Rafael Sanzio (1)

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Rafael Sanzio

Instituto Técnico e Artístico de Coimbra

Trabalho Realizado por:

Dinis Morais Caetano

O período do Renascimento, ou Renascença Italiana passou–se na Europa entre os séculos XIV e XVI. Pode-se dizer que foi um período transitório entre a Idade Média e a Idade Moderna  do qual foi marcado por importantes mudanças no pensamento sócio-cultural, reflectidos na economia, política e religião.

Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento.

Trata-se de um período de ”descoberta do mundo e do Homem”. A volta aos paradigmas da Antiguidade Clássica, que trazia como ideal o humanismo e o naturalismo, foram os principais fios condutores de todo um período de reflorescência empírica e científica de uma época.

RENASCIMENTO

Renascimento Italiano

Racionalidade

Rigor Científico

Ideal Humanista

Dignidade do Ser Humano

PINTURA RENASCENTISTA

A pintura renascentista teve dois focos de desenvolvimento fundamentais: em Itália (principalmente na cidade de Florença) e na Flandres, onde surgiram no século XV a técnica da pintura a óleo e a utilização da perspectiva.

Uma característica essencial no Renascimento era o naturalismo. Os pintores tentavam representar as paisagens, as pessoas, os animais e todas as coisas com a sua forma original, da maneira mais fluída possível.

Rubens, O Rapto das filhas de Leucipo

Biografia- Aos seis anos de idade, o pai de Rafael o levou para ser aprendiz no estúdio de Pietro Perugino (importante pintor italiano).-Em 1501 termina sua primeira obra, um altar para a Igreja de San Nicola da Tolentino.-Em 1504, Rafael pinta a sua principal obra de sua primeira fase artística: “O Casamento da Virgem”.-Foi morar na cidade de Siena no ano de 1504. Logo após, foi morar na cidade de Florença, onde passou quatro anos.-Em Florença, recebeu grande influência artística de Fra Bartolomeu e Leonardo da Vinci.

-Em 1508, o papa Júlio II contratou os serviços artísticos de

Rafael para que fizesse a decoração dos apartamentos do

papa no Vaticano.-Em 1515, tornou-se arquitecto oficial do Vaticano. Assumiu a

responsabilidade pela continuação das obras na Basílica de São Pedro. -Entre 1513 e 1517, trabalhou para o papa Leão X. Nesta

época produziu muitos retratos, desenhos de tapeçaria,

cenografias e decorações sacras.-Rafael morreu com 37 anos de idade, no ano de 1520.

Relatos da época indicam que o pintor estava com uma grave

febre.

Biografia -continuação

Obras de Rafael Sanzio descritas:

“O Casamento da Virgem”

“Ressureição de Cristo”

“O triunfo de Galatea”

“A Disputa”

“Madona de Foligno”

“Transfiguração”

“O Casamento da Virgem”, 1504.

No pé esquerdo de S. José contam-se 6 dedos. Este pequeno pormenor, está relacionado com o sexto sentido, a previsão dos acontecimentos em relação ao futuro.

Tipo: Óleo sobre madeiraDimensões: 174 x 1221 cm

Representação do casamento da Virgem Maria com São José.

O Casamento da Virgem” é considerado um dos quadros mais didácticos para entender perspectiva. O cenário é uma estrutura fixa montada para uma real “exibição” das personagens. A escadaria e a proporção do espaço físico em relação às pessoas retratadas demonstram a ideia de profundidade, neste sentido a ideia de perspectiva em Sanzio está consolidada.

Obra recheada de significados e de muita importância no que diz respeito à consolidação da perspectiva e do uso do ponto de fuga.

Características renascentistas são evidentes como: a harmonia; o equilíbrio; a temática religiosa; a forma piramidal e triangular entre a Virgem, o Sacerdote e José, alegoria da “santíssima trindade”; a leveza ao compor figuras relativamente jovens e bastante expressivas, e o movimento aliado ao livre diálogo entre luz e sombra permitindo a composição do volume e textura das personagens e dos objectos na pintura.

As figuras do primeiro plano estão, a partir do anel de José, dispostas separadamente de cada lado e as figuras do segundo plano, conforme se aproximam do ponto de fuga tornam-se menores, dando a impressão de distância real.

Ressurreição de Cristo, 1499-1502 (Ressurreição Kinnaird)

É provável que seja um elemento de uma predella, tendo-se aventado a hipótese do painel ser uma das obras remanescentes do retábulo de San Nicola da Tolentino, a primeira encomenda documentada de Rafael. A obra encontra-se actualmente conservada no Museu de Arte de São Paulo.

Tipo: Óleo sobre madeira Dimensões: 52 X 44 cm

“O triunfo de Galatea”, 1512

Tipo: Óleo sobre madeira, transferido para telaDimensões: 295 × 225 cm

O triunfo de Galatea” é a evocação suprema do glorioso espírito da Antiguidade. Grande parte da beleza do rosto Galatea reside na sua sugestão de timidez e inocência, como se ela fosse totalmente inconscientes de seus encantos físicos.

A composição é claramente construída a partir da interação de diagonais. Assim, a diagonal de emissão a partir do topo da seta para a esquerda, prolonga nas rédeas dos golfinhos, enquanto à seta da direita é direccionada para o corpo da ninfa do mar.

A torção do corpo de Galatea deriva de uma obra perdida de Leonardo da Vinci e serve para lembrar-nos a influência deste, sobre o jovem artista. Retomando a temas da mitologia restitui as proporções, a organização do espaço e do esfumaçado.

“Disputa”, 1509-1510.

Tipo: Óleo sobre madeira, transferido para tela

Primeiro afresco concluído por Rafael para o Papa Júlio II. Nele, o artista criou uma cena que abrange o céu e a terra, representando o triunfo da religião e verdade espiritual. Dessa forma, o mural pode ser visto como um retrato da Igreja actuante em baixo, e da Igreja triunfante em cima.

A Hóstia consagrada apresenta-se no centro do altar e centralizada na pintura e, ao lado, filósofos escolásticos discutem o seu significado, enquanto a Santíssima Trindade, santos e anjos flutuam nas nuvens acima.

As figuras representando a Igreja triunfante e a Igreja actuante, retratados em dois semicírculos, um sobre o outro, adoram a Hóstia.

Acima, Cristo ressuscitado está sentado sobre o trono de nuvens entre a Virgem Maria, curvada em forma de adoração. Deus Pai fica acima de Jesus, representado reinando sobre a luz dourada do céu, banhado da glória celestial, abençoa o grupo de personagens bíblicos e eclesiásticos no topo da composição.

Ao fundo, estão os santos, papas, bispos, sacerdotes e o coro dos devotos. Eles representam a Igreja Actuante, e que continuará a actuar no mundo, e que contemplam a glória da Trindade com os olhos da alma.

“Madona de Foligno”, 1511 Tipo: Óleo sobre madeira, transferido para tela

Dimensões: 320 cm × 194 cm

A composição de Rafael Sanzio apresenta o aparecimento da Virgem Maria com seu filho Jesus, sustentados por uma esplendorosa nuvem de anjos alados, aos santos São João Batista, São Francisco, São Jerónimo e ao Conde Conti.

Existe também a hipótese de que o meio círculo que atinge a paisagem, na parte inferior da composição, refere-se ao cometa da peste ou a um tiro de canhão desferido contra Júlio II que não sofreu nada. Atrás da Virgem encontra-se um enorme disco solar.

A paisagem ao fundo é intensamente pictórica e poética

A hábil composição, assim como a diferenciação entre os dois planos, celeste e terreno, transformaram a obra num marco ocidental. A parte que representa o plano celeste apresenta uma cor mais brilhante e grande modulação.

Os pintores, que trabalhavam com a arte figurativa, tinham uma enorme preocupação em construir uma composição equilibrada. E Rafael foi perito no manejo das suas figuras. As personagens da pintura “Madona de Foligno” encontram-se simetricamente dispostas em volta de um eixo central, conforme o esquema compositivo acima. A simetria era vista pelas artes antigas como uma das qualidades da beleza.

“Transfiguração”, 1518 -1520.Tipo: Óleo sobre painel

Dimensões: 405 x 278 cm

Especialistas modernos em Neurologia e Epilepsia identificaram claramente o menino como sofrendo uma convulsão por causa do desvio ocular típico e postura dos braços e da cabeça.

A “Transfiguração” é considerada a última pintura de Rafael Sanzio. A obra foi deixada inacabada, acreditando-se ter sido terminada pelo seu aluno, Giulio Romano,logo após a morte de Rafael em1520.

A composição é dividida em 2 partes distintas, relacionadas com sucessivos episódios do Evangelho de Mateus.

A parte superior mostra a Transfiguração em si (no Monte Tabor, segundo a tradição),com o Cristo transfigurado flutuando na frente de nuvens suavemente iluminado, entre os profetas Moisés e Elias, com quem ele está a falar.Na parte inferior, Rafael descreve os Apóstolos tentando, sem sucesso, Para libertar o garoto que possuía uma possessão “demoníaca”. Eles são incapazes de curar o filho doente até à chegado do Cristo recém transfigurado, que realiza um milagre.

As obras de Rafael podem ser vistas como pontos altos do que se designa como “Alta Pintura Renascentista”, na sua forma mais evoluída, uma nova abordagem à arte.

Uma pintura que não era mais o retrato simples de um evento, mas a tradução e interpretação da sua matéria na sua composição. O movimento do corpo nesta época era entendido como uma analogia para a animação do espírito ou das emoções. Tudo na sua arte visava o equilíbrio harmonioso.

Nisto reside a contribuição significativa de Rafael para a pintura da Alta Renascença.

Reflexão final

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