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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
FABIANA ROSA
PROPOSTA DE MELHORIA DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUES
PARA A CLÍNICA BIONUCLEAR
Biguaçu
2011
1
FABIANA ROSA
PROPOSTA DE MELHORIA DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUES
PARA A CLÍNICA BIONUCLEAR
Trabalho de conclusão de estágio apresentado ao curso de administração de Empresas do Centro de Educação Superior IV da UNIVALI como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração. Professor: Rosalbo Ferreira
Biguaçu
2011
2
FABIANA ROSA
PROPOSTA DE MELHORIA DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUES
PARA A CLÍNICA BIONUCLEAR
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu.
Prof(a) MSc. Valério Cristofolini UNIVALI – Campus Biguaçu Coordenador(a) do Curso
Banca Examinadora:
Prof(a) Dr. Rosalbo Ferreira UNIVALI – Campus Biguaçu
Professor Orientador
Prof(a) Dr. MSc. Rogério Raul da Silva UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro
Prof(a) MSc. João Carlos D. Carneiro UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro
3
Dedico este trabalho a minha família, por
me amarem e me apoiarem em todos os
momentos de minha vida.
4
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida, por minha perfeita saúde e por me iluminar em
todas as horas, principalmente nas horas difíceis.
Aos meus pais, Osni Rosa e Rosa Ruth Rosa, responsáveis pela minha
educação e formação do meu caráter, pela confiança que depositaram em mim, por
todo amor e carinho.
Aos meus irmãos, Fabio Rosa e Fernanda Rosa, que tanto amo e que me
deram muito amor e carinho.
A meu esposo Mauricio Lemos Nunes, pelo companheirismo, dedicação e
carinho, que tanto me incentivou nos momentos difíceis.
As minhas amigas Janaína Rosar Pucci e Charlene Alves que conheci
durante o curso, que tenho grande carinho e admiração, e que muito me
incentivaram e contribuíram para a conclusão do curso, quero agradecer pela
generosidade e apoio. E a todos meus amigos que também fizeram parte desta
caminha que souberam me incentivar de alguma forma.
Ao orientador Prof. Dr. Rosalbo Ferreira, pelo acompanhamento e
competência na orientação deste trabalho.
A todos os professores que fizeram parte da minha vida acadêmica e tanto
me ensinaram.
A Administradora Adriana Klein Malaggi por quem tenho muita admiração e
carinho, que tanto me ensinou e ajudou a crescer pessoalmente e profissionalmente
e também pelo incentivo e oportunidade da realização do estudo na Clínica
Bionuclear.
Quero também agradecer a empresa Bionuclear Serviços de Medicina
Nuclear Ltda que proporcionou um espaço para que eu realizasse este trabalho.
5
"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve...... A vida é muito para ser insignificante”.
Charles Chaplin
6
RESUMO
ROSA, Fabiana. Proposta de melhoria de um sistema de controle de estoques, para a Clínica Bionuclear Serviços de Medicina Nuclear Ltda. 2011. 80 F. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2011.
Este trabalho discorre sobre a proposta de melhorais no sistema de controle de estoque da empresa Bionuclear Serviços de Medicina Nuclear Ltda, uma prestadora em serviços de medicina nuclear e imagem molecular. O trabalho teve o objetivo de apontar os pontos fracos e posteriormente sugerir melhorias no controle de estoques da empresa. Os pontos fracos levantados a partir de observações e também entrevistas com os envolvidos diretamente com o estoque. Desta forma, buscaram-se pesquisas bibliográficas e documentais para auxiliarem na coleta precisa dos dados a fim de encontrar técnicas práticas e objetivas para solucionar os problemas encontrados em seu controle de estoques. Através de ferramentas básicas de controle de estoque, tais como, codificações dos itens em estoques, classificação ABC de materiais, com objetivos de atingir os níveis adequados de estoques, tudo isso com a melhor utilização dos softwares da empresa. Os resultados alcançados em relação a estruturação do sistema de estoque trazem para empresa uma diminuição no custo e a melhoria no processo e no controle de estoques para facilitar o trabalho do gestor e o desenvolvimento da empresa de forma eficiente.
Palavras-chave: gerenciamento, controle, nível adequado.
7
ABSTRACT
ROSA, Fabiana. Proposta de melhoria de um sistema de controle de estoques, para a Clínica Bionuclear Serviços de Medicina Nuclear Ltda. 2011. 80 F. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2011.
This paper discusses the proposed improvements in the company's inventory control Bionuclear Nuclear Medicine Services Ltd., a provider of services in nuclear medicine and molecular imaging. The work had the objective of identifying weaknesses and then suggest improvements in inventory control of the company. Weaknesses arising from observations and interviews with those involved directly with inventory. Thus, they sought to bibliographic and documentary research to assist in collecting accurate data in order to find practical and objective techniques to solve the problems in your inventory control. Through basic tools for inventory control, such as coding of items in inventory, ABC classification of materials, with goals of achieving adequate levels of stocks, all with the best use of enterprise software. The results achieved in relation to structuring the system of company stock bring to a decrease in cost and improvement in process and inventory control to facilitate the work of managing and developing business efficiently.
Keywords: management, control, appropriate level.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Classificação de materiais.........................................................................20
Figura 2 – Sistema alfanumérico ...............................................................................23
Figura 3 – Modelo do sistema americano Federal Supply Classification ..................25
Figura 4 – Curva ABC típica.......................................................................................27
Figura 5 – Reposição dos estoques nas caixas A e B .............................................32
Figura 6 – Identificação dos níveis de estoque .........................................................33
Figura 7 – Revisão periódica......................................................................................34
Figura 8 – Dente de serra com tempo de reposição x ponto de pedido ....................38
Figura 9 – Organograma ............................................................................................53
Figura 10 – Foto da empresa Bionuclear ...................................................................56
Figura 11 – Tasy – Sistema da empresa Bionuclear..................................................59
Figura 12 – Gráfico da classificação dos itens em estoque .......................................64
Figura 13 – Gráfico da classificação de investimento em estoque.............................65
Figura 14 – Curva ABC ..............................................................................................66
Figura 15 – Exemplo de nível de estoque ..................................................................67
Figura 16 – Layout proposto para o almoxarifado ......................................................68
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Estrutura e formação da especificação ...................................................22
Quadro 2 – Classificação geral .................................................................................24
Quadro 3 – Classificação individualizadora ...............................................................24
Quadro 4 – Classificação definidora...........................................................................24
Quadro 5 – As classes da curva ABC ........................................................................27
Quadro 6 – Resumo e interpretação do gráfico da curva ABC...................................28
Quadro 7– Fórmula para o cálculo do estoque mínimo..............................................36
Quadro 8 – Fórmula para o cálculo do estoque máximo............................................36
Quadro 9 – Fórmula para o cálculo do ponto de pedido ............................................38
Quadro 10 – Fórmula para o cálculo do consumo médio ..........................................40
Quadro 11 – Fórmula para o cálculo do método da média ponderada ....................41
Quadro 12 – Exemplo utilizado para a codificação ...................................................63
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS .........................................................................................................13
1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................13
1.1.2 Objetivos específicos......................................................................................13
1.2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................15
2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS .....................................................................15
2.2 ESTOQUE............................................................................................................16
2.2.1 Razões para manter estoques........................................................................19
2.3 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ......................................................................19
2.3.1 Especificação ..................................................................................................21
2.3.2 Codificação ......................................................................................................22
2.3.3 Catalogação .....................................................................................................25
2.4 CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS ..............................................................26
2.5 CONTROLE DE ESTOQUES...............................................................................28
2.5.1 Objetivos e custos de estoques.....................................................................29
2.5.2 Custos de manutenção...................................................................................30
2.5.3 Custos de compras .........................................................................................30
2.5.4 Custos de falta.................................................................................................31
2.6 SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUES........................................................31
2.6.1 Sistema de duas gavetas................................................................................31
2.6.2 Sistema dos máximos e mínimos ..................................................................32
2.6.3 Sistema das revisões periódicas ...................................................................33
2.7 NÍVEL DE ESTOQUE...........................................................................................34
2.7.1 Estoque mínimo ..............................................................................................35
2.7.2 Estoque máximo..............................................................................................36
2.7.3 Ponto de pedido ..............................................................................................37
2.8 PREVISÃO PARA OS ESTOQUES .....................................................................39
2.8.1 Método da média móvel..................................................................................40
2.8.2 Método da média ponderada..........................................................................41
2.9 ARMAZENAGEM .................................................................................................42
2.10 COMPRAS .........................................................................................................43
11
2.10.1 Objetivos da função de compras .................................................................44
2.10.2 Atividades de compras .................................................................................46
2.10.3 Fornecedores.................................................................................................48
2.10.4 Estrutura Organizacional de Compras ........................................................49
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ....................................................................51
4 ANÁLISE DOS DADOS..........................................................................................53
4.1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.......................................................................53
4.2 LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................57
4.2.1 Atual sistema de controle de estoque...........................................................57
4.2.2 Processo atual de compras............................................................................57
4.2.3 Controle de níveis de estoque .......................................................................58
4.2.4 Classificação e codificação de materiais ......................................................58
4.2.5 Sistema de informatização .............................................................................58
4.2.6 Armazenagem..................................................................................................59
4.3 PROPOSTA PARA A ORGANIZAÇÃO................................................................60
4.3.1 Sistema de controldede estoque ...................................................................60
4.3.2 Compras...........................................................................................................61
4.3.3 Classificação e codificação dos materiais....................................................62
4.3.4 Classificação ABC de materiais.....................................................................64
4.3.5 Níveis de estoque............................................................................................66
4.3.6 Armazenagem..................................................................................................67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................69
REFERÊNCIAS.......................................................................................................70
APÊNDICE ..............................................................................................................71
12
1 INTRODUÇÃO
Administrar estoques é fundamental para as organizações atuais, pois através
da mesma é possível identificar o momento certo e a quantidade ideal para manter o
seu estoque.
O presente trabalho tem por objetivo propor uma melhoria no sistema de
gestão de estoques para a empresa Bionuclear, pois por meio do mesmo a empresa
poderá ter maior controle do fluxo de materiais utilizados na prestação de serviços e
materiais para consumo próprio.
Segundo Viana (2008, p.144), “os estoques são recursos ociosos que
possuem valor econômico, os quais representam um investimento destinado a
incrementar as atividades de produção e servir aos clientes”, ou seja, as empresas
devem se empenhar para obter a sincronia das atividades que envolvem a
administração de seus recursos de materiais e procurem eliminar as perdas, e
elevem a qualidade e nível de serviços que prestam aos clientes.
Para uma melhor administração de materiais e para alcançar a eficiência na
prestação de serviços ao cliente, é preciso ter produtos disponíveis no momento
exato, na quantidade certa e na qualidade desejada, objetivando assim, manter o
equilíbrio entre o estoque e o consumo, otimizando custos com armazenagem e
compras.
Além disso, para manter um planejamento estratégico é importante manter
previsões de demanda, pois a mesma oferece subsídios adequados para atender as
necessidades de produtos.
Através das dificuldades que a empresa enfrenta para gerir seu estoque de
forma eficiente é que buscou-se identificar problemas e implantar soluções, que ao
serem colocadas em prática possibilitem melhores informações ao gestor de
estoques, para assim, evitar erros que levem a falta ou excessos de materiais, e
conseqüentemente, proporcionar melhor aplicabilidade dos investimentos em
estoque na empresa em estudo.
Portanto, nota-se que a empresa necessita de melhorias no sistema de
gestão de estoques, e melhorar o desempenho de estocagem, compras e
administração do mesmo para aprimorar o desenvolvimento de suas atividades. Por
fim, destaca-se que este trabalho tem como objetivo responder a seguinte pergunta:
13
quais métodos de planejamento e controle podem contribuir para a melhoria na
gestão de estoques da empresa Bionuclear?
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Propor ações para a melhoria na gestão de estoques da empresa Bionuclear,
localizada em Florianópolis, no período de agosto de 2010 a junho de 2011.
1.1.2 Objetivos específicos
• Descrever a atual gestão de estoques da empresa;
• Verificar o atual método de reposição de estoques e definir respectivos níveis
adequados;
• Propor a utilização do método ABC de estoques como ferramenta para
gerenciamento de estoque;
• Implementar melhorias no atual sistema de compras;
• Sugerir ferramentas administrativas básicas para o controle de estoques.
1.2 JUSTIFICATIVA
Muitas empresas encontram inúmeras dificuldades para manter seus
estoques de maneira eficiente, isto devido ao fato de desconhecerem a real
importância do controle de estoque e de desconhecerem também as ferramentas
que auxiliam esta gestão.
Um sistema eficaz para controle de materiais na Clínica Bionuclear é
indispensável, pois ajudará a empresa a organizar um setor que apresenta uma
grande deficiência. Controlar estoque é um dos desafios da empresa, tendo como
objetivo minimizar os erros e as perdas e manter um estoque mínimo, não faltando
produtos, uma vez que a empresa desconhece quando, como e porque estas falhas
ocorrem.
14
O momento atual para o desenvolvimento desse estudo é oportuno, pois
constata-se a falta de espaço físico para as atividades da empresa e a mesma
estuda novas instalações para melhor alocar todo o seu departamento
administrativo. Além da percepção da dificuldade que a mesma encontra para gerir
seus materiais tanto no que diz respeito ao físico como no que diz respeito ao
sistema de software.
Assim, cabe comentar que a necessidade da realização do trabalho de
conclusão de curso de administração, juntamente com a necessidade de a empresa
gerir de forma eficaz os estoques e o grande interesse da pesquisadora pela área de
administração de materiais, são os motivos que justificam o desenvolvimento desse
estudo.
Além disso, a pesquisa é viável pelo fato de a pesquisadora ter um fácil
acesso a algumas informações da empresa. Com esta pesquisa a acadêmica
ampliou seus conhecimentos na área de administração e propôs, um projeto
expressivo, que carecia de uma sistematização da sua gestão de estoques. Este
estudo também pôde proporcionar referência a outros pesquisadores que venham a
se interessar por este tema.
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo tem como objetivo dar embasamento técnico e estudar novas
técnicas de controle de estoque a fim de fundamentar as ações para a Clínica
Bionuclear, abordando os seguintes temas: administração de materiais, estoque, tipo
de estoque, custo de estoque, classificação ABC e previsão de estoque.
2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Atualmente, um dos grandes desafios das empresas é elaborar um sistema
de controle de materiais que realmente seja eficaz, visando encontrar alternativas
para baixar custos, melhorar a qualidade de seus produtos e, principalmente,
melhorar a qualidade de seus serviços, sendo que a administração de materiais tem
uma influência muito grande na rentabilidade da empresa, podendo utilizar estes
recursos para investir em outras áreas da empresa.
Sendo assim, o objetivo maior é otimizar o investimento em estoque,
aumentando o uso eficiente dos meios de planejamento e controle, para, desta
forma, minimizar as necessidades de capital para o estoque (DIAS, 1992, p. 13).
Em perspectiva similar, Viana (2008, p.40) enfatiza que o administrador é o
profissional responsável ao gerenciamento, controle e direção na área de sua
habilitação buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e
produtividade. Então, é sua função elaborar maneiras de melhorar os resultados com
menores custos, e um dos fatores importantes dentro de uma organização é ter o
controle de materiais eficiente que possa controlar com exatidão o movimento de
entrada e saídas dos materiais necessários à empresa, buscando saber o quê,
quanto, quando e como comprar.
Viana (2008, p.35) ainda enfatiza que “atingir o equilíbrio ideal entre o estoque
e consumo é a meta primordial e, para tanto, a gestão se inter-relaciona com as
outras atividades afins”, buscando o desempenho dos profissionais envolvidos com
técnicas e rotinas fazendo com que todo o gerenciamento de materiais, compras e
armazenagem, incluindo gestão, seja considerado como atividade integrante do
sistema de abastecimento.
16
Sendo assim, Messias (1989, p.21) afirma que “a administração de materiais
tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento de artigos próprios,
necessários e capazes de atender aos serviços executados por uma empresa”.
A administração de materiais compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa. Desse modo, soma esforços de vários setores, que, naturalmente, apresentam visões diferentes. Mesmo assim, pode-se concluir que uma empresa englobaria todas as atividades relativas aos materiais[...]. Em outras palavras, a administração de materiais poderia incluir a maioria ou a totalidade das atividades realizadas pelos seguintes departamentos: compras, recebimento, planejamento e controle da produção, expedição, tráfego e estoques. (DIAS, 1996, p.12).
Viana (2008, p. 41) conclui que a administração de materiais é planejar e
coordenar, tendo direção e controle de todas as atividades ligadas a aquisição de
materiais para a formação de estoques, tendo total controle desde sua concepção
até o seu consumo final. Salienta que todos nós somos administradores de
materiais, seguindo o exemplo ao abastecer nossas casas, de forma que planejamos
qual será a quantidade a ser comprada, ao menor custo, armazenando-os
adequadamente para evitar perdas e controlando os desperdícios.
2.2 ESTOQUE
“Os estoques são recursos ociosos que possuem valor econômico, os quais
representam um investimento destinado a incrementar as atividades de produção e
servir aos clientes”. (VIANA, 2008, p.144).
Neste sentido, o autor (2008), afirma que a formação de estoques consome
capital de giro, que pode não estar tendo nenhum retorno do investimento
necessitando com urgência de um gerenciamento objetivando o equilíbrio entre
estoque e consumo.
Pozo (2007, p.136-137) aborda que, antes que as empresas se preocupem
como fazer os estoques e necessários que elas compreendam por que é importante
reduzir ou eliminá-los.
Arnold (2008, p.29) ressalta que estoques suprimentos e materiais disponíveis
tanto para venda quanto para o processo produtivo, fazendo parte do processo de
17
planejamento e fornecem uma reserva intermediaria para dar conta de diferenças de
produção e demanda.
Em outra perspectiva, Pozo (2007, p.40-41) destaca a importância de um
controle e planejamento de estoques para uma boa gestão do processo produtivo.
A seguir, Pozo (2007, p.40-41) apresenta uma lista usual e simplificada do
planejamento e controle de estoque:
• Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e
insumos ao processo de fabricação;
• Manter o estoque mais baixo possível para atendimento compatível ás
necessidades vendidas;
• Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque, para eliminá-los;
• Não permitir condições de falta ou excesso em relação à demanda de vendas;
• Prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso;
• Manter as quantidades em relação ás necessidades e aos registros;
• Fornece bases concretas para a elaboração de dados ao planejamento de
custo, médio e longo prazo, das necessidades de estoque;
• Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em conta os
volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o custo de venda do
produto.
Segundo Dias (1996, p. 29), para organizar um setor de controle de estoques,
inicialmente deveremos descrever suas funções principais, que são:
• Determinar “o quê” deve permanecer em estoque, números de itens;
• Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques, periodicidade;
• Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período
predeterminado;
• Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque;
• Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as
necessidades;
Na mesma linha, Viana (2008, p. 40) destaca que os procedimentos
fundamentais de administração de estoques são:
18
• Controlar os estoques em termos de quantidade e valor e fornecer
informações sobre a posição do estoque;
• Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos
materiais estocados;
• Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.
• O que deve ser comprado: implica a especificação de compra, que traduz as
necessidades da empresa.
• Como deve ser comprado: revela o procedimento mais recomendável.
• Quando deve ser comprado: identifica a melhor época.
• Onde deve ser comprado: implica o conhecimento dos melhores segmentos
de mercado.
• De quem deve ser comprado: implica o conhecimento dos fornecedores da
empresa.
• Por que preço deve ser comprado: evidencia o conhecimento da evolução dos
preços no mercado.
• Em que quantidade deve ser comprado: estabelece a quantidade ideal, por
meio da qual haja economia na compra.
Arnold (2008, p.268) demonstra as funções dos estoques na produção por
lotes, onde o propósito básico dos estoques é separar o suprimento da demanda,
porém o estoque serve como armazenamento intermediário entre:
• Oferta e demanda.
• Demanda dos clientes e produtos acabados.
• Produtos acabados e disponibilidade dos componentes.
• Exigências de uma operação e resultado da operação anterior.
• Peças e materiais necessários ao inicio da produção e fornecedores de
materiais.
De acordo com Bertaglia (2003, p.319, 320) quando o fornecimento é maior
que a demanda, o estoque aumenta, e quando a demanda supera o fornecimento, o
estoque diminui, podendo, assim, faltar material. Portanto, conclui-se que existe
estoque, pois sua formação está ligada a falta de estabilidade entre a demanda e o
fornecimento.
19
2.2.1 Razões para manter estoques
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades. Segundo Ballou
(1995, p. 204), os estoques servem para:
• Melhorar o nível de serviços;
• Incentivam economias na produção;
• Permitem economias de escala nas compras e no transporte;
• Agem como proteção contra aumentos de preços;
• Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de
ressuprimento;
• Servem como segurança contra contingências.
Em perspectiva similar Viana (2008, p. 116) aponta algumas razões de se
manter os estoques, sendo elas
• Impossibilidade de terem-se os materiais em mãos na ocasião em que as
demandas ocorrem;
• Benefícios obtidos em função das variações dos custos unitários (esta razão
torna-se altamente significativa em economias inflacionárias, quando a
manutenção de elevados estoques de materiais estratégicos poderá, até
determinado limite, beneficiar o detentor);
• Segurança contra os riscos de produção do mercado fornecedor;
2.3 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Segundo Dias (1996, p. 189), é “ordená-lo segundo critérios adotados,
agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, contudo, causar confusão ou
dispersão no espaço e alteração na qualidade”.
Sobre a classificação de materiais, o autor (1997, p. 189) ainda afirma que,
“sem ela não pode existir um controle eficiente dos estoques, procedimentos de
armazenagem adequados e uma operacionalização do almoxarifado de maneira
correta”.
20
Na mesma linha, Messias (1989, p.34) afirma que classificar material é
agrupá-los conforme suas características semelhantes, ordenando-os segundo
critérios preestabelecidos.
Viana (2008, p. 51) afirma que grande parte do sucesso no gerenciamento de
estoques depende da classificação correta dos materiais da empresa, que serve
principalmente para identificar e decidir prioridades.
Os materiais passam a receber diferentes classificações à medida que os
mesmos fluem pelo processo produtivo de forma que eles passam a receber
diferentes classificações (CHIAVENATO, 1991, p. 30).
Figura 1 – Classificação de materiais Fonte: adaptada de Viana (2008, p.63)
C L A S S I F I C A Ç Ã O
Quanto ao Tipo de demanda
Materiais não de estoque: demanda e
ressuprimento imprevisíveis
Materiais de estoque: demanda e
ressuprimento previstos
Quanto à aplicação
Quanto ao Valor de
consumo anual
Quanto à Importância operacional
Materiais Críticos
Materiais Produtivos
Materiais Improdutivos
Matérias- primas
Produtos em fabricação
Produtos acabados
Materiais de manutenção
Materiais de consumo geral
Materiais A: grande valor de consumo
Materiais B: médio valor de consumo
Materiais C: baixo valor de consumo
Materiais X: aplicação não importante
Materiais Y: aplicação média importância
Materiais Z: aplicação de importância vital
Quanto à perecibilidade
Quanto à periculosidade
Quanto à Possibilidade de
Fazer ou de comprar
Fazer internamente
Comprar
Decidir por fazer ou comprar
Decidir por fazer ou comprar
Quanto ao tipo De estocagem
Quanto à dificuldade De aquisição
Quanto ao mercado fornecedor
Estocagem permanente
Estocagem temporária
21
2.3.1 Especificação
A especificação de material é a descrição de suas características, tendo a
finalidade de identificá-lo e distingui-lo dos materiais similares (VIANA, 2008, p. 74).
Segundo Messias (1989, p. 30) especificação é “definição dos requisitos
globais – tanto os gerais como os mínimos – a que devem obedecer os materiais,
tendo em vista a qualidade e a segurança deles”.
Para Chiavenato (1991, p. 129) especificação significa detalhá-lo obtendo
informações por suas medidas, tamanho, formato, peso, cor, etc., ou seja, quanto
mais informações sobre o item menos dúvidas se terá a respeito de sua composição
e característica.
Viana (2008, p. 74) conclui que especificação é a representação sucinta de
um conjunto de requisitos a serem satisfeitos por um produto, um material ou um
processo, aprimorando sempre que for necessário de forma que se possa
determinar se o requisito estabelecido é atendido. Sendo que a descrição deve ser
completa, concisa e permitindo a individualização.
O quadro 1 apresenta a estrutura e formação da especificação.
22
Quadro 1 - Estrutura e formação da especificação. Fonte: adaptada de Viana (2008, p.75-76)
2.3.2 Codificação
A codificação de materiais nada mais é do que a variação da classificação de
materiais, sendo que a mesma consiste em ordenar os materiais dando a cada uma
deles um determinado número (MESSIAS, 1989, p. 93).
Nome Básico Trata-se do primeiro termo da especificação. Ex: lâmpada; sabão.
Nome Modificador Trata-se do termo complementar. Ex: lâmpada incandescente; lâmpada fluorescente; sabão em pó; sabão liquido.
Características físicas Trata-se de informações detalhadas referentes às propriedades físicas e químicas dos materiais, tais como densidade, peso específico, granulometria, viscosidade, dureza, resistência e outros, devendo-se ainda apontar tolerâncias das propriedades indicadas, métodos de análise, dessas propriedades, padrões ou normas a serem observadas (ABNT, DIN, ANSI, SAE etc.) que podem ser obtidas nos manuais e desenhos construtivos dos equipamentos e em catálogos técnicos de fabricantes.
Unidade metrológica A boa especificação deve conter em seu bojo as informações referentes à unidade de fornecimento do material, a unidade de controle adotada pela empresa, bem como o fator de conversão da unidade de fornecimento para a unidade de controle, caso essas sejam diferentes.
Medidas Se for o caso, devem ser fornecidos desenhos dimensionais e tolerâncias limites de qualidade nos quais o material pode ser fabricado e aceito pelo consumidor, bem como outras medidas, como capacidade, potência (HP), freqüência (HZ), corrente (A), tensão (V), etc.
Características de fabricação Indicar os processos de fabricação, detalhes de execução ou construção, acabamento do material, etc.
Características de operação Garantias exigidas, testes a serem executados durante o processo de produção e testes de aceitação.
Cuidados com relação ao manuseio e armazenagem
Devem ser fornecidos todos os detalhes sobre o manuseio, transporte e precauções com relação à preservação e armazenagem dos materiais.
Embalagem Deve levar em conta a finalidade do material, como meios de transporte, manuseio e armazenagem, visando a sua integridade e evitando perdas até o consumo final.
23
De acordo com Viana (2008, p. 93), a codificação “consiste em ordenar os
materiais da empresa segundo um plano metódico e sistemático, dando a cada um
deles determinado conjunto de caracteres”.
Ainda de acordo com o autor (2008, p. 94), a codificação é feita após uma
análise técnica dos materiais da empresa, tendo objetivo de facilitar a solicitação de
materiais por seu código, possibilitando a utilização de sistemas automatizados de
controle, objetivando:
• Facilitar a comunicação interna na empresa no que se refere a materiais e
compras;
• Evitar a duplicidade de itens no estoque;
• Permitir as atividades de gestão de estoques e compras;
• Facilitar a padronização de materiais;
• Facilitar o controle contábil dos estoques.
Sendo assim, a codificação tem como conseqüência, permitir o pleno controle
do estoque, de compras em andamento e de recebimento.
Para Chiavenato (1991, p. 129), os sistemas de codificação de materiais
servem para facilitar a localização dos materiais armazenados. E para que esta
facilidade ocorra, os materiais devem ser classificados através de um sistema
racional, que permita uma armazenagem adequada, que facilite a operacionalização
e que possa ter um controle eficiente dos estoques.
O autor (1991, p. 130) enfatiza que codificar é classificar os itens através de
um código, contendo informações necessárias e suficientes, por meio de números
e/ou letras.
Segue na figura 2, o exemplo de um sistema alfanumérico, onde são
combinados letras e números:
A C 3721
Código Indicador Classe Grupo
Figura 2 – Sistema alfanumérico Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 190)
24
Existem infinitas maneiras de se estabelecer códigos aos materiais, porém o
mais utilizado pelas empresas é a codificação numérica.
O quadro 2 exemplifica a classificação geral dos materiais, ou seja, o grupo:
Quadro 2 – Classificação geral Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 190)
Após a classificação geral, os materiais serão submetidos a uma nova
divisão, a individualizadora.
O quadro 3, a seguir, parte do título 05 da classificação geral exemplificando a
classificação individualizadora:
Quadro 3 – Classificação individualizadora Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 190 -191)
Após a classificação individualizadora, os materiais passarão por mais uma
etapa de codificação, a classe definidora.
Segue no quadro 4, o exemplo da classificação definidora:
Quadro 4 – Classificação definidora Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 191)
01 - matéria-prima
02 - óleos, combustíveis e lubrificantes
03 - produtos em processo
04 - produtos acabados
05 - material de escritório
06 - material de limpeza
05 - Material de escritório
01 – lápis
02 - canetas esferográficas
03 - blocos pautados
04 - papel carta
02 - Canetas esferográficas
01 – marca alfa, escrita fina, cor azul
02 – marca gama, escrita fina, cor preta
25
O sistema numérico pode ter uma amplitude muito grande e com enormes
variações, sendo uma delas o sistema americano Federal Supply Classification que
tem a seguinte estrutura, como mostra a figura 3:
Figura 3 – Modelo do Sistema Americano Federal Supply Classification Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 191)
[...] a classificação geral seria o grupo, o subgrupo, a classificação individualizadora, e a classe, a classificação definidora, e os quatro dígitos faltantes do código de identificação serviriam para qualquer informação que se deseja acrescentar (DIAS, 1996, p. 192)
2.3.3 Catalogação
Os materiais devem ser catalogados segundo suas características, para que
assim serem identificados e localizados facilmente. Este processo apresenta-se
através de fichas, onde são realizados levantamentos de todos os dados a respeito
do material, tais como, localização, função, etc. (MESSIAS, 1989, p. 27).
Descrevendo o nome do material, emprego, formato e dimensões e suas conseqüências utilização dentro da empresa, estaremos condições de elaborar um plano perfeito de catalogação de materiais, que por sua vez servirá de base para a planificação contábil, que nada mais é que a descrição e relação dos materiais todos ordenados em função da atividade empresarial (MESSIAS, 1989, p.29).
Para Chiavenato (1991, p. 30), “a catalogação permite a apresentação
conjunta de todos os itens proporcionando uma idéia geral da coleção”.
XX XX XXXXXX X dígito de controle
código de identificação
classe grupo
26
2.4 CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS
O método da curva ABC foi observado por Vilfredo Pareto em um estudo de
renda e riqueza da população, onde se tornou um importante instrumento de
gerenciamento e controle, possibilitando a divisão dos materiais em A,B,C em
função do seu custo em relação ao investimento total. A curva ABC é uma relação
entre a quantidade de materiais que consiste em um inventário, com seu consumo e
seu custo unitário. Desta forma, a curva ABC permite identificar os materiais de
expressão financeira elevada, normal ou pequena, neste caso este método deve ter
atenção e tratamento diferenciados (PATERNO, 1987, p. 141-142).
Dias (1996, p. 76) afirma que, “a curva ABC é um importante instrumento para
o administrador”, pois permiti identificar os itens que justificam a atenção fazendo
com que tenham tratamento adequado quanto à sua administração.
Messias (1989, p. 103) enfatiza que a classificação de materiais nada mais é
que “um método que consiste em separar em três grupos, ABC, classificando-os de
acordo com os seus valores, e dando importância de controle aos materiais de maior
valor monetário”.
O autor (1989, p. 104) afirma que nesta divisão de três grupos, os materiais
devem ser entendidos como:
Grupo A são: os mais caros, neste caso devem permanecer em estoque por
pouco tempo;
Grupo B são: os de quantidade e valores intermediários;
Grupo C, são os que podem ser mantidos em estoque por mais tempo, sendo
os materiais de pouco valor e de grande quantidade.
Ainda de acordo com Messias (1989, p. 104) cabe ressaltar as
exceções, ou seja, outros fatores, além do custo, que o autor considera relevantes
para a classificação ABC dos materiais:
Materiais perecíveis e de custo pequeno: de acordo com a regra, deveriam ser classificados em C, por custarem pouco, mas como podem ser estocados apenas por alguns dias, devemos classificá-los em A. Materiais importados e de custo intermediário: em termos de valores, deveriam ser classificados em B, mas o tempo de importação (mínimo de 6 meses), leva o administrador a classificá-lo em C. isto em virtude do longo prazo de reabastecimento do item.
27
Materiais volumosos e de custo pequeno ou intermediário: deveriam ser classificados em B ou C, mas para evitar a construção de novos armazéns, devemos classificá-los em A, tendo uma rotação rápida e ocupando menos espaço no recinto do armazenamento.
Viana (2008, p. 64) afirma que a curva ABC é um método aplicável em
qualquer situação que seja possível estabelecer prioridades como: uma tarefa a
cumprir mais importante, uma obrigação mais significativa mais que outra,
representando uma grande parcela das obrigações totais.
Quadro 5 representa a classe da curva ABC.
Classe A Grupo de itens mais importante que devem ser tratado com atenção bem especial.
Classe B Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Classe C Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção.
Quadro 5 – As classes da curva ABC Fonte: adaptada de Viana (2008, p. 64)
Ainda de acordo com Viana (2008, p. 64) curva ABC é um importante
instrumento de gerenciamento de estoques, permitindo identificar itens que
justifiquem atenção especial, podendo ser implantada de várias maneiras como:
tempo de reposição, valor de demanda/consumo,inventário, aquisições realizadas,
etc..
A figura 4, demonstra uma curva ABC típica:
Figura 4 – Curva ABC típica. Fonte: adaptada de Viana (2008, p. 65)
28
No quadro 6, abaixo temos a interpretação e resumo do gráfico da curva ABC:
Classe % Quatidades de itens % de valor
A 5 75
B 20 20
C 75 5
Quadro 6 – Resumo e interpretação do gráfico da curva ABC Fonte: adaptada de Viana (2008, p. 65)
Portanto para Viana (2008, p.66) é importante esclarecer que a curva ABC é
construída com base em qualquer dados sempre apresenta o caráter típico
apresentado na Figura 5, que pode ser compreendida em três fases distintas:
a. Elaboração de tabela mestra;
b. Construção do gráfico;
c. Interpretação do gráfico, com identificação plena de percentuais e
quantidades de itens envolvidos em cada classe, bem como de suas
respectivas faixa de valores.
2.5 CONTROLE DE ESTOQUES
“Devemos sempre ter produto de você necessita, mas nunca podemos ser
pegos com algum estoque”. Conforme Ballou (1995, p. 204) esta é uma frase que
descreve bem o dilema da administração de estoques.
O mesmo autor (1995, p. 204) afirma que o controle de estoques é a parte
vital do composto logístico, pois estes podem absorver de 25% a 40% dos custos
totais, representando uma porção substancial do capital da empresa.
Paterno (1987, p.58-59), segundo a visão de Dias não podemos desprezar
alguns princípios elementares como:
• Determinar “o que” deve permanecer em estoques (seleção dos materiais).
• Determinar “quando” se deve repor os materiais (periodicidade).
• Determinar “quanto” de materiais será necessário comprar (quantidade).
• Acionar o setor de compras para executar a aquisição dos materiais.
29
• Estabelecer políticas de recebimento conferências, armazenamento e
distribuição dos materiais.
• Controlar quantidades e valor dos estoques e fornecer informações sobre a
posição dos mesmos.
• Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estado dos
materiais estocados.
• Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos ou danificados.
Arnold (2008, p.265) afirma que todas as empresas e instituições necessitam
manter estoques de materiais e suprimentos. Sendo que administração de estoques
é essencial e responsável pelo controle e planejamento desde o estágio de matéria-
prima até o produto acabado. Para isso é necessário uma boa administração, pois
os mesmos geram custos de estocagem.
Estoques agregam valor econômico onde a investimento para incrementar as
atividades de produção e servir os clientes. O gerenciamento de níveis adequados
tem como objetivo o equilíbrio em ter estoque e consumo. (VIANA, 2008, p.144).
Controlar os estoques é muito importante sendo um desafio que os
empresários encontram para descobrir fórmulas de reduzir estoques sem afetar o
processo produtivo e sem aumentar custos. Esta formula é definida com duas
perguntas básicas o “quanto” e “quando” comprar. Possuir em estoque a quantidade
correta no tempo incorreto não adianta e não resolve nada, pois é importante a
determinar o prazo (DIAS, 1996, p. 114).
2.5.1 Objetivos e custos de estoques
Ballou (1995, p. 213), afirma que o controle de estoques é uma questão de
balancear os custos de manutenção de estoques, ou seja, quanto maior as
quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção.
[...] quanto maiores às quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Será necessária menor quantidade de pedidos, com lotes maiores, para manter níveis de inventário [...] O objetivo é encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total.
30
2.5.2 Custos de manutenção
“Estão associados a todos os custos necessários para manter certa
quantidade de mercadorias por um período de tempo” (BALLOU, 1995, p.211).
Para Dias (1996, p. 45), “todo e qualquer armazenamento de material gera
determinados custos”, que são:
• Juros;
• Depreciação;
• Aluguel;
• Equipamentos de movimentação;
• Deterioração;
• Obsolescência;
• Seguros;
• Salários;
• Conservação.
Segundo Dias (1996, p. 45), todos eles podem ser agrupados em diversas
modalidades:
• Custos de capital (juros, depreciação);
• Custos com pessoal (salários, encargos sociais);
• Custos com edificação (aluguel, impostos, luz, conservação);
• Custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento).
2.5.3 Custos de compras
“Estão associados ao processo de aquisição das quantidades requeridas para
reposição de estoque”. (BALLOU, 1995, p.212)
Em contrapartida, o autor (1995, p.212) comenta que ordem de compras
incorre numa série de custos que originam no custo do processamento do pedido,
como o transporte, custo da preparação, custo do manuseio e por fim o preço da
mercadoria.
31
2.5.4 Custos de falta
“São aqueles que ocorrem caso haja demanda por itens em falta no estoque”.
(BALLOU, 1995, p.212)
Para Dias (1996, p. 52), existem certos componentes de custo que não
podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido
atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor.
Desta forma, podemos determinar os custos de falta de estoque das
seguintes maneiras:
• Por meio de lucros cessantes, devidos à capacidade de fornecer perdas de
lucros, com cancelamento de pedidos;
• Por meio de custos adicionais, causados por fornecimentos em substituição
com material de terceiros;
• Por meio de custos causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais
como, multas, prejuízos, bloqueio de reajustes;
• Por meio de quebra de imagem da empresa, e em conseqüência beneficiando
o concorrente.
2.6 SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES
2.6.1 Sistema de duas gavetas
Segundo Martins (2009, p.255), este sistema é o mais relevante para
materiais de baixo valor como de classe C, tem como objetivo reduzir a burocracia
de compra do material garantindo o suprimento normal dos itens.
Na mesma linha, Dias (1996, p. 116) afirma que “a grande vantagem deste
método consiste numa substancial redução do processo burocrático de reposição de
material”.
Ainda de acordo com Dias (1996, p. 115-116) imaginemos duas caixas, A e B,
o processo de armazenagem é feito nessas duas caixas, onde a caixa A estão os
materiais para suprir o consumo durante o tempo de reposição, na caixa B estão
os materiais para suprir o consumo previsto no período. As requisições de materiais
que chegam ao almoxarifado são atendidas pelos materiais da caixa B. Então
quando o estoque da caixa B chega a 0 (zero) inicia-se o processo de reposição dos
32
materiais da mesma, para que o processo não pare, utiliza-se os materiais da caixa
A. Quando o material da caixa B chega, completa-se a caixa A que estava sendo
utilizada, o saldo restante irá para a caixa B, dando continuidade ao consumo da
caixa B.
Figura 5 – Reposição dos estoques nas caixas A e B. Fonte: Adaptada de Dias (1996, p. 115).
2.6.2 Sistema dos máximos e mínimos.
O sistema dos máximos e mínimos consiste na oscilação entre o estoque
mínimo e o estoque máximo de determinado item, para estimá-lo é necessário
analisar o consumo de um item em determinado período e posteriormente calcular o
ponto de pedido de acordo com o tempo de reposição deste item, ou seja, o tempo
gasto desde a percepção da falta do produto até a chegada do mesmo na empresa
(CHIAVENATO, 1991, p.82).
Dias (1996, p.116-117) Afirma que a utilização do sistema dos máximos e
mínimos só acontece devido ao fato de não sabermos o consumo exato de material
em um período predeterminado e variação do tempo de reposição é que usamos o
sistema máximo e mínimo, basicamente o sistema consiste em seguintes fases:
• determinação dos consumos previstos para o item desejado;
• fixação do período de consumo previsto em a;
• cálculo do ponto de pedido em função do tempo de reposição do item pelo
fornecedor;
• cálculos dos estoques mínimos e máximos; e
Caixa A com estoque reposto
Caixa B com estoque reposto parcialmente
33
• cálculos dos lotes de compra.
O estoque máximo é atingido logo após a chegada do material que, à medida que vai sendo consumido, tende a reduzir o nível de estoque, Quando o nível chega ao ponto de pedido está no momento de se fazer um novo pedido ao órgão de compras. A chegada do material deve coincidir em estoque mínimo, que não pode ser ultrapassado. O estoque mínimo mais o lote comprado eleva o estoque ao estoque máximo novamente, que vai sendo consumido, e assim sucessivamente (CHIAVENATO, 1991, p.83).
O processo de reposição nesse método proporciona uma razoável
automatização, podendo ser utilizado o lote econômico, abrangendo os itens das
classes A, B e C (DIAS, 1996, p.117).
Na figura 6, a identificação dos níveis de estoque e conclusão onde o ponto
de partida e o lote de compra, são fixos e constantes e as reposições variáveis.
Figura 6 – Identificação dos níveis de estoque. Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 117)
2.6.3 Sistema das revisões periódicas
Para Arnold (2008, p.336), “no sistema de revisão periódica a quantidade
disponível de um item é determinada a intervalos de tempo especificados e fixos e
assim um pedido é emitido”.
Baseia-se no estoque mínimo ou de segurança a forma de prevenção do
consumo acima do normal, para que não tenha atrasos de entrega durante o período
34
de revisão e tempo de reposição. As datas e os intervalos são programados para
realização de reposição de material. (DIAS, 1996, p. 117-118).
Quando o consumo for acima do normal ou em caso de algum atraso na
entrega do item utiliza-se o estoque mínimo para suprir. Para que exista uma
minimização no custo de estocagem, cada item possui período de renovação, onde
se faz um pedido em intervalo de tempos estabelecidos em ciclos de tempos iguais.
Sendo assim, cada item será renovado em tempos diferentes, portanto costuma-se
estabelecer a compra simultânea de diversos itens para obter condições vantajosas
de compra e de transporte (CHIAVENATO, 1991, p. 84).
Para minimizar esses riscos devem ser calculadas revisões para cada material estocado ou para cada classe de materiais, de acordo com os objetivos operacionais e financeiros da empresa. A escolha de um calendário para as revisões é também de importância fundamental para: definir o volume dos materiais de compra; listar os itens de uso comum para serem processados simultaneamente; executar uma compra única; e efetuar compras e entregas programadas, optando pela determinação das periodicidades mais convenientes das necessidades (DIAS, 1996, p. 118)
Abaixo, a figura 7 demonstrando o gráfico da revisão periódica.
Figura 7 – Revisão periódica. Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 118)
2.7 NIVEIS DE ESTOQUE
As empresas devem buscar a melhor forma de manter seus estoques para
evitar o excesso ou falta de materiais. Assim, para atender a demanda com
35
qualidade elas utilizam-se de políticas e níveis de estoque, de forma a fornecer
maior segurança para o atendimento de tais demandas.
Para Chiavenato (1991, p. 75) “o grande desafio é dimensionar e controlar os
estoques para tentar mantê-los em níveis adequados ou reduzi-los sem afetar o
processo produtivo e sem aumentar os custos financeiros”.
Conforme Pozo (2008, p. 63), é muito importante para uma empresa saber
determinar qual o nível de estoque mais econômico, sendo que seus custos de
estoques são influenciados por diversos fatores e não somente de recursos
financeiros próprios que influenciam os custos, mais também a movimentação,
volume, mão-de-obra, a disponibilidade, dependendo da situação cada variável tem
pesos que podem ter diversas magnitudes em razão da situação específica.
Segundo Viana (2008, p, 169), “o ideal almejado é o “estoque zero”, ou seja,
transportar para o fornecedor todos os encargos advindos de sua manutenção,
como capital imobilizado, edifícios para armazenagem, maquinas, equipamentos,
acessórios, funcionários, etc”.
2.7.1 Estoque mínimo
Dias (1996, p. 62) aborda que determinar o estoque mínimo é uma das mais
importantes informações para a administração do estoque. O estoque mínimo
também é chamado de estoque de segurança, é a quantidade mínima que deve
existir em estoque para cobrir atrasos no suprimento, objetivando com eficiência o
processo produtivo sem risco de falta.
Entre as causas que ocasionam estas faltas, Dias (1996, p.63) destaca:
• oscilação no consumo;
• oscilação nas épocas de aquisição ( atraso no tempo de reposição);
• variação na qualidade, quando o controle de Qualidade rejeita um lote;
• remessas por parte do fornecedor, divergentes do solicitado;
• diferenças de inventário.
Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ao programado ou um consumo desproporcional. Ao ser atingido pelo estoque em declínio, indica a condição crítica do material, desencadeando providências, como, por exemplo, a ativação das encomendas em andamento, objetivando
36
evitar a ruptura do estoque. Sua quantidade é calculada em função do nível de atendimento fixado pela empresa, em função da importância operacional e do valor do material, além dos desvios entre os consumos estimados e os realizados e o prazo médio de reposição (VIANA, 2008, p. 151).
O quadro 7, representa a fórmula para o cálculo do estoque mínimo:
Quadro 7 – fórmula para o cálculo do estoque mínimo Fonte: Adaptada de Viana (2008, p.151).
2.7.2 Estoque máximo
Para Dias (1996, p.62) a definição de estoque máximo é a “soma do estoque
mínimo mais o lote de compras”.
Segue no quadro 8, a fórmula para cálculo de estoque máximo:
Quadro 8 – fórmula para o cálculo do estoque máximo Fonte: Adaptada de Dias (1996, p. 62).
Esse lote de compra pode ser econômico ou não. Nas condições normais de equilíbrio entre a compra e o consumo, o estoque irá variar entre os limites máximos e mínimos. Estes níveis somente serão válidos sob o enfoque produtivo, não se levando em consideração aspectos de ordem financeira nem conjuntural, especulação ou investimento. Ele sofre também influências da capacidade de armazenagem disponível, que deve ser levada em consideração na ocasião do seu dimensionamento (DIAS, 1997, p. 62).
ES = K x TR x CMM
ES= Estoque mínimo
K= Fator de segurança
TR= Tempo de ressuprimento
CMM= Consumo médio mensal
E.Mx = E.Mn + LC
Estoque máximo é igual à soma do estoque mínimo mais o lote de compra.
37
Pozo (2008, p.65) sustenta que estoque máximo é o “resultado da soma do
estoque de segurança mais o lote de compra”. Onde o nível máximo de estoque é
determinado de forma que o volume ultrapasse a somatória do estoque de
segurança com o lote.
De acordo com Viana (2008, p. 149), destaca que a finalidade principal do
estoque máximo é a quantidade máxima que se pode manter tal material em
estoque através da análise do estoque virtual.
2.7.3 Ponto de pedido
Para Messias (1989, p.102) estabelecer um ponto de pedido de um
determinado item a ser mantido em estoque é necessário os fatores a seguir:
• quantidade máxima desejável do item para ser mantido em estoque;
• tempo em dias em que o material será utilizado e com que freqüência;
• todo tipo de custo direto ou indireto que influi na aquisição de um item do
estoque;
• condições de mercado e tendência dos preços, etc...;
Segundo Pozo (2008,p.64), o ponto de pedido é a quantidade de peças que
temos em estoque que garante o processo produtivo para que não tenha problemas
em parar a produção por falta de material enquanto aguardamos a chegada do lote
de compra durante o tempo de reposição e assim fazendo ressuprimento de seu
estoque.
Na mesma concepção Arnold (2008, p.319) afirma que, “quando a quantidade
de um item cai para um nível pré-determinado, denominado ponto de pedido, emite-
se um pedido”.
Ainda convém enfatizar que, “ponto de pedido é a quantidade de estoques
que, quando atingida, deverá provocar um novo pedido de compra para a reposição
de estoque” (CHIAVENATO,1991, p.83).
Uma das informações básicas de que se necessita para calcular o estoque mínimo é o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Este tempo pode ser desmembrado em três partes: emissão do pedido: tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela empresa até chegar
38
ao fornecedor; preparação do pedido: tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixa-los em condições de serem transportados; transporte: tempo que leva de saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados (DIAS, 1996, p. 58)
Em complemento a esta posição Dias (1996, p.59), constata ”que
determinado item necessita de um novo suprimento, quando o estoque atingiu o
ponto de pedido, ou seja, quando o saldo disponível estiver abaixo ou igual a
determinada quantidade chamada ponto de pedido”.
Figura 8, Gráfico dente de serra com tempo de reposição X ponto de pedido:
Figura 8 – Dente de serra com tempo de reposição X ponto de pedido. Fonte: adaptada de Dias (1996, p. 59)
O autor (1996, p. 59) ainda sustenta, que o saldo do item em estoque,
quantidade de reposição até a entrada de um novo suprimento no almoxarifado
representa o ponto de pedido.
No quadro 9, representa como deve ser calculado o ponto:
Quadro 09 – fórmula para o cálculo do ponto de pedido Fonte: Adaptada de Dias (1996, p. 59).
E.Mn
PP = C x TR + E.Mn
PP= Ponto de pedido
C= Consumo médio mensal
TR= Tempo de reposição
E.Mn= Estoque mínimo
39
2.8 PREVISÃO PARA OS ESTOQUES
A previsão de estoques é fundamentada pelas informações obtidas pelo setor
de vendas, onde são elaborados os valores de demandas de mercado fornecidos os
níveis de estoque. Cabe ao administrador de estoque prever a demanda e informar
aos fornecedores de materiais para que não ocorra a falta dos mesmos e possamos
atender os clientes (VIANA, 2008, p.51).
A previsão deve levar sempre em consideração os fatores que mais afetam o ambiente e que tendem a mobilizar os clientes. Informações básicas e confiáveis de toda a dinâmica de mercado deverão ser utilizadas para decidirmos quais as quantidades e prazos a serem estabelecidos (VIANA, 2008, p.51).
Dias (1996, p.32) destaca que a previsão do consumo de material ou
demanda é o ponto de partida do estudo em relação a estoques, pois estabelece
estimativas futuras sobre quais produtos, quanto desses produtos e quando serão
comprados ou utilizados pelos clientes.
Segue a seguir ainda conforme Dias (1996, p.33) as técnicas de previsão do
consumo classificadas em três grupos:
• Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado
ou as vendas evoluirão no tempo; segundo a mesma lei observada no
passado, este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantitativas.
• Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que
relacionam as mesmas com as outras variáveis cuja evolução é conhecida ou
previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e
correlação.
• Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes
nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.
Gonçalves (2004, p.15) destaca que previsões de estoques são importantes
para fixar metas de estoques e abastecer de maneira adequada as unidades e
consumo e as áreas de produção.
Na mesma linha Martins (1999, p.173) afirma que, a previsão de estoques é
importante “para realizar a reposição dos materiais no momento e na quantidade
40
certa, e para que todas as demais atividades necessárias ao processo industrial
sejam adequadamente programadas.
Chiavenato (1991, p.72) conclui que a previsão de consumo “é uma
estimativa a priori de quanto determinado material será consumido ou necessário
durante um determinado período de tempo”.
2.8.1 Método da média móvel
Dias (1996, p.37) afirma que o método da média móvel é obtidas calculando-
se a média dos valores de consumo nos “n” períodos anteriores. Onde a previsão
será menor que os valores ocorridos se o padrão de consumo for crescente, ou
maior, se o padrão de consumo for decrescente.
Gonçalves (2004, p. 18) enfatiza que o modelo baseado em média móvel é
bastante simplificado, onde “indica que estamos considerando que a demanda
prevista para o próximo mês será estimada a partir do consumo médio” ocorrido nos
meses anteriores.
Na mesma linha, Chiavenato (1991, p.72-73) afirma que se o consumo for
crescente a média será menor, e se o consumo for decrescente, a média será maior
e que é a partir da média dos consumos anteriores é que se pode prever o consumo
futuro.
O quadro 10 apresenta, a fórmula do cálculo do consumo médio:
Quadro 10 – fórmula para cálculo do consumo médio Fonte: Adaptada de Dias (1996, p. 37).
A seguir Dias (1996, p.37 apresenta as vantagens e desvantagens deste
método.
CM = C1 + C2 + C3 + ... Cn n CM = Consumo médio C = Consumo dos períodos anteriores n = número de períodos
41
Vantagens:
• Simplicidade e facilidade de implantação; e
• Admite processamento manual.
Desvantagens:
• As médias móveis podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza
não existente nos dados originais;
• As médias móveis são afetadas pelos valores extremos; isso pode ser
superado utilizando-se a média móvel ponderada com pesos apropriados;
• As observações mais antigas têm o mesmo peso que as atuais, isto é, 1/n; e
• Exige a manutenção de um número muito grande de dados.
2.8.2 Método da média ponderada
Segundo Chiavenato (1991, p.73), o método da média móvel ponderada é
uma variação do método anterior, onde o “os valores dos períodos mais recentes
recebem um peso maior do que os valores dos períodos mais antigos”.
Na mesma linha Dias (1996, p.38), afirma que a média móvel ponderada “é
uma variação do modelo anterior em que os valores dos períodos mais próximos
recebem peso maior que os valores correspondentes aos períodos mais atuais”.
Em perspectiva similar, Pozo (2008, p. 56) aborda que “a previsão do próximo
período é obtida por meio da ponderação dada a cada período, sendo que o período
mais próximo recebe peso maior e, vamos reduzindo os pesos para os períodos
mais distantes”.
O quadro 11 apresenta, a fórmula do cálculo da média ponderada.
Quadro 11 – Fórmula para o cálculo do método da média ponderada Fonte: Adaptada de Pozo (2008, p 57)
Ppp (MMP) = (C1xP1) + (C2xP2) + (C3xP3) + ... + (CnxPn)
Ppp (MMP)= Previsão próximo período – Método da Média Ponderada
C1, C2, C3, Cn = Consumo dos períodos anteriores
P1, P2, P3, Pn = Ponderação dada a cada período
42
2.9 ARMAZENAGEM
Para Arnold (2008, p.352) a administração física dos estoques está
diretamente relacionada ao armazenamento em um depósito ou almoxarifados, onde
o mesmo pode ser mantido em período longo ou consumido rapidamente onde o
depósito funciona como um centro de distribuição. Podemos ser armazenados
produtos acabados, suprimentos ou peças para reposição.
Viana (2008, p.308), destaca que o objetivo primordial do armazenamento é
utilizar o espaço da maneira mais eficiente possível. Onde teve ser observado
sempre o a movimentação rápida e fácil desde o recebimento do material até o
despacho da mercadoria pela expedição. Assim, alguns cuidados essenciais devem
ser observados:
• determinação do local, em recinto coberto ou não;
• definição adequada do layout;
• definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente
convenientes aos materiais;
• ordem, arrumação e limpeza, de forma constante;
• segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc.
Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:
• máxima utilização do espaço (ocupação do espaço);
• efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos);
• pronto acesso a todos os itens (seletividade);
• máxima proteção aos itens estocados;
• boa organização;
• satisfação das necessidades dos clientes.
Pozo ( 2008, p.81) afirma que “armazenagem e manuseio de mercadorias são
componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas. Seus custos podem
absorver de 10 a 40% das despesas logísticas de uma firma”.
As empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e diminuir os custos totais. Segue-se que manter inventário gera a necessidade do espaço de armazenagem e da
43
movimentação interna dos materiais. Os custos da armazenagem e do manuseio de materiais são justificáveis, pois eles podem ser compensados com os custos de transportes e de produção (BALLOU 1995, p.153).
Os objetivos principais para armazenagem de materiais são: a redução de
custos de fretes e de produção e o melhoramento no atendimento ao cliente, além
de vários outros benefícios que a correta armazenagem proporciona a empresa,
como controle sobre a qualidade estocada, identificação clara dos materiais,
diminuição de custos de estocagem (MARTINS E LAUGENI 1999, p.26).
2.10 COMPRAS
Na administração de materiais, a função de compras é muito importante, pois
saber o que comprar, pode ser um processo de redução de custos da empresa,
sendo através das negociações do setor de compras que poderá reduzir os gastos
na aquisição de materiais.
Para Chiavenato (1991, p.100) “em alguns casos, o órgão de compras é o
intermediador entre o sistema de produção da empresa e a fonte supridora que
existe no mercado.
Viana (2008, p.172) destaca que a função de compras significa procurar e
providenciar a entrega de materiais com qualidade adequada e no prazo necessário
com preços justos para o funcionamento.
O autor (2008, p.172-173) ainda destaca algumas etapas para definir o ato de
comprar:
• determinação do que, de quanto e de quando comprar (fundamentos do
gerenciamento de estoques;
• estudo dos fornecedores e verificação de sua capacidade técnica,
relacionando-os para consulta;
• promoção de concorrência, para a seleção do fornecedor vencedor;
• fechamento do pedido, mediante autorização de fornecimento ou contrato;
• acompanhamento ativo durante o período que decorre entre o pedido e a
entrega;
• encerramento do processo, após recebimento do material, controle da
qualidade e da quantidade;
44
Dias (1996, p.259) enfatiza que a função de compras é essencial para o
departamento de materiais e muito importante para compor o processo de
suprimento, pois tem a finalidade de suprir as necessidades de materiais ou
serviços, planejá-las quantitativamente e verificar se recebeu efetivamente o que foi
comprado e providenciar armazenamento.
No processo de compras destacam-se as seguintes atividades centrais
conforme (POZO 2008, p.146):
• assegurar descrição completa das necessidades;
• selecionar fontes de suprimento;
• conseguir informações de preço;
• colocar os pedidos (ordens de compra);
• acompanhar (follow up) os pedidos;
• verificar notas fiscais;
• manter relacionamento com vendedores.
2.10.1 Objetivos da função de compras
Pozo (2008, p.148) perceber que o grande objetivo do setor de compras é ter
sua responsabilidade voltada a ter a capacidade de comprar materiais e produtos na
quantidade exata, na qualidade certa, no tempo certo, no preço correto e na fonte
adequada. Sendo assim o autor cita as metas fundamentais do setor de compras:
• permitir continuidade de suprimentos para o perfeito fluxo de produção;
• coordenar os fluxos com o mínimo de investimento em estoques e adequado
cumprimento dos programas;
• comprar materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro das
especificações predeterminadas em quantidade, prazo e preço;
• evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e
percepção do mercado;
• permitir à empresa uma posição competitiva, mediante negociações justas e
credibilidade;
• manter parceria com os fornecedores para crescer junto com a empresa.
Na mesma linha Arnoldo (2008, p.209) destaca que a função de compras é
responsável pelo estabelecimento do fluxo dos materiais na empresa, pelo
45
seguimento junto ao fornecedor e pela agilidade de entregas. Sendo que a função
de compras pode reduzir o número de problemas para os departamentos de
produção e vendas além de adicionar lucros. O autor cita os principais objetivos da
função de compras:
• obter mercadorias e serviços na quantidade e com a qualidade necessárias;
• obter mercadorias e serviços ao menor custo;
• garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;
• desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e desenvolver
fornecedores potenciais.
Ainda conforme Arnold (2008, p.209) para satisfazer a esses objetivos devem
ser desempenhadas algumas funções básicas:
• determinar as especificações de compras: qualidade certa, quantidade certa e
entrega certa (tempo e lugar);
• selecionar o fornecedor (fonte certa);
• negociar os termos e condições de compra;
• emitir e administrar pedidos de compra.
A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os
empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados e de
racionalizar o processo produtivo DIAS (1996, p.260).
O autor Dias (1996, p.260) ressalta "comprar bem é um dos meios que a
empresa deve usar para reduzir custos”.
Na mesma linha Gonçalves (2004, p.195) conclui afirmando que o objetivos
de comprar tem uma única finalidade “garantir que materiais e serviços exigidos
sejam fornecidos nas quantidades corretas, com qualidade, no tempo desejado”.
Baily (2000, p.31) destaca que os propósitos atuais lembra das necessidades
de trabalhar com uma função eficaz dentro de uma equipe gerencial , o autor sugeri
uma definição ampla de objetivos a seguir:
• Suprir a organização com o fluxo seguro de materiais e serviços para atender
a suas necessidades.
46
• Assegurar continuidade de suprimento para manter relacionamentos efetivos
com fontes existentes, desenvolvendo outras fontes de suprimentos
alternativas, ou para atender a necessidades emergentes ou planejadas.
• Comprar eficiente e sabiamente, obtendo por meio éticos o melhor valor por
centavos gasto.
• Administrar estoques para proporcionar o melhor serviço possível aos
usuários e ao menor custo.
• Manter relacionamentos cooperativos sólidos com outros departamentos,
fornecendo informações e aconselhamentos necessários para assegurar a
operação eficaz de toda a organização.
• Desenvolver funcionários, políticas, procedimentos e organização para
assegurar o alcance dos objetivos previstos.
Além disso, o autor ainda acrescenta alguns objetivos mais específicos como:
• Selecionar os melhores fornecedores do mercado.
• Ajudar a gerar o desenvolvimento eficaz de novos produtos.
• Proteger a estrutura de custos da empresa.
• Manter o equilíbrio correto de qualidade/valor.
• Monitorar as tendências do mercado de suprimentos.
• Negociar eficazmente para trabalhar com fornecedores que buscarão
benefício mútuo por meio de desempenho economicamente superior.
Baily(2000, p. 85) afirma que “a importância percebida da função compras
cresce em relação direta com a redução do tempo de duração do ciclo de vida do
produto.”
2.10.2 Atividades de compras
É de responsabilidade do administrador de suprimentos as negociações
relativas a preço, prazo de entrega, especificações de fornecimento, embalagem,
garantias de qualidade, performance e assistência técnica. Assim como as principais
atividades do departamento de compras envolvem, além de atender às
especificações de qualidade exigidas pelo mercado, a adequação da quantidade
47
desejada, prazos de entrega e condições de pagamento que permitam à empresa
maximizar seus recursos e reduzir seus custos (POZO 2008, p.149).
Em relação aos aspectos acima expostos, Pozo (2008, p.149-150), lista
algumas atividades típicas da área de suprimento, que poderão variar de empresa
para empresa:
• controle e registro de fornecedor;
• controle e registro de compras;
• controle e registro de preço;
• controle e registro de especificações;
• controle e registro de estoques;
• controle e registro de consumo;
• controle e registro de catálogos;
• controle e registro de econômicos.
Viana (2008, p.174) cita outras atividades do setor de compras, completando
a organização e visando aos objetivos primordiais, quais sejam, material na
especificação, quantidade desejadas, melhor preço de mercado e prazo desejado,
podem ser mencionadas a seguir:
Pesquisa:
• estudo do mercado;
• estudo dos materiais;
• análise de preço;
• investigação das fontes de fornecimento;
• vistoria dos fornecedores
Aquisição:
• análise das cotações;
• entrevistas com vendedores;
• promoção de contratos., sempre que possível, em substituição aos processos
individuais;
• negociação;
• efetivação das encomendas.
48
2.10.3 Fornecedores
Viana (2008, p.185) afirma que cabe a empresa avaliar o desempenho de
cada fornecedor envolvido em todas as concorrências, onde as relações comerciais
iniciam-se mediante o respectivo cadastro fazendo um processo de seleção, tendo o
objetivo de verificar a capacidade e as instalações dos fornecedores interessados de
acordo com a política de compras da empresas podendo ser mencionados alguns
critérios:
• as empresas interessadas em participar de concorrência, as quais deverão
requerer sua inscrição no cadastro de fornecedores, mediante o fornecimento
dos documentos exigidos;
• os aprovados, classificados por categorias, tendo-se em vista sua
especialização, subdivididos em grupos, segundo a capacidade técnica e
financeira, avaliada pelos dados constantes na documentação apresentada
para a inscrição;
• a qualquer tempo, alteração, suspensão ou cancelamento do registro da
empresa cujo desempenho em contratações anteriores tenha sido
considerado insatisfatório.
O objetivo da função de compras é conseguir tudo ao mesmo tempo: qualidade, quantidade, prazo de entrega e preço. Uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo. Um bom fornecedor é aquele que tem a tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida, tem a capacidade de produzir as quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preços competitivos (ARNOLD 2008, p.218).
Dias (1996, p.297) classifica como fornecedor toda a empresa interessada em
suprir as necessidades de outra empresa em termos de:
• matéria-prima;
• serviços; e
• mão-de-obra.
Gonçalves (2004, p.208) finaliza que “hoje os fornecedores de grandes empresas
são na verdade parceiros delas” visando objetivos comuns.
49
2.10.4 Estrutura organizacional de compras
Dentro da estrutura organizacional de compras uma empresa deve ser
composta por pessoal técnico e administrativo competente e altamente motivado
para que haja sucesso no processo é necessário que a empresa tenha uma eficaz
condução do setor de compras que deverá ser subordinado ao departamento de
logística podendo ter assim rapidez na tomada de decisões, fluxos contínuos, custos
reduzidos e principalmente, satisfação do cliente (POZO 2008, p151).
Viana (2008, p.173) destaca alguns princípios fundamentais que devem ser
considerados na organização do setor de compras independentemente do tamanho
da empresa, como:
• autoridade para compra;
• registro de compras;
• registro de preços;
• registro de fornecedores;
Pozo (2008, p.152) cita algumas obrigações importantes que devem ser
observadas e conduzidas dentro da estrutura organizacional, que são:
• recomendar as diretrizes e programas gerais de aquisições;
• especificar e prever as situações econômicas e suas tendência influenciando
os preços, tanto internamente como internacionalmente;
• estabelecer normas de conduta para compradores;
• coordenar as especificações relacionadas à aquisição;
• desenvolver novos materiais e fornecedores;
• promover a padronização e normatização de todas as aquisição;
• estabelecer processos de negociações visando a garantia de preços e
conformidade;
• desenvolver e manter a estrutura formal de comprar em condições de atender
adequadamente aos objetivos da empresa;
• formalizar os acordos e contratos de aquisições de acordo com normas e
procedimentos legais;
• orientar e promover o desenvolvimento dos funcionários de compras;
• promover a integração e colaboração entre os departamentos da empresa;
50
• promover o intercâmbio de informações com fornecedores e concorrentes;
• preparar relatórios sobre as atividades atuais e planos futuros da área;
• agir dentro dos limites orçamentários;
• aprovar as recomendações elaboradas para a perfeita adequação de
compras;
• avaliar o desempenho dos fornecedores e parceiros.
Para todos estes objetivos Baily (2000, p.71), orienta que a empresa tenha
uma boa abordagem de sistema para que se possa ter uma explicação referente ao
desenvolvimento das estruturas organizacionais. Quanto mais integrados forem os
sistemas, mais fácil será detectar as implicações de qualquer decisão em termos de
custos, levando as organizações a deixar de tomar decisões de uma perspectiva
funcional e passando a adotar uma visão total.
51
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Este capítulo descreve os procedimentos metodológicos utilizados para a
elaboração do estudo que foi realizado na Clínica Bionuclear, localizada a Rua
Professor Hermínio Jacques – Florianópolis – SC, ocorreu no período de janeiro de
2010 a junho de 2011.
A realização deste estudo foi desenvolvida com uma abordagem
predominante qualitativa.
Segundo Roesch (1999, p.155) “a pesquisa qualitativa é apropriada para a
avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou
plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos”.
A pesquisa caracteriza-se também como descritiva, que de acordo com Gil
(1999, p. 44), “tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relação entre
variáveis”.
As técnicas de coleta de dados utilizadas foram através de dados primários,
como entrevistas e observação e dados secundários, como pesquisa documental e
bibliográfica.
Para a coleta de dados primários, foram envolvidos todos os funcionários que
trabalham diretamente com o estoque, cerca de 10 pessoas, algumas observadas e
outras entrevistadas informalmente.
Para Roesch (1999, p.148), “a observação é utilizada para entender como
indivíduos usam seu tempo em situações de trabalho; para estudar e revisar a
alocação de recursos ou para calcular a freqüência de atrasos”.
A mesma autora (1996, p.169) descreve a entrevista, afirmando que a mesma
“permite captar o nível de emoção dos respondentes, a maneira como organizam o
mundo, seus pensamentos sobre o que está acontecendo, suas experiências e
percepções básicas”.
Para a coleta de dados secundários, utilizou-se de pesquisa documental,
como notas fiscais, solicitação de compras e também a pesquisa bibliográfica.
De acordo com Fachin (2006, p.119) “pesquisa bibliográfica é, por excelência,
uma fonte inesgotável de informações, pois auxilia na atividade e contribui na
atividade intelectual e contribui para o conhecimento cultural em todas as formas do
saber”.
52
Fachin (2006, p.146) apresenta a respeito da pesquisa documental que a
mesma “consiste na coleta, classificação, seleção difusa e utilização de toda espécie
de informações, compreendendo também as técnicas e os métodos que facilitam a
sua busca e a sua identificação”.
Para chegar ao resultado esperado, foi necessário colher informações durante
todo o processo, para então, através das observações, entrevistas e estudos,
realizar um confronto dos mesmos com a teoria, e assim traçar um plano para a
solução dos problemas encontrados em relação ao controle de estoques na Clínica
Bionuclear.
53
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A empresa Bionuclear – Serviços de Medicina Nuclear Ltda, é uma clínica que
tem como base conhecimentos multidisciplinar em medicina e clínica médica e utiliza
radioisótopos para o diagnóstico e tratamento de condições clínicas diversas. Ampla
aplicação no estudo do metabolismo normal e da fisiopatologia das doenças de
diversos órgãos, permitindo assim, os diagnósticos precoces, baseados em
alterações funcionais, mesmo antes do aparecimento das anormalidades
anatômicas.
A Bionuclear está situada à Rua Prof. Hermínio Jacques no centro de
Florianópolis. É composto por uma equipe de 24 profissionais, um diretor técnico, um
diretor administrativo, um gerente administrativo / financeiro, três tecnólogos em
radiologia, quatro técnicos de enfermagem, uma enfermeira, dois serviços gerais,
sete recepcionistas, uma supervisora de faturamento, dois auxiliares de faturamento
e um estagiário em radiologia. No entanto, a empresa ainda dispõe de funcionários
terceirizados, dois físicos médicos, um cardiologista, dois médicos nucleares, um
psiquiatra de neuroimagem, quatro radiologistas e três vigilantes.
Figura 9 – Organograma Fonte: Dados primários
SÓCIOS PROPRIETÁRIOS Fábio Figueiredo Ribeiro
Aurélio Pacheco Costa Filho
DIRETORIA ADMINISTRATIVA DIRETORIA TÉCNICA
GERÊNCIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
RECEPÇÃO ENFERMAGEM FATURAMENTO RADIOLOGIA HIGIENIZAÇÃO
SETOR MÉDICO E DE RADIOPROTEÇÃO
54
Para a Bionuclear, excelência técnica e atendimento humanizado são mais
que conceitos praticados no dia-a-dia. São condições essenciais para a atualização
médica, norteando a equipe desde o início de suas atividades, em novembro de
2003.
Conta com acomodações confortáveis e ambientes climatizado, habilitada
para atendimento de adultos e crianças, em caráter particular ou convênios, para a
realização de exames e tratamentos em medicina nuclear e imagem molecular.
Tecnologia moderna auxiliando a recuperação e manutenção da saúde
através de diagnóstico ágil e precoce. Tratamento com uma técnica sofisticada e
indolor, em regime ambulatorial ou com internação de curta permanência.
Com função integrada ao diagnóstico, através das cintilografias e testes
funcionais específicos, alia-se o tratamento com radioisótopos, contemplando
doenças benignas e malignas. Em sintonia com os avanços científicos para
tratamentos mais eficazes com o mínimo possível de efeitos colaterais, a medicina
nuclear tem opções com o tratamento por radioisótopos. Ocupa lugar de destaque
nesta área, a radioterapia para tratamento do hipertireoidismo e do câncer da
tireóide.
Novas terapias estão em desenvolvimento, com anticorpos monoclonais, na
tentativa de atingir alvos cada vez mais específicos, minimizando efeitos colaterais e
otimizando resultados.
Em condições normais, logo após a realização do exame o paciente já está
restabelecido e pronto para retomar seu dia-a-dia. Efeitos colaterais ou reações
alérgicas são extremamente raros.
A Bionuclear oferece procedimentos realizados para diagnóstico e terapia,
tais como:
Diagnóstico:
• Cintilografia: coração, tireóide, rins, pulmões, ossos, cérebro, pesquisa de
corpo inteiro, aparelho digestivo, vias lacrimais, anticorpos marcados e células
marcadas.
• Pesquisa de linfonódo sentinela: no câncer de mama, melanoma e outros.
• PET – SCAN Dedicado Oncológico
• Tomografias computadorizadas
55
Terapia:
• Tratamento do hipertireoidismo e câncer da tireóide com iodo radioativo,
tratamento da dor óssea por metástase e outros.
Seus principais convênios são:
• Agemed
• Assefaz
• Bradesco Saúde
• Cassi
• Capesaúde
• Correios Saúde
• Eletrosul
• Elosaúde
• Geap
• Fassincra
• Fusex
• Saúde Caixa
• Saúde Conceição
• Unimed
Os seus principais fornecedores, responsáveis pelo abastecimento, são:
• Barenboim & Cia Ltda
• Genésio A. Mendes & Cia Ltda
• Olimed Material Hospitalar Ltda
• Pereira Comércio de Artigos Descartáveis Ltda Me
• BR Embalagens Produtos e Serviços Ltda
• Praiana Indústria E Comércio de Produtos Odontológicos Ltda.
• Rota Sul Hospitalar Ltda
• Setor 1 Materiais de Escritório Ltda
• Comissão Nacional de Energia Nuclear
• Mjm Produtos Farmacêuticos E de Radioproteção Ltda.
• Asamed Distribuidora de Produtos Médico-farmaceuticos Ltda Me
• Luis Felipe Perboni Ltda – Permed
• Dix-Paper Produtos e Serviços de Higiene Ltda Me
56
• Distribuidora de Bebidas Cambirela Ltda
Figura 10 – Foto da empresa Bionuclear Fonte: Dados primários
57
4.2 LEVANTAMENTOS DOS DADOS
4.2.1 Atual sistema de controle de estoque
Atualmente a Clínica Bionuclear não possui um profissional responsável
diretamente por todo o processo de compra, armazenagem e controle de seus
materiais, sejam eles, materiais de escritório, materiais hospitalares e
medicamentos, de limpeza, higiene, nutrição e descartáveis.
Hoje a responsabilidade de todo o sistema de controle de estoque é do setor
de faturamento, sendo assim, a supervisora do setor efetua as compras, sendo que
o material de escritório é levantado através de uma verificação visual e para o
restante dos materiais é feito um inventário mensal, e através da necessidade
semanal é realizada a compra mensal.
Todo processo que é referente a materiais, como compra, cadastro e
codificação, etiquetagem, código de barras, separação, armazenagem, é realizado
pelo setor de faturamento.
4.2.2 Processo atual de compras
O processo atual de compras é realizado pela supervisora do faturamento da
seguinte forma, através da verificação visual da necessidade são comprados os
materiais de escritório, em um único fornecedor, por telefone, sendo que o único
critério analisado para o fechamento do pedido é o preço da última compra.
Já os materiais hospitalares e medicamentos, de limpeza, higiene e de
nutrição, são comprados através da realização de um inventário seguindo de uma
planilha da necessidade mensal, para a compra via e-mail ou por telefone. Sendo
que, utiliza-se também o critério de análise do preço da última compra.
Determinados materiais compra-se em um único fornecedor, por ser o único
distribuidor da marca exigida pela área técnica, já outros, são comprados no
fornecedor que oferece maior número de itens, evitando despesas com fretes,
levando em conta o preço e a entrega.
O recebimento de todos os materiais comprados é feito pelo setor de
faturamento, onde o mesmo realiza a conferência, codificação, verifica cadastro e
armazena.
58
4.2.3 Controle de Níveis de estoque
Atualmente a empresa possui um sistema informatizado de gestão de
estoque, porém não está alimentado corretamente e não gera solicitação de compra,
justamente por não haver um máximo e mínimo para cada material.
Por se tratar de um sistema hospitalar, além do estoque central, há também
os postos de estoque, por exemplo, a área da enfermagem possui o seu estoque
para a necessidade semanal, onde foi criado um máximo e mínimo apenas para o
posto específico.
4.2.4 Classificação e codificação de materiais
Os materiais são cadastrados no sistema e o mesmo gera códigos
seqüenciais para cada item cadastrado, existe dentro do cadastro do produto a
informação de grupo, subgrupo e classe, porém isso não interfere no código gerado.
Todos os produtos que possuem código de barras do fabricante são
cadastrados no sistema dentro do cadastro do próprio material, no campo código de
barras, já os que não possuem, o sistema gera automaticamente um código de
barras, sendo desta forma que os materiais são baixados do estoque através do
leitor de barras.
4.2.5 Sistema de Informatização
A empresa possui um sistema de software de gestão integrado de saúde
chamado Tasy, desenvolvido pela empresa Wheb Sistemas, este software foi
desenvolvido especialmente para laboratórios, clínicas e hospitais, além da Clínica
Bionuclear outras clínicas e hospitais da região utilizam este sistema, como por
exemplo, Laboratório Santa Luzia, SOS Cardio, Clínica de Olhos Cioft, Hospital São
Sebastião, Hospital de Caridade, Clínica Imagem, Hospital Baía Sul, entre outros.
O sistema Tasy oferece um módulo de administração de materiais completo,
ele permite o cadastramento dos materiais, lançamento de notas fiscais, emissão de
códigos de barras, informações de lote e validade do material, gera solicitação de
compra automática, gera requisições, é possível consultar compras anteriores e
59
várias outras funcionalidades que hoje não são utilizadas por falta de pessoal
treinado para o desenvolvimento da administração de materiais da empresa.
Figura 11 – Tasy – sistema da empresa Bionuclear Fonte: Dados primários
4.2.6 Armazenagem
A clínica não dispõe de espaço físico adequado para a armazenagem de seus
materiais. Atualmente a administração e o setor de faturamento estão localizados em
um prédio ao lado do prédio da clínica, e é no setor de faturamento que se encontra
o estoque central. São quatro salas separadas por: materiais hospitalares, materiais
de higiene e limpeza, materiais descartáveis e materiais de impressos e de
escritório. Além do estoque central, há também os postos da enfermagem e da
radiologia, onde há materiais hospitalares que suprem a necessidade da semana de
cada posto e é na enfermagem que se encontram todos os medicamentos. Os
materiais de nutrição são armazenados na copa para suprir a necessidade da
semana.
60
4.3 PROPOSTA PARA A ORGANIZAÇÃO
Neste capítulo foram apresentadas algumas sugestões que visam propor
melhorias para o atual sistema de gestão de estoques da clínica Bionuclear.
Sendo assim, estas melhorias são necessárias para que o uso dos meios
internos e para que todo o processo que envolve o estoque seja otimizado, visando
maior valorização do capital investido.
4.3.1 Sistema de controle de estoque
Inicialmente percebe-se que há algumas situações que impedem que a
gestão de estoque da empresa seja eficiente, sendo que a mesma dispõe de um
sistema de gestão de estoque integrado, mas não o utiliza de forma adequada.
A idéia inicial para melhor gerir os estoques é controlar apenas materiais de
escritório, materiais hospitalares e medicamentos, de limpeza, higiene, nutrição e
descartáveis, visto que a alimentação dos pacientes é terceirizada e controlada pela
enfermeira, responsável pela nutrição e os materiais radiofármacos são controlados
pelos físicos, pois possuem decaimento, ou seja, sua vida útil é pequena e o material
tem que ser armazenado em local blindado.
Portanto, o sugerido é que as ferramentas da administração de materiais
sejam utilizadas continuamente e de forma correta visando melhorias na gestão de
estoque através da reformulação da codificação existente, da classificação ABC de
materiais, do controle de níveis de estoque, da armazenagem adequada e da
otimização e integração do processo de compras.
Diante do exposto anteriormente, percebe-se que há a necessidade da
contratação ou remanejamento de um profissional que possa controlar o setor de
estoque. Inicialmente este novo profissional deverá ter um treinamento junto à
empresa Wheb Sistemas, responsável pelo sistema Tasy, obtendo o conhecimento
de todo o módulo do sistema de estoque, para que através do conhecimento
adequado das ferramentas o mesmo possa desenvolver todo o operacional que
envolve o estoque.
Portanto, todo o processo que hoje é feito manualmente e por planilhas pelo
setor de faturamento, deverá ser todo desenvolvido através do sistema Tasy, sendo
que o mesmo oferece todas as ferramentas necessárias para a automatização dos
61
processos que envolvem o estoque, que são: solicitação automática de compras,
lançamento de Notas Fiscais de produtos, cadastro e codificação, etiquetagem,
código de barras, requisições, ou seja, todo controle de estoque através do sistema.
A idéia futura é que este mesmo profissional tenha conhecimento dos
fornecedores e passe a desenvolver também toda a parte que envolve as
negociações das compras.
Cabe ressaltar também que, esse remanejamento ou contratação de um
profissional responsável pela administração de materiais da clínica Bionuclear é de
grande importância, pois além de ter um acompanhamento e controle mais preciso e
correto de todos os materiais da clínica, este novo profissional também beneficiará o
faturamento, que hoje realiza o básico dos serviços de estoque. Os benefícios para
o setor de faturamento não serão apenas na questão da sobrecarga de trabalho,
pois é necessário também um acompanhamento da baixa dos materiais do estoque
por parte da equipe técnica. Quando um enfermeiro atende um paciente, por
exemplo, ele precisa colocar na conta do paciente todos os materiais e
medicamentos que ele utilizou para o procedimento médico do mesmo, é através
disto que o faturamento analisará a conta do paciente e cobrará do mesmo ou do
convênio, portanto, além de beneficiar o faturamento em toda esta questão, este
profissional ajudará a equipe técnica, enfermeiros, médicos e radiologistas com toda
a parte da baixa de materiais e medicamentos nas contas do pacientes, sempre que
houver alguma dificuldade e também irá os instruir de como deverão proceder para
evitar erros e conseqüentemente evitar também perdas por falta de cobrança.
4.3.2 Compras
Todos os materiais da clínica, desde medicamentos até materiais de higiene
foram analisados pela área técnica e estipulou-se marcas específicas para atender
os requisitos de qualidade total.
Como a clínica trabalha com atendimento particular e atendimento a diversos
convênios, a forma que cada um dos convênios paga por cada material utilizado
pelo paciente é distinta, ou seja, a Unimed, por exemplo, tem uma tabela onde
constam os valores de várias seringas de várias marcas, se a clínica utilizar uma
seringa da marca BD de 3ml, a Unimed pagará o valor já por ela tabelado. O
restante dos convênios paga os materiais e medicamentos constantes na tabela
62
Brasíndice (guia farmacêutico para clínicas, hospitais e convênios), só que a taxa de
comercialização é também distinta para cada convênio e os reajustes de preços
serão sempre determinados pelo guia Brasíndice.
Portanto, é necessário que seja implementado no processo de compras um
levantamento de quanto cada convênio paga por cada material e medicamento, para
que o valor de compra nunca seja maior que do que o valor que cada tabela de
convênio pagará.
Além de todos os levantamentos e pesquisas que o processo de compras
exige, é necessário também que as ferramentas do sistema de software da empresa,
o Tasy, seja utilizado corretamente, pois ele oferece todos os relatórios necessários
para este levantamento de tabelas de convênios, como também oferece todas as
ferramentas necessárias para a gestão de estoque, basta um profissional treinado e
comprometido para administrá-lo.
Portanto, uma boa administração de materiais influenciará diretamente no
custo dos procedimentos, podendo assim, cada procedimento ser analisado
favorecendo novas negociações nos preços dos exames perante os convênios e
reajuste na tabelas e preços particular da empresa.
4.3.3 Classificação e codificação dos materiais
Os materiais de estoque da clínica foram listados e foi sugerida uma nova
codificação, pois a codificação existente não se enquadra nas normas da
administração de materiais, os materiais cadastrados no sistema geram códigos
aleatórios de cadastro.
Esta nova codificação, além de separar todos os materiais de acordo com
suas características, facilitará a identificação dos mesmos, bem como criará uma
padronização.
Para evitar o cadastro em duplicidade no sistema e garantir uma
padronização na descrição de materiais semelhantes, a forma de codificação mais
adequada para a empresa é a codificação de sistema numérico, ou seja, apenas
números irão compor o código do material.
Portanto, os dois primeiros dígitos representarão o grupo de materiais, os dois
subseqüentes, a classe de materiais e os dois posteriores e últimos, os dígitos de
identificação.
63
Sugere-se que os materiais sejam classificados em cinco grupos:
Grupos
01 – Medicamentos
02 – Materiais hospitalares
03 – Materiais para nutrição
04 – Materiais para higiene e limpeza
05 – Materiais de escritório
Após divididos em grupos, os materiais devem ser ainda divididos em trinta e
oito classes, como exemplo:
Classes
01 – Medicamento em ampola
02 – Medicamento em frasco
03 – Medicamento em comprimido
04 – Agulha
05 – Álcool
06 – Algodão
07 – Aparelho de barbear
08 – Atadura
Portanto, o quadro abaixo apresenta um exemplo utilizado para a codificação,
no apêndice A deste trabalho encontra-se a tabela completa sugerida para a
empresa.
Quadro 12: Exemplo utilizado para a codificação Fonte: Dados primários
Agulha Descartável 40X12
02.04.06
Item (Agulha descartável 40X12) Classe (Agulha) Grupo (Materiais hospitalares)
64
Após o processo de classificação e codificação dos materiais, todos serão
catalogados e as prateleiras de armazenagem terão etiquetas de identificação, tudo
isso facilitará a localização dos mesmos.
4.3.4 Classificação ABC de materiais
A classificação ABC de materiais é o sistema sugerido para a empresa, pois o
mesmo permite estabelecer prioridades para itens que merecem atenção e
tratamento adequados quanto à sua administração, sendo assim, o objetivo é evitar
os gastos desnecessários e ao mesmo tempo manter a segurança dos materiais em
estoque.
A classificação ABC dos materiais da empresa Bionuclear foi realizada no
período de 01 de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2010.
Como pode ser visualizado na figura 12, foram analisados 270 itens em
estoque durante o período de um ano, onde 20 materiais (7,41%) representam a
classe A da classificação ABC de materiais, 85 materiais (31,48%) representam a
classe B e 165 materiais (61,11%) representam a classe C.
Figura 12 – Gráfico da classificação dos itens em estoque Fonte: Dados primários
Os materiais da classe A, portanto, são os que representam o maior
investimento, no valor de R$16.912,78, sendo 50,18% do investimento total e
Classe C 165 itens 61,11%
Classe A 20 itens 7,41% Classe B
85 itens 31,48%
Itens Classificados
65
significa 20 itens catalogados (7,41%). São exemplos da Classe A: Kit de Ventilação
Descartável – Ultravent, Filme Drystar Agfa DT2B 35x43.
Já os materiais da classe B representam o valor de investimento
intermediário, R$10.137,73, sendo 30,07% do investimento total dos 85 itens
catalogados (31,48%). São exemplos da Classe B: Coletor de Material
Pérfurocortante 13 Litros, Catéter Intravenoso Periférico 24 c/seg (Abocath).
Por fim, os materiais da Classe C representam o menor valor de investimento
R$6.657,91 sendo 19,75% dos investimentos totais, 165 itens catalogados (61,11%).
São exemplos da Classe C: Agulha Descartável 30x07, Cloreto de Sódio 0,9% 10ml
injetável.
Figura 13 – Gráfico da classificação de investimentos em estoque Fonte: Dados primários
Através da classificação ABC obtém-se a curva ABC, que permite identificar
aqueles itens que merecem atenção e tratamento adequados quanto à sua
administração.
Segue na figura 14, a curva ABC.
Investimento em estoque
Classe C 6.657,91 19,75%
Classe A 16.912,78 50,18%
Classe B 10.137,73 30,07%
66
Figura 14 – Curva ABC
Fonte: Dados primários
4.3.5 Níveis de estoque
Para evitar compras excessivas de materiais ou ainda haver algum risco de
falta dos mesmos no estoque, é necessário adotar uma política de estoque para que
se tenha uma quantidade segura de cada item armazenado, sem o risco de faltas ou
excessos.
Como a Bionuclear possui um consumo irregular, o mais adequado é a
utilização do máximo e mínimo para cada item, para que assim possa ser
estabelecido o ponto de pedido, desta forma, o sistema emite um alerta sempre que
for necessário realizar um novo pedido de compra. Todas estas ferramentas o
sistema oferece, porém é necessário que o ponto de pedido de cada item seja
calculado e informado no sistema, bem como o máximo e mínimo dos mesmos.
Para exemplificar, segue a seringa descartável de 5ml, seu consumo mensal
é de 1300 unidades, seu estoque máximo é de 1700 unidades e o mínimo é de 300
unidades. O tempo de reposição deste item é de 3 dias, a partir destas informações,
faz-se o calculo do ponto de pedido.
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Quantidade de itens (%)
A
C
B
Valor do estoque (%) 100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
67
PP = C x TR + E.Mn,
Onde: PP = Ponto de Pedido
C = Consumo médio Mensal – 1300 seringas
TR = Tempo de Reposição – 3 dias
E.Mn= Estoque Mínimo – 300 seringas
PP = 1300 x _3 + 300 = 430 seringas
30
Figura 15: Exemplo de nível de estoque
Fonte: Dados primários.
4.3.6 Armazenagem
Conforme o estudo realizado, faltam meios de acondicionamento para os
produtos, portanto, há a necessidade da criação de um almoxarifado e para isso a
empresa precisa de um local específico para todos os produtos que são de estoque,
pois hoje este local se encontra na sala de faturamento.
Como já se percebe a necessidade de um novo local para o centro
administrativo, a proposta é que neste novo local, seja criado o almoxarifado para
concentrar todos os produtos em um só lugar facilitando a localização e um melhor
controle dos produtos. Procurando sempre um layout que visa à melhor utilização
dos espaços disponíveis, pois alguns produtos apresentam grande volume.
Este novo espaço físico será dividido em estantes com prateleiras para os
materiais de escritório, de nutrição e de higiene e limpeza, já para os medicamentos
1 2 3 0
300
430
E. Mx. 1700
1300
E. Mn.
TEMPO DE REPOSIÇÃO
1 - Emissão do pedido 2 - Produção do pedido 3 - Transporte
Dente de serra com tempo de reposição x ponto de pedido
68
e materiais hospitalares, ficarão em estantes com prateleiras e portas, para ficarem
protegidos da luz e da umidade.
Figura 16: Layout proposto para o Almoxarifado Fonte: Dados primários.
Controle
ALMOXARIFADO
2
1
3 4
5
6
Legenda: 1 – Medicamentos 2 – Materiais hospitalares 3 – Materiais de escritório – impressos 4 – Materiais de escritório – expediente 5 – Materiais de higiene e limpeza 6 – Materiais para nutrição - descartáveis
Entrada
69
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste estudo foi analisar e aprimorar a atual gestão de estoques da
Clínica Bionuclear. Com base nos estudos realizados junto a empresa, foi possível
sugerir mudanças para melhoria do gerenciamento de estoques atual. Através das
principais técnicas da administração de estoques constatou-se a necessidade de
aprimorar a identificação, classificação e codificação dos itens. Nesse sentido,
determinar os níveis adequados de acordo com a demanda da empresa sugerindo
ainda melhorias no processo de armazenagem.
A análise do estoque serviu para perceber e avaliar a importância de cada
item para a empresa evitando gastos desnecessários, evitando a perdas com prazos
de validade, melhorar o controle de entradas e saídas de produtos, utilizando as
ferramentas da administração de materiais, a empresa pode gerir melhor seu
estoques.
Contudo o programa utilizado pela empresa atende as suas necessidades
com relação ao controle de estoque demonstrando ser muito eficiente e completo,
porém, ainda tem muito trabalho a ser feito para resolver alguns problemas para que
se possa obter o resultado desejado pela empresa.
Através da aplicação da classificação ABC de materiais, a empresa dará mais
ênfase aos produtos com maior capital investido utilizando-se das demais técnicas
de gerenciamento de estoque, onde a mesma terá um controle mais eficiente de
seus produtos.
As ferramentas utilizadas neste estudo atende a necessidade da empresa,
que é melhor gerenciar seu estoque com o objetivo de demonstrar o quanto é
importante a gestão de estoque dentro de uma empresa. Oportunidades aparecem
para as empresas que estão preparadas. Dessa forma, podendo tratar administração
de estoques com investimento e não com gastos.
As melhorias na gestão de estoque da Clínica Bionuclear serão possíveis com
a utilização das técnicas de controle de estoque citadas nesse trabalho, pois serão
de suma importância para a empresa, porém somente funcionaram quando
implantadas e se houver participação e comprometimento dos colaboradores e
principalmente do gestor de estoque da empresa.
Assim o objetivo desejado foi atingido com a proposta de melhorias no
controle de estoques para Clínica Bionuclear.
70
REFERÊNCIAS
ARNOLD, J.R. Tony. Administração de materiais: Uma introdução. São Paulo: Atlas, 2008. BAILY, Peter J. H. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 1995. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento de cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, 1991. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: resumo da teoria, questões de visão, exercícios, estudos de casos. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1992. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. GONÇALVES, Paulo Sérgio. Administração de materiais: Obtendo vantagens competitivas. Rio de Janeiro: Campus, 2004. FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia.. São Paulo: Saraiva, 2006. LAUGENI, Fernando P; MARTINS, Petrônio G. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 1999. MARTINS, Petrônio G.; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. MESSIAS, Sérgio Bolsonaro. Manual de administração de materiais: planejamento e controle dos estoques. 9.ed. São Paulo: Atlas, 1989. PATERNO, Dario. Administração de materiais no hospital. São Paulo: CEDAS, 1987. POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2007. POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de casos. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2008.
71
APÊNDICE
72
Apêndice A – Classificação dos produtos Segue a classificação por grupo e classe, sugerida para todos os materiais
utilizados pela clínica Bionuclear.
Grupo 01 - Medicamentos
Código Descrição Unidade
01.01 Medicamento em ampola
01.01.01 Adenosina 6mg/2ml amp. "G" amp
01.01.02 Adrenalina 1mg/ml inj. amp
01.01.03 Água Destilada 10ml amp
01.01.04 Água Destilada 5ml amp
01.01.05 Aminofilina 24mg/10ml amp. "G" amp
01.01.06 Amiodarona 150mg/3ml amp. amp
01.01.07 Bicarbonato de Sódio 8,4% 10ml amp. amp
01.01.08 Brometo de N-butilescopolamina 20mg/ml amp. "G" amp
01.01.09 Brometo de N-butilescopolamina/Dipirona 5ml amp. "G" amp
01.01.10 Cedilanide 0,4mg/2ml amp
01.01.11 Cloreto de Potássio 19,1% 10ml amp. amp
01.01.12 Cloreto de Sódio 0,9% 10ml inj. amp
01.01.13 Cloridrato de Dopamina 5mg/ml inj. "G" amp
01.01.14 Cloridrato de Lidocaína 2% s/ vasoconstritor 20 ml inj. amp
01.01.15 Cloridrato de Verapamil 5mg/2ml amp. amp
01.01.16 Dipiridamol 10mg/2ml inj. amp
01.01.17 Dipirona sódica 500mg/mL inj. ampola c/ 2mL amp
01.01.18 Dobutamina 250mg inj. 20ml "G" amp
01.01.19 Fenergan 25mg/2ml inj amp
01.01.20 Flumazenil 0,5mg/5ml inj. "G" amp
01.01.21 Furosemida 20mg/2ml amp. "G" amp
01.01.22 Gliconato de Cálcio 10% 10ml amp. amp
01.01.23 Glicose 25% 10ml amp. amp
01.01.24 Glicose 50% 10ml amp. amp
01.01.25 Hidrocortisona 100mg inj. "G" amp
01.01.26 Hidrocortisona 500mg inj. "G" amp
01.01.27 Heparina 5.000UI/ml - 5ml inj. amp
01.01.28 Metoclopramida 10mg/2ml inj. "G" amp
01.01.29 Midazolam 15mg/3ml inj. "G" amp
73
01.01.30 Nausedron 4mg/2ml amp. amp
01.01.31 Nitroglicerina 25mg/5ml amp. (Tridil) amp
01.01.32 Omeprazol 40mg/10ml inj. "G" amp
01.01.33 Ondansetrona 4mg/2ml inj. "G" amp
01.01.34 Seloken 5mg/5ml ampola amp
01.01.35 Sulfato de Atropina 0,25mg/ml inj. amp
01.01.36 Sulfato de Magnésio 10% 10ml inj. amp
01.01.37 Tenoxicam 20mg inj. "G" amp
01.01.38 Valium 10mg/2ml inj. (Diazepan) amp
01.02 Medicamento em frasco
01.02.01 Água Destilada 250ml Fr
01.02.02 Brometo de Ipratropio 0,25mg/ml gts. "G" Fr
01.02.03 Brometo de N-butilescopolamina/Dipirona 20 ml gts. "G" Fr
01.02.04 Bromidrato de Fenoterol 5mg/ml gts. "G" Fr
01.02.05 Cloridrato de Lidocaína 10% 50ml spray Fr
01.02.06 Cloridrato de Lidocaína 2% 30g - Geléia "G" Fr
01.02.07 Contraste Conray oral 60 Frasco 50ml (iônico) Fr
01.02.08 Contraste Optiray Ev 320 Frasco 50ml (não iônico) Fr
01.02.09 Dipirona Sódica 20 ml gts. "G" Fr
01.02.10 Hidrato de Cloral 40% Sol. Oral Fr. Fr
01.02.11 Insulina regular humana 100UI/mL frasco c/10 mL Fr
01.02.12 Metoclopramida 4mg/ml 10ml gts. "G" Fr
01.02.13 Paracetamol 15 ml gts. "G" Fr
01.02.14 Solução de Manitol 20% 250ml Fr
01.02.15 Solução Ringer Lactato 500ml Fr
01.02.16 Soro Fisiológico 0,9% 100ml Fr
01.02.17 Soro Fisiológico 0,9% 1000ml Fr
01.02.18 Soro Fisiológico 0,9% 250ml Fr
01.02.19 Soro Fisiológico 0,9% 500ml Fr
01.02.20 Soro Glicosado 5% 250ml Fr
01.02.21 Soro Glicosado 5% 500 ml Fr
01.03 Medicamento em comprimido
01.03.01 Captopril 25mg cp. "G" cp
01.03.02 Clonazepam 0,25mg Sublingual cp. cp
01.03.03 Clonidina 0,100mg cp. cp
01.03.04 Diazepam 5mg cp (Valium) cp
01.03.06 Dinitrato de Isossorbida 5mg cp. "G" (Isordil) cp
74
01.03.07 Dipirona/Citrato de Orfenadrina/Cafeína cp. cp
01.03.08 Dramin B6 cp. cx /20 cp
01.03.09 Metoclopramida 10mg cp. cp
01.03.10 Midazolam 7,5mg cp. "G" cp
01.03.11 Omeprazol 20mg cp. "G" cp
01.03.12 Ondansetrona 4 mg cp. cx/ 10 cp
01.03.13 Ondansetrona 8 mg cp. cx c/ 10 cp
01.03.14 Paracetamol 750mg cp. "G" cx / 200 cp
01.03.15 Selozok 50mg cp. cp
01.03.16 Torsilax cp
Grupo 02 - Materiais Hospitalares
Código Descrição Unidade
02.04 Agulha
02.04.01 Agulha Descartável p/ Insulina 13x4,5 un
02.04.02 Agulha Descartável 25x07 un
02.04.03 Agulha Descartável 30x07 un
02.04.04 Agulha Descartável 30x08 un
02.04.05 Agulha Descartável 40x08 un
02.04.06 Agulha Descartável 40x12 un
02.05 Álcool
02.05.01 Álcool 70% - 1000ml l
02.06 Algodão
02.06.01 Algodão Hidrófilo 500g pct
02.07 Aparelho de Barbear
02.07.01 Aparelho de Barbear 2 Lâminas un
02.08 Atadura
02.08.01 Atadura crepom 8cm un
02.09 Cânula
02.09.01 Cânula de Guedel nº3 un
02.09.02 Cânula de Guedel nº4 un
02.10 Catéter
02.10.01 Catéter intravenoso central intracath 16G 12 (1,7mm x Pç
02.10.02 Catéter Intravenoso Periférico 14 (Abocath) un
02.10.03 Catéter Intravenoso Periférico 16 c/ seg (Abocath) un
02.10.04 Catéter Intravenoso Periférico 18 c/seg (Abocath) un
02.10.05 Catéter Intravenoso Periférico 20 c/seg (Abocath) un
75
02.10.06 Catéter Intravenoso Periférico 22 c/seg (Abocath) un
02.10.07 Catéter Intravenoso Periférico 24 c/seg (Abocath) un
02.10.08 Catéter Nasal tipo oculos un
02.11 Coletor
02.11.01 Coletor de Material Pérfurocortante 13 Litros un
02.11.02 Coletor de Material Pérfurocortante 20 Litros un
02.11.03 Coletor de Material Pérfurocortante 7 Litros un
02.11.04 Coletor de Urina - Sistema Fechado 2000ml un
02.12 Conector
02.12.01 Conector p/ Injetora de Contraste - Baixa Pressão un
02.13 Curativo
02.13.01 Curativo Redondo (In Stopper) un
02.14 Eletrodo
02.01.01 Eletrodo Descartável Adulto c/ Gel un
02.15 Equipo
02.15.01 Equipo de Soro Simples Intrafix c/ Injetor Lateral un
02.15.02 Equipo Eurofix compact air fotossensível p/ bomba de un
02.15.03 Equipo Eurofix parenteral p/ bomba de infusão (BBraun) un
02.15.04 Equipo Polifix 2 vias un
02.16 Esparadrapo
02.16.01 Esparadrapo 10cm x 4.5m (450cm) Rl
02.17 Extensor
02.17.01 Extensofix 120cm un
02.18 Fita
02.18.01 Fita Elastica Adulto (Garrote) m
02.18.02 Fita Micropore 12.5cm x 10m (1000cm) Rl
02.18.03 Fita Micropore 2.5cm x 10m (1000cm) Rl
02.19 Gaze
02.19.01 Gaze dobrada estéril 13 fios 7,5cm x 7,5cm envelope env
02.19.02 Gaze Dobrada 11 fios 7,5x7,5 não estéril - Pct 500un pct
02.20 Guia p/ entubação
2.20.01 Guia p/ entubação 4,0mm x 35cm Pç
2.21 Kit de Ventilação
02.21.01 Kit de Ventilação Descartável - Ultravent Pç
02.22 Lanceta
02.22.01 Lanceta P/ Lancetador (Accu Check) un
02.23 Lençol de Papel
76
02.23.01 Lençol de Papel 50x50 Rl
02.24 Luva
02.24.01 Luva Cirúrgica Estéril nº6,5 Par
02.24.02 Luva Cirúrgica Estéril nº7,0 Par
02.24.03 Luva Cirúrgica Estéril nº7,5 Par
02.24.04 Luva Cirúrgica Estéril nº8,0 Par
02.24.05 Luva Cirúrgica Estéril nº8,5 Par
02.24.06 Luva de Procedimento G cx
02.24.07 Luva de Procedimento M cx
02.24.08 Luva de Procedimento P cx
02.24.09 Luva de Procedimento sem Talco M cx
02.24.10 Luva Vinil G cx
02.25 Máscara Descartável
02.25.01 Máscara Descartável un
02.26 Óculos de Proteção
02.26.01 Óculos de Proteção un
02.27 Scalp
02.27.01 Scalp nº 23 un
02.27.02 Scalp nº 25 un
02.27.03 Scalp nº 27 un
02.28 Seringa
02.28.01 Seringa de Insulina c/ agulha ultra-fine 0,5ml un
02.28.02 Seringa de Insulina 1ml s/ agulha luer slip un
02.28.03 Seringa de Insulina 1ml c/ acopladas un
02.28.04 Seringa Descartável 10ml un
02.28.05 Seringa Descartável 20ml un
02.28.06 Seringa Descartável 3ml un
02.28.07 Seringa Descartável 5ml un
02.28.08 Seringa p/ bomba injetora Medrad (Stellant Dupla) un
02.28.09 Sistema de Transferência p/ Fluído Estéreis (Transofix) un
02.29 Sonda
02.29.01 Sonda de Aspiração Traqueal nº 12 un
02.29.02 Sonda de Aspiração Traqueal nº 14 un
02.29.03 Sonda de Aspiração Traqueal nº 16 un
02.29.04 Sonda Foley 2 vias nº 08 un
02.29.05 Sonda Foley 2 vias nº 14 un
02.29.06 Sonda Foley 2 vias nº 16 un
77
02.29.07 Sonda Foley 2 vias nº 18 un
02.29.08 Sonda Foley 3 vias nº 18 un
02.29.09 Sonda Nasogástrica Longa nº 14 un
02.29.10 Sonda Nasogástrica Longa nº 16 un
02.29.11 Sonda Uretral nº 04 un
02.29.12 Sonda Uretral nº 06 un
02.29.13 Sonda Uretral nº 08 un
02.29.14 Sonda Uretral nº 10 un
02.29.15 Sonda uretral nº 12 un
02.29.16 Sonda Uretral nº 14 un
02.30 Tira p/ Análise de Glicemia
02.30.01 Tira p/ Análise de Glicemia Capilar (Accu-Chek Active) un
02.31 Torneirinha 3 vias
02.31.01 Torneirinha 3 vias c/ luer un
02.32 Tubo
02.32.01 Tubo Extensor de Silicone m
02.32.02 Tubo Orotraqueal c/ balão nº 7,5 un
02.32.03 Tubo Orotraqueal c/ balão nº 8,0 un
02.32.04 Tubo Orotraqueal c/ balão nº 8,5 un
02.32.05 Tubo Orotraqueal c/ balão nº 9,0 un
Grupo 03 - Materiais para nutrição
Código Descrição Unidade
03.33 Descartáveis
03.33.01 Colher de Cafezinho Descartável un
03.33.02 Colher de Sobremesa Descartável un
03.33.03 Colher de Sopa Descartável un
03.33.04 Copo Descartável 120 ml (isopor) cx/ 40 tiras c/25un Tr
03.33.05 Copo Descartável 180 ml (isopor) Tr
03.33.06 Copo Descartável 250 ml cx c/ 20 tira c/ 50 Tr
03.33.07 Copo Descartável 50 ml Tr
03.33.08 Embalagem p/ Freezer pct
03.33.09 Embalagem p/ sanduiche pct
03.33.10 Embalagem p/ Talheres pct
03.33.11 Faca Plástica Descartável un
03.33.12 Filtro de Papel p/ Café 103 cx
03.33.13 Garfo Plástico Descatável un
78
03.33.14 Guardanapo de Papel cx c/96 Kitchen 7526 pct
03.33.15 Luva plástica transparente (para nutrição) pct
03.33.16 Palito Dental un
03.33.17 Papel Toalha 12 pcte (Cozinha) kitchen pct
03.33.18 Pote Plástico Mousse e Gelatina 100 ml Tr
03.33.19 Pote Plástico Salada e Salada de Frutas 230 ml Tr
03.33.20 Prato Descartável 150mm pct
03.33.21 Prato Descartável 260mm pct
03.33.22 Tampa Descartável p/ Copo de Isopor e 250ml Tr
03.33.23 Tampa Descartável p/ Pote 100ml Tr
03.33.24 Tampa Descartável p/ Pote 230ml Tr
Grupo 04 - Materiais para higiene e limpeza
Código Descrição Unidade
04.34 Utensílios para limpeza
04.34.01 Escova para Chao un
04.34.02 Escova para Lavar Garrafa de café un
04.34.03 Escova Vaso Sanitario c/ estojo un
04.34.04 Escova Vaso Sanitario s/ estojo un
04.34.05 Esponja de Limpeza Amarela un
04.34.06 Esponja de Limpeza Azul un
04.34.07 Luva para Limpeza G Par
04.34.08 Luva para Limpeza P Par
04.34.09 Pano de Chão Alvejado branco un
04.34.10 Pano de Chão Alvejado Colorido un
04.34.11 Pano Multi Uso (Fralda) un
04.34.12 Rodo de alumínio un
04.34.13 Vassoura de Nylon un
04.35 Produtos para limpeza
04.35.01 Álcool Gel Higienizador 7423 un
04.35.02 Detergente p/ Louça 1 Lt un
04.35.03 Hipoclorito de sódio 1% l
04.35.04 Limpa Vidro Per Vetro 3.8L Gl
04.35.05 Metalic 20 Floral Gl
04.35.06 Sabão Liquido de Coco 5L Gl
04.35.07 Saco Plastico p/ Lixo 20L pct c/100 Branco pct
04.35.08 Saco Plastico p/ Lixo 40L pct c/100 Preto pct
79
04.35.09 Saco Plastico p/ Lixo 100L pct c/100 Branco pct
04.35.10 Saco Plastico p/ Lixo 100L pct c/100 Preto pct
04.36 Produtos para higiêne
04.36.01 Gel de Banho / Shampoo e condicionador 7455 un
04.36.02 Papel Higienico 7116 cx c/ 60 pctes 200fls dupla pct
04.36.03 Protetor de assento sanitário descartável 7906 cx 07 pct
04.36.04 Sabonete liquido c/ 950ml Antimicrobial Rosa 7470 un
04.36.05 Sabonete liquido c/ 950ml Laranja 7410 un
04.36.06 Sabonete liquido c/ 950mL Perolado un
04.36.07 Saquinho p/ absorvente 7722 pct
04.36.08 Toalha de Papel 7215 cx c/ 08 rolos 200m Melpaper Rl
04.36.09 Toalha de Papel 7216 cx c/ 24 pctes 334fls simples pct
04.36.10 Toalha de Papel 7206 cx c/ 12 pctes 200fls dupla pct
Grupo 05 - Materiais de escritório
Código Descrição Unidade
05.37 Impressos gráficos
05.37.01 Envelope Bionuclear grande A3 un
05.37.02 Envelope Bionuclear grande A4 un
05.37.03 Envelope Bionuclear ofício un
05.37.04 Folha Bionuclear un
05.37.05 Pasta com Bolso Bionuclear un
05.37.06 Sacola plastica Bionuclear 40x52x,014 un
05.38 Materiais de expediente
05.38.01 Aderetac 38x51 c/ 4 un un
05.38.02 Aderetac 76x102 Adere un
05.38.03 Bloco Cópia de Cheque Bl
05.38.04 Bobina Papel para Fax Rl
05.38.05 Caixa de Papelão p/ Arquivo Morto un
05.38.06 Caneta Destaca Texto un
05.38.07 Caneta Esferografica Azul un
05.38.08 Caneta Esferografica Vermelha un
05.38.09 Caneta p/ Retro Projetor un
05.38.10 CD Gravavel un
05.38.11 Clips 2/0 cx
05.38.12 Clips 8/0 cx
05.38.13 Cola Bastão 10gr un
80
05.38.14 Cola Bastão 40gr un
05.38.15 Corretivo em Fita un
05.38.16 DVD Gravavel un
05.38.17 Elastico Amarelo 100gr pct
05.38.18 Envelope A3 Branco un
05.38.19 Envelope Branco 240x340 un
05.38.20 Envelope Com Cartão P/ Flores un
05.38.21 Envelope Pardo 240x340 un
05.38.22 Etiqueta Adesiva p/ Código de Barras 34x23x3 MM Rl
05.38.23 Etiqueta Adesiva p/ Endereço 85x55 MM Rl
05.38.24 Etiqueta Adesiva 10 p/ Folha un
05.38.25 Etiqueta Adesiva 80 p/ Folha un
05.38.26 Filme Drystar Agfa DT2B 20x25 pct
05.38.27 Filme Drystar Agfa DT2B 35x43 pct
05.38.28 Fita Adesiva Transparente 45x45 Rl
05.38.29 Fita Durex 12x40 Rl
05.38.30 Grafite 0,7mm un
05.38.31 Grampo Grampeador 26/6 cx
05.38.32 Grampo 23/06 ou 9/10 cx
05.38.33 Livro Ata un
05.38.34 Livro Protocolo un
05.38.35 Papel A3 Couchê Fosco 170 gr (Foto) un
05.38.36 Papel A4 Lazer Bold Brilho 170 gr (Foto) pct
05.38.37 Papel A4 75gr c/ 500 folhas pct
05.38.38 Papel A4 90gr c/ 500 folhas pct
05.38.39 Papel Carbono un
05.38.40 Pasta em L un
05.38.41 Pasta Suspensa Azul un
05.38.42 Pasta Suspensa Branca un
05.38.43 Pasta Suspensa Parda un
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