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Teoria da Comunicação
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Unidade I:
Unidade: Questões
Epistemológicas
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Unidade: Questões Epistemológicas
Introdução ao Estudo da Teoria da Comunicação Não é raro que toda vez que nos referimos à teoria é quase voz corrente
um ahn, ahn! de desagrado... Por que será que, quando falamos de teoria,
imediatamente nos vem à cabeça algo desagradável?
Talvez seja porque a idéia que temos de teoria é que ela é quase
sempre uma coisa chata, coisa de gente de quem não tem o que fazer, ou
ainda é coisa de elite intelectual. Mero engano. A teoria e a prática estão
intimamente ligadas e tanto uma como a outra não existiriam sozinhas.
Teorizar significa abstrair e elaborar um raciocínio lógico orientado para
um determinado fim, enquanto que a prática é o agir, tendo como pressuposto
teórico a sua linha guia de pensamento.
Então, quando a Universidade Cruzeiro do Sul adotou o slogan
„aprender na prática‟, ela sugeria que, através do conhecimento (episteme), a
prática é fundamental para experenciar a vivência do conhecimento.
Agora faz sentido?
Vejam, cada curso se apóia no conhecimento como produtor de sentidos
e significados. No caso da Comunicação Social não é diferente. Existem
disciplinas específicas que proporcionam saberes específicos, e que serão
utilizados para a formação profissional de cada um. Também é fato que
existirão disciplinas com as quais cada um terá mais ou menos afinidade e isso
não é ruim. Apenas denota afinidade pela disciplina ou ainda pelo/a
professor/a.
Mas, quando se trata de teoria de um curso, estamos nos referindo ao
conhecimento científico que o norteia, que dará sustentação às práticas
cotidianas na profissão de cada um. Então vamos conhecer um pouco de teoria
da comunicação?
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Histórico dos Meios de Comunicação no Brasil A publicidade, o jornalismo, relações públicas existem desde que a
sociedade de consumo existe e são partes integrantes do mesmo processo,
porém essas atividades eram feitas de maneira informal, sem a necessidade de
aprendizado teórico.
No Brasil, o curso de Comunicação Social passou a existir como área de
conhecimento nos finais da década
de 60, início da década de 70 e está
intimamente ligado ao
desenvolvimento dos meios de
comunicação como “produtores de
uma „cultura de massa‟”.
(POLISTCHUCK,I&TRINTA.A.R,
2003.p.13) .
Foto extraída do blog wsflnc.blogspot.com
Naquela época, o Brasil vivia a ditadura militar, mas vivia também o
período do „boom‟ da economia, e o slogan de que éramos um país do futuro. A
inflação era alta, mas os investimentos nas diversas áreas da economia
acenavam para um desenvolvimento galopante. O país se modernizava...
Brasília recentemente se tornara a nova capital do país, a indústria
automotiva crescia assustadoramente, enquanto as grandes cidades se
tornavam a promessa do futuro econômico e de uma vida voltada para o
consumo.
A televisão anunciava a cada tempo novos produtos de consumo que
iam desde carros, geladeiras até saponáceos miraculosos que deixavam a
casa um “brinco”. Crescia, portanto, a demanda de profissionais em áreas
específicas, como, na área de publicidade nas quais jovens talentos criativos
poriam essa criatividade em prática.
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O jornalismo que até então era realizado por jornalistas amadores exigia
a formação profissional dos novos jornalistas com a visão modernizante que as
empresas de jornalismo e os novos tempos exigiam. Ao mesmo tempo,
cogitava-se a idéia, a exemplo do que vinha acontecendo nos EUA, da
necessidade de ter-se nas grandes empresas que se instalavam no país a
figura profissional de relações públicas. Isto é, profissionais, que fossem
formados para articular a imagem da empresa com sociedade e Estado, dando-
lhes visibilidade e credibilidade. Esse perfil do novo profissional não ficaria
restrito às empresas, mas fariam parte também das assessorias de
comunicação que iniciavam uma terceirização dos seus serviços.
Certamente, um curso de comunicação, idealizado e pensado para as
novas necessidades de mercado viria suprir a necessidade de formar esses
novos profissionais que pudessem atender à demanda que as novas empresas
de comunicação exigiam, fossem na área de publicidade e propaganda,
relações públicas ou institucionalizar a profissão de jornalista.
Conceito de Comunicação Não bastava formar novos profissionais, era necessário entender e
separar o que é comunicação do que são meios de comunicação. Isto é,
entender o que é comunicação e distingui-la do aparato tecnológico que se usa
para comunicar algo, como transmissor.
Vejam, agora, os vários conceitos de Comunicação.
O termo comunicação deriva do latim communicatio, pode ser entendido
como comum ou igual. Se desdobrada a palavra, ela significa “atividade
realizada conjuntamente”, porque na Idade Média, nos mosteiros, havia a
prática do communicatio que era o ato de tomar as refeições à noite em
comum. Essa atividade rompia o silêncio dos monges e os colocava em
conjunto. (MARTINO,L.C,in Teorias da Comunicação, 2008 p.13)
Comunicação também pode ser entendida como ação do comum =
comum+ação. Mas observem que a comunicação não pode ser entendida
como partilha ou participação. Ela é mais do que isso, não basta ter algo em
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comum, mas entendê-la como produto de um encontro social; o processo do
qual ela faz parte está delimitado pelo tempo.
No seu sentido literal, o termo comunicação refere-se ao processo de
compartilhar um mesmo objeto da consciência.
Segundo alguns dicionários, há vários sentidos para comunicação.
Vamos conhecer alguns?
1. Estabelecer relação com alguém, alguma coisa ou entre coisas, por
exemplo, conversar;
2. Transmissão de signos através de um código, por exemplo, sinais de
trânsito.
3. Capacidade ou processo de trocas de pensamentos, sentimentos, ideias
ou informações por meio da fala, gestos , imagens, seja de forma direta
ou através de meios técnicos.
4. Pode ser a ação de utilizar meios tecnológicos, como falar ao telefone.
5. Pode ser algo que queira comunicar, como um aviso, uma notícia.
6. Pode ser a comunicação de espaços, como passagem de um lugar para
outro. Quando estamos na escola fundamental, a professora pede como
lição que se recorte as vias de comunicação que se conhece. Aí a
criança recorta um avião, um navio ou uma estrada.
7. Pode ser uma disciplina, saber, ciência ou grupo de ciências.
(Fonte: MARTINO,L.C in Teorias da Comunicação 8ª Ed.2008 p.15)
Bem, tudo isso é comunicação, porém não aquela que pretendemos
como ciência. Para Martino (id,2008p.23),
o ser humano é um ser de comunicação: consigo
(subjetividade) e com o mundo.(...) As coisas são construídas
graças à mediação de desejo, conhecimento e reconhecimento
de outrem.
Então, a comunicação é o processo básico para as relações humanas,
para o desenvolvimento da personalidade individual e o coletivo.
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A comunicação envolve:
1. um ethos que diz respeito à atitude de quem opina ou argumenta.
2. um logos que se refere à racionalidade essencial à opinião ou à
argumentação a ser defendida.
3. o phatos que é a arte de tornar apaixonante o evento de opinar e
argumentar.
Lembre-se:
A comunicação é dialógica e em permanente recomeço. É humana.
Então vejamos o que Orozco (1997) diz sobre a comunicação: é “a
diferença da ciência da comunicação (...) com outras ciências”. Para este autor,
a comunicação:
1. É um campo interdisciplinar, um fenômeno, uma prática
ou conjunto de práticas sociais,
2. É o processo e resultado, parte essencial da cultura e da
inovação cultural e que tem como suporte simbólico e material
de intercâmbio social em seu conjunto os meios de
comunicação,
3. É o lugar onde o poder é gerado e também o lugar onde
se ganha ou se perde o poder,
4. É a união e registro de agentes sociais, agências e
movimentos sociais, assim como também é ferramenta de
interlocução entre a sociedade e Estado;
5. É o espaço de conflito, conjunto de imagens, sons e
sentidos, linguagem e lógica de articulação de discursos,
dispositivo de representação;
6. É ferramenta de controle do serviço de alguns e de
exclusão de uma maioria, em busca dos benefícios do
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desenvolvimento, assim como é também a esfera
diferenciadora de práticas sociais. (OROZCO,G.G, La
investigación de la comunicación dentro y fuera de América
Latina –tendencias, perspectivas y desafios del estudio de los
medios – La Plata/Buenos Aires, Universidad de La Plata
1997, p.28)
De acordo com esse conceito tão amplo, o que são a televisão, o rádio,
o jornal, as agências de publicidade, os escritórios de assessoria de relações
públicas, etc.?
Para os teóricos da comunicação, eles são instrumentos
comunicacionais, isto é, eles levam a comunicação de um lugar para outro,
carregam informações, mas sozinhos não são a comunicação.
Charge extraída do blog blig.ig.com.br/evidencial/2008/12/05/boas-vindas/
A comunicação é um processo humano que se desenvolve há milhares
de anos, é a experiência humana sendo comunicada para seus descendentes.
Esse processo é anterior aos meios de comunicação e faz parte da cultura e da
história da humanidade. Há autores que o denominam de extensões
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comunicacionais, outros como instrumentos comunicacionais.
Tomemos como exemplo as pictografias dos homens das cavernas.
Costuma-se dizer que elas são o primeiro jornal da humanidade e cujo registro
da vida cotidiana daquela época permite a nós, nos tempos atuais, entender o
cotidiano deles. O que eles comunicaram? A vida diária, o enfrentamento com
a diversidade biológica e climática, as alegrias. Para comunicarem e
expressarem essas informações, eles usaram extensores: a parede das
cavernas, as tintas, o cinzel de silício e o próprio artista.
Então, perceba o seguinte: os meios de comunicação são mediadores e
transmissores da herança social (cultura). A herança social é a produção
cultural de um povo e que se revela por meio da aquisição de bens simbólicos,
como a religião, educação, formação do Estado e materiais, por exemplo, a
arquitetura, hábitos alimentares entre outros.
Da mesma maneira, o desenvolvimento da sociedade e seus
pressupostos teóricos influenciam diretamente as Teorias da Comunicação.
Você deve estar se perguntando: teorias? Mas a disciplina não é teoria da
comunicação? É, porém, elas estão abrigadas numa Escola, a Escola de
Comunicação; entendeu?
Atualmente, há alguns estudiosos da comunicação que preferem usar a
nomenclatura TEORIAS, já que temos uma gama de teorias que de tempo em
tempo são mais ou menos usadas, reavivadas ou reutilizadas pela ciência.
Nós usaremos a nomenclatura TEORIA DA COMUNICAÇÃO que é o modelo
europeu de pensamento comunicacional.
Ciência da Comunicação Agora uma informação importante. Você deve entender e saber desde o
início que a nossa disciplina é uma ciência. Por quê? A comunicação tem
métodos, objeto de pesquisa, definições e conceitos próprios. O caminho que
percorreremos ao estudar as teorias da comunicação se refere a práticas e
explicações racionais originadas de estudo e comprovações científicas;
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portanto, não é “achismo”, crendice ou qualquer outra denominação que
queiram dar. Ninguém aqui “viajará na maionese” como diz o ditado popular.
Ao contrário, estaremos nos apoiando em teses defendidas por estudiosos.
Poderemos discordar? Claro! O saber da ciência da comunicação não é
absoluto e tampouco existe sozinho. Esse estudo demanda vários saberes ou
disciplinas das ciências humanas e sociais para compor seu repertório teórico.
Para Martino (2008), “alguns estudiosos consideram a comunicação não
como uma disciplina, mas como uma síntese de saberes diversos” (Ibid, 2008
p.20)
As Ciências da Comunicação são formadas pelo conjunto de
conhecimentos de ordem pluridisciplinar ou multidisciplinar e que são
atualizados permanentemente.
Segundo Polistchuck&Trinta (2003):
“ a ciência e prática científica se deixam definir como um
sistema bem organizado de definições e conceitos, que se
prestam à produção de enunciados(descritivos e explicativos)
referentes a dada circunscrição do saber. (...) pode-se
compreender a ciência como um conjunto de proposições
(empiricamente testáveis) e de argumentos (logicamente
verificáveis) que dizem respeito a determinado campo de
estudos.” (POLISTCHUCK,I&TRINTA,A.R, 2003 p.27).
Dessa maneira, prática e teoria andam de mãos dadas, o que para o
comunicador é fundamental, já que ele precisará de aporte do conhecimento
(ciência) para subsidiar suas ações (prática).
Técnica e Tecnologia Muito se tem falado de técnica e tecnologia, porém na hora de as
definirmos, ficamos em dúvida qual o verdadeiro sentido delas.
De maneira muito simples, podemos dizer que os estudos científicos se
encarregam de produzir tecnologia para que os homens possam usá-la. O uso
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da tecnologia, no entanto, só é possível se houver a técnica para manuseá-la.
Por exemplo: na computação existem os softwares que são desenvolvidos por
uma ciência altamente desenvolvida e sobre os quais não temos ideia de como
são feitos, mas usamos com relativa habilidade esses softwares sofisticados. O
uso desses softwares é instrumental, porque na maioria das vezes aprendemos
a lidar com eles sem saber como eles foram desenvolvidos. A esse tipo de
aprendizagem podemos dar o nome de técnica. Temos a técnica para usá-los,
mas desconhecemos como a tecnologia foi desenvolvida.
Você, provavelmente, faz parte da geração cibernética e usa a
tecnologia o tempo todo. Vejam os jogos... Hoje há o Nintendo WI, O SPS,
SPS2 e por aí vai. Ora quem se lembra do Attari? Poucos... Há ainda os jogos
desenvolvidos para computador e então? As tecnologias surgem a partir do
progresso material de cada sociedade e elas têm uso funcional e prático e
também ideológico, já que na sociedade de consumo prevalece a lógica do ter.
(POLISTCHUCK.I&TRINTA A.R, 2003) E ter, nesses tempos, significa o mais
moderno, senão o mais caro.
Há, hoje, na sociedade, novas formas de expressar-se
tecnologicamente, são as linguagens tecnológicas e comunicacionais. Novos
códigos comunicacionais são criados para darem conta a uma demanda
superlativa de novos recursos midiáticos.
As novas criações tecnológicas, nem são tão novas, mas fazem parte do
mundo „plugado‟ 24horas, do mundo globalizado (EUA) ou
mundializado(França).
O mundo está interligado graças aos meios de comunicação. Sabemos o
que se passa no mundo em tempo real, basta ligar a internet que saberemos o
que ocorre no Brasil, França, Rússia, etc. seja no campo da sociedade, da
política ou da economia. É o mundo da velocidade da informação.
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ilustração extraída de:didaticaplicadamatematica.blog.terra.com.br
É tanta informação que muitas vezes não damos conta de tanta
demanda. A notícia da manhã fica velha na hora do almoço. Pode? Pode!
Evidentemente as notícias são veiculadas rapidamente e substituídas minuto a
minuto, basta abrir as páginas de alguns provedores da internet.
Para que esse fenômeno ocorra, as tecnologias se modernizam, se
recriam e se transformam porque a sociedade, hoje, está mediada pelos meios
de comunicação. Vejam estes exemplos: Eu não preciso mais viajar, por
exemplo, para saber da existência e do conteúdo do museu do Louvre, basta
eu acessar a página do Louvre que terei essas informações. Eu não preciso ir
de imediato à Polícia Federal para renovar meu passaporte. Agendo via online.
Uma cirurgia para retirada de nódulos mamários é feita por vídeo laparoscopia.
Enfim, nós usamos as novas tecnologias o tempo todo, porém estamos
tão acostumados com elas que não questionamos o que elas significam.
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Charge extraída do blog: http://fasbes2009.zip.net/
As novas tecnologias sustentam de certa forma as necessidades do
mundo capitalista globalizado, mas também traz contradições em seu bojo
apesar de dizerem que é democrática. Aliás, o mundo está plugado em rede.
São as „net‟ virtuais, as „networks’.
Então, será verdade que todos têm acesso às tecnologias de ponta?
Nós sabemos que não, embora se fale em sociedade democrática.
Porém os níveis de desigualdade social e econômico nas sociedades
capitalistas são muitos e nem todos tem acesso à educação e às tecnologias
que o mundo moderno oferece. Nas políticas de inclusão, o Estado prevê a
inclusão digital para as pessoas com menor poder aquisitivo na esperança de
que essas tecnologias deem o aporte profissional para elas e as incluam tanto
na sociedade como no mercado de trabalho.
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Sobre esse tema, leiam o artigo do professor Carlos Voight que está
disponível no link http://www.comciencia.br/reportagens/socinfo/info01.htm.
Fala-se, também, que a internet e a televisão são as novas praças de
discussão e formadoras de opinião pública porque são essas mídias que levam
para dentro de nossas casas os temas que deverão ser debatidos na escola,
no trabalho ou em outros lugares compartilhados por nós.
Essas novas linguagens estão sempre mudando, se renovando e
atendem à demanda do uso que a sociedade lhe confere.
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Referências
HOHLFELDT, A. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e
tendências. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
MATTELART, A.; MATTELART, M.. História das teorias da comunicação. 7. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
POLISTCHUCK,I ; TRINTA, A.R.. Teorias da comunicação. Rio de
Janeiro: Campus, 2003.
WOLF, M. Teorias da comunicação. 8. ed. Lisboa: Editorial Presença,
2003.
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Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Wildney Feres Contrera Revisão Textual:
Profª. Dra. Roseli Lombardi
www.cruzeirodosul.edu.br
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Tel: (55 11) 3385-3000
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