View
215
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
RAFAELA FERREIRA AFONSO
Um estudo do comportamento dos zeros dosPolinomios de Gegenbauer
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIAFACULDADE DE MATEMATICA
2016
i
ii
RAFAELA FERREIRA AFONSO
Um estudo do comportamento dos zeros dosPolinomios de Gegenbauer
Dissertacao apresentada ao Programa dePos-Graduacao em Matematica da Universidade Federalde Uberlandia, como parte dos requisitos para obtencaodo tıtulo de MESTRE EM MATEMATICA.
Area de Concentracao: Matematica.Linha de Pesquisa: Polinomios Ortogonais.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Rodrigo Rafaeli.
UBERLANDIA - MG2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil.
A257e
2016
Afonso, Rafaela Ferreira, 1990-
Um estudo do comportamento dos zeros dos Polinômios de
Gegenbauer / Rafaela Ferreira Afonso. - 2016.
79 f.
Orientador: Fernando Rodrigo Rafaeli.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia,
Programa de Pós-Graduação em Matemática.
Inclui bibliografia.
1. Matemática - Teses. 2. Polinômios ortogonais - Teses.
3. Sturm-Liouville, Equação de - Teses. 4. Equações diferenciais - Teses.
I. Rafaeli, Fernando Rodrigo. II. Universidade Federal de Uberlândia,
Programa de Pós-Graduação em Matemática. III. Título.
CDU: 51
vi
Dedicatoria
Dedico este trabalho aos meus pais,Lauro e Zuleica,
e ao meu irmao, Daniel,baluartes de minha vida
e a mais sublime expressao de amor incondicional.
vii
Agradecimentos
Segundo Santa Terezinha do Menino Jesus, “Deus nao nos inspiraria desejos irrealizaveis”.Agradeco a Ele por colocar sonhos em meu coracao e me dar forca e determinacao para trans-forma-los em realidade, alem de presentear-me com a rica convivencia de pessoas especiais quemuito colaboraram para a concretizacao deste ideal.
Aos meus pais, Lauro e Zuleica, e ao meu irmao, Daniel, por serem meu apoio e exemplode trabalho, determinacao, dedicacao e, principalmente, por toda compreensao e amor incon-dicional.
A minha mae e ao meu pai, por me ensinar que nao se pode desistir de nada e por mostrar-meo valor da educacao.
As minhas tias, Lıdia e Paula, pelo apoio e torcida.Aos meus amigos, presentes de Deus na minha vida. Ao Matheus e Erlon, que, mesmo longe,
estiveram presentes e me ajudaram a concluir mais esta etapa. Aos amigos do Mestrado, pelaconvivencia e companheirismo. Aos novos amigos que conquistei em Uberlandia, em especialFernanda e Mirian.
Aos professores, pelo conhecimento matematico compartilhado e pelo ensinamento tecnicoe cientıfico que, permeados por grandes licoes de vida, serao referencias essenciais em minhapratica educacional.
De forma especial, ao Professor Doutor Fernando Rodrigo Rafaeli, por me orientar e porser o maior incentivador na superacao de meus limites, acreditando em meu potencial. Por setornar meu exemplo de orientador e professor, minha eterna gratidao.
A CAPES, pelo apoio financeiro.
viii
AFONSO, R. F. Um estudo do comportamento dos zeros dos Polinomios de Gegenbauer. 2016.70 p. Dissertacao de Mestrado, Universidade Federal de Uberlandia, Uberlandia-MG.
Resumo
Neste trabalho estudamos os Teoremas de Sturm Liouville para zeros de solucoes de equacoesdiferenciais lineares de segunda ordem. Estes teoremas classicos sao aplicados para analise docrescimento e decrescimento de certas funcoes que envolvem os zeros de Polinomios OrtogonaisClassicos, como os Polinomios de Gegenbauer.
Palavras-chave: Polinomios Ortogonais; Polinomio Ortogonais de Gegenbauer; Teoremas Classicosde Sturm-Liouville; Zeros de Polinomios Ortogonais.
ix
AFONSO, R. F. Um estudo do comportamento dos zeros dos Polinomios de Gegenbauer. 2016.70 p. M. Sc. Dissertation, Federal University of Uberlandia, Uberlandia-MG.
Abstract
In this dissertation, we study the Sturm Liouvile’s theorems for the zeros of the solutions oflinear differential equations of second order. These classical theorems are applied to analysisof the monotonicity of functions involving the zeros of classical orthogonal polynomials, inparticular, Gegenbauer polynomials.
Keywords : Orthogonal polynomials; Gegenbauer orthogonal polynomials; Sturm-Liouville clas-sical theorems; zeros of orthogonal polynomials.
Sumario
Resumo viii
Abstract ix
Introducao 1
1 Preliminares 31.1 Algumas propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41.2 Forma Matricial dos Polinomios Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61.3 Quadratura de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 Polinomios Ortogonais Classicos 132.1 Polinomios de Jacobi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132.2 Polinomios de Legendre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192.3 Polinomios de Gegenbauer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.4 Polinomios de Chebyshev de Primeira Especie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222.5 Polinomios de Chebyshev de Segunda Especie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252.6 Polinomios de Laguerre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282.7 Polinomios de Hermite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3 Teoremas Classicos de Sturm Liouville 333.1 Teorema da Comparacao de Sturm Liouville . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333.2 Forma Integral do Teorema de Sturm Liouville . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4 Aplicacoes dos Teoremas de Sturm Liouville 424.1 Prova do Teorema 4.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444.2 Prova do Teorema 4.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Referencias Bibliograficas 69
x
Introducao
O objetivo deste trabalho e o estudo do crescimento e decrescimento das quantidades fn(λ)xn,k(λ)
e fn(λ)xn,k +dn
gn(λ)xn,k(λ), com xn,k(λ) zeros dos polinomios de Gegenbauer.
O comportamento dos zeros dos polinomios ortogonais vem sendo estudados desde o finaldo seculo XIX por A. Markov e T.J. Stiltjes e na terceira decada do seculo XX por G. Szego.Atualmente, matematicos como Percy Deift e Barry Simon contribuem de forma significativapara o estudo do comportamento dos zeros dos polinomios ortogonais. O interesse de BarrySimon resultou em um livro chamado ”Orthogonal Polynomials on the Unit Circle”e em variosartigos que tratam de polinomios ortogonais na reta real e na circunferencia unitaria.
Podemos citar dois motivos entre varios para estudarmos os zeros dos polinomios ortogonais,um deles e a interpretacao fısica vinda da eletrostatica e o outro e que eles sao os melhoresnos da Formula de Quadratura de Gauss. Ha ainda aplicacoes dos polinomios ortogonais emEquacoes diferenciais, Teoria dos Codigos, Fısica Matematica e em Mecanica Quantica.
Um questionamento, que motiva muitos estudos na area, tem como objetivo conhecer comque velocidade os zeros crescem ou decrescem quando os parametros crescem. Neste traba-lho, a velocidade do crescimento e decrescimento dos zeros dos Polinomios de Gegenbauer temdestaque. Ao longo de 25 anos, muitas conjecturas e teoremas contribuıram para obtermos osresultados atuais sobre o assunto. Matematicos como A. Laforgia, M. E. Ismail, J. Letessier, R.A. Askey, S. Ahamed, M. E. Muldoon, R. Spigler, E. K. Ifantis, P.D.Siafarikas, A. Elbert e D.K.Dimitrov foram os grandes responsaveis pelas inumeras contribuicoes para o estudo do com-portamento dos zeros dos Polinomios Ortogonais de Gegenbauer que nos permitiu aprofundarsobre o tema.
A importancia do estudo dos Teoremas Classicos de Sturm Liouville para os polinomiosortogonais e que estes teoremas sao aplicados para analisar os zeros dos polinomios ortogonaisclassicos de Jacobi, Gegenbauer, Laguerre e Hermite. Estes teoremas nos permitem estudar aalternancia de sinal das solucoes de equacoes diferenciais de Sturm Liouville, isto e, se
y”(x) + f(x)y(x) = 0
Y ”(x) + F (x)Y (x) = 0
sao duas equacoes diferenciais de segunda ordem que estao na forma de Sturm Liouville, oteorema da comparacao nos garante que Y (x) troca de sinal pelo menos uma vez entre doiszeros consecutivos de y(x).
Os Teoremas Classicos de Sturm Liouville nos permitirao determinar se as quantidades
fn(λ)xn,k(λ) e fn(λ)xn,k +dn
gn(λ)xn,k(λ), com xn,k(λ) zeros dos polinomios de Gegenbauer, sao
crescentes e decrescentes, respectivamente.
Este trabalho esta estruturado da seguinte maneira:
• O Capıtulo 1 tem como objetivo fornecer conceitos basicos sobre polinomios ortogonais,sua forma matricial e tambem uma breve secao sobre Quadratura de Gauss.
1
2
• O Capıtulo 2 e dedicado ao estudo dos Polinomios Ortogonais Classicos, em especial apre-sentaremos a Relacao de Recorrencia de Tres Termos e ortogonalidade desses polinomios.
• O Capıtulo 3 apresenta os Teoremas Classicos de Sturm Liouville em detalhes, destacamosos teoremas da comparacao e a versao integral do Teorema de Sturm Liouville.
• O Capıtulo 4 contem um breve historico de como chegamos as quantidades apresentadasnas aplicacoes do Teorema de Sturm Liouville. Neste capıtulo, dividimos as demonstracoesem algumas partes para facilitar a compreensao do leitor.
Rafaela Ferreira AfonsoUberlandia-MG, 16 de janeiro de 2016.
Capıtulo 1
Preliminares
Neste capıtulo forneceremos alguns conceitos basicos de polinomios ortogonais na reta reale seus zeros. Neste capıtulo temos como principal referencia o livro Introducao aos PolinomiosOrtogonais da SBMAC.
Um polinomio algebrico real de grau n e toda expressao da forma
p(x) = a0 + a1x+ a2x2 + ...+ anx
n, (1.1)
com a0, a1, ..., an numeros reais.Seja πn o conjunto dos polinomios de grau menor ou igual a n,
πn = {p(x) = a0 + a1x+ a2x2 + ...+ anx
n, com aj ∈ R}, j ∈ {0, 1, ..., n}. (1.2)
Note que dimensao de πn e n+ 1.
Vamos denotar como π =∞⋃i=1
πn, o espaco vetorial de todos os polinomios e considerar esse
espaco vetorial com um produto interno.
Definicao 1.1. Funcao peso: Dizemos que w(x) e uma funcao peso quando e uma funcao naonegativa e nao identicamente nula em um intervalo (a, b), isto e, w(x) ≥ 0 mas w(x) 6≡0, paratodo x no intervalo (a, b).
O produto interno para o espaco vetorial π e definido como:
〈p, q〉 =
∫ b
a
p(x)q(x)w(x)dx, (1.3)
onde p, q ∈ π.A norma correspondente e dada por:
||p|| =√〈p, p〉 =
(∫ b
a
p(x)2w(x)dx
)1/2
, (1.4)
com p ∈ π.
Definicao 1.2. Uma Sequencia de Polinomios Ortogonais (SPO) em π e uma sequencia depolinomios {p0, p1, ...}, finita ou infinita, com cada polinomio pn, de grau exatamente n, quesatisfaz:
〈pn, pm〉 =
{0 se n 6= m
γn > 0 se n = m. (1.5)
Uma das formas de se obter uma sequencia de polinomios ortogonais e atraves do metodode ortogonalizacao de Gram-Shmidt.
3
4
1.1 Algumas propriedades
Teorema 1.1. Toda subsequencia finita,{pi1(x), ..., pin(x)} de uma Sequencia de PolinomiosOrtogonais, {p0, p1, ...}, e um sistema linearmente independente.
Demonstracao. Suponha que exista uma sequencia finita linearmente dependente, ou seja,pi0 , pi1 , ..., pin e α0, ..., αn nao todos nulos, tais que
p(x) = α0pi0 + ...+ αnpin ,
onde p(x) ≡ 0.Logo,
〈p, pj〉 = 〈0, pj〉 = 0,∀j ∈ {0, ..., n}. (1.6)
Por outro lado, seja k, 0 ≤ k ≤ n tal que αk 6= 0 em p(x) = α0pi0 + ...+ αnpin . Entao,
0 = 〈α0pi0 + ...+ αnpin , pik〉 = α0〈pin , pik〉+ ...+ αn〈pin , pik〉 = αk〈pik , pik〉. (1.7)
Como,〈pik , pik〉 6= 0, chegamos a uma contradicao.�
Teorema 1.2. Se o polinomio p(x) e de grau menor igual a n, entao p(x) pode ser unicamenterepresentado por p(x) = a0p0(x) + a1p1(x) + ...+ anpn(x)
Demonstracao. Seja p ∈ πn. Como πn e um espaco vetorial e tem dimensao n+ 1 e{p0(x), ..., pn(x)} uma sequencia de polinomios ortogonais, entao pelo Teorema 1.1, {p0(x), ..., pn(x)}e linearmente independente. Assim, forma uma base para πn. Portanto cada elemento de πnpode ser unicamente representado como combinacao linear de elementos da base. �
Teorema 1.3. Seja 〈., .〉 em π definido por (1.3). Entao sao equivalentes:
a) {pn}∞n=1 e uma SPO com relacao a 〈., .〉;
b) 〈p, pn〉 = 0 para todo polinomio p de grau menor que n e 〈p, pn〉 6= 0 para todo polinomiop de grau exatamente n;
c) 〈xm, pn〉 = 0 para m < n e 〈xn, pn〉 6= 0.
Demonstracao. (a ⇒ b) Seja {pn} uma SPO. Seja p um polinomio de grau m. Entao existemescalares α0, ..., αm tais que p(x) = α0p0(x) + ...+ αmpm(x), com αm 6= 0.
Pela linearidade do produto interno, temos
〈p, pn〉 = 〈α0p0 + ...+ αmpm, pn〉 = α0〈p0, pn〉+ ...αm〈pm, pn〉 (1.8)
Assim,
〈p, pn〉 =
{0 se m < n
αm〈pm, pn〉 se m = n.
(b⇒ c) Basta tomar p(x) = xm, o resultado e imediato.
(c⇒ a) Suponha que 〈xm, pn〉 = 0 se m < n e 〈xm, pn〉 6= 0.Seja pm(x) = am0 + am1x+ ...+ amnx
m. Sem perda de generalidade, suponha m ≤ n.Assim, temos,〈pm, pn〉 = am0〈1, pn〉+ am1〈x, pn〉+ ...+ amn〈xm, pn〉.
5
Portanto, 〈pm, pn〉 =
{0 , m < n6= 0 , m = n
.
�
Definicao 1.3. Uma sequencia dos polinomios {pn}∞n=0 e dita ortonormal se
〈pn, pm〉 =
{0, m < n,1, m = n.
Teorema 1.4 (Relacao de Recorrencia de Tres Termos). Considere {pn}∞n=1 uma sequencia depolinomios ortogonais. Os polinomios ortogonais satisfazem uma Relacao de Recorrencia deTres Termos da seguinte forma:
xpk(x) = γkpk+1(x) + βkpk(x) + δkpk−1, k ≥ 0,
com condicoes iniciais, p−1(x) = 0, p0(x) = 1, βk ∈ R e γkδk+1 > 0.
Demonstracao. Como o polinomio xpk(x) ∈ πk+1, podemos escreve-lo como segue:
xpk(x) =k+1∑j=0
αjpj(x) = α0p0(x) + ...+ αk+1pk+1(x),
pois {p0, ..., pk+1} forma uma base para πk+1.Vamos provar que αj = 0 para j ∈ {0, 1, ..., k − 2} e que γkδk+1 > 0.Pela ortogonalidade, temos
0 = 〈xpj(x), pk(x)〉 = 〈pj(x), xpk(x)〉 =k+1∑i=0
αi〈pj(x), pi(x)〉 = αj〈pj(x), pj(x)〉,
para todo j ∈ {0, 1..., k − 2}.Como 〈pj, pj〉 6= 0, entao αj = 0 para j ∈ {0, 1..., k − 2}. Logo,
xpk(x) = αk−1pk−1(x) + αkpk(x) + αk+1pk+1(x).
Sejamxpk(x) = γkpk+1(x) + βkpk(x) + δkpk−1(x) (1.9)
expk+1(x) = γk+1pk+2(x) + βk+1pk+1(x) + δk+1pk(x). (1.10)
De (1.9), temos0 6= 〈xpk, pk+1〉 = γk〈pk+1, pk+1〉, (1.11)
e de (1.10), temos0 6= 〈xpk+1, pk〉 = δk+1〈pk, pk〉. (1.12)
Multiplicando (1.11) e (1.12),
0 < (〈xpk, pk+1〉)2 = γkδk+1〈pk+1(x), pk+1(x)〉〈pk(x), pk(x)〉 ⇒ γkδk+1 > 0.
�
Corolario 1.1. Seja {pn}∞n=0 uma Sequencia de Polinomios Ortonormais. Entao,
xpk(x) = akpk+1(x) + bkpk(x) + ak−1pk−1, (1.13)
com k ≥ 0, ak =√γkδk+1 e bk = βk.
6
Agora, se multiplicarmos (1.13) por pk(y), obtemos:
xpk(x)pk(y) = [akpk+1(x) + bkpk(x) + ak−1pk−1(x)]pk(y)= akpk+1(x)pk(y) + bkpk(x)pk(y) + ak−1pk−1(x)pk(y).
(1.14)
De forma analoga,
ypk(y)pk(x) = akpk+1(y)pk(x) + bkpk(y)pk(x) + ak−1pk−1(y)pk(x). (1.15)
Subtraindo a equacao (1.14) pela equacao (1.15), obtemos
(x− y)pk(x)pk(y) = ak(pk+1(x)pk(y)− pk+1(y)pk(x)) + ak−1(pk−1(x)pk(y)− pk−1(y)pk(x)).
Fazendo k ∈ {0, 1, ..., n} e somando, temos:
(x− y)n∑k=0
(pk(x)pk(y)) = an(pn+1(x)pn(y)− pn+1(y)pn(x)).
Provamos o seguinte:
Teorema 1.5 (Identidade de Christoffel Darboux). Seja {pn}∞n=0 uma Sequencia de PolinomiosOrtonormais, entao
Kn(x, y) =n∑k=0
(pk(x)pk(y)) = anpn+1(x)pn(y)− pn+1(y)pn(x)
x− y.
A funcao Kn(x, y) e chamada de nucleo de reproducao. Fazendo y → x, obtemos
0 < Kn(x, x) = an(p′n+1(x)pn(x)− p′n(x)pn+1(x)).
De fato.
0 < Kn(x, x) = anpn+1(x)pn(y)− pn+1(y)pn(x)
x− y
= anpn+1(x)pn(y)− pn+1(y)pn(x) + pn(x)pn+1(x)− pn(x)pn+1(x)
x− y
= an
(pn+1
pn(y)− pn(x)
x− y+ pn(x)
pn+1(x)− pn+1(y)
x− y
).
Portanto,
limy→x
Kn(x, y) = limy→x
an
(pn+1
pn(y)− pn(x)
x− y+ pn(x)
pn+1(x)− pn+1(y)
x− y
)= an(p′n+1(x)pn(x)− p′n(x)pn+1(x)).
1.2 Forma Matricial dos Polinomios Ortogonais
Dada uma formula de recorrencia
xpk(x) = akpk+1(x) + bkpk(x) + ak−1(x)pk−1, (1.16)
podemos reescreve-la como veremos a seguir.
7
Fazendo, k = 0, 1, ..., n− 1, obtemos o sistema,
xp0(x) = a0p1(x) + b0p0(x)
xp1(x) = a1p2(x) + b1p1(x) + a0p0(x)
xp2(x) = a2p3(x) + b2p3(x) + a1p1(x)...
...
xpn−2 = an−2pn−1(x) + bn−2pn−2(x) + an−3pn−3(x)
xpn−1 = an−1pn(x) + bn−1pn−1(x) + an−2pn−2(x).
Dessa forma, considerando as matrizes
Jn =
b0 a0 0 0 . . . 0a0 b1 a1 0 . . . 00 a1 b2 a2 . . . 0...
......
.... . .
...0 0 . . . . . . . . . an−20 0 . . . . . . an−2 bn−1
, P =
p0(x)p1(x)
...pn−2(x)pn−1(x)
e A =
00...0
an−1pn(x)
,
a forma matricial da equacao (1.16) pode ser escrita como:
JnP = xP − A. (1.17)
A matriz Jn e conhecida como matriz de Jacobi. Denotaremos xn,k como os zeros de Pn(x).Entao:
JnP (xn,k) = xn,kP (xn,k)
Observacao: Matriz simetrica ⇒ Autovalores reais.
Teorema 1.6. Seja {pn}∞n=0 uma Sequencia de Polinomios Ortogonais em relacao a funcaopeso w(x) no intervalo (a, b), entao os zeros de cada polinomio ortogonal sao reais.
Demonstracao. Consideremos {pn}∞n=0 uma Sequencia de Polinomios Ortogonais em relacao aoproduto interno
〈f(x), g(x)〉 =
∫ b
a
f(x)g(x)w(x)dx.
Sejam {xn,1, ..., xn,n} os zeros de pn(x) e P n,j = [p0(xn,j), · · · , pn−1(xn,j)]T . Substituindo xpor xn,j em (1.17), temos:
JnP (xn,j) = xn,jP (xn,j).
Portanto, xn,j e autovalor de Jn.Como a matriz de Jacobi e simetrica, concluımos, da observacao acima, que os seus auto-
valores sao reais, isto e, os zeros de pn sao todos reais.�
Definicao 1.4. Seja p ∈ πn. Entao x e um zero de multiplicidade k do polinomio p se:
p(x) = p′(x) = ... = p(k−1)(x) = 0 e p(k)(x) 6= 0.
Teorema 1.7. Seja {pn}∞n=0 uma Sequencia de Polinomios Ortogonais em relacao a funcaopeso w(x) no intervalo (a, b). Entao, os zeros dos polinomios ortogonais sao distintos.
8
Demonstracao. Suponha que algum zero, xn,j de pn(x) tenha multiplicidade maior que um.Assim,
0 < Kn(xn,j, xn,j) = an(p′n+1(xn,j)pn(xn,j)− p′n(xn,j)pn+1(xn,j)). (1.18)
Como pn(xn,j) = 0 e p′n(xn,j) = 0, entao Kn(xn,j, xn,j) = 0, que e absurdo. �
Teorema 1.8. Seja {pn}∞n=0 uma Sequencia de Polinomios Ortogonais em relacao a funcaopeso w(x) no intervalo (a, b). Entao os zeros dos polinomios ortogonais estao no intervalo(a, b).
Demonstracao. Suponha, por absurdo, que nem todos os zeros estejam em (a, b). Mais preci-samente, suponha que existam j zeros, xn,1, ..., xn,j de pn(x) fora de (a, b).
Entao,
q(x) =pn(x)
(x− xn,1)...(x− xn,n−j)∈ πn,j
e um polinomio de grau n− j.Se j > 0, entao pela ortogonalidade, temos
0 = 〈pn(x), q(x)〉 =
∫ b
a
pn(x)pn(x)
(x− xn,1)...(x− xn,n−j)w(x)dx
=
∫ b
a
p2n(x)w(x)
(x− xn1)...(x− xn−j)dx 6= 0.
Assim, 〈pn, q〉 nao muda de sinal em (a, b), pois p2n(x)w(x) ≥ 0 e (x−xn,1)...(x−xn,n−j) 6= 0.Portanto, j = 0 e, assim, todos os zeros de pn(x) estao em (a, b). �
Resumindo, temos:Seja {pn}∞n=0 uma Sequencia de Polinomios Ortogonais em relacao a funcao peso w(x) no
intervalo (a, b). Entao os zeros de cada polinomio ortogonal sao reais, distintos e estao em(a, b).
1.3 Quadratura de Gauss
Seja f uma funcao definida em x1, ..., xn no intervalo (a, b). Definimos: I(f) =∫ baf(x)w(x)dx.
Definicao 1.5. Formula de Quadradura e toda expressao da forma
Q(f) =n∑k=1
akf(xk),
sendo f uma funcao definida em x1, ..., xn e ak ∈ R. Onde I(f) ≈ Q(f).
Definicao 1.6. Seja Q(f) uma formula de quadratura para I(f). Dizemos que:
1. Q(f) e exata para πm se I(f) = Q(f), para toda f ∈ πm.
2. Q(f) possui grau de precisao algebrica m se satisfaz (1) e, alem disso, existe g ∈ πm+1
tal que I(g) 6= Q(g).
Quando Q(f) satisfaz (1)e (2),escrevemos que o Grau de Precisao Algebrica (GPA) seram, isto e, GPA(Q) = m.
Apresentaremos a seguir algumas propriedades de I(f) e Q(f):
9
• I(f + g) := I(f) + I(g);
• Q(f + g) := Q(f) +Q(g);
• I(αf) := αI(f);
• Q(αf) := αQ(f).
Lema 1.1. Uma formula de quadratura Q(f) e exata, se e somente se, ela e exata para umabase de πm. Em particular, Q(f) e exata se, e somente se, ela e exata para {1, x, x2, ..., xm}.
Demonstracao. (⇒) Sabemos que I(f) = Q(f), para toda f ∈ πm. Seja B = {b0, b1, ..., bm}uma base de πm. Entao, bk ∈ πm, 1 6 k 6 m.
Portanto, I(bk) = Q(bk), k = {1, 2, ...,m}.(⇐) Seja B = {b0, b1, ..., bm} uma base de πm. Daı para toda f ∈ πm, existem escalares tais
que
f(x) =m∑k=1
αkbk.
Por hipotese, I(bk) = Q(bk), onde k ∈ {1, 2, ...,m}. Logo,
I(f) = I(α0b0 + ...+ αmbm)= α0I(b0) + ...+ αmI(bm)= α0Q(b0) + ...+ αmQ(bm)= Q(α0b0 + ...+ αmbm)= Q(f).
Portanto, I(f) = Q(f), para toda f ∈ πm.�
Lema 1.2. Se Q(f) e exata para πm e existe g ∈ πm+1, tal que I(g) 6= Q(g), entao I(h) 6= Q(h),para todo polinomio de grau m+ 1.
Demonstracao. Se g e um polinomio de grau m + 1, entao g(x) = αm+1xm+1 + f(x), onde
f ∈ πm e αm+1 6= 0.Como por hipotese I(g) 6= Q(g), entao, I(g)−Q(g) 6= 0.Observe que
I(g)−Q(g) = I(αm+1xm+1 + f(x))−Q(αm+1x
m+1 + f(x))
= αm+1(I(xm+1)−Q(xm+1).
Portanto, I(xm+1) 6= Q(xm+1).Se h ∈ πm+1\πm, entao h(x) = βm+1x
m+1 + f(x), em que f ∈ πm, βm+1 ∈ R e βm+1 6= 0 .Daı,
I(h)−Q(h) = I(βm+1xm+1 + f(x))−Q(βm+1x
m+1 + f(x))
= βm+1I(xm+1) + I(f)− βm+1Q(xm+1)−Q(f)
= βm+1(I(xm+1)−Q(xm+1)) 6= 0.
Assim, I(h) 6= Q(h).�
10
Definicao 1.7. A formula de quadratura Q(f) =m∑k=1
akf(xk) e chamada interpolatoria se
Q(f) =∫ baLn−1(f ;x)w(x)dx, onde Ln−1(f, x) e o polinomio interpolador de Lagrange de f em
x1, ..., xn, ou equivalentemente,
ak =
∫ b
a
lnk(x)w(x)dx
,
Denotamos lk =σ(x)
(x− xk)σ′(xk), onde σ(x) = (x− x1)...(x− xn).
Lema 1.3. Uma formula de quadratura Q(f) =n∑k=1
akf(xk) e exata para πn−1, se e somente
se, Q(f) e interpolatoria, ou seja, ak =∫ balnk(x)w(x)dx.
Demonstracao. (⇒) Se Q(f) e exata para πn−1, entao I(f) = Q(f),∀f ∈ πn−1.Assim,
I(lnj(x)) = Q(lnj(x)) =n∑k=1
aklnj(xk) = aj
.(⇐) Por hipotese, Q(f) e interpolatoria, ou seja, Q(f) = I(Ln−1(f ;x)). Logo, Q(f) = I(f).Portanto, Q e exata para πn−1. �
Observacao: Se Q e interpolatoria, entao GPA(Q) ≥ n− 1.
Teorema 1.9. Seja I(f) =∫ baf(x)w(x)dx. O GPA maximo de uma formula de quadratura
para I(f) de n nos e 2n− 1.A formula de quadratura que atinge esse grau de precisao algebrica e unica e e dada por:
Q(f) =n∑k=1
akf(xk), (1.19)
onde x1, ..., xn sao zeros do n-esimo polinomio ortogonal da Sequencia de Polinomios Ortogonais{pk}∞k=0 associado ao produto interno
〈p, q〉 =
∫ b
a
p(x)q(x)w(x)dx.
Os numeros ak sao positivos e dados por
ak =1
p′n(xk)
∫ b
a
pn(x)w(x)
x− xkdx, k ∈ {1, 2, ..., n}. (1.20)
Demonstracao. Vamos mostrar que a formula de quadratura (1.19) e exata para polinomios degrau 2n− 1, isto e, I(p) = Q(p), ∀p ∈ π2n−1.
Seja p ∈ π2n−1 e consideremos L(x) o polinomio interpolador de p em x1, x2, ..., xn, ondex1, x2, ..., xn sao zeros de pn.
Assim, L(x) = Ln−1(p, x) =n∑k=1
p(xk)ln,k(x) =n∑k=1
p(xk)pn(x)
p′n(xk)(x− xk).
Note que L(xk) = p(xk), para todo k ∈ {1, ..., n}.Como p ∈ π2n−1 e L ∈ πn−1, entao p− L ∈ π2n−1.
11
Definindo q = p− L observamos que x1, ..., xn sao zeros de q, pois,
q(xk) = p(xk)− L(xk) = 0, para todo k = 1, ..., n.
Pelo Teorema Fundamental da Algebra, q(x) = p(x)−L(x) = (x−x1)(x−x2)...(x−xn)r(x),onde (x− x1)(x− x2)...(x− xn) ∈ πn e r(x) ∈ πn−1.
Assim, p(x)− L(x) = pn(x)r(x), e portanto p(x) = L(x) + pn(x)r(x).Integrando em ambos os lados obtemos:∫ b
a
p(x)w(x)dx =
∫ b
a
L(x)w(x)dx+
∫ b
a
pn(x)r(x)w(x)dx.
Pela ortogonalidade temos que
∫ b
a
pn(x)r(x)w(x)dx = 0, pois, r ∈ πn−1 e pn ∈ πn.
Assim,
I(p) =
∫ b
a
p(x)w(x)dx
=
∫ b
a
L(x)w(x)dx
=
∫ b
a
n∑k=1
p(xk)pn(x)
p′n(xk)(x− xk)w(x)dx
=n∑k=1
p(xk)
∫ b
a
pn(x)
pn(x)(x− xk)w(x)dx
=n∑k=1
akp(xk)
= Q(p).
Portanto, a formula de quadratura e exata para p ∈ π2n−1.Provaremos a unicidade da formula de quadratura.Suponha que existam nos, z1, z2, ..., zn que nao sejam os zeros de pn e coeficientes b1, b2, ..., bn
tal que, ∫ b
a
p(x)w(x)dx =n∑k=1
bkp(xk) = b1p(x1) + · · ·+ bnp(xn) (1.21)
seja satisfeita para todo polinomio de grau 2n− 1.Seja g ∈ πn, onde g(x) = (x− x1)(x− x2) · · · (x− xn).Os polinomios g(x)xk, k = 0, 1, · · · , n−1 possuem grau no maximo 2n−1. Entao, a equacao
(1.21) vale para os polinomios g(x)xk, k = 0, 1, · · · , n− 1. Assim,∫ b
a
g(x)xkw(x)dx = b1g(x1)xk1 + · · ·+ bng(xn)xkn = 0, k = 1, · · · , n− 1.
Pelo Teorema 1.3, g(x) e um polinomio ortogonal de grau n. Assim z1, · · · , zn coincidemcom x1, · · · , xn, que sao os zeros de pn(x).
Os coeficientes bj sao obtidos aplicando a formula de quadratura (1.20), para f(x) =pn(x)
(x− xj)
bj =1
p′n(xj)
∫ b
a
pn(x)
(x− xj)w(x)dx
=1
p′n(xj)
∫ b
a
f(x)w(x)dx = aj.
12
Resta mostrar que os coeficientes aj sao positivos. De fato.
Sejap2n(x)
(x− xj)2∈ π2n−2, pois pn ∈ πn−1, entao p2n ∈ π2n−2.
Aplicandop2n(x)
(x− xj)2em (1.19), temos:
Q
(p2n(x)
(x− xj)2
)= I
(p2n(x)
(x− xj)2
)=
∫ b
a
p2n(x)
(x− xj)2w(x)dx > 0
pois, p2n(x), (x− xj)2, w(x) > 0, para todo x.Note que:
p′n(x) =
((x− xj)
pn(x)
(x− xj)
)′=
pn(x)
(x− xj)+ (x− xj)
[pn(x)
(x− xj)
]′.
�
Capıtulo 2
Polinomios Ortogonais Classicos
O objetivo deste capıtulo e introduzir teoremas e algumas propriedades basicas dos Po-linomios Ortogonais Classicos, como relacao de ortogonalidade, Relacao de Recorrencia de TresTermos entre outras propriedades.
Os Polinomios Ortogonais Classicos estudados neste capıtulo serao os Polinomios de Jacobie os casos especiais desses polinomios (Polinomios de Legenge, de Gengerbauer e Chebyshev deprimeira e segunda especie), como tambem os Polinomios de Laguere e de Hermite.
Definicao 2.1. Os polinomios ortogonais, com respeito ao produto interno (1.3) no intervalo(a, b), sao chamados de Polinomios Ortogonais Classicos se a funcao peso w(x) satisfizer aseguinte equacao diferencial:
∂M(x)w(x)
∂x= N(x)w(x),
onde M(x) =
1− x2 , se (a, b) = (−1, 1)
x , se (a, b) = (0,∞)1 , se (a, b) = (−∞, 0)
e N(x) e um polinomio de grau 1.
2.1 Polinomios de Jacobi
Os Polinomios de Jacobi serao denotados por P(α,β)n (x), sendo definidos atraves da Formula
de Rodrigues, dada por:
P (α,β)n (x) =
(−1)n
2nn!(1− x)−α(1 + x)−β
dn
dxn[(1− x)α+n(1 + x)β+n
]. (2.1)
Para cacularmos o coeficiente do termo de maior grau do Polinomio de Jacobi tomaremosf(x) = (1− x)α+n e g(x) = (1 + x)β+n.
Note que a j-esima derivada de f(x) e g(x) sao dadas, respectivamente, por
∂j
∂xjf(x) = f j(x)
= (−1)j(α + n)(α + n− 1) · · · (α + n− (j − 1))(1− x)α+n−j, (2.2)
∂j
∂xjg(x) = gj(x)
= (β + n)(β + n− 1) · · · (β + n− (j − 1))(1 + x)β+n−j. (2.3)
Pela regra de Leibniz, temos:
dn
dxn[f(x)g(x)] =
dn
dxn[(1− x)α+n(1 + x)β+n
]=
n∑k=0
(nk
)fn−k(x)gk(x). (2.4)
13
14
Substituindo (2.2) e (2.3) em (2.4), temos:
dn
dxn[f(x)g(x)] = (−1)n
n∑k=0
(nk
)(−1)k(α + n) · · · (α + n− k + 1)
(β + n) · · · (β + n− k + 1)(1− x)α+n−k(1 + x)β+n−j. (2.5)
Substituindo (2.5) na formula de Rodrigues para o Polinomio de Jacobi, temos:
P(α,β)n (x) =
(−1)n
2nn!(1− x)−α(1 + x)−β(−1)n
n∑k=0
n!
k!(n− k)!(−1)k(α + n) · · · (α + n− k + 1)
(β + n) · · · (β + n− k + 1)(1− x)α+n−k(1 + x)β+n−j. (2.6)
Assim,
P (α,β)n (x) =
1
2n
n∑k=0
(−1)k
k!(n− k)!(α+n) · · · (α+k+1)(β+n) · · · (β+n−k+1)(1−x)k(1+x)(n−k).
Podemos escrever (1− x)k e (1 + x)(n−k), como
(1− x)k =k∑j=0
(−1)j(kj
)xj =
(k0
)x0 −
(k1
)x1 +
(k2
)x2 + · · ·+ (−1)k
(kk
)xk,
(1 + x)n−k =n−k∑i=0
(n− ki
)xi
=
(n− k
0
)x0 +
(n− k
1
)x1 +
(n− k
2
)x2 + · · ·+
(n− kn− k
)xn−k.
Fazendo o Produto de Cauchy, em (1− x)k(1 + x)n−k, temos
(−1)kxk +
(n− k
1
)(−1)kxk+1 + · · ·+ (−1)kxn + · · · .
Substituindo a equacao acima em (2.6), temos
P(α,β)n (x) =
1
2n
n∑k=0
(α + n) · · · (α + k − 1)(β + n) · · · (β + n− k + 1){(−1)kxn +
[(−1)k−1
(k
k − 1
)+ (−1)k
(n− k
n− k − 1
)]xn−1
}=
1
2n
n∑k=0
1
k!(n− k)!(α + n) · · · (α + k − 1)(β + n) · · · (β + n− k + 1)xn + · · · .
Assim, o coeficiente do termo de maior grau e
an,n =1
2n
n∑k=0
1
k!(n− k)!(α + n) · · · (α + k − 1)(β + n) · · · (β + n− k + 1). (2.7)
Apresentaremos a seguir algumas propriedades da funcao gama
1. Γ(x+ 1) = x! e Γ(1) = 1;
15
2. Γ(x+ 1) = xΓ(x);
3. Se x, y > 0, temos
(xy
)=
Γ(x+ 1)
Γ(y + 1)Γ(x− y + 1);
4. Se n ∈ Z e x > 0, temos
(xn
)=
Γ(x+ 1)
n!Γ(x− n+ 1).
Podemos escrever o coeficiente do termo de maior grau dos Polinomios de Jacobi em funcaoda funcao gama, isto e
Γ(α + n+ 1) = (α + n)(α + n− 1) Γ(α + n− 1)
= (α + n)(α + n− 1) · · · (α + k + 1) Γ(α + k + 1).
Assim,Γ(α + n+ 1)
Γ(α + k + 1)= (α + n)(α + n− 1) · · · (α + k + 1).
Temos tambem:
Γ(β + n+ 1) = (β + n)(β + n− 1)Γ(β + n− 1)
= (β + n)(β + n− 1) · · · (β + n− k + 1)Γ(β + n− k + 1).
Portanto,Γ(β + n+ 1)
Γ(β + n− k + 1)= (β + n)(β + n− 1) · · · (β + n− k + 1).
Com as propriedades da funcao gama e as igualdades acima, concluımos que
an,n =1
2n
n∑k=0
1
k!(n− k)!
Γ(α + n+ 1)
Γ(α + k + 1)
Γ(β + n+ 1)
Γ(β + n− k + 1). (2.8)
Proposicao 2.1. O coeficiente do termo de maior grau do polinomio de Jacobi an,n tambempode ser dado por:
an,n =1
2nn!
Γ(α + β + 2n+ 1)
Γ(α + β + n+ 1). (2.9)
Demonstracao. Temos
n∑k=0
(α + nn− k
)(β + nn
)=
(α + β + 2n
n
). (2.10)
Tomando an,n como em (2.8), temos:
an,n =1
2n
n∑k=0
Γ(α + n+ 1)
(n− k)!Γ(α + n− (n− k) + 1)
Γ(β + n+ 1)
k!Γ(β + n− k + 1).
Pela Propriedade 4 da funcao gama e usando (2.10), temos
an,n =1
2n
n∑k=0
(α + nn− k
) (β + nk
)=
1
2n
(α + β + 2n
n
).
16
Aplicando novamente a Propriedade 4, obtemos:
an,n =1
2nn!
Γ(α + β + 2n+ 1)
Γ(α + β + n+ 1).
�
Definicao 2.2. Definiremos o produto interno de dois polinomios de Jacobi como:
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m (x)〉 =
∫ 1
−1P (α,β)n (x) P (α,β)
m (x) (1− x)α (1 + x)βdx.
Para a demonstracao do proximo Teorema usaremos a funcao beta, que e definida como:
B(x, y) =
∫ 1
0
t(x−1)(1− t)y−1dt. (2.11)
B(x, y) =Γ(x)Γ(y)
Γ(x+ y). (2.12)
Teorema 2.1. Os polinomios de Jacobi satisfazem a seguinte relacao de ortogonalidade:
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m (x)〉 =
0, se m 6= n,
2α+β+1 Γ(α + n+ 1) Γ(β + n+ 1)
(α + β + 2n+ 1) n! Γ(α + β + n+ 1), se m = n.
Demonstracao. Sem perda de generalidade, considere n ≤ m. Assim,
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m (x)〉 =
∫ 1
−1P (α,β)n (x) P (α,β)
m (x) (1− x)α (1 + x)βdx
=
∫ 1
−1
{P (α,β)n (x)
[(−1)m
2m m!(1− x)−α(1 + x)−β
dm
dxm
[(1− x)α+m(1 + x)β+m
]]}(1− x)α(1 + x)βdx
=(−1)m
2mm!
∫ 1
−1
(P (α,β)n (x)
dm
dxm[(1− x)(α+m)(1 + x)β+m
])dx.
Fazendo ym(x) = (1− x)α+m(1 + x)β+m, temos
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m 〉 =(−1)m
2mm!
∫ 1
−1
(P (α,β)n (x)
dm
dxmym(x)
)dx.
Integrando m vezes por partes, onde u = Pn(x) e dv =dm
dxmym(x)dx, obtemos
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m 〉 =(−1)m
2mm!
∫ 1
−1
(dm
dxm(P (α,β)
n (x))ym(x)
)dx.
1. Se n < m, entaodm
dxm(P
(α,β)n (x)) = 0. Logo, 〈P (α,β)
n (x), P(α,β)m 〉 = 0.
17
2. Consideremos m = n. Observando quedn
dxn(P (x)) = an,nn!, temos:
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m 〉 =(−1)m
2mm!
∫ 1
−1
(dm
dxm(P (α,β)
n (x))ym(x)
)dx
=an,nn!
2nn!
∫ 1
−1(1− x)α+n(1 + x)β+ndx
=an,n2n
∫ 1
−1(1− x)α+n(1 + x)β+ndx.
Fazendo x = 2t− 1, onde t ∈ R, obtemos
〈P (α,β)n , P (α,β)
m 〉 = an,n
∫ 1
0
(1− 2t+ 1)α+n(1 + 2t− 1)β+n2dt
=2an,n2α+n2β+n
2n
∫ 1
0
(1− t)α+ntβ+ndt
= 2α+β+n+1an,n
∫ 1
0
(1− t)α+ntβ+ndt.
Assim, substituindo por (2.11),
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m (x)〉 = 2α+β+n+1 an,n B(β + n+ 1, α + n+ 1). (2.13)
Substituindo (2.12) em (2.13), temos
〈P (α,β)n (x), P (α,β)
m (x)〉 = 2α+β+n+1 an,nΓ(β + n+ 1)Γ(α + n+ 1)
Γ(β + n+ 1 + α + n+ 1)
= 2α+β+n+1 1
2nn!
Γ(α + β + 2n+ 1)
Γ(α + β + n+ 1)
Γ(β + n+ 1) Γ(α + n+ 1)
Γ(β + α + 2n+ 2)
=2α+β+1
n!
Γ(β + n+ 1) Γ(α + n+ 1)
(β + α + 2n+ 1)Γ(α + β + n+ 1).
�
Apresentaremos algumas propriedades que utilizaremos a seguir:
1. P(α,β)n (1) =
(α + nn
).
2. P(α,β)n (−1) = (−1)n
(β + nn
).
De fato.Seja,
P (α,β)n (x) =
1
2nn!(α + n)(α + n− 1) · · · (α + 1)(1 + x)n +
1
2n
n∑k=0
(−1)k
k!(n− k)!(α + n) · · ·
· · · (α + k − 1)(β + n) · · · (β + n− k + 1)(1− x)k(1 + x)(n−k). (2.14)
Para x = 1, temos a seguinte equacao:
P (α,β)n (1) =
1
2n
[1
n!(α + n)(α + n− 1) · · · (α + 1)(1 + 1)n
].
18
Assim,
P (α,β)n (1) =
1
n!(α + n)(α + n− 1) · · · (α + 1) =
Γ(α + n+ 1)
n!Γ(α + 1).
Pela Propriedade 4 da funcao gama, concluımos que
P (α,β)n (1) =
(α + nn
).
Para x = −1,
P (α,β)n (−1) =
1
2n
[(−1)n
n!(β + n)(β + n− 1) · · · (β + 1)2n
]= (−1)n
Γ(β + n+ 1)
n!Γ(β + 1).
Pela Propriedade 4 da funcao gama, temos
P (α,β)n (−1) =
(β + nn
).
Podemos escrever a Relacao de Recorrencia de Tres Termos do Teorema 1.4 da seguinteforma:
Pn+1(x) = (γn+1x− βn+1)Pn(x)− αn+1Pn−1(x), (2.15)
com,
γn+1 =an+1,n+1
an,n6= 0, βn+1 = γn+1
〈xPn(x), Pn(x)〉〈Pn(x), Pn(x)〉
e αn+1 =γn+1
γn
〈Pn(x), Pn(x)〉〈Pn−1(x), Pn−1(x)〉
.
(2.16)A seguir, obtemos explicitamente os coeficientes βn+1, γn+1 e αn+1.Calculemos γn+1
γn+1 =
Γ(α + β + 2n+ 3)
2n+1(n+ 1)! Γ(α + β + n+ 1)
Γ(α + β + 2n+ 1)
2nn! Γ(α + β + n+ 1)
=(α + β + 2n+ 2)Γ(α + β + 2n+ 2)
2(n+ 1)(α + β + n+ 1) Γ(α + β + n+ 1),
portanto,
γn+1 =(α + β + 2n+ 2)(α + β + 2n+ 1)
2(n+ 1)(α + β + n+ 1). (2.17)
Para obter αn+1, observamos que
αn+1 =γn+1
γn
〈Pn(x), Pn(x)〉〈Pn−1, Pn−1〉
=(α + β + 2n+ 2)(α + β + 2n+ 1)
(n+ 1)(α + β + n+ 1)
α + β + n
(α + β + 2n)(α + β + 2n− 1)(Γ(α + n+ 1)Γ(β + n+ 1)
nΓ(α + β + n+ 1)
(α + β + 2n− 1)(Γ(α + β + n))
Γ(α + n)Γ(β + n)
).
Simplificando a equacao acima, temos
αn+1 =(α + n)(β + n)(α + β + 2n+ 2)
(n+ 1)(α + β + n+ 1)(α + β + 2n). (2.18)
Pela Propriedade 1 enunciada acima, temos
19
P (α,β)n (1) =
Γ(α + n+ 1)
n!Γ(α + 1).
Para calcularmos βn+1, fazemos x = 1 na formula de recorrencia:
P(α,β)n+1 (1) = (γn+1x− βn+1)P
(α,β)n (1)− αn+1P
(α,β)n−1 (1).
Substituindo, P(α,β)n (1), temos:
Γ(α + n+ 2)
(n+ 1)!Γ(α + 1)= (γn+1 − βn+1)
Γ(α + n+ 1)
n!Γ(α + 1)− αn+1
Γ(α + n)
(n− 1)!Γ(α + 1)
⇒ (α + n+ 1)(α + n)Γ(α + n)
(n+ 1)!Γ(α + 1)= (γn+1 − βn+1)
(α + n)Γ(α + n)
n!Γ(α + 1)− αn+1
Γ(α + n)
(n+ 1)!Γ(α + 1)
⇒ (α + n+ 1)(α + n)
n(n+ 1)= (γn+1 − βn+1)
(α + n)
n− αn+1.
Substituindo (2.18) e (2.17) na equacao acima, temos
βn+1 =n
α + n
(γn+1
α + n
n− (α + n+ 1)(α + n)
(n+ 1)n− αn+1
)= γn+1 −
α + n+ 1
n+ 1− αn+1
n
n+ 1
=1
2(n+ 1)
(α + β + 2n+ 2)(α + β + 2n+ 1)
(α + β + n+ 1)− (α + n+ 1)
n+ 1
− n(β + n)(α + β + 2n+ 2)
(n+ 1)(α + β + n+ 1)(α + β + 2n)
=1
n+ 1
[(α + β + 2n)(α + β + 2n+ 2)(α + β + 2n+ 1)
2(α + β + n+ 1)(α + β + 2n)
−2(α + n+ 1)(α + β + n+ 1)(α + β + 2n)
2(α + β + n+ 1)(α + β + 2n)− 2n(β + n)(α + β + 2n+ 2)
2(α + β + n+ 1)(α + β + 2n)
].
Assim,
βn+1 =(β2 − α2)(α + β + 2n+ 2)
2(α + β + n+ 1)(α + β + 2n). (2.19)
2.2 Polinomios de Legendre
Os Polinomios de Legendre sao um caso especial dos Polinomios de Jacobi com α = β = 0,portanto, sao ortogonais com relacao a funcao peso w(x) = 1. Por simplicidade, denotaremospor Pn(x).
Pela formula de Rodrigues para polinomios de Jacobi, temos
Pn(x) =(−1)n
2nn!(1− x)0(1 + x)0
dn
dxn[(1− x)n(1 + x)n] .
Assim, o Polinomio de Legendre e dado por
20
Pn(x) =1
2nn!
dn
dxn[(x2 − 1)n
], (2.20)
e, por (2.9), podemos calcular o coeficiente do termo maior grau do polinomio de Legendre:
an,n =1
2nn!
Γ(2n+ 1)
Γ(n+ 1).
Aplicando propriedades da funcao gama, temos
an,n =1
(2n)n!
2n!
n!=
(2n)!
2n(n!)2. (2.21)
Pelo Teorema 2.1, a relacao de ortogonalidade para os Polinomios de Legendre e dada por
〈Pn(x), Pm(x)〉 =
0, se m 6= n2Γ(n+ 1)Γ(n+ 1)
(2n+ 1)n!Γ(n+ 1), se m = n
=
0, se m 6= n,2
(2n+ 1), se m = n.
(2.22)
A Relacao de Recorrencia de Tres Termos para os Polinomios de Legendre pode ser obtidatomando α = β = 0 em (2.18),(2.17) e (2.19). Assim,
αn+1 =(n)(n)(2n+ 2)
(n+ 1)(n+ 1)(2n)=
n
n+ 1, (2.23)
γn+1 =(2n+ 2)(2n+ 1)
2(n+ 1)(n+ 1)=
2n+ 1
n+ 1, (2.24)
βn+1 = 0. (2.25)
Portanto, a Relacao de Recorrencia de Tres Termos para os Polinomios de Legendre e
Pn+1(x) =2n+ 1
n+ 1xPn(x)− n
n+ 1Pn−1(x), n > 1,
com P0(x) =1
200!
d0
dx0(x2 − 1)0 = 1 e P1(x) =
1
211!
d1
dx1(x2 − 1)1 = x.
2.3 Polinomios de Gegenbauer
Os Polinomios de Gegenbauer, Ultraesfericos, sao um caso especial dos Polinomios de Jacobi,em que α = β = λ− 1
2> −1. Os Polinomios de Gegenbauer sao ortogonais no intervalo [-1,1]
em relacao a funcao peso w(x) = (1− x2)λ− 12 .
Notacao: P λn (x)
Os polinomios satisfazem a formula:
P λn (x) =
(2αα
)−1(n+ 2αα
)P (α,α)(x)n , (2.26)
onde P(α,α)n (x) sao os Polinomios de Jacobi com β = α.
21
Podemos escrever os Polinomios de Gegenbauer em funcao da Funcao Gama. De fato:
P λn (x) =
(Γ(2α + 1)
Γ(α + 1)Γ(α + 1)
)−1(Γ(n+ 2α + 1)
Γ(α + 1)Γ(n+ α + 1)
)P (α,α)n (x)
=Γ(α + 1)Γ(n+ 2α + 1)
Γ(α + 1)Γ(n+ α + 1)P (α,α)n (x). (2.27)
Tomando α = λ− 12, e substituindo em (2.27), temos:
P λn (x) =
Γ(λ+ 12)Γ(n+ 2λ)
Γ(2λ)Γ(n+ λ+ 12)P
(λ− 12,λ− 1
2)
n (x). (2.28)
Para determinarmos a Relacao de Recorrencia de Tres Termos para os Polinomios de Ge-genbauer, basta tomarmos α = β = λ− 1
2em (2.18), (2.19) e (2.17). Assim,
βn+1 = 0
γn+1 =1
2(n+ 1)
Γ(2α + 2n+ 3)Γ(2α + n+ 1)
Γ(2α + n+ 2)Γ(2α + 2n+ 1)=
(n+ α + 1)(2α + 2n+ 1)
(n+ 1)(2α + n+ 1)
αn+1 =(α + n)(α + n+ 1)
(n+ 1)(2α + n+ 1).
Temos que a Relacao de Recorrencia de Tres Termos sera dada por:
Γ(n+ α + 2)
Γ(n+ 2α + 2)P λn+1(x) =
(n+ α + 1)(2α + 2n+ 1)
(n+ 1)(2α + n+ 1)
Γ(n+ α + 1)
Γ(n+ 2α + 1)xP λ
n (x)−(α + n)Γ(n+ α)
Γ(n+ 2α)P λn−1(x).
Simplificando a equacao acima, temos
(n+ 1)P λn+1(x) = (2α + 2n+ 1)xP λ
n (x)− (n+ 2α)P λn−1(x).
Tomando α = λ− 12, temos
(n+ 1)P λn+1(x) = 2(λ+ n)xP λ
n (x)− (n+ 2λ− 1)P λn−1(x). (2.29)
Os polinomios, P λ−1(x) e P λ
0 (x), sao dados por:
P λ−1(x) =
Γ(λ+ 12)Γ(n+ 2λ)
Γ(2λ)Γ(n+ λ+ 12)P
(λ− 12,λ− 1
2)
−1 (x) = 0,
pois P(λ− 1
2,λ− 1
2)
−1 (x) = 0 e P λ0 (x) = 1
O coeficiente do termo de maior grau e dado por
an,n =Γ(α + 1)Γ(n+ 2α + 1)
Γ(α + 1)Γ(n+ α + 1)
Γ(2α + 2n+ 1)
2nn!Γ(2α + n+ 1).
Simplificando e substituindo α = λ− 12, temos
an,n =1
2nn!
Γ(λ+ 12)Γ(n+ 2λ)
Γ(2λ)Γ(n+ λ+ 12). (2.30)
A forma monica satisfaz a relacao de recorrencia, basta tomar P λn (x) = 1
an,nP λn (x), assim:
22
1
an+1,n+1
P λn+1(x) =
2(n+ λ)
n+ 1xP λ
n (x)− (n+ 2λ− 1)
n+ 1
1
an+1,n+1
P λn−1(x). (2.31)
Observe que:
an+1,n+1 = an,n2λ+ 2n
n+ 1
e an+1,n+1 = an−1,n−1(2λ+ 2n)(2λ+ 2n− 2)
n(n+ 1). (2.32)
Substituindo (2.32) em (2.31), temos:
Pn+1(x) = an,nxPλn (x)− n(n+ 2λ− 1)
4(λ+ n)(n+ λ+ 1)
1
an−1,n−1P λn−1(x)
P λn+1(x) = xP λ
n (x)− n(n+ 2λ− 1)
4(n+ λ)(n+ λ+ 1)P λn−1(x). (2.33)
Ha dois casos especiais, em que λ = 12
e λ = 1. Nestes casos os polinomios serao
P12n (x) = P
(0,0)n (x) e P 1
n(x) =Γ(3
2)Γ(n+ 2)
Γ(2)Γ(n+ 32)P
( 12, 12)
n (x).
Os Polinomios de Gegenbauer satisfazem a seguinte equacao diferencial de segunda ordem:
(1− x2)y′′ − (2λ+ 1)xy′ + n(n+ 2λ)y = 0. (2.34)
2.4 Polinomios de Chebyshev de Primeira Especie
Os Polinomios de Chebyshev de primeira especie sao denotados por Tn(x). Eles sao ortogo-
nais no intervalo [-1,1] em relacao a funcao w(x) =1√
(1− x2). Note que tomando α = β = −1
2
temos que os Polinomios de Chebyshev de 1a especie sao multiplos dos Polinomios de Jacobi.
Definiremos Tn(x), com x ∈ [−1, 1], por:
A Relacao de Recorrencia de Tres Termos e dada por:
Tn+1(x) = 2xTn(x)− Tn−1(x) com n ≥ 1.
Para obtermos a relacao acima, basta tomar x = cos θ e utilizar a seguinte relacao trigo-nometrica: cos(n+ 1)θ + cos(n− 1)θ = 2 cos(n θ) cos θ.
Temos:
(2.35)
Substituindo (??), (??) e (??) na relacao trigonometrica, obtemos a relacao de recorrenciaja enunciada.
Observe que T0(x) = 1, pois, T0(x) = T1−1(x) = cos((1− 1)θ) = cos 0 = 1
23
Para determinarmos o coeficiente do termo de maior grau, vamos calcular os primeirosPolinomios de Chebyshev de primeira especie.
T0(x) = 1,
T1(x) = cos(arccos(x)) = x = 20x,
T2(x) = 2xT1(x)− T0(x) = 21x2 − 1,
T3(x) = 2xT2(x)− T1(x) = 22x3 − 3x,... =
...
Tn(x) = 2n−1xn + · · · .
Por recorrencia, temos que an,n = 2n−1, n ≥ 1.
Teorema 2.2. Os Polinomios de Chebyshev de Primeira Especie satisfazem a seguinte relacaode ortogonalidade:
〈Tn, Tm〉 =
π, se m = n = 0,π2, se m = n > 0,
0, se m 6= n.(2.36)
Demonstracao. Definimos o produto interno como
〈Tn, Tm〉 =
∫ 1
−1Tn(x) Tm(x) w(x)dx
=
∫ 1
−1cos(n arccos(x)) cos(m arccos(x))
1√1− x2
dx
Tomando x = cos θ, temos:
〈Tn, Tm〉 = −∫ 0
π
cos(nθ) cos(mθ)sen(θ)√1− cos2(θ)
dθ
=
∫ π
0
cos(nθ) cos(mθ) dθ. (2.37)
1. Se m = n = 0, temos 〈T0, T0〉 =∫ π0dθ = π;
2. Se m = n > 0, temos que 〈Tn, Tm〉 =∫ π0
cos2(nθ) dθ.
Integrando por partes:∫ π
0
cos(n θ) cos(n θ) dθ =sen(n θ) cos(n θ)
n
∣∣∣∣π0
+
∫ π
0
n sen2(n θ)
ndθ
=
∫ π
0
sen2(nθ)
=
∫ π
0
dθ −∫ π
0
cos2(nθ),
portanto,∫ π0
cos(nθ) cos(nθ)dθ =π
2.
Assim, 〈Tm, Tn〉 =π
2.
3. Seja m 6= n.
24
Observe que∫ π
0
(cos((m+ n)θ) cos((m− n)θ)) dθ =
∫ π
0
(cos(mθ) cos(nθ)− sen(nθ)sen(mθ)
+ cos(mθ) cos(nθ) + sen(mθ)sen(nθ)) dθ
= 2
∫ π
0
cos(mθ) cos(nθ) dθ.
Assim,
2〈Tm, Tn〉 =
∫ π
0
(cos(m+ n)θ cos(m− n)θ)dθ (2.38)
=
∫ π
0
(cos(m+ n)θ)dθ +
∫ π
0
cos(m− n)θ)dθ (2.39)
=sen(m+ n)θ
m+ n
∣∣∣∣π0
+sen(m− n)θ
m− n
∣∣∣∣π0
= 0. (2.40)
�
Observacao 2.1. Note que tomando α = β = −12
na funcao peso do Polinomio de Jacobiobtemos:
w(x) = (1− x2)−12 .
Assim, podemos escrever Tn(x) = cnP(− 1
2,− 1
2)
n , em que cn = 22n−1(
2n− 1n
)−1, pois consi-
derando aTn,i, i = 1, ..., n os coeficientes do Polinomio de Chebyshev de Primeira Especie aPn,j eos coeficientes do Polinomio de Jacobi para α = β = −1
2, temos
aTn,nxn + aTn−1,n−1x
n−1 + ...+ aTn,0 = cn(aPn,nxn + aPn−1,n−1x
n−1 + ...+ aPn,0).
Logo,
cn,n =aTnnaPn,n
=2n−1
Γ(2n)
2nn!Γ(n)
=22n−1n!Γ(n)
Γ(2n)
= 22n−1(
2n− 1n
)−1.
Observacao 2.2. Para obtermos as raızes de Tn(x), vamos considerar a equacao:
cos(n θ) = 0 para 0 ≤ θ ≤ π,
onde (n θ)k = π2
+ kπ, k = 0, 1, ..., n ou ainda, θk =π + 2kπ
2n=π(1 + 2k)
2n, k = 0, 1, ..., n.
As raızes sao dadas por:
Tn(x) = 0 =⇒ cos(n arccos(x)) = 0 =⇒ cos(n θ) = 0 =⇒ xn,k = cos
((2k + 1)π
2n
),
com k = 0, 1, ..., n− 1.
25
Observacao 2.3. Os pontos de maximos e mınimos de Tn(x) sao os pontos onde cos(nθ) = 1ou cos(nθ) = −1 para 0 ≤ θ ≤ π. Os pontos que satisfazem cos(nθ) = 1 ou cos(nθ) = −1 sao
θk =kπ
n, para k = 0, 1, ..., n e os extremos sao dados por mn,k = cos
(kπ
n
), k = 0, 1, ..., n.
2.5 Polinomios de Chebyshev de Segunda Especie
Os Polinomios de Chebyshev de Segunda Especie, Un(x), sao ortogonais no intervalo [−1, 1]em relacao a funcao peso w =
√1− x2 e definidos por:
Un(x) =sen((n+ 1) arccos (x))√
1− x2,
com x ∈ [−1, 1], para n = 0, 1, 2, · · · . Se fizermos x = cos θ, temos que
Un(x) =sen((n+ 1) θ)
senθ,
com θ ∈ [0, π].Obteremos a Relacao de Recorrencia de Tres Termos dos Polinomios de Chebyshev de
Segunda Especie atraves da seguinte relacao trigonometrica:
sen(n+ 2)θ + sen(nθ) = 2 cos θ sen(n+ 1)θ, (2.41)
Para obter a Relacao de Recorrencia de Tres Termos dos Polinomios de Chebyshev deSegunda Especie observamos que
Un−1(x) =sen(n arccos(cos θ))√
1− cos2 θ
=sen(nθ)
senθ
Un(x) =sen((n+ 1) arccos(cos θ))√
1− cos2 θ
=sen((n+ 1)θ)
senθ
Un+1(x) =sen((n+ 2)θ)
senθ.
Dividindo (2.41) por senθ, temos
sen(n+ 2)θ
senθ+
sen(nθ)
senθ=
2 cos θ sen(n+ 1)θ
senθ⇒ Un+1(x) + Un−1(x) = 2xUn(x).
Concluımos que a Relacao de Recorrencia de Tres Termos sera Un+1(x) = 2xUn(x)− Un−1(x),x ≥ 1.
Para determinarmos o coeficiente do termo de maior grau, observaremos os polinomiosabaixo:
U0(x) =senθ
senθ= 1,
U1(x) =sen2θ
senθ= 2 cos θ = 2x,
U2(x) = 2xU1(x)− U0(x) =⇒ U2(x) = 4x2 − 1,
U3(x) = 2xU2(x)− U1(x) =⇒ U3(x) = 8x3 − 4x,...
Un(x) = 2nxn + · · · .
26
Por recorrencia, temos que an,n = 2n.
Teorema 2.3. A relacao de ortogonalidade para os Polinomios de Chebyshev de SegundaEspecie e dada por:
〈Un, Um〉 =
{0, se m 6= n,π
2se m = n.
(2.42)
Demonstracao. Calculando 〈Un, Um〉, temos:
〈Un, Um〉 =
∫ 1
−1Un(x)Um(x)w(x)dx. (2.43)
Substituindo Un, Um e w(x):
〈Un, Um〉 =
∫ 1
−1
sen[(n+ 1) arccos x]√1− x2
sen[(m+ 1)arccos x]√1− x2
√1− x2dx (2.44)
=
∫ π
0
sen((n+ 1)θ)sen((m+ 1)θ) dθ, (2.45)
com x = cos θ.
1. Se m = n:
〈Un, Un〉 =
∫ π
0
sen2((n+ 1)θ) dθ
=
∫ π
0
(sen(n+ 1)θ)(sen(n+ 1)θ) dθ.
Integrando por partes, temos:
〈Un, Un〉 = −(sen(n+ 1)θ) cos((n+ 1)θ)
(n+ 1)
∣∣∣∣π0
+
∫ π
0
cos2((n+ 1)θ) dθ
=
∫ π
0
cos2((n+ 1)θ) dθ
=
∫ π
0
(1− sen2(n+ 1)θ)dθ
= π −∫ π
0
sen2((n+ 1)θ) dθ
= π − 〈Un, Un〉2 〈Un, Un〉 = π,
portanto, 〈Un, Un〉 =π
2.
2. Se m 6= n.
27
Integrando por partes (2.45), temos:
〈Un, Um〉 =
∫ π
0
sen((n+ 1)θ)sen((m+ 1)θ) dθ
= − [sen((n+ 1)θ) cos((m+ 1)θ)](n+ 1)
(m+ 1)
∣∣∣∣π0
+∫ π
0
(n+ 1)[cos((m+ 1)θ) cos((n+ 1)θ)]
m+ 1dθ
=n+ 1
m+ 1
∫ π
0
(cos(m+ 1)θ)(cos(n+ 1)θ)dθ
=
(n+ 1
m+ 1
)2 ∫ π
0
(sen(m+ 1)θ)(sen(n+ 1)θ)dθ
〈Un, Um〉 =
(n+ 1
m+ 1
)2
〈Un, Um〉. (2.46)
Por hipotese m 6= n, entao,n+ 1
m+ 16= 1,daı 〈Un, Um〉 = 0.
�
Observacao 2.4. Note que fazendo α = β = 12
na funcao peso dos Polinomios de Jacobi
obtemos w(x) =√
1− x2. Logo, Un(x) = 22n
(2n+ 1n+ 1
)−1P
( 12, 12)
n (x).
Temos que os Polinomios de Chebyshev de Segunda Especie sao multiplos dos Polinomios
de Jacobi, logo, podemos escrever Un(x) = cnP( 12, 12)
n (x).Considerando aUni os coeficientes do Polinomio de Chebyshev de Segunda Especie e aPnj os
coeficientes do Polinomio de Jacobi para α = β = 12, entao
aUn,nxn + aUn−1,n−1x
n−1 + ...+ aUn,0 = cn(aPn,nxn + aPn−1,n−1x
n−1 + ...+ aPn,0).
Logo,
cn,n =aUn,naPn,n
=2n
Γ(2n+ 2)
2nn!Γ(n+ 2)
=22n(n+ 1)!Γ(n+ 1)
Γ(2n+ 2)
= 2n(
2n+ 1n+ 1
)−1.
Assim, Un(x) = 2n(
2n+ 1n+ 1
)−1P
( 12, 12)
n (x).
Observacao 2.5. As raızes de Un(x) sao os pontos nos quais
sen((n+ 1)θ) = 0 para 0 < θ < π.
28
Logo θk =kπ
n+ 1, k = 1, ..., n.
As raızes sao dadas por:
Un(x) = 0 =⇒ xnk = cos
(kπ
n+ 1
),
com k=1,...,n.
Observacao 2.6. Os pontos de maximos e mınimos de Un−1(x) sao os pontos de maximo emınimos de Tn(x), pois:
T ′n(x) = −sen(n arccos x) n
(− 1√
1− x2
)= n
sen(n arccos x)√1− x2
= n U(n−1)(x).
2.6 Polinomios de Laguerre
Os Polinomios de Laguerre sao denotados por L(α)n (x) e serao definidos pela formula de
Rodrigues:
L(α)n (x) = (−1)nx−αex
dn
dxn(xα+ne−x). (2.47)
Os Polinomios de Laguerre sao ortogonais no intervalo [0,∞), em relacao a funcao pesow(x) = xαe−x, α > −1 e sao monicos, isto e, o coeficiente do termo do coeficiente de maiorgrau e 1. De fato:
Se tomarmos f(x) = xα+n e g(x) = e−x, pela Regra de Leibnitz, temos:
dj
dxjf(x) = (α + n)(α + n− 1)...(α + n− j + 1)xα+n−j
dj
dxjg(x) = (−1)je−x
dn
dxn(f(x)g(x)) =
n∑j=0
(nj
)(α + n)...(α + n− j + 1)xα+n−j(−1)je−x.
Assim,
Lαn(x) = (−1)nx−αn∑j=0
(nj
)(α + n)...(α + n− j + 1)xα+n−j(−1)j.
Observe que Lαn pode ser escrito como:
Lαn(x) = (−1)n[(−1)n
(nn
)xn + (−1)n−1
(n
n− 1
)(α + n)xn−1 + · · ·
]= xn − n(α + n)xn−1 + · · · .
Note que an,n = 1.
Teorema 2.4. A relacao de ortogonalidade para os Polinomios de Laguerre e dada por:
〈Lαn, Lαm〉 =
{0, se m 6= n,
n!,Γ(n+ α + 1) se m = n;(2.48)
onde o produto interno e definido por
〈Lαn, Lαm〉 =
∫ ∞0
Lαn(x)Lαm(x)xαe−xdx.
29
Demonstracao. Considerando m ≤ n, o produto interno sera:
〈Lαn, Lαm〉 =
∫ ∞0
Lαn(x)Lαm(x)xαe−xdx (2.49)
=
∫ ∞0
(−1)nx(−α)exdn
dxn(xα+ne−x)Lαm(x)e−xxαdx (2.50)
= (−1)n∫ ∞0
dn(xα+ne−x)
dxnLαm(x) dx. (2.51)
Tomando yn(x) = xα+ne−x, obtemosdn(xα+ne(−x))
dxn= ynn(x).
Assim, 〈Lαn, Lαm〉 =
∫ ∞0
Lαm(x)(−1)n ynn(x) dx.
Integrando por partes, temos:
〈Lαn, Lαm〉 =
∫ ∞0
dn[Lαm(x)]
dxnyn(x) dx.
1. Para m < n,temos:
〈Lαn, Lαm〉 =
∫ ∞0
[Lαm(x)]n yn(x) dx = 0, pois [Lαm(x)](n) = 0.
2. Para m = n, temos:
〈Lαn, Lαn〉 =
∫ ∞0
[Lαn(x)]n yn(x) dx
=
∫ ∞0
an,n n! yn(x) dx.
Temos que Γ(y) =
∫ ∞0
e−xey−1dx, com y > 0. Entao,
∫ ∞0
xn+αe−x dx = Γ(n+ α + 1).
Assim,
〈Lαn, Lαn〉 =
∫ ∞0
n!(xα+ne−x)dx
= n!
∫ ∞0
xα+ne−xdx
= n! Γ(n+ α + 1).
Portanto,
〈Lαn, Lαm〉 =
{0 se m 6= n
n! Γ(n+ α + 1) se m = n. (2.52)
�
A Relacao de Recorrencia de Tres Termos dos Polinomios de Laguerre e
Ln+1(x) = (x− 2n+ α + 1)Lαn(x)− n(n+ 1)Lαn−1(x),
com n ≥ 0.Para demonstra-la, vamos calcular os coeficientes αn+1, βn+1 e γn+1, que sao dados por
(2.16).Temos que γn+1 = 1 e αn+1 e βn+1 dados por:
30
αn+1 =n! Γ(n+ α + 1)
(n+ 1)! Γ(n− 1 + α + 1)
=n! (n+ α)
(n− 1)!= n (n+ α), (2.53)
βn+1 =〈xLαn, Ln〉〈Ln, Ln〉
. (2.54)
Observe que
Lαn(x) = xn − n(n+ α)xn−1 + · · · , (2.55)
Lαn+1(x) = xn+1 − (n− 1)(n+ 1 + α)xn + · · · , (2.56)
xLαn(x) = xn+1 − n(n+ α)xn + · · · . (2.57)
Fazendo xLαn(x)− Lαn+1(x), temos:
xLαn(x)− Lαn+1(x) = [(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]xn + ... (2.58)
Por outro lado, temos que
[(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]Lαn(x) = [(n+ 1)(n+ α + 1)− n(n+ α)]xn
− [(n+ 1)(n+ α + 1)− n(n+ α)]n(n+ α)xn−1 + · · ·
[(n+ 1)(n+ α + 1)− n(n+ α)]xn = [(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]Lαn(x)
+ [(n+ 1)(n+ α + 1)− n(n+ α)]n(n+ α)xn−1 − · · ·
[(n+ 1)(n+ α + 1)− n(n+ α)]xn = [(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]Lαn(x) + qn−1(x),
onde qn−1(x) e um polinomio de grau n− 1.Substituindo em (2.58),
xLαn(x) = Lαn+1(x) + [(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]Lαn(x) + qn−1(x).
Fazendo o produto interno de xLαn(x) e Lαn(x), temos:
〈xLαn, Lαn〉 = 〈Lαn+1 + [(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]Lαn + qn−1(x), Lαn〉
= 〈Lαn+1, Lαn〉+ [(n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)]〈Lαn, Lαn〉+ 〈qn−1, Lαn〉〈xLαn, Lαn〉〈Lαn, Lαn〉
= (n+ 1)(n+ 1 + α)− n(n+ α)
〈xLαn, Lαn〉〈Lαn, Lαn〉
= 2n+ α + 1.
Portanto, βn+1 = 2n+ α + 1.Substituindo αn+1, βn+1 e γn+1, obtemos a Relacao de Recorrencia de Tres Termos do Po-
linomios de Laguerre:
Lαn+1(x) = (x− 2n− α− 1)Lαn(x)− n(n+ 1)Lαn−1(x),
com n ≥ 0.
31
Atraves da relacao de recorrencia, podemos determinar os Polinomios de Laguerre. Osprimeiros polinomios sao:
Lα0 (x) = (−1)0x−αexxαe−x = 1
Lα1 (x) = (−1)x−αexxα+1e−x
dx= x− α− 1
Lα2 (x) = (x− 3− α)(x− α− 1)− (α + 1) = x2 − 2(α + 2)x+ (α + 2)(α + 1).
2.7 Polinomios de Hermite
Os Polinomios de Hermite formam uma Sequencia de Polinomios Ortogonais, no intervalo(−∞,∞), em relacao a funcao peso w(x) = e−x
2.
A Formula de Rodrigues que define os Polinomios de Hermite e dada por
Hn(x) = (−1)nex2 dn
dxn[e−x
2
].
Utilizando esta formula podemos calcular os primeiros polinomios.
H0(x) = (−1)0ex2
(e−x2
) = 20
H1(x) = −ex2 d1
dx1[e−x
2
] = 21x
H2(x) = ex2 d2
dx2[e−x
2
] = 22x2 − 2
...
Hn(x) = 2nxn + ...
Por recorrencia, obtemos que o coeficiente do termo de maior grau e an,n = 2n.
Teorema 2.5. Os Polinomios de Hermite satisfazem a seguinte relacao de ortogonalidade
〈Hn, Hm〉 =
{0, se m 6= n,
2nn!,√π se m = n.
Demonstracao. Vamos considerar, sem perda de generalidade, que m ≤ n.
1. Seja m < n e substituindo Hn(x) ,
〈Hn, Hm〉 =
∫ ∞−∞
Hm(x)(−1)nex2 dn
dxn[e−x
2
] e−x2
dx
= (−1)n∫ ∞−∞
Hm(x)φn(x)dx.
Integrando por partes,
〈Hn, Hm〉 =
∫ ∞−∞
Hn(x)Hm(x)e−x2
dx = (−1)n+1
∫ ∞−inft
H ′m(x)φn−1(x)dx.
Se integrarmos por partes n vezes, a integral acima,
〈Hn, Hm〉 =
∫ ∞−infty
H(n)m (x)φ(x)dx = 0,
pois se Hm(x) tem grau m e m < n, entao H(n)m (x) = 0.
32
2. Se m = n, temos
〈Hn, Hn〉 =
∫ ∞−∞
Hn(x)Hn(x)e−x2
dx.
Pelo item 1,
〈Hn, Hn〉 =
∫ ∞−∞
Hn(x)Hn(x)e−x2
dx
=
∫ ∞−∞
H(n)n (x)e−x
2
dx
= 2nn!
∫ ∞−∞
e−x2
dx.
Portanto, 〈Hn, Hn〉 = 2nn!√π .
�
A Relacao de Recorrencia de Tres Termos dos Polinomios de Hermite e dada por
Hn+1(x) = 2xHn(x)− 2nHn−1(x).
De fato, se tomarmos φ(x) = e−x2
e derivarmos n vezes, temos:
φn(x) =dn
dxn[e−x
2
] = Hn(x)(−1)ne−x2
.
Derivando novamente, temos:
φn+1(x) = (−1)n+1e−x2
[2xHn(x)−H ′n(x)]
dn+1
dxn+1[e−x
2
] = (−1)n+1e−x2
[2xHn(x)−H ′n(x)]
Hn+1(x) = [2xHn(x)−H ′n(x)].
Por outro lado, sabemos que a relacao de recorrencia e dada por:
Hn+1(x) = (γn+1x− βn+1)Hn(x) + αn+1Hn−1(x)
2xHn(x)−H ′n(x) = (γn+1x− βn+1)Hn(x) + αn+1Hn−1(x).
Assim, βn+1 = 0, γn+1 = 2 e para determinarmos α, vamos tomar a relacao (2.16),
αn+1 =2n n!
√π
2n+1 (n+ 1)!√π
= 2n.
Portanto, H ′n(x) = 2n Hn−1(x).Concluımos assim que a relacao de recorrencia para os Polinomios de Hermite e dada por
Hn+1(x) = 2xHn(x)− 2nHn−1(x).
Capıtulo 3
Teoremas Classicos de Sturm Liouville
Neste capıtulo estudaremos as equacoes de segunda ordem de Sturm Liouville e algumasde suas propriedades, como a localizacao relativa entre zeros de duas solucoes de uma mesmaequacao diferencial de segunda ordem e a comparacao dos zeros de duas equacoes distintas.
Dentre os teoremas estudados neste capıtulo, dois deles se destacam: Teorema da Com-paracao de Sturm Liouville e Teoremada Forma Integral do Teorema de Sturm Liouville.
Estes teoremas nos permitem analisar o comportamento dos zeros de polinomios ortogonais,por exemplo, dos zeros dos Polinomios de Gegenbauer, pois eles satisfazem uma equacao dife-rencial de segunda ordem que, atraves de uma transformacao, torna-se uma equacao de SturmLiouville.
3.1 Teorema da Comparacao de Sturm Liouville
Dividiremos Teorema 3.1, em dois casos. O primeiro, quando os dois zeros de y(x) saoconsecutivos, entao entre esses dois zeros ha pelo menos um zero de Y (x), isto e, x1 < X1 < x2.O segundo, quando o primeiro zero de y(x) maior que a e x1, com x ∈ (a, b), entao existe umzero de Y (x) no intervalo (a, x1), isto e, a < X1 < x1.
Teorema 3.1. [11] Sejam y(x) e Y (x) solucoes nao triviais das equacoes diferenciais,
y′′(x) + f(x)y(x) = 0 (3.1)
Y ”(x) + F (x)Y (x) = 0, (3.2)
respectivamente, no intervalo (a, b).Suponha que f(x) e F(x) sao funcoes contınuas no intervalo (a, b) e f(x) < F (x), para todo
x ∈ (a, b).Sejam xk e xk+1 dois zeros consecutivos de y(x), a < xk < xk+1 < b e Xk e solucao de
Y (x). Entao, entre os dois zeros consecutivos de y(x) ha pelo menos um zero de Y (x).
Demonstracao. Sejam xk e xk+1 zeros consecutivos de y(x) em (a, b). A demonstracao sera feitapor absurdo. Suponhamos que Y (x) nao se anula em (xk, xk+1) e, sem perda de generalidade,suponhamos que y(x) e positiva em (xk, xk+1).
1o Caso:Seja Y (x) > 0 em (xk, xk+1). Calculando o Wronskiano de y(x), Y (x) para x = xk e
x = xk+1.O Wronskiano e dado por
W (y, Y, x) = y(x)Y ′(x)− Y (x)y′(x). (3.3)
33
34
Para x = xk, o Wronskiano e
W (y, Y, xk) = y(xk)Y′(xk)− Y (xk)y
′(xk) = −Y (xk)y′(xk) ≤ 0, (3.4)
pois Y (xk) e y′(xk) sao positivos.E para xk+1,
W (y, Y, xk+1) = y(xk+1)Y′(xk+1)− Y (xk+1)y
′(xk+1) = −Y (xk+1)y′(xk+1) ≥ 0, (3.5)
pois Y (xk) e positivo e y′(xk) e negativo.Ao derivarmos o Wronskiano, obtemos:
d
dxW (y, Y, x) =
d
dx(y(x)Y ′(x)− Y (x)y′(x))
= y′(x)Y ′(x) + y(x)Y ′′(x)− (Y ′(x)y′(x) + Y (x)y′′(x))
= y(x)Y ′′(x)− Y (x)y′′(x).
Substituindo, (3.1) e (3.2), temos:
= y(x)Y (x)(f(x)− F (x)). (3.6)
Como y(x) e Y (x) sao positivas e f(x)− F (x) e negativa, entao (3.6) e negativa, ou seja,d
dxW (y, Y, x) ≤ 0. Assim, concluımos que W (y, Y, x) e uma funcao decrescente em [xk, xk+1].
Portanto, contradiz (3.4) e (3.5).
2o Caso:Seja Y (x) < 0 em (xk, xk+1). Tomando, x = xk e x = xk+1 em (3.5),
W (y, Y, xk) = −Y (xk)y′(xk) ≥ 0 (3.7)
W (y, Y, xk+1) = −Y (xk+1)y′(xk+1) ≤ 0. (3.8)
Note que (3.7) e positiva, pois, por hipotese, Y (x) e negativa em (xk, xk+1) e y(xk) e positiva,e (3.8) e negativa, pois Y (xk+1) e y(xk+1) sao negativas.
E, por (3.6), a derivada do Wronskiano e positiva pois y(x) e positiva e (f(x)−F (x)) e Y (x)sao negativas, portanto,W (y, Y, x) e uma funcao crescente em [xk, xk+1], contradizendo (3.7) e(3.8).
Observando os dois casos, concluımos que Y (x) muda pelo menos uma vez de sinal nointervalo (xk, xk+1), isto e, xk < Xk < xk+1.
�
A demonstracao do teorema a seguir e semelhante ao Teorema 3.1, a qual tambem sera feitapor contradicao nos casos em que y(a+) = 0 e y(b−) = 0.
Teorema 3.2. [11] Sejam y(x) e Y (x) solucoes nao triviais das equacoes diferenciais (3.1) e(3.2), respectivamente, no intervalo (a, b), com f(x) e F(x) funcoes contınuas no intervalo (a, b)e f(x) ≤ F (x), para todo x ∈ (a, b).
a) Se x1 e o primeiro zero de y(x) em (a, b) e y(a+) = 0 ou limx→a+
W (y, Y, x) = 0, entao Y (x)
tem pelo menos um zero, X1, em (a, x1), isto e, a < X1 < x1.
b) Se xn e o ultimo zero de y(x) em (a, b) e y(b−) = 0 ou limx→b−
W (y, Y, x) = 0, entao, Y (x)
tem pelo menos um zero, Xn, em (xn, b), isto e, xn < Xn < b.
35
Demonstracao. a) Se x1 e o primeiro zero de y(x) em (a, b) e y(a+) = 0 oulimx→a+
W (y, Y, x) = 0, entao Y (x) tem pelo menos um zero, X1 em (a, x1), isto e,
a < X1 < x1.
1) Se y(a+) = 0.
Suponha, sem perda de generalidade, que y(x) > 0 em (a, x1), entao, y′(a) ≥ 0 ey′(x1) ≤ 0.
1o Caso: Suponha que Y (x) > 0 em (a, x1). Substituindo x = a e x = x1 em (3.3),obtemos as seguintes expressoes:
W (y, Y, a) = y(a)Y ′(a)− Y (a)y′(a) = −Y (a)y′(a) ≤ 0 (3.9)
W (y, Y, x1) = y(x1)Y′(x1)− Y (x1)y
′(x1) = −Y (x1)y′(x1) ≥ 0. (3.10)
Ao derivarmos o Wronskiano, obtemos:
d
dxW (y, Y, x) =
d
dx(y(x)Y ′(x)− Y (x)y′(x))
= y′(x)Y ′(x) + y(x)Y ′′(x)− (Y ′(x)y′(x)
+ Y (x)y′′(x))
= y(x)Y ′′(x)− Y (x)y′′(x)
Substituindo (3.1) e (3.2) temos:
= y(x)Y (x)(f(x)− F (x)).
Como y(x) e Y (x) sao positivas em (a, x1) e f(x)− F (x) negativa, entao
d
dxW (y, Y, x) ≤ 0.
Assim, concluımos que W (y, Y, x) e uma funcao decrescente em [xk, xk+1], o quecontradiz (3.9) e (3.10).
2o Caso: Supondo que Y (x) < 0 em (a, x1), temos,
W (y, Y, a) = y(a)Y ′(a)− Y (a)y′(a) = −Y (a)y′(a) ≥ 0 (3.11)
W (y, Y, x1) = y(x1)Y′(x1)− Y (x1)y
′(x1) = −Y (x1)y′(x1) ≤ 0. (3.12)
Observe que, por (3.6), a derivada do Wronskiano e positiva, assim, W (y, Y, x) euma funcao crescente em [xk, xk+1], contradizendo (3.11) e (3.12).
Portanto, Y (x) muda de sinal pelo menos uma vez no intervalo (a, x1), ou seja,a < X1 < x1.
2) Se limx→a+
W (y, Y, x) = 0.
Suponhamos, sem perda de generalidade, que y(x) e positiva e nao identicamentenula em (a, x1), onde x1 e o primeiro zero de y(x) maior que a e quelimx→a+
W (y, Y, x) = 0.
1o Caso: Suponha que Y (x) < 0 em (a, x1), entao
W (y, Y, x1) = y(x1)Y′(x1)− Y (x1)y
′(x1) = −Y (x1)y′(x1) ≥ 0,
e por outro lado a derivada do Wronskiano e negativa como vimos em (3.6).
36
Como W (y, Y, x1) > 0, limx→a+
W (y, Y, x) = 0 e o Wronskiano e decrescente entao ha
uma mudanca de sinal, portanto temos uma contradicao.
2o Caso: Suponha que Y (x) > 0 em (a, x1), entao
W (y, Y, x1) = y(x1)Y′(x1)− Y (x1)y
′(x1) = −Y (x1)y′(x1) ≤ 0,
e por outro lado a derivada do Wronskiano e positiva como vimos em (3.6).
Como W (y, Y, x1) < 0, limx→a+
W (y, Y, x) = 0 e o Wronskiano e crescente entao ha uma
mudanca de sinal, portanto temos uma contradicao.
Concluımos assim, que Y (x) muda de sinal pelo menos uma vez em (a, x1).
b) Se xn e o ultimo zero de y(x) em (a, b) e y(b−) = 0 ou limx→b−
W (y, Y, x) = 0, entao, Y (x)
tem pelo menos um zero Xn em (xn, b), isto e, xn < Xn < b.
A demonstracao e analoga ao primeiro item.�
Corolario 3.1. [11] Sejam as funcoes y(x) e Y (x) solucoes nao triviais das equacoes diferen-ciais (3.1) e (3.2), respectivamente, no intervalo (a, b).
Denotamos os zeros de y(x) por x1 < x2 < ... < xn e os de Y (x) por X1 < X1 < ... < Xn.Suponha que f(x) e F (x) sejam contınuas em (a, b), f(x) < F (x) e f(x) 6≡F (x) em (a, b) e que
y(a) = 0y(b) = 0
oulimx→a+
W (y, Y, x) = 0
limx→b−
W (y, Y, x) = 0.(3.13)
Entao, Xk < xk para todo k = 1, ..., n− 1.
Demonstracao. Sejam x1 < x2 < ... < xn e X1 < X2 < ... < Xn os zeros de y(x) e Y (x)respectivamente.
Tomando o intervalo (a, x1), onde x1 e a primeira raiz de y(x) e por (3.13), estamos nashipoteses do Teorema 3.2 item (a), entao a < X1 < x1. O mesmo se aplica para o intervalo(xn, b), onde xn e o ultimo zero de y(x), portanto, xn < Xn < b.
Pelo Teorema 3.1, temos que para cada intervalo, (xk, xk+1), com k = 1, ..., n− 1, segue quexk < Xk+1 < xk+1 com k = 1, ..., n− 1.
Portanto, Xk < xk para todo k = 1, ..., n− 1.
�
Corolario 3.2. [11] Seja y′′(x;µ) + f(x;µ)y(x;µ) = 0 uma famılia de equacoes diferenciaisde Sturm Liouville no intervalo (a, b), tais que para todo µ ∈ (c, d), a solucao y(x;µ), destaequacao, possui zeros a < x1(µ) < ... < xn(µ) < b distintos.
Se∂f(x;µ)
∂µexiste e e menor que zero e y(a, µ) = 0 ou lim
x→a+W (y, Y, x) = 0, entao, todos os
zeros, ξk = ξk(µ) de y(x;µ) sao funcoes crescentes de µ.
Note que se∂f(x;µ)
∂µe maior que zero, entao os zeros ξk = ξk(µ) de y(x;µ) sao funcoes
decrescentes de µ.
Demonstracao. Sejam
y′′(x;µ) + f(x;µ)y(x;µ) = 0 (3.14)
y′′(x;µ+ ε) + f(x;µ+ ε)y(x;µ+ ε) = 0. (3.15)
37
Em que ξk(µ) e raiz da equacao (3.14) e ξk(µ+ ε) e raiz da equacao (3.15).
Por hipotese temos que∂f(x;µ)
∂µ< 0, isto e, f(x;µ) e decrescente em relacao a µ.
Portanto, f(x;µ) > f(x;µ+ ε).Temos por hipotese tambem que y(a, µ) = 0 ou lim
x→a+W (y, Y, x) = 0.
Assim, estamos nas hipoteses do Corolario 3.1 e podemos concluir que ξk(µ + ε) < ξk(µ),para k = 1, ..., n.
Portanto, ξk(µ) e decrescente.
�
Teorema 3.3. [11] Sejam y(x) e Y (x) solucoes nao triviais das equacoes:
y′′(x) + f(x)y(x) = 0 (3.16)
Y ”(x) + F (x)Y (x) = 0, (3.17)
e sejam x1, x2, ..., xn, X1, X2, ..., Xn zeros de y(x) e Y (x), respectivamente, no intervalo (a, b).Suponha que f(x) ≤ F (x) e f(x)6≡F (x) em (a, xn) e que y(a) = 0 ou lim
x→a+W (y, Y, x) = 0.
Entao, Xk < xk, com k = 1, 2, ..., n.
Observacao 3.1. Podemos supor que y(x) possui n zeros em (a, b) e que Y (x) possui n zerosem (a, c) com c ≤ b.
Demonstracao. Sejam x1 < x2 < ... < xn e X1 < X2 < ... < Xn zeros de y(x) e Y (x)respectivamente. Aplicando o Teorema 3.2 no intervalo (a, x1), temos a < X1 < x1 e aplicandoo Teorema 3.1 em cada intervalo (xk, xk+1), k = 1, ..., n− 1, segue que xk < Xk+1 < xk+1.
Note que na hipotese podemos ter f(x) < F (x) desde que f(x)6≡F (x), em cada intervalo[a, x1] e [xk, xk+1], com k = 1, ..., n− 1.
�
Teorema 3.4. [11] Sejam f, F ∈ C(a, b) e y(x) e Y (x) sao solucoes das equacoes diferenciais
y′′(x) + f(x)y(x) = 0 (3.18)
Y ”(x) + F (x)Y (x) = 0, (3.19)
que satisfazem y(a) = 0 ou limx→a+
W (y, Y, x) = 0 ( y(b) = 0 ou limx→b−
W (y, Y, x) = 0) e tambem
possuem zeros distintos em (a, b), onde os zeros de y(x) e os zeros de Y (x) em (a, b) sao,respectivamente, x1 < x2 < ... < xn e X1 < X2 < ... < Xn.
Se existe η ∈ (a, b) tal que f(η) = F (η) e
1. F (x)− f(x) < 0 para x ∈ (a, η) e F (x)− f(x) > 0 para x ∈ (η, b), entao xk < Xk, paratodo k = 1, ..., n.
2. F (x)− f(x) > 0 para x ∈ (a, η) e F (x)− f(x) < 0 para x ∈ (η, b), entao Xk < xk, paratodo k = 1, ..., n.
Demonstracao. Vamos demonstrar o item 1 O item 2 e analogo.Suponha que y(x) tenha m zeros em (a, η) e (n−m) zeros em [η, b), isto e,
a < x1 < x2 < ... < xm < η ≤ xm+1 < ... < xn < b.
O caso em que m = 0, temos que xk < Xk pelo teorema anterior.
38
E no caso em que m = n, temos que xk < Xk, cujo resultado tambem decorre do teoremaanterior.
Vamos analisar o caso em que 1 < m < n.
Caso em que xk ∈ (a, η), com k = 1, ...,m:
Suponha, por absurdo, que para 1 ≤ j ≤ m, temos Xj < xj. Por hipotese temos queF (x) < f(x) para x ∈ (a, xj) e y(a) = 0 ou lim
x→a+W (y, Y, x) = 0; pelo Teorema 3.3, temos que
xj < Xj, para todo k = 1, ..., n. Absurdo.Entao, Xk > xk, para todo k = 1, ..., n.
Caso em que xk ∈ (η, b), com k = m+ 1, ..., n:
Note que f(x) < F (x) com x ∈ (xm+1, b) pois y(b) = 0 ou limx→b−
W (y, Y, x) = 0.
Pelo teorema anterior, xk < Xk, para todo k = m+ 1, ..., n.�
Proposicao 3.1 ([9], pagina 40). Seja y(x; τ) solucao da equacao diferencial
y′′(x; τ) + f(x; τ)y(x; τ) = 0
onde a derivada e em relacao a variavel x e f(x; τ) ∈ C[(a(τ), b(τ))x(c, d)] que depende con-tinuamente do parametro τ e possui zeros distintos xk(τ) ∈ (a(τ), b(τ)). Dados τ1, τ2 ∈ (c, d),suponhamos
limx−→a(τ1)
{y′(x; τ1)y
(x− γ2γ1
; τ2
)−[y′(x− γ2γ1
; τ2
)y(x; τ1)
]}= 0, (3.20)
onde a derivada refere-se a x e
γ1 :=b(τ1)− a(τ1)
b(τ2)− a(τ2)
γ2 := b(τ1)−b(τ1)− a(τ1)
b(τ2)− a(τ2)b(τ2)
= a(τ1)−b(τ1)− a(τ1)
b(τ2)− a(τ2)a(τ2).
• Se∂f(x; τ)
∂τ+∂f(x; τ)
∂x< 0 para x ∈ (a(τ), b(τ)) e b′(τ)− a′(τ) < 0 para τ ∈ (c, d), entao
b(τ)− xk(τ) e decrescente para τ , para k = 1, ..., n.
• Se∂f(x; τ)
∂τ+∂f(x; τ)
∂x> 0 para x ∈ (a(τ), b(τ)) e b′(τ)− a′(τ) > 0 para τ ∈ (c, d), entao
b(τ)− xk(τ) e crescente para τ , para k = 1, ..., n.
Observacao 3.2. A condicao do limite da Proposicao 3.1,
limx−→a(τ1)
{y′(x; τ1)y
(x− γ2γ1
; τ2
)−[y′(x− γ2γ1
; τ2
)y(x; τ1)
]}= 0
e equivalente ao limite
lim
{y′(x; τ1)y(z; τ2)−
y′(z; τ2)
γ1y(x; τ2)
}= 0 (3.21)
para x −→ a(τ1) e z −→ a(τ2).
39
Corolario 3.3 ([9], pagina 41). Seja
y”(x; τ) + f(x; τ)y(x; τ) = 0
uma famılia de equacoes diferenciais que satisfazem as condicoes da Proposicao 3.1.
• Se∂f(x; τ)
∂τ+∂f(x; τ)
∂x< 0 para x ∈ (a(τ), b(τ)) e b′(τ)− a′(τ) < 0 para τ ∈ (c, d), entao
xk(τ) e decrescente para τ , para k = 1, ..., n.
• Se∂f(x; τ)
∂τ+∂f(x; τ)
∂x> 0 para x ∈ (a(τ), b(τ)) e b′(τ)− a′(τ) > 0 para τ ∈ (c, d), entao
xk(τ) e crescente para τ , para k = 1, ..., n.
3.2 Forma Integral do Teorema de Sturm Liouville
Teorema 3.5. [11]Seja y(x; τ) solucao para a equacao
y′′(x; τ) + f(x; τ)y(x; τ) = 0, (3.22)
onde x ∈ (a, b) e τ ∈ (c, d), e seja f(x; τ) continuamente diferenciavel em relacao a todas as
variaveis e∂f(x; τ)
∂τe uma funcao integravel em (a, b). A solucao y(x; τ) e tambem suave com
respeito a x e τ .Suponha que os zeros de y sao distintos, e cada zero ξk(τ) e uma funcao suave em relacao
ao parametro τ .
1. Se a solucao satisfizer y(a; τ) = 0 ou y′(a; τ) = 0, onde a ultima derivada e com respeitoa primeira variavel, entao
[∂y(x; τ)
∂x
∣∣∣∣x=ξ
]2ξ′(τ) = −
∫ ξ
a
∂f(x; τ)
∂τ[y(x; τ)]2 dx. (3.23)
2. Se a solucao satisfizer y(b; τ) = 0 ou y′(b; τ) = 0, onde a ultima derivada e com respeitoa primeira variavel, entao
[∂y(x; τ)
∂x
∣∣∣∣x=ξ
]2ξ′(τ) = −
∫ ξ
a
∂f(x; τ)
∂τ[y(x; τ)]2 dx. (3.24)
Demonstracao. Derivando a equacao (3.22) em relacao ao parametro τ , obtemos
∂
∂τ
∂2 y(x; τ)
∂x2+ y(x; τ)
∂
∂τf(x; τ) + f(x; τ)
∂
∂τy(x; τ) = 0. (3.25)
Se multiplicarmos (3.22) por∂
∂τy(x; τ), temos,
∂
∂τy(x; τ)
∂2 y(x; τ)
∂x2+
∂
∂τy(x; τ) f(x; τ)y(x; τ) = 0. (3.26)
40
Multiplicando (3.25) por −y(x; τ), temos
− y(x; τ)∂3 y(x; τ)
∂τ∂x2− y(x; τ)y(x; τ)
∂
∂τf(x; τ)− y(x; τ)f(x; τ)
∂
∂τy(x; τ) = 0. (3.27)
Somando (3.26) com (3.27):
∂
∂τy(x; τ)
∂3 y(x; τ)
∂x2− y(x; τ)
∂2 y(x; τ)
∂τ∂x2− [y(x; τ)]2
∂
∂τf(x; τ) = 0 (3.28)
⇒ ∂
∂τy(x; τ)
∂2 y(x; τ)
∂x2− y(x; τ)
∂3 y(x; τ)
∂τ∂x2= [y(x; τ)]2
∂
∂τf(x; τ) (3.29)
⇒ ∂
∂x
[∂y(x; τ)
∂τ
∂y(x; τ)
∂x− y(x; τ)
∂y(x; τ)
∂τ∂x
]= [y(x; τ)]2
∂
∂τf(x; τ). (3.30)
Integrando com relacao a x, de a ate ξ:[∂y(x; τ)
∂τ
∂y(x; τ)
∂x− y(x; τ)
∂y(x; τ)
∂τ∂x
] ∣∣∣∣x=ξx=a
=
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂
∂τf(x; τ)dx.
Por hipotese, y(ξ; τ) = 0 e y(a; τ) = 0 ou y′(a; τ) = 0, entao(∂y(ξ; τ)
∂τ
∂y(ξ; τ)
∂x− y(ξ; τ)
∂y(ξ; τ)
∂τ∂x
)−(∂y(a; τ)
∂τ
∂y(a; τ)
∂x− y(a; τ)
∂y(a; τ)
∂τdx
)=∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx,
ou seja,(∂y(ξ; τ)
∂τ
∂y(ξ; τ)
∂x
)−(∂y(a; τ)
∂τ
∂y(a; τ)
∂x− y(a; τ)
∂y(a; τ)
∂τ∂x
)=
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx.
(3.31)
Por hipotese temos y(a; τ)∂y(a; τ)
∂x= 0. Se derivarmos em relacao a τ , temos
∂y(a; τ)
∂τ
∂y(a; τ)
∂x+ y(a)
∂2y(a; τ)
∂x∂τ= 0, (3.32)
isto e,
y(a)∂2y(a; τ)
∂x∂τ= −∂y(a; τ)
∂τ
∂y(a; τ)
∂x. (3.33)
Como y(ξ; τ) = 0, segue que
∂y(ξ; τ)
∂xξ′(τ) +
∂y(ξ; τ)
∂τ= 0 (3.34)
∂y(ξ; τ)
∂τ= −∂y(ξ; τ)
∂xξ′(τ). (3.35)
Substituindo (3.33) em (3.31), temos(∂y(ξ; τ)
∂τ
∂y(ξ; τ)
∂x
)−(−y(a; τ)
∂y(a; τ)
∂τdx− y(a; τ)
∂y(a; τ)
∂τ∂x
)=
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx(
∂y(ξ; τ)
∂τ
∂y(ξ; τ)
∂x
)+ 2y(a; τ)
∂y(a; τ)
∂τ∂x=
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx.
41
Se y(a) = 0 ou∂y(a; τ)
∂x= 0,
(∂y(ξ; τ)
∂τ
∂y(ξ; τ)
∂x
)=
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx.
Substituindo (3.35), temos
(−dy(ξ; τ)
dxξ′(τ)
∂y(ξ; τ)
∂x
)=
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx
⇒(∂y(ξ; τ)
∂x
)2
ξ′(τ) = −∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx
⇒
[∂y(x; τ)
∂x
∣∣∣∣x=ξ
]2ξ′(τ) = −
∫ ξ
a
[y(x; τ)]2∂f(x; τ)
∂τdx.
�
Capıtulo 4
Aplicacoes dos Teoremas de SturmLiouville
Neste capıtulo temos como principal motivacao o estudo do comportamento dos zeros po-sitivos de Gegenbauer, que sao funcoes estritamente decrescentes. Em 1984, A. Laforgia, con-jecturou que as funcoes λxn,k(λ) sao crescentes para λ > 0. Durante um perıodo de 25 anosvarias contribuicoes foram feitas para esse estudo.
Os teoremas e conjecturas abaixo retratam esses 25 anos de estudo do comportamento doszeros de Gegenbauer.
Em 1985, em [8], A. Laforgia conjecturou o primeiro resultado, que garantia que as funcoesλ xn,k(λ) sao funcoes crescentes de λ, para λ > 0. No mesmo artigo, ele garante que paraλ ∈ (0, 1) as funcoes λ xnk(λ) sao crescentes em λ.
Em 1986, Ahmed, Muldoon e Spigler trazem em [1], um refinamento para o teorema acima,onde √
λ+2n2 + 1
2(n+ 1)xn,k(λ)
sao estritamente crescente para λ ∈ (−1/2, 3/2], com xn,k zeros de Gegenbauer.R. A.Askey sugeriu que a funcao f nao dependeria de n, f(λ) =
√λ+ 1. Esta sugestao foi
conjecturada por M.E.H Ismail [6] em 1989, onde√λ+ 1xn,k e crescente em λ e
λ > −1/2. Neste mesmo ano, E.K. Ifantis e P.D.Siafarikas, em [4], provaram a conjecturafeita por Ismail [6], usando tecnica de funcao analıtica. D.K.Dimitrov [2], em 1996, provouesta mesma conjectura para um n suficientemente grande e este mesmo teorema, usando ummetodo diferente.
Em [2], temos o seguinte resultado:Resultado 1Seja λ > −1/2. Entao,
• para todo n par,√λ+ 1 xn,k(λ) e funcao crescente de λ;
• para todo n ≥ 3 ımpar,√λ+ 2 xn,k(λ) e funcao crescente de λ;
Elbert e Siafarikas, [7], em 1999, provou que
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2xn,k(λ) sao funcoes crescentes
em λ > −1/2, onde xn,k(λ) sao zeros de Gegenbauer.Em 2002, se encerrou a discussao sobre a escolha da funcao
√λ+ cn onde
√λ+ cn xn,k(λ)
seja uma funcao estritamente crescente de λ com λ > −1/2.Em [3], A. Elbert e A. Laforgia determinaram uma formula assintotica para os zeros de
Gegenbauer
42
43
Resultado 2
Dados n ∈ N, n ≥ 2, e k = 1, ..., [n/2] e sejam xn,k zeros do n-esimo polinomio de Gegenbauerem ordem decrescente, entao:
xn,k = hn,kλ−1/2 − hn,k
8(2n− 1 + 2h2n,k)λ
−3/2
+ hn,k
(12n2 − 12n+ 1
128+
5n− 2
24h2n,k +
5
96h4n,k
)λ−5/2 +O(λ−7/2), λ −→∞.
Pela formula acima, concluımos que
limλ−→∞
√λ+ cn xn,k(λ) = hn,k
para qualquer constante cn. Podemos concluir tambem que as expressoes fn(λ) xn,k, onde
fn(λ) =
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2, sao estritamente crescentes e convergem para os respectivos zeros do
n-esimo Polinomio de Hermite.
Nosso questionamento agora e para quais sequencias constantes {cn}, {dn} e {en} a expressao
√λ+ cn xn,k(λ) +
dnλ+ cn
e estritamente decrescente, onde xn,k(λ) sao zeros de Gegenbauer.
Nesta dissertacao apresentaremos a solucao dos dois resultados descritos abaixo:
Teorema 4.1. [7] Sejam n ∈ N, n ≥ 2 e k = 1, ..., [n/2]. Entao as quantidades
fn(λ)xn,k(λ), (4.1)
onde fn(λ) =
√λ+
2n2 + 1
2 + 4n, sao crescentes de λ, para λ ∈ (−1/2,∞). Alem disso,
limλ−→∞
√λ+ cn xn,k(λ) = hn,k.
Teorema 4.2. [9] Dados n ∈ N, n ≥ 2 e k = 1, ..., [n/2], sejam xnk(λ) os zeros positivos don-esimo polinomio de Gegenbauer. Entao as quantidades
fn(λ)xn,k(λ) +dn
gn(λ), (4.2)
onde gn(λ) = f 2n(λ) e dn =
3 + 2n
2 + 4n
(n2 + 3n+ 2
1 + 2n
)3/2
sao decrescentes de λ, para
λ ∈ (−1/2, 3/2].
Alem disso,
limλ−→∞
[√λ+ cn +
dnλ+ en
]= hn,k.
44
4.1 Prova do Teorema 4.1
Para provar o Teorema 4.1, vamos utilizar o Corolario 3.2. Para isso precisamos encontraruma funcao que satisfaz uma equacao diferencial de Sturm Liouville e na Secao 2.3 vimos quea funcao u(x;λ) = (1− x2)λ2+ 1
4 P λn (x) e solucao para a equacao diferencial de Sturm Liouville.
Sejad2u(x;λ)
dx2+ Λn(x;λ)u(x;λ) = 0 (4.3)
uma equacao diferencial, onde
Λn(x;λ) =(n+ λ)2
(1− x2)+
(−λ2 + λ+ 12) + x2
4
(1− x2)2com x ∈ (0, 1). (4.4)
Para o nosso proposito, consideremos a transformacao t = fnx na equacao acima. Assim, afuncao
U(t;λ) = u
(t
fn;λ
)=
(1−
(t
fn
)2)λ
2+ 1
4
P λn
(t
fn
), (4.5)
e solucao da equacao diferencial de Sturm Liouville
d2U(t;λ)
dt2+ Λn(t;λ)U(t;λ) = 0, (4.6)
e t ∈ (0, fn) onde,
Λn(t, λ) = (fn)−2 Λ
(t
fn;λ
)=
1
f 2n(λ)
[(n+ λ)2
1− t2/f 2n
+(−λ2 + λ+ 1
2) + t2/(4f 2
n)
(1− t2/f 2n)2
]
=(n+ λ)2
f 2n − t2
+f 2n(−λ2 + λ+ 1
2) + t2
4f2n
(f 2n − t2)2
. (4.7)
O Corolario 3.2 nos garante que se∂Λn∂λ
< 0 e limt−→0+
W (U(t;λj), U(t;λk), t) = 0, entao os
zeros da solucao da equacao diferencial (4.6) sao funcoes crescentes do parametro λj, λk .Para demonstrarmos este teorema, vamos verificar:
1. limt−→0+
W (U(t;λj), U(t;λk), t) = 0,
2.∂Λn∂λ
< 0.
Prova de 1
Seja
Un(t;λ) =
(1−
(t
fn
)2)λ
2+ 1
4
P λn
(t
fn
).
45
Derivando Un(t;λ) em relacao a t, temos:
U ′n(t;λ) = −2
(λ
2+
1
4
)(1−
(t
fn
)2)λ/2−3/2(
t
fn
)P λn
(t
fn
).
Sabemos que:
limW (U(t;λj), U(t;λk), t) = lim(U(t;λj)U′(t;λk)− U ′(t;λj)U(t;λk)).
Fazendo Un(t;λj)U′n(t;λk), temos:
(1−
(t
fn
)2)λ
2+ 1
4
P λn
(t
fn
)−2
(λk2
+1
4
)(1−
(t
fn
)2)λ/2−3/2(
t
fn
)P λn
(t
fn
) .O limite quando t −→ 0+ e igual a zero.Note que
limUn(t;λk)U′n(t;λj) = 0,
quando t −→ 0+.Assim,
lim[Un(t;λj)U′n(t;λk)− Un(t;λk)U
′n(t;λj)] = 0,
com t −→ 0+.
Prova de 2
Derivando Λn com relacao a λ, temos:
∂Λ(t;λ)
∂λ=
1
(f 2n − t2)4
{[2(n+λ)(f 2
n−t2)+2(n+λ)2fnf′n+(1−2λ)f 2
n+2(−λ2+λ+1
2)fnf
′n](f 2
n−t2)2
− 4fnf′n(f 2
n − t2)[(n+ λ)2(f 2n − t2) + (−λ2 + λ+
1
2)f 2n +
t2
4
}= (f 2
n− t2)−3{f 4n(2n+ 1) + 2t4(n+λ) + t2fnf
′n[2(n+λ)2− 1 + 2λ2− 2λ] + t2f 2
n(−4n− 2λ− 1)
+ f 3nf′n(−2(n+ λ)2 − 2(
1
2+ λ− λ2)− fnf ′nt2}. (4.8)
Para que∂Λ(t;λ)
∂λseja negativa, e necessario que encontremos uma fn para tornar a
afirmacao verdadeira.Dividindo (4.8) por f 4
n temos:
(f 2n − t2)−3
{(2n+ 1) + 2
t4
f 4n
(n+ λ) +t2
f 2n
f ′nfn
[2(n+ λ)2 − 1 + 2λ2 − 2λ] +t2
f 2n
(−4n− 2λ− 1)
+f ′nfn
(−2(n+ λ)2 − 2(1
2+ λ− λ2)− t2
f 2n
f ′nfn
}. (4.9)
46
Fazendo u = t2
f2n, onde u ∈ (0, 1), pois t ∈ (0, fn), obtemos
(t2 − f 2n)−3
{− (2n+ 1)− 2u2(n+ λ)− uf
′n
fn[2(n+ λ)2 − 1 + 2λ2 − 2λ]− u(−4n− 2λ− 1)
− f ′nfn
(−2(n+ λ)2 − 2(1
2+ λ− λ2)) + u
f ′nfn
}. (4.10)
Assim,
∂Λ(t;λ)
∂λ≤ 0⇐⇒
{− (2n+1)−2u2(n+λ)−uf
′n
fn[2(n+λ)2−1+2λ2−2λ]−u(−4n−2λ−1)
− f ′nfn
(−2(n+ λ)2 − 2(1
2+ λ− λ2)) + u
f ′nfn
}> 0.
Determinemos fn, para que a afirmacao acima seja valida:
f ′nfn
[−2u(n2+2nλ+2λ2−1−λ)+2n2+4nλ+4λ2+1+2λ
]≥ (2n+1)+2(n+λ)u2−u(2λ+4n+1).
Logo,
f ′nfn≥ (2n+ 1) + 2(n+ λ)u2 − u(2λ+ 4n+ 1)[− 2u(n2 + 2nλ+ 2λ2 − 1− λ) + 2n2 + 4nλ+ 4λ2 + 1 + 2λ
] .Tomando a = 2n+ 1, b = 2(n+λ), A = 2n2 + 4nλ+ 2λ+ 1 e B = 2(n2 + 2nλ+ 2λ2− 1 +λ),
temos:
f ′nfn≥ a+ bu2 − u(a+ b)
A− uB= F (u). (4.11)
Podemos escrever (4.11) comof ′nfn≥ F (u) e para que, seja valida, e necessario e suficiente
quef ′nfn≥ sup
0<u<1F (u). Podemos mostrar que sup
0<u<1F (u) = F (0), isto e,
a+ bu2 − u(a+ b)
A− uB≤ a
A.
Vamos mostrar que A−Bu e uma funcao decrescente.Note que B ≤ 0:
B = 2[(n+ λ)2 + λ2 − λ− 1].
Definindo r(λ) = λ2 − λ− 1, entao
r′(λ) = 2λ− 1.
Assim, r′(λ) = 0 se e somente se λ =1
2.
Como r
(1
2
)= −5
4e r(λ) ≥≥ r(1/2).
Segue que
2[(n+ λ)2 + λ2 − λ− 1] ≤ 2
[(n+ λ)2 − 5
4
].
Observe que
B > 0⇔ (n+ λ)2 >5
4⇔ n+ λ >
√5
2
47
A afirmacao acima e verdadeira, pois n ≥ 2 e λ ≥ −12. Logo, n+λ > 2− 1
2= 3
2=√92>√52.
Temos queA
Be raiz de A−Bu. E necessario que
A
B≥ 1 pois 0 < u < 1.
Assim,A ≥ B ⇔ 4λ2 − 4λ− 3 ≤ 0.
A inequacao e negativa se −12< λ ≤ 3
2, ou seja, A ≥ B ⇔ −1
2< λ ≤ 3
2.
Observe que b ≥ 0, pois n ≥ 2 e λ ≥ −12.
Sejas(u) = a+ bu2 − u(a+ b). (4.12)
Resolvendo esta equacao de segundo grau (4.12) , temos que
u =(a+ b)± |a− b|
2b⇒{u1 = a
bu2 = 1 se a ≥ b ⇒ λ ≥ 1
2
u1 = 1 u2 = abse b ≥ a ⇒ λ ≤ 1
2.
Temos dois casos, onde a ≥ b e b ≥ a:1o Caso: Se a ≤ b.
λ ≥ 1
2⇒ a
b< 1⇒ F (0) =
a
A≥ F (u).
2o Caso: Se a ≥ b.
λ ≤ 1
2⇒ a
b> 1⇒ F (0) =
a
A≥ F (u).
Assim, concluımos quef ′nfn≥ a
A.
Agora conseguimos determinar a funcao f para que∂Λ(t;λ)
∂λ≤ 0.
Como
ln|f | =
∫2n+ 1
2n2 + 4nλ+ 2λ+ 1dλ
=
∫2n+ 1
2n2 + 1 + 2λ(2n+ 1)dλ
=
∫1
2(2n+ 1)
2n+ 1
λ+2n2 + 1
2(2n+ 1)
dλ
=1
2ln
∣∣∣∣λ+2n2 + 1
2(2n+ 1)
∣∣∣∣.Entao, a menos de um fator constante, temos
fn(λ) =
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2. (4.13)
Portanto,∂Λ(t;λ)
∂λ≤ 0 se fn(λ) =
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2, com λ ∈ (−1/2, 3/2].
Provamos parcialmente o Teorema 4.1, ou seja, provamos o resultado apenas paraλ ∈ (−1/2, 3/2].
Afim de estender o resultado para todo λ ∈ (−1/2,∞), aplicaremos a Forma Integral doTeorema de Sturm Liouville, mais especificamente, o Teorema 3.5.
Seja tn,k = fn(λ)xn,k(λ), com fn(λ) definida em (4.13).
48
Temos que tn,k = fn(λ)xn,k(λ) e (4.5) sao solucoes para a Equacao Diferencial de SturmLiouville (4.6).
Fazendo t2 = τ e ϕ(λ) = f 2n(λ), temos
R(τ ;ϕ(λ), λ) = Λ(√τ ;λ) =
(n+ λ)2
ϕ(λ)− τ+
(12
+ λ− λ2)ϕ(λ) + τ
4
(ϕ(λ)− τ)2.
Note que U(0;λ)U ′(0;λ) = 0. Assim, podemos aplicar o Teorema da Forma Integral de
Sturm. Para isso, calcularemos a derivada de R(τ ;ϕ(λ), λ) = Λ(τ ;λ).
dR(τ ;ϕ(λ), τ)
dλ=
{[2(n+ λ)(ϕ− τ) + (n+ λ)2ϕ′ + ϕ′
(1
2+ λ− λ2
)+ ϕ(1− 2λ)
](ϕ− τ)2−[
(n+ λ)2(ϕ− τ) + ϕ
(1
2+ λ− λ2
)+τ
4
]2(ϕ− τ)ϕ′
}(ϕ− τ)−4
=
[2ϕ2(n+λ)−2ϕ(n+λ)+(n+λ)2ϕ+ϕ
(1
2+λ−λ2
)+ϕ(1−2λ)−2ϕτ(n+λ)+2τ 2(n+λ)−
τ(n+λ)2−τ(
1
2+λ−λ2
)−τϕ(1−2λ)−2ϕ(m+λ)2+2τ(n+λ)2−2ϕ
(1
2+λ−λ2
)− τ
2
](ϕ−τ)−3
=
{2
(n+ λ
)τ 2 + τ
[(n+ λ
)2
− 1− λ− λ2 − ϕ(
4n+ 1 + 2λ
)]−
ϕ
[(n+ λ
)2
+1
2+ λ− λ2 + ϕ2
(1− 2n
)]}(ϕ− τ)−3
=
{2
(n+ λ
)τ 2 + τ
[(n+ λ
)2
− 1− λ− λ2 − ϕ(
4n+ 1 + 2λ
)]−
ϕ
[(n+ λ
)2
+1
2+ λ− λ2 + ϕ2
(1− 2n
)]}(ϕ− τ)−3. (4.14)
Tomamos
A = 2(n+ λ) (4.15)
B = [(n+ λ)2 − 1− λ− λ2 − ϕ(4n+ 1 + 2λ)] (4.16)
C = ϕ
[(n+ λ
)2
+1
2+ λ− λ2
]+ ϕ2
(1− 2n
), (4.17)
em (4.14).Segue pela definicao de ϕ que C = 0.De fato.
C =
(λ+
2n2 + 1
4n+ 2
)[(n+ λ)2 +
1
2+ λ− λ2
]+
(2n2 + 1
4n+ 2
)2
(1− 2n)
= n2λ+λ
2+ (2n2 + 1)
(−λ
2
)= 0
49
Assim,dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλ=Aτ 2 +Bτ
(ϕ− τ)3, onde A > 0, ϕ > 0 e B < 0.
Analisando quando Aτ 2 +Bτ e igual a zero, temos:
Aτ 2 +Bτ = 0⇔ τ0 =−BA
ou τ1 = 0. (4.18)
Vamos dividir em dois casos, onde −BA≥ ϕ e ϕ ≥ −B
A. Para isto, vamos fazer o estudo do
sinal quando −BA≥ ϕ e quando ϕ ≥ −B
A.
− [(n+ λ)2 − 1− λ− λ2 − ϕ(4n+ 1 + 2λ)]
2(n+ λ)≥ ϕ
⇒ (4n+ 2λ+ 1)ϕ− λ2 + λ+ 1− (n+ λ)2 ≥ 2ϕ(n+ λ)
⇒ −λ2 + λ+ 1− (n2 + 2nλ+ λ2) ≥(λ+
2n2 + 1
4n+ 2
)(−2n− 1)
⇒ −λ2 + λ+ 1− n2 − 2nλ− λ2 + (2n+ 1)λ+2n2 + 1
2≥ 0
⇒ −2λ2 + 2λ+ 32≥ 0.
Assim,
−2λ2 + 2λ+ 32
= 0⇔ λ =−2± 4
−4−2λ2 + 2λ+ 3
2= 0⇔ λ = −1
2ou λ = 3
2.
Portanto, se −BA≥ ϕ, entao λ ∈
(−1
2, 32
]e se ϕ ≥ −B
A, entao λ ≥ 3
2.
Faremos o estudo do sinal dedR
dλ:
dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλ=
< 0 para 0 < τ < ϕ(λ), se λ ∈
(−1
2, 32
]< 0 para 0 < τ < τ0, se λ > 3
2
> 0 para τ0 < τ < ϕ(λ), se λ > 32.
(4.19)
Seja tn,k(λ) = fn(λ)xnk(λ) um zero positivo de U(t, λ) = 0 e U(t;λ) solucao de
d2U(t)
dt2+ Λ(t;λ)U(t) = 0
com U(0) = 0 ou U ′(0) = 0. Entao, pelo Teorema 3.5, temos que tn,k(λ) e diferenciavel.
Assim, o sinal dedtn,k(λ)
dλe determinado por (3.23).
Seja,
φ(tn,k(λ)) = −∫ tn,k(λ)
0
dR(λ;ϕ(λ), t2)
dλ[U(λ; t)]2 dt,
com 0 < tn,k(λ) < fn(λ).
Note que φ(tn,k(λ)) e positiva, pois por (4.19),dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλe negativa se λ ∈
(−1
2, 32
]e
U2(λ, t) > 0, para todo λ.Concluımos que φ(tn,k(λ)) > 0 para λ ∈
(−1
2, 32
].
Para λ > 32, φ(tn,k(λ)) tambem e positiva,pois, se tn,k ∈ (0,
√τ0), temos que
dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλ< 0,
50
entao φ(tn,k(λ)) > 0 e crescente.
Se tn,k(λ) ∈ (√τ0, fn(λ)) entao
dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλ> 0 e portanto φ(tn,k(λ)) decresce.
Observe que para tn,k =√τ0, φ(tn,k(λ)) atinge o seu maximo.
Portanto, φ(tn,k(λ)) e positiva com tn,k(λ) ∈ (0, fn(λ)).
Afirmacao: A funcao φ(tn,k(λ)), definida acima, e positiva em 0 < c < fn(λ) eφ(0) = φ(fn(λ)) = 0.
Vamos mostrar que φ(0) = φ(fn(λ)) = 0. Para isso, demonstraremos que∫ fn(λ)
0
dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλU2(t, λ)dt = 0,
ou seja,∫ fn(λ)
0
dR(τ ;ϕ(λ), λ)
dλU2(t, λ)dt =
∫ 1
0
Aϕ(λ)x4 +Bx2
ϕ2(λ)(1− x2)3(1− x2)λ+
12 [P λ
n (x)]2 fn(λ) dx
=
∫ 1
0
Aϕ(λ)x4 +Bx2
f 3n(λ)(1− x2)3
(1− x2)λ+12 [P λ
n (x)]2 dx = 0 (4.20)
Seja Iν = Iν(n, λ) definido por
Iν(n, λ) =
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν−
12 [P λ
n (x)]2 dx, com λ > ν − 1
2, e ν ∈ {0, 1, 2}. (4.21)
Se tomarmos ν = 0, temos
I0(n, λ) =
∫ 1
−1(1− x2)λ−
12 [P λ
n (x)]2 dx (4.22)
= 〈P λn , P
λn 〉. (4.23)
Substituindo (2.28) na igualdade acima, temos:
I0(n, λ) =
(Γ(λ+ 1
2)Γ(n+ 2λ)
Γ(2λ)Γ(n+ λ+ 12)
)2
〈P (λ− 12,λ− 1
2)
n (x), P(λ− 1
2,λ− 1
2)
n (x)〉
=
(Γ(λ+ 1
2)Γ(n+ 2λ)
Γ(2λ)Γ(n+ λ+ 12)
)22λ−1/2+λ−1/2+1 Γ(λ− 1/2 + n+ 1) Γ(λ− 1/2 + n+ 1)
(2λ− 1 + 2n+ 1) n! Γ(2λ− 1 + n+ 1)
= 22λ
(Γ(λ+ 1
2)Γ(n+ 2λ)
Γ(2λ)Γ(n+ λ+ 12)
)2Γ(λ+ 1/2 + n) Γ(λ+ 1/2 + n)
(2λ+ 2n) n! Γ(2λ+ n)
=22λ
n!
(Γ(λ+ 1/2))2 Γ(n+ 2λ)
2(λ+ n)(Γ(2λ))2
=Γ(n+ 2λ)
(λ+ n)n!
22λ−1 (Γ(n+ 1/2))2
(Γ(2λ))2. (4.24)
Por uma propriedade da Funcao Gama,Γ(x+ 1/2)
Γ(2x)=
√π
22x−1 Γ(x).
Concluımos que
I0(n, λ) = 22λ−1 Γ(n+ 2λ)
(λ+ n)n!
( √π
22λ−1 Γ(λ)
)2
=21−2λ Γ(n+ 2λ) π
n!(n+ λ) Γ(λ)2. (4.25)
51
Calcularemos I1(n, λ) e I2(n, λ).Seja
Iν =
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν−(1/2)[Pn(x)λ]2dx e Iν−1 =
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν+(1/2)[Pn(x)λ]2dx.
Assim,
(2λ− 2ν + 1)(Iν − Iν−1) = (2λ− 2ν + 1)
(∫ 1
−1(Pn(x)λ)2 [(1− x2)λ−ν−(1/2) − (1− x2)λ−ν+(1/2)]
)dx
= (2λ− 2ν + 1)
∫ 1
−1(Pn(x)λ)2
(1− x2)λ
(1− x2)ν
(1
(1− x2)1/2− (1− x2)1/2
)dx
= (2λ− 2ν + 1)
∫ 1
−1(Pn(x)λ)2 (1− x2)λ−nu−(1/2) x2 dx
= 2(λ− ν − 1/2)
∫ 1
−1(Pn(x)λ)2 (1− x2)λ−ν−(1/2) x2 dx
= −∫ 1
−1[(1− x2)λ−ν−(1/2)]′ x (Pn(x)λ)2 dx
= 2(λ− ν − 1/2)
∫ 1
−1(Pn(x)λ)2 (1− x2)λ−ν−(1/2) x2 dx
= −∫ 1
−1[(1− x2)λ−ν+(1/2)]′ x (Pn(x)λ)2 dx.
Derivando por partes, onde u = x(P λn (x))2 e dv = −[(1− x2)λ−ν+(1/2)]′ dx, temos
= [−x(P λn (x))2(1− x2)λ−ν+(1/2)]1−1 +
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν+(1/2) [(P λ
n (x))2 + 2xP λn (x)(P λ
n (x))′]dx
=
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν+(1/2) ((P λ
n (x))2dx+ 2
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν+(1/2) x P λ
n (x)(P λn (x))′dx.
Portanto,
(2λ− 2ν + 1)(Iν − Iν−1) = Iν−1 + 2
∫ 1
−1(1− x2)λ−ν+(1/2) x P λ
n (x)(P λn (x))′dx. (4.26)
Como o polinomio x[P λn (x)]′ = nxn+ ... e um polinomio de grau n, podemos escreve-lo como
combinacao linear de {1, x, ..., xn−1, Pn} ou de {P0, P1, ..., Pn}. Entao,
x[P λn (x)]′ = nPn(x) +
n−1∑i=0
cixi. (4.27)
Substituindo (4.27) em (4.26) e tomando ν = 1, temos
(2λ− 1)(I1 − I0) = I0 + 2
∫ 1
−1(1− x2)λ−(1/2) P λ
n (x)
(nPn(x) +
n−1∑i=0
cixi
)dx.
Observe que, pela relacao de ortogonalidade,∫ 1
−1(1− x2)λ−(1/2) P λ
n (x)
(n−1∑i=0
cixi
)dx = 0.
52
Entao,
(2λ− 1)(I1 − I0) = I0 + 2n
∫ 1
−1(1− x2)λ−(1/2) (P λ
n (x))2 dx.
Por, (4.25),
(2λ− 1)(I1 − I0) = I0 + 2nI0
(2λ− 1)I1 = (2λ− 1)I0 + I0 + 2nI0
(2λ− 1)I1 = 2(λ− n)I0 para λ > −1
2. (4.28)
Sabemos que os Polinomios de Gegenbauer satisfazem a equacao diferencial de segundaordem (2.34). Se tomarmos y = P λ
n (x), temos:
(1− x2)(P λn (x))′′ − (2λ+ 1)x (P λ
n (x))′ + n(n+ 2λ)P λn (x) = 0.
Multiplicando a equacao acima por (1− x2)λ−3/2P λn (x), obtemos
(1− x2)(1− x2)λ−3/2P λn (x)(P λ
n (x))′′ − (2λ+ 1) (1− x2)λ−3/2 x P λn (x) (P λ
n (x))′
+ n(n+ 2λ)(1− x2)λ−3/2(P λn (x))2 = 0.
Integrando em [−1, 1],temos
∫ 1
−1(1− x2)(1− x2)λ−3/2P λ
n (x)(P λn (x))′′dx−
∫ 1
−1(2λ+ 1) (1− x2)λ−3/2 x P λn (x) (P λ
n (x))′ dx
+∫ 1
−1 n(n+ 2λ)(1− x2)λ−3/2(P λn (x))2 dx = 0
(2λ+ 1)∫ 1
−1(1− x2)λ−3/2 x P λ
n (x) (P λn (x))′ dx =
∫ 1
−1(1− x2)(1− x2)λ−3/2P λ
n (x)(P λn (x))′′dx
+∫ 1
−1 n(n+ 2λ)(1− x2)λ−3/2(P λn (x))2 dx
(2λ+ 1)∫ 1
−1(1− x2)λ−3/2 x P λ
n (x) (P λn (x))′ dx = n(n+ 2λ)I1
+∫ 1
−1(1− x2)λ−1/2P λ
n (x)(P λn (x))′′dx.
Pelo Teorema 1.3, temos∫ 1
−1(1− x2)λ−1/2P λ
n (x)(P λn (x))′′dx = 0. (4.29)
Entao,
(2λ+ 1)
∫ 1
−1(1− x2)λ−3/2 x P λ
n (x) (P λn (x))′ dx = n(n+ 2λ)I1. (4.30)
De (4.26) para ν = 2, temos
(2λ− 3)(I2 − I1) = I1 + 2
∫ 1
−1(1− x2)λ−3/2 x P λ
n (x) (P λn (x))′ dx
2λ− 3
2I2 −
2λ− 2
2I1 =
∫ 1
−1(1− x2)λ−3/2 x P λ
n (x) (P λn (x))′ dx. (4.31)
53
Substituindo (4.31) em (4.30), obtemos
(2λ+ 1)
[2λ− 3
2I2 − (λ− 1) I1
]= (n2 + 2nλ) I1
(2λ+ 1) (2λ− 3)
2I2 = I1 (n2 + 2nλ+ 2λ2 − 2λ+ λ− 1)
(λ+ 1/2) (λ− 3/2) I2 = [(n+ λ)2 + λ2 − λ− 1] I1. (4.32)
Agora podemos calcular (4.20). Para isso vamos substituir A e B, como determinados em(4.15) e (4.16),
∫ 1
0
Aϕx4 +Bx2
(1− x2)3(1− x2)λ+
12 [P λ
n (x)]2 dx =
∫ 1
0
{2(n+ λ)ϕ(λ)x4 − (4n+ 2λ+ 1)ϕ(λ)x2
(1− x2)3
+λ2x2 − λ2x2 − x2 + (n+ λ)2x2
(1− x2)3(1− x2)λ+1/2[P λ
n (x)]2 dx
}
=
∫ 1
0
[ϕ[2(n+ λ)(1− x2)2 + (1− 2λ)(1− x2)]
(1− x2)3
− [(n+ λ)2 + λ2 − λ− 1](1− x2)(1− x2)3
+(2λ2 − 2λ− 3/2)
(1− x2)3
](1− x2)λ+1/2[P λ
n (x)]2 dx
= ϕ
∫ 1
0
2(n+ λ)(1− x2)λ−1/2[P λn (x)]2 dx+ ϕ
∫ 1
0
(2λ2 − 2λ− 3/2)(1− x2)λ−3/2[P λn (x)]2dx
−∫ 1
0
[(n+λ)2+λ2−λ−1](1−x2)λ−3/2[P λn (x)]2dx+
∫ 1
0
(2λ2−2λ−3/2)(1−x2)λ−5/2[P λn (x)]2dx.
Por (4.21), (4.28), (4.32), temos
∫ 1
0
Aϕx4 +Bx2
(1− x2)3(1−x2)λ+
12 [P λ
n (x)]2 dx = 2ϕ(n+λ)I0+ϕ(1−2λ)I1−[(n+λ)2+λ2−λ+1]I1+
(2λ2 − 2λ− 3/2)I2
= ϕ[2(n+ λ) I0 + (1− 2λ) I1]− [(n+ λ)2 + λ2 − λ− 1] I1 + 2 I2 (λ+ 1/2) (λ− 3/2) = 0.
Concluımos assim que φ(0) = φ(f(λ)) = 0.
Portanto, tn,k(λ) = fn(λ)xn,k(λ) e uma funcao crescente de λ para λ ∈ (−1/2,+∞).
4.2 Prova do Teorema 4.2
Para provar o Teorema 4.2, utilizaremos o Corolario 3.3. Para isso precisamos encontraruma funcao, cujos zeros sao as quantidades (4.2), que satisfaz uma Equacao Diferencial deSturm Liouville da forma de (4.6).
Usamos a transformacao
z = fn(λ)x+dngn⇔ x =
(z
fn(λ)− dngn(λ) fn(λ)
),
54
em (4.3), onde,
fn(λ) =
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2, (4.33)
dngn(λ)
=
3 + 2n
2 + 4n
(n2 + 3n+ 2
1 + 2n
)3/2
λ+2n2 + 1
4n+ 2
. (4.34)
Dessa forma, a funcao
Un(z;λ) =
[1−
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)2]λ/2+1/4
P λn
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)(4.35)
e solucao da Equacao Diferencial de Sturm Liouville,
d2
dz2U(z;λ) + Λn(x;λ)U(z;λ) = 0 (4.36)
com
Λn(z;λ) =(n+ λ)2
f 2n(λ)− (z − (dn/gn(λ)))2
+(−λ2 + λ+ 1/2)f 2
n(λ) + (z − (dn/gn(λ)))2/4
(f 2n(λ)− (z − (dn/gn(λ)))2)2
= f−2n (λ) Λ
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ);λ
). (4.37)
Observe que os zeros de U(z;λ) sao zn,k(λ) = fn(λ)xn,k +dn
gn(λ).
Para aplicar o Corolario 3.3, precisamos mostrar que:
1. Quando zk −→ (dn/gn(λk)) e zj −→ (dn/gn(λj)), tem-se
limUn(zj;λj)U′n(zk;λk)− limUn(zk;λk)U
′n(zj;λj) = 0;
2.∂Λ(z;λ)
∂λ> 0;
3.∂Λ
∂z(z;λ) =
1
f 3(λ)
∂Λ(x;λ)
∂x> 0;
4. f ′(λ) > 0;
5.
[dn
gn(λ)
]′+ f ′(λ) < 0.
Prova de 1
Derivando Un(z;λ) em relacao a z, temos
U ′n(z;λ) = −2
(λ
2+
1
4
)[1−
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)2]λ/2−3/4(
z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)P λn
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)
+
[1−
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)2]λ/2+1/4
d
dzP λn
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)
55
=
[1−
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)2]λ/2−3/4[(1−
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)2)d
dzP λn
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)− 2
(λ
2+
1
4
)(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)P λn
(z − (dn/gn(λ))
fn(λ)
)].
Assim,
Un(zj;λj)U′n(zk;λk) =
[1−
(zj − (dn/gn(λj))
fn(λj)
)2]λj/2+1/4
P λjn
(zj − (dn/gn)(λj)
fn(λj)
){[
1−(zk − (dn/gn(λk))
fn(λk)
)2](λk/2)−3/4[(1−(zk − (dn/gn(λk))
fn(λk)
)2)d
dzP λkn
(zk − (dn/gn(λk))
fn(λk)
)− 2
(λk2
+1
4
)(zk − (dn/gn(λk))
fn(λk)
)P λkn
(zk − (dn/gn(λk))
fn(λk)
)]}.
O limite quando zj −→ (dn/gn)(λj) e zk −→ (dn/gn(λk)) e igual a zero. De fato:
limUn(zj;λj)U′n(zk;λk) = P λj
n (0)d
dz
[P λkn (zk)
] ∣∣zk=0
= 0.
Note que
limUn(zk;λk)U′n(zj;λj) = P λk
n (0)d
dz
[P λjn (zj)
] ∣∣zj=0
= 0,
quando zk −→ (dn/gn(λk)) e zj −→ (dn/gn(λj)).Assim,
limUn(zj;λj)U′n(zk;λk)− limUn(zk;λk)U
′n(zj;λj) = 0.
Prova de 2
Consideremos fn(λ) = fn, (dn/gn(λ)) = (dn/gn) e∂(dn/gn(λ))
∂λ=∂(dn/gn)
dλ.
A derivada parcial de Λ(z;λ) em relacao a λ sera:
∂Λ(z;λ)
∂λ=
∂
∂λ
[(n+ λ)2
(f 2n − (z − (dn/gn))2)
]+
∂
∂λ
[(−λ2 + λ+ 1/2)f 2
n + (z − (dn/gn))2/4
(f 2n − (z − (dn/gn))2)2
].
Para facilitar a compreensao, vamos dividir a derivada acima em duas partes:
Parte I
∂
∂λ
[(n+ λ)2
(f 2n − (z − (dn/gn))2)
]=
1
(f 2n − (z − (dn/gn))2)2
{2(n+ λ)(f 2
n − (z − (dn/gn))2)
− 2(n+ λ)2fnf′n − 2(n+ λ)2
[2(z − (dn/gn))
(− ∂(dn/gn)
dλ
)]}
=1
(f 2n − (z − (dn/gn))2)2
{2(n+ λ)f 2
n − 2(n+ λ)(z − (dn/gn))2
− 2(n+ λ)2fnf′n + 4(n+ λ)2(z − (dn/gn))
(∂(dn/gn)
dλ
)}. (4.38)
56
Parte II
∂
∂λ
[(−λ2 + λ+ 1/2)f 2
n + (z − (dn/gn))2/4
(f 2n − (z − (dn/gn))2)2
]=
1
(f 2n − (z − (dn/gn))2)4
{[(−2λ+ 1)f 2
n
+ 2(−λ2 + λ+ 1/2)fnf′n −
[∂(dn/gn)
dλ(z − (dn/gn))
]/2](f 2
n − (z − (dn/gn))2)2
−2[(−λ2+λ+1/2)f 2n+(z−(dn/gn))2/4][f 2
n−(z−(dn/gn))2][2fnf′n+2
∂(dn/gn)
dλ(z−(dn/gn))]
}.
(4.39)
Somando (4.38) e (4.39),
1
(f 2n − (z − (dn/gn))2)3
{2(f 2
n − (z − (dn/gn))2)(n+ λ)f 2n
− 2(f 2n − (z − (dn/gn))2)(n+ λ)(z − (dn/gn))2 − 2fnf
′n(n+ λ)2(f 2
n − (z − (dn/gn))2)
− 2(n+ λ)2(z − (dn/gn))
(f 2n − (z − (dn/gn))2
)∂(dn/gn)
dλ+ (−2λ+ 1)f 2
n(f 2n − (z − (dn/gn))2)
+ 2fnf′n(−λ2 + λ+ 1/2)−
(∂(dn/gn)
dλ(z − q)(f 2
n − (z − (dn/gn))2)
)/2
− 4
(fnf
′n + (z − (dn/gn))
∂(dn/gn)
dλ
)[(−λ2 + λ+ 1/2)f 2
n + (z − (dn/gn))2/4]
}Simplificando e agrupando termos semelhantes, temos
1
(f 2n − (z − (dn/gn))2)3
{2(n+ λ)f 4
n − 2(n+ λ)f 2n(z − (dn/gn))2 − 2(n+ λ)(z − (dn/gn))2f 2
n
+ 2(n+ λ)(z − (dn/gn))4 − 2f 3nf′n(n+ λ)2 + 2fnf
′n(n+ λ)2(z − (dn/gn))2
− 2(n+ λ)2f 2n(z − (dn/gn))
∂(dn/gn)
dλ+ 2(n+ λ)2(z − (dn/gn))3
∂(dn/gn)
dλ+ (−2λ+ 1)f 4
n
− (−2λ+ 1)f 2n(z − (dn/gn))2 + 2f 3
nf′n(−λ2 + λ+ 1/2)− 2fnf
′n(−λ2 + λ+ 1/2)(z − (dn/gn))2
− ∂(dn/gn)
dλ(f 2n(z− q))/2∂(dn/gn)
dλ(z− (dn/gn))3/2−4f 3
nf′n(−λ2 +λ+ 1/2)−fnf ′n(z− (dn/gn))2
− 4(−λ2 + λ+ 1/2)f 2n(z − (dn/gn))
∂(dn/gn)
dλ− (z − (dn/gn))3
∂(dn/gn)
dλ
}. (4.40)
Vamos escrever o numerador de (4.40) como:
An(z − (dn/gn))4 +Bn(z − (dn/gn))3 + Cn(z − (dn/gn))2 +Dn(z − (dn/gn)) + En(f 2n − (z − (dn/gn))2)3
(4.41)
onde,
An = An(λ) = 2(n+ λ); (4.42)
Bn = Bn(λ) =∂(dn/gn)
dλ(2(n+ λ)2 − 1/2); (4.43)
Cn = Cn(λ) = −4(n+ λ)f 2n + 2fnf
′n(n+ λ)2 − (−2λ+ 1)f 2
n
−2fnf′n(−λ2 + λ+ 1/2)− fnf ′n; (4.44)
57
Dn = Dn(λ) =∂(dn/gn)
dλf 2n(−2(n+ λ)2 − 1/2− 4f(−λ2 + λ+ 1/2)); (4.45)
En = En(λ) = 2(n+ λ)f 4n − 2f 3
nf′n(n+ λ)2 + (−2λ+ 1)f 4
n − 2f 3nf′n(−λ2 + λ+ 1/2).
Vamos escolher fn tal que anula En, isto e, de forma que En = 0
2(n+ λ)f 4n − 2f 3
nf′n(n+ λ)2 + (−2λ+ 1)f 4
n − 2f 3nf′n(−λ2 + λ+ 1/2) = 0⇔
f 3n((2n+ 1)fn + f ′n(−2n− 4nλ− 2λ− 1)) = 0
⇔ (2n+ 1)fn + f ′n(−2n− 4nλ− 2λ− 1) = 0
⇔ f ′nfn
=(2n+ 1)
(2n+ 4nλ+ 2λ+ 1)
⇔∫f ′nfndλ =
∫(2n+ 1)
(2n+ 4nλ+ 2λ+ 1)dλ
⇔ ln|fn| = ln|√
1 + 2n2 + (2 + 4n)λ|
⇔ fn =√
2 + 4n
√λ+
1 + 2n2
2 + 4n.
Tomando fn =
√λ+
1 + 2n2
2 + 4ne substituindo em Cn e Dn, temos:
An = 2(n+ λ); (4.46)
Bn =∂(dn/gn)
dλ(2(n+ λ)2 − 1/2); (4.47)
Cn =−3− 8n− 4n3 − 6λ− 12nλ− 12n2λ
2 + 4n; (4.48)
Dn = −∂(dn/gn)
dλ
[λ+
1 + 2n2
4n+ 2
] [2(n2 + 2nλ+ λ2)− 4λ4 + 4λ+
5
2
]= −∂(dn/gn)
dλ
[λ+
1 + 2n2
4n+ 2
]1
2
[−4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5
]= 2
∂(dn/gn)
dλ
[λ+ f 2(0)
](λ− δ+)(λ− δ−), (4.49)
com
δ+ =2(n+ 1) +
√8n2 + 8n+ 9
2(4.50)
δ− =2(n+ 1)−
√8n2 + 8n+ 9
2. (4.51)
Note que
• An e positivo;
• Bn e negativo.
De fato:
58
∂(dn/gn)
dλ= −
[(3 + 2n
2 + 4n
)(n2 + 3n+ 2
1 + 2n
)3/2](
λ1 + 2n2
2 + 4n
)−2< 0
1
2− 2(n+ λ)2 < −1,
para n ≥ 2 e λ > −1/2.
• Cn e negativo para n ≥ 2 e λ > −1/2 ;
• Dn e positivo no intervalo λ ∈ (−1/2, 23/2]. De fato:
Como ja vimos,∂(dn/gn(λ))
∂λ< 0, portanto, −∂(dn/gn(λ))
∂λ> 0
Temos que λ+ f 2(0) > 0⇔ λ > −f 2(0). E como f 2(0) > 0, entao −f 2(0) < 0.
Temos tambem que −f 2(0) < −1/2,
−f 2(0) < −1/2 ⇔ −2n2 + 1
4n+ 2< −1
2
⇔ 2n2 + 1
4n+ 2>
1
2
⇔ 4n2 − 4n > 0
⇔ n > 1.
Portanto, −f 2(0) < −1/2, para todo n ≥ 2.
Basta estudarmos o sinal de −4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5. Determinaremos o intervaloonde −4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5 e positiva.
Observe que δ− < 0, para todo n e δ− < −1/2
√8n2 + 8n+ 9 =
√4n2 + 4n2 + 8n+ 4n− 4n+ 9
=√
(4n2 + 12n+ 9) + 4n(n− 1)
=√
(2n+ 3)2 + 4n(n− 1) > 2n+ 3.
Assim:
−√
8n2 + 8n+ 9 < −2n− 3
2n+ 2−√
8n2 + 8n+ 9 < −1
2n+ 2−√
8n2 + 8n+ 9
2< −1
2.
δ+ e crescente para n ≥ 2, pois
δ′+(n) = 1 +2 + 4n√
9 + 8n+ 8n2> 0. (4.52)
Portanto, δ′+(2) < δ′+(n), para todo n ≥ 2 e δ′+(2) = 23/2.
Podemos concluir que Dn(λ) > 0, com λ ∈ (−1/2, 23/2).
59
Sejam An, Bn, Cn e Dn dados por (4.46), (4.47), (4.48) e (4.49), respectivamente.
Vamos definir,
Qn(z;λ) := An(λ)(z − (dn/gn))3 +Bn(λ)(z − (dn/gn))2 +Cn(λ)(z − (dn/gn)) +Dn(λ). (4.53)
Pela Regra de Sinais de Descartes, Qn(z;λ) possui dois zeros reais no intervalo ((dn/gn(λ)),+∞))ou nenhum zero neste intervalo, pois Qn(z;λ) tem duas mudancas de sinais se λ ∈ (−1/2, 23/2).
Se tomarmos z = (dn/gn) com λ ∈ (−1/2, 23/2), temos que Qn((dn/gn);λ) = Dn > 0.
Derivando Qn(z;λ) em relacao a z, temos:
Q′n(z;λ) = 3An(λ)(z − (dn/gn))2 + 2Bn(λ)(z − (dn/gn)) + Cn(λ). (4.54)
E Q′n(z;λ) possui um zero maior que (dn/gn(λ)) pois ha uma mudanca de sinal.
Por outro lado,
Qn((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) > 0 (4.55)
Q′n((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) < 0. (4.56)
Verificaremos que, de fato, (4.55) e positiva para algum intervalo.
Qn((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) = 2(λ+ n)f 3n −
∂(dn/gn)
dλf 2n
[12− 2(n+ λ)2
]− 3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 12nλ+ 12n2λ
2(1 + 2n)fn − f 2
n
∂(dn/gn)
dλ
−4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5
2
= fn
{2(λ+ n)f 2
n − fn∂(dn/gn)
dλ
[1
2− 2(n+ λ)2 +
−4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5
2
]− 3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 12nλ+ 12n2λ
2(1 + 2n)
}.
Como fn(λ) > 0 entao para Qn((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) ser maior que zero e necessario que
2(λ+ n)f 2n −
∂(dn/gn)
dλfn
[1
2− 2(n+ λ)2 +
−4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5
2
]− 3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 12nλ+ 12n2λ
2(1 + 2n)> 0. (4.57)
60
Basta determinar o intervalo que (4.57) e maior que zero:
− fn∂(dn/gn)
dλ
[1
2− 2(n+ λ)2 +
−4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 5
2
]>
3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 12nλ+ 12n2λ
2(1 + 2n)− 2(λ+ n)λ− 2(λ+ n)
2n2 + 1
4n+ 2
− fn∂(dn/gn)
dλ
[−4λ2 + 8λ(n+ 1) + 4n2 + 6− 4(n+ λ)2
2
]>
3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 12nλ+ 12n2λ− 2(λ+ n)(2n2 + 1)− 4(1 + 2n)(λ+ n)λ
2(1 + 2n)
− fn∂(dn/gn)
dλ
(−8λ2 + 8λ+ 6
2
)>
1
2
(3(2n+ 1) + 4λ+ 8nλ− 8nλ2 − 4λ2
2n+ 1
)
− fn∂(dn/gn)
dλ
(− 4λ2 + 4λ+ 3
)>
1
2
(3(2n+ 1) + 4λ(2n+ 1)− 4λ2(2n+ 1)
2n+ 1
)
− fn∂(dn/gn)
dλ
(− 4λ2 + 4λ+ 3
)>
1
2
(3 + 4λ− 4λ2
).
Assim,
−∂(dn/gn)
dλfn >
1
2dnf 4n
fn >1
2
dn >f 3n
2,
para λ ∈ (−1/2, 3/2], n ≥ 1.
Determinaremos o intervalo que (4.56) e menor que zero.
Q′n((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) = 6(λ+ n)f 2n − 2
∂(dn/gn)
dλfn
(1
2− 2(n+ λ)2
)− 3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 2nλ+ 12nλ2
2 + 4n.
Temos que Q′n((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) < 0, se e somente se,
6(λ+ n)f 2n − 2fn
∂(dn/gn)
dλ
(1
2− 2(n+ λ)2
)− 3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 2nλ+ 12nλ2
2 + 4n< 0.(4.58)
61
Determinaremos as condicoes para que (4.58) seja valida.
6(λ+ n)f 2n − 2fn
∂(dn/gn)
dλ
(1
2− 2(n+ λ)2
)<
3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 2nλ+ 12nλ2
2 + 4n
−2fn∂(dn/gn)
dλ
(1
2− 2(n+ λ)2
)<
3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 2nλ+ 12nλ2
2 + 4n
− 6(λ+ n)f 2n
−2fn∂(dn/gn)
dλ
(1
2− 2(n+ λ)2
)<
3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 2nλ+ 12nλ2
2 + 4n
− 6(λ+ n)
(λ+
1 + 2n2
2 + 4n
)−fn
∂(dn/gn)
dλ(1− 4(n+ λ)2) <
1
2 + 4n
{3 + 8n+ 4n3 + 6λ+ 2nλ+ 12nλ2
− 6λ(λ+ n)(2 + 4n)− 6(λ+ n)(1 + 2n2)
}
ou seja,
−fn∂(dn/gn)
dλ(1− 4n2 − 8nλ− 4λ2) <
3 + 2n− 8n3 − 24nλ2 − 12λ2 − 24n2λ
2 + 4n
fn∂(dn/gn)
dλ<
3 + 2n− 8n3 − 24nλ2 − 12λ2 − 24n2λ
(2 + 4n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)
−dnf 4n
fn < −−3− 2n+ 8n3 + 24nλ2 + 12λ2 + 24n2λ
(2 + 4n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)
dn > f 3n
−3− 2n+ 8n3 + 24nλ2 + 12λ2 + 24n2λ
(2 + 4n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)
dn >f 3n
2
−3− 2n+ 8n3 + 24nλ2 + 12λ2 + 24n2λ
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2).
Definindo
ρ(λ) =−3− 2n+ 8n3 + 24nλ2 + 12λ2 + 24n2λ
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2), (4.59)
temos
dn >f 3n
2ρ(λ). (4.60)
A funcao ρ(λ) definida acima e uma funcao crescente para λ > −1/2. De fato:
Para mostrarmos que ρ(λ) e crescente para λ > −1/2, mostraremos que ρ′(λ) > 0 paraλ > −1/2.
62
ρ′(λ) =1
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2{(24n2+24λ+48λn)(1+2n)(−1+4n2+8nλ+4λ2)
− [−3 + 8n3 + 24n2λ+ 12λ2 + n(24λ2 − 2)](1 + 2n)(8n+ 8λ)}
=1
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2{(24n2 + 24λ+ 48λn)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)
− [−3 + 8n3 + 24n2λ+ 12λ2 + n(24λ2 − 2)](8n+ 8λ)}
=1
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2{8[(3n2 + 3λ+ 6nλ)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)
− (−3n+ 8n4 + 24n3λ+ 12λ2n− 2n2 + 24n2λ2− 3λ+ 8n3λ+ 24n2λ2 + 12λ3− 2nλ+ 24nλ3)]}
=8n(−n+ 4n3 + 16n2λ+ 12nλ2 + 12nλ+ 12λ2 − 4λ+ 3)
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2
=8n[nλ(12λ− 4) + λ(12λ− 4) + 3(n+ 1) + 4n2(1 + n) + 16nλ(1 + n)− 4n(1 + n)]
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2
=8n(n+ 1)[λ(12λ− 4) + 3 + 4n2 + 16nλ− 4n]
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2
=8n(n+ 1)[12λ2 + 4λ(4n− 1) + (3 + 4n2 − 4n)]
(1 + 2n)(−1 + 4n2 + 8nλ+ 4λ2)2.
Observe que ρ′(λ) = 0, se e somente se, 12λ2 + 4λ(4n− 1) + (3 + 4n2 − 4n) = 0. Assim,
12λ2 + 4λ(4n− 1) + (3 + 4n2 − 4n) = 0 =⇒ λ =−4(4n− 1)±
√64n2 + 64n− 128
24
λ =(1− 4n)± 2
√n2 + n− 2
6.
Temos que
• (1− 4n)± 2√n2 + n− 2
6= −1/2 quando n = 2;
• (1− 4n)± 2√n2 + n− 2
6e uma funcao decrescente. Derivando em relacao a n, temos:
d
dn
((1− 4n)± 2
√n2 + n− 2
6
)=
1
6
(−4
2n+ 1√n2 + n− 2
).
Analisando o sinal da derivada acima:
63
(−4
2n+ 1√n2 + n− 2
)= 0
2n+ 1√n2 + n− 2
= 4
(2n+ 1)2
n2 + n− 2= 16
−12n2 − 12n+ 33 = 0.
Temos que n =1± 2
√3
−2. Assim a derivada sera decrescente para n ≥ 2.
Podemos concluir que a funcao ρ(λ) e crescente para λ > −1/2.Logo,
dn ≥{f 3n
2,f 3n
2ρ(λ);λ ∈ (−1/2, 3/2]
}.
Tomamos
dn = sup
{f 3n
2,f 3n
2ρ(λ);λ ∈ (−1/2, 3/2]
}= ρ(3/2)
(n2 + 1
1 + 2n+
3
2
)3/21
2
=3 + 2n
1 + 2n
(n2 + 3n+ 2
1 + 2n
)3/21
2.
Assim as desigualdades (4.55) e (4.56) sao satisfeitas para
dn =3 + 2n
1 + 2n
(n2 + 3n+ 2
1 + 2n
)3/21
2,
com λ ∈ (1/2, 3/2].Como
Qn(dn/gn(λ);λ) = Dn(λ) > 0
Qn((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) ≥ 0
Q′n((dn/gn(λ)) + fn(λ);λ) ≤ 0,
entao o polinomio (4.53) nao possui zeros no intervalo (dn/gn(λ), (dn/gn(λ)) + fn(λ)).Concluımos assim que
∂Λ(z;λ)
∂λ> 0.
Prova de 3
Para mostrar que
∂Λ
∂z(z;λ) > 0,
basta mostrar que∂Λ(x;λ)
∂x> 0, pois
1
f 3(λ)> 0.
64
Derivando Λn(x;λ) em relacao a x, temos
∂Λn(x;λ)
∂x= −(n+ λ)2(−2x)
(1− x2)2+
(x/2)(1− x2)2 − (−λ2 + λ+ 1/2 + x2/4)(−4x)(1− x2)(1− x2)4
=2x(1− x2)2(n+ λ)2 + (x/2)(1− x2)2 + 4x(−λ2 + λ+ 1/2 + x2/4)(1− x2)
(1− x2)4
=4x(1− x2)(n+ λ)2 + x(1− x2) + 8x(−λ2 + λ+ 1/2 + x2/4)
2(1− x2)3
=(1− x2)(4x(n+ λ)2 + x) + (−8xλ2 + 8xλ+ 4x+ 2x3)
2(1− x2)3
=−x3[4(n+ λ)2 + 1] + x[4(n+ λ)2 + 1]− 8xλ2 + 8xλ+ 4x+ 2x3
2(1− x2)3
=−x3[4(n+ λ)2 − 1] + x[4(n+ λ)2 − 8λ2 + 8λ+ 5]
2(1− x2)3
=−x{x2[4(n+ λ)2 − 1]− [4(n+ λ)2 − 8λ2 + 8λ+ 5]}
2(1− x2)3
=−x{x2[4(n+ λ)2 − 1]− [4(n2 + 2nλ+ λ2)− 8λ2 + 8λ+ 5]}
2(1− x2)3
=−x{x2[4(n+ λ)2 − 1]− [4n2 + 8nλ+ 4λ2 − 8λ2 + 8λ+ 5]}
2(1− x2)3
=−x{x2[4(n+ λ)2 − 1]− 4n2 − 8nλ+ 4λ2 − 8λ− 5}
2(1− x2)3.
Temos que∂Λn(x;λ)
∂x≥ 0, se e somente se, x2[4(n + λ)2 − 1]− 4n2 − 8nλ + 4λ2 − 8λ− 5 ≤ 0
para x ∈ (0, 1), pois,−x
2(1− x2)3< 0, ∀x ∈ (0, 1).
• [4(n+ λ)2 − 1] > 0. De fato.
Como n ≥ 2 e λ ∈ (−1/2, 3/2),
−1
2< λ ≤ 3
2⇒ −2 < 4λ ≤ 6
⇒ 4n− 2 < 4n+ 4λ ≤ 4n+ 6
⇒ 4n− 3 < 4n+ 4λ− 1 ≤ 4n+ 5
⇒ 4(n+ λ)− 1 ≥ 4n− 3 > 0.
• Analisando o sinal de x2[4(n+λ)2−1]−4n2−8nλ+ 4λ2−8λ−5 com relacao a n, temos:
x = ±
√5 + 4n2 + 8nλ− 4λ2
4(n+ λ)2 − 1.
Como x ∈ (0, 1), entao x =
√5 + 4n2 + 8nλ− 4λ2
4(n+ λ)2 − 1≥ 1⇐⇒ λ ∈ (−1/2, 3/2]. De fato:√
5 + 4n2 + 8nλ− 4λ2
4(n+ λ)2 − 1≥ 1
5 + 4n2 + 8nλ− 4λ2 ≥ 4(n+ λ)2 − 1
−8λ2 + 8λ+ 6 ≥ 0
−4λ2 + 4λ+ 3 ≥ 0.
65
Analisando o sinal da inequacao acima, temos:
λ =−4± 8
−8=⇒ λ1 = −1
2e λ2 =
3
2.
Portanto, x2[4(n+ λ)2 − 1]− 4n2 − 8nλ+ 4λ2 − 8λ− 5 < 0 para λ ∈ (−1/2, 3/2).
Concluımos, assim, quedΛn(x;λ)
dx≥ 0, para λ ∈ (−1/2, 3/2).
Portanto, Λn(x;λ) e crescente para x ∈ (0, 1).
Prova de 4
Seja
fn(λ) =
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2, (4.61)
com λ ∈ (−1/2, 3/2].
Derivando fn com relacao a λ, temos:
f ′n(λ) =1
2
√λ+2n2 + 1
4n+ 2
−1 > 0.
Prova de 5
Sejam fn = e (dn/gn(λ)) definidos no Teorema 4.2.
Se derivarmos fn(λ) + (dn/gn(λ)) em relacao a λ, temos:
d(fn(λ) + (dn/qn(λ)))
dλ=
1
2
√λ+
2n2 + 1
4n+ 2
− (3 + 2n)(4n+ 2)
[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]2
(n2 + 3n+ 2
1 + 2n
)3/2
.
(4.62)
Queremos determinar condicoes para qued(fn(λ) + (dn/qn(λ))
dλseja igual a zero. Assim,
desenvolveremos a equacao (4.62).
d(fn(λ) + (dn/qn(λ))
dλ=
√2 + 4n
2√λ(4n+ 2) + (2n2 + 1)
− 2(3 + 2n)(n2 + 2n+ 2)3/2
2[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]2√
2n+ 1
=
√(4n+ 2)(2n+ 1)[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]3/2 − 4(3 + 2n)(n2 + 2n+ 2)3/2
2[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]2√
2n+ 1. (4.63)
Temos que
d(fn(λ) + (dn/qn(λ))
dλ= 0⇔
√4n+ 2
√2n+ 1[λ(4n+2)+(1+2n2)]3/2−4(3+2n)(n2+2n+2)3/2 = 0.
66
Analisaremos a equacao a direita:
√4n+ 2
√2n+ 1[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]3/2 − 4(3 + 2n)(n2 + 2n+ 2)3/2 = 0
(4n+ 2)(2n+ 1)[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]3 = 16(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
2(2n+ 1)2[λ(4n+ 2) + (1 + 2n2)]3 = 16(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(2n+ 1)2[8λ3(2n+ 1)3 + 12λ2(2n+ 1)2(1 + 2n2) + 6λ(2n+ 1)(1 + 2n2)2 + (1 + 2n2)3] =
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
8λ3(2n+ 1)5 + 12λ2(2n+ 1)4(1 + 2n2) + 6λ(2n+ 1)3(1 + 2n2)2 + (1 + 2n2)3(1 + 2n)2 =
= 8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3. (4.64)
Dividindo (4.64) por (1− 2n)5, temos
8λ3+12λ2(1 + 2n2)
(2n+ 1)+12λ2
(1 + 2n2)
(2n+ 1)+6λ
(1 + 2n2)2
(2n+ 1)2+
(1 + 2n2)3
(1 + 2n)3=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(8λ3 + 12λ2 − 12λ2 + 6λ− 6λ+ 1− 1) + 12λ2(1 + 2n2)
(2n+ 1)+ 6λ
(1 + 2n2)2
(2n+ 1)2+
(1 + 2n2)3
(1 + 2n)3
=8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+ 1)3 + (−12λ2 − 6λ− 1) + 12λ2(1 + 2n2)
(2n+ 1)+ 6λ
(1 + 2n2)2
(2n+ 1)2+
(1 + 2n2)3
(1 + 2n)3
=8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+ 1)3 + 12λ3[1 + 2n2 − (1 + 2n)]
1 + 2n+ 6λ
(1 + 2n2)2 − (2n+ 1)2
(2n+ 1)2+
(1 + 2n2)3 − (1 + 2n)3
(1 + 2n)3
=8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+ 1)3 + 12λ32n2 − 2n
1 + 2n+ 6λ
4n4 − 4n
(2n+ 1)2+
8n6 − 8n3 + 12n4 − 6n2 − 6n
(1 + 2n)3
=8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5.
Somando e subtraindo a equacao acima por 4λ
(3(2n2 − 2n)
1 + 2n
)e
3(2n2 − 2n)
1 + 2n, temos
67
(2λ+ 1)3 + 12λ32n2 − 2n
1 + 2n+ 6λ
4n4 − 4n
(2n+ 1)2+
8n6 − 8n3 + 12n4 − 6n2 − 6n
(1 + 2n)3+ 4λ
(3(2n2 − 2n)
1 + 2n
)− 4λ
(3(2n2 − 2n)
1 + 2n
)+
3(2n2 − 2n)
1 + 2n− 3(2n2 − 2n)
1 + 2n=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+ 1)3 + 6
(n2 − n1 + 2n
)(4λ2 + 4λ+ 1) + 2λ
(12n4 − 12n− 6(2n2 − 2n)(1 + 2n)
(1 + 2n)2
)+
8n6 − 8n3 + 12n4 − 6n2 − 6n
(1 + 2n)3− 3(2n2 − 2n)
1 + 2n=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+ 1)3 + 6
(n2 − n1 + 2n
)(2λ+ 1)2 + 2λ
(12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2
)+
8n6 − 8n3 + 12n4 − 6n2 − 6n
(1 + 2n)3
− 3(2n2 − 2n)
1 + 2n=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5.
Somando e subtraindo12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2, na equacao acima, temos
(2λ+ 1)3 + 6
(n2 − n1 + 2n
)(2λ+ 1)2 + 2λ
(12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2
)+
8n6 − 8n3 + 12n4 − 6n2 − 6n
(1 + 2n)3
− 3(2n2 − 2n)
1 + 2n+
12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2− 12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+1)3+6
(n2 − n1 + 2n
)(2λ+1)2+
(12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2
)(2λ+1)+
8n6 − 8n3 + 12n4 − 6n2 − 6n
(1 + 2n)3
− 3(2n2 − 2n)
1 + 2n− 12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(2λ+ 1)3 + 6
(n2 − n1 + 2n
)(2λ+ 1)2 +
(12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2
)(2λ+ 1) +
8n6 − 24n5 + 24n4 − 8n3
(1 + 2n)3
=8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
8(λ+1/2)3+6·4(n2 − n1 + 2n
)(λ+1/2)2+2
(12(n4 + n2 − 2n3)
(1 + 2n)2
)(λ+1/2)+8
(n6 − 3n5 + 3n4 − n3
(1 + 2n)3
)=
8(3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5
(λ+ 1/2)3 + 3
(n2 − n1 + 2n
)(λ+ 1/2)2 + 3
((n2 − n)2
(1 + 2n)2
)(λ+ 1/2) +
((n2 − n)3
(1 + 2n)3
)− (3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5= 0.
68
Tomando,
α1(n) = 1;
α2(n) = 3
(n2 − n1 + 2n
);
α3(n) = 3(n2 − n)2
(1 + 2n)2;
α4(n) =(n2 − n)3
(1 + 2n)3− (3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5.
Observando que α1,α2 e α3 sao termos positivos. Assim para que
α1(n)(λ+ 1/2)3 + α2(n)(λ+ 1/2)2 + α3(n)(λ+ 1/2) + α4(n) = 0, (4.65)
temos que α4(n) < 0.De fato α4(n) < 0:
(n2 − n)3
(1 + 2n)3− (3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3
(1 + 2n)5< 0⇔ (n2 − n)3(1 + 2n)2 < (3 + 2n)2(n2 + 2n+ 2)3.
Simplificando, temos:
−44n7 − 152n6 − 393n5 − 691n4 − 817n3 − 644n2 − 312n− 72 < 0, ∀n.
Portanto, pela Regra de Sinal de Descartes, temos que (4.65) tem uma mudanca de sinal,isto e, (4.65) possui apenas um zero real maior que −1/2. Basta mostrarmos agora que nointervalo (3/2, 9/2), (4.65) muda de sinal.
Fazendo λ = 3/2 em (4.63), temos:
(α1(n)(3/2 + 1/2)3 + α2(n)(3/2 + 1/2)2 + α3(n)(3/2 + 1/2) + α4(n))
(2[3/2(4n+ 2) + (1 + 2n2)]2√
2n+ 1)=
− 8(n+ 1)4(n+ 2)3
(2n+ 1)5√
(2n+ 1)(3(4n+ 1) + (1 + 2n2)2< 0.
Fazendo λ = 9/2 em (4.63), temos
(α1(n)(9/2 + 1/2)3 + α2(n)(9/2 + 1/2)2 + α3(n)(9/2 + 1/2) + α4(n))
(2[9/2(4n+ 2) + (1 + 2n2)]2√
2n+ 1)=
64n7 + 892n6 + 4326n5 + 8097n4 + 7356n3 + 3432n2 + 755n+ 53
(2n+ 1)5√
(2n+ 1)(9(4n+ 1) + (1 + 2n2)2> 0.
Comod
dλ(fn(λ) + (dn/gn(λ)) muda de sinal em (3/2, 9/2) e (4.65) possui somente um zero
maior que −1/2, entao podemos concluir quefn(λ) + (dn/gn(λ))possui apenas um ponto crıticoem (3/2, 9/2) e decrescente em (−1/2, 3/2).
Portanto, as hipoteses do Corolario 3.3 sao satisfeitas.Assim concluımos que os zeros zn,k = xn,kfn(λ) + dn/gn(λ) sao decrescentes para λ ∈
(−1/2, 3/2].
Referencias Bibliograficas
[1] Ahmed S., Muldoon M. E., Spigler R. , Inequalities and numerical bounds for zerosof ultraspherical polynomials, SIAM J. Math. Anal., 17(4):1000-1007,1986.
[2] Dimitrov D.K. , On a conjecture concerning monotocity of zeros of ultrasphericalpolynomials.,J. Approx Theory,85(1):88-97,1998
[3] Elbert A., Laforgia A., Asymptotic formulas for ultraspherical polynomialsP λn (x)
and their zeros for large volues of λ, Proc. Amer. Math. Soc., 114(2):371-377,1992
[4] Ifantis E. K., Siafarikas P. D., Differential inequalities on the greatest zero ofLaguerre and ultraspherical polynomials, Actas del VI Simposium sobre PolinomiosOrtogonales y Aplicaciones, Gijon,97:187-197,1989.
[5] de Andrade E. X. L., Bracciali C. F. e Rafaeli, F. R. , Introducao aosPolinomios Ortogonais, SBMAC, 2012.
[6] Ismail M. E. H., Monotonicity of zeros of ultraspherical polynomials, OrthogonalPolynomials and Their Applications, Lecture Notes in Mathematics, Springer- Verlag,Berlin, 1329:329-330, 1988
[7] Elbert A., Siafarikas, P. D. , Monotonicity Properties of the Zeros of UltrasphericalPolynomials, J. Approx Theory 97 (1999), 31-39
[8] Laforgia, A., Monotonicity propertiens for the zeros of ortogonal polynomials andBessel functions , Orthogonal polynomials and applications (Bar-le-Duc,1984), volume1171 de Lecture Notes in Math, pages 267-277. Springer, Berlin, 1985.
[9] Lun, C. Y. , O Teorema de Comparacao de Sturm e Aplicacoes, Tese Unicamp, 2013.
[10] Rafaeli, F. R. , Teorema de Sturm e Zeros de Polinomios Ortogonais, DissertacaoUNESP, 2007.
[11] Rafaeli, F. R. , Zeros de Polinomios Ortogonais na Reta Real, Tese Unicamp, 2010.
69
70
[12] Szego, G. , Orthogonal Polynomials, vol 23. Amer. Math. Soc., 1975.
Recommended