. Trata-sesim- de ajudar os militantes do Partidoa pensarem, agirem e assumirem responsabllldade sobre os problemas políticos.Tampouco Isso Implica mima autonomiaque possa conduzir á quebra do centra-lismo — tal conto vem ocorrendo porre-ponsabllldarie de alguns camaradasdirigentes em relação ã aplicação de de-élsões do Comitê Central e outros orga-nismos superiores em diferentes esca-lões. A letra «e» desse mesmo artigoé suficientemente explicita sobre a su-bordlnaçáo dos organismos Inferioresaos superiores, bem como h obrigaçãodr todo o Partido le levar A prática asresoluções tomadas.

7 O Projeto Introduz uma série de ino-vaçõr» na estrutura do Partido. Inova-çoes essas exigidas peia realidade dopais. por uma linha política de massasr pela experiência, como se assinala noartigo 10. Êle revoga também diversosconceitos errôneos, dogmáticos e subje-tlvistat de Partido como seita, bem co-mo rejeita todas as teses revisionistasde Partido sem estrutura surgidas du-ránte os debates e |iie ainda se maui-feslani em alguns lugares, teses essasque poderiam levar o Parlido a perdersuas características revolucionárias.

O Projeto estabeleceu a estruturasegundo a divisão administrativa terei-turial e a nomenclatura volta a acom-paubar essa orientação, os Comitês re-gionais voltam a ser estaduais, o Pre-siriluin volli a ser Comissão Executiva.

Acaba-se com a enxurrada de (o-mifés Regionais. Aquela divisão, trans-plantada mecanicamente para nossopais, «pena* deu prejuízos, dividindo oPartido e o movimento de massas, cri-ando condições para uma burocracia queemanava da concepção de revolução aser realizada por um grupo de heróis.dando ordens na Ilegalidade. No Estadode S. Paulo chegou-se ao absurdo de IOCC.RR. subdividindo o Parlido. erro quedeixou marcas profundas e que só po-dera ser corrigido através ,le intensosesforços.

O artigo 13 do Projeto eleva o papeldos suplentes dos órgãos dirigentes, alri-bulndolhes o direito de preencherem nlugar do membro efetivo nn sus alisên-cia r acabando com a denominação decandidatos.

O artigo 15 regulamenta o papel dafração do Partido nas organizações demassas, atendendo a uma exigência dosmilitantes qur ai trabalham — a tsjel-ção por êlrs mesmos ,1a direção dafração. De acordo com os Estatutos de54 cabia às direções o riirello de non •as direções das frações.

Por outro lado. o Projeto conibatea tendência, hoje comum e prejudicialde os ativistas das organizações de mas-sas se desligarem ria vida orgânica doPartido. Assim é que determina emparágrafo único do mesmo artigo „ „e-cessidftrif. da participação desses alivia-tas em organismos do Partido

nhceiincnto ria necessidade de slstcmatl*zar normas e regulamentos, o que levavaa absurdos em organização e método*.O Projeto, no seu artigo 18, determina,a elaboração tle regulamentos que siste*matizem «s normas e procedimentos*lauto em escala nacional, como estaduale local.

X O Projeto de Estatutos ao tratar dadorganizações dé base. no seu artigo 19jé contraio i, rigidez dos Estatutos d«ôt- no se„ artigo 14. Defende o prineí-pio leninisla de estrutura na base dolocal de trabalho e território e tambémabro a possibilidade de criar organiza»ções de base ,'e Setor profissional. Nomesmo sentido estende, através da letra«li» di» artigo 84, essa possibilidade acriação de comitês. Este conceito nãopermite resvalar para o setorlsmo otambém não amarra as mãos do Partidoem matéria de organização, que é sem»pro subordinada ã$ necessidades politf*cas e a casos excepcionais, A criaçãode comitês em setores profissionais *.subordinada, ainda, à ratificação do CC,

Seguindo a linha de combate ao si»lema centralizador o Projeto de Estatu*tos dá um destaque especial, nos artigo»'-'I e 2:t, à assembléia da O.B. para re«forçar o papel da massa de militantes.Simultaneamente, no artigo 24 definamelhor o papel do secretariado, comoórgão dirigente entre uma e outra asseirbléla. Unira em alguns detalheipara facilitar o funcionamento da O.B,que estava sendo muito subestimado «ainda constitui problema não soluci»

nado.

l» Nu Cap. v, tratando das organiza-ções Intermediárias e seus órgãos dlri..gentes, o Projeto formula eom maiorprecisão a Importância das conferênciase facilita sua convocação, quando assimo requerer a necessidade do Partido,expressa pelo desejo da maioria «los de.legados presentes à Conferência ant«-rior, como o indica a letra «d» do artigo27. No parágrafo único do mesmo artigoéle regulamenta esta norma. Os Esta-tulos de 54. no seu artigo 34, só permi*liam convocação ria conferência, comêsle caráter, por dois terços do total doamembros do respectivo território, o queera muito difícil e inaplicável. Outrainovação do Projeto é a norma determi-nada pelo parágrafo único do artigo 2*.que facilita assembléia de todos os co»munislas com direito a voz e voto noDistrito ou .Município de pequeno efeti.vo que não dirige O.B. com os mesmo*direito, democráticos das conferência*de organismos com grandes efetivo»,

A„ mesmo tempo o Projeto elevaa responsabilidade das direções locais,como se exige eu, pais tão extenso e d«desenvolvimento desigual como o nossoe como o exige também uma justa polt-tica ,le massas, J)e acordo com o Projeto,os (omites podem elaborar sua políticalocal dentro da politica gerai, ficandocom maior autoridade para aplicar a II*nha política com ampla Iniciativa bemcomo <>s Estatuto». Os Comitês Esta-ilunis podem, além disso, elaborar sua*próprias normas para as conrerénciaalocais, dentro dos princípios estabeleci*dos. Quando necessário, os CCEE po-den, eleger (omissões Executivas. Têmtambém o direito de ratificar cândida-los a cargos eletivos nas respectiva* ciociiuscriçõcs. ele. Também isto facilitaa,» Comitê exercer sim função de dire-ção. Por outro lado n Comitê pode «erconvocado < por proposta de um d« seu*membros, aprovada pela maioria», daacordo com o estabelecido no parágrafo«d» do artigo SO,

Uma das falhas dos Estalulos de51 e da atividade rio CC. e demais dr-giog dirigentes consiste n„ não reco-

COMUNICADOOs responsáveis pela

TRIBUNA DE DEBATE comu-nicam a todos os interessa-dos que foram estabelecidasas seguintes normas sobre apublicação dos artigos e car-Ias:

a) A fim de possibilitara participação do maior nu-mero de companheiros no de-bate, cada participante terádireito a um máximo de 10laudas daetilografadas (30linhas por lauda) em cadaedição de TRIBUNA DE DE-BATE. Os artigos que exce-derem a este limite serão di-vididos e publicados em sé-rie.

b) Os artigos e cartas se-rão publicados por ordem derecebimento na redação deNOVOS RUMOS. Enteadaedição da TRIBUNA DE DE-BATE figurará uma relaçãodos artigos recebidos, segun-do a ordem em que serão

10 Também em relação aos órgãos d*rlgentcs centrais o Projeto, em seu ca«plftilo VI Introduz importantes modift.cações. AH se destaca a importânciado Congresso e se enfrenta e resolve nmproblema que criou numerosas contra-dlções e se apresenta complicado noaEslalutos do r>l — o d» convocação doaCongressos e do Comitê Central, !N'aletra «<•>» do artigo :« regulamenta apossibilidade da convocação do Cou»uresso. inclusive por uma organlsaçáosubordinada ao CC, uma ve» aprovadapor outros Comitês Estaduais « Terrltn-riais representando a maioria d» Voto»no Congresso anterior; e a letra «o» dnartigo :tõ estabelece que o CC. poderáser convocado «por proposta de um ámseus membros, aprovada pela maioria».O Projeto Introduz, pelo artigo 36 aConferência Anual do Partidoe pêlo ar.liso .'17. Conferências Inter-Estaduais *regulamenta a convocação rias mesma*.Sá„ novos passos no sentido da demo-realização.

o Projeto também abole a Comissãode Controle* que não corresponde à nos-sa experiência ,. que serviu, em algu»'ma.s ocasiões, como instrumento de eo*.çáo. na fase ,1o mandonlsmn florescem*.

0 Projeto deixou, igualmente, doregistrar a criação Ia Comissão de PI.nanças. uma vez que Já faculta a todo*os ( omllés a criação de «órgãos e car-cos aii.xiliares .icocssdrlosí (artigo ie>.Aboliu também a fixação de quotas doei. Irlbulçâu financeira, considerando odesenvolvimento desigual do pais. Estanorma deverá, certamente ser regula-menlaila depois pelo C.C. e pelos Co-mites. na base dos princípios e norma*estatutários que estabelecem a« fonte»de finanças.

( ON( 1.1 s.\(>

O atual Projeto de Estatutos não Auma obra acabada e ainda pode sofrei»modificações, Mas expressa um avança•"> processo de ruptura com a tinha <*-quer. Islã. a Interpretação dogmática doiI»' nelpios leninislas de organlíacao e aMibjetlvlsmo, na pesquisa e sistematiza-çao de nossa pratica, visando evitnr nrepetição de erros gravesdos princípios.

a violação

0 Projeto de Estatutos, aprovadacom m novas emendas que serão certa-mente sugeridas, se constituirá num ins-""mento importante para acelerar oE,?so .(,e. refid,IC!«v«o Ideológica „«Partido, dentro da Unha da» teses po f.lloas que o Partido completará e aprova.rá colocando.,» en, condições de dirigir»ulp' ' "

-6 NOVOS RUMOS13 a 19 de maio de 1960 —¦

O conhecimento exato da realidade ob-jetiva constitui um elemento básico paraa elaboração e a prática da política vs'volucionária do Partido Comunista. Oconhecimento dessa realidade implica narevelação das formas particulares comque se manifestam, em cada pais, asleis objetivas do desenvolvimento social.EstaB leis não atuam automaticamente.Elas se realizam através da atividadede diferentes agrupamentos sociais. Paraelaborar a sua política, cabe ao ParücioComunista descobrir c distinguir, no con-

junto da sociedade em que atua, quaisas classes e camadas cujos interessesmilitam em favor daquelas leis objetivase quais as que se opõem a efetivaçãodelas. Elaborar e aplicar uma políticacientifica, marxista.leninista, apoiada nasleis objetivas do desenvolvimento social,

..significa, portanto, considerar a lu ta de•classes como o motor da história, colo-ícár-se à frente das forças progressistas¦da sociedade e conduzir a sua luta con-'.tra

as forças sociais conservadoras o re-"trógradas, com vistas a transformar re-','volucionàrlamcnte a sociedade.¦" E' estranha ao marxismo-lenlnismo alatitude contemplativa e fatallsta que se" restringe a constatar os processos so..ciais em curso e, simplesmente, nwrir.'ae neles. A esta atitude corresponde uma•'•política espontaneista. seguidista e retor.

'.mista, contrária aos Interesses do prole-taria/k Uma coisa é tomar a realidade

objetiva como base de uma P°>*"* J?: '-transformação revolucionária da soct-

"dade. Outra coisa é adotar como políticao próprio desenvolvimento espontâneoda realidade social ou colocar-se a rebo-

qUeEstas considerações vêm a propósito'

das opiniões que pretendo expor aduuüe

eôbre alguns aspectos da ta. ca expie*

aa na Declaração de Março, a pai tu da

Sal foi estruturada a linha prograná.tica e política consubstanciada nas Teses

em discussão.XXX

A Declaração de Março encerra umaanálise da realidade brasileira diversa,inteiramente, da que foi feita no Pro-

grama aprovado cm 1954. O Partidodurante os dois anos de aplicação do

Programa, chegara a compreender queestavam erradas muitas partes daqueledocumento, tanto no que se referia aanálise das condições econômicas, sociaise políticas, como no que aportava a.

¦ua tática. Todos os erros do Programaeram de caráter sectário e restiltavamda grande influência do subjetivismo.nonosso modo de pensar. Na minha opinião,o camarada Grabois faz, no primeiro ar-tigo publicado no curso destes debates,um exame crítico e autocríüco equili-brado e acertado do Programa e da De.claraçào. A influência do subjetivismo,tão forte na direção de nosso Partido,levou a que a correção e o.combate aosaspectos sectários tio Programa rudun.

ÁLVARO MOTTA LIMA

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GALIL CHADE (S. Paulo)

A Linha Oportunista da Declaraçãodassetn numa substituição de posiçõessectárias e dogmáticas por posições dedireita e revisionistas.

No Programa e na Declaração encon-tramos a prova bem palpável de comoo subjetivlsmo conduz, inevitavelmente,ou para o esquerdismo ou para a direita.

O Programa estabelecia apenas o es-quema estratégico da revolução brasilej-ra e não indicava uma linha tática geral,apoiada no desenvolvimento dos diferen-tes processos da realidade; a Declara-ção, por sua vez, formula uma táticadesvinculada dos objetivos estratégicos,na qual o futuro da revolução permune-ce na dependência, principalmente, do in-cremento das forças produtivas. Se oPrograma trazia marcas profundas devoltintarismo, a Declaração, por outrolado, defende uma linha espontaneista. Oimediatismo do Programa, expresso nadefinição de uma revolução a curto pra-zo, tem na Declaração o seu extremooposto — uma «revolução» gradual, a

prestação e a longo prazo. Se o Progra-ma pugnava por um governo democrá.tico de libertação nacional, de modo ime-diato e sem prever um governo de tran.sição, já a Declaração se atem apenasao aspecto transitório da luta pelo Po-der, admitindo uma série indeterminadado governos nacionalistas e democráticos,todos eles nos quadros do atual regimeburguês. Durante a vigência do Progra-ma, a atividade dos comunistas estavademasiadamente voltada para denlro doPartido; a prática política da Declaração,no entanto, se expressou num enormemenosprezo da atividade interna e noabandono, quase completo, das tarefas deconstrução ideológica e orgânica do Par-tido.

Poderíamos continuar citando muitosoutros exemplos de como a substituiçãodas posições sectárias, dominantes noperíodo do Programa, nos levou, sob in-fluência do subjetivismo, à prevalênciadas posições reformistas e de direita, nosdois últimos anos de vigência da Decla-ração. O meu propósito neste artigo,porém, é examinar mais detidamente ai-

guns aspectos particulares da Declaração.

Procurando combater o Programaque, erroneamente, considerava a econo-mia brasileira estagnada, a linha políticada Declaração apóia-se numa análise darealidade nacional, que tem como pre-missa a tese de que a economia brasi-leira e:iá em desenvolvimento e que ocapitalismo nacional é o seu «elementoprogressista por excelência».

A Declaração distingue o papel par-ticular do capitalismo nacional do con-junto do desenvolvimento capitalista emgeral. Ao apreciar o capitalismo nacio.nal, sob vários aspectos e em diferentesmomentos, considera-o como uma cate.goria econômica autônoma, isolada dosistema capitalista mundial e não comoparte dele; atribui-lhe tais feições, comose náo lhe fossem comuns os caracteresessenciais ou as leis fundamentais doeapitalismo cm geral.

A Declaração não aprecia desenvol-vimento capitalista do ponto de vista declasse do proletariado. A análise objetivis.ta burguesa do capitalismo nacional feitana Declaração tem muitos traços de seme-lhança com a que é feita pelos teóricosda burguesia naclonal-reformista brasi-leira e que atuam no Instituto Superiorde Estudos Brasileiros — ISEB. A De-claração, tal como os teóricos do ISEB,faz uma verdadeira apologia do capita-lismo nacional.

O objetivismo burguês leva a que, naDeclaração, o papel do capitalismo na.cional seja exagerado, não só no que serefere ao incremento da economia bra-sileira, mas também no que diz respeitoao processo político em curso. O capita,lismo nacional é encarado de forma uni-lateral, só pelos aspectos que poderiamser considerados positivos. Quando aanálise trata dos aspectos negativos, aterminologia muda e, em lugar do ca-pitalismo nacional, aparece simplesmenteo capitalismo. O desenvolvimento capita.lista nacional, que se realiza estreita-mente vinculado à crescente penetraçãodo imperialismo norte-americano e ao for-falecimento do monopólio da terra, éapresentado na Declaração como se esti-vesse apenas «em conflito com a expio-

ração imperialista e a estrutura tradicio.nal" arcaica e em decomposição». Porisso a Declaração não Be preocupa emrevelar multilateralmente, as relaçõesdo capitalismo nacional com o processoda crescente inversão direta de capitaismonopolistas estrangeiros nos ramos eco-nômlcos fundamentais, inversão que vemse fazendo em associação com grandescapitalistas nacionais. Nem trata a De-claração de como o capitalismo nacionaltem profundas raizes na propriedade lati-fundiária e como atua, prevalentemente,no sentido do fortalecimento do memopó-lio da propriedade territorial, utilizandona agricultura todas as formas precapi-tallstas de relações de produção.

Superestimando o papel do capitalis-mo nacional, ao qual atribui todas asvirtudes, a Declaração despreza a ativi.dade revolucionária das massas, em par-ticular das massas trabalhadoras, comose a revolução fosse um simples pro-auto do desenvolvimento das forças pro-dutivas Ao capitalismo nacional, antesde tudo, são creditadas todas as con-quistas alcançadas pelas lutas patnóti-cas e democráticas da classe operária,dos camponeses e da pequena burguesiaurbana Na Declaração, o desenvolvlmen-to do capitalismo nacional, que «se pio-cessa através de contradições, de avan-cos c de recuos, mas é a tendência queabre caminho e se fortalece», é definidocomo o principal fator da democratizaçãoda vida política. Dal, naturalmente, por-que -o processo de democratização é umatendência permanente». Os atentados àsliberdades, tão freqüentes, nada têm aver, na Declaração, com o desenvolvi-

mento capitalista, nem com a natureza

do Estado e do regime político. A Decla-

ração os considera como «atentados co.

metidos pelos elementos reacionários do

aparelho do Estado...» (o grifo é meu).

O Estado de latifundiários e grandes ca-

pitalistas aparece acima das classes, co-

mo se não fosse a expressão da estrutura

econômica atrasada e dependente, sobre

a qual se ergue.

Enquanto no Programa o estudo darealidade, marcado pelo subjetivismo, le.vou a que fosse formulada uma linha po-lítlca de natureza sectária, a análise dasociedade brasileira, também influência-da pelo subjetivismo, na Declaração, ser-viu de base à construção de toda umatática oportunista de direita, reformista.A correção do Programa, feita nas con-dições da pressão ideológica do revisio-nismo c do nacional-reformismo, resul-tou nesse «salto» da esquerda para adireita.

A tática exposta na Declaração éuma conseqüência muito lógica das con.clusões falsas sobre a realidade brasilei-ra. a que chega o mesmo documento. Aapreciação unilateral e apologética docapitalismo nacional não poderia levarsenão à superestimação do comportamen-to da burguesia brasileira na luta anti-imperialista e democrática.

O problema da frente única é consi-derado na Declaração, primordialmente,como uma questão da aliança do prole-tariado com a burguesia. A aliança entreos explorados, que determina a formaçãodo núcleo fundamental da frente única,constituído pelo proletariado, o campesi-nato e a pequena burguesia urbana, estacolocada na Declaração numa posiçãosecundária. A frente única reduz-se, assima uma aliança de cúpula de algumas or.ganizações e personalidades, ficando defora as massas populares e os seus in.terêsses específicos. A tática da Declara-ção cinge-se, fundamentalmente, a asse.gurar a aliança com a burguesia e comsetores de latifundiários. A Declaraçãonão se preocupa, principalmente, comos problemas da mobilização e da orga-nização da frente única das massas tra-balhadoras.

Partindo de que a contradição prinei-pai a ser resolvida na atual etapa darevolução é a que existe entre a nação,de um lado, e os imperialistas norte-ame-íicanos e seus agentes, de outro, a tá-tica da Declaração visa, antes de tudo,á amplitude da frente única. O conteúdodemocrático c a participação das mas-

eis populares são preteridos em favorSe uma amplitude de ciipütu do inovimen.to nacionalista. Em razão disso mintopouca atenção é atribuída às reivindica,ções c às formas de luta da classe ope.rária c dos camponeses. Na prática urnatal orientação tem conduzido, freqüente,mente ao amalnamentò da luta de elas.pe sob pretexto de que esta elevo seradequada. O adcqunmcnto da luta temsido compreendido como renúncia à de.fesa das reivindicações e direitos espect.ficos das massas trabalhadoras, para soassegurar uma suposta aliança com toda

a burguesia e setores de latifundiários.Corrigindo o Programa, a Declaração

formula a questão da hegemonia do pro-letariado como objetivo a sor alcançadono fim de um processo histórico. Subes-limando, porém, o papel das massas po-polares e relegando para um plano se.cundário a luta pinos interesses especi.ficos dos operários e camponeses, sobpretexto de não prejudicar a amplitudeda frente única, a tática exposta na De.claração não conduz, concrctamentc, aoestabelecimento da aliança dos operáriose camponeses, nem, portanto, à compus,ta da hegemonia da revolução pela classeoperária. O proletariado e o seu partidode vanguarda ficam a reboque de umasuposta «revolução em curso., dirigidapela burguesia.

O tratamento que a Declaração dá àsquestões referentes à luta pelas reforma;)de estrutura, à luta pelo Poder e à possi.bilidade do desenvolvimento pacifico darevolução no Brasil obedece a uma mes.ma orientação de sentido nacional-rcfor-mista. A política de acumulação gradualde reformas, nos quadros do atual re-gime, entrosa-se perfeitamente com a po.litica' das modificações graduais nos su-cessivos governos. O corolário de tais po.sições reformistas não poderia ser ou.iro que a solução pacífica da revolução,nos termos falsos e absolutos em que âcolocada na Declaração.

Pretendo tratar destas questões essen.ciais da linha política noutros artigos,mas não queria terminar sem tomar aliberdade de citar um trecho da inter-venção do camarada Mikoyan, no XXCongresso do P.C.U.S.: «Os reformistase revisionistas sempre procuraram, antescomo agora, limitar a luta da classe ope.rária a pequenas reformas, a concessõesdo capital em proveito do trabalho, sópara facilitar um pouco as condições dovida dos operários sob o capitalismo,mantendo inabalável o dominio do regi-me capitalista. No fundo, foram e conti-miam a ser apologistas do capitalismo;não revolucionários e sim evolucionistastpie fogem à revolução, à tomada do po-der pelos trabalhadores, julgando que,por meio de ^conquistas:; miúdas o insig-nificantes, poder-se-á não se sabe quando,ao cabo de muitos anos, chegar ao so.cialismo». Ver: PROBLEMAS n« 73 —

pág. 312.

AZEVEDO ROLIM

As Teses e as Candidaturasde Lott e Jânio

COM RELAÇÃOÀS TESES

Ao abrir-se a oportunidade parapm debate amplo c franco em torno da

atuação do Partido nestes últimos tem-

pos, apraz-me antes de mais nada po-der constatar que os primeiros traba-lhos apresentados refletiram o climade sadio otimismo que ora domina todo

o Partido com relação à elaboração de

uma linha de conduta que contente a

todos, pois do debate de idéias certn-mente se alcançará a fórmula desejada,tanto no que diz respeito a um progra-ma partidário, quanto ao texto defini-tivo dos estatutos do nosso P.C.B

Parece-me que o principal obstáculoaté agora encontrado na orientação tra-

cada após a Declaração de Março tenha

•ido um salto abrupto, ou melhor, uma

tomada de posição de um polo a outro.Antes adotávamos uma linha de In-

transigência com a burguesia, a peque-na burguesia e outras camadas. Prega-

vamos a derrubada do governo, repe-

líamos qualquer aliança com quem quer

que fosse, teciamos os maiores louvo-

res ao culto da personalidade, e o queaconteceu com Stalin na U.R.S.S., su-

cedeu aqui em menor escala em rela.

ção ao camarada Prestes.Após o histórico congresso do l ar-

tido Comunista da Unüo Soviética, as

posições mudaram, verificaram-se uma

série de erros e descobriu.se que o culto

à personalidade tinha alterado em mui-

tos aspectos a linha correta da polit'-ca dos comunistas. Stalin, que apesar

de todos os seus erros foi um baluarte

na construção do socialismo, repentina.

mente passou a um plano secundárioEsqueceram-se todos os seus mentos, e

o homem que, depois de Lenin, foi me-

gàvelmente a figura mais dloniflO""»»no movimento comunista internacional,

como que ficou no ostracismo, servindo

de exploração para os inimigos do pro

letariado. ,, „,,„liste episOdio e um dos muitos que

caracterizam a linha tortuosa ««"««•

tamos seguindo depois das resoluções

do congresso dos nossos camaradas so

""'como que, mudando de um extri

™ a outro, passamos de oito a oitenta.

Deoois do conclave dos nossos câmara

£5? soviéticos estabeleceu-se .urpreen-

dentemente um pânico nas nossas fUW

ras. Uma resolução que sei ia norma

em qualquer pais, como de fato ocor

reu nas nações socialistas e mesmo m

atgumas de regime capitalista, no Bra

¦II surgiu com efeito de uma bomba.

Camaradas que, até então, tinham ser-

„°â0 dizer lamentável, que homens que

até então vinham servindo a caus«°

Socialismo com abnegação jjjjj-JJ

ao campo oposto, isto ., «« i

inimigos de proletariado. Houv. va

mos colocar os pontos nos u

debandada. P^^^V^^Camaía.

^^^.""^-seío^rupoenc,Íêcado pelo traidor Agildo Barata. O

partido esface.ava.se Ideologicamente. E

¦ pio! é que tudo isto so trazia vanta.

oem aos nossos inimigos.^ Decorreu algum tempo ate que f

xamos os pontos principais da Decia

íâçTo de Março. Viu-se examinando

cuidadosamente o documento que a po

litica adotada passou também de um

extremo a outro. Antes, o -inevitável era

a derrubada do governo. Depos, se

Juiamos uma política de punhos dejen

da, fazendo acerfadamente "^ ' u™,

*

tom a burguesia e a pequena

vanguarda da classe operária como

guia do movimento revolucionário bra-sileiro. Sucedeu uma reviravolta com-pleta. Nossa política, tal como acentuouo camarada Mauricio Grabois, condu-ziu-se ao campo direitista, com desviosprejudiciais à ideologia comunista. Ado.távamos uma aliança com as classeseventualmente inimigas do imperialismoamericano, mas esquecíamos a nossa

posição como classe, deixando-nos lide.rar pela burguesia.

Fatos se provam com exemplos. OPartido Trabalhista Brasileiro era ca-racterizado como um partido igual aosoutros existentes em nosso país. Nãodistinguiamos o P.T.B. do P.S.D. ouda U.D.N. De uns anos para cá, c isso

principalmente após a declaração deMarço, o P.T.B. passou a ser por nósconsiderado uma agremiação de vincu-Ios populares. Esquecíamos o seu cará-ter de partido conservador e burguês.Apoiávamos 'om acerto os pontos na-cionalistas da sua plataforma, olvidan-do, porém, lamentavelmente que acúpula dirigente trabalhista, como a

pessedista ou a udenista, é compostade grandes fazendeiros, latifundiários,banqueiros, etc.

Não se precisa ir muito longe.Quem lia o nosso jornal diário, c agoralé o semanário, verifica que adotamosa respeito do P.T.B. uma política deconciliação.

Coni relação á U.D.N. c ao P.S.D.a situação é antagônica. Parece que es.

quecemos os elementos nacionalistasdessas agremiações. A campanha dedescrédito contra a U.D.N., se vier afavorecer a alguém, será justamente ao

Sr. Jânio Quadros, que deseja se ver II-vre o mais rápido possível do Partidodo Brigadeiro, para poder desenvolversua campanha sem a presença de mde-

sejáveis aliados.Uma política de princípios naciona-

listas não isenta de julgarmos os par.tidos burgueses como eles realmentecão A U D N , cm essência, e igualao P T B ou ao P.S.D. No momen-to somos aliados ocasionais de petebis-tas e trabalhistas porque a candidaturado Marechal Lott, com todos os mcon-venientes que possa trazer, ainda e a

que devemos apoiar. Entretanto anda.mos em política interna como baratas

tontas. ,.Regredimos e náo progredimos,

Passamos no campo nacional de um sec-

tarismo e de um dogmatismo contrapro-ducente a uma atitude de contemplaçãoe acomodação com a burguesia e a pe-

quena burguesia,Hoie apoiamos a candidatura do

Marechal Teixeira Lott. Nada melhor

do que esta fase pré-eleitoral para ca-

raoterizar com mais nitidez a políticados comunistas brasileiros. A coerência,

parece-me, deve ser a diretriz mais acer-

tada em qualquer agremiação. O Ma-

rcchal Lott é um homem de princípiosconservadores, declaradamente anticomu.

nista, ligado a setores clencais. Ado-

ta porém, uma plataforma que, con-

vém melhor no momento à nossa com

dição de partido integrante da frente

única nacionalista.Seria ilusório e até grotesco, que

fôssemos apoiar o Sr. Jânio Quadros,

só porque este aventureiro esteve em

Cuba num arranjo demagógico e.de a

voltou pregando o reconhecimento do

PCB e a necessidade de relações

normais com a URSS. O Sr Jânio é um

irresponsável. Não se pode levar cm

conta nada do que êle diz.Sua recente renuncia irreversível

mostra bem o que pensa e como age o

candidato que Lacerda tanto exa Ia eé

0 fantoche ideal

Constatamos, contudo, que, apesarde tudo estar tão nítido, ainda há gen-te em nossas fileiras que se deixa iludircom as promessas e artimanhas do an-tigo professor de português, que ontemlevava sanduíches para os comícios ehoje faz uma campanha eleitoral em es-tilo bossa nova, regada a bom uisque.

As teses para a discussão aí estão.Chamados ao debate para discutirmosa atuação do partido no passado e nopresente, vamos fixar-nos mais concre-tamente na campanha pré-eleitoral. E'uma maneira de encararmos o que fi-zemos até aqui de certo e de erradoem relação à situação brasileira,

Lott é o nosso candidato. Porém,se o apoiamos, náo podemos esquecerque em torno da frente nacionalista, oscomunistas devem guardar a sua posi-ção de partido eminentemente da cias-se operária. A aliança com trabalhistasc pessedistas serve-nos na dependênciada atitude que estes partidos venham aadotar com referência ao programa quejulgamos acertado da plataforma do ex-Ministro da Guerra.

Entendemos que, preliminarmenteo acima de quaisquer discordânclas oucontrovérsias, deve-se evidenciar e re-conhecer a importância o a significa-ção das Teses Para Discussão. Inegá-vèlmente trata-se cie um documentode alta relevância política. Sua divul-gaçâo. por outro lado. revela, antesde tudo. dois fatos preciosos: o de quevivemos melhores e mais auspiciososdias de avanço democrático e o deque, realmente, é o P.C.B, o partidoque obedece, na prática, aos verda-deiros princípios democráticos, dentreos quais a discussão extramuros par-tidários, do erros, desacertos e cleíei-tos na

' atuação dos respectivos orca-

nismos. Tais atividades, indiscutível-mente, revigoram o Partido, tornando-onum crescendo incontido. cada vezmais firme depositário da confiançados brasileiros, a despeito de lodo es-forço cm contrário cios que nele vemo grande tropeço aos seus objetivoscriminosos.

Pouco importa que o Sr. Lott tenhadeclarado em alguns Estados que repe-lia o apoio dos comunistas. Saibam o

< Diário de Notícias», o «Correio da Ma-nhá», «O Globo» e outros jornais queandam de namoro ostensivo com o can-didato da vassoura, que não fazemospolítica pelo que proclamam os homens

públicos, porém pelos atos que prati-cam.

Na última campanha eleitoral, emalguns comícios partidários, elementosvinculados à candidatura do Sr. Kubits-chek, também repeliram o apoio doscomunistas. Não demos importância e

os fatos provaram que a razão estavaconosco, isto é, com os comunistas «

não com os grupelhos familiares que sereúnem para julgar os casos superfici-almcnte. O governo do Sr. Juscelino,com todas as desvantagens apresenta-das até aqui (não esqueçamos que o

Brasil está na órbita dos Estados Uni-

dos), tem apresentado um saldo positi-vo e aí estão Furnas, Três Manas, Bra-

silia, estradas c mais estradas, que,embora construídos com o auxilio do ca-

pitai ianque, virão evidentemente trazer

grandes progressos ao nosso pais.Lott será um continuador de Jus-

eclino, dizem arrogantes e desesperadosos partidários de Jânio e Ademar. Hois

que o seja, pelo menos nos aspectosfocalizados acima.

O debate que ora travamos sòmen-te poderá trazer resultados favoráveisà política que passaremos a adotar. Pu-

lar de um dogmatismo a uma atitude

de conciliação com a burguesia, pare-ce-me, como frisou tão bem Maurício

Grabois, um erro dos mais graves.Por conseguinte, o apoio ao Maré-

chal Teixeira Lott deve ser dividido

equitativamente, assim como o fazemoscom relação ao atual governo Apoie-

mos os pontos favoráveis da Plataformalottista c condenemos os desfavoráveis,sem esquecer que esta candidatura am-

da é a que mais nos convém, posto queJânio é o que sabemos - um doidiva-

nas irresponsável, e Ademar é aquele

mesmo que, após ser eleito flovernadorde São Paulo, rompeu todos os compro-

missos assumidos com os comunistas.Fixei-me nestes capítulos da cam

panha eleitoral para focalizar alguns

pontos relativos aos debates, ora Ini:

C'ar°Em outra ocasião manifestar-me-ei

sobre o projeto de Estatutos, também

apresentado a discussão e que contém

pontos de realce, que os companheirosaberão discutir com brilhantismo, â lu*

" marxista-leninisU

Nosso pronunciamento, entretanto,escapa ã discussão pura e simples dasTeses. Isto porque preferimos deixaressa discussão àqueles que, mais au-tórlzados sob todos os aspectos •-- eque são em número considerável noParlido, alguns dos quais já se tendopronunciado e de maneira muito pro-veitosa — podem e certamente o fa-râo, melhor analisar e dizer da opor-umidade desse para nós importantis-simo documento.

é por acaso que o imperialismo, porseus setores especializados, vem fa-zendo sua penetração venenosa atravésdas histórias em quadrinhos e dos<condensados» de vários tipos,

Não ignoramos as dificuldades pa-ra conseguir-se um resumo prático oobjetivo dos temas e dos aspectos lo-cálizados pelas Teses, assim como te-mos absoluta certeza de que os leó-ricos do Partido Irão discuti-las aviva-voz com algumas camadas da po-pulação. Mas isso só não basta. Kpreciso, porque importantíssimo, Inzercom que o máximo de brasileiros to-mem conhecimento das Teses ParaDiscussão, analisem-na c lhe asslmi.em

. o conteúdo. Ao localizarmos esse as-pcclo do importante documento empauta, fazêmo-lo confiante em que eleserá estudado, pois que não seremosnós, estamos convencido disso, o únicoa fazer o presente reparo. Uma coisa.ein apoiamento »o que ficou dito aci-ma, podemos asseverar: em grande nu-meio, pessoas que tiveram ou têm nasmáos as Teses, queixam-se da impra-Ucabilidade de sua completa leitura econseqüente compreensão, pelo lama-nho das mesmas.

Vcmo-nos, isto sim, prevalecer doensejo — do inesperado ensejo quese nos oferece • para tentar um de-sabafo cm relação a algumas dns in-contáveis' atitudes ao nosso ver erra-das, da parte de certos selorcs do Par-tido e que, infelizmente, tem causadoprejudicialissimo esfriamento no entu-siasmo de muitos elementos, quadrosmesmos ou militantes uns, slmpaüzan-les ou conscientes adeptos, outros.Tornaremos, entretanto, às Teses Pa-ra Discussão, mas isso, apenas, tiosentido de ressaltar sua extensão, suaprolixidade, como fator negativo aimportância e conseqüente boa recep-tividade dá mesma, bem como a ne-cessaria perfeita compreensão dos lei-tores. Indiscutivelmente são longas de-maise por demais minuciosas as alu-elidas Teses. Elas fazem lembrar amaçuda literatura clássica, os velhose-meticulosos texlos, cuja leitura exigegrande esforço mental, para uma pro-veitosa assimilação por uma conside-rável maioria de leitores. Evidente-mente o povo, na sua quase totalidade,não conseguirá ler todo o vasto con-teúdo desse importante documento,Para sermos mais claros afirmamosoue os próprios comunistas, em grau-de parte sentirão dificuldade paiaconcluir de maneira proveitosa essaleitura, A hora presente é a das atri-bulaçôes da falta de tempo, sendoigualmente e porisso mesmo, a horado cansaço coletivo, do corre-corre co-tldiano das grandes massas populares,em face cios mil entraves que se lhesaritolham. Fatores, os mais variados ecruciantes assoberbam a v.da dos quetrabalham, principalmente nos gran-des aglomerados de população, h otempo não sobra, às mais das vezes,para leituras de grande porte, poimais precioso que lhe seja o teor co-mo, inegavelmente, e o das Teses. V •

vemos o momento da síntese, do re-sumo, do mais fácil. E não é por¦ acasoa tática da nova imprensa - especial-mente a imprens? scnsacionallsla -

usando as manchete-., assim como nao

Passemos ao desabafo: ao nossomodo de ver, u sectarismo, a vaidade,a nuto-suiieiència, o mantluinsmo eoutros defeitos continuam prevaleceu-do na mentalidade de cerlos e destaca-dos elementos de direção do Partido,aos quais passaremos a chamar de• donos cio Partido;. Enquanto o poii-tico burguês, o politiqueiro, como ira-tamos aos que fazem do que dizemser política, profissão; enquanto essessenhores, mesmo demagogieanumie,vão ao povo, conversar com u povo,unem-se ao povo (isso, como se sabe,visando, exclusivamente, á prcueien-cia do voto! os -donos cio i-aiuuo ¦mamèm-se equidistaiUc. Vivem emgrupos, em olncs ou cúpulas, presun-çosos, seciur.os, superiores «donos davertiade», como se lossem ngitrocs«sociüly*. Quando se lhes dá de or-gauizài este ou aquele movimento nobfeUÜub oe aglutinação de reunião, ueestreitamento de relações entre ascriaturas, lazem-no sempre com caia-ter exclusivista, dogmaudo e ue mau-don.smo, na base cios convites -.^ic-ciais, preierencias. Nunca reconhecemo trabttilio cios que muno ueram, se-não dos que tudo deram, ontem, peiulula e que, por circunstancias ouuas,ponderáveis, uoje nau pouetn lazer omesmo, a estes votam desprezo, índi-lerença. Uutro aspecto dessa uegati-va atitude é a prevenção desses ele-momos cie proa ein aiguus escaiues tiora.uuo, cuitira os nKeiecaia.s. talprevenção que toca as raias aa 'ios-

lindado, espccie ae cmcrm.unde coma-. giante, íazun-iia eies —¦ taivez sem ouesejar — eslenoer às massas ondeatuam, de maneira que os que se ue-dicam às letras são olhados, nessessetores, como Inutil.dádes indesejáveis.Esquemáticos, insensíveis as coisas 1,-terariasij entendem éss^s «donos cioPartido* que a cooperação literárianèhiiuma significação tem para a ob-jei.viciacle oa luta. i^ara éits só lemdireita, de ser liítéiécuial e ue idesmerecer atenção, aqueles privilegiadosa quem o iJanido uisutigue e eixaiçacomo tal. Esquecem-se oe que jamaisse fizeram revoluções ou se modilica-ram reg mes políticos, sem y Concur-so ostensivo dos intelectuais. NossaHistória, como a história cie iodos ospovos, esiá pontilhada em suas lasesrevolucionárias, da aliviuade lecuiulados mleieciucs, do poeta ao ju^iaüsia.

Castro Alves revolucionou fazendo Vír-sos c versejando conspiraram e luta-ram pela nossa liberdade, Gonzada,Alvarenga e Cláudio Manoel da Costa.Desnecessários se fazem outras cita-ções. Mas os • donos do Partido pa-recém desconhecer tais fatos e con-tinuam subestimando os intelectua s,menosprezando-os e menosprezando-lhes o trabalho, as atividades. Um ou-tro procedimento ao nosso ver erro-neo desses dirigentes é o de medir asensibilidade da maioria absoluta fionosso povo, pela sua própria sensibi-lidade. ü brasileiro, queiram ou nao,é um sentimental. Não entraremos emminúcias de ordem psicológica paraevidenciar essa verdade. Mas, sem in-correr em gravíssimo erro, não sopode negar mais essa grande qualida-de do nosso povo. Ai.às. quando ferida,a sensibilidade do brasileiro tem rea-ções altamente revolucionária, com»melhor que nós sabem os teóricos doPartido. Mas os nossos donos do Par-lido» parecem indiferentes, totalmen-le alheios ¦ não por ignorância — aêsse precioso (ator moral da nossagente. Talvez queiram dar, com isso,melhor prova de que são bons julga-dores, o que é um direito que lhes as-siste. Mas se assim o entendem, la-zem-tio muito mal. É preciso conquis-tar a alma sensível do nosso grande,do nosso incomparável povo, c -essaconquista não se Cará jamais subesli-mando aqueles sentimentos populares,senão indo ao encontro dessa sensibi-lidade. isto parece-nos ser uma ver-dade indestrutível.

Finalizaremos nosso desprcleneiiso pronunciamento cm relação as 'I ''¦ses Para Discussão, lembrando, urnavez a.nda, ao Partido, a urgente ne-cessidade de levar sua palavra aos Im-meus do interior, inteiramente esqtie-ciclos. No momento, [azé-los conhecei'as Teses, depois de minadas mais la-ceis à compreensão cie todos. E pre-ciso é indispensável, não esquecer otrabalhador do campo, temos a m-pressão de que um trabalho do lipudaquele que ora realiza em Peruam-buco o bravo Francisco Julião e seuscompanheiros de jornada, daria exce-leme resultado em lodo o Pais. l eu-samos que, através das ligas campo-nesas - ou que nome tenham oigaiu-zações desse tipo - isentas de seda-rismos, de imposições divisiomstasorganizações que aglutinem, que re-unam inclusive pessoas de todas ascorrentes ou tendências relig.osaü,pensamos que, assim, poder-se-la con-

qulslar, mais rapidamente paia as

grandes causas qtfa o Partido defende,, ;,;i poderosa mas Informe amda. mas-su de brasileiros opr.rn.idos, escravi-zados dentro da própria Pátria semterra sem condições de Vida, a vivt.icomo párias, servindo, secularmente,numa sucessividade íatalistlca de ue-grau para a ascenção ao poder, dnmaioria dos que, vitoriosos uas urnas,

não mais se lembram dos interesses

daqueles que os elegeram.

Parece-nos que êsse problema lemsido focalizado muitas vezes; que comêle nutiia tinta e muito papel se l.em

gasto, mas, de prático, de concreto,pouco se há realizado. As Teses PuraDiscussão, isto é certo, oferecem, tam-bém nesse particular, uma excelenteopoi Utilidade para que seja iniciadauma vigorosa marcha ao encontro dasaspirações do homem rural que somuitiui.ca oor mljllõü* "om/> ó tióKliin

-— 13 a 19 de maio de 1960NOVOS RUMOS

Justiça americana sob processo r

EM: E' BARATA B VIDA HUMANASan (Juentin acordou agitado na

nanhã de 3 de junho de 1955. UmKjazz* soava a todo volume da vitro-a duma das celas. Com a morte mar-:ada para as 10 horas e ao preço de40 cents, que é quanto custam as pas-ilhas de cianureto suficiente para li-luidar uma pessoa, Barbara Grahamiguardava.

Já preparada, num vestido begee brincos baratos como adorno, Baberecebe a visita de seus advogados, queanunciam a suspensão da sentença.Agarra-se à esperança:

— Isso significa que posso viver?A ilusão durou pouco. O gover-

nador rejeitou o pedido ae graça e ocumprimento da sentença foi acertadopara as 10,45. Outra vez passos nacela, para lá e para cá. Novos discosde «jazz*, a condenada fazendo quês-tão de gravar como última lembrançasua música predileta.

LUIZ ERNESTO JR.

— Por que me torturam?Nova espera. Sempre o «jazz».As 11,30, a justiça da Califórnia

acrescentava a terceira mulher à listade seus crimes legais. Procurava, maisuma vez, dar à sociedade a impressão

de que a estava protegendo, sacrífi-

Morte a 60 Centsa nora marcada, foi levada para

a «sala verde» e amarrada à cadeira.A cerimônia já se ia completando,quando locou o telefone, dete^miandoque ela fosse retirada da câmara d»gás.

A viúva morava sozinha num pa-lacete em Los Angeles, acumulando asrendas de que vivia. Era um conviteao assalto, o que aconteceu na noitede 9 de marco de 1953, quando doishomens penetraram na casa e assassi-naram a velha para roubar.

Na mesma noite, alheia aos fatos,Barbara Graham saía de casa em bus-ca de dinheiro, em troca da venda deseu corpo desde cedo obrigado à prós-tituição.

Dois meses depois, Emmett Per-

formatório, de onde saiu qos dezesseisanos, sem perspectiva e outro caminhoque não o meretrício.

A própria sociedade encarregou-se de fechar-lhe a» portas a uma vidadecente. A engrenagem começou a fun-cionar. Vários empregos mal sucedidos,sua condição de ex-interna em casacorrecional colaborando para que ospatrões a afastassem, obrigaram-naa infringir a lei para subsistir. O delito

é cometido através de um cheaue sem

Vida Mareadakins e Jock Santo eram presos em seuapartamento, suspeitos do crime. Porazar, lá se encontrava Barbara, queparticipava de mais uma «noitada ale-gre».

Já era marcada pela polícia.Abandonada pelos pais que não po-s"iam sustentá-la, foi internada num re-

— Claro que sei da morte da viú-va! Mas sei lambem que Júlio Cesaiíoi assassinado e nunca tive nada comuso!

Protestou inocência desde o mo-mento_.em que foi arrastada oo distri-to acompanhada pelos dois verdadei-ros assassinos. A bela ruiva de 32 anos,prato saboroso para a imprensa sen-sacionalisfa, assistu impotente ao pro-cesso de transformação de um inocenteem criminoso. A Justiça precisava aba-far os clomores, justificar 0 ação dapolícia que apontara no alvo BarbaraGraham.

A indignidade dos dois crimino-sos reforçaram o trabalho policial. Ven-do em Babe uma tábua de salvação,decidiram apontá-la como aulora domorte da velha Mabel Monoham. Apa-receriam, assim, apenas como cúmpli-ces, podendo escapar à morte pelogás.

Os depoimentos dos assassinoseram os únicos elementos de que osjuizes dispunham para condená-la. Nãohavia provas e Barbara continuava ju-rondo inocência. Faltava alguma coisaque eliminasse as dúvidas. E a armadi-lha vergonhosa foi preparada pelospoliciais de San Quentin.

fundos, o que a faz conhecer o cárce-re. Ao sair, em liberdade condicional,mais difícil ficou a vida. Ainda tentou

a recuperação, cursando uma escolaindustrial. Ninguém aceitou seus servi-ços. Era o princípio do fim.

Mulher sensível, Babe procurouconforto na arte. Além de Brahms, era

•Na pnsao, Barbara procurava des-cobrir um meio de provar que não erarulpada. Outra prisioneira do Estadoda Califórnia apresentou-lhe uma opor-tunidade, dizendo-se disposta a leva-Ia a um homem que afirmaria dianteda Justiça ler estado com ela no mo-mento do crime. Desesperada, aceitouo proposta e se comprometeu a pagara testemunha com seus últimos 500dólares.

. Encontraram-se no parlalório daprisão. O homem disse que aceitaria aincumbência, desde que Barbara tives-

cando outro infeliz para servir deexemplo. Exemplo que, longe de dimi-nuir, só faz aumentar o assustador ín-dice de criminalidade que mantém empermanente sobressalto os habitantesdo país

fascinada pela música de sua terra, fãardorosa do «jazz» de Shelly Mane,Dave Brubeck e Jerry Mulligan. Gosta-va de poesia, e lia com freqüência By-ron e Oscar Wilde. Numa de suas car-tas, refere-se a um trecho do poema«Minha vida», de Edgar Guest, em aye,de certo modo, via refletido algo deseu: «Tenho uma vida da qual nãoposso libertar-me através da fuga, umavida que me cabe plasmar e modelar.Faltam-me muitas coisas; fôr$a e ha-bilidade, cometo muitos erros grossei-ros e sou desajeitada: no entanto, ameu modo, posso fazer projetos sobreo que será da minha vida».

Foi inútil. O meio em que era obri-gada a viver criava-lhe amizades dotipo Perkins e Santo, preparando-lhearmadilhas como a que selou seu des-tino.

Presa, Babe não perdeu a altivez,escarnecendo das autoridades que pro-curavam incriminá-la. Isso acentuou odesejo policial de levá-ia à câmara degás.

I III I

I ma *'*l II Bra&_l I

K_8___ \r^ _fl II _r i Àm Inus _H wmW^Qr èm\\\ _H

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Carinho não faz mala ninguém

Nem mesmo as «tributações da vida de grande estadista fizeram Kruschiov esquecer oicaMnhos de .sua família. a quem dedica todo tempo deixado livre pelas obrigações dechefe da nação soviética. Na tolo. Nina Kruschiov dá o toque de elegância „a orava*tio marido

ContaSuaVida

De PIERRE C0ÜRTADE,•xclusivo para NR

última reportagem de uma sérieque levara os assassinos ao local docrime, um ta| John True, que se decla-rara cúmplice, depôs contra a infeliz.Dizem ter sido ésse o preço de sua li-bertação imediata. A condenação HeBarbara foi uma questão de detalhessem importância para seus frios julga-dores.

Tão frios, que a parede de vidroda «sala verde» ficou opinhada deconvidados no dia do suplício. Emboraao sair da casa da morte Iodos tives-sem um amargo na boca e um pesono coração, convencidos de que se ha-

Como se Forja um "Criminoso"se mesmo praticado o crime. Argumen-tou dessa forma pretextando garantirum álibi para depois não ser proces-sado por falso testemunho. A pobremulher não tinha outra saída. Confes-SOU:

Está bem, participei do delito.O homem, esbirro que a polícia

arranjara para o papel, trazia consigoum aparelho de gravar.

O tribunal ouviu as palavras deBarbara na fita magnética. O chofer

via cometido mais um assassinato legal,que pouco depois provou-se ter sidograve erro, até hoje os responsáveisnão compreenderam que para acabarcom a criminalidade não adianta ma-tar o criminoso. Teimam em não acei-Irar que o necessário é liquidar as ori-gens do crime, fazendo desapareceras gritantes desigualdades sociais, pos-sibilitar que todos tenham direito auma vida decente, sem precisar recor-rer a estratagemas para existir.

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A tragédiase prolonga

A execução de Bárbara Graham foi uma traaérJia „,,. =, „ • .Casada em terceiras núpeia. com ™nry

S r*«.i? °J " -m de Sua morte'

Pôde depor em defesa da e6p6Sa devT/o a "

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com éle um filho, Tommy, que após a morte ri 1« ¦ q 1° encont^;",0- '«vesorte, prevlvelmejite a cíj^ dfum rX^^^r^^0 ' >"?*

0 propagandistaNikita Kruschiov contou aos ameri-

canos como fêz, naquela época, umadai suas primeiras experiências de pro-pagandista. Os operários de Yuzovkahaviam organizado uma coleta em fa-vor das vitimas do massacre de lena.Êle mesmo se encarregara, em compa-nhia de dois outros aprendizes, de fazera coleta de donativos de porta em onluno bairro onde morava com seu pai.Orgulhosos do fato e sem recuar anteas dificuldades, os três jovens foramlevar a lista de subscrição ao gendar-me do local. «Hoje — Kruschiov dissea êle — és um cossaco do Don, masamanhã não serás ninguém e entãonão te darão trabalho». O gendarmedeu alguns copeks e pediu para que oseu nome nâo figurasse na lista...Desgraçadamente o chefe de polícia nãotinha a mesma disposição do cossacoe, para processar os autores da coleta,espalhou o boato de que o czar queriaconhecê-los para recompensá-los. Umajovem amiga de Nikita, cuja compreen-sgo política evidentemente era poucodesenvolvida, começou então a dizeraos quatro cantos: «Foi.Nikita que rea-lizou a coletol Ele vai ganhar umo me-dalha do czar!-.

¦Depois — diz Kruschiov — quan-do ela soube e compreendeu, chorou;mos acreditara verdadeiramente que eufosse ganhar ur; n medalha do czar*.

A grande escola dos mineiros deYuzovka era a da miséria de suas vi-das com condições de trabalho tão du-ras que levaram Kruschiov a evocar Ger-minai, de Zola. «Eu li Germinal e pen-sei: mas é a minha minai Bastaria ape-nas substituir os nomes franceses pornomes russos!».

No que se refere aos proprietáriosdas minas, os seus nomes não eram sò-mente russos, mas franceses, belgas,ingleses, alemães. . . «O espírito inter-nacionalista eu aprendi dos capitalis-tas', disse um dia Kruschiov, brincan-do. ile jamais deixa de agradecer aoscapitalistas a ajuda involuntária quelhe derim. . .

«Foi no Donbass que me eduquei.Mais tarde, quando estudava economiapolítica e o professor falava do siste-ma de salários e da exploração dostrabalhadores no regime capitalista, eutinha a impressão de que Karl Marxconhecera a mina onde eu e meu paitrabalháramos».

Em 1918, após a Revolução de Ou-tubro, Nikita Kruschiov entrou no Par-tido Comunista da Rússia (mais tarde,Partido Comunista da União Soviética),Ingressando imediatamente no Exerci-to Vermelho. Durante dois anos lutou,de armas na mão, contra os «brancos»no Kuban, e no Volga e na Ucrâniacontra os intervencionistas alemães.Participou da batalha de Tzaritzin (Sta-lingrado), que marcou uma das revira-voltas na Guerra Civil.

O homem que o presidente Eisen-hower recebeu como o representantede uma potência qúe hoje rivaliza comos Estados Unidos, era, há quareniaanos o soldado anônimo de um exér-cito c*rcado e esfomeado. «A RússiaSoviética — disse Lenin aos mineirosem 1920 — o país mais débil, maisatiqsado. mais n.minnrln nnr«>i« -

poder resistir aos capitalistas d* mun-do inteiro. At mais ricas potências domundo sustentavam, nessa luta, osguardas brancos russotf consagravama essa obra centenas de milhões de ru-blos, forneciam munição, organizavamcampos espedais para a formação deoficiais... A empresa da Rússia Sovié-tica parecia desesperada. ..».

Nikita Kruschiov não gosta de evo-car as más lembranças da intervençãoestrangeira contra a jovem União So-viética, exaurida e desesperada. Emsua permanência na América foi leva-do a isso uma vez, quando um era-dor lhe recordou e auxilia que a Rús-sia recebera de mundo inteiro durantea crise. Ele agradeceu pelos socorros,mas lembrou por sua vez que, antes,a Rússia recebera um presente de ou-tra natureza: a intervenção. A algunsesta resposta pareceu muito ríspida; elafoi, entretanto, uma lição de históriaque deveria ajudar a uma melhor com-preensão da época atual.

Após a guerra civil começa a queLenin chamou «a guerra onde não sederrama sangue»: «Devemos vencer nafrente onde o sangue não cerre, ven-cer a fome e e frio, e tifo e a ruína,as trevas e a desunião». O velho sol-dado da guerra civil, Nikita Kruschiov,superará com sucesso esta nova prova.Vice-diretor de um poço no Donbass,logo faz-se notar como organizador edirigente político. Os operários estãocansados, a alimentação é medíocre.Depois do entusiasmo dos combates,muitos não compreendem que a recons-trução exige sacrifícios e que o Estadonão pode dar aquilo que não tem.Surgem as greves. Nikita Kruschiov nãoenfrenta esses problemas dentro do ga-binete Vai falar aos grevistas. Colocadiante dêies a responsabilidade de ca-da um, fala da dura realidade. í opendo — decisivo para a revolução— durante o qual os operários e oscamponeses, que substituíram as velhasclasses dirigentes, se convencem de quedevem a todo o custo exercer as fun-çÕ9s de direção, nelas compreendidasas de direção técnica. Milhares e mi-lhares de moças e rapazes estudam —como Nikita Kruschiov em Yuzovka nas universidades operárias, continuan-do ao mesmo tempo o seu trabalhonas fábricas. Eles compreenderam, co-mo Lenin dissera, que «a Revoluçãonão pode satisfazer de uma só vez aosdesejos e necessidades de milhões dthomens que a fome e a miséria haviamobrigado a trabalhar durante toda ovida sob o tacão da opressão». Aoque Lenin chamou «o reino do caos tdo entusiasmo» deve suceder o apren-dizado sistemático. «Para vencer diz ainda Lenin no IX Congresso doPartido Comunista, em 1920 — é ne-cessário compreender a fundo toda ahistória do velho mundo burguês; e pa-ra construir o comunismo é necessárioaprender a ciência e a técnica e pô-lasa serviço de todos; e só podemos apren-dê-las da burguesia. . . >.

Quando Kruschiov deixa o Insfitu-fo Industrial do Donbass (oito horasde estudo, oito horas de trabalho to-dos os dias), é eleito secretário do Co-mitê Distrital do Partido em Petrosko-Marynsk, no Donbass Após um perio-

mir um d«> cargos de direção do Par-tido na capital da Ucrânia. Especiali-zando-se em questões econômicas, échamado a Moscou, em 1929, onde fazo curso da Academia Industrial. Ocupapostos de responsabilidade sempremais importantes: segundo * depois pri-meiro-secretório do Partido na cidadedt Moscou, e segundo-secretário da re-gião de Moscou. De 1935 a 1938 exer-ce as funções de primeiro-secretário daPartido na cidade e na região de Mos-«eu. I' a época das primeiras grandestransformações na cidade: início daconitrufão do metropolitano, a oveni-da Gortd, a canalização do rio Moscou,a construção do canal Moscou-Volga,os novos bairros do sudoeste da cida-de. Em 1934, no XVII Congresso daPartido, Kruschiov é eleito membro doComitê Central. Em 1938 troca Mos-cou por Kiev. Eleito primeiro-secretó-rio do Partido Comunista da Ucrânia,trabalha com sucesso no desenvolvi-mento da agricultura e da indústria darepública. Membro suplente da Secre-taria Política (hoje Presidium) do Par-tido, é efetivado em 1939, no XVÍIICongresso.

Quando oi exércitos de Hitler in-vadem a Rússia, em junho de 1941, otenente-general Kruschiov é enviado àfrente de batalha, onde permaneceráaté 1945. As suas lembranças de guer-ra são as de um homem que não amao guerra: «Estive com o exército des-de o primeiro dia — escreveu éle aBeltrand Russell, filósofo pacifista in-glês — e vi os horrores dos combatescom os meus olhos. Vi companheiro!meus morrerem, vi cidade* inteiras se-rtm destruídas. Creia-me, é espanto-.»

Teve vergonha de dizer a BertrandRussell que a guerra o havia atingidaduramente: num dia de maio de 1943,o seu filho maior Leopid, piloto do 18»'Regimento de Guardas da Aviação, nãoretornou de uma missão. Os nomesque para Nikita Kruschiov ponHIham ahistória daqueles anos, fazem acordarem todos os que a viveram, a lembran-ça de angústias e esperanças cujos flu-xos e refluxos foram a própria substân-cia da nossa vida: é a sortida deKursk, é a invasão da Ucrânia e a for-mação das unidades dt guerrilheirosem cuja organização Kruschiov teve pa-ptl destarado, t Voronesh, é Kiev emruínas, é Stalingrado onde, transtorna-do pelo espetáculo horrível das monta-nhas de cadáveres qut «le compara a«negras visões do Apocalipse», pronun-cia o discurso da vitória: «Aos fascis-tos só resta, depois do Volga, uma es-trada: a dos túmulos» .

Nos primeiro$ anos do após-guerro,Kruschiov permanece em Kiev ondaexerce, durante algum tempo, as fun-çoes de presidente do Conselho de mi-nutro» da República Socialista Soviéti-ea ia Ucrânia. A partir de 1949 ocupapostos os mais importantes nos órgãoscentrai, da União: secretário do Comi-tê Central do PCUS ., depois da mortede Stalin, tm 1953, primeiro-secretó-rio Np curso da sessão de março de1959 do Soy.et Supremo, é guindadoao posto de presidente do Conselho deMinistros da URS5, te

O

DIA do Trabalhador foi comemo-tado esto ano na União Soviética

já sob os primeiros efeitos do Pia-no Selenal de desenvolvimento econô-rríico e social o diante das novas pers-poclivas c!e emulacúo econômica pacífi-ca com os Esiados Unidos. Na primei-i. República dos Trabalhadores, criada

p.la Grande Revolução de Outubro, se-, ó„ _._-. c.j o v.m deste ano a

j. ,iada de liabal.io de seis a sete ho-

i ., c,Vrjjnd3n«b do tipo de atividade.<. liajaliaaores que sa deüicam às\ j mes pssácias já trabalham ape-i s -,j hcYcís por dia e se preparamI !i t.cbeiLar cinco; Ao mesmo tem-

I . s o sjpi.mitios os imposíos sobret sa!'ürios cios operários e emprega-i • -,, som qualquer diminuição no sala-i i. Com essas medidas, o salário reali s trabalhadores soviéticos sorá elo-\ .io caiia voz mais, cproximando-sec ; ma cpmuriista: «de cada um se-« ;.o sua capacidade, a cada um se-< : o suas necessidades».

foi com esse espírito entusiaásticotl.iania dos êx.ios econômicos de seu

p.í.s e da elevação de seu bem-estari .. os trabalhadores soviéticos parti-c .-.t»i das manifestações do 1? de

/iij.o. No desfile tradicional da Praça\ ;inol!;d, djrante várias horas, milha-r s e milhares de trabalhadores desfi-

:i..i d.'anís tio palanque cm que se.-liavam os dirlgenios do Partido

nynisia e do Governo soviético e das

cnalk!ad~s visitantes", Homens e

mulieres, vèliios e moços, operários e

lill*'.3Ch;as dsrhor.st.avpm sua confian-

ça no fuljro e sua dedicação à causa

da classe operária de todos os pxscs

I:tCP

e da coexistência pacifica entre todos

os povos e Estados do mundo.

De acordo com a política de pazda União Soviética, o desfile militar foi

reduzido a menos de meia hora. Co-

mo os dirigentes mais responsáveis da

URSS já afirmaram repetidas vezes, a

União Soviética está disposta a jogartodas as suas bombas e foguetes no

mar, liquidar seus estados-maiores e

desmobilizar seus soldados a qualquermomento, desde que se chegue a um

acordo sóbre o desarmamento uníver-

sal e completo. Até que esse acordo

seja firmado, entretanto, os militaressoviéticos desempenharão sua missãode proteger as fronteiras de seu paíse do campo socialista e de garantir o

mundo contra qualquer ameaça de

guerra lmperiallsta, geral ou parcial,atômica ou «convencional».

Preparado para enfrentar qualqueragressão, o exército soviético so mo-

derniza cada vez mais e dá importân-cia crescente aos foguetes. Armas ex-

cepcionalmente velozes, podendo car-

regar todos os tipos de explosivos e

atingir todos os alvos possíveis, os vá-

rios tipos de foguetes podem ser empre-

gados paia destruir foguetes ou aviõesinimigos independentemente de sua ai-

tura ou velocidade, ou eliminar bases

e obbjetivos militqres em terra ou no

mar com uma precisão absoluta. Nas

fotos, aspoctos do desfile do 1" de

Maio, na Praça Vermelha, destacando-

se alguns tipos das modernas armas

soviéticas, ginastas e trabalhadores em-

punhando ramos de flores.

|* DE MAIO EM MOSCOU

Acertam o Alvo

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