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Emotional Distress Regulation Takes Precedence Over Impulse Control: If You Feel Bad, Do It! Autores: Dianne M. Tice, Ellen Bratslavsky, and Roy F. Baumeister Journal of Personality and Social Ps ychology 2001 Apresentação: Gustavo Viegas Rodrigues

Regulação de Afeto sob Stress

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Class about consumer behavior - Affect.

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Page 1: Regulação de Afeto sob Stress

Emotional Distress Regulation Takes Precedence Over Impulse Control:If You Feel Bad, Do It!Autores: Dianne M. Tice, Ellen Bratslavsky, and Roy F. Baumeister

Journal of Personality and Social Ps ychology

2001

Apresentação: Gustavo Viegas Rodrigues

Page 2: Regulação de Afeto sob Stress

Introdução

• Controlar e regular impulsos, comportamentos, emoções é uma das

principais características do ser.

• A falta de controle leva a problemas pessoais e sociais – uso de

drogas, gravidez na adolescência, obesidade, falência, etc.

(Baumeister, Heatherton, & Tice, 1994).

• Artigo investiga o conflito entre o ajuste do afeto e controle de

impulsos.

• Trocar a busca de curto-prazo por benefícios de longo prazo.

• Até em caráter “evolutivo” o auto-ajuste (auto-controle) avançou.

• Entretanto quando as pessoas se sentem mal, o desejo de se sentir

bem pode atrapalhar o auto-controle.

• Tristeza cria foco no curto-prazo enquanto o auto-controle demanda

foco no longo-prazo.

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Introdução

• O sucesso do auto-controle significa abrir mão de prazeres imediatos em prol de objetivos de longo-prazo.

• As formas de saciar o desejo por sentimentos bons envolvem fontes de prazer imediato: álcool, drogas, sexo ilegal, comidas calóricas, dormir demais, compras caras, etc.

• O ajuste das emoções pode se sobrepor ao auto-controletrazendo prejuízos.

• Objetivo da pesquisa: auto-controle falha em situações em que as pessoas estão muito chateadas.

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Introdução

• Estudo 1: adaptação da pesquisa de mood freezing. COMER

• Manucia, Baumann, Cialdini (1984)

• Investiga mudança de comportamento de acordo com a

possibilidade (ou não) de ajuste do afeto.

• Infere-se que comportamentos que surgem apenas quando o

ajuste do afeto é possível são motivados (ao menos em parte)

pelo desejo do benefício afetivo.

• No estudo 2, foram consideradas as diferenças individuais na nos desejos desregrados de ajuste do humor. RETARDO DE RECOMPENSA

• Estudo 3 – variação do apelo afetivo das tarefas para distrair de modo a não conflitarem com as tarefas principais. PROCRASTINAÇÃO

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Recapitulação TeóricaDor emocional e falha de ajuste

• Comida

• Pessoas acima do peso comem mais quando ansiosas ou deprimidas.

• Estudo de Greeno & Wing, 1994 – pessoas em dieta foram induzidas a ficar de mau humor e comeram mais.

• Efeito “bola de neve” – quanto mais deprimido, mais come, pior fica a dieta, mais aumenta a depressão.

• Capacidade de parar de fumar

• Pessoas fumam mais quando estão estressadas.

• Indução de aumento de ansiedade aumento frequência de fumo.

• Durante situações de stress pessoas só sentem-se melhor se fumam!

• Bebida

• Pessoas acreditam que bebida reduz ansiedade e melhora o humor.

• Funciona para doses moderadas; para doses altas, traz mau humor.

• Auto-controle funciona enquanto as coisas vão bem!

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• Apostas e compras compulsivas

• Menos estudados, mas comprovado que o auto-controle não funciona durante stress e as pessoas dizem que se sentem melhor comprando ou apostando.

• Violência e agressão

• “Quebra” das amarras internas para evitar agressão durante stress.

• Gottfredson e Hirschi (1990) propuseram que auto-controle é um fator importante na construção de teorias de criminalidade.

• Berkowitz (1989) propõe que todas as formas de afeto negativo contribuem para aumentar agressividade.

Recapitulação TeóricaDor emocional e falha de ajuste

Page 7: Regulação de Afeto sob Stress

• Retardo na recompensa

• Pensar em eventos tristes gera mais auto indulgência do que eventos neutros (Mischel, Coates & Raskoff, 1968; Schwarz & Pollack, 1977).

• Crianças que pensaram em evento triste desrespeitaram mais a proibição de usar um brinquedo (Fry, 1975).

• Quando têm a opção de recompensa menor e imediata, pessoas estressadas as escolhem mais do que as não estressadas, que preferem a recompensa melhor e mais tardia (Mischel, Ebbesen, & Zeiss, 1973; Underwood, Moore, & Rosenhan, 1973; Wertheim & Schwartz, 1983).

Recapitulação TeóricaDor emocional e falha de ajuste

Page 8: Regulação de Afeto sob Stress

Mas, afinal, por que o stress “bagunça” nosso auto-controle?

Page 9: Regulação de Afeto sob Stress

Recapitulação TeóricaPor que o stress “bagunça” nosso auto-controle?

• Auto destruição intencional – o papel da culpa.

• Capacidade – impede o pensamento racional.

• Leith & Baumeister (1996) provaram que nas formas mais críticas de stress as pessoas não pensavam nas implicações de suas ações, resultando em atos arriscados e auto-destrutivos!

• Mesmo em formas mais amenas de stress – como a tristeza – houve aumento no processo de informações que levou ao impedimento da tomada de decisões que valorizassem a recompensa de longo prazo (Clore, Schwarz, & Conway, 1994).

• Segundo pesquisas anteriores dos mesmos autores, a mente “se cansa” com o stress e falta energia pra se auto-regular.

• Motivação

• Apatia – consegue mas não quer!

• Rebeldia – vai contra o que é aceito em termos de auto-controle.

• Auto-eficácia – pessoa se sente incapacitada a se controlar e foca no curto-prazo.

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• Mudança de prioridades

• Ao contrário das teorias apresentadas, a teoria do artigo é a de que o indivíduo muda sua prioridade: ao invés de controlar seus impulsos, busca-se o prazer.

• O ajuste do afeto não é uma esfera do auto-controle, mas um caso especial:

• É especial porque o controle dos impulsos envolve resistir ao desejo de algo que supostamente fará bem.

• A questão é que enquanto estamos bem, uma melhora não será vista como significativa!

• Racionalidade foi comprometida – os atos de busca imediata pelo prazer acabam gerando consequências indesejáveis.

• Capacidade de auto-controle fez parte da evolução e adaptação humana para o não-aproveitamento de objetivos imediatos.

• A hipótese da pesquisa então era essa... que o auto-controle“perde” para a satisfação imediata dos impulsos.

Recapitulação TeóricaPor que o stress “bagunça” nosso auto-controle?

Page 11: Regulação de Afeto sob Stress

A investigação

• Não se preocuparam tanto em demonstrar que o stress piora o auto-controle.

• O mais difícil seria demonstrar que o ajuste afetivo media a relação entre o stress emocional e a falha no auto-controle.

• Ou seja, é realmente porque as pessoas estão tentando se sentir melhor que elas abandonam o auto-controle?

• Pesquisas anteriores tinham demonstrado o efeito acima:

• Cialdini e colegas demonstraram que o stress aumentou o comportamento solidário (“helping behavior”).

• Manucia et al. (1984) inseriu um efeito “fixante de humor”, mas placebo! Eles deram uma pílula que “impedia mudanças de humor por 1 hora”.

• Com isso, as pessoas deprimidas deixaram de ajudar mais!

• Ou seja, os tristonhos só ajudaram quando acharam que isso os faria bem!

Page 12: Regulação de Afeto sob Stress

A investigação

• Com isso, os autores buscaram confirmar que as pessoas buscam se sentir melhor e, para isso, testariam a “fixação do humor”.

• Deram uma “espiada” em estudos de agressão que tinham resultados interessantes, mas optaram por outras situações de perda de controle:

• Ingerir comidas gordurosas

• Retardo de recompensa

• Procrastinação

• Objetivo: demonstrar que o stress emocional afetaria o controle de impulsos, intensificando comportamentos e, mais importante, que isso não aconteceria com pessoas que acreditavam que seu humor foi “fixado”.

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Experimento 1Comida

Page 14: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 1 – apresentação

• Demonstrar que comer alimentos gordurosos, engordativos (e gostosos!) seria uma estratégia de ajuste afetivo.

• Conforme mostrado anteriormente, há relatos de episódios de quebra de dietas ou mesmo comedores compulsivos.

• Neste experimento, queremos mostrar que essa comilança é mediada pelo desejo de se sentir melhor!

• Usou-se o mesmo procedimento de “fixar o humor”, mas sem placebo desta vez. Simplesmente disseram pro grupo-teste que “comer não melhora o humor”. E não falaram nada pro grupo-controle!

• O experimento consistia em deixar todo mundo triste e estressado e a hipótese era que o grupo-teste não comeria pra se alegrar, ao contrário do grupo-controle.

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Experimento 1 – metodologia

• 74 participantes, alunos de psicologia dos primeiros anos.

• Foi dito aos alunos que o experimento era sobre personalidade e pedido a eles que lessem um cenário da vida real e que se colocassem como protagonistas da história – identificando-se assim com as emoções provocadas por ela.

• Havia uma história triste (criança morria atropelada pelo protagonista) e uma feliz (protagonista salva criança) – 2 grupos.

• Os alunos tiveram que ler a história em voz alta e depois escrever sobre o que sentiram.

• Em seguida, foi dito aos alunos que seria feito um “intervalo” de 15 minutos para que a memória a respeito das histórias sumisse e eles então participariam de um estudo-piloto não-relacionado a este sobre “as diferenças de percepção a respeito de vários tipos de comida”. #not

• Na verdade, nessa etapa mediu-se a principal variável dependente.

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Experimento 1 – metodologia

• Os participantes tinham que comer 3 tipos de comida: pretzels, cookies de chocolate e bolachinhas de queijo.

• Um pouco antes dos alunos começarem a comer, o instrutor disse a eles (do grupo-teste) que a comida não fazia eles se sentirem melhor, simplesmente prolongava o estado de espírito em que eles estavam naquele momento.

• Participantes então preencheram formulários sobre seu humor, dieta e um questionário para checar se houve manipulação nas respostas.

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Experimento 1 – esquema dos grupos

Humor ManipuladoFelizes

Humor ManipuladoTristes

Humor Não ManipuladoFelizes

Humor Não ManipuladoTristes

Page 18: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 1 – resultados

• A medição dos resultados foi baseada no número de unidades que cada participante comeu.

• Como os tamanhos variavam e a bolachinha tinha alta variância, os autores normalizaram e somaram os valores de Z pra criar um índice de comida ingerida.

• ANOVA verificou alta interação entre o humor induzido e a mudança de humor.

Quanto maior o

número, maior a comilança

Como eles se sentiram após os

cenários?

Page 19: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 1 – resultados

• Para se entender se os participantes com humor manipulado comeriam menos que os que passaram pelo discurso “frozenmood”, foi feita uma comparação pareada, que revelou diferença consistente com a hipótese:

t(34) = 2,09, p < .05, d = .72

• Ou seja, os participantes “tristes” com humor manipulado comeram menos do que os tristes que não foram orientados a respeito da manutenção do humor.

• Autores checaram se o humor efetivamente melhorou após os participantes comerem e o resultado foi negativo.

• A correlação entre quantidade de comida e o humor foi de apenas .13 e mesmo na condição humor não manipulado e participantes estressados foi de .12

• A dieta usual dos participantes também não interferiu nos resultados.

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Experimento 1 – comentários

• Vários participantes de humor não-manipulado e felizes tiveram aumento no consumo de comida (versus seu consumo normal(?) ).

• Como o procedimento de manipulação do humor dizia que comer manteria o estado de espírito atual, pode ser que eles comeram mais para manterem-se felizes (olha a proteção da memória aqui de novo!).

• Ao contrário do que se imaginava, as “dietas” não tiveram efeito moderador:

• Como as pessoas em dieta estão acostumadas a controlar os impulsos, esperava-se que elas fossem se sobressair.

• Ao conversar com os participantes, os autores aprenderam que, como as opções de comida eram todas não-saudáveis, todos relutariam em comer.

Page 21: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 1 – comentários

• Em terceiro lugar, comer não trouxe nenhuma mudança de humor, embora estudos anteriores confirmem esse comportamento.

• Mas então por que as pessoas comem como medida de auto-regulação?

• Uma hipótese é que a sensação de satisfação é efêmera – só dura o tempo em que se mastiga e engole – falaremos disso de novo!

• Outra hipótese é que as pessoas criam a expectativa sobre o poder de melhorar o humor da comida mas depois se desapontam – também voltaremos nisso!

• Por fim, é preciso se atentar que, ao se estimular o grupo-teste e não o grupo-controle, há viés.

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Experimento 2Retardo de recompensa

Page 23: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – apresentação

• Hipótese é a mesma do Experimento 1.

• Decidiram testar uma outra variável dependente para reforçarem suas conclusões – Retardo de Recompensa.

• Normalmente experimentos são feitos com crianças – 5 minutos pra algo que elas querem pode ser uma eternidade.

• Para estudantes universitários, a espera faz parte da realidade.

• Para mitigar esse comportamento paciente, Knapp & Clark (1991) criaram o “procedimento da pescaria”: quanto mais se espera, mais peixe se pesca e maior é o lucro.

• Os pesquisadores descobriram que os participantes tristespreferiram pescar mais cedo e especularam que isso ocorreu para eles se sentirem melhor.

Page 24: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – apresentação

• Os autores deste artigo, ao contrário, apostam que, na verdade, a regulação afetiva era a variável mediadora.

• Neste experimento, um segundo objetivo era também demonstrar que diferenças individuais poderiam moderar o efeito “regulação”.

• Ao invés de olhar para uma escala referente à variável dependente, os autores dessa vez escolheram uma escala ligada diretamente ao afeto e regulação do humor – NMR Scale

• Aqueles com alto score na escala NMR deveriam priorizar o ajuste de afeto (i.e. benefício imediato)

• Contudo, a manipulação do humor minimizaria esse efeito

• Os que têm baixo score na escala NMR já não acreditam que eles conseguem (ou devem) se auto-controlar de qualquer forma, então a manipulação do humor não funcionaria mesmo

• O procedimento de “fixação do humor” foi feito com velas aromáticas que mantêm o humor inalterado. #not

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Experimento 2 – metodologia

• 47 alunos dos primeiros anos de Psicologia, divididos em 2 grupos com sessões individuais: humor manipulado e grupo-controle

• O experimento começou com a aplicação da escala NMR, seguiu com a leitura da história, momento de manipulação do humor (vela) e teste da pescaria.

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Experimento 2 – metodologia

Preenchimento da escala NMR

Leitura da história triste

• Prevê a efetividade de respostas afetivas positivas

• Altos scores têm sentimentos disfóricos menos frequentes e reagem melhor ao fim de um relacionamento, por exemplo.

• Mais cognições positivas mesmo quando induzidos a ficar de mau humor em laboratório.

• Dessa vez, não havia grupo com “final feliz”

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Experimento 2 – metodologia Manipulação do humor

• Foi acesa uma vela aromática• Para o grupo com

manipulação/fixação do humor foi dito que uma das consequências mais comuns da aromaterapia era a manutenção do humor atual

• Para o grupo com humor variável, não foi dito nada.

Tarefa do recurso limitado

• Participantes precisavam decidir o quanto pescariam

• Foram informados que quanto mais pescassem, menos peixe sobrava

• O desempenho na tarefa foi relacionado ao provável sucesso na faculdade e na carreira

• Havia ganho financeiro real (1 ton = $0,01)

• Desempenho ótimo = $ 10• Quantidade de peixe renovada

obedecia a uma função em U invertido

• Cada participante teve 25 tentativas

Ao final do experimento, participantes preencheram a escala BriefMood Introspection e a Manipulation Check. BMI

Page 28: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – resultados

Manipulation Check

Não foi identificado nenhum problema.

Participantes não estavam estressados.

Não foram identificadas diferenças significativas em humor, apreciação do jogo ou motivação para pescar mais peixes entre os dois grupos.

Retardo da Recompensa

Como os participantes não foram informados quando o jogo terminaria, foram consideradas medidas de desempenho:1) Quantidade de peixes pescados2) Quantidade de peixes remanescentes no

lago

A segunda medida é a que indica efetivamente o quanto os participantes estavam dispostos a abdicar do lucro imediato – retardaram suas recompensas.

Resultado da Regressão Linear

Page 29: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – resultados

Page 30: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – resultados

Os resultados dos

participantes com baixos

scores na escala NMR não

apresentaram diferença

significativa.

Page 31: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – resultados

Por outro lado, os

participantes com altos scores na escala NMR apresentaram

valores bastante discrepantes para as duas

medidas.

Page 32: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – resultados

Diferentemente da quantidade de peixe pescado, a quantidade de

peixe restante foi significativamente diferente entre os grupos com e sem

manipulação do humor.

Ou seja, os participantes de alto score na escala NMR que entenderam que o

humor não mudaria resisitiram a pescar mais no início.

Page 33: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – resultados

A grande diferença mostra o quanto o stress traz o foco para o presente

imediato.

• Correlação entre humor no final do experimento vs. peixes restantes = -.34 (p< .05)

• Para o pagamento, correlação foi -.24 (não significante)

• Para os participantes com humor não manipulado, as mesmas correlações foram de -.34 e -.25, respectivamente, ambas não significantes.

Ou seja, quanto mais peixe sobrou, pior o

participante se sentiu.

Page 34: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2 – comentários

• Replicação conceitual dos resultados do experimento 1.

• A capacidade de auto-controle (escala NMR) agiu efetivamente como moderador da necessidade de ajuste de afeto.

• Mesmo para os participantes que tiveram seu humor manipulado foi possível observar certa regulação de humor e isso é um fator independente da manipulação do humor.

• E os participantes que pescaram mais e mais rápido? Se sentiram melhor então?

• Suspeita de que a interrupção arbitrária e abrupta do estudo pode ter chateado os participantes.

Page 35: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 2Procrastinação

Page 36: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – apresentação

• Examinar novamente o impacto entre humor manipulado (“fixo”) vs.

humor variável na procrastinação – o “depois eu faço isso”.

• Participantes testariam suas habilidades numa prova relevante para

o ego e tinham a possibilidade de se preparar ou ficar brincando de

joguinhos ou lendo revistas.

• O auto-controle ideal seria, mais uma vez, resistir ao prazer imediato

para receber a recompensa maior mais tarde.

• Procrastinação foi ligada a um déficit de auto-controle – apesar de

ter sido comprovado não haver déficit de inteligência, há

comprovação de deficiência de performance em diversas medidas

num estudo longitudinal (Tice & Baumeister, 1987).

• Por que as pessoas procrastinam? Porque trabalhar em busca de

objetivos pode ser chato e gera ansiedade.

Page 37: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – apresentação

BOM HUMOR / FIXO

MAU HUMOR / FIXO

BOM HUMOR / VARIÁVEL

MAU HUMOR / VARIÁVEL

Composição dos Grupos –Indução e Manipulação do Humor

Grupo em que se acredita que haverá maiores índices de

procrastinação

Page 38: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – apresentação

• Os participantes foram divididos em dois grupos: os que tinham atividades para se distrair mais interessantes – jogos desafiadores, vídeo-game e revistas diversas – ou não tão interessantes – jogos para crianças, revistas científicas desatualizadas.

• Apesar da composição tríplice de variáveis, os resultados poderiam mostrar padrões não tão diversos.

BOM HUMOR / FIXO

MAU HUMOR / FIXO

BOM HUMOR / VARIÁVEL

MAU HUMOR / VARIÁVEL

Composição dos Grupos –Indução e Manipulação do Humor

NOVA VARIÁVEL INDEPENDENTE:

APELO DAS ATIVIDADES

PARA DISTRAÇÃO

O efeito dessa nova variável independente

seria polarizador, se

gundo a literatura.

Page 39: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – metodologia

• 88 estudantes de psicologia.

• Divididos em grupos 2 (bom ou mau humor induzido) x 2 (humor manipulado ou não) x 2 (atividades divertidas ou chatos).

• Avaliados individualmente.

• A procrastinação foi definida como não se preparar para o teste, fazendo qualquer outra coisa - brincando com os jogos ou mexendo no relógio, por exemplo.

Page 40: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – metodologia

• Os alunos foram orientados a respeito da leitura da história

(indução de humor positivo ou negativo) e a respeito da vela

aromática (manutenção do humor atual ou não).

• Os participantes viviam a expectativa da realização do

teste, cujo resultado seria determinante para a probabilidade

de seu sucesso na vida real.

Ler a história

Indução de humor

Responder como se sentem

Vela acesa

Manipulação de humor

Preparação para o “teste”

Teste de inteligência

Page 41: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – metodologia

• Os participantes na verdade foram analisados enquanto esperavam para fazer o teste, que, na realidade, não existiu.

• Durante a espera para o teste, na qual os participantes poderiam ou não se preparar, um observador anotava o que os alunos faziam a cada 30 seg.

• A procrastinação, medida pelo tempo de entretenimento com outras atividades, foi a variável dependente.

Ler a história

Indução de humor

Responder como se sentem

Vela acesa

Manipulação de humor

Preparação para o “teste”

Teste de inteligência

Experimento real

Page 42: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – resultados

Essa tríplice interação está de acordo com as conclusões iniciais e é o fato gerador de outros resultados.

F (1,80) = 16,22 ; p< .001

Outras interações significantes:

Atividades legais vs. chatas com a Fixação de Humor:

F(1,80) = 5,32; p<.02

Bom humor vs. mau humor com a Fixação de Humor:

F(1,80) = 4,12; p< .04

Essas interações foram qualificadas por uma interação mais importante: a tríplice interação entre Atividades Legais vs. Chatas com Fixação do Humor e Bom vs. Mau Humor

Page 43: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – Resultados

Grupo de participantes que obteve as maiores médias de tempo procrastinando

Análise de Contraste mostrou efeito significativo:

F (1,80) = 32,70, p < .001

Bom Humor

Mau Humor

Humor Fixo

Humor Variável

Atividades Legais

Atividades chatas

Page 44: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – Resultados

Page 45: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – Comentários

Procrastinação quase do

tempo total

Page 46: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – Comentários

Tendência a gastar mais tempo nas atividades chatas quando o humor foi fixado.

(hipótese não – confirmada)

Page 47: Regulação de Afeto sob Stress

Experimento 3 – Comentários

• Não há dados que suportem que os participantes em geral procrastinaram mais quando as atividades eram “legais”.

• Apesar de se acreditar que as pessoas evitam realizar tarefas com mais intensidade quando estão de mau humor, também não se pode concluir isso neste experimento.

• Há contingências que permitiram ou impediram tal comportamento:

• A primeira é a antecipação de que as atividades para distração seriam interessantes.

• Um outro fator foi o desejo de se ajustar o humor, quando isso foi apresentado como possível.

• Mas afinal, o experimento foi ou não sobre procrastinação?

• Não havia adiamento!

• Procrastinar leva a uma redução no tempo dedicado a uma tarefa.

• No fim das contas, ao procrastinar, o indivíduo “abre mão” de uma performance melhor – que se assume que seria afinal o resultado do “teste”.

Page 48: Regulação de Afeto sob Stress

Conclusões

• O ajuste afetivo – regulação do humor – é a chave para se entender a necessidade de auto-controle.

• Quando as pessoas acreditam que não podem alterar seu humor, o ajuste afetivo não acontece.

• Não houve suporte à visão de “auto-destruição” neste estudo.

• Os participantes do grupo 3 – atividades legais – não abriu mão de se divertir.

• Não foi verificado que os participantes induzidos ao humor negativo ficaram incapacitados de ajustar seu humor.

• Descobertas anteriores a respeito de melhorias de raciocínio de pessoas tristes enquanto stress grave acarreta diminuição no processamento de informação e geração de comportamento impulsivo (cf. Clore et al.,1994; Leith & Baumeister, 1996)

• O comportamento foi diverso entre as condições de humor manipulado e variável. Portanto, não é possível associar os efeitos a partir do humor no processamento de informações.

Page 49: Regulação de Afeto sob Stress

Conclusões

• Quanto à motivação, também não houve nenhuma alteração no quanto os participantes intencionavam buscar objetivos –ao contrário da teoria, a manipulação do humor eliminou a mudança no auto-controle.

• Seria possível acreditar que o stress faria as pessoas abandonarem seu auto-controle, o que não ocorreu em nenhum dos casos com manipulação do humor ou no experimento 3 no grupo das atividades chatas.

• Auto-eficácia – a argumentação da não ocorrência sob manipulação do humor vale aqui.

• “A crença subjetiva de que o humor poderia variar teve papel decisivo na orientação das escolhas comportamentais.”

Page 50: Regulação de Afeto sob Stress

Conclusões

• PORTANTO!

• Os indivíduos parecem abrir mão do auto-controle quando é possível que isso lhes traga benefício – que no momento analisado é reduzir o stress e trazer um estado emocional mais positivo.

• Apesar de haver implicações morais, analisando-se pragmaticamente o abandono do controle dos impulsos tem certa racionalidade intrínseca.

Page 51: Regulação de Afeto sob Stress

Só mais uma coisa...

• Não há como afirmar que há forma melhor de se conseguir o ajuste

afetivo – o humor após os experimentos 1 e 2 não se relacionava da

forma esperada com a manipulação ou não do humor. Há 3 possíveis

razões para isso:

• Falta de instrumentos adequados de medição – pouco provável já

que outras medidas foram possíveis e a BMIS já havia sido utilizada

com sucesso

• A melhora no humor causada pela atividade de ajuste é passageira

e, portanto, seu efeito havia passado quando o humor foi novamente

medido.

• As expectativas estão erradas quanto às atividades que vão fazer os

indivíduos sentirem-se melhor – regulação errada ao invés de sub-

regulação Baumeister et al., 1994; Carver & Scheier, 1981.). Ou

seja, as pessoas escolhem as formas erradas de melhorar seu humor!

Page 52: Regulação de Afeto sob Stress

Última mesmo!

• Conflito entre o ajuste afetivo (imediato) e o auto-controle, ou

seja, as pessoas ficam “partidas” entre a auto-indulgência e a

auto-negação.

• Normalmente, o conflito pende para o lado da indulgência.

• Pelo menos no caso de crise emocional significativa.

• Os pesquisadores ressaltam que a metodologia escolhida

provavelmente subestimou o potencial dos danos que os

indivíduos causam a si mesmos com o ajuste afetivo estudado.

• Interpretação do apresentador...

VALE A PENA RESISTIR AOS IMPULSOS SEMPRE!(QUASE)

Page 53: Regulação de Afeto sob Stress

Anexos

Page 54: Regulação de Afeto sob Stress

Negative Mood Regulation (NMR) Scale• The NMR scale is a 30-item scale developed by Catanzaro and Mearns (1990) to

measure generalized expectancies to alleviate negative moods. Participants are asked to indicate the degree to which they believe their use of various coping strategies can counteract a negative mood state.

• Each item is scored on a five point Likert scale ranging from “Strongly disagree” to “Strongly agree” with a statement completing the stem, “ When I’m upset I believe that....”.

• Examples of items include “I can do something to feel better”, “planning how I deal with things will help,” and “wallowing in it is all I can do.” Factor analysis has shown that the NMR scale is unidimensional.

• A high score indicates a strong belief that one can alleviate one’s own negative moods through non-pharmacological means. The NMR scale correlates in theoretically predicted ways with instruments assessing anxiety, depression, emotional states and coping responses and has demonstrated discriminant validity from social desirability, depression and locus of control (Catanzaro, 1994; Catanzaro & Mearns, 1990; Mearns, 1991).

(Catanzaro & Mearns, 1990) VOLTAR

Page 55: Regulação de Afeto sob Stress

Brief Mood IntrospectionScale (BMIS)

by John D. Mayer____________________________________________________

INSTRUCTIONS: Circle the response on the scale below that indicateshow well each adjective or phrase describes your present mood.

(definitely do not feel) (do not feel) (slightly feel) (definitely feel) XX X V VV

_______________________________________________________________________________Lively XX X V VV Drowsy XX X V VVHappy XX X V VV Grouchy XX X V VVSad XX X V VV Peppy XX X V VV

Tired XX X V VV Nervous XX X V VVCaring XX X V VV Calm XX X V VV

Content XX X V VV Loving XX X V VVGloomy XX X V VV Fed up XX X V VVJittery XX X V VV Active XX X V VV

_______________________________________________________________________________Overall, my mood is:

Very VeryUnpleasant Pleasant

-10 –9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

VOLTAR

Page 56: Regulação de Afeto sob Stress

Anexos – Experimento 1

Page 57: Regulação de Afeto sob Stress

Anexos – Experimento 2

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Anexos – Experimento 3