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RODRIGO DONADIO LOPES
BANHEIRO PRONTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental.
SÃO PAULO 2005
RODRIGO DONADIO LOPES
BANHEIRO PRONTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. Orientador: Prof. Dr. José Rodolfo Scarati Martins
SÃO PAULO 2005
i
Dedico este trabalho a meus pais pelo carinho e incentivo para a concretização de
meus objetivos.
Aos companheiros e amigos pela força e encorajamento para vencer os obstáculos,
que surgiram em torno do meu crescimento pessoal e profissional.
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador, Prof. Dr. José Rodolfo
Scarati Martins, pela dedicação e aprofundamento nas reflexões que nortearam o
presente trabalho.
Aos professores que ministraram o curso, contribuindo assim para o enriquecimento
de nossas práticas nessa luta incessante em busca do saber e da qualificação
profissional.
Meu agradecimento especial a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para
a finalização deste estudo, auxiliando-me com suas sugestões e conhecimento
técnico-científico.
iii
RESUMO
O banheiro é um ambiente de execução complexa e demorada. Envolve um grande número de materiais e componentes de natureza distinta e de origens diversas, impondo uma elevada sobrecarga aos setores internos da obra envolvidos nas negociações de compra, no recebimento, conferência, estocagem, transporte vertical e horizontal dos materiais e um elevado índice de perdas e de sobras. Envolve também uma série de sub-empreiteiros e de profissionais especializados que precisam ser selecionados, contratados, e acompanhados quanto à qualidade do seu trabalho assim como nos prazos de execução de cada etapa dos serviços. A eliminação dessas tarefas e obrigações pode representar, para o construtor, um alívio de tarefas, redução de riscos e de custos indiretos, maior garantia de qualidade, além de ganho na aceleração dos prazos de execução da obra e maior compromisso por parte da construtora quanto à entrega do empreendimento na data correta. Neste estudo iremos apresentar a respeito do sistema desde a sua contratação até a sua execução, suas vantagens e desvantagens, e demonstrar onde e como esta tecnologia se torna viável e porquê. Palavras Chave: Banheiro Pronto
iv
ABSTRACT Bathroom is an environment of complex and time consuming execution. It evolves a large number of materials and components of discrete nature and diverse origins, imposing a high surcharge on the internal sectors of the building evolved on trade negotiations, receiving, storing, vertical and horizontal transporting of the materials and a high rate of lost and waste. It also evolves a series of subcontractors and specialized professionals that need to be selected, hired and attended in what concerns to work quality as well as to term each execution step of the job. To eliminate those tasks and obligations can represent to the engineer a relief, over expenses and risks reduction, higher quality warranty, plus a gain in the terms and more commitment of the company in delivering the work on time. This study presents the system from its formal agreement until its execution, its advantages and disadvantages and we will demonstrate where and how this technology can be applied and why. Key words: ready bathroom
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 5.1 - Elemento pré-fabricado. 17
Figura 5.2 - Elementos pré-fabricados. 18
Figura 5.3 - Edifícios em elementos pré-fabricados para reconstrução das cidades –
Polônia. 18
Figura 5.4 - Planta baixa de banheiro célula gêmea. 25
Figura 5.5 – Linha de montagem de banheiro de placa de concreto armado unidas
por solda. 26
Figura 5.6 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico. 27
Figura 5.7 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico. 28
Figura 5.8 - Posicionamento da armação no interior do equipamento de
concretagem. 28
Figura 5.9 - Banheiro concretado. 29
Figura 5.10 - Cantoneira L para união das placas. 32
Figura 5.11 - Mesa vibratória com cantoneiras fixadas 32
Figura 5.12 – Tela Q196 da Gerdau 33
Figura 5.13 – Tela M196 da Gerdau 33
Figura 5.14 – Detalhe da solda das placas. 34
Figura 5.15 - Plataforma de montagem com as fôrmas montadas. 35
Figura 5.16 - Corte da tela M196 antes de posicionar na fôrma. 35
Figura 5.17 - Soldagem das chapas metálicas para posterior união das placas na
montagem. 36
Figura 5.18 - Telas preparadas para serem posicionadas nas fôrmas. 36
Figura 5.19 - Fôrma e armação das placas das paredes. 37
Figura 5.20 - Fôrma e armação das placas do piso. 37
Figura 5.21 - Fôrma e armação das placas das paredes. 38
Figura 5.22 - Detalhe do reforço da armação 38
Figura 5.23 - Posicionamento dos tubos guias para passagem da tubulação “PEX”
pelo piso. 39
Figura 5.24 - Posicionamento das caixas de elétrica e da alça para içamento das
placas de teto. 39
vi
Figura 5.25 - Placas concretadas. 40
Figura 5.26 – Desforma das placas. 40
Figura 5.27 - Placas desformadas para início da montagem. 41
Figura 5.28 - Placas entrando na linha de montagem das células. 41
Figura 5.29 - Início da montagem da estrutura e soldagem das placas. 42
Figura 5.30 - Placas soldadas 42
Figura 5.31 – Acabamento com argamassa na região das soldas. 43
Figura 5.32 – Linha de montagem dos banheiros da empresa Rivoli. 43
Figura 5.33 – Impermeabilização da célula com manta asfáltica de 3mm. 44
Figura 5.34 – Instalação da caixa de descarga no interior do shaft. 44
Figura 5.35 - Vista do shaft entre banheiros. 45
Figura 5.36 - Caixa de descarga fixada no interior do shaft. 45
Figura 5.37 - Colocação dos revestimentos. 46
Figura 5.38 - Colocação dos revestimentos. 46
Figura 5.39 – Banheiro rejuntado. 47
Figura 5.40 - Colocação dos metais. 47
Figura 5.41 – Bacia instalada. 48
Figura 5.42 – Lavatório instalado. 48
Figura 5.43 – Monocomando e chuveiro instalado. 49
Figura 5.44 - Regularização da parte externa. 49
Figura 5.45 - Banheiro com todos os acabamentos instalados e limpo. 50
Figura 5.46 - Banheiro embalado para transporte. 50
Figura 5.47 - Bacia de saída horizontal 51
Figura 5.48 - Caixa de acionamento frontal. 53
Figura 5.49 - Caixa de acionamento de topo. 53
Figura 5.50- Caixa com estrutura metálica para fixação da caixa suspensa. 53
Figura 5.51 -– Instalações das tubulações “PEX” nos banheiros prontos 54
Figura 5.52 – Manifold. 55
Figura 5.53 - Sistema ponto a ponto. 57
Figura 5.54 – Instalação de gás 59
Figura 5.55 – Instalação água quente e fria 59
Figura 5.56 - Banheiros embalados sobre a carreta. 61
vii
Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63
Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65
Figura 5.59 – Içamento do banheiro com grua. 65
Figura 5.60 - Posicionamento do banheiro no carrinho de transporte. 66
Figura 5.61 - Banheiro posicionado no carrinho. 66
Figura 5.62 - Banheiro sendo posicionado na laje. 67
Figura 5.63 - Banheiro posicionado na laje. 67
Figura 5.64 – Banheiro posicionado na laje. 68
Figura 5.65 - Banheiro acabado com pé direito reduzido para possibilitar locomoção.
69
Figura 5.66 - Desnível do piso. 70
Figura 5.67 - Chapa metálica e neoprene de apoio do banheiro. 70
Figura 5.68 - Batente instalado com complemento em madeira. 71
Figura 6.1 - Fluxograma de fabricação de banheiros pré-fabricados de placas de
concreto. 73
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 6.1. Estudo comparativo – Impermeabilização e Piso. 75
Tabela 6.2 - Estudo comparativo – Paredes em Dry Wall. 76
Tabela 6.3 - Estudo comparativo – Forro de Gesso 78
Tabela 6.4 - Estudo comparativo - Instalações: Hidráulica, Elétrica, Louças e Metais.
79
Tabela 6.5 - Estudo comparativo – Furos. 80
Tabela 6.6 - Estudo comparativo – Total. 82
Tabela 7.1 – Comparação dos prazos de execução 85
Tabela 7.2 - Vantagens X Desvantagens - Banheiro Pronto 86
ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABCI Associação Brasileira de Construção Industrializada
BDI bonificações e despesas Indiretas
BNH Banco Nacional da Habitação
GFRC Glass Fiber Reinforced Concrete – Concreto reforçado com
fibra de vidro
HDPE Hight density polyethylene
NGI Núcleo de Gestão e Inovação
PEX Polietileno Reticulado
x
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................12
2 OBJETIVOS.......................................................................................................14
2.1 Objetivo Geral ...........................................................................................................14
2.2 Objetivo Específico .................................................................................................14
3 METODOLOGIA DO TRABALHO.....................................................................15
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................16
5 A EVOLUÇÃO DO PRÉ-FABRICADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................17
5.1 A concepção do banheiro .....................................................................................22
5.1.1 O banheiro executado na obra ........................................................................22
5.1.2 O Banheiro Pronto .............................................................................................22
5.1.3 A célula do Banheiro Pronto ............................................................................24
5.1.4 Placas de concreto armado, unidas por solda..............................................25
5.1.5 Estrutura monolítica de concreto armado ......................................................26
5.1.6 Monobloco de GFRC.........................................................................................29
5.1.7 Células em estrutura metálica .........................................................................30
5.2 Características técnicas do banheiro pré-fabricado em placas de concreto armado..................................................................................................................31
5.3 Produtos específicos utilizados no banheiro pronto. ...................................51
5.3.1 Bacia sanitária de saída horizontal de alto desempenho............................51
5.3.2 Caixas de descarga de embutir.......................................................................52
5.3.3 Tubulação flexível PEX para instalações de água quente, fria e gás. ......54
5.4 Inspeção entrega e instalação na obra..............................................................60
5.4.1 Inspeção e entrega ............................................................................................60
5.4.2 Equipamentos para instalação na obra..........................................................63
xi
5.5 Algumas interfaces na implantação do Banheiro Pronto.............................68
5.5.1 Complemento do pé direito em gesso acartonado. .....................................68
5.5.2 Desnível do banheiro em relação à laje.........................................................69
5.5.3 Utilização de neoprene e chapa metálica para apoio do banheiro sobre a
laje. 70
5.5.4 Complemento de madeira nos batentes das portas, devido a pequena
espessura das paredes de concreto. .............................................................................71
6 ESTUDO DE CASO...........................................................................................72
6.1 Comparativo entre banheiro executado na obra e banheiro pronto .........72
A figura 6.1 ilustra a seqüência da linha de produção de banheiros pré-fabricados
de concreto armado. .........................................................................................................72
6.2 Modelo de estudo de caso para implantação ..................................................74
7 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO/CRÍTICA ..........................................................83
8 CONCLUSÕES..................................................................................................87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................90
12
1 INTRODUÇÃO
A constante busca por processos construtivos inovadores, que contribuem para a
melhoria da qualidade e eficiência no processo de produção de edifícios, trouxe
soluções muito importantes na industrialização da construção civil, tanto para esse
setor quanto para a sociedade.
Dentro desse conceito, uma solução que vêm sendo utilizada na construção de
hotéis são os banheiros pré-fabricados, conhecidos comercialmente como “banheiro
pronto”. Com o objetivo de expandir a produção e tornar esse produto mais barato e
viável vêm sendo realizados estudos para a utilização em obras residenciais e
comerciais cujo período de construção costuma ser mais longo. O investimento
nesse tipo de tecnologia só se torna vantajoso se for considerado o ganho em
escala.
No contrato de um banheiro convencional são descriminados de 150 a 250 itens que
têm de ser comprados, checados e instalados. Com esse produto, as atividades são
concentradas na fábrica, eliminando tarefas nos canteiros e otimizando as obras.
Com o banheiro pronto, não se gera uma única lata de entulho e a grande vantagem
para o construtor utilizar o sistema consiste em tirar do canteiro de obra todo o
transtorno que surge na realização de um banheiro convencional, limitando-se a
receber o banheiro já pronto.
13
Os ganhos englobam: nível elevado de qualidade; custo e cronograma definidos,
redução de tempo de construção; eliminação de re-trabalho, eliminação de
desperdícios e danos; obra seca; canteiro mais organizado.
Com referência ao custo, o banheiro pronto é mais competitivo do que o
convencional, desde que o levantamento do custo total do banheiro seja feito
considerando todos os gastos diretos e indiretos que incidem sobre a construção e
deixam de existir com a utilização do produto. (KUME, 2001).
Quando se opta pela utilização de banheiros prontos, deve-se ter consciência de
que existem algumas interfaces que ocorrem na implantação do mesmo, tais como:
Transporte vertical e horizontal do banheiro pronto até o seu lugar definitivo,
complemento do pé direito em gesso acartonado, desnível do banheiro em relação à
laje, utilização de neoprene e chapa metálica para apoio do banheiro sobre a laje,
complemento de madeira nos batentes das portas devido a pequena espessura das
paredes de concreto, entre outros. Como dito acima todos esses fatores deverão ser
levados em consideração.
14
2 OBJETIVOS
Este trabalho possui como objetivo tornar esta opção construtiva e inovadora, em
uma solução mais conhecida e estudada pelas construtoras, onde que, por falta de
conhecimento do produto, acaba por muitas vezes, não cumprindo o prazo previsto
para a entrega da obra.
2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é apresentar o conceito, todas as etapas, desde o
estudo para viabilização da execução do Banheiro-Pronto, a decisão mais correta,
passando pela fabricação dos módulos na fábrica até a instalação final na obra, de
um produto que oferece maior qualidade, padronização e prazo necessário para o
cumprimento do cronograma, passando também pelo aspecto de limpeza e
conservação na obra, sempre equalizando com as interfaces na implantação do
banheiro pronto.
2.2 Objetivo Específico
O objetivo específico é demonstrar a praticidade do Banheiro-Pronto, demonstrando
através de sua velocidade de instalação reduzindo significativamente o prazo de
entrega da obra, no intuito de expandir a produção e tornar este produto mais barato
e viável, vem sendo realizado estudos para a utilização em obras residenciais e
comerciais cujo período de construção costuma ser mais longo. O investimento
neste tipo de tecnologia só se torna vantajoso se for considerado o ganho em
escala.
15
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia que está sendo adotada nesta monografia terá como base, pesquisas
bibliográficas, que passarão por uma análise critica. Serão feitas pesquisas com
empresas que fabricam o produto, a fim de coletar dados, possibilitando assim
analisar o panorama deste mercado que vem conquistando seu espaço, também de
ilustrar e elaborar um estudo de caso, demonstrando suas vantagens e
desvantagens e às comparando, com base nesses modelos que estão sendo
fabricados sempre se baseando nas Normas Técnicas de pré-fabricados,
argamassas e revestimentos, para a utilização em algumas obras em fase de
construção. Somará também os conhecimentos técnicos obtidos no período do
estágio.
16
4 JUSTIFICATIVA
A escolha do assunto apresentado nesta monografia surgiu com a oportunidade de
ter acompanhado, durante o período de estágio, algumas obras que estão
substituindo o Banheiro Convencional pelo Banheiro-Pronto, e com a necessidade
de mostrar a comparação entre esses dois métodos construtivos, suas vantagens e
desvantagens: quanto a custo, prazo e outros fatores decisivos para a tomada de
decisão. No Brasil, o banheiro tem sido muito utilizado em obras de hotéis e flats
pelas grandes construtoras. No entanto, essas obras estão saturadas no mercado.
A desaceleração nos investimentos na rede hoteleira resultou na diminuição da
fabricação desses produtos. Como conseqüência, os fornecedores, juntamente com
as construtoras, estão buscando alternativas para firmar o uso do produto em obras
residenciais e comerciais.
.
17
5 A EVOLUÇÃO DO PRÉ-FABRICADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Ao longo da história da construção, muitos materiais foram desenvolvidos. O
principal deles foi o cimento, criado em 1824. Com a consolidação do concreto
armado como material de construção em 1867, surgem os elementos pré-fabricados.
Entre as décadas de 1920 e 1930, a Europa passou por uma grande crise
imobiliária. Os alugueres ficaram congelados, gerando uma falta de estimulo de
novas construções e manutenção das existentes. Nesse período, a construção civil
ficou estagnada.
Com a 2ª Guerra Mundial aliada à crise imobiliária das décadas de 20 e 30, os pré-
fabricados passaram a ser difundidos e melhorados devido à necessidade de
reconstrução rápida das cidades destruídas pela guerra e pelo desestímulo dos
alugueres muito baixos (Fig. 5-1, 5.2 e 5-3). (ALMEIDA, 1969).
Figura 5.1 - Elemento pré-fabricado.
(ALMEIDA, 1969)
18
Figura 5.2 - Elementos pré-fabricados.
(ALMEIDA, 1969)
Figura 5.3 - Edifícios em elementos pré-fabricados para reconstrução das cidades – Polônia.
(ALMEIDA, 1969)
19
Com essa “revolução” na construção, o consumo de materiais tornou-se um grande
problema, pois, havia uma enorme escassez de recursos nos países devastados
pela guerra.
Diante dessa crise, a Inglaterra controlava com rigor o que se queria e o que se
podia construir. “Essa fase foi muito importante, pois, fortaleceu a consciência da
necessidade da racionalização dos componentes, e caracterizou-se por uma
impressionante objetividade no uso dos materiais...” Segundo a Associação
Brasileira de Construção Industrializada – ABCI (ABCI, 1986).
Nesse momento, tem-se o início da produção intensiva de componentes ou
elementos pré-fabricados.
Na década de 50, impulsionada pelo Plano Marshall, a Europa teve sua melhor fase
de crescimento. Com os salários aumentando, a mão-de-obra qualificada passou da
“obra” para as indústrias, dando início, assim, à mecanização das funções do
canteiro. Essa mecanização contribuiu para elevar o “nível organizacional dos
critérios de produtividade” (ABCI, 1986). Essa fase de “reconstrução” do pós-guerra
terminou no final da década de 60.
No Brasil, o que fez o sistema pré-fabricado “aparecer” foi a preocupação com a
racionalização e a “industrialização” dos processos construtivos em meados dos
anos 50. Como a população crescia muito rapidamente, em 1966, foi criado o BNH –
Banco Nacional da Habitação e, com ele, uma política de desestímulo à
industrialização, pois, o governo queria estimular o emprego de mão de obra não
20
qualificada nos canteiros, gerando muitos empregos. Para a população brasileira,
isso significou um enorme atraso tecnológico.
Segundo a Associação Brasileira de Construção Industrializada – ABCI (1980), não
existiu no Brasil uma política de desenvolvimento tecnológico para o setor da
construção industrializada. Assim, o que restou, até o início da década de 90, se
deve ao arrojo dos empresários interessados no avanço da industrialização, que
buscavam redução de custos e maior agilidade no processo de execução.
A partir da década de 90, com o aumento da demanda de hotéis, flats e shoppings
centers, houve o aumento de interesse, por parte dos empresários, em obras com
prazos menores e venda rápida, pois, isso fazia com que seus empreendimentos se
viabilizassem. (Fonte: Revista Projeto Design, 2001).
Segundo Maria Angélica Covelo Silva, do Núcleo de Gestão e Inovação (NGI), esses
sistemas ganharam importância nos últimos 2 anos, período em que começou a
crescer a demanda por empreendimentos que exigem retorno rápido e alerta:
“O uso de pré-fabricados impõe o conhecimento técnico profundo de cada item
empregado e a consciência de que será preciso trabalhar em equipe desde o
desenvolvimento da idéia inicial, para que os projetos de arquitetura, estrutura,
esquadrias, instalações e ar condicionado sejam compatíveis” (Fonte: Revista
Projeto Design, 2001).
21
Apesar da demanda, existem vários problemas que ainda precisam ser solucionados
para uma maior utilização dos pré-fabricados. Entre eles, a grande disponibilidade
de mão de obra sem qualificação.
A necessidade de utilização de equipamentos pesados como gruas e guindastes
tornam os pré-fabricados inviáveis para muitas empresas pois elevam o custo do
empreendimento, tanto no custo dos alugues destes equipamentos, quanto na
aplicação de recursos para treinamento de pessoal.
22
5.1 A concepção do banheiro
Existe no mercado uma gama enorme de sistemas pré-fabricados que vão desde os
painéis de fachada até os banheiros prontos. Esse trabalho enfocará apenas o
banheiro pronto.
5.1.1 O banheiro executado na obra
A construção de banheiros requer um minucioso planejamento de harmonização das
interfaces das várias etapas dos trabalhos, assim como uma rigorosa coordenação
do trabalho das várias equipes, para que essas se revezem em harmonia, evitando
que venham a danificar o trabalho realizado em etapas anteriores.
Torna-se uma área onde terá uma grande quantidade de serviços à ser executados,
Portanto um ponto crítico para qualquer cronograma. (MEDEIROS, 2003)
5.1.2 O Banheiro Pronto
O conceito do banheiro pronto foi desenvolvido na Europa na década de 80 e
envolve a utilização de produtos de concepção moderna, visando atender às mais
rigorosas exigências de desempenho, durabilidade e estética.
Pressupõe o uso de bacias sanitárias de saída horizontal de alto desempenho,
caixas de descarga embutidas de alta vazão, tubulação de água quente e fria em
PEX (polietileno reticulado) com bainhas para facilitar a substituição, e que possa ser
23
inspecionadas as instalações hidro-sanitárias, através de portas ou painéis de
acesso aos "shafts". (SABBATINI, 1989)
Os revestimentos de pisos e paredes, o modelo das louças e dos metais sanitários,
as luminárias e os acessórios são de livre escolha do solicitante.
O banheiro pronto simplifica as tarefas de aquisição e administração da obra, diminui
etapas, reduz riscos, abrevia sua execução e elimina os inconvenientes do re-
trabalho durante e após a entrega da obra.
O uso do banheiro pronto permite ao construtor estabelecer com precisão o custo de
cada banheiro, porquanto sua aquisição é feita a preços claramente definidos e sua
instalação em prazos pré-ajustados.
Assim como todos os produtos pré-fabricados utilizados na construção civil, que
pressupõe elementos estandardizados, o banheiro pronto é um produto projetado
para ser produzido em instalações industriais, em conformidade com o projeto
arquitetônico. Seu padrão de acabamento é perfeitamente integrado ao ambiente em
que será instalado.
O banheiro é fornecido acabado, com revestimentos, louças sanitárias, metais
sanitários, espelhos, exaustores e, eventualmente, com secadores de cabelos e
outros acessórios. Uma vez instalado, o banheiro pronto não se distingue dos
banheiros convencionais construídos "in loco”. (SABBATINI, 1989)
24
5.1.3 A célula do Banheiro Pronto
O corpo do banheiro pronto é constituído por piso, paredes e teto conforme
especificações do projeto arquitetônico, obedecendo a medidas pré-estabelecidas.
Não há, praticamente, limitações de tamanho e de forma, exceto a altura do corpo
do banheiro que deve ser, no mínimo, 15 cm mais baixo que o pé direito do
pavimento, medida necessária para permitir o transporte horizontal do banheiro nos
carrinhos usados para esse fim.
O corpo ou “célula” do banheiro pronto, pode ser fabricado de vários modos, de
maneira a se adaptar às características de cada obra, do equipamento de elevação
vertical disponível na obra, e do seu tamanho.
Banheiros com dimensões superiores às possíveis de serem transportados em
carretas, da fábrica até a obra, podem ser fornecidos em dois segmentos e unidos
no local da instalação definitiva.
Banheiros pequenos, característicos de hotéis econômicos ou de edifícios
comerciais, podem ser projetados e construídos em pares ou em células gêmeas
(figura 5.4), compostas de dois banheiros unidos por um único "shaft". Essa solução
resulta em sensível economia no içamento e instalação do banheiro.
25
Figura 5.4 - Planta baixa de banheiro célula gêmea.
(Catálogo Rivoli,2002)
Banheiros prontos são construídos de modo a suportar os rigores do transporte
rodoviário e a elevação até o local da instalação definitiva nos vários pavimentos.
No mercado brasileiro da construção civil, as células dos banheiros podem ser
construídas em placas de concreto armado unidas por solda, em concreto armado
monolítico, em monobloco de GFRC (Glass Fiber Reinforced Concrete – Concreto
reforçado com fibra de vidro), ou em estruturas metálicas revestidas de painéis de
gesso acartonado, chapa verde, e placas cimentícias (Dry wall).
5.1.4 Placas de concreto armado, unidas por solda.
Esse tipo de estruturação é o mais fornecido para as obras e é oferecida pela
empresa Rivoli Tecna. (Catálogo Rivoli,2002)
26
Em função da escassez de produção vinculada às demais estruturações disponíveis,
estarão focando as etapas de produção e interferências somente do banheiro com
placas de concreto armado nos próximos capítulos (figura 5.5).
Figura 5.5 – Linha de montagem de banheiro de placa de concreto armado unidas por solda.
(Acervo do Autor)
5.1.5 Estrutura monolítica de concreto armado
Em relação aos materiais, a estrutura monolítica de concreto armado possui os
mesmos princípios do banheiro de concreto armado. No entanto, a diferença está na
concretagem que utiliza um equipamento especial para moldagem (figura 5.6 a 5.8).
27
A estrutura, depois de desformado, é considerada um bloco único composto de
fechamentos laterais e teto (figura 5.9). O piso é soldado através de perfis metálicos
existentes nas laterais das placas de piso.
Esse tipo de estrutura é pouco utilizado, em função do equipamento moldar apenas
banheiros retangulares com dimensão 2,40 x 1,80m e ter baixa produtividade em
conseqüência de concretar um banheiro por vez.
Esse produto é oferecido no Brasil pela empresa Rivoli Tecna e atualmente não está
sendo utilizado em nenhuma obra.
Figura 5.6 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico.
(Acervo do Autor)
28
Figura 5.7 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico.
(Acervo do Autor)
Figura 5.8 - Posicionamento da armação no interior do equipamento de concretagem.
(Acervo do Autor)
29
Figura 5.9 - Banheiro concretado.
(Acervo do Autor)
5.1.6 Monobloco de GFRC
A estrutura dos banheiros em G.F.R.C. (Glass Fiber Reinforced Concrete – concreto
reforçado com fibra de vidro) é um monobloco formado por uma peça única que
inclui o piso e as paredes, podendo apresentar diferentes geometrias. A laje de teto,
também de GFRC, é fixada através de acessórios em aço inoxidável e uma junta
colante.
O GFRC é um micro concreto de alta resistência, constituído por cimento de alta
resistência, areia siliciosa, água, aditivos e fibras de vidro álcalis-resistentes. Possui
30
grande resistência à tração na flexão e impacto, ao envelhecimento e uma elevada
resistência à compressão.
O compósito de GFRC apresenta, em comparação com o concreto usual, uma maior
resistência química aos agentes agressivos tais como ácidos, dióxido de carbono e
sulfatos, além de peso inferior.
Esse produto é oferecido no Brasil pela empresa Pavi do Brasil e, atualmente, não
está sendo utilizado em nenhuma obra.
5.1.7 Células em estrutura metálica
As paredes são montadas sobre piso de concreto armado de 4 cm de espessura ou
constituído por uma chapa de aço monolítica, revestida de painéis cimentícios
impermeáveis, apoiados sobre perfis metálicos.
A estrutura metálica das paredes e do teto é constituída por perfis de aço
galvanizado, revestido por painéis de gesso acartonado "verdes”, resistentes à
umidade e painéis cimentícios na região dos boxes de chuveiro.
O ‘box’ de chuveiro pode ser dotado de piso elevado com ralo sifonado ou no nível
do piso com ralo simples.
É utilizada na construção de banheiros de dimensões maiores ou em obras que
possibilitem a instalação de elevador tipo cremalheira para transportá-los até o
31
andar, devido à fragilidade apresentada pelos perfis metálicos diante de um
içamento. Seu peso é 50% menor que os banheiros em concreto armado.
O banheiro pronto em estrutura metálica é fornecido totalmente acabado
internamente. Já externamente possui perfis e instalações aparentes para
receberem, na obra, acabamento também em gesso acartonado.
Durante a pesquisa não nos foi possível acompanhar a produção de nenhum lote
desse método executivo. No entanto, através das figuras 3.8 a 3.10 demonstra-se a
semelhança com um banheiro de dry wall (estrutura metálica com gesso acartonado)
feito em obra, só que com a vantagem de chegar na obra pronto para ser ligado à
prumada e utilizado.
Esse produto é oferecido no Brasil pela empresa Rivoli Tecna e atualmente não está
sendo produzido em nenhuma obra.
5.2 Características técnicas do banheiro pré-fabricado em placas de
concreto armado.
O piso, paredes e teto são constituídos por painéis pré-moldados de 4 cm de
espessura de concreto armado de alta densidade, formando uma estrutura única.
Para a união dos painéis são utilizadas cantoneiras “L” (figura 5.10).
32
Figura 5.10 - Cantoneira L para união das placas.
(Catálogo RIVOLI)
O molde das placas é formado por cantoneiras em “L”, fixadas sobre uma mesa
vibratória, revestida de chapa metálica. Esta recebe uma aplicação de desmoldante
antes da concretagem. A cura das placas concretadas é a vapor (figura 5.11).
Figura 5.11 - Mesa vibratória com cantoneiras fixadas
(Acervo do Autor)
33
A tela soldada, utilizada dentro da fôrma, é composta por aço CA-60 de 5mm nos
sentidos longitudinal e transversal. Para as placas de piso e teto são usadas as telas
Q196 da Gerdau, que possuem espaçamento de 10x10cm (figura 5.12).
Figura 5.12 – Tela Q196 da Gerdau
(Acervo do Autor)
Para as placas das paredes são usadas as telas M196 da Gerdau, que possuem
espaçamentos de 10x20cm, foto abaixo. (figura 5.13).
Figura 5.13 – Tela M196 da Gerdau
(Acervo do Autor)
34
As telas são fixadas nas cantoneiras para aumentar a estabilidade na hora da
concretagem. O travamento e união dos painéis são feitos através de soldas nas
cantoneiras (figura 5.14). O travamento através de soldagem é necessário para não
haver deformações que danifiquem o banheiro na hora do transporte e içamento. Se
ocorrer alguma deformação, os materiais cerâmicos das paredes e do piso podem
se soltar, assim como os aparelhos instalados no interior do banheiro.
Figura 5.14 – Detalhe da solda das placas.
(Acervo do Autor)
O concreto utilizado é usinado, possui resistência de 30 MPa e é lançado da
betoneira diretamente nas fôrmas. Pode ser desformado em 1 dia, devido à
utilização de cimento ARI e à presença de aditivos para acelerar a pega. Usa-se
brita 0 e slump 8 ± 1.
Cada banheiro pesa cerca de 750 kg/m2, variando conforme o tipo de revestimento
interno. Como o peso é relativamente elevado, o concreto armado é utilizado em
banheiros com dimensões reduzidas.
35
A seguir um exemplo do processo de montagem de um banheiro executado em
placas soldadas de concreto armado soldadas, realizado pela empresa Rivoli Tecna
Ltda, localizada a Rod. Engenheiro Ermenio Penteado, km 46 – Salto – SP, A Figura
5.15, mostra o preparo das fôrmas sobre a plataforma de montagem vibratória
(figura 5.15).
Figura 5.15 - Plataforma de montagem com as fôrmas montadas.
(Fonte : Acervo do Autor)
Nas Figuras 5.16, 5.17, 5.18, 5.19 e 5.20, temos o preparo das armaduras em
bancadas de montagem e posicionamento no interior das fôrmas (figuras 5.16 a
5.20).
Figura 5.16 - Corte da tela M196 antes de posicionar na fôrma.
(Acervo do Autor)
36
Figura 5.17 - Soldagem das chapas metálicas para posterior união das placas na montagem.
(Acervo do Autor)
Figura 5.18 - Telas preparadas para serem posicionadas nas fôrmas.
(Acervo do Autor)
Após as telas serem cortadas no tamanho necessário de projeto, as telas são
levadas para o posicionamento nas formas metálicas, conforme pode ser observado
na figura abaixo. (figura 5.19).
37
Figura 5.19 - Fôrma e armação das placas das paredes.
(Acervo do Autor)
Pode-se verificar na figura 5.20, que depois de posicionadas as armaduras nas
formas metálicas, inicia-se o serviço de fechamento das formas, onde deverão ter
medidas precisas. (Figura 5.20).
Figura 5.20 - Fôrma e armação das placas do piso.
(Acervo do Autor)
38
Na figura 5.21, pode-se verificar a montagem da forma e armação das placas das
paredes, podemos observar também, na mesma foto, temos as paredes sendo
fabricadas em uma linha de montagem. (figura - 5.21).
Figura 5.21 - Fôrma e armação das placas das paredes.
(Acervo do Autor)
Na figura 5.22, pode-se observar o detalhe do reforço da armação na área da chapa
metálica, para a união das placas. (figura – 5.22).
Figura 5.22 - Detalhe do reforço da armação
(Acervo do Autor)
39
Na figura 5.23, pode-se verificar o detalhe do posicionamento das passagens para
as instalações elétricas e hidro-sanitárias (figura 5.23).
Figura 5.23 - Posicionamento dos tubos guias para passagem da tubulação “PEX” pelo piso.
(Acervo do Autor)
Na figura 5.24, verifica-se os posicionamentos das alças para içamento das placas
depois de concretadas e o posicionamento das caixas de elétricas. (figura 5.24).
Figura 5.24 - Posicionamento das caixas de elétrica e da alça para içamento das placas de teto.
(Acervo do Autor)
40
Após concretadas, as placas são sarrafeadas com uma régua metálica, curadas a
vapor, desformadas e armazenadas para a montagem (figuras 5.25 a 5.28).
Figura 5.25 - Placas concretadas.
(Acervo do Autor)
Curadas as placas concretadas, começa-se então a desformar as placas, tomando
sempre cuidados para que a placa não seja danificada. Como pode ser verificado na
figura 5.26.
Figura 5.26 – Desforma das placas.
(Acervo do Autor)
41
Na figura 5.27, pode-se verificar como são feitos os armazenamentos das placas
após a desforma, às empilhando, sempre obedecendo a uma quantidade máxima,
quantidade essa que irá variar de acordo com a espessura da placa. (Figura 5.27).
Figura 5.27 - Placas desformadas para início da montagem.
(Acervo do Autor)
Após a desforma, as placas são analisadas, para verificar se não estão danificadas,
e somente as que se encontrarem em perfeito estado, entrarão no processo de linha
de montagens das células Estruturação do banheiro com soldas (figuras 5.29 a
5.31).
Figura 5.28 - Placas entrando na linha de montagem das células.
(Acervo do Autor)
42
Na figura 5.29, pode-se observar a movimentação das placas para o posicionamento
da mesma, através de equipamentos como guinchos, pórticos entre outros.
Figura 5.29 - Início da montagem da estrutura e soldagem das placas.
(Acervo do Autor)
Na figura 5.30, tendo como seqüência de execução do serviço, as placas serão
soldadas, mantendo assim seu posicionamento correto.
Figura 5.30 - Placas soldadas
(Fonte: Acervo do Autor)
43
Na figura 5.31, verifica-se detalhe do acabamento feito com argamassa na região da
solda, que posteriormente irá receber um acabamento final, podendo ser azulejo,
que esconderá essa mancha observada.
Figura 5.31 – Acabamento com argamassa na região das soldas.
(Acervo do Autor)
Na figura 5.32, pode-se verificar o posicionamento dos banheiros já estruturados na
linha de montagem para dar início ao acabamento interno.
Figura 5.32 – Linha de montagem dos banheiros da empresa Rivoli.
(Acervo do Autor)
44
Na figura 5.33, pode-se verificar a execução da impermeabilização do piso, dos
reforços dos cantos das paredes e instalação da caixa de descarga no interior do
“shaft” (figuras 5.33 a 5.36).
Figura 5.33 – Impermeabilização da célula com manta asfáltica de 3mm.
(Acervo do Autor)
Verificado o serviço de impermeabilização, os banheiros em linha de montagem
começam a receber os equipamentos de hidráulica, como a caixa de descarga,
tubulação de esgoto e eletrodutos. (figuras 5.34 a 5.36)
Figura 5.34 – Instalação da caixa de descarga no interior do shaft.
(Acervo do Autor)
45
Figura 5.35 - Vista do shaft entre banheiros.
(Acervo do Autor)
Na figura 5.36, pode-se observar o detalhe da instalação da caixa acoplada e das
tubulações necessárias. (figura 5.36)
Figura 5.36 - Caixa de descarga fixada no interior do shaft.
(Acervo do Autor)
46
Como se pode observar na figura 5.37, depois de concluídos o serviço de
instalações, é dado início aos serviços de acabamento, como seguem abaixo:
assentamento dos revestimentos e rejuntes. (figuras 5.37 e 5.38).
Figura 5.37 - Colocação dos revestimentos.
(Acervo do Autor)
Figura 5.38 - Colocação dos revestimentos.
(Acervo do Autor)
47
Na Figura 5.39, pode-se observar a vista do banheiro-pronto já azulejado e
rejuntado, pronto para começar os serviços de instalações de louças e metais.
Figura 5.39 – Banheiro rejuntado.
(Acervo do Autor)
Pode-se observar na figura 5.40, as instalações dos acessórios em geral: louças,
metais, soleiras, molduras, etc e acabamento externo das paredes (figuras 5.40 a
5.44).
Figura 5.40 - Colocação dos metais.
(Acervo do Autor)
48
Pode-se observar abaixo, as instalações das louças e metais em geral, tais como:
bacias sanitárias e bancadas; chuveiros e torneiras, e a qualidade do serviço
executado. (figuras 5.41 a 5.44).
Figura 5.41 – Bacia instalada.
(Fonte: Acervo do Autor)
Figura 5.42 – Lavatório instalado.
(Acervo do Autor)
49
Figura 5.43 – Monocomando e chuveiro instalado.
(Acervo do Autor)
Figura 5.44 - Regularização da parte externa.
(Acervo do Autor)
Depois de executadas todas as fases do processo de produção, o banheiro recebe
uma limpeza, regularização das paredes externas para posterior acabamento na
obra e é embalado para transporte, conforme constatado na figura 5.45. (figura 5.45
e 5.46).
50
Figura 5.45 - Banheiro com todos os acabamentos instalados e limpo.
(Acervo do Autor)
Na figura 5.46, pode-se verificar o término do processo de fabricação do banheiro
pronto, este é embalado, e já está pronto para ser entregue na obra.
Figura 5.46 - Banheiro embalado para transporte.
(Acervo do Autor)
51
5.3 Produtos específicos utilizados no banheiro pronto.
O banheiro pronto tornou-se viável com a utilização de vários produtos
desenvolvidos harmonicamente para esse fim. São eles:
5.3.1 Bacia sanitária de saída horizontal de alto desempenho
As bacias sanitárias de saída horizontal se distinguem das bacias convencionais por
dirigirem horizontalmente a saída da descarga, possibilitando a instalação da
tubulação de esgoto no interior da parede do banheiro, acima do nível do piso, até o
tubo de queda no "shaft" vertical. Elas podem ser apoiadas no piso ou suspensas
(figura 5.47).
Figura 5.47 - Bacia de saída horizontal
(ALMEIDA,1969)
Bacias sanitárias suspensas são fixadas às paredes, através de estruturas metálicas
próprias para esse fim, supridas pelos fabricantes das caixas de descarga de
embutir. Podem ser instaladas em altura padrão, assim como na altura do assento
52
das cadeiras de rodas usadas por portadores de deficiências locomotoras ou
convalescentes, em hospitais e clínicas.
5.3.2 Caixas de descarga de embutir
Caixas de descarga de embutir, projetadas para instalação em paredes de alvenaria
convencional, gesso acartonado e concreto ou em bancadas técnicas em gesso
acartonado (“dry wall”).
Instaladas em posição elevada, as caixas de descarga embutidas proporcionam
descargas de alta vazão perfeitamente harmonizadas com as bacias de saída
horizontal, assegurando alto desempenho do conjunto.
Por serem embutidas no interior das paredes, essas caixas permitem a instalação
das bacias sanitárias mais próximas da parede, resultando em um ganho de espaço
útil no banheiro. Da mesma forma (embutidas no interior das paredes ou de
bancadas técnicas), elas têm seu mecanismo interno protegido contra vandalismo,
sendo ideais para uso em escolas, hospitais, hotéis, clínicas, centros esportivos, etc.
Estão disponíveis em 2 modelos básicos:
53
• De acionamento frontal para instalação em paredes. (figura 5.48)
Figura 5.48 - Caixa de acionamento frontal.
(ALMEIDA, 1969)
• De acionamento de topo para instalação em bancada técnica. (figura 5.49)
Figura 5.49 - Caixa de acionamento de topo.
(ALMEIDA, 1969 )
54
Para instalação associada a bacias sanitárias suspensas, as caixas de descarga são
montadas em estruturas metálicas capazes de permitir a fixação das bacias
suspensas. Essas estruturas de fixação, assim como as bacias sanitárias
suspensas, são projetadas e fabricadas para suportar cargas estáticas de até 400
kg. (figura 5.50)
Figura 5.50 - Caixa com estrutura metálica para fixação da caixa suspensa.
(ALMEIDA, 1969).
5.3.3 Tubulação flexível PEX para instalações de água quente, fria e gás.
Os sistemas hidráulicos de água fria e quente mais utilizados nos banheiros pré-
fabricados são os do tipo flexível ou comercialmente conhecidos como “PEX” (figura
55
5.51), que são tubulações de alma de alumínio, revestidas com polietileno reticulado
flexível, e compostas por tubos condutores (tubo-guia) e conexões metálicas
rosqueáveis.
Figura 5.51 -– Instalações das tubulações “PEX” nos banheiros prontos
(Catálogo Rivoli, 2002)
O processo de reticulação desses tubos ocorre na fabricação que transforma um
tubo de polietileno de alta densidade (HDPE – Hight density polyethylene) em tubo
de polietileno reticulado (PEX). A diferença entre um tubo HDPE e um PEX é que, no
primeiro caso, as cadeias de moléculas estão livremente arranjadas, enquanto no
56
segundo, essas cadeias se encontram ligadas entre si, sendo essa característica
que o torna um tipo de plástico superior aos outros, aliando flexibilidade e alta
resistência térmica e mecânica. A resistência térmica desses tubos é de até 95ºC
continuamente e até 110º, em picos de temperatura. Essa resistência tem uma leve
perda com os passar dos anos.
Sua forma de instalação possui o mesmo conceito de uma instalação elétrica: o tubo
PEX é introduzido dentro de um tubo guia, desde a caixa de distribuição onde se
localiza o manifold (figura 5.52) até o ponto de consumo. O manifold é um tipo de
distribuidor, de latão ou cobre, que pode ter até quatro saídas. Ele é a central de
distribuição do sistema, podendo ser associado a outros manifolds ou ligado
diretamente na prumada.
Figura 5.52 – Manifold.
(Catálogo Rivoli, 2002)
A água corre por um sistema de tubos extremamente flexíveis e resistentes, ausente
de conexões intermediárias, denominado sistema ponto a ponto (figura 5.53), o que
57
permite a inspeção, troca e manutenção sem quebra de revestimentos e paredes.
Uma instalação em PEX, de água fria ou quente, poderá ser feita também no
sistema convencional, que se baseia no mesmo princípio dos projetos de tubulações
rígidas de PVC, utilizando ramais, sub-ramais, conexões em “T” , reduções e
cotovelos.
No caso dos banheiros prontos, utiliza-se somente o sistema ponto a ponto devido à
facilidade da manutenção.
Figura 5.53 - Sistema ponto a ponto.
(Fonte: Catálogo Rivoli, 2002)
Principais vantagens do uso do sistema PEX:
• Condutividade térmica : 0,45 W/m . K , aproximadamente 1/100 do tubo de
aço;
58
• Resistência à corrosão : Em temperatura normal, não dissolve em qualquer
solução conhecida e é resistente a ácidos, base alcalina, sal e outras
substâncias;
• Higiene : O PEX é totalmente higiênico, não tóxico, livre de ferrugem e livre de
crescimento de microorganismos, evitando assim a contaminação da água;
• Temperatura excessiva, pressão e vida útil : utilizando-se pressões abaixo
das condições normais de pressão, o PEX pode ter uma vida útil de
funcionamento de mais de 50 anos;
• Resistência a chamas : o PEX é composto por uma estrutura de alta
resistência a chamas;
• Função hidráulica : fluxo livre da água ou fluido evitando assim perda de
carga normais nos outros sistemas. Devido a sua flexibilidade natural, o
sistema evita golpes de ariete e conseqüente ruído na tubulação;
• Instalação : facilmente dobrável, esse sistema elimina uma série de conexões
comparadas às instalações tradicionais, sendo também de fácil instalação,
diminuindo muito o tempo total de mão-de-obra necessária;
• Sistema de gás encanado : a camada mediana do PEX confere alta
resistência a pressão de trabalho em redes de gás ou oxigênio e é também
largamente utilizado em redes de ar comprimido e outros gases (figura 5.54).
59
Figura 5.54 – Instalação de gás
(Catálogo Rivoli, 2002)
• Sistema de água quente e fria : devido à ausência de rugosidade interna, o
sistema evita incrustações, conferindo 30% de maior eficiência na condução
de líquidos em comparação a tubos de aço (figura 5.55).
Figura 5.55 – Instalação água quente e fria
(Catálogo Rivoli, 2002)
60
A adequação do sistema PEX, deve ser prevista desde a concepção do projeto,
prevendo medidas que facilitem seu emprego na obra.
5.4 Inspeção entrega e instalação na obra.
A responsabilidade da inspeção do banheiro pronto, desde o recebimento dos
materiais até a chegada na obra, é da empresa fornecedora contratada, e da
instalação na obra é de responsabilidade da construtora, porém terá sempre o
acompanhamento de um técnico responsável, da contratada, que irá acompanhar e
orientar a construtora.
5.4.1 Inspeção e entrega
Para o recebimento dos materiais são feitos controles de quantidade e aspectos
físicos em geral.
Durante a fabricação do banheiro, são usadas fichas de controle de serviços,
anexadas nas laterais dos banheiros. Essas fichas indicam o responsável pela
execução de cada etapa ao longo da linha de produção.
Após concluídas todas as etapas de fabricação e antes de ser embalado para
transporte, o banheiro recebe uma inspeção de qualidade final realizada pelo
fornecedor, juntamente com o cliente.
O banheiro pronto é transportado da fábrica ao canteiro de obra em carretas,
embalado em filme plástico para proteção contra os rigores do transporte e do
61
intemperismo (figura 5.56). Entregue na obra, o banheiro é inspecionado novamente,
pelo cliente, ainda sobre o caminhão, para constatar que não houve nenhum dano
durante o transporte. Se for constatado algum dano, esse é avaliado e se houver
possibilidade de repará-lo na obra, o banheiro é descarregado e posicionado no
local definitivo. Caso contrário, é devolvido para a fábrica.
Figura 5.56 - Banheiros embalados sobre a carreta.
(Acervo do Autor)
Na tabela 5.1, pode-se verificar a Ficha para a inspeção na obra, onde cada cliente
adota uma metodologia. Geralmente são usadas fichas de controle de qualidade que
visam garantir o perfeito estado do produto.
62
Tabela 5 -1 - Ficha de Controle de Recebimento dos Sanitários
CONTROLE DE RECEBIMENTO DOS SANITÁRIOS
CLIENTE: BNH NR: TIPO:
Empreitada Nr. A CONTROLE do SISTEMA Nome do PROFISSIONAL OK CD DATAA1 MONTAGEM
A2 IMPERMEABILIZAÇÃO
A3 SISTEMA ELÉTRICO
A4 SISTEMA HIDRÁULICO e SANITARIO TESTE DE ESTANQUEIDADE TESTE DE CONTINUIDADE TESTE DE PRESSÃO TESTE DE VAZÃO TESTE DE CAIMENTO B CONTROLE ARQUITETONICO B1 MISTURADORES
B2 CHUVEIRO DA DUCHA
B3 DUCHA HIGIÊNICA
B4 CUBA
B5 BACIA SANITÁRIA
B6 ASSENTO DO VASO SANITÁRIO
B7 EXAUSTORES
B8 INTERRUPTORES E TOMADAS
B9 BANCADA
B10 BOX DUCHA
B11 RALO DA DUCHA
B12 REVESTIMENTO DO PISO
B13 REVESTIMENTO DAS PAREDES
B14 SOLEIRA
B15 REJUNTE
B16 SILICONE
B18 LIMPEZA
63
5.4.2 Equipamentos para instalação na obra.
O transporte vertical é feito através de guindastes ou gruas que depositam os
banheiros prontos em plataformas fixadas na face externa da estrutura da obra, na
altura de cada pavimento, ou, em casos específicos de acesso, utiliza-se elevadores
cremalheiras.
O transporte horizontal do banheiro pronto até o local de sua instalação definitiva é
feito através de carrinhos especialmente projetados para esse fim (figura 5.57).
Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje.
(Acervo do Autor)
A escolha do tipo de transporte depende da característica da estrutura da obra, das
dimensões e do peso dos banheiros.
64
A logística de entrega dos banheiros está vinculada ao cronograma físico da obra,
conforme pode ser visto no modelo da obra Formule 1 DownTown – Construtora
Inpar, que adotou o banheiro pronto.
A operação, desde a retirada do banheiro da carreta até o seu posicionamento final,
é feita com apenas 5 homens, em cerca de 30 minutos.
A responsabilidade de locomoção dos banheiros desde a carreta até a posição final
pode vir à ser do fornecedor, de acordo com o estabelecido no contrato.
O banheiro pode ser locado sobre um rebaixo de 4 cm, para que fique inserido na
laje de concreto e no mesmo nível que o piso do ambiente ou pode ser
simplesmente apoiado sobre a laje com o auxílio de peças de neoprene para nivelar.
(Obra HOTEL HILTON, 2001)
Quando adotado o transporte vertical pela grua, utilizando uma espécie de gancho
para visar à facilidade e principalmente a segurança ao içar o banheiro pronto. Como
observado nesta foto abaixo. (figura 5.58 e 5.59)
65
Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua.
(Acervo do Autor)
Figura 5.59 – Içamento do banheiro com grua.
(Acervo do Autor)
66
Na figura 5.60, pode-se observar que sobre a plataforma de recebimento situada no
andar, é posicionado um carrinho especial, fornecido pela empresa contratada.
Figura 5.60 - Posicionamento do banheiro no carrinho de transporte.
(Acervo do Autor)
Pode-se observar na figura 5.60, que este carrinho serve para locomoção horizontal
do banheiro no pavimento, desde a plataforma até a posição final na laje. (figuras
5.61 e 5.62).
Figura 5.61 - Banheiro posicionado no carrinho.
(Acervo do Autor)
67
Figura 5.62 - Banheiro sendo posicionado na laje.
(Acervo do Autor)
Como se pode observar na figura 5.63, a vista do banheiro pronto já posicionado no
local final, com suas esperas para a tubulação de esgoto, hidráulica e elétrica. (figura
5.63).
Figura 5.63 - Banheiro posicionado na laje.
(Acervo do Autor)
68
Na figura 5.64, pode-se observar a vista frontal do banheiro pronto já instalado e
acabado em seu local definitivo. (figura 5.64).
Figura 5.64 – Banheiro posicionado na laje.
(Acervo do Autor)
5.5 Algumas interfaces na implantação do Banheiro Pronto
Quando se opta pela utilização de banheiros prontos, deve-se ter consciência de
que existem algumas interfaces que ocorrem na implantação do mesmo, tais como:
5.5.1 Complemento do pé direito em gesso acartonado.
Este complemento é executado entre o banheiro e a laje de cobertura do andar,
devido à necessidade do banheiro ter sua altura menor que o pé direito do andar,
para transportá-lo sobre a laje. A maior dificuldade na execução está no pequeno
69
espaço para fixar “in loco” os perfis metálicos sobre o banheiro e abaixo da laje,
outro fator importante é a utilização de perfis metálicos nas juntas entre as paredes
do banheiro e o complemento, pois essa região fica sujeita a apresentar trincas.
Figura 5.65 - Banheiro acabado com pé direito reduzido para possibilitar locomoção.
(Fonte: Acervo do Autor)
5.5.2 Desnível do banheiro em relação à laje.
O desnível existente entre o banheiro e a laje pode ser evitado se for executado um
rebaixo na laje. No entanto, as empresas de banheiro pronto não recomendam esta
solução pois, o banheiro pode não ficar perfeitamente nivelado quando executado
manualmente. Uma das soluções mais utilizadas neste caso é fazer um enchimento,
com, por exemplo, argila expandida em todo o piso, deixando então a cota do
sanitário mais baixo que o piso.
70
Figura 5.66 - Desnível do piso.
(Acervo do Autor)
5.5.3 Utilização de neoprene e chapa metálica para apoio do banheiro sobre a laje.
No apoio do banheiro sobre a laje, é necessária a utilização de placas de neoprene
e chapas metálicas, para evitar que o banheiro acompanhe pequenas deformações
da laje e para auxiliar no nivelamento do mesmo sobre a laje.
Figura 5.67 - Chapa metálica e neoprene de apoio do banheiro.
(Acervo do Autor)
71
5.5.4 Complemento de madeira nos batentes das portas, devido a pequena espessura das paredes de concreto.
No caso das paredes de concreto a espessura utilizada é de 4 cm. Como o batente
da porta padrão possui espessura superior a 4 cm, costuma-se fazer um
complemento em madeira na lateral do batente. Esse complemento gera um custo
maior para o serviço.
Figura 5.68 - Batente instalado com complemento em madeira.
(Acervo do Autor)
72
6 ESTUDO DE CASO
6.1 Comparativo entre banheiro executado na obra e banheiro pronto
Num estudo comparativo entre um banheiro construído na obra, e o mesmo banheiro
construído no pátio da empresa e transportado até a obra, é importante salientar,
além do aspecto econômico, também outros aspectos como qualidade, rapidez,
facilidade na instalação e limpeza da obra.
O método empregado para a execução do banheiro pronto, inovador no campo da
engenharia civil, é o da industrialização fechada e baseia-se na produção em série.
Essa produção caracteriza-se, basicamente, pela divisão das atividades em
diferentes setores, cada qual com seus respectivos funcionários. A linha de
produção em questão assemelha-se muito à de automóveis. Só não são todas
automatizadas, sendo fundamental ainda a presença do fator humano.
A figura 6.1 ilustra a seqüência da linha de produção de banheiros pré-fabricados de
concreto armado.
73
Figura 6.1 - Fluxograma de fabricação de banheiros pré-fabricados de placas de concreto.
(Catálogo Rivoli, 2002).
74
6.2 Modelo de estudo de caso para implantação
Para a implantação do banheiro pré-fabricado, as construtoras costumam realizar
estudos comparativos de viabilidade entre seu método convencional de alvenaria ou
gesso acartonado (dry wall) e o banheiro pronto.
O estudo foi realizado pela construtora Inpar baseado na obra do hotel Formule 1
Jardins, localizado à Av. Nove de Julho, 3611 – São Paulo. Este hotel foi construído
em 18 meses e possui 26 pavimentos, 399 apartamentos com banheiros em gesso
acartonado (dry wall) executados na própria obra.
Este estudo leva em consideração o fator material e mão-de-obra, não deixando de
considerar a questão “tempo de execução”, “entulho gerado”, desperdício de
material” que gera um custo indireto de grande influência.
A planilha comparativa de preços, onde estão sendo confrontados os custos reais do
banheiro, sendo executado na obra, coluna designada como In Loco, e os custos do
banheiro sendo executado por uma indústria, coluna designada como Pronto, como
uma linha de montagem, banheiro-pronto.
Na Tabela 6.1, verifica-se o estudo comparativo dos itens a serem comprados pela
construtora incluindo o custo da mão de obra de execução, no caso da coluna
referente ao “In Loco“, todos os itens onde aparecem os valores deveram ser
comprados pela construtora, já na coluna referente ao “Pronto”, somente o item de
cerâmica deverá ser comprado pela construtora e enviado para a empresa que irá
75
fabricar os banheiros, com isso todos os demais materiais passam a ser de
responsabilidade da empresa contratada para a fabricação dos banheiros, incluindo
quantidades, preços e qualidade do material.
Tabela 6.1. Estudo comparativo – Impermeabilização e Piso. (Construtora Impar, 2004).
COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Preparo de superfície áreas frias: QUANTIDDE
UNID.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
PREÇO TOTAL
PREPARO Á. FRIA MAT
1,000 236,70 m²
Areia média lavada
0,007 1,73 m³ R$ 29,00 R$ 50,11
Cimento CP II 32
0,523 123,84 kg R$ 0,35 R$ 43,35
PREPARO. DE Á. FRIA M.O
1,000 236,70 m² R$ 6,00 R$ 1.420,22
Impermeabilização de áreas frias:
IMP. DE Á. FRIA MAT
1,000 2.146,10 m²
Tela de Poliester
1,100 2.360,71 m² R$ 2,00 R$ 4.721,41
Denverpren primer
0,500 1.073,05 kg R$ 1,30 R$ 1.394,96
Denverpren II
3,500 7.511,33 kg R$ 2,60 R$ 19.529,47
Tarucel
1,050 2.253,40 ml R$ 0,30 R$ 676,02
IMP. DE Á. FRIA M.O
1,000 2.146,10 m² R$ 8,20 R$ 17.597,98
Proteção mecânica:
PROT. MEC. MAT
1,000 236,70 m²
Areia média lavada
0,006 1,44 m³ R$ 29,00 R$ 41,87
Cimento CP II 32
0,208 49,23 kg R$ 0,35 R$ 17,23
PROT. MEC. MO
1,000 236,70 m² R$ 3,75 R$ 887,64
Assentamento de piso cerâmico:
PISO CER. MAT
1,000 520,81 m²
Cimenticola
5,500 2.864,45 kg R$ 0,23 R$ 658,82
Cerâmica 20x20 Portobello
1,050 546,85 m² R$ 13,10 R$ 7.163,72
R$ 7.163,72
Rejunte pronto
0,300 156,24 kg R$ 0,90 R$ 140,62
PISO CER. MO
1,000 520,81 m² R$ 11,30 R$ 5.885,13
76
Na Tabela 6.2, pode-se verificar o estudo comparativo dos itens à serem comprados
pelas construtoras incluindo o custo da mão de obra de execução: chapas de Dry
Wall e acessórios. Na coluna designada “In Loco” estão todos os itens a serem
comprados pela construtora para construir os banheiros na obra, no caso da coluna
designada “Pronto” que será a empresa contratada que irá executar na fábrica,
necessita-se apenas de comprar as quantidades de massa para colagem, chapas
brancas e fitas, com isso todos os estes materiais passam a ser de responsabilidade
da empresa contratada para a fabricação dos banheiros, incluindo quantidades,
preços, qualidade do material e aproveitamento destes materiais, sendo que essas
quantidades são fornecidas pela empresa contratada e conferidas pela construtora.
Tabela 6.2 - Estudo comparativo – Paredes em Dry Wall. (Construtora Impar, 2004).
COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA EM GESSO ACARTONADO OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Execução parede em Drywall S col. QUANTIDDE
UNID.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL
PAR. DW. S/COL MAT
1,000 2.895,38 m²
Massa p/ colagem de chapas
0,900 2.605,85 kg
R$ 1,25
R$ 3.257,31
Chapa Branca
1,050 3.040,15 m²
R$ 5,00
R$ 15.200,77
Fita p/ juntas
1,400 4.053,54 ml
R$ 0,10
R$ 405,35
Massa p/ juntas
0,950 2.750,62 kg
R$ 1,20
R$ 3.300,74
PAR. DW. S/COL MO
1,000 2.895,38 m²
R$ 10,00
R$ 28.953,84
Execução par. em Drywall C/70 - U/70 - S/48
PAR. DW. C/70 MAT
1,000 1.373,22 m²
Pinos
0,020 27,46 ct
R$ 15,00 R$ 411,97
Guias RF 70mm
0,850 1.167,24 ml
R$ 1,35 R$ 1.575,77
Montantes RF 70mm
3,150 4.325,64 ml
R$ 1,45 R$ 6.272,18
Chapa Cimentícea
1,050 1.441,88 m²
R$ 23,00 R$ 33.163,26
Fita p/ juntas
0,700 961,25 ml
R$ 0,10 R$ 96,13
Massa p/ juntas
0,500 686,61 kg
R$ 1,20 R$ 823,93
Parafusos metal-metal
0,002 2,75 mi
R$ 53,50 R$ 146,93
Parafuso p/ chapas cimetíceas
0,008 10,99 mi
R$ 75,00 R$ 823,93
77
PAR. DW. C/70 MO
1,000 1.373,22 m²
R$ 9,00 R$ 12.358,98
Execução de par.em Drywall C/70/U - S/70/U - U/70/U - S/70/C - C/70/C
PAR. DW. C/70/U MAT
1,000 3.308,50 m²
Pinos
0,020 66,17 ct
R$ 15,00 R$ 992,55
Guias RF 70mm
0,850 2.812,23 ml
R$ 1,45 R$ 4.077,73
Montantes RF 70mm
4,200 13.895,70 ml
R$ 1,95 R$ 27.096,62
Tábua autoclavada
0,050 165,43 ml
R$ 3,50 R$ 578,99
Parafusos metal-metal
0,002 6,62 mi
R$ 53,50 R$ 354,01
Chapa Cimentícea
1,050 3.473,93 m²
R$ 23,00 R$ 79.900,28
Chapa Verde
1,050 3.473,93 m²
R$ 6,25 R$ 21.712,03
Parafuso p/ chapas
0,008 24,81 mi
R$ 16,00 R$ 397,02
Parafuso p/ chapas cimentíceas
0,008 24,81 mi
R$ 75,00 R$ 1.861,03
Fita p/ juntas
2,800 9.263,80 ml
R$ 0,10 R$ 926,38
Massa p/ juntas
0,500 1.654,25 kg
R$ 1,20 R$ 1.985,10
Cantoneira metálica
0,150 496,28 ml
R$ 0,80 R$ 397,02
PAR. DW. C/70/U MO
1,000 3.308,50 m²
R$ 11,95 R$ 39.536,58
Assentamento de Azulejos:
AZULEJO MAT
1,000 4.589,64 m²
Cimenticola
5,500 25.243,02 kg
R$ 0,70 R$ 17.670,11
Azulejo 20x20 Portobello
1,100 5.048,60 m²
R$ 10,00 R$ 50.486,04
R$ 50.486,04
Rejunte pronto
0,350 1.606,37 kg
R$ 0,90 R$ 1.445,74
AZULEJO MO
1,000 4.589,64 m²
R$ 11,30 R$ 51.862,93
Cantoneira para Azulejos:
CANT. P/ AZULEJOS MAT
1,000 35,20 ml
Cantoneira c/ pint. eletrostática bca
1,000 35,20 ml
R$ 1,70 R$ 59,84
R$ 59,84
CANT. P/ AZULEJOS MO
1,000 35,20 ml
R$ 6,50 R$ 228,80
Na Tabela 6.3, o estudo comparativo para a execução do forro em Dry Wall se torna
simples, pois este quantitativo é somado ao quantitativo do estudo das paredes,
tabela 6.2, portanto no caso do banheiro pronto, todos os itens a serem comprados
pelas construtoras já estão inclusos no quantitativo da tabela 6.2. Porém no caso da
coluna “In Loco” esses itens serão descriminados e controlados para a compra e
recebimento e armazenamento.
78
Tabela 6.3 - Estudo comparativo – Forro de Gesso (Construtora Impar, 2004).
COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto
Execução de forro em Drywall: QUANTIDDE
UNID. PREÇO UNIT. PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL
FORRO EM DRYWALL MAT
1,000 520,81 m²
Pinos
0,020 10,42 ct R$ 15,00 R$ 156,24
Pendurais
0,020 10,42 ct R$ 0,55 R$ 5,73
Guias p/ teto
3,250 1.692,63 ml R$ 1,20 R$ 2.031,15
Cantoneiras de perímetro
0,250 130,20 ml R$ 1,26 R$ 164,05
Parafusos metal-metal
0,002 1,04 mi R$ 53,50 R$ 55,73
Chapa Verde
1,050 546,85 m² R$ 6,25 R$ 3.417,80
Parafuso p/ chapas
0,008 4,17 mi R$ 16,00 R$ 66,66
Fita p/ juntas
0,700 364,57 ml R$ 0,10 R$ 36,46
Massa p/ juntas
0,450 234,36 kg R$ 1,20 R$ 281,24
FORRO EM DRYWALL MO
1,000 520,81 m² R$ 10,00 R$ 5.208,08 Pintura látex sobre forro de Drywall:
LÁTEX PVA C/ MASSA MAT
1,000 520,81 m²
Massa PVA
0,700 364,57 kg R$ 1,45 R$ 528,62
Lixa
0,400 208,32 uni R$ 0,18 R$ 37,50
Látex PVA duas demãos
0,170 88,54 l R$ 6,55 R$ 579,92
LÁTEX PVA C/ MASSA MO
1,000 520,81 m² R$ 4,00 R$ 2.083,23
Na Tabela 6.4, o mesmo acontece no estudo comparativo dos itens a serem
comprados pelas construtoras incluindo o custo da mão de obra de execução, onde
devido ao grande número de itens a serem instalados, esta tabela terá um alto valor
empenhado em mão de obra, já com relação aos itens como louças e metais
indefere pois a construtora deverá efetuar a compra destes itens e enviar para a
fábrica no caso do banheiro pronto ou receber na obra para instalação no caso do
executado “In Loco”, pois estes itens são escolhidos pelas construtoras de acordo
com as especificações do projeto de arquitetura.
79
Tabela 6.4 - Estudo comparativo - Instalações: Hidráulica, Elétrica, Louças e Metais.
(Construtora Impar, 2004).
COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Instalações eletricas - Mão de obra: QUANTIDDE UNID.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL
INST. ELETRICAS M.O 1,000 260,00 vb R$ 260,00 R$ 67.600,00
Instalações hidráulicas - Mão de obra:
INST. HIDRAULICAS M.O 1,000 260,00 vb R$ 400,00 R$ 104.000,00
Baguete de mármore bco box: INST. DE BAGUETE GR. MAT 1,000 165,12 ml
Argamassa colante 0,350 57,79 kg R$ 1,20 R$ 69,35
Baguete de granito 1,000 165,12 ml R$ 25,00 R$ 4.128,00
R$ 4.128,00
INST. DE BAGUETE GR. MO 1,000 165,12 ml R$ 7,00 R$ 1.155,84
Bancas de mármore lavatório: INST. DE BANCAS GR. MAT 1,000 78,02 m²
Parafusos auto atarrachantes 1.040,00 pç R$ 0,10 R$ 104,00
R$ 104,00
Maõs francesas fixação 520,00 pç R$ 4,50 R$ 2.340,00
R$ 2.340,00
Banca em granito 1,000 78,02 m² R$ 370,00 R$ 28.867,10
R$ 28.867,10
INST. DE BANCAS GR. MO 1,000 78,02 m² R$ 50,00 R$ 3.900,96
Acabamento de mármore bacia: INST. DE BANCAS GR. MAT 1,000 34,34 m²
Parafusos auto atarrachantes pç R$ 0,10
Maõs francesas fixação pç R$ 4,50
Banca em granito 1,000 34,34 m² R$ 370,00
R$ 12.705,06
INST. DE BANCAS GR. MO 1,000 34,34 m² R$ 50,00
Louças e Metais:
BACIA C/CX. DECA RAVENA (SH) 1,000 260,00 pç R$ 131,09 R$ 34.083,40
R$ 34.083,40
Flexível p/ ligação 1,000 260,00 pç R$ 6,05 R$ 1.573,00
R$ 1.573,00
Bolsa canopla DECA CH1 1,000 260,00 pç R$ 3,80 R$ 988,00
R$ 988,00
Conjunto de fixação 1,000 260,00 pç R$ 1,20 R$ 312,00
R$ 312,00
CUBA DE LOUÇA DECA L-41 1,000 252,00 pç R$ 22,36 R$ 5.634,72
R$ 5.634,72
Flexível p/ ligação 2,000 504,00 pç R$ 6,05 R$ 3.049,20
R$ 3.049,20
Válvula p/ lavatório 1,000 252,00 pç R$ 5,05 R$ 1.272,60
R$ 1.272,60
Misturador p/ lavatório DECA C-36 1,000 252,00 pç
R$ 109,06 R$ 27.483,12
R$ 27.483,12
Sifão p/ lavatório 1,000 252,00 pç R$ 17,30 R$ 4.359,60
R$ 4.359,60
LAV. DE LOUÇA C/ COL DECA L-51 1,000 8,00 pç
R$ 86,22 R$ 689,76
R$ 689,76
Flexível p/ ligação 2,000 16,00 pç R$ 6,05 R$ 96,80
R$ 96,80
Válvula p/ lavatório 1,000 8,00 pç R$ 5,05 R$ 40,40
R$ 40,40
Misturador p/ lavatório DECA C- 1,000 8,00 pç R$ R$ 872,48 R$
80
36 109,06 872,48
Sifão p/ lavatório 1,000 8,00 pç R$ 17,30 R$ 138,40
R$ 138,40
Conjunto de fixação 1,000 8,00 pç R$ 1,20 R$ 9,60
R$ 9,60
DUCHA DECA BELL 4806-C 1,000 260,00 pç R$ 64,37 R$ 16.736,20
R$ 16.736,20
Misturador p/ chuveiro mono. DECA 1,000 260,00 pç
R$ 146,45 R$ 38.077,00
R$ 38.077,00
Ducha c/ kit flexível DECA 1,000 260,00 pç R$ 36,16 R$ 9.401,60
R$ 9.401,60
Acabto de registro 2,000 520,00 pç R$ 21,50 R$ 11.180,00
R$ 11.180,00
BARRA DESLIZ. DECA MODERNA 1,000 8,00 pç R$ 188,57 R$ 1.508,56
R$ 1.508,56
Na Tabela 6.5, o estudo comparativo a furos nas lajes, mostra que com a opção do
banheiro pronto não haverá necessidade de designar custos para a furação das
lajes e chumbamento dos ralos, contrário a opção do executado em obra. A tabela
6.5 também terá um valor empenhado em mão de obra, no caso da opção
executado “In Loco” . Apenas no item de Tampa Shaft Box que será igual para as
duas opções.
Tabela 6.5 - Estudo comparativo – Furos. (Construtora Impar, 2004).
COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Furação de lajes e chumb/to de passantes: QUANTIDDE UNID.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL
FURAÇÃO RALOS 1,000 260,00 uni
Tubo de PVC 50 mm 0,330 85,80 ml R$ 2,60 R$ 223,08
Cola 0,050 13,00 bs R$ 29,90 R$ 388,70
MO Furação 1,000 260,00 uni R$ 2,30 R$ 598,00
FURAÇÃO BACIA 1,000 260,00 uni
Tubo de PVC 100 mm 0,330 85,80 ml R$ 4,40 R$ 377,52
Cola 0,120 31,20 bs R$ 29,90 R$ 932,88
MO Furação 1,000 260,00 uni R$ 2,95 R$ 767,00
FURAÇÃO ESGOTO 1,000 260,00 uni
Tubo de PVC 50 mm 0,330 85,80 ml R$ 2,60 R$ 223,08
Cola 0,050 13,00 bs R$ 29,90 R$ 388,70
MO Furação 1,000 260,00 uni R$ 2,35 R$ 611,00
FURAÇÃO PEX 1,000 520,00 uni
81
Tubo de PVC 3/4" 0,330 171,60 ml R$ 1,05 R$ 180,18
Cola 0,025 13,00 bs R$ 29,90 R$ 388,70
MO Furação 1,000 520,00 uni R$ 1,80 R$ 936,00
Carenagens e Shafts:
CARENAGEM LAVATÓRIO 1,000 260,00 pç R$ 17,50 R$ 4.550,00
TAMPA SHAFT BOX 1,000 260,00 pç R$ 112,00 R$ 29.120,00
R$ 29.120,00
Na tabela 6.6, pode-se verificar que o banheiro pronto, industrializado, é mais caro
que o banheiro executado na obra, isto ocorre devido ao alto custo da mão de obra
empregado, que para cada 1hora trabalhada de qualquer operário, este valor será
repassado para a construtora em torno de 3,73 vezes maior, levando em conta:
custos com a mão de obra –1,38% somado a I (uma) hora trabalhada, bonificações e
despesas Indiretas (BDI) – 25% ao valor anteriormente somado, impostos – 35% em
cima do BDI. Portanto este fator acaba sendo decisivo ao custo, e o planejamento
da obra de extrema importância, pois ao optar pela execução dos banheiros na obra,
a princípio será mais barato, porém se houver atraso em sua execução a quantidade
de horas gasta com funcionário aumentará e como dito anteriormente esta
proporção é em torno de 3,73 vezes maior para cada hora gasta. Ao escolher por
contratar o banheiro pronto estas quantidades de horas trabalhadas será de controle
e responsabilidade da empresa que irá industrializar os banheiros e tem com
tendência gastar uma menor quantidade de horas, pois sua fabricação é uma linha
de produção.
Itens como limpeza, menor quantidade de operários na obra para controlar e
conservação da obra – pois esta solução não gera entulho, entre outros por
82
menores, esta diferença reduz muito, sem contar com a economia de prazo que terá
o empreendimento à ser construído.
Evidente que esses valores são válidos para as condições deste empreendimento,
que é de grande porte, portanto pela quantidade de banheiros prontos que foram
produzidos, os valores unitários dos equipamentos da tabela, ficaram mais baratos,
mas de qualquer forma essa diferença de preços existirá.
Tabela 6.6 - Estudo comparativo – Total. (Construtora Impar, 2004).
Total parcial: R$
1.013.558,39 R$
343.598,21
Custo bho pronto Rivoli: R$
539.500,00
Custo total: R$
1.013.558,39 R$
883.098,21
Rivoli é: R$
(130.460,18) mais barato
83
7 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO/CRÍTICA
Pode-se constatar no estudo do capítulo anterior, que o banheiro pronto custa mais
caro, no entanto, também precisa ser levado em consideração neste estudo, custos
indiretos com administração local, planejamento, aquisição, recebimento e
armazenamento de materiais, controle de qualidade, onde esta diferença diminuirá,
porém todos esses fatores também possuem o seu valor, mesmo adicionando todos
esses fatores, o método executivo de banheiro pronto ainda é mais caro, este
método só se tornará economicamente viável quando se tem o fator prazo com risco
de multas aplicadas pelo cliente em caso de atrazo na entrega.
Este estudo foi feito após execução da obra citada para viabilidade de aplicação do
banheiro pronto em um novo empreendimento de hotel Formule 1 que necessitava
de banheiros com paredes de espessura de no máximo 5 cm acabada para garantir
a modulação de apartamentos com 13,18 m² de área privativa conforme padrão
Formule 1 exigido pela Accor Hotels. No caso da obra F1 Jardins, não havia essa
preocupação com a modulação dos apartamentos, pois a área disponível era
suficiente para aplicação do banheiro em dry wall executado “in loco”.
Foi constatado junto à equipe da obra, que os principais problemas estavam
vinculados às interferências em liberação de frentes de trabalho, elevado número de
retrabalhos gerando uma qualidade final inferior à apresentada pelo banheiro pronto.
84
Há a expectativa de que o banheiro pronto seja superior ao executado na obra nos
aspectos de qualidade e rapidez. Dentre os aspectos qualitativos pode-se citar: a
economia, a tecnologia e o tempo de execução. Dentre os aspectos quantitativos,
pode-se citar a rapidez de montagem, a redução de perdas de material e limpeza da
obra.
O banheiro pronto utiliza menos mão de obra por unidade do que o executado na
obra, devido à linha de produção em série. Sabe-se que o fator mão de obra é muito
significativo, pois, onera muitos custos com encargos sociais conforme comprovado
no estudo de caso, dentre outros fatores.
Com relação à produtividade, segundo a empresa Rivoli Tecna, a produção diária
depende das dimensões e acabamentos escolhidos. Podem ser executados em
média, 8 estruturas de banheiros por dia sendo que, cada célula permanece na
linha de produção por 8 dias.
Os prazos certos e reduzidos do sistema dos banheiros prontos contribuem
sensivelmente na redução do tempo de realização e de entrega, e
conseqüentemente reduzem também os custos operacionais das construtoras. Em
comparação com os banheiros feitos tradicionalmente na obra, o ganho médio é de
33 % em mão de obra. ( tabela 7.1).
85
Tabela 7.1 – Comparação dos prazos de execução
(Rivoli, 2005).
Os módulos de banheiro pronto produzido no estabelecimento industrial saem já
prontos para utilização final. Na obra faz-se necessário apenas ligar as instalações
hidráulicas do banheiro pronto na prumada e conectar as instalações elétricas.
Cada módulo do banheiro pronto entregue ao cliente passa através de um
sistemático e rigoroso controle de processo no qual se destaca: atenta analise e
controle de qualidade dos materiais a serem utilizados, produção seguindo os
padrões da norma brasileira (ABNT), fiscalização continua do processo industrial do
banheiro pronto desde a montagem das placas até o carregamento nas carretas,
controle detalhado das etapas de trabalho.
86
Na tabela 7.2, pode-se verificar o comparativo referente aos principais aspectos
vantajosos e desvantajosos do método construtivo do Banheiro Pronto.
Vantagens x desvantagens Vantagens: Desvantagens:
execução fora do canteiro de obra. necessita de transporte vertical e horizontal
especial.
ganho no cronograma. desembolso antecipado de verba.
dispensa o gerenciamento da execução do banheiro.
cronograma e logística especial para recebimento e instalação.
número reduzido de fornecedores
Tabela 7.2 - Vantagens X Desvantagens - Banheiro Pronto
87
8 CONCLUSÕES
Após a realização desse estudo, chegou-se à conclusão de que, de um modo geral,
o banheiro pronto ainda não é muito utilizado pelas empresas pertencentes ao setor
da construção. Isso ocorre, em princípio, porque nem sempre há um estudo para
viabilizá-lo na obra e, também, por falta de conhecimento e de espírito inovador da
maioria das construtoras.
Sabe-se que um dos pré-requisitos fundamentais para a implantação dos banheiros
prontos é o desembolso de parte da verba destinada à compra dos banheiros num
prazo curto e em uma etapa preliminar da obra, onde normalmente não estão
previstos gastos com este serviço, o que acaba tornando essa opção inviável para
alguns empreendimentos, haverá então a necessidade de planejar o quadro físico x
financeiro da obra. Problemas para realizar a interligação do produto com os demais
sistemas que interagem com ele na obra, também acabam por desestimular as
construtoras.
Outro fator de grande influência na pouca utilização dos banheiros prontos é o fato
de existir um reduzido número de fornecedores no mercado e o baixo incentivo do
governo para consolidar o uso de produtos pré-fabricados na construção, em função
da redução de contratação de mão-de-obra.
No Brasil, o banheiro tem sido mais utilizado em obras de hotéis e flats pelas
grandes construtoras. No entanto, essas obras estão saturadas no mercado. A
desaceleração nos investimentos na rede hoteleira resultou na diminuição da
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fabricação desses produtos. Como conseqüência, os fornecedores, juntamente com
as construtoras, estão buscando alternativas para firmar o uso do produto em obras
residenciais e comerciais.
Mesmo com algumas interferências e dificuldades na sua implantação, o banheiro
pronto traz diversas vantagens em relação ao banheiro feito “in loco”, principalmente
referentes à qualidade, sem contar na economia de tempo no acompanhamento dos
serviços durante a execução.
O banheiro pronto permite a eliminação dos custos indiretos na obra, conseguindo
de fato atender aos seguintes aspectos: evita indecisões no projeto que podem
causar re-trabalho ou posteriores adaptações não previstas, eliminam desperdício de
materiais, devidos a indefinições de projeto das instalações que levam a horas extra
de trabalho, simplificar a contabilidade na obra, anulando recálculos de despesas e
custos, sintetizando em um único fornecedor a administração de 230 itens (metais,
louças,...) e fornecendo todo o conjunto em um único modulo pré-fabricado, o
banheiro pronto reduz os custos da infra-estrutura necessária na obra por abrigar
menor número de funcionários, alem de reduzir o espaço de almoxarifado, evita
multas devidas a entregas atrasadas, impedimentos ou atrasos no cronograma, que
alem de onerar a empresa, acabam por denegrir a sua imagem diante do cliente.
O sistema banheiro pronto fornece à construção civil todas as vantagens da
realização em série e industrial, conseqüentemente a possibilidade de um
planejamento antecipado e preciso. Cada etapa do processo produtivo é
constantemente controlada e fiscalizada. Por isso, todo o processo, desde o projeto
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até a colocação no canteiro de obra, ganha em racionalização e certeza. Além disso,
o sistema banheiro pronto é independente de problemas freqüentes na obra como
falta de energia, dias chuvosos, falta de materiais, etc...
O Banheiro Pronto possui as mais variadas formas, sua arquitetura é definida pelo
projetista ou arquiteto, portanto pode-se obter qualquer forma, serve tanto para sua
arquitetura quanto para o estilo e especificações de acabamento, que também é
definido pelo projetista ou arquiteto. Portanto a partir do projeto de arquitetura que
iniciará o processo de estudo de viabilidade e sua execução.
O sistema construtivo do Banheiro Pronto permite manutenção em todo os seus
aspectos, como de um simples reparo até uma reforma para uma troca de piso ou
reparos na impermeabilização, esta manutenção será executada da mesma forma
de um banheiro construído no sistema construtivo convencional.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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33) / Ficha Téchne 44 – Como Construir Sistema Predial de Água Fria e Quente em
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TECHNE – Sistemas Construtivos – Construção Delivery, SAYEGH, Simone (pág
48 a 51) edição 56, Nov-2001.
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