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Na Espanha do início do Século XX, as indústrias
mineira e metalúrgica lucraram e se expandiram
enormemente, porém, os resultados desse
crescimento não se refletiram em mudanças nas
condições sociais.
A agricultura continuou em mãos de latifundiários.
A Igreja Católica se posicionava contra as reformas
sociais e se aliava aos interesses da elite agrária.
Nesse contexto de insatisfação popular, o movimento
operário cresce e se espalha pelo país.
O Anarquismo* se torna a tendência política mais
popular entre os operários.
Os sindicatos, além de usar a ação direta como meio
para defender os interesses dos trabalhadores, criam
escolas e várias atividades educativas, que procuram
suprir a inexistência de uma educação pública estatal.
Anarquismo: teoria social e política que não aceita a
submissão da sociedade aos poderes governamentais e
à autoridade do Estado.
A coexistência entre as organizações operárias, a
Igreja e as elites se dava de maneira violenta.
A Confederação Nacional do Trabalho (união de
sindicatos anarquistas) é considerada ilegal e seus
militantes perseguidos não só pela polícia, mas
também por assassinos de aluguel.
Por sua vez, organizações como o grupo
anarquista Los Solidarios são criadas com o intuito
de assassinar personalidades favoráveis à
repressão, incluindo clérigos, e incentivar
insurreições armadas contra a ordem vigente.
Muitos latifundiários fugiram para o exterior,
abandonando suas terras.
Neste contexto, terras começaram a ser ocupadas
pelos camponeses, e em muitas localidades, a
cultivaram coletivamente.
O governo, temendo provocar uma revolta ainda
maior, decidiu enviar às ocupações engenheiros
agrônomos ao invés de soldados.
Com a iminência do golpe de Estado, as tensões
entre Igreja e trabalhadores aumentou. A Igreja
incitava à violência armada, enquanto que igrejas
eram queimadas e conventos invadidos.
Com a fuga de muitos capitalistas, temendo uma
iminente guerra civil, empresas começaram a ser
"coletivizadas", isto é, a ausência do patrão era
resolvida com o recurso à autogestão. Os próprios
trabalhadores se organizavam em democracia
direta para gerir as empresas.
Ao amanhecer do dia 19 de Julho de 1936, os
confrontos entre exército e trabalhadores já
haviam começado.
Os militares iniciaram uma tentativa de Golpe de
Estado, enquanto a população se armava para
impeli-lo, e posteriormente, estabelecer uma nova
forma de organização social.
Os combates duraram até a manhã do dia 20.
Com o governo hesitando e os militares rebeldes
atacando, muitos soldados e policiais se juntaram
aos trabalhadores para lutar a seu lado e impedir o
golpe.
No dia 20, igrejas foram queimadas. Clérigos foram
perseguidos. De fato, até dinheiro foi queimado.
Os ataques foram direcionados aos símbolos da
antiga sociedade, que deveria ser substituída por
outra, com outros valores.
As casas de burgueses eram invadidas e saqueadas.
Praticamente toda a economia de Barcelona caiu
em mãos dos sindicatos.
Os hospitais foram os primeiros a se autogerirem,
seguidos das padarias, indústrias farmacêuticas,
campo, indústrias metalúrgicas, companhias
marítimas, estradas de ferro, bondes e
ônibus. Conselhos operários foram organizados para
coordenar tudo, de milícias a cabeleireiros.
O exemplo dos cabeleireiros ajuda a ilustrar o que
estava ocorrendo na economia: antes da Revolução,
havia muitas barbearias pequenas, muitos
desempregados, e os tinham emprego trabalhavam
muitas horas por dia. Após terem tomado posse das
barbearias, os cabeleireiros decidiram fechar várias
delas, reduzindo a competição entre locais próximos.
Além disso, todos os barbeiros foram admitidos,
resultando na diminuição das horas de trabalho para
cada indivíduo. Como o lucro deixou de ser subtraído
pelo patrão, eles passaram a receber mais, e a poder
reinvestir em seus instrumentos de trabalho,
melhorando o atendimento.
“Comandantes” eram eleitos pelos próprios
habitantes, e seu mandato poderia ser cancelado a
qualquer momento, se estes perdessem a confiança
de seus conterrâneos. A disciplina era livremente
aceita. "Nós o seguimos porque ele se comporta
bem. Se ele mudasse, nós perderíamos o respeito e
o deixaríamos".
Mulheres passaram a frequentar lugares públicos
antes vedados a elas. Os hospitais passaram a fazer
abortos. Mulheres começaram a ser treinadas para
conduzir bondes.
Em várias localidades o dinheiro foi abolido ou
substituído por cupons de consumo. O objetivo era
tornar gratuito tudo que fosse possível, e racionar
o que não fosse, de forma que ninguém pudesse,
por exemplo, adquirir sapatos novos todo mês,
mas que tivesse acesso a um par novo quando
precisasse. Essas mudanças eram decididas pelo
próprio povo do lugar, jamais impostas de fora.
Ajudados ativamente por países como
Alemanha, Itália e Portugal, os militares
retornaram a vencer as guerrilhas.
Foi posto em prática um bloqueio comercial à
Espanha Republicana.
Perseguições e assassinatos políticos ocorreram,
principalmente contra comunistas e anarquistas
A guerra durou até 1 de Abril de 1939, e a
Revolução foi esmagada militarmente.
Antecedentes
Início
A Revolução
Fim
Um golpe militar apoiado pelas forças de direita
provocou, em 1936, a divisão da Espanha em duas
facções guerrilheiras. Durante três anos, os grupos
anarquistas/comunistas se organizaram em
sindicatos e lutaram contra o avanço das forças
militares, que após receber o apoio de outros
países finalmente obteve o controle de toda
Espanha.
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