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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA
MARIANA CRISTINA VALIANGO MELO
O MANEJO DA PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA PELA EQUIPE DE
ENFERMAGEM – ERROS QUE INTERFEREM NA SEGURANÇA DO PACIENTE:
Revisão Integrativa
NITERÓI
2016
MARIANA CRISTINA VALIANGO MELO
O MANEJO DA PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA PELA EQUIPE DE
ENFERMAGEM – ERROS QUE INTERFEREM NA SEGURANÇA DO PACIENTE:
Revisão Integrativa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aprovação do curso.
Orientadora
Prof. Dra. Márcia Valéria Rosa Lima
Co - Orientadora:
Profª Ms Paula Vanessa Peclat Flores
NITERÓI
2016
M 528 Melo, Mariana Cristina Valiango.
O manejo da prescrição medicamentosa pela equipe de
enfermagem - erros que interferem na segurança do
paciente: revisão integrativa. / Mariana Cristina Valiango
Melo. – Niterói: [s.n.], 2016.
22 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2016.
Orientador: Profª. Márcia Valéria Rosa Lima.
1. Enfermagem. 2. Prescrições de Medicamentos. 3.
Segurança do Paciente. I. Título.
CDD 615.1
MARIANA CRISTINA VALIANGO MELO
O MANEJO DA PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA PELA EQUIPE DE
ENFERMAGEM – ERROS QUE INTERFEREM NA SEGURANÇA DO PACIENTE:
Revisão Integrativa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aprovação do curso.
Aprovada em 02 de Fevereiro de 2016.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dra. Márcia Valéria (Orientadora)
Universidade Federal Fluminense - UFF
_____________________________________________
Prof. Dr.Marilda Andrade – 1ª Examinadora
Universidade Federal Fluminense - UFF
_____________________________________________
Prof. Dr. Simone Martins Rembold - 2ª Examinadora
Universidade Federal Fluminense - UFF
NITERÓI
2016
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço à Deus, Ele é minha fortaleza, meu refúgio e me permitiu chegar até
aqui. Sem a vontade dEle nada disso seria possível.
Agradeço também aos meus pais, Márcia e Antônio, são a essência da minha vida, não
poderia ter pessoas melhores para me ensinar tudo que sei e darem o seu melhor para que eu
tivesse A oportunidade de estudo. À eles eu devo tudo, agradeço por terem passado todas as
dificuldades ao longo dessa jornada, por nunca terem me abandonado e desistido de mim e
por toda ajuda e cuidado, vocês merecem essa conquista.
Agradeço ao meu namorado Gustavo, pela compreensão e todos os momentos de estresse que
já passei no decorrer da minha formação, sempre me deu apoio e me incentivando a não
deixar o cansaço vencer.
E aos amigos, sem eles a vida é bem sem graça. Eles são a alegria do nosso dia a dia, nos
fazem esquecer os problemas, nos dão suporte quando estamos esgotados. Sem os amigos não
seria completa nossa felicidade. Um carinho especial para Clariana Rosa, Daniela Chaves,
Jéssica Carvalho,Jéssica Patatas, Juliana Condeixa e Raquel Queiroz. Aos amigos de longa
data que nunca me esqueceram, mesmo com a distância, Amanda Silva, Maria Fernanda,
Thaiane Gomes, Gabriel Figueiredo e Stephanie Silva, muito obrigada!
Agradeço a toda minha família e ao meu irmão Pedro, por sempre torcerem por mim e se
orgulharem do meu caminho trilhado até aqui.
Agradeço a minha orientadora e co – orientadora pela oportunidade de realizar esse projeto,
foi muito importante para mim e contribuíram muito para a minha formação.
Aos professores por nos transmitir seu conhecimento e nos preparar para sermos os melhores
profissionais.
À UFF, esta Universidade maravilhosa que mudou minha vida, da qual tenho orgulho de
dizer eu dela fiz parte. Muito obrigada por ter sido tão bem acolhida!
Se Deus disse que eu posso, então eu posso! Irei
e não temerei mal algum - Filipenses 4:13
RESUMO
Na prática assistencial da enfermagem, nos deparamos com muitas dificuldades no
campo hospitalar, entre elas problemas envolvendo prescrições medicamentosas. Sobre tais
problemas, pode-se destacar a incompreensão dos profissionais em relação a letras ilegíveis,
em abreviaturas que podem confundir-se com outros medicamentos e ausência de dados do
paciente, fazendo com que a assistência de enfermagem não seja prestada com segurança.
Devido a tantas dúvidas e receios acerca dos possíveis erros que possam ocorrer, na
elaboração desse estudo, levantou-se o seguinte questionamento: De acordo com as
publicações científicas, o manejo das prescrições medicamentosas pela equipe de enfermagem
confere segurança ao paciente? Considerando que, o manejo das prescrições medicamentosas
de forma inadequada pode colocar em risco a segurança de pacientes internados caso não seja
realizada com atenção e cuidado, o referido estudo tem como objeto de pesquisa:
Identificação do conhecimento produzido e publicado na literatura nacional e internacional
sobre o manejo da prescrição medicamentosa realizado pela equipe de enfermagem.O
objetivo geral é Identificar o conhecimento produzido e publicado na literatura nacional e
internacional sobre o manejo da prescrição medicamentosa realizado pela enfermagem.Os
objetivos específicos são identificar a produção científica acerca do manejo da prescrição
medicamentosa realizado pela enfermagem; Discutir como o manejo das prescrições
medicamentosas podem implicar na segurança dos pacientes. A Metodologia foi a revisão
integrativa quanti-quali da literatura que será realizada nas bases de dados on line: medline,
pubmed, bdenf, lilacs, Banco de teses da capes, e bireme. Os resultados apontaram que
apesar de o enfermeiro não ser responsável diretamente pela elaboração da prescrição, é
importante que esse profissional tenha atenção e saiba manejar corretamente as prescrições,
analisando como um todo, desde o momento que o fármaco é prescrito até a sua
administração, de modo a identificar as falhas inerentes do processo e evitar que os erros
cheguem até o paciente. A partir da prescrição médica, na maioria das instituições de saúde, a
equipe de enfermagem é responsável pelo preparo e administração da terapia,
caracterizando-se como executantes de maior número de procedimentos para a realização. A
conclusão remete à padronização de prescrições médicas e de enfermagem escritas quanto à
fixação de regras utilizando procedimentos especiais e protocolos escritos pode ser uma boa
maneira de minimizar erros. As prescrições eletrônicas podem ser uma boa alternativa já que
comparadas as escritas, são mais seguras, podendo ser uma boa fonte de comunicação caso a
padronização escrita não seja viável ou efetiva.
Palavras-chave: Enfermagem, prescrição de medicamentos e segurança do paciente.
ABSTRACT
In care of nursing practice, we face many difficulties in the hospital field, including problems
involving drug prescriptions. On such issues, we can highlight the incomprehension of
professionals regarding the illegible letters in abbreviations that can be confused with other
drugs and lack of patient data, making nursing care is not provided with security. Due to so
many doubts and fears about the possible errors that may occur in the preparation of this
study, rose the following question: According to scientific publications, the management of
drug prescriptions by the nursing staff gives security to the patient? Whereas the management
of drug prescriptions improperly can endanger the safety of inpatients if not carried out with
care and attention, this study has as object of research: Identification of the knowledge
produced and published in national and international literature on the management of
prescription drug made by the team .Overall objective is to identify the knowledge produced
and published in national and international literature on the management of prescription drug
conducted. Specific objectives are to identify the scientific production about the management
of drug prescriptions performed by nurses; Discuss how the management of drug
prescriptions may involve patient safety. The methodology was the integrative review
quantitative and qualitative literature to be held in online databases: Medline, Pubmed, bdenf,
lilacs, Bank capes of theses, and bireme. The results show that although the nurse not be
directly responsible for the preparation of prescription, it is important that these professionals
be aware and know properly handle the prescriptions analyzed as a whole, from the moment
the drug is prescribed to his administration, order to identify the flaws inheent in the process
and to prevent errors from reaching the patient. From the prescription, most of the health
institutions, the nursing team is responsible for the preparation and administration of therapy,
characterized as performing a greater number of procedures for conducting. The conclusion
refers to the standardization of medical prescriptions and nursing written as the fixing of rules
using special procedures and written protocols can be a good way to minimize errors.
Electronic prescriptions can be a good alternative since the written compared, they are safer
and can be a good source of communication if the standardization writing is not feasible or
effective.
Keywords: Nursing, Drug prescriptions and Patient Safety
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Bases de Dados selecionadas. P. 22
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BVS Biblioteca Virtual de Saúde
CFF Conselho Federal de Farmácia
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
LILACS Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE Biblioteca Nacional de Medicina
MESH Medical Subject Headings
OMS Organização Mundial de Saúde
PNSP Programa Nacional de Segurança do Paciente
PROQUALIS Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do
Paciente
PUBMED Medical Published - service of the U.S. National Library of Medicine
RENISS Rede Nacional Para Investigação de Surtos e Eventos Adversos em
Serviços de Saúde
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ p.9
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................... p.9
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................................. p.7
1.2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................. p.7
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................... p.7
1.3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... p76
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... p.9
2.1 A SEGURANÇA DO PACIENTE E A ENFERMAGEM............................................ p.9
3. METODOLOGIA........................................................................................................ p.15
4. RESULTADOS.......................................................................................................... p.16
5. DISCUSSÃO.......................................................................................................... p.20
6. CONCLUSÃO............................................................................................................... p.21
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................p. 29
1. INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na prática assistencial da enfermagem, nos deparamos com muitas dificuldades no
campo hospitalar, entre elas problemas envolvendo prescrições medicamentosas. Sobre tais
problemas, pode-se destacar a incompreensão dos profissionais em relação a letras ilegíveis,
em abreviaturas que podem confundir-se com outros medicamentos e ausência de dados do
paciente, fazendo com que a assistência de enfermagem não seja prestada com segurança.
As prescrições médicas devem ser apresentadas de forma clara e legível e,
além disso, a Lei 5.991/73 estabelece requisitos que devem ser adotados durante a sua
elaboração. Dentre eles, a especificação da posologia, informação essa imprescindível para a
segurança na medicação.
Um estudo realizado em um hospital integrante do projeto de Hospitais Sentinela da
ANVISA, de 1.590 prescrições analisadas, 32,39% encontravam-se parcialmente legíveis e
3,14% totalmente ilegíveis, e que juntamente, com outros fatores como interpretações
equivocadas e ausência de dados do paciente, são fatores que mais resultam erros na
administração de medicamentos (ARAÚJO e UCHOA, 2011).
Na prática profissional, erros podem estar relacionados a fatores como deficiência na
formação acadêmica, inexperiência, desatenção, sobrecarga de trabalho e desatualização da
equipe de saúde (SILVA, 2003). Muitos profissionais gastam tempo do seu trabalho tentando
decifrar prescrições, além de também usar de seu tempo de experiência, uma ferramenta para
tentar agilizar o trabalho de enfermagem.
De acordo com Mário Borges Rosa, os profissionais mais importantes envolvidos
com o problema, como os enfermeiros, farmacêuticos e médicos, não sabem identificar onde
se encontra o erro, a menos que seja grave, geralmente resultando no óbito do paciente.
Um estudo realizado em 2008, com 3.931 prescrições, identificou ao todo, 362
(9,2%) erros de prescrição, os quais envolviam a equipe de saúde como um todo. Dos 16 tipos
de erro detectados, os que ocorreram com maior frequência foram: ausência de informações
na prescrição, como dose, com 66 (18,2%) casos, e via de administração, com 26 (7,2%); 45
(12,4%) transcrições erradas; 30 (8,3%) prescrições com item duplicado; dose acima da
recomendada, com 24 (6,6%) eventos; e 29 (8,0%) prescrições com alergia indicada, porém
não especificada na mesma (SILVA, 2009).
Devido à grande quantidade de tarefas impostas a esses profissionais e a sua possível
segurança no que faz, procedimentos incorretos que poderiam ser evitados, acontecem mais
facilmente do que se pensa. A culpa de tais erros reflete sobre a equipe de enfermagem, pois
se pensa que são esses profissionais os únicos responsáveis pela assistência de qualidade ao
paciente.
Na questão da farmacovigilância, os hospitais sentinelas representam uma estratégia
para monitorar os medicamentos no âmbito hospitalar. O envolvimento dos profissionais de
saúde no entendimento da farmacologia influi de forma significativa na qualidade da
assistência, seja relacionado à prescrição quanto no uso de medicamentos. O que significa que
o médico compreende outras maneiras de avaliar o tratamento do paciente e o enfermeiro
aprende a relacionar o cuidado ao paciente com os riscos possíveis ao uso do medicamento. Já
o farmacêutico terá uma extensão na sua prática, interagindo com a equipe, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, a utilização de nomes genéricos se dá pela Lei n.º 9787, de 10 de fevereiro
de 1999, bem como a Resolução – CFF n.º 357, de 20 de abril de 2001, do Conselho Federal
de Farmácia. Essa Resolução é de extrema importância, pois o enfermeiro precisa conhecer os
medicamentos genéricos e seu princípio ativo, como sendo iguais.
A portaria Nº 529, de 1º de abril de 2013, do Ministério da Saúde, institui o Programa
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) e dentre seus protocolos, o Anexo 03 aborda
questões acerca da segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Sob
coordenação do Ministério da Saúde e ANVISA, o protocolo de segurança na prescrição deve
ser utilizado por todos os estabelecimentos que prestem cuidados à saúde, que façam uso e
administração de medicamentos, em todos os níveis de complexidade. São ações simples e
extremamente necessárias, que em parte, vem sendo esquecida por parte das equipes de saúde
e seus gestores no cotidiano de trabalho.
Já quanto ao aprazamento, por fazer parte do processo de cuidar, é de responsabilidade
do enfermeiro. Assim dispõe a Lei 7498/86 em seu artigo 11º, inciso I, alínea ‘m’ e o Decreto
94.406/87, que regulamenta a referida Lei, em seu artigo 8º, inciso I, alínea ‘h’, in verbis:
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:
I - privativamente:
(...)
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe:
I – privativamente:
(...)
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas
Não bastassem todos os obstáculos no manejo das prescrições medicamentosas,
existe também a questão da politerapia, que é o uso concomitante de cinco ou mais
medicamentos (SECOLI, 2010, P. 137). Este procedimento é de suma importância, pois
alguns pacientes podem ter outras patologias que coexistam e essa interação pode
potencializar o efeito de algum outro fármaco que tenha uma baixa resposta, bem como
amenizar reações indesejáveis. Contudo, o profissional precisa conhecer as consequências e
responsabilidades de se usar vários medicamentos simultaneamente. Esse conhecimento evita
muitas vezes, danos graves ao paciente.
Devido a tantas dúvidas e receios acerca dos possíveis erros que possam ocorrer, na
elaboração desse estudo, levantou-se o seguinte questionamento: De acordo com as
publicações científicas, o manejo das prescrições medicamentosas pela equipe de enfermagem
confere segurança ao paciente?
Considerando que, o manejo das prescrições medicamentosas de forma inadequada
pode colocar em risco a segurança de pacientes internados caso não seja realizada com
atenção e cuidado, o referido estudo tem como objeto de pesquisa: Identificação do
conhecimento produzido e publicado na literatura nacional e internacional sobre o manejo da
prescrição medicamentosa realizado pela equipe de enfermagem.
Pautado no estudo de Flores (2015), o interesse em conhecer a realidade do manejo
das prescrições em hospitais de grande porte aumenta. Neste sentido, este estudo dá-se pelas
dificuldades encontradas para o manejo das prescrições, de forma que atenda os preceitos da
legislação vigente, conferindo segurança ao paciente.
Além disso, percebe-se a importância de explorar este assunto, que vem sendo
estudado por diversas profissões da área da saúde, com isso, havendo ainda mais necessidade
de que a enfermagem reconheça e explore sua atuação e responsabilidades na reta final do
manejo da prescrição medicamentosa visando diminuir os constantes erros do manejo
incorreto das mesmas.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
- Identificar o conhecimento produzido e publicado na literatura nacional e
internacional sobre o manejo da prescrição medicamentosa realizado pela enfermagem.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar a produção científica acerca do manejo da prescrição medicamentosa
realizado pela enfermagem e a influência dos erros da equipe na segurança do
paciente;
Discutir como o manejo das prescrições medicamentosas pode resultar em erros que
interfiram na segurança dos pacientes.
1.3 JUSTIFICATIVA
O interesse neste estudo dá-se pelas dificuldades encontradas pelos alunos e
profissionais de enfermagem em entender o conteúdo das prescrições, dos aprazamentos que
muitas vezes são difíceis de entender, seja por falta de espaço no papel, ou por correções que
são transcritas por cima dos erros, sobrecarga de trabalho, equipe incompleta e desatualizada,
com a intenção de minimizar riscos e prevenir fatores que possam interferir na segurança do
paciente, visando encontrar estratégias para que esses erros não aconteçam frequentemente.
Além disso, tal estudo pode contribuir para o conhecimento científico e esclarecer dúvidas
que ainda são encontradas acerca do manejo da prescrição medicamentosa visando diminuir
os constantes erros que os pacientes estão passíveis de sofrer com o manejo incorreto das
mesmas.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A SEGURANÇA DO PACIENTE E A ENFERMAGEM
De acordo com a ANVISA (2013, P. 13), receber uma assistência à saúde de
qualidade é um direito do indivíduo e os serviços de saúde devem oferecer uma atenção que
seja efetiva, eficiente, segura, com a satisfação do paciente em todo o processo. Neste sentido,
a segurança do paciente, deve estar longe de qualquer fator que possa colocá-lo em risco, tais
como falta de comunicação entre a equipe multidisciplinar e a falta de atenção ao
aprazamento de medicações que é feito de forma mecanizada e sem cautela.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, em documento publicado em 2009, o
conceito de Segurança do Paciente se refere à redução dos riscos de danos desnecessários
associados à assistência em saúde até um mínimo aceitável. Esses danos desnecessários são
conhecidos como eventos adversos.
O dimensionamento de pessoal também é um forte aliado na busca por uma
assistência segura. Sabe-se eu muitos hospitais sofrem atualmente com equipe incompleta,
sobrecarregando os profissionais que acabam por ter eu dar conta de muitos pacientes ao
mesmo tempo, aumento as chances de erros. Segundo Lidia Demeneghi, dimensionamento de
pessoal é um aspecto de grande importância para que haja garantia e qualidade na assistência
ao cliente, pois os aspectos quantitativos dos profissionais de enfermagem nas instituições de
saúde são enfatizados para que esse objetivo seja alcançado.
Para a implementação segura da terapia medicamentosa contida na prescrição, os
enfermeiros devem ter conhecimentos sobre o correto preparo e administração de fármacos e
soluções. A partir da prescrição médica, executam o aprazamento da administração,
prescrevem cuidados concernentes à administração e monitorização, conforme o tipo de
terapêutica, e registram a resposta do paciente ao tratamento, incluindo possíveis eventos
adversos relacionados ao uso de fármacos e soluções. Em 2004, foi criada a Rede Nacional de
Investigação de Surtos e Eventos Adversos em Serviços de Saúde (Reniss), cujo objetivo era
formar um grupo de profissionais treinados para investigar os surtos e eventos adversos
hospitalares e intervir com ações rápidas em situações de risco sanitário, para reduzir a
gravidade dos casos e o número de pessoas afetadas pelas infecções hospitalares (ANVISA,
2004).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica eventos adversos como
incidentes que resultam em danos não intencionais decorrentes da assistência e não
relacionados à evolução natural da doença de base do paciente.
A preocupação com a segurança do paciente tornou-se uma evidência internacional a
partir da publicação do relatório “To Err is Human” que foi associado a um aumento de
publicações relacionadas à segurança do paciente e prêmios de pesquisa, iniciando assim,
debates sobre o tema. Trata-se de um relatório intitulado “Errar é Humano: Construindo um
Sistema de Saúde mais seguro” divulgado em 1999 pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos, ao qual, afirmava que os erros da assistência médico-hospitalar causavam cerca de 44
000 a 98 000 mortes por ano nos hospitais americanos e mais de um milhão de ferimentos.
(STELFOX et al, 2006, p. 174).
Um marco importante relacionado à segurança do paciente nesse sentido se deu em
outubro de 2004, quando a OMS formalizou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente,
recomendando aos países maior atenção ao tema Segurança do Paciente. Esta Aliança tem
como estimular o comprometimento politico e conscientizar os países para melhoria da
segurança na assistência. Visa também apoiar os países no desenvolvimento de políticas
públicas e práticas para segurança do paciente em todo o mundo.
O programa prioriza diversas ações para garantir a segurança do paciente, dentre as
quais podemos destacar como discussão deste estudo a identificação correta dos pacientes,
gerenciador de medicamentos com aparência ou nomes parecidos e garantia de adequação da
medicação em todo o processo de cuidado.
Desde então, na América Latina, os países vêm se articulando para cumprir as ações
previstas na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. Diante disso, os países são
encorajados a lançar planos e gerar alertas sobre aspectos sistêmicos e técnicos e pôr em
prática iniciativas que contribuam para a garantia da segurança dos pacientes com base nas
metas internacionais para a segurança do paciente.
No Brasil, o PROQUALIS, criado em 2009, vinculado a FIOCRUZ e financiado pelo
Ministério da Saúde se encarrega de divulgar essas ações e disseminar informações e
tecnologias em qualidade e segurança do paciente, disponível em acesso aberto pelo seu
portal na internet. E ainda assim, mesmo com tantas divulgações, estudos vêm demonstrando
que a assistência que oferecemos aos pacientes traz a estes uma série de riscos que, na maior
parte das vezes, são desnecessários.
O Programa Nacional de Segurança do Paciente criado em 2013 e lançado pelo
Ministério da Saúde e ANVISA visa prevenir danos na assistência à saúde. Procura minimizar
a ocorrência de eventos adversos em pacientes internados, citando como exemplo incorretas
administrações de medicamentos. Este Programa, possui ações muito importantes que são os
protocolos de segurança do paciente com foco nos problemas de maior incidência, que no
total são seis, podendo citar entre eles o Protocolo de identificação do paciente e o Protocolo
de Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos que é de interesse deste
estudo. Esses protocolos visam orientar os profissionais quanto a importância de uma
assistência de segurança.
Um dos estudos pioneiros, denominado The Medical Insurance Feasibility Study
(MIFS), foi realizado por duas associações, a California Medical Association e a California
Hospital Association, em 1974. Esse trabalho foi liderado por um professor de patologia da
University of Southern California School of Medicine, de Los Angeles. Esse estudo revisou 21
mil prontuários de pacientes hospitalizados em 23 hospitais da Califórnia. Foram encontrados
eventos adversos em 4,6% dos pacientes.
3. METODOLOGIA
Estudo de revisão integrativa com abordagem quanti-qualitativa.
Foi realizada busca nas bases de dados on line: MEDLINE, PUBMED, BDENF,
LILACS, Banco de teses da CAPES, e BIREME.
Considerou-se a seguinte questão norteadora para condução deste estudo: De acordo
com as publicações científicas, o manejo das prescrições medicamentosas pela equipe de
enfermagem confere segurança ao paciente?
Foi adotado como descritor inicial “segurança do paciente” combinado com
“enfermagem” e “Prescrições de Medicamentos” em português, inglês e espanhol. Em razão
das características especificas de cada base de dados, as estratégias de busca foram adaptadas
de acordo com o objetivo e os critérios de inclusão deste estudo.
A definição de descritores controlados foi referenciada nos Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS) e termos MESH (Medical Subject Headings). Assim, para as bases LILACS,
BIREME, Banco de Teses da CAPES, PUBMED e BDENF, os seguintes descritores
controlados foram utilizados: segurança ao paciente (patient safety), enfermagem (nursing) e
prescrições de medicamentos (drugs prescriptions). Para a base MEDLINE (via BVS) foram
utilizados os seguintes termos MESH: patient safety, nursing, drug prescriptions.
A busca nas bases de dados ocorreu na primeira quinzena de junho de 2015, utilizando
o critério de inclusão: produções (artigos, dissertações e/ou teses) que abordem a temática da
segurança do paciente pautada no manejo adequado da prescrição de medicamentos pela
equipe de enfermagem, indexados em bases de dados publicados em inglês, português ou
espanhol, sem corte temporal de publicação. Os critérios de exclusão foram artigos repetidos,
que não estavam publicados na íntegra e que não abordavam sobre a enfermagem ou manejo
da prescrição pela enfermagem relacionado com a segurança do paciente. Foi utilizado um
quadro de coleta de dados para avaliação das publicações selecionadas. Ele contempla os itens
como: identificação, autor, ano de publicação, idioma, base de dados onde foi encontrada,
metodologia e resultados. Foram lidos todos os títulos e resumos alcançados pela busca nas
bases de dados por dois revisores, que em consenso, selecionaram as produções que
apresentaram resultados que contemplaram a questão do estudo para leitura de texto
completo.
Após a leitura na íntegra, foram extraídos os itens para preencher o instrumento de
avaliação. Os dados foram digitados numa tabela para análise estatística descritiva.
Na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) com os descritores segurança
do paciente (patient safety), enfermagem (nursing) e prescrições de medicamentos (drugs
prescriptions) foram encontrados 3 artigos, sendo 2 pertencentes à PUBMED e 1 à Lilacs; na
segunda busca usando 2 descritores, enfermagem (nursing) e prescrições de medicamentos
(drugs prescriptions) foram encontrados 169 artigos, sendo os quais 68 pertencentes à
Medline via Bireme, 9 à Lilacs via Bireme, 4`BDENF via Bireme, 1 PAHO e 1 Wholis via
Bireme. 39 à Lilacs, 22 ao PUBMED, 25 ao BDENF e não foram encontrados resultados no
Banco de Tese da CAPES e Medline. Seguindo os critérios de exclusão, 15 artigos foram
encontrados. Após uma leitura cuidadosa, 5 artigos relacionaram-se com a temática (3
pertencentes à Lilacs; 1 pertencia à BDENF e 1 à BDENF via Bireme).
169 artigos • após leitura
de resumos e títulos
15 artigos selecionados
• após leitura dos artigos na íntegra
5 artigos selecionados
•Comtemplaram este estudo.
4. RESULTADOS
Dos cinco artigos selecionados, o mais recente é do ano de 2010 (1 artigo), que mostra
a deficiência de artigos voltados para a segurança do paciente relacionada ao manuseio da
prescrição medicamentosa pela equipe de enfermagem.
QUADRO 1: Bases de dados selecionadas
Título Patient Safety in Drug Therapy and the Influence of the Prescription
in Dose Errors / Segurança do paciente na terapêutica
medicamentosa e a influência da prescrição médica nos erros de
dose / Seguridad del paciente en la terapéutica medicamentosa y la
influencia de la prescripción médica en los errores de dosis
Autor Gimenes, Fernanda Raphael Escobar; Mota, Maria Ludermiller
Sabóia; Teixeira, Thalyta Cardoso Alux; Silva, Ana Elisa Bauer de
Camargo; Opitz, Simone Perufo; Cassiani, Silvia Helena De Bortoli.
Idioma Inglês
Base de dados Lilacs
Ano 2010
Metodologia Este é estudo descritivo que utilizou dados secundários, obtidos de
pesquisa multicêntrica, realizada em 2005. A população foi
composta por 1425 erros de medicação e a amostra por 215 erros de
doses.
Resultados A enfermagem possui ampla responsabilidade pelo processo de
acompanhamento terapêutico do paciente e que, para isso, esse
profissional precisa de formação acadêmica mais específica no
campo da farmacologia, com vistas à compreensão de que o
medicamento é importante arma contra a doença.
Título Análise do sistema de medicação de um hospital universitário do
estado de Goiás / Medication system analysis of an university
hospital in the State of Goiás.
Autor Silva, Ana Elisa Bauer de Camargo.
Idioma Português
Base de dados BDENF
Ano 2003
Metodologia Realizou-se uma pesquisa quantitativa do tipo survey exploratório,
na unidade de clínica médica e na farmácia de um hospital geral e
universitário do estado de Goiás, após aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa.
Resultados Padronizar as prescrições escritas e fixar regras; utilizar
procedimentos especiais e protocolos escritos.
Título Problemas na comunicação: uma possível causa de erros de
medicação / Communication problems: a potential cause for
medication error-rates
Autor Silva, Ana Elisa Bauer de Camargo; Cassiani, Silvia Helena de
Bertoli; Miasso, Adriana Inocenti; Opitz, Simone Perufo
Idioma Português
Base de dados BDENF via Bireme
Ano 2007
Metodologia Coleta de dados através de observações diretas durante 21 dias;
revisões de 294 prescrições de medicamentos e 40 entrevistas com
profissionais.
Resultados Os meios de comunicação utilizados devem ser revistos, a fim de
que se crie um sistema de medicação seguro para o paciente.
Título Observation of preparation and administration of drugs by nursing
assistants in patients with enteral feeding tube / Observação de
preparo e administração de medicamentos por auxiliares de
enfermagem de pacientes com tubo de alimentação enteral Colocar
essa referencia;
Autor Heydrich, Joana; Heineck, Isabela; Bueno, Denise.
Idioma Inglês
Base de dados Lilacs
Ano 2009
Metodologia Foram acompanhados sessenta auxiliares de enfermagem, em duas
unidades de internação, em suas rotinas de trabalho e observadas as
suas técnicas, estas foram comparadas com os procedimentos que
fazem parte das normas de administração de medicamentos a
pacientes em terapia enteral.
Resultados Constatou-se grande diversidade de métodos de trabalho utilizados
no momento da derivação, diluição e administração dos
medicamentos pelos auxiliares de enfermagem.
Título Erros de medicação em pediatria: análise da documentação de enfermagem
no prontuário do paciente / Medication errors in pediatrics: analysis of
nursing records on the patient chart
Autor Melo, Liliane Rodrigues; Pedreira, Mavilde Luz Gonçalves.
Idioma Português
Base de dados Lilacs
Ano 2005
Metodologia Estudo descritivo e transversal realizado em três unidades
pediátricas de um hospital universitário que objetivou, por meio da
análise do prontuário do paciente, identificar erros de medicação.
Resultados Frente aos eventos verificados, sugere-se o desenvolvimento de
programas de educação continuada e a criação de ferramentas de
gestão da assistência que permitam desenvolver esta prática,
monitorando resultados obtidos.
5. DISCUSSÃO
Esta pesquisa identificou o conhecimento produzido e publicado na literatura nacional e
internacional sobre o manejo da prescrição medicamentosa realizado pela enfermagem e o
impacto na segurança do paciente. Este manejo foi adotado como descritor inicial combinado
com outros descritores em português, inglês e espanhol.
Dos cinco artigos inclusos na metodologia, o manejo das prescrições pode implicar na
segurança dos pacientes de diversas formas. Como a enfermagem possui ampla
responsabilidade pelo processo de acompanhamento terapêutico, existe a necessidade precisa
de maior envolvimento na formação acadêmica no campo da farmacologia.
Identificar adequadamente o paciente, também é um importante componente para o
manejo correto e seguro das prescrições tendo em vista que pacientes podem ter nomes iguais
e estarem na mesma enfermaria e às vezes utilizando o mesmo medicamento e isso pode ser
confundido e perigoso caso as doses sejam diferentes.
Apesar de o enfermeiro não ser responsável diretamente pela elaboração da prescrição,
é importante que esse profissional tenha atenção e saiba manejar corretamente as prescrições,
analisando como um todo, desde o momento que o fármaco é prescrito até o momento da sua
administração, de modo a identificar as falhas inerentes do processo e evitar que os erros
cheguem até o paciente. A partir da prescrição médica, na maioria das instituições de saúde, a
equipe de enfermagem é responsável pelo preparo e administração da terapia, caracterizando-
se como executantes de maior número de procedimentos para a realização.
Para que a enfermagem consiga controlar o processo de medicação sob sua
responsabilidade, garantindo a segurança do paciente, fazem-se necessários programas de
educação continuada e incorporação de tecnologias e sistemas de informação na prática
assistencial.
Vale lembrar ainda que um manuseio incorreto de prescrições pode estar relacionado à
ilegibilidade das prescrições de medicamentos podendo levar o profissional a interpretar a
terapêutica incorretamente e causar danos aos pacientes.
A prescrição medicamentosa é um documento que envolve diversas áreas da saúde. A
fim de minimizar erros, a prescrição deve vir correta desde o momento em que é prescrita,
pois um erro leva a outro e muitos deles podem não ser identificados e interceptados a tempo.
Sabe-se que a equipe de enfermagem é capaz de interceptar até 86% dos erros na medicação
provindos dos processos de prescrição, transcrição e de dispensação, ao passo que apenas 2%
dos erros na administração são interceptados.
Por parte somente da equipe de enfermagem também há a questão da não checagem e
aprazamento incorreto das prescrições que configura um manuseio incorreto, tendo em vista
esses Quanto às anotações de enfermagem, sabe-se que esses registros são fontes importantes
de informações e devem ser valorizados, pois são utilizados para fins administrativos,
podendo refletir a qualidade do cuidado prestado assim como a preocupação com uma
comunicação eficiente entre os membros da equipe de saúde.
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6. CONCLUSÃO
Os meios de comunicação devem ser revistos e a grande diversidade existente de métodos de
trabalho utilizados no momento da administração de medicamentos pela equipe de enfermagem
precisam ser melhores avaliados. Isto inclui inclusive local apropriado para a manipulação desse
procedimento.
A grande maioria dos erros pelos profissionais podem estar relacionados à deficiência
acadêmica, sobrecarga de trabalho, múltiplas tarefas, equipe desatualizada e a questão da prática do
mesmo procedimento realizado diariamente, pode induzir a um erro mais grave, principalmente se
esta prática for realizada de forma incorreta.
Uma divulgação mais rigorosa de Leis e Portarias importantes se faz necessária, como as leis
que regulamentam a utilização de nomes genéricos - Lei a lei n 9787 de 10/02/99; essa lei pode
ajudar o profissional a conhecer medicamentos na forma comercial e seu princípio ativo podendo
assim evitar interações medicamentosas. A portaria nº 529 de 01/04/2013 que institui o Programa
Nacional de Segurança do Paciente é de extrema importância para evitar diversos danos ao paciente
e alcançar da melhor forma possível uma boa qualidade na assistência.
A padronização de prescrições médicas e de enfermagem escritas quanto à fixação de regras
utilizando procedimentos especiais e protocolos escritos pode ser uma boa maneira de minimizar
erros. As prescrições eletrônicas podem ser uma boa alternativa já que comparadas as escritas, são
mais seguras, podendo ser uma boa fonte de comunicação caso a padronização escrita não seja
viável ou efetiva.
A presença de um farmacêutico se torna importante, pois é um profissional de extrema valia,
com conhecimento farmacológico que poderia intervir num manejo incorreto de prescrições,
principalmente no que diz respeito a interações medicamentosas e efeitos terapêuticos.
O uso de protocolos e informações pertinentes como, horário, preparo e diluição afixados
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em locais próximos ao posto da equipe de enfermagem podem minimizar danos relacionados a
essas etapas.
Esclarecer a importância do dimensionamento de pessoal e como a falta de profissional pode
resultar numa assistência de saúde insegura.
Percebe-se que o manuseio incorreto da prescrição medicamentosa, está em diversas etapas
desse processo, seja na prescrição, administração ou qualquer outra etapa. Em relação à prescrição,
falta de dados, letra ilegível, uso indevido de abreviaturas e desatualização dos profissionais são
fatores que podem levar ao erro. Quanto à administração, falhas na técnica, falta de comunicação
com o paciente, inúmeras tarefas concomitantes, distração e deficiência acadêmica podem ser
fatores que contribuam para a formação de erros.
Falhas na comunicação geram erros dos mais diversos níveis de gravidades e em qualquer
etapa da formação da prescrição. Promoção da educação permanente pode estimular e melhorar a
comunicação entre os membros da equipe de saúde, contribuindo para o desenvolvimento
profissional da equipe de saúde como um todo e uma boa qualidade na assistência, minimizando
riscos e tornando o manuseio das prescrições medicamentosas um ato correto e seguro para o
paciente.
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