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LUCIANA DA SILVA TORTURELLO DE CARVALHO
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE E DO DIÁLOGO NO DESENVOLVIMENTO DO
TRABALHO ESCOLAR NO CIEP 483- ADA BOGATO MUNICIPALIZADO
Volta Redonda, 2012
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LUCIANA DA SILVA TORTURELLO DE CARVALHO
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE E DO DIÁLOGO NO DESENVOLVIMENTO DO
TRABALHO ESCOLAR NO CIEP 483- ADA BOGATO MUNICIPALIZADO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Ciências Humanas da UNIRIO, como requisito para obtenção do grau de Pedagogo.
Orientador: Bruna Vianna da Cruz
Volta Redonda, 2012
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LUCIANA DA SILVA TORTURELLO DE CARVALHO
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE E DO DIÁLOGO NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR NO CIEP 483- ADA BOGATO MUNICIPALIZADO
Avaliado por:
__________________________________
|Bruna Vianna da Cruz
__________________________________
Carolina Alonso Morgado
Data da apresentação 11/ 08/ 2012
Volta Redonda, 2012
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DEDICATÓRIA
Ao Deus que guia sempre meus passos e aomeu esposo pelo carinho, paciência ,
apoio e compreensão.
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“Não se pode falar em educação, sem amor.”
Paulo Freire
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RESUMO
O diálogo e o afeto são ingredientes importantes na formação de uma pessoa, o presente trabalho trata da importância destes dois ingredientes no desenvolvimento do trabalho escolar no CIEP 483 – Ada Bogato Municipalizado, escola localizada em comunidade carente na cidade de Barra Mansa, localizada no interior do estado do Rio de Janeiro. Através do diálogo e da afetividade as pessoas se sentem importantes, sentem-se amadas e felizes, numa localidade onde a violência está presente diariamente na vida das pessoas, uma prática educacional dialógica e afetiva mostra uma realidade diferente da vivenciada pela comunidade escolar, e através deste exercício diário de convivência do bem tratar as pessoas vão se tornando melhores, mais maleáveis e abertas a mudanças e novas perspectivas, em busca de um crescimento pessoal para a construção de conhecimentos significativos para um melhor desenvolvimento de todo processo de ensino e aprendizado.
Palavras-chave: Afetividade; Diálogo; Educação.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1 – A ESCOLA E A ATUALIDADE 10
CAPÍTULO 2 – AS RELAÇÕES ESCOLARES 11
2.1- A AFETIVIDADE 12
2.2- O DIÁLOGO 15
2.3- AAFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA PRÁTICA EDUCATIVA 16
CAPÍTULO 3- OBJETO DA PESQUISA - CIEP 483- ADA BOGATO
MUNICIPALIZADO 19
3.1– A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA VISÃO DOS ALUNOS 21
3.2-A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA VISÃO DOS EDUCADORES 23
3.3- A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA VISÃO DOS PAIS 26
CONCLUSÃO 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 30
ANEXOS 31
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INTRODUÇÃO
“Segundo Freire, para ser válida toda educação, todo ato educativo, deve necessariamente estar precedido de uma reflexão sobre o homem.”(Saltini, 2008,pág.63)
O presente trabalho é uma pesquisa qualitativa composta por duas partes uma
parte de pesquisa bibliográfica para embasamento teórico dos assuntos tratados e uma
parte de pesquisa de campo, feita através de observações e questionamentos com a
participação de pessoas ligadas ao CIEP 483 – Ada Bogato Municipalizado, local para
onde o trabalho foi direcionado, a fim de trazer a tona reflexões sobre a importância do
diálogo e da afetividade no desenvolvimento do trabalho escolar.
Na sociedade atual, as transformações vêm causando muitas mudanças na vida
das pessoas, de um modo geral mudaram-se valores, as formas de organização familiar,
o papel da mulher – que agora faz parte do mercado de trabalho. Com tantas inovações,
muitos problemas de cunho social também vieram à tona, a sociedade está mais
apressada, mais ocupada, a violência em suas diferentes formas também tem aumentado
e, principalmente, em comunidades periféricas onde o tráfico de drogas, o desemprego,
a gravidez na adolescência, o alcoolismo, dentre outros problemas sociais tem tornado a
vida muito difícil para essa parte da população.
Na escola as crianças refletem toda sua vida, por isso surge à necessidade de se
reinventar uma nova maneira de se desenvolver o processo educativo em busca de
novas reflexões para buscar um melhor processo de ensino-aprendizagem dos alunos em
questão.
A pesquisa foi realizada através de um questionário aplicado aos professores de
diferentes modalidades de ensino, pais e alunos da referida Unidade Escolar, para que
assim se realizasse um levantamento de dados reais de como a comunidade escolar
vivencia uma prática dialógica e afetiva e qual sua real influência no desenvolvimento
do trabalho escolar, através da opinião dessas pessoas envolvidas, foi possível refletir
tendo como base o diálogo e a afetividade, para que assim pudéssemos visualizar novas
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perspectivas de ensino e desenvolvimento de um processo educativo significativo e
produtivo.
No primeiro capítulo vamos analisar as modificações pelas quais a escola foi
passando no decorrer do tempo e espaço, no inicio uma escola destinada a uma pequena
parcela da população detentora de um poder social e econômico, até os dias de hoje
onde é destinada a maior parte da população com apoio de leis especificas para que se
faça suprir a necessidade da sociedade, assim como a ampliação de suas possibilidades
de não apenas ser um local onde se transmite conhecimentos , mas um local onde se
busque uma formação mais ampla do ser humano, propiciando assim um
desenvolvimento físico, psicológico, cognitivo e social. Enfim uma formação completa
em toda sua complexidade.
No segundo capítulo abordaremos as relações escolares. Primeiro destacaremos
a afetividade e sua importância para o desenvolvimento do ser humano desde seus
primeiros anos de vida, bem como a utilização do diálogo para que a pessoa se sinta
parte do grupo em que está inserido e se relacione com o mesmo, desenvolvendo assim
sua socialização, e a importância da afetividade e do diálogo no seu desenvolvimento
escolar.
No terceiro capítulo vamos analisar o objeto desta pesquisa analisando assim as
peculiaridades da instituição escolar como base deste trabalho o Ciep 483- Ada Bogato
Municipalizado, e como uma prática educativa pautada na afetividade e o diálogo foram
importantes para acontecerem mudanças significativas no desenvolvimento de seus
alunos e no relacionamento comunidade e escola, expondo um levantamento de dados
demonstrando como os pais, funcionários e alunos, se posicionaram diante de tal prática
educativa, se é válido, como lidam com os problemas ligados a violência que surgem no
dia-a-dia escolar e como a afetividade e o diálogo influenciam para o desenrolar desses
impasses que vão surgindo. Sendo assim, analisaremos a posição dos membros
envolvidos no processo educativo e suas opiniões.
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CAPÍTULO I - A ESCOLA E A ATUALIDADE:
“É fundamental diminuir a distância do que se fala e do que se faz de tal maneira que num dado momento a tua fala já seja tua prática”. (Paulo Freire,1996,pág 39)
A sociedade em que vivemos, com o passar dos tempos, vem sofrendo muitas
modificações. A escola, por sua vez, parte atuante da nossa sociedade, também vem
sofrendo significativas transformações, principalmente nas últimas décadas.
Antigamente, a escola era direcionada apenas para uma elite detentora de poder,
que valorizavam a educação escolar até mesmo para se manter no poder e assim
permanecer neste patamar privilegiado. Com as mudanças nas leis que a regem,
principalmente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 (LDB),
onde a escola é peça chave para o crescimento do país, para realização dos desejos e
anseios de uma população consciente, uma escola baseada nos princípios democráticos,
capaz de gerar discussões de ideias, de ouvir e permitir a participação de todos
envolvidos nos processos educativos. Enfim, com a criação dos Projetos Políticos
Pedagógicos, Colegiados Escolares, Grêmios Estudantis, juntando a tudo isso os
avanças industriais, científicos e tecnológicos a escola foi ganhando destaque e se
transformou na principal instituição de educação de nossos tempos. Hoje, a escolaridade
é um requisito básico para qualquer ser humano se realizar pessoal e profissionalmente,
várias legislações demonstram essa participação da escola na plena formação do
indivíduo e de todas as crianças:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício de cidadania e sua qualificação para o trabalho.(Artigo2º- LDB 9394/96)
A escola de hoje ainda precisa passar por muitas mudanças para desenvolver seu
papel de uma educação integral, ou seja, um processo ensino-aprendizagem cada vez
mais complexo envolvendo as áreas cognitivas, afetivas e psicomotora dos nossos
alunos.
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“É provável que em nenhum outro período da história humanidade tenham ocorrido tantas e tão significativas mudanças nas relações familiares, e no comportamento humano em geral, como em nossa época”. (Osório e Valle, 2002, pág.17)
O desenvolvimento tecnológico vem causando grandes transformações em nossa
sociedade, as famílias, principalmente, vem se transformando com o passar dos tempos.
Hoje existem diversas formações de família: as mulheres agora são atuantes no mercado
de trabalho, muitos valores éticos e morais, foram modificados, e até mesmo
desvalorizados, enfim uma parte da sociedade atual, a escola atual precisa se adaptar a
todas essas modificações, e criar novos meios de lidar com suas novas demandas.
Assim há a necessidade da escola buscar meios para desenvolver plenamente
seus novos e diversificados papéis, pois podemos observar que junto com todo esse
desenvolvimento tecnológico e social, também vem crescendo a violência em suas
diferentes faces, o desemprego, a banalização da sexualidade precoce, e, portanto, a
escola cada vez mais precisa estar preparada para vivenciar e se posicionar diante de
todas estas transformações.
Quando analisamos estes diversificados papéis que hoje são responsabilidades
da escola, vemos que realmente seus currículos estão sobrecarregados e seus
profissionais nem sempre estão preparados para lidar com tantas novidades, com tantas
mudanças e em tão pouco espaço de tempo, a escola precisa criar novas estratégias para
que não se perca diante de tantas diversidades culturais, sociais, tecnológicas,
econômicas, isso porque, muitos os problemas da sociedade atual refletem de alguma
maneira dentro do espaço escolar.
Em primeiro lugar, a educação não é uma transmissão de informações, de saber ou até mesmo de uma conduta, mas, sobretudo, uma iniciação à vida derivada da “digestão” das informações. (Saltini, 2008, pág. 33)
Assim, a escola como Instituição de Educação precisa estar atenta a este
desenvolvimento complexo do ser humano, procurando se organizar pedagogicamente
para atender todas as necessidades e demandas dos tempos atuais.
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CAPÍTULO 2 – AS RELAÇÕES ESCOLARES
“Posso afirmar, portanto, que o homem é sempre o resultado,
da ação de transformação da realidade e de sua adaptação a ela,
seguido de sua capacidade de transformá-la.” (Saltini, 2008, pág.26)
Neste capítulo vamos abordar como a afetividade e o diálogo são componentes
fundamentais na formação do ser humano, pois precisam estar presentes desde muito
cedo na vida de uma pessoa para que assim a mesma se desenvolva saudavelmente e se
sinta amada e compreendida desde seus primeiros contatos sociais. O ser humano é um
ser que necessita dessa socialização, pois para viver em sociedade e se sentir parte dela
precisa desde muito cedo se exercitar socialmente.
O primeiro contato de uma pessoa geralmente é sua família, então é nela que a
criança vai ter seus primeiros experimentos de socialização. Quando a criança convive
desde cedo com a afetividade e o diálogo ela se sente amada e respeitada, o que
colabora para que seu desenvolvimento seja bem sucedido, a criança reflete em seus
convívios sociais a maneira como se comporta com seus familiares que são na verdade
seu primeiro meio social.
Depois da família, a escola vai ser a próxima grande instituição onde a criança
vai desenvolver suas possibilidades de socialização. É na escola que ela vai exercitar
sua sociabilidade, pois na mesma ela precisará conviver com diferentes regras e com as
particularidades de seus colegas oriundos de outros grupos familiares. Assim em sua
vivência diária a criança vai se adaptando a novas regras sociais e novos tipos de
convívios e essa nova realidade bem trabalhada a partir de uma prática dialógica e
afetiva torna-se mais sutil e prazerosa.
2.1 A AFETIVIDADE:
O ser humano é um ser social, então, desde seus primeiros contatos com a
família e seu meio, ele vai desenvolvendo seu relacionamento com o outro e consigo
mesmo, por ser social todo o desenvolvimento humano se dá com as diferentes formas
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de convívio, que com passar dos anos podem agir positiva ou negativamente na
formação do caráter, ou seja, seu modo de agir e ver o mundo, seus valores e princípios
morais e éticos.
“Descobrir o homem que somos não é precisamente um ato intelectual, mas uma experiência existencial que dificilmente poderá ser expressa por palavras. Ao descobrir o homem que sou , terei descoberto o outro como ele é .Esquece –se ou não se percebe que o pensamento não nasce da razão.(Saltini,2008, pág 15)”
Assim sendo somos seres afetivos, a palavra tem diversos significados podemos destacar entre eles:
“Latim afficere, afectum produzir impressão. Composto da partícula ad = em, para; e facere = fazer, operar, agir, produzir. Afetividade vem do Latim afficere ad actio, onde o sujeito se fixa, onde o sujeito se liga, ou ainda Latim affectus particípio passado do verbo afficere. Tocar, comover o espírito e, por extensão, unir, fixa.” (Wikipédia, 2012).
A afetividade neste sentido se refere na maneira de como a pessoa é afetada,
tanto pelos suas reações internas e/ou pelos estímulos externos do meio no qual se
encontra e como a mesma reagir em relação a eles, assim de acordo com suas reações o
seu desenvolvimento vai acontecendo gradualmente de maneira positiva ou negativa.
A escola tem como um dos seus objetivos promover o desenvolvimento da
convivência social de seus alunos, assim a afetividade entre os pares precisa ser
trabalhado desde cedo para que esta convivência social alcance êxito. Não há como se
trabalhar o ser humano compartimentado, entre cognitivo e afetivo, as duas dimensões
se complementam e se compactuam durante todo o desenvolvimento do ser humano,
Saltini (2008; 16) enfatiza:
As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores.
Visto que, como enfatiza o autor, o amor precisa fazer parte da formação do ser
humano, a escola quanto instituição educativa que prepara o individuo para a vida
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precisa se ocupar cada dia mais de uma formação integral do individuo passando por
todas as suas dimensões intelectuais e emocionais.
A maioria das ações do ser humano nascem de seus pensamentos, e a base do
pensamento esta permeada de emoções, quando o pensamento é criado sobre bases
afetivas tem maiores possibilidades de desenvolver um ser com maiores facilidades de
conviver socialmente, ainda como relata Saltini (2008; 16)
Todo conhecimento começa com um sonho. Mas sonhar é coisa que não se ensina. Brota das profundezas do corpo como a água brota das profundezas da terra. É das pulsões, dos desejos, das faltas e das ausências que cada ser humano é levado a ter vontade de buscar e ,para tanto pensar. Poderíamos afirmar que a “proteína mínima” de qualquer educação é composta de três elementos: o pensar, o perceber e o comunicar-se.
O pensamento seria a base de toda nossa formação, mas ainda com as
colocações de Saltini (Ibidem 2008:16), podemos verificar que um encontro de amor,
seja ele com um objeto ou mesmo com o outro, nasce e transforma-se a vida; mudam-se
os destinos, tira-se do nada um mundo de projetos que antes não existiam. Assim o ser
humano por essência é um ser cheio de sentimentos e emoções, e não há como separar
as dimensões, por ser ele um único ser.
Por isso, a importância da afetividade na formação do individuo que é desde
muito pequeno no seio de sua família tratado, na maioria das vezes, com carinho e
atenção, a afetividade faz parte da formação do individuo de forma precisa e essencial.
Uma criança com seus sentimentos e emoções bem equilibrados certamente terá
um bom desenvolvimento escolar, o equilíbrio emocional não somente nas crianças,
mas mesmo no adulto facilita o desenvolvimento do ser humano nas diferentes etapas
de sua vida, sendo no meio profissional, pessoal, familiar e social, e com a criança não é
diferente uma criança que se encontra mal amada, maltratada, desestimulada vai
apresentar dificuldades em algum momento de seu desenvolvimento.
É preciso ter-se sempre em mente o entendimento de que o homem é um ser uno indiviso e que seus comportamentos conscientes traduzem, ao mesmo tempo, os três aspectos: cognição, afetividade e psicomotor. (Luck & Carneiro, 1985, pág.20)
No ambiente escolar espera-se que o aluno se sinta feliz, estando assim apto a se
desenvolver plenamente, por isso a necessidade de um ambiente saudável onde as
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interações se tornem agradáveis e enriquecedoras, objetivando um bem-estar do aluno,
que interagindo com o meio e com o outro satisfatoriamente, já que sabemos que esta
interação é fundamental para o seu desenvolvimento com um todo. Saltini(2008:29)
Gostaríamos de fazer com que a educação fosse uma via para a doação do homem a si mesmo; um trabalho de amor, dando ao próprio homem aquilo que lhe pertence, ou seja, a sua capacidade de inventar, criar, fazendo coisas novas, criticando o que existe, buscando novos caminhos e aprendendo a descobrir por ele mesmo.
O desenvolvimento de qualquer ser humano se dará mais plenamente se ele se
sentir amado, respeitado e valorizado, pois durante todo o processo de ensino
aprendizado ele também interage com objetos e com os outros transmitindo seus
sentimentos e emoções, então assim com atividades e relações permeadas de afetividade
seu desenvolvimento se dará mais plenamente.
2.2. O DIÁLOGO:
“Não há também diálogo, se não há uma intensa fé nos homens. Fé no poder de fazer e refazer. De criar e recriar”. ( Freire,2005, pág. 93)
Quando falamos em educação, logo pensamos nas possibilidades do diálogo,
troca de experiências, através de um convívio social agradável e prazeroso, como já
citamos diversas vezes anteriormente o ser humano é um ser social e sociável, e se
desenvolve com a relação que exerce com seu meio e seus semelhantes. Então, a
interação se dá através do diálogo, diálogo no sentido de falar com o outro, escutar o
que o outro fala e assim criar possibilidades de trocas, de crescimento pessoal,
profissional e social. Podemos destacar o significado da palavra diálogo como:
Diálogo é uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. Como tal, é a principal forma de criação do teatro (embora o monólogo tenha neste gênero de arte também o seu lugar de destaque). Para existir diálogo tem de existir um locutor e um interlocutor e/ou iálogo (do grego diálogos [διά = através e λογόι = palavra, conhecimento] , pelo latim dialogus) – 1. Entendimento através da
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palavra, conversação, colóquio, comunicação. 2. Discussão ou troca de idéias, conceitos, opiniões, objetivando a solução de problemas e a harmonia. (Wikipédia, 2012)
Como podemos observar diálogo é uma conversação entre pessoas, troca de
idéias, opiniões, conceitos,segundo Freire(2005) não existe diálogo sem amor, fé nos
homens, esperança, humildade e sem um pensar crítico, assim em suas colocações são
destacadas tais perspectivas dialógicas.
Ao fundar-se no amor, na humildade e na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de um polo no outro e consequência obvia. Seria uma contradição se, amoroso, humilde e cheio de fé, o diálogo não provocasse este clima de confiança entre seus sujeitos. (Freire, 2005, pág.94)
O ato de educar precisa, ser um ato de confiança, por isso a necessidade do
diálogo que acima de tudo vem fortalecer os laços entre as pessoas. O primeiro contato
da criança é o seu convívio com sua família, se a criança desde cedo for apresentada a
uma educação dialógica, não apresentará dificuldades em se relacionar mais tarde com
outras pessoas que estão fora de seu circulo familiar. Depois da família, a escola seria
seu segundo local de maior convívio social. Na escola, desde cedo, a criança precisa se
desenvolver socialmente, pois convive com muitos colegas diferentes, e se não for bem
trabalhada pode apresentar dificuldades de adaptação a essa sua nova realidade, a
escolar. A melhor maneira de buscar esse desenvolvimento dialógico é através do
exemplo, ou seja dialogando com ela, quando nos mostramos abertos ao diálogo,
conseguimos mais sucesso com outras pessoas. Somos seres inacabados e estaremos
sempre enquanto existirmos em busca de nossa plenitude, assim desde cedo a escola
precisa levar a criança a aprender a respeitar as diferenças, vencer os preconceitos e
aceitar as particularidades de cada pessoa com quem convive por isso a necessidade de
desenvolver esta prática dialógica, que será aperfeiçoada no exercício diário, de amor e
generosidade pelo próximo,buscando assim se tornar a cada dia uma pessoa melhor,
como destaca o autor:
Seria impossível saber-se e não se abrir ao mundo e aos outros a procura de explicação, de respostas e de múltiplas perguntas. O fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da incompletude. O sujeito que se abre ao mundo e aos outros
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inaugura com seu gesto de relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na história. (Freire, 1996, pág 136)
2.3. A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA PRÁTICA EDUCATIVA
Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. (Freire,2005, pág. 91)
O diálogo e a afetividade andam de mãos dadas no processo educacional, como
vimos anteriormente neste trabalho, o ser humano é um ser sociável que precisa
interagir para que seu desenvolvimento se faça de maneira plena e complexa, e através
do diálogo é que nos tornamos donos do nosso pensar, expressamos nossas opiniões e
assim nos tornamos pessoas capazes de viver em sociedade. O ser humano como ser
sociável e afetivo, vive em sociedade sendo capaz de criar laços, conviver e expressar
seus sentimentos e opiniões por isso ele vai se desenvolvendo com pessoa, aprendendo
e ensinando e se tornando um ser mais complexo todos os dias.
Acredito que, de um encontro de amor, seja ele com um objeto, ou mesmo com o outro, nasce e transforma-se a vida; mudam-se os destinos, tira-se de nada um mundo de projetos e ideias que antes não existiam. Nasce uma espera, consolida-se um tempo e apalpa-se um espaço. As pulsões se transformam e sublimam-se e, assim educamos para si e para o seu meio. (Saltini,2008,pág. 16)
A escola, como a família, é uma instituição de extrema importância na formação
de uma pessoa, passamos grande parte de nossas vidas dentro da escola. E assim sendo,
ela precisa ser um local onde gostamos de estar. Depois da família, é através da escola
que os indivíduos se socializam. É na escola que praticamos nossas primeiras
experiências como cidadãos. Nela podemos participar de atividades expondo opiniões, e
se posicionando sobre diversos assuntos, através de um exercício dialógico diário, nos
sentimos mais a vontade de sermos nós mesmos, mostrando nossos anseios, medos,
dúvidas. Todo ambiente escolar onde o diálogo e afetividade se faz presente torna-se um
ambiente propício ao crescimento e enriquecimento individual, pois se torna um lugar
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onde não precisamos temer e sim ter coragem de sermos nós mesmos sem medo de
preconceitos e repreensões pelo que pensamos e somos.
Uma pessoa quando é bem tratada e valorizada, se sente confiante e uma pessoa
feliz consegue se desenvolver melhor, sem medo de errar, pois é e através dos erros e
acertos é que aprendemos cada dia mais. Uma escola onde a prática do diálogo estimula
a liberdade de se expressar, ajuda no exercício de cidadania, sendo um papel
fundamental de a escola fazer com que o individuo sinta-se parte de um processo
educativo que mais tarde vai refletir em tomadas de decisões por toda sua vida. Uma
pessoa bem resolvida emocionalmente tende a ter um maior equilíbrio para resolução de
problemas.
Se o diálogo é o encontro dos homens para ser mais, não pode-se fazer na desesperança. Se os sujeitos do diálogo nada esperam do seu quefazer, já não pode haver diálogo. O seu encontro é vazio e estéril. (Freire, 2005, pág.95)
Hoje quando ligamos a televisão, ou mesmo no nosso dia a dia nos deparamos
com muitos acontecimentos que demonstram como a violência está intimamente
inserida em nossa sociedade, a violência em todas as suas multifaces, a violência verbal,
física,psicológica, visual,com a correria do diária, muito das vezes nem tomamos nota
disso, achamos comum na rua as pessoas se agredindo no transito, o filho destratando os
pais e vice-versa, um motorista de ônibus que não para no ponto para um idoso que deu
o sinal.Estamos banalizando estes acontecimentos que se tornam normais no nosso
cotidiano. As pessoas se tornaram muito apressadas, principalmente nas cidades as
pessoas levam uma vida muito individualista e nem sempre arrumam tempo para
conversar com sua família, com seus filhos, devido toda essa mudança social, as
pessoas ficam cada vez mais sem tempo para a afetividade e para o diálogo, então a
escola precisa resgatar através de um exercício diário estes valores de saber escutar o
outro, respeitar suas opiniões, esse sentimento de solidariedade para com o outro.
Precisamos conversar mais, ouvir mais, porque são valores instituídos na vida em
sociedade. Vivemos em sociedade porque convivemos pacificamente, porque temos
direitos e deveres que precisam ser respeitados. A necessidade dessa prática dialógica
em todos os sentidos para que haja uma transformação social, onde as pessoas sejam
mais respeitadas e valorizadas.
19
É o meu bom-senso, em primeiro lugar que me deixa suspeitoso, no mínimo, de que não é possível a escola, se na verdade, engajada na formação de educandos e educadores, alhear-se das condições sociais culturais, econômicas de seus alunos, de suas famílias, de seus vizinhos. (Freire, 1996, pág. 63)
Esse bom-senso, que Paulo Freire(1996) enfatiza em seu livro Pedagogia da
Autonomia, que é de extrema importância para o desenvolvimento da prática educativa,
pois com toda a violência que faz parte do nosso dia a dia como citado no parágrafo
anterior, cabe a escola o bom-senso de buscar desenvolver em seus alunos um modo
diferente de resolver os problemas encontrados, o ser humano é o único ser dotado da
capacidade de falar, pensar , por isso precisamos desenvolver criteriosamente esta
capacidade extraordinária. Na escola a criança deve desde cedo exercitar o bom-senso
de pensar, falar e agir, e a melhor maneira seria através da prática do diálogo e da
afetividade, buscando entender o outro, resolver os problemas que surgem através da
conversa, da busca de soluções compartilhadas com o grupo no qual esta inserido.
As famosas estratégias educacionais nada mais são do que a criação de relações adequadas, afetivas e carinhosas, aptas a fazer com que a criança trabalhe seu narcisismo secundário, restabelecendo sua beleza, diante de si e do mundo, na medida em que aprende. (Saltini, 2008, pág 22)
Como explicita Saltini(2008) em seu livro Afetividade e Inteligência, todo
aprendizado nasce de um sonho, precisamos buscar em nossos alunos esse desejo de se
aprimorar através do conhecimento, por isso para o desenvolvimento de um bom
processo educativo é necessário que se desenvolva uma prática pautada na afetividade e
no diálogo. Os sonhos precisam ser ouvidos, precisam ser cultivados, valorizados e
estimulados. Não podem se perder na correria do dia-a-dia, na ausência das famílias e
em outros diversos motivos que hoje propulsionam nossa sociedade.
Os alunos devem vivenciar uma escola onde os saberes são compartilhados,
onde as diferenças são respeitadas e valorizadas. Somos seres únicos, cada um de nós
temos nossas necessidades, fraquezas, medos e fragilidades que quando bem
trabalhados podem se tornar nossas grandes virtudes, mas que em contra partida quando
ridicularizados podem nos causar danos para o resto de nossa existência. Uma escola
autoritária, que limita que somente executa seus currículos, sem se importar com o
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aluno “pessoa” que possui suas peculiaridades anseios e vivências pode aumentar em
muito seus índices de fracasso escolar.
Por isso é necessario de se investir em uma escola democrática, onde a
afetividade e diálogo estejam presentes no convívio de seus alunos, e claro, não abrindo
mão de um desenvolvimento sério do processo educacional, mas formando pessoas
mais felizes. A escola não pode ser castigo ou obrigação, escola precisa ser um lugar
onde as pessoas se sintam bem, gostem de estar, pois quando estamos em um lugar que
gostamos nos sentimos bem , e o aprendizado se torna algo significativo e produtivo,
como cita Rubens Alves(1994): “conte-me seus sonhos para que sonhemos juntos”.
CAPITULO 3- OBJETO DA PESQUISA- CIEP 483- ADA BOGATO
MUNICIPALIZADO
“A única solução possível para esse gravíssimo problema social e nacional é melhorar a qualidade das escolas que temos; é ajudar o professorado a realizar com mais eficácia a sua tarefa educativa; é socorrer as crianças para que frequente as escolas, mas lá aprendam; é, ainda, chamar de volta às aulas os jovens insuficientemente instruídos para lhes dar, pelo menos, um domínio da leitura, da escrita e do cálculo que os salve da marginalidade.” (Darcy Ribeiro,1992).
O Ciep 483 – Ada Bogato foi construído pelo Governo Estadual do Rio de
Janeiro, inaugurado no ano de 1993, pelo Segundo Programa Especial de Educação.
Está localizado em comunidade periférica, na Rua Izalino Gomes da Silva, s/nº, bairro
Paraíso de Cima,no Município de Barra Mansa. O nome - Ada Bogato - foi em
homenagem à Ada Leda Rogato, que foi uma pioneira da aviação no Brasil. Foi a
primeira mulher a obter licença como pára-quedista, a primeira volovelista (piloto de
planador) e a terceira a se brevetar em avião. Também se destacou por suas acrobacias
aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país. Foi construído com Processo nº E-
03/1760/98-SEA/RJ e com o Parecer de número 02 de 17/03/00 CME, sendo
municipalizado com o Decreto de Número 18689/93, desde então a Unidade Escolar
tem como mantenedora a Secretaria Municipal de Educação de Barra Mansa e atende as
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modalidades de Ensino de Educação Infantil e todo o Ensino Fundamental, sendo ele
formado pela 1ª fase (1º ao 5º Ano) e 2ª fase (6º ao 9º Ano).
A referida Unidade Escolar possui cerca de 350 alunos e 70% dos alunos,
moram em um Assentamento de Sem-Teto, que vivem em barracos de madeira e
extrema pobreza,sendo uma comunidade muito carente, pouco informada, que convive
com problema de baixa renda,baixo índice de escolaridade e alto índice de natalidade ,
marginalização e desemprego.
As famílias, na maioria dos casos, são numerosas. As crianças, desde cedo,
convivem com violência, o que se reflete no ambiente escolar, e devido a todos os
problemas relatados, também era uma característica a alta rotatividade de funcionários,
que não conseguem se adaptar aos problemas e a realidade local.
Atualmente, possui em torno de 47 funcionários, entre professores, apoio e
equipe administrativa, sendo que seus professores, em grande maioria, possuem nível
superior e ingressaram na rede municipal no segundo semestre de 2010, quando foi
realizado o último concurso da Prefeitura Municipal de Barra Mansa. Então ,desde a
citada data, a rotatividade de funcionários teve uma melhora grande e hoje já é possível
visualizar um vínculo afetivo entre os funcionários e a comunidade escolar.
Os alunos, por suas vivências, em sua maioria tem muita dificuldade de
concentração, são agitados e apresentam-se bastante agressivos na hora de resolver os
problemas entre os pares, geralmente se agridem verbalmente e até mesmo partem para
a agressão física com seus colegas de classe, que observa-se nas brincadeiras feitas por
eles na hora do recreio ou intervalos predomina uma violência, com isso podemos
destacar o tal comportamento na comunidade local (responsáveis) que também
apresenta dificuldade de se expressar através de um diálogo, mostrando-se
primeiramente agressiva na resolução de problemas relacionados com a vida escolar de
seus filhos e filhas, mas que em contato com uma postura dialógica e afetiva, se
acalmam e partem para um melhor entendimento através de uma conversa harmoniosa.
A comunidade do entorno da Unidade Escolar apresenta um preconceito em
matricular seus filhos na referida instituição. Muitas das crianças saem de perto da
escola para estudar em outras localidades, pois seus responsáveis não querem seus
22
filhos estudando junto com as crianças moradoras do assentamento de sem-teto, por
causa da problemática que apresenta tal comunidade, que representam a maior parte dos
alunos que estudam no Ciep 483 – Ada Bogato Municipalizado.
Devido todos estes problemas observamos que a comunidade que vivem neste
assentamento de sem-teto possuem uma auto-estima muito baixa e todos esses valores
sociais distorcidos são passados às crianças que já chegam a escola com pouco
incentivo para o estudo.Segundo Freire (1996; pág73)
“É preciso ficar claro que a desesperança não é maneira de estar sendo natural do ser humano, mas distorção da esperança. Eu não sou primeiro um ser da desesperança. Eu sou pelo contrário, um ser da esperança que por “n” razões, se tornou desesperançado.”
Podemos notar isso, quando perguntados sobre qual profissão gostaria de
exercer quando chegassem à idade adulta a maioria não tem resposta prévia, não existe
muita perspectiva de ascensão social através do conhecimento, da formação
educacional. As famílias por apresentarem um nível de escolaridade muito baixo, não
servem de elemento norteador para que os filhos visualizem um futuro promissor
através da escolaridade. Na realidade a escola precisa intensificar um trabalho para
mostrar a estas crianças a necessidade do conhecimento e que através de uma formação
educacional se pode aumentar as possibilidades de uma melhor posição no mercado de
trabalho e que assim cresce as oportunidades e possibilidades de uma melhor qualidade
de vida onde as perspectivas futuras possam servir de motivação para um maior
desenvolvimento das crianças.
3.1. A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA VISÃO DOS ALUNOS
“O sujeito graças a sua capacidade de assimilar e acomodar se autoconstroi, se autotransforma, se autoregula e se conscientiza.” (Saltini, 2008, pág.67 )
Retomando as transformações vividas pela nossa sociedade e ainda toda a
violência disseminada em suas diversas faces, como já citamos em outras partes deste
23
trabalho, os alunos refletem na instituição escolar todas suas vivencias familiares e
sociais, os alunos oriundos de comunidades mais carentes e periféricas, na maioria das
vezes vivenciam no seu dia a dia várias formas dessa violência. O pai que bebe ou que
utiliza drogas. O pai que é violento com a mãe e até com a própria criança. A violência
velada da falta de alimentação, de saneamento, da fala de carinho e atenção, de diálogo.
Enfim, problemas sociais que são reproduzidos por este aluno dentro da escola, não por
vontade própria, mais por desconhecimento de outra forma de vida.
Como citado por Saltini, 2008, pág 25, Paulo Freire enfatiza “para ser válida,
toda educação, toda ação educativa deve necessariamente estar precedida de uma
reflexão sobre o homem e de uma análise profunda do meio de vida concreta do homem
a quem deseja educar ou, para dizer melhor, a quem se quer ajudar para que se eduque”.
O conhecimento do meio em que o aluno vive é de extrema importância para o
desenvolvimento dos planejamentos escolares, porque o homem é um produto do seu
meio, e o reflete em suas relações, seus valores e aspirações.
Os alunos do CIEP 483 – Ada Bogato, como já citado anteriormente, vivem na
sua maioria, em um assentamento de sem-teto, onde convivem com muita violência e
condições precárias de vida, e como a pessoa é em partes o reflexo do seu meio, na
escola se mostram bastante agressivos, agitados e com pouco interesse em seus
estudos.Podemos observar que suas atitudes, suas formas agressivas de resolver os
problemas que surgem diariamente, a relação com os professores e com amigos de
classe, não eram uma atitude proposital, mas não reconheciam outra forma de se
pronunciar, com a prática de diálogo e afetividade implantada por toda sua comunidade
escolar, o tratar bem aos poucos foi fazendo parte do dia-a-dia da Unidade Escolar.
Educar significa ajudar a acordar, ajudar a encontrar no próprio ser o ímpeto, a saudade, a vontade de agir, de buscar e descobrir, de crescer e de progredir.Educar significa também, aprender a ensinar a lutar, a aprender e ensinar a intensificar a existência e a cumpri-la com decisão e consciência.(Saltini, 2008, pág. 52)
A pesquisa foi feita com alguns alunos do CIEP 483-Ada Bogato
Municipalizado, eles responderam externando sua opinião sobre como o diálogo e a
afetividade, influenciam em sua vida escolar, tornando-a melhor mais prazerosa, os
24
alunos vão ser representados por letras de nosso alfabeto para que suas identidades
sejam preservadas neste trabalho.
Aluno A, 14 anos (9º Ano de Escolaridade) – “Gosto muito do diálogo, porque
sem ele as pessoas se afastam, e a escola assim dá mais oportunidade e aposta mais na
capacidade dos alunos”.
Aluno B, 11 anos (6º Ano de Escolaridade) – “É muito bom porque resolve as
coisas sem agressão e sem gritar”.
Aluno C, 15 anos (8º Ano de Escolaridade) – “É bom porque do mesmo jeito
que as pessoas conversando passam coisas boas para nós, nós os alunos passamos
para eles.”.
Aluno D, 10 anos (5º Ano de Escolaridade) – “Prefiro a conversa, não gosto de
briga”.
Aluno E, 16 anos (7º Ano de Escolaridade) – “Antes eu só gostava de brigar,
agora resolvo as coisas conversando, o diálogo é bom, ficamos mais amigos”.
Como podemos observar, os alunos em sua maioria, estão satisfeitos em serem
ouvidos e exporem seus desejos e aflições, a prática do diálogo e da afetividade precisa
ser uma prática diária para que se torne algo habitual e , principalmente, reforçada pelo
exemplo de todos os funcionários da escola pois a melhor maneira de se ensinar se
mostra através do exemplo, como nos diz Paulo Freire(1996) o meu discurso sobre a
teoria precisa ser o exemplo concreto.
3.2. A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA VISÃO DOS EDUCADORES
“Diz Paulo Freire: para ser válida toda educação, toda ação educativa, deve necessariamente ser precedida de uma reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida concreto a quem queremos educar, ou melhor: a quem queremos ajudar a que se eduque.”(Saltini, 2008,pág.25).
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A visão dos educadores é de extrema importância para o desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem. A postura, como os educadores se colocam diante das
diversidades encontradas em sala de aula, a maneira como se posicionam em relação da
vivência dos alunos e da comunidade onde estão inseridos, vão se tornar base para todo
o desenvolvimento do processo educativo.
O professor e o aluno são as peças primordiais de todo processo de
aprendizagem e o posicionamento de ambos em relação ao mesmo, vai definir os
caminhos que vão trilhar ao longo de sua vida profissional e escolar.
Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio,mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar. A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade.(Freire, 1996, pág. 141)
A pesquisa foi feita com alguns educadores do CIEP 483-Ada Bogato
Municipalizado, eles responderam externando sua opinião sobre como o diálogo e a
afetividade, influenciam em sua prática diária, tornando-a mais significativa e
produtiva, os professores vão ser representados por letras de nosso alfabeto para que
suas identidades sejam preservadas neste trabalho.
O professor, para desenvolver sua prática educativa, precisa ter bem definido em
seu planejamento quais são seus principais objetivos em relação ao desenvolvimento do
educando tendo sempre em mente que as pessoas são únicas e que cada uma possui suas
particularidades.
Quando perguntados sobre a importância do diálogo e da afetividade no
desenvolvimento escolar de seus alunos obtivemos como respostas:
Professora (1ª fase do Ensino Fundamental) A, 25 anos de magistério e 04 anos
na Unidade Escolar – “Com diálogo e afeto constante, conseguimos trabalhar a auto-
estima do ser humano e a criança que se conhece e se ama é capaz de mudanças tanto
no pessoal, quanto mudanças maiores que vão influenciar na sua atuação na
sociedade.”
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Professora (1ª fase do Ensino Fundamental) B, 1 ano e 7 meses na Unidade
Escolar – “O diálogo e a afetividade são fundamentais para o sucesso da mesma, pois o
respeito mútuo possibilita um ambiente mais agradável e produtivo”.
Professora (2ª fase do Ensino Fundamental) C, 10 anos de magistério e 3 meses
na Unidade Escolar – “ A aprendizagem está diretamente relacionada a confiança e ,
especialmente no caso de crianças e adolescentes, a confiança é conquistada através do
diálogo e da afetividade.”
Professora (2ª fase do Ensino Fundamental) D, 13 anos de magistério e 8 anos na
Unidade Escolar – “O diálogo é tudo, as vezes é necessário parar tudo e dialogar para
que o professor se faça entender e a partir daí, surgir a cumplicidade e a afetividade.”
Professora (1ª fase do Ensino Fundamental) E, 22 anos de magistério e 2 anos na
Unidade Escolar – “ Sem diálogo e amor não se consegue um bom trabalho, então o
diálogo e a afetividade são fundamentais.”
Depois da pesquisa feita podemos observar que a maioria dos professores que
responderam os questionários acreditam que uma prática dialógica e afetiva conseguem
melhores resultados, tanto os professores com mais tempo de magistério, quanto os
professores que exercem a função docente mais recentemente concluíram a importância
dessa prática mais democrática, transcrevemos algumas respostas, mas todas elas foram
unanimes quanto à importância do diálogo e da afetividade.
Na realidade o ser humano necessita de diálogo e afeto durante toda a sua vida.
Pessoas precisam ser amadas e valorizadas, para que assim se sintam aceitas no grupo,
somos seres sociais e essa aceitação é de extrema importância para o aluno, que
interagindo com os outros vai desenvolvendo seus conceitos e conhecimentos, de
acordo com Luck & Carneiro (1983) aspectos como renda familiar, ocupação e
educação dos pais produzem diferenças significativas em atitudes dos indivíduos e tem
implicações fundamentais para organização dos objetivos e metodologia do processo
educativo, os quais devem ser ajustados de acordo com grupos diferentes e de aluno
para aluno, de turma para turma, de escola para escola e de ano para ano, assim sendo, a
necessidade do educador conhecer mais profundamente seus alunos através de uma
prática, de diálogo e afetividade, pois assim consegue construir entre seus alunos um
27
vinculo de confiança, aumentando as possibilidades do desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizado significativo e eficaz.
A educação é uma forma de intervenção no mundo. Para podermos educar
alguém precisamos acreditar que essa mudança é possível. Não podemos buscar algo no
qual não acreditamos que somos capazes. O trabalho desempenhado pela educação é um
trabalho lento, pois não vemos resultados imediatos e sim em longo prazo, por isso a
necessidade de reflexão todos os dias, para que possamos analisar nossa prática
educativa, a tornando, mais atrativa, mais significativa algo que realmente venha a
somar algo na vida de nossos alunos. Se não conseguimos atingir nossos alunos de
alguma forma, nossa prática se torna ineficaz, sem sentido, apenas transmissão de
conteúdos.
Hoje, com tanto desenvolvimento tecnológico a escola precisa criar meios de
fazer com que os alunos gostem de estar nela. É uma competição muito desigual, e
somente através da criação de vínculo, de confiança, da alegria, da esperança,
conseguimos fazer com que esse aluno de importância e se sinta parte deste processo
educativo.
Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e esperança. A esperança de que o professor e os alunos juntos podem aprender, ensinar, enquietar-nos, produzir e juntos, igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria. (Freire, 1996, pág 72)
Como sabemos, desde pequeno, o ser humano é um ser social. Primeiro se
socializa na família que é seu primeiro contato, depois na escola, então através do
diálogo e da afetividade seus vínculos vão sendo criados durante todo seu
desenvolvimento. Obsevamos que, quando o aluno se relaciona bem com seus
professores, com seus amigos e gosta de seu ambiente escolar, ocorre mais chances de
se desenvolver plenamente. Isto é cognitivamente e socialmente, quanto mais adaptado,
maior é seu desenvolvimento e sua aprendizagem.
Gostaríamos de fazer com que a educação fosse uma via para a doação do homem a si mesmo; um trabalho de amor, dando ao próprio home quilo que lhe pertence, ou seja, a sua capacidade de inventar, criar, fazendo coisas novas, criticando as que já existem, buscando novos caminhos e aprendendo a descobrir por ele mesmo,
28
sentado na comodamente no banco de sua própria segurança, confiando na sua espontaneidade e tendo a coragem de ser, de ser livre e responsável. (Saltini,2008,pág. 29)
3.3. A AFETIVIDADE E O DIÁLOGO NA VISÃO DOS PAIS
“É na realidade mediatizadora, na consciência que dela tenhamos educadores e povo, que iremos buscar o conteúdo programático da educação.” (Freire, 2005, pág.101).
Como já levantamos anteriormente, a questão do desenvolvimento da sociedade
atual é de grande relevância, quando vamos analisar a relação entre
escola/aluno/professor, principalmente a questão da participação dos pais e responsáveis
na vida escolar de seus filhos é muito polemica. As famílias por “n” razões estão muito
ocupadas e uma grande parte não acompanha a vida escolar de seus filhos.
Devido às novas ordens sociais, muita das responsabilidades, de algumas
décadas até os dias de hoje foram gradativamente se tornando responsabilidade também
das instituições escolares, até mesmo pela necessidade de hoje as mães saírem de casa
para o mercado de trabalho. O diálogo e a afetividade é uma característica do ser
humano, então, desde cedo ela precisa ser desenvolvida a começar pela família e depois
trabalhada continuamente também pela escola.
Sabe-se que as atitudes são aprendidas. Portanto, o seu desenvolvimento, de maneira a permitir que o indivíduo participe adequada e eficazmente da ordem social, constitui-se logicamente em objeto de extrema importância para a educação. (Luck &Carneiro, 1983, pág 37)
Como a autora ressalta, atitudes dialógicas devem ter início na formação do
educando desde seus primeiros contatos com a sociedade, mas também sabemos que
nem sempre é assim que acontece até mesmo pela violência existente em nossa
sociedade, pela falta de paciência, tempo, compreensão, dedicação. Enfim muitos
motivos podem ser o foco desta falta de diálogo e afetividade entre as pessoas.
Não se pode esperar, na escola, que os alunos já tragam invariavelmente de casa atitudes adequadas a um bom convívio, ao
29
melhor aproveitamento da aprendizagem e ao melhor desempenho de seus papéis. (Luck & Carneiro, 1983, pág 37)
Como podemos observar, nem sempre os alunos trazem conceitos de
convivência definidos e desenvolvidos dentro de seu meio social. Precisamos buscar
estabelecê-los em parceria família e escola, a fim de juntos consigamos um melhor
desenvolvimento na aprendizagem e nas relações sociais deste aluno.
Elaboramos a pesquisa com pais e responsáveis do Ciep 483-Ada Bogato
Municipalizado, a fim de conhecermos suas expectativas quanto à prática dialógica e
afetiva desenvolvida na Unidade Escolar. Como no subitem anterior os pais e
responsáveis vão ser representados por letras de nosso alfabeto para que suas
identidades sejam preservadas neste trabalho.
Responsável A, 37 anos, 3 filhos estudam na Unidade Escolar – “Gosto que os
problemas sejam resolvidos através de conversas, a conversa gera respeito e tem que
por limites com carinho.”
Responsável B, 46 anos, 2 filhos na Unidade Escolar – “As crianças precisam
ter alguém para confiar, através do diálogo e criança aprende a confiar e a respeitar
as professoras.”
Responsável C, 40 anos, 02 filhos na Unidade Escolar – “Precisa de muita
conversa para resolver as coisas com respeito e dar limite e respeito, senão gera
bagunça.”.
Responsável D, 43 anos, 03 filhos na Unidade Escolar – “É muito bom
conversar porque a gente se acalma e fica mais fácil entender, as crianças gostam mais
da escola e dos professores.”.
Responsável E, 26 anos, 02 filhos na Unidade Escolar – “Eu gosto que tratem
bem meus filhos, conversando é uma maneira boa de resolver os problemas”.
Observando as respostas de alguns responsáveis, podemos perceber que através
do diálogo e da afetividade é uma boa forma de resolvermos muitos problemas
enfrentados pela escola, e como eles mesmos disseram em seus depoimentos, não nestas
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exatas palavras, mas nas entrelinhas, com esse bom tratamento as crianças gostam mais
da escola e de seus professores, o que é um ponto muito positivo para o
desenvolvimento do seu processo de ensino-aprendizado, como enfatiza a autora:
As atitudes, embora inerentes ao homem, uma vez aprendidas, são essenciais para ele, em termos de seu desenvolvimento pessoal e social. Sua necessidade é tão evidente que eles a aprende, mesmo inconscientemente, como resultado de seu relacionamento interpessoal desde pequeno. (Luck & Carneiro, 1983, pág 39)
O diálogo e a afetividade auxiliam na prática escolar e vão ajudar muito no
desenvolvimento do aluno.
CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho percebemos que o diálogo e a afetividade são
fundamentais para o bom desenvolvimento do trabalho educacional, principalmente em
comunidades carentes onde a violência em todas as suas faces fazem parte do cotidiano
das pessoas, que ficam sempre prontas para se defender de tudo e de todos. Isso porque
que se acostumaram a ser maltratadas pelas pessoas com quem convivem ou até mesmo
pelas mazelas da própria vida.
A violência acaba se instituindo como parte da vivência em comunidades
carentes e periféricas e sendo assim banalizada como algo normal e até mesmo
inevitável. Através de uma prática dialógica e afetiva, os alunos passam a conhecer
outra maneira de viver, de conviver e de resolver seus problemas. O diálogo e a
afetividade cria uma ponte entre as pessoas e torna a convivência mais amena e
agradável, criando vínculos capazes de proporcionar grandes formas de crescimento
pessoal. As pessoas começam a visualizar uma nova forma de se relacionar com os
outros, respeitando o espaço de cada um e aprendendo a viver com as diferenças. O
ambiente se torna mais leve e assim criam-se novas formas de convívio, aonde o
aprendizado vai ocorrendo mutuamente entre as pessoas envolvidas no processo de
ensino-aprendizado.
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Com uma convivência mais agradável e feliz as pessoas se sentem mais
valorizadas e assim todo o processo educativo flui melhor. Quando a comunidade
escolar passa a compreender a importância de sua participação no processo educativo
ela se empenha mais e assim a instituição escolar se fortalece. Quando todas as pessoas
se sentem úteis elas tendem a produzir mais e melhor. Os alunos se sentem valorizados
quando são bem tratados e podem expor suas necessidades e opiniões. Os educadores
quando respeitados sentem – se melhor e assim se dedicam mais ao seu trabalho e os
pais por sua vez vão depositar mais confiança em um grupo que passa coesão e firmeza
em suas atitudes. Enfim em uma instituição onde a afetividade e o diálogo são parte do
seu cotidiano a tendência é melhorar tanto o desenvolvimento social quanto o
profissional de todos os envolvidos no processo educativo.
Após a pesquisa podemos afirmar, mas sem esgotar as possibilidades que o
assunto é capaz de prover, que através da inserção do afeto e do diálogo no processo
educativo pode-se transformar a maneira de viver, de se relacionar e de se desenvolver
de todos os envolvidos no mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez. 1996.
Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2009/a%20importancia.pdf.
Acessado em 19 de maio de 2012.
Disponível em: http://www.pdt.org.br/index.php/nossas-bandeiras/educacao/mais-sobre-
os-cieps/a-proposta-pedagogica, acessado em 17 de maio de 2012.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia: Acessado em 19 de maio de
2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 48ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 41ªEd. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
32
LUCK, Heloísa – CARNEIRO, Dorothy Gomes. Desenvolvimento afetivo na escola:Promoção, medida e avaliação.2ª Ed. Rio de Janeiro. Vozes, 1983
OSORIO, L.C.,& VALLE, M.E.P.Terapia de família, novas tendências.Porto Alegre.Artmed,2002.
SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e inteligência.5ª Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
33
ANEXOS:
Questionário de Pesquisa – Afetividade e Diálogo (alunos)
1-Nome:_______________________________________________________________
2-Idade:_________________________________Turma:_________________________
3- O que você mais gosta em sua escola? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4-Como são tratados os problemas que acontecem na escola?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5-Você acha importante o diálogo e a afetividade na escola? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6- E a afetividade (carinho) e o diálogo (conversa) dos funcionários, professores e
equipe pedagógica de sua escola, o que você acha? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
7-Há quanto tempo você estuda nesta escola, neste tempo ocorreu alguma mudança?
Quais?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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Questionário de Pesquisa – Afetividade e Diálogo(Pais e Responsáveis)
1-Nome:_______________________________________________________________
2-Idade: ____________Número de filhos na Unidade Escolar:____________________
3- O que você mais gosta nesta escola? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4-Como são tratados os problemas que acontecem na escola?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5-Você acha importante o diálogo e a afetividade na escola? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_______________
6- E a afetividade (tratamento) e o diálogo (conversa) dos funcionários, professores e
equipe pedagógica desta escola, o que você acha? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
7-Há quanto tempo seu filho estuda nesta escola, neste tempo ocorreu alguma mudança?
Quais?________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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Questionário de Pesquisa – Afetividade e Diálogo ( Educadores)
1-Nome:_______________________________________________________________
2-Tempo de Serviço:____________Tempo nesta Unidade Escolar:_________________
3- O que você mais gosta no desenvolvimento de seu trabalho nesta escola?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4-Como são tratados os problemas que acontecem na escola?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5-Você acha importante o diálogo e a afetividade na escola? Justifique.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6- O que você acha da afetividade (tratamento) e o diálogo (conversa) dos funcionários,
professores e equipe pedagógica com os alunos ?Justifique sua resposta.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
7-Com o desenvolvimento de atividades embasadas pelo diálogo e afetividade,
ocorreram mudanças no desenvolvimento do seu trabalho nesta Unidade Escolar e ou
desenvolvimento dos alunos? Quais?_________________________________________
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