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Resumo do texto: Os conceitos junguianos de inconsciente e arquétipo mostram o caráter universal dos padrões de comportamento e como o processo de individuação ocorre em interação com o coletivo.
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Pós-Graduação em Arteterapia – Integrarte
Prof.: Otítlia Rosângela Souza
Aluna: Bárbara T. S. Machado
Resumo do texto: Os conceitos junguianos de inconsciente e arquétipo mostram o
caráter universal dos padrões de comportamento e como o processo de individuação
ocorre em interação com o coletivo
O processo de individuação é a experiência de tornar-se inteiro e indivisível. Este
caminho motiva o ser humano do nascimento à velhice e o guia ao longo da vida. A
psicologia junguiana é evolutiva, pois o nível de consciência entre nossos ancestrais
até o dia de hoje evoluiu e continua em expansão.
Os valores éticos e morais e o conhecimento de mundo também se alteraram ao
longo do tempo. Mas, para além daquilo que nos circunda, nós já “somos”. É um
conceito intuitivo anterior à cultura ou educação que recebemos, bem como a noção
interna da existência de um ser superior ou de uma entidade energética
organizadora. Também apresentamos características de personalidade que não
podem ser reduzidas à genética ou ao ambiente externo.
Para Jung a religião tem suas manifestações psicológicas diferentes das religiões da
teologia. A convicção de ter uma existência anterior à vida neste planeta é uma
intuição psicológica arquetípica comum a toda humanidade.
O processo de individuar-se depende de uma fina sintonia com a nossa essência,
que transcende a biologia, a cultura e a educação. Quando “estamos no caminho”
sentimos alegria e um sentimento de confiança em termos de alinhamento entre nós
e o mundo.
A forma como lidamos com as dificuldades diárias revela uma parte nosso “si
mesmo”. O inconsciente, segundo Jung, é uma fonte de potencialidades e
criatividade.
O arquétipo é uma representação psicológica do instinto: ele explica o aspecto
universal dos padrões de comportamento humano. Cada pessoa atualiza um
arquétipo de acordo com suas experiências de vida, e a cada época ele também
muda de “roupagem”, embora sua base e dinamismo geralmente permaneça a
mesma.
O arquétipo da Grande Mãe, por exemplo, está presente desde as representações
dos homens das cavernas como um símbolo de fertilidade e feminilidade. No Brasil,
nós a cultuamos sob as vestes de Iemanjá ou de Nossa Senhora Aparecida;
repetimos o culto que os antigos gregos faziam à deusa Afrodite com oferendas de
flores, frutos, espelhos, perfumes e mensagens lançadas ao mar em pequenos
barcos.
Jung usou o conceito de símbolo de acordo com sua etimologia: sym = juntar, unir; e
balein = em direção a uma meta, um objetivo. Na Grécia Antiga, symbalein era o ato
de unir duas metades de uma mesma moeda que fora partida entre duas pessoas.
Quando uma delas desejava enviar uma mensagem importante à outra, o
mensageiro trazia consigo uma das metades da moeda, como garantia de
veracidade. A palavra “símbolo” passou a designar a união dos opostos: algo
conhecido (consciente) com o desconhecido (inconsciente). Aquilo que nos é
desconhecido tem um valor afetivo, pois sempre desperta uma emoção. Por conter
um aspecto irracional, o símbolo tem um enorme poder de mobilização. Ele
representa a conexão com a energia psíquica necessária para a efetivação de feitos
que alteram o estado das coisas ou trazem novas soluções para os conflitos.
Os complexos fazem parte do inconsciente (sombra) e são responsáveis por
comportamentos mais aberrantes. Por necessidade de adaptação à vida social e
exigências culturais, desenvolvemos o que Jung chamou de “persona”. Elaboramos
máscaras coletivamente reconhecíveis e aceitáveis e assim nos adaptamos ao
mundo. Quando integrada, a persona é criativa e possibilita a expressão de
diferentes facetas do indivíduo, mas quando é muito rígida ela pode não refletir os
aspectos mais ontológicos do “si mesmo”.
Também Jung estudou outros estados do inconsciente, como o anima e o animus,
contrapartes sexuais do homem e da mulher, respectivamente. Ambos aspectos
contêm as qualidades humanas que faltam na disposição consciente e denominam
aquilo que é deixado de fora da persona. Assim, a jornada de autoconsciência
implica um convívio com o outro para se realizar.
O anima se associa à receptividade afetiva no homem e o animus representa os
sistemas de avalição e julgamento na mulher. O animus também liga a mulher à
capacidade de tomar iniciativas e atitudes construtivas. Geralmente o animus é
projetado em figuras de professores ou líderes que inspiram as mulheres na busca
de realização profissional, em conquistas no mundo externo ao círculo familiar e na
expressão de seus potenciais.
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