HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS AFRICANOS + REINOS DE SAHEL

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História cultural dos povos africanos

JOÃO PEDRO SCHMITZ

História da África no Brasil

Mapa da África no século XVII

A maioria dos países que compõem o continente africano apresenta muitas similaridades com o Brasil. Com relação aos aspectos humanos em comum, podemos destacar o processo de ocupação realizado pelos europeus, fundamentado na exploração e pilhagem de recursos naturais, período conhecido como colonialismo.

A ocupação europeia privilegiou a produção de matérias-primas e introduziu diversas atividades ligadas ao setor primário, como a extração de madeira e as monoculturas de produtos tropicais, também conhecidas como plantations.

A colonização de exploração adiou a industrialização dos países ocupados e contribuiu para o subdesenvolvimento econômico e social, características que são compartilhadas entre o Brasil e todos os países africanos.

Ainda durante o processo de colonização, outro elemento começou a aproximar a África do Brasil: a escravidão da população negra. A migração compulsória de pessoas de etnias negras africanas para o Brasil trouxe ao país cerca de 4 milhões de trabalhadores escravos, que foram empregados principalmente nas atividades ligadas aos ciclos econômicos, como o da cana-de-açúcar no Nordeste e a mineração e o café no Sudeste. 

No Brasil o desprezo pela história africana foi nutrido pelo preconceito étnico decorrente de 300 anos de prática da escravidão dos povos africanos.

O império de Sahel

Cerca de um terço do continente africano é ocupado pelo Deserto do Saara, onde, na Antiguidade, floresceram civilizações esplendorosas, como o Egito e os reinos da Núbia. Porém, outros povos também foram destaque na história do continente africano.

Foram civilizações que se desenvolveram na porção ocidental da África, em uma faixa de terra situada entre o Deserto do Saara e uma grande floresta tropical, que vai do Oceano Atlântico ao Mar Vermelho. Essa civilizações ficaram conhecidas como reinos sudaneses.

Império de Gana

O Reino de Gana ficava na região oeste da África, na área que compreende hoje o Mali e o sul da Mauritânia, alcançou seu ápice entre os séculos VII e XI. Através da captação dos recursos naturais, principalmente ouro e metais preciosos dos territórios dominados pelo reino, transformou-se na principal autoridade econômica da região.

O poder do rei de Gana provinha da enorme quantidade de ouro produzida em seu reino. Este monopólio permitiu aos Soninques (etnia predominante) construir e manter enormes cidades, além de uma capital com uma população estimada em 15.000 habitantes. A produção do ouro era usada, também, para desenvolver outras atividades econômicas, tais como a tecelagem, a ferraria e a produção agrícola.

O esgotamento das minas de ouro e os conflitos políticos e religiosos teriam acelerado a decadência do Reino de Gana. Além disso, após o século VIII, a expansão islâmica ameaçou a estrutura centralizada do governo. A partir de então, os reinos de Mali, Sosso e Songai disputariam a região.

Império de Mali

O Império Mali foi um estado africano localizado no Noroeste da África, perto do Rio Níger, e que teve seu domínio durante os séculos XIII e XIV.

O império acumulou grandes territórios, formando uma confederação de tribos mandingas, que submeterem vários povos ao pagamento de impostos ao seu rei, o mansa.

Convertidos ao islã, os mandingas são considerados os continuadores do Reino de Gana, responsáveis por desenvolver o comércio e uma vida urbana intensa , destacando –se a cidade de Tombuctu.

Tombuctu tinha uma posição privilegiada no cruzamento de rotas comerciais tornou-a um importante centro cultural, tendo, inclusive, uma espécie de universidade islâmica (madrassa).

O império começou a declinar no século XV. Algumas das cidades se rebelaram contra os governantes e outras foram atacadas pelos povos vizinhos. Em 1550, o Império do Mali havia perdido grande parte de seu poderio. Seu nome permanece hoje no moderno país chamado Mali.

Império Songai (Gao)

O Império Songai controlou o comércio na maior parte da África ocidental durante os séculos XV e XVI. Songai enriqueceu comerciando ouro e sal através do rio Níger e das terras desérticas do Saara. Gao era a capital e tinha cerca de 100 mil habitantes.

Por sua localização geográfica no centro do Sahel sudanês, o Império Songai era uma região privilegiada para o comércio. O Níger, que o atravessava de oeste para leste, facilitava as comunicações, e seu vale fértil era intensamente cultivado. Assim, distinguem-se dois setores econômicos, um rural e tradicional, e o outro urbano e comercial.

O império prosperou até o final do século XVI. Então, o exército de um reino da costa noroeste da África, o Marrocos, começou a conquistar o império Songai, que por possuir exército inferior além de armas acabou sendo destruído. O povo fora das cidades continuou a lutar contra os marroquinos, mas não conseguiu restaurar o império.

Império Benin

É conhecido como Império do Benim ou Império Edo um antigo estado da África Ocidental que existiu de 1440 a 1897, onde hoje localiza-se a República Federal da Nigéria. A capital do império era a cidade de Benim, fundada em 1180.

Entre 1480 e 1504 o rei estabelece relações comerciais e diplomáticas com Portugal, em meio às explorações do país europeu, que vinha estabelecendo contato com os mais diversos povos do litoral africano.

Lá, os europeus, além dos portugueses, através dos séculos, beneficiaram-se do comércio com este rico estado africano, obtendo em especial bronze, prata, cobre, pimenta, produtos têxteis e principalmente escravos.

A decadência de Benim ocorreria entre os séculos XVIII e XIX, sendo este estado africano finalmente desmantelado em 1897 pelo bombardeamento de uma frota inglesa, sendo que os seus obas (líderes espirituais) até hoje retém uma espécie de poder e influência.

Império do Congo

Seu desenvolvimento ocorreu na costa oeste da África ao longo do curso do rio Zaire. Assim como várias outras culturas dessa região, o Reino do Congo tinha por base cultural a etnia banto.

A centralização estatal do Reino do Congo e seu controle sobre a produção econômica da costa oeste africana ocorreram ao longo do século XV, coincidindo, assim, com a consolidação do Império Ultramarino Português. Assinalar essa comparação é importante, haja vista que foi com os congoleses, além de outros povos, que os portugueses travaram contato comercial na África durante quase toda a modernidade. O tráfico de escravos, inclusive, foi movimentado por meio das articulações feitas entre esses dois impérios.

Além do tráfico de escravos, as principais atividades comerciais do Reino do Congo giravam em torno do escambo de mercadorias como o sal, tecidos e metais. Um dos principais reis do Congo, conhecido como Manicongo, converteu-se ao cristianismo na década de 1480. Contudo, a relação entre lusos e bantos desencadeou violentos conflitos, que culminaram na derrota congolesa.

Presença europeia na África durante a Idade Moderna

O processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.

No século XIV, exploradores europeus chegaram à África. Lá estabeleceram contato com chefes locais que trocavam inimigos capturados em guerra por mercadorias, como tabaco e aguardente.

No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colônias. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha e a Itália.

Porém os as potencias europeias não cuidaram não cuidaram com a divisão correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas.

A ocupação da África pelas potências europeias prosseguiu até depois do final da Segunda Guerra Mundial, quando as colónias começaram a obter a independência, num processo que se chamou descolonização.

Identidade afro e contribuição cultural no Brasil

Atualmente, é notória a influência africana em nossa sociedade na cultural em geral, como nos elementos incorporados pela língua portuguesa, hábitos alimentares e crenças religiosas.

O samba, a capoeira, o candomblé, o frevo, berimbau são exemplos de contribuições afros para o Brasil. Na culinária destaca-se o acarajé, farofa e a canjica.

Centro de Educação ObjetivoProfessor: André Aluno: João Pedro SchmitzSérie: 3 ano do E.MMatéria: História

Pinhalzinho, Santa Catarina

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