View
8
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
NAYARA ZIELASKO TROMBINI GARCIA
ÓLEOS ESSENCIAIS DA ERVA CIDREIRA BRASILEIRA (Lippia alba MILL.)
N. E. BR (VERBENACEAE) E ALFAVACA (Ocimum gratissimum LINN.)
(LAMIACEAE) SOBRE A LAGARTA-DO-CARTUCHO (Spodoptera
frugiperda) (J. E. SMITH) (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)
CAMPO GRANDE – MS
2018
NAYARA ZIELASKO TROMBINI GARCIA
ÓLEOS ESSENCIAIS DA ERVA CIDREIRA BRASILEIRA (Lippia alba MILL.)
N. E. BR (VERBENACEAE) E ALFAVACA (Ocimum gratissimum LINN.)
(LAMIACEAE) SOBRE A LAGARTA-DO-CARTUCHO (Spodoptera
frugiperda) (J. E. SMITH) (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)
Tese apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional da
Universidade Anhanguera-Uniderp,
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Doutor em Meio
Ambiente e Desenvolvimento Regional.
Comitê de Orientação
Profa. Dra. Rosemary Matias
Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck
CAMPO GRANDE – MS
2018
3
Candidato: NAYARA ZIELASKO TROMBINI GARCIA
Dissertação defendida e aprovada em 31/08/2018 pela banca examinadora:
4
AGRADECIMENTOS
Tão difícil quanto foi escrever está tese, foi escrever este item. Somente
quem esta, realmente, próximo, ou já passou por isso, sabe o quanto este
período é árduo e gratificante ao mesmo tempo.
Um sorriso, uma palavra amiga, um “bom dia” caloroso te enche de forças
para continuar lutando para fazer pesquisa no Brasil, mesmo com todas as
barrerias que estamos enfrentando, agradeço a CAPES pela bolsa que foi
concedida, sem esta não teria condições de fazer este trabalho, e espero que
meus futuros colegas possam ter esta mesma oportunidade.
Agradeço imensamente a toda equipe da secretária do curso de pós-
graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, em especial a Alinne
Signorelli por sempre nos atender da melhor forma possível com um imenso
sorriso no rosto.
Não consigo expressar em palavras a minha gratidão por todos os
professores do programa, todo conhecimento que recibi, toda sabedoria de
grandes “mestres” a serem seguidos. Muito obrigada por cada disciplina, por
cada aula, sempre sai diferente do que entrei, cheia de novos questionamentos
e vendo o quão amplo é a nossa área e o quão restrito é o meu conhecimento.
Em especial, queria agradecer aos professores, e agora meus
orientadores, Rosemary Matias e Ademir Kleber Morbeck. Professor Ademir,
muito obrigada pela contribuição ao meu trabalho e pelas palavras de apoio e
incentivo em um momento tão delicado de minha vida particular, suas palavras
foram certeiras e me motivaram, o senhor não pode imaginar o quanto.
Professora Rose, fico sem palavras para agradecer tudo o que já fez em minha
vida, a senhora que abriu as portas da pesquisa para mim, e agora na finalização
da minha tese foi meu refugio, minha incentivadora e acima de tudo uma
excelente orientadora, muito obrigada pelas suas contribuições e pela sua
compreensão diante de tudo.
Quero agradecer a equipe do Laboratório de Pesquisa em Entomologia,
em especial ao Luiz Octávio e Heidine Malaquias, foi muito gratificante trabalhar
com vocês, aprendi muito, no âmbito profissional, mas acima disso, na vida.
Vocês são seres humanos maravilhosos o qual eu tenho a honra de chamar de
amigos, sou grata por tê-los em minha vida particular.
5
Para muitos a família são pessoas que compartilham de laços
sanguíneos, para mim são as pessoas que posso contar nos momentos mais
obscuros da vida. Posso não ter uma família sanguínea, mas tenho uma enorme
família que a espiritualidade me deu, e sou grata a cada um deles, pois, se hoje
estou escrevendo este item da minha tese foi porque vocês me apoiaram.
Ao professor Silvio Favero, meu eterno orientador, não tenho palavras que
possam expressar a gratidão que sinto por tê-lo conhecido, por ter trabalho com
o senhor e ter desenvolvido este trabalho. Foram anos de muitos aprendizados,
tanto na parte profissional quanto pessoal. Espero um dia ser 10% do profissional
que o senhor é, para mim já seria de grande valia e queria ser 1% do ser humano
que o senhor é. Um verdadeiro exemplo a ser seguido, como pesquisador e
como ser humano, detentor de um enorme coração cheio de bons sentimentos
por todos, obrigada por ter me orientado profissionalmente e para vida.
Ao José Ricardo de Carvalho Bignardi, meu amor, meu companheiro, meu
porto seguro, devo primeiro iniciar com as desculpas. Desculpa, pelas vezes que
cheguei irritada e descontei em você, pela ausência, pelo cansaço eterno, pelos
milhares de vezes que abri mão de estar com você para estar com este trabalho,
pelas viagens que não fizemos, me desculpe por todas as vezes que te
preocupei nos momentos de crises, “será que dou conta? ”, enfim, me desculpa
por tudo de ruim que foi namorar uma doutoranda. Por outro lado, queria
agradecer todas as vezes que me incentivou, que me acalmou, que me deu
forças. Todas as vezes que veio ao laboratório, sábados, domingos, feriados, de
manhã cedinho, ou tarde da noite, muito obrigada por ser meu melhor estágiario
mesmo sendo advogado. Muito obrigada por ser esta pessoa maravilhosa, muito
obrigada por simplismente existir na minha vida. Se tive forças é porque você foi
meu maior incentivador, eu te amo.
Enfim, obrigada a todas as pessoas que contribuíram com este trabalho,
direta ou indiretamente. Gratidão!
6
SUMÁRIO
1. Resumo Geral.............................................................................................
2. General Summary......................................................................................
3. Introdução Geral........................................................................................
4. Revisão de Literatura................................................................................
4.1. Aumento da população; controle de pragas e suas consequências
4.2. A seleção de pragas resistentes em consequência da má
utilização dos inseticidas químicos sintéticos ...........................................
4.3. Impacto a saúde humana por resíduos de
inseticidas.......................................................................................................
4.4. Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)..........
4.5.Modo de ação dos inseticidas
neurotóxicos...................................................................................................
4.6. Óleos essenciais como inseticidas para S. frugiperda (Smith, 1797)
(Lepidoptera-Noctuidae) ..................................................................................
4.7. Lippia alba (Mill.) N. E. Brown...............................................................
4.8. Ocimum gratissimum L. .........................................................................
4.9. Efeito dos óleos essenciais sobre o inseto........................................
5. Referências Bibliográficas........................................................................
6. Artigos
7
8
9
12
12
13
14
16
18
20
24
27
30
33
52
52
52
53
53
55
58
66
66
66
74
Artigo I............................................................................................................
Toxicidade do óleo essencial de folhas de Lippia alba e Ocimum
gratissimum sobre Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera:
Noctuidae).......................................................................................................
Resumo...........................................................................................................
Abstract...........................................................................................................
Introdução.......................................................................................................
Material e Métodos.........................................................................................
Resultados e Discussão................................................................................
Conclusões.....................................................................................................
Agradecimentos.............................................................................................
Referências Bibliográficas............................................................................
Artigo II ...........................................................................................................
7
Alterações comportamentais de larvas e adultos de Spodoptera
frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) frente ao óleo
essencial de folhas de Lippia alba e Ocimum gratissimum
..........................................................................................................................
74
74
75
75
77
80
88
88
88
100
Resumo...........................................................................................................
Abstract...........................................................................................................
Introdução.......................................................................................................
Material e Métodos.........................................................................................
Resultados e Discussão................................................................................
Conclusões.....................................................................................................
Agradecimentos.............................................................................................
Referências Bibliográficas............................................................................
7.Conclusão geral..........................................................................................
8
1. Resumo Geral
A sociedade contemporânea se depara com a necessidade de aumentar
a produção de alimentos; porém estudos revelam que as práticas agrícolas
convencionais estão acarretando impactos ao ambiente e a saúde humana. Com
o intuito de mitigar estes impactos, pesquisas com produtos naturais, como os
óleos essenciais, como inseticidas de baixo risco aumentou consideravelmente
e tem demonstrando potencial de utilização. Os óleos essenciais, produzido pelo
metabolismo secundário das plantas, são ricos em compostos terpenóides, com
ação inseticida sobre o sistema nervoso dos insetos, demonstrando potencial a
ser explorado para o controle de pragas. Desta maneira, objetivo-se avaliar o
potencial inseticida e insetistático dos óleos essenciais de Lippia alba (Mill.) NE
Brown e Ocimum gratissimum Linn para o controle da Spodoptera frugiperda
(Smith, 1797) (Lepidoptera- Noctuidae), uma das pragas que atacam culturas
como o milho e a soja, e comtempla a linha de pesquisa Sociedade, Ambiente e
Desenvolvimento Regional Sustentável. Os óleos essenciais foram extraídos das
folhas frescas das plantas, cultivas na horta de plantas medicinais da
Universidade Anhanguera – Uniderp, por hidrodestilação e os insetos, criados
em dieta artificial a base de feijão, gérmen de trigo e levedo de cerveja, no
Laboratório de Pesquisas em Entomologia da Universidade Anhanguera -
UNIDERP. Foram realizados bioensaios de Toxicidade Aguda Tópica, por
Superfície de Contato, Periodo Residual, Fagoinibição com e sem chance de
escolha e Inibição de Oviposição. O óleo essencial de L. alba apresentou DL50
de 0,05 µL.inseto e DL90 de 0,14 µL.inseto e CL50 de 0,27µL.cm-2 e CL90 0,48
µL.cm-2 . O. gratissimum apresentou DL50 de 0,06 µL.inseto e DL90 de 0,24
µL.inseto e CL50 de 0,024 µL.cm-2 e CL90 0,046 µL.cm-2. O óleo essencial de L.
alba é mais heterogêneo e tem um potencial residual mais prolongado em
relação a O. gratissimum; porém, este apresentou um potencial residual agudo.
Ambos os óleos apresentaram potencial fagoinibidor e diminuíram as posturas
das mariposas e portanto, tem potencial inseticida para o controle da S.
frugiperda. Desta maneira, a utilização de métodos baseados em óleos pode ser
uma alternativa viável para o combate de determinadas pragas agrícolas,
diminuindo os impactos ambientais no ambiente.
9
Palavras-chave: Recursos Naturais, Agricultura Sustentável, Controle de
Pragas, Inseticida Botânico, Terpenos.
2. General Summary
Essential oils of the brazilian cider herb (Lippia alba Mill.) N. E. BR
(Verbenaceae) and alfavaca (Ocimum gratissimum Linn.) (Lamiacea) on the
fall armyworm (Spodoptera frugiperda) (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae)
Contemporary society comes across the necessity of increasing the
production foods; however studies shows that the conventional agriculture
practices are bringing impacts to the environment and the human health. Trying
to moderate these impacts, researches with natural products, like the essential
oils, insecticides of low risk increased considerably and it has demonstrating
potential of use. The essential oils, produced by the secondary metabolism of the
plants, are rich in terpenoids compounds, with insecticide action on the nervous
system of insects, demonstrating potential to be explored for pests control.
Objected evaluate the insecticide and insetistatic potential of essential oils of
Lippia alba (Mill.) NE Brown and Ocimum gratissimum Linn for the control of
Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera-Noctuidae), one of the pests
that attacks crops such as corn and soy and contemplates the Society,
Environment and Regional Sustainable Development research lines. Essential
oils were extracted from fresh leaves of plants grown in the University Anhaguera
– Uniderp vegetable garden of medicinal plants of the by hydrodistillation and the
insects was rearing in artificial diet of bean, wheat germ and brewer's in
Laboratory of Entomology Research at the University Anhanguera - UNIDERP.
They were carried out bioasseys of Topical Acute Toxicity, for Surface of Contact,
Residual Period and Antifee danl efct with and without chance of choice and
Inhibition of oviposition. The essential oil of L. alba presented DL50 of 0,05 µL.
insect and DL90 of 0,14 µL.insect and CL50 of 0,27 µL.cm-2 and CL90 0,48 µL.cm-
2. O. gratissimum presented DL50 of 0,06 µL.insect and DL90 of 0,24 µL.insect and
CL50 of 0,024 µL.cm-2 and CL90 0,046 µL.cm-2. The essential oil of L. alba is more
heterogeneous and it has a residual potential more extended than O.
gratissimum; however, this one presented a acute residual potential. Both oils
presented Antifee danl efct potential and reduced the postures of the moths so,
10
it has potential insecticide for the control of S. frugiperda. In this way, the use of
methods based on oils can be a viable alternative for the conthol of certain
agricultural pests, decreasing the environmental impacts in the environment.
Keywords: Natural resources, Sustainable Agriculture, Pest Control, Botanical
Insecticide, Terpenes.
3. Introdução Geral
Discussões políticas e econômicas sobre a falta de alimento e a
conservação dos recursos naturais vêm ganhando destaque. De acordo com a
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), uma em
cada nove pessoas não tem alimento disponível para levar uma vida ativa e
saudável e este número deve aumentar, considerando as projeções de
crescimento populacional (FAO, 2009).
Em 2009 a FAO realizou um estudo que considerou o crescimento
populacional e a produção agrícola e concluiu que o setor agrícola terá que
aumentar aproximadamente 70% da sua produção até 2050, a fim de suprir as
necessidades nutricionais básicas da população mundial (FAO, 2009).
Esta pressão exercida sobre o setor agrícola alavancou as pesquisas em
novas tecnologias, para aumentar a produtividade das áreas já agricultáveis,
sem suprimir áreas nativas. De acordo com REGNAULT-ROGER et al., (2012),
as práticas agrícolas contemporâneas ainda são insustentáveis, o que acarreta
impacto ao ambiente e a saúde humana.
O recurso mais utilizado para aumentar a produtividades das áreas
plantadas são os agroquímicos, que mal manejados podem acarretar impactos
negativos ao sistema agroecológico, incluindo os seres humanos (VEIGA et al.,
2006). De acordo com GOMES e BARIZON (2014), no Brasil a cultura da soja e
do milho são as que mais utilizam agroquímicos (volume por hectare) em seu
manejo.
O milho é uma das culturas mais cultivadas no Brasil e seu plantio ocorre
desde pequenas propriedades (para subsistência) até grandes propriedades,
com a utilização de alta tecnologia. Segundo a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial deste grão,
sendo que a produção total da safra 2016/2017 foi de 80 milhões de toneladas
(CONAB, 2017).
11
O milho (Zea mays) pertence à família Poaceae, originária da América
Central, com grande capacidade de adaptação a diversos climas. É um alimento
rico em carboidratos e fonte de óleo, fibras e pequenas quantidades de vitaminas
E, B1, B2 e ácido pantatênico, além de alguns minerais, como o fósforo e o
potássio (MATOS et al., 2012). O grão é transformado em óleo, farinha, ração,
amido, margarina, xarope de glicose e flocos para cereais matinais (SILOTO,
2002).
Apesar do aumento do número de pesquisas sobre a cultura e técnicas
de plantio, fatores bióticos e abióticos podem comprometer a fisiologia e a
produtividade da área. Entre os fatores bióticos se destacam os fitopatógenos e
os insetos-praga.
A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera:
Noctuidae), é considerada praga chave da cultura, causando danos em todas as
fases do desenvolvimento da planta e afetando a produtividade da área infestada
(SILOTO, 2002).
De acordo com FERREIRA FILHO et al. (2010), a média do custo para o
controle da S. frugiperda nas plantações de milho no Brasil oscilou entre R$
97,28/hectare a 122,56/hectare, dependendo da região. Ao projetar uma safra
de verão e uma “safrinha” de inverno, o valor médio gasto no Brasil para o
controle da lagarta-do-cartucho foi de 1,2 bilhões de reais ao ano; porém, o
controle químico não tem demonstrado muitas vezes resultados satisfatórios.
Segundo o Comitê de Ação a Resistência a Inseticidas (IRAC), o controle
de S. frugiperda não tem sido eficiente devido ao aumento de indivíduos
resistentes nas lavoras, em consequência da pulverização excessiva e de
inseticidas com mesmo mecanismo de ação (OMOTO et al., 2013).
Com o objetivo de diminuir as populações de insetos resistentes e mitigar
os impactos da utilização excessiva dos agrotóxicos, o uso de extratos vegetais
e os óleos essenciais derivados de plantas com potencial inseticidas aumentou
consideravelmente no controle de insetos pragas.
A atividade inseticida dos óleos essenciais está correlacionada com sua
substância majoritária, os terpenos(SIMÓES, 2017). Esses compostos podem
afetar os processos bioquímicos, fisiológicos e comportamentais nos insetos,
podendo ser prospectados como inseticidas naturais. Suas características
químicas e físicas fornecem propriedades que colaboram para um produto
12
eficiente e de baixo impacto, tais como: (1) complexa mistura de substâncias,
dificultando a seleção de indivíduos resistentes; (2) volatilização, indicando baixo
traço residual do produto; (3) biodegradável e, (4) baixa toxicidade a vertebrados
(ISMAN, 2006; PRATES e SANTOS, 2002; KIM et al., 2003; MENEZES, 2005).
Portando, diante deste contexto mundial da necessidade de aumentar a
produção agrícola aliado à conservação da biodiversidade e baixo risco a saúde
humana, objetivou-se avaliar o potencial inseticida dos óleos essenciais Lippia
alba (Mill.) NE Brown e Ocimum gratissimum Linn para o controle de S.
frugiperda.
13
4. Revisão de Literatura
4.1. Aumento da população; controle de pragas e suas consequências
Nos últimos séculos, a população mundial vem crescendo e estimativas
apontam que este crescimento é de 97 milhões de novos indivíduos por ano,
sendo que em 2050 a população mundial estimada será de 10 bilhões de
pessoas (SARAVI e SHOKRZADEH, 2011). Este aumento populacional
pressiona o setor agrícola para que a produção de alimento supra o aumento da
demanda.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO), em seu Relatório Especial sobre o Direito à Alimentação de
2017, a produção de alimentos tem que crescer cerca de 70% para suprir a
necessidade mundial dos próximos anos. Nos últimos 50 anos, as terras
agricultáveis mundiais aumentaram cerca de 10% (KÖHLER e TRIEBSKORN,
2013); porém, este crescimento ocorreu com a diminuição dos hábitats naturais.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a diminuição de
hábitats naturais acarreta impactos aos seres humanos pela diminuição, ou
encerramento, dos serviços ecossistêmicos e pela diminuição da biodiversidade
(RAMBALDI e OLIVEIRA, 2003). Logo, o setor agrícola depara-se com a
necessidade de aumentar a produção sem que novas áreas sejam suprimidas.
Neste processo de aumento da produtividade agrícola, novas tecnologias
foram introduzidas, tais como: o uso de fertilizantes, maquinário de precisão,
herbicidas, fungicidas,bactericidas, nematicidas e inseticidas. Segundo a
CROPLIFE (2010) a utilização de pesticidas vem aumentando e em 2005, a
movimentação monetária mundial foi de US$ 31 bilhões e em 2010 passou para
US$ 38 bilhões.
No Brasil, os pesticidas mais comercializados são os da classe dos
inseticidas. Do ano de 2011 para 2012, as vendas aumentaram 27,4% (MAPA,
2013); porém, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB), as áreas plantadas, neste mesmo período, cresceram 3%, o que
indica um aumento nas aplicações dos inseticidas (por hectare) (CONAB, 2013).
O aumento da frequência de aplicações e da dosagem faz com que os
insetos-praga se dispersem para novos ambientes e/ou se adaptem às novas
14
condições (COTHRAN et al., 2013), com as populações capazes de adaptarem-
se as novas condições, denominadas resistentes.
4.2 A seleção de pragas resistentes em consequência da má utilização dos
inseticidas químicos sintéticos
De acordo com FORATTINI (2002), uma população é resistente quando
a mesma tem a capacidade de sobreviver a doses consideradas tóxicas para a
maioria dos indivíduos da mesma espécie. Em concordância com a classificação
proposta, por BRATTSTEN et al. (1986) e BRAGA e VALLE (2007), os
mecanismos de resistência são agrupados em: (1) comportamentais, (2)
fisiológicos e, (3) bioquímicos.
O primeiro grupo de mecanismos, o comportamental, inclui as mudanças
nos hábitos dos insetos, que pode ocorrer por alterações nos órgãos sensoriais
e na capacidade de aprendizado. Por consequência, gera uma maior habilidade
em evitar os efeitos letais das substâncias tóxicas, como por exemplo, reduzindo
sua entrada em domicílios que receberam inseticidas (BRATTSTEN et al., 1986;
MATHENGE et al., 2001).
O segundo grupo, os fisiológicos, está relacionado às mudanças na
fisiologia do inseto, que inclui: (a) aumento na capacidade de excreção das
substâncias tóxicas, (b) capacidade de isolar as moléculas tóxicas em estruturas
inertes no interior do corpo do inseto e, (c) diminuição da penetração do
inseticida no organismo (modificação do tegumento) (BRATTSTEN et al.,1986;
GALLO et al., 2002).
O terceiro grupo é considerado o mais importante e está relacionado à
resistência bioquímica, que ocorre através de dois processos: o primeiro é o
aumento da capacidade de destoxificação metabólica, por ação de enzimas
especificas, esstas têm a função de aumentar a polaridade da molécula do
inseticida, o que facilita a sua excreção pelo organismo. As principais enzimas
relacionadas a este processo são as esterases, as glutationa-S-transferases e o
complexo das oxidases microssomais (oxidase de função mista). A fim de
aumentar a eficácia dos inseticidas e diminuir a seleção de populações
resistentes, alguns inseticidas têm em sua composição substâncias que agem
de forma sinérgica com o composto majoritário, inativando estas enzimas e
dificultando ou até mesmo cessando o mecanismo de excreção (SCOTT, 1999).
15
O outro mecanismo que compõe o grupo de resistência bioquímica é a
alteração no sítio de ação da molécula inseticida, que pode ocorrer, por exemplo,
nos canais de sódio da membrana do neurônio. Insetos que forem capazes de
realizar esta modificação são resistentes aos inseticidas piretroides e aos
organoclorados do grupo do DDT (diclorodifeniltricloretano) (LIU et al., 2000).
De acordo com CAMPANHOLA (1990), a resistência pode ser classificada
como cruzada ou múltipla. A cruzada é quando um único mecanismo tem a
capacidade de anular a ação de dois ou mais inseticidas do mesmo grupo
químico. Já a múltipla é quando o indivíduo tem a presença de vários
mecanismos de resistência, tornando-o resistente a vários grupos inseticidas.
Para mitigar os efeitos da seleção dos organismos resistentes, é
necessário a utilização de inseticidas menos persistentes, diminuir a frequência
de aplicação, aumentar a imigração de insetos susceptíveis e ter área de refúgio
disponível. Porém, com o surgimento das populações resistentes, os produtores
aumentaram de forma inadequada as dosagens e a frequência das aplicações
dos inseticidas que, mal manejados, acarretaram impactos ao ambiente e a
saúde humana.
4.3 Impacto a saúde humana por resíduos de inseticidas
Atualmente são raros os grupos de pessoas que não tenham contato com
inseticidas, que pode ocorrer por contaminação do solo, água e ar, por resíduos
em alimentos e pela amamentação (GASPARI et al., 2012; EYHORN et al.,
2015).
Diversas doenças estão sendo correlacionados com a exposição crônica
aos agrotóxicos, tais como: (1) câncer, (2) Parkinson, (3) Alzheimer, (4)
distúrbios hormonais e, (5) esterilidade, além de (6) diversos efeitos neurológicos
(perda de memória, perda da coordenação motora e redução da capacidade
visual) (KÖHLER e TRIEBSCORN, 2013). A bioacumulação nos tecidos
adiposos e a biomagnificação na cadeia trófica, potencializam a contaminação
indireta e a exposição crônica a essas substâncias.
De acordo com a FAO (2017), 200 mil pessoas morrem todos os anos por
intoxicações causadas por contato direto com estas substâncias. Desse total,
90% ocorre em países em desenvolvimento, o que indica a precariedade no
16
ambiente de trabalho, por falta de treinamento prévio para manusear estas
substâncias, ou pela ausência dos equipamentos de segurança necessários.
Quando ocorre contaminação do solo, água e ar, o ser humano e os
ecossistemas também são afetados. Os inseticidas podem permanecer no
ambiente por décadas, ameaçando os ecossistemas naturais, assim como os
agroecossistemas, provocando perda da diversidade biológica, diminuição das
populações de insetos benéficos e inimigos naturais (diversos invertebrados,
peixes, anfíbios, répteis, morcegos e aves).
Na China, recentes publicações do governo classificam a contaminação
de seu solo de moderada a grave, sendo que em 26 milhões de hectares de terra
agricultável, cerca de 20% não pode mais ser cultivada (ONU, 2017).
Na Guatemala, a poluição do rio La Pasíon com inseticida malathion
(organofosforado) provocou a morte de milhares de peixe e 23 espécies estão
ameaçadas de extinção. Este alto nível de poluição também afetou 12.000
pessoas de 14 comunidades cuja principal fonte de alimentos era advinda do rio
(FAO, 2017).
Outro dado alarmante sobre o mal uso dos inseticidas está relacionado
com as populações de insetos não alvo, como por exemplo, as abelhas. Estima-
se que nos últimos 25 anos ocorreu uma diminuição de 50% das populações de
abelhas dos Estados Unidos, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
(ALLSOPP, 2014).
A Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos (IPBES) estima que, aproximadamente 71% das espécies
cultivadas são polinizadas por abelhas; portanto, o sistema de produção agrícola
poderá sofrer um declínio com a diminuição de suas populações
(OPGENOORTH e HOTES, 2016).
No Brasil, o estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) intitulado “Panorama da contaminação ambiental por
agrotóxicos e nitrato de origem agrícola no Brasil: cenário de 1992 a 2011”,
mostrou que apesar de escassos, programas de monitoramento de resíduos
agrícolas indicaram que todas as amostras das 5 regiões brasileiras,
apresentavam traços residuais de agrotóxicos, inclusive de substâncias
proibidas, como o DDT. A cultura da soja e do milho são as que mais utilizam
pesticidas (volume por hectare) em seu manejo (GOMES e BARIZON, 2014).
17
Segundo TSUNECHIRO et al. (2012), de 2008 a 2011, ocorreu uma
diminuição das vendas de inseticidas para a cultura do milho, devido a introdução
do milho Bt na safra de 2008/2009. Este é um milho transgênico e apresenta
atividade inseticida, devido à incorporação de genes da Bacillus thuringiensis,
uma bactéria que produz uma substância inseticida para larvas de alguns
lepidópteras (MENDES e WAQUIL, 2009). Porém, MELGAREJO et al. (2013) em
seu trabalho intitulado “Transgênicos no Brasil: a manipulação não é só
genética”, já apontaram falhas e a ineficiência que foi a introdução do milho Bt;
posteriormente, a venda de inseticidas aumentaram, para tentar suprir a
ineficiência do milho Bt.
As novas tecnologias que visam aumentar a produtividade e mitigar os
impactos da cadeia produtiva do milho brasileiro vêm aumentando, devido à
importância econômica que esta cadeia representa para o agronegócio do país.
De acordo com a Federação das Industriais de São Paulo (FIESP), o Brasil é o
3º maior produtor de milho e o 2º exportador do produto (FIESP, 2017); porém,
esta cadeia também gera grandes impactos a saúde humana e ao ambiente,
pelo volume de agroquímicos utilizados em seu manejo.
4.4 Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)
As espécies pertencentes ao gênero Spodoptera são amplamente
distribuídas no mundo, ocorrendo desde a região central dos Estados Unidos até
a Argentina e, em algumas ilhas da Índia (CAPINERA, 2008).
Das 30 espécies descritas, 15 são classificadas como praga por
apresentar importância econômica a diversas culturas (POGUE, 2002). A
espécie Spodoptera frugiperda, popularmente conhecida como a lagarta-do-
cartucho ,destaca-se por seu hábito alimentar generalista com 80 espécies de
plantas, incluindo cultivares de importância comercial, como milho, soja e
algodoeiro (POGUE, 2002; CAPINERA, 2008).
No Brasil, a lagarta-do-cartucho foi registrada em quase todos os Estados
brasileiros e durante todo o ano, as perdas podem variar com a cultivar, local de
semeadura e práticas de manejo (MATOS NETO et al., 2004; SILVA et al., 2017).
Apesar de sua amplitude alimentar, S. frugiperda é considerada uma das
mais importantes praga de plantas pertencentes à família Poaceae (gramíneas),
como milho, arroz e trigo (BUSATO et al., 2002; CAPINERA, 2008). Porém suas
18
infestações têm ocasionado perdas significativas também em outras culturas,
como algodão, soja e solanáceas cultivadas (CAPINERA, 2008; POGUE, 2002;
BASTOS e TORRES, 2004), além da capacidade de utilizar hospedeiros
alternativos para permanecer nos agroecossistemas.
De acordo com MIRANDA et al. (2005), S. frugiperda tornou-se uma
importante praga da cultura do algodão, sendo atualmente classificada como
praga chave, devido a diminuição da produtividade da cultura gerando prejuízos
econômicos aos produtores.
Na cultura do milho, a lagarta S. frugiperda tem o cartucho como sua
preferencia alimentar, o que lhe confere o nome popular, lagarta-do-cartucho do
milho (CRUZ e MONTEIRO, 2004). No milheto, seu comportamento é similar ao
observado no milho; porém na soja, as lagartas alimentam-se, inicialmente, das
folhas e depois, consomem as vagens em fase inicial de formação (BARROS et
al., 2010). No algodoeiro, alimentam-se tanto das folhas com dos botões florais;
porém, sua preferencia alimentar principal são as maçãs em formação (ALI et
al., 1990; LUTTRELL e MINK, 1999).
No Brasil, o controle da S. frugiperda é dificultado pelas sucessões de
plantio com culturas que servem de hospedeiros, como por exemplo, sucessão
da soja com o milho, ou sorgo na “safrinha”. Além disso, nos plantios onde é
utilizado pivô central na época de seca (inverno), aumenta a disponibilidade de
hospedeiros. Assim, uma área que poderia estar em vazio sanitário, encontra-se
com indivíduos em desenvolvimento (NAGOSHI, 2009).
A espécie S. frugiperda apresenta metamorfose completa em seu
desenvolvimento, isto é, passa por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto (Figura
1). Na fase adulta são de coloração, geralmente, pardo-acinzentada e depositam
os ovos em massa, podendo variar entre nove a 593 ovos por postura, com
capacidade de depositar até 13 posturas por dia (CRUZ, 1995).
Com a eclosão das larvas, inicia-se o processo alimentar onde,
primeiramente, ingere o que sobrou de seu ovo e depois, começa a ingerir as
folhas, causando o sintoma de “folhas raspadas”. Neste momento, ocorre o
comportamento de canibalismo, onde restará somente um indivíduo que se
deslocará para a região do cartucho (quando a infestação ocorre no milho), o
que impede o desenvolvimento da planta (CRUZ, 1995).
19
No sexto ínstar, as lagartas deslocam-se para o solo onde ocorre o
processo de pupação. As pupas são de coloração marrom-avermelhada e com,
aproximadamente, sete a 13 dias emerge a mariposa, iniciando novamente o
ciclo. A duração do ciclo esta relacionada às condições climáticas, podendo ser
diminuída ou aumentada a fim de preservar a espécie (CRUZ, 1995).
Figura 1. Ciclo biológico de Spodotpera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)
(CESAVEG, 2015).
4.5 Modo de ação dos inseticidas neurotóxicos
De acordo com GALLO et al. (2002), para que o controle de pragas ocorra
de forma menos impactante, é necessário conhecer o modo de ação dos
inseticidas, a fim de diminuir os efeitos da resistência e aumentar a seletividade
do produto; porém, para que isso seja possível, é necessário conhecer a
fisiologia do inseto.
No sistema nervoso do inseto, a transmissão do impulso nervoso ocorre
de duas formas: transmissão elétrica e transmissão química.
A transmissão elétrica ocorre por meio do fenômeno conhecido como
Bomba de Sódio (Na+) e Potássio (K+). Este processo de transporte ativo ocorre
20
com o auxilio de enzimas para que as concentrações destes íons não sejam
igualadas no meio intra e extracelular. A concentração de ions Na+ é maior no
meio extracelular enquanto a de K+, maior no meio intracelular. Deste modo, este
mecanismo é importante porque estabelece a diferença de carga elétrica entre
o meio intra e extracelular, promovendo: (1) a facilitação da penetração de
aminoácidos e açúcares, (2) manutenção da concentração de íons K+ dentro da
célula (fator é importante para síntese de proteína e respiração) e, (3) equilíbrio
osmótico (CHAPMAN, 2012).
A transmissão química ocorre entre neurônios; na extremidade do axônio
pré-sináptico, localizam-se as vesículas sinápticas que armazenam a
acetilcolina. O neurotransmissor é liberado na fenda sináptica e é modulado
pelos canais de cálcio (Ca) presentes na membrana pré-sináptica, para que o
impulso se propague para o neurônio pós-sináptico. Em seguida, a acetilcolina
é degradada pela enzima acetilcolineterase em ácido acético e colina (Figura 2).
Também existem outros neurotransmissores que são associados à transmissão
química do impulso nervoso: l-glutamanto e ácido ɤ- aminobutírico (GABA)
(GALLO et al., 2002; CHAPMAN, 2012).
Figura 2. Impulso químico entre neurônios dos insetos. Adaptado de GALLO et
al. (2002).
Algumas substâncias químicas, seja sintética ou natural, apresentam
mecanismos de atuação no sistema nervoso do inseto, alterando a transmissão
química entre os neurônios. Dentre as substâncias naturais, pesquisas vêm
demonstrando a ação inseticida dos óleos essenciais.
A atividade inseticida dos óleos essenciais está relacionada a seus
componentes majoritários, formados por terpenóides. Estas moléculas têm ação
21
direta no sistema nervoso do inseto, no sitio de ligação octopaminérgico. Este
sítio é receptor da octopamina, que é um neurotransmissor, neuromodulador e
neuro-hormônio. Disfunções neste sitio causam disruptura da transmissão
química, levando a morte do indivíduo; porém, este sítio de ligação não está
presente no sistema nervoso de vertebrados e consequentemente, não é tóxico
aos seres humanos (ENAN, 2001; TRIPATHI et al., 2009; DUBEY et al., 2010).
Devido a sua característica de volatizar, os óleos essenciais são produtos
de baixo resíduo; além disso, a complexa mistura de moléculas em sua
composição dificulta a seleção de indivíduos resistentes, o torna um produto com
potencial a ser explorado para o controle de insetos-praga.
4.6 Óleos essenciais como inseticidas para S. frugiperda (Lepidoptera-
Noctuidae)
As pesquisas por compostos bioativos de origem vegetal vêm crescendo
nos últimos anos com a descrição de diversas substâncias advindas de
metabólitos secundários (REGNAULT-ROGER et al., 2012). Estes metabólitos
dão origem a uma série de substâncias, tais como alcalóides, flavonóides,
cumarinas, saponinas, taninos e terpenos, entre outros (CARVALHO et al.,
2002).
Os terpenos, que constituem a parte maior dos óleos essenciais, têm
como função (1) a atração de polinizadores, (2) proteção contra predadores, (3)
auxílio na perda de água, e, (4) inibidor de germinação, dentre outras. Assim,
justificando-se a expansão de pesquisas com objetivo de sua utilização como
fungicidas, bactericidas e inseticidas (CRAVEIRO e MACHADO, 1986).
Os óleos essenciais, são prospectados como modelo na síntese de novos
agrotóxicos, mais eficientes, menos tóxicos e persistentes no ambiente (ISMAN,
2000; DUBEY et al., 2010; LIMA et al., 2010). A biodiversidade brasileira propicia
uma variedade de óleos (BIZZO et al., 2009) e são conhecidos cerca de 3.000,
dos quais 300 são comercialmente importantes (BAKKALI et al., 2008).
A variação da composição química dos óleos essenciais é determinada
pelas condições edafoclimáticas onde se encontra a planta e pelo método de
extração. Os óleos são misturas complexas e seus constituintes podem ser de
diversas classes de compostos secundários; porém os terpenos e os
fenilpropenos são mais comumente encontrados. Os terpenos são formados da
22
justaposição sucessiva de unidades de cinco carbonos, denominadas
isopentenilpirofosfato (IPP) (WINKEL-SHIRLEY, 2001).
O IPP é formado na rota do ácido mevalônico e é pré-cursor de diversos
terpenos. Nos óleos essenciais são encontrados com maior frequência os
monoterpenos e sesquiterpenos e estas moléculas podem ocasionar alterações
nas funções bioquímicas e fisiológicas em insetos (BOUVIER et al., 2003).
No entanto, na composição dos óleos, é possível encontrar compostos
fenólicos advindos da rota do ácido chiquímico, que possuem pelo menos um
anel aromático, neste, ao menos um hidrogênio é substituído por um grupamento
hidroxila. Outros compostos encontrados são os alcaloides, também advindos
da rota do ácido chiquímico, compostos cíclicos que possuem pelo menos um
átomo de nitrogênio no seu anel (VANDAR-UNLÜ et al., 2003; MELLO et al.,
2014).
O potencial inseticida dos óleos essenciais está relacionado às interações
das diferentes substâncias que os compõem, seja uma interação de sinergismos
ou de antagonismo (CASTRO et al., 2006; CRUZ et al., 2014). FAZOLIN et al.
(2017) estudaram a ação da interação dos óleos com inseticidas comerciais e
concluíram que a eficiência dos inseticidas beta-cipermetrina e fenpropatrina foi
majorada com a adição do óleo essencial de Piper aduncun L. (Piperaceae).
É importante destacar que a ação dos óleos essenciais sobre os insetos
não se restringe apenas a mortalidade do indivíduo. Além dissopode3 provocar
alterações comportamentais, tais como a repelência e deterrência alimentar e/ou
de oviposição, assim como seus efeitos subletais, também são ferramentas de
manejo importantes para o controle de insetos-praga (COLPO et al., 2014;
MELLO et al., 2014).
Diversas pesquisas têm evidenciado o efeito dos óleos essenciais sobre
parâmetros biológicos e comportamentais de S. frugiperda, demonstrando o
potencial dessas substâncias no controle desta praga. LIMA et al. (2010)
analisaram o efeito de mortalidade do óleo de Ageratum conyzoides L. para o
controle da lagarta, com experimento realizado em folhas de milho tratadas com
diferentes concentrações do óleo. Após 24 horas foi realizada a leitura,
constatando a atividade inseticida, que foi atribuída ao precoceno, composto
majoritário da amostra, que induz a metamorfose das larvas.
23
KNAAK et al. (2015) avaliaram o potencial inseticida dos óleos essenciais
de Zingiber officinale Rosc., Cymbopogon citratus (DC.) Staf, Artemisia
absinthium L. e Ruta graveolens L. sobre S. frugiperda pela via de intoxicação
aguda tópica e superfície de contato e também a mudança comportamental do
inseto pelo bioensaio de repelência e todos os óleos demonstraram ter potencial
inseticida.
O trabalho realizado por SOUZA et al. (2010), para verificar a ação tóxica
e fagoinibidora de óleos essenciais de Corymbia citriodora (Hook) K.D. Hill &
L.A.S Johnson, Eucalyptus urophylla S. T. Blake e Eucalyptus urograndis (hibrido
de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden X E. urophylla) para o controle de S.
frugiperda, demonstraram ter potencial inseticida pela via de aplicação tópica e
potencial fagoinibidor.
SANTOS et al. (2016), estudando óleos de plantas amazônicas
(Astrocaryum aculeatum G. Meyer, Oenocarpus bataua Mart., Orbignya
phalerata Mart., Mauritia flexuosa L.f., Caryocar brasiliense Cambess,
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Carapa guianensis Aubl., Platonia
insignis Mart., Pentaclethra macroloba (Willd) e, Vernonia polysphaera Less.),
verificaram o potencial inseticida e também o potencial ovocida para S.
frugiperda.
ÁVILA et al. (2014) avaliaram o potencial inseticida para S. frugiperda dos
óleos essenciais de Piper subtomentosum Trel. & Yunck (folhas e
inflorescências) e Piper septuplinervium (Minq,) C. DC. (partes aéreas),
determinando seus compostos. O componente mais abundante nas partes
aéreas e nos óleos de inflorescência foi α-pineno (27,3 e 21,0%,
respectivamente); já δ-cadineno foi o principal componente do óleo foliar. O óleo
que demonstrou ser mais tóxico foi o das partes áreas de Piper septuplinervium
(LC50 = 9,4 μL L-1 de ar). Porém, no bioensaio para verificar os efeitos subletais
(atraso no desenvolvimento e deterrência de oviposição), os óleos essenciais
apresentaram efeitos, porém não deferiram entre si.
Pesquisas vêm demonstrando que além dos efeitos de mortalidade, os
óleos também apresentam efeitos subletais, como demonstrado no trabalho de
CRUZ et al. (2014), onde o óleo essencial de Syzygium aromaticum (L.) Merr. &
L.M.Perry provocarão diminuição no tamanho das larvas e o peso das pupas de
S. frugiperda, em comparação com o controle. Além disso, os autores verificaram
24
o aumento na produção de óxido nitro, que está associado ao aumento das
células hematócitas, que ocorre em resposta a presença de agentes estranhos
no corpo do inseto.
TAVARES et al. (2013), ao analisaram o efeito de prolongamento da
incubação dos ovos de S. frugiperda e os efeitos subletais nas larvas, utilizando
o óleo essencial extraído do rizoma de Curcuma longa L., observaram que
ocorreu um espessamento da casca do ovo, dificultando a eclosão das larvas; já
no desenvolvimento larval foi observado uma diminuição do tamanho das larvas,
causada pela deterrência alimentar em decorrência da dieta ter sido tratada com
o óleo.
ALVES et al. (2014) descreveram as modificações histoquímicas do óleo
essencial de Piper hispidinervum C. DC. sobre os ovariolos e a
espermatogênese da S. frugiperda, verificando modificações em todos os
tecidos, parede de revestimento dos órgãos, ductos, zona da região basal do
folíolo e zona de formação testicular. O trabalho atribui este efeito aos
monoterpenos, substância majoritária da amostra.
ORTEGA et al. (2015) avaliaram os efeitos subletais (viabilidade larvar e
viabilidade pupal) em dieta artificial tratada com óleo de Salvia ballotiflora Benth,
com componentes majoritários sendo o β-cariofileno e o óxido de cariofileno, ao
qual foi atribuída a ação inseticida e insetistática observadas.
CRUZ et al. (2016) determinou a Dose Letal10 dos óleos essenciais de
Foeniculum vulgare Mill. (5,04 mg.g-1), Eucalyptus staigeriana F. Muell. (3,20
mg.g-1) e Ocimum gratissimum L. (1,52 mg.g-1). Sendo o O. gratissimum mais
tóxico dos três óleos testados. No bioensaio de alterações biológicas, todos os
óleos apresentaram picos de mortalidade e posteriormente, modificações na
biologia, demonstrando seu potencial de uso para o controle de S. frugiperda.
Estudando os efeitos da toxicidade aguda tópica, a fim de determinar a
DL50 e DL90, NICULAU et al. (2013) avaliaram os óleos essenciais de
Pelargonium graveolens L. e Lippia alba (Mill.) N. E. Brown usado no presente
trabalho, porém, com origem de coletas diferentes. Ambos apresentaram
potencial inseticida; porém, ao analisar seus intervalos de confiança, não
diferiram entre si. As DL50 e DL90 também foram comparadas as do bioinseticida
Azamax® (azadiractina) e demonstraram ser mais tóxicas que o produto
comercializado.
25
Em concordância com VIEIRA (2004), uma das vantagens da utilização
dos óleos essenciais no controle de pragas, em comparação com a utilização
dos inseticidas sintéticos, é que sua obtenção é por meio de recursos renováveis;
porém, ainda há a necessidade de mais estudos sistematizados nesta área.
4.7 Lippia alba (Mill.) N. E. Brown
A família Verbenaceae, onde L. alba esta inserida, é composta por outras
plantas classificadas como medicinais, tais como cidrão (Aloysia triphylla (L’Hèr.)
Britton. e gervão (Verbena officinalis L.) (HENNEBELLE et al., 2008) e, alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham) (MATTOS et al., 2007), entre outras espécies. É
distribuída na América Central e do Sul e sul dos Estados Unidos (PASCUAL et
al., 2001; HENNEBELLE et al., 2008) e no Brasil é encontrada em todas as
regiões (JANNUZZI et al., 2011).
Sua utilização é ampla na medicina popular da América Latina, devido ao
seu odor aromático e propriedades químicas (HENNEBELLE et al., 2008). No
Brasil, L. alba é conhecida popularmente por diversos nomes, tais como erva-
cidreira, falsa-melissa, chá-de-tabuleiro, erva cidreira-do-campo, salva-do-Brasil,
salva-limão e erva-cidreira-brava (MATOS, 2000), chá-da-febre, erva-cidreira-
brasileira e alecrim do campo (HOLETZ et al., 2002) e alvia sija (PASCUAL et
al., 2001).
Além dos diversos nomes populares, apresenta um número elevado de
sinonímias botânicas: L. alba (Mill.) N.E. Brown ex Britton e Wilson; L. asperifolia
A. Rich.; L. crenata Sesse e Moc.; L. geminata microphylla Griseb.; L. germinata
H.B.K.; L. glabriflora Kuntze; L. haanensis Turcz; L. lantanoides Coult.; L. trifolia
Sesse e Moc.; Lantana alba Mill.; Lantana canescens Hort.; Lantana geminata
(H.B.K.) Spreng.; Lantana geminata Spreng.; Lantana lippioides Hook. e Arn.;
Phyla geminata H.B.K.; 2, Verbena lantanoides Willd (PASCUAL et al., 2001).
A espécie é considerada um subarbusto de morfologia variável,
alcançando até 1,5 metros de altura. Apresenta ramos finos, esbranquiçados,
arqueados e quebradiços, com folhas opostas, elípticas, de largura variável, com
bordos serrados e ápice agudo. Suas flores estão dispostas em inflorescência
capituliformes (Figura 3) (MATOS, 2000).
26
Figura 3. Lippia alba, apresentando folhas opostas e inflorescências (GARCIA,
2017).
Nas folhas, em estruturas denominadas tricomas secretores, parênquima
paliçádico e lacunoso, é armazenado seu óleo essencial, que é sintetizado por
meio de três vias do metabolismo secundário: chiquimato (compostos
aromáticos), mevalonato (derivados dos terpenóides) e malonato (ácidos graxos
saturados e insaturados, polifenóis e poliacetilenos). Porém, seus constituintes
majoritários são os terpenos (monoterpenos e sesquiterpenos) (GOMES et al.,
1993; CRAVEIRO e QUEIROZ, 1993; CASTRO et al., 2001; CORAZZA, 2002).
A biosíntese do óleo essencial é afetada por vários fatores, tais como
clima, solo, regiões geográficas, duração do dia e noite, idade da planta e
estresses, dentre outros (MATTOS et al., 2007). Sua composição e concentração
de substâncias também variam, conforme a genética da planta e dos estímulos
do ambiente, podendo mudar continuamente com o tempo e a localização
(MATOS, 2000; EHLERT, 2003; SANTOS, 2003).
HENNEBELLE et al. (2008) classificaram sete quimiotipos de L. alba,
baseando-se nos componentes químicos majoritários do óleo essencial:
quimiotipo 1 - citral, linalol e β-cariofileno; quimiotipo 2 - tagetenone; quimiotipo
3 - limoneno com quantidades variáveis de carvona; quimiotipo 4 - mirceno;
quimiotipo 5 - γ-terpineno; quimiotipo 6 - camphor-1,8-cineol; e, quimiotipo 7 -
estragole.
27
O óleo de L. alba possui a característica de manter, qualitativamente, seu
o perfil químico, mesmo em diferentes ambientes de cultivo. YAMAMOTO
(2006), realizou seis experimentos para verificar a variação dos compostos
químicos, quatro em Campinas, dois em Monte Alegre do Sul e dois em
Pindorama, Estado de São Paulo. Foi observado apenas variações quantitativas
na composição química do óleo essencial de 20 genótipos e nenhuma variação
qualitativa, como uma nova substância ou o desaparecimento de outra,
indicando alta determinação genotípica para a caracterização do óleo.
PIERRE et al. (2011), estudando a cariótipo de três quimiotipos de L. alba,
citral, carvona e linalol, observaram que os cromossomos diferem na morfologia
e no número (citral 2n=30, carvona 2n=60 e linalol 2n=12), sendo, portanto, a
espécie mixoploide. TAVARES et al. (2005) propõem que está diferenciação
genética no quimiotipo do óleo essencial é decorrente do processo de
especiação.
O potencial inseticida do óleo essencial de L. alba para o controle da S.
frugiperda pela via de intoxicação aguda tópica foi verificado por NICULAU et al.
(2013), indicando que os três quimiotipos estudados tem potencial inseticida
para o controle desta praga (DL50 de 1,24; 1,56 e 1,20 µg g-1 e DL90 de 2,60; 3,75
e 3,08 µg g-1).
De acordo com ISMAN (2006), a ação inseticida dos óleos essenciais esta
correlacionada aos seus compostos majoritários (monoterpenos e
sesquiterpenos); porém, seu potencial pode ser modulado pelas demais
substâncias que compõem amostra (HOET et al., 2006).
O quimiotipo 1 citral é formado por uma mistura de dois isômeros: citral A
ou isômero E (geranial) e citral β ou isômero Z (neral) e ambas substâncias
apresentam potencial inseticida (Quadro 1).
28
Quadro 1. Pesquisas sobre potencial inseticida dos compostos majoritários
geranial e neral
Substância Origem Inseto alvo Autor
Geranial isolado Platypus koryoensis KIM et al.
(2018)
Lippia alba Sitophilus
zeamais e Tribolium
castaneum
PEIXOTO et
al. (2015)
Bracon hebetor Galleria mellonella MOAWAD
et al. (2015)
Produto
comercial
Callosobruchus
maculatus e
Sitophilus zeamais
REIS et al.
(2016)
Ligusticum
chuanxiong
Aphis citricola ZHANG et
al. (2016)
Cymbopogon
citratus
Trichoplusia ni
TAK e
ISMAN
(2016)
Eucalyptus
staigeriana
Spodoptera
frugiperda
CRUZ et al.
(2017)
Ocimum
basilicum
Rhynchophorus
ferrugineus
KAREIN et
al. (2017)
Leptospermum
citratum
Drosophila suzukii PARK et al.
(2017)
Foeniculum
vulgare
Myzus persicae PAVELA
(2018)
4.8 Ocimum gratissimum L.
Pertencente à família Lamiaceae, originária da Ásia, é uma importante
fonte de óleos essenciais utilizados mundialmente na medicina popular. É
classificada como subespontânea em todo o Brasil, dando origem a diversos
quimiotipos (VIEIRA et al., 2001).
29
Seu nome popular mais utilizado é alfavaca, o que gera diversos conflitos,
por ser a denominação utilizada para várias plantas deste gênero. Podendo
ainda ser denominada de alfavaca-da-américa, basílico-grande, erva-real,
manjericão-de-folha-larga, majericão-de-molho, manjericão-dos-grandes,
manjericão-de-cozimentos, remédio-de-vaqueiro e, alfavacão. Possui duas
sinonímias, O. guineense Schumach e Thonn e O. viride Willd. (LORENZI e
MATOS, 2008).
Suas folhas são ovalado-lanceoladas, de bordos duplamente dentados,
membranáceas, com 4 a 8 cm de comprimento. As flores são pequenas, de
coloração roxo-pálidas, dispostas em racemos paniculados eretos e geralmente
em grupos de três. Os frutos são do tipo cápsula, pequeno, possuindo quatro
sementes esféricas (Figura 4) (MATOS, 2000).
Figura 4. Ocimum gratissimum L. apresentando folhas e inflorescência
(GARCIA, 2017).
A parte aérea da planta (folhas e flores) é onde fica armazenada a maior
quantidade de óleo essencial, rico em eugenol e 1,8 cineol; suas concentrações
variam de acordo com a idade vegetal e condições edafoclimáticas (LORENZI e
MATOS, 2002). O eugenol já teve seu potencial inseticida atestado por diversos
autores (Quadro 2).
30
Quadro 2. Pesquisas sobre potencial inseticida do composto majoritário eugenol
Substância Origem Potencial inseticida sobre: Autor (s)
Produto
comercial
Bactrocera dorsalis e
Bactrocera zonatus
ULLAH et
al. (2015)
Produto
comercial
Cyrtohinus lividipennis,
Anagrus nilaparvatae e
Trichogramma japonicum
XU et al.
(2015)
Plectranthus
barbatus
Anopheles subpictus, Aedes
albopictus e Culex
tritaeniorhynchus
GOVIND
ARAJAN
et al.
(2015)
Syzygium
aromaticum
Spodoptera frugiperda CRUZ et
al. (2015)
Produto
comercial
Anopheles gambia e Aedes
aegyti
LARSON
et al.
(2017)
Eugenia
caryophillata
Pochazia
shantungensis
LEE et al.
(2016)
Cinnamomum
zeylanicum
Tyrophagus putrescentiae,
Dermatophagoides sp., e
Ricania sp.
JEON et
al. (2017)
Produto
comercial
Bactrocera dorsalis GU et al.
(2018)
Isolado Sitophilus oryzae
SAAD et
al. (2018)
O potencial inseticida deste óleo já foi verificado por KÉITA et al. (2001),
aplicado por fumigamento ou em pó de Caolin sobre o caruncho Callosobruchus
maculatus (Fabr., 1775) (Coleoptera – Chrysomelidae), que ataca sementes de
feijão armazenadas.
31
FURTADO et al. (2005) estudaram o efeito de óleo de O. gratissimum e
de outros óleos (A. conyzoides, Cymbopogom citratus D.C, Lippia sidoides
Cham., Ocimum basilicum L., Ocimum tenuiflorum L., Cymbopogon winterianus
Jowitt ex Bor., Vanillosmopsis arborea Baker e, Citrus limon L.) em larvas de
Aedes aegypti L. (Diptera - Culicidae). Todos demonstram potencial inseticida
para larvas de A. aegypti. O óleo essencial de O. gratissimum apresentou
concentração letal CL50 de 95,80 mg mL-1 e CL90 de 102,86 mg mL-1, indicando
ser o menos tóxico para as larvas, em comparação com os outros óleos.
CONTE et al. (2002) avaliaram a atividade repelente dos óleos essenciais
de O. gratissimum, Mentha villosa Huds. e, L. alba, demonstrando ser altamente
repelentes (acima de 64%) para o Sitophilus zeamais Mots. 1855 (Coleoptera -
Curculionidae).
CRUZ et al. (2016) analisaram o potencial inseticida dos óleos de E.
staigeriana, Foeniculun vulgare Mill. e O. gratissimum pela via de intoxicação
aguda tópica, a fim de determinar a dose letal (DL10) a ser utilizada no bioensaio
de efeito subletal para S. frugiperda. O óleo essencial de O. gratissimum
apresentou menor DL10 ao ser comparado com os outros óleos, o que indica ter
maior toxicidade para as larvas. Todos os óleos diminuíram a taxa de
sobrevivência das larvas, peso das pupas e fecundidade em relação ao controle;
porém, não se diferiram entre si.
4.9 Efeito dos óleos essenciais sobre o inseto
Os metabólitos secundários das plantas são constituídos de inúmeras
substâncias que podem ser empregadas no desenvolvimento de métodos
seguros para o controle de insetos; porém, é essencial saber seu modo de ação
(SADEK, 2003). De acordo com ISMAN (2006), o contato do inseto com as
substâncias químicas, pode desencadear uma alteração em seu tegumento,
além de atuar em enzimas digestivas e neurológicas, indicando que os óleos
essenciais têm diversos modos de ação.
É possível dividir em três categorias a ação dos óleos sobre os insetos,
que são: (1) toxicidade/mortalidade, (2) mudanças comportamentais e, (3)
efeitos subletais (ISMAN, 2000; PRATES e SANTOS, 2002; KIM et al., 2003;
MENEZES, 2005).
32
A categoria mudanças comportamentais está correlacionada à repelência,
deterrência alimentar e de oviposição e diminuição de copula, entre outras
alterações comportamentais do inseto, relacionadas aos quimiorreceptores
encontrados em todo o corpo (PRATES e SANTOS, 2002; KIM et al., 2003).
Os quimiorreceptores são células sensoriais que tem por função receber
e transmitir informações de substâncias químicas presentes no ambiente. São
divididas em: receptores de gustação e de olfação (WARREN et al., 2000). Estes
receptores são responsáveis pela interação inseto-inseto e inseto-meio, tais
como: reprodução (feromônios), reconhecimento de predadores, percepção
alimentar e, reconhecimento de substâncias tóxicas, por exemplo, alterando o
comportamento habitual do inseto (SCHMIDT-NIELSEN, 1996; MORDUE e
NISBET, 2000).
A categoria efeitos subletais está relacionada aos efeitos que não causam
morte do inseto; porém, modificações morfológicas e anatômicas que
prejudicarão seu desenvolvimento, tais como: prolongamento do
desenvolvimento larval, diminuição do peso larval e pupal, má formação
congênita das mariposas, diminuição da fecundidade, esterilidade e mudanças
hormonais, dentre outros (BREUER e SCHMIDT, 1995; PUSHPALATHA e
MUTHUKRISHNAN, 1999; ROEL, 2001; SAITO, 2004; FERNANDES et al.,
2016; CRUZ et al., 2016).
Os efeitos subletais são importantes para o manejo de pragas por serem
considerados uma oportunidade de diminuir as populações resistentes. Apesar
dos resultados em laboratório serem promissores, são necessárias mais
pesquisas de campo, que levem em consideração os fatores bióticos e abióticos
do agroecossistema, porque nesta categoria as concentrações utilizadas são
baixas, dificultando as técnicas de manejo (STARK et al., 1995; FERNANDES et
al., 2016).
Na categoria toxicidade, ENAN (2001), ISMAN (2006), TRIPATHI et al.
(2009) e DUBEY et al. (2010) avaliaram as alterações neurológicas que levam o
inseto a morte, relacionadas a disfunções ocorridas no sitio octopaminérgico.
Nos insetos, a função da octopamina é ampla, sendo classificada como
neuro hormônio, neurotransmissor e neuromodulador, agindo diretamente na
modulação de receptores sensoriais e interneurônios. Sua função está
relacionada à aprendizagem e memória dos insetos, ao aumento na tensão de
33
vários músculos, ao estímulo do metabolismo energético e também aos
mecanismos de ventilação e circulação (HOMBERG, 2002; ROEDER, 2005;
UNOKI et al., 2005).
Os terpenos presentes nos óleos essenciais têm a capacidade de inativar
o sitio de ligação octopaminergico, acarretando uma disruptura no sistema
nervoso do inseto, o que ocasiona morte do indivíduo. Ao prospectar o uso dos
óleos essenciais como inseticida, a capacidade dos terpenos de inativar os sítios
de ligação octopaminergicos é muito explorada, devido à ausência deste sítio no
sistema nervoso de vertebrados; logo, o óleo essencial não apresenta toxicidade
a peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos (ISMAN, 2006).
34
5. Referências Bibliográficas
ALI, A.; LUTTRELL, R. G.; PITRE, H. N. Feeding sites and distribution of fall
armyworm (Lepidoptera: Noctuidae) larvae on cotton. Environmental
Entomology, Oxford, v. 19, n. 4, p. 1060-1067, 1990.
ALLSOPP, M.; TIRADO, R.; JOHNSTON, P.; SANTILLO, D.; LEMMENS, P. Plan
Bee – Living Without Pesticides: Moving Towards Ecological Farming
Ámsterdam: Greenpeace, 2014. 80p.
ALVES, T. J. S.; CRUZ, G. S.; TEIXEIRA, V. W.; TEIXEIRA, A. A. C., OLIVEIRA,
J. V., CORREIA, A. A.; CUNHA, F. M. Effects of Piper hispidinervum on
spermatogenesis and histochemistry of ovarioles of Spodoptera frugiperda.
Biotechnic & Histochemistry, Betesda, v. 89, n. 4, p. 245-255, 2014.
ÁVILA, M. M.; CUCA, S. L.; CERÓN, S. J. Chemical composition and insecticidal
properties of essential oils of Piper septuplinervium and P. subtomentosum
(Piperaceae). Natural product communications, Westerville, v. 9, n. 10, p.
1527-1530, 2014.
BAKKALI, F.; AVERBECK, S.; AVERBECK, D.; IDAOMAR, M. Biological effects
of essential oils–a review. Food and chemical toxicology, Sant Llorenç, v. 46,
n. 2, p. 446-475, 2008.
BARROS, E. M.; TORRES, J. B.; BUENO, A. F. Oviposição, desenvolvimento e
reprodução de Spodoptera frugiperda (JE Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) em
diferentes hospedeiros de importância econômica. Neotropical Entomology,
Londrina, v. 39, n. 6, p. 996-1001, 2010.
BASTOS, C. S.; TORRES, J. B. Os perigos às escondidas. Revista Cultivar,
Pelotas, v. 60, p. 10-13, 2004.
BIZZO, H. R.; HOVELL, A. M. C.; REZENDE, C. M. Óleos essenciais no Brasil:
aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Química Nova, São Paulo, v.
32, n. 3, p. 588-594, 2009.
35
BOUVIER, F.; DOGBO, O.; CAMARA, B. Biosynthesis of the food and cosmetic
plant pigment bixin (annatto). Science, Washington, v. 300, n. 5628, p. 2089-
2091, 2003.
BRAGA, I. A.; VALLE, D. Aedes aegypti: inseticidas, mecanismos de ação e
resistência. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 16, n. 4, p. 179-
293, 2007.
BRATTSTEN, L. B.; HOLYOKE, J. R.; L. W.; LEEPER, J. R.; RAFFIA, K. F.,
Insecticide resistance: challenge to pest management and basic research.
Science, Washington, v. 231, n. 4743, p. 1255- 1260, 1986.
BREUER, M.; SCHMIDT, G.H. Influence of a short period treatment with Melia
azedarach extract on food intake and growth of the larvae of Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith) (Lep., Noctuidae.) Journal of Plant Diseases and
Protection, German, v. 102, p. 633-654. 1995.
BUSATO, G. R.; GRÜTZMACHER, A. D.; GARCIA, M. S.; GIOLO, F. P.;
MARTINS, A. F. Consumo e utilização de alimento por Spodoptera frugiperda
(JE Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) originária de diferentes regiões do Rio
Grande do Sul, das culturas do milho e do arroz irrigado. Neotropical
Entomology, Londrina, v. 31, n. 4, p. 525-529, 2002.
CAMPANHOLA, C. Resistência de insetos a inseticidas: Importância
características e manejo. Jaguariúna: Embrapa-CNPDA, 1990. 45p. (Embrapa:
CNPDA. Documentos, 11).
CAPINERA, J. L. Encyclopedia of entomology. 2ed. Dordrecht/The
Netherlands: Springer. 2008. v. 1-4. 4346p.
36
CARVALHO, J. C. T.; GOSMANN, G.; SCHENKEL, E. P. Compostos fenólicos
simples e heterosídicos. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMAN,
G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia – da
planta ao medicamento. 4ed. Porto Alegre/Florianópolis: UFSC, 2002. p. 443-
461.
CASTRO, D. P.; CARDOSO, M. G.; MORAES, J. C.; SANTOS, N. M.; BALIZA,
D. P. Não preferência de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) por
óleos essenciais de Achillea millefolium L. e Thymus vulgaris L. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, Paulínia, v. 8, n. 4, p. 27-32, 2006.
CASTRO, H. G.; FERREIRA, F. A.; SILVA, D. J. H.; MOSQUIM, P. R.
Contribuição ao estudo das plantas medicinais: metabólitos secundários.
Visconde do Rio Branco: Suprema, 2001. 104p.
CHAPMAN. R. F. The insects structure and function. 5ed. United States of
American: Cambridge University Press, 2012. 959p.
COLPO, J. F., JAHNKE, S. M., FÜLLER, T. N. Potencial inseticida de óleos de
origem vegetal sobre Grapholita molesta (Busck) (Lepidoptera: Tortricidae).
Revista brasileira de plantas medicinais, Botucatu, v. 16, n. 2, p. 182-188,
2014.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra
brasileira: grãos, safra 2016/17, décimo levantamento. Brasília: CONAB, v.
4, n. 12, 2017. 158p.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra
brasileira: grãos, nono levantamento, julho 2013. Brasília: CONAB. 2013.
29p.
37
CONTE, C. O.; LAURA, V. A.; BATTISTELLI, J. Z.; CESCONETTO, A. O.;
SOLON, S.; FAVERO, S. Rendimento de óleo essencial de alfavaca por arraste
a vapor em Clevenger, em diferentes formas de processamento das folhas.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, Suplemento- CD-ROM, 2002.
CORAZZA, S. Aromacologia. 4ed. São Paulo: SENAC, 2002. 416p.
COTHRAN, R. D.; BROWN, J. M.; RELYEA, R. A. Proximity to agriculture is
correlated with pesticide tolerance: evidence for the evolution of amphibian
resistance to modern pesticides. Evolutionary Applications, Laval, v. 6, n. 5, p.
832-841, 2013.
CRAVEIRO, A. A.; MACHADO, M. I. L. De insetos, aromas e plantas. Química
Nova, São Paulo, v. 4, n. 23, p. 54-63, 1986.
CRAVEIRO, A. A.; QUEIROZ, D. C. Óleos essenciais e química fina. Química
Nova, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 224-228, 1993.
CROPLIFE. International. Facts and Figures – The Status of Global
Agriculture. Africa: CROPLIFE, 2010. 7p.
CRUZ, G. S.; WANDERLEY-TEIXEIRA, V.; OLIVEIRA, J. V.; LOPES, F. S. C.;
BARBOSA, D. R. S.; BREDA, M. O.; TEIXEIRA, A. A. C. Sublethal effects of
essential oils from Eucalyptus staigeriana (Myrtales: Myrtaceae), Ocimum
gratissimum (Lamiales: Laminaceae), and Foeniculum vulgare (Apiales:
Apiaceae) on the biology of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae).
Journal of economic entomology, Oxford, v. 109, n. 2, p. 660-666, 2016.
38
CRUZ, G. S.; TEIXEIRA, V. W.; DA SILVA, L. M.; DUTRA, K. A.; GUEDES, C.
A.; OLIVEIRA, J. V.; NAVARRO, D. M. A. F.; ARAÚJO, B. C.; TEIXEIRA, Á. A.
C. Chemical Composition and Insecticidal Activity of the Essential Oils of
Foeniculum vulgare Mill., Ocimum basilicum L., Eucalyptus staigeriana F. Muell.
ex Bailey, Eucalyptus citriodora Hook and Ocimum gratissimum L. and Their
Major Components on Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae). Journal
of Essential Oil Bearing Plants, Westminster, London, v. 20, n. 5, p. 1360-1369,
2017.
CRUZ, G. S.; TEIXEIRA, V. W.; OLIVEIRA, J. V.; CORREIA, A. A.; BREDA, M.
O.; ALVES, T. J. S.; CUNHA, F. M.; TEIXEIRA, A. A. C.; DUTRA, K. A.;
NAVARRO, D. M. A. F. Bioactivity of Piper hispidinervum (Piperales: Piperaceae)
and Syzygium aromaticum (Myrtales: Myrtaceae) Oils, With or Without
Formulated Bta on the Biology and Immunology of Spodoptera frugiperda
(Lepidoptera: Noctuidae). Journal of economic entomology, Oxford, v. 107, n.
1, p. 144-153, 2014.
CRUZ, G. S.; TEIXEIRA, V. W.; OLIVEIRA, J. V.; TEIXEIRA, A. A. C.; ARAÚJO,
ALVES, A. C.; T. J. S.; DA CUNHA, F. M.; BREDA, M. O. Histological and
histochemical changes by clove essential oil upon the gonads of Spodoptera
frugiperda (JE Smith) (Lepidoptera: Noctuidae). International Journal of
Morphology, Temuco, v. 33, p. 1393-1400, 2015.
CRUZ, I. A lagarta-do-cartucho na cultura do milho. Sete Lagoas: Embrapa
Milho e Sorgo, 1995. 45 p. (Embrapa: Milho e Sorgo. Circular técnica, 21).
CRUZ, I.; MONTEIRO, M. A. R. Controle Biológico da lagarta do cartucho do
milho Spodoptera frugiperda utilizando o parasitóide de ovos Trichogramma
pretiosum. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2004. 4p. (Embrapa Milho e
Sorgo. Comunicado Técnico, 98).
DUBEY, N.K., SHUKLA, R.; KUMAR, A.; SING, P.; PRAKASH, B. Prospects of
botanical pesticide in sustainable agriculture. Current Science, Índia, v. 98, n. 4,
p. 479-480, 2010.
39
EHLERT, P. A. D. Épocas de plantio, idades e horários de colheita na
produção e qualidade do óleo essencial de Lippia alba (Mill.) N. E. Br.,
quimiotipo limonenocarvona. 2003. 106f. Tese (Doutorado em Agronomia) -
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências
Agronômicas, Botucatu.
ENAN, E. Insecticidal activity of essential oils: octopaminergic sites of action.
Comparative Biochemistry and Physiology Part C: Toxicology &
Pharmacology, Miami, v. 130, n. 3, p. 325-337, 2001.
EYHORN, F.; RONER, T.; SPECKING, H.; Pesticide use in agriculture – What
are the issues? In: Reducing Pesticide Use and Risks – What Action is
Needed? Zurique: HELVETAS Swiss Intercooperation, 2015. p. 7-10.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. State of Food
Insecurity in the World 2015. Meeting the 2015 international hunger targets:
taking stock of uneven progress. Rome: FAO, 2009. 8p.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. The state of food
and agriculture. Rome: FAO, 2017. 180p.
FAZOLIN, M.; ESTRELA, J. L. V.; MEDEIROS, A. F. M.; GOMES, L. P.; SILVA,
I. M.; SILVA, M. S. F. Potencial sinérgico do óleo de Piper aduncum para
inseticidas formulados com misturas de princípios ativos. Revista de Ciências
Agrárias, v. 59, n. 4, p. 362-369, 2017.
FERNANDES, M. E.; ALVES, F. M.; PEREIRA, R. C.; AQUINO, L. A.;
FERNANDES, F. L.; ZANUNCIO, J. C. Lethal and sublethal effects of seven
insecticides on three beneficial insects in laboratory assays and field trials.
Chemosphere, Amsterdam, v. 156, p. 45-55, 2016.
40
FERREIRA FILHO, J. B. S., ALVES, L., GOTTARDO, L., & GEORGINO, M.
Dimensionamento do custo econômico representado por Spodoptera frugiperda
na cultura do milho no Brasil. In: XLVIII Congresso da sociedade brasileira de
economia, administração e sociologia rural, 2010, Campo Grande. Anais
eletrônicos... Campo Grande: SOBER, 2010. Disponível
em:<http://www.sober.org.br/palestra/15/1168.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2017.
FIESP. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Safra Mundial de
Milho 2017/18 – Quinto levantamento do USDA. São Paulo: DEAGRO/FIESP,
2017. 1p.
FORATTINI, O. P. Culicidologia Médica. Identificação, Biologia,
Epidemiologia. v. 2. São Paulo: USP, 2002. 860p.
FURTADO, R. F.; LIMA, M. G.; ANDRADE NETO, M.; BEZERRA, J. N.; SILVA,
M. G. D. V. Larvicidal activity of essential oils against Aedes aegypti L. (Diptera:
Culicidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, n. 5, p. 843-847, 2005.
GALLO, D.; NAKANO, O. S.; SILVEIRA NETO, R. P. L.; CARVALHO, G. C. B.;
BAPTISTA, G. C.; BERTI FILHO, J. R. P; PARRA, R. A.; ZUCCHI, S. B.; ALVES,
J. D.; VENDRAMIM, L. C.; MARCHINI, J. R. S.; LOPES, C.; OMOTO.
Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p.
GASPARI, L.; SAMPAIO, D. R.; PARIS, F.; AUDRAN, F.; ORSINI, M.; NETO, J.
B.; SULTAN, C. High prevalence of micropenis in 2710 male newborns from an
intensive‐use pesticide area of Northeastern Brazil. International journal of
andrology, Copenhague, v. 35, n. 3, p. 253-264, 2012.
GOMES, E. C.; MING, L. C.; MOREIRA, E. A.; MIGUEL, O. G.; MIGUEL, M. D.;
KERBER, V. A.; WEISS FILHO, A. Constituintes do óleo essencial de Lippia alba
(Mill.) NE Br. (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmácia, Rio de Janeiro,
v. 74, n. 2, p. 29-32, 1993.
41
GOMES, M. A. F.; BARIZON, R. R. M. Panorama da contaminação ambiental
por agrotóxicos e nitrato de origem agrícola no Brasil: cenário 1992/2011.
Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2014. 36p. (Embrapa Meio Ambiente.
Documentos, 98)
GOVINDARAJAN, M.; RAJESWARY, M.; HOTI, S. L.; BHATTACHARYYA, A.;
BENELLI, G. Eugenol, α-pinene and β-caryophyllene from Plectranthus barbatus
essential oil as eco-friendly larvicides against malaria, dengue and Japanese
encephalitis mosquito vectors. Parasitology research, Berrien Springs, v. 115,
n. 2, p. 807-815, 2016.
GU, X.; CAI, P.; YANG, Y.; YANG, Q.; YAO, M.; IDREES, A.; JI, Q.; YANG, J.;
CHEN, J. The response of four braconid parasitoid species to methyl eugenol:
Optimization of a biocontrol tactic to suppress Bactrocera dorsalis. Biological
Control, College Station, v. 122, p. 101-108, 2018.
HENNEBELLE, T.; SAHPAZ, S.; JOSEPH, H.; BAILLEUL, F.
Ethnopharmacology of Lippia alba. Journal of ethnopharmacology, Pretoria, v.
116, n. 2, p. 211-222, 2008.
HOET, S.; STEVIGNY, C.; HERENT, M. F.; QUETIN-LECLERCQ, J.
Antitrypanosomal compounds from leaf essential oil of Strychnos spinosa. Planta
Medica, Betesda, v. 72, n. 5, p.480-482, 2006.
HOLETZ, F. B.; PESSINI, G. L.; SANCHES, N. R.; CORTEZ, D. A. G.;
NAKAMURA, C. V.; DIAS FILHO, B. P. Screening of some plants used in the
Brazilian folk medicine for the treatment of infectious diseases. Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 97, n. 7, p. 1027-1031, 2002.
HOMBERG, U. Neurotransmitters and neuropeptides in the brain of the locust.
Microscopy research and technique, Genoa, v. 56, n. 3, p. 189-209, 2002.
42
ISMAN, M. B. Botanical insecticides, deterrents, and repellents in modern
agriculture and an increasingly regulated world. Annual Review Entomology,
Palo Alto, v. 51, p. 45-66, 2006.
ISMAN, M. B. Plant essential oils for pest and disease management. Crop
protection, Toowoomba, v. 19, n. 8, p. 603-608, 2000.
JANNUZZI, H.; MATTOS, J. K. A.; SILVA, D. B.; GRACINDO, L. A. M.; VIEIRA,
R. F. Avaliação agronômica e química de dezessete acessos de erva-cidreira
[Lippia alba (Mill.) NE Brown] - quimiotipo citral, cultivados no Distrito Federal.
Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 13, n. 3, p. 258-264,
2011.
JEON, Y. J.; LEE, S. G.; LEE, H. S. Acaricidal and insecticidal activities of
essential oils of Cinnamomum zeylanicum barks cultivated from France and India
against Dermatophagoides spp., Tyrophagus putrescentiae and Ricania
sp. Applied Biological Chemistry, Jeonju, v. 60, n. 3, p. 259-264, 2017.
KAREIM, A. A. I.; MOHAMED A. M.; RASHED, AHMED, A. A. S.; QASIM, F. M.
M. A.; SAAD M. M. Oviposition deterrent effect of four essential oils against the
date palm weevil, Rhynchophorus ferrugineus Olivier. Middle East Journal of
Agriculture Research, Cairo, v. 6, n. 4, p. 1336-1345, 2017.
KÉITA, S. M.; VINCENT, C.; SCHMIT, J. P.; ARNASON, J. T.; BÉLANGER, A.
Efficacy of essential oil of Ocimum basilicum L. and O. gratissimum L. applied as
an insecticidal fumigant and powder to control Callosobruchus maculatus (Fab.)
[Coleoptera: Bruchidae]. Journal of Stored Products Research, Manhattan, v.
37, n. 4, p. 339-349, 2001.
KIM, H. K.; SEO, J. W.; KANG, W. J.; LEE, J. S.; CHO, W. S.; SEO, S. T.; KWON,
Y. D.; KWON, G. H.; KIM, G. H. Attractant effect of citral on Platypus koryoensis
(Coleoptera: Curculionidae). Entomological research, Daegu, v. 48, n. 1, p. 27-
31, 2018.
43
KIM, S. I.; ROH, J. Y.; KIM, D. H.; LEE, H. S.; AHN, Y. J. Insecticidal activities of
aromatic plant extracts and essential oils against Sitophilus oryzae and
Callosobruchus chinensis. Journal of Stored Products Research, Manhattan,
v. 39, n. 3, p. 293-303, 2003.
KNAAK, N., WIEST, S. L. F., SOARES, W., FIUZA, L. M. Natural products:
insecticidal and antimicrobial activity. In: Méndez-Vilas, A. The Battle Against
Microbial Pathogens: Basic Science, Technological Advances and
Educational Programs. Badajoz: FORMATEX RESEARCH CENTER, v. 10.
2015. p. 328-335.
KNAAK, N.; FIUZA, L. M. Potencial dos óleos essenciais de plantas no controle
de insetos e microrganismos. Neotropical Biology & Conservation, São
Leopoldo, v. 5, n. 2, p. 120-132, 2010.
KÖHLER, H. R.; TRIEBSKORN, R. Wildlife ecotoxicology of pesticides: can we
track effects to the population level and beyond? Science, Washington, v. 341,
n. 6147, p. 759-765, 2013.
LARSON, N. R.; CARLIER, P. R.; GROSS, A. D.; ISLAM, R. M.; MA, M.; SUN,
B.; TOTROV, M. M.; YADAV, R.; BLOOMQUIST, J. R. Toxicology of potassium
channel-directed compounds in mosquitoes. NeuroToxicology, Davis, v. 60, p.
214-223, 2017.
LEE, HWA-WON; LEE, SANG-GUEI; LEE, HOI-SEON. Active component
isolated from Eugenia caryophyllata leaves and its structural analogues show
insecticidal properties against Pochazia shantungensis. Applied Biological
Chemistry, Seul, v. 59, n. 4, p. 609-614, 2016.
LIMA, R. K., CARDOSO, M. G.; MORAES, J. C.; ANDRADE, M. A.; MELO, B. A.;
RODRIGUES, V. G. Caracterização química e atividade inseticida do óleo
essencial de Ageratum conyzoides L. sobre a lagarta-do-cartucho do milho
Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797) (Lepidoptera: noctuidae). Bioscience
Journal, Uberlândia, v. 26, n. 1, p. 1-5, 2010.
44
LIU, Z.; VALLES, S. M.; DONG, K. Novel point mutations in the German
cockroach para sodium channel gene are associated with knockdown resistance
(kdr) to pyrethroid insecticides. Insect biochemistry and molecular biology,
Riverside, v. 30, n. 10, p. 991-997, 2000.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil: nativas e
exóticas. 2ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 576p.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e
exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 512p.
LUTTRELL, R. G.; MINK, J. S. Damage to cotton fruiting structures by the fall
armyworm, Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae). Journal Of Cotton
Science, Baton Rouge, v. 3, n. 2, p. 35-44, 1999.
MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mercado de
defensivos: câmara temática de insumos agropecuários, janeiro a
novembro/ 2013. Brasília: MAPA. 2013. 6p.
MATHENGE, E. M.; GIMNIG, J. E.; KOLCZAK, M.; OMBOK, M.; IRUNGU, L. W.;
HAWLEY, W. A. Effect of permethrin-impregnated nets on exiting behavior, blood
feeding success, and time of feeding of malaria mosquitoes (Diptera: Culicidae)
in western Kenya. Journal of medical entomology, Oxford, v. 38, n. 4, p. 531-
536, 2001.
MATOS NETO, M.; DA COSTA, F.; CRUZ, I.; ZANUNCIO, J. C.; SILVA, C. H.
O.; PICANÇO, M. C. Parasitism by Campoletis flavicincta on Spodoptera
frugiperda in corn. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 39, n. 11, p.
1077-1081, 2004.
MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas
usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2ed. Fortaleza: UFC, 2000.
346p.
45
MATOS, F. M.; ANDRADE, C.; AMARAL, T.; MOURA, B.; DE CASTRO, L. A.;
RODRIGUES, C.; PAIXÃO, J. Produtividade do milho cultivado sob diferentes
regimes hídricos. In: XXIX Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 29, 2012,
Águas de Lindóia. Anais eletrônicos...Águas de Lindóia: Associação Brasileira
de Milho e Sorgo, 2012. p. 3244-3250.
MATTOS, S. H.; INNECCO, R.; MARCO, C. A.; ARAÚJO, A. V. Plantas
medicinais e aromáticas cultivadas no Ceará: tecnologia de produção e
óleos essenciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007. 108p.
MELGAREJO, L.; FERRAZ, J. M.; FERNANDES, G. B. Transgênicos no Brasil:
a manipulação não é só genética. Agriculturas, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p.
14-21, 2013.
MELLO, M. B.; BOTREL, P. P.; DO VALLE TEIXEIRA, I. R.; FIGUEIREDO, F.
C.; PINTO, J. E. B. P.; BERTOLUCCI, S. K. V. Atividade inseticida do óleo
essencial de Hyptis marrubioides no controle de Zabrotes subfasciatus
(Coleoptera, Chrysomelidae, Bruchinae). Revista Agrogeoambiental, Pouso
Alegre, v. 6, n. 1, p. 79-86, 2014.
MENDES, S. M.; WAQUIL, J. M. Uso do milho Bt no manejo integrado de
lepidópteros-praga: recomendações de uso. Sete Lagoas: Embrapa Milho e
Sorgo, 2009. 8p. (Embrapa Milho e Sorgo. Comunicado Técnico, 170).
MENEZES, E. L. A. Inseticidas botânicos: seus princípios ativos, modo de
ação e uso agrícola. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005. 58p. (Embrapa
Agrobiologia. Documentos, 205).
MIRANDA, J. E.; SANTOS, J. B.; LUCENA, W. A.; PEDROSA, M. B.; ALENCAR,
A. R. Nível de controle de Spodoptera frugiperda na cultura do algodoeiro do
oeste da Bahia. In: V Congresso Brasileiro de Algodão. 5, 2005, Salvador. Anais
eletrônicos... Salvador: Página rural, 2005. Disponível
em:<http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodao/publicacoes/trabalhos_cba
5/129.pdf>. Acesso em 7 ago. 2017.
46
MOAWAD, S. S.; EL BEHERY, H. H.; EBADAH, I. M. Effect of Volatile oils on
Some Biological Aspects of Galleria mellonella L. and Its Parasitoid Species,
Bracon hebetor Say. (Hymenoptera: Braconidae). Egyptian Journal of
Biological Pest Control, Cairo, v. 25, n. 3, p. 603-607, 2015.
MORDUE, A. J.; NISBET, A. J. Azadirachtin from de neem tree Azadirachta
indica: its actions against insects. Anais da Sociedade de Entomologia do
Brasil, Londrina, v. 29, n. 4, p.615-632, 2000.
NAGOSHI, R. N. Can the amount of corn acreage predict fall armyworm
(Lepidoptera: Noctuidae) infestation levels in nearby cotton? Journal of
economic entomology, Oxford, v. 102, n. 1, p. 210-218, 2009.
NICULAU, E. D. S.; ALVES, P. B.; NOGUEIRA, P. C. D. L.; MORAES, V. R. D.
S.; MATOS, A. P.; BERNARDO, A. R.; BLANK, A. F. Insecticidal activity of
essential oils of Pelargonium graveolens l'Herit and Lippia alba (Mill) NE Brown
against Spodoptera frugiperda (JE Smith). Química Nova, São Paulo, v. 36, n.
9, p. 1391-1394, 2013.
OMOTO, C.; BERNARDI, O.; SALMERON, E.; FARIAS, R. Manejo da
resistência da Spodoptera frugiperda a inseticida e plantas Bt. Piracicaba:
IRAC-BR, 2013. p. 1-2.
ONU. Organizacion De Las Naciones Unidas. Informe de la Relatora Especial
sobre el derecho a la alimentación. Nueva York: ONU/ Assemblea General,
2017. 27p.
OPGENOORTH, L.; HOTES, S. IPBES is in the books: Pollination and scenario
assessments are two steps to guiding policy makers in the global biodiversity
crisis. Frontiers of Biogeography, Merced, v. 8, n. 1, p. -5, 2016.
47
ORTEGA, N. C. C.; GONZÁLEZ-CHÁVEZ, M. M.; FIGUEROA-BRITO, R.;
FLORES-MACÍAS, A.; ROMO-ASUNCIÓN, D.; MARTÍNEZ-GONZÁLEZ, D. E.;
RAMOS-LÓPEZ, M. A. Composition of the essential oil of Salvia ballotiflora
(Lamiaceae) and its insecticidal activity. Molecules, Basel, v. 20, n. 5, p. 8048-
8059, 2015.
PARK, C. G.; JANG, M.; SHIN, E.; KIM, J. Myrtaceae plant essential oils and their
β-triketone components as insecticides against Drosophila suzukii. Molecules,
Basel, v. 22, n. 7, p. 1050, 2017.
PASCUAL, M. E.; SLOWING, K.; CARRETERO, E. Villar, Á. Antiulcerogenic
activity of Lippia alba (Mill.) NE Brown (Verbenaceae). Farmaco, France, v. 56,
n. 5-7 p. 501-504, 2001.
PAVELA, R. Essential oils from Foeniculum vulgare Miller as a safe
environmental insecticide against the aphid Myzus persicae
Sulzer. Environmental Science and Pollution Research, Bordeaux, v. 25, n.
11, p. 10904-10910, 2018.
PEIXOTO, M. G.; BACCI, L.; BLANK, A. F.; ARAÚJO, A. P. A.; ALVES, P. B.;
SILVA, J. H. S.; SANTOS, A. A.; OLIVEIRA, A. P. DA COSTA, A. S.; ARRIGONI-
BLANK M. F. Toxicity and repellency of essential oils of Lippia alba chemotypes
and their major monoterpenes against stored grain insects. Industrial Crops
and Products, St Martin d'Heres, France, v. 71, p. 31-36, 2015.
PIERRE, P. M.; SOUSA, S. M.; DAVIDE, L. C.; MACHADO, M. A.; VICCINI, L. F.
Karyotype analysis, DNA content and molecular screening in Lippia alba
(Verbenaceae). Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v.
83, n. 3, p. 993-1006, 2011.
POGUE, M. G. A world revision of the genus Spodoptera Guenée
(Lepidoptera: Noctuidae). Philadelphia: American Entomological Society, 2002.
202p.
48
PRATES, H. T; SANTOS, J. P. Óleos essenciais no controle de pragas de grãos
armazenados. In: LORINI, I.; MIIKE, L. H.; SENSSEL, V. M. Armazenagem de
grãos. Campinas: Instituto Bio Geneziz, 2002. p. 443-461.
PUSHPALATHA, E.; MUTHUKRISHNAN, J. Efficacy of two tropical plant extracts
for the control of mosquitoes. Journal of Applied Entomology, Gotinga, v. 123,
n. 6, p. 369-373, 1999.
RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S. DE. Fragmentação de ecossistemas:
causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas
públicas. Brasília: MMA/SBF. 2003. 510p.
REGNAULT-ROGER, C.; VINCENT, C.; ARNASON, J. T. Essential oils in insect
control: low-risk products in a high-stakes world. Annual review of entomology,
Stanford, v. 57, p. 405-424, 2012.
REIS, S. L.; MANTELLO, A. G.; MACEDO, J. M.; GELFUSO, E. A.; DA SILVA,
C. P.; FACHIN, A. L.; CARDOSO, A. M.; BELEBONI, R. O. Typical monoterpenes
as insecticides and repellents against stored grain pests. Molecules, Basel,
Switzerland, v. 21, n. 3, p. 258, 2016.
ROEDER, T. Tyramine and octopamine: ruling behavior and metabolism. Annual
Review Entomology, Louisville v. 50, p. 447-477, 2005.
ROEL, A. R. Utilização de plantas com propriedades inseticidas: uma
contribuição para o desenvolvimento rural sustentável. Revista Internacional de
Desenvolvimento Local, Campo Grande, v.1, n. 2, p.43-50, 2001.
SAAD, MONA MG; ABOU-TALEB, HAMDY K.; ABDELGALEIL, SAMIR AM.
Insecticidal activities of monoterpenes and phenylpropenes against Sitophilus
oryzae and their inhibitory effects on acetylcholinesterase and adenosine
triphosphatases. Applied Entomology and Zoology, Swtzerland, v. 53, n. 2, p.
173-181, 2018.
49
SADEK, M. M. Antifeedant and toxic activity of Adhatoda vasica leaf extract
against Spodoptera littoralis (Lep., Noctuidae). Journal of applied entomology,
Gotinga, v. 127, n. 7, p. 396-404, 2003.
SAITO, L. M. As plantas praguicidas: alternativa para o controle de pragas
da agricultura. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2004. 4p.
SANTOS, A. C. V. D.; FERNANDES, C. C.; LOPES, L.; SOUSA, A. H. D.
Inseticidal oils from amazon plants in control of fall armyworm. Revista Caatinga,
Mossoró, v. 29, n. 3, p. 642-647, 2016.
SANTOS, M. R. A. Estudos agronômicos e botânicos de erva cidreira
(quimiotipo limoneno-carvona). 2003. 62f. Dissertação (Mestrado em
Fitotecnia) – Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza.
SARAVI, S. S. S.; SHOKRZADEH, M. Role of pesticides in human life in the
modern age: a review. In: STOYTCHEVA M. Pesticides in the Modern World-
Risks and Benefits. Croatia: InTech, 2011. p. 4-11.
SCHMIDT, F. G. V.; MONNERAT, R.; BORGES, M.; CARVALHO, R. Criação de
insetos para avaliação de agentes entomopatogênicos e semioquímicos.
Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2001. 20p. (Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia. Circular técnica, 11).
SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia Animal: Adaptação e Meio Ambiente. 5ed.
São Paulo: Santos Comércio e Importação, 1996. 600p.
SCOTT, J. G. Cytochromes P450 and insecticide resistance. Insect
Biochemistry and Molecular Biology, Riverside, v. 29, n. 9, p. 757-777, 1999.
SILOTO, R. C. Danos e biologia de Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797)
(Lepidoptera: Noctuidae) em genótipos de milho. 2002. 93f. Tese (Doutorado
em Entomologia). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade
de São Paulo, Piracicaba.
50
SILVA, D. M. D.; BUENO, A. D. F.; ANDRADE, K.; STECCA, C. D. S.; NEVES,
P. M. O. J.; OLIVEIRA, M. C. N. D. Biology and nutrition of Spodoptera frugiperda
(Lepidoptera: Noctuidae) fed on different food sources. Scientia Agricola,
Piracicaba, v. 74, n. 1, p. 18-31, 2017.
SOUZA, T. F.; FAVERO, S.; CONTE, C. O. Bioatividade de óleos essenciais de
espécies de eucalipto para o controle de Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797)
(Lepidoptera: Noctuidae). Revista Brasileira de Agroecologia, Pelotas, v. 5, n.
2, p. 152-164, 2010.
SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia: do Produto Natural ao Medicamento. 1ed.
Porto Alegre: Artmed, 2017. 502p.
STARK, J. D.; JEPSON, P. C.; MAYER, D. F. Limitations to use of topical toxicity
data for predictions of pesticide side effects in the field. Journal of Economic
Entomology, Oxford, v. 88, n. 5, p. 1081-1088, 1995.
TAK, J. H; ISMAN, M B. Metabolism of citral, the major constituent of lemongrass
oil, in the cabbage looper, Trichoplusia ni, and effects of enzyme inhibitors on
toxicity and metabolism. Pesticide biochemistry and physiology, Amherst,
Massachusetts. v. 133, p. 20-25, 2016.
TAVARES, W. S.; FREITAS, S. S., GRAZZIOTTI, G. H., PARENTE, L. M. L.,
LIÃO, L. M., ZANUNCIO, J. C. Ar-turmerone from Curcuma longa
(Zingiberaceae) rhizomes and effects on Sitophilus zeamais (Coleoptera:
Curculionidae) and Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae). Industrial
crops and products, Saint-Martin-d'Hères, v. 46, p. 158-164, 2013.
TAVARES, E. S.; JULIÃO, L. S.; LOPES, D.; BIZZO, H. R.; LAGE, C. L. S.;
LEITÃO, S. G. Análise do óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia
alba (Mill.) N. E Br. (Verbenaceae) cultivados em condições semelhantes.
Revista Brasileira de Farmacognosia, Curitiba, v. 15, n. 1, p. 1-5, 2005.
TRIPATHI, A. K.; UPADHYAY, S.; BHUIAN, M.; BHATTACHARYA, P. R. A
review on prospects of essential oils as biopesticide in insect-pest management.
51
Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy, New Delhi, v. 1, n. 5, p. 52-63,
2009.
TSUNECHIRO, A.; FERREIRA, C. R. R. P. T.; MIURA, M. Gastos com
Inseticidas, Fungicidas e Herbicidas na Cultura do Milho, Brasil, 2008-2011. In:
XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 29, 2012, Águas de
Lindóia. Anais eletrônicos... Águas de Lindóia: ABMS, 2012.
ULLAH, FARMAN.; WARDAK, H. U. R.; BADSHAH, H.; AHMAD, A.; KAKAR, M.
Q. Response of male fruit fly (Diptera: Tephritidae) to various food essences in
Methyl Eugenol and Cue-Lure baited traps. Journal of Entomology and
Zoology Studies, Hooghly, India, v.3, n.5, p. 239-245, 2015
UNOKI, S.; MATSUMOTO, Y.; MIZUNAMI, M. Participation of octopaminergic
reward system and dopaminergic punishment system in insect olfactory learning
revealed by pharmacological study. European Journal of Neuroscience,
Bruxelas, v. 22, n. 6, p. 1409-1416, 2005.
VARDAR-UNLÜ, G.; CANDAN, F.; SÖKMEN, A.; DAFERERA, D.; POLISSIOU,
M.; SÖKMEN, M.; DÖNMEZ, E.; TEPE. B. Antimicrobial and antioxidant activity
of essential oil and methanol extract of Thymus pectinatus Fish. et Mey. var.
pectinatus (Lamiaceae). Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Washington, v. 51, n. 1, p. 63-67, 2003.
VEIGA, M. M.; SILVA, D. M.; VEIGA, L. B. E.; FARIA, M. V. C. Análise da
contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos numa pequena comunidade
rural do Sudeste do Brasil. Pesticide pollution in water systems in a small rural
community in Southeast Brazil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
22, n. 11, p. 2391-2399, 2006.
VIEIRA, I. G. Estudos caracteres silviculturais e de produção de óleos
essenciais de progênies de Corymbia citriodora (HOOK) K. D. Hill & L. A. S.
Johnson procedente de Anhembi SP Brasil, Ex. Atherton QLD - Austrália.
52
Piracicaba. 2004. 80f. (Mestrado em Recursos Florestais) - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, São Paulo.
VIEIRA, R. F., GRAYER, R. J., PATON, A., SIMON, J. E. Genetic diversity of
Ocimum gratissimum L. based on volatile oil constituents, flavonoids and RAPD
markers. Biochemical Systematics and Ecology, Richmond, v. 29, n. 3, p. 287-
304, 2001.
WARREN, B.; RANDALL, D.; FRENCH, K. Fisiologia Animal (Eckert):
mecanismos e adaptações. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
729p.
WINKEL-SHIRLEY, Brenda. Flavonoid biosynthesis. A colorful model for
genetics, biochemistry, cell biology, and biotechnology. Plant Physiology, v.
126, n. 2, p. 485-493, 2001.
XU, H. X.; ZHENG, X. S.; YANG, Y. J.; TIAN, J. C.; LU, Y. H.; TAN, K. H.;
HEONG, K. L.; LU, Z. X. Methyl eugenol bioactivities as a new potential botanical
insecticide against major insect pests and their natural enemies on rice (Oriza
sativa). Crop Protection, Lincoln, v. 72, p. 144-149, 2015.
YAMAMOTO, PAULA YURI. Interação genótipo x ambiente na produção e
composição de óleos essenciais de Lippia alba (Mill.) N.E. Br. 2006. 71f.
Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical). Curso de Pós-
Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical, Instituto Agronômico de
Campinas, Campinas.
ZHANG, C.; LIU, R.; HE, J.; MA, Z.; ZHANG, X. Chemical compositions of
Ligusticum chuanxiong Oil and Lemongrass oil and their joint action against Aphis
citricola Van Der Goot (Hemiptera: Aphididae). Molecules, Basel, v. 21, n. 10, p.
1359-1369, 2016.
53
Artigo I
Toxicidade do óleo essencial de folhas de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown e
Ocimum gratissimum L. sobre Spodoptera frugiperda (Smith, 1797)
(Lepidoptera - Noctuidae)
Nayara Zielasko Trombini Garcia
Resumo
A espécie Spodoptera frugiperda é considerada uma praga chave para a
cultura do milho (Zea mays Starch). Seu controle convencional com inseticidas
sintéticos nem sempre é efetivo, acarretando aumento do número de aplicações,
o que leva a seleção de insetos resistentes e ao aumento dos impactos ao
ambiente e a saúde humana. Em decorrência destes impactos, os óleos
essenciais, vêm demonstrando um potencial de uso para o controle da praga.
Diante deste cenário, objetivou-se avaliar o potencial inseticida dos óleos
essenciais de Lippia alba e Ocimum gratissimum para o controle de S.
frugiperda. As folhas frescas das espécies em estudo, foram coletadas na área
de cultivo da Universidade e sepadamente foram trituras e submetidas a
extração do óleo essencial, utilizando aparelho Clevenger. A composição
química foi determinada por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria
de Massas (CG e CG-MS) e resultaram na identificação de sete constituintes
para L. alba e os isomeros Geranial (40,21%) e Neral (28,53%), como
constituinte majoritário. Para O. gratissimum foram encontrados seis
constitiuintes e o eugenol (68,90%) como principal. Os bioensaios realizados
foram: Toxicidade Aguda Tópica, Toxicidade por Superfície de Contato e
Toxicidade Residual. O óleo de L. alba apresentou DL50 de 0,05 µL.inseto e DL90
de 0,14 µL.inseto e CL50 de 0,27 µL.cm-2 e CL90 0,48 µL.cm-2 . O óleo essencial
de O. gratissimum apresentou DL50 de 0,6 µL.inseto e DL90 de 0,24 µL.inseto e
CL50 de 0,024 µL.cm-2 e CL90 0,046 µL.cm-2 , com maior desempenho, em
relação ao óleo essencial de L. alba; porém, o óleo de L. alba apresentou melhor
poder residual, o que pode ser relacionado com os constituintes majoritário das
amostras. Ao final, ambos os óleos essenciais têm potencial inseticida para o
controle da S. frugiperda, verificado através de sua ação, em condições de
laboratório.
Palavras-chave: Agricultura Sustentável, Controle de Pragas, Inseticida
Botânico, Terpenos, Lagarta-do-cartucho.
54
Toxicity of the essential oils of leaves of Lippia alba and Ocimum gratissimum
against Spodotoptera frugiperda (Lepidoptera - Noctuidae)
Abstract
The Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera - Noctuidae)
species is considered a key pest for the culture of the maize (Zea mays Starch).
Its conventional control with synthetic insecticides It is not always effective,
causing increase of the number of applications, which takes to the selection of
resistant insects and to the increase of the impacts to the environment and the
human health. In result of these impacts, the essential oils, demonstrate a
potential of use for the control of the pest. In the face of this scenario, the objective
was to evaluate the insecticide potential of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown e
Ocimum gratissimum L. essential oil for the control of S. frugiperda. The fresh
leaves of the species under study were collected in University cultivation area
and crushed separately and subjected to extraction of essential oil, using
Clevenger, and the chemical composition was determined by Gaseous
Chromatography connected the Spectrometry of Masses (GC and GC-MS) and
had resulted in the identification of seven main constituent for L. alba and the
Geranial (40.21%) and Neral (28,53%) isomers as constituent majority, for O.
gratissimum had been found six constitiuintes and eugenol (68.90%) as main.
The bioasseys performed were Topical Acute Toxicity, Contact Surface Toxicity
and Residual Toxicity. The oil of L. alba presented LD50 de 0,5 µL.insect and LD90
de 0,14 µL.insect and LC50 of 0,27 µL.cm-2 and LC90 of 0,48 µL.cm-2. The
essential oil of O. gratissimum presented LD50 0,6 µL.insect and LD90 of 0,24
µL.insect and LC50 0,024 µL.cm-2 and LC90 0,046 µL.cm-2, with best performance,
when compored with essential oil of L. alba; however, the oil of L. alba presented
better residual power, which can be related with the constituent majority of the
samples. To the end, both the essential oils have insecticidal potential for the
control of the S. frugiperda, verified through its action, in laboratory conditions.
Keywords: Sustainable Agriculture, Pest Control, Botanical Insecticide,
Terpenes, Fall armyworm.
55
Introdução
O milho (Zea mays L.) é considerado uma das principais culturas no Brasil,
podendo ser cultivado duas vezes ao ano (TOSCANO et al., 2012). De acordo
com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção de milho
na safra de 2017 foi de aproximadamente 96 milhões de toneladas, sendo
considerado o segundo grão mais produzido no país (CONAB, 2017).
Nos últimos 70 anos, a produção do milho brasileiro teve aumento,
aproximado, de 14 vezes, enquanto a área plantada aumentou
aproximadamente, quadro vezes, indicando um crescimento da produtividade.
Este acréscimo foi impulsionado pela utilização de novas tecnologias, como a
utilização de fertilizantes, maquinários de precisão e o controle de doenças e
pragas, através de defensivos agrícolas (GALVÃO et al., 2014).
Os defensivos agrícolas são os recursos mais utilizados pelos produtores
para mitigar as perdas ocasionadas por pragas no plantio; porém, se mal
manejados, acarretam impactos negativos ao ambiente e a saúde humana
(VEIGA, 2007).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO), 200 mil pessoas morrem todos os anos pela intoxicação direta
com pesticidas. Porém, o impacto do contato indireto por meio dos resíduos
tóxicos nos alimentos e na água de consumo, seja superficial e/ou subterrânea,
de difícil análise (ONU, 2017).
Um dos fatores que contribuiu para o uso indiscriminado dos inseticidas
foi a seleção de populações resistentes, ocasionada pelo aumento do número
de aplicação de produtos químicos com o mesmo sitio de ação. Os principais
mecanismos de resistência descritos são: (1) resistência metabólica, (2)
alteração do sítio-alvo, (3) penetração reduzida e, (4) resistência
comportamental (COITINHO et al., 2006; RESTELLO et al., 2009; FAZOLIN et
al., 2017).
Contudo, o uso de substâncias de origem vegetal, como os óleos
essenciais, vem sendo uma alternativa em potencial para o controle de pragas,
pois apresentam propriedades inseticidas, repelentes e de inibição alimentar,
associando a sua baixa toxicidade á vertebrados, além de serem biodegradáveis
(ISMAN, 2000; ISMAN, 2006). Desta maneira, podem ser utilizados no Manejo
56
Integrado de Pragas (MIP), na agricultura familiar e orgânica, contemplando uma
agricultura mais sustentável.
Os óleos são substâncias voláteis, originadas por meio dos metabólitos
secundários das plantas e produzidas em estruturas especializadas como pêlos
glandulares, células parenquimáticas modificadas, canais oleíferos ou bolsas
específicas (VITTI e BRITO, 2003). São compostos por diversas substâncias,
tais como hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, éteres,
óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas, e, seu
composto majoritário, os terpenos (SIMÕES, 2017).
Ao ser prospectado como bioinseticida, os óleos essenciais agregam
características químicas e físicas que corroboram para a sua utilização. Sua
toxicidade está relacionada aos terpenos, que inibem o sitio de ligação
octopaminérgico presente no sistema nervoso do inseto, causando uma
disruptura na comunicação neural e acarretando a morte do indivíduo.
Levando-se em consideração que este sítio de ligação neural não está
presente em vertebrados, os óleos essenciais não apresentam toxicidade a este
grupo; além disto, possuem baixo traço residual por ser uma substância volátil,
são biodegradáveis e proveniente de fontes renováveis (ENAN, 2001; ISMAN,
2006; TRIPATHI et al., 2009; DUBEY et al., 2010).
Levando-se em consideração as vantagens de uso dos óleos essenciais,
objetivou-se avaliar o potencial inseticida dos óleos essenciais de L. alba e O.
gratissimum para o controle de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797)
(Lepidoptera: Noctuidae), praga classificada como chave para a cultura do milho.
Material e Métodos
Obtenção do óleo essencial
A coleta de folhas de L. alba e O. gratissimum ocorreu em área de cultivo,
localizada na horta experimental da Universidade Anhanguera-Uniderp, Campus
Agrárias, localizada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
(20º26’20.64’’S; 54º32’26.78’’O). As coletas foram feitas nas primeiras horas da
manhã (entre 7 e 8h), durante os anos de 2016 e 2017. As plantas estavam em
período reprodutivo.
As folhas foram processadas por turbolise e vertidas em balões
volumétricos e posteriormente foram colocados para o processo de
57
hidrodestilação em aparelho tipo Cleverger por duas horas, com extração do óleo
essencial realizado de acordo com os procedimentos descritos por CONTE et al.
(2002).
Determinação da composição química dos óleos essenciais
As análises por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de
massas (CG-MS) foram realizadas em cromatógrafo de gás (CG 3900), equipado
com detector de espectrômetro de massa de tração de íons (Varian Saturn
2100), usando ZB-5 (5% de fenil-dimetilpolisiloxano), coluna de sílica fundida (30
mx 0,25 mm, 0,25 mm de espessura do filme), nas seguintes condições: gás
hélio transportador; volume de injeção de 1 mL, razão de divisão (1:20), com
temperatura inicial do forno de 50 ºC e aquecimento de 50 a 250 ºC a 3 ºC/min.
A temperatura do injetor e a temperatura do detector de armadilha de íons foram
de 250ºC. Os parâmetros de varredura MS incluíram tensão de ionização por
impacto de elétrons de 70 eV, uma faixa de massa de 40-500 m / z e um intervalo
de varredura de 0,5 s.
As análises de cromatografia gasosa (CG) capilar foram realizadas
utilizando um cromatógrafo de gás Shimadzu CG-17A equipado com uma coluna
de sílica fundida ZB-5 (30 m x 0,25 mm, espessura de película de 0,25 mm). A
temperatura programada foi de 50 a 250 ºC a 3ºC/min. A temperatura do injetor
e do detector de ionização de chamas (DIC) foi de 240 e 260 ºC,
respectivamente, com o hélio sendo usado como gás transportador.
Os índices de retenção programados por temperatura foram calculados
utilizando uma série homologa de não alcanos (C8-C28), como referências
externas. As identificações foram completadas pela comparação dos espectros
de massa obtidos nas bibliotecas de Nist 2.0 e Saturn e bibliografia (ADAMS,
2007).
Criação de Spodoptera frugiperda
A criação larval foi mantida em dieta artificial padrão a base de gérmen de
trigo, levedo de cerveja e feijão, em sala climatizada, com temperatura de 27 ±
2 ºC, umidade relativa de 70 ± 5% e, fotoperiodo de 12 h (PANIZZI e PARRA,
2009).
58
Após a pupação, os insetos foram sexados e colocados em gaiolas de
tubo PVC com 10 cm de diâmetro por 15 cm de altura, revestidas internamente
com folhas de papel sulfite, que serviu como substrato para as mariposas
realizarem a postura, alimentadas com solução de mel a 10%. Os ovos foram
retirados e colocados em placas de Petri (90 mm), mantidas em sala climatizada,
nas mesmas condições descritas anteriormente, até o momento da eclosão das
larvas; então, foram inoculadas em tubos contendo dieta artificial para dar início
a um novo ciclo. As larvas utilizadas nos bioensaios estavam no 3° instar de
desenvolvimento e com peso médio de 9,1 mg.
Bioensaios
Todos os bioensaios foram realizados em ambientes controlado como
descrito para a criação da S. frugiperda.
Toxicidade aguda tópica
Pré-testes foram realizados com as concentrações iniciais 0,125; 0,25;
0,50; 0,75; e, 1,0 µL.inseto, com uma testemunha contendo apenas o solvente
(acetona). Essas concentrações iniciais foram utilizadas para determinação da
faixa de mortalidade entre 10 e 90%, o que possibilitou gerar cinco novas
concentrações em progressão geométrica, conforme descrito em FAVERO e
CONTE (2008).
Foi aplicado 1µL da solução na região protorácica do inseto, com o auxílio
de micropipeta; em seguida, as larvas foram acondicionadas individualmente em
placas de Petri (60 mm) e foram realizadas 30 repetições por tratamento, uma
larva por repetição.
Após 24 horas, foi realizada a contagem dos indivíduos mortos e os dados
foram tabulados e submetidos à análise de Probit, para determinar a curva de
dose-mortalidade e as doses letais médias 50 e 90 (DL50 e DL90) (FINNEY, 1971).
A mortalidade, quando necessário, foi corrigida pela equação de ABBOTT
(1925).
Toxicidade por superfície de contato
Os pré-testes foram realizados com as concentrações iniciais 1,0; 0,75;
0,50; 0,25; e, 0,125 μL.cm-1, além de testemunha composta do solvente
59
(acetona). Essas concentrações iniciais foram utilizadas para determinação da
faixa de mortalidade entre 10 e 90%, o que possibilitou gerar cinco novas
concentrações em progressão geométrica, conforme descrito por FAVERO e
CONTE (2008).
As placas de Petri (60 mm com área de 27,28 cm2) foram tratadas com
0,3 mL da solução, utilizando uma micropipeta e, colocadas para evaporar
durante 20 minutos. Após a evaporação, as larvas foram liberadas na superfície
tratada e as placas foram fechadas, sendo 30 repetições por tratamento, uma
larva por repetição.
Após 24 horas, foi realizada a leitura com a contagem dos indivíduos
mortos. Os dados de mortalidade foram tabulados e submetidos à análise de
Probit para determinar a curva de concentração-mortalidade e as concentrações
letais 50 e 90 (CL50 e CL90) (FINNEY, 1971). A mortalidade, quando necessária,
foi corrigida pela equação de ABBOTT (1925).
Toxicidade por Período residual
O bioensaio consistiu em tratar as placas de Petri (60 mm com área de
27,28 cm2) com 0,3 mL de solução, com auxílio de micropipeta e após, deixar
evaporar por 20 minutos. Após a evaporação do solvente, foi realizada a primeira
liberação das larvas, correspondendo ao tempo zero e fechadas às demais
placas. Posteriormente, foram realizadas as outras liberações correspondendo
aos tempos de 3, 12, 24 e, 36 h, após o tempo zero.
A concentração utilizada foi à concentração letal 50 (CL50), determinada
no bioensaio de Toxicidade por Superfície de Contato, sendo utilizadas 30
repetições por tratamento, uma larva por repetição.
Após 24 horas de cada liberação, foi realizada a contagem dos indivíduos
mortos, com os dados tabulados e analisados por regressão. A mortalidade,
quando necessária, foi corrigida pela equação de ABBOTT (1925) e as curvas
obtidas, comparadas por análise de covariância (ANCOVA).
Resultados e Discussão
Constata-se que o óleo essencial de L. alba possui a maior diversidade
de componentes (sete), tendo como constituinte majoritário o Geranial (40,21%)
e o isômero Neral (28,53%), em relação ao óleo de O. gratissimum, com seis
60
componentes e apenas um composto majoritário, o Eugenol (68,90%) (Tabela
1).
Além disso, no óleo essencial de L. alba os componentes minoritários
estão em uma faixa 3,23 a 10%, enquanto os componentes minoritários do óleo
essencial de O. gratissimum, na faixa de 2,80 a 8,20%.
Em concordancia com a classificação proposta por HENNEBELLE et al.
(2008), o óleo essencial de L. alba, utilizado neste trabalho, pertence ao
quimiotipo 1 - citral (monoterpenóide oriundo da mistura de 2 isômeros, o
geranial e neral).
Este quimiotipo já foi descrito em plantas provenientes todas as regiões
brasileiras (VENTRELLA, 2000; MATOS, 2000; CASTRO et al., 2001; BARBOSA
et al, 2006) e também na Índia (RAO et al., 2000). Porém, estudos indicam que
esta espécie apresenta grande diversidade em seus compostos majoritários,
gerando diferentes quimiotipos, tais como: carvona, germacreno D-limoneno,
piperitona, γ-terpineno, linalol e, 1,8-cineol (ZOGHBI et al., 1998; SENATORE e
RIGANO, 2001; ATTI-SERAFINI et al., 2002; STASHENKO et al., 2004;
TAVARES et al., 2008).
Tabela 1. Composição química (%) do óleo essencial de Lippia alba e Ocimum
gratissimum coletadas na Horta de Plantas Medicinais e Aromáticas, Campus
Agrárias, Universidade Anhanguera-Uniderp, Campo Grande, Mato Grosso do
Sul, 20016 - 2017
Compostos de
Lippia alba (%)
Compostos de
Ocimum gratissimum (%)
Geranial 40,21 Eugenol 68,90
Neral 28,53 β -selinene 8,20
Trans-6-hydroxy-α-terpineol 10,13 β-ilangene 4,99
Acetate nerile 6,48 1,8 cineol 4,10
Caryophyllene oxide 5,03 Viridifloreno 3,90
Citronellal 3,35 ʏ-himachalene 2,80
Angelato prenila 3,23 ----------- -----
Outras substâncias com área < que 1 Outras substâncias com área < que 1
61
Segundo TAVARES et al. (2005), as diferenças quimiotípicas dos óleos
essenciais de L. alba são determinadas pelas variações no genótipo, pois,
plantas cultivadas lado a lado mantiveram seu perfil químico, indicando baixa
relação edafoclimáticos. Porém, de acordo com MATOS (2000), as
características morfológicas da planta também são fatores determinantes para o
quimiotipo do óleo essencial. Plantas com folhas e ramos jovens, apresentam
teores elevados de citral e limoneno.
Foi relatado que o óleo essencial das folhas de O. gratissimum é rico em
eugenol, porém, seu perfil químico é variável, sendo também influenciado pelas
condições edafoclimáticas e hora de coleta (DUDAREVA et al., 2004). MATOS
(2000) verificou que o teor de luminosidade no momento da coleta influencia na
composição química do óleo. No início do dia e no crepúsculo ocorre o
predomínio do terpeno 1,8-cineol e nos momentos de mais incidência de raios
solares, uma predominância do terpeno eugenol.
Segundo KOTHARI et al. (2005), plantas de O. gratissimum cultivadas em
clima tropical apresentam 55,8% de eugenol e 1,4% de β-cariofileno. Estes
valores são diferentes aos encontrados neste estudo, evidenciando que a
influência edafoclimática é determinante para sua composição química.
De acordo com RAJENDRAN e SRIRANJINI (2008), os óleos essenciais
podem ser absorvidos pelos insetos via tegumento, sistema respiratório e/ou
sistema digestivo, e tem ação sobre o sistema nervoso do inseto, justificando
seu de potencial como inseticida.
A mistura de substâncias que compõem o óleo é importante, pois contribui
para a diminuição de pragas resistentes, devido à diversidade de substâncias
que compõem os óleos essenciais delongarem este processo de seleção
(FERRARI, 1996).
Os óleos essenciais de L. alba e O. gratissimum apresentaram potencial
inseticida para o controle de S. frugiperda pela via de intoxicação Aguda Tópica
(Tabela 2), ajustando-se ao modelo proposto de Probit (p≥ 0,05) nas seguintes
doses: L. alba 0,015; 0,023; 0,034; 0,051; e, 0,077 µL.inseto e O. gratissimum
0,017; 0,028; 0,047; 0,079; e, 0,0134 µL.inseto.
A toxicidade óleos essenciais de L. alba e O. gratissimum (DL50 0,05 µL-1
e 0,6 µL-1, respectivamente) é semelhante, devido a sobreposição dos seus
intervalos de confiança (Tabela 2). A menor declividade da curva do óleo de O.
62
gratissimum indica que a variação dose/mortalidade é mais homogênea em
comparação com a do óleo essencial de L. alba.
Tabela 2. Dose letal (DL50 e DL90) do óleo essencial de Lippia alba e Ocimum
gratissimum coletadas na Horta de Plantas Medicinais e Aromáticas, Campus
Agrárias, Universidade Anhanguera-Uniderp, sobre Spodoptera frugiperda pela
técnica de Toxicidade Aguda Tópica (µL.inseto ). Campo grande, Mato Grosso
do Sul, 2017 – 2018.
Óleo N DL50 (IC95%)
µL.inseto
DL90 (IC95%)
µL.inseto
D (± EP)
2 p
L. alba 180 0,05 (0,04–0,06) 0,14 (0,094–0,29) 2,70±
0,47
0,66 0,88
O. gratissimum 180 0,06 (0,05–0,08) 0,24 (0,15–0,56) 2,13±
0,37
0,68 0,88
N = número de indivíduos utilizados no bioensaio. IC = intervalo de confiança.
EP = erro padrão Declividade. D = declividade.2 = qui-quadrado. P =
probabilidade.
Os óleos essenciais de L. alba e O. gratissimum apresentaram potencial
inseticida para o controle de S. frugiperda pela via de intoxicação por Superfície
de Contato (Tabela 3) e, ajustaram-se ao modelo de Probit (p≥ 0,05) nas
seguintes concentrações: L. alba 0,15; 0,20; 0,27; 0,37; e, 0,50 µL.cm-2 e O.
gratissimum 0,014; 0,020; 0,027; 0,038; e, 0,053 µL.cm-2 .
O óleo de O. gratissimum foi mais tóxico em relação ao óleo de L. alba;
porém a maior declividade da curva do óleo essencial de O. gratissimum indica
uma variação na relação concentração/mortalidade. Sendo a resposta mais
heterogênea em comparação com o óleo de L. alba (O. gratissimum - CL50 de
0,024 µL.cm-2 e CL90 de 0,046 µL.cm-2; L. alba - CL50 de 0,25 µL.cm-2 e CL90 de
0,48 µL.cm-2).
No bioensaio de Toxicidade Aguda Tópica e Toxicidade por Superfície de
Contato, o óleo essencial de L. alba apresentou uma maior declividade da curva
(2,7 e 5,23 respectivamente) em comparação com o óleo essencial de O.
gratissimum (2,13 e 4,55 respectivamente).
63
De acordo com LIRA (2014), quanto menor a declividade da curva mais
homogênea é a resposta; por outro lado, quanto maior a declividade, mais
heterogênea é a resposta indicando que, mínimas variações nas concentrações
acarretam grande variação na mortalidade.
Tabela 3. Concentração letal (CL50 e CL90) do óleo essencial de Lippia alba e
Ocimum gratissimum coletadas na Horta de Plantas Medicinais e Aromáticas,
Campus Agrárias, Universidade Anhanguera-Uniderp, sobre Spodoptera
frugiperda pela técnica de Toxicidade por Superficie de Contato (µL.cm-2).
Campo grande, Mato Grosso do Sul, 2017 – 2018.
Óleo N CL50 (IC95%)
µL.cm-2
CL90 (IC95%)
µL.cm-2
D (±
EP) 2 p
L. alba 180 0,25 (0,20–0,37) 0,48 (0,35–1,33) 5,1±
0,70 5,9 0,11
O. gratissimum 180 0,024 (0,02–0,03) 0,05 (0,039–0,061) 4,4±
0,66 1,15 0,76
N= número de indivíduos utilizados no bioensaio. IC= intervalo de confiança. EP=
erro padrão. D= declividade. 2= qui-quadrado. P= probabilidade.
De acordo com SILVA et al. (2007), ao comparar o potencial inseticida de
diferentes substâncias, só é possível afirmar que a substância “a” é mais tóxica
que a “b” se não ocorrer a sobreposição de seus intervalos de confiança; caso
ocorra, as toxicidades são estatisticamente semelhantes.
A variação de toxicidade entre os bioensaios, onde no bioensaio de
Toxicidade Aguda Tópica os óleos essenciais apresentaram valores de
toxicidade estatisticamente semelhantes e no bioensaio de Toxicidade por
Superfície de Contato, o óleo de O. gratissimum apresentou maior toxicidade,
indica que a via de intoxicação também é um fator determinante na toxicidade
das substâncias (MORAES et al., 2000). Segundo SANTOS et al. (2013), a
toxicidade nos bioensaios de Superfície de Contato, pode estar correlacionada
com a respiração traqueal, devido a localização dos espiráculos na lateral do
tórax e do abdômen do inseto, facilitando a absorção do óleo e potencializando
sua toxicidade.
64
No bioensaio de Toxicidade por Periodo Residual, o óleo essencial de O.
gratissimum apresentou toxicidade mais aguda em relação ao óleo de L. alba;
porém, o óleo de L. alba apresentou toxicidade mais prolongada, indicando ter
maior efeito residual (Figura 1). A concentração utilizada foi a CL50 determinada
no bioensaio anterior, sendo que para L. alba a CL50 foi 0,25 µL.cm-2 e para o
óleo essencial de O. gratissimum, 0,024 µL.cm-2.
Detectou-se diferenças significativas nos interceptos; porém, ocorreu
diferença significativa na declividade, observada pela menor inclinação (0,0059
para L. alba e 0,0134, O. gratissimum).
Figura 1. Efeito inseticida por Perido Residual do óleo essencial de Lippia alba
e Ocimum gratissimum coletadas na Horta de Plantas Medicinais e Aromáticas,
Campus Agrárias, Universidade Anhanguera-Uniderp, sobre Spodoptera
frugiperda. Campo grande, Mato Grosso do Sul, 2017 – 2018.
Esta diferenciação nos resultados pode estar relacionada às
características das estruturas moleculares dos compostos majoritários dos óleos
essenciais (Figura 2), que em geral são pouco discutidas em relação à estrutura
atividade. Segundo TONG e COATS (2012), os monoterpenóides por
apresentarem diversos esqueletos e grupos funcionais, tem ação no sistema
nervoso do inseto, causando uma disruptura no sitio de ligação octopaminérgico.
Desta forma, com base no exposto e para um melhor entendimento da
ação dos óleos analisados frente a S. frugiperda será utilizado as estruturas
y = -0,5867x + 54,6R² = 0,9716
y = -1,35x + 55,05R² = 0,9701In
div
ídu
os m
ort
os (
%)
Tempo após a aplicação (h)
Lippia alba
Ocimum gratissimum
65
química dos compostos majoritários dos óleos essenciais de L. alba (Geranial e
Neral) e O. gratissimum (Eugenol) (Figura 2).
Figura 2. Estrutura química dos compostos majoritários dos óleos essenciais de
L. alba, Geranial ((2E)-3,7-dimetilocta-2,6-dienal) e Neral ((2Z)- 3,7-dimetilocta-
2,6-dienal, e o Eugenol (4-alil-2-metoxifenol) de O. gratissimum.
Assim, quando se analisa estruturas moleculares das substâncias
majoritárias dos dois óleos essenciais, constata-se que o aldeído, geranial e seu
isômero neral, tem maior permeabilidade na cutícula do inseto em relação à
substância eugenol devido a sua polaridade, que lhe confere um caráter mais
hidrofóbico. Porém, a substância eugenol pode apresentar uma maior toxicidade
devido aos seus grupos polares (hidrofílicos), por ter maior solubilidade no meio
intracelular (aquoso) e consequentente maior interação com os receptores do
inseto, pelas ligações de hidrogênio, dipolo-dipolo e sua cadeia carbônica
hidrofóbica, e com isto ser um indicativo da inativação dos receptores.
De acordo com TONG e COATS (2012) as diferentes categorias de
monoterpenos por apresentarem diferentes esqueletos e grupos funcionais
atuam em diferentes sítios de ligação acarretando diversos efeitos sobre as
funções desses alvos. Ficou evidente para estes autores que os grupos
funcionais com átomos de oxigênio podem ser necessários para a ligação com
os receptores, assim como as propriedades eletrônicas carbono e caborno
afetam as atividades de ligação, a hidrofobicidade e o nível de energia das
moléculas monoterpenóides, também desempenham papéis fundamentais para
a ligação com os receptores.
66
Infere-se, portanto, que a ação do eugenol esta relacionada aos grupos
funcionais (fenol e éter) e o geranial e o neral presente no óleo essencial de L.
alba, possam estar agindo da mesma maneira com menor efeito de ligação
(aldeído), porém com maior potencial residual pelas caraterísticas hidrofóbicas
de sua cadeia carbônica, com menor número de insaturações que o eugenol.
Outra caraterística importante a ser analisada esta relacionada à
permeabilidade da cutícula do inseto. De acordo com LEWIS (1980), o potencial
de permeabilidade da cutícula do inseto é maior para substâncias apolares,
como os óleos essenciais. Esta situação ocorre por causa da característica
anatômica da cutícula, que se divide em: (1) epicutícula e (2) exocutícula
(quitinizadas e lipofílicas) e, (3) endocutícula (levemente quitinizada e hidrofílica).
A quitina é um polissacarídeo o que lhe confere a característica hidrofóbica;
porém, no meio intracelular o meio é aquoso, apresentando maior solubilidade
às substâncias hidrofílicas.
Os resultados obtidos concordam com os dados de CRUZ et al. (2016) e
NICULAU et al. (2013), onde a toxicidade dos óleos essenciais de O.
gratissimum e L. alba são eficazes para o controle de S. frugiperda. CRUZ et al.
(2016) analisou o potencial inseticida dos óleos de Eucalyptus staigeriana F.
Muell., Foeniculun vulgare Mill. e O. gratissimum pela via de intoxicação Aguda
Tópica, a fim de determinar a dose letal (DL10) para ser utilizada no bioensaio de
efeito subletal dos óleos sobre S. frugiperda. O óleo de O. gratissimum
apresentou menor DL50 (1,52 (1,36–1,67) mg-1) e seu composto majoritário é o
anetol (35,94%). Este valor difere deste trabalho, onde a DL50 15,82 mg.g-1
inseto, indicando que a composição química do óleo essencial é fator
determinante para a toxicidade pois, a amostra estudada apresentou como
composto majoritário o eugenol (68,9%).
NICULAU et al. (2013) avaliou o potencial inseticida de três quimiotipos
do óleo essencial de L. alba para o controle da S. frugiperda pela via de
intoxicação Aguda Tópica e verificou que os 3 quimiotipos têm potencial
inseticida para o controle desta praga (DL50 de 1,24; 1,56 e 1,20 µg.inseto e
DL90 de 2,60; 3,75 e 3,08 µg.inseto). O quimiotipo 1 (geranial e neral) apresentou
DL50 de 1,24 µg/g de inseto e este quimiotipo é o mesmo do óleo essencial
utilizado neste trabalho; porém, a DL50 obtida foi de 9,89 µg.inseto de inseto.
67
HOET et al. (2006) elucidam que as diferentes toxicidades em amostras
com o mesmo composto majoritário indicam que a atividade biológica dos
componentes majoritários é modulada por substâncias de menor proporção,
podendo agir de modo sinérgico ou antagônico.
De acordo com ENAN (2001), VIEGAS-JÚNIOR (2003), ISMAN (2006),
TRIPATHI et al. (2009) e DUBEY et al. (2010), a toxicidade dos óleos essenciais
está relacionada as substâncias terpenóides, principalmente monoterpenos e
sesquiterpenos, que, geralmente, são as substâncias majoritárias da
composição do óleo essencial. Estas substâncias atuam inativando o sitio de
ligação octopaminérgico presente no sistema nervoso dos insetos, impedindo a
transmissão, entre neurônios, da octopamina, que é um neurotransmissor,
neuromodulador e neurohormônio do inseto. Esta alteração no sitio de ligação
octopaminérgico causa uma disruptura no sistema nervoso, o que leva a morte
do inseto. Convem salientar que este sitio de ligação não está presente no
sistema nervoso dos vertebrados, indicando vantengem para sua utilização
como inseticida.
Logo, ao prospectar os óleos essenciais como inseticida, suas
características de rápida volatilização o fazem um produto de baixo resíduo e
biodegradável. Além disso confere baixa toxicidade aos vertebrados, pela
ausência do sitio de ligação octopaminérgico, o faz um produto de menor impacto
ao ambiente e seres humanos.
Conclusões
O óleo essencial de L. alba e O. gratissimum apresentam potencial
inseticida no controle de larvas S. frugiperda. O óleo essencial de O. gratissimum
apresentou CL50 e CL90 menor em relação ao óleo de L. alba. Porém, o óleo de
L. alba apresenta um potencial residual mais prolongado. Esta diferença pode
estar relacionda com os constituintes majoritários das amostras observadas na
analise cromatográfica.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) - Código de
Financiamento 001 e, da Universidade Anhanguera-Uniderp, através do
68
pagamento de bolsa de estudo, pelas bolsas de produtividade em pesquisa do
CNPq. Ao CNPq, INAU, CPP, FUNDECT e FUNADESP, pelo apoio financeiro e
também à Universidade Anhanguera-Uniderp, pelo financiamento do Grupo de
Pesquisa em Produtos Naturais (PPN).
Referências Bibliográficas
ABBOTT, W. S. A method of computing the effectiveness of an insecticide.
Journal of Economic Entomology, Maryland, v. 18, n. 1, p. 265-266, 1925.
ADAMS, R. P. 2007. Identification of Essential Oils Components by Gás
Chromatography/ Quadrupole Mass Spectroscopy. Carol Stream: Allured
Publishing Corporation, 2007. 804p.
ATTI-SERAFINI, L.; PANSERA, M. R.; ATTI-SANTOS, A. C.; ROSSATO, M.;
PAULETTI, G. F.; ROTA, L. D.; MOYNA, P. Variation in essential oil yield and
composition of Lippia alba (Mill.) N. E Br. grown in Southern Brazil. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, Paulínia, v. 4, n. 2, p. 72-74, 2002.
BARBOSA, F. F.; BARBOSA, L. C. A.; MELO, E. C.; BOTELHO, F. M.; SANTOS,
R. H. S. Influência da temperatura do ar de secagem sobre o teor e a composição
química do óleo essencial de Lippia alba (Mill) N.E. Brown. Química Nova, São
Paulo, v. 29, n. 6, p.1221-1225, 2006.
BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química Medicinal: As bases moleculares
da ação dos fármacos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2014. 608p.
CASTRO, D. M.; MING, L. C.; MARQUES, M. O. M. Composição fitoquímica dos
óleos essenciais de folhas de Lippia alba (Mill). N. E. Br em diferentes épocas de
colheita e partes do ramo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Paulínea,
v.4, n. 75, p. 9, 2002.
COITINHO, R. L. B. C.; OLIVEIRA, J. V.; JUNIOR, M. G. C. G.; CÂMARA, C. A.
G. Atividade inseticida de óleos vegetais sobre Sitophilus zeamais Mots.
69
(Coleoptera: Curculionidae) em milho armazenado. Revista Caatinga, Mossoró,
v. 19, n. 2, p. 176-182, 2006.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra
brasileira: grãos, safra 2016/17, décimo levantamento. Brasília: CONAB. v.
4, n. 12, 2017. 158p.
CONTE, C. O.; LAURA, V. A.; BATTISTELLI, J. Z.; CESCONETTO, A. O.;
SOLON, S.; FAVERO, S. Rendimento de óleo essencial de alfavaca por arraste
a vapor em Clevenger, em diferentes formas de processamento das folhas.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, Suplemento- CD-ROM, 2002.
CRUZ, G. S.; WANDERLEY-TEIXEIRA, V.; OLIVEIRA, J. V.; LOPES, F. S. C.;
BARBOSA, D. R. S.; BREDA, M. O.; TEIXEIRA, A. A. C. Sublethal effects of
essential oils from Eucalyptus staigeriana (Myrtales: Myrtaceae), Ocimum
gratissimum (Lamiales: Laminaceae), and Foeniculum vulgare (Apiales:
Apiaceae) on the biology of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae).
Journal of economic entomology, Oxford, v. 109, n. 2, p. 660-666, 2016.
DUBEY, N. K.; SHUKLA, R.; KUMAR, A.; SING, P.; PRAKASH, B. Prospects of
botanical pesticide in sustainable agriculture. Current Science, Bengaluru, v. 98,
n. 4, p. 479-480, 2010.
DUDAREVA, N.; PICHERSKY, E.; GERSHENZON, J. Biochemistry of plant
volatiles. Plant physiology, Glasgow, v. 135, n. 4, p. 1893-1902, 2004.
ENAN, E. Insecticidal activity of essential oils: octopaminergic sites of action.
Comparative Biochemistry and Physiology Part C: Toxicology &
Pharmacology, Miami, v. 130, n. 3, p. 325-337, 2001.
FAVERO, S.; CONTE, C. O. Métodos de ensaios para determinação de atividade
insetistatica de derivados de plantas com alternativa sustentável de controle de
pragas agrícolas. In: BAUER, F. C.; VARGAS JUNIOR, F. Mestrado de
70
Produção e Gestão Agroindustrial. v. 2. Campo Grande: UNIDERP, 2008. p.
235-249.
FAZOLIN, M.; ESTRELA, J. L. V.; MEDEIROS, A. F. M.; GOMES, L. P.; SILVA,
I. M.; SILVA, M. S. F. Potencial sinérgico do óleo de Piper aduncum para
inseticidas formulados com misturas de princípios ativos. Revista de Ciências
Agrárias, Belém, v. 59, n. 4, p. 362-369, 2017.
FERRARI, J. A. Population genetics in vector biology. In: MARQUARDT, W. C.;
BEATY, B. J. The Biology of Disease Vectors. Colorado: Niwot, 1996. p. 512-
525.
FINNEY, D. J. Probit Analysis. 3ed., London: Cambridge Press, 1971. 338p.
GALVAO, J. C. C.; MIRANDA, G. V.; TROGELLO, E.; FRITSCHE-NETO, R. Sete
décadas de evolução do sistema produtivo da cultura do milho. Revista Ceres.
Viçosa, v. 61, sup., p.819-828, 2014.
HENNEBELLE, T.; SAHPAZ, S.; JOSEPH, H.; BAILLEUL, F.
Ethnopharmacology of Lippia alba. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria,
v. 116, n. 2 p. 211-222, 2008.
HOET, S.; STEVIGNY, C.; HERENT, M. F.; QUETIN-LECLERCQ, J.
Antitrypanosomal compounds from leaf essential oil of Strychnos spinosa. Planta
Medica, Betesda, v. 72, n. 5, p.480-482, 2006.
ISMAN, M. B. Botanical insecticides, deterrents, and repellents in modern
agriculture and an increasingly regulated world. Annual Review Entomology,
Palo Alto, v. 51, p. 45-66, 2006.
ISMAN, M. B. Plant essential oils for pest and disease management. Crop
protection, Toowoomba, v. 19, n. 8, p. 603-608, 2000.
71
KOTHARI, S. K.; BHATTACHARYA, A. K.; SINGH, K.; RAMESH, S. I.;
PRAKASA RAO, E. V.; GARG, S. N. Pre-flowering harvesting of Ocimum
gratissimum for higher essential oil and eugenol yields under semi-arid tropics.
Journal of Essential Oil Research, Messina, v. 17, n. 2, p. 212-216, 2005.
LEWIS, C. T. The Penetration of Cuticle by Insecticides. In: MILLER, A. T.
Cuticle Techniques in Arthropods. New York: Springer, 1980. p. 367-400.
LIRA, S. A. Análise de correlação: abordagem teórica e de construção dos
coeficientes com aplicações. 2014. 209f. Dissertação (Mestrado em Ciências)
- Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas
usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2ed. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2000. 346p.
MATTOS, S. H.; INNECCO, R.; MARCO, C. A.; ARAÚJO, A. V. Plantas
medicinais e aromáticas cultivadas no Ceará: tecnologia de produção e
óleos essenciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007. 108p.
MING, L. C. Coleta de plantas medicinais. In: DI STASI, L. C. Plantas
medicinais: Arte e ciência: um guia de estudos multidisciplinar. São Paulo:
UNESP, 1996. p. 69-86.
MORAES, S. S.; BAUTISTA, A. R. L.; VIANA, B. F. Avaliação da toxicidade
aguda (DL50 e CL50) de inseticidas para Scaptotrigona tubiba (Smith)
(Hymenoptera: Apidae): via de contato. Anais da Sociedade Entomológica do
Brasil, Londrina, v. 29, n. 1, p. 31-37, 2000.
NICULAU, E. D. S.; ALVES, P. B.; NOGUEIRA, P. C. D. L.; MORAES, V. R. D.
S.; MATOS, A. P.; BERNARDO, A. R.; BLANK, A. F. Insecticidal activity of
essential oils of Pelargonium graveolens l'Herit and Lippia alba (Mill) NE Brown
against Spodoptera frugiperda (JE Smith). Química Nova, São Paulo, v. 36, n.
9, p. 1391-1394, 2013.
72
ONU. Organizacion De Las Naciones Unidas. Informe de la Relatora Especial
sobre el derecho a la alimentación. Nueva York: ONU/ Assemblea General,
2017. 27p.
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. Bioecologia e nutrição de insetos: base para
o manejo integrado de pragas. Brasília: Embrapa soja, 2009. 1164p.
RAJENDRAN, S.; SRIRANJINI, V. Plant products as fumigants for stored-product
insect control. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 44, n. 2, p.
126-135, 2008.
RAO, G. P.; SINGH, M.; SINGH, P.; SINGH, S. P.; CATALAN, C.; KAPOOR, I.
P. S.; SINGH, G. Studies on chemical constituents and antifungal activity of leaf
oil of Lippia alba (Mill). Indian Journal of Chemical Technology, New Delhi, v.
7, n. 6, p. 332-335, 2000.
RESTELLO, R. M.; MENEGATT, C.; MOSSI, A. J. Efeito do óleo essencial de
Tagetes patula L. (Asteraceae) sobre Sitophilus zeamais Motschulsky
(Coleoptera, Curculionidae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 53,
n. 2, p. 304-307, 2009.
SANTOS, M. D.; LIMA, R. A.; FERNANDES, C. F.; SILVA, A. G.; LIMA, D. K. S.;
TEIXEIRA, C. A. D.; FACUNDO, V. A. Atividade inseticida do óleo essencial de
Schinus terebinthifolius Raddi sobre Acanthoscelides obtectus Say e Zabrotes
subfasciatus Boheman. Revista Fitos Eletrônica, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p.
77-84, 2013.
SENATORE, F.; RIGANO, D. Essential oil of two Lippia spp. (Verbenaceae)
growing wild in Guatemala. Flavour and Fragrance Journal, Genebra, v. 16, n.
3, p. 169-171, 2001.
SILVA, W. C.; RIBEIRO, J. D.; SOUZA, H. D.; CORRÊA, R. D. S. Atividade
inseticida de Piper aduncum L. (Piperaceae) sobre Aetalion sp. (Hemiptera:
73
Aetalionidae), praga de importância econômica no Amazonas. Acta Amazonica,
Manaus, v. 37, n. 2, p. 293-298, 2007.
SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia: do Produto Natural ao Medicamento. 1ed.
Porto Alegre: Artmed, 2017. 502p.
STASHENKO, E. E.; JARAMILLO, B. E.; MARTÍNEZ, J. R. Comparison of
different extraction methods for the analysis of volatile secondary metabolites of
Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, grown in Colombia and evaluation of its in
vitroantioxidant activity. Journal of Chromatography, Barcelona, v. 30, n. 1025,
p. 93-103, 2004.
TAVARES, A. C.; GONÇALVES, M. J.; CAVALEIRO, C.; CRUZ, M. T.; LOPES,
M. C.; CANHOTO, J.; SALGUEIRO, L. R. Essential oil of Daucus carota subsp.
halophilus: composition, antifungal activity and cytotoxicity. Journal of
Ethnopharmacology, Pretoria, v. 119, n. 1, p. 129-134, 2008.
TAVARES, E. S.; JULIÃO, L. S.; LOPES, D.; BIZZO, H. R.; LAGE, C. L. S.;
LEITÃO, S. G. Análise do óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia
alba (Mill.) N. E Br. (Verbenaceae) cultivados em condições semelhantes.
Revista Brasileira de Farmacognosia, Curitiba, v. 15, n. 1, p. 1-5, 2005.
TONG, F.; COATS, J. R. Quantitative structure–activity relationships of
monoterpenoid binding activities to the housefly GABA receptor. Pest
management science, New York, v. 68, n. 8, p. 1122-1129, 2012.
TOSCANO, L. C.; CALADO FILHO, G. C.; CARDOSO, A. M.; MARUYAMA, W.
I.; TOMQUELSKI, G. V. Impact of insecticides on Spodoptera frugiperda
(Lepidoptera, Noctuidae) and its natural enemies on off-season maize in
Cassilândia and Chapadão do Sul, State of Mato Grosso do Sul, Brazil. Arquivos
do Instituto Biológico, São Paulo, v. 79, n. 2, p. 223-231, 2012.
TRIPATHI, A. K.; UPADHYAY, S.; BHUIAN, M.; BHATTACHARYA, P. R. A
review on prospects of essential oils as biopesticide in insect-pest management.
74
Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy, New Delhi, v. 1, n. 5, p. 52-63,
2009.
VEIGA, M. M. Agrotóxicos: eficiência econômica e injustiça socioambiental.
Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 145-152, 2007.
VENTRELLA, M. C. Produção de folhas, óleo essencial e anatomia foliar
quantitativa de Lippia alba (Mill.) N.E.Br (Verbenceae) em diferentes níveis
de sombreamento e épocas de colheita. 2000. 86f. Tese (Tese em agronomia)
- Universidade Estadual Paulista, São Paulo.
VIEGAS JÚNIOR, C. Terpenos com atividade inseticida: uma alternativa para o
controle químico de insetos. Química Nova, São Paulo, p. 390-400, 2003.
VITTI, A. M. S.; BRITO, J. O. Óleo essencial de eucalipto. Documentos
florestais n 17. Piracicaba: Esalq/USP, 2003. 35p.
ZOGHBI, M. G. B.; ANDRADE, E. H. A.; SANTOS, A. S.; SILVA, M. H. L.; MAIA,
J. G. S. Essential oil of Lippia alba (Mill.) N.E.Br. grown wild in Brazilian Amazon.
Flavour and Fragrance Journal, Genebra, v. 13, p. 47-48, 1998.
75
Artigo II
Atividade antialimentar e inibidora de oviposição de Spodoptera frugiperda
(Lepidoptera: Noctuidae) frente ao óleo essencial de folhas de Lippia alba
e Ocimum gratissimum
Nayara Zielasko Trombini Garcia
Resumo
O uso de extratos e óleos essenciais de plantas pode ser uma opção
adicional ao manejo de pragas, como a lagarta do cartucho do milho, Spodoptera
frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera-Noctuidae), uma praga chave para a
cultura do milho; pois o uso de inseticidas químicos sintéticos é nem sempre é
efetivo e acarreta impactos ao ambiente e a saúde humana, além de selecionar
populações de insetos resistentes. Assim este trabalho objetivou avaliar as
mudanças comportamentais de larvas e adultos de S. frugiperda frente ao óleo
essencial de Lippia alba (Mill.) e Ocimum gratissimum L, por bioensaios de
Fagoinibição sem e com chance de escolha e de Inibição de Oviposição. Os
óleos essenciais de L. alba e O. grantisimium, foram obtidos de folhas frescas,
de exemplares cultivados na horta da Universidade, trituradas e submetidas a
extração por hidrodestilação. A sua composição química foi determinada por
Cromatografia Gasosa e Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de
Massa (CG e CG-MS). No teste de fagoinibição sem chance de escolha, o óleo
de L. alba apresentou de boa à muito boa fagoinibição e o óleo de O.
gratissimum, de média à muito boa. No teste de fagoinibição com chance de
escolha, ambos os óleos apresentaram muito boa fagoinibição. No bioensaio de
Inibição de Oviposição, o óleo essencial de L. alba a cada 1 µL.cm-2 reduz 3,75
cm2 da área da oviposição e o óleo de O. gratissimum, a cada 1µL.cm-2, reduz
14,08 cm2 da área da oviposição. Os resultados obtidos indicaram que os óleos
essenciais, ricos nos isômeros Geranial (40,21%) e Neral (28,53%) (L. alba) e
eugenol (68,90%) (O. gratissimum), de ambas as espécies testadas alteraram o
comportamento alimentar e de oviposição da S. frugiperda, demonstrando
potencial para utilização no manejo desta praga.
Palavras-chave: Agricultura Sustentável, Manejo de pragas, Inseticida
Botânico, Plantas inseticida,Terpenos, Deterrência alimentar e de postura.
76
Behavioral changes and adults of Spodoptera frugiperda larvae
(Lepidoptera- Noctuidae) apposite the leaf essential oil Lippia alba and
Ocimum gratissimum
Abstract
The use of extracts and essential oils of plants can be an additional option
to the pest management, as the caterpillar corn Spodoptera frugiperda (Smith,
1797) (Lepidoptera - Noctuidae), a typical pest of maize; since the use of
synthetic chemical insecticides It is not always effective and results in impacts to
the environment and the human health, as well as select populations of resistant
insects. So this study aimed to evaluate the behavioral changes of larvae and
adults of S. frugiperda front of of the essential oil of Lippia alba (Mill.) and Ocimum
gratissimum L. per fagoinhibition bioasseys with and without chance of choice
and oviposition inhibition. The essential oils of L. alba and O. grantisimium, were
obtained from fresh leaves of cultivated specimens in the garden of the
University, crushed and submitted to extraction by hydrodistillation and its
chemical composition was determined by Gaseous Chromatography connected
the Spectrometry of Masses (GC and GC-MS). In the test of fagoinhibition without
chance of choice, the oil of L. alba presented good to very good fagoinhibition
and the oil of O. gratissimum, average to very good. In the test of fagoinhibition
with chance of choice, both oils presented very good fagoinhibition. In the
oviposition inhibition bioessey, the essential oil of L. alba, each 1 µL.cm-2 reduces
3,75 cm2 of the oviposition area and the oil of O. gratissimum, to each 1µL.cm-2,
14,08 cm2 of the oviposition area. The results showed that the essential oils rich
in Geranial isomers (40.21%) and Neral (28.53%) (L. alba) and eugenol (68.90%)
(O. gratissimum) of both species tested altered the feeding and oviposition
behavior of S. frugiperda cells, demonstrating potential for use in the
management of this pest.
Keywords: Sustainable Agriculture, Pest Management, Botanical Insecticide,
Plants insecticide, Terpenes, Feed and Posture Deterrence.
Introdução
A lagarta do cartucho do milho Spodoptera frugiperda (J.E Smith, 1797)
(Lepidoptera: Noctuidae) é classificada como praga primária da cultura do milho,
causando perdas significativas na produtividade (SENNA et al., 2003; TAVARES
77
et al., 2010; RIFFEL et al., 2012; PANIZZI, 2013). As larvas de S. frugiperda,
iniciam a sua alimentação nos tecidos da planta já nos primeiros instares,
acarretando danos ao desenvolvimento vegetativo (BUSATO et al., 2004;
BARROS et al., 2010; BLESSING et al., 2010).
O controle S. frugiperda é realizado de forma convencional com produtos
químicos sintéticos (BUGHIO e WILKINS, 2004; BOYER et al., 2012); porém, o
manejo inadequado e o uso indiscriminado de organofosforados, piretroides e
carbanatos (proibido no Brasil) tem colaborado com a seleção de populações
resistentes destes insetos (BOYER, et al., 2012), além de aumentar a toxicidade
residual, seja nos alimentos como no agroecossistema (RAO et al., 2003;
RATTAN, 2010; SILVA-FILHO et al., 2014).
Diante desta problemática, surgiu um crescente interesse por substâncias
químicas de origem vegetal (AGUIAR et al., 2014; ISMAN e GRIENEISEN,
2014). Estas substâncias já fazem parte de formulações comerciais de
inseticidas, por serem seletivos, de baixa toxicidade a vertebrados e eficientes
no controle de praga (JINDAL et al., 2013; FOUAD et al., 2014). Sua rápida
degradação diminui seus resíduos, assim, mitigando os impactos ao ambiente e
a saúde humana (MATOS-NETO et al., 2002; CLOYD, 2004; BAKKALI et al.,
2008; REGNAULT-ROGER et al., 2012).
Produtos químicos de origem vegetal, como os óleos essenciais, podem
contribuir para o controle de insetos-praga, corroborando com o Manejo
Integrado de Pragas (MIP) e a agricultura familiar e orgânica (TEIXEIRA et al.,
2013).
Os óleos essenciais são uma mistura de substâncias voláteis, lipofílicas,
odoríferas e líquidas. São compostos de hidrocarbonetos terpênicos, alcoóis
simples e terpenos, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, óxidos, peróxidos,
furanos, ácidos orgânicos, lactonas e compostos contendo enxofre. Dentre
estes, os terpenóides são formados pela fusão de unidades isoprênicas, os quais
formam hemiterpenos, monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos e
tetraterpenos (CASTRO et al., 2006; BRIELMANN et al. 2006; TAIZ e ZEIGER,
2013; SIMÕES, 2017).
Os terpenos são considerados os compostos majoritários dos óleos
essenciais e a atividade inseticida desta mistura está relacionada a estas
moléculas. Eles podem afetar os processos bioquímicos, fisiológicos e
78
comportamentais nos insetos e deste modo, ser prospectados como inseticidas
naturais (ISMAN, 2000; PRATES e SANTOS, 2002).
As características químicas e físicas dos óleos fornecem propriedades
que colaboram para um produto eficiente e de baixo impacto, tais como: (1)
complexa mistura de substâncias, dificultando a seleção de indivíduos
resistentes, (2) volatilização, permitindo baixo traço residual do produto, (3)
biodegradável e, (4) baixa toxicidade a vertebrados (KIM et al., 2003; MENEZES,
2005). A maioria dos estudos utilizando substâncias de origem vegetal é voltada
a alterações nos efeitos fisiológico do inseto em detrimento das alterações
comportamentais (GUEDES et al., 2009).
O mecanismo comportamental é o conjunto de ações que o inseto exerce
em resposta às pressões seletivas exercidas por um determinado composto
químico, aumentando a capacidade de minimizar os efeitos letais do inseticida
(LOCKWOOD et al., 1984; HOY et al., 1998). De forma geral, ocorre alterações
comportamentais no que se referem à mobilidade, orientação, alimentação,
oviposição e aprendizagem (GUEDES, 1990; DESNEUSX et al., 2007).
HAYNES (1988) realizou uma revisão sobre o efeito subletal de
inseticidas convencionais de ação neurotóxica (organofosforados, carbamatos e
piretróides) e verificou que os insetos tiveram sua fertilidade e fecundidade
afetadas. Embora os estudos sobre os efeitos subletais ainda serem restritos, a
literatura mostra que os resultados são relevantes para o MIP e para a
diminuição de populações resistentes (ÁVILA e NAKANO, 1999; LYRA et al.,
1998; PERVEEN, 2000; STORCH et al., 2002; PATISSOLI et al., 2004; SÁENZ-
DE-CABEZÓN et al., 2006; BATISTA NETO et al., 2011).
Diante da necessidade de controle dos insetos-praga e a mitigação dos
impactos causados pelos produtos químicos sintéticos, objetivou-se avaliar o
potencial anti alimentar e de deterrência de oviposição do óleo essêncial de L.
alba e O. gratissimum sobre S. frugiperda.
Material e Métodos
Obtenção do óleo essencial
As folhas de L. alba e O. gratissimum foram coletadas entre 7 e 8 h da
manhã, ao longo do ano de 2016 e 2017, na horta de plantas medicinais e
aromáticas, Universidade Anhanguera-Uniderp, Campus Agrárias, Campo
79
Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil (20º26’20.64’’S; 54º32’26.78’’O). As plantas
estavam em estágio de desenvolvimento reprodutivo.
A extração do óleo essencial foi realizada com as folhas frescas de L. alba
e O. gratissimum, através de procedimento de CONTE et al. (2002), que consiste
em processar as folhas com água por turbolise e a extração por hidrodestilação
em aparelho tipo Cleverger por duas horas.
Determinação da composição química dos óleos essenciais
A caracterização química dos compostos encontrados no óleo essencial
de de L. alba e O. gratissimum foi realizada através de cromatografia gasosa
acoplado a espectrometria e já descrito por GARCIA (2018).
Criação de Spodoptera frugiperda
A fase larval da criação foi mantida em dieta artificial padrão a base de
gérmen de trigo, levedo de cerveja e feijão, em tubos de vidro (2,5 × 8,5 cm), em
sala climatizada, com temperatura de 27 ± 2 ºC, umidade relativa de 70 ± 5% e
fotoperiodo de 12h (PANIZZI e PARRA, 2009).
Após o período de pupação, os insetos foram sexados e oito casais foram
colocados em gaiolas de tubo PVC com 10 cm de diâmetro, revestidas
internamente com folhas de papel sulfite, que serviu como substrato para as
mariposas realizarem a postura.
Com a emergência dos adultos, estes foram alimentados com solução de
mel a 10%. Diariamente, os ovos foram retirados e acondicionados em placas
de Petri (90mm) e mantidos em sala climatizada, nas mesmas condições
descritas anteriormente. Com a eclosão das larvas, ocorre a inoculação das
mesmas em dieta artificial, dando início a um novo ciclo. As larvas utilizadas nos
bioensaios estavam no 3° instar de desenvolvimento e com peso médio de 9,1
mg.
Bioensaios
Fagoinibição sem chance de escolha
Este bioensaio foi realizado conforme método descrito por ESCOUBAS et
al. (1993) com adaptações propostas por FAVERO et al. (2002).
80
O experimento consistiu em tratar discos de folhas milho de 2 cm2 de
áreas com diferentes concentrações de óleo essencial. Com o auxílio de uma
micropipeta, os discos foram tratados com 7 µL das soluções. Os óleos
essenciais foram diluídos em acetona, obtendo-se os tratamentos de 0,35; 0,7;
1,0; 1,4; e, 1,75 µL.cm-2. Como tratamento controle, os discos foram tratados
somente com o solvente (acetona).
As folhas foram acondicionadas individualmente em placa de Petri de
60mm de diâmetro e forrada com papel filtro umedecido. Em cada placa foi
liberada uma lagarta de 3º instar, 20 repetições para cada tratamento. Após duas
horas da liberação, as larvas de S. frugiperda foram retiradas.
Ao término do período de duas horas, os discos foram digitalizados com
auxílio de um scanner de mesa e por meio do programa Quant, foi calculada a
área do disco consumida. Foi utilizado o método proposta por KOUL (2005)
ajustado, que classificou a inibição alimentar por meio da formula:
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑔𝑜𝑖𝑛𝑖𝑏𝑖çã𝑜 =(𝐶 − 𝑇)
(C + T)𝑥 100
Onde, C é o consumo do disco controle e T, consumo do disco tratado.
Fagoinibição com chance de escolha
Este bioensaio foi realizado conforme método descrito por ESCOUBAS et
al. (1993) com adaptações propostas por FAVERO et al. (2002).
O experimento foi realizado em placas de Petri de 90 mm contendo dois
discos de folhas de milho com 2 cm2 de área, sendo um disco tratado e outro
controle, assim dando a opção de escolha para o inseto. O disco tratado recebeu
a aplicação de 7 µL da solução com o auxílio de micropipeta, obtendo-se os
tratamentos de 0,35; 0,7; 1,0; 1,4; e, 1,75 µL.cm-2, sendo a acetona o solvente
utilizao para os óleos essenciais. No tratamento controle, os discos foram
tratados somente com a acetona.
Em cada placa, forrada com papel filtro umedecido, os discos de folhas
de milho foram colocados equidistantes de um ponto central, onde foi liberada
uma lagarta de 3º ínstar.
Os demais procedimentos foram semelhantes aos descritos para o teste
sem chance de escolha.
81
Inibição de Oviposição
Foi utilizado gaiolas de PVC com 10 cm de diâmetro e 15 cm de altura,
revestidas internamente com papel sulfite para oviposição das mariposas.
Metade da gaiola foi tratada com as concentrações de 0,086; 0,12; 0,17; 0,23; e,
0,32 µL.cm-2 para a L. alba e, 0,0093; 0,012; 0,017; 0,024; e, 0,034 µL.cm-2 para
O. gratissimum; estas concentrações foram determinadas em bioensaios
anteriores. A outra metade da gaiola foi tratada com acetona, que foi o solvente
utilizado para fazer as diluições.
Os papéis sulfites foram para pulverização e colocados para a evaporação
do solvente em temperatura ambiente e depois anexados às gaiolas, sendo cinco
gaiolas por tratamento e cada uma com dois casais de mariposas, alimentados
com uma solução de mel a 10%.
A avaliação foi realizada com 72 horas após a montagem do bioensaio,
onde os papéis com os ovos foram congelados e depois digitalizadas com auxílio
de scanner de mesa e por meio do programa Quant, calculada a área de postura
de cada tratamento. Os dados foram tabulados e analisados por regressão.
Resultados e Discussão
Com base na composição química das duas amostras do óleo essencial
obtidos das folhas frescas registrados por GARCIA (2018).
Os constituintes majoritários dessas amostras são os monoterpenos
Geranial (40,21%) e Neral (28,53%) e fenilpropanoide Eugenol (68,90%),
respetivamente para L. alba e O. gratissimum. Os resultados estão de acordo
com valores descritos na literatura por SOUSA et al. (2004) e OLIVEIRA et al.
(2016); porém o perfil químico da espécie pode ser muito variado.
A complexidade de substâncias que o compõe os óleos essenciais
contribuiem para a diminuição da seleção de indivíduos resistentes. Pragas
resistentes são um dos maiores problemas advindos da utilização indiscriminada
dos inseticidas sintéticos, com a adaptação do inseto podendo ocorrer pela
modificação metabólica, tegumentar ou comportamental (FERRARI, 1996).
A diversidade dos compostos químicos dos óleos essênciais nas plantas
está correlacionada a espécie vegetal e aos fatores bióticos e abióticos do
ambiente onde o espécime está inserida (MORAIS, 2009), podendo variar. De
acordo com DUDAVERA et al. (2004) e MATOS (2000), as condições
82
edafoclimáticas e a hora da coleta (quantidade de luminosidade), interferem na
composição química do óleo essencial e a espécie O. gratissimum é mais
susceptível aos fatores ambientais, que alteram a composição do mesmo. Desta
maneira, no início do dia e no crepúsculo, a planta produz mais 1,8 cineol e no
momento que os raios solares estão mais intensos, uma maior quantidade de
eugenol.
Já o óleo essencial de L. alba não sofre modificações em seus
componentes majoritários pelas condições edafoclimáticas. Nesta espécie o
genótipo é determinante, pois, plantas de genótipos diferentes cultivadas lado a
lado em um mesmo canteiro mantiveram seu perfil químico (TAVARES et al.,
2005). Estudos realizados por SILVA et al. (2007) e NICULAU et al. (2013)
corroboram com esta afirmativa.
HENNEBELLE et al. (2008) propôs uma classificação para os quimiotipos
de L. alba, que tem como fator determinante os componentes majoritários. De
acordo com esta classificação, o óleo utilizado neste trabalho enquadra-se no
quimiotipo 1, onde o composto majoritário é formado por dois isômeros de
posição geranial e neral, mistura conhecida como citral.
Esta diversidade de compostos, de diferentes polaridades, é importante,
pois segundo VIEIRA et al. (2014), moléculas anfipáticas, com caráter lipofílico
da sua cadeia de hidrocarbonetos e carácter hidrófilo dos seus grupos
funcionais, são de grande importância na bioatividade dos componentes dos
óleos essenciais. A cadeia de hidrocarbonetos tem maior facilidade para passar
pela bicamada lipídica da parede celular e pelas áreas quitinizadas do
exoesqueleto do inseto e seus grupos funcionais permitem uma maior
mobilidade no meio intracelular, por ter um caráter mais polar.
A ação destes grupos químicos vem sendo discutida, investigada e
relacionanda com a estrutura das moléculas, alguns autores indicam,
especificamente a relação da estrutura atividade dos isômeros Geranial e Neral
e do Eugenol (GARCIA, 20018).
De acordo com GARCIA (2018) os aldeídos (Geranial e Neral) em relação
ao Eugenol, são mais hidrofóbicos o que facilta a penetração na biocamada
lipídica e possuem maior efeito residual, por serem poucos solúveis na
eliminação, por sua vez o Eugenol, maior polaridades, relacionadas aos grupos
fenol e éter possuem maior efeito agudo. Com isto, ao analisar a resposta destes
83
dois óleos com base em seus constituintes majoritários é possível inferir que o
eugenol por apresentar um número de ligações π superiores aos outros dois
isômeros (Geranial e Neral) e em ressonância com os dois grupos doadores de
elétrons (nucleofilicos) tem uma passagem mais lenta pela biocamada lípdica,
porém no meio intracelular tem maior ação nos receptores do inseto, pelas
ligações de hidrogênio, dipolo-dipolo e interações hidrofóbicas, logo maior efeito
agudo. Por outro lado, os monoterpenos geranial e neral possuem maior efeito
crônico, por sua lipofilicidade.
De acordo com KIM et al. (2003), para entender a ação dos óleos
essências a relação entre a estrutura química e atividade biológica é de suma
importância; quanto maior a lipofilicidade, maior a penetração no tegumento do
inseto.
Segundo RAJENDRAN e SRIRANJINI (2000) e ISMAN (2006), os óleos
essenciais podem ser absorvidos via tegumento, sistema respiratório e/ou
sistema digestivo, podendo causar morte do indivíduo, deformações em todos
os estádios de desenvolvimento, repelência, deterrência alimentar e/ou
diminuição na oviposição.
Nos bioensaios de Fagoinibição, o óleo essência de L. alba e O.
gratissimum apresentaram potencial para inibir a alimentação de larvas de S.
frugiperda do 3º instar em folhas de milho (Tabela 1 e 2).
No bioensaio de Fagoinibição sem chance de escolha (Tabela 2), o óleo
de L. alba demonstrou ter maior potencial fagoinibidor, em relação a O.
gratissimum. Na concentração de 1,75 µL.cm-2, o óleo de L. alba obteve um
Coeficiente de Deterrência de 200 para a alimentação da larva, o óleo de O.
gratissimum, 176.
Tabela 1. Coeficiente de Deterrência (CD) do óleo essência de Lippia alba e
Ocimum gratissimum sobre larvas do 3º instar de Spodoptera frugiperda no
bioensaio de Fagoinibição sem chance de escolha
Concentração (µL.cm-2) CD
Lippia alba
CD
Ocimum gratissimum
0,35 56 50
0,7 61 58
84
1,0 72 61
1,4 77 63
1,75 100 88
No bioensaio de Fagoinibição com chance de escolha o óleo essencial de
O. gratissimum demonstrou ter maior potencial fagoinibidor em relação ao óleo
essencial de L. alba. Porém, na concentração de 1,0 µL.cm-2 ambos os óleos
essenciais obtiveram o índice de 200 (Tabela 2).
Tabela 2. Coeficiente de Deterrência (CD) do óleo essência de Lippia alba e
Ocimum gratissimum sobre larvas do 3º instar de Spodoptera frugiperda no
bioensaio de Fagoinibição com chance de escolha
Concentração (µL.cm-2) CD
Lippia alba
CD
Ocimum gratissimum
0,35 82 87
0,7 95 96
1,0 100 100
1,4 100 100
1,75 100 100
Nos bioensaios de fagoinibição utilizou-se como referência a escala
proposta por KOUL (2005) adaptada, que classifica o Coeficiente de Deterrência
como: (1) resultado igual a zero, a substância é classificada como atrativa aos
insetos, (2) de zero a 25, pouco deterrente, (3) 26 a 50, média deterrência, (4)
51 a 75, boa deterrência e, (5) de 76 a 100, muito boa deterrência.
No teste de fagoinibição sem chance de escolha, o Coeficiente de
Deterrência do óleo de L. alba ficou dentro da escala de boa deterrência a muito
boa deterrência, enquanto o Coeficiente de Deterrência de O. gratissimum, na
escala de média deterrência a muito boa deterrência.
No teste de fagoinibição com chance de escolha, o Coeficiente de
Deterrência de ambos os óleos essenciais ficou dentro da escala de muito boa
deterrência.
85
Esta diferenciação na resposta do inseto ao ter a possibilidade, ou não,
de escolha do alimento pode ser explicada pela presença dos quimiorreceptores,
que auxiliaram para que o inseto optasse pelo disco não tratado no experimento
com chance de escolha, logo tendo um Coeficiente de Deterrência melhor ao ser
comparado com o experimento sem chance de escolha.
Os quimiorreceptores são células sensoriais responsáveis por detectar
substâncias químicas presentes no ambiente e são classificados, basicamente
de duas formas: (1) receptores de gustação: a percepção sensorial se dá após
o contato com o alimento e, (2) receptores de olfação: detectam substâncias que
estão distantes e são transportadas por propagação ou correntes convectivas
até o epitélio olfativo. Este segundo também interfere na oviposição dos insetos
(WARREN et al., 2000).
De acordo com KOUL (2005), terpenos, de diversas classes, podem atuar
como agentes inibidores na alimentação de insetos; o autor correlaciona o efeito
fagoinibidor com o níveis das aminas biogênicas, assim demonstrando a relação
entre a ingestão da substância e em seguida, o processo de fagoinibição.
Como observado neste trabalho, dependendo da concentração, a
substância pode atuar como deterrênte alimentar, onde o inseto não inicia a sua
alimentação, podendo levar à morte por inanição (MOREIRA et al., 2007).
Correlacionando os bioensaios de fagoinibição com a bioecologia e
nutrição dos insetos, considerando que ocorreu impacto negativo em sua
alimentação, PANIZZI e PARRA (2009) dizem que ocorre consequências na
performance e no seu fitness, ou seja, a sua contribuição reprodutiva para a
próxima geração será afetada.
GUEDES et al. (2000) verificaram o efeito do geranial e do citronelal nas
alterações dos parâmetros bioquímicos do inseto, como proteínas e açúcares e
constataram que os parâmetros nutricionais podem sofrer interferência em
decorrência do contato com estas substâncias.
As proteínas são fundamentais para os processos relacionados à
sobrevivência dos insetos e, alterações nos níveis de proteína podem causar
efeitos reprodutivos negativos (GUIZZO et al., 2012; ROSAS-MEJÍA et al., 2015).
De acordo com SENTHILKUMAR e VENKATESALU (2009), a redução de
proteína pode ocorrer devido a interação das substâncias dos óleos essenciais
86
com os hormônios, alterando sua síntese. Já para ETEBARI et al. (2006), esta
diminuição pode ser devido ao estresse da fome.
Ao prospectar a característica fagoinibidora dos óleos essenciais,
considerando a desnutrição do inseto, é possível supor que a geração futura terá
um alto nível de deformidades na população (ROSAS-MEJÍA et al., 2015); por
consequência, as populações resistentes também serão afetadas, corroborando
para a sua diminuição.
Diversas substâncias que compõem os óleos essenciais tais como, α-
pineno, timol, linalol, citronelal, 1,8-cineol, eugenol, carvacrol e α-terpineol,
dentre outras, já tiveram sua atividade fagoinibidora comprovada para a lagarta
do tabaco, Spodoptera litura (Fabricius, 1775) (Lepidoptera: Noctuidae), S.
frugiperda e também para os coleópteros Tribolium castaneum (Herbst, 1797)
(Coleoptera: Tenebrionidae), Sitophilus zeamais (Motschulsky, 1885)
(Coleoptera: Curculionidae), Sitophilus granarium (Multon, 1988) (Coleoptera:
Curculionidae) e Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Curculionidae)
(ISMAN, 2000; KOUL et al., 2008; SOUZA et al., 2010).
Nos Bioensaios de Inibição de Oviposição observou-se que o óleo
essencial de L. alba a cada 1µL.cm-2 reduz 3,75 cm2 da área da oviposição das
mariposas de S. frugiperda, resultado inferior ao óleo de O. gratissimum, em que
cada 1µL.cm-2 reduz 14,08 cm2 da área da oviposição (Figuras 1 e 2).
Figura 1. Efeito inibidor do óleo essencial de Lippia alba sobre a oviposição de
Spodoptera frugiperda.
y = -3,7578x + 1,0195R² = 0,8707
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
Tam
anh
o d
a p
ost
ura
(cm
²)
Concentração (µL.cm-2 )
87
Figura 2. Efeito inibidor do óleo essencial de Ocimum gratissimum sobre a
oviposição de Spodoptera frugiperda.
MORDUE e BLACKWELL (1993) afirmam que a seleção do substrato
para oviposição de lepidópteros é realizada por meio de estímulos sensitivos,
sendo os tarsos e a probóscisde os principais locais quimiorreceptores. TORRES
et al. (2006) supõem que a diminuição na oviposição possa ocorrer em
decorrência da ação repelente dos compostos voláteis e/ou pela irritabilidade
das fêmeas em contato com as superfícies tratada.
SILVA et al. (2011) também correlacionam a deterrência de oviposição com
moléculas voláteis, que impedem que o inseto continue a ovipositar,
corroborando com os dados encontrados neste estudo, levando-se em
consideração que os óleos essenciais são substâncias voláteis (SIMÕES, 2017).
Com a diminuição da oviposição do inseto-praga, a geração seguinte terá
um número populacional menor do que o esperado. Esta característica pode
corroborar com o Manejo Integrado de Pragas (MIP), por levar em consideração
o equilíbrio do agroecossistema e só fazer a aplicação dos inseticidas se estiver
ocorrendo dano econômico a cultura atacada.
As diferentes taxas de inibição de oviposição encontrada neste estudo
podem ser explicadas por KOUL (2005), que afirma que a bioatividade dos óleos
y = -14,086x + 0,4694R² = 0,8492
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04
Tam
anh
o d
a p
ost
ura
(cm
²)
Concentração (µL.cm-2 )
88
essenciais está correlacionada aos seus compostos majoritários, e estes podem
variar de uma espécie vegetal para outra. E segundo HOET et al. (2006), as
atividades biológicas dos componentes majoritários podem ser moduladas, de
forma sinérgica ou antagônica, por substâncias de menor proporção que
compõem a amostra.
No campo, a preferência para oviposição está relacionada com as
características do substrato; assim, os insetos tendem a fazer a oviposição em
locais que garantam o sucesso e a sobrevivência da espécie (GRIPENBERG et
al., 2010).
SHARMA et al. (2009) relatam que inibidores de proteinase,
oligossacárideos, taninos, ácido fítico e fenóis presentes em plantas de feijão
guandu, influenciaram na oviposição de lepidópteros.
Com base nestas informações e analisando as estruturas moleculares dos
compostos majoritários do óleo essêncial de L. alba (geranial e neral) e O.
gratissimum (eugenol), é possível inferir que os grupo hidroxilas (fenol) e
metoxila (éter) por suas características nucleofilicas, doadores de elétrons,
possuem maior potencial de inibição de oviposição em relação ao geranial e
neral.
Além disso, os fenóis são ácidos orgânicos fracos, facilmente
desprotonados em meio alcalino, o que leva à formação do ânion fenolato o que
aumenta a velocidade de reação deste ânion, podendo também influenciar
positivamente no potencial inibidor nutricional, uma vez que o mesentero tem o
pH alcalino, e consequentemente maior ação do eugenol. Outro ponto a ser
considerado refere-se ao ânion, fenolato atuar nos sítios ligação
octopaminérgico.
De acordo com COITINHO et al. (2011) o modo de ação dos óleos
essenciais nos insetos está correlacionado a sua ação no neuromodulador
octopamina, presente somente em invertebrados. A octopamina nos insetos é
análoga a noroadrenalina nos vertebrados, e age como neurohormônio,
neuromodulador e neurotransmissor. Sua função está ligada ao metabolismo do
inseto, regulação dos batimentos cardíacos, movimento e comportamente
(ROEDER, 1999). Portanto podendo alterar todas estas funções.
Ao prospectar a utilização dos óleos essenciais como inseticidas, sua
eficácia aliada as suas características físicas e químicas, corroboram para um
89
produto de baixo traço residual no ambiente e nos alimentos, biodegradável e de
baixa toxicidade a vertebrados, sendo um produto com potencial a ser explorado.
Conclusões
Nos experimentos realizados observa que o comportamento dos insetos
é alterado em decorrência do contato com o óleo essencial, seja em sua
alimentação ou comportamento de reprodução. Onde os óleos essenciais de L.
alba e O. gratissimum alteram o comportamento de S. frugiperda, indicando
potencial fagoinibidor e de deterrência alimentar para larvas do 3º instar e
diminuição da postura das mariposas.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) - Código de
Financiamento 001 e, da Universidade Anhanguera-Uniderp, através do
pagamento de bolsa de estudo, pelas bolsas de produtividade em pesquisa do
CNPq. Ao CNPq, INAU, CPP, FUNDECT e FUNADESP, pelo apoio financeiro e
também à Universidade Anhanguera-Uniderp, pelo financiamento do Grupo de
Pesquisa em Produtos Naturais (PPN).
Referências Bibliográficas
ADAMS, R. P. 2007. Identification of Essential Oils Components by Gás
Chromatography/ Quadrupole Mass Spectroscopy. Carol Stream: Allured
Publishing Corporation, 2007. 804p.
AGUIAR, R. W. S.; OOTANI, M. A.; ASCENCIO, S. D.; FERREIRA, T. P. S.;
SANTOS, M. M.; SANTOS, G. R. D. Fumigant Antifungal Activity of Corymbia
citriodora and Cymbopogon nardus Essential Oils and Citronellal against Three
Fungal Species. Scientific World Journal, Londres, p. 1–8, 2014.
ÁVILA, C. J.; NAKANO, O. Efeito do regulador de crescimento lufenurom na
reprodução de Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae).
Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v.28, n.2, p.293-
299, 1999.
90
BAKKALI, F.; AVERBECK, S.; AVERBECK, D.; IDAOMAR, M. Biological effects
of essential oils – a review. Food and Chemical Toxicology, Catalunha, v. 46,
p. 446–475. 2008.
BATISTA NETO, O. A.; SILVA, M. B.; GARCIA, M. S.; SILVA, A. Efeito de
inseticidas reguladores de crescimento sobre ovos, lagartas e adultos de
Grapholita molesta (BUSCK) (LEP.: Tortricidae). Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v.33, p.420-428, 2011.
BARROS, E. M.; TORRES, J. B.; BUENO, A. F. Oviposition, development, and
reproduction of Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) fed
on different hosts of economic importance. Neotropical Entomology, Brasilia,
v. 39, 996-1001, 2010.
BRIELMANN, H. L.; SETZER, W. N.; KAUFMAN, P. B.; KIRAKOSYAN, A.
Phytochemicals: The chemical components of plants. Natural products from
Plants. 2ed. London: Taylor & Francis Group. 2006. p. 10-19.
BLESSING, L. D.; COLON, O. A.; POPICH, S.; NESKE, A.; BARDON, A.
Antifeedant and toxic effects of acetogenins from Annona montana on
Spodoptera frugiperda. Journal of Pest Science, Insbruque, v. 83, p. 307-310.
2010.
BOYER, S.; ZHANG, H.; LEMPÉRIÈRE, G. A review of control methods and
resistance mechanisms in stored-product insects. Bulletin of Entomological
Research, Cambridge, v. 102, p. 213-229, 2012.
BUGHIO, F.M.; WILKINS, R. Influence of Malathion resistance status on survival
and growth of Tribolium castaneum (Coleoptera: Tenebrionidae), when fed on
flour from insect-resistant and susceptible grain rice cultivars. Journal of Stored
Products Research, Manhattan, v. 40, p. 65-75, 2004.
91
BUSATO, G. R.; GURTZMACHER, A. D.; GARCIA, M. S.; GIOLO, F. P.;
NORNBERG, S. D. Consumption and utilization of food by Spodoptera frugiperda
(J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) at two different temperatures.
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, p. 1278-1283, 2004.
CASTRO, D. P.; CARDOSO, M. G.; MORAES, J. C.; SANTOS, N. M.; BALIZA,
D. P. Não preferência de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) por
óleos essenciais de Achillea millefolium L. e Thymus vulgaris L. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, Paulínia, v. 8, n. 4, p. 27-32, 2006.
COITINHO, R. L. B. C.; OLIVEIRA, J. V.; GONDIM JUNIOR, M. G. C.; CAMARA,
C. A. G. Toxicidade por fumigação, contato e ingestão de óleos essenciais para
Sitophilus zeamais Motschulsky, 1885 (Coleoptera: Curculionidae). Ciência e
agrotecnologia, v.35, n.1, p.172-178, 2011.
CONTE, C. O.; LAURA, V. A.; BATTISTELLI, J. Z.; CESCONETTO, A. O.;
SOLON, S.; FAVERO, S. Rendimento de óleo essencial de alfavaca por arraste
a vapor em Clevenger, em diferentes formas de processamento das folhas.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, Suplemento- CD-ROM, 2002.
CLOYD, R. A. Natural indeed: are natural insecticides safer and better than
conventional insecticides? Pesticide Review, Chicago, v.17, p. 1-7. 2004.
DESNEUX, N.; DECOURTYE, A.; DELPUECH, J. M. The sublethal effects of
pesticides on beneficial arthropods. Annual Review Entomology, Palo Alto, v.
52, p. 81–206. 2007.
DUBEY, N. K., SHUKLA, R.; KUMAR, A.; SING, P.; PRAKASH, B. Prospects of
botanical pesticide in sustainable agriculture. Current Science, Bengaluru, v.
98, n. 4, p. 479-480, 2010.
DUDAREVA, N.; PICHERSKY, E.; GERSHENZON, J. Biochemistry of plant
volatiles. Plant physiology, Glasgow, v. 135, n. 4, p. 1893-1902, 2004.
92
ESCOUBAS, P.; LAJIDE, L.; MIZUTANI, J. An improved leaf-disk antifeedant
bioassay and its application for the screening of Hokkaido plants. Entomologia
Experimentalis et Applicata, v. 66, n. 1, p. 99-107, 1993.
ENAN, E. Insecticidal activity of essential oils: octopaminergic sites of action.
Comparative Biochemistry and Physiology Part C: Toxicology &
Pharmacology, Miami, v. 130, n. 3, p. 325-337, 2001.
ETEBARI, K.; BIZHANNIA, A. R.; SORATI, R; MATINDOOST, L. Biochemical
changes in haemolmph of silkworm larvae due to pyriproyphen residue.
Pesticide Biochemistry and Physiology, n. 88, v.1, p.14-19, 2006.
FAVERO, S.; CONTE, C. O.; BAPTISTA, A. P. Atividade anti-alimentar de óleos
essenciais de plantas aromáticas sobre Spodoptera frugiperda (Lepidoptera:
Noctuidae). Horticultura Brasileira, Vitória da Conquista, v. 20, n. 2. supl. 2.
2002.
FERRARI, J. A. Population genetics in vector biology. In: MARQUARDT, W. C.;
BEATY, B. J. The Biology of Disease Vectors. Colorado: Niwot, 1996. p. 512-
525.
FOUAD, H. A.; FARONI, L. R. D.; TAVARES, W. S.; RIBEIRO, R.; FREITAS, S.
S.; ZANUNCIO, J. C. Botanical extracts of plants from the Brazilian Cerrado for
the integrated management of Sitotroga cerealella (Lepidoptera: Gelechiidae) in
stored grain. Journal of Stored Products Research, Manhattan, v. 57, p. 6–11.
2014.
GARCIA, N. Z. T. A utilização de óleos essenciais da erva cidreira brasileira
(Lippia alba M.) e alfavaca (Ocimum gratissimum L.) sobre a lagarta-do-
cartucho (Spodoptera frugiperda (J. E. Smith). 2018. 64f. Tese (Doutorado em
Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional) - Universidade Anhanguera-
UNIDERP, Campo Grande.
93
GRIPENBERG, S.; MAYHEW, P. J.; PARNELL, M.; ROSLIN, T. A meta‐analysis
of preference–performance relationships in phytophagous insects. Ecology
Letters, v. 13, n. 3, p. 383-393, 2010.
GUEDES, A, C.; WANDERLEY-TEIXEIRA, V.; DOS SANTOS CRUZ, G.; DE
ANDRADE DUTRA, K.; LAPA NETO, J. C.; TEIXEIRA, A. C.; DE OLIVEIRA, J.
Effects of geraniol and citronellal compounds on biochemical and reproductive
parameters of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae). Journal of Crop
Protection, Astralian, v. 7, n. 3, p. 293-302, 2000.
GUEDES, N. M. P.; GUEDES, R. N.C.; FERREIRA, G. H.; SILVA, L. B. Flight
take-off and walking behavior of insecticide-susceptible and resistant strains of
Sitophilus zeamais exposed to deltamethrin. Bulletin of Entomological
Research, Cambridge, v. 99, p. 393-400. 2009.
GUEDES, R. N. C. Resistência a inseticidas: desafio para o controle de pragas
de grãos armazenados. Seiva, Viçosa, v. 50, p. 24-29, 1990.
GUIZZO, M. G.; ABREU, L.; MASUDA, A.; LOGULLO, C.; JUNIOR, I. S. V.
Metabolism of biomolecules in the embryogenesis of the tick rhipicephalus
(boophilus) microplus. Acta Scientiae Veterinariae, Porto Alegre, v. 40, n.1,
p.1010-1022, 2012.
HAYNES, K. F. Sublethal effects of neurotoxic insecticides on insect
behavior. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 33, n. 1, p. 149-168,
1988.
HENNEBELLE, T.; SAHPAZ, S.; JOSEPH, H.; BAILLEUL, F.
Ethnopharmacology of Lippia alba. Journal of ethnopharmacology, v. 116, p.
211-222, 2008.
HOET, S.; STEVIGNY, C.; HERENT, M. F.; QUETIN-LECLERCQ, J.
Antitrypanosomal compounds from leaf essential oil of Strychnos spinosa. Planta
Medica, Betesda, v. 72, n. 5, p.480-482, 2006.
94
HOY, C. W.; HEAD, G. P.; HALL, F. R. Spatial heterogeneity and insect
adaptation to toxins. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 33, p.149-
168, 1988.
ISMAN, M. B. Plant essential oils for pest and disease management. Crop
protection, v. 19, n.8, p.603-608, 2000.
ISMAN, M. B. Botanical insecticides, deterrents, and repellents in modern
agriculture and an increasingly regulated world. Annual Review Entomology,
Palo Alto, v. 51, p. 45-66, 2006.
JINDAL, V.; DHALIWAL, G. S.; KOUL, O. Pest management in 21st century:
roadmap for future. Biopesticides International, Jalandhar, v. 9, p. 1–22. 2013.
KIM, S. I.; ROH, J. Y.; KIM, D. H.; LEE, H. S.; AHN, Y. J. Insecticidal activities of
aromatic plant extracts and essential oils against Sitophilus oryzae and
Callosobruchus chinensis. Journal of Stored Products Research, Manhattan,
v. 39, n. 3, p. 293-303, 2003.
KIM, E.H.; KIM, H.K.; CHOI, D.H.; AHN, Y.J. A caricidal activity of clove bud oil
compounds against Tyrophagus putrescentiae (Acari:Acaridae). Applied
Entomology and Zoology, Japão, v. 38, n. 2, p. 261-266, 2003.
KOUL, O. Insect Antifeedants. Florida: CRC Press, 2005. 989p.
KOUL, O. Phytochemicals and insect control: An antifeedant approach. Critical
Reviews in Plant Sciences, Florida v. 27, n. 1, p. 1-24, 2008.
LOCKWOOD, J. A.; SPARKS, T. C.; STORY, R. N. Evolution of insect resistance
to insecticides: a reevaluation of the roles of physiology and behavior. Bulletin
of the Entomological Society of America, Annapolis, v. 30, p. 41-51. 1984.
LYRA, J. R. M.; FERRAZ, J. M. G.; SILVA, A. P. P. Action of chitin synthesis
inhibitors on reproduction of Spodoptera littoralis (Boisd.) (Lepidoptera:
95
Noctuidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v.27,
n.4, p.569-576, 1998.
MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas
usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2ed. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2000. 346p.
MATTOS, F.C.; I. CRUZ, J.C. ZANUNCIO; C.H.O. SILVA & M.C. PICANÇO.
Parasitism by Campoletis flavicincta on Spodoptera frugiperda in corn. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 39, p. 1077- 1081, 2004.
MATTOS, S. H.; INNECCO, R.; MARCO, C. A.; ARAÚJO, A. V. Plantas
medicinais e aromáticas cultivadas no Ceará: tecnologia de produção e
óleos essenciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007. 108p.
MENEZES, E. L. A. Inseticidas botânicos: seus princípios ativos, modo de
ação e uso agrícola. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005. 58p. (Embrapa
Agrobiologia. Documentos, 205).
MORAIS, L.A.S. Influência dos fatores abióticos na composição química dos
óleos essenciais. Horticultura Brasileira, Brasília, v.27, n.2, p. 4050-4063,
2009.
MORDUE, A. J.; BLACKWELL, A. Azadirachtin: an update. Journal of insect
physiology, v. 39, n. 11,1993, p. 903-924.
MOREIRA, M. D.; PICANÇO, M. C.; BARBOSA, L. C. D. A.; GUEDES, R. N. C.;
CAMPOS, M. R. D.; SILVA, G. A.; Martins, J. C. Plant compounds insecticide
activity against Coleoptera pests of stored products. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v. 42, n. 7, p. 909-915, 2007.
NICULAU, E. D. S.; ALVES, P. B.; NOGUEIRA, P. C. D. L.; MORAES, V. R. D.
S.; MATOS, A. P.; BERNARDO, A. R.; BLANK, A. F. Insecticidal activity of
essential oils of Pelargonium graveolens l'Herit and Lippia alba (Mill) NE Brown
96
against Spodoptera frugiperda (JE Smith). Química Nova, São Paulo, v. 36, n.
9, p. 1391-1394, 2013.
OLIVEIRA, L. B. S.; BATISTA, A. H. M.; FERNANDES, F. C.; SALES, G. W. P.;
NOGUEIRA, N. A. P. Atividade antifúngica e possível mecanismo de ação do
óleo essencial de folhas de Ocimum gratissimum (Linn.) sobre espécies de
Candida. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 18, n. 2, p.
511-523, 2016.
PANIZZI, A.R. History and contemporary perspectives of the integrated pest
management of soybean in Brazil. Neotropical Entomology, Brasília, v. 42, p.
119-127, 2013.
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. Bioecologia e nutrição de insetos: base para
o manejo integrado de pragas. Brasília: Embrapa soja, 2009. 1164p.
PATISSOLI, D.; THULER, T. R.; PEREIRA, F. F.; REIS, F. E.; FERREIRA, T. A.
Ação transovariana de lufenuron (50 G/L) sobre adultos de Spodoptera
frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) e seu efeito sobre o parasitóide
de ovos Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae).
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.28, n.1, p.9-14, 2004.
PERVEEN, F. Sublethal effects of chlorfluazuron on reprodutivity and viability of
Spodoptera litura (Fabricius) (Lepidoptera: Noctuidae). Journal of Applied
Entomology, Gotinga, v.124, p.223-231, 2000.
PRATES, H. T; SANTOS, J. P. Óleos essenciais no controle de pragas de grãos
armazenados. In: LORINI, I.; MIIKE, L. H.; SENSSEL, V. M. Armazenagem de
grãos. Campinas: Instituto Bio Geneziz, 2002. p. 443-461.
RAO, J.V.; SHILPANJALI, D.; KAVITHA, P.; MADHAVENDRA, S.S. Toxic effects
of profenofos on tissue acetylcholinesterase and gill morphology in a euryhaline
fish, Oreochromis mossambicus. Archives of Toxicology, Dortmund, Germany,
v. 77, p. 227-232. 2003.
97
RAJENDRAN, S.; SRIRANJINI, V. Plant products as fumigants for stored-product
insect control. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 44, n. 2, p.
126-135, 2008.
ROEDER, T. Octopamie in invertebrates. Progress in Neurobiology, v.59, n5,
p.533-561, 1999.
ROSAS-MEJÍA, M.; CORREA-SANDOVAL, A.; VENEGAS-BARRERA, C. S.;
HORTA-VEJA, J. V. Preferências entre cinco carbohidratos en Pheidole bilimeki
(Hymenoptera: Formicidae). Acta Zoologica Mexicana, Cidade do México, v.
31, n. 2, p.291-297, 2015.
RATTAN, R. S. Mechanism of action of secondary metabolites of plant origin.
Crop Protection, Lincoln, v. 29, p. 913–920. 2010.
REGNAULT-ROGER, C.; VINCENT, C.; ARNASON, J.T. Essential oils and
insect control: Low-risk products in a high-stakes world. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 57, p. 405–424. 2012.
RIFFEL, C. T.; GARCIA, M. S.; SANTI, A. L.; BASSO, C. J.; DELLA FLORA, L.
P.; CHERUBIN, M. R.; EITELWEIN, M. T. Densidade amostral aplicada ao
monitoramento georreferenciado de lagartas desfolhadoras na cultura da soja.
Ciência Rural, Santa Maria, v. 42, p. 2112–2119. 2012.
SÁENZ-DE-CABEZÓN, J.F.; PÉREZ-MORENO, Z.F.G.; MARCO, V. Effects of
lufenuron on Lobesia botrana (Lepidoptera: Tortricidae) egg, larval, and adult
stages. Journal of Economic Entomology, College Park, v.99, n.2, p.427-431,
2006.
SENTHILKUMAR A.; VENKATESALU V. Chemical composition and larvicidal
activity of the essential oil of Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng against
Anopheles stephensi; a malarial vector mosquito. Parasitoloy Reserarch, n.
107, p.1275-1278, 2010.
98
SILVA, W. C.; RIBEIRO, J. D.; SOUZA, H. D.; CORRÊA, R. D. S. Atividade
inseticida de Piper aduncum L. (Piperaceae) sobre Aetalion sp. (Hemiptera:
Aetalionidae), praga de importância econômica no Amazonas. Acta Amazônica,
Manaus, v. 37, n. 2, p. 293-298, 2007.
SILVA, J. P. G. F.; ZACHÉ, R. R. C.; BALDIN, E. L. L.; OLIVEIRA, F. B.;
VALTAPELI, E. R. Repelência e deterrência na oviposição de Bemisia tabaci
biótipo B pelo uso de extratos vegetais em Cucurbita pepo L. Revista Brasileira
de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 14, n. 1, p. 76-83, 2012.
SILVA-FILHO, R.; SANTOS, R. H. S.; TAVARES, W. S.; LEITE, G. L. D.;
WILCKEN, C. F.; SERRÃO, J. E.; ZANUNCIO, J. C. Rice–straw mulch reduces
the green peach aphid, Myzuspersicae (Hemiptera: Aphididae) populations on
Kale, Brassica oleracea var. acephala (Brassicaceae) plants. PloS one,
Cambridge, v. 9, n. 4, p- e 49174, 2014.
SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia: do Produto Natural ao Medicamento. 1ed.
Porto Alegre: Artmed, 2017. 502p.
SOUSA, M. P.; MATOS, F. J. A.; MATOS, M. E. O.; MACHADO, M. I. L. M.;
CRAVEIRO, A. A. Constituintes químicos ativos e propriedades biológicas
de plantas medicinais brasileiras. 2ed. Fortaleza: Edições UFC, 2004. 445p.
SOUZA, T. F.; FAVERO, S.; CONTE, C. D. O. Oliveira. Bioatividade de óleos
essenciais de espécies de eucalipto para o controle de Spodoptera frugiperda
(JE Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae). Revista Brasileira de
Agroecologia, v. 5, n. 2, p. 157-164, 2010.
SHARNA, P.; KAUL, S.; DHAR, M. K. Can phaseolin patterns help resolve the
Phaseolus Vigna comples. Genetic Resources and Crop Evolution, Dordrecht,
v. 53, p. 1573-1578, 2006.
99
STORCH, G.; LOECK, A. E.; COSTA, M. A. G.; GARCIA, M. S. Efeito de dois
inseticidas sobre o desenvolvimento e progênie de Spodoptera frugiperda
(Lepidoptera: Noctuidae) sobreviventes a aplicação em lavoura comercial de
milho. 2002. In: Anais ... Mostra de Iniciação Científica, 1 e Jornada de Pós-
Graduação, Pesquisa e Extensão, 1. Bagé, 2002, Resumos. URCAMP, p.217,
2002.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 719p.
TAVARES, W. S.; CRUZ, I.; FONSECA, F. G.; GOUVEIA, N. L.; SERRÃO, J. E.;
ZANUNCIO, J. C. Deleterious activity of natural products on postures of
Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) and Diatraea saccharalis
(Lepidoptera: Pyralidae). Zeitschritf fur Naturforschung C, Berlin, v. 65, p. 412-
418, 2010.
TAVARES, E.S.; JULIÃO, L.S.; LEITÃO, S.G.; LAGE, C.L.S.; VICCINI, L.;
PIERRE, P.M.O.; DAVIDE, L.C. 2003. Diferenças morfológicas, anatômicas e
fisiológicas de dois quimiotipos de Lippia alba (Mill) N. E. Br. relacionadas à
poliploidia. Anais... Congresso de Ecologia do Brasil, Simpósios Biodiversidade,
Unidades de Conservação, Indicadores Ambientais, Cerrado e Caatinga, 6.
Fortaleza: Editora da Universidade Federal do Ceará, 99.
TEIXEIRA, B.; MARQUES, A.; RAMOS, C.; NENG, N. R.; NOGUEIRA, J. M.;
SARAIVA, J. A.; NUNES, M. L. Chemical composition and antibacterial and
antioxidant properties of commercial essential oils. Industrial Crops and
Products, St Martin d'Heres, France, v. 43, p. 587–595. 2013.
TORRES, A. L.; BOIÇA JÚNIOR, A. L.; MEDEIROS, C. A. M.; BARROS, R. Efeito
de extratos aquosos de Azadirachta indica, Melia azedarach e Aspidosperma
pyrifolium no desenvolvimento e oviposição de Plutella xylostella. Bragantia, v.
65, n. 3, p. 447-457, 2006.
TRIPATHI, A. K.; UPADHYAY, S.; BHUIAN, M.; BHATTACHARYA, P. R. A
review on prospects of essential oils as biopesticide in insect-pest management.
100
Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy, New Delhi, v. 1, n. 5, p. 52-63,
2009.
VIEGAS JÚNIOR, C. Terpenos com atividade inseticida: uma alternativa para o
controle químico de insetos. Química Nova, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 390-400,
2003.
VIEIRA, P. R.; DE MORAIS, S. M.; BEZERRA, F. H.; FERREIRA, P. A. T.;
OLIVEIRA, Í. R.; SILVA, M. G. V. Chemical composition and antifungal activity of
essential oils from Ocimum species. Industrial Crops and Products, New York,
v. 55, p. 267-271, 2014.
WARREN, B.; RANDALL, D.; FRENCH, K. Fisiologia Animal (Eckert):
mecanismos e adaptações. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
729p.
101
7. Conclusão Geral
O óleo essência de L. alba e de O. gratissimum apresentam potencial para
o controle da praga S. frugiperda.
Ambos os óleos apresentam toxicidade aguda tópica, por contato e
residual, além de afetar seu comportamento alimentar, agindo de forma
fagoinibidora e deterrênte, também diminuiu a postura das mariposas.
Assim podendo ser prospectado como um futuro inseticida botânico de
baixo traço residual, biodegradável, e baixa toxicidade a vertebrados. Porém se
faz necessário estudos mais aprofundados de caráter multidisciplinar para que
possa ser comercializado de forma segura.
Recommended