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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Passaraio, passaraio, que me deixe passar, se
não for o da frente, será o de trás...trás...
O que virá depois do ciclo de formação?
Por: Regina Alves do Amaral
Orientador
Prof. Marco Antonio Larosa
Rio de Janeiro
2003
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE Passaraio, passaraio, que me deixe passar, se não for o da frente, será o de trás...trás... O que vira depois do ciclo de formação?
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes
como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior.
Por : Regina Alves do Amaral
3
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE
Passaraio, passaraio, que me deixe passar, se não for
o da frente, será o de trás... trás...trás...
O que virá depois do ciclo de formação? Objetivos: Pesquisar a avaliação do pós-ciclo como um ato de amor num tempo de aprendizagem não cronológica, mas sim social e afetiva. Desenvolvendo ações capazes de acompanhar o desenvolvimento do aluno através de conceitos e teóricos da pesquisa científica ao término do período do ciclo – turmas de Progressão.
4
DEDICATÓRIA
Aqueles que me deram origem: meu pai: Henrique Fernandes Amaral (in memorian), um autodidata, que me transmitiu o gosto pela
pesquisa e minha mãe: Mercedes Alves do Amaral, que sempre me indicou o caminho do AMOR a profissão que eu abracei
5
AGRADECIMENTOS
Aos Joões, Josés, Marias e todos aqueles que direta ou indiretamente dividiram para multiplicar, subtraíram para
adicionar os seus, os meus, os nossos saberes, e contribuíram nestes 32 anos de Magistério e que me
instigaram a uma constante atualização.
6
RESUMO O olhar atento ao quadro que se apresenta à criação do lo ciclo de
formação no ano de 2000, chegando ao término dessa experiência em 2002.
Qual o caminho que se seguiu àqueles que mesmo depois de 600 dias de
aprendizagem não conseguiram alcançar os objetivos traçados pela SME
(Secretaria Municipal de Educação) do Rio de Janeiro; pelos PPP (Projetos
Políticos Pedagógicos) das UUEE (Unidades Escolares), coordenadores
Pedagógicos e pelos Professores, dessas turmas?
A avaliação desse processo se faz presente em todo o processo e
não só ao final.
A avaliação deverá ficar clara para o Sistema da Rede,
professores, alunos, família; todos os envolvidos.
Dar um tempo maior, indicando para aqueles que tropeçaram; um
caminho: as turmas de Progressão:
- Progressão I (iniciação da alfabetização) e Progressão II
(consolidação da alfabetização).
- Aos que seguem em frente à seriação (3a série e depois 4a série)
tudo bem, nossos aplausos.
Aos alunos que tropeçaram pelo caminho deveríamos ter a máxima
cristã: _ “Amar ao próximo como a nós mesmos”, nos colocando no lugar do
outro, podemos ver como é difícil fazer aquilo que não se sabe ou nunca viu.
_ Mudanças na própria proposta curricular para atender a
especificidade do tempo que agora não é mais anual ou de 200 dias, mas sim
num período de 600 dias; deixando de lado o tempo cronológico, mas não o
tempo ou período de formação, onde cada sujeito fará seu próprio tempo; de 3
anos ou 600 dias e/ou mais 2 anos ou 400 dias.
Avaliação é um ato de dar onde a equação:
7
(dor-r) + (dar-r)≅ doar
está ligada ao binômio :
Aluno ⇔ professor
Avaliação é um ato de doação, onde a dor de se ver que tanto
que se deu não chegou a igualdade de doar onde o binômio: aluno ⇔
professor interaja na aprendizagem; interagindo naquilo que se ensina e no
que se aprende; naquele que aprende e naquele que ensina onde tanto um
(aluno) quanto o outro (professor), aprende e ensina; tudo ao seu tempo,
cronológico ou não.
Se a escola fosse uma orquestra, seria possível ouvir-se a
sinfonia da compreensão humana. A escola nunca será uma orquestra, se
cada músico não se afinar.Não basta simplesmente tocar. A harmonia entre os
músicos e os ouvintes é a compreensão, o respeito, a doação, o “assumir”, é a
responsabilidade, o envolvimento com o trabalho. Se o tom soa-lhe desafinado,
pare!
O ponto de espera é calmo e longo; com sua ajuda, professor,
virá outra música.Com certeza será o inicio de uma verdadeira orquestra onde
todos possam entoar a música da paz, da harmonia, da colaboração, do
respeito mútuo.
Onde ”O aluno tem que ter tempo para digerir informação”
O aluno tem que ter tempo para refletir.E por conseguinte a
avaliação se dará para termos um tempo para se “avançar” ou “reformular” a
aprendizagem ou “replanejar” o que se está ministrando.
8
METODOLOGIA
Observação das aulas de professores nas turmas do ciclo de
formação e principalmente nas turmas de Progressão I e II (aqueles que
ficaram pelo meio do caminho ao tropeçar nas pedras que lhes apareceram)
selecionarei algumas falas, já que a pesquisa se dará aos entraves (tropeços)
ou avanços para que ao avaliarmos todo o processo deveremos chegar a uma
conclusão ou não, de mudarmos as avaliações que existam.
Apoiada nas teorias de Vygotsky, pois teremos o sujeito social
interagindo, fazendo um contraponto com Piaget que vê a pessoa como um ser
ativo, inteligente que constrói seu conhecimento obedecendo a estágios onde
um é necessário ao seguinte, passando por vivências adquiridas no decorrer
de cursos feitos anteriormente e durante minha vida profissional em sala de
aula e/ou em outras funções dentro do Município do Rio de Janeiro, levando o
professor a avaliar periodicamente seus conceitos, conteúdos e métodos para
chegar-se aos acertos depois dos erros e acertos em outros estados da
federação, que já iniciaram a algum tempo este mesmo projeto.
Teremos também a visão de 1Elvira Souza Lima de que a
avaliação é um ato de amor ao próximo, centrado no professor, assim como 2Cipriano Carlos Luckesi que vê a avaliação como um acolhimento e 3 Jussara
Hoffmann que tenta nos indicar as setas de um caminho a seguir.
1 Lima, Elvira Souza, coleção vol.1- Avaliação na Escola – 2002,2003 –GEDH (Grupo de Estudos do Desenvolvimento Humano),São Paulo- Ed. Sobradinho 107 – Ltda ME 2 Vídeo- entrevista do prof. Cipriano Carlos Luckesi ao jornalista na área de Educação Paulo Camargo- Série encontros a respeito do livro: Avaliação da aprendizagem p.171. 3 Hoffmann, Jussara – Avaliar para promover – as setas do caminho – editora Mediação – 2001 –p. 7 a 11
9
SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................pg 10 CAPÍTULO I
A teoria a serviço da prática......................................................................pg 13
CAPÍTULO II A avaliação através das competências...................................................pg 16
CAPÍTULO III
Observação “in locum”..............................................................................pg 40
CAPÍTULO IV Vivências.....................................................................................................pg 59
CONCLUSÃO..............................................................................................pg 67
ANEXOS
I – Desempenho do Município do Rio de Janeiro....................................pg 69 II – Alunos faltosos.....................................................................................pg 69
BIBLIOGRAFIA............................................................................................pg 71 ÍNDICE.........................................................................................................pg 74
10
INTRODUÇÃO:
Igual a uma brincadeira de passaraio “se não for o da frente, será o
de trás que ficará retido em algum lugar depois do ciclo; numa turma de
progressão caso não consiga ser leitor de suas histórias, contador de seus
mitos e/ou escritor de suas culturas”.
Como mudar esse quadro pintado na nossa escola sem ser um
“Leonardo Da Vinci” e sim um “Picasso”, onde um pinta a “Mona Lisa” com o
seu sorriso enigmático ou irônico e o outro figuras grotescas bi, tri ou poli-
partidas. Será que estamos numa guerra pedagógica? Como mudar esse
quadro? Será que teríamos que jogar uma bomba?
Seria uma bomba recheada com doce de leite, ou de flores como
rosas, cravos, amores-perfeitos?
Pensamos que com amor conseguiremos formar o binômio
aluno ⇔ professor onde tanto um quanto o outro muda de lugar para dar a
simbiose de conhecimentos havendo assim uma troca recíproca de
experiências vividas.
Mas será que só o aluno e professor é que entra nesse jogo?
Onde fica o ambiente? E a família ? Não deveria ser uma parceria; ter uma
cumplicidade de amados-amantes? Será que com o amor se conseguirá um
diálogo de muitas vozes onde todos deverão ter vez e voz de acordo com
alguns teóricos como Vygotsky, onde todo ser aprendiz é um ser psicológico e
social capaz de num diálogo ter várias vozes?
Objetivando uma reforma de pensamento onde iremos lançar mão
de teóricos e novas pesquisas para sanar ou não, este nó, para que em curto
prazo não tenhamos mais turmas de progressão, pois mesmo dando um tempo
maior ao ciclo de 600 dias ao final de 3 anos em alguns casos precisamos de
11
mais 400 dias para que ao passar pelas turmas de progressão I (inicio da
alfabetização) e progressão II (consolidação da alfabetização), alguns
precisariam de mais tempo porque o que se apresentam é no campo social
e/ou psicológico. E o que falta é a cumplicidade da família, mas como mudar
essa visão?É o que deveremos ver através do projeto de pesquisa que
faremos.
4 “Projeto apóia-se no verbo” projetar “que, entre outros, tem o significado de
estender, prolongar, continuar, espichar.
Projeto é, pois, ação continuada, sem final em si mesmo e, possivelmente,
provocadora de novas coes. Evidentemente todo projeto inclui o novo, o
diferente, possuindo, em ser íntimo por um lado certa dose de crítica ao
presente, por outro lado, certa dose de utopia a ser alcançada (...)
Projeto requer dois sentimentos: paciência e persistência (...)”
Paulo Afonso Ronca
Teremos que ter em mente os dois sentimentos acima citados, o de
“paciência” pois cada um tem um tempo de aprender e a “persistência” para
esperar que cada um consiga se tornar leitor e escritor, pois é isto que se quer
alcançar ao final do 1o ciclo de formação. Procuram–se soluções
transformadoras. Será que encontraremos?
Depois de 3 anos ou 600 dias de aprendizagem que se não
conseguir e tropeçar pelo caminho; será que mesmo tendo mais 2 anos ou 400
dias conseguirão? Onde ficará o psicológico, o social e o familiar?5 “A
educação em verdade, necessita tanto de formação técnica,científica e
profissional, quanto de sonhos e utopias”
(Paulo Freire)
4 Ronca, Paulo Afonso a clara e a gema – São Paulo, Edesplan, 1998 5 Convívio – Nova Fase no – 8- maio /2002 –SME do RJ (Projeto Avaliação do Desempenho Escolar)
12
A ESCOLA (Paulo Freire) “Escola é ...
o lugar onde se faz amigos
não se tratam só de prédios, salas, quadros,
programas,, horários, conceitos...
Escola é , sobretudo, gente,
Gente que trabalha, que estuda,
Que se alegra, se conhece, se estima,
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um
Se comporte como colega,amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
Que não tem amizade a ninguém
Nada de ser como o tijolo que forma a parede,
Indiferente,frio,só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora, é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se,
Ser feliz.”
13
CAPITULO I
TEORIA A SERVIÇO DA PRÁTICA
Embora a avaliação esteja presente em todos os momentos de
nossa vida, na escola ainda encontramos a visão que prevaleceu nas últimas
décadas que é a devolução de informação através de provas escritas que
privilegia a memória de curta duração.
Para o ciclo de formação esta visão é inconcebível pois o
tempo escolar foi alterado e a avaliação foi deslocada para o final de 600
dias perdendo a visão tradicional e assumindo a dimensão formadora
6“Na educação por ciclos, a aprendizagem é vista como processual,que se efetiva em tempos
diversos para cada indivíduo, mas que guarda, todavia, a temporariedade do período de
formação. Isto é, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento são colocados para cada
período de formação que equivale a dois ou três anos letivos.Nesta perspectiva, a avaliação
deve servir à formação humana, identificando processos, com seus avanços e com seus
aspectos a serem superados.
Uma avaliação que revele os processos de aprendizagem do indivíduo: e que aponte para os
passos do desenvolvimento futuro não pode ser uma avaliação pontual, como a prova em sua
concepção tradicional em que se pede a devolução da informação dada “.
Mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo!”.Máxima de Jesus
Cristo
Concordo com Cipriano Carlos Luckesi no que diz respeito ao
acolhimento e ao julgamento. Porque o primeiro integra e o segundo afasta ,
Luckesi define avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, ou seja,
6 Lima, Elvira Souza, pg.26 – ciclos de formação uma reorganização do tempo escolar – GEDH – Grupo de Estudos do desenvolvimento humano
14
acolhedor, incluso, integrativo.Desta forma, distinguimos avaliação de
julgamento.
Plagiando Jussara Hoffmann; como numa viagem: os preparativos
tomam muito tempo e o nosso caminho está cheio de coisas inusitadas,
sonhos, desejos e vontade de chegar logo.
O que realmente faz com que o caminho tenha sentido; e faz o
nosso trabalho valer a pena é a vontade de avançar sempre com nossos
alunos, superando nossas inseguranças e tendo coragem de enfrentar o que
ainda não conhecemos.
“O aluno tem que ter tempo para digerir a informação”.
O aluno tem que ter tempo para refletir.
Há professores que tendo como Cristo 2 pães (saberes), 5 peixes
(conhecimentos) para 5000 pessoas (alunos); divide os primeiros e multiplica
os segundos, transformando seus alunos em difusores de suas informações,
transformando suas incertezas em certezas onde eles reflitam e armazenem-os
e coloque-os em práticas futuras.
7Em consonância com a teoria de Vygotsky a linguagem sendo um
fator importante para o desenvolvimento mental, exerce uma função
organizada e planejada de seu pensamento, tendo também uma função social
e comutativa. É através da linguagem que a criança entra em contato com o
conhecimento humano e adquire conceitos sobre o mundo que o rodeia,
construindo assim a sua individualidade.
Para Piaget o pensamento estrutura a linguagem e este
conhecimento são próprios da criança. O aspecto que mais o instiga é o
desenvolvimento do pensamento lógico
7 (In Psicologia e Educação: um intertexto de Maria Tereza de Assunção Freitas,pgs 92 a 99)
15
Em contra partida para Vygotsky a linguagem é que estrutura o
pensamento; também chama a atenção para aquilo que a criança produz com
o auxilio do outro (ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal).
Piaget vê o professor como desafiador e Vygotsky vê o professor
como mediador.
Piaget aponta para o papel ativo de quem aprende e Vygotsky
aponta que o processo de construção é importante, porém também é
importante o outro, o que ensina.
Piaget vê o “egocentrismo” como o elo de ligação de todas as
características específicas da lógica da fala das crianças. O pensamento passa
por transformações num vai e vem com a linguagem até transformar-se em
fala.
Enquanto8 “Vygotsky” considera o contexto histórico e cultural do
desenvolvimento do processo de aprendizagem por isso é chamado de
sociointeracionista e 9 “Piaget” considera o processo interno na interação com
outras pessoas para que ocorra a aprendizagem sendo por isso chamado de
“interacionista’”.
Piaget e Vygotsky reconhecem o papel ativo da criança na
construção do conhecimento ainda que mantendo uma certa divergência no
papel da linguagem e da mediação de “outro” na construção do conhecimento.
8 Vygotsky,Lev Semyonovitch, psicólogo (05/11/1896 – 11/6/1934) nascido na Bielo Rússia. 9 Piaget, Jean –psicólogo,biólogo- l896/1980 nascido na Suíça
16
CAPÍTULO II
AVALIAÇÃO ATRAVÉS DAS COMPETÊNCIAS
O perfil do Avaliador
Como se faz? Para que se faz? E quem faz
Pegar o que você já tem e transformar em alguma coisa nova
também é CRIATIVIDADE. Isso não significa copiar literalmente o trabalho de
outra pessoa; mas qualquer criação se baseia em alguma coisa já vista. O que
você pode transformar em algo novo?
Que tal transferir um pouco do seu conhecimento para as outras
pessoas? Um dos principais diferenciais que determinam o sucesso é ser ou
não capaz de aprender com as experiências dos outros. Que tal contribuir para
o sucesso de quem você deve amar? = Seus alunos!!!
Você precisa encontrar as suas próprias soluções. Não adianta
ficar recorrendo ao conselho dos outros; porque duas situações nunca são
iguais. Use a experiência dos outros principalmente dos mais velhos., mas não
esqueça dos mais novos; mas ache o seu caminho com competência .
Não existe nada mais perigoso do que falar uma coisa e agir ao
contrário.
Preste atenção para ver se seus atos estão realmente coerentes
com suas palavras.
O momento exige que você deixe um pouco de lado a ambigüidade
de agir. As turmas de Progressão estão pedindo planejamento e soluções
práticas e realistas para os seus problemas.
17
Lembrando 10Lavoisier , “nada se cria nesta vida , tudo se
transforma” portanto, não se assuste com as aparências, as coisas estão
mudando e você tem como missão auxiliar a mudança, adaptando-se o mais
rápido possível.
O que você tem aprendido das experiências que está vivendo neste
momento?Nós passamos pelas experiências para podermos perceber como
está a nossa interação com o mundo (visão holística) . O que o mundo vem
respondendo a você? Fique no básico, no simples e essencial, afinal, quanto
mais simples você tornar sua prática, mais fácil será administra-la.
Para isso teremos que trabalhar as nossas competências, tendo
nossas formas de pensar, planejar mudanças de atitudes com paciência e
perseverança, chegaremos ao conhecimento total ou seja a
transdisciplinalidade, como Jean Piaget nos anos 70 utilizou para designar um
passo adiante na relação interdisciplinar, aonde se usam as diversas ciências
como arte, a literatura, a poesia e a experiência interior do ser humano
buscando o que é comum em todos os saberes e pensares estaremos
vivenciando, tendo uma visão holística e conseguindo alcançar o nosso
objetivo, a nossa meta e que é fazer com que o nosso alunado tenha uma
aprendizagem permanente.
11Philippe Perrenoud nos fala de que devia haver competências
desde a escola construindo os nossos saberes através do tempo capacitando-
nos para a representação da realidade e armazenamento de experiências ao
longo de nossa formação.
10 Lavoisier, Antonio-cientista- conhecido como o Pai da Química Moderna: “Na natureza nada se cria, tudo se transforma” 11 Perrenoud, Philippe- construir as competências desde a escola – Armed Editora-pg 7 – ll e 12 -1999
18
12 Perrenoud dá exemplos que se precisa de conhecimento bastante
profundo para:
- Analisar um texto e reconstruir as intenções do autor;
- Traduzir de uma língua para outra;
- Argumentar com a finalidade de convencer alguém cético ou um
oponente;
- Construir hipótese e verificá-la;
- Identificar, enunciar e resolver um problema cientifico;
- Detectar uma falha no raciocínio de um interlocutor;
- Negociar e conduzir um projeto coletivo.
(p.7)
No ensino fundamental, a formação das competências é, em certo
sentido, mais evidente e envolve os chamados”savoir-faire” (Saber- fazer)
elementares: ler, escrever, etc.A partir dos oito anos, as disciplinas
multiplicam-se, e a problemática conhecimento-competências aproxima-se do
ensino médio...
...As competências estão no fundamento da flexibilidade dos sistemas e das
relações sociais...
...A explicação mais evidente consiste em invocar uma espécie de estágio
como o mundo do trabalho apropriou-se da noção de competência, a escola
estaria seguindo seus passos, sob o pretexto de modernizar-se e de inserir-se
na corrente dos valores da economia de mercado. Como gestão dos recursos
humanos, busca da qualidade total, valorização da excelência, exigência de
uma maior mobilidade dos trabalhadores e da organização do trabalho ...(ps 11
e 12)
O significado da aprendizagem da identificação e o encontro dos
conhecimentos pertinentes é que constitui na construção de uma competência.
Através de uma série de parâmetros integrando de forma ágil pode-se agir de
12 Perrenoud, Phylippe-psicólogo e professor na Faculdade de Psicologia e ciências da Educação da Universidade de Genebra. http://www.chpesquisas.hpg.ig.com.br/edec/educ/4.htm 16/12/02
19
forma competente e resolver certos problemas simples quando se é
especialista.
13Quanto mais especialista, menor o raciocínio e maior o apelo para
conhecimentos pertinentes e funcionalmente estruturados.(Bastien, 1997,p.8)
p.27.
Com discernimento e mobilização de conhecimentos é que se
constrói as competências.
O sistema educacional está evoluindo rumo ao desenvolvimento de
competências sendo difícil pois acarreta em seguir determinadas posturas que
é o da transformação de programas, das didáticas, da AVALIAÇÃO do
funcionamento das classes (ou turmas), dos estabelecimentos e do ser
“professor” e do ser “aluno”.
A uma prática social complexa, fundamentalmente, está ligada a
toda competência. Dando significado a um conjunto de gestos, posturas e
palavras inscritas na prática conferindo sentido e continuidade.
As competências ditas transversais são extraídas de práticas sociais
e situações problemáticas.
As características universais da ação humana caracteriza a ação
técnica de:ler, escrever, observar, comparar, calcular, antecipar, planejar,
julgar, avaliar, decidir, comunicar, informar, explicar, argumentar, convencer,
negociar, adaptar, imaginar, analisar, entender, etc.; tornando essas ações de
forma interativa, simbólica, não-programada; tornando-se objetos de decisões e
de transições.
13 Perrenoud, Philippe – construir as competências desde a escola – Artmed – editora –p.(27)
20
Que tipo de seres humanos a escola quer formar? Disso dependerá
a escolha das competências transversais a serem desenvolvidas chegando a
uma formação: pluri, inter e transdisciplinar; a questão é saber qual concepção
das disciplinas escolares adota de qualquer maneira as competências
mobilizam conhecimentos dos quais parte é de ordem disciplinar. Defendo
cruzamentos, de integração e cooperação disciplinar desde a escola para se
alcançar a transdisciplinalidade.
A reflexão feita pelo autor é de que se faz através da honestidade
de se dizer que a utilidade das disciplinas escolares não vai além de ler,
escrever e contar para aqueles que não continuam seus estudos, isto
historicamente porque só se vai além quando se seguem aos estudos
superiores; não se importando que a finalidade desses ciclos de aprendizagem
deveriam ir além para que a diversidade dos destinos escolares ou até mesmo
social lhe oportunizem a alcançarem patamares mais elevados nos níveis de
aprendizagem, integrando-os a esta mesma sociedade que lhes exclui.
Aos incluí-los dever-se-ia trabalhar contextualmente um elevado
nível de abstração, dando-lhes competências de se chegar às múltiplas
interpretações quando usadas as expressões: saber comunicar, raciocinar,
argumentar, negociar, organizar, aprender, procurar informações, conduzir uma
observação; construir uma estratégia, tomar ou justificar decisão, dando
consistência à missão da escola na formação da mente chegando às múltiplas
competências.
... O sistema educacional só pode formar em competências desde a escola se
a maioria dos professores aderir livremente a essa concepção de sua tarefa.
(p.52)
Para que a pedagogia das competências dê certo é preciso que os
professores se identifiquem em:
- considerar os conhecimentos como recursos a serem mobilizados;
- trabalhar regularmente por problemas;
21
- criar ou utilizar outros meios de ensino;
- negociar e conduzir projetos com seus alunos;
- adotar um planejamento flexível e indicativo e improvisar;
- implementar é explicitar um novo contrato didático;
- praticar uma avaliação formadora em situação de trabalho;
- dirigir-se para uma menor compartimentação disciplinar.
(p.53).
As competências são construídas através do exercício de situações
complexas para que haja essa formação de competência tem que se passar de
uma lógica de ensino para uma lógica de treinamento através da revolução
cultural.
Apesar de movimentos de escola nova e de pedagogias ativas de
abordagens construtivas,interacionistas e sistêmicas nas ciências da educação
continuam os modelos transmissivos e associacionistas, com certa freqüência.
Trabalhar com a teoria das competências trata-se de “aprender,
fazendo, o que não se sabe fazer”, a bela fórmula de Phillippe Meirieu (1996).
As tarefas propostas deverão ter as soluções, construídas em sua zona de
desenvolvimento próxima (ZDP) e apoiar-se no campo conceitual com uma
certa familiaridade. Há uma negociação e condução dos projetos com os
alunos que se lhe tornem significativos e mobilizadoras; dando-lhes vez e voz
estar-se-á respeitando suas individualidades e implicando um maior número de
alunos engajados nesses processos de projeto ou solução de problemas,
sendo um processo democrático, estimulando a mediação e o debate
chegando a lógica do sucesso. Este é um projeto didático flexível pois se sabe
como começa, mas não se sabe como termina.
A abordagem por competências gira em torno de importantes
conhecimentos fazendo menos coisas e dedicando-se a uns pequenos
números de situações fortes e fecundas;tendo-se que usar paciência e
perseverança.
22
O aluno tem direito a ensaios e erros sendo convidado a expor suas
dúvidas, participando coletivamente a construir, simultaneamente, novas
competências. As competências são um processo norteado pela implicação
na tarefa tendo um valor facilitador.
O trabalho escolar tem que ter uma abordagem transparente quanto
à contribuição concreta para a progressão do trabalho coletivo.O trabalho tem
que se dar de forma cooperativa mobilizando o grupo e solicitando várias
habilidades, no âmbito da divisão do trabalho e na coordenação das tarefas de
uns e de outros.
Tem que se ter tenacidade (perseverança) até chegar a conclusão
total que se pode dar logo após a proposta ou levar até vários dias ou semanas
para conclusão.
Tem que se ter responsabilidade pois se algum aluno abandonar o
projeto, isso iria prejudicar a todo o grupo e não só a ele . A abordagem por
competências o insere em um tecido de solidariedade limitada sua liberdade de
rota.
É através das abordagens de competências que se está querendo
beneficiar, prioritariamente, os alunos que fracassam na escola, por isso está
havendo as capacitações em serviço para os professores regentes das turmas
de Progressão I e II, dos Professores dos ciclos de formação e dos
Coordenadores Pedagógicos.Criaram-se novas formas de avaliar para tal
abordagem de competências, tendo como um pacto entre escola (professor e
aluno) e família; dando-se através de relatórios, portfólios, observações de
produções; pois esta avaliação é complexa, personalizada e implicada no
trabalho de formação de aprendizagem propriamente dita, visando uma
continuidade dentro do processo responsabilizando-se todos os pares:
professor,alunos e responsáveis (comunidade escolar), para que haja a
23
verdadeira mudança é preciso que se rompa o círculo vicioso: quanto aos
modelos existentes : formação dos professores e formação dos alunos.
O ofício de professor e o de aluno e, até mesmo o dos
administradores e de outros profissionais que intervém na escola é
transformado através da abordagem por competências.
Qualquer reforma é uma aposta que neste caso deve-se assumir
coletivamente, solidarizando-se entre pais e professores e de toda a
comunidade profissional.
Uma questão individual é a razão pedagógica mas cabe dizer que
aqui se deva dar na coletividade para poder ousar e conseguir os avanços pois
será mais fecunda a participação de um processo coletivo no âmbito de uma
equipe ou no estabelecimento de uma rede.
A seguir teremos as 10 competências de Philippe Perrenoud:
a)Competências dos Professores; de acordo com:14
l) Organizar e dirigir (animar) situações de aprendizagens:
- Conhecer, em uma determinada disciplina, os conteúdos a ensinar e sua
tradução em objetivos de aprendizagem.
- Trabalhar a partir das representações dos alunos.
- Trabalhar a partir dos erros e obstáculos à aprendizagem.
- Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas.
- Comprometer os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de
conhecimento.
Neste primeiro item os professores deverão dominar aquilo que irão
ministrar; sabendo exatamente qual o objetivo que quer alcançar.
2 – Administrar (gerir) a progressão das aprendizagens:
24
- Conceber e gerir situações-problemas ajustadas aos níveis e
possibilidades dos alunos.
- Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino primário.
- Estabelecer laços com teorias subjacentes às atividades de
aprendizagem.
- Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, segundo
uma abordagem formativa.
- Estabelecer balanços periódicos de competências e tomar decisões de
progressão.
Neste segundo item os professores deverão fazer suas
observações,para que a avaliação ocorra ao longo do processo, para que
possa tomar uma decisão de continuar ou não.
3 – Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação:
- Gerir a heterogeneidade dentro de uma classe.
- Ampliar a gestão da classe para um espaço mais vasto
- Praticar o apoio integrado, trabalhar com alunos em grande dificuldade
- Desenvolver a cooperação entre alunos e certas formas simples de
ensino mútuo.
Neste terceiro item os professores deverão saber lidar com a
heterogeneidade que se apresente dentro da turma. Trabalhar
diversificadamente quando se apresentar alunos com grandes dificuldades
formando grupos para um melhor atendimento.
4- Envolver (implicar) os alunos em suas aprendizagens e em seu
trabalho:
- Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com os
conhecimentos, o sentido do trabalho escolar e desenvolver a
capacidade de auto-avaliação na criança
14 Perrenoud, Philippe – Construir as competências desde aa escola – 1999 – Tradução Bruno Charles Magne
25
- Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos (conselho de classe ou
da escola) e negociar com os alunos diversos tipos de regras e
contratos
- Oferecer atividades de formação opcionais, a Ia carte
- Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.
Neste quarto item o professor deverá ser envolvente usando a auto-
estima do aluno; para que ele possa ser capaz de fazer sua auto-avaliação,
negociar regras de bom conviver dentro da turma, chegando também a
oferecer atividades que suscite o desejo de aprender.
5- Trabalhar em equipe:
- Elaborar um projeto de equipe, representações comuns
- Animar um grupo de trabalho, conduzir reuniões
- Formar e renovar uma equipe pedagógica
- Confrontar e analisar juntos situações complexas, práticas e problemas
profissionais
- Administrar crises ou conflitos entre pessoas.
Neste quinto item o professor deverá desenvolver a capacidade de
fazer parte de uma equipe ou seja ser capaz de dirigir ou conduzir reuniões
formando e/ou comandando grupos de trabalho onde numa hora poderá ser o
líder e em outra hora ser membro pesquisador de situações complexas ou
problemas pessoais ou pedagógicos:
6- Participar da administração (gestão) escolar:
- Elaborar, negociar um projeto da escola
- Gerir os recursos da escola
- Coordenar, animar uma escola com todos os parceiros (para escolares,
bairro, associações de pais, professores de língua e cultura de origem)
- Organizar e fazer evoluir, dentro da escola, a participação dos alunos.
26
Neste sexto item o professor deverá ser capaz de negociar e/ou
gerir projetos e recursos para a U.E.(Unidade Escolar). Assim como trazer a
participação não só da comunidade como dos próprios alunos para uma melhor
gestão.
7- Informar e envolver (implicar) os pais:
- Animar reuniões de informação e de debate
- Conduzir entrevistas
- Implicar os pais na valorização da construção dos conhecimentos.
Neste sétimo item o professor deverá fazer com que os pais
tenham conhecimento que os levem a valorizar a construção dos
conhecimentos, debatendo e conduzindo os diálogos que houve em reuniões
para isso.
8- Utilizar novas tecnologias:
- Utilizar softwares de edição de documentos
- Explorar as potencialidades didáticas dos softwares em relação aos
objetivos das áreas de ensino
- Promover a comunicação à distância através e da telemática
- Utilizar instrumentos multimídia no ensino.
Neste oitavo item o professor deverá se capacitar para usar o que
há de mais moderno, usando as novas tecnologias; o que há de mais novo na
multimídia; procurando as pesquisas que estão ocorrendo no mundo para que
lhe facilite o seu “trabalho”.
9- Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão:
- Prevenir a violência na escola e na cidade
- Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e
sociais
27
- Participar da implantação de regras da vida comum envolvendo a
disciplina na escola, as sanções e a apreciação de condutas
- Analisar a relação pedagógica, a autoridade, a comunicação em classe
- Desenvolver o sentido de responsabilidade, a solidariedade e o
sentimento de justiça.
Neste nono item o professor deverá desenvolver o senso crítico
usando sua experiência e engajamento nas lutas contra: as discriminações que
houverem; as violências surgidas dentro e fora da escola fazendo com que
seus alunos reflitam que as regras do bem viver é aquela que tenha:”Amor ao
próximo como a si mesmo”, com responsabilidade, solidariedade, justiça e
autoridade; uma máxima cristã.
10 – Administrar (gerir) a própria formação (continuidade):
- Saber explicitar as próprias práticas
- Estabelecer seu próprio balanço de competências e seu programa
pessoal de formação contínua
- Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe,
escola,rede)
- Envolver-se nas tarefas na escala de um tipo de ensino ou do DIP
- Acolher e participar da formação dos colegas.
Neste décimo item o professor deverá dar continuidade aos seus
estudos para que ao se capacitar forme novas competências e possa gerir
outras práticas que melhor irão desenvolver a capacidade de aprendizagem em
suas turmas.
O sonho de todos os educadores é ensinar a alunos diferentes
usando diferenciadamente método e coisas ao mesmo tempo e no mesmo
momento; desenvolvendo uma educação sob medida ou seja um ensino
individualizado ou uma pedagogia diferenciada para que não haja o fracasso
escolar mas sim o sucesso escolar.
28
15 “Por muito tempo, buscou-se a explicação para o fracasso escolar no aluno
ou em sua família a partir desse registro; passou-se progressivamente de uma
explicação pelas aptidões ou pelo dom a uma explicação pelo meio cultural,
admitindo que os recursos que o aluno mobiliza na escola não são a expressão
de um patrimônio genético, mas dizem respeito tanto a uma forma de herança
cultural quanto ao meio familiar durante os estudos”
(p.23)
“A explicação dá um passo , quando se percebe que as diferenças e as
desigualdades extra-escolares-biológicas, psicológicas, econômicas, sociais e
culturais – não se transformam em desigualdades de aprendizagem e êxito
escolar, a não ser ao sabor de um funcionamento particular do sistema de
ensino, de sua maneira de”tratar” as diferenças.”
(p.24 –25)
A pedagogia diferenciada tem como objetivo de dar a todos,
independente de sua origem social e seus recursos culturais, as chances de
aprendizagem.
Na política de democratização do saber exige-se a igualdade para
que haja uma transformação na sociedade escolar. Não é só o direito e dever
de formar-se garantido pela constituição mas sim ir-se muito além de aprender
a ler, escrever e contar.
Com a tomada de consciência da desigualdade, facilita o acesso
aos estudos descentralizados, oferecendo-se auxílios financeiros tais como as
“bolsas-alimentação” e outros; isto para que os alunos não se afastem das
escolas criando um número de evasão; para que estando em sala de aula
possa-se oportunizar uma avaliação adequada ao processo de aprendizagem
15 Tradução e Adaptação: Antonio Carlos Gomes da Costa pág 52 e 53. Construir novos saberes para as novas exigências. Perrenoud, Philippe Pedagogia diferenciada – Artmed Editora p. 23;24 e 25
29
que deverá se fundamentar em uma avaliação contínua ao longo do processo
do Projeto de estudo-Turmas de Progressão.
Estas turmas são formadas por alunos de multi-idades por isso
origina uma nova abordagem centrada no aluno, começando a saber o que não
se deve fazer, pois quando se erra deve-se aprender com este erro para seguir
um novo caminho de acerto.
Neste caso o professor passa a ser o mediador “como organizador
de situações de aprendizagem mais do que como difusor de saberes”.
Ninguém aprende sozinho, tem que ter sempre um par que pode ser o
professor ou o colega do lado ou até mesmo a turma.
A aprendizagem dessas turmas se dará através do favorecimento
do trabalho por projetos, por pesquisas e por situações problemas, para que
estas atividades sejam mesmas geradoras de aprendizagem será necessário
uma situação desafiadora; esta vontade de aceitação ao desafio é uma
questão de sentir. A todo desafio existe três sentidos: 1o o de pensar; o 2o de
sentir e o 3o de agir; poderíamos dizer que primeiro usamos a cabeça
(cérebro), depois o coração e por fim os braços e as pernas para criar um
vínculo humano na nossa comunicação.
Com isso digo que todo saber em sala de aula deverá caber uma
transferência para o saber fora dos muros da escola, e vice-versa, dando-se aí
um reinvestimento de suas aquisições cognitiva em contextos variados, que de
acordo com “Le Boterf (1994,1997) chama de saber-mobilizar”, constituindo
uma verdadeira competência.
Piaget chamou de diferenciação, coordenação e generalização o
modo que se estabilizam os recursos cognitivos a ampliação dos
conhecimentos, as competências e os esquemas e as negociações didáticas
feitas entre aluno e professor.
30
16“A metacognição não é um negócio complicado! É o fato de efetuar um
retorno sobre seu próprio processo de aprendizagem e de interrogar, de
alguma maneira externa, com a ajuda de seus pares, de seus mestres e de
seus suportes culturais necessários, a própria dinâmica de transferência de
conhecimento. É uma maneira de trabalhar essa transferência deixando de
estar no processo, mas ficando diante do processo”.
(Meirieu, 1996, p.104) p.67
Faz parte do oficio de aluno enfrentar o desconhecido para que haja
transferência do conhecimento, para isto deve-se ser encorajado pelo professor
como um contrato didático como um trabalho de correspondência entre os
saberes e a situação do novo que se lhe apresentar dando-se aí o
“conhecimento do conhecimento” implícita ou explicitamente de acordo com as
suas necessidades escolares ou não.
Piaget chamou de esquema, Bordieu (1980) de habitus e Vergnaud
(1990,1996) de conhecimento-em-ato ; a uma aquisição incorporada, o saber-
mobilizar que está na raiz de toda competência que seria a capacidade que se
tem de produzir hipóteses de saberes constituídos ou constituíveis a partir dos
recursos individuais do sujeito (aluno- aprendiz).
A prática da pedagogia diferenciada dá-se na necessidade de
recolocar ou reorientar cada aluno para uma atividade própria para ele.
Educação é a mobilização que faz com que o aluno se torne um
aprendiz, através de dispositivos didáticos precisos, numa constante
observação formativa, numa organização e numa gestão eficaz da turma.
Dependendo da competência profissional haverá uma proximidade, uma
cumplicidade, uma aproximação e uma estima recíproca entre professor e
aluno.
16 Perrenoud,Philippe- Pedagogia Diferenciada das intenções à ação - Artmed Editora p.67
31
Perrenoud distingui a autonomia do professor aumentando ou
atenuando a distância induzida pela instituição através dos três grandes
domínios:
1) a relação com a cultura e com o saber;
2) os gostos e as cores;
3) as normas e a civilidade.
17 Charlot (1997) propõe a delimitação da noção do domínio de
saber:
• A relação com o saber é a relação com o mundo , consigo mesmo
e com o outro de um sujeito confrontado com a necessidade de
aprender.
• A relação com o saber é o conjunto (organizado) das relações que
um sujeito mantém com tudo que diz respeito do “aprender” e ao
saber.
• Ou , sob uma forma mais “intuitiva”, a relação com o saber é o
conjunto das relações que um sujeito mantém com um objeto, um
“conteúdo do pensamento”, uma atividade, uma relação
interpessoal, um lugar, uma pessoa, uma situação, uma ocasião,
uma obrigação, etc., ligados, de algum modo, ao aprender e ao
saber-sendo, por isso mesmo , relação com a linguagem, relação
com o tempo, relação com a atividade no mundo, relação consigo
mesmo como mais ou menos capaz (Charlot, 1997, p.93-94) p.75
Para que se dê a relação entre o saber do professor e dos alunos,
deverá haver uma cumplicidade, uma aproximação e um respeito um pelo
outro, visivelmente quando os interesses estão em jogo, ou seja, o do saber
(aprender) e o de ensinar (transmitir) aí se dará à transferência de saberes.
17 Perrenoud, Philippe – Pedagogia Diferenciadas das intenções à ação – Artmed –Editora –p.75
32
As classes com grupo de multiidades poderão enfrentar o problema
da aprendizagem através do trabalho por ateliês (ou subgrupos), ou dar a todos
um plano de trabalho pessoal e aproveitar o tempo para oferecer uma situação
sob medida para uma ou um grupo de crianças, também se deve ter a
cumplicidade dos pais e/ou responsáveis para entender o tipo de trabalho que
se está propondo tanto entre os alunos e os seus pares.
Há regras pré-estabelecidas; pactos entre o professor e o aprendiz
(aluno), construindo um savoir-faire pedagógico e didático saindo da aula
tradicional havendo assim uma interação entre os dois.
As razões que se apresentam a se trabalhar com grupos é a
necessidade de pertinência, identificação, socialização, aprendizagem da vida
grupal, e a importância das interações na construção dos saberes.
A aprendizagem não se dá por si só, há necessidade dos outros
como oponentes ou como parceiros no coletivo para que se aprenda qualquer
coisa e aí se dê a devida competência do saber. 18 Andar em direção a um
nível sem precedentes de competências profissionais é visar a um salto
qualitativo; é mexer, portanto, com a identidade profissional.
(p.165)
O educador atual tem que ter criatividade, responsabilidade; investir
na sua aprendizagem com cursos de capacitação, de graduação e/ou pós-
graduação; ser pesquisador para que com esses novos conhecimentos possa
flexibilizar os conhecimentos ministrados a suas turmas regentes pois a
heterogeneidade das mesmas é sempre um desafio.
b) As 7 (sete) competências básicas que devem ser desenvolvidas nos
alunos.19Bernardo Toro, filósofo e educador colombiano.
18 Perrenoud, Philippe –Pedagogia diferenciada das intenções = ação – Artmed Editora 19 Toro, Bernardo – Vice-presidente de relações da Fundação social – Colômbia. Código da Modernidade – Nova Escolas – agosto 2002- no 154 em jan/fev 2002 no 198
33
Recentemente, ele acrescentou uma oitava : “criar no estudante
uma mentalidade internacional”.
Bernardo Toro, chamou estas competências de 20 “Códigos da
Modernidade” que são as “Capacidades e competências mínimas para
participação produtiva no século XXI”.
1 – Domínio da Leitura e da Escrita
• Para se viver e trabalhar na sociedade altamente urbanizada e
tecnificada do século XXI será necessário um domínio cada vez maior
da leitura e da escrita. As crianças e adolescentes terão de saber
comunicar-se usando palavras, números e imagens.
• Por isso, os melhores professores, as melhores salas de aula e os
melhores recursos técnicos devem ser destinados às primeiras séries do
ensino fundamental. Saber ler e escrever já não é um simples problema
de alfabetização, é um autêntico problema de sobrevivência.
• Todas as crianças devem aprender a ler e escrever com desenvoltura
nas primeiras séries do ensino fundamental, para poderem participar
ativa e produtivamente da vida social.
Neste primeiro item o estudante não tem que ser um mero
“papagaio” repetindo tudo que se apresente e nem fazendo
“cópias”...”cópias”...Ele deve entender que ao “dominar” a leitura e a escrita,
eles teriam a facilidade de se comunicar, expressando os seus sentimentos e o
seu pensar; conseguindo assim um melhor lugar na sociedade, aprendendo
nas primeiras séries do ensino fundamental.
2 – Capacidade de Fazer Cálculos e de Resolver Problemas
• Na vida diária e no trabalho é fundamental saber calcular e resolver
problemas.
20 Perrenoud, Philippe – Pedagogia Diferenciada – das intenções à ação – artmed editora - 2000
34
• Calcular é fazer contas.Resolver problemas é tomar decisões
fundamentadas em todos os domínios da existência humana.
• Na via social é necessário dar solução positiva aos problemas e às
crises. Uma solução é positiva quando produz o bem de todos.
• Na sala de aula, no pátio, na direção da escola, é possível aprender a
viver democraticamente e positivamente, solucionando as dificuldades
de modo construtivo e respeitando os direitos humanos.
Neste segundo item o que se apresenta é que na sua vida social ao
se lhe apresentar problemas deveria saber resolvê-los tomando decisões para
uma solução positiva e isto envolve o raciocínio lógico da Matemática, dando
um bem estar sempre que se resolve ou seja soluciona uma dificuldade,
construtivamente respeitando os direitos e os deveres de todos.
3 – Capacidade de Analisar, Sintetizar e Interpretar Dados, Fatos e
Situações
• Na sociedade moderna é fundamental a capacidade de descrever,
analisar e comparar, para que a pessoa possa expor o próprio
pensamento oralmente ou por escrito.
• Não é possível participar ativamente da vida da sociedade global, se não
somos capazes de manejar símbolos, signos, dados, códigos e outras
formas de expressão lingüística.
• Para serem produtivos na escola, no trabalho e na vida como um todo,
os alunos deverão aprender a expressar-se com precisão por escrito.
Neste terceiro item os alunos irão mostrar a sua participação ativa
na sociedade; expressando-se com precisão, descrevendo, analisando e até
mesmo comparando símbolos, signos, dados, códigos ou qualquer forma de
expressão oral ou escrita.
35
4- Capacidade de Compreender e atuar em seu Entorno Social
• A construção de uma sociedade democrática e produtiva requer que as
crianças e jovens recebam informações e formação que lhes permitam
atuar como cidadãos. Exercer a cidadania significa:
Ser uma pessoa capaz de converter problemas em
oportunidades.
Ser capaz de organizar-se para defender seus interesses e
solucionar problemas, através do diálogo e da negociação,
respeitando as regras, leis e normas estabelecidas.
Criar unidade de propósitos a partir da diversidade e da diferença,
sem jamais confundir unidade com uniformidade.
Atuar para fazer do Brasil um estado social de direito, isto
é,trabalhar para fazer possíveis, para todos, os direitos humanos.
Neste quarto item os alunos serão capazes de exercer o seu papel
de cidadão participativo e crítico.
Usar a sua cidadania para que através do diálogo e da negociação
consiga solucionar problemas que se lhe apresentem respeitando os direitos e
deveres de todos.
5 – Receber Criticamente os Meios de Comunicação
• Um receptor crítico dos meios de comunicação (cinema, televisão,
rádios, jornais, revistas) é alguém que não se deixa manipular como
pessoa, como consumidor, como cidadão.
• Aprender a entender os meios de comunicação nos permite usa-los para
nos comunicarmos à distância, para obtermos educação básica
profissional, articulando- nos em nível planetário, e para conhecermos
outros modelos de convivência e produtividade.
• Os meios de comunicação não são passatempos. Eles produzem e
reproduzem novos saberes, éticas e estilos de vida.Ignora-los é viver de
costas para o espírito do tempo em que nos foi dado viver.
36
• Todas as crianças, adolescentes e educadores devem aprender a
interagir com as diversas linguagens expressivas dos meios de
comunicação, para que possam criar formas novas de pensar, sentir e
atuar no convívio democrático.
Neste quinto item os alunos deverão utilizar criticamente estes
meios, fazendo-se respeitar como cidadão que ao se sentir prejudicado utilize
os meios cabíveis para reclamar usando da sua prerrogativa de cidadão
inserido em uma comunidade que tem direitos e deveres, com ética, onde o
direito de um começa onde o do outro termina.
6 – Capacidade Para Localizar, Acessar e Usar Melhor a Informação
Acumulada
• Num futuro bem próximo, será impossível ingressar no mercado de
trabalho sem saber localizar dados, pessoas, experiências e,
principalmente, sem saber como usar essa informação para resolver
problemas. Será necessário consultar rotineiramente bibliotecas,
hemerotecas, videotecas, centros de informação e documentação,
museus, publicações especializadas e redes eletrônicas.
• Descrever, sistematizar e difundir conhecimentos será fundamental.
• Todas as crianças e adolescentes devem, portanto, aprender a manejar
a informação.
Neste sexto item, os alunos deverão se tornar um alfabetizado
digital e pesquisador para conseguir a informação, mais rápida; isto tudo para
que seja inserido no Mercado de Trabalho.
7 – Capacidade de Planejar, Trabalhar e Decidir em Grupo
• Saber associar-se, saber trabalhar e produzir em equipe, saber
coordenar, são saberes estratégicos para a produtividade e
fundamentais para a democracia.
37
• A capacidade de trabalhar, planejar e decidir em grupo se forma
cotidianamente através de um modelo de ensino-aprendizagem
autônomo e cooperativo (Educação Personalizada em Grupo)
• Por esse método, a criança aprende a organizar grupos de trabalho,
negociar com seus colegas para selecionar metas de aprendizagem,
selecionar estratégias e métodos para alcançá-las, obter informações
necessárias para solucionar problemas, definir níveis de desempenho
desejado e expor e defender seus trabalhos.
• Na Educação Personalizada em Grupo,com apoio de roteiros de estudo
tecnicamente elaborados, a capacidade de decidir, planejar e trabalhar
em grupo vai se formando à medida e em que se permite à criança e ao
adolescente ir construindo o conhecimento.
• Nestas pedagogias auto-ativas e cooperativas, o professor é um
orientador e um motivador para a aprendizagem.
Neste sétimo item, os alunos se capacitarão para trabalharem
autonomamente e cooperativamente, planejando e decidindo
coordenadamente para se alcançar uma produtividade estratégica que é
fundamental para a democracia.
Neste item o professor é um orientador e/ ou motivador para a
aprendizagem, podendo criar-se aí as monitorias ou lideranças de estudos.
c) As competências que os alunos deverão ter ao serem avaliados perante a
SME (Secretaria Municipal de Educação) da cidade do Rio de Janeiro.
1) Domínio da Leitura e da Escrita:
(compreensão e expressão de sentimentos, idéias e opiniões e
conhecimentos através das diferentes linguagens; avanços na leitura e na
escrita e capacidade de argumentação)
38
2) Capacidade de Fazer Cálculos e de Resolver Problemas:
(construção de conceitos matemáticos: números, operações, medidas e
espaço; desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático; postura diante de
desafios e na solução de problemas).
3) Capacidade de Compreender e Atuar em seu Entorno Social:
(Relações de casualidade entre acontecimentos/ situações sociais,
considerando tempo, espaço e grupo, fenômenos físicos e naturais e
percepção de possibilidades de atuação).
4) Capacidade Para Localizar, Acessar e Usar Melhor A Informação
Acumulada:
(Capacidade de buscar informações e de organiza-las como coerência e de
posicionar-se criticamente; curiosidade e capacidade de observação)
5) Capacidade de Planejar, Trabalhar e Decidir Em Grupo:
(Respeito à diversidade e capacidade de diálogos; desenvolvimento da
autonomia; atitudes de cooperação; responsabilidade; interesse e empenho
nas tarefas individuais e coletivas)
6) Auto – conceito:
(consciência da própria capacidade de aprender; auto-estima; cuidados
pessoais e com o ambiente).
Para a SME (Secretaria Municipal de Educação) da cidade do Rio
de Janeiro além da informação existe a formação ética que norteia a
avaliação, como: respeito aos direitos e deveres, interesse, assiduidade,
organização e bom relacionamento com os professores e colegas; tentando
usar as novas tecnologias de comunicação e de Informação (NTCI).
De acordo com a resolução 776 de 08/04/2003 os alunos deverão
obter os conceitos após a avaliação do processo a cada Bimestre:
39
Conceitos
O (ótimo) – Quando o aluno atingir os objetivos propostos para o período e
revelar envolvimento nas tarefas, interesse, assiduidade, organização e
bom relacionamento com os professores e colegas.
MB (Muito Bom) – Quando o aluno atingir os objetivos propostos para o
período e necessitar de um trabalho pedagógico em relação a um ou mais
dos seguintes aspectos:envolvimento nas tarefas, interesse, assiduidade,
organização e bom relacionamento com os professores e colegas.
B (Bom) – Quando o aluno atingir parcialmente os objetivos propostos para
o período e revelar envolvimento nas tarefas, interesse, assiduidade,
organização e bom relacionamento com os professores e colegas.
R (Regular) – Quando o aluno atingir parcialmente os objetivos propostos
para o período e necessitar de um trabalhado pedagógico em relação a um
ou mais dos seguintes aspectos: envolvimento nas tarefas, interesse,
assiduidade, organização e bom relacionamento com os professores e
colegas.
I (Insatisfatório) – Quando o aluno não atingir os objetivos propostos para
o período.
Nesta mesma resolução ficou aditada que além do Conceito I
(insatisfatório);a não assiduidade reterá o aluno em qualquer etapa do
ensino.Por isso há uma fiscalização quanto as faltas dos alunos, pois com
isso não haverá aprendizagem que se quer alcançar e os responsáveis são
comunicados através de telefonemas, cartas registradas, para que não haja
omissão a esse respeito.
40
CAPITULO III
3 – Observação “in locum”
UM DIAMANTE DE 12 FACES
Inverno muito frio, muito trabalho e dor.
Uma pedra bruta, aos poucos lapidada
Por mãos calejadas,
O suor, a dor, a saudade e, em certos dias,
Dentro do mais íntimo
Sentimento, até lágrimas!
A primavera rompe o gelo.
O calor aos poucos curte a pele
E descongela a alma.
O primeiro brilho surge aos poucos
Com habilidade e precisão de um mestre.
A pedra se torna um brilhante
Com brilho próprio, quase azul.
Doze faces,
Doze pontas.
Ás vezes parece uma,
Outras, um conjunto de luzes ofuscantes,
41
Que como um arco-íris espalha colorido pelo céu.
Doze faces,
Uma única luz, que com seu brilho
corta e quase cega
Olhos fechados, uma única
coisa.na mente.
Doze faces, doze guerreiros,
Uma pedra,
Um diamante que conquistou o mundo!
Autor: Giovane, o poeta do esporte, jogador da Seleção
Brasileira do Vôlei.
3.1- Dados estatísticos para que haja observações das aulas
De acordo com o quadro de desempenho do município ao final do
ciclo ano 2002 para 2003 houve uma retenção de 25% (17% + 8%) indicadores
III e IV e 52% (35% + 17%) indicadores III e IV na Progressão I havendo aí a
retenção de alunos que continuaram não alfabetizados tendo que ir ou
permanecer na Progressão I quanto as habilidades que deveriam ser
desenvolvidas, e no quadro de faltas temos 6% ao final do ciclo e 11% na
Progressão I, com isto verificamos que a não assiduidade contribuiu também
para a não aprendizagem (ver em anexo Desempenho do Município do Rio de
Janeiro I e II) do número de alunos ingressos na Progressão I (classe de
alfabetização) e 22% foi para a 3a série, isto tudo no universo das turmas do
município do Rio de Janeiro. O percentual de faltas ao final do ano de 2002
aumentou tanto ao final do ciclo (1%) quanto na Progressão I (5%) por isso
também a não alfabetização que é o que se quer não se
42
concretizou.Comparando essas turmas a uma grande viagem como Perrenoud
preconiza em seu livro “Pedagogia Diferenciada” das intenções à ação/2000 –
trad.Patrícia Chittoni Ramos p.133 e Jussara Hoffmann em seu livro “Avaliar
para promover: as setas do caminho ) nós educadores fazemos um
planejamento com :1o os preparativos ( o que vamos levar para a viagem e o
que vamos encontrar-as expectativas), depois ao chegar a turma ( o caminho
que iremos seguir e os meios ou métodos que iremos usar); quando chegamos
a turma propriamente dita em alguns momento temos que tomar “atalhos” e
depois mais à frente retornamos a rota inicial e chegaremos ao final com os
sucessos alcançados que é o nosso objetivos primordial, para isso devemos
nos despojar de nossas vaidades humanas e com a premissa que é com a
humildade que nós educadores devemos aprender e apreender conhecimentos
para que com amor, paciência e perseverança se vença a longa estrada que
todos nós no nosso ofício de professor e no ofício de aluno devemos percorrer
pois haverá sempre uma troca ou seja uma transferência de saberes entre
esses pares.
3.2– As aulas por mim observadas.
Como no poema “Um Diamante de 12 faces” em que o autor Giovane
compara seu time de vôlei à um diamante de 12 faces; em que o calor aqui se pode
comparar ao amor; a habilidade com a perseverança; a luz com a paciência e as doze
faces que ele compara aos doze guerreiros, poderíamos compará-los a nossa turma com
os nossos guerreiros do dia-a-dia. Teremos a seguir o perfil de uma das
duas turmas pesquisadas e as observações feitas em sala de aula com o respectivo
profissional que está a frente da mesma.
Um breve histórico:
Esta turma teve só nestes 4 (quatro) meses (fevereiro a maio/2003)
com 4(quatro) professores anteriormente sendo 2 (duas): a coordenadora
Pedagógica e a professora de Sala de Leitura; para finalmente chegar a atual
(5a professora) que agora está gerindo a aprendizagem da mesma.
43
Esta profissional é uma educadora que usa o tripé de :
AMOR
PACIÊNCIA PERSEVERANÇA
Isto tudo calcado na minha visão de cristã na trilogia: Deus Pai,
Deus Filho, Deus Espírito Santo; pois ela transforma o seu mister em uma nova
alegria a cada dia, mesmo tendo aborrecimentos que haja, pois, por sermos
seres humanos temos os nossos dias de não muita felicidade.
Houveram várias visitas nesta turma para as observações e o
sentimento que tive foi que a turma está muito bem entregue, foi como um
presente de filho para mãe, pois tivemos a certeza que esta educadora irá dar
conta do recado. Já houve um COC (Conselho de Classe) para que
pudéssemos sentir que as setas do caminho que Jussara Hoffmann tão bem
indica está sendo seguidos e que deverão ser alcançados no final do ano
letivo.Devemos esclarecer que nesta turma tem um aluno integrado com
STDAH (Síndrome de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiper-atividade) que
está se dando bem na turma e se identificando com a professora e também
tem uma aluna DF (Deficiente física) que precisa de ajuda para subir até o
terceiro andar pois usa aparelhos nas pernas.
Cabe-nos ainda explicitar o tripé dito anteriormente:
AMOR – (s.m) afeição profunda, afeto a pessoas ou coisas, entusiasmo, favor,
graça, mercê, em atenção à paixão.
PACIÊNCIA – (s.f.) qualidade de paciente, resignação, perseverança tranqüila,
nome de vários entretenimentos com cartas de jogar.
PERSEVERANÇA – (s.f) qualidade ou ato do que é perseverante.
44
(Perseverar- (v.) persistir, continuar, conservar-se firma e constante, ter
firmeza, permanecer sem se mudar ou variar de intento)
Esta turma começou com 22 alunos sendo que 1 (um) aluno foi
transferido, permanecendo até o presente momento com 21 alunos; destes
alcançaram os seguintes conceitos: 2 (dois) B ou seja 10%; 10 (dez) R ou seja
47% e (nove) I ou seja 43%.
O amor, a paciência e a perseverança estão sempre presentes pois
o que vemos em sala de aula é uma crescente auto- estima que vem se
fortalecendo com o que é dividido; multiplicando os interesses e a
aprendizagem.
Essa turma foi formada com alunos da própria UE (Unidade
Escolar) a minoria, e de outras que não tinham ou não puderam formar uma
turma para absorver, estes alunos com déficits de aprendizagem, alguns eram
totalmente nulos ou seja não tinham nenhum conhecimento alfabético, alguns
tinham um pequeno resquício. A professora atual buscou as habilidades e
43%
10%
47% I B R
45
competências sociais que eles traziam para começar com a aprendizagem
propriamente dita.
1a) Observação “in locum” 10/042003
Numa dessas minhas visitas de observação cheguei e encontrei a
turma toda alvoroçada, pois ao chegarem a sala de aula encontraram um texto
no quadro de giz deixado pela turma do Supletivo que não o tinha apagado. Ao
que a professora sabiamente aproveitou perguntando o que eles estavam
vendo? Transcreverei a poesia. Falei em texto?Foi isto mesmo, depois eles
descobriram que era poesia.
título
1 Vi ontem um cho
2 Na imundície do pátio
3 Catando comida entre os detritos.
4 Quando achava alguma coisa,
5 não examinava nem cheirava:
6 Engolia com voracidade.
7 O cho não era um
8 Não era um ,
9 Não era um
47 palavras
O bicho
bi
cãobi
gato
rato
46
10 O cho, meu Deus, era um
(Manuel Bandeira) autor
A professora leu o texto, chamando a atenção das palavras
“diferentes”
Daí partiram para a discussão sobre a “fome”, sobre o “lixo”, a
“contaminação”, chegando a “guerra” (Iraque) e a importância da água.
A professora contou as frases e numerou-as. Neste momento um
aluno falou que ela havia pulado uma frase que na realidade era o “título” que
ela explicou o que era e ela trabalhou o fonema “t”. Contaram as palavras que
era em número de 47.
Procuraram palavras com o fonema “b”.
Procuraram os nomes de animais e fizeram uma discussão e
chegaram a conclusão de que havia os que pensam e os que não pensam. Um
aluno descobriu que o “homem” é o que pensa. Sendo que 2 (dois) alunos
reclamaram: - “Não sou bicho”.
Com isto alcançaram mais uma competência, concluindo que na
natureza existe 3 (três) reinos: Animal, vegetal e mineral.
Falaram ainda das rixas que há entre os animais e fizeram a
discussão entre Guerra e Paz. Depois fizeram cartazes usando jornais e
revistas.
Nesta observação posso acrescentar que foram desenvolvidas as
seguintes competências quanto ao professor na visão de Phylippes
Perrenoud e utilizando a teoria de Vygotsky e a transdisciplinalidade
defendida por Paulo Afonso Ronca.
bi homem
47
a) Competência do professor (na visão de Phylippe
Perrenoud):
• Trabalhou a partir das representações dos alunos.
• Comprometeu os alunos em atividades de pesquisa, em projetos
de conhecimentos.
• Concebeu e geriu situações-problema ajustadas aos níveis e
possibilidades dos alunos.
• Estabeleceu laços com teorias subjacentes às atividades de
aprendizagem.
• Geriu a heterogeneidade dentro da classe.
• Praticou o apoio integrado, trabalhando com alunos em grande
dificuldade.
• Desenvolveu a cooperação entre os alunos e certas formas
simples de ensino mútuo.
• Suscitou o desejo de aprender, explicitou a relação com os
conhecimentos, o sentido do trabalho escolar e desenvolveu a
capacidade de auto-avaliação na criança
• Elaborou um projeto de equipe.
• Preveniu a violência na escola e na cidade.
• Lutou contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas
e sociais.
48
• Desenvolveu o sentido de responsabilidade, a solidariedade e o
sentido de justiça.
b) Competências dos alunos (de acordo com os códigos de
Modernidade de Bernardo Toro)
• Domínios da Leitura e da escrita:
- facilitação da comunicação e expressão dos seus sentimentos e
pensamentos
• Capacidade de Fazer cálculos e de resolver problemas:
- fizeram contas e tomaram decisões fundamentados na vida social
produzindo uma solução positiva quanto ao confronto de GUERRA X PAZ .
• Capacidade de Analisar, Sintetizar, Interpretar dados, Fatos e
Situações:
- Expuseram seus próprios pensamentos, oralmente e por escrito;
participaram ativamente da vida social global.
• Capacidade de compreender e Atuar em seu Entorno social:
- Receberam informações e formações que lhe permitem atuar como
cidadãos para construir uma sociedade democrática e produtiva.
Converteram problemas em oportunidades de defender seus interesses de
aprendizagem através do diálogo e da negociação
• Capacidade de Planejar, Trabalhar e decidir em grupo:
49
- Souberam trabalhar e produziram em equipe, souberam coordenar os
seus saberes para atingir a produtividade, planejaram e decidiram em grupo
autônomo e cooperativo neste novo modelo de ensino –aprendizagem,
sabendo serem líderes ou pesquisadores.
Com isto eles conseguiram elevar a sua auto-estima, ter
consciência de sua capacidade de aprender.
2a) Observação “in Locum”: 15/04/2003
Numa outra oportunidade em visita a turma assisti a descoberta da
turma quanto ao vencimento das contas (da Light e Telemar) em dias e meses
e depois pelo aniversário (ano).Descobriram quem era mais novo e mais velho
através do ano, do mês e do dia dos aniversários fazendo uma linha de tempo
que foi afixada na parede.
Um aluno estava batucando com o lápis e a professora disse-lhe;
que ao fazer a ponta ,a grafite iria estar quebrada e que assim teria que gastar
muitas árvores para fazer outro e que isto iria levar muitos anos para nascer e
crescer outras árvores.
Outro aluno contou que participou de um jogo de futebol e que se
machucou. Com isto a professora conversou com a turma sobre a prevenção
de acidentes e os cuidados que se deve ter ao se machucar.
Neste dia havia eleição do Grêmio e a professora explicou o que
eles iriam encontrar no voto (cédula).
B de Brasil Ca de Carioca
P de Paz = a Casa
a azul A professora lembrou que havia uma diferença entre
al alegria as duas palavras que começavam iguais.
50
Foi discutido a importância do voto democrático, onde se pretende
que usemos a nossa cidadania para eleger quem vai nos representar nos
nossos direitos e também deveres.
Desceram até o refeitório onde havia a urna e depois de votarem, ao
chegarem na sala começaram a querer dizer em quem votaram, chegando a
um ou dois a dizê-lo; quando a professora intercedeu dizendo que o voto era
secreto e que ninguém deveria dizer de suas escolhas.
a) Com isto foram desenvolvidas as seguintes competências do professor
na visão de Phylippe Perrenoud.
• Suscitou o desejo de aprender, explicitando a relação com os
conhecimentos, o sentido do trabalho escolar e desenvolveu a
capacidade de auto-avaliação na criança.
• Trabalhou a partir das representações dos alunos.
• Geriu a heterogeneidade dentro de uma classe.
• Trabalhou a partir de erros e obstáculos da aprendizagem.
• Praticou o apoio integrado, trabalhando com alunos em grande
dificuldade.
• Concebeu e geriu situações-problema ajustadas aos níveis e
possibilidades dos alunos.
• Observou e avaliou os alunos em situações de aprendizagem,
segundo uma abordagem formativa.
b) Competências dos alunos (de acordo com os códigos da Modernidade
de Bernardo Toro):
1. Domínios da Leitura e da Escrita:
• Comunicaram-se usando palavras, números e
imagens, com isto puderam participar ativamente e
produtivamente na vida social (escolar)
51
2- Capacidade de Fazer Cálculos e de Resolver
Problemas:
• Aprenderam a viver democraticamente e
positivamente, solucionando as dificuldades de
modo construtivo e respeitando os direitos
humanos.
• Solucionaram positivamente na vida social ao
problema apresentado e as crises (falta de
energia, falta de água, ou outra) e que o não
pagamento é passível de corte, quando discutiram
sobre as taxas, ou seja, as contas que se lhes
foram apresentadas.
3- Capacidade de Compreender e Atuar em Seus
Entorno Social:
• Receberam informações e formações que lhes
permitiram atuar como cidadãos exercendo suas
cidadanias.
• Organizaram-se para defender seus interesses
respeitando as regras, leis e normas
estabelecidas.
Com isto os alunos demonstraram estar desenvolvendo
competências de vida em Sociedade pois com a sua participação na Eleição do
grêmio estarão a um passo de saber em um futuro próximo eleger os
dirigentes políticos com responsabilidade, respeitando as regras e leis vigentes
no país.
3a) Observação” in locum “ 29/04/03
A professora colocou no quadro de giz: “A história da coelha
Cacau”, pois estávamos na Semana da Páscoa.
52
“A Coelha Cacau”
Cacau anda muito ocupada.
A Páscoa está chegando!
Ela tem que fazer muitos ovos de chocolate.
Seus ovinhos são saborosos.
Eles são feitos com amor.
Um aluno começou a ler e depois outra aluna começou a ler e os
dois tentaram disputar quem lia mais rápido. Ele leu deliciosos e a professora
corrigiu pedindo que ele lesse prestando bastante atenção .E ele leu o que
realmente estava escrito saborosos.
Um aluno saiu e ao chegar empurrou a porta quase derrubando
quem estava fazendo ponta no lápis na lixeira.
A professora lembrou aos alunos o que tinham acordado
anteriormente quanto às regras do bom conviver e lembrou-o como se entra na
sala; como eles fazem, usando os gestos o que não era o correto.
Lembro que esta turma tem um aluno integrado com STDAH
(Síndrome de Transtorno de Déficit de Aprendizagem e Hiperatividade) e uma
aluna DF(deficiente física).
Um aluno lembrou que Jesus ressuscitou na Páscoa depois da
professora perguntar o que comemoramos na Páscoa.
A professora contou o que acontece na Páscoa e o que
comemoramos nesta semana. O aluno integrado, disse que Jesus tinha sido
judiado, chicoteado e falou também dos espinhos fazendo a interferência com a
professora
A professora continuou falando sobre os símbolos pascais. Depois
fizeram desenhos dos símbolos pascais e escreveram frases que iriam formar
uma história para posterior exposição de término de projeto.
53
A professora havia levado algumas (fotos) imagens dos símbolos
pascais para falar sobre a Semana Santa, que os alunos manusearam depois.
Falou-se também sobre o filme “Jesus Cristo” que iria passar na televisão na
Sexta-feira que estava sendo anunciado e foi lembrado do domingo que
antecedia que era o “Domingo de Ramos” e de “Sábado de Aleluia” que era o
dia de malhar o “Judas”
Neste dia pude observar as seguintes competências
desenvolvidas pelo professor na visão de Phylippe Perrenoud e utilizando a
Teoria de Vygotsky e a transdisciplinalidade defendida por Paulo Afonso
Ronca:
a) Competências do professor, na visão de Phylippe Perrenoud:
l) Organizar e dirigir situações de aprendizagem:
• Conhece a disciplina, os conteúdos a ensinar e traduziu em objetivos de
aprendizagem.
• Trabalhou a partir dos erros e obstáculos à aprendizagem.
• Comprometeu os alunos em projetos de conhecimento.
2) Gerir a Progressão das aprendizagens:
• Adquiriu uma visão longitudinal dos objetivos do ensino primário
(fundamental)
• Estabeleceu laços com teorias subjacentes às atividades de
aprendizagem.
• Observou e avaliou os alunos em situações de aprendizagem.
54
3) Implicar (envolver) os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho.
• Instituiu e fez funcionar um Conselho de alunos, negociando com os
mesmos, diversos tipos de regras e contratos.
4) Participar da Gestão da Escola.
• Geriu recursos da escola.
• Organizou e fez evoluir, dentro da escola, a participação dos alunos.
5) Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
• Participou da implantação de regras da vida comum envolvendo a
disciplina na escola, as sanções e a apreciação de condutas..
b) As Competências dos alunos; de acordo com os Códigos de
Modernidade de Bernardo Toro:
1) Domínio da Leitura e da Escrita
• Souberam comunicar-se usando palavras e imagens.
• Participaram ativa e produtivamente da vida social.
2) Capacidade de Compreender e Atuar em Seu Entorno Social
• Foram capazes de organizar-se para defender seus interesses e
solucionar problemas, através do diálogo e da negociação, respeitando as
regras, leis e normas estabelecidas.
• Criou unidade de propósitos a partir da diversidade e da diferença, sem
jamais confundir unidade com uniformidade.
55
3) Capacidade para Localizar, Acessar e Usar Melhor a Informação
Acumulada.
• Localizaram dados e informações.
• Descreveram, sistematizaram e difundiram conhecimentos.
• Aprenderam a manejar a informação.
4) Receber criticamente os Meios de Comunicação
• Aprenderam a entender os meios de comunicação que lhes permitem
usa-los para se comunicarem à distância.
• Aprenderam que os meios de comunicação não é só passatempo. Eles
produzem e reproduzem novos saberes.
• Aprenderam a interagir com as diversas linguagens expressivas dos
meios de comunicação, para que possam criar novas formas de pensar, sentir
e atuar no convívio democrático.
3.3 – Pesquisa de trabalhos de alunos: 29/04/03
l) O aluno copia do quadro de giz, lê e responde corretamente, mas a
professora fez duas interferências (chamou o aluno) e corrigiu as palavras
“Bidu” e “roer”; mas no item 3, ela mesma corrigiu a palavra “favorita” que era
“favorito” ela envolveu o número das frases que eram 2 e não 5 como ele
colocou.
56
2) A aluna copia do quadro e fez a interpretação do texto. No item 1 a
professora chamou a aluna e ele verificou que havia copiado errado a palavra
“uma” e ela consertou do “n” para o “m”. No item 3 que era “Qual o seu animal
favorito? A professora corrigiu a palavra Desenhe e na primeira frase “peixe”ela
escreveu acima a vogal “e” para indicar que não era “i”.
57
A professora tem a paciência de esperar o tempo que cada aluno
tem, ora ela usa a Teoria de Vygotsky que vê o professor como mediador , ora
ela usa a Teoria de Piaget que vê o professor como desafiador. No momento
em que ela chama o aluno para perto de si e faz com que ele descubra seu
58
erro, está usando a Teoria Vygotskyana para estruturação do seu pensamento
através da linguagem desenvolvendo a ZDP (Zona de Desenvolvimento
Proximal); mas quando corrige sozinha, ela está usando a Teoria Piagetiana do
“egocentrismo” que faz com que ele desenvolva internamente esta
aprendizagem.
Mas ela em todo momento estava reconhecendo o papel ativo da
criança na construção do conhecimento, ora como mediadora (Vygotskyana);
ora como desafiadora (Piagetiana).
Chamar-la-ei de educadora porque é o que ela é, que conseguiu a
identificação com a turma através do AMOR ou seja afeição e carinho; da
PACIÊNCIA ou seja tranqüilidade de lidar com o novo que se apresenta e da
PERSEVERÂNÇA que a faz conservar-se firme e constante com firmeza.
59
CAPITULO IV – VIVÊNCIAS ...
SINAIS DE DEUS
Conta-se que um velho árabe analfabeto orava
Com tanto fervor e com tanto carinho,
Cada noite, que certa vez,
O rico chefe da grande caravana chamou-o
A sua presença e lhe perguntou:
_ Por que oras com tanta fé?
Como sabes que Deus existe,
Quando nem ao menos sabes ler?
_Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste
pelos sinais dEle.
_Como assim? _indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
_Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente,
como reconhece quem a escreveu?
_Pela letra.
_Quando o senhor recebe uma jóia
como é que se informa quanto ao autor dela?
_Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
_Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda,
como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ,um boi?
_Pelos rastros _ respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho convidou-o para fora da barraca e,
Mostrando –lhe o céu, onde a Lua brilhava,
Cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso
_Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos,
Ajoelhou-se na areia e começou a orar também.
60
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos,
Deixa-nos sinais em todos os lugares...
Na manhã que nasce calma, no dia que transcorre
com calor do sol ou com a chuva que molha a relva...
Ele deixa sinais quando alguém se lembra de você,
Quando alguém te considera importante...
E diz a você o que de melhor poderia dizer:
Deus te abençoe e te ilumine em tua caminhada!
Autor desconhecido
61
4.1- VIVÊNCIAS
Andei.... Andei.... Andei... por aí, como nos fala a música Andança
de Geraldo Vandré, por um caminho que só a minha imaginação me reporta
aos anos de 1971 quando comecei a minha vida profissional no serviço publico.
Recordo-me que foi-me apresentada a turma que iria trabalhar; uma turma de
1a série alfabetizada , pois era assim que se chamava as turmas que já sabiam
ler e escrever, as que não tinham este privilegio; sim pois naquele tempo era
um privilegio que bem poucos conseguiam, as outras eram turmas de l a série
analfabetas. Depois foram-se passando os anos e a política educacional
existente foram rotulando aqueles que não conseguiam aprender a ler e
escrever de: turmas”renitentes”, que eram aqueles que passavam repetindo por
muitos anos na 1a série; depois começaram os Projetos: Turmas de 8 anos ou
mais ; turmas atendidas por professores que faziam curso de Pedagogia na
UERJ num turno e no outro davam apoio a turmas de alfabetização em outro;
turmas de aceleração (alunos com + de 9 anos ) e agora mais recente
Progressão I (alunos com + de 9 anos que não sabem ler nem escrever) e
Progressão II (alunos com + de 9 anos que precisam consolidar a
alfabetização); deve ter mais alguns que agora me falhou a memória.
A Teoria de21 John Dewvey diz que : “O aprendizado se dá quando
compartilhamos experiências e isso só se é possível num ambiente
democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de idéias”. Sendo esta
teoria feita de conhecimentos construídos de consensos. Para Dewvey e
também para mim para que haja o sucesso do processo educativo é, bastante
um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e
experiências sobre situações práticas do dia-a-dia. A sua filosofia e a minha se
baseia na liberdade de pensamento que se dá na construção de nossas
certezas, dos nossos próprios conhecimentos e as nossas regras morais, não
significando aí a redução da importância do currículo (para o aluno) ou dos
saberes (do educador). Não se deve dar tudo pronto para o aluno, devemos
62
dar-lhe amor e elevar sua auto-estima para que ele possa elaborar seus
próprios conhecimentos para que se torne o conhecimento sistematizado;
devemos aplicar método filosófico e a didática, aliando a teoria à prática; um
não deve vir sem o outro.
Voltando as turmas ou mais preciso aos alunos que não
aprendem. Hoje verifico que os meus estudos estão começando a me dar
maiores horizontes de aplicabilidade. Tudo é para dez anos, são as Leis: LDB,
Multieducação e outros. São sempre os decênios, isto de dizer que devemos
fazer como se aprendeu em alguns casos não dá certo. Devemos ousar. Hoje
fazendo uma retrospectiva destes 32 anos verifico que houve erros sim, de
didática, de postura, e outros, pois havia a “mocidade” ou seja a falta de
experiência mas com o passar dos anos começou a “velhice” ou seja mais
experiência para tentar mudar aquilo que precisa mudar ou seja o que não deu
certo, reformula-se, guardando na memória as partes que estão certas, não se
joga tudo fora, sempre tem algo para se guardar para conseguirmos ir em
frente. Como é uma experiência haverá ensaios de acertos e erros. Ficando
registrado o que deu certo, mas o que não deu certo deve apenas ter-se uma
lembrança para que não se cometa o mesmo erro para não comprometer todo
o processo de aprendizagem. Para isso há os chamados GT (Grupos de
Trabalho) que agora na Rede Municipal estão revendo a Multieducação para se
adequar o novo Projeto das Turmas de ciclo de aprendizagem e das turmas
de Progressão e até mesmo as turmas de Educação Infantil com a
alfabetização através de Letramento que dá o pontapé inicial na alfabetização a
partir dos 4 anos e/ou 5 anos,já a mesma está em seriação como é no Brasil,
mas em alguns estados da federação e/ou municípios já estão com estas
turmas algum tempo; estamos procurando o que deu certos neles, para que
com as experiências sofridas possamos adequar para essas nossas turmas.
21 Dewvey, John (1859-1952), nascido em Vermont cidade do Estado de Burlington, Filósofo inspirador no Brasil do movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, Revista Nova Escola - Jan/Fev 2003 pg 23,24—Editora Abril.
63
Neste ano de 2003 também haverá a formação de GT (Grupo de
Trabalho) de coordenação Pedagógicos que ouvirão seus pares, ou seja outros
coordenadores Pedagógicos e os Professores da Rede para que este processo
de alfabetização seja um sucesso na Rede Municipal da cidade do Rio de
Janeiro.
Nas capacitações que deverão ocorrer no 2o Semestre deste ano
também estão incluídos os professores de 5a série, já que a alfabetização ou
defasagem não ocorre só no 1o segmento que vai até a 4a série, ela também
pode ocorrer no 2o segmento que vai da 5a a 8a série. A teoria tem que estar a
serviço da prática e vice-versa. Já tive oportunidade de encontrar alunos nestas
turmas que não sabiam ler e portanto não conseguiam interpretar , pois a
disciplina que era ministrada por mim a tão temida Matemática precisa não só
de raciocínio mas sim de leitura e interpretação, pois para mim:22 “Problema
não é problema, só é uma leitura silenciosa que se faz e transforma-se as
perguntas em números, expressões numéricas, equações ou outras coisas
que o valham para se chegar a uma solução que é a resposta que se quer
dar!. Muitas Vezes tinha que parar de ministrar algum conhecimento
matemático para se ir ao dicionário ou buscar na memória os significados das
palavras para que juntos se pudesse chegar ao consenso e responder
solucionando os problemas matemáticos apresentados.Nestas turmas formei o
hábito de leitura e interpretação de livros paradidáticos de assuntos
matemáticos e dava um cunho didático-literário como depois da leitura eles
teriam que fazer o seguinte em forma de registro na apresentação do que
tinham pesquisado:
1 – Capa: (página frontal que poderia vir com ilustração e título do livro ou
assunto lido)
2 – Sumário ou Índice: (número das páginas onde se localizariam o que se iria
encontrar no trabalho)
22 Amaral, Regina Alves do (1944-...) Prof I de Matemática na função de coordenador Pedagógico em Escola Municipal da Rede Pública da Cidade do Rio de Janeiro,
64
3 – Introdução : (Apresentação do assunto tratado do que tinha sido lido em
poucas palavras)
4 – Desenvolvimento: (Resumo do assunto tratado no livro lido que era como
uma pesquisa)
5 – Conclusão : (o que eles conseguiram descobrir na aprendizagem)
6 – Bibliografia: (O livro lido: autor, número de página, ano, editora, jornais,
revista, e até pesquisa feita na Internet)
7 – Avaliação (do grupo): (Que se dava individualmente pois mesmo sendo
feito em grupo em sala de aula, as experiências se davam em cada indivíduo
(aluno) diferentemente, e minha enquanto professor de sala aula; havia aí a
crítica feita pelos alunos aos colegas que não participavam tirando-lhes pontos
que era dados pelo grupo depois de uma discussão crítica e democrática)
8 – Quem compra esta idéia?
Era feito um cartaz sobre o livro lido para que outros tivessem a
vontade de lê-lo também.
Há também as brincadeiras no pátio interno onde foi pintado no
chão: Amarelinha, batatinha frita, jogo da velha, caracol, tabuleiro de xadrez ou
dama, e o mais usado por mim que era o da trilha, onde associava as cores
dos sinais de trânsito : VERDE (passagem livre – avançar casas) para os
números positivos onde havia GANHO; VERMELHO (retroceder – voltar casas)
para os números negativos onde havia PERDA ; ou AMARELO (atenção –
ceder a vez) onde se tinha que ficar parado (elemento neutro); por isso além
das regras do jogo havia todo um aprendizado de palavras chaves para que se
conseguisse concretizar a brincadeira; com isso segundo Elvira Souza Lima23.
A avaliação tinha uma função reveladora do desempenho presente, com as
possibilidades do desempenho futuro e os encaminhamentos necessários para
23 Lima, Elvira Souza, Avaliação na Escola- Vol.1 Ed. Sobradinho 107 Ltda CAPA 2002/2003
65
as práticas que precisam ser modificados, apontando novos caminhos e
possibilitando a numeração dos problemas atuais, abrindo as possibilidades
educativas do futuro.
Devo dizer que muitos alunos não me viam como professor de
Matemática e me perguntavam se eu era de Português já que os outros não
tinham este hábito de leitura; devo dizer ainda que não eram só os livros
paradidáticos de Matemática que era usado, em alguns casos eram usados
textos de Ciências, Artes, até mesmo de Língua Estrangeira (inglês e francês)
com a ajuda dos professores das mesmas, tudo que tivesse alguma coisa
relacionado com Matemática, jornais, revista, qualquer texto nos serve para
ajudar aos nossos alunos para serem leitores e escritores e modificarmos essa
idéia que se tem de que o aluno é de um determinado professor, ele é de
todos da Rede Pública (no nosso caso município) por tanto a “culpabilidade” ou
“não” da aprendizagem é de todos, só não nos cabe a culpabilidade do social
e/ou psicológico, pois em alguns caso nos sentimos impotentes para resolver o
lado social que é agravante, que é a falta de moradia ou moradia de alto risco
nos morros da cidade e isto é o governo na área da Assistência Social da
Secretaria do Desenvolvimento Social que tem que resolver; o psicológico
também é o governo na área da Saúde que tem que ter uma política preventiva
desde a gestação para que se acontecer algum desvio no processo cuide da
mãe e do bebê até a idade da adolescência. Quando essas crianças chegam
em nossas salas de aula e nós detectamos algo que não nos parece “normal”
fazemos o encaminhamento aos Postos de Saúde ou a algum hospital público
que tenha uma equipe de neurologistas, psicólogo, psiquiatras infantis que nos
ajudam a tentar levar a bom termo a aprendizagem e até mesmo a
alfabetização propriamente dita.
Espero ter contribuído para que todos com quem convivi, alunos,
colegas e até mesmo comandados pois por ter nestes anos tido algumas
funções como: direção de escola, Secretária de apoio técnico em DEC hoje
diretor de divisão de RH (Recursos Humanos) em CRE; PATE (Professor de
Apoio Técnico Educacional) em Ciências e Matemática e professor regente de
66
turmas de 1a a 4a série do 1o segmento do ensino fundamental e turmas de 5a a
8a série em Ciências e Matemática do 2o segmento fundamental, professor
regente de sala de Leitura que era Multimeios e com isso pude pôr em prática o
meu lado artístico através do ORIGAMI (dobradura de papel) e/ou TANGRAN
(jogo das 7 figuras geométricas), a sensibilidade que todos nós deveríamos ter
para sentir a ARTE como uma parte intrínseca para ministrarmos tudo aquilo
que queremos é o AMOR que devemos ter naquilo que fazemos e agradeço a
DEUS que eu seja assim.
Tudo que foi dito acima foram às competências que eu Regina,
adquiri com as minhas experiências tanto em sala de aula como nas funções
que ocupei e nos cursos que fiz.
67
CONCLUSÃO
“Quem teve idéia de cortar o tempo
em fatias, a que se deu o nome de ANO,
foi um indivíduo genial, industrializou
a esperança, fazendo-a funcionar
no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer
Ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
E tudo começa outra vez, com outro
número e outra vontade de acreditar
que daqui por diante vai ser
diferente “.
Carlos Drummont de Andrade
Concluir quer dizer em muitos casos dar terminalidade, mas no nosso
caso é dar uma continuidade a avaliação da aprendizagem, pois a discussão
da prática pedagógica é através de um processo que se não conseguir
alcançar os seus objetivos em um ano letivo ou 200 dias no mínimo que é o
caso da turma observada a Progressão I (início da alfabetização), elevando
mais ainda a auto-estima do profissional que está gerindo a turma, assim
como também elevar a auto-estima dos alunos desta turma mostrando que eles
são capazes ou seja mostrando-lhes as competências fazendo-lhes acreditar
que com AMOR, PACIÊNCIA e PERSEVERANÇA poderão conseguir
tornarem-se cidadãos críticos e que assim tomarão em suas mãos as rédeas
dos seus destinos.
Como Carlos Drummont de Andrade confessou que um “ano dá
para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos”, nós educadores
poderíamos também ter este mesmo pensamento, mas como somos
68
“perseverantes” temos que continuar lutando para que os alunos aprendam e
retenham em suas memórias o que foi ministrado temos que ter a “paciência de
Jó” para esperarmos o tempo que for necessário a cada um e ter “sapiência”
de trabalharmos diversificadamente para conseguirmos que todos cheguem a
reta final e que não desistam no meio do caminho a qualquer pedra que lhes
impeçam de seguir em linha reta, tendo que com a sua competência “intuir” que
deverão ou contorná-la, ou passar por cima, ou até mesmo retirá-la; e o ser
amoroso que devemos ser para que com a nossa afeição ao que fazemos, ao
que queremos para nós e para eles consigamos fazer que eles sigam seu
caminho em frente indo para a série posterior ou seja a 3a série.
Mas se por um acaso depois de tudo isso, de todo o esforço do
profissional que está à frente da turma gerindo os conhecimentos que lhe são
ministrados não conseguir e eles tiverem que ter mais um ano letivo (200
dias) ou seja Progressão II (consolidação da alfabetização). Será que mais
uma vez um dos tropeços não é a falta de parceria da família? Quando ao ser
chamada para saber se levou o filho ao médico e dar continuidade ao
tratamento que deveria ter não o fez? Será que o ambiente em que muitos
desses alunos vivem os modificam; sendo um lá e outro aqui? Esperemos que
ao termino deste ano letivo de 2003, possamos agradecer a Deus que mais
uma vez conseguimos alcançar nossa meta que é o de termos menos
analfabetos; ou seja cidadãos conscientes de suas competências tanto no
profissional (a professora) e as habilidades (os alunos) chegando à divina
máxima de que é : “Amor com Amor se paga”, pois quando amamos o que
fazemos tudo se torna mais fácil e com mais alegria.
69
ANEXO 1
70
ANEXO 2
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. GARCIA,Regina Leite – Alfabetização dos alunos das classes populares
(Org.) Questões de nossa época – Ed. Cortez.
2. HOFFMANN, Jussara – Pontos e Contrapontos do pensar ao agir em
avaliação – Ed. Mediação .
- Avaliar para promover : As setas do caminho – Ed. Mediação – 2001
3. LIMA, Elvira Souza – Ciclos de Formação – Uma reorganização do
tempo escolar –GEDH – Grupo de Estudos do Desenvolvimento Humano.
- Avaliação na Escola – ed. 107
4. LUCKESI – Cipriano Carlos – Avaliação da aprendizagem escolar – ed.
Cortez .
5. PERRENOUD, Phylippe – Pedagogia Diferenciada – Das intenções à
ação – Artmed Ed.
- Construir as competências desde a escola – Artmed Ed
6. Apostilas do Curso de Coordenador Pedagógico – Capacitação em função – 2002/2003 – Município do Rio de Janeiro.
7.Convívio – Nova fase no 8 – maio/2002 – Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro – SME.
8. A revista do professor – NOVA ESCOLA – Ed. Abril - meses :set/2000, jan/fev/agosto e dez/2001, agosto/2002 e março/2003-06-25
9. Presença Pedagógica 05, no 28 – julho/agosto de 1999
72
10. Resolução 776 de 08/04/2003 – SME
11. Internet 16/02/02 às 17 horas
http;//www.chpesquisa.hpg.ig.com.br/edc4. htm
14/03/03 Se liga, professor
http://novaescola.abril.com.br/noticias/dez 02.11/index.l.htm
17/03/03 Pedagogia faz de conta ou revolução educacional
http://www.emcrise.com.br/reportagem/reportedu1.htm
17/03/03 Finon
http://www.finon.org.br/publicações/pedro/ciclode formacao.htm
17/03/03 Boletim Temático
http://www.prof.com.br/bt/ 009.asp
17/03/03 entrevistas
http://shs.cemol.com.br/entrevistas/entrevist 0074.asp
17/03/03 Proj.Escola S/fronteiras – Blumenau
http://www.blumenau.sc.gov.br/page/semfront.htm
11/04/03 Res.776 de 08/04/03
http://wet.email. sme.rio.r.gov
73
12. Vídeo, entrevista do prof. Cipriano Carlos Luckesi ao jornalista na área da
Educação Paulo Camargo – série encontro a respeito do livro Avaliação da
Aprendizagem.
74
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
10
CAPÍTULO I 13
A teoria a serviço da prática
13
CAPÍTULO II 16
A Avaliação através das competências: 16
O perfil do Avaliador
16
CAPÍTULO III 40
Observação “in locum” 40
3.1 – Dados estatísticos para observação das aulas 41
3.2 – Aulas observadas 42
3.3 – Pesquisas de trabalho de alunos
55
CAPÍTULO IV 59
4.1 – Vivências
61
CONCLUSÃO
67
ANEXOS 69
I – desempenho do município do Rio de Janeiro 69
II – Alunos faltosos
70
BIBLIOGRAFIA
71
ÍNDICE
74
75
AVALIAÇÃO DO PROFESSOR
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós – Graduação “Lato Sensu”
Título do Trabalho: Passaraio, passaraio , que me deixe passar, se não
for o da frente, será o de trás... trás...
O que virá depois do ciclo de formação?
Data da Entrega: / / 2003
Avaliado por:_____________________________________
Grau:_____________
_____________________, _____de ________________de _______
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