View
218
Download
5
Category
Preview:
Citation preview
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – Filosofia
Resenhas 2010
2
Sumário
Artur Bezzi Günther, resenha da obra Uma breve introdução à filosofia de
Thomas Nagel ............................................................................................................
3
Daiane Cristina Faust, resenha da obra Existo, logo penso: filósofos respondem às
suas perguntas sobre o amor, o nada e tudo o mais de Alexander George .............
5
Denise Maria Rosa dos Santos, resenha da obra Filosofia na educação infantil:
fundamentos, métodos e propostas de José Auri Cunha ...........................................
7
Eduardo Antonielo de Avila, resenha da obra Apresentação da filosofia de André
Comte-Sponville ........................................................................................................
9
Isabel Cristina Dalmoro, resenha da obra Simplicidades Insolúveis: 39 histórias
filosófica de Roberto Casati e Achille Varzi .............................................................
11
Márcia Luísa Tomazzoni, resenha da obra Que quer dizer tudo isto? Uma
iniciação à Filosofia de Thomas Nagel .....................................................................
13
Maria Eugênia Zanchet Bordignon, resenha da obra Ética e Cidadania: Caminhos
da Filosofia do Grupo de Estudos sobre o Ensino de Filosofia (Gesef) sob a
coordenação de Sílvio Gallo ......................................................................................
15
Mateus Rocha, resenha da obra Aprendendo a Filosofar em 25 lições de Nicholas
Fearn ..........................................................................................................................
17
Roberson Rosa dos Santos, resenha da obra Filosofando na escola: como
transformar o potencial crítico dos alunos em pensamento filosófico de Ani
Bustamante ................................................................................................................
19
Rodrigo de Ulhôa Canto Reis, resenha da obra Metodologia Filosófica de
Dominique Folscheid e Jean-Jacques Wunenburger ................................................
21
3
Artur Bezzi Günther
1. Ficha catalográfica
1.1 Obra: Uma breve introdução à filosofia.
1.2 Autor: Thomas Nagel.
1.3 Editora: Martins Fontes, 2ª Edição – 2007, 107 páginas.
1.4 Tema: Filosofia.
1.5 ISBN: 8533623720 – ISBN-13: 9788533623729.
1.6 Livro em português, em brochura.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: O livro em questão encontra-se em catálogo custando cerca
de vinte e cinco reais. Ele não é um livro didático, entretanto, serve como um apoio
ao professor.
2.2 Classificação: Ele é destinado àqueles que buscam uma introdução à filosofia,
não há restrição quanto à idade, contudo, sua leitura será melhor aproveitada no
Ensino Médio.
2.3 Abordagem: Nele, se encontra um apanhado das principais temáticas abordadas
pela Filosofia trabalhadas de maneira simples, sutil, direta e argumentada.
2.4 Outros: O livro não contém atividades.
2.5 Apresentação: Uma Breve Introdução à Filosofia é o nome de um perspicaz
livro introdutório escrito por Thomas Nagel. Nele, se encontra um apanhado das
principais temáticas abordadas pela Filosofia trabalhadas de maneira simples, sutil,
direta e argumentada. A obra é distribuída em 10 capítulos. O autor, após uma breve
apresentação do livro, passa direto ao tema inicial: “Como sabemos alguma coisa?”.
Ele não dá margem para rodeios, passa direto à argumentação, apresenta diversas
perspectivas sobre o tema explicitando suas pressuposições e suas implicações. Isso
sem se importar muito com referências ou contextualizações que geralmente
atravancam a leitura, o foco principal é dado aos problemas filosóficos, às teses que
procuram responde-los e aos argumentos que sustem as teses. A visão panorâmica
proporcionada por essa abordagem é rara e deveras preciosa para uma compreensão
da questão como um todo.
2.6 Índice:
Introdução.
Como sabemos seja o que for?
Outras mentes.
O problema mente-corpo.
O significado das palavras.
Livre-arbítrio.
Certo e errado.
Justiça.
Morte.
O sentido da vida.
4
3. Comentário acerca da obra:
A abordagem estritamente temática da obra é a sua principal virtude, entretanto, ao
mesmo tempo, é a sua mais evidente fraqueza. Isso porque a obra, quando lida
desprevenidamente, carece de uma diretriz. Pela escassez de um capítulo introdutório
apropriado, o leitor fica destituído de orientação durante a leitura da obra. Ela não
antecipa o que é relevante, não apresenta a “moral da história”, o que para um leitor
desatento é provável que seja perdido.
Mais concretamente, no primeiro capítulo, por exemplo, o autor apresenta o problema
do conhecimento, em seguida ele apresenta a argumentação das diversas teses que
visam responder a esse problema. Desse modo, é como exigir que alguém aprenda a
construir um instrumento musical apenas observando um luthier fazê-lo, é uma tarefa
possível, contudo, pode ser muito facilitada. Enfim, há um grande esforço do autor
em realizar uma explanação rigorosamente argumentada, contudo, esse aspecto
argumentativo nunca é tematizado ou justificado.
Nesse ponto entra o Professor. O proveito da leitura do livro acompanhada por um
Professor de Filosofia é consideravelmente maior. Em tal situação as carências da
obra são supridas pelo professor o qual é munido de um instrumento de alta
qualidade. “Uma Breve Introdução à Filosofia” quando utilizada como apoio textual
em uma aula é uma ferramenta esplêndida: o professor orientando a leitura possui, em
um único texto, um conteúdo em linguagem acessível apresentando os principais
temas tratados pela filosofia rigorosamente argumentados caracterizando uma
genuína atividade filosófica.
Nesse sentido, o livro é recomendado principalmente como apoio às aulas
introdutórias de filosofia. Nesse contexto suas virtudes saltam aos olhos enquanto
suas fraquezas são suplantadas. O professor da universidade de Nova York, assim,
oferece nessa obra uma oportunidade singular de reflexão qualificada sobre os temas
mais recorrentes da Filosofia.
5
Daiane Cristina Faust
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Existo, logo penso: filósofos respondem às suas perguntas sobre o amor, o
nada e tudo o mais. Título original: What Would Socrates Say? Philosophers answer
your questions about Love, nothingness and everything else.
1.2 Autor/organizador: Alexander George – Amherst College.
1.3 Colaboradores: Amy Kind – Claremont McKenna College; Daniel J. Velleman –
Amherst College; David Brink – Universidade da Califórnia; Gabriel Segal – King’s
College; Joseph G. Moore – Amherst College; Jyl Gentsler – Amherst College;
Louise Antony – Universidade de Massachusetts; Marc Lange – Universidade da
Carolina do Norte; Mark Crimmins – Universidade de Stanford; Mark Sprevak –
Universidade de Cambridge; Matthew Silverstein – Universidade de Michigan;
Mitchell S. Green – Universidade da Virgínia; Nalini Bhushan – Smith College;
Nicolas D. Smith – Lewis and Clark College; Oliver Leaman – Universidade de
Kentucky; Peter Lipton – Universidade de Cambridge; Peter S. Fosl – Universidade
da Transilvânia; Richard Heck – Universidade Brown; Sean Greenberg –
Universidade Johns Hopkins; Sharon Street – Universidade de Nova York; Thomas
Pogge – Universidade de Colúmbia.
1.4 Tradução: Bruno Casotti.
1.5 Editora: Objetiva Ltda., Rio de Janeiro/RJ, 2008.
1.6 Primeira Edição, 276 p.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Consta em catálogo
2.2. Classificação: Direcionado para todos os públicos.
2.3. Abordagem: Temática.
2.4. Outros: Não possui sugestão de atividades.
2.5. Apresentação: Existo, logo penso trata-se de uma seleta coleção de perguntas e
respostas de caráter filosófico extraídas no site askphilosophers.org. Professores e
pesquisadores de filosofia desempenham um serviço voluntário através do site,
esclarecendo dúvidas e estimulando novas discussões filosóficas ao público em geral.
O propósito é atenuar um paradoxo muito conhecido: “a filosofia está tanto em todos
os lugares quanto em lugar nenhum”. Alexander George, fundador do site e
criador/organizador do livro, é professor de Filosofia na Universidade de Amherst,
nos EUA.
2.6. Índice: As perguntas e suas respectivas respostas extraídas do site foram
organizadas no livro em tópicos temáticos. Estes tópicos foram, por sua vez,
agrupados em quatro partes, cada qual correspondente a uma das quatro perguntas
centrais para a filosofia de Immanuel Kant:
O que posso saber?
O que devo fazer?
O que eu posso esperar?
O que é o homem?
6
3. Comentário acerca da obra:
3.1 Clareza: a adaptação do conteúdo do site para o formato de livro contou com um
rigoroso processo de triagem dos temas, perguntas e respostas. Todavia, esse
processo não acarretou em modificações consideráveis na estrutura lingüística
utilizada anteriormente, isto é, manteve-se a clareza e até certo tom de informalidade,
já que o serviço voluntário dos professores e dos pesquisadores de filosofia
envolvidos no projeto é direcionado para o público em geral, pessoas leigas e
profissionais da área.
3.2 Aplicabilidade: considerando que a maioria dos alunos da Educação Básica no
Brasil vem a ter seu primeiro contato com a Filosofia somente no Ensino Médio, cabe
aos professores de Filosofia do Ensino Secundário a busca de recursos que possam
facilitar o aprendizado do aluno. Nessa direção, Existo, logo penso apresenta um
aspecto positivo: as dúvidas enviadas pelos leitores/seguidores do site são
respondidas (mas não definitivamente caladas) por profissionais (filósofos) que
respeitam o contexto do qual elas emergem; não há apelo para termos tecnicamente
filosóficos. Os exemplos utilizados pelos pensadores também foram selecionados
com cautela, retratam situações cotidianas, vividas por eles próprios e que poderiam
ser aplicadas a qualquer um. A estrutura “pergunta – respostas/comentários” é ainda
um ponto favorável para a utilização do livro no Ensino de Filosofia: a reprodução
desses pequenos diálogos transmite uma idéia de dinamismo, onde o leitor se
identifica com o questionador e realiza a leitura das respostas dadas a ele tomando-as
para si, como se fizesse de fato parte da discussão. O livro pode ser utilizado em sala
de aula para, por exemplo, suscitar uma discussão. Outra alternativa é estimular os
estudantes à elaboração de perguntas e, dependendo do resultado obtido, enviar ao
site algumas delas para que sejam respondidas pelos filósofos colaboradores (a
tradução português/inglês – inglês/português fica a cargo do professor).
7
Denise Maria Rosa dos Santos
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Filosofia na educação infantil: fundamentos, métodos e propostas.
1.2 Autor: José Auri Cunha.
1.3 Edição: Editora Alínea, Campinas, SP. 2ª edição, 2005.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Em catálogo.
2.2 Classificação: Livro de apoio ao professor e destinado aos alunos do Ensino
Fundamental.
2.3 Abordagem: Temática.
2.4 Outros: Possui sugestões de atividades.
2.5 Apresentação: O livro mostra que podemos desenvolver estratégias e recursos
metodológicos para o ensino de filosofia com crianças e métodos de trabalho em sala
de aula incentivando a cultura do pensamento nelas, valendo-se da curiosidade
própria da fase e desenvolvendo, segundo o autor, habilidades do pensamento crítico
e criativo. Coloca que o professor deve abordar as questões filosóficas por meio de
histórias e dinâmicas, empregando vocabulário ao nível dos alunos, levantando
palavras-geradoras escolhidas pelo grupo de alunos e desequilibrando as
conversações (pensamentos divergentes) a fim de estabelecer um diálogo entre
emoções e razões. O autor defende uma educação para autonomia e liberdade
investindo no diálogo (pensamento convergente), onde os alunos devem refletir,
investigar e deliberar diante de histórias contadas pelo professor com temática
apropriada a cada faixa etária. Ele propõe que o professor, ao preparar suas aulas,
desenvolva perguntas bases para não desviar o assunto e com o mesmo propósito
deixar que a turma escolha uma palavra-geradora que estimule as crianças a
participarem. Segundo José Auri Cunha “é justamente a reconstrução mental do que
intriga e encanta as crianças que cria os contextos de reflexão filosófica”.
José Auri Cunha é professor e pesquisador em Filosofia, atuando desde 1986 no
ensino médio e superior. Graduado em Matemática e em Ciências Sociais pela
UNICAMP, iniciou sua formação filosófica no mestrado em Lógica e Filosofia dessa
universidade. Atualmente, conclui seu doutorado na USP em Filosofia da Educação e
é diretor do Centro de Filosofia para Crianças e Jovens em Campinas-SP.
2.6 Índice:
1. A Filosofia e a criança: a formação de atitudes filosóficas.
2. A Filosofia na infância e a formação de professores.
3. Filosofia: o pensamento rigoroso consigo mesmo.
4. Filosofar: a prática do perguntar para melhor forma do pensar.
5. Bases da atitude filosófica: aprender a aprender, aprender a automotivar-se para as
regras, aprender a dialogar.
6. Bases da educação para o pensamento rigoroso: o pensamento do cuidado,
mediador do pensamento crítico e do criativo.
7. Pedagogia filosófica: pedagogia da pergunta e pedagogia do diálogo.
8
8. Competências, temas e habilidades filosóficas.
9. Estrutura curricular de filosofia na Educação Infantil: recursos didáticos, campos
temáticos, programas de habilidades.
10. A aula de Filosofia na Educação Infantil.
11. A escolha de temas para a conversação filosófica.
12. A intervenção da professora nas conversações.
13. A ambientação socioemocional.
14. Operadores e ferramentas de conversação.
15. O exercício do diálogo investigativo, reflexivo e deliberativo.
16. A avaliação de aprendizagem: quanto a atitudes, compreensão temática e graus de
habilidades.
17. A prática do filosofar e o cultivo de atitudes democráticas.
3. Comentário acerca da obra:
Esta obra é bem esquematizada e valiosa para o professor, pois possui métodos e
propostas para a prática docente que podem a meu ver funcionar muito bem em sala
de aula. Mostra histórias que podem ser contadas para crianças de três a sete anos de
idade, porém penso que seja difícil a realização de deliberações com um grupo de
crianças nessa faixa de idade, visto que elas ainda não têm uma percepção consistente
dos diferentes modos de pensar e cabe apenas ao professor ser um bom mediador
nessas circunstâncias. A tarefa pode ser difícil, mas creio ser um bom método para o
respeito ao pensamento dos seus colegas, saber que há pessoas que pensam diferente
de você é importante desde cedo. Essa é a pedagogia da pergunta filosófica de
Matthew Lipman1 que de acordo com Auri Cunha funciona na prática no momento
que estimula a discordância do grupo sobre suas investigações no que tange escolher
esta ou aquela resposta, transformando a sala de aula em uma comunidade de
investigação (metodologia de Lipman). Filosofia na educação infantil é um livro com
passos importantes para o trabalho do professor, incluindo o ambiente adequado para
dar início à aula, as habilidades a serem desenvolvidas nos alunos, exemplos de
temáticas a serem trabalhadas, como o professor deve se portar diante dos diálogos e
como avaliar a aprendizagem dos alunos.
9
Eduardo Antonielo de Avila
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Apresentação da filosofia. Título original: Présentations de la philosophie.
1.2 Coleção: Mesmo que o céu não exista.
1.3 Autor: André Comte-Sponville.
1.4 Tradução: Eduardo Brandão.
1.5 Revisão gráfica: Sandra Regina de Souza e Ivete Batista dos Santos.
1.6 Produção gráfica: Geraldo Alves.
1.7 Editora: Martins Fontes, 2009, 2ª edição, 165 p.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Consta em catálogo.
2.2 Classificação: Direcionado para o público em geral.
2.3 Abordagem: Temática.
2.4 Outros: Não possui sugestão de atividades.
2.5 Apresentação: O livro é resultado de uma serie de publicações chamadas
“cadernos de filosofia”, com a finalidade de servir de iniciação a temas importantes
da filosofia. No total foram publicados 12 cadernos sobre diversos assuntos, que
viraram o livro “apresentação da filosofia”. O livro busca mostrar para o leitor
despreparado filosoficamente que o trabalho de iniciar uma interrogação séria e
honesta sobre questões filosóficas depende exclusivamente dele mesmo, é que essa é
realmente uma tarefa árdua, e, por isso mesmo, podemos e, principalmente, devemos
buscar nos pensadores do passado, que já exploraram essas mesmas questões, as
ferramentas para essa tarefa, mas sem nunca esquecer ou deixar de lado nossa
responsabilidade pessoal perante esse trabalho.
Ao descrever sua intenção com o livro, o autor apresenta, no inicio da obra, que tinha
em mente como publico alvo os adolescentes, mas que não queria restringir o livro
somente aos estudantes, sendo assim, o livro não tem caráter pedagógico, nem mesmo
utiliza uma didática escolar ao apresentar o conteúdo, o que lhe permitiu tratar e
expor os temas da maneira menos formal, pois ele acredita que os jovens, mais que
qualquer outro, precisam ser acompanhados no inicio de seus estudos filosóficos.
Tendo o intuito de seguir com a obra sem dar-lhe um caráter formal, o autor apresenta
e defende suas crenças adquiridas ao longo dos seus estudos, tomando o cuidado de
informar autores, obras e fazendo uso de citações sempre que é conveniente, mas
mantendo o cuidado de apresentar qual sua intenção com a citação, o que facilita a
compreensão. Sem se aprofundar em algum filosofo especificamente, ao longo do
texto o leitor entra em contato com Platão, Aristóteles, pascal, Descartes, Hume,
Kant, Montaigne, Hegel, e esses são somente alguns filósofos que aparecem no
decorrer dos capítulos. O aspecto positivo dessa forma de apresentação é que o autor
apresenta, dentro de cada tema, o que há de mais relevante, o que permite o leitor
10
conhecer, de maneira geral, o que foi e o que está sendo discutido acerca de um
determinado assunto.
2.6 Índice: O livro é estruturado por capítulos, sendo cada um deles uma apre-
sentação dos problemas e pressupostos envolvidos naquele tema. Os capítulos são:
Capítulo 1: A moral
Capítulo 2: A política
Capítulo 3: O amor
Capítulo 4: A morte
Capítulo 5: O conhecimento
Capítulo 6: A liberdade
Capítulo 7: Deus
Capítulo 8: O ateísmo
Capítulo 9: A arte
Capítulo 10: O tempo
Capítulo 11: O homem
Capítulo 12: A sabedoria
3. Comentário acerca da obra:
3.1 Clareza: Permanecendo sempre com uma linguagem acessível, e quase nenhum
requisito técnico. A linguagem empregada é simples e a ocorrência de termos
técnicos utilizados na filosofia é acompanhada de explicação; a abordagem dos
problemas é apresentada, quando possível, com exemplos do cotidiano, mostrando as
diferentes posições que podem ser tomadas acerca das questões, bem como as
objeções pertinentes. Desta forma a obra propicia uma maior clareza e compreensão
dos problemas apresentados, tanto para o leitor que já possui algum conhecimento em
filosofia, mas também para os que estão iniciando.
3.2 Aplicabilidade: Pensando na perspectiva do professor de filosofa, o livro parece
útil justamente por conter informações que permitem uma apresentação geral de cada
tema, por exemplo, se um professor resolve discutir com seus alunos sobre moral, ele
poderá usar o capitulo que trata sobre Moral nas primeiras aulas em que for abordar o
tema, utilizando o livro como panorama geral, um instrumento de apresentação
daquele conteúdo, aplicando ao livro justamente o molde que o autor escolheu para a
obra. Por outro lado, o livro também pode ser pensado de outra maneira, pois que não
há no livro capítulos gerais, como Metafísica, Ética, Epistemologia, mas estes temas
certamente estão presentes, divididos nos 12 capítulos que compõem o livro. Se a
proposta de discussão em aula for Metafísica, por exemplo, o professor se valerá do
capitulo que trata sobre o tempo, ou então do capitulo sobre Deus, a morte, etc.
Poderá fazer ligações entre esses temas para dar o panorama geral não mais de um
determinado assunto, mais sim de uma área da filosofia, permanecendo sempre com
uma linguagem acessível.
11
Isabel Cristina Dalmoro
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Simplicidades Insolúveis: 39 histórias filosóficas.
1.2 Autores: Roberto Casati e Achille Varzi.
1.3 Companhia das Letras, 188p. São Paulo, 2005.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Em catálogo.
2.2 Classificação: Livro direcionado ao professor.
2.3 Abordagem: temática.
2.4 Outros: Não possui atividades.
2.5 Apresentação: Dividido em oito capítulos mais o CODA, a seção conclusiva,
Simplicidades Insolúveis traz trinta e nove histórias filosóficas, apresentadas através
de curtos e divertidos diálogos. São histórias ficcionais que mostram como é possível
conciliar o cotidiano com a Filosofia. Bastando para isso observar fenômenos
corriqueiros, como as estações do ano, relação espaço-tempo, o limite entre o sono e a
vigília, conceitos relacionados à linguagem. Tudo isso ligado ao raciocínio lógico.
Roberto Casati é pesquisador do Instituto Jean Nicod, nas áreas de Filosofia,
Psicologia da Percepção e Representação Espacial. Achille Varzi é professor do
Departamento de Filosofia da Universidade Columbia em Nova York e editor do The
Journal of Philosophy.
2.6 Índice: As trinta e nove histórias: Um: Quarto 88- De um projeto inútil- O
artista quando jovem- A cadeia que leva ao gol- Dois: Sonífero Zumbi SPA- Amnésia
Parcial- Transplante de pessoa- Os sabores do sorvete- Três: O jogo da loto na
cidade do Avesso- Os números da sorte- A desordem invisível- Quatro: Missiva do
Vale Final sobre o tempo- Bolhinhas- Datas de nascimento- A ilha das quatro
estações- Uma viagem cancelada- Hic sunt leones- Reflexões- Cinco: O último caso
do presidente das Amebas- A estátua escondida- A credência despedaçada- Holter
Monitor- Fila Treze- Trem cancelado- Os novos satélites- Seis: Ao pé da letra- O
Dicionário Inteligente- Pictolivro para turistas- Marcas de tinta- Sete: Escolha
obrigatória- O que quer a maioria- A regra número 1- Oito: Congratulações aos
terceiros- Efeito placebo- Interessante!- A auto-referência se explica por si- Uma
visita imprevisível- A torta enfeitiçada- CODA: Ácido Universal. Apêndice.
3. Considerações acerca da obra:
O Livro Simplicidades Insolúveis com suas 39 histórias filosóficas possui linguagem
acessível. São histórias, de caráter ficcional, ligadas ao cotidiano das pessoas. Através
dessas situações chega-se sempre ao paradoxo, método utilizado para investigar
temas complexos da Filosofia. Cito a última história do livro, como exemplo
característico de paradoxo: Ácido Universal. Um dos departamentos de uma grande
empresa de pesquisa e desenvolvimento cria um ácido universal. Surge então o
problema técnico em como comercializar esse ácido, tendo em vista que ele corrói
tudo. Outro departamento cria então o invólucro universal, que por sua vez não
corroído por nenhum produto. Situações colocadas, basta saber como resolvê-la. Eis
12
que surge o raciocínio lógico proposto pelo personagem Abelhudo, que intervém em
várias histórias do livro, fazendo aparecer o paradoxo das situações, deixando pronto
o tema para ser discutido.
A partir da leitura dos contos, individuais ou em grupos, pode servir como introdução
aos conceitos filosóficos.
13
Márcia Luísa Tomazzoni
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Que quer dizer tudo isto? Uma iniciação à Filosofia. Título original:
What does it all mean?: A very short introduction to Philosophy.
1.2 Autor: Thomas Nagel.
1.3 Tradução: Teresa Marques.
1.4 Revisão do texto: José Soares de Almeida.
1.5 Revisão científica: Desidério Murcho.
1.6 Editora Gradiva – Lisboa, Portugal. 1ª edição, 92 p., 1995.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Consta em catálogo.
2.2 Classificação: Direcionado para todos os públicos.
2.3 Abordagem: Temática.
2.4 Outros: Não possui sugestão de atividades.
2.5 Apresentação: O livro é apresentado, em sua sobrecapa, como sendo a obra
inaugural da Coleção Filosofia Aberta, que pretende ser uma contribuição para que a
filosofia assuma o seu papel crítico fundamental na sociedade portuguesa e recupere
no sistema de ensino e particularmente entre os jovens o fascínio que lhe é próprio. A
obra apresenta uma introdução aos principais problemas filosóficos, dando ênfase ao
exercício da capacidade crítica da razão. Nagel o faz sem mencionar nomes de
filósofos em qualquer momento e destaca que cada um dos problemas pode ser
entendido por si mesmo, sem referência à história do pensamento e aos escritos dos
grandes filósofos. A ênfase na capacidade crítica é evidenciada pela forma como o
autor conduz os textos, traçando distinções, formulando hipóteses, colocando
objeções, levantando questões, deixando os problemas filosóficos em aberto para
provocar e estimular o leitor a levar adiante suas reflexões. Na introdução, o autor
defende abertamente a ideia de que a melhor forma de iniciar o estudo de filosofia é
pensando diretamente sobre os problemas filosóficos, pois uma vez que
compreendamos as questões envolvidas nestes problemas, estaremos melhor
preparados para compreender e avaliar o trabalho de outras pessoas que tentaram
solucioná-los. Thomas Nagel é professor de Filosofia e Direito na Faculdade de
Direito da Universidade de Nova Iorque e seus trabalhos se concentram em Filosofia
da mente, Filosofia política e Ética.
2.6 Índice: A obra é estruturada em dez capítulos, com uma introdução seguida de
nove capítulos que correspondem a nove problemas tipicamente filosóficos:
1. Introdução.
2. Como sabemos seja o que for?
3. Outras mentes.
4. O problema mente-corpo.
5. O significado das palavras.
6. Livre-arbítrio.
7. Certo e errado.
14
8. Justiça.
9. Morte.
10. O sentido da vida.
3. Comentário acerca da obra:
A linguagem empregada é simples e a ocorrência de termos técnicos utilizados na
filosofia são acompanhados de explicação; a abordagem dos problemas é rica em
exemplos cotidianos, mostrando as diferentes posições que podem ser tomadas acerca
das questões, bem como as objeções pertinentes. Deste modo, a obra propicia uma
maior clareza e compreensão dos problemas apresentados, seja o leitor leigo ou já
possua algum contato com a disciplina filosófica.
No que diz respeito à sua aplicabilidade em sala de aula, os conteúdos tratados são
alguns dos temas centrais da Filosofia, portanto, indispensáveis para o currículo da
disciplina. Neste sentido, a obra pode ser utilizada como uma das referências para
elaborar um plano de ensino pela via temática. Sua aplicação em sala de aula é
adequada como uma introdução geral para apresentar os problemas filosóficos e,
dependendo da pertinência, poderá ser ou não seguida de um aprofundamento nas
teorias e filósofos envolvidos na discussão de cada questão.
Ainda que não haja a indicação de atividades e exercícios, há a possibilidade de se
trabalhar os capítulos separadamente (dado o número reduzido de páginas),
utilizando-os para realizar trabalhos com os alunos ou simplesmente para propor uma
discussão. Alguns capítulos são finalizados com indagações em aberto, instigando o
leitor a levar adiante as reflexões. Pelas razões expostas, podemos dizer que a obra
representa uma boa ferramenta para estimular o desenvolvimento da capacidade
reflexiva e crítica nos alunos, uma vez que mostra como utilizar os instrumentos
críticos na discussão filosófica.
15
Maria Eugênia Zanchet Bordignon
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia.
1.2 Autores: Grupo de Estudos sobre o Ensino de Filosofia (Gesef) sob a
coordenação de Sílvio Gallo.
1.3 Editora: Papirus Editora – Campinas/SP.
1.4 13ª edição, 2005.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Em catálogo.
2.2 Classificação: Livro didático direcionado ao Ensino Médio.
2.3 Abordagem: Temática.
2.4 Outros: Possui atividades.
2.5 Apresentação: Através de breves historietas que relacionam-se com aconte-
cimentos corriqueiros, a obra pretende aproximar dos alunos a Filosofia. Ela toma
temas comuns aos jovens como um gancho para apresentação de questões e temáticas
filosóficas, a fim de despertar o interesse do aluno na forma de um convite despojado
para o exercício da crítica e análise de eventos que ocupam, despercebidos, o dia-a-
dia dos jovens.
2.6 Índice: Apresentação para quem ensina filosofia: Ensinar a Filosofar.
Apresentação para quem estuda filosofia: A Juventude e a Filosofia.
Unidades:
1. A Filosofia e o Conhecimento
2. Política e Cidadania
3. Ideologia
4. Alienação: (Des)Humanização do Homem no Trabalho
5. Ética e Civilização
6. O Corpo
7. Sexualidade: O Nome da coisa
8. A Liberdade
9. Estética: Arte e a Vida Cotidiana
10. Estética de Si
11. Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica
3. Comentário acerca da obra:
Por ser uma obra que se propõe a ser aplicada em sala de aula, Ética e Cidadania, já
pode ser considerada minimamente aplicável. Ela traz propostas, sugestões e atividades
que só tendem a complementar a atividade em sala de aula – e enriquecer a obra.
A análise do conteúdo se restringe à bem estruturada tentativa de aproximar o aluno e a
filosofia. Para realizar tal tarefa, a obra faz uso de textos elaborados pelos professores
com linguagem simples e de fácil entendimento acerca do panorama filosófico dos
temas propostos. Além disso, artimanhas como o uso de ilustrações, estórias breves do
16
cotidiano comum e clara diagramação com caixas de texto em destaque, agem como
facilitadores do contato aluno-livro didático.
Dentro das atividades complementares, as propostas são extremamente interessantes.
Entre elas, acho justo destacar entrevistas com professores de outras disciplinas,
discussões acerca de filmes, letras de músicas ou poemas relacionando-os sempre com o
que foi estudado na unidade, pesquisas de campo, elaboração de vídeos curtos a fim de
ilustrar o tema proposto, redações de cartas, organização de júris simulados, etc.
Finalmente, a obra pode ser facilmente aplicada aos ensinos fundamental e médio. Se
não em forma de livro didático de uso do aluno, como um caderno – de uso do
professor, de ideias e abordagens contextualizadas sobre assuntos cotidianos. Acredito
que o uso desta obra apenas para ministrar as aulas de filosofia, é insuficiente para uma
abrangente formação filosófica do aluno no ensino médio. Contudo, em termos de
conjunturas da relação do aluno com a percepção filosófica da realidade, julgo Ética e
Cidadania uma obra que cumpre a finalidade sob a qual foi redigida e, além de tudo,
acerca dos temas propostos, um excelente incentivo ao desenvolvimento das
capacidades reflexivas do aluno.
17
Mateus Rocha
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Aprendendo a Filosofar em 25 lições.
1.2 Autor: Nicholas Fearn.
1.3 Editora: Zahar, 2001.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Em catálogo.
2.2 Classificação: Livro de apoio ao professor.
2.3 Abordagem: Temática.
2.4 Outros: Não possui atividades.
2.5 Apresentação: Cada capítulo da obra apresenta uma pequena história. Essas
histórias demonstram como as teses que virão a ser apresentadas, no capítulo em
questão, podem ser usadas numa situação cotidiana. Desse modo, o autor aproxima as
teses filosóficas da realidade do leitor.
2.6 Índice: A obra é composta de 25 capítulos e aborda 24 filósofos, sendo eles:
Tales de Mileto, Protágoras, Zenão, Sócrates, Platão, Aristóteles, Lucrécio,
Guilherme de Occam, Maquiavel, Francis Bacon, Descartes, David Hume, Thomas
Reid, Jean-Jacques Rosseau, Immanuel Kant, Jeremy Bentham, Georg Hegel,
Friedrich Nietzsche, Ludwig Wittgenstein, Karl Popper, Gilbert Ryle, Alan Turing,
Richard Dawkins, Jacques Derrida.
3. Comentário acerca da obra:
O livro Aprendendo a Filosofar em 25 lições usa de uma linguagem simples e
objetiva, os termos técnicos apresentados no livro são previamente explicados no
mesmo, não sendo necessário conhecimento prévio dos mesmos anteriormente a
leitura.
Apesar de o autor não classificar o livro como um livro didático, a obra tem um
caráter fortemente introdutório o que faz com que seus textos se encaixem nas salas
de aula. A idéia principal do livro é trazer o pensamento do filosofo para perto das
pessoas. Para isso o autor não se limita a explicar as teses defendidas pelos filósofos,
mas também demonstra detalhadamente como e através de que sistema filosófico o
filósofo chegou a essa conclusão. Esses sistemas foram chamados de ferramentas
pelo autor. Através de pequenas histórias, fatos mundialmente famosos ou fatos
cotidianos, o autor demonstra em que situações e como devem ser aplicadas essas
ferramentas filosóficas.
A obra pode ser esclarecedora para aquelas pessoas que pensam que a filosofia é algo
transcendental ou algo difícil demais para ser compreendido.
18
Roberson Rosa dos Santos
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Filosofando na escola: como transformar o potencial crítico dos alunos
em pensamento filosófico
1.2 Autor: Ani Bustamante.
1.3 Editora: Vozes, 103 p., 2009.
1.4 Assunto: Ensino de Filosofia.
1.5 ISBN: 978-85-326-3902-8
1.6 Livro em português e em brochura.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: O livro Filosofando na escola: como transformar o
potencial crítico dos alunos em pensamento filosófico de Ani Bustamante, encontra-
se em catálogo. É uma obra de apoio ao professor de ensino médio.
2.2 Classificação: A obra é indicada para profissionais que buscam formas de
trabalhar filosofia com adolescentes. É um livro que trata das possíveis relações entre
adolescência e filosofia.
2.3. Abordagem: O livro apresenta a adolescência como um bom lugar de encontro
entre o jovem e o filósofo. Ele aproxima as possíveis reflexões advindas da
adolescência com o pensar filosófico.
2.4. Outros: No final de cada capítulo a autora apresenta orientações e propostas para
realização de oficinas de filosofia com adolescentes e no fim do livro uma lista de
livros recomendados para adolescentes.
2.5. Apresentação: O livro Filosofando na escola: como transformar o potencial
crítico dos alunos em pensamento filosófico de Ani Bustamante é uma obra que
propõe uma relação fundamental entre adolescência e filosofia. Neste livro a
adolescência é vista como um “lugar” onde nos deparamos com o conflito entre o
surgimento do novo e as antigas formas de ver a vida. A autora apresenta a atitude
crítica e questionadora do adolescente como possível “elo” com a filosofia.
A obra trata do pensamento adolescente através de situações do cotidiano. A autora
apresenta exemplos de casos onde a filosofia serviu como instrumento de apoio para
adolescentes. Neste sentido, o livro propõe ao profissional que trabalha com o ensino
de filosofia no ensino médio que as incertezas e angústias advindas da adolescência
podem ser uma interessante porta de entrada para o ensino de filosofia.
2.6 Índice:
Prefácio – O filósofo como adolescente.
Introdução.
O adolescente e o filósofo.
Adolescência e Pós-modernidade.
O pensamento e suas vicissitudes.
A linguagem como lugar onde se constrói a identidade.
Solidões contemporâneas.
Angústia e limites: delineando um mapa existencial.
19
As marcas de Carolina e Gonçalo.
Livros recomendados para adolescente.
Bibliografia.
3. Comentário acerca da obra:
A proposta de aproximação entre o adolescente e o filósofo é o foco principal da obra,
que desenvolve questões clássicas da filosofia a partir de temas do cotidiano
adolescente. Dessa forma, parece fundamental esse tratamento diferenciado para o
ensino de filosofia para adolescentes.
No entanto, a proposta da autora não é claramente desenvolvida em suas sugestões de
oficinas de filosofia. As orientações para o desenvolvimento das oficinas parecem
superficiais e pouco consistentes em alguns capítulos.
Na tentativa de aproximar adolescente e filósofo, a obra acaba se aproximando muito
mais da adolescência do que da filosofia, apresentando a filosofia como simples
instrumento ilustrativo para o desenvolvimento da adolescência. Mesmo assim,
acredito que a obra aponta para uma questão fundamental do ensino de filosofia no
ensino médio, que é a influência do contexto e a importância de um método adequado
de ensino para o público adolescente.
20
Rodrigo de Ulhôa Canto Reis
1. Ficha catalográfica:
1.1 Obra: Metodologia Filosófica.
1.2 Autores: Dominique Folscheid e Jean-Jacques Wunenburger.
1.3 Tradução: Paulo Neves.
1.4 Revisão da tradução: Eduardo Brandão.
1.5 Editora: Martins Fontes. São Paulo, SP. 3ª edição, 394 p., 2006.
2. Descrição:
2.1 Situação comercial: Consta em catálogo.
2.2 Classificação: Direcionado aos estudantes universitários e de cursos preparatórios
a certas faculdades na França
2.3 Abordagem: Análise e redação de textos filosóficos.
2.4 Outros: O livro inclui exercícios e sugestões de atividade.
2.5 Apresentação: Metodologia Filosófica pretende ser como uma teorização
acabada de toda atividade de leitura e composição das ideias filosóficas. O objetivo
deste livro é fazer com que o estudante iniciante adquira, por sua própria conta, os
mecanismos e os hábitos necessários para conduzir qualquer reflexão em filosofia.
Para tanto, o livro procura detalhar o procedimento de leitura e escrita filosófica por
meio de exemplos de análise de alguns textos clássicos. Além disso, Metodologia
Filosófica é um livro que possui uma série exercícios, conselhos práticos,
observações técnicas e de cunho cultural, demonstrando, assim, uma abordagem
ampla que procura dar conta de várias dimensões da formação do estudante.
2.6 Índice: O livro é dividido em quatro partes:
1. Os textos filosóficos:
Seção I – Abordagem teórica: a leitura dos textos; a explicação de texto; a comentário
de texto.
Seção II – Exercícios práticos: um clássico conhecido, demasiado conhecido
(Descartes, Discurso do Método, primeira parte); exercitar-se no discernimento
(Descartes, Discurso do Método, quarta parte); um texto clássico, mas antigo
(Aristóteles, Ética a Nicômaco, §§15-18); um diálogo (Platão, Teeteto, 150a-c); O
obstáculo da transparência (Rousseau, Discurso sobre a origem da desigualdade,
2ªparte); fichas rápidas.
2. A dissertação filosófica:
Seção I – Abordagem teórica: definição do exercício; a preparação de uma
dissertação; a realização da dissertação.
Seção II – Exercícios práticos: uma citação familiar (Não entre aqui quem não for
geômetra!); uma definição de noção (O que é um mestre?); um problema já explícito
(A imaginação pode ser definida como uma faculdade de antecipação?); uma questão
implícita (O fim do Estado).
21
3. Outros exercícios:
Seção I – Contração e síntese de textos: a contração de texto; a síntese de textos
(Soljenitsin, J.–P. Sartre, R. Escarpit).
Seção II – As provas orais: os textos na prova oral; a lição.
4. Instrumentos de trabalho:
Léxico (análise, argumentação, conceito, conclusão, crítica, dedução, definição, de-
senvolvimento, exemplo, interpretação, introdução, noção, plano, problema/solução,
pergunta/resposta, referência, sentido/significado, tema, tese); orientações biblio-
gráficas (instrumentos de trabalho, textos fundamentais de história da filosofia, obras
de aprofundamento da cultura filosófica); Índice remissivo; Índice sinóptico.
3. Comentário acerca da obra:
3.1 Clareza: A sistematização do conteúdo em tópicos e o detalhamento do método
pelo qual se faz uma análise de um texto filosófico são importantes características do
formato geral do livro que contribuem para o esclarecimento dos passos a serem
dados no estudo da filosofia. Nota-se, além disso, uma preocupação especial com a
identificação dos argumentos, dos exemplos, dos problemas e teses. Nesse sentido,
tanto a maneira que o conteúdo é exposto ao longo do livro, quanto a atenção em
relação aos argumentos, são como guias que clareiam o percurso do estudante ao
longo da obra.
3.2 Aplicabilidade: a tarefa de selecionar um livro que possa ter utilidade numa aula
de Filosofia no Ensino Médio deve levar em conta as circunstâncias atuais do ensino
desta disciplina. Por meio de uma observação das condições da filosofia no ensino
médio pode-se perceber um problema de fundo que não diz respeito apenas a essa
disciplina, mas também outras, a saber, a dificuldade não somente dos alunos, mas até
mesmo dos professores, de lidar adequadamente com a leitura e a escrita, ferramentas
sem as quais não se pode desenvolver um consistente aprendizado, sobretudo na
filosofia. Para analisarmos um problema filosófico ou científico precisamos de uma
leitura que vise à compreensão do problema. Se essa leitura é mal feita, a
interpretação e compreensão do texto são prejudicadas por consequência. E se a
argumentação apresenta erros lógicos, conceituais, ou sequer se apresenta como um
argumento, isto é, oferece somente conclusões sem o apoio de pelo menos uma
premissa que a justifique, então não há motivos para se considerar uma ideia, uma
vez que ela é exposta de modo vago, arbitrário e inconsistente. A atividade da leitura,
assim como da escrita, constituem o exercício pelo qual podemos chegar a uma
compreensão mais próxima de um determinado problema. Metodologia Filosófica é
um livro destinado aos estudantes de universidade e de cursos preparatórios a certas
faculdades na França. Porém, me parece que este livro poderia ser utilizado já no
Ensino Médio brasileiro. Mas não exatamente pelos estudantes, na verdade, porém, o
livro poderia contribuir bastante nas mãos de um professor. Tanto em sua prática de
sala de aula, quanto em sua própria formação filosófica. Com as diversas formulações
sistemáticas das técnicas intelectuais mais requisitadas para o aprendizado e atividade
filosófica, o professor do ensino médio poderia, acompanhando a exposição do livro,
mostrar para o aluno o quanto pode ser interessante a leitura e a interpretação de uma
obra clássica da Filosofia.
Recommended