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228-Mai-06INDICE:TEMA HISTOLOGIA DOS TECIDOS Tecido epitelial Tecido conjuntivo Tecido sanguíneo Tecido cartilaginoso Tecido ósseo Tecido muscular HISTOLOGIA DOS SISTEMAS Tecido nervoso Sistema circulatório Sistema imunológico Sistema digestivo Sistema respiratório Sistema tegumentar 24 28 30 32 38 41 4 8 12 14 16 19 PAGINAEstes apontamentos foram feitos a partir do livro do Junqueira e Caneiro. Deve completar o estudo dos apontamentos com o livro. Universidade Fernando Pessoa3Gonça
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28-Mai-06
INDICE:
TEMA PAGINA
HISTOLOGIA DOS TECIDOS
Tecido epitelial 4
Tecido conjuntivo 8
Tecido sanguíneo 12
Tecido cartilaginoso 14
Tecido ósseo 16
Tecido muscular 19
HISTOLOGIA DOS SISTEMAS
Tecido nervoso 24
Sistema circulatório 28
Sistema imunológico 30
Sistema digestivo 32
Sistema respiratório 38
Sistema tegumentar 41
Estes apontamentos foram feitos a partir do livro do Junqueira e Caneiro. Deve completar o estudo dos apontamentos com o livro.
Universidade Fernando Pessoa
Gonçalo Coelho Afonso Castro Pires 10407 Fisioterapia
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TECIDO EPITELIAL
Características do tecido epitelial
O tecido epitelial (epitélio) é constituído por células poliédricas justapostas entre as quais
se encontra pouca substância extracelular. Estas células aderem firmemente umas ás
outras formando camadas contínuas que revestem a superfície externa e cavidades do
corpo epitélios de revestimento.
Fig1: células poliédricas justapostas
Subjacente ao epitélio encontra-se a chamada membrana basal que separa e prende o
epitélio ao tecido conjuntivo permitindo a passagem de diversas moléculas.
Integridade do epitélio
As células estão bastante unidas entre si e ao tecido conjuntivo subjacente devido a forças
de junção celulares. São de 3 grupos:
Zona de oclusão
Zona de adesão Complexo Unitivo
o Desmossomas
o Hemidesmossas
Junções comunicantes (não existe no tecido muscular esquelético)
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MembranaBasal
Lamina Basal
Lamina Reticular
Lamina lúcida
Lamina densa
Zona de oclusão: são junções célula – a – célula mais apicais (mais para o lúmen). Estas
zonas têm um efeito selador não deixando passar moléculas entre as células justapostas.
Zona de adesão (cinturão adesivo): circunda toda a célula. Nesta zona há uma pequena
separação entre as membranas das células justapostas.
Desmossomas (caderinas) : é responsável pela adesão entre as células
justapostas que pode ser diminuída pelo aumento de ca2+ no meio.
Hemidesmossas( integrinas ) : responsáveis pela adesão de células ap tecido
conjuntivo ou membrana basal pelas integrinas com receptores para a
laminina e colagénio IV.
Junções comunicantes (GAP junctions): têm a função de comunicar entre células.
Zona de oclusão Zona de oclusão
Fig2: Zonas do epitélio Gap junctions
Especializações da superfície apical do epitélio
Microvilosidades: São células em forma de dedo de luva cuja função é absorver pois
aumentam a área de absorção rim e intestino
Estereocilios: são estruturas imóveis cuja função é aumentar a superfície celular. Facilita o
trânsito para dentro e para fora das células epididimo e canal deferente
Cílios: são células que além de aumentarem a área de absorção das células são
numerosos e têm movimento cuja função é provocar a corrente de fluidos numa só
direcção.
Flagelos: São moveis e no corpo humano do existem nos espermatozóides. São maiores
que os cílios.
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Tipos de epitélio ou tecido epitelial
Existem basicamente 3 tipos de epitélio:
1. Revestimento
2. Glandular
3. Neuroepitélios
O de revestimento e o glandular formam os 2 grandes grupos de estudo
1. E pitélio de revestimento
O epitélio pode ser dividido de acordo com o nº de camadas de células e a forma das
células.
Quanto ao nº de camadas podem ser:
Simples uma só camada
Estratificado varias camadas
Pseudoestratificado epitélio simples com células de tamanhos diferentes
Simples estratificado pseudoestratificado
A forma das células pode ser:
Pavimentoso / escamoso
Cúbico / prismático
Colunar / cilíndricos
Transição Aumenta ou diminui de tamanho
Epitélio de revestimento dos vasos sanguíneos é o endotélio e da pleura, peritoneal e
pericardica são os mesotélios.
A classificação deve ser feita com a junção do nº de camadas e a forma das células. Como os exemplos a seguir.
Simples pavimentoso endotélio e mesotélio Simples cúbico Ovários
Pseudoestratificado Vias respiratórias
Estratificado pavimentoso Pele
Estratificado prismático Olho
Estratificado de transição Bexiga e ureteres
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2. Tecido epitelial glandular
Tem como característica fundamental a secreção do produto. As glândulas têm origem
devido à proliferação das células do epitélio de revestimento com a invasão do tecido
conjuntivo adjacente e posterior especialização.
Existem 3 tipos de glândulas:
A. Exócrina O produto das glândulas vai ter à superfície epitelial através de ductos.
Forma de tubo
B. Endócrinas As glândulas não têm ductos excretores e o produto é lançado no meio
extracelular (fora da célula) onde é transportado pelo sangue.
De acordo com o arranjo das células epiteliais são classificadas em:
Cordonal As células dispõem-se em cordões maciços ficando separadas por
capilares sanguíneos. (Ex. paratiroide e hipófise)
Vesicular Células agrupam – se formando vesículas. (Ex. Tiróide)
C. Mistas Parte endócrina e parte exócrina. (Ex. Pâncreas)
TECIDO CONJUNTIVO
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Tecido epitelial
glandular exócrino
PorçãoSecretora
DuctoExcretor
Forma
Modo de Secreção
Tubulosa
Acinosa
Tuboloacinosa
Merócrina
Apócrina
Holócrina
Mucoso
Seroso
Seromucoso
Nº de ductos
Composto
Simples
Tipo de Secreção
Forma de tubo
Forma de vago de uva
Ambas as anteriores
Só sai produto da secreção
Sai o produto e parte do citoplasma
Sai o produto e a célula associada
Forma de tuboRico em proteínas
Grande quantidade de grânulos
Capilar
Meio interno da célulaVesicular
Capilar
Célula
Cordonal
Características e funções
O tecido conjuntivo tem como características principais:
1. Abundante matriz extracelular e substância amorfa fundamental
2. Apresenta células (fibroblastos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos)
3. Apresenta células do tecido sanguíneo (leucócitos, eosnófilos e neutrófilos)
1. Matriz extracelular (Fibras: elásticas, colagénio, reticular; Substância AF)
A matriz extracelular separa as células do tecido conjuntivo e é formada por fibras e
substância amorfa fundamental.
Na matriz existem 3 tipos de fibras:
a) Fibras colagénio
Constituem uma família de proteínas separadas em 4 tipos diferentes:
Colagénio tipo I: forma fibras e feixes resistentes encontrados em tendões,
ligamentos e cápsulas articulares
Colagénio tipo II: encontrado nas cartilagens: hialina e elástica
Colagénio tipo III: forma fibras reticulares
Colagénio tipo IV: encontrado em lâminas basais
b) Fibras reticulares
São mais finas e delicadas comparadas com o glicogénio.
c) Fibras elásticas
Têm uma propriedade de cederem facilmente à distensão e retomarem à posição inicial.
Não têm colagénio mas têm fibrotúbulos e substância amorfa fundamental.
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A substância amorfa fundamental (SAF) é constituída por:
1. Glicosaminoglicanas (GAGs)
Devido à sua grande afinidade com catiões de sódio tem a função de atrair grandes
quantidades de moléculas de água
2. Proteoglicanos (PGs)
Servem para resistir a forças de compressão devido ao enorme espaço que ocupam.
Estes também servem de local para fixação de crescimento fibroblástico.
3. Glicoproteinas de adesão
Possuem regiões que aderem a receptores celulares e regiões que aderem a fibras do
conjuntivo promovendo a ligação entre esses elementos (fibronectina e laminina).
2. Células do tecido conjuntivo
O fibroblasto é a célula principal do tecido conjuntivo, tendo grande núcleo, citoplasma
rico em RER e aparelho de Golgi desenvolvido (no estado activo do fibroblasto). Estes são
responsáveis pela manutenção e produção de matriz extracelular (colagénio, elastina,
proteoglicanos, glicoproteinas).
Os mastócitos são células ricas em grânulos basófilos. Os mastócitos devido aos
grânulos armazenam fortes mediadores químicos nos processos inflamatórios que quando
corados pelo azul-toluidina coram de vermelho – metacromasia.
As superfícies dos mastócitos contêm receptores químicos para a IgE produzida pelos
plasmócitos e quando se encontram as imunoglobulinas com antigénios específicos ocorre
a libertação de grânulos.
Os plasmócitos são células derivadas dos linfócitos B activados e são responsáveis pela
produção de anticorpos. Tem citoplasma rico em RER o qual sintetiza imunoglobulinas.
Os adipócitos fazem parte do tecido adiposo (tecido conjuntivo especial). Estes têm a
função especializadas de manter a temperatura corporal, formação de coxins e matem a
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distribuição nos corpos do homem e da mulher. Estes são sustentados por fibras
reticulares e envolvidos numa rede vascular.
3. Células do tecido sanguíneo (leucócitos, eosnófilos e neutrófilos)
A descrever no capítulo do sangue.( cap)
Critérios de classificação dos tecidos
Os nomes dados aos diferentes tipos reflectem o componente dominante ou a organização
estrutural do tecido.
Tecido conjuntivo propriamente dito
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Tecido
Conjuntivo
Tecido conjuntivoPropriamente dito
Tecido cartilaginoso
Tecido conjuntivoPropriedades
especiais
Tecido Ósseo
Frouxo
Denso
Modulado
Não Modulado
Adiposo
Elástico
Reticular
Mucoso
Sangue
O tecido conjuntivo frouxo sustenta estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos
pequenos. Preenche espaços entre fibras e feixes musculares, serve de apoio aos
epitélios e forma uma camada à volta dos vasos sanguíneos e linfáticos. Nutre células
epiteliais. Encontra-se na pele, mucosas e glândulas.
O tecido conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e pressão ao atrito. Tem
predominância em fibras de colagénio. As fibras de colagénio são feixes que podem não
ter qualquer orientação e o tecido chama-se denso não modelado. Neste tecido os feixes
dispõem-se em qualquer direcção o que confere resistência a tracções vindas de qualquer
direcção.(Ex. derme profunda)
Se os feixes de colagénio estiverem paralelos uns aos outros trata-se do denso modelado
que confere resistência só num determinado sentido. (Ex. tendões)
Tecido conjuntivo com propriedades especiais
Tecido elástico
O tecido conjuntivo elástico é formado por fibras elásticas grossas. Entre estas fibras há
fibras de colagénio e fibroblastos.
Tecido reticular
O tecido conjuntivo reticular esta intimamente associado a células reticulares. Este
encontra-se nos órgãos formadores de sangue.
Tecido mucoso
O tecido conjuntivo mucoso é pouco consistente pois apresenta-se de forma gelatinosa
com predomínio de matriz extracelular e ácido hialurânico (GAGs). Contêm poucas fibras
de colagénio e raras fibras elásticas e reticulares. São muitos fibroblastos. Aparece no
cordão umbilical gelatina de Whartoon.
TECIDO SANGUÍNEO
Composição do plasma
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Os principais componentes do plasma são as albuminas e o fibrinogénio. As primeiras são
importantes na manutenção da pressão osmótica. O fibrinogénio é importante na formação
de fibrina para a coagulação.
Elementos Figurados
Os principais elementos figurados no sangue são:
Eritrócitos
Plaquetas
Leucócitos
Hemacitopoiese
Na vida pós natal a medula origina todas as células do sangue. Conforme o tipo de células
formadas o processo recebe vários nomes. Admite-se que todas as células do sangue
sejam derivadas uma célula mãe da medula – óssea chamada “ célula fonte pluripotente “.
Estas células formam duas linhagens; células linfóides (origina linfócitos) e células
mieloides (origina granulócitos e plaquetas).
Eritrócitos
Os eritrócitos até à sua maturação passam por várias fases:
Proeritroblasto
Eritroblasto basófilo
Eritroblasto policromático
Eritroblasto ortocromático
Reticulócitos
Eritroblasto ou hemácias
Plaquetas
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Granulócitos
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
AgranulócitosLinfócitos
Monócitos
As plaquetas originam-se na medula óssea. A célula precursora é o megacarioblasto com
núcleo grande, oval ou forma de rim. O citoplasma é basófilo. O megacariócito é a célula
seguinte com núcleo irregular e granulações numerosas que ocupam todo o citoplasma.
Granulócitos
Os granulócitos são derivadas de uma célula imatura – mieloblasto com grânulos
azurófiros. Quando nessa célula surgem grânulos passam a chamar-se promielócito
(neutrófilo, basófilo, eosinófilo). O estádio seguinte é o mielócito onde existem grânulos e o
núcleo é em forma de rim. A seguir temos o metamielócito onde os núcleos formam os
seus lóbulos excepto o basófilo que só tem 1 lobulo.
Agranulócitos
Linfócitos
Os agranulócitos são os linfócitos e os monócitos. Os linfócitos originam-se na medula nas
células do linfoblasto com forma esférica e sem granulações azurófiras e citoplasma
basófilo. A seguir segue-se o prolinfócito que dá origem directamente ao linfócito
circulante.
Os linfócitos vão ser de 2 tipos:
Linfócitos T porque a maturação vai ser no timo.
Linfócitos B porque a maturação vai ser no baço.
Monócitos
O promonócito encontra-se na medula óssea com citoplasma basófilo com grande
quantidade de R.E e Golgi desenvolvidos. Os promonócitos ainda se diferenciam em
macrófagos quando estão maduros.
TECIDO CARTILAGINOSO
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Características e funções
O tecido cartilaginoso é caracterizado pela sua consistência firme e elástica. Desempenha
funções de suporte dos tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve
choques e facilita o crescimento dos ossos longos. Este tecido é constituído por
condrócitos e uma matriz extracelular produzida por essas mesmas células. A cartilagem é
um tecido avascular com difusão sanguínea do tecido conjuntivo circundante e dos
condrócitos. As cartilagens estão revestidas de pericôndrio.
Constituição: matriz e células
A matriz cartilaginosa consiste em fibrilas de colagénio tipo II e substância fundamental
amorfa com PGs. As glicosaminoglicanas (GAGs) da cartilagem são: condroitina e ácido
hialurânico. São estes que dão consistência firma e permitem a nutrição das células.
Tipos de crescimento
Crescimento intersticial
Consiste em divisões mitóticas de condrócitos e a secreção da nova matriz (fibras
colagénio, PGs e GAGs) entre células filhas levam a uma expansão da cartilagem. Este
tipo de crescimento existe apenas nos primeiros anos de vida.
Crescimento oposicional
A cartilagem cresce através da adição de nova matriz (fibras colagénio, PGs e GAGs) na
superfície da cartilagem existente. A cartilagem cresce pelo trabalho dos condroblastos
que derivam da camada interna do pericôndrio. Este tipo de crescimento é permanente ao
longo dos anos.
Tipos de cartilagem
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De acordo com a abundância e tipo de fibras na matriz existem 4 tipos de cartilagem:
1. Hialina
Caracteriza-se por uma matriz homogénea amorfa, devido ao pequeno tamanho das
fibrilas de colagénio II, PGs e proteínas de adesão. Tem pericôndrio.
2. Elástica
Contem fibras elásticas na matriz. Esta cartilagem em semelhança à cartilagem hialina
também contém fibras de colagénio tipo II na matriz. Tem pericôndrio.
3. Fibrosa sem pericôndrio
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é feita de feixes de fibras de colagénio tipo I entre
filas de condrócitos. Não tem pericôndrio.
4. Articular sem pericôndrio
É igual à hialina mas sem pericôndrio.
TECIDO ÓSSEO
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Características e funções
O tecido ósseo serve principalmente para suporte das partes moles e para proteger os
órgãos vitais. Além destas funções os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e
outros iões que armazena e liberta forma controlada.
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por:
Células
Matriz óssea
Todos os ossos têm uma superfície externa (periósteo) e interna (endósteo). Ambos
servem para nutrir o tecido ósseo e produzir novos osteoblastos.
Células
As células do tecido ósseo são de 3 tipos:
Osteócitos Situados na cavidade interior da matriz
Osteoblastos Produtoras da parte orgânica da matriz
Osteoclastos São células gigantes que reabsorvem o tecido ósseo participando na
remodelação óssea.
Saber principalmente que os osteoblastos produzem colagénio tipo I, PGS e glicoproteinas adesivas para
participarem principalmente na concentração de cálcio para mineralização da matriz enquanto os osteoclastos têm a
função de degradar a mineralização através de enzimas para remodelar as células ósseas.
Matriz óssea e mineralização
Mineralização inorgânica
A mineralização dá-se principalmente pela deposição de iões inorgânicos: cálcio e fósforo.
Estes 2 iões são os principais formadores de cristais de hidroxiapatite.
Mineralização orgânica
A parte orgânica é formada principalmente por colagénio tipo I, proteoglicanos e
glicoproteinas adesivas. A associação de matéria orgânica com a inorgânica confere
resistência do tecido ósseo.
Estrutura microscópica e macroscópica
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A nível macroscópico pode observar-se que o osso é constituído por partes sem cavidades
visíveis – osso compacto – e por partes com muitas concavidades intercomunicantes –
osso esponjoso.
A nível microscópico existem 2 tipos de tecido ósseo:
- Imaturo ou primário
- Maduro, secundário ou lameral
A principal diferença entre ambos é que no imaturo as fibras de colagénio dispõem-se
irregularmente (s/orientação) enquanto no secundário as fibras de colagénio organizam-se
em lamelas formando o chamado Sistema de Havers ou Ósteon.
Histogénese do osso – ossificação
O tecido ósseo é formado através de 2 processos:
1. Ossificação intramembranosa
É assim chamada porque surge no interior de membranas de tecido conjuntivo. O local da
membrana conjuntiva chama-se centro de ossificação primária. O processo inicia-se com
células mesênquimatosas que se diferenciam em osteoblastos e estes sintetizam o
osteóide (matriz por não calcificada) que logo se mineraliza englobando os osteoblastos e
se transformam em osteócitos.
2. Ossificação endocondral
A ossificação endocondral tem início sobre um molde de cartilagem hialina e passa por
alguns processos. O primeiro é a cartilagem sofrer modificações, havendo morte dos
condrócitos e a matriz é transformada em finos tabiques. A segunda é dos capilares
invadirem as cavidades dos condrócitos.
Mobilização e deposição de cálcio (PTH e calcitonina)
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Há um intercâmbio entre o cálcio do plasma sanguíneo e dos ossos.
O cálcio absorvido da alimentação faria aumentar a sua concentração no sangue que é
depositado rapidamente no osso. Pelo contrário o ca2+ do osso é mobilizado quando
diminui a concentração deste no sangue.
Existem 3 tipos de mobilização:
- As lamelas jovens são aquelas que cedem e recebe ca2+ com maior facilidade.
- O outro mecanismo ocorre através da PTH sobre o tecido ósseo. Esta hormona causa
um aumento do número de osteoclastos e de reabsorção óssea.
- A calcitonina produzida na tiróide inibe a reabsorção da matriz e portanto a imobilização
do cálcio.
TECIDO MUSCULAR
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Tipos de tecidos (características e funções)
O tecido muscular é responsável pela locomoção e pelos movimentos de vários órgãos e
partes do corpo. Esta função (locomoção) é realizada por células especializadas
chamadas fibras musculares que têm origem mesodérmica. No corpo dos vertebrados há
3 tipos de tecido muscular baseando a classificação no aspecto e localização dos
constituintes celulares.
1. Tecido muscular estriado esquelético
Localização, características e estrutura
A unidade do músculo-esquelético é a fibra muscular, com forma cilíndrica, multinucleada,
não ramificada e de origem mesenquimal. Os sarcoplasma (substitui a matriz) contem
mitocôndrias, grânulos de glicogénio e uma proteína que se liga ao oxigénio – mioglobina.
Exteriormente a cada conjunto de feixes de fibras musculares existe tecido conjuntivo que
vai cobrir todos o conjunto de feixes a que chamamos epimisio. No entanto partes deste
tecido conjuntivo parte para o interior e cobre cada conjunto de fibras é o perimisio. Por
último cada fibra é coberta por endomisio.
TecidoMuscular
TecidoMuscular
Liso
Cardíaco
TecidoMuscularEstriado
Esquelético
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O sarcómero é a unidade funcional dos músculos estriados. Cada sarcómero é composto
por bandas claras alternando bandas escuras. As bandas claras são as bandas de actina
enquanto as escuras são bandas de miosina. Cada sarcómero tem zonas visíveis e linhas
visíveis conforme o esquema:
Um sarcómero é constituído por:
Duas linhas Z = dividem cada sarcómero
Uma Banda A = bandas escuras/ fibras de miosina (anisotrópica)
Duas meias banda I = bandas claras/fibras de actina (isotrópicas)
Uma Banda H = corresponde ao fim das actinas
Durante um sarcómero contraído a banda H diminui de tamanho. Enquanto num
sarcómero relaxado a banda H aumenta de tamanho.
Mecanismo da contracção muscular
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A miosina é composta por uma cabeça e uma causa
A actina é composta por duas partes:
tropomiosina
troponina
TnL sitio activo entre a actina e a miosina
TnC Liga-se ao Ca2+
TnT Liga-se à tropomiosina
O mecanismo de contracção dá-se com hipótese dos filamentos deslizantes. Quando o
impulso nervoso atravessa o axónio do neurónio vai haver uma despolarização da
membrana pré – sináptica que causa libertação de vesículas de acetilcolina para a fenda
sináptica. Depois a acetilcolina liga-se aos receptores na membrana pós – sináptica
causando despolarização do sarcolema, tubulos T e do retículo sarcoplasmático. Todos
estes feitos provocam libertação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma
em torno das miofibrilas. Deste modo o Ca2+ liga-se à subunidade TnC da troponina
modificando a sua configuração. Quando se modifica a configuração a troponina vai
modificar o centro activo libertando a actina e ligando-se à miosina.
2. Tecido muscular estriado cardíaco
Localização, características e estrutura
O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado apenas no coração. Tem fibras longas,
ramificadas e apresenta 1 ou 2 núcleos localizados no centro da célula. Existem muitas
mitocôndrias no sarcoplasma e grânulos de colagénio. Tem estriações. O coração recebe
estímulos autónomos ou da enervação autónoma simpática e parassimpática. O estímulo
inicia-se no módulo sinoatrial e conduzido pelas células de Purkinje. Depois é transmitido
por junção comunicantes (GAP junctions) que provocam um sincício funcional do coração.
3. Tecido muscular estriado cardíaco
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Localização, características e estrutura
As fibras musculares lisas são fusiformes, apresentando um único núcleo de forma ovóide
e localizado centralmente na célula. Tem origem, tal como o esquelético e cardíaco, no
mesênquima. Encontra-se nas vísceras ocas, vasos sanguíneos, ductos glandulares, vias
aéreas e pequenos feixes na derme.
Os sarcoplasma (citoplasma) contem muitas mitocôndrias, alguma quantidade de RER e
bom desenvolvimento do complexo de Golgi.
Mecanismo da contracção muscular
O mecanismo de contracção no músculo liso tem umas pequenas diferenças em relação
aos músculos estriados.
No início da contracção a miosina aparece e actina é puxada por entre os filamentos da
miosina. Este tecido é controlado pela enervação autónoma.
O ca2+ entra no sarcoplasma e forma um complexo com a calmodulina (proteína com
afinidade para este ião). Neste complexo a cinase da cadeia da miosina é activada e
catalisa a fosforilação da miosina. Assim resultando o deslizamento dos microfilamentos.
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SISTEMA NERVOSO
Características gerais
O tecido nervoso encontra-se distribuído por todo o organismo interligando-se e formando
uma rede de comunicações. O sistema nervoso pode ser dividido em:
Sistema nervoso centra (SNC) formado pelo encéfalo e medula espinal
Sistema nervoso periférico (SNP) formado por nervos e gânglios nervosos
O tecido nervoso apresenta 2 componentes principais:
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Neurónios são células com grandes prolongamentos
Células da glía ou neuroglía que sustentam os neurónios e participam noutras
funções importantes.
No SNC existe segregação de substâncias entre os neurónios e os seus prolongamentos,
assim nota-se uma substância branca e uma substância cinzenta.
A substância branca é constituída por células da glía e prolongamentos dos neurónios que
dão cor branca devido à mielina existente nos axónios do neurónio.
A substância cinzenta é formada principalmente por corpos celulares dos neurónios.
Características dos neurónios
Os neurónios ou células nervosas têm a seguinte estrutura de componentes:
Corpo celular ou pericário é o centro trófico da célula capaz de receber estímulos
vindos das dendrites e envia-los pelo axónio.
Dendrites são prolongamentos numerosos especializados em receber estímulos do
meio e envia-los ao pericário.
Axónio prolongamento único especializado em enviar o estimulo à célula vizinha
(nervosa, muscular, glandular)
Os neurónios podem ser classificados de acordo com a sua morfologia em:
1. Neurónios multipolares quando o número de dendrites é maior que dois
prolongamentos
2. Neurónios bipolares quando o número das dendrites é igual a dois prolongamentos
3. Neurónios pseudo – unipolares quando o pericário se situa (+–) no meio do axónio e
tem 2 prolongamentos das dendrites.
Ainda podem ser classificados de acordo com a sua função em:
Neurónios motores controlam o órgão efector (como glândulas exócrinas,
endócrinas e tecido muscular)
Neurónios sensoriais recebem estímulos do meio ambiente
Interneurónios Estabelecem ligações com outros neurónios e formam circuitos
complexos
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O pericário tem função trófica e ao mesmo tempo recebe e envia estímulos a outras
células nervosas. Os neurónios são ricos em RER que formam agregados de cisternas e
poliribossomas livres que quando corados aparecem com manchas – corpúsculos de Nissl
– visto no microscópio.
As dendrites são células nervosas que aumentam a superfície celular que torna possível
receber e integrar os impulsos nervosos.
O axónio é apenas 1 por neurónio cuja função é enviar o impulso às células vizinhas.
Nasce do chamado cone de implantação.
Impulso nervoso
A transmissão do impulso nervoso depende das sinapses que na maioria se estabelecem
entre o terminal axónio e as dendrites (axodendriticas), entre axónio e corpo celular
(axossomática), entre dendrites (dendrodendriticas) ou entre axónios (axoaxónicas)
Características da neuroglía
Na vida embrionária as células gliais participam na orientação das dendrites e axónios.
Na vida adulta mostra-se que os pericários e os prolongamentos são revestidos por
neuroglía. Desta forma as células gliais exercem papel isolante eléctrico que leva os
impulsos nervosos somente por aquele meio ordenado.
Da neuroglía distinguem-se as seguintes células:
Astrócitos
São as maiores células da neuroglía. Sintetizam substância trófica para os neurónios
retirarem do meio extracelular do SNC os excessos de K+ e moléculas neurotransmissoras.
Existem dois tipos de astrócitos:
- Protoplasmáticos na substância cinzenta
- Fibrosos na substância branca
Oligodendrócitos
Produzem a mielina do sistema nervoso central. Encontram-se nas substâncias branca e
cinzenta e nesta última fica próximo do pericário chamando de células – satélite.
Microglía
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São células macrofágicos que fazem parte do sistema fagocitário.
Células ependimárias
Revestem as cavidades do SNC.
Fibras nervosas mielinizadas e não mielinizadas
As fibras nervosas existem num axónio e têm bainhas envoltatórias. As fibras nervosas
podem ser descontínuas ou contínuas. São revestidas pelas células de Schwann como
acontece no SNP. No SNC são revestidas por oligodendrócitos. Quanto mais calibroso for
o axónio maior número de invólucros terá de ter – bainha de mielina ou fibras nervosas
mielinicas sendo descontínua pois interrompe-se por nódulos de Ranvier.
Existem ainda fibras amielinicas existentes no sistema nervoso central e periférico que são
envolvidos por células de Schwann mas sem nódulos de Ranvier sendo assim contínuas.
Organização do sistema nervoso central e periférico
No SNC distingue-se a substância branca e cinzenta. Na substância cinzenta há fibras
mielinicas enquanto na cinzenta há corpos do neurónio e fibras amielinicas.
Vendo a medula espinal em corte transversal a substância branca está na periferia
enquanto a cinzenta está no meio.
No cerebelo existem camadas distintas. De dentro para fora:
1. Camada granulosa tem os menores neurónios do corpo humano.
2. Camada das células de Purkinje é formada por apenas uma fileira de neurónios.
3. Camadas moleculares contem poucos neurónios e muitas fibras nervosas amielinicas.
O SNP é constituído por gânglios nervosos. Distinguem-se dois tipos de gânglios
nervosos:
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A. Gânglios cerebrospinais (sensitivos) que estão ligados às raízes posteriores dos nervos
espinais e nervos cranianos.
B. Gânglios do sistema nervoso autónomo ligados aos nervos simpáticos e
parassimpáticos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
Camadas do coração
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O coração é um órgão que contrai ritmicamente e impulsiona o sangue para todas as
partes do corpo sendo também responsável por uma hormona – polipéptido atrial
natriúrético. O coração apresenta 3 túnicas histológicas:
Endocárdio é a camada de células da túnica íntima constituído por endotélio
Miocárdio Constituído por fibras esqueléticas cardíacas
Epicárdio Cobre externamente o coração com epitélio pavimentoso simples.
Arquitectura geral dos vasos sanguíneos
De um modo geral os vasos sanguíneos apresentam as seguintes camadas:
Túnica íntima (interna) apresenta células que revestem as superfícies internas do
vaso. Nas artérias existe ainda a membrana limitante interna que é a camada mais
externa da túnica íntima.
Túnica média formada por fibras musculares dispostas circularmente (colagénio tipo
IV). Na túnica média das artérias podemos ainda encontrar a membrana elástica
externa.
Túnica adventícia Constituída por tecido conjuntivo, fibras colagénio e elásticas.
Artéria de grande, médio e pequeno calibre
As arteríolas ou artérias de pequeno calibre, apresentam túnica íntima com camada
subendotelial muito delgada e não existe membrana limitante interna. A muscular ou média
tem duas ou três camadas de células. Não existe limitante externa e túnica adventícia é
pouco desenvolvida.
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A camada subendotelial é mais espessa nas artérias de médio calibre. A limitante interna
bem desenvolvida e grande espessura da túnica média ou muscular.
Nas artérias de grande calibre ou elásticas:
- túnica íntima apresenta-se muito espessa. A limitante interna não é evidente.
- túnica média é constituída por membranas elásticas dispostas centradamente.
- túnica adventícia é pouco desenvolvida.
Tipos de capilares sanguíneos
Capilares contínuos ou somáticos caracterizam-se pela ausência de fenestras ou orifícios
nas suas paredes
Capilares descontínuos, viscerais ou fenestrados apresentam orifícios nas suas paredes.
Capilares fenestrados sem diafragmas
Capilares sinusóides.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
Introdução
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O sistema imunológico compreende estruturas e células distribuídas por todo o corpo cuja
função principal é defender o organismo contra microrganismos e moléculas estranhas.
O sistema imunitário compreende estruturas individuais como os nódulos linfáticos e o
baço e células livres como os linfócitos, granulócitos e células presentes no sistema
mononuclear fagocitário. Outro componente desse sistema são as células com antigénio
(na pele) por exemplo. As células desse sistema comunicam entre si e com outros
sistemas através de moléculas proteicas – citocinas.
Linfócitos: tipo, características e funções
Os linfócitos podem ser classificadas em 2 tipos principais: células T e células B. As
células que são origem aos linfócitos têm origem na medula óssea fetal e a maturação é
no baço e no timo que são os órgãos linfáticos primários.
Os linfócitos B originados na medula óssea são transportados pelo sangue e vão-se
instalar nas estruturas linfáticas não – tímicas e quando activas se diferenciam em
plasmócitos produtores de anticorpos. Os linfócitos B que não tenham sido activados
não se diferenciam em plasmócitos e formam as células B da memória imunitárias que
reagem rapidamente a uma segunda exposição do mesmo antigénio
Os linfócitos T são originados na medula óssea mas proliferam no sangue e são retidos no
timo onde vão amadurecer. No timo vão dividir-se em: T – helper (ajudam os linfócitos B a
tornarem-se plasmócitos); os T – supressores (inibem a resposta imunitária e hormonal);
os T – citotoxicos (agem directamente sobre os invasores através de perforinas que abrem
orifícios na membrana do vírus ou do invasor através da injecção de genes que leva a
apoptose deste mesmo invasor.) Os dois primeiros são chamados de linfócitos
reguladores.
Timo: organização, estroma e parênquima
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O timo localiza-se no mediastino e possui 2 lobos envolvidos por uma capa de tecido
conjuntivo denso. A cápsula origina septos que dividem o parênquima em lóbulos
contínuos uns com os outros. Cada lóbulo é formado por uma parte periférica chamada
zona cortical e toda ela envolve outra zona mais central chamada zona medular. Na zona
medular encontram-se os corpúsculos de Hassell.
As células mais abundantes no timo são os linfócitos T e as células reticulares epiteliais.
Baço: polpa branca e polpa vermelha
O baço é o maior órgão que acumula tecido linfóide no organismo. O baço possui uma
cápsula de tecido conjuntivo denso a qual emite trabéculas que dividem a polpa em
compartimentos incompletos. Observado a olho nu e em corte podemos ver 2 tipos de
cores:
Uma cor mais clara ou com pontos esbranquiçados que são nódulos linfáticos que
constituem a polpa branca que é descontinua.
Entre os nódulos há um tecido vermelho escuro rico em sangue que é a polpa
vermelha.
Ao microscópio vê-se que a polpa vermelha é constituída por estruturas alongadas
chamadas cordões esplénicos entre os quais se situam os seios esplénicos.
Amígdalas ou Tonsilas
As amígdalas são órgãos constituídos por tecido linfóide não estando completamente
encapsulados colocados de baixo e em contacto com o epitélio. De acordo com a
localização distinguem-se vários tipos de amígdalas:
Amígdalas palatinas são duas, localizadas na orofaringe. Têm nódulos linfáticos com
centro germinativo. Cada amígdala palatina tem 10 a 20 invaginações que penetram no
parênquima formando as criptas.
Amígdala faríngea só é uma e situa-se na porção superior da faringe sendo coberta
por epitélio pseudoestratificado cilíndrico estereociliado. Não possui criptas.
Amígdalas linguais São numerosas e situam-se na base da língua sendo recobertas
por epitélio estratificado pavimentoso. Em cada amígdala só existe uma cripta.
SISTEMA DIGESTIVO
O sistema digestivo é formado pelo tubo digestivo (cavidade oral, esófago, estômago,
intestino delgado e grosso, recto e ânus) e pelas glândulas anexas (glândulas salivares,
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fígado e pâncreas). A função do sistema digestivo é retirar do organismo os nutrientes
necessários para o crescimento e manutenção do organismo. As moléculas grandes são
desdobradas em moléculas mais pequenas. As camadas mais internas do tubo digestivo
formam uma barreira protectora entre o meio externo, conteúdo do tubo digestivo e o meio
interno.
Cavidade oral (delimitação e características)
A cavidade oral é revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. As
células superficiais são nucleadas e embora com pequena quantidade de queratba não
tem características típicas de epitélio queratinizado.
Nos lábios pode ser observado a transição do epitélio não queratinizado da boca para o
queratinizado da pele. Nos lábios existem pequenas glândulas salivares formadas pela
submucosa.
O tecto da boca é formado pelo palato duro e mole. Ambos revestidos por epitélio
estratificado pavimentoso não queratinizado. No palato duro a membrana mucosa repousa
directamente sobre o tecido ósseo enquanto no palato mole tem a parte central formada
por músculo estriado esquelético e apresenta muitas glândulas salivares (tipo mucoso) na
sua submucosa.
Língua (constituição e funções)
A língua é formada por uma massa de tecido muscular estriado esquelético recoberto por
uma mucosa cuja estrutura varia com a região. As fibras musculares cruzam-se nos 3
planos espaciais conferindo-lhe grande elasticidade e resistência.
Na face inferior da língua a mucosa é lisa.
Na face superior o seu aspecto é irregular devido à presença de saliências chamadas de
papilas linguais. A face posterior é separada da anterior por uma linha em forma de “ V “.
Papilas linguais
As papilas linguais podem ser:
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Filiformes que se apresentam cónicas e alongadas (como uma folha). Não contêm
corpúsculos gustativos.
Fungiformes têm uma base estreita e o lado apical dilatado (como um cogumelo)
Formam o “ V “ lingual. Apresentam grande nº de corpúsculos gustativos.
Circunvaladas têm forma achatada e são circundadas por um sulco profundo.
Formam o “ V “ lingual. Apresentam grande número de corpúsculos gustativos.
Estrutura geral do tubo digestivo
O tubo digestivo tem histologicamente 4 camadas principais:
1) Camada mucos a
a) Lâmina própria
b) Muscular da mucosa
A camada mais interna e constituída por revestimento epitelial, lâmina própria do tecido
conjuntivo frouxo (rico em vasos sanguíneos e linfáticos) e pela muscular da mucosa que
contem o musculo circular interno e a externa longitudinal).
As principais funções da mucosa são:
Promover uma barreira semipermeável entre o meio interno e o externo
Sintetizar e secretar enzimas para digestão dos alimentos
Promover a absorção dos produtos desta digestão
Secretar hormonas que participem no aparelho digestivo
Produção de muco para lubrificação e protecção
2) Submucosa
É constituído por tecido conjuntivo denso rico em vasos sanguíneos e linfáticos contendo
o plexo nervoso submucoso (Meissner)
3) Camada muscular
a) Circular interna
b) Longitudinal externa
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Constituída por fibras musculares lisas organizadas em hélice que formam duas
subcamadas. Na circular interna as fibras estão dispostas mais circularmente e na
longitudinal externa são mais em longitudinal. Entre as duas subcamadas encontra-se o
plexo nervoso mioentérico ou de Averbach.
4) Serosa
É uma delgada camada de tecido conjuntivo frouxo, com vasos sanguíneos e linfáticos e
tecido adiposo. Externamente a serosa é revestida por mesotélio, um epitélio pavimentoso
simples.
Esófago
A mucosa é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado.
Na submucosa encontram-se grupos de pequenas glândulas mucosas ou glândulas
esofágicas.
A lâmina própria da região próxima ao estômago apresenta as glândulas cardíacas
esofágicas.
A camada muscular é formada por músculo liso no seu terço inferior; mistura de musculo
estriado esquelético e liso no seu terço médio e só musculo estriado no terço superior.
Estômago (funções e organização)
O estômago é um órgão endócrino e exócrino que digere alimentos e secreta hormonas. É
uma dilatação do sistema digestivo e tem como função principal continuar a degradação
dos alimentos, iniciada na boca, acrescentando fluidos ácidos e transforma-los por acção
enzimática no quimo. A pepsina inicia a hidrólise das proteínas. A mucosa do estômago
também secreta uma lipase que digere os triglicerideos.
Distinguem-se no estômago 3 zonas:
1. Cardia
2. Fundo gástrico
3. Piloro
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A superfície interna do estômago é caracterizada pela presença de invaginações do
epitélio de revestimento para dentro da lâmina própria formando depressões – fossetas
gástricas. A cardia é uma válvula que se situa entre o esófago e o estômago.
Túnica mucosa, submucosa, muscular externa, serosa
A submucosa é constituída por tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e linfáticos que
contem Linfócitos, macrófagos e mastócitos.
A camada muscular contem fibras em hélice e orientadas em 3 direcções:
- Longitudinal é a externa e média
- Obliqua é interna
A serosa esta coberta por mesotélio.
Intestino delgado (funções e organização)
É no intestino delgado que ocorrem os processos finais da digestão. É um órgão bastante
longo onde podemos distinguir 3 zonas:
Duodeno
Jejuno
Ílio
Estes segmentos apresentam características em comum no entanto há características
especificas de cada um.
Características túnica mucosa, submucosa, muscular externa, serosa
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Na parte interna do intestino a mucosa e submucosa mostram uma série de pregas em
espiral – plica e circularis – onde aparecem as vilosidades intestinais. São de forma foliada
no duodeno mas no ílio assumem um aspecto de dedo. Entre cada vilosidade observam-
se orifícios onde desembocam umas glândulas tubulosas simples – glândulas intestinais
ou de Liberkhünn.
A lâmina própria é formada por tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos,
fibras nervosas e músculo liso.
A submucosa apresenta no duodeno glândulas tubulosas, ramificadas e enoveladas. São
glândulas duodenais ou de Brünner.
Nódulos linfáticos são encontrados no ílio que quando se agregam formam as placas de
Peyer.
Populações celulares das criptas de Liberkhünn
As células mais comuns das criptas são: as absortivas, células caliciformes, células de
Paneth, células enteroendócrinas e células M.
1. Absortivas São colunares prismáticas e caracterizam-se pela condensação na sua
superfície apical. Aumentam a área de absorção.
2. Células caliciformes Distribuem-se entre as células absortivas. Grande numero no
ílio. Protegem e lubrificam o epitélio intestinal.
3. Células de Paneth Presentes na porção basal das glândulas intestinais. São típicas
células exócrinas com grânulos de secreção acidófila.
4. Células M São células especializadas em recobrir os nódulos linfáticos das placas de
Peyer no ílio.
Intestino Grosso
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O intestino grosso tem mucosa lisa, sem pregas (excepto no recto). O epitélio de
revestimento é do tipo colunar prismático. A lâmina própria é rica em linfócitos e nódulos
linfáticos que atravessam a muscular mucosa e invadem a submucosa. A riqueza do
sistema imunitário à abundante população bacteriana no intestino grosso. A camada
muscular é bem desenvolvida, constituída por fibras circulares e outras longitudinais. O
intestino grosso difere do I.D. pelo facto das fibras longitudinais se congregarem em 3
faixas espessas ténias do colo (nas camadas livres do colo a camada serosa
caracteriza-se por apêndices formados apêndices epiploicos)
As glândulas intestinais caracterizam-se pela grande abundância de células caliciformes e
pequenas quantidades de células enteroendócrinas. A estrutura está de acordo com a
função: absorção, formação do bolo fecal, lubrificação da mucosa.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
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O sistema respiratório compreende os pulmões e um sistema de tubos que comunicam a
estrutura pulmonar com o exterior.
No aparelho respiratório distingue-se a porção condutora (fossas nasais, nasofaringe,
laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos), uma porção respiratória que contem os
alvéolos pulmonares, ductos alveolares e uma porção transitória com os bronquíolos
respiratórios.
A porção condutora tem funções de: conduzir o ar, limpar, humedecer e aquecer o ar e
proteger o revestimento pulmonar. Esta porção tem um epitélio especializado epitélio
respiratório contem glândulas mucosas, serosas e uma rede vascular sanguínea
desenvolvida na lâmina própria, importante no sistema imunitário.
Constituição histológica da cavidade nasal, faringe, nasofaringe e laringe
A cavidade nasal ou fossas nasais são revestidas por uma mucosa com diferente estrutura
segundo as regiões pretendidas. Distinguem-se 3 regiões:
1. Vestíbulo: porção mais anterior e dilatada das fossas nasais cujo epitélio é estratificado
pavimentoso e tecido conjuntivo denso. Os pêlos e glândulas cutâneas aí presentes
constituem uma barreira inicial às poeiras.
2. Área respiratória : Compreende a maior parte das fossas nasais, cujo epitélio é
pseudoestratificado cilíndrico com muitas células caliciformes.
3. Área olfatória: É a região situada na parte superior das fossas nasais, sendo
responsável pela sensibilidade olfactiva com epitélio pseudoestratificado colunar.
A nasofaringe é continuação da cavidade nasal com a cavidade oral (orofaringe) e laringe.
É constituída por epitélio estratificado pavimentoso.
A laringe é um tubo de forma irregular que une a faringe à traqueia. As paredes contêm
uma série de cartilagem irregular, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico que
mantêm a laringe aberta. A tiróide, cricóide e aritnóide são do tipo hialino. A mucosa forma
2 pares de pregas que se salientam no lúmen da laringe:
O 1º par constitui as chamadas falsas cordas vocais cuja lâmina própria é frouxa e
contem numerosas glândulas.
O 2º par forma as verdadeiras cordas vocais que apresentam um eixo de tecido
conjuntivo elástico.
Traqueia, brônquios e bronquíolos
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A traqueia continua com laringe e termina ramificando-se nos 2 brônquios
extrapulmonares. É revestido internamente por epitélio respiratório.
A lâmina própria é tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas, contem glândulas
(mucosas). A secreção, tanto das glândulas como das células caliciformes forma um tubo
mucoso contínuo que é levado em direcção à faringe pelo batimento ciliar. A traqueia
apresenta cartilagem do tipo hialino em forma de “ C”, cujas extremidades livres estão
voltadas para a região dorsal. Existem pontes que ligam estas peças entre si. Essas
pontes são constituídas por pericôndrio, que continua com tecido conjuntivo fibroso (unido
às cartilagens), conferindo extensabilidade ao tubo traqueal. A região dorsal (voltada para
o esófago) apresenta feixes musculares lisas. Externamente é revestida por um tecido
conjuntivo frouxo, formando a camada adventícia que liga a traqueia aos tecidos vizinhos.
A traqueia ramifica-se e após curto trajecto os brônquios entram nos pulmões pelo hilo
brônquios primários.
Os brônquios primários ramificam-se dando origem a 3 brônquios no pulmão direito e 2 no
esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar e vão-se dividindo repetidas vezes
menores até aos últimos chamados bronquíolos. Cada brônquiolo penetra num lobo
pulmonar e ramifica-se formando bronquíolos terminais. Os brônquíolos terminais originam
1 ou mais bronquíolos respiratórios.
Porção respiratória
Ductos alveolares
Alvéolos
Bronquíolos respiratório, ductos alveolares, alvéolos, saco alveolar
O brônquiolo respiratório é um tubo curto e às vezes ramificado, revestido por epitélio
simples colunar ou cuboide, podendo ainda apresentar cílios. O musculo liso e as fibras
elásticas estão bem desenvolvidos, embora seja uma camada mais delgada que no
bronquíolo terminal.
Ductos alveolares iniciam a porção respiratória. São ductos longos e tortuosos, formados
das ramificações dos bronquíolos respiratórios. O termo alveolar, leva-nos a dizer que a
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característica principal é a presença de inúmeros alvéolos e sacos alveolares nas suas
paredes. Os ductos alveolares apresentam uma parede muito descontínua.
O ducto alveolar termina num alvéolo simples em sacos alveolares que contem diversos
alvéolos. A parede interalveolar é constituída por 3 tipos de células principais:
Células endoteliais são as mais numerosas e têm um núcleo pequeno e mais
alongado que os das células epiteliais de revestimento. O endotélio é do tipo contínuo
não fenestrado
Pneumócito tipo I chamada célula epitelial de revestimento com núcleo achatado
fazendo uma ligeira saliência para o interior do alvéolo.
Pneumócito tipo II Também são chamadas células septais e são menos frequentes
que o tipo I. A característica principal é a presença de corpos multilamelares.
Pleura (parietal e visceral)
A pleura é uma membrana serosa que envolve o pulmão sendo formada por 2 folhetos
parietal e visceral que são contínuos na região do hilo pulmonar. Ambos os folhetos são
formados por mesotélio e uma fina camada de tecido conjuntivo com colagénio e elásticas.
A pleura tal como o peritoneu e o pericárdio é uma membrana com grande permeabilidade
que explica a frequência da acumulação de líquidos entre os 2 folhetos.
SISTEMA TEGUMENTAR
Características e organização
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A pele recobre todo o corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem
ectodérmica – epiderme e por uma porção conjuntivo de origem mesodérmica – derme.
As funções da pele são:
Proteger o organismo contra a perda de água e contra o atrito devendo-se este facto à
camada córnea que está sobre a epiderme.
Comunicação sensorial nervosa com o ambiente
Termoregulação do corpo
Na epiderme é produzido um pigmento a que chamamos melanina cuja função é protecção
contra raios U.V.
Devido à presença de linfócitos na derme e células precursoras de antigéneo na epiderme
a pele tem importante função nas respostas imunitárias.
Epiderme: estratos e população celular
A epiderme é constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado de origem
ectodérmica. Apresenta 3 tipos de células:
Melanócitos originam-se das cristas neurais do embrião e produzem melanina.
Células de Langerhans Estas células apresentam antigénios fazendo parte do
sistema imunitário
Células de Merkel São tidas como sendo mecano-receptores.
A epiderme apresenta 5 camadas. De dentro para fora temos:
1. Camada basal
Constituída por células prismáticas ou cubóides, separa a derme da epiderme. Também
pode ser chamada de germinativa pois apresenta intensa actividade mitótica responsável
pela renovação da epiderme.
2. Camada espinhosa
Constituída por células poligonais cubóides. Contem tonofibrilas que são importantes na
coesão das células. Tonofibrilas é a junção de desmossomas com queratina.
3. Camada granulosa
Células achatadas de modo que parecem ter grânulos ao microscópio. Na realidade têm
grânulos grosseiros basófilos no citoplasma.
4. Camada lúcida
É uma camada muito delgada de células achatadas.
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5. Camada córnea
Tem células estratificadas pavimentosas ricas em queratina.
Derme
A derme é o tecido conjuntivo onde assenta a epiderme
Existem duas camadas na derme:
Camada papilar (superficial) é delgada e constituída por tecido conjuntivo frouxo.
Existem fibrilas que prendem a derme à epiderme.
Camada reticular (profunda) É a mais espessa com conjuntivo denso. É nesta
camada que existem vasos linfáticos, sanguíneos e nervosos.
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