View
214
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
JOGOS RECREATIVOS COMO INSTRUMENTO PARA APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO NA IDADE ESCOLAR
Por: Cláudia Barroso Machado
Orientador Profa. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro 2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
<>
<>
<>
<>
<>
<>
OS JOGOS RECREATIVOS COMO INSTRUMENTO PARA APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO NA IDADE ESCOLAR
<>
<>
<>
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Psicomotricidade.
Por Cláudia Barroso Machado
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, aos meus queridos,
incansáveis e incentivadores mestres
da pós-graduação em Psicomotricidade
do Instituto a Vez do Mestre.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a pessoa mais
importante de minha vida. A minha
querida e amada mãe Jeannette Perez,
que partiu no ano passado. Pelo seu
apoio, amor incondicional e que jamais
permitiu que eu desistisse de meus
sonhos.
5
RESUMO
O objetivo e relevância deste estudo foram observar se aos jogos
recreativos auxiliam no aprendizado da Natação Infantil.
O tipo do estudo é descritivo onde não houve interferência no objeto de
estudo.
Foi discutida a importância da Natação, demonstramos o que é o jogo
e suas origens e discutimos a importância do uso de Jogos Recreativos no
aprendizado da natação Infantil.
Verificamos nos resultados que em relação a utilização dos Jogos
Recreativos, esta estratégia torna mais estimulante e agradável o aprendizado
da Natação Infantil.
Portanto, com este estudo pode se supor a partir dos os resultados
obtidos, que a utilização dos Jogos Recreativos durante as aulas de natação,
para crianças na idade infantil, melhora a eficácia do aprendizado por parte de
seus aprendizes.
6
METODOLOGIA
Foram utilizados diversos recursos para elaboração deste estudo.
Consultas a bibliografias específicas na área de natação infantil, escolar e de
alto rendimento. Literatura sobre a origem dos jogos e jogos recreativos
também foram consultados.
Pesquisas em vários sites de artigos científicos na internet, também
foram consultadas.
A utilização de DVDs pedagógicos sobre a natação.
Atividades que desenvolvo durante as minhas aulas de natação,
também enriqueceram a pesquisa.
Autores e pesquisadores consultados para elaboração deste estudo,
Platão, Howard Gardner, Rômulo Noronha, Marcelo Garcia Massaud, Geraldo
Peçanha de Almeida dentre outros.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I A Importância da Natação 9
CAPÍTULO II - O Jogo e as suas Origens 14
CAPÍTULO III – Jogos Recreativos nas Aulas de Natação Infantil 19
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA 26
ÍNDICE 28
FOLHA DE AVALIAÇÃO 29
8
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho foi discutir a importância da natação,
demonstrar o que é o jogo e suas origens, além de demonstrar a importância
do uso dos jogos recreativos no aprendizado da natação infantil.
A Terra tem três quartos de sua superfície coberta de água. Na luta
pela transformação da natureza o homem tem se deparado, através da história
da humanidade, com vastas extensões de água que ora são obstáculos a
serem transpostos, ora são caminhos que o ajudam atingir seus objetivos.
O meio líquido envolve o homem desde sua gestação no útero
materno. Foi também uma das principais fontes de sua subsistência na pré-
história, quando ele se alimentava do que caçava e do que pescava. Ai se
estabelecia uma relação de sobrevivência do homem com a água, pois além de
extrair dela o seu alimento, ele precisava também transpor rios para caçar e
para entrar em contato com sua “tribo”.
Ao se adaptar à natureza e, ao mesmo tempo, transformá-la, o homem
criava novas formas de se locomover na água. Assim surgiu a necessidade
histórica do ato de nadar. Assim surgiu necessidade histórica do ato de nadar,
pois o homem percebeu que, para sua sobrevivência na face da Terra, seria
necessária uma relação de integração com a água.
9
CAPÍTULO I A IMPORTÂNCIA DA NATAÇÃO
Segundo Platão, filósofo nascido por volta de (427a.C.) em uma família
aristocrática de Atenas, mestre de Aristóteles e discípulo de Sócrates disse que
“Todo homem culto deve saber ler, escrever e nadar”.
Segundo Noronha (1985), como toda história, a da natação se perde
através dos séculos, nos cantos mais remotos, quando se trata de definir o seu
nascimento, ou seja, a natação é muito antiga, remonta aos gregos e aos
romanos; alguns imperadores tinham este saudável hábito. Mais tarde foi
objeto da curiosidade de príncipes, sábios e nobres de toda espécie.
Arqueólogos descobriram em Mahenjodara, na índia vestígios de
piscinas aquecidas com mais de 5.000 anos. Outras escavações trouxeram ao
conhecimento da Humanidade os baixos relevos da Assíria, que indicam um
tipo de braçada clássica usada por seus soldados na travessia do rio Eufrates.
Documentos encontrados nas pirâmides egípcias referem-se ao orgulho dos
nobres. Há 3.000 anos, quando seus filhos aprendiam a nadar junto com os
filhos dos reis, que tinham seus próprios professores de natação.
Na Grécia antiga existia uma lei que definia o cidadão educado quando
ele sabia ler e nadar (Lei 689).
Segundo Ramaldes (1999), a natação é a atividade física mais
completa que existe: é a harmonia, a flexibilidade, a potência, o ritmo a
coordenação em resumo, o grupo de movimentos em série mais complexo.
Praticando regularmente, permite desenvolver todos os mecanismos
fisiológicos: a capacidade pulmonar e o sistema cardiovascular. Além dessas
vantagens, o meio aquático permite novas possibilidades de coordenação.
10
A natação funciona como educação esportiva e social, pois favorece
um relacionamento melhor consigo e com os outros.
Segundo Massaud e Corrêa (2004), na infância se firmam as linhas
afetivas e intelectuais do indivíduo. Do modo como transcorrem os primeiros
anos de uma pessoa depende, em boa medida, seus êxitos e fracassos na vida
profissional e nas relações que estabelece com seus semelhantes. A grande
variação de conduta ao longo da infância motivou a distribuição em fases.
A terceira infância é o período etário do sexto ano ao início da
puberdade. Os padrões de comportamento de cada idade, e também as
diferenças individuais, resultam de dos processos básicos e complexos. O
primeiro é o desenvolvimento e amadurecimento do potencial genético, por
meio de transformações neurofisiológicas e bioquímicas. O segundo é de
ordem cultural e cria condições favoráveis ou não para a explicitação do
primeiro. As mudanças estruturais que se operam na integração social são
possíveis graças à aprendizagem. Distinguem-se três áreas na conduta infantil
a físico-motora, a cognitiva e a pessoal-social.
A área físico-motora é a aquela em que se verificam os primeiros
progressos da criança. O crescimento físico e o aparecimento de novas
funções sensoriais, depois dos seis anos, fazem com que o crescimento
progrida mais lentamente e só volte a acelerar na puberdade. As crianças
devem envolver-se numa ampla variedade de atividades, para que seus ossos
tornem-se mais resistentes às tensões em todas as direções de movimento.
Os meninos tendem a apresentar um crescimento contínuo nos testes de
capacidade motora dos 6 aos 17 anos de idade. Por outro lado as meninas
não-atletas estabilizam-se num platô à época da chegada da puberdade. Uma
ampliação do campo perceptivo e a conquista do espaço físico e social
permitem criar sobre a realidade.
Na área cognitiva, a rigor, não há diferenças sensíveis entre percepção
e pensamento. À medida que o processo perceptivo se amplia, a criança
11
ganha capacidade de estruturação e reversibilidade mental. A imaginação dá
lugar a conceitos operacionais.
A área pessoal-social, as relações mãe-filho correspondem ao modelo
da formação afetivo-social da criança. A atitude materna desempenha papel
relevante na estruturação da dinâmica afetiva da criança e em seu
desempenho. A família pode exercer influência facilitadora ou inibidora da
sensibilidade social. Na medida em que facilita a iniciativa e a segurança, há
reforço, enquanto a rejeição e a superproteção podem prejudicar o
desenvolvimento.
A idade biológica (desenvolvimento orgânico) nem sempre corresponde
à idade cronológica. Desenvolvimento é a melhoria, ou processo das tarefas
realizadas pelas células, referindo-se as mudanças qualitativas. Para que a
criança tenha um desenvolvimento adequado, é fundamental que os três
domínios do comportamento (motor, cognitivo, afetivo) sejam trabalhados de
um modo harmônico.
A aptidão física refere-se às condições mínimas que o indivíduo possui
para executar movimentos adequadamente. A aptidão física é individual, pode
ser desenvolvida pela natação ou pelas atividades diárias, porém varia de
acordo com as capacidades e limitações de cada um.
Segundo Noronha (1989), o ato de nadar tem sofrido alterações de
acordo com os princípios hidrodinâmicos que nos permitem aproveita toda a
força aplicada na água.
Cada nadador tem uma maneira de flutuar que é determinada pelo jeito
do seu corpo. A ação de seus braços, por exemplo, será proporcional ao
tamanho deles, isto é, ao sistema de alavancas que será formado pela
aplicação correta das suas articulações somada à força muscular empregada.
Isto já é o suficiente para podermos afirmar que um nadador com os braços
12
muito grandes terá características de estilo diferentes de nadador de braços
curtos.
Temos que ter sempre em mente que o corpo na água terá importância
fundamental para a progressão, pois aqui se trata de vencê-la. Cada nadador
tem deferentes capacidades de flutuabilidade, fazendo com que haja diferentes
adaptações de estilos. Os nadadores são diferentes na sua estrutura corporal,
tamanho dos ossos, peso, força muscular, capacidade pulmonar, quantidade
de tecido adiposo etc.
Estas diferentes conformações influenciarão a posição do corpo na
água e a forma em que ele flutuará.
Quando você está nadando o seu corpo encontra várias formas de
resistência que lhe obrigam a gastar mais energia. As turbulências criadas,
pelos movimentos de seu corpo e de outros nadadores que estejam nadando
na mesma piscina são obstáculos ao deslize do corpo na água.
A posição da cabeça do nadador cria a resistência frontal e os
movimentos do seu corpo próximo à superfície criam ondas e remoinhos,
chamados de resistência de onda.
A posição ideal do corpo na água, para que o deslize seja mais fluente,
é semelhante ao de uma lancha em movimento, com o bico da proa mais
elevado do que a popa. O corpo do nadador deve ser mantido bem estendido,
com a cabeça ligeiramente elevada em relação aos quadris. Esta posição,
permite ao nadador um deslize mais eficiente, aproveitando melhor a força
empregada pela ação de seus braços e pernas.
A inércia e o momento de força são partes integrantes das habilidades
de natação. A mecânica dos movimentos deve tentar permitir que o corpo se
desloque da forma mais uniforme possível. O nadador, uma vez que tenha
vencido a inércia, tendo colocado seu corpo em movimento, deve aplicar
corretamente a recuperação do braço para que o momento da rotação não
13
implique uma aceleração maior ou menos que a desejada. O momento da
força deve ser proporcional à aceleração obtida para evitar o “pára-avança”,
fazendo o possível para que a força empregada seja a necessária para vencer
a resistência da água.
A terceira lei de Newton enuncia que “a toda ação corresponde uma
reação de igual intensidade e sentido contrário”. Quando um nadador empurra
a borda com os pés, ele exerce uma força contra a parede imóvel e a reação
obtida é o deslocamento do corpo para longe da borda, com a mesma
quantidade de força aplicada por ele. Quando o nadador aplica a força de seu
braço para trás em oposição à água parada, o resultado é o deslocamento do
corpo para frente. As forças de propulsão do nadador devem ser usadas
adequadamente para se evitar esforços desgastantes. Se aplicarmos forças de
propulsão para baixo, elas levarão o corpo para cima da água, impedindo o
deslize.
A propulsão é a força que move o nadador para frente enquanto ele
nada.
Os movimentos das mãos na água devem ser feitos em zigue-zague
para que as palmas das mãos fiquem sempre bem apoiadas na água. A
propulsão adequada do corpo não é obtida simplesmente a partir da colocação
dos braços na frente do corpo e no ato de puxar as mãos para trás. Se você
fizer isso a sua mão vais afundar e o seu corpo perderá o apóia na água. Para
que seu corpo se mantenha bem apoiado, as palmas das suas mãos devem
sempre buscar um novo apoio próximo á superfície como se estivessem
desenhando um “S” na água. Esta sucessão dos apoios proporcionará um
deslize fluente de seu corpo.
Segundo Noronha (1989), para que você tenha uma prática mais bem
elaborada e mais consciente do ato de nadar, vamos descrever alguns
princípios hidrodinâmicos.
14
O princípio de Bernouilli enuncia que quando um fluido é movimentado
próximo à superfície, a pressão deste fluido é reduzida quando a velocidade é
aumentada.
A mão do nadador, estando plana, com os dedos unidos para a água
não escapar e ajustada ao ângulo relativo ao seu curso na água, o impulsiona
para frente.
Uma vez que a água ao redor da mão tenha sido posta em movimento
para trás pela ação do braço, o nadador obtém menor tração ou propulsão e
em breve não haverá água sendo movimentada para trás.
O nadador consciente e devidamente treinado move a mão na água
num padrão elíptico, procurando sempre buscar o apoio na água parada e,
após “pressiona-la”, move lateralmente a mão para buscar um novo apoio em
uma próxima parte e assim sucessivamente. Em outras palavras, o nadador
usa a ação de remada em “S”.
15
CAPÍTULO II O JOGO E SUAS ORIGENS
Jogo é toda e qualquer competição em que as regras são feitas ou
criadas num ambiente restrito ou até mesmo de imediato, em contrapartida ao
desporto (esporte, no Brasil), em que as regras são universais. Geralmente, os
jogos têm poucas regras e estas são simples. Pode envolver um jogador
sozinho ou dois ou mais jogando cooperativamente. A maioria dos jogos são
disputados como uma forma de lazer, sem que os participantes enfoquem na
competição a vitória como ponto essencial. WIKIPÉDIA JOGO (2009).
Jogos são atividades estruturadas ou semi-estruturadas, normalmente
praticadas com fins recreativos e, em alguns casos, como instrumento
educacional. É, geralmente, distinto do trabalho, que visa remuneração e da
arte, que está geralmente associado à expressão de idéias. Esta separação
não é sempre precisa, assim, há jogos praticados por remuneração e outros
associados à expressão de idéias e emoções. . WIKIPÉDIA JOGO (2009).
ORIGEM
A arqueologia registra a presença de jogos desde 2600 a.C.Os jogos
são elementos universais em todas as culturas humanas. O jogo Real de Ur,
Senet, e Mancala são alguns dos mais antigos exemplares. WIKIPÉDIA
ORIGEM (2009).
Os Jogos Recreativos são jogos que têm por objetivo recrear ou distrair
as crianças através de atividades de integração e também desenvolvam os
conteúdos de formações cognitivas, motoras e de lazer.
Através dos Jogos Recreativos são integradas as necessidades sociais
e bio-psico-fisiológicas, proporcionando a sua integração ao meio ambiente e
desenvolvendo a sua socialização.
16
Na Educação infantil e no Ensino Fundamental os Jogos Recreativos
são motivadores e ativadores do interesse dos alunos por brincadeiras, jogos
imitativos e cantados, entre outros, para constante motivação das crianças.
Os Jogos Recreativos revigoram o corpo do aluno, melhoram a sua
coordenação motora global, possibilitam leveza aos movimentos, facilitam a
desinibição, permitindo à criança se integrar no meio em que vive.
A sua utilização na Educação é de capital importância, pois a sua
prática ajudará na formação integral da criança e do jovem.
Os Jogos Recreativos são os principais meios utilizados pela Educação
Física e Educação Psicomotora e outras disciplinas para o desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem de conteúdos programáticos para os alunos da
Educação Infantil e do Ensino Fundamental.
Segundo Gardner (2008), cientista norte-americano, formado nos
campos da psicologia e neurologia criou a teoria das inteligências múltiplas.
Cita que o aprendizado da criança, acontece em sete tipos diferentes de
inteligências:
LÓGICO MATEMÁTICA
Capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
LINQUISTICA
É a habilidade de aprender idiomas e usar a fala e a escrita para atingirem
objetivos.
ESPACIAL
É a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam
apreensões visuais
17
FÍSICO-CINESTÉSICA
É o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar
produtos.
INTERPESSOAL
É a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e
consequentemente de se relacionar bem em sociedade.
INTRAPESSOAL
É a inclinação para conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar
certos fins.
MUSICAL
É a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que
existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert
Einstein tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não
dispunha do mesmo pendor para outros tipos de habilidades. O mesmo pode
ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-
cinestésica de Pelé. Aqui citamos também os atletas de natação como Cláudia
Barroso, Rômulo Arantes, Gustavo Borges, Cielo, Ricardo Prado, Djan
Madruga, Pável, Maria Lenk, Gastão Baiano dentre outros.
Segundo Almeida (2008), o jogo auxilia no desenvolvimento de outras
características das crianças:
AUMENTAR A ATENÇÃO E A CONCENTRAÇÃO
O xadrez é o campeão disparado nesta categoria. Nenhum outro jogo é
capaz de desenvolver tanto estas características como este. Os blocos lógicos
e os legos também são ótimos jogos, mas o xadrez possui características
ímpares. Ele é capaz de cobrar uma atenção do tipo mais intenso. A atenção
18
é condição de uma aprendizagem e, no entanto, poucos conseguem perceber
que ela também pode ser estimulada. Neste caso, é o jogo um dos maiores
responsáveis por esta habilidade.
AMPLIAR O RACIOCÍNIO LÓGICO
O raciocínio é algo que nunca podemos deixar atrofiar. Ele é uma
condição neural, com pontos de participação da memória, da filosofia, da
matemática e de outros ramos do conhecimento. É importante saber que,
como tal, ele precisa estar constantemente sendo instigado, provocado e
alimentado para que não se atrofie. Atividades de jogos podem ser bastante
interessantes quando o assunto for este.
DESENVOLVER A CRIATIVIDADE
Atividade de criatividade é uma das mais interessantes em jogos que
exigem individualidade, estilo próprio do jogador. Entre essas atividades, estão
as personalizações das casas conquistadas na amarelinha. Também são
ótimas atividades de criatividade as cinco-marias, legos e projetos a serem
montados, baralhos, dominós, trilhas e barbantes, sem deixa de se lembrar dos
elásticos, são excelentes exercícios de criatividade.
PERCEBER A SOCIALIZAÇÃO E A COLETIVIDADE
É a busca da autonomia um dos maiores desafios da escola. Tomar a
criança um indivíduo capaz de perceber seus atos e as conseqüências deles
no meio em que vivi tem sido a tarefa mais sublime da educação infantil. A
criança precisa do outro. Ela precisa estar e ser do mundo, mas nunca se
pode esquecer de que ela está em um mundo que pertence a todos, inclusive a
ela, mas não só dela.
Os jogos coletivos, do tipo futebol, vôlei e tantos outros esportes
coletivos, ajudam a construir este espírito de coletividade e, também ajudam a
19
desenvolver questionamentos e aceitação de regras morais da comum
(unidade).
Segundo Alves (2009), A Educação Física tradicional está na base do
interesse pela Psicomotricidade, tornando-se científica no início do século XIX,
pelo método sueco de Ling e outros métodos, integrando conhecimentos
anatômicos, fisiológicos, psicológicos e sociológicos, aperfeiçoando-se nos
séculos XIX e XX.
20
CAPÍTULO III JOGOS RECREATIVOS NAS AULAS DE NATAÇÃO
INFANTIL
Segundo Almeida (2008), os jogos podem se classificados de várias
formas, no entanto a melhor maneira de concebê-los é encarando-os como
forma de crescimento psicossocial. O jogo pode ser descrito de três grandes
formas: jogos afetivos, jogos cognitivos e jogos corporais (LOPES, 2001).
Os Jogos Afetivos são aqueles que possibilitam que as crianças
tenham trocas afetivas intensas durante a sua realização. A princípio, todos os
jogos podem desencadear estas concepções, no entanto há jogos em que
estes aspectos estão bem mais presentes. È durante eles que a criança é
testada a colocar em prática ações em que o amadurecimento é mostrado.
Neles, podemos perceber o quanto há de imaturidade ou maturidade nas ações
do individuo. Cabe ao professor intervir, quando necessário, nestes jogos,
buscando possibilitar à criança práticas psicossociais próximas das atividades
naturais de desenvolvimento. Estes jogos podem ser atividades em duplas,
trios ou pequenos grupos. No entanto, é importante que o professor tenha em
mente que as crianças possuem certa “naturalidade” que não pode e não deve
ser destruída: crianças brigam, crianças mordem, crianças se defendem.
Os Jogos Cognitivos são aqueles que estão mais voltados ao
desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. Nestes jogos, o aluno irá
testar e compor um raciocínio capaz de enfrentar todo o tipo de situações do
dia-a-dia. São estes jogos que ampliarão a percepção e o cálculo mental,
condições primárias de uma aprendizagem satisfatória. Estes jogos são
práticas que requerem grandes períodos de atenção e de concentração e por
isso são excelentes exercícios para as crianças desenvolverem esses
21
comportamentos tão imprescindíveis à atividade acadêmica. O xadrez, as
trilhas, as damas, os jogos com baralho e pife e pafe, são ótimos exemplos de
jogos que podem desenvolver estas habilidades.
Os Jogos Corporais são aqueles que cobram uma boa dose de
atividade motora. Para estes, é necessário que a criança coloque seu corpo à
disposição da atividade que esta sendo desenvolvida. Crianças com bons
desenvolvimentos motores costumam figurar entre as lideranças nas turmas ou
dos grupos sociais a que pertencem. A atividade corpora, de3sevolve múltiplas
perspectivas da criança em relação ao mundo e ao outro parceiro de
descobertas e de realizações. Para isso, é necessário que estes jogos cobrem
não excelência, virtuosismo, mas verdade de gestos e de linguagem corporal.
Estátua, duro e mole, mímica, expressão corporal, teatro, cirandas e danças
são atividades que não podem faltar nestas práticas.
Segundo Lopes (2001), os jogos podem desenvolver outras
características na educação:
TRABALHAR A ANSIEDADE
È durante o jogo que a criança é muito cobrada sobre o equilíbrio
emocional. É durante o jogo, onde a atividade é quase sempre muito intensa
que a criança se vê sem recursos emocionais para lidar com a pressão
incondicional imposta pela ação de jogar. Sendo assim, é ali que podem-se
desenvolver ótimas percepções sobre a ansiedade e como lidar com ela. É a
prática da ação que leva o indivíduo à elaboração própria de mecanismos
regulares para o enfretamento e a superação.
REVER OS LIMITES
Durante os jogos, é comum uma criança se comportar como se fosse o
centro da prática e que, portanto, a vitória ou o sucesso do grupo diz respeito
22
somente a ela. È também possível perceber que as crianças nesta condição
possuem uma dificuldade muito forte em aceitar as derrotas.
A noção da fragilidade, da perda e do fracasso é constantemente
evitada por algumas crianças. Assim, o jogo pode, naturalmente ou não,
possibilitar que esta percepção se plasme diante da criança. Ter a noção de
limite é muito saudável para as crianças, pois as coloca em uma posição de
aprendizes, papel salutar na infância.
Segundo Almeida (2008), os jogos desenvolvem outras características
que observamos no trabalho diário da educação:
DIMINUIR A DEPENDÊNCIA E POSSIBILITAR A AUTONOMIA
Crianças são seres dependentes dos adultos. È uma questão básica
de sobrevivência depender de alguém pode nos saciar a fome, dando-nos leite,
que pode nos saciar o medo e o choro, dando-nos colo e assim por diante.
Toda esta dependência é condição para que nos posicionemos no mundo e,
aos poucos, vamos descobrindo-o.
Mas chega o momento de romper com estas ligações, para
desenvolver a autonomia, e a criança tem de estar preparada para tal. Muitos
pais exageram na dependência e desencadeiam uma limitação muito séria nos
filhos. Eles os filhos, não conseguem superar barreiras psicossociais mais
elementares. Não podem porque não possuem recursos, enfrentam intrigas
pessoais e, portanto, desistem e passam a viver da imposição ou da negação.
Nas atividades de jogos, estão bons momentos para o professor
trabalhar com esta ação. Durante o jogo, é importante, para se alcançar
sucesso, que o indivíduo elabore respostas pessoais, estratégias próprias para
prosseguir no grupo. Estas práticas podem levar o aluno a desenvolver
autonomia intelectual e, portanto, autonomia em outras áreas do
comportamento humano.
23
APRIMORA AS COORDENAÇÕES MOTORAS
Cada joga com movimento exige uma destreza corpórea do jogador.
Assim, se é necessário tê-las para que o resultado das ações possa ser
melhor, é possível pensar que é o jogo e seu desenrolar que também
encaminham estas habilidades motoras.
Os movimentos com os membros superiores e com os membros
inferiores são atividades motoras que ajudam não só o desenvolvimento
biológico da criança, mas acima de tudo o desenvolvimento afetivo, pois é ali
onde as trocas afetivas e as negociações emocionais acontecem,
intensificando enormemente cada relação. O movimento de pinça de todos os
dedos, o círculo, o girar, o encolher, o alongar são exemplos de atividades
possíveis a partir do jogo.
MELHORAR O CONTROLE SEGMENTAR
O controle segmentar é a expressão usada para designar a capacidade
de a criança “quebrar” o movimento dos membros superiores e inferiores. É
quando há perfeita sincronia entre um e outro movimento do braço, do
antebraço, da mão e dos dedos.
DESENVOLVER PERCEPÇÃO DE RITMO
Quem nunca viu uma criança sem ritmo e sem coordenação nos
movimentos? É realmente um quadro que precisamos mudar. Crianças
necessitam de trabalho de percepção e de estimulação para que possam
desenvolver sintonia com sons e com movimentos mais elaborados. Assim é
possível usar jogos e atividades lúdicas que possuem estas características
para que o resultado da formação motora da criança esteja cada vez mais
próximo do satisfatório.
24
DESENVOLVER ANTECIPAÇÃO E ESTRATÉGIA
Outra das mais importantes características que o jogo pode ajudar a
desenvolver nas crianças é a capacidade de antecipar, de prever e de se
preparar para jogada do outro. É essa habilidade que demonstra o quanto de
raciocínio lógico a criança possui, pois, para antever, ela precisa cuidar do
próprio jogo enquanto não descuida da tentativa de revelar os critérios do jogo
que o adversário está usando. É ai que mora uma das mais salutares
condições que só o jogo pode desencadear.
Sugestões de jogos para serem aplicados durante as aulas de natação,
com utilização de material pedagógico específico para atividade.
Caça ao Tesouro de Letras e Cores
Todos os alunos ficam agrupados de um lado da piscina. O professor
arremessa vária peças pesadas emborrachadas (formato de letras e formas
coloridas), na piscina que seguem para o fundo. Ao sinal do professor todos
irão mergulhar e pegar as peças. Aqueles que pegaram as letras deverão falar
um nome de um animal que vive mar. Aqueles que pegaram as cores, citar a
cor que pegou. (Exercício de Apnéia).
Corrida do Meio
A turma é dividida em dois grupos. Cada um se posicionará nas bordas
da piscina, em lados opostos, em fila. O professor se posicionará no centro da
piscina e lançará um objeto na água. Ao tocar na superfície, os alunos deverão
mergulhar e nadar a toda velocidade no estilo de crawl, peito ou golfinho.
Aquele que tocar primeiro no objeto, marcará ponto para seu grupo. Aquele
com maior pontuação é o vencedor. (exercício de Velocidade, Força, Ritmo e
Propulsão).
25
Corrida de Bolão
Cada aluno receberá uma bola inflável de piscina. Ao sinal do
professor todos deverão posicionar os pés na parede e a toda velocidade, bater
os pés, no estilo de Crawl, Peito ou Golfinho. Aquele que chegar primeiro, e
marca muitos pontos, ao final da atividade será o campeão. (Exercício de
Propulsão, resistência, Equilíbrio e Força).
Cavalo Marinho Saltitante
Todas as crianças recebem o tubo de plástico e posicionam a frente do
corpo com os braços estendidos. Ao sinal do professor todos deverão inspirara
pela boca e soltar pelo nariz o ar. Ao mesmo tempo deverão saltitar até o outro
lado da piscina. Aquele que chegar primeiro marca pontos. Ganha aquele que
possuir mais pontos. (trabalho de controle e troca da respiração terrestre para
respiração aquática, Ritmo, Força).
26
CONCLUSÃO
Desde as origens dos jogos na antiguidade, o aprendizado da natação
era considerado tão importante quanto ler ou escrever.
Nas aulas atuais, os métodos e técnicas para ensinar crianças na idade
infantil a nadar, têm evoluído de forma a estimular e facilitar o aprendizado da
natação, uma atividade fundamental para todos os seres humanos.
A utilização dos jogos recreativos, como estímulos durante as aulas de
natação dentro da piscina, auxiliam positivamente no desenvolvimento do
aprendizado de movimentos tão complexos e necessários da natação
Hoje, milhões de pessoas nadam no mundo inteiro, por esporte ou
lazer. Novos e sensacionais recordes são estabelecidos, em grandes eventos
como os Jogos Olímpicos, Pan Americanos, Campeonatos Mundiais de
Natação, na eterna luta do homem com a natureza, aprimorando ainda mais a
prática da natação, para poder nadar cada vez melhor e cada vez mais rápido.
Como o estudo científico, nesta área tem evoluído nas últimas décadas
novas técnicas e jogos sendo descobertos, sugiro a continuação dos estudos
sobre este tema.
27
BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade Jogos, Atividades Lúdicas, Expressão Corporal e Brincadeiras Infantis. 4 ed. Rio de Janeiro , Wak Ed. 2008. ALVES, Fátima; ROCHA, Dina Lúcia Chaves; FERREIRA, Marta Pires Relvas. Como aplicar a Psicomotricidade uma atividade multidisciplinar com Amor e União. 3 ed. Rio de Janeiro, Wak Ed. 2009. CABRAL, Fernando; CRISTIANINI, Sanderson; SOUZA, Wagner. Natação: 1000 exercícios. 4.ed. Rio de Janeiro Sprint, 2001. FOX, Edward; BOWERS, Richard; FOSS, Merle. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. 4.ed. Rio de Janeiro Guanabara Koogan,1991. HAYWOOD, Kathleen; GETCHEL, Nanci. Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida. 3.ed.,2001. HISTORIA da Natação. Rio de Janeiro, Areti, 1999. MACHADO, David Camargo. Metodologia da Natação. São Paulo, EPU, 2004. MACHADO, David Camargo. Natação Teoria e Prática. 2. ed. Rio de Janeiro
Sprint, 1998.
MASSAUD, Marcelo Garcia; CORRÊA, Célia Regina. Natação na Idade Escolar. Rio de Janeiro, Sprint, 2004.
MELLO, Vitor Andrade de; TAVARES, Carla. O Livro Reflexivo do Movimento Educação Física, Lazer a Inclusão Social. Rio de Janeiro, Shape Editora, 2006. NORONHA, Rômulo. Nadar é Preciso. 2 ed. Rio de Janeiro, Editora Marco Zero. 1985. PATACO, Vera Lucia Paracampos; VENTURA, Magda Maria; RESENDE Érica
dos Santos. Metodologia para Trabalhos Acadêmicos e Normas de
Apresentação Gráfica, 2004.
RAMALDES, Ana Maria. Natação – 100 Aulas Bebê à Pré-Escola. 2 ed. Rio de Janeiro, Sprint,1999.
28
REVISTAS
Revista Nova Escola – Grandes Pensadores 41 educadores que fizeram história, da Grécia antiga aos dias de hoje. Edição Especial n. 25, Editora
Abril – julho 2009.
Revista Scientific American – Brasil, n.87, Agosto 2009.
WEBGRAFIA
WIKIPÉDIA Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo Acesso em 31 de jun.2009 WIKIPÉDIA Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo#Origem Acesso em 31 de jun.2009.
MULTIMÍDIA
DVD Meus Primeiros 15 Meses de Vida Aquática. Robert Strauss. Produção
AquaBrasil.
DVD Coleção Educação Física Natação, volume 1: Adaptação ao Meio Líquido e Aprendizagem dos Estilos. Emerson Farto Ramirez. SBJ
Produções.
DVD Coleção Educação Física Natação, volume 2 : Técnica e Aperfeiçoamento dos 4 Estilos. Emerson Farto Ramirez. SBJ Produções.
29
INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DA NATAÇÃO 9
CAPÍTULO II
O JOGO E AS SUAS ORIGENS 15
CAPÍTULO III
JOGOS RECREATIVOS NAS AULAS DE NATAÇÃO INFANTIL 20
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 27
BIBLIOGRAFIA CITADA 27
ÍNDICE 29
30
FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: JOGOS RECREATIVOS COMO INSTRUMENTO PARA
APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO NA IDADE ESCOLAR
Autor: CLÁUDIA BARROSO MACHADO
Data da entrega: 01/08/2009
Avaliado por: Fabiane Muniz Conceito: