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VALORES: UMA EDUCAÇÂO NECESSÁRIA
Célia Regina de Assis Gulisz1
Suzane Schmidlin Löhr2
Resumo
O presente artigo apresenta um projeto desenvolvido em uma escola pública da cidade de Curitiba, com 76 alunos do 1º ano do Ensino Médio no qual foi trabalhado o tema Valores e suas vertentes: cooperação, responsabilidade, indisciplina, companheirismo, solidariedade, união, cultura da paz, tolerância, amizade, ética, educação. Acredita-se necessário o envolvimento da escola nestes temas, visto que se apresentam cotidianamente em salas de aula, em comportamentos, atitudes, convivência, demonstrados pelos alunos. A faixa etária dos educandos variava entre catorze e dezessete anos. O projeto foi estruturado em 13 encontros, com duração de 50 minutos. Os encontros foram desenvolvidos em sala de aula, no período regular. Os professores das turmas envolvidas cediam uma aula para que o projeto se efetuasse. Os encontros tinham periodicidade semanal. Durante a aplicação do projeto os estudantes responderam a questionários, assistiram a vídeos, participaram de dinâmicas, sempre tendo como foco o tema valores. Os relatos dos alunos participantes do projeto mostraram uma população estudantil diversificada quanto ao conhecimento e envolvimento com o tema Valores. Alguns alunos demonstravam maior desconhecimento, mostrando estar mais carentes deste tipo de trabalho, enquanto outros lidavam melhor com situações envolvendo valores evocadas nos encontros, deixando transparecer que tal tema também era vivenciado no seio familiar.
Palavras-chaves: valores; formação moral e ética; valores na educação.
1
Pedagoga e Professora participante do programa PDE /SEED 2010/2012, proponente da intervenção.
2 Professora doutora da UFPR, orientadora do projeto pelo programa PDE/SEED em parceria com a
UFPR.
1 Introdução
Ensinar exige estética e ética... “Se se
respeita a natureza do ser humano, o
ensino dos conteúdos não pode dar-se
alheio à formação moral dos educandos.
Educar é substancialmente formar”
(FREIRE, 1996, p.12)
Um dos pontos altos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), promulgada em 1996, é o reconhecimento da importância dos valores
na educação escolar. Assinala a referida lei, que o fim último da educação é a
formação para a cidadania. Propõe incorporar na educação básica princípios e
valores fundamentais para o convívio interpessoal, dando um tratamento novo
e transversal ao currículo escolar.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais vão, neste aspecto, na mesma
direção apontada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBN), ao dizer que a escola na sua função social só se legitima a partir do
momento que se constitui em um espaço de transformação social, de
discussão da sociedade e do meio em que se insere. A escola pública precisa
se constituir em espaço democrático dentro da sociedade contemporânea,
servindo para discutir suas questões, possibilitar o desenvolvimento do
pensamento crítico, trazer as informações, contextualizá-las e dar caminhos
para o aluno buscar mais conhecimento. É também o lugar de sociabilidade de
jovens, adolescentes e de difusão sócio-cultural (PCNs, 1997).
Segundo a Lei de LDBN n.º 9394/96, a educação deve resultar da
junção de esforços da família com o Estado, indo além da qualificação do
educando para o trabalho, capacitando-o para a vida em sociedade: “A
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e
nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho”. A legislação nacional incentiva o investimento de
todos para a formação de um cidadão integral e não apenas um bom
profissional, deixando mensagem subliminar de que o trabalho sobre valores
essenciais para o convívio interpessoal deve ocorrer nos diversos âmbitos de
convívio do educando (família, escola, comunidade).
Embora a legislação estimule o desenvolvimento de habilidades que
promovam o convívio interpessoal produtivo, no Brasil, assim como em outros
países, se verifica a presença de um problema sério, denominado bullying, o
qual é definido como classe de comportamentos em que ocorre a agressão
física ou moral praticada por jovens contra outros jovens. Segundo uma
pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2009), 30%
dos estudantes brasileiros já foram vítimas dessas agressões.
Os estudantes contaram aos pesquisadores que, em 30 dias, passaram
por agressões que os deixaram incomodados, intimidados ou magoados.
Esses conflitos que existem na escola teriam de ser sempre monitorados e
discutidos numa forma de mediação entre as partes. (IBGE; 2009).
Acredita-se que a escola precisa incluir em suas ações a prática dos
valores humanos, articulada com a parceria da família. Segundo Martinelli
(1999, p. 23), “educar em valores humanos significa transmitir o que se tem no
seu interior, praticando, de forma natural o que se prega, pois os valores
humanos precisam ser repassados não apenas teoricamente, mas
principalmente através das práticas”.
O início da escolaridade formal marca uma mudança de olhar da criança
em relação a dois mundos: o das experiências vividas num espaço privado (a
família, com seus laços afetivos, suas regras, sua rotina, seus saberes) e o das
experiências a se viver em um espaço público, na escola, entrando assim no
mundo do conhecimento formal começando a exercitar com mais
desprendimento sua independência .
A educação que é realizada nas escolas, em todos os graus de ensino,
tem privilegiado a formação do intelecto, a transmissão do conhecimento
esquecendo outros fatores igualmente importantes para a formação da pessoa
humana como a sensibilidade, amorosidade, transcendência, valores. A
educação deveria ajudar o indivíduo a descobrir-se como pessoa,
desenvolvendo suas potencialidades, para que num futuro, pudesse aplicar o
que aprendeu na realidade que o rodeia, transformando-se num agente que
modifica e é modificado pelo seu meio.
Para Salvador (2000) a escola é um dos principais agentes de
socialização de valores. O autor citado diz que os valores orientam o trabalho
educativo e marcam a direção em que é preciso progredir, e por essa razão,
aparecem nos objetivos de qualquer etapa da educação escolar.
Educar para a cidadania é uma tarefa árdua e requer empenho a fim de
se alcançar os objetivos almejados, implica na constante divulgação pelo
respeito aos direitos humanos e da inserção dos valores éticos e morais nos
currículos escolares. Promover uma educação voltada para valores humanos
deveria ser a meta de toda escola que almeja propiciar, além da formação
intelectual, uma formação humana.
Antunes (2011), diz que não é fácil educar em valores, pois a palavra se
tornou arcaica e desusada. O autor relata quatro pontos que contribuíram para
o pouco prestígio atual dos valores. Segundo ele, o proibido proibir derrubou
normas e regras e não deixou nada no lugar, ao mesmo tempo em que o
crescimento do capitalismo, valorizando o bem financeiro mais que o trabalho
cria um individualismo exacerbado.
Outro aspecto que influenciou, refere-se a distorções no conceito de
afetividade, fazendo da criança e do adolescente verdadeiros “donos do lar” e
condutores das medidas e decisões da família. Antunes cita como último fator,
a substituição do jargão ditatorial popular na educação do passado refletido na
ordem dada aos filhos de “cala a boca”, por outro traduzido em “vou cuidar de
mim e dos meus, os outros que se cuidem.”
A educação em valores é uma tarefa complexa, cheia de riscos e
incertezas, para a qual é necessário além de uma formação adequada,
acalentar conscientemente a ideia de que é possível a mudança e a melhoria
da sociedade (PÉREZ, 2002).
A escola está inserida numa sociedade que se constituiu historicamente,
com formas de organização, valores, normas e regras. É uma instituição que
tem como função social a apropriação do conhecimento, de forma a tornar
possível a compreensão da realidade e da atuação de maneira consciente
sobre ela pelos cidadãos que a compõem. Por sua vez, também precisa de
regras e normas que orientem o seu funcionamento e a convivência entre os
diferente protagonistas que nela se relacionam (PPP C. E. Bento Munhoz da
Rocha Neto).
A escola na sua função social só se legitima a partir do momento que se
constitui em um espaço de transformação social, de discussão da sociedade e
do meio em que se insere. A escola pública precisa se constituir em espaço
democrático dentro da sociedade contemporânea, servindo para discutir suas
questões, possibilitar o desenvolvimento do pensamento crítico, trazer as
informações, contextualizá-las e dar caminhos para o aluno buscar mais
conhecimento. É também o lugar de sociabilidade de jovens, adolescentes e de
difusão sócio-cultural (PCNs, 1997).
Com o título: “Sempre é tempo de preparar o jovem para o futuro”, Içami
Tiba, psiquiatra, educador, concede uma entrevista ao Jornal Gazeta do Povo
(22/ 05/ 12) relatando a importância dos VALORES HUMANOS nos dias atuais,
e diz , que a formação de valores é hoje o principal ponto na educação de
crianças e adolescentes, sendo a responsabilidade de educar os filhos dos
pais, porém a escola e o professor devem ser parceiros nesta missão.
Os valores morais são vistos como responsáveis pela manutenção da
ordem entre as pessoas, em uma sociedade, sendo inclusive ensinados desde
o berço. Sobre esta temática, Antunes ( 2011, p. 9) diz:
“Quando se propõe uma pedagogia moral para crianças das séries iniciais, cabe ressalvar a expressiva diferença entre seu senso de heteronomia (seis a oito anos) e a progressiva conquista de um sentido de autonomia (nove a dez anos). A criança necessita desenvolver experiência nas quais exercite a habilidade de tecer julgamentos sobre as histórias que ouve, mas buscar consenso entre a maneira como julga e a maneira como seus colegas julgam. A discordância de pontos de vista
deve ser estimulada e deve servir de raiz para que se acredite que é possível e saudável a convivência com ideias diferentes” (Antunes, 2011, p. 9).
Segundo Sá (2001, p. 47):
“muito se tem discutido sobre as dificuldades que envolvem o ato educacional, tem-se buscado incessantemente soluções para tais dificuldades, porém muito pouco se tem encontrado. Vive-se em um período de transição de valores, que influencia diretamente a educação, no que tange ao aprendizado e o desenvolvimento dos alunos (...)” (Sá , 2001, p 47).
Uma escola que discute com seus alunos os seus direitos e deveres, o
seu ponto de vista, orientando o educando sobre a necessidade de respeito ao
próximo, fica mais próxima deste aluno, pois estabelece uma relação que vai
além da aprendizagem.
De acordo com Sá (2001, p.47):
“A urgência de compreender melhor o inte-relacionamento dos seres humanos, assim como suas expectativas e níveis de interesse, tem levado nestes últimos anos a um aprofundamento radical nos estudos éticos e morais, ressaltando deste modo uma nova e promissora perspectiva para o crescimento e educação das futuras gerações.” (Sá , 2001, p 47).
Diversas teorias estudaram o desenvolvimento moral dos
educandos. Uma das mais conhecidas é a Epistemologia Genética, proposta
por Piaget. O suíço Jean Piaget (1896/1980) realizou estudos visando
compreender a formação de valores, o senso de justiça nas crianças. Observou
como elas lidam com regras em situações de jogos. Constatou que a
construção do sentido de justo e injusto tem ligação com o desenvolvimento
cognitivo. Em seus primeiros anos de vida, as crianças vivem uma etapa de
iniciação às regras e necessitam de intervenção do adulto orientando-as nos
seus conflitos cotidianos (como não morder nem bater em seu irmão, pedir
biscoito em vez de tomá-lo, etc.).
Segundo Piaget, as crianças passam por diferentes tipos de
compreensão em relação às regras e de acordo com o seu amadurecimento,
vão adquirindo cada vez mais condições de interagirem com elas de maneira
crítica, construindo assim uma moral do tipo autônoma, pela qual passam a
considerar a intencionalidade dos fatos (PIAGET, 1994).
Partindo da compreensão defendida na literatura de que é papel da
escola contribuir para o desenvolvimento moral dos educandos e que para tal
processo faz-se necessário incluir o trabalho com valores na escola, delineou-
se o projeto que será a seguir descrito.
2 Método
O governo do Estado do Paraná criou um programa de educação
continuada no qual os seus professores, atuantes na rede pública do ensino
básico, têm a oportunidade de serem afastados de seu ambiente de trabalho, a
fim de estudarem, e desenvolverem um projeto que venha a beneficiar a
escola em que trabalham.
Observando o cotidiano escolar de uma escola estadual de ensino
médio, de médio porte, na cidade de Curitiba, percebeu-se que alunos do
primeiro período da manhã eram frequentemente mencionados em reuniões de
professores dadas as suas dificuldades de relacionamento interpessoal.
Percebeu-se também no discurso dos alunos, problemas na forma como
encaravam alguns valores essenciais para o convívio interpessoal. Surgiu
então a idéia de desenvolver uma proposta de intervenção que criasse
oportunidades de reflexão sobre valores junto aos estudantes.
Na etapa inicial de implantação da proposta, a expressão facial dos
estudantes denotava dificuldade em compreender o foco da intervenção.
Os alunos demonstraram bastante curiosidade quanto aos trabalhos que
seriam efetuados. Iniciou-se os trabalhos, primeiramente de conquista dos
estudantes em relação à proposta, o que foi essencial para o desenvolvimento
posterior do trabalho, que culminou com grande engajamento de todos os
inscritos. Participaram da pesquisa doze (n=12) professores e setenta e seis
alunos (n=76), da série mencionada.
Antes de iniciar os encontros professores e alunos responderam a um
questionário com perguntas sobre o tema valores. Os questionamentos
apresentados aos professores e aos alunos eram os mesmos adaptando-se a
direção da pergunta de acordo com a população alvo.
Com base nas respostas aos questionários, foram definidos os
conteúdos, assim como planejadas as estratégias de ação para os 10
encontros sobre Valores Humanos estruturados para os estudantes que
participaram do programa.
Para possibilitar espaço de expressão por parte de todos os alunos, os
mesmos foram divididos em 4 grupos, cada qual contando com
aproximadamente 23 participantes. Para encontrar horário comum que os
alunos pudessem participar da atividade, fez-se a divisão dos grupos
respeitando as turmas em que os mesmos estavam matriculados. As atividades
aconteceram em sala de aula.
Durante os encontros, vários questionamentos eram feitos pela
coordenadora da atividade, visando estimular a reflexão por parte dos
educandos. Exemplos de questionamentos são: Que valores têm formado as
nossas vidas? Quais valores chegam em nossas escolas trazidos pelos
nossos alunos? Como trabalhar valores no cotidiano escolar? É função das
escolas repassar valores para seus discentes, ou formação moral é função das
famílias?
3 Resultados
O questionário que foi aplicado nos alunos tinha como objetivo identificar
a noção que os alunos tinham sobre o tema valores, assim como saber os
princípios básicos que traziam de casa sobre este tema. Com relação aos
professores, foi intenção pesquisar como eles viam o relacionamento
interpessoal que era vivenciado nas salas de aula, e o quanto a falta de
valores na sua opinião interferia no bom relacionamento escolar.
Os questionários respondidos pelos professores antes de dar-se inicio
aos encontros com os estudantes, permitiram perceber como os professores
avaliavam a relação que estabeleciam com os alunos. Os resultados dos
professores foram colocados ao lado da síntese das respostas dos alunos ao
serem questionados sobre como avaliavam a sua relação com os professores.
A figura 1 permite comparar visualmente os resultados dos dois segmentos que
responderam ao instrumento.
3. 1 Figura
Figura 1: gráfico representativo relação professor/aluno sob a perspectiva do professor e do aluno.
Fonte: A Autora, 2012.
Quando questionados sobre a relação professor/aluno, há predomínio de
respostas dos professores avaliando que na maioria das vezes a relação
estabelecida é amigável. Já na percepção dos alunos há predomínio de
respostas avaliando a relação aluno /professor como às vezes amigável .
O questionamento seguinte era referente à educação recebida,
descrevendo o quanto estava permeada por valores. A fig. 2 aponta os
resultados obtidos.
3. 2 Figura
Figura. 2: Educação X valores.
Fonte: A Autora, 2012.
Os professores foram unanimes em relatar que sua educação foi
baseada em valores o que já não acontece com os alunos, já que 19 dos 76
respondentes mencionarem que às vezes a relação é baseada em valores, ou
seja, um grupo de alunos percebe que nem sempre sua educação foi baseada
em valores.
Durante a implementação do projeto foram discutidos com os alunos
vários temas sobre valores humanos e a influência dos mesmos na sua
formação. O quadro abaixo sintetiza os encontros acontecidos durante a
aplicação do projeto, descrevendo seu objetivo e encaminhamento.
3.3 Tabela
Tema: Valores na escola
Objetivo Atividade Comentários
Sensibilizar os alunos para a
participação no projeto a ser
desenvolvido.
-Participação dos alunos durante a
apresentação das atividades
componentes do projeto.
-Alguns Alunos demonstraram,
pelos comentários que faziam,
pouco conhecimento sobre o tema
proposto, enquanto outros
colocavam a sua opinião com
bastante propriedade.
Tema: Cooperação
Objetivo Atividade Comentários
Discutir a importância da
cooperação na vida dos seres
humanos.
-Os alunos foram divididos em 4
grupos e cada grupo recebeu um
quebra cabeça faltando uma parte, a
qual estava no quebra cabeça dos
-Todos os alunos interagiram com
as outras equipes, solicitando ou
entregando peças que estavam
trocadas.
outros grupos.
Avaliação: Participação dos alunos na
atividade proposta.
Tema: Responsabilidade
Objetivo Atividade Comentários
Identificar a importância da
responsabilidade em nossas
vidas.
-Dinâmica, em que era passada uma
caixa de um aluno para outro,
contendo um espelho. O condutor da
dinâmica alertava que ao abrir a caixa,
o educando veria qual era a única
pessoa responsável pelos seus atos.
Avaliação: Com os alunos dispostos
em círculo, foi debatido
A responsabilidade pelos próprios atos
Participação dos alunos,
demonstrando bastante surpresa,
por serem responsáveis por todos
os seus atos.
Tema: A escola que queremos
Objetivo Atividade Comentários
Descrever através de uma
produção escrita, como seria a
escola ideal.
-Em grupos deveriam discutir como
seria uma escola ideal, que todos
gostassem de frequentar e na qual se
sentissem acolhidos.
Avaliação: texto elaborado por cada
aluno
-Tema que sensibillizou bastante os
alunos que foram muito claros em
relatar que tipo de escola
acreditam.
Segundo eles, são características
da escola Ideal: escola com aulas
interessantes e diversificadas; com
conteúdos que levassem o aluno à
reflexão e aplicáveis no dia a dia,
preparando o educando para o
futuro; com maior oferta de cursos
técnicos; com alunos mais
educados; com maior respeito entre
alunos e professores; com
professores que separem a vida
pessoal da profissional; com
professores mais capacitados e
rígidos; qualidade no lanche
ofertado, o qual fosse igual para
todos; preços mais acessíveis na
cantina; com ótima infraestrutura,
inclusive disponibilizando pista de
skate; o governo priorizar a
educação;
Tema: Indisciplina, Companheirismo e Solidariedade
Objetivo Atividade Comentários
Discutir a indisciplina na escola e
quanto ela interfere no
companheirismo e na
solidariedade em sala de aula
Assistir o filme: O Triunfo,
Avaliação : fazer uma analogia entre
a história do filme e o cotidiano
escolar.
-Comentários dos alunos
reconhecendo que o maior sucesso
do professor do filme era tratar a
todos igualmente, assim como fazer
cumprir as regras adotadas.
Valorização da responsabilidade de
todos para o sucesso do grupo
Tema: União
Objetivo Atividade Comentários
Valorizar a importância da união, a
fim de atingirmos objetivos
comuns.
-Dinâmica dos palitos a serem
quebrados
Avaliação: conseguir relacionar a
dinâmica com o tema do encontro
-Compreensão e participação ativa
por parte dos alunos. que tentaram
quebrar o feixe de palitos mas não
conseguiram.
Tema: Cultura da Paz
Objetivo Atividade Comentários
Refletir sobre a importância da
Paz em nossas vidas.
-Mesa redonda com todos os alunos
questionando o que devemos fazer
para termos um mundo mais
harmonioso.
Avaliação: Consenso com os grupos
trabalhados de que para termos um
mundo menos violento em que se
propague a Cultura da Paz, deve ser
sem tantas diferenças sociais, com
mais educação, sem drogas, com
salários dignos, famílias mais unidas.
-Todos os alunos declaram que
desejam um mundo melhor, menos
violento.
Tema: Tolerância
Objetivo Atividade Comentários
Sensibilizar os alunos para a
necessidade de Tolerância e
empatia.
- Dramatização de situações
corriqueiras vividas por pessoas
portadoras de necessidades
especiais.
Avaliação: Relatam os alunos que
perceberam, o quanto é difícil conviver
quando se é portador de
necessidades especiais, pois , nas
atividades propostas, como andar com
os olhos vendados , a dificuldade era
a insegurança gerada por não estar
-Participação efetiva de todos os
grupos, com grande interesse dos
alunos em participar da
dramatização.
vendo aonde pisava ou para onde
ia.Com relação a deficiência auditiva
também comentado que não poder
ouvir o outro é muito difícil.
Tema: Amizade
Objetivo Atividade Comentários
Reconhecer a importância de
vivermos em um mundo mais
amigo, fortalecendo os laços de
amizade.
-Discussão sobre o Dia do Amigo
(origem) :
Avaliação: Descrever as qualidades
de um verdadeiro amigo
-Os alunos fizeram homenagens
para os seus amigos de sala,
relatando as qualidades de um
verdadeiro amigo: ser verdadeiro,
parceiro, engraçado, paciente,
solidário, um amigo de todas as
horas boas e ruins e que sabe dar
bons conselhos, não julga pelas
aparências, não tem duas caras, é
compreensivo e fiel.
Tema: Valores Humanos, Ética e Educação
Objetivo Atividade Comentários
Discutir a importância de Valores
Humanos nos dias atuais.
Em grupos os educandos discutirem
sobre valores Humanos na Educação.
Avaliação: partcipação dos alunos
comentando sobre a importância de
se tratar o outro como igual, para que
se efetive um trabalho com sucesso.A
importância da valorização da
educação pelas autoridades
competentes,
-Todos os educandos participaram,
tecendo críticas pertinentes ao tema
Tema: Mural:Valores Humanos
Objetivo Atividade Comentários
Refletir sobre todos os temas
trabalhados no projeto
-Confeccionar um cartaz destacando
os valores humanos trabalhados.
Avaliação: cartaz produzido
Participação efetiva dos alunos
trazendo material para a execução
do trabalho.
Figura 3: Atividades por temas realizadas na execução do projeto.
Fonte: A Autora, 2012.
4 Conclusão
Durante a aplicação do projeto na escola, foi percebido interesse
acentuado e engajamento na proposta por parte dos alunos e dos professores.
Em levantamento prévio, via questionário, observou-se que todos os
professores relatavam ter recebido uma formação em valores enquanto que os
alunos apenas parcialmente apontam este aspecto. Pode-se questionar se os
valores vem recebendo menor espaço na educação dentro das famílias e em
nossa sociedade, ou se os educandos não conseguem discriminá-los na
educação que estão recebendo em casa.
Apesar de ter sido identificada diferença entre os alunos quanto ao nível
de conhecimento sobre valores na escola, observou-se durante a
implementação, bastante sensibilização, motivação e participação nas
atividades propostas do grupo como um todo.
O grande interesse dos alunos que participaram do projeto em emitir sua
opinião, mas também ouvir e respeitar a opinião dos colegas e da professora
que conduzia a atividade, nos mostram que a arte de ouvir, escutar, deve ser
explorada em sala de aula como um meio de estimular o respeito, a
cooperação e outros valores importantes para o relacionamento interpessoal na
escola.
O projeto valores é um trabalho que requer continuidade. Percebeu-se
mudança no comportamento dos alunos que nele se engajaram, os quais
desenvolveram habilidades como reconhecer o próprio erro e pedir desculpas,
ou “cobrar de professores e funcionários” atitudes que podiam ir contra algum
dos valores discutidos nos encontros.
A continuidade da proposta está vinculada a fatores administrativos da
escola, já que exige um tempo e disponibilização de profissional para a
condução da proposta. Requer também comprometimento do corpo docente, já
que os profissionais envolvidos com o processo educativo constituem espelhos
para o comportamento dos estudantes.
A educação moral no âmbito educacional precisa ser discutida em nosso
cotidiano escolar. O ideal é que ocorra uma reflexão com todo o corpo docente
e discente da escola sobre a temática, visto que não há como ter educação
sem reflexão. É importante lembrar também que é na releitura dos nossos atos,
procurando reconhecer nossos erros e acertar em ações futuras, que nos
desenvolvemos e passamos a assumir uma postura moral e ética perante a
sociedade.
Referências
ANTUNES, Celso Trabalhando valores e atitudes nas séries iniciais: para crianças de seis a dez anos- 2ª edição-Petrópolis, RJ:VOZES, 2011.
BRASIL. Ministério da educação e do Desporte. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasília: Mec/SEF, 1998. V. 8.
FREIRE, Paulo Pedagogia da Autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo: Paz e Terra , 1996 (Coleção Leitura).
LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LEI No. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. D.O. U. de 23 de dezembro de 1996.
NOLTE, Dorothy. As crianças aprendem o que vivenciam RJ Sextante, 2009.
PIAGET, Jean O Juízo moral na criança. 2ª edição. São Paulo: Summus Editorial, 1994.
SÁ, Antônio Lopes. Ética e Valores humanos. - 2ª edição. Editora Juruá, 2009.
TIBA, I. Valores Humanos. Sempre é tempo de preparar o jovem para o futuro. Sessão Ensino- Família e Escola. Jornal Gazeta do Povo, Curitiba/PR, 22 mai 2012.
http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/violencia/2011/03/22/NWS,530765,4,485,NOTICIAS,766-TRES-CADA-ESTUDANTES-BRASIL-SOFREM-BULLYING-DIZ-IBGE. Acessado em julho de 2012.
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