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Em busca de uma ética cristã para a contemporaneidade Parte I. TEOLOGIA MORAL. Prof.: Carlos Alberto Motta Cunha. INTRODUÇÃO. “ÉTICA” Pergunta pela essência Pergunta pela causa Pergunta pela finalidade. ÉTICA: aspecto filológico. ÉTICA e MORAL - PowerPoint PPT Presentation
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TEOLOGIA MORAL
Em busca de uma ética cristã para a contemporaneidade
Parte I
Prof.: Carlos Alberto Motta Cunha
INTRODUÇÃO
Perguntas fundamentais
Para que serve?
Por quê?
O que é?“ÉTICA”
Pergunta pela essência
Pergunta pela causa
Pergunta pela finalidade
ÉTICA: aspecto filológico
ÉTICA e MORAL
Todas as MORAIS, por mais diversas, nascem de um transfundo comum, que é a ÉTICA.
ÉTICA somente existe no singular, pois pertence à natureza humana, presente em cada pessoa, enquanto MORAL está sempre no plural, porque são as distintas formas de expressão cultural da ÉTICA.
cosmovisão
crenças
valores
comportamento
ÉTICA e MORAL – fronteira tênue
A filologia da palavra “ética” nos serve de orientação para o sentido originário:
hqoV
• eta – “e” pequeno
• Significa “morada”, “casa”
• Não é algo acabado, mas algo a ser sempre feito
• Uma realidade de ordem dos fins – viver bem,
morar bem
eqoV
• epsílon – “e” grande
• Significa “costumes”
• Conjunto de costumes e valores de uma
determinada cultura
ÉTICA: aspecto filosófico
Antes do início da filosofia ocidental, as religiões demonstraram uma preocupação com a retidão da conduta humana
Os filósofos pré-socráticos se envolveram em considerações éticas, mas foi Sócrates (455 a.C.) considerado o “pai” da ética como sistema filosófico. As primeiras escolas éticas se originaram dos discípulos dele.
A filosofia socrática é um divisor de águas na discussão ética a problemática ético-política passa a ser o primeiro plano da discussão como questão urgente da sociedade
ÉTICA: aspecto bíblico
Nos textos bíblicos a diferença não é ressaltada tanto
hqoV como eqoV significam “uso”, “costume”, “modo de vida”
Não há equivalente no hebraico do AT para o termo grego
A forma heb. kemispat é traduzida por ethos (cf. Jz 18.7, 1Rs 18.28) “conforme o costume”, “segundo o modo de”
No NT, a palavra hqoV só aparece em 1Co 15.33. Já a
palavra eqoV aparece 12x 3 em Lc, 7 em At, 1 em Jo e 1 em Hb Variações de significados
ÉTICA: aspecto conceitual
“Filosofia moral, ou a divisão da filosofia que envolve o estudo do modo como devem viver os homens. A ética se
concentra em questões que envolvem o correto e o impróprio, bem como a determinação do bem humano. Se a
moralidade envolve a prática real de viver segundo as próprias crenças, então a ética é o estudo do porquê de
serem essas práticas morais ou imorais”
Stanley Grenz e Jay Smith, in. Dicionário de ética, p.52.
ÉTICA: na interface da Filosofia e Teologia
Âmbito filosófico
Ética é um dos ramos da Filosofia:
1. Metafísica – teorias sobre a natureza da existência
2. Estética – teoria das belas-artes
3. Gnosiologia – teoria do conhecimento
4. Lógica – raciocínio que guia o pensamento
5. Política – conduta ideal do estado
6. Ética – conduta ideal do indivíduo
Âmbito filosóficoO campo da pesquisa ética pode ser dividido em:
1. Ética filosófica – aborda a responsabilidade humana a partir daquilo que pode ser conhecido pela razão natural e no que diz respeito à existência temporal
2. Ética social – o ser humano é um ser social e toda conduta sua tem significado social. Envolve não simplesmente o modo como nos relacionamos com os outros, mas como os grupos se associam, a fim de agirem de modo responsável
3. Ética religiosa – ela pesa as obrigações morais do ser humano à luz de uma “ordem superior”. Ex. ética cristã, ética islâmica, ética judaica, ética espírita e etc.
Âmbito teológicoNa Teologia Cristã, ética é Teologia Moral
1. Ética cristã – o estudo de como os seres humanos devem viver do modo como foram informados pela Revelação (Bíblia e Tradição). É uma busca por descrever como as convicções e os ensinamentos cristãos concernentes a relação entre Deus/mundo/ser humano devem informar a concepção de vida ideal.
2. Na ética cristã o que o ser humano é e o que deve fazer é definido pela relação com Deus
3. A ética cristã deu ao ser humano, pela primeira vez, incluindo os mais oprimidos e explorados, a consciência da sua igualdade
INTERFACES entre teologia e filosofia
• Posturas: interrogativa, pedagógica e
política
• Estudo para dentro e para fora
• Dialética entre ortodoxia e ortopraxia
• Processo intra-histórico,
humanista, comunitário e
solidário
• Ser humano em constante mudança
• Re-significação dos conceitos
Estudo crítico-racional
Duplo movimento
Acento escatológic
o
Acento antropológic
o
INTERFACES entre teologia e filosofia
• Deus não muda, mas a nossa compreensão
sobre Ele muda
• Teologia que dá respostas
• Inculturação da fé
• Postura de encontro
• Abertura• Alteridade
• Reflexão permanente a
partir de situações concretas
Transcendência divina
Relevância temática
Diálogo interdisciplin
ar
Produto de reflexão
CONCLUSÃO
A pesquisa ética é uma atividade dinâmica, refletiva, humana e falível. Nunca se imagina que ela seja exaustiva ou que tudo abranja. Os aspectos da vida mudam com o tempo, de modo que o ser humano deve voltar e pensar, de tempos em tempos, quais são as implicações, para o
presente, das verdades percebidas no passado.
TEOLOGIA MORAL: o mal-estar contemporâneo
Constatações
1. A humanidade se encontra numa situação nova, na qual dúvidas e objeções se difundem
2. Momento de “crise” – “situação-limite”
3. Temos o dever de discernir os “sinais dos tempos”
4. Desafios: buscar novos paradigmas, renovação das metodologias e o estatuto epistemológico
Pergunta fundamental:
O que o cristão tem a dizer sobre os dilemas atuais?
O QUE TEMOS A DIZER? Ecologia
O QUE TEMOS A DIZER?
Estilo de vida
O QUE TEMOS A DIZER?
Questões de gênero
O QUE TEMOS A DIZER?
Injustiça social
O QUE TEMOS A DIZER?
Guerras
O QUE TEMOS A DIZER?
Avanços das ciências
O QUE TEMOS A DIZER?
Política
O QUE TEMOS A DIZER?Religião
CONSIDERAÇÕES Os problemas elencados são apenas SINAIS. Isso significa
que:
1. São consequências oriundas de causas mais profundas
2. São discussões complexas e, por isso, deve-se evitar cair no simplismo e na banalização próprios dos lugares comuns
3. São problemas de ordem ontológica, mais do que problemas morais e estruturais. É preciso ver além do fenômeno!
O que a reflexão filosófico-teológica diz?
TEOLOGIA MORAL
Em busca de uma ética cristã para a contemporaneidade
Parte II
Prof.: Carlos Alberto Motta Cunha
TRANSIÇÃO
• Qual é o momento filosófico?• Modernidade, modernidade tardia ou pós-modernidade?
Aspectos filosóficos
Por que discernir o momento?Porque a proposta é tratar sobre a ética (âmbito filosófico-teológico)
que se inscreve num locus complexo
Emissor / Receptor
mensagem
canalcódigo
referente
A ética contemporânea possui traços da era moderna (XVI-XIX) quando...
1. Reflete a ética antropocêntrica do(a)...1.1 Pensamento cartesiano (R. Descartes)1.2 Lógica newtoniana (I. Newton)1.3 Autonomia kantiana (I. Kant)1.4 Absolutismo hegeliano (Hegel) 1.5 Existencialismo subjetivo de S. Kierkegaard
2. Refigura o(a)...2.5 Existencialismo ateu de Sartre2.6 Pragmatismo de C.S. Pierce2.7 Psicanálise de S. Freud2.8 Socialismo de K. Marx2.9 Positivismo de A. Comte
Somos resultado de todo esse caldo filosófico
ABORDAGENS E ALTERNATIVAS ÉTICAS
1. Teleológicas 1.1 “Telos” – fim, propósito1.2 Ressalta os fins ou resultados éticos das ações
2. Deontológicas2.1 “Deon” – aquilo que é devido2.2 Enfatiza normas éticas ou princípios para a ação ética
Extremos: Farisaísmo para a abordagem deontológica e pragmatismo irresponsável para a
abordagem teleológica
Teleológica
Deontológica
Amar a Deus e ao próximo
Antinomismo Generalismo Situacionismo Absolutismo
não-
conflitante
Absolutismo
ideal
Hierarquismo
Não há
princípios
morais.
Normas éticas
não são
universais, há
exceções.
Os fins
justificam os
meios.
Não há
conflito entre
deveres. Há
uma terceira
alternativa.
Pratica-se o
menor dos
males.
Opta pela
norma ética
mais alta.
exclusão exceção exclusiva escape desculpável isenção
ABORDAGENS E ALTERNATIVAS ÉTICAS: a tradição ética greco-romana
1. Os filósofos gregos forneceram o molde que deu forma à tradição ética ocidental
2. A Grécia foi o berço intelectual não apenas da ética filosófica ocidental, mas também da ética cristã
3. A ética cristã é devedora de duas fontes: grega e judaica
4. A ética grega antiga era teleontológica: “Como conseguir o bem-estar?”
Ética greco-romana
Ética judaica Ética cristã
TRADIÇÃO ÉTICA GRECO-ROMANA
Sócrates: a importância de saber que não se sabe
“[...] Por isso, atraí sobre mim o seu ódio e também o de muitos dos que estavam presentes. No entanto, ao ir embora refleti comigo mesmo que na verdade eu era mais sábio do que aquele homem: de fato, cada um de nós dois corre o risco de não saber absolutamente nada de belo e de bom, mas ele acredita saber alguma
coisa, quando na verdade não sabe; eu, no entanto, não só não sei como não acredito saber. Portanto, parece-me que eu seja mais sábio do que ele justamente
por esta pequena diferença, de que não acredito saber aquilo que não sei [...]”.
Apologia de Sócrates de Platão.
TRADIÇÃO ÉTICA GRECO-ROMANA
Platão: o corpo é o obstáculo para o conhecimento
“[...] Temos assim uma demonstração realista de que, se alguma vez quisermos lançar um olhar límpido sobre alguma coisa, teremos que nos separar do corpo e
contemplar somente por meio da alma as coisas em si mesmas. E apenas em determinado tempo, parece, poderemos ter o que desejamos e afirmamos amar – ou seja, o saber intelectual –, e esse tempo é o tempo da morte, não o da nossa
vida [...]”.
Fédon de Platão.
TRADIÇÃO ÉTICA GRECO-ROMANA
Aristóteles: a virtude está no justo meio
“[...] Antes de tudo, devemos notar que as ações estão sujeitas a se tornar imperfeitas ou por escassez ou por excesso, como podemos ver a propósito da
força e da saúde: de fato, tanto os excessivos quanto os escassos exercícios físicos prejudicam a força, assim como o beber e o comer quando superabundantes ou
insuficientes estragam a saúde, ao passo que a justa proporção a produz, aumenta e preserva [...]”.
Ética a Nicômaco de Aristóteles
TRADIÇÃO ÉTICA GRECO-ROMANA
Diógenes: desprezo por qualquer tipo de prazer
“[...] De qualquer maneira, ele era sem cidade, sem teto, banido da pátria, mendigo, errante, em cotidiana busca de um pedaço de pão. Costumava dizer que opunha à fortuna a coragem, à convenção a natureza, à paixão a razão. Uma vez, quando
tomava sol, Alexandre inesperadamente chegou e disse: ‘Pede-me o que quiseres’. E Diógenes respondeu: ‘Devolva o meu sol’ [...]”.
Trecho do texto de Diógenes Laércio.
TRADIÇÃO ÉTICA GRECO-ROMANA
Epicuro: o objetivo da vida feliz é o prazer
“[...] Portanto, quando dizemos que o prazer é o bem completo e perfeito, não nos referimos aos prazeres dos dissolutos ou dos crápulas, como acreditam alguns que não conhecem, ou não partilham, ou mal interpretam a nossa doutrina, mas sim a
não ter dor no corpo nem inquietação da alma. Posto que não fazem uma vida feliz nem os banquetes e as festas contínuas, nem desfrutar de jovenzinhos e mulheres,
nem peixes e tudo quando oferece uma mesa farta, mas o cálculo judicioso que procure as causas de cada ato de escolha ou de recusa, que afaste as falsas
opiniões das quais nascem as maiores inquietações de espírito [...]”.
Carta a Meneceu
TRADIÇÃO ÉTICA GRECO-ROMANA
Sêneca: a vantagem de ser espontâneo
“[...] Um relevante motivo de preocupação é adotar um comportamento estudado, não se mostrar como se é. É um tormento, de fato, estar sempre se controlando, no
temor de ser apanhado em uma atitude diferente da habitual. E não nos libertaremos nunca das preocupações se acreditarmos que os outros nos julgam
todas as vezes que nos olham. Efetivamente, são muitas as ocasiões que revelam, contra nossa vontade, o que somos verdadeiramente; de qualquer maneira, mesmo quando conseguimos exercer o autocontrole, certamente não é uma vida agradável,
nem tranqüila, a de quem se esconde atrás de uma máscara [...]”.
A tranqülidade da alma
ABORDAGEM E ALTERNATIVAS ÉTICA: ética no Antigo Testamento
Ética judaica
ABORDAGEM E ALTERNATIVAS ÉTICA: ética no Novo Testamento
Ética cristã
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