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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • FEVEREIRO DE 2019 • ANO 6 • Nº 65 • 13.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITAwww.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br
Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT
Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTELCx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.
Maroísa Baio apresenta toda sua inspiração e lucidez em nova abordagem sobre o Sermão da Montanha.
Página 7
Bem-aventuranças
Seriedade com as tarefas. Direitos e Deveres. Como equilibrar?
Ausências, atrasos, compromissos, comprometimento... Veja excelentes abordagens – Páginas 4 e 6
Iniciativas virtuais valorizam a divulgação espírita, investem na cultura e motivam leitor ao conhecimento.Conheça os trabalhos do Jornal de Estudos Espíritas, do Centro Espírita A Caminho da Luz e do Evangelho Virtual.
Páginas 7 e 8
Campinas, Jundiaí e Rio Preto em evidênciaCompacto de entrevista com Mara Gabas, de Catanduva, em notável iniciativa em favor dessa causa.
Página 2
Autismo
Fevereiro de 2019 PÁGINA 2
Editorial
Mês ativo
Fevereiro assinala a funda-ção da Revista Interna-cional de Espiritismo, por
Cairbar Schutel, em 1925. São 94 anos de circulação. Em pouco tempo será centenária, um mar-co para o movimento espírita. Seu fundador deixou extenso legado que tem sido valorizado com vigor.
Agora em fevereiro, nos dias 16 e 17, quatro palestrantes debatem tema ligado a duas obras editadas pela editora que fundou. A edição atual traz importante abordagem sobre comprometimento com a atividade espírita, que muito recomendamos aos leitores.
Nesta mesma página, o leitor pode conhecer traba-lho notável desenvolvido na vizinha Catanduva e voltado aos autistas, numa iniciativa brilhante em que todos igual-mente podemos ajudar.
Desfrute, pois, leitor, da presente edição, que pedimos igualmente distribuir, comentar, estimular sua leitura, pois isso vai ajudar muita gente.
Gradativamente o jornal retorna à tiragem normal. Con-tamos com sua ajuda para que ele continue a circular gratui-tamente. r
Um olhar para o autistaTranscrição parcial de entrevista ainda inédita com Mara Ferreira de Camargo Gabas Pereira
Orson Peter Carraraorsonpeter92@gmail.com
Mara é natural de Ca-tanduva, onde reside, é Bacharel em Direito
e Jornalista. Mãe de uma criança autista, nossa entrevistada juntou forças com outras mães e fundou o PROJETO CORUJAS DO BEM, voltada para esse atendimento. As atividades desenvolvem-se no
Núcleo Educacional Espírita Jo-anna de Ângelis, naquela cidade. Apresentamos trechos parciais do texto integral a ser publicado pela revista eletrônica O Consolador.
1 - Quando e como surgiu o PROJETO CORUJAS DO BEM?
Meu � lho mais novo, Rafael, de 10 anos é autista, e sempre co-
mento dele em meus pro-gramas de rádio. Então pude diagnosticar muitas crianças que estavam em casa sem tratamento.
Ajudava com terapias, mas não eram adequadas.
Surgiu o sonho de ter uma escola de autistas que fosse TOP. E de graça.
Um dia me visitan-do na emissora de rádio, Angelica Cacciari – do Nucleo Joanna de Angelis em Catanduva -, soube de meu sonho, e a escola da sua família, que estava pa-rada no período da tarde, foi a mim doada.
2 - Onde está situado? Pode ser visitado? E quais os dias e horários?
Rua Igarapava, 294, Jardim Alpino em Catan-duva-SP.
Na escola espírita Di-valdo Pereira Franco, atrás do centro espírita Joanna de Angelis.
Pode ser visitado de segunda a sexta das 13 às 17 horas. (...)
6 - De sua experiência materna e também no CORUJAS DO BEM, o que você pode dizer atualmente às mães com � lhos autistas?
É muito difícil. Tem que ter muito amor, paciência e renúncia.
É uma dedicação exclusiva, ensi-nando todos os dias a mesma coisa, e às vezes sem progresso.
Temos de comemorar bastante pequenas melhoras, como uma grande vitória.
Um dia de cada vez. Rafael é não verbal, e depois do
Projeto ele melhorou bastante.Está mais calmo, entendendo
mais às ordens. (...) 8 - Como é o atendimento do
CORUJAS DO BEM? Gratuito? Como é no dia a dia, em termos de carga horária, etc?
É gratuito. Os pais que tem con-dições � nanceiras fazem doações. E fazemos muitas ações para pagar as contas: Rifas, feijoada, eventos, palestras. Temos terapia ocupacional em uma sala sensorial (idealizado pro autismo), fono, psicóloga, � sio-terapia, educador físico, musicotera-pia, aula de culinária, além de toda parte pedagógica. Estivemos nos Estados Unidos, no ano passado visitando algumas escolas de au-tismo, e vimos alguns métodos que pudemos implantar, (a comunicação por � guras para os não verbais). As crianças entram às 13h e saem às 17h e fazem todas essas terapias.
9 - E para quem quiser colaborar, como deve proceder?
Pode entrar em contato comigo ou acessando nosso Facebook ou Instagram.
10 - De suas lembranças na experiência já vivida, qual a mais marcante que gostaria de relatar aos leitores?
Acho que é a solidariedade em geral e o apoio ao Projeto. As pes-soas se sensibilizam com a ideia e nos ajudam, sempre que possível.
11 - Gostaria de algo acrescentar?Que nosso Projeto sirva de ins-
piração pra outras mães de autistas de outras cidades, se juntarem e montar uma escola pra seus � lhos. É muito grati� cante. (...) r Nota de Redação: informações adicio-nais podem ser obtidas com Mara pelo WhatsApp: 17 99776-2208.
Fevereiro de 2019PÁGINA 3
Educando para o futuroAntes de tudo devemos nos educar
Marcus De Mariomarcusdemario@gmail.com
O que devemos fazer para colaborar com a educa-ção das novas gerações
visando o futuro? Temos uma resposta única: devemos nos educar para sermos bons exem-plos e exercermos autoridade moral sobre crianças e jovens. Sem o exercício constante da au-toeducação, desenvolvendo bons hábitos, vivendo de forma ética e colocando em prática as virtudes, podemos fazer todos os sermões, estabelecer todos os castigos, per-der a estrutura emocional e o que mais for, e nada disso educará de forma adequada as novas gerações para adultos, sejam homens e mulheres de bem, protagonistas de uma sociedade menos egoísta e mais solidária.
Lembremos que ao falarmos em novas gerações estamos fa-lando de espíritos com bagagens ulteriores, trazidas de outras encarnações. Nem sempre essa bagagem intelectual e moral é tranquila, elevada, pelo contrário, em muitas crianças observamos a falta de limites, o egoísmo, a indolência, a preguiça, a desor-ganização, a maldade. Trazem tendências que não deixam dúvi-da da necessidade de terem suas más inclinações corrigidas. Mas como fazer a devida correção se não somos bons exemplos? Sa-bemos de um caso em que o pai trata os � lhos como se os mesmos fossem companheiros de copo do botequim da esquina, entre bebidas alcoólicas, palavrões e ou-tros comportamentos e falas não muito agradáveis. O resultado é que os dois � lhos já incorporaram
esse comportamento no trato com as pessoas, sejam familiares ou não.
Já escrevemos da necessida-de do exemplo, de sua força na educação, por isso a necessidade da prática do autoconhecimento que leva à autoeducação, o que levará pais e educadores em geral a estabelecerem de forma natural
a autoridade moral sobre crian-ças e jovens, tão necessitados de limites, de responsabilidades, de saberem se colocar no lugar do outro, a chamada empatia, que tão bem ensinou e exempli� cou o Mestre Jesus no episódio da mulher adúltera, ao não julgá-la, pois era preciso entender as cir-cunstâncias daquele resultado em
sua vida, deliberando igualmente as responsabilidades dos envolvi-dos no caso.
Tanto no lar quanto na escola precisamos desenvolver ativi-dades que levem o educando a saber se colocar no lugar do outro, aprendendo a fazer ao outro so-mente o que gostaria que o outro lhe � zesse.
Em dias de tantas preocu-pações com o desenvolvimento cognitivo, com o domínio das tecnologias, com a preparação pro� ssional, precisamos e deve-mos abrir espaço para a educação da alma, ou do espírito, a começar por nós mesmos, os educadores, pois a eternidade nos aguarda no rol das reencarnações, ou seja, para este mundo, esta sociedade, em nova existência, ainda have-remos de retornar algumas vezes. A geração do futuro que irá nos recepcionar está conosco aqui e agora, precisando de educação. O que estamos fazendo?
Temos esperança de um futu-ro melhor, mas a esperança não é passiva, aguardando benesses divinas pelas quais não estamos trabalhando. A esperança é ativa, é aliada da fé racional, construin-do hoje o amanhã, mesmo que não vejamos com os olhos mate-riais os resultados desse trabalho. Que legado estamos semeando para o futuro das novas gerações e das próximas, onde poderemos estar inseridos?
Com o Espiritismo enten-demos que a prioridade é a educação. Que a educação deve trabalhar o essencial: o desenvol-vimento moral do espírito imor-
tal. Desenvolvido moralmente ele canalizará a inteligência para o bem.
Você terá de nascer de novo, terá de reencarnar, pense nisso! Se não estiver fazendo esfor-ços para sua autoeducação, sua próxima reencarnação poderá significar um recomeço. E se não estiver educando através dos bons exemplos, dos bons hábitos, do exercício da autoridade moral, como serão seus futuros pais? Como estará a sociedade humana que irá lhe abrigar?
Educar para o futuro não tem a ver apenas com o preparo das novas gerações, tem a ver com o preparo da sua próxima encarna-ção e com a realidade da huma-nidade no amanhã, que é nosso dever não apenas idealizar, mas realizar esforços para sua reali-dade, ou seja, uma humanidade ética, solidária, fraterna, em paz, en� m, educada. r
******Para a educação espírita
Novos tempos, nova visão peda-gógica, novas metodologias. Essa é a proposta do Projeto Educação do Espírito, desenvolvido para apli-cação no Centro Espírita. Solicite o projeto gratuitamente enviando e-mail para marcusdemario@gmail.com.
Educação transformadora, ensino humanizado
Esse é o trabalho realizado pelo Instituto Brasileiro de Educação Moral junto aos professores, es-colas e secretarias de educação. Conheça esse trabalho em www.ibemeduca.com.br.
“Em dias de tantas preocupações com o de-senvolvimento cognitivo, com o domínio das tecno-logias, com a preparação profissional, precisamos e devemos abrir espaço para a educação da alma, ou do espírito, a começar por nós mesmos, os edu-cadores, pois a eternidade nos aguarda no rol das reencarnações, ou seja, para este mundo, esta so-ciedade, em nova existên-cia, ainda haveremos de retornar algumas vezes
Fevereiro de 2019 PÁGINA 4
Deveres e direitosOnde está o equilíbrio entre ambos?
Rogério Miguezrogmig55@gmail.com
Em razão do apego aos rebentos da própria carne, institui a propriedade da faixa de solo
em que se lhe encrava a moradia e, atendendo a essa mesma raiz de afe-tividade, traça a si próprio determi-nadas regras de conduta [deveres], para que não imponha aos semelhan-tes ofensas e prejuízos que não deseja receber. [...] Nasce, desse modo, para ele a noção do direito sobre o alicerce das obrigações respeitadas1
Pode-se concluir, desta passa-gem de André Luiz, ter a noção de dever surgido primeiro do que a do direito, pois, quem fala em regras de conduta e obrigações, fala em deveres.
Entretanto, sempre houve uma preocupação exacerbada com os nossos direitos, por acreditarmos na especificação detalhada dos mesmos como solução para en-contrar a harmonia, materializando plenamente a justiça dentro do organismo social. Há mesmo uma expressão muito usada em nossas plagas quando o trabalhador se sente prejudicado nas relações de trabalho com o seu patrão: Vou procurar os meus direitos, ameaça! Expressão esta amiúde também
empregada em diversas situações: nas interações com a prestação de serviços, compras mal resolvidas, e tantas outras.
Nestas horas, no entanto, rara-mente nos perguntamos, quando desejamos avidamente procurar os nossos muitos e bem delineados direitos, se fomos cumpridores de nossos humildes e esquecidos de-veres? Cumprimos com tudo que de nós era esperado, ou será que não observamos obrigações, desres-peitando os direitos alheios, como consequência, descuidando deste modo do outro lado da moeda?
Aliás, falando em moeda, quan-do o próprio Mestre recomendou a sábia máxima aos maliciosos inquiridores fariseus: “a César o que é de César”, ensinou catego-ricamente vir em primeiro lugar o dever de dar ao Imperador o que lhe era de direito.
Os romanos tiveram a iniciativa de estabelecer muitos direitos para a sua sociedade, todavia, não se tem notícia, desde aquela época, de uma organização de estudos voltada apenas para a compreensão do dever. Teremos algum dia tam-bém o curso de Deveres? buscando
igualmente especi� car detalhada-mente as nossas obrigações, nos conscientizando da necessidade imperiosa de antes de buscar com sofreguidão os nossos direitos, observarmos primeiro se os nossos deveres foram cumpridos?
Je sus j á nos apontou a importância do dever cumprido quando nos propôs a Parábola do Bom Samaritano, per-feito cumpridor do próprio dever, ou por outra, superando em muito o esperado, pois não só auxiliou um desconhecido, quanto por ele se responsabilizou após o haver instalado em hospedaria próxima na estrada.
Enquanto não nos conscienti-zarmos de que a vida em socieda-de requer a rigorosa observação do cumprimento de nossos deve-res, antes de nos aventurarmos a procurar os nossos tão bem de-lineados direitos, prepararemos muitos Estatutos, formalizare-mos inúmeras leis, objetivando defender o direito daqueles que por sua posição mais frágil pre-cisam ser defendidos, contudo, nos frustraremos ainda por longo tempo verificando desiludidos
que mesmo estabelecidos os direitos alheios em todas as suas particularidades e minúcias, estes ainda por muito tempo deixarão de ser respeitados.
As leis ainda se destinam àqueles destituídos de justo sentimento e entendimento, não contemplando ser muito mais importante cumprir simplesmente os nossos deveres, ao invés de redigir, criar e lembrar infinitos direitos, porquanto, a noção de Direito não modi� ca a essência humana, a conscientização do Dever sim.
Este tempo chegará à medida de nosso esforço para viver a “Lei do Cristo” e não a “lei de Gérson”: “Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quererí-amos que os outros � zessem por nós”, sendo esta a expressão mais completa da caridade, porque re-sume todos os deveres do homem para com o próximo.
Nesta hora então a máxima: De-ver cumprido, direito esquecido vigerá conosco eternamente. r
1. XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. RJ: FEB, 1959. cap. XI, p.80.
Fevereiro de 2019PÁGINA 5
Fardo O peso que alijarmos indebitamente, deverá ser retomado mais à frente
Rogério Coelhorcoelho47@yahoo.com.br
“O meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” – Jesus. (Mt., 11:30.)
Certa feita Sócrates disse: “se com todos os nossos infortúnios fosse erguido um único monte de onde cada homem tivesse de retirar igual qui-nhão, decerto muitos se contentariam em receber a parte que lá puseram”.
Conta-se que um homem, inconformado com o peso de sua cruz, solicitou das Potestades Ce-lestes que a mesma fosse substitu-ída por outra, mais leve. Foi-lhe, então, franqueada a escolha. Entrou numa sala cheia de cruzes e sele-cionou a que lhe pareceu mais leve e cômoda, e, feliz, saiu a percorrer a estrada da evolução... Ao chegar ao cume de um monte, onde podia divisar o Éden, recebeu a orienta-ção para fazer da cruz que portava uma ponte sobre o precipício que o separava do Paraíso. Qual não foi a sua decepção ao veri� car que a cruz, sendo muito pequena não se prestava ao desiderato. A cruz que ele abandonara é que possuía
a dimensão exata para transpor o abismo! Não teve alternativa senão regressar e pegar a própria cruz exatamente no ponto em que a havia abandonado.
“Tudo nos é lícito fazer, porém, nem tudo nos convém”, já pro-clamava não sem razão Paulo de Tarso, o nobre Apóstolo dos
Gentios. Torna-se necessário não nos descoroçoarmos com os percalços sempre atribulados de nossa existência. Tenhamos fé no nosso Pai Celestial e sigamos
desassombradamente, ainda que a duras penas, os alvitres de nosso destino. O peso que alijamos inde-bitamente fora do tempo, deverá
ser retomado mais à frente, quiçá em situação mais penosa...
Nosso Pai Celestial, em Sua in-� nita bondade e misericórdia, não coloca fardos pesados em ombros fracos e propicia sempre o frio de acordo com o cobertor.
Não podemos vacilar ante os testemunhos necessários, por mais dolorosos que se apresentem. Si-gamos em frente, com absoluta e irrestrita con� ança em Deus e, na mudança sempre constante dos panoramas, haveremos de encon-trar o nosso “Céu” e pela nossa pa-ciência, resignação, esperança e fé, venceremos os últimos obstáculos que nos separam da vera felicidade mediante o � el cumprimento de nossos deveres. r
Aguarde para as próximas edições
o programa e a abertura das
inscrições.Tema central: Unidospelo coração!
Fevereiro de 2019 PÁGINA 6
Seriedade nas tarefas espíritasTema sugere reflexão sobre a abnegação
Alessandro Viana V. de Paulavianapaula@uol.com.br
Inegavelmente, são tempos de transição planetária! Vivemos um período de choque de va-
lores. De um lado existem aqueles que representam o “mal”, consubs-tanciados no ódio, no desânimo, na indiferença, na intolerância, nas paixões primárias etc.
De outro lado temos o “bem”, que se traduz pelo amor, pelo com-prometimento nas causas nobres, pelo perdão, pela fraternidade etc.
O espírita tem consciência deste momento especial que vivemos e das lutas que ocorrem entre “o bem e o mal”, de forma que deve valorizar as abençoadas tarefas que a Casa Espírita lhe proporciona.
Nessas tarefas, tais como, o grupo de estudo, o passe, o aten-dimento fraterno, o trabalho me-diúnico, o serviço voluntário etc., o espírita vai fortalecendo sua fé e seus valores morais, estreitando sintonia com os Espíritos nobres, o que lhe permite enfrentar os desafios existências, nestes tem-pos de transição, em clima de paz e fidelidade ao Evangelho. Cabe ao espírita valorizar es-sas tarefas e perceber o quanto elas são importantes para seu aperfeiçoamento espiritual, por
representarem um “compromisso com o bem”, além de outras que surgem ao longo de nossa exis-tência corporal.
Allan Kardec, o nobre Codi� ca-dor, empreendeu diversas viagens a � m de avaliar o movimento espírita e de poder ser útil aos adeptos, esclarecendo-os e incentivando--os, e fez questão de destacar aos espíritas de Bruxelas e Antuérpia, no ano de 1864, a importância dos adeptos que atuam pela causa com coragem, perseverança, abnegação e desinteresse (Revista Espírita de novembro de 1864).
Nestes tempos atuais, em que notamos, infelizmente, a falta de comprometimento de alguns espíritas com as tarefas assumi-das, vale a pena refletir sobre a virtude da abnegação destacada por Allan Kardec.
Vemos trabalhadores espíritas que chegam atrasados com frequ-ência; que abandonam a tarefa; que estão nas tarefas do passe ou em outras, sem que estejam frequen-tando um grupo de estudo, ou seja, querem servir sem quali� carem-se; que realizam as tarefas de forma rotineira, deixando transparecer a falta de alegria no que execu-
tam; que faltam com frequência, deixando-se serem vencidos pelo cansaço, pelo desânimo ou pela falta de comprometimento.
São diversos os contratempos que podem surgir, mas a maioria deles poderia ser superada com abnegação, vigilância e oração.
Há compromissos familiares, pro� ssionais e de outras ordens que justi� cam, ocasionalmente, a falta à tarefa espírita. Perfeitamente compreensível e, se possível, avisar o dirigente com antecedência, por-que isso revela responsabilidade.
O espírita sabe da in� uência espiritual negativa, ou seja, que há espíritos inferiores que, encon-trando sintonia na desmotivação do trabalhador, o inspirará para as ausências injusti� cadas. Nesta época de transição, nota-se que essa ação espiritual se intensi� ca, a re-comendar maior cautela e atenção do trabalhador espírita.
Claro que há a ação dos nobres benfeitores espirituais, mas a falta de alegria e de comprome-timento com a tarefa dificultará suas ações. Temos que reflexionar sobre a benção de trabalharmos na vinha do Senhor nestes tem-pos difíceis.
Tempos de muitas distrações, consumismos, individualismos, ociosidades e falta de seriedade nos compromissos religiosos e espirituais.
Convém trazer à tona o alerta da benfeitora espiritual Joanna de Ângelis, na obra “O Amor Como Solução”, no capítulo “Seriedade no Compromisso”, através da mediunidade de Divaldo Franco, quando ela diz: “Os compromissos de natureza espiritual devem ser aceitos com alta responsabilidade, pelo signif icado de que se consti-tuem[...]Não se podem assumir obri-gações espirituais com leviandade ou interesses subalternos[...]Convidado ao banquete da Boa Nova que o Espiritismo ora te propicia, prepara a túnica nupcial, a que se refere a palavra do Senhor, a � m de poderes sentar-te à mesa da cerimônia. Cui-da da indumentária dos sentimentos que te revestem o espírito que és, conscientizando-te das graves res-ponsabilidades que te dizem respeito na desincumbência das atividades a que te propões executar.”.
Dessa forma, que possamos refletir sobre a seriedade nas tarefas que assumimos na Casa Espírita, realizando-a sempre com profunda alegria e gratidão, até para que não lamentemos depois, nesta vida ou no mun-do espiritual, as oportunidades abençoadas que desperdiçamos.
Sigamos o exemplo de Allan Kardec, que se dedicou com a� nco e abnegação às tarefas assumidas, superando cansaço, ataques pesso-ais e ao Espiritismo, e outros im-pedimentos, porque a sua sintonia era com o bem e com o Cristo. r
Fevereiro de 2019PÁGINA 7
Bem-aventuranças: exortaçõesBom ânimo, coragem, esperança! Avante!
Maroísa Baio maroisafpb@gmail.com
O Sermão do Monte está registrado, na íntegra, no Evangelho de Mateus
(capítulos 5 a 7), iniciando com as bem-aventuranças (cap. 5:3-11).
Abordadas com frequência nos templos cristãos, por essa razão pouco ou nenhum efeito produzem sobre os ouvintes, habituados aos mesmos comentários, como se nada mais houvesse a acrescentar sobre o tema. Estudiosos se debruçam sobre os textos, procurando destacar seus aspectos culturais e literários.
Não é nosso propósito trazer novidades sobre elas, que merecem sempre atenção e estudos aprofun-dados. O objetivo é procurar, com as possibilidades que o Espiritismo nos oferece, compreender melhor a profundidade dessas palavras de Jesus para que, aos poucos, consiga-mos colocá-las em prática, sempre mais e melhor, em nossa vida!
A primeira questão que se levanta é a seguinte: como pode
alguém considerar-se bem-aven-turado por estar sofrendo? Várias vezes nos deparamos com essa per-gunta em nossos grupos de estudos e pesquisas do Evangelho.
Essa primeira di� culdade na compreensão das bem-aventuran-ças se deve a problemas de tradu-ção dos Evangelhos do hebraico para o grego. Segundo a� rma o Prof. Severino Celestino, em seu livro “O Sermão do Monte”, a pa-lavra utilizada no hebraico, para as bem-aventuranças, é ashrei, cujo signi� cado principal é a marcha, o avançar, o avante do homem na estrada que leva a Deus. Na tradução para o grego, esse termo foi substituído por makárioi, que signi� ca feliz, bem-aventurado. Essa divergência, segundo a� rma o professor, foge muito do sentido original hebraico da palavra que, na verdade, não signi� ca felici-dade, mas sim, o caminho que leva a ela.
Muito antes dessas colocações, no livro “Pão Nosso” (cap. 89), o benfeitor espiritual Emmanuel já se referia às bem-aventuranças como sendo credenciais de acesso à plenitude na vida espiritual, ou seja, um prêmio a ser conquis-tado e não uma condição a ser vivenciada durante a existência terrena. Essa é também a opinião do Prof. Severino:
“Na verdade, Jesus exorta aquela multidão sofrida a seguir adiante, a não desistir, a perseverar, apesar das di� culdades que enfrentavam diante da opressão romana. Isto transforma o Sermão do Monte em um Sermão de Exortações. Coloca aí, Jesus, o bom ânimo, a esperança e a con� ança para os que sofrem, apresentando a condição de se ca-minhar para Deus e, neste caminho ou busca, se conquistar, então, a fe-licidade. A bem-aventurança será, então, uma colheita, uma conse-quência da boa plantação realizada durante a nossa existência.”
Emmanuel destaca também que muitos não aceitam tais exortações pois exigem sacrifícios
de nossa parte, embora este seja o mais consolador dos sermões de Jesus.
Cairbar Schutel, no livro “Pará-bolas e ensinos de Jesus”, apresenta uma síntese dessas exortações:
“Do alto do monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, o Senhor ensinava às multidões os meios de con-quistar com o trabalho por que passavam, o Reino dos Céus. E a todos recomendava resignação na adversidade, mansidão nas lutas da vida, misericórdia no meio da tirania e higiene de coração para que pudessem ver Deus. Nessa au-têntica oração, o Senhor já previa que seriam injuriados e persegui-dos todos aqueles que, crendo na sua palavra, encontrassem nela o arrimo para suas dores, o lenitivo para seus sofrimentos.”
O Evangelho de Mateus apre-senta nove bem-aventuranças. A partir de março, trataremos uma a cada mês, buscando destacar as divergências nas traduções e, sobretudo, o encorajamento que proporcionam aos sofredores. r
O Jornal de Estudos Espíritas adentra seu 7 ano de existência! Até o momento, foram publicados 34 artigos inéditos de pesquisa es-pírita, 13 artigos reproduzidos e 4 resenhas de livros. O ano de 2019 se inicia e o editorial do Volume 7 do JEE fala sobre “O desa� o, a honra e a humildade do pesqui-sador espírita”. Que desa� os são esses? E que honra aguarda os que superam o desa� o? E mais: o que a humildade tem a ver com a pesquisa espírita? Leia o editorial acessando o código QR:
Inscrições para receber o jornal eletronicamente: jestudosespiri-tas@gmail.com
Acesso à versão digital, pes-quise no google: Jornal de Estu-dos Espíritas – Google Sites.
Jornal de Estudos Espíritas
O conhecido livro de Emma-nuel está sendo gravado, capítulo a capítulo, com média de 2 a 3 mi-nutos, e disponibilizado no canal de YouTube do Centro Espírita A Caminho da Luz, de Jundiaí-SP.
Na voz do conhecido Rodrigo Miranda, você pode ouvir em casa, no carro, para momentos de suavidade e re� exão.
Acesse:
Livro “Caminho, verdade e vida” em áudio
Evangelho no Lar virtualDuas opções para acompanhar pelo Facebook e YouTube
Redação institutocairbarschutel@gmail.com
REMETENTE:Instituto Cairbar Schutel.
Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SPFevereiro de 2019
Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT
Acompanhe as lições e comentários de O Evan-gelho no Lar. Com Oce-
ander Veschi e Stela Onishi (às terças, 7h30 da manhã, ao vivo), nos per� s facebook.com/oceander ou facebook.com/alle.depaula e também pela Rede Amigo Espí-
rita. Os episódios gravados estão disponíveis no YouTube (código QR à esquerda).
Igualmente acompanhe Vania Mugnato de Vasconcelos nos episódios gravados e também dis-poníveis no YouTube. Acesse pelo QR à direita:
A segunda edição do evento acontecerá no dia 4 de maio, sábado, em Matão-SP, e contará com os renomados expositores Eulália Bueno, Paula Zamp, Simão Pedro de Lima e Vinícius Lara. Presença con� rmada também de Raul Teixeira, que participará de sessão de autógrafos.
Promovido pelas casas espíritas de Matão em parceria com a USE Matão, o Espíritas em Ação
teve a sua primeiras edição em 2018, nos dias 4 e 5 de agosto, com a presença de Anete Guimarães, Elizabete Lacerda & Alex Gonçalves, Ala Mitchell e Artur Valadares.
Em breve, serão abertas as inscrições.Siga o Espíritas em Ação no Facebook e � que
por dentro de todas as novidades: www.facebook.com/espiritasemacao.
Espíritas em Ação 2019 já tem data marcada
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