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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO
FACILITADOR NO DESEMPENHO ESCOLAR
RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
Por: ANA LÚCIA DA SILVA COSTA
Orientador
Prof.ª MARY SUE
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO
FACILITADOR NO DESEMPENHO ESCOLAR
RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E
PEDAGÓGICA.
Por: Ana Lúcia da Silva Costa
3
AGRADECIMENTOS
Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.
(Lamentações de Jeremias cap. 3:21)
Agradeço ao Senhor Jesus por todos os seus benefícios que me tem
feito a quem entrego toda a honra e a glória e por ser o Deus da minha vida.
Agradeço a todos os professores que dedicaram o seu conhecimento
para me ensinar.
Agradeço aos meus pais, esposo e filhos pela realização deste projeto.
4
As minhas irmãs, amigas e amigos
onde compartilharam deste desafio de
todas as formas.
5
DEDICATÓRIA
Este trabalho faz parte da dedicação do
meu pai e mãe que sempre estiveram ao
meu lado.
6
RESUMO
A importância do Orientador Educacional na relação professor e aluno é a
Identidade da Escola, sendo atrelado a toda equipe escolar, como Direção,
Supervisão, Docentes, Alunos e Associação de Pais ou equipe técnico-
pedagógica. Hoje, este profissional está com suas atividades exclusivamente
técnico-administrativa, sendo que por estas atribuições está sendo impedido de
contribuir com o extraordinário desenvolvimento escolar em todos os âmbitos
para elaboração de estratégias para a equipe docente e o corpo discente. O
desafio é árduo, mas extremamente necessário e essencial para o fundamento
teórico e prático que alicercem a construção do conhecimento, linguagem e
pensamento do aluno como cidadão. Inovador dentro de uma sociedade inerte
e apática às mudanças transitórias de comportamento e pensamento. Esta
função deve ser vista como atividade de auto-realização, auto-estima, auto-
imagem para favorecer as relações entre o desenvolvimento e o aprendizado
em seu ambiente sociocultural, facilitando desta forma as condições
necessárias para que o aluno possa buscar, discutir, pensar, refletir,
problematizar, agir sobre dados e fatos à construção do seu conhecimento e a
formação do seu entendimento como cidadão.
7
METODOLOGIA
A pesquisa sobre o tema nos reverte a descobertas fascinantes sobre o
assunto proposto, os métodos utilizados foram os mais diversos, livros de
pesquisa Edgard Morin, Maria Cândida Moraes, Içami Tiba, Demerval Saviani,
Cipriano Carlos Luckesi, Ana Maria Leandro, Mirian Zippin, Phillippe
Perrenoud, Maria de Lourdes Rangel, Leandro Konder, Paulo Freire, Roque de
Barros, Pierre Bourdieu, Débora Mazza, Paolo Nosella, Olívia Porto e o
Estatuto da Criança e do Adolescente, revista Nova Escola e sites de pesquisa.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - 12
A Importância do Orientador no desempenho Escolar
O papel do orientador educacional como facilitador no desempenho escolar Relação professor x aluno CAPÍTULO II - 21
As dificuldades do papel do Orientador em relação à
Violência escolar. CAPÍTULO III – 29
O desenvolvimento na relação professor x aluno
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ANEXOS 41
Código de Ética dos Orientadores Educacionais.
9
INTRODUÇÃO
A escola não se faz sem professores e alunos em uma comunidade. A
comunidade se beneficia quando estes têm uma participação pro ativa. O
Orientador Educacional é facilitador desta transformação sócio-educacional
entre família, escola e comunidade. Interagir, participar e cooperar com o
afetivo, livre e criador constituem mudanças positivas. È necessário tornar mais
efetivo a construção do conhecimento, não apenas nas salas de aulas, mas
unir e contribuir para as metamorfoses desta comunidade onde a escola faz
parte deste todo sendo uma visão unificadora e não separando a escola deste
contexto, porque a escola avança além de seus muros, o conhecimento
atravessa fronteiras e limites impostos pela sociedade.
O Orientador Educacional deve estabelecer uma relação junto aos
professores que preze pelo clima cordial, humano e problematizados. Além
disso, deve: auxiliar nas dúvidas durante o processo de aprendizagem,
analisando e respondendo aos trabalhos realizados, sempre motivando os
professores; e instigar a busca do conhecimento, requerendo um
posicionamento pessoal entre professor e aluno sobre o tema focalizado. Deve
atuar através de uma postura dialogal, convidando o professor e aluno a
abandonar a postura passiva, promovendo autonomia na construção de sua
formação.
O orientador educacional deve desempenhar não apenas os papéis
administrativos, mas informar, acompanhar e facilitar o percurso do professor e
aluno e cognitivos, tornando mais claros os conceitos e idéias. A presença
deste profissional deve contribuir para a motivação do estudante, fazendo-o
sentir-se parte integrante de um grupo, de um projeto educacional.
Apesar de a remuneração ser semelhante, professores e orientadores têm
diferenças marcantes de atuação. “O profissional de sala de aula está voltado
para o processo de ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de
conhecimento”.
10
O Orientador não tem currículo a seguir, seu compromisso é com a
formação permanente no que diz respeito a valores, atitudes, emoções e
sentimento, sempre analisando as performances e retornando com propostas
criativas e incentivadoras.
As funções que norteiam o Orientador Educacional é orientar, animar e
transmitir:
Orientar, o caminho para uma proposta pedagógica transformadora para
o professor e aluno.
Animar, ter disponibilidade para ajudá-los a ver as possibilidades, as vantagens
e às mesmas desvantagens.
Transmitir entusiasmo, ouvir e dialogar contribuindo para o progresso de
todos.
A quarta função é ser um profissional decente e realmente orientar.
A necessidade principal é o Orientador não ser superficial, mas que
exerça o papel de pessoa profunda em seu conhecimento, afetividade e
respeito para com a escola, família, professor, aluno e comunidade.
Seu valioso legado é o conjunto de idéias para a valorização do aluno em seu
desempenho escolar.
É importante avaliar dentro de um panorama mais amplo sobre os
problemas mais imediatos que se apresentam.
Constitui um marco relevante descobrir as fases distintas como melhoria
da qualidade no desempenho escolar.
O centro maior de interesse do orientador é o fenômeno de
transformação, formalizado na instituição escolar como compreender a
organização neste universo, se desenvolver, persistir que decaem por
inúmeros fatores. Os fatores favorecem o desempenho escolar, repetem-se
nas linhas mestras, conhece-los é apossar-se de um material de recorrência,
essencial para o estudo do presente. Não são apenas instrumentos teóricos,
mas também guias para a ação, possibilitando a elaboração de um conjunto de
técnicas e procedimentos.
As mesmas causas correspondem os mesmos efeitos, desta forma a
invariação do comportamento humano, deve ser completada pela investigação
das peculiaridades da circunstancia sobre a qual se pretende agir.
11
Embora a realidade determine os limites de ação, as personalidades
decididas e empreendedoras decidem como deve atuar o Orientador
Educacional interferindo no mecanismo escolar, esgotando desta forma o
momento exato criado para transformar, ser criativo, no qual a ação poderá
funcionar com êxito. Para ser eficaz, a iniciativa deve ajustar-se as
circunstancia; pois o agir humano está condicionado pela necessidade.
A equipe de Orientação deve trabalhar integrada com a Supervisão
Educacional, tendo reuniões semanais para estudo de casos, elaboração de
estratégias para a equipe docente e discente. È imprescindível à presença da
Direção da escola, que, em muitas vezes, dependendo do tamanho da escola,
não tem conhecimento dos problemas que ocorrem no dia-a-dia da Escola.
As questões de auto-estima, auto-imagem e auto-realização, ente
outras, continuam como questões básicas da prática do orientador, só que
serão desenvolvidas e trabalhadas junto aos alunos em uma realidade mais
concreta e objetiva.
A orientação, então, deverá ser vista como uma atividade, disciplina (no
sentido de ação), dentro da escola, que ajudará, facilitará os meios e as
condições necessárias para o aluno buscar, discutir, pensar, refletir,
problematizar, agir sobre dados e fatos necessários à construção do seu
conhecimento, à formação do seu entendimento como cidadão. O movimento
será uma constante nesse trabalho é o próprio movimento que faz o sentido e a
existência da vida.
12
CAPÍTULO I
A Importância do Orientador Educacional no
desempenho escolar.
A escola está lutando com uma fundamental mudança, a importância
acelerada, dinâmica e tecnológica, fora dos muros que a envolve, porém
permanece estática, com seus quadros negros rústicos, ambiente retrógrado
onde todos precisam copiar e muitos alunos aguardam o parecer definitivo do
professor, pois se sentem “o dono da razão”.
É necessário dirigir o processo para a sua consumação e não para a
destruição, evitando a grande evasão escolar. O aluno deve aprender a usar a
compreensão do mundo físico para fins práticos, estará desta forma
expandindo sua capacidade inata e aumentando sua habilidade de pensar e
criar.
As disciplinas escolares são incompatíveis com o axioma cartesiano
visto que enfrentar o desafio da especialização científica é tarefa de
compromisso, dedicação e auto-realização.
O Orientador Educacional consiste em descobrir o acertado equilíbrio
entre a falta de um princípio que tudo abranja, relevante para expressar o seu
papel fundamental no desempenho escolar e cabe aos alunos a importante
iniciativa da democracia, justiça, amor e paz em relação a si mesmo, e seus
semelhantes, respeitar as esperanças e sonhos dos quais todos possuem.
Cresce a certeza de que a igualdade não pode ser avaliada em simples termos
numéricos, mas, é proporcional a analogia em sua realidade.
Para educadores, alunos e orientador regem a teia educacional que
aumenta a oportunidade de cada um transformando a todo instante sua em
aprendizado de participação e de cuidado. È necessário procurar critérios que
possam distinguir as diferenças que se formam, mas que caminham juntas
para o progresso de todos, beneficiando-se a sociedade, comunidade e todos
os participantes que englobam a escola.
13
A sociedade não pode ser descentralizada, porque existem pessoas com
seu papel fundamental o orientador e os demais participantes deste elo
direcional e multiforme que é a escola.
É necessária uma nova visão escolar, um olhar diferenciado em que o
aluno não deve confundir ensino com aprendizagem, diploma com
competência, fluência no falar com capacidade de dizer algo novo.
A função do Orientador educacional está em ajudar a que os aprendizes
façam este encontro para que a aprendizagem possa ocorrer. A aprendizagem
criativa e pesquisadora requerem que os participantes todos estejam
igualmente perplexos perante os mesmos termos ou problemas. A sociedade
contemporânea é o resultado de projetos conscientes e neles devem ser
projetadas oportunidades educacionais.
Representa uma tomada de consciência em relação à realidade do
educando e á complexidade da vida social.
A orientação surgiu no início do século XX, nos Estados Unidos, com o
objetivo de orientar os estudantes para escolha profissional adequada à
inserção no mercado de trabalho, isto é, como um direcionamento para a
orientação profissional, nisto observou-se à necessidade de assistir o
educando no desenvolvimento de todas as suas estruturas física, mental,
moral, social, científica, política e religiosa. A vida social do educando começou
a ser olhada como um aspecto para o sucesso do processo educativo.
Enquanto um sujeito com virtudes e carências, diferente um do outro, o que
determina aspirações diferenciadas.
Uma coisa é o saber fazer, e outra, muito fina, são saber ensinar. E
saber ensinar são ao mesmo tempo uma arte e uma condição aprendida,
estudada diz Eva Paulino Bueno.
O advento da Orientação Educacional representa à realidade do
educando e á complexidade da vida social. O educando ocupa posição
secundária, no processo educacional.
O sucesso era quase sempre produto da eficiência do professor,
enquanto o fracasso ocorria por falta de aplicação ou de aplicação inadequada,
por parte do educando em relação aos seus estudos, todo crédito no ensino
era aberto ao professor e todo débito, ao educando. O meio sociocultural em
que se desenvolvem o educando, as relações existentes da apropriação dos
14
espaços, bem como as suas contradições, como o crescimento do processo de
industrialização e a exigência da especialização de mão-de-obra se fazem
perceber, pela escola, como uma dimensão importante e necessária ao
processo educativo.
O educando começou a ser olhado de maneira mais compreensiva, com
a intenção de ser apreendido, integralmente, em sua realidade sócio-humana,
sendo assistido e fortalecido em suas dificuldades, bem como valorizando em
seus aspectos positivos, de modo que se possa prepará-lo para integrar-se no
meio social, como cidadão participante.
A Orientação Educacional fundamenta-se no reconhecimento das
diferenças individuais e no reconhecimento de que o ser humano, em qualquer
momento de sua vida, pode apresentar carências e dificuldades, necessidades
de compreensão, ajuda e orientação.
No Brasil teve sua primeira incursão no processo educativo por meio de
Lourenço Filho. Enquanto diretor do Departamento de educação do Estado de
São Paulo, criou o “Serviço de Orientação profissional e Educacional”, em mil
novecentos e trinta e dois, sendo reiniciado por Fernando Azevedo, ainda, no
mesmo ano, e existindo em mil novecentos e trinta e cinco. O objetivo maior
deste “serviço” era guiar o indivíduo na escolha de seu lugar social pela
“profissão”.
A expansão “Orientação Educacional” surgiu, pela primeira vez na
legislação federal, no Decreto-Lei n° 4.424 de nove de abril de mil novecentos
e quarenta e dois.
A formulação aparece na Lei Orgânica do Ensino Secundário (Decreto-
lei n° 4424 de 09/04/1942). Cabe ainda cooperar com os professores no
sentido da boa execução, por parte dos alunos, incentivos, buscarem imprimir
segurança. Em 1968, mais precisamente 21 de dezembro, ampliam-se a
extensão da orientação Educacional aos níveis médio e primário, uma ação
mais assistencialista e de aconselhamento.
A Orientação Educacional se destina a assistir o educando
individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de
nível médio e fundamental integral e harmonioso de sua personalidade
ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação
de preparação para o exercício das opções básicas.
15
Esta se consagra na lei n° 5.692, de 11 de agosto de 1971 quando se
faz presença obrigatória em todas as instituições de ensino por meio da criação
do Serviço de Orientação educacional (S.O. E), o qual deveria estabelecer uma
relação de parceria entre a escola, os professores, a comunidade e a família.
Apesar da obrigatoriedade nas escolas, o que aconteceu ao longo
desses dez anos, foi propiciado pela formação inadequada dos profissionais de
Orientação Educacional que priorizou, em seu percurso profissional, a função
de aconselhamento, negligenciando outras funções como os de planejamento,
organização, atendimento geral, atendimento individual e o relacionamento.
Com a implantação da LDB/96, pretende-se resgatar a importância do
orientador no processo educativo atual que visa ao pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
O papel social é determinado por um conjunto de fatores interferentes,
tais como: as características da escola, suas necessidades, os recursos
humanos disponibilizados, a expectativa do papel social desempenhado. Desta
forma, ele precisa aprimorar-se, não se limitando à formação acadêmica, mas
investindo em treinamento, em serviços e principalmente no desenvolvimento
das competências e das habilidades.
Leonardo da Vinci (1452-1519) observa que a experiência jamais
engana e o erro é produto do pensamento especulativo quando dele se que
tirar conseqüências físicas.
Tradicionalmente, o Orientador educacional é percebido e percebe-se
como um profissional que tem como função precípua atuar com os educando.
A orientação direta ao educando parte do pressuposto de que estes são
diferentes e que, portanto, apresentam necessidades distintas e que, portanto,
apresentam necessidades distintas, as quais o professor não se vê com
preparo suficiente para efetuar seu trabalho, à medida que as necessidades
vão surgindo, o orientador torna-se um “prestador de serviços”.
Edgar Morin diz em seu livro A cabeça Bem Feita (2009 p. 15) 16ª
edição.
Obrigam-nos a reduzir o complexo ao simples, isto é, a separar o que
está ligado; a decompor, e não a recompor; eliminar tudo que causa desordens
ou contradições em nosso entendimento.
16
O desafio do orientador educacional é uma das mais discutidas
dicotomia a relação entre teoria e a prática. È também estar muito atento às
relações entre os dois pólos de comunicação: o falante e o ouvinte. Deve
reconhecer e a proporcionar momentos que facilitem o sentir, o pensar e o
fazer conscientes, a fim de que possam ser, simultaneamente, sentir-se,
pensar-se e fazer-se, transformar/transformar-se e contagiar as pessoas á sua
volta, na escola e na comunidade, com esta nova postura.
Entre outros desafios é a convicção de que não basta trabalhar com os
alunos, mas com os professores também.
A prática educativa é intencional, existe a ação orientada em função dos
objetivos. Esta ação pode se dar, no sentido da libertação do homem ou da sua
dominação, afinal, estas tendências estão dentro e fora da escola.
São os desafios desta prática que despertam o sentido da busca de
novos conteúdos, novos caminhos, mas é também a possibilidade de acesso a
novas informações auxiliando os orientadores educacionais avançarem no
discurso e na prática.
O papel do orientador diz respeito, ao estudo da realidade do aluno,
trazendo-a para dentro da escola, no sentido do melhor desenvolvimento. A
escola atua encontra-se muito distante da realidade.
A evasão escolar e a repetência indicam falhas no processo educacional
que dificultam o alcance de uma educação de qualidade. O currículo escolar,
considerado mínimo e fragmentado, não favorece a comunicação e o diálogo
entre os saberes, conseqüentemente as disciplinas com seus programas e
conteúdos não se integram dificultando a visão de conjunto e de totalidade
comprometendo a aprendizagem.
Durkheim dizia: O objetivo da educação não é o de transmitir
conhecimento sempre mais numeroso ao aluno, mas o de criar nele um estado
interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um
sentido definido, não apenas durante a infância, mas por toda a vida!
O orientador precisa auxiliar o educador a partir dos aspectos
antológicos, epistemológicos e metodológicos de complexidade, porque o
antológico com as suas ações e reflexões cotidianas irão construir a influência
sobre outros tipos de relações que o ser o humano estabelece com o mundo
17
em que vive, observando a prática e o entrelaçamento entre o ser e o
conhecer, entre o ser e o fazer, entre sentir, o pensar e o agir.
É preciso compreender melhor as inter-relações ecossistêmicas que
entrelaçam os diferentes domínios da natureza e reconhecer a
interdependência entre o ambiente, o ser humano, o pensamento e os
processos de desenvolvimento e evolução, integrando razão, emoção, mente e
espírito, bem como sentimento, imaginação e intuição.
Desta forma buscar novas teorias que auxiliem a ir mais longe dos
limites impostos pelo pensamento reducionista e simples da linguagem
tradicional.
O epistemológico, o profissional precisa perceber que a educação, a
cultura e a sociedade envolvem diferentes áreas do conhecimento humano e
exigem o mais amplo e abrangente para a solução dos problemas. A
organização do conhecimento é feita por operações de ligação (conjunção,
inclusão, implicação) e de separação (diferenciação, oposição, seleção e
exclusão), segundo Edgar Morin (2000).
O orientador não deve separar sujeito e objeto, educador e educando,
sujeito e cultura, subjetividade e objetividade, individuo, sociedade e natureza,
porque são elementos mutuamente essenciais, existe a complementação e ao
mesmo tempo são interdependentes, para que possa investir neste processo
amplo e complexo mas que exigirá dedicação e investimento pessoal.
Conseqüentemente, cada realidade depende das possibilidades de cada
sujeito observador, da capacidade de leitura que se tem das interações entre
sujeito e realidade vivida. O aprendiz não pode fazer a distinção de algo fora do
seu domínio de ação, pois todo sujeito aprendente surge do viver/ conviver no
linguajar e na experiência do acontecer.
É importante observar que cada aluno não interpreta a realidade da
mesma maneira, isto indica que tanto o conhecimento como a aprendizagem
implica processos independentes. No desempenho escolar faz-se necessário
buscar junto ao educador e ao corpo discente o método interativo, de
aproximações sucessivas por meio da pesquisa, dá experiência,
ressignificando resultados, retomando sempre ao propósito e à
intencionalidade da própria ação. Conhecer e lembrar da Carta de
Transdisciplinaridade (1994), artigo 5º, que aborda a visão transdisciplinar,
18
aberta por ultrapassar o campo das ciências exatas pelo seu diálogo e pela
reconciliação não somente com as ciências humanas, mas também com a arte,
a literatura e a poesia. O artigo 13 aponta a ética transdisciplinar como aquela
que recusa toda atitude que se negue ao diálogo e a discussão, seja qual for
sua origem: de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política e
filosófica, complementando que o saber compartilhado deve conduzir a uma
compreensão compartilhada, baseado no respeito absoluto das diferenças
entre os seres unidos pela vida é ir além da disciplina.
O conhecimento precisa ser aberto para o novo, para o desconhecido,
buscar estratégias para conhecer quem são em sala de aula, como processo
para a criação de um cenário de aprendizagem no qual reconhecemos os
atores e autores.
Apontar para as possibilidades do dialogo na ação comum, pressupondo
a entrega coletiva e individual. O conteúdo deve ser ajustado com suas
vivências em sala de aula e o cotidiano, às emergências, à curiosidade e os
questionamentos, é preciso a confiança para a abertura à criação coletiva.
A concepção curricular é aberta à complexidade buscando o sentido e o
significado de cada participante com saberes teóricos diversificados. É neste
contexto multiforme que o orientador precisa se anelar para a grande
diversificação de sua função, não somente nos corredores de escolas, mas
principalmente entre os docentes, os discentes e o educando alicerçando o
respeito, a cooperação e a solidariedade.
Conhecer a sistemática de planejamento e implementação de políticos e
pórticos educacionais, nos quais precisam ser trabalhosos os processos de
diferenciação que acontecem em cada profissional no decorrer de sua prática,
é preciso um esforço coordenado, sistemático e simultâneo que articule vários
aspectos, promovendo projeto pedagógico e de assimilação e escuta sensível.
Auxiliar, desenvolver habilidades e competências consideradas
fundamentais à sua sobrevivência e de todos que o cercam, descobrir suas
sensibilidades e sua flexibilidade estrutural, um sujeito observador que percebe
o momento adequado da bifurcação e da mudança.
19
O papel do orientador educacional como facilitador no
desempenho escolar
Relação professor x aluno
O professor é o agente mediador deste processo, propondo desafios e
ajudando-os a resolvê-los, realizando com eles ou proporcionando atividades
em grupo, nesta perspectiva, rompe-se com a falsa verdade de que o aluno
deve, sozinho, descobrir suas respostas, de que a aprendizagem é resultante
apenas de uma atividade individual, basicamente intrapessoal. A aprendizagem
escolar implica a apropriação de conhecimentos, que exigem planejamento
constante e reorganização contínua de experiências significativas para os
alunos.
A reorganização das experiências de aprendizagem deve considerar o
quanto de colaboração o aluno ainda necessita, para chegar a produzir
determinadas atividades, de forma independente. A origem das mudanças que
ocorrem nas pessoas está, segundo seus princípios, na interação entre estas,
na sociedade, na cultura e na própria história pessoal.
A relação entre o aluno e o professor em seu processo de ensino e
aprendizagem é importante como o trabalho realizado em sala de aula pode
contribuir para o aperfeiçoamento das múltiplas formas de cidadania que
tornam a vida melhor, tendo em vista desenvolver suas capacidades críticas e
as ações compatíveis ao seu exercício, tornando o conhecimento significativo e
vivido com todos que compartilham de sua construção, constituindo deste
universo escolar no campo da observação da orientação educacional.
A finalidade deste trabalho é tornar evidente a valorização deste
profissional nas instituições educacionais, contribuindo com o seu
desenvolvimento pessoal para uma parceria funcional, destacando a
importância da família, escola e comunidade, sendo necessário delegar
atribuições para que haja maior participação de todos os envolvidos numa
perspectiva de contribuições e valores.
A escola atual encontra-se ainda muito distante da realidade. Os altos
índices de evasão e repetência escolar indicam falhas no processo educacional
que dificultam o alcance de uma educação de qualidade.
20
Encontra-se o desespero do professor, constituindo-se em um elemento
“dificultador” do processo de construção do conhecimento, acabando por
interferir, conseqüentemente, na sua aprendizagem.
A prática educacional constitui-se por meio de várias instancias, entre as
quais a metodologia é apenas uma das principais. Muitas diferenças existem
entre o discurso e a prática. O diálogo é o elemento-chave para que o
professor e o aluno tornem-se sujeitos atuantes no processo que leva o
conhecimento.
Para determinados professores, os alunos podem fazer todas as
perguntas que lhes passam pela cabeça, enquanto outros os recriminam se
fazem isso; um valoriza a cooperação e a partilha dos recursos, enquanto outro
prioriza a concorrência e o segredo, um atribui extremamente importância as
lições de casa, enquanto outro as considera inúteis; um tem nomes muito
precisos para tudo, enquanto outro adota uma atitude mais tolerante com as
diferenças, um cria um clima caloroso e confiante, enquanto outro instaura um
clima de terror e suspeita. A dificuldade maior quando as instituições negam ou
minimizam estas diferenças. Quando existe um trabalho em equipe há
convergência de metodologia a aprendizagem em todos os níveis para os
alunos que se estende aos seus familiares.
A comunicação de forma clara e objetiva consegue ter seu papel
fundamental que é o acesso as informações tornando os desafios essenciais e
mobilizando todos os níveis desde a escola, professores, aluno e família.
21
CAPÍTULO II
As dificuldades do papel do Orientador em relação à
violência escolar.
Nas escolas atuais os problemas enfrentados por parte da diretoria e por
todo o corpo de discentes são indisciplina, violência, rivalidade, competição,
descompromisso, individualismo, autoritarismo, droga, estão presentes no
cotidiano das escolas brasileiras, sejam elas públicas e privadas.
A violência escolar estar dentro e fora da escola, o bulling também é
uma violência a ser tratada como todas as demais, visto que é necessário
resgatar a cidadania, solidariedade, compartilhar situações de risco, não
apenas em uma palestra, mas uma continuidade minuciosa sobre os
acontecimentos na escola.
Através do Estatuto da Criança e do Adolescente é considerado criança,
para os efeitos da lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescentes entre doze e dezoito anos de idade.
O físico, mental, moral, espiritual e social são formados de maneira
ampla e familiar e leva-se por toda a caminhada como cidadão.
Quando não existe mais o referencia, deixando de existir a diferença
entre certo e errado, o que tem valor e o que não tem, é difícil traçar linhas
existenciais onde cada ser humano é capaz de ser participativo.
O artigo 5º diz que: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
seus direitos fundamentais.
O artigo 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de
existência.
Os dirigentes de estabelecimento de ensino fundamental devem
comunicar ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo alunos,
22
reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar esgotado os recursos
escolares; elevados níveis de repetência.
Desta forma, perceber-se que existe o amparo da lei, mas por outro lado
inexiste o funcionamento da mesma, porque casos graves de agressões
chegaram à mídia e somente assim obrigaram-se recursos para efetivação da
mesma.
Quantos casos omissos inexistem a aplicação da lei e seu
funcionamento, porque o corpo docente e discente da escola prefere omitir,
esquece que todos eles fazem parte do processo educativo, de transformação
para a valorização do cidadão e práticas de cidadania dentro da sociedade da
qual faz parte.
De acordo com o artigo 119 é incumbência do orientador, juntamente
com a supervisão das autoridades competente, a realização de promover
socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e
inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e
assistência social.
Supervisionando a freqüência e o aproveitamento escolar do
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; diligenciar no sentido da
profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
apresentar relatório do caso.
Através de programas de reestruturação e divulgação existe solução
para os problemas enfrentados pela escola neste atual século, mas que a
mudança possa ocorrer de maneira eficaz, antes que seja irreversível a
situação da violência na escola tanto dentro como nas suas proximidades. È
necessário um trabalho que cause transformação no educando de forma
positiva envolvendo família, escola e comunidade.
O Orientador educacional é a parte principal deste projeto, pois formará
as ligações e conectará a informação de forma prática e construtiva entre os
elos de grande dimensão e desafio transformador.
É necessário ver a sociedade como uma estrutura com poder de
coerção e de determinação sobre as ações individuais, a de ver o indivíduo
como agente criador e transformador da vida coletiva. A sociedade faz o
homem na mesma medida em que o homem faz a sociedade.
23
Quanto mais o individualismo cresce, mais a consciência coletiva
diminui, neste caso sem consciência coletiva, sem uma moral coletiva, a
sociedade não pode sobreviver. A solidariedade é o cimento que dá liga á
sociedade.
A violência encontrada nos corredores escolares, nas salas de aula, na
entrada e saída escolar representa uma anomia, isto é, ausência de regras, o
caos. Existem certos costumes, certas regras, que devem ser obrigatoriamente
transmitidos no processo educacional, a cada momento histórico, existe um
tipo de educação a ser transmitida.
No entanto, por mais específicos que sejam os meios morais para os
quais somos educados, sempre existirão crenças e valores básicos que devem
ser comuns a todos. A educação é um processo social que através de
persistência, voluntariedade, inovação e motivação são capazes de modificar
todo o chamado de violência escolar, pois ocorre desde a raiz da família,
perpassa entre as comunidades e desta forma chega ás escolas, mas estes
educando muitas vezes saem sem valores ocupacionais, sem reconhecer o
que ele representa como indivíduo e cidadão.
O trabalho do orientador educacional é mostrar as oportunidades que
este educando deve buscar como indivíduo e cidadão ampliando seu
conhecimento, ajudando-o a resgatar valores antes esquecidos e apagados em
seu convívio escolar, familiar e na sociedade. Sem intervenção do educador,
intervenção democrática, não há educação progressiva.
A educação é um processo contínuo, é necessário que façamos com
que o educando aprenda a ser um ser social, pois assim, será constituído de
idéias, sentimentos e hábitos que possa exprimir a participação de vários
grupos ou diferentes grupos, mas que todos têm o mesmo direito de contribuir
para a valorização da sociedade em que vive, seja no âmbito escolar, familiar,
político, inclusive na comunidade.
No processo evolutivo da história foram se constituindo um patrimônio
de idéias os direitos e deveres, o progresso, a ciência e as artes devem ser
fixados na consciência dos educando. O professor é um transmissor de
saberes, valorizados e essenciais à continuidade societária. A coletividade
impõe os fins da ação educativa. Ela que exerce sobre os educadores uma
pressão moral no sentido de desenvolver nos educando as qualidades comuns
24
do grupo social e seus ideais coletivos, todas as camadas sociais devem
contribuir para a melhoria do processo educacional, social e político.
Há um desinteresse crescente aos processos de ensino e aprendizagem
que são tratados de forma fragmentada e distante do cotidiano de alunos e
jovens. Existe o aumento da agressividade e da indisciplina em sala de aula, a
dificuldade do diálogo na comunidade escolar, entre gestores, professores,
funcionários, alunos e familiares, as dificuldades sócio-econômicas, fazendo
com que muitos pais estejam ausentes de casa durante grande parte do dia,
deixando seu filho sem acompanhamento.
A violência urbana e doméstica, a ausência do cultivo de valores
humanos nos trabalhos desenvolvidos, as desagregação familiar são aspectos
que desencadeiam relações conflituosas e exigem maior preparo por parte dos
professores para criar um ambiente de trabalho e aprendizagem harmonioso e
que incentive o desenvolvimento do respeito mútuo, da solidariedade e da
cooperação.
Segundo Edgard Morin (2003), o método devem ser coerente e aberto,
reconhecendo as emergências do cenário, a presença de uma rede de
relações que caracterizam as múltiplas realidades existentes. Um método que
leve o aprendiz a perceber os antagonismos, a complexidade e flexibilidade.
O foco ao longo dos anos no processo educacional tem sido superficial, não
abrangendo as causas e efeitos ou mesmo prevenção, mas são de todas as
formas migradas para a intolerância educacional, salarial e de formação tanto
do docente quanto dos discentes. Um bom docente é aquele capaz de ajudar
seus alunos a desenvolver habilidades e competências consideradas
fundamentais à sua sobrevivência e à transcendência, além de ajudar o
aprendiz a olhar para dentro si mesmo, para dentro de seu próprio ser, para
que possa reconhecer-se como pessoa, descobrir seus talentos e
competências, sua criatividade, sua sensibilidade e sua flexibilidade estrutural
em relação ao conhecimento; perceber sua capacidade de antecipação e de
adaptação às situações emergentes caracterizadoras de nossa realidade
mutante.
É importante pensar que o orientador educacional precisa cumprir com o
seu conhecimento diversificando cada teia que liga ao processo transformador
e que todos devem participar para os diferentes processos e dimensões
25
envolvidas. Desta forma três propostas de formação integral são necessárias a
mudança, a consciência de que precisa serem feitos o visível e o invisível, o
presente e o ausente, a confrontação e a complexidade.
A mudança é a testemunha silenciosa de qualquer processo formativo. É
ela que nos ajuda a perceber que o processo educativo/formativo alcançou a
finalidade que lhe corresponde, bem como nossos erros como etapas de um
processo de aprendizagem mais amplo e abrangente. Conhecimento e
aprendizagem implicam processos auto-organizadores, auto-reguladores e
autotransformadores que envolvem uma cooperação global.
A complexidade nos ajuda a melhor compreender e explicar a realidade
educacional, esclarecendo que não é apenas feita de racionalidade e de
fragmentos, mas também de processos intuitivos, emocionais, imaginativos e
sensíveis.
As tarefas e as responsabilidades dos diferentes níveis existentes, são
operacional e estratégico.
O operacional é o acesso individual pelos professores, e o coletivo
sendo a parte da instituição escolar ou redes de estabelecimento.
A transformação dos esquemas é parte do processo de ampliação do
habitus no exercício da lucidez e da coragem.
Agir na urgência, decidir na incerteza, a escola à complexidade,
procurando desvelar a profissão de professor, construindo mecanismos
adaptativos para desenvolver seu oficio.
Não existe uma competência sem a referencia a um contexto no qual se
materializa. Quanto mais bem delimitado é o âmbito de referência, mais
simples é caracterizar uma pessoa competente.
Assim, o orientador com seus objetivos este projeto de estabelecimento
com inspiração e de motivação, apresentando pontos de vista comuns a curto e
longo prazo, chegará ao processo de transformação, alçando as mais variadas
conformidades nas instituições escolares, sabendo que o impacto é um
processo que necessita de um conjunto de oportunidades para ser alcançado
entre família, professor, aluno e comunidade.
Um projeto de estabelecimento tem-se principalmente: na análise que a
equipe faz da situação presente, do contexto sócio-político, do âmbito social,
próximo (relações com os pais, com o bairro), do apoio ou das resistências que
26
se pode esperar das associações profissionais ou da administração escolar e
uma preocupação constante em esclarecer e melhorar relações de poder,
redes de comunicação, modos e graus de cooperação, estilo de direção e de
decisão.
Trabalhar desta forma sobre esses pontos representa um programa de
formação, levando em conta o contexto dos lugares, promovendo valores e
construindo um plano de ação.
A construção do projeto funciona como um acelerador da ação coletiva
e, ao mesmo tempo, como um analista e revelador do estabelecimento como
sistema social que precisa ser visto como um ângulo de várias posições, lugar
complexo, lugar de trabalho, mas o lugar com muitas emoções passando tudo
isto pelo empenho de todo o conjunto deste processo educativo.
Realizar para acreditar, acontecer para transformar, caracterizando as
variadas formas no processo de aprendizagem.
Muitas vezes o educador tem dificuldades em distinguir seus valores
pessoais de seus valores familiares e sociais. É difícil saber o que ele quer e
gosta, e o que a família e a sociedade lhe impõe como sendo o melhor.
O objetivo principal é identificar valores e sentimentos pessoais,
percebendo suas origens sociais e familiares. Auxiliar no conhecimento de si
mesmo de forma lúdica, criativa e projetiva.
Desta forma, o orientador deve sugerir ao jovem que se imagine no
futuro desempenhando uma função como formador de opinião de forma
positiva.
A família é modelo para o jovem no momento das escolhas. Não
somente pela opinião direta dos pais, mas também pelo reforço de imagem e
estereótipos proporcionados pela família. Trabalhar a identidade profissional é
fundamental para qualquer profissional, isto eleva a autoestima do educando e
começa o processo de identificação e habilidades, serve para criar um vínculo
emocional e diminuir a ansiedade inicial.
Segundo Zohoslvsky (1993, p. 61) diz que: “todo adolescente é uma
pessoa em crise, na medida em que está desestruturando e reestruturando
tanto seu mundo interior, como suas relações com o mundo exterior”. O
orientador deve facilitar esse processo, é de suma importância que psicólogos
e pedagogos tenham plena consciência de tudo o que implica a adolescência,
27
para poder atuar como um mediador, entre a urgência que a sociedade impõe
e o ritmo que o adolescente pode ter nesse processo, assim pode-se em
conjunto diminuir a violência escolar.
Através da criatividade pode-se moldurar o processo de inovação,
porque a pessoa criativa tem como característica formular idéias originais e
incomuns, inusitadas, diferentes e raras para uma determinada situação.
A sensibilidade interna nos permite entrar em contato com nossos
sentimentos e desconforto interno, ser sensível aos movimentos externos e
internos é primordial para o início do processo criativo, onde percebe-se a
necessidade de uma resposta, solução e criação.
O orientador deve reconhecer as possibilidades do potencial escondido
no educando, sendo capaz de encorajá-lo a seguir em frente e ter sucesso na
área de seu interesse e da maneira que lhe for possível; demonstrar
entusiasmo pelas idéias colocadas em ponto, colocar o aluno pouco produtivo
em contato ou em colaboração com outro aluno mais produtivo e fazer uso de
habilidade de fantasia para manter contato com a realidade.
Finalmente há possibilidades e inovações para serem implementadas
para que a escola seja um celeiro de indivíduos que alcancem o patamar de
transformação e ano aceitem o quadro negativo do qual se tem proporcionado.
A escola deve promover a autodescoberta, aumentando assim o
autoconhecimento, a autodefinição o autoconceito, indispensáveis no processo
de identidade e fortalecimento da autoestima e estimular as ações ousadas,
promover desafios, trabalhar a imaginação e a liberdade criativa, pois assim
alcançará mudanças dentro e fora da escola.
Aumentar os investimentos para uma proporção maior de escolas
públicas com os cursos de qualificação profissional e maior número de vagas
distribuídas em bairros estratégicos com tempo integral é uma forma de
socializar o adolescente em uma fase de fase de grande indecisão e mudanças
comportamentais.
A lei 11.741 de 14 de julho de 2008 no parágrafo primeiro do artigo 39
diz que: Os cursos de educação profissional e tecnológico poderão ser
organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes
itinerários formativos, observados nas normas do respectivo sistema e nível de
ensino.
28
O artigo 42 diz que as instituições de educação profissional e
tecnológica além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais,
abertos à comunidade, condicionado a matrícula à capacidade de
aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade.
O decreto 6.094, de 24 de abril de 2007, o artigo segundo: a participação
da União no compromisso será pautada pela realização direta, quando couber
ou, nos demais casos, pelo incentivo e apoio à implementação por Municípios,
Distrito Federal, Estados e respectivos sistemas de ensino, das seguintes
diretrizes:
I. Estabelecer como foco a aprendizagem, apontando resultados concretos a
atingir;
II. Alfabetizar as crianças até no Maximo, os oito anos de idade, aferindo os
resultados por exame periódico específico;
III. Acompanhar cada aluno de rede individualmente, mediante registro de sua
freqüência e do seu desempenho em avaliações, que devem ser realizados
periodicamente;
V. Combater a evasão pelo acompanhamento individual das razões de não
freqüência do educando e sua superação.
VIII. Valorizar a formação ética, artística e a educação física.
O educando é um sujeito que pela ação, ao mesmo tempo se constrói e
se aliena. Ele é um membro da sociedade como qualquer outro sujeito, tendo
caracteres de atividade, socialidade historicidade, praticidade. A cultura
espontânea é insuficiente para a sociedade moderna que exige a escolarização
como instância pedagógica, ele é capaz de construir-se a si mesmo, através da
atividade, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos e inteligências.
Efetivamente são experiências e desafios externos que possibilitam ao ser
humano, através da ação, o crescimento, o amadurecimento.
29
CAPÍTULO III
O Desenvolvimento na relação Professor x Aluno.
É necessário sete saberes fundamentais segundo Edgard Morin para a
missão de ensinar: as cegueiras do conhecimento, os princípios de um
conhecimento pertinente, a condição humana, a identidade terrestre, o
confronto com as incertezas, a compreensão e a ética do gênero humano.
A qualidade profissional do orientador educacional faz a diferença
quando se trata da relação professor e aluno e o orientador frente a este elo,
acompanhando, divulgando ações que causem impacto diferenciado dentro e
fora da escola, uma relação profunda de aprendizagem e aceitação.
A qualidade de uma formação depende, sobretudo, de sua concepção.
Uma didática baseada na praticidade e em suas transformações, identificar a
competência e os saberes, articular teoria e prática, avaliação feita em uma
análise totalizada não fragmentada. È importante entender que a área da
educação precisa de uma realista dos problemas que eles precisam resolver
todos os dias das decisões e dos gestos profissionais que realizam.
O professor não deve simplesmente dominar os saberes para transmiti-
lo, mas sim compartilhar de maneira plena para que haja uma aliança de
comprometimento, integração e realização ao aluno, são necessárias criar as
bases para uma didática de compreensão com práticas efetivas respeitando a
diversidade de condições de exercício da profissão. A competência é a aptidão
para enfrentar uma família de situações análogas, pertinente e criativa, valores,
atitudes, percepção e avaliação.
Deve se considerar a experiência que servem de enriquecimento e
reconhecimento de acúmulos de informações a serem ensinados e alguns
princípios pedagógicos repassados em uma linguagem que acompanhe o
educando atual que vive rodeado de inúmeras tecnologias avançadas
enquanto que a sala de aula permanece em algumas escolas intactas, ou seja,
totalmente estática pelo tempo com seu quadro negro rústico, utilizando
materiais didáticos que não conseguem acompanhar a informatização e a
30
própria avaliação escolar que continua considerando o valor da prova como
prática do conhecimento. Fora da escola o educando (aluno) compartilha com
inúmeras “lan houses”, jogos e necessidade de buscar realmente o que é novo,
qual a novidade do momento, enquanto a sala de aula mostrar-lhe o que anos
e anos vem se repetindo à monotonia, mudam-se de professores
frequentemente, mas permanece intacta a atitude escolar.
As competências não podem ser construídas sem avaliação, porém não
pode assumir a forma de papel e lápis ou de exames clássicos. Esta avaliação
deve ser formativa, passar pela análise do trabalho dos alunos e pela
regulação de seus investimentos mais do pelas notas ou classificações.
Motivar, incentivar, reeducar, classificar, respeitar, conhecer, criar habilidade e
aptidão, é essencial para que o aluno encontre na escola estímulos que o
valorize como cidadão, auxilie no desenvolvimento das suas competências e
compromisso, ser funcional e colaborador. È importante transmitir o feedback
da aprendizagem entre professor e aluno para que ambos possam criar
projetos que transformem sua comunidade e escola, que atravessem fronteiras
não apenas visando o saber tecnológicos, mas humanitários que sintam parte
integrante deste processo desde uma simples atividades escolar a atividade
comunitária, através de uma mudança de comportamento e atitude “todos”
tornam-se participativos, contribuindo para uma cadeia de transformação do
individual para o coletivo.
A tarefa exige que os professores adquiram novas competências de
organização de trabalho, de gestão dos espaços-tempos e dos grupos, com
ferramentas adequadas de monitoramento e avaliação. Os obstáculos são
grandes, mas detalhá-los é fazer a diferença, são condicionar para uma nova
mobilização social, realizar um esforço considerável de comunicação entre a
escola e os professores, os alunos e família para uma oportunidade de
perceber os desafios. O sistema educacional deve estipular um programa
mínimo a ser cumprido, em vez de um boletim padronizado.
Não adianta observar se não se sabe interpretar. Não adianta saber
interpretar se não se sabe decidir. E não adiante decidir se se é incapaz de
concretizar decisões. Portanto, não há motivo para isolar a formação à
observação formativa de uma formação didática relativa ao processo de
aprendizagem.
31
A introdução de novos objetivos de aprendizagem e de novas
metodologias de ensino não lhes permitirá mais organizar seu ensino em torno
de uma sucessão rígida de lições e fichas de trabalho, e sim os obrigará a
inventar permanentemente arranjos didáticos e situações de aprendizagens
que respondam as necessidades de seus alunos. Imediatamente, a
responsabilidade individual transforma-se em responsabilidade coletiva, e
todos se vêem diante da obrigação de prestar conta de sua ação a seus
colegas, do mesmo modo que o estabelecimento deve prestar conta ao
sistema do uso de sua autonomia relativa.
A cooperação profissional nos estabelecimentos inovadores é construída
em torno da combinação de pressão, ação comum e energia. Em algumas
escolas, a pressão pode fazer com que os professores sucumbam ao estresse
quando não conseguem fazer frente às ações intelectuais e emocionais, a
defasagem entre objetivos visados e realidades cotidianas. A pressão e ação
coletiva produzem energia necessária para explorar e instaurar de formas
duradouras novas práticas, para ir ao fundo dos problemas. “Finalmente, a
consciência de que”a união faz a força” e de que é possível” fazer a diferença”,
procedendo com método e obstinação, impulsionará as escolas a se
aventurarem na espiral do desenvolvimento.
A busca de coerência representa antes uma postura, que leva as
pessoas a tornar explícito aquilo que em um estabelecimento escolar
permanece implícito na maioria das vezes sua finalidade, sua ambição coletiva,
seus objetivos, sua missão, seus valores partilhados, seus tabus, sua ética, sua
cultura, enfim, o que realmente difunde uns e outros.
Organizar um mundo tecnológico corresponde a decisões políticas, a
interesses humanos que definem o sucesso e o fracasso de outros seres
humanos em sua vida. As máquinas agem uniformemente, não-crítico, que
realiza o que está programado para ser feito, sem se importar com as
conseqüências de sua ação. Em uma perspectiva construtivista, não interessa
analisar a capacidade das máquinas em realizar tarefas ou processar
informações, e sim as competências dos sujeitos, das pessoas que vivem em
mundo cada vez mais tecnológico. Autonomia, respeito, tolerância,
responsabilidade, construção e respeito a regras sociais, amizade,
compromisso, são qualidades que em sua direção positiva regulam as relações
32
entre as pessoas ou as instituições, ao contrário a inveja, ciúme, rivalidade,
competição e interesses pessoais mesquinhos regulam nossas decisões.
A competência ainda se expressa em nosso cuidado em relação ao
objeto como, por exemplo, a destruição da natureza, a poluição dos rios, a
atmosfera cada vez mais comprometedora, abandono de regras e princípios
que a humanidade e a natureza levaram séculos e séculos para construir. O
apelo tecnológico tem sido grande, em nome da globalização, uniformiza,
simplifica e define padrão único que haverá de descaracterizar as mais simples
formas humanas e sociais de resolver problemas de nossa sobrevivência.
O ser humano toma decisões, formula julgamentos, compromete-se com
uma resposta. Tomar decisões é mais do que resolver um problema, implica
mobilizar valores, estabelecer raciocínio, enfrentar dilemas e decidir pelo que
se julgar melhor, mais justo, para o sujeito e para a sociedade à qual
pertence,as máquinas realizam tarefas já programadas, essas considerações
são importante porque é possível formular uma questão na perspectiva de
inovação.
A sociedade hoje transformou professor e aluno no fator de produção e
de entrega de resultados numéricos, situações das qual o cliente é a escola,
havendo assim a desvalorização da noção de competência, pois, a
pessoalidade é a primeira característica absolutamente fundamental da
competência, assim os currículos constituem um mapeamento do
conhecimento relevante a ser ensinado aos alunos, de maneira plena e concisa
no âmbito do desenvolvimento escolar entre professor e aluno com capacidade
de projetar ações, argumentar, capacidade de compreender os fenômenos
físicos, naturais, sociais e expressão de diferentes linguagens, reconhecerem a
importância da biodiversidade.
As habilidades funcionam como competências, evitando-se o desvio de
ancorá-las diretamente nos programas das disciplinas, semeando desejos,
estímulos, fazer com que saibam articular projeto pessoais com o coletivo.
A criatividade distinguiu-se em primária, secundária e integrativa. A
primeira se refere ao momento de inspiração da criatividade, utilizando os
processos primários do pensamento, a secundária trabalha com o sistemático e
o conhecimento adquirido e acumulado por anos, e a criatividade integrativa
acontece no momento da relação entre a primária e a secundária. A
33
criatividade necessita não apenas de inspiração, ou de iluminação, mas
também de muito trabalho e experiências cognitivas.
A complexidade, a trans-disciplinaridade, a criatividade e o humanismo,
são referenciais importantes para a educação para auxiliar a reflexão sobre a
responsabilidade que cada um tem relações entre pessoas, entre pessoas e
coisas, entre pessoas e animais, entre pessoas e natureza e entre pessoas e o
mundo, perpassam desta forma a amorosidade, a autodisciplina e o
desenvolvimento de valores, como solidariedade, respeito, consideração, ética
e cidadania.
Segundo Rogers (1997), aquele que ocupa o papel de educar outrem
deve ter sua atenção concentrada na criação de condições que possam
promover a aprendizagem e não apenas no fato de ensinar. A necessidade de
fazer acontecer simplifica a autenticidade, a empatia e a aceitação
incondicional. A autenticidade significa expressar o que sente e o que pensa na
forma de agir. Empatia é a capacidade de estabelecer novas relações
interpessoais e faze-las dar certo, fazê-las funcionar adequada e
positivamente. Atuar com empatia nas relações com as pessoas é perceber o
mundo também com os olhos da outra pessoa com quem se interage. È
colocar-se no lugar do outro e procurar sentir-se como esse outro sente. É
perceber o outro como indivíduo que faz parte do processo de interação e co-
responsável pela organização e manutenção de um espaço agradável de
aprendizagem.
Aceitar incondicionalmente um ao outro é não colocar condições para
que a convivência se estabeleça. O outro é do jeito que é e não há a intenção
de mudá-lo, de transformá-lo no alvo dos desejos do que gostaria que ele
fosse. Não devem ser colocadas condições para que se criem e se mantenham
as relações humanas; todos possuem qualidades que merecem ser destacadas
e defeitos que precisam ser trabalhados se assim for desejado.
Edgar Morrin cita: Uma missão de transmissão. A transmissão exige,
competência, mas também requer além de uma técnica, uma arte, é uma
condição indispensável a todo ensino, a um só tempo, desejo, prazer e amor;
desejo e prazer de transmitir, amor pelo conhecimento e amor pelos alunos.
Onde não há amor, só há problemas de carreira e de dinheiro para o professor;
e de tédio, para os alunos.
34
A missão supõe, evidentemente, a fé: fé na cultura e fé nas
possibilidades do espírito humano.
Portanto, é missão muito elevada e difícil, uma vez que supõe, ao
mesmo tempo, arte, fé e amor. Organizar o conhecimento, o ensino da
condição humana, e a aprendizagem da incerteza e educação cidadã.
O educador é construtor de si mesmo e sofre as influências do meio em
que vive.
É aquele que adquiriu o nível necessário de cultura necessária para o
desempenho de sua atividade, dá direção ao ensino e à aprendizagem.
Assume o papel de mediador entre a cultura elaborada, acumulado e em
processo de acumulação e educando. O professor fará a mediação entre o
coletivo da sociedade e o individual do aluno. Exerce o papel de um dos
mediadores sociais entre o universal da sociedade e o particular do educando.
O educador deve possuir conhecimento e habilidades suficientes para
poder auxiliar o educando no processo de elaboração cultural, deve possuir
habilidades suficientes para poder auxiliar o educando no processo de
elaboração cultural e capacitado para compreender o patamar do educando.
Elevar o educando a um nível de referencial de conhecimento quanto habilitá-lo
mas também inseri-lo no convívio coletivo e social.
É necessário compreender a realidade na qual atuo e a sociedade em
que vive, através de sua história, sua cultura, suas relações de classe, suas
perspectivas de transformação ou de reprodução. O comprometimento político
que o direcione e o campo cientifico em que atua para desempenhar com
adequação sua atividade. Ensinar é possibilitar aos alunos a apropriação da
cultura elaborada da técnica melhor e mais eficaz. É preciso querer ensinar.
O processo educativo exige desenvolvimento afetivo, desejo permanente
de trabalhar das mais variadas formas para a elevação cultural dos educandos.
O educando é o sujeito que busca uma nova determinação em termos
de patamar crítico da cultura, buscando habilidades e modos de agir. A cultura
espontânea é insuficiente para a sociedade moderna, que exige dos indivíduos
novos níveis de entendimento através da educação formalizada. Precisa ser
capaz de construir-se a si mesmo, através da atividade, desenvolvendo seus
sentidos, entendimentos e inteligência.
35
São as experiências e desafios externos que possibilitam ao ser humano
através da ação, o crescimento e o amadurecimento. O educando é um sujeito
que necessita da mediação do educador para reformular sua cultura, para
tomar em suas próprias mãos a cultura espontânea que possui, para
reorganizá-la com a apropriação da cultura elaborada, que possibilita a ruptura
com o seu estado espontâneo. Ele detém uma cultura que adquiriu
espontaneamente no seu dia-a-dia, porém limitada ao espontâneo.
O educador deve estar atento ao fato de que o educando é um sujeito,
como ele, com capacidade de ação e de crescimento, e, por isso, um sujeito
com capacidade de aprendizagem, criatividade, avaliação e julgamento.
O educador é construtor de si mesmo e sofre as influências do meio em
que vive.
É aquele que adquiriu o nível necessário para o desempenho de sua
atividade, dá direção ao ensino e à aprendizagem. Assume o papel de
mediador entre a cultura elaborada, acumulada e em processo de acumulação
e o educando. O professor fará a mediação entre o coletivo da sociedade e o
individual do aluno. Exerce o papel de um dos mediadores sociais entre o
universal da sociedade e o particular do educando.
O educador deve possuir conhecimento e habilidades suficientes para
poder auxiliar o educando no processo de elaboração cultural, deve possuir
habilidades suficientes para poder auxiliar o educando no processo de
elevação cultural e capacitação para compreender o patamar do educando,
elevar o educando a um nível de referencial de conhecimento quanto habilitá-
lo, mas também inseri-lo no convívio coletivo e social.
É necessário compreender a realidade na qual atua e a sociedade em
que vive de sua história, sua cultura, suas relações de classe, suas
perspectivas de transformação ou de reprodução. O comprometimento político
que o direcione e o campo científico em que atua para desempenhar com
adequação sua atividade. Ensinar é possibilitar aos alunos a apropriação da
cultura elaborada da técnica melhor e mais eficaz. É preciso desejar ensinar, é
preciso querer ensinar.
O processo educativo exige desenvolvimento afetivo, desejo permanente
de trabalhar das mais variadas formas para a elevação cultural dos educandos.
O educando é o sujeito que busca uma nova determinação em termos de
36
patamar crítico da cultura, buscando habilidades e modos de agir. A cultura
espontânea é insuficiente para a sociedade moderna que exige dos indivíduos
novos níveis de entendimentos através da educação formalizada. Precisa ser
capaz de construir-se a si mesma através da atividade, desenvolvendo seus
sentidos, entendimentos através da educação formalizada. Precisa ser capaz
de construir-se a si mesmo através da atividade, desenvolvendo seus sentidos,
entendimentos e inteligência.
São as experiências e desafios externos que possibilitam ao ser humano
através da ação, o crescimento – e, por isso, um sujeito com capacidade de
aprendizagem, criatividade, avaliação e julgamento.
Cada nível de realidade é função do estado de consciência de cada
sujeito, desenvolvendo a capacidade de observação e de atenção, sendo
produto de uma cooperação global de processos sinérgicos conseqüentemente
a percepção e a consciência de cada aluno também estarão afetados e
limitados em suas possibilidades de expansão e criatividade.
Para que a sala de aula exista como espaço de conversação,
convivência e transformação, é preciso criar situações de ensino e
aprendizagem desafiadoras, permeadas por estratégias inovadoras,
investigadoras, ao mesmo tempo apaixonantes e emocionalmente saudáveis. E
acolhedoras, geradoras de climas propícios à reflexão, à aprendizagem, ao
desenvolvimento individual e coletivo e às transformações necessárias.
As novas gerações estão necessitando de espaços para reflexão e
autoconhecimento, para que possam entrar em contato com suas aspirações
mais profundas, com suas angústias, tendo em vista a grave crise de
identidade que estão sofrendo em função da volatilidade das relações e a falta
de sentido em suas vidas. A velocidade inimaginável para fazer tudo, produz
uma geração perdida em seu conteúdo de ensino e aprendizagem, possuindo
diferentes talentos aprisionados e desconhecidos, com tudo isto, o professor
entra como facilitador das mas ricas experiências cognitivo-emocinais e sociais,
promotoras de processos que levem ao autoconhecimento à autoformação.
De acordo com a lei 8069/90, artigo segundo, considera-se criança, para
os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre quatorze e dezoito anos de idade. Nos casos
expressos em lei, aplica excepcionalmente este estatuto às pessoas entre
37
dezoito e vinte e um anos de idade. Nos últimos quatro anos tem-se
acompanhado uma série de violência entre adolescentes nas escolas, inclusive
nas proximidades e dentro das salas de aula, uso contínuo de drogas e
utilização de armas de fogo, sendo que o artigo terceiro deste estatuto diz que
a criança e o adolescente goza de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade.
É necessário recorrer a uma solução inerente e definitiva para a
melhoria da qualidade das crianças e dos adolescentes para a prática e não
somente de teoria, mas que haja uma atuação na prática para que todos
assumam seu papel de responsabilidade familiar, educacional, o poder público,
seus direitos e deveres, a profissionalização, a cultura, a dignidade, o respeito,
a liberdade e a convivência comunitária.
É essencial a aplicação de recursos sociais e profissionais para as
escolas públicas em todos os níveis, não apenas considerar os centros
tecnológicos federais, mas ampliar estes recursos de objetivo com tempo
integral, investir em projetos comunitários de transformações sociais utilizando
como principal ferramenta humana o educador e o educando e a participação
plena dos discentes.
O dever de estar explícitos a legalidade das crianças e adolescentes,
faz-se necessário a inclusão dos deveres e direitos do educador não apenas a
questão salarial e o ambiente escolar, mas que ultrapasse estas fronteiras a
visualização de que o docente é muito mais que ‘educador’ e ‘profissional’, é o
individuo que de acordo com sua proposta, juntamente com o orientador pode
transformar estes mecanismos sem engrenagens, para isso, elevação de
motivação, organização, funcional e idealizadora para nortear os objetivos e
aspirações do educando, papéis de transformações sociais e culturais.
O estímulo funcional como canal de recuperação social para a condição
de aprendiz, divulgando a participação, comentário, a transformação e o poder
social que o individuo possui para não nos perdermos na violência, na loucura,
na insensatez, na usurpação, no roubo e na mentira.
Para traduzir valores, opções, recursos para prioridades, para traduzir
indicadores que expressem algo mais condizente com a realidade é a nova
38
configuração propor tarefas para que o sujeito aprenda a criar recursos, ativar
objetivos e tomar decisões que transformem a sociedade.
39
CONCLUSÃO
A Orientação educacional deve enfatizar a formação crítica da
consciência dos alunos, deve incorporar as experiências de vida e trabalho em
relação aos problemas culturais e sociais, deve realizar pesquisas na área da
relação educação/trabalho, discutir questões ligadas ao trabalho, direitos e
deveres, analisar novas concepções de trabalho na sociedade moderna. É um
mecanismo auxiliar na tarefa educativa e estará sempre presente na legislação
educacional, porque na essência estará subjacente à consecução dos objetivos
pretendidos para a educação, enquanto prática pedagógica, ela se efetiva, na
escola, na inserção, mediação e consecução de seus objetivos e proposta. O
profissional da orientação Educacional é o único, é uma profissão
regulamentada pela Lei 5564/68.
É um profissional que deve estar engajado com o contexto onde sua
prática se efetiva, com a educação, de um modo geral, exerce uma função
básica de relação de ajuda no espaço em que se desenvolve a educação, deve
compreender as aspirações coletivas e as formas alternativas de educação e
promover os meios para que ocorram diferentes manifestações, realizarem
tarefas que possibilitem o melhor conhecimento do aluno, de sua auto-estima,
as questões de valores sociais e a existência de limites definidos e reforçados.
A necessidade de permitir junto com os professores, um conteúdo que
possibilite ir além dos conhecimentos programados no currículo da escola,
atingindo um currículo que esteja comprometido com a construção do
sujeito/aluno na formação de sua cidadania, facilitando os meios e as
condições necessárias para o aluno buscar, discutirem, refletir, agir sobre
dados e fatos à construção do seu conhecimento.
40
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função à profissão pela mediação da idéia.
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Editora Artmed.
OLIVEIRA, Luis Cláudio pereira - Estatuto da Criança e do Adolescente.
MORIN, Edgard. A Cabeça Bem-feita - Editora Bertrand 2009.
PORTO, Olívia. Orientação Educacional-editora Wak 2009.
LEANDRO, Ana Maria. Avaliação de Desempenho -Editora Wak.
MORAES, Maria Cândida. Complexidade e Trans-disciplinaridade em
Educação: Teoria e Prática docente-Editora Wak 2010.
GRISPUN, Miriam P.S. Zippin A Orientação Educacional – Conflitos de
Paradigmas e alternativas para a escola – Editora Cortez.
MARTINS, José do Prado. Princípios e Métodos da Orientação Educacional S.
P. Atlas 1992.
Disponível em: www.faced.ufba.bu/rascunhodigitaltexto770.htm
Disponível em: www.scielo.br
41
ANEXO
Código de Ética dos Orientadores do Brasil.
Publicado no Diário Oficial da república federativa do Brasil em 05/03 de
1979.
O presente Código de Ética tem por objetivo estabelecer normas de conduta
profissional para os orientadores Educacionais.
Somente pode intitular-se Orientador educacional e, nesta qualidade, exercer a
profissão no Brasil, a pessoa legalmente habilitada, nos termos da Legislação
em vigor.
Título I
Das Responsabilidades Gerais.
Capítulo I
Deveres Fundamentais
Art.1º São deveres fundamentais do Orientador educacional:
A - exercer suas funções com elevado padrão de competência, senso de
responsabilidade, zelo, descrição e honestidade.
B - atualizar constantemente seus conhecimentos;
C – colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir que
prevaleça qualquer interesse particular ou de classe;
D – ter uma filosofia de vida que permita, pelo amor a vontade e respeito a
justiça, transmitir segurança e firmeza todos aqueles com que se relaciona
profissionalmente;
E – respeitar os códigos sociais e expectativas morais da comunidade em que
trabalha,
F – assumir a responsabilidade de tarefas para as quais esteja capacitado,
recorrendo a outros especialistas sempre que necessário;
G – lutar pela expansão da orientação e defender a profissão;
H – respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana;
I - prestar serviços profissionais desinteressadamente em campanhas
educativas e situações emergenciais, dentro de suas possibilidades.
42
Capítulo II
Impedimentos
Art. 2º Ao Orientador Educacional é vedado:
A – encaminhar o orientando a outros profissionais, visando os fins lucrativos:
B – aceitar remuneração incompatível com a dignidade da profissão;
C – atender casos em que esteja emocionalmente envolvido, por certos fatores
pessoais ou relações íntimas;
D - dar aconselhamento individual através da imprensa falada e – ou escrita;
E – desviar, para atendimento particular próprio, os casos da instituição onde
trabalha;
F – favorecer de qualquer forma, pessoa que exerça ilegalmente e, em
desacordo com este Código de Ética, a profissão do Orientador Educacional.
Título II
Das Relações Profissionais
Capítulo I
Com o Orientador
Art. 5º. Esclarecer, o Orientando os objetivos da Orientação Educacional,
garantindo-lhe o direito de aceitar ou não assistência profissional.
Art. 8º. Usar quando necessário e, com a devida cautela, e instrumentos de
medida-teste de nível mental, de interesse, de aptidão e escalas de atitudes
como técnicas pertinentes ao trabalho do Orientador Educacional.
Capítulo II
Com os Orientadores Educacionais
Art. 9º. Abster-se de interferir junto ao orientando, cujo processo de Orientação
Educacional esteja a cargo de um colega, salvo quando solicitado,
Art. 10º. Dispensar os seus colegas apreço consideração e solidariedade, que
reflitam a harmonia da classe.
Parágrafo Único. O espírito de solidariedade não pode induzir o Orientador a
ser conivente, com conduta profissional inadequada do colega.
43
Capítulo III
Com outros Profissionais
Art. 11º. Desenvolver bom relacionamento com os componentes de outras
categorias profissionais.
Art. 12º. Reconhecer os casos pertinentes aos demais campos de
especialização, encaminhando-os aos profissionais competentes.
Capítulo V
Com a Comunidade
Art. 15º. Facilitar o bom relacionamento Instituição x Comunidade
Art. 16º. Respeitar os direitos a família na educação do orientando.
Capítulo VI
Com a Entidade de Classes
Art. 18º. Procurar filiar-se à entidade de classe
Art. 19º. Colaborar com órgãos representativos de sua classe, zelando pelos
seus direitos e jamais se escusando de prestar-lhe colaboração, salvo por
causa.
Titilo III
Do Trabalho Científico
Capítulo I
Da Divulgação
Art. 21º. Divulgar resultados de investigação experiências, quando isto importar
em benefício do desenvolvimento educacional.
Título IV
Das Disposições Gerais
Capítulo I
Da Divulgação e Cumprimento do Código de Ética.
Art. 25º Fazer cumprir, fiscalizar, prever e aplicar as penalidades aos infratores
deste Código de Ética é competência exclusiva dos Conselhos Federais e
Regionais de Orientação Educacional.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 05
RESUMO 06
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 12
A Importância do Orientador Educacional
O papel do orientador educacional como facilitador no desempenho escolar
Relação professor x aluno
CAPÍTULO II 21
As Dificuldades do papel do Orientador em relação a violência escolar
CAPÍTULO III 29
O Desenvolvimento na relação Professor x Aluno
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ANEXO 41
ÍNDICE 44
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