Síndrome do desconforto respiratório agudo (sdra)

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SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA)

Dra. Érika BarretoFisioterapia Intensiva- IAPES

erika.esb.barreto@gmail.com

HISTÓRIAEm 1963 ASHBAUGH, identificou 272 pacientes que foram mecanicamente ventilados e evoluíram com dispneia grave, taquipnéia, cianose, baixa complacência pulmonar e infiltrados difusos no exame radiológico de pulmão.

DEFINIÇÃOEm 1994 a Conferência de Consenso Americano-europeu definiu as características da SDRA.

CARACTERÍSTICASInfiltrado pulmonar bilateral;Hipoxemia grave, menor ou igual

a 200;Pressão de oclusão da artéria

pulmonar menor ou igual a 18mmHg;

Ausência de hipertensão arterial à esquerda.

LPA

OU

SDRA?

DEFINIÇÃO DE BERLIMEm 2011, a Sociedade Europeia

de Medicina Intensiva reviu esta definição.

DEFINIÇÃO DE BERLIM

EPIDEMIOLOGIAA incidência chega até 306 a

cada 100 mil habitantes por ano;

A mortalidade é estimada entre 34% a 60%.

ETIOLOGIAFATORES

PULMONARES

• Pneumonia;• Lesão inalatória;• Quase

afogamento;• Aspiração de

conteúdo gástrico.

FATORES EXTRA PULMONARES

• Sepse;• Politraumatismo;• Pancreatite;• Politransfusão.

AVALIAÇÃOHistória clínica;Exame físico;Dados laboratoriais.

FISIOPATOLOGIA

OBS: A reparação do processo inflamatório, inicia o quadro de fibrose.

Inflamação da

membrana alvéolo-capilar

Redução e alteração dos surfactantes

Atelectasias

FISIOPATOLOGIA

Atelectasias

Shunt pulmonar

Diminuição da

complacência

Alteração V/Q

Diminuição do Volume Pulmonar

ASSISTENCIA VENTILATÓRIA NA SDRA

• A ventilação mecânica é o principal suporte à SDRA, sendo indicada na maioria dos casos.

• Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI) na SDRA.

• Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) na SDRA

ASSISTENCIA VENTILATÓRIA NA SDRA

O objetivo da VM é promover adequada troca gasosa, ao mesmo tempo em que se evitam a lesão pulmonar associada à ventilação mecânica e o comprometimento hemodinâmico decorrente do aumento das pressões intratorácicas.

ASSISTENCIA VENTILATÓRIA NA SDRA

De Acordo com a Diretriz Brasileira de Ventilação Mecânica (2013) são recomendados modos Controlados, seja, VCV ou PCV, nas primeiras 48 - 72h do ajuste da VM.

VOLUME CORRENTE(ventilação protetora)

SDRA Leve Pode-se ventilar até 6ml/kg

SDRA Moderada ou GraveVolume ajustado de 3 a 6 ml/kg de peso predito.

Homens : 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4)Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4).

PRESSÃO DE PLATÔ

Manter até 30cm H2O;

Pressão de distensão ou “driving-pressure” (P.Platô- PEEP) deve ser menor ou igual a 15cm H2O;

.

FREQUENCIA RESPIRATÓRIAInicia-se com 20 irpm;

Em casos de hipercapnia permissiva, pode chegar até 45 irpm, desde que não ocasione auto-PEEP.

FiO2 e PEEPSempre que possível, manter a

FiO2 até 60% ou o suficiente para manter a SpO2 >90%.

MANOBRA DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR

Modo PCV;Driving Pressure de 15cm H2O;Iniciar com a PEEP em 10cm H2O;Aumentar 5cm H2O a cada 2

minutos até atingir 25cm H2O;Aumentar 10cm H2O até chegar em

no máximo 45cm H2O;Baixar a PEEP para 25cm H2O e

instituir a PEEP decremental.

PEEP DECREMENTAL• Após a MRM mede-se a complacência

estática em valores decrementais de PEEP, a partir de valores de 23-26 cmH2O, até valores mínimos ao redor de 8-12 cmH2O;

• Os passos decrementais de PEEP são tipicamente de 2 ou 3 cmH2O a cada 4 minutos;

• Aumentar de 2 a 3 cm H2O da PEEP que produziu melhor complacência.

HIPERCAPNIA PERMISSIVAPermitir PaCo2 em valores acima dos parâmetros convencionais para minimizar a pressão de platô e Vt.

CUIDADO: A hipercapnia permissiva é contraindicada em pacientes com hipertensão intracraniana, insuficiência coronariana e arritmias agudas.

VENTILAÇÃO DE ALTA FREQUENCIA

Apesar de apresentar uma melhora inicial na oxigenação, seu efeito não se mantém, por isso deve ser evitada em casos de SDRA.

SURFACTANTEO surfactante é produzido pelos

pneumócitos tipo II e que diminui a tensão superficial dos alvéolos e, assim, aumenta a complacência pulmonar.

Porém, a utilização do surfactante em pacientes adultos com LPA/SDRA, não evidenciou diferença na mortalidade.

POSIÇÃO PRONAA posição prona deve ser

considerada em pacientes necessitando de elevados valores de PEEP e FIO2 para manter uma adequada SaO2

POSIÇÃO PRONA

Fonte do autor

RAIO X

Fases da Evolução SDRAFase Exudativa: 1 a 3 dias

Fase Proliferativa: 3 a 7 dias

Fase Fibrótica: após uma semana

Prognóstico Funcional da SDRAOs pacientes perderam em média

18% do peso corporal basal levando a um enfraquecimento, fadiga muscular e limitação física.

Após 12 meses da alta hospitalar

57% não tinham voltado para suas atividades normais e apresentam déficit funcional.

BIBLIOGRAFIABarbas, C. V., A. M. Isola, and A. M. Farias.

"Diretrizes brasileiras de ventilação mecânica. 2013." Associação de Medicina Intensiva Brasileira e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2013): 1-140.

Amato, Marcelo BP, et al. "Ventilação mecânica na lesão pulmonar aguda (LPA)/Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)." Jornal Brasileiro de Pneumologia 33 (2007): 119-127.

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