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Condimentos, Especiarias, Flavorizantes, Aromatizantes, Corantes e Acidulantes
Professora Samira Mantilla
Condimentos e Especiarias
Condimentos e Especiarias
Ainda que se incluam entre os aditivos, os condimentos e especiarias requerem um estudo em separado.
RIISPOA: condimento: produto contendo substâncias aromáticas, sápidas, com ou sem valor alimentício, empregado com o fim de temperar alimentos, dando-lhes aroma e sabor.
Condimentos e Especiarias
Gerhardt separa condimentos de especiarias:
Especiarias são partes de certas plantas (raízes, rizomas, bulbos, cascos, folhas, talos, flores, frutos, sementes) em estado natural, dessecadas e/ou resultantes de trabalho mecânico, que por seu sabor ou aroma temperam e dão sabor aos alimentos.
Condimentos e Especiarias
Agrupa os condimentos em duas classes:
Potenciadores de sabor: glutamato monossódico, hidrolisados de ptn, aminoácido, dipeptídeos
Saporizantes: substâncias que comunicam sabor à fumaça, essências de fumo e outros ácido naturais presentes nos alimentos, açúcar e sal de cozinha
Especiarias
Propriedades gerais: estimulam a gastronomia, aumentando a palatabilidade e permitindo variedade da dieta
Excitam as mucosas e aumentam a atividade glandular (saliva e suco gástrico)
Agem tb como antioxidantes ex: pimenta dor reino, cravo, gengibre, noz moscada, alecrim, sálvia e tomilho, cebola, aipo, canela. Ação amis efetiva no aquecimento
Especiarias
Algumas especiarias têm efeito antimicrobiano: canela (aldeído cinâmico), cravo (eugenol), alho (acroleína)
Classificação: de acordo com as diversas partes de plantas de que procedem; de acordo com sua ação
Especiarias
Classificação quanto sua origem (planta):
Rizomas, raízes (gengibre, cúrmuma) Bulbo (alho, cebola) Folhas (louro, sálvia, orégano) Casca (canela) Flores (cravo, alcaparra) Frutos sementes (pimenta, cominho,
mostrada, noz moscada, erva doce, coentro, aipo)
Especiarias
Classificação de acordo com sua ação:
Quentes (pimenta, mostarda)Suaves (páprica, coentro, louro)Aromáticos (cravo)Aliáceos (alho, cebola)
Flavorizantes x Aromatizantes
Flavorizante x Aromatizante
Substância que confere ou intensifica o sabor e aroma dos alimentos
Substância que confere e intensifica o aroma dos alimentos
Aromatizante
Devem ser rotulados por extenso Ex: aroma natural reforçado de churrasco.
Os aromatizantes podem apresentar-se sob as seguintes formas:
a) Sólida (pós, granulados, tabletes);
b) Líquida (soluções, emulsões);
c) Pastosa.
Aromatizante
aromatizante (aroma artificial de morango),
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE ADITIVOSAROMATIZANTES
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 2, de 15 de janeiro de 2007
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE ADITIVOSAROMATIZANTES
Classificação dos aromatizantes:
Aromatizantes naturaisAromatizantes sintéticosMistura de aromatizantesAromatizante de reação/transformaçãoAroma de fumaça
Aromatizantes naturais
produtos de origem animal ou vegetal aceitáveis para consumo humano, que contenham substâncias odoríferas e ou sápidas, seja em seu estado natural ou após um tratamento adequado, como: torrefação, cocção, fermentação, enriquecimento, tratamento enzimático ou outros.
São os obtidos exclusivamente por métodos físicos, microbiológicos ou enzimáticos, a partir de matérias-primas aromatizantes naturais.
Aromatizantes naturais
Compreendem :
Óleos essenciais: produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico
Extratos: produtos obtidos por esgotamento, a frio ou a quente, a partir de produtos de origem animal, vegetal ou microbiana com solventes permitidos.Podem ser líquidos ou secos
Aromatizantes naturais
Bálsamos, oleoresinas ou oleogomaresinas: São os produtos obtidos mediante a exudação livre ou provocada de determinadas espécies vegetais.
Substâncias aromatizantes naturais isoladas
Aromatizantes sintéticos
São os compostos quimicamente definidos obtidos por processos químicos.
Os aromatizantes sintéticos compreendem:
Aromatizantes idênticos ao natural: apresentam uma estrutura química idêntica às substâncias presentes nas referidas matérias-primas naturais
Aromatizantes artificiais: compostos químicos obtidos por síntese, que ainda não tenham sido identificados em produtos de origem animal, vegetal ou microbiana
Misturas de aromatizantes
a) Natural, quando derivar da mistura de aromatizantes naturais;
b) Idêntico ao natural, quando derivar da mistura de aromatizantes idênticos aos naturais com ou sem a adição de aromatizantes naturais;
c) Artificial, quando deriva da mistura em que pelo menos um deles é um aromatizante artificial.
Aromatizantes de reação/ transformação
São produtos obtidos por aquecimento a partir de matérias primas que são alimentos que possam ou não ter propriedades aromatizantes por si mesmos, sendo que ao menos um contenha nitrogênio amínico e o outro seja um açúcar redutor.
Aromatizantes de fumaça
São preparações concentradas, utilizadas para conferir aroma de defumado aos alimentos.
Os aromatizantes de fumaça são produzidos a partir de um ou mais dos seguintes processamentos:
Submeter madeiras, cascas e galhos não tratados à combustão controlada;
à destilação seca a temperaturas compreendidas entre 300 e 800ºC;
ou ao arraste com vapor de água reaquecido à temperatura entre 300 e 500ºC,
Aromatizantes de fumaça
Qualquer que seja o tratamento, as frações que têm as propriedades sápido-aromáticas devem ser separadas por condensação fracionada.
o aroma de fumaça será designado “aroma natural de fumaça”, “aroma idêntico ao natural de fumaça”, “aroma artificial de fumaça”, de acordo com os ingredientes utilizados e ou processo de elaboração.
Aroma natural de fumaça
São extratos de fumaça (em pó ou líquido) que contêm componentes mais comuns da fumaça natural.
É um extrato aromático obtido por destilação controlada de variedade de madeiras folhosas, concentrado e purificado
Limite de adição: produtos tradicionalmente submetidos à defumação (máximo 90 mg/Kg de produto acabado)
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE ADITIVOSAROMATIZANTES
É proibida a utilização dos aromas: Óleos essenciais e extratos de: fava-tonca,
sassafrás e sabina; Compostos químicos isolados e de síntese
cuja utilização contradiga estabelecido pela tabela de RESTRIÇÕES
Os hidrocarbonetos e os compostos da série pirídica , os nitroderivados, nitritos orgânicos
Flavorizantes
Hidrolisados protéicos: termoestáveis. Visa repor parte dos sabores perdidos ex: realçador de sabor específico para carne bovina etc...
Hidrolisados protéicos vegetais: agentes naturais aromáticos obtidos por hidrólise das matérias vegetais ricos em ptn: aa
Flavorizantes
Glutamato monossódico: tb é hidrolisado (um aa = ácido glutâmico). Fermentaçaõ do melaço de cana
Não há limite para adição de hidrolisados!
Corantes
Corantes
Resolução nº 44 de 1977 : Considera corante a substância ou a mistura de substâncias que possuem a propriedade de conferir ou intensificar a coloração de alimento(e bebida).
Excluem-se da definição acima, os sucos e/ou os extratos de vegetais e outros ingredientes utilizados na elaboração de alimentos (e bebidas) que possuem coloração própria
Corantes
Os corantes serão classificados como:
Corante orgânico natural - aquele obtido a partir de vegetal, ou eventualmente, de animal, cujo princípio corante tenha sido isolado com o emprego de processo tecnológico adequado. Ex: carmim cochonilha, urucum
Carmin cochonilha
O carmin é extraído a partir de fêmeas dessecadas de insetos Dactylopius coccus.
Cochonilha- insetos / corante
Cor do cornate carmin: vermelho - pouco se altera com o pH- azul (10)
Limitação: bx solubilidade em pH baixo
Urucum
Contém pigmento carotenóide amarelo-alaranjado obtido da semente do urucuzeiro (Bixa orellana). América Central.
Do urucum – são obtidos corantes naturais mais difundidos na indústria de alimentos (70%)
Pigmento: bixina
Outros corantes
Curcumina: rizomas de cúrcuma. Corante e condimento, tb têm substâncias antoxidantes e antimicrobianas. Amarelo
Betalaínas: encontradas pp na ordem dos vegetais Centrospermeae, a qual pertence a beterraba. Vermelhos e amarelos
Antocianinas: flavonóides. Flores, frutos e demais plantas. Absorvem a luz: diferentes cores
Corantes
Corante orgânico sintético - aquele obtido por síntese orgânica mediante o emprego de processo tecnológico adequado. Ex: beta caroteno
Corantes
Corante artificial - é o corante orgânico sintético não encontrado em produtos naturais.
Corante orgânico sintético idêntico ao natural - é o corante orgânico sintético cuja estrutura química é semelhante à do princípio ativo isolado de corante orgânico natural
Corantes
Corante inorgânico - aquele obtido a partir de substâncias minerais e submetido a processos de elaboração e purificação adequados a seu emprego em alimento.
Caramelo - o corante natural obtido pelo aquecimento de açúcares à temperatura superior ao ponto de fusão.
Caramelo (processo amônia)
Corantes
Os corantes poderão apresentar-se isolados ou sob a forma de mistura de pó, em solução ou associados a solventes e veículos ou sob a forma de sal de alumínio, amônio, potássio ou sódio ou suas lacas de alumínio ou cálcio
Corantes
Os seguintes códigos de rotulagem serão adotados:
C.I Corante orgânico natural C.II Corante orgânico sintético artificial C.III Corante orgânico sintético idêntico
ao natural C.IV Corante inorgânico (pigmentos)
Corantes de uso tolerado em alimentos (e bebidas)
Xantofilas: - flavoxantina, luteína - criptoxantina - rubixantina - violaxantina - rodoxantina - cantaxantina Vermelho de beterraba, betanina Antocianinas - pelargonidina, cianidina - peonidina, delfinidina - petunidina, malvidina
Curcumina
Riboflavina
Cochonilha
Ácido carmínico
Urzela
Orceína
Orecína sulfonada
Clorofila
Caramelo
Carvão medicinal
Carotenóides:
- alfa, beta, e gama-caroteno
- bixina, norbixina
- capsantina, capsorubina
- licopeno
C.I. - Corante orgânico natural
Corantes de uso tolerado em alimentos (e bebidas)
Amarelo crepúsculo
Laranja GGN
Amarelo ácido ou amarelo sólido
Tartrazina
Azul brilhante FCF
Azul de idantreno RS ou Azul de alizarina
Indigotina
Bodeaux S ou amaranto
Eritrosina
Escarlate GN
Vermelho sólido E
Ponceau 4 R
Vermelho 40
C.II - Corante orgânico sintético artificial
Corantes de uso tolerado em alimentos (e bebidas)
Carbonato de cálcio Dióxido de Titânio Óxido e hidróxido de ferro Alumínio Prata
Ouro
Beta-caroteno Beta-Apo-8´-carotenal Éster etílico do ácido beta-Apo 8´carotênico Cantaxanteno Complexo cúprico da clorofila e clorofilina Caramelo amônia
C.IV - Corante inorgânico (pigmentos) (emprego limitado à superfície)
C.III - Corante orgÂncio sintético idêntico ao natural
Corantes
Portaria nº 2, de 28 de janeiro de 1987 : Exclui da Tabela I do Decreto 55871/65, os corantes Amarelo Ácido ou Amarelo Sólido (13015) Azul de Indantreno ou Azul de Alizarina (69800) Laranja GGN (15980) Vermelho Sólido E (16045) E Escarlate GN (14815) para uso em alimentos.
Acidulantes
Acidulantes
Conferem sabor ácido ou agridoce ao alimento
mascar a doçura do açúcarExerce ação conservadora por
reduzirem o pHEX: ácido cítrico, ácido lático, glucona-
delta-lactona (GDL)
Acidulantes
Ácido cítrico
Alto poder acidulante OBS: quanto < o pH, menor é a CRA
(inadequado seu uso em produtos que devem reter água)
Tb possui atividade antioxidante, sendo seu limite máximo permitido em produtos cárneos como acidulante: 0,3%
Acidulantes
Lingüiça calabresa apimentada
Ingredientes:Carne suína, água, sal, glicose, condimentos naturais, pimenta, corante natural/hemoglobina, açúcar, estabilizante/polifosfatos de sódio, realçador de sabor glutamato monosódico, antioxidante ascorbato de sódio, acidulante ácido cítrico, conservadores nitrito e nitrato de sódio, antiumectante dióxido de silício. NÃO CONTÉM GLÚTEN
Acidulantes
Ácido lático
Ácido natural da carne Aumenta a estabilidade dos produtos
(maturados) Sabor atraente Usado em tratamento tripas, em carcaças,
pele de suínos, charque Em embutidos curados secos e semi-secos
(etapa final para inibir mos prejudiciais na fermentação)
Acidulantes
Glucona-delta-lactona (GDL)
Usada quando se deseja uma cura bem rápida ex: embutidos secos
ação indireta na fixação da cor Diminui pouco o pH Limite máximo = 0,5% produtos cárneos
curados e embutidos Presunto pode usar mas não é comum
Acidulantes
Ingredientes:Carne suína, toucinho, leite em pó, sal, carne bovina, caseínato de sódio, vinho branco, açucar, pimentas: Preta e branca, condimentos naturais, aroma de fumaça, acidulante glucona - delta - lactona (INS 575), antioxidante ácido eritórbico (INS 315) e conservador nitrato de sódio (INS 251).
Coadjuvantes de tecnologiaem produtos cárneos
RDC 348/03- O emprego da enzima em um alimento ou categoria de alimento deve ser de acordo com a necessidade tecnológica, devendo atender ao Regulamento Técnico ?Aditivos Alimentares
Enzimas que podem ser usadas em alimentos
Resolução RDC nº 205, de 14 de novembro de 2006
Aprova o "Regulamento Técnico sobre Enzimas e Preparações Enzimáticas para Uso na Produção de Alimentos Destinados ao Consumo Humano”
Definições
Enzimas: são proteínas capazes de catalisar reações bioquímicas, aumentando sua velocidade sem interferir no processo e resultando em alterações desejáveis nas características de um alimento durante o seu processamento
Preparação enzimática: é a mistura de duas ou mais enzimas.
Classificação enzimas
Animal: são enzimas extraídas de órgãos ou produtos animais.
Vegetal: são enzimas extraídas de vegetais (ex.: papaína extraída do mamão papaia, bromelina extraída do abacaxi).
Microbiana: são enzimas produzidas por meio de uma fermentação por bactérias, fungos ou leveduras
Formas de apresentação
As enzimas e as preparações enzimáticas podem ser apresentadas sob forma sólida, pastosa ou líquida.
Alguns exemplos enzimas
A transglutaminase – origem microbiana catalisa a formação de ligações entre resíduos dos aminoácidos lisina e glutamina de proteínas. (estável)
pode ser utilizada na reestruturação ou união de pedaços de carne, formação de géis, filmes protéicos e modificação das características de proteínas e alimentos protéicos.
ativa em uma larga faixa de pH que vai de 5 a 8. Não há, portanto, nenhum problema de inativação para a maioria dos processamentos em alimentos, é inativada em processos térmicos acima de 65ºC.
ACTIVA TG é a enzima transglutaminase da Ajinomoto produzida por fermentação microbiológica
ACTIVA TG-BP : desenvolvida para reestruturar
pedaços de carne bovina, suína, frango ou pescados, com aplicação direta em pó sobre a superfície a ser reestruturada.
ACTIVA TG-B : melhorar a textura e fatiabilidade de sistemas protéicos como embutidos, além de capacidade de reestruturação em todos os tipos de carnes, com aplicação em solução aquosa.
Benefícios TG nos Produtos cárneos:
melhora a textura, fatiabilidade e elasticidade em embutidos.
Elaboração de produtos de maior valor agregado a partir de aparas de carne.
Enzimas proteolíticas
O uso de enzimas proteolíticas de plantas (papaína, bromelina e ficina) se faz para a obtenção de carne macia
O amaciamento enzimático da carne é um resultado da degradação parcial dos seus componentes
Bromelina
Bromelina é o nome genérico dado às enzimas proteolíticas encontradas no abacaxi, bem como em outras espécies da família Bromeliaceae.as matérias-primas mais usadas são os talos maduros de abacaxizeiros após a colheita
Papaína
obtida do fruto verde do mamoeiro (Carica papaya).
Esta enzima proteolítica causa hidrólise geral de todos os componentes estruturais do músculo da carne bovina
Sua penetração é baixa - perfuração da carne durante sua preparação
A maior ação da papaína ocorre durante a cocção da carne
As aplicações dessas enzimas proteolíticas podem ser feitas por imersão dos cortes cárneos em solução, passando a solução pela superfície antes do cozimento, com um spray aerosol
Ficina
é uma enzima proteolítica obtida do látex de figos imaturos (Ficus carica). Como a papaína, a ficina atua sobre as proteínas estruturais da carne.
seu método de aplicação mais usado é através de injeções “ante mortem” da solução de enzima na veia jugular 15-20 minutos antes do abate
Atualmente o amaciamento das carnes pode ser feito por amaciantes industrializados, principalmente constituídos de papaína.
Estes apresentam vantagens de serem facilmente encontrados e de custo relativamente baixo, além de fácil utilização.
Fim!