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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ANALISE DE INVESTIMENTO
(UMA FERRAMENTA PARA O PROGRESSO)
Por: Ruth Manuela Bande Fernando
Orientadora
Prof. Aleksandra Sliwowska
Rio de Janeiro
Abril/2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ANALISE DE INVESTIMENTO
(UMA FERRAMENTA PARA O PROGRESSO)
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes (Projeto A vez do Mestre) como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Finanças e Gestão Corporativa.
Por: Ruth Manuela Bande Fernando.
3
AGRADECIMENTOS
Desejo manifestar minha gratidão às pessoas que contribuíram
direta e indiretamente para a realização deste trabalho.
Primeiramente a Deus, que sempre me dá forças e ilumina o meu
caminho, por ter me dado à vida, saúde, uma ótima família e bons amigos.
À minha família, que mesmo a distancia tem acompanhando os
meus estudos, e me apoiado de todas as formas, foi fundamental para o meu
triunfo. E, em especial, dedico este trabalho ao meu Pai, Manuel Gaspar
Fernando, pelo apoio e incentivo que nunca me faltaram.
Aos meus amigos, que acompanharam minha trajetória na
elaboração deste trabalho e contribuíram para que eu pudesse finalizá-lo, me
compreendendo a minha distancia.
A minha amada amiga Adriana Benitah e sua filha Sarah, que muito
me ajudaram nas horas de escuridão me iluminando com seus conhecimentos
e experiências profissionais.
A minha orientadora professora Aleksandra Sliwowska e outros
demais professores da Vez do Mestre no curso de Pós em Finanças e Gestão
Corporativa.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao todo
poderoso meu Senhor Jesus
Cristo que na sua infinita
sabedoria me mostrou o caminho
certo e suave para chegar até o
fim.
5
RESUMO
A realização deste estudo abordou sobre os principais critérios de
avaliação de investimentos (Payback, TIR e VPL), compreendendo assim, seus
conceitos metodológicos e suas aplicações como ferramenta no auxílio da
tomada de decisões dentro do ambiente organizacional. Buscou-se
compreender a relevância de cada indicador de atratividade, além de sua
utilização em conjunto, focando os principais conceitos envolvidos no processo
decisório de investimento a longo prazo. Os critérios apresentados foram
aplicados em um projeto do setor de comercio, onde foi realizado um estudo
de caso, para a avaliação de um investimento. Com base nos resultados
obtidos, foram retiradas informações relevantes para análise da atratividade
econômico-financeira do projeto, fator essencial o progresso (continuidade) da
empresa.
6
METODOLOGIA
Através desta monografia, foi possível definir os principais conceitos e
técnicas, essenciais para compreensão dos critérios utilizados para análise de
investimentos.
Para obtenção das informações necessárias na aplicação destes
métodos, foi realizada uma pesquisa documental, caracterizada segundo
Marconi e Lakatos (2002) e Godoy (1995) por envolverem fontes restritas a
documentos, podendo ser escritos ou não. Estes documentos são classificados
como fontes primárias.
O trabalho apresentando possui um caráter inicialmente quantitativo,
uma vez que, conforme definido por Marconi e Lakatos (2002) a maior parte
dos dados é expressa em medidas numéricas, entretanto, a análise das
informações obtidas revela a necessidade de observação sob a ótica
qualitativa.
Foi desenvolvido um estudo de caso, que segundo Scharamm (1971,
apud Yin, 2001) é uma ferramenta através da qual se tenta esclarecer uma
decisão, ou um conjunto de decisões, seus motivos, formas de implementação
e subseqüentes resultados.
Fora metodologia de estudo de caso foi utilizada a pesquisa
bibliográfica para desenvolvimento dos capítulos, que é conceituada por
Marconi e Lakatos (2002) como uma forma de pesquisa que visa expor o
pesquisador ao contato direto com aos mais variados meios em que haja
registro sobre o assunto, tais meios são classificados pelos autores como
fontes secundárias. No caso deste trabalho, a principal fonte secundária foram
publicações (internet, livros e apostilas) a respeito do tema.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - ANALISE DE INVESTIMENTOS 11
CAPÍTULO II - CRITÉRIOS PARA ANALISE DE UM PROJETO 20
CAPÍTULO III – APLICABILIDADE DOS INDICADORES DE
INVESTIMENTOS (ESTUDO DE CASO) 30
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
BIBLIOGRAFIA CITADA 44
ÍNDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 46
8
INTRODUÇÃO
A partir da década de 1990 o ambiente de negócios se tornou mais
complexos. Fenômenos econômicos e sociais de alcance mundial estão
reestruturando o ambiente empresarial. A globalização da economia,
alavancada pela tecnologia da informação e da comunicação, é uma realidade
inescapável.
A evolução das organizações em termos modelos estruturais e
tecnológicos, tendo as mudanças e o conhecimento como novos paradigmas,
tem exigido uma nova postura nos estilos por parte dos administradores
financeiros, diretores, controladores e gestores financeiros na hora de investir.
Todos os dias, diretores, gestores e controladores têm que tomar
decisões a respeito de aspectos relacionados à empresa que dirigem e muitas
delas irão solucionar um problema enquanto outras dizem respeito ao dia-a-dia
da empresa ou ao futuro imediato. Outras ainda são relacionadas a
investimentos, ou seja, onde aplicar hoje o dinheiro para que a empresa se
torne melhor no futuro.
Essas decisões implicam investir tempo, dinheiro, e energia num
projeto ou empreendimento cujos resultados são desconhecidos porque
ocorreram no futuro. Essa realidade tem obrigado aos atores buscarem
conhecer a atratividade dos seus investimentos de maneira a correr mínimo de
risco possível, usando métodos de avaliação próprios para esse fim.
Assim, a administração financeira passou a ser fundamental devido a
cada vez menor ser em as margens de retorno e o planejamento dos
investimentos é estratégico para o progresso da empresa e não só. No
9
passado, o ambiente empresarial era diferente, pois o futuro e as margens
eram previsíveis, o custo fixo era inexpressivo e havia repetição e manutenção
dos projetos vencedores bem como também a ampla janela de oportunidade
para os negócios. No presente uma manobra errada, uma estratégia ou
mesmo decidir com base em um método errado pode ser fatal.
A elaboração deste trabalho foi com intuito aprofundar e clarear meus
conhecimentos em analise de investimento e dar a conhecer aos estudantes,
empresários e aos demais interessados a importância e necessidade de se
conhecer a atratividade de um projeto antes mesmo de investir, bem como,
não só conhecer tal atratividade mais também usar e decidir com base no
indicador certo o que gerara o progresso (desenvolvimento e continuidade da
empresa) do projeto.
No seu contexto averiguar-se-á a viabilidade econômico-financeira de
um projeto de investimento através da utilização de métodos tradicionais
aplicados a um estudo de caso em uma empresa do setor de fabricação e
comercio de celular.
Esta monografia não tem o objetivo de esgotar o assunto, que é de
estrema complexidade, porém ao longo dela tenta-se mostra-lá de forma mais
prática e entendível possível, com estudo de caso, indicadores, e alguns
conceitos usados pelos profissionais atuantes na área bem com menções
feitas em grandes obras literárias.
Nesse contexto, é abordado nas paginas seguintes analise de
investimentos como uma importante ferramenta para o progresso em um
ambiente empresarial volátil e que impõe alta competitividade com a
racionalização dos recursos, a utilização correta destes pode proporcionar às
empresas o aumento de seu valor, bem como a sua sobrevivência e
continuidade. Nessa situação, a correta seleção de possíveis alternativas de
10
investimentos torna-se critica e comprometedora (Vilela, Bressane Cunha,
2001).
Serão mostrados ainda como desenvolvimento critérios para analisar o
desempenho futuro projetado do ativo, pois para uma analise ser eficaz, deve
estar fundamentada em projeções corretas. Critérios como Taxa de retorno de
investimentos, payback simples e descontados, VPL (Valor presente Liquido),
entre outros que são adequados e devem permitir ao analista aceitar ou
rejeitar, comparar e classificar os diversos ativos sob análise.
11
CAPÍTULO I
ANALISE DE INVESTIMENTO
Distribuir dinheiro é algo fácil e quase todos os
homens têm este poder. “Porém decidir a quem
dar, quanto, quando, para que objetivo e como,
não está dentro do poder de muitos e nem
tampouco é tarefa fácil.” (ARISTÓTELES 384 a
322 a.C.)
1.1 – Definição e Importância de Investimento
Investimento é todo processo de inversão de capital em uma atividade
produtiva. A Análise de Investimento, na Matemática Financeira, busca ajudar
na decisão de onde um montante deve ser aplicado, considerando
estritamente a rentabilidade que determinada operação resultará.
Os investimentos, de uma forma geral, podem ser definidos como
aplicações de recursos que visam produzir em certo tempo algum retorno
capaz de compensar pela privação ao seu uso durante determinado período.
Segundo Hoji (2004, p.175), os investimentos ou dispêndios de capital podem
ser classificados como temporários ou permanentes.
Para Iudicibus (1998 apud HOJI, 2004) os investimentos temporários
representam aplicações de valores com intenção de resgate dentro de certo
tempo, sendo classificados contabilmente como aplicações de liquidez
imediata e títulos de valores imobiliários. São exemplos deste tipo de
investimento títulos públicos fundos de investimentos e certificados de
depósitos bancários.
12
Os investimentos permanentes são realizados em ativos que visam
produzir resultados ao longo do tempo e tem como objetivo a manutenção das
atividades operacionais da empresa. Nesta classificação de investimento,
temos como exemplo a aquisições de máquinas, edificações, terrenos,
equipamentos, em que negocio atuar, entre outros.
Destaca-se neste trabalho, aos investimentos permanentes, os quais
representam investimentos de longo prazo, que de acordo com Gitman (2001,
p.266) “[...] necessitam de procedimentos específicos para sua análise e
seleção”. Braga (1998) enfatiza a importância destas decisões quando salienta
a necessidade de uso de um processo específico que possa auxiliar na
determinação de onde, quanto e quando investir.
Para Brigham, Gapenski, Eharhardt (2001) estas decisões de
investimentos devem ser delineadas através do processo de orçamento de
capital, que segundo Gitman (2001, p.266) “[...] é o processo de avaliação e
seleção de investimentos a longo prazo que é consistente com a meta da
empresa de maximização da riqueza dos proprietários.”
Não obstante, os investimentos em projetos, apresentam-se como uma
alternativa importante para o aumento da oferta de trabalho, fator essencial
para o crescimento econômico do país.
É bom mencionar, que os riscos em qualquer investimento de projeto
são inerentes, em função de diversos fatores envolvidos. Sanvicente (1987,
p.59) afirma que a administração da empresa não tem controle sobre estes
fatores, que podem estar relacionados a mudanças tecnológicas, alterações na
economia nacional ou internacional ou ainda mudança de política
governamental, entre outros.
13
Com base nesta constatação, admite-se que a utilização de métodos
para análise de investimentos buscará sempre nortear as decisões para os
melhores resultados possíveis, contudo incertos.
Com a concorrência acirrada, entre as empresas e diferente dos anos
passados em que o ambiente empresarial era tradicional e tinha sua
concorrência fraternal. Nos dias atuais a competitividade do mercado passou a
dificultar o processo decisório e exigir maior abrangência nas análises de
atratividade de investimentos. Uma análise de investimentos que seja
suficientemente abrangente para oferecer uma confiável previsão dos
resultados.
De acordo Sanvicente (2001), para avaliação de uma alternativa de
investimento, a obtenção de certos dados é essencial, primordialmente
deverão ser determinadas as entradas e as saídas de caixa do projeto, ou
seja, seu fluxo de caixa.
1.2 - Fluxos de Caixa
Como fator inicial para o processo de análise de investimentos,
devemos observar os fluxos de caixa, que segundo Securato (2003, p.1), são
caracterizados por “[...] um conjunto de entradas e saídas de caixa ao longo do
tempo.”
No caso de análise de investimentos, estaremos considerando os
fluxos de caixa projetados, ou seja, considerando previsões de ingressos e
desembolsos, segundo premissas previamente estabelecidas de acordo com
estimativas sobre o negócio envolvido.
Martins e Assaf Neto (1986) ressaltam que o correto dimensionamento
dos fluxos de caixa, constitui-se no aspecto mais importante de uma decisão
14
de investimento, sendo esta impactada diretamente pelo acerto destes fluxos
de entradas e saídas.
Para realização das análises de investimentos, deverão ser
considerados os fluxos de caixa incrementais, que são representados pelos
ingressos e desembolsos adicionais gerados pelo projeto de investimento
(BRAGA, 1998).
As principais movimentações de caixa envolvidas em um projeto de
investimento e relevantes para elaboração do fluxo de caixa incremental
segundo Martins e Assaf Neto (1986) são:
• O investimento inicial que consiste no capital aplicado com vistas
a obter-se retorno futuro sobre este, geralmente, mas não
unicamente, inclui-se neste item todo o dispêndio caracterizado
por uma única ocorrência durante o período do projeto, como
por exemplo, aquisições de ativos fixos, como prédios, terrenos,
máquinas, equipamentos, entre outros.
• As receitas operacionais representadas pelos ingressos
periódicos relativos ao recebimento de vendas relacionadas ao
projeto de investimento.
• Os custos e despesas caracterizados pelos dispêndios gerados e
diretamente ligados a decisão de se programar um projeto de
investimento.
• O imposto de renda que incide sobre os resultados aferidos pelo
retorno do investimento.
Os fluxos de caixa relacionados a um projeto de investimento ainda
podem apresentar um padrão convencional ou não convencional, o primeiro é
15
caracterizado por uma única saída de caixa e subseqüentes entradas ao logo
do tempo, enquanto que o segundo a saída de caixa inicial não seguida
apenas por entrada, mas também por saídas. (GITMAN, 2001).
Outro ponto que deve ser levando em conta na elaboração dos fluxos
de caixa é o efeito da inflação sobre os mesmos. De acordo com Martins e
Assaf Neto (1986) no processo de avaliação de investimentos, devem ser
considerados os fluxos de caixa em termos reais, e não nominais, ou seja, os
fluxos de caixa gerados a cada período devem ser descontados a um índice
que corresponda à inflação naquele período.
As decisões de investimento a longo prazo, segundo Gitman (2001,
p.266), “[...] representam dispêndios consideráveis de recursos, que
comprometem a empresa em certo curso de ação.”
De acordo com Ehrhaardt, Gapenski e Brigham (2001), estas decisões
definem a direção estratégica da empresa, tendo em vista que mudanças para
novos produtos, serviços ou mercados, são sempre precedidas por
investimentos.
Martins e Assaf Neto (1982) destacam que tais decisões envolvem
elaboração, avaliação e seleção de propostas, que consiste no processo de
orçamento de capital, definido por Ehrhaardt, Gapenski e Brigham (2001) como
um plano detalhado em que são realizadas projeções de entradas e saídas de
capital, durante certo período futuro, resultantes da aplicação de recursos em
ativos fixos.
Estes investimentos podem ser motivados por diversos fatores como a
expansão do volume de atividade decorrente da insuficiência na capacidade de
produção da empresa, ante sua demanda ou ampliação de sua participação no
mercado.
16
Normalmente, neste caso, os recursos são aplicados em máquinas,
equipamentos e instalações ou ainda na aquisição de outras empresas.
Outro fator que motiva tais dispêndios, diz respeito à substituição e
modernização de ativos em virtude da obsolescência dos mesmos, que
geralmente ocasionam aumentos nos custos de manutenção além da restrição
a capacidade operação. Cabe ressaltar que equipamentos mais modernos,
geralmente apresentam uma capacidade produtiva superior.
Além dos fatores citados, destacam-se outros como investimentos em
consultoria, pesquisa e desenvolvimento ou publicidade, que visam à geração
de benefícios futuros para empresa, através do aumento de sua eficiência
operacional, incremento de vendas, alinhamento de estratégias, entre outros.
(MARTINS e ASSAF NETO, 1985).
Outro aspecto relevante citado por Braga (1998), diz a respeito aos
tipos de investimentos e suas restrições, estando relacionado às diferentes
situações encontradas pelas empresas quando há mais de uma proposta a ser
analisada, ou ainda restrições tanto físicas como orçamentárias a estas. Diante
disto, as propostas investimentos, podem ser classificadas da seguinte forma:
• Propostas Independentes quando a aceitação de uma proposta
não implica a desconsideração de outra, todavia, caso haja
restrição orçamentária, estas propostas concorrem entre si,
sendo selecionadas as que forem mais atraentes
economicamente.
• Propostas mutuamente excludentes onde a aceitação de uma
proposta implica na rejeição de outra, pois tais projetos têm a
mesma função e em virtude disto, competem entre si.
17
• Propostas colidentes, possuindo estas as mesmas características
das propostas mutuamente excludentes, entretanto nestes
casos os objetivos das propostas são diferentes.
• Propostas contingentes, que são aquelas que dependem de
aprovação de outras, pois seus resultados estarão diretamente
ligados a outros projetos.
Uma empresa, em determinado instante, pode ser vista como um
conjunto de projetos de investimento em diferentes momentos de execução. O
seu objetivo financeiro, ao avaliar alternativas de investimento, é o de
maximizar a contribuição marginal desses recursos de capital, promovendo o
incremento de sua riqueza líquida.
É importante ressaltar que o investimento de capital se apresenta
geralmente como uma parte (algumas vezes pequena) do processo de tomada
de decisões empresariais. Freqüentemente, objetivos estratégicos se
apresentam como fatores decisórias relevantes na seleção de projetos de
investimentos. Esta realidade frustra, em diversos momentos, posições mais
teóricas de se identificar as melhores alternativas a partir unicamente dos
métodos quantitativos de avaliação de investimentos. Outros fatores de
importância são também considerados na avaliação, permitindo incorporar um
estudo de natureza qualitativa.
O segmento de investimento de capital é bastante complexo e amplo,
envolvendo inúmeros critérios e métodos de análise. O presente trabalho não
tem o intuito de abordar todas as suas partes. O objetivo básico é o de avaliar,
dentro de um posicionamento mais crítico, os principais aspectos dos métodos
quantitativos mais utilizados pelas empresas para análise de investimentos.
1.3 - Decisões de investimentos
18
As decisões de efetuar investimentos nas empresas muitas vezes
podem ser cruciais para a sua sobrevivência, bem como para o seu
crescimento. Nessas situações é comum o comprometimento de grande
volume de capital por longos períodos. É fundamental que o tomador de
decisão saiba mensurar fluxos de caixa relevantes e aplicar técnicas de análise
que o auxiliem na avaliação, bem como no processo de seleção do melhor
investimento (Fensterseifer, Galesne e Ziegelmann, 1987).
Gitman (2001, p. 266) afirma que investimentos são “[...] dispêndios
consideráveis de recursos que comprometem a empresa com um determinado
curso de ação”, enquanto Galesne, Fensterseifer e Lamb (1999, p.16) colocam
que a decisão de investimento materializa-se pelo “[...] sacrifício de uma
satisfação imediata e certa em troca de uma esperança futura”.
Independente do tipo de investimento que for realizado, a empresa
sempre procurará receber benefícios futuros. Os investimentos podem ser
classificados em três grupos, de acordo com a sua finalidade (Lapponi, 2000):
investimentos em ativos fixos, investimentos em ativos financeiros e
investimentos intangíveis. Quanto ao objetivo, podem ser classificados,
segundo Brasil (2002, p. 3), em: reposição ou atualização tecnológica de
equipamentos, expansão da capacidade, diferenciação de produto ou processo
e diversificação de Carteira de Produto.
Muitos são os elementos podem vir a influenciar e alterar as variáveis
nas quais o tomador de decisão se fundamentou para tomar determinada
decisão. Para a diminuição destes, geralmente é utilizado o projeto de
investimento, que consiste em um conjunto de estudos e esforços que
procuram elevar o nível da informação sobre todas as possíveis implicações,
para diminuir o risco do investimento, e considera critérios: econômicos
(rentabilidade e retorno do investimento), financeiros (disponibilidade recursos)
e imponderáveis (fatores não conversíveis em dinheiro).
19
Toda a etapa de decisão em investimentos é parte de um processo
que envolve a geração e avaliação de alternativas que atendam às
especificações técnicas. Logo após se obter as alternativas viáveis
tecnicamente é que se utilizará de técnicas de análise de investimentos para
selecionar a mais adequada.
Portanto tanto, é importante o entendimento das técnicas de análise de
investimento usualmente mencionadas pela teoria financeira como indicadores
de investimentos, que servirão também como estratégias da empresa e gerara
valor para a sua continuidade.
CAPÍTULO II
CRITÉRIOS PARA ANALISE DE UM PROJETO
Orçamentação de Capital é o nome dado ao processo de decisões de
procura e aquisição de ativos de longo prazo. Com esse fim, existem várias
20
técnicas, métodos, convenções e critérios decisórios que são comumente
utilizados na análise e no processo decisório.
Para poder tomar decisões de investimento, deve-se analisar se os
ativos terão condições de oferecer o desempenho desejado pelos investidores.
Portanto, é preciso adotar certos critérios para analisar o desempenho futuro
projetado (esperado) do ativo. Obviamente, uma análise, para ser eficaz, deve
ser fundamentada em projeções corretas. Critérios adequados devem permitir
ao analista aceitar ou rejeitar, comparar e classificar os diversos ativos sob
análise.
As principais fases do processo de avaliação de um projeto de
investimento ou valoração de um ativo real:
v Estimativa dos fluxos de caixa incrementais, depois de
impostos, esperados para o projeto;
v Avaliação do risco do projeto e determinação da taxa de
desconto (custo de oportunidade do capital) para o desconto dos fluxos
de caixa incrementais futuros esperados;
v Cálculo dos indicadores econômicos, especialmente o
VPL (valor presente líquido);
v Reconhecimento das limitações do modelo, estimativa,
valoração, e incorporação na análise, dos intangíveis associados ao
projeto;
v Tomada de decisões.
Aqui serão abordados de forma explicativa os seguintes critérios mais usuais:
• Payback simples e payback descontado;
• Valor presente líquido (VPL ou NPV em inglês);
• Taxa interna de retorno (TIR ou IRR em inglês);
21
2.1 - Período Payback: simples e descontado.
Sigla em inglês payback que significa pagar de volta, isso é
exatamente o que o critério avalia: o tempo que um investimento leva para
pagar de volta ao seu dono o investimento inicial. Existem duas formas de
analisar um projeto de investimento pelo critério de payback: payback simples
e payback descontado.
2.1.1 - Payback simples (P.s)
O critério consiste em somar os valores dos benefícios obtidos pela
operação do projeto. O período payback é o tempo necessário para que esses
benefícios totalizem o valor do investimento feito.
O período de payback simples é quanto tempo um projeto demora para
se pagar. Obtém-se essa medida simplesmente contando quantos períodos o
projeto necessita para acumular um retorno igual ao do investimento realizado.
Assim sendo, o investidor deve comparar o payback simples com a vida
economicamente útil do ativo sob análise. Quando se comparam investimentos
semelhantes, o critério é optar pelo que oferece menor período de payback.
A grande vantagem desse é a sua simplicidade. Diante da projeção
do fluxo de caixa, mesmo que não tenha conhecimento de finanças consegue
determinar o valor do período de payback. Além disso, para investidores
ansiosos pelo retorno do investimento inicial, ele dá uma idéia de quanto
tempo terão de esperar para que isso aconteça. Serve como medida indireta e
aproximada da liquidez de um projeto.
Duas desvantagens comprometem a eficácia desse critério. A primeira
é um problema conceitual grave: ele não considera o valor do dinheiro no
22
tempo. A segunda é que ele não dá qualquer atenção ao fluxo de caixa que
vem após o período de payback.
Assim um projeto pode retornar mais rapidamente o investimento
inicial, mais não cria uma riqueza depois disso, enquanto outro pode demorar
mais para reembolsar os valores investidos, mas trazer muita riqueza em
seguida. Este último caso é típico de projetos de pesquisa e de alta tecnologia.
Sua maturação é mais demorada, mas o volume de riquezas a receber
costuma ser surpreendente.
Conclui-se então que esse critério não deve, de forma alguma, nortear
a decisão de realizar ou não um investimento. Por outro lado, pode ser usado
para satisfazer a curiosidade do investidor, dando-lhe uma idéia aproximada do
tempo de maturação do investimento. Somente por isso o critério é aqui
apresentado.
2.1.2 - Playback descontado (Pd)
O playback descontado visa conseguir corrigir uma das desvantagens
do playback simples: não considera o valor do dinheiro no tempo. Tal objetivo
é alcançado pelo desconto ao valor presente dos fluxos de caixa do projeto
sob análise.
Pelo critério do período do playback descontado, a primeira coisa que
se deve fazer é determinar a taxa de remuneração do dinheiro no tempo
considerada pelo investidor. Em seguida, devem-se calcular todos os valores
presentes. A partir daí. Tudo se passa como no critério do período de playback
simples, só que o tempo necessário para o pagamento do investimento inicial é
calculado com base não nos valores dos fluxos, e sim nos seus valores
presentes. A seguir note os fluxos, considerando-se uma taxa de 10% ao ano:
23
Tempo 0/FC0 1/FC1 2/FC2 3/FC3
Valores -400.000 110.000 121.000 266.200
Valor
presente
-400.000 100.000 100.000 200.000
Como se observa que o período de playback descontado será de três
anos, pois nem o primeiro nem o segundo períodos são suficientes. O período
de playback deste projeto é de três anos.
2.2 - Valor Presente Líquido (VPL)
O critério do valor presente líquido (VPL) é o mais utilizado em análise
de investimentos. Entretanto, não existem critérios melhores do que outros.
Diferentes critérios medem diferentes aspectos de um projeto. O critério do
período de playback, por exemplo, mede a riqueza a ser gerada e o VPL mede
o lucro em termos absolutos. A taxa interna de retorno, que mede a taxa de
retorno, mede a taxa de retorno, que um projeto fornece. O VPL é o critério
mais utilizado por profissionais de finanças, pois permite interpretar facilmente
os resultados.
Para melhor compreensão do critério VPL, é preciso mencionar do VP
de um projeto quer dizer o seu valor presente, e que I0 representa o
investimento inicial necessário ou o custo para a aquisição ou implementação
do projeto na data zero.
VPL é simplesmente o valor presente do projeto e o custo do projeto
na data atual. VPL positivo significa que o projeto vale mais do que custa, ou
seja, é lucrativo. VPL negativo significa que o projeto custa mais do que vale,
ou seja, se for implementado, terá prejuízo.
VPL=VP - /0
24
Portanto, basta calcular o valor presente de todos os fluxos de caixa-
no sentido da série de valores- que se seguem à data zero e depois subtrair o
investimento feito na data zero. Retorne ao fluxo de caixa já visto e calcule o
VPL, considerando a mesma taxa de 10% ao ano.
Tempo 0/FC 1/FC 2/FC 3/FC
Valores - 350.000 110.000 121.000 266.200
Valor Presente - 350.000 100.000 100.000 200.000
O VPL será igual a: (100.000 + 100.000 + 200.000) – 350.000 = 50.000
O critério decisório diz que um projeto só deve ser realizado se
o seu VPL for nulo ou positivo, jamais se for negativo. Mas o que exatamente
vem a ser isso? Qual o seu significado? Para calcular o VPL, primeiro é preciso
determinar a taxa de desconto adequada. Por enquanto, chamemos essa taxa
de taxa mínima de atratividade (TMA) o investimento, ou seja, a taxa mínima
de rentabilidade que o projeto deve ter para que seja considerado rentável.
Uma forma de indicar o cálculo do VPL a uma taxa de desconto K é VPL(K).
Portanto, se VPL(K) = 0, o projeto tem um VPL=0 quando calculado
com a taxa K. Isso significa que o projeto renumera exatamente a taxa K. Se
VPL(K) = R, sendo R > 0, pode-se dizer que o projeto, além de conseguir
renumerar a taxa K exigida, cria uma riqueza cujo valor presente é de R, mas
se o VPL (K) for negativo, pode-se dizer que, além de não conseguir atingir a
rentabilidade K exigida, o projeto ainda destrói riqueza.
Uma delas é determinar o valor que é criado ou destruído quando se
decide realizar um projeto. Outra vantagem é que o VPL ode ser calculado
para diversas taxas mínimas de atratividade, para se fazer uma análise de
25
sensibilidade em função de possíveis alterações nas taxas. Esse é o critério
mais usado pelo mercado de capitais. Pode-se usar o VPL para classificar
investimentos. Assim, havendo dois projetos, A e B, se VPL de A > VPL de B,
isso significa que A é melhor do que B.
Como o VPL mede sempre os valores atuais (valor presente), você
pode adicionar ou subtrair VPLs. Suponha que haja dois projetos, A e B. O
VPL da combinação desses dois projetos será: VPL de (A+B) = VPL de A+
VPL de B. A vantagem dessa característica operacional com VPL é que você
pode separar os projetos A e B, analisá-los separadamente e escolher um ou
outro, ou os dois. Em suma, pode-se dizer que o VPL é certamente o melhor
dos critérios.
Como todos os demais critérios, ele exige que o fluxo de caixa futuro
seja estimado. Exige também que a taxa a ser usada para cálculo do VLP seja
corretamente determinada.
Portanto, o VPL é um critério internacionalmente aceito pelos
profissionais de finanças. É conceitualmente correto e, em conjunto com outros
critérios, leva a decisões financeiras adequadas. Mas isso não impede que
outros critérios venham a complementá-lo, fornecendo informações adicionais
sobre o projeto, como por exemplo, o critério do playback descontado.
2.3 - Taxa Interna de Retorno (TIR) ou internal rate of return
(IRR)
Esse é de longe, o critério mais controverso. A taxa interna do
retorno foi por muitos anos o critério preferido de análises de investimentos.
Porém, estudos mostraram que esse critério é extremamente perigoso,
podendo levar a conclusões equivocadas. Ross, Westerfield e Jaffe (2001)
advertem sobre as armadilha em que se pode cair ao utilizar o critério da taxa
26
interna de retorno. Mais adiante veremos alguns dos principais problemas que
podem surgir.
Para que se possa entender a descrição do critério, e preciso
primeiramente definir a taxa interna do retorno (TIR). A TIR é a taxa que anula
o VPL. Em outras palavras, a TIR é a taxa pelo qual o VPL de um projeto é
zero. Portanto, uma forma de obter a taxa interna de retorno é traçar o gráfico
da variação do VPL em função de variações de taxa de desconto. A taxa de
desconto que anula o VPL é, então, chamada de taxa interna de retorno. O
problema é que não existe uma forma simples de se calcular a taxa interna de
retorno. Para um ativo que apresente N períodos de operação, teremos ma
equação do grau N para resolver. Serão obtidas, na maioria dos casos, N
raízes. Se não houver mudanças no sinal dos fluxos de caixa após T = 0,
teremos apenas uma raiz positiva: a TIR. Se houver mudanças o fluxo de
caixa, provavelmente teremos mais do que uma raiz positiva e não haverá uma
solução única. Na prática, a TIR é obtida por um critério de aproximações com
base no cálculo numérico, o chamado critério de Newton-Raphson. É preciso
utilizar uma calculadora, ou um programa como o Excel, para se chegar á
resposta. O programa dá um valor inicial qualquer para a taxa e calcula o VPL;
depois, produz alterações nessa taxa até fazer o VPL chegar á zero. Então, o
programa considera que a resposta foi encontrada, uma vez que a taxa interna
de retorno nada mais é que a taxa que anula o VPL.
A maioria dos ativos (um projeto, por exemplo) tem um fluxo de
caixa que pode ser assim resumido: na data zero investe-se um valor e a partir
daí o projeto ó fornece benefícios, isto é, fluxo de caixa positivo. Nesse caso,
diz-se que o fluxo de caixa tem apenas uma inversão de sinal. Que vem a ser
uma inversão de sinal? É quando o fluxo de caixa muda de positivo para
negativo- ou vice-versa- apenas uma vez. Voltando ao exemplo Tabajara:
t=0 t= 1 t= 2 t= 3
-3.000 1.100 1.210 1.331
27
Pode-se afirmar que esse fluxo muda o sinal apenas uma vez. Mas,
qual a importância de haver apenas uma inversão de sinal? É que,
matematicamente, se o fluxo tiver uma única inversão de sinal, poderá haver
somente uma taxa interna de retorno positiva. No caso mencionando, pode-se
então garantir que, se houver taxa interna de retorno, esta será única e
positiva. Por meio de uma calculadora financeira pode-se estimá-la em 10% ao
ano. Lembre-se que, quando calculamos o VPL (5%) para o projeto Tabajara,
obtivemos um valor positivo. Não é para menos, pois se estava exigindo uma
rentabilidade mínima de 5% ao ano de um projeto com uma rentabilidade
intrínseca de 10% ao ano. Então para que se possa investir no projeto a TIR
deve ser superior ou, na pior das hipóteses, igual á taxa mínima de retorno
exigida. Mas se a TMA for 15%, então TIR< TMA; logo, não se deve investir.
Que acontece se houver mais de uma TIR? Se houver mais uma TIR,
não há como comparar a taxa mínima de atratividade de maneira unívoca e,
conseqüentemente, não se pode usar a TIR. Observe que, muitas a
calculadora ou o Excel fornece um valor da TIR, mas não adverte que pode
existir mais de uma. O número de TIRs pode ser igual ao numero de inversões
de sinal do fluxo. Portanto, só se pode usar o critério da TIR com segurança
quando é certo que há somente uma inversão de sinal.
A grande vantagem do critério é permitir que todo o projeto se resuma
a um único número: a sua rentabilidade intrínseca. Por isso o critério continua
sendo tão usado. Outra vantagem é que, no mercado financeiro, quase todos
os fluxos de caixas dos investimentos possuem uma única inversão de sinal.
A TIR tem um critério de aceitação definido; TIR> TMA. Assim, a TIR é
amplamente usada no mercado financeiro, tornando-se bem simples a analise
dos investimentos.
28
A principal desvantagem é o risco de se usar o critério quando há mais
de uma inversão de sinal. Nesse caso, podem-se encontrar varias TIRs
positivas. Usando uma delas, você estará incorrendo em erro. A TIR pode levar
a equívocos quando utilizada para comparar diferentes projetos : TIR (A) > TIR
(B) não significa que o projeto A seja superior ao projetor B. A TIR não
diferencia os projetos lucrativos daqueles que causam prejuízos.
Existem situações em que o método da TIR para analise de
investimento não é conclusivo; como segue:
• Emprestando ou tomando emprestado: O critério da TIR não consegue
diferenciar projetos que dão prejuízos e dos dão lucros.
• Múltiplas taxas internas de retorno: situações em que poderão existir
tantas TIR s quantas forem às vezes que o sinal do fluxo de caixa não
muda. Neste caso um projeto pode ter VPL positivo em determinada
faixa de valores de taxa de descontos e VPL negativo em outras faixas.
• Equívocos em decisões sobre projetos mutuamente exclusivos:
situações em que a calculadora ou o Excel adverte que pode haver mais
de uma TIR. Quando isso não acontece, o critério pode levar a uma
decisão de investimento aparentemente correta mais que, na pratica
destrói riqueza.
Portanto, a taxa interna de retorno deve ser usada apenas por pessoas que
conheçam todas as armadilhas e saibam como contorná-las, e, ainda assim,
somente se o fluxo de caixa a ser analisado tiver uma inversão de sinal. Do
contrario não se deve usar.
29
CAPÍTULO III
APLICABILIDADE DOS INDICADORES DE
INVESTIMENTOS (ESTUDO DE CASO)
As empresas têm buscado se preocupar em conhecer atratividade de
seus investimentos em projetos, pois nenhuma organização assume riscos que
afetem o negocio; por isso conhecer os critérios de analise de investimentos
acima mencionado no tempo é indispensável para evitar situações adversas no
futuro.
Embora os métodos para a análise de investimentos sejam realmente
válidos, eles ainda são deixados de lado por grande parte da comunidade dos
negócios, principalmente nas pequenas e médias empresas. Há muitas razões
para esse lamentável fato. Em muitos casos, os empresários usam, e às
vezes, abusam da intuição e da experiência na tomada de decisões sobre a
aplicação do capital.
30
A partir da aplicação destes métodos, foi possível subsidiar
informações relevantes a avaliação do projeto, de acordo com os respectivos
critérios estudados.
No estudo de caso a seguir notar-se-á com melhor clareza a utilização
dos indicadores de investimentos em uma empresa de telefonia celular;
ESTUDO DE CASO
Badweek Communication, Inc.
Após amplo processo de Pesquisa e Desenvolvimento, a Badweek
Com, Inc. acaba de desenvolver um novo tipo de telefone celular, o Super
Cell, e deve decidir se irá fazer o investimento necessário para produzir e
comercializar o Super Cell. Este tipo de telefone é ideal para pessoas que
viajam em locais de clima úmido e para aqueles que praticam esportes como
montanhismo, além de ser bastante útil para a utilização em localidades
comuns.
O custo total de Pesquisa e Desenvolvimento do telefone foi de R$ 15
milhões. O Super Cell poderá ser lançado no mercado neste ano e a Badweek
acredita que ele permanecerá no mercado por 4 anos. A pesquisa de
Marketing (que custou R$ 3 milhões) mostrou que existe um significante
mercado para o telefone Super Cell.
31
Como analista financeiro da Badweek Com, Inc., você foi designado
pelo seu CFO, Sr. Thomas Crown, para avaliar o projeto Super Cell e produzir
um relatório com a recomendação de investir ou não no referido projeto. Você
sabe que todos os investimentos já feitos para desenvolver o Super Cell são
custos afundados e que somente os fluxos de caixa futuros do projeto devem
ser considerados. Exceto no caso do investimento inicial, que ocorre
imediatamente, considere que todos os demais fluxos ocorrem no final de cada
período (ano).
A Badweek deve investir inicialmente R$ 102 milhões em máquinas e
equipamentos para produzir o Super Cell. Espera-se que esses ativos tenham
uma vida útil de seis anos, e podem ser vendidos por R$ 51.000.000,00 ao fim
de quatro anos. A Badweek pretende vender o Super Cell em dois diferentes
mercados:
Mercado Primário Produtor de Equipamentos (MPPE) – O MPPE é
composto basicamente nas grandes distribuidoras e produtoras de kit de
conversação (aparelhos de telefone, viva-voz etc.) que adquirem telefones
para seus clientes de atacado. No MPPE, o Super Cell deve ser vendido por
R$ 28 cada. Os custos variáveis para a produção são de R$ 18 por telefone.
Mercado de Revenda (MR) – O MR é composto por todos os
compradores de telefones que adquirem o produto para revenda, isto é,
comercializam o telefone para as lojas de varejo. Este mercado permite altas
margens de lucro e a Badweek espera vender o Super Cell neste mercado por
R$ 63 cada. Os custos variáveis são os mesmos que no MPPE.
A Badweek Com pretende aumentar seus preços 1% acima da taxa de
inflação. Os custos variáveis também crescerão 1% acima da inflação, mas
pretende aumentar o valor do seu produto para o MPPE em 1,5% acima da
taxa de inflação. Além disso, o projeto Super Cell incorrerá em R$ 28 milhões
32
em despesas de marketing e custos administrativos no primeiro ano (este valor
deve aumentar de acordo com a inflação nos anos subseqüentes).
A Badweek paga de imposto de renda a alíquota de 40%. A inflação
anual esperada é de 3.25% por ano. A companhia utiliza o percentual de
15.9% como taxa de desconto para avaliar projetos de novos produtos.
O Mercado de Telefones Celulares
Analistas da indústria de telecomunicações projetam que os produtores
de telefones devem produzir 2 milhões de telefones novos este ano e a
produção deve crescer em 3.5% por ano a partir desse período. Badweek Com
espera que o Super Cell detenha 11% no MPPE.
Além disso, os analistas estimam que o MR consome o volume de 14
milhões de telefones este ano e que irá crescer 3% anualmente. Badweek espera
que o Super Cell detenha 9% de market share do MR.
Você decide utilizar o método da depreciação linear para avaliar o
projeto, além das necessidades de capital de giro. A necessidade de capital de
giro inicial é R$ 11 milhões e, a partir daí, as necessidades serão 17% das
vendas.
Como você calcularia o VLP, período de payback, TIR e período de
payback descontado do projeto Super Cell? Quais seriam as recomendações
que você daria para o seu CFO?
Avaliação do projeto SUPER CELL
33
1° AVALIAÇÃO DO MERCADO DE CELULARES
1. 1 Cálculo do faturamento e custos de operação do Mercado Primário Produtor de Equipamentos (MPPE)
Ano Produção Total Parcela do MPPE
(Unidades) Detida pelo Super Cell
1 2.000.000 220.000
2 2.070.000 227.700
3 2.142.450 235.670
4 2.217.436 243.918 - Produção cresce 3,5% ao ano. - MPPE detém 11% do Super Cell
Ano Produção Preço Faturamento Custo Custos de
(Unidades
) (R$) (R$) Unitário
(R$) Operação (R$)
1 220.000 28,00 6.160.000,00 18,00 3.960.000,00
2 227.700 29,33 6.678.441,00 18,77 4.272.790,50
3 235.670 30,72 7.240.515,29 19,56 4.610.287,54
4 243.918 32,18 7.849.895,16 20,39 4.974.442,63 - Preço cresce 1,5% acima da inflação e custo unitário 1% acima da inflação
1.2. Cálculo do faturamento e custos de operação do Mercado de Revenda (MR)
Ano Produção Total Parcela do MR
(Unidades) Detida pelo Super Cell
1 14.000.000 1.260.000
2 14.420.000 1.297.800
3 14.852.600 1.336.734
4 15.298.178 1.376.836 - Produção cresce 3,0% ao ano. - MR detém 9% do Super Cell
Ano Produção Preço Faturamento Custo Custos de
34
(Unidades
) (R$) (R$) Unitário
(R$) Operação (R$)
1 1.260.000 63,00 79.380.000,00 18,00 22.680.000,00
2 1.297.800 65,68 85.236.259,50 18,77 24.353.217,00
3 1.336.734 68,47 91.524.564,54 19,56 26.149.875,58
4 1.376.836 71,38 98.276.789,29 20,39 28.079.082,66 - Preço e custo unitário crescem 1,0% acima da inflação.
1.3. Faturamento total
Ano Faturamento no MPPE Faturamento no MR Faturamento Total
(R$) (R$) (R$)
1 6.160.000,00 79.380.000,00 85.540.000,00
2 6.678.441,00 85.236.259,50 91.914.700,50
3 7.240.515,29 91.524.564,54 98.765.079,84
4 7.849.895,16 98.276.789,29 106.126.684,45
1.4. Custos operacionais totais
Ano Custos de Operação Custos de Operação Custos de Operação
no MPPE (R$) no MR (R$) Total (R$)
1 3.960.000,00 22.680.000,00 26.640.000,00
2 4.272.790,50 24.353.217,00 28.626.007,50
3 4.610.287,54 26.149.875,58 30.760.163,12
4 4.974.442,63 28.079.082,66 33.053.525,28
1.5. Depreciação dos equipamentos e máquinas
Depreciação para a Badweek Com.
Vida Útil dos Equipamentos e Máquinas - 6 anos
35
Ano Depreciação (R$)
1 17.000.000,00
2 17.000.000,00
3 17.000.000,00
4 17.000.000,00
5 17.000.000,00
6 17.000.000,00
2° FLUXO DE CAIXA
2.1. Cálculo de fluxos de caixa
36
2.2. Fluxo de caixa total do projeto
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 (1) Faturamento 85.540.000,00 91.914.700,50 98.765.079,84
106.126.684,45
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 +
Liquidação
Investimentos: (1) Máquinas + Equipamentos
-102.000.000,00 44.200.000,00
(2) Depreciação Acumulada 17.000.000,00 34.000.000,00 51.000.000,00 68.000.000,00
(3) Valor contábil líquido dos equipa mentos + máquinas após a depreciação (final do ano)
-119.000.000,00
-136.000.000,00
-153.000.000,00
-170.000.000,00
(4) Despesas com marketing -28.000.000,00 -28.910.000,00 -29.849.575,00 -30.819.686,19
Capital de giro líquido (final do ano) 11.000.000,00 15.625.499,09 16.790.063,57 18.041.536,36 (5) Variação de capital de giro líquido (final do ano)
-11.000.000,00 -4.625.499,09 -1.164.564,49 16.790.063,57
(6) Fluxo de caixa total do investimento [(1) + (4) + (5)]
-102.000.000,00 -39.000.000,00 -33.535.499,09 -31.014.139,49 30.170.377,38
Resultados:
(7) Faturamento 85.540.000,00 91.914.700,50 98.765.079,84 106.126.684,45 (8) Custos de operação -26.640.000,00 -28.626.007,50 -30.760.163,12 -33.053.525,28
(9) Depreciação -17.000.000,00 -17.000.000,00 -17.000.000,00 -17.000.000,00 (10) Lucro antes do imposto de renda [(7) - (8) - (9)] 41.900.000,00 46.288.693,00 51.004.916,71 56.073.159,17 (11) Imposto (40%) -34.216.000,00 -36.765.880,20 -39.506.031,93 -42.450.673,78 (12) Lucro líquido 7.684.000,00 9.522.812,80 11.498.884,78 13.622.485,39
37
(2) Custos de operação
-26.640.000,00
-28.626.007,50
-30.760.163,12
-33.053.525,28
(3) Imposto de renda
-34.216.000,00
-36.765.880,20
-39.506.031,93
-42.450.673,78
(4) Fluxo de caixa das operações[(1) - (2) - (3)] 24.684.000,00 26.522.812,80 28.498.884,78 30.622.485,39 (5) Fluxo de caixa total de investimento
-39.000.000,00
-33.535.499,09
-31.014.139,49 30.170.377,38
(6) Fluxo de caixa total do projeto
-102.000.000,0
0 -
14.316.000,00 -7.012.686,29 -2.515.254,71 60.792.862,77
3° Cálculos (na HP 12C)
3.1. Valor Presente Líquido (VPL):
f CLx 102000000 CHS g CFo 14316000 CHS g CFJ 7012686,29 CHS g CFJ 2515254,71 CHS g CFJ 60792862,77 g CFJ 15,9 i f NPV VPL = -87.496.800,91 3.2. Taxa Interna De Retorno (TIR):
f CLx 102000000 CHS g CFo 14316000 CHS g CFJ 7012686,29 CHS g CFJ 2515254,71 CHS g CFJ 60792862,77 g CFJ f IRR TIR = -18% 3.3. Payback
38
Para o período de 4 anos (tempo em que Badweek acredita que o
Super Cell permanecerá no mercado): (-14.316.000) + (-7.012.686,29) + (-
2.515.254,71)+60.792.862,77 = 36.948.921,77
O valor é menor do que o valor do investimento (102.000.000). Assim o
payback vai ser maior do que 4 anos.
3.4. Payback Descontado
Para o período de 4 anos (tempo em que Badweek acredita que o
Super Cell permanecerá no mercado): (-14.316.000)/(1,159) + (-
7.012.686,29)/(1,159)² + (-2.515.254,71)/(1,159)³+60.792.862,77/(1,159)h = (-
12.352.027,61) +(-5.220.565,38)+(- 1.615.591,88)+ 33.691.383,97=
26.855.226,7
O valor é menor do que o valor do investimento (102.000.000). Assim o
payback descontado também será superior aos 4 anos.
4° Resultados
Tx. de Desconto= 15,90% VPL = -87.496.800,91 TIR = -18,00% Payback = > 4 anos Payback descontado= > 4 anos
5° Recomendação
39
Recomendamos aos diretores da Badweek Com, Inc., diante das
condições apresentadas para o projeto “SUPER CELL” e das avaliações
técnicas apresentadas chegamos às seguintes conclusões:
1. O valor do VPL é negativo, o que indica que é melhor investir em
alternativas de investimento. Já que para as condições apresentadas o projeto
custa mais do que realmente vale.
2. A análise da TIR se apresenta inferior a taxa de desconto utilizada
por nossa empresa (15,9%) o que nos aponta que o projeto é inviável
economicamente.
3. O Payback e o Payback Descontado que informa uma necessidade
de um fluxo de caixa maior do que os 4 anos estimados de permanência do
SUPER CELL, já que só no 4º ano a empresa começa a ter fluxo de caixa
positivo e, desta forma inicia a pagar o investimento (valendo ressaltar que o
valor positivo também sofreu impacto da venda das máquinas e equipamentos.
O que representaria o fim da produção do “SUPER CELL”).
Sendo assim, diante do estudo apresentado NÃO recomendamos o
investimento do projeto “SUPER CELL”.
CONCLUSÃO
40
Na questão central desta monografia, foi apresentado a analise de
investimento como umas das ferramentas de gestão para o progresso da
empresa, minimizando os riscos.
O desenvolvimento desta justifica-se em virtude da importância da
análise de investimentos para tomada de decisões de alocação de capital nas
empresas, que continuamente se deparam com várias alternativas de
investimentos. Por motivos de restrições físicas, orçamentárias ou mesmo de
crédito como visto atualmente em função da crise financeira mundial, estas
empresas necessitam optar pelas alternativas que lhe trarão perspectivas de
melhores resultados, devendo estes, convergirem com seus objetivos
empresariais.
Foram considerados no estudo os métodos do fluxo de caixa
descontado mais utilizados pelas empresas e também abordados os principais
conceitos envolvidos nas decisões de investimento a longo prazo, suas
principais motivações, definição dos diferentes tipos de projetos, bem como os
principais critérios utilizados, especificamente os métodos Payback, TIR e VPL.
Ao conceituar os critérios como indicadores de investimentos foram
com intuito de descrever a relevância na utilização destes como informações
mais completas para tomada de decisão verificando assim a atratividade de
um projeto.
No conteudio desses critérios verificou-se ainda que não existem
critérios melhores do outros e que apenas como diferentes medem aspectos
diferentes do projeto. Para os métodos de fluxo de caixa descontado,
prevalece, na maioria dos casos, a superioridade do valor presente líquido.
Por fim, através de um estudo de caso foram analisados os dados
coletados e aplicados os métodos, sendo avaliados os resultados obtidos, para
41
conclusão sobre a viabilidade econômico-financeira do projeto em questão
segundo os mesmos.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABREU, Paulo F. Simas P. de & STEPHAN, Christian. Análise de
Investimentos. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1.982.
42
ASSAF NETO, Alexandre & MARTINS, Eliseu. Administração Financeira. São
Paulo, Atlas, 1.985.
ASSAF NETO, Mercado Financeiro. São Paulo, Atlas, 1.999.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 1ª ed.,
São Paulo: Atlas, 1998.
BRIGHAM, Eugene F.; GAPENSKI, Louis C.; ENRHARDT, Michael C..
Administração financeira teoria e prática. 1ª ed., São Paulo: Atlas, 2001.
CASTRO, Lauro, Monografia em Analise de Fundamentalista de Investimentos,
2001.
GITMANN, L. Princípios de administração financeira. 7ª ed., São Paulo:
Harbra, 1997.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira essencial. 2ª ed.,
Porto Alegre: Bookman, 2001.
HOJI, Massakazu Administração financeira – uma abordagem prática. 5ª ed.,
São Paulo: Atlas, 2004.
JUSTO, Prof. Dr Wellington Ribeiro. Apostila de Analise de Investimentos.
MARTINS, Eliseu; ASSAF NETO, Alexandre. Administração financeira as
finanças das empresas sob condições inflacionárias. 1ª ed., São Paulo: Atlas,
1985.
Morrissy, Profa. Dra Ana Claudia. Apostila de Analise de Investimentos.
43
OLDCORN, R.; PARKER, D. Decisão estratégica para investidores. São Paulo:
Nobel, 1998
SANVICENTE, Antônio Zoratto. Administração financeira. 3ª ed., São Paulo:
Atlas, 1997.
www.wikibooks.org
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas,
2006 a.
2 - ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. São Paulo: Atlas, 2006b.
44
3 - ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. São
Paulo: Atlas, 2007.
4 - BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 1ª
ed., São Paulo: Atlas, 1998.
5 - BRIGHAM, Eugene F.; GAPENSKI, Louis C.; ENRHARDT, Michael C..
Administração financeira teoria e prática. 1ª ed., São Paulo: Atlas, 2001.
6 - GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira essencial. 2ª
ed., Porto Alegre: Bookman, 2001.
7 - HOJI, Massakazu Administração financeira – uma abordagem prática. 5ª
ed., São Paulo: Atlas, 2004.
8 - IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 1998.
9 - LAKATOS, Eva Maria, Marconi, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisa.
5.ed. SãoPaulo: Atlas, 2002.
10 - MARTINS, Eliseu; ASSAF NETO, Alexandre. Administração financeira as
finanças das empresas sob condições inflacionárias. 1ª ed., São Paulo: Atlas,
1985.
11 - SANVICENTE, Antônio Zoratto. Administração financeira. 3ª ed., São
Paulo: Atlas, 1997.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
45
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
ANALISE DE INVESTIMENTO 11
1.1 – Definição e Importância de investimentos 11
1.2 – Fluxos de Caixa 13
1.3 – Decisões de Investimentos 18
CAPÍTULO I I
CRITERIO PARA ANALISE DE UM PROJETO 20
2.1 – Período Payback Simples e Descontado 21
2.2 – Valor Presente Liquido 23
2.3 – Taxa Interna de Retorno 26
CAPÍTULO III
APLICABILIDADE DOS INDICADORES
DE INVESTIMENTO (ESTUDO DE CASO) 30
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
BIBLIOGRAFIA CITADA 44
ÍNDICE 45
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: PROJETO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: ANALISE DE INVESTIMENTO
(UMA FERRAMENTA PARA O PROGRESSO)
Autor: RUTH MANUELA BANDE FERNANDO
Data da entrega: 13/04/2010
Avaliado por: Aleksandra Sliwowska
Conceito:
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