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Roteiro de Ficção
Seriada: gênero, formatos e
práticas de produção
GLAUCIO ARANHA
Este material é meramente ilustrativo da aula, não
substituindo a leitura dos textos indicados , de
onde será extraído o conteúdo da prova
Ficação Seriada
Epistolares
Carta, sermões, etc.
Folhetim
Radionovela
Seriados do cinema
Séries de TV
Webwebseries
Gêneros Narrativos
Narrativas interativas e
colaborativas (games,
hipertexto, ARG, etc.)
Lírico
Épico
(narrativo)
Dramático
Cinema
Teatro
Subgêneros Narrativos
Tragédia
Age no mundo
Melodrama
Mundo age
Farsa
Roteiro episódico
Sem unidade dramática
Comédia
Descrédito do mundo
Multisuportes e Multigêneros
Macronarrativa
multigênero
Lírico, Épico e
Dramático
Drama lírico
Drama épico
Formas distribuídas ou
mistas
Dramédia
Narrador-narratário-leitor-
autor
Perspectiva
1ª. Pessoa, 3ª. Pessoa e...
Interator (?)
A seletividade e o controle do
leitor permite que ele se
“aproprie” da posição autoral.
Ação dos Personagens
Design de Personagem x
Performance
Diagrama de Estrutura
Clássica
Curva de tensão progressiva
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Diagrama de Estrutura
Ondulante
A intensidade da narrativa depende da tensão
acumulada
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Diagrama em Patamar
Suspense
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Diagrama de Estrutura em
Declive (ou diagrama em U
invertido) Tragédias (clássicas, neoclássicas ou modernas)
Crise no último 1/3 – resolução lenta
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NÃO!!! ABSOLUTAMENTE,
NÃO!!!
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Bidirecional
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Hipertextual
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Árvore (arbóreo)
Plots transversais
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Vetor com ramificações
laterais
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Labirinto
Adventure games
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Estória oculta
Níveis narrativos
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Clue Path
Trilha de Pistas
Início
10 min - Pista
20 min - Pista
30 min - Pista
40 min - Resolução/Solução
Início
Início
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Roteiro
Relação tempo / dimensão
Na televisão
90 minutos = 100 folhas
standard
50 minutos = 52 folhas
standard
No cinema
100 minutos = 120
folhas standard
15 minutos = 20
folhas standard
10 minutos = 15
folhas standard Em outras mídias... ?
Depende da mídia
Audiovisual, em geral,
1:1
Processo de Produção
Showrunner – responsável, nos EUA, pela criação de
uma série em relação ao processo criativo e ao
processo logístico
Avaliação de custo
Análise de mercado
Gerência de risco
Produções de baixo custo
Custo de cenário, figurino, lentes, câmeras
Necessidade de compreender as especificidades
do sistema de produção seriada
Processo de Produção:
Produção
Storylining – Para uma semana (5 dias)
no caso das séries diárias (diaries):
inclui plots de 2 ou 3 dias
Acompanhamento de pesquisa de
satisfação e opinião
Futuring – nas séries diárias, diz respeito
ao processo decisório dos arcos
narrativos para os próximos 5 meses
Ato / Sequência / Cena /
Beat
Beat
Sequênci
a
Ato
Cena Cena
Beat Beat Beat Beat
Cena Cena
Beat Beat Beat
Sequênci
a
AÇÃO DRAMÁTICA
Protagonista e coadjuvantes
+ Ação (história)
+ Plot (trama = o “como”)
= Ação dramática
The art and Science of
Screenwriting (Phil Parker)
1. O Romance
2. A virtude não reconhecida
3. O defeito fatal
4. A dívida que precisa ser paga
5. A aranha e a mosca
6. O presente tomado / O dom roubado
7. A missão
8. Ritos de passagem
9. O andarilho
10. Aquele que não pode ser derrotado
O Romance
Parte de uma falta emocional ou da perda de algo/alguém (objeto do desejo)
O personagem luta para superar barreiras entre ele e seu objeto de desejo
A resolução chega quando as partes se encontram
Harry e Sally / When Harry Met Sally (1989) – Cinema
Drácula – Série de TV
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A virtude não reconhecida
O personagem virtuoso se torna próximo de do
mundo de outra pessoa ou outro mundo
Pode se apaixonar por algo ou alguém neste
mundo
Busca mostrar que pode ser desejável
(emocional, política, poder, etc.)
Busca solucionar um problema que dê relevo
à sua virtude
Uma linda mulher / Pretty Woman (1990) –
Cinema
Glee – Série de TV
O defeito fatal
O personagem tem
qualidades que o permitiriam
gozar oportunidades
negadas aos demais
Usa esse dom de forma
egoísta, mas quando
reconhece o dano que
causa ou pode causar ele se
impõem uma dada conduta
Dexter – Série de TV
Homem de Ferro – Filme
Magneto - Quadrinhos
A dívida que precisa ser
paga O personagem quer algo ou
alguém que somente pode ser
oportunizado por meio de terceiro
(pessoa, instituição, etc.) a um
determinado preço
Tenta se esquivar de seu débito,
mas é confrontado com seu credor
Coração Satânico – Filme
Hábitos perigosos (Hellblazer) -
Quadrinhos
A aranha e a mosca
O personagem deseja
fazer determinada coisa,
mas não pode fazê-lo de
pronto, precisando
recorrer a planos e
armadilhas.
O personagem executa
seu plano com sucesso,
alcança seu objetivo
inicial e então encara um
novo futuro
Vampire Diaries – Série
de TV
Game of Thrones – Série
de TV
O presente tomado
O personagem tem um dom, presente, poder ou posses que é perdido (naturalmente ou por intervenção)
Busca conquistar novamente o que perdeu.
Rain man (1988) – Cinema
Once upon a time – Série de TV
A missão
O personagem estabelece
uma tarefa de encontrar
alguém ou fazer algo
Aceita o desafio
Geralmente é
recompensado
Star Wars (1977) – Cinema
Ritos de passagem
O personagem busca atingir uma nova situação em sua vida e tenta aprender o que precisa para tanto
Ele tenta agir como se já tivesse adquirido o conhecimento necessário e falha
Então encontra um desafio que exige que ele vá além do que acha ser o suficiente
O sucesso expressa a maturidade conquistada
Conta comigo / Stand by me (1986) – Cinema
Os novos Mutantes / New Mutants (1983/1991) – Histórias em Quadrinhos
O andarilho
O personagem chega a um novo
lugar e descobre um problema
associado com o local
Ao investigar/encarar o problema,
acaba recorrendo na causa de sua
última partida, forçando a mudar
novamente.
Variação: a partida se dá por motivos
profissionais
Os brutos também amam / Shane
(1953) – Cinema
Hulk; CSI – Série de TV
Monster – mangá
Aquele que não pode ser
derrotado O personagem demonstra
proeza em certa situação, mas encara um desafio maior, o qual aceita
Ele é bem sucedido apesar dos obstáculos colocados pelo inimigo.
Duro de Matar / Die Hard (1988) – Cinema
Speed Racer – Animação
Plots menos recorrentes (nicho)
Robert McKee, em Story (1998), destaca:
Maturação/evolução do personagem (curso
do tempo)
Redenção (mudança moral)
Punição (forte apelo moral: denúncia de uma
conduta moral que precisa ser punida)
Teste/avaliação (força de vontade x
tentação)
Educação (vida muda de aspectos negativos
para positivos)
Desilução (vida muda de aspectos positivos
para negativos)
Formalismo russo
Crítica formalista
Rússia de 1910 até1930
Objetivo: estudo da linguagem poética
Viktor Chklovsky, Vladimir Propp, Yuri Tynianov, Boris Eichenbaum, Roman Jakobson e Grigory Vinokur
Estabelecendo o estudo da especificidade e da autonomia da linguagem poética e literária
São considerados os fundadores da crítica literária moderna: estruturalismo e pós-estruturalismo.
Formalismo orgânico
Vladimir Propp (1895–1970) - estudou
a estrutura dos contos tradicionais.
Modelo orgânico
Analogia entre biologia e teoria
literária
forneceu a estrutura de referência
para o estudo do estilo
Obra mais conhecida: Morfologia do
Conto Popular, de Propp (1928).
Funções de Personagens
1ª Esfera - O agressor (o que faz mal)
2ª Esfera - O doador - o que dá o objecto mágico ao herói
3ª Esfera - O auxiliar - que ajuda o herói no seu percurso
4ª Esfera - A Princesa e o Pai (não tem de ser obrigatoriamente o Rei)
5ª Esfera - O Mandador - aquele que manda
6ª Esfera - O Herói
7ª Esfera - O falso herói
Categorias de acordo com as
funções
Protagonista (Vilão ou Herói)
Antagonista
Par Romântico
Comic relief
Categorias de acordo com as
funções
Protagonista (Vilão ou Herói) - Personagem
principal. Personifica o "Bem" e os valores morais
defendidos pelo narrador.
Categorias de acordo com as
funções Antagonista - São aqueles personagens que se
opõe ao protagonista em algum(ns) dos atributos
que o define como personagem.
A função do antagonista é portanto por em
evidência algum atributo do protagonista por
meio de contraste [Ex: Charlie X Allan (do
seriado Two and a Half Man) = solteiro por
opção x solteiro sem opção, bohêmio x
trabalhador, rico x pobre, sortudo x azarado,
vencedor x perdedor, etc...]
Categorias de acordo com as
funções
Par Romântico - Independentemente do gênero
(masculino ou feminino), representa o objeto de
afeto do protagonista, às vezes dividido com o
antagonista; pode enquadrar-se no mito do
amor romântico
Categorias de acordo com as
funções
Comic relief - categoria que inclui os
personagens de função predominantemente
humorística, como "amigos" e "ajudantes" do
protagonista
Morfologia do Conto
Maravilhoso 1. DISTANCIAMENTO: um membro da família deixa o lar (o
Herói é apresentado);
2. PROIBIÇÃO: uma interdição é feita ao Herói ('não vá lá',
'vá a este lugar');
3. INFRAÇÃO: a interdição é violada (o Vilão entra na
história);
4. INVESTIGAÇÃO: o Vilão faz uma tentativa de
aproximação/reconhecimento (ou tenta encontrar os
filhos, as jóias, ou a vítima interroga o Vilão);
5. DELAÇÃO: o Vilão consegue informação sobre a vítima;
Morfologia do Conto
Maravilhoso
6. ARMADILHA: o Vilão tenta enganar a vítima
para tomar posse dela ou de seus pertences
(ou seus filhos); o Vilão está traiçoeiramente
disfarçado para tentar ganhar confiança;
7. CONIVÊNCIA: a vítima deixa-se enganar e
acaba ajudando o inimigo involuntariamente;
8. CULPA: o Vilão causa algum mal a um
membro da família do Herói;
alternativamente, um membro da família
deseja ou sente falta de algo (poção mágica,
etc.);
Morfologia do Conto
Maravilhoso 9. MEDIAÇÃO: o infortúnio ou a falta chegam
ao conhecimento do Herói (ele é enviado a
algum lugar, ouve pedidos de ajuda, etc.);
10. CONSENSO/CASTIGO: o Herói recebe uma
sanção ou punição;
11. PARTIDA DO HERÓI: o Herói sai de casa;
12. SUBMISSÃO/PROVAÇÃO: o Herói é testado
pelo Ajudante, preparado para seu
aprendizado ou para receber a magia;
Morfologia do Conto
Maravilhoso 13. REAÇÃO: o Herói reage ao teste
(falha/passa, realiza algum feito, etc.);
14. FORNECIMENTO DE MAGIA: o Herói
adqüire magia ou poderes mágicos;
15. TRANSFERÊNCIA: o Herói é transferido ou
levado para perto do objeto de sua busca;
16. CONFRONTO: o Herói e o Vilão se
enfrentam em combate direto;
17. HERÓI ASSINALADO: ganha uma cicatriz,
ou marca, ou ferimento
Morfologia do Conto
Maravilhoso 18. VITÓRIA sobre o Antagonista
19. REMOÇÃO DO CASTIGO/CULPA: o infortúnio
que o Vilão tinha provocado é desfeito;
20. RETORNO DO HERÓI: (a maior parte da
narrativas termina aqui, mas Propp identifica uma
possível continuação)
21. PERSEGUIÇÃO: o Herói é perseguido (ou sofre
tentativa de assassinato);
22. O HERÓI SE SALVA, ou é resgatado da
perseguição;
Morfologia do Conto
Maravilhoso 23. O HERÓI CHEGA INCÓGNITO EM CASA ou em
outro país;
24. PRETENSÃO DO FALSO HERÓI, que finge ser o
Herói;
25. PROVAÇÃO: ao Herói é imposto um dever
difícil;
26. EXECUÇÃO DO DEVER: o Herói é bem-
sucedido;
27. RECONHECIMENTO DO HERÓI (pela
marca/cicatriz que recebeu);
Morfologia do Conto
Maravilhoso 28. o Falso Herói é exposto/desmascarado;
29. TRANSFIGURAÇÃO DO HERÓI;
30. PUNIÇÃO DO ANTAGONISTA
31. NÚPCIAS DO HERÓI: o Herói se casa ou
ascende ao trono.
Claude Bremond -
Sequência
encadeamento ou organização por ordem cronológica
encaixe, em que uma ação é introduzida numa outra que estava a ser narrada e que depois se retoma
alternância, em que várias histórias ou sequências vão sendo narradas alternadamente pela forma que foi escrito. Esse eu lirico deve ser mais abrangente de forma que o leitor se familiarize com a leitura.
Funcionalização e
desfuncionalização do
personagem na narrativa
Personagem-Função
Personagem-Estado
Personagem-Texto
Anti-Personagem
Personagem Dialógico
Personagem-Função
Propp – similaridades
Três características básicas
Referencialidade – similar ao ser humano
Funcionalidade – desempenha uma função
Temporalidade – ações cronológicas e ordenadas
Barthes – Ações Nucleares e Catalíticas
Nucleares – movimenta a estória
Catalítica – criam clima e ligação
As funções proppianas são nucleares
Personagem-Estado
No apogeu da narrativa romanesca, o personagem-função perde a característica mimética de mundo exterior e passa a projetar outra maneira de ser.
Na forma “Romance”, o personagem-função mantém sua natureza referencial.
A transformação reside em procedimentos que tendem a afetar a sua estrutura lógico-temporal.
Não ignora a intriga, mas se confunde com o texto.
Personagem-Texto
Segolin – A narrativa moderna procura transferir para o texto a funcionalidade que os seres ficcionais perderam.
E os seres narrativos, reduzidos agora a um conjunto de ações, sem história, passam a participar de um jogo de relações que monta não uma intriga, mas uma espécie de “espaço-trama-texto”, com a finalidade de explicitar o texto no momento em que exerce sua função dialogante e metalinguística.
É o agente narrativo que foi destemporalizado, desfuncionalizado e desrefencializado.
Anti-Personagem
É um produto de transformação dialético e
contraditório.
Não se preocupa em verificar e medir a validade
ou a invalidade referencial, nem nem trata de
descobrir a verdade ou a veracidade dos seres
narrativos. Preocupa-se apenas em se
desprender da função de mímese, a fim de
mostrar que a verdade ou não-verdade nasce
das palavras e seus arranjos.
Personagem-Dialógico
O herói como agente dos discurso autêntico.
Baktin – As identidades dos personagens se
confundem entre si, pois não são monológicos,
mas dialógicos.
No dialogismos, há uma articulação entre
pensamentos, reflexões ou falas que favorecem a
introspecção e a criação de monólogos interiores
dos personagens.
A realidade prevalece em suas consciências e
não no discurso de um narrador-oniciente.
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