View
239
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E
ADULTOS DE IRATI
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
IRATI - PR
2012
Sumário1. APRESENTAÇÃO............................................................................................................112. INTRODUÇÃO................................................................................................................2
2.1.IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA...............................................................................22.2.ASPECTOS HISTÓRICOS.........................................................................................22.3.ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO...................................................................42.4.OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES.............................................................72.5. ORGANIZAÇÃO.......................................................................................................8
2.5.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA..........................................................................92.5.2.ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL.......................................................................92.5.3.NÍVEL DE ENSINO............................................................................................92.5.4.AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS........................................102.5.5.FREQÜÊNCIA..................................................................................................102.5.6.EXAMES SUPLETIVOS..................................................................................10
23. OBJETIVOS...................................................................................................................1134. MARCO SITUACIONAL.............................................................................................1345. MARCO CONCEITUAL...............................................................................................17
5.1. SOCIEDADE............................................................................................................195.2. MUNDO...................................................................................................................195.3. HOMEM...................................................................................................................205.4. EDUCAÇÃO............................................................................................................215.5. ESCOLA...................................................................................................................225.6. CONHECIMENTO..................................................................................................235.7. INFÂNCIA...............................................................................................................245.8. ADOLESCÊNCIA....................................................................................................255.9 ALFABETIZAÇÃO .................................................................................................275.10 LETRAMENTO......................................................................................................275.11. NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS...............................................285.12. INCLUSÃO............................................................................................................285.13. ADAPTAÇÃO CURRICULAR.............................................................................305.14. AVALIAÇÃO........................................................................................................30
56. CURRICULO.................................................................................................................316.1.1. ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II............................................................326.1.2. ENSINO MÉDIO..............................................................................................34
67. ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE................................................................3578. CALENDÁRIO ESCOLAR...........................................................................................3589. REGIMENTO ESCOLAR............................................................................................38910. INCLUSÃO SOCIAL..................................................................................................38
10.1 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS....................................................3810.2. DIVERSIDADE.....................................................................................................42
1011. AVALIAÇÃO............................................................................................................4311.1. DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS...................................................................4411.2. DA PROMOÇÃO...................................................................................................4411.3. DA CLASSIFICAÇÃO..........................................................................................4511.4. DA RECLASSIFICAÇÃO.....................................................................................45
1112. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL.............................................................................4612.1. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO...............................47
1213. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.....................................48
13.1. MARCO OPERACIONAL....................................................................................4913.2. RECURSOS HUMANOS......................................................................................4913.3. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO.........................................................................5213.4. DEMANDA SOCIOEDUCACIONAL..................................................................5313.5. PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – GESTÃO 2012– 2014.................................5613.6. PROFESSOR PEDAGOGO E COORDENAÇÕES..............................................5813.7. BIBLIOTECA ESCOLAR.....................................................................................6113.8. PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS........................................................62
13.8.1. DO SETOR ADMINISTRATIVO - SECRETARIA.....................................6213.8.2. DO SETOR DE INTRA-ESTRUTURA E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR....63
13.9. PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA...............................................6513.10. REUNIÕES PEDAGÓGICAS.............................................................................6513.11. CONSELHO ESCOLAR......................................................................................6613.12. A.P.A.F. (ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS).........................................................................................................................................6713.13. CONSELHO DE AVALIAÇÃO..........................................................................6713.14. FORMAÇÃO CONTINUADA............................................................................6713.15. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO.................................................................6813.16. LABORATÓRIO..................................................................................................6813.17. RECURSOS TECNOLÓGICOS..........................................................................6913.19. EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA...........................................................................7013.20. ESTAGIÁRIOS....................................................................................................7013.21. AÇÕES DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO..................................................7013.22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................71
13PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS...........................................................................................................................80
1. OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS................811.1. PERFIL DO EDUCANDO..................................................................................811.2. CARACTERIZAÇÃO DO CURSO....................................................................82
ORGANIZAÇÃO COLETIVA.............................................................................83ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL..........................................................................83
1.3. NÍVEL DE ENSINO............................................................................................841.3.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II......................................................841.3.2. ENSINO MÉDIO.........................................................................................84
1.4. EDUCAÇÃO ESPECIAL....................................................................................841.5. AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS..........................................851.6. FREQUÊNCIA....................................................................................................851.7. EXAMES SUPLETIVOS....................................................................................851.8. CONSELHO ESCOLAR ....................................................................................861.9. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO................................................................861.10. BIBLIOTECA ESCOLAR.................................................................................871.11. LABORATÓRIO...............................................................................................871.12. RECURSOS TECNOLÓGICOS.......................................................................88
2. FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS.....................................883. INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS.................................................914. MATRIZ CURRICULAR ..........................................................................................91
4.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II..............................................................924.2. ENSINO MÉDIO ................................................................................................93
5. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS
METODOLÓGICOS.......................................................................................................946. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO...................94
6.1. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO......................................................................946.2. PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS.........966.3. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS.......................................................................976.4. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS...............................................................976.5. CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO ....................................................97
7. REGIME ESCOLAR...................................................................................................977.1 ORGANIZAÇÃO.................................................................................................987.2 FORMAS DE ATENDIMENTO..........................................................................98
7.2.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO......................987.3 MATRÍCULA.......................................................................................................987.4. MATERIAL DIDÁTICO...................................................................................1007.5. AVALIAÇÃO....................................................................................................1007.6. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS.....................................................................1017.7. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO .............................................................................................1027.8 ÁREA DE ATUAÇÃO.......................................................................................1027.9 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO.....................................................................102
8. RECURSOS HUMANOS.........................................................................................1028.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS..............................................102
8.1.1 DIREÇÃO...................................................................................................1038.1.2 PROFESSOR PEDAGOGO.......................................................................1058.1.3. COORDENAÇÕES...................................................................................1098.1.4 DOCENTES................................................................................................1128.1.5 SECRETARIA E APOIO ADMINISTRATIVO .......................................115
9. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................11810. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO................................121ANEXO A PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR..........................................123PARECER Nº 09/2011..................................................................................................125PARECER Nº 32/2010..................................................................................................126ADENDO DE ALTERAÇÃO E ACRÉSCIMO NA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA EJA Nº 01.................................................................................1277.3 MATRÍCULA........................................................................................................128
18ANEXOS........................................................................................................................130DISCIPLINA DE ARTE...............................................................................................131DISCIPLINA DE BIOLOGIA-CEEBJA / IRATI.........................................................148DISCIPLINA DE CIÊNCIAS - CEEBJA/IRATI........................................................165DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA-CEEBJA-IRATI..........................................175DISCIPLINA DE LEM- INGLÊS ................................................................................185DISCIPLINA DE FÍSICA/ CEEBJA-IRATI................................................................196DISCIPLINA DE HISTÓRIA.......................................................................................213DISCIPLINA DE MATEMÁTICA .......................................................................224DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA...............................................................241DISCIPLINA DE QUÍMICA........................................................................................283DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA.................................................................................311DISCIPLINA DE GEOGRAFIA / CEEBJA-IRATI.....................................................335DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO/ CEEBJA-IRATI........................................357DISCIPLINA DE ESPANHOL / CEEBJA-IRATI.......................................................379
DISCIPLINA DE FILOSOFIA /CEEBJA-IRATI........................................................411
1
1. APRESENTAÇÃOO presente documento, é uma produção realizada no coletivo, embasado
em reflexões com toda a comunidade escolar, através de reuniões e encontros
pedagógicos,para a organização do trabalho educativo.
Entende-se que a elaboração coletiva de um Documento é de profunda
referenciação para a EJA, apresentando uma opção política e constitui, também,
no desafio de garantir que todas as ideias e concepções presentes no cotidiano
da escola fossem manifestadas pelos educadores, participantes e representantes
da comunidade escolar, para que no debate e na reflexão coletiva,
construíssemos e definíssemos a direção político - pedagógica que queremos
para a Educação de Jovens e Adultos.
O Projeto Político Pedagógico norteará todas as ações deste
estabelecimento de ensino, com a intenção de formar cidadãos críticos, atuantes
e responsáveis, capazes de viver em sociedade, exercendo sua cidadania.
A proposta de trabalho do Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens, Adultos e Idosos visa à formação humana e o acesso à cultura geral, de
modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das
relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do
desenvolvimento da autonomia intelectual.
2
1 2. INTRODUÇÃO
2.1.IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E
ADULTOS DE IRATI – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
CURSOS AUTORIZADOS E RECONHECIDOS: ENSINO FUNDAMENTAL, FASE
II E ENSINO MÉDIO
Autorização nº. 5126/1986
Reconhecimento nº. 2977/2001
Parecer de Aprovação do Regimento Escolar pelo NRE nº. 72/2001
Distância da Escola – NRE – 500m
2.2.ASPECTOS HISTÓRICOS
Na história recente, foram várias as tentativas para enfrentar o desafio da
escolarização da população jovem e adulta. No Paraná, o atendimento a essa
faixa etária foi institucionalizada em 1972, com a criação do Departamento de
Educação Complementar que veio a se transformar no Departamento de Ensino
Supletivo. Em acordo com pressupostos tecnicistas, adequado aos moldes da
época, se encontrava na escolarização de adultos, concebida como suplência,
uma estratégia para potencialização da preparação de mão-de-obra e sua
inserção no mercado de trabalho.
Ampliando a rede estadual de ensino público para jovens e adultos, foram
criados na década de 80 os primeiros Centros de Estudos Supletivos, nas
principais cidades do Paraná: Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e
Maringá.
Tinham como proposta o ensino seriado, atendimento individualizado,
3
flexibilidade nos horários para os alunos e requeriam uma prática quase
autodidata. O CES oferecia monitoramento e acompanhamento ao aluno.
Durante a década de 90, as exigências de escolarização e de melhor
qualificação da mão-de-obra dos trabalhadores fizeram crescer a procura nos
Centros de Estudos Supletivos, que foram respondidas, em parte, pela criação de
outros Centros e pela ampliação do número de professores.
Buscou-se responder a esse novo quadro também com mudanças na
forma de atendimento dessas escolas: maior presença dos alunos na escola,
organização de horários de estudos, combinação de momentos individuais e
coletivos no atendimento ao aluno, atendimento ao alunado com necessidades
especiais e atendimento descentralizado. Desse último, vale registrar que a
proximidade da residência e a ocupação de espaços escolares ociosos, em
parceria com prefeituras, empresas e instituições possibilitaram a oferta e a
escolarização de milhares de pessoas, seja no processo de alfabetização, seja na
conclusão do Ensino Fundamental.
Com a Lei 5692/71 foi atribuído um capítulo para o ensino supletivo e o
Parecer 699/72, do Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou os
cursos supletivos seriados e os exames com certificação. A organização curricular
e a matriz do ensino supletivo seguiam a proposta curricular do ensino regular,
porém de forma compactada, não denotando qualquer especificidade à população
jovem e adulta neste processo de escolarização.
O ensino supletivo foi apresentado, a princípio, como uma modalidade
temporária, de suplência, para os que necessitavam comprovar escolaridade no
trabalho e para os analfabetos. Porém, se tornou uma forma de ensino
permanente, necessária para atender uma demanda que veio aumentando a cada
ano. Essa modalidade foi considerada como uma fonte de soluções, se ajustando
cada vez mais, às mudanças da realidade escolar.
Tendo em vista a política de continuidade e inovação da mantenedora, ou seja,
manutenção do atendimento no local/região, otimização na gestão e
reorganização para atendimento com maior qualidade e ampliação da oferta, o
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos do Estado do
Paraná, entende que a oferta de oportunidades educacionais apropriadas às
4
características do aluno, de seus interesses de suas propostas de vida e de
trabalho, deve marcar esta nova fase de atuação do Centro que, ao realizar o
processo de ensino-aprendizagem, executa ações calcadas nos princípios de
qualidade e aprimoramento constante do processo.
Apesar de estar vigente uma legislação que garante o acesso e a
permanência à educação para todos os cidadãos, dados estatísticos demonstram
que a grande maioria da população, principalmente as camadas populares, não
temesse acesso garantido, devido à ausência de políticas públicas eficientes e
adequado à diversidade e às necessidades do atual público jovem e adulto.
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati
(CEEBJA) iniciou suas atividades em 1986, como NAES (Núcleo Avançado de
Ensino Supletivo), passando a CES (Centro de Estudos Supletivos), com o
objetivo de atender a demanda de jovens e adultos que necessitavam concluir
seus estudos para ampliar seus horizontes no mercado de trabalho e/ou para
conhecer melhor o mundo letrado através da alfabetização.
Hoje o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati,
oferta escolarização para jovens, adultos e idosos, a partir de 15 anos para
Ensino Fundamental Fase II e 18 anos para Ensino Médio, que buscam dar
continuidade a seus estudos, considerando suas características, interesses,
condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas
e/ou individuais.
A maioria dos alunos são trabalhadores, operários, domésticas, servidores
públicos, entre outros, oriundos de bairros próximos que buscam formação para
crescer intelectual e profissionalmente. A fim de atender trabalhadores de bairros
distantes, bem como agricultores e trabalhadores do campo, a escola desenvolve
Ações Pedagógicas Desecentralizadas( APEDs), que funcionam em escolas
Municipais e Estaduais, respeitando a Proposta Pedagógica e Regimento Escolar.
2.3.ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
5
PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO
6
PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO
7
2.4.OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES
Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de
escolarização para jovens e adultos que buscam dar continuidade a seus estudos
no Ensino Fundamental e Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas,
consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho,
mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.
Portanto, este Estabelecimento Escolar faz a opção pela oferta de
Educação de Jovens e Adultos Presencial, que contempla o total de carga horária
estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio,
com avaliação no processo.
Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de
modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:
Pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
Desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
Registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,
ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e
socialização dos conhecimentos;
Vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,
bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos
planos de estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo,
os educandos receberão um Guia de Estudos.
Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada
de forma coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira
8
que melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar
essas formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e
outras individualmente.
Atualmente, este estabelecimento é responsável pelo programa
PROJOVEM Campo – Saberes da Terra, o qual foi instituído pela Medida
Provisória nº411/07, onde a mesma representa um indutor de políticas públicas da
juventude nas diferentes esferas e tem por objetivo promover a reintegração de
jovem ao processo educacional, sua qualificação profissional e seu
desenvolvimento humano.
Dessa forma, a escolarização fundamental dos jovens agricultores/as
familiares integradas à qualificação social e profissional torna-se uma estratégia
político-pedagógica para garantir os direitos educacionais dos povos do campo
por meio da criação de políticas públicas nos sistemas de ensino que sejam
estimuladoras da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável como
possibilidades de vida, trabalho e constituição dos sujeitos do campo.
2.5. ORGANIZAÇÃO
O corpo de funcionários do Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos é composto por uma Diretora, uma Diretora Auxiliar, três
Pedagogas, cinco Coordenadores (APEDse Exame de Suplência), uma
Secretária, quatro Agentes Educacionais I, oito Agentes Educacionais II e o corpo
docente conta com vinte e um Professores, na sede. Todos os professores estão
devidamente habilitados e a maioria já concluiu pós-graduação.
Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas. As disciplinas
referentes ao Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio estão dispostas nas
Matrizes Curriculares, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais,
contidas nos pareceres nº2 e 04/98 – CEB/CNE para o Ensino Fundamental e
Resolução nº 03/98 e Parecer nº 15/98 – CEB/CNE, para o Ensino Médio.
9
2.5.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de
início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização
do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos
conteúdos de forma coletiva, na relação professor - educando e considerando os
saberes adquiridos na história de vida de cada educando.
2.5.2.ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, contemplando mais
intensamente a relação pedagógica personalizada e o ritmo próprio do educando,
nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.
A educação de jovens e adultos não pode ser reduzida às necessidades
restritas do mercado de trabalho, nem pode ser alheia às necessidades de
sobrevivência dos jovens e às exigências da produção econômica, como campo
de onde os sujeitos sociais retiram sua sobrevivência. Em consequência, os
estudos locais, a identificação das oportunidades ocupacionais não é um dado
desprezível, pelo contrário, é parte do processo educativo.
2.5.3.NÍVEL DE ENSINO
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais
e Estaduais, que consideram os conteúdos como meios para que os educandos
possam produzir bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.
10
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e
possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
ENSINO MÉDIO
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua
oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02
de 07 de abril de 1998/CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação
de Jovens e Adultos.
2.5.4.AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS
Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas
descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a
grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de
escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e
o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios
estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
2.5.5.FREQÜÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de
100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino
Médio, sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta
e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em
sala de aula.
2.5.6.EXAMES SUPLETIVOS
11
Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao
disposto na Lei n.º. 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria
de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de
Educação de Jovens e Adultos.
2 3. OBJETIVOS
O Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos oferta aos
educandos, serviços educacionais com base nos princípios emanados da
Constituição Federal, Estadual, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, LDB 9394/96 na sua Proposta Pedagógica, buscando os seguintes
objetivos:
• Propiciar uma escola de qualidade, oferecendo um ambiente favorável para
que o aluno desenvolva-se plenamente, respeitando às diferenças
individuais, no que diz respeito à raça, credo, ideologia política, valorizando
os limites e o desempenho de cada um, reforçando a inclusão social e
educacional dos indivíduos portadores de necessidades especiais,
conforme Deliberação 002/2003 da Educação Especial;
• Possibilitar que a avaliação seja contínua, cumulativa, formativa,
informativa e diagnóstica do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A mesma deve ser entendida
como um dos meios do ensino, pelo qual o professor estuda e interpreta os
dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de
acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem
como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes nota, conforme a
Deliberação 007/99;
• Ofertar matrícula de ingresso por transferência, classificação e
reclassificação, às adaptações, a revalidação e equivalência de estudos
feitos no exterior e regularização de vida escolar na modalidade de Ensino
Fundamental – Fase II – e Ensino Médio, no Sistema Estadual do Paraná,
conforme Deliberação 009/2001;
12
• Garantir a elaboração do P.P.P. envolvendo todos os segmentos da
comunidade, bem como sua plena execução, zelando pela aprendizagem
dos alunos, adaptando o currículo, à função social da escola conforme a
Deliberação 014/99;
• Garantir a unidade filosófica, política, estrutural e funcional do
estabelecimento, conforme Deliberação 016/99, que trata do regimento
Escolar.
• Garantir o direito à Educação, a Cultura, ao Esporte e ao Lazer, conforme o
artigo 53 do capítulo IV do Estatuto da Criança e Adolescente, lei nº
8069/90, que diz: “a criança e o adolescente têm direito a educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício
da cidadania e qualificação para o trabalho”.
• Implantar o Ensino de 9 anos em todos os Estabelecimentos de Ensino de
Fundamental, conforme a Instrução N 008/2011.
• Incluir no Currículo Oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, conforme a lei Nº
11.645/2008.
• Incluir no Currículo Oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira”, conforme a lei Nº 10.639/2003.
• Tornar obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública
Estadual de Ensino, conteúdos da História do Paraná, conforme a Lei
nº13381/2001.
• Tornar obrigatório na Proposta Pedagógica Curricular de todas as
disciplinas os conteúdos obrigatórios: História do Paraná ( lei nº
13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08),
música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento
à violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e
adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,
Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02,
conforme a Instrução nº 009/2011.
13
• Incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, conforme a lei nº 11645/08.
• Indicar a inclusão do nome social das travestis e transexuais nos registros
escolares (livros de chamadas, cadernetas escolares, históricos,
certificados, declarações e demais registros das escolas e dos Colégios do
Estado do Paraná), conforme parecer nº 01/09.
• Implantar campanhas sobre Educação Sexual, a serem veiculadas nos
estabelecimentos de ensino estadual de 1º e 2º Graus do Estado do
Paraná, conforme Lei 11733/97.
• Tornar obrigatória a veiculação de programas de informação e prevenção
da AIDS para os alunos de primeiro e segundo graus, no Estado do
Paraná,conforme a Lei 11734 - 28 de Maio de 1997.
3 4. MARCO SITUACIONAL
Em toda a história do Brasil, a partir da colonização portuguesa constata-se
a emergência de várias políticas de educação de jovens e adultos, focadas e
restritas principalmente aos processos de alfabetização, sendo muito recente a
conquista, reconhecimento e definição desta modalidade enquanto política pública
de acesso e continuidade à escolarização básica.
Historicamente, a educação formal e não formal dos diferentes grupos
sociais de trabalhadores tem buscado habilitá-los técnica, social e
ideologicamente para o trabalho, tratando a função social da educação de forma
controlada para responder às necessidades de produção.
O paradigma atual para a Educação de Jovens e Adultos busca superar
esta relação direta da educação com a demanda do trabalho, passando a ter
como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e como
acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência
crítica e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento
14
de sua autonomia intelectual.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN nº 9394/96), em
seu artigo 37 prescreve que “a Educação de Jovens e Adultos será destinada
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino
Fundamental e Médio na idade própria”. Isto mostra que o caráter supletivo da
Educação de Jovens e Adultos já foi superado, e hoje é característica dessa
Modalidade de Ensino a diversidade do perfil dos educandos com relação à idade,
ao nível de escolarização em que se encontram, à situação socioeconômica e
cultural, às ocupações e a motivação pela qual procuram a escola.
E, especialmente no Estado do Paraná, a Educação de Jovens e Adultos,
através dos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos,
CEEBJAs tem um papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando
elementos e valores que levam os educandos jovens, adultos e idosos à
emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
O CEEBJA de Irati, pelas características próprias dos educandos que
atende: jovens e adultos que procuram a escola por que tem a necessidade da
educação formal, seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do
mundo do trabalho; pessoas idosas que buscam a escola para desenvolvimento
ou ampliação de seus conhecimentos e oportunidade de convivência; a mulher
que durante anos sofreu e por diversas vezes ainda sofre as consequências de
uma sociedade desigual com o predomínio da tradição patriarcal, que a impediu
de práticas educacionais e escolarização em algum momento de sua história de
vida e ainda os educandos com necessidades educacionais específicas, procura
de todas as formas priorizar ações educacionais específicas que oportunizem o
acesso, a permanência e o êxito destes, no espaço escolar e sua valorização
como seres humanos e agentes históricos.
O CEEBJA de Irati, inserido num município de economia basicamente
agrícola, com industrialização incipiente, assume processos e propostas
pedagógicas próprias e diferenciadas, que valorizam experiências e
conhecimentos adquiridos por meios formais e informais, possuindo uma
organização temporal própria da modalidade para a obtenção da certificação do
educando, porém tendo como objetivo maior a construção da autonomia
15
intelectual e moral destes educandos através da educação escolar, com base em
valores como o respeito mútuo, solidariedade e justiça.
As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade
brasileira nos últimos anos, as contribuições de pesquisadores em educação, o
perfil dos educandos jovens e adultos, assim como os diagnósticos e as
considerações das escolas sobre a Educação de Jovens e Adultos - EJA no
Estado do Paraná desencadearam reflexões que culminaram na necessidade de
se rever as políticas educacionais de EJA e, mais especificamente, a organização
curricular de suas escolas.
A educação de jovens e adultos objetiva criar situações de ensino-
aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos,
realizando suas funções reparadora, equalizadora e permanente, conforme o
determinado no Parecer 11/00-CEB/CNE. A restauração do direito negado (o
direito e uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e
qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da
atualização permanente de conhecimentos, norteiam a proposta aqui
apresentada. Nossos alunos são, na sua grande maioria, trabalhadores,
assalariados, que procuram a EJA em busca da escolarização formal; seja pelas
necessidades pessoais, seja pelas exigências do mundo do trabalho.
Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos
em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de
produção e de socialização do saber; estas experiências de vida são significativas
ao processo educacional, as quais devem ser consideradas pelos educadores.
A EJA contempla também, o atendimento a educandos com necessidades
educacionais especiais.
Outra demanda atendida pela EJA é a de pessoas de várias faixas etárias
que buscam a escola para o desenvolvimento ou ampliação de seus
conhecimentos, bem como outras oportunidades de convivência. Inclui-se aqui o
convívio social e a realização pessoal. São pessoas que possuem uma
temporalidade específica no processo de aprendizagem.
A EJA contempla a Educação no campo, pois considera que o “campo”
retrata uma diversidade sócio-cultural, que se dá a partir dos sujeitos que nele
16
habitam. É sem dúvida, um desafio para a educação escolar, pensar em organizar
em seu currículo as relações com a educação do campo, sem perder de vista os
conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na sociedade de um modo
geral.
Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens e adultos, não se
refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta
modalidade com a diversidade sócio-cultural, de seu público, que demandam uma
educação a qual considere o tempo/espaço, trabalho e a cultura desses grupos.
Faz-se necessário, proporcionar aos alunos saberes significativos
relacionados com o seu cotidiano, onde com dignidade possam transformar-se e
transformar a sociedade onde estão inseridos.
Organização do tempo escolar destes educandos, viabilizando a conclusão
de seus estudos.
Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas
necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de
ensino, deve-se garantir o retorno e permanência destes educandos à
escolarização formal, pela manutenção da oferta da Educação de Jovens e
Adultos.
Hoje, um dos grandes desafios para que haja ensino de qualidade é a
necessidade de profissionais competentes, com atitudes, comportamentos e
conhecimentos. Considerando-se que a sociedade passa por transformações
cada vez mais profundas, a formação docente é condição básica para se garantir
a qualidade da educação.
Uma das exigências para os educadores da EJA é compreender a
realidade da parcela de educandos que atende não devendo restringir- se apenas
aos procedimentos didáticos e conteúdos a serem ensinados, pois trata – sede
refletir também sobre a capacidade de mobilização na busca de seus direitos e
objetivos próprios.
É importante ressaltar a respeito da valorização dos professores pelo poder
público, uma vez que estes se sentem desvalorizados no que se refere a salários
e no aspecto humano.
A partir de 2011, a idade mínima para entrar no Ensino Fundamental, Fase
17
II na EJA, passou a ser de 15 anos completos, e também em 2012 entrará em
vigor em todos os estabelecimentos de educação o ensino de 9 anos exceto para
a EJA que tem a proposta curricular própria para esta modalidade e fará as
adaptações necessárias de acordo com esta proposta ao receber os alunos
egressos do ensino de 9 anos.
4 5. MARCO CONCEITUAL
Segundo a LDB, em seu artigo 2º, a Educação é dever da família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Em seu artigo 3º, contempla o ensino ministrado com base nos seguintes
princípios:
• Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
• Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
• Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
• Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
• Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
• Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
• Valorização do profissional da educação escolar;
• Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da Legislação
dos sistemas de ensino;
• Garantia de padrão de qualidade.
• Valorização da experiência extraescolar;
• Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
A LDB 9394/96 tem como principal objetivo formar o cidadão.
Na visão democrática, no artigo 14, serão trabalhados os problemas e as
18
diferenças, buscando soluções criativas com a comunidade escolar e os
envolvidos, entendendo-se que o bem comum e o objetivo primordial que são os
educandos, será preservado e zelado, garantindo o funcionamento eficiente e
eficaz da instituição, respeito e observância de normas vigentes.
Conforme o artigo 15 da LDB resgataram-se as preocupações
pedagógicas, oportunizando as escolas uma autonomia mais concreta: financeira,
administrativa e pedagógica, com espaços pautados pelo diálogo, análise, crítica,
aprimoramento das ações da gestão pedagógica e administrativa, onde os
envolvidos no processo se coloquem como agentes transformadores, o que passa
pela busca do aprimoramento das ações, fazendo acontecer uma educação de
qualidade. Considerando os trabalhadores em educação como princípio central na
busca da qualidade e sucesso educativo , cabe-lhes cumprir as orientações e
determinações de segmentos hierarquicamente superiores, fazendo acontecer na
prática o que se propõe no plano de ação da escola, efetivando o Projeto Político
Pedagógico.
Nesta perspectiva serão realizadas reuniões para estudos, debates, análise
e tomada de decisões coletivas, envolvendo a Direção, Equipe Pedagógica,
Corpo Docente e Discente e Órgãos Colegiados desta instituição.
A escola pública, segundo as diretrizes curriculares nacionais, está pautada
na contextualização sócio-histórica, tendo como centro do processo didático a
prática social historicamente situada. Atualmente, a realidade social traz para a
escola um grande desafio de transmitir os conteúdos historicamente produzidos
pela humanidade, superando assim, o esvaziamento da consciência humana.
Desta forma, o conhecimento liberta e edifica, constrói o ser humano que
pode ser capaz de modificar as sociedades. Assim o CEEBJA torna-se um
espaço privilegiado para a formação da consciência humana, fornecendo
embasamento para que o aluno torne-se consciente, reflexivo e ativo, levando ao
sucesso no processo educativo, para ter condições de fazer escolhas que não
sejam benéficas somente a ele, mas à sociedade como um todo.
Dentro deste contexto o CEEBJA possui as seguintes concepções que
norteiam a educação.
19
5.1. SOCIEDADE
Hoje, os meios de comunicação de massa e os meios mais modernos de
informação, mostram a todo instante que os recursos naturais estão se
esgotando, que o índice de desemprego é alarmante no mundo todo, que a fome
ainda não foi saciada, que os conflitos sociais, políticos e religiosos ainda não
foram resolvidos, e que em muitos países a miserabilidade alcança estatísticas
degradantes, apesar de toda a tecnologia e desenvolvimento científico.
As condições sócio-econômicas do país refletem nas relações
estabelecidas na família, na escola, no trabalho, gerando na maioria das vezes,
violências e revoltas que levam pais a abandonarem seus filhos e crianças a
abandonarem seus lares e acabam fazendo das ruas, a sua morada.
A sociedade apresenta uma realidade complexa e difícil que deve ser
sistematicamente analisada e interpretada, levando em consideração a sua
historicidade e as relações estabelecidas entre os indivíduos. É nesta sociedade
que nossos alunos encontram-se inseridos, portanto devemos ter compreensão
do modo de viver, pensar, sentir e agir das pessoas.
Neste contexto temos a intenção de contribuir na construção de uma
sociedade justa,socialmente equitativa e solidária, politicamente democrática,
culturalmente pluralista e religiosamente ecumênica, pautada pelos princípios
éticos, estéticos e políticos, onde todos sejam verdadeiramente reconhecidos e
respeitados em sua dignidade humana e em suas diferenças; tenham a
possibilidade de desenvolver as suas potencialidade; contribuam para que a
autoridade, o saber, os bens naturais e os produzidos pelo esforço comum
estejam a serviço do crescimento e sejam partilhados coletivamente; tenham a
liberdade e o direito de se associar; onde todos tenham a liberdade de
pensamento, de expressão e consciência; tenham acesso ao conhecimento
científico e recursos tecnológicos.
5.2. MUNDO
20
É no mundo que ocorrem as interações homem - homem e homem - meio
social, caracterizado pelas diversas culturas e pelo conhecimento. O mundo
concebido é resultado do processo de estabelecimento das relações entre a
subjetividade individual do homem e a realidade objetiva. É na integração destas
duas dimensões da natureza humana que o indivíduo vai se permitir e conseguir
viver com a grandiosidade da pluralidade da sua capacidade, transcendendo sua
subjetividade.
Devido à rapidez do processo de produção das informações e pela
globalização é necessário proporcionar ao homem condições para que ele
alcance objetivos materiais, políticos, culturais e espirituais, que venham ao
encontro da superação da injustiça, diferenças, distinções, divisões e de todos os
entraves que o detém na sua jornada de aperfeiçoamento, na tentativa de se
formar o ser humano que se imagina e deseja. É neste ponto que a escola pode
ser um espaço que contribua para a efetiva mudança social.
Historicamente a sociedade se transforma heterogenicamente contínua e
“rápida”, de tal forma que nem ao menos os registros dos acontecimentos
conseguem se atualizar.
A educação por sua vez busca receber e respeitar essas mudanças e suas
consequências, com tolerância e democracia, abrindo espaço para as
manifestações dos crescentes esforços em busca do melhoramento humano.
Nessa leitura de mundo, os valores em que cada um acredita têm hoje uma
leitura, amanhã é acrescida de outras, se tornando outro sujeito, dessa forma
compreende que ninguém é melhor que ninguém, todos possuem experiências
diferenciadas, que podem contribuir para uma convivência respeitosa e
democrática.
Portanto, homem e mundo estão entrelaçados, pois o entendimento da
escola, em seu PPP, sobre esta temática deverá evidenciar um ideal de Homem
inserido no Mundo.
5.3. HOMEM
21
Partindo do que nos traz Morin (2001: 40) ao se referir sobre a
complexidade do ser humano: “ser, ao mesmo tempo, totalmente biológico e
totalmente cultural", entendemos que o homem, no processo educacional é, ao
mesmo tempo, educador e educando, num acontecimento que poderíamos dizer,
com Paulo Freire, dialético.
O homem é um ser inacabado, inconcluso, em construção.
A partir desta concepção de homem não é difícil que entendamos a
educação como o processo pelo qual o homem se constrói, na sua relação com o
outro, com o mundo, e com o saber acumulado de sua espécie, de sua cultura, de
sua localidade.
Desta forma, o homem não é uma tábula rasa, onde se escreve o que se
quer, mas um ponto no infinito, um ponto em expansão. Negar-lhe esta expansão
é negar-lhe o ser. Ao entender o sujeito tanto físico como social, temos a intenção
de desenvolver no aluno a consciência e o sentimento de pertencer a Terra, de
modo que possa compreender a interdependência entre os fenômenos e seja
capaz de interagir de maneira crítica, criativa e consciente com seu meio natural e
social.
Nesta perspectiva, acreditamos ser possível formar um cidadãoque sabe
mediar conflitos, propondo soluções criativas em favor da solidariedade humana e
do equilíbrio ambiental.
5.4. EDUCAÇÃO
A educação é um fator de suma importância na passagem de formas
primitivas de consciência para a consciência crítica, que por sua vez, não é um
produto acabado, mas um processo contínuo. Assim, é por meio da educação que
se torna possível a formação de um ser humano, o que irá lhe possibilitar, tornar-
se um cidadão pleno e consciente de suas responsabilidades, para que atue com
seriedade e compromisso para a formação de uma sociedade mais justa e
humana.
A instituição escolar deve socializar o saber sistematizado, historicamente
22
acumulado, como patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse
saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem consigo o
saber popular o saber da comunidade em que vivem e atuam.
A qualidade da educação, não acontece sozinha, está vinculada à
comunidade escolar, pais, professores e gestores comprometidos, a participarem
de forma conjunta e democrática na condução das ações que acontecem na
escola. Assim, o CEEBJA ao atender jovens, adultos e idosos, possibilita uma
vivência grupal a qual, permite a melhora da aprendizagem, solidificando uma
educação de qualidade.
5.5. ESCOLA
A escola é o espaço social responsável pela apropriação do saber
universal e pela socialização deste saber, ou seja, responsável pela apropriação
crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da
realidade social e democrática para a transformação desta realidade.
É de responsabilidade da escola não permitir que o aluno permaneça no
mesmo nível (compreensão e visão de mundo) de quando iniciou o processo de
aprendizagem, pois sua prática social precisa ser compreendida e reelaborada
pela via do conhecimento real.
O trabalho pedagógico deve fundamentar-se no compromisso de que a
escola deve levar seus alunos para além, do senso comum e chegar ao
conhecimento mais elaborado sobre a realidade. Isso é garantir o acesso ao
conhecimento.
A principal função social e pedagógica da escola é a de assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas, sociais e morais pelo seu empenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento dos processos de pensar, na formação da cidadania participativa e na formação ética. Para isso, faz-se necessário superar as formas conservadoras de organização e gestão, adotando formas alternativas, criativas, de modo que aos objetivos sociais e políticos correspondam estratégias adequadas e eficazes de organização e gestão. (LIBÂNEO, 2004, p.137)
Numa perspectiva crítica, cabe ao docente fornecer aos alunos o
23
instrumental teórico e os meios necessários para entender os desafios impostos
pela vida social, propiciar a reflexão e o questionamento contínuo sobre as
questões sociais, a relação entre a ciência, tecnologia e sociedade. O professor é
indispensável no processo de ensino e aprendizagem, cabe a este profissional o
papel de mediador, ou seja, de desenvolver procedimentos adequados para
viabilizar a apropriação desse conhecimento aos alunos. É necessário que o
professor domine os fundamentos explicativos dos objetos do conhecimento,
inclusive os fundamentos da própria prática pedagógica e,com este domínio
viabilize o método e as estratégias para que o processo de ensino e
aprendizagem se efetive com sucesso.
5.6. CONHECIMENTO
O conhecimento é a base que serve de estrutura para a educação, a
escola e a sociedade. É real, porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com
toda forma de existência que se manifesta de algum modo. O conhecimento,
portanto, é resultado de um processo de construção, modificação e reorganização
utilizados pelos educandos para assimilarem e interpretar os conteúdos
escolares. Assim, a ação pedagógica deve se ajustar ao que os educandos
conseguem realizar em cada momento de sua aprendizagem, para se construir
em verdadeira ação educativa. Conceber o processo de aprendizagem como
propriedade do sujeito implica valorizar o papel determinante da interação com o
meio social e, particularmente com a escola. O conhecimento dessa cultura não
se faz de uma só vez, mas é um processo que precisa ir sendo cuidadosamente
sistematizado. Como tal, constituir-se-á numa constante reflexão para a
adequação dos conteúdos aos educandos, condição primeira para a
aprendizagem efetiva.
O CEEBJA tem por objetivo proporcionar meios para a formação de
educandos críticos, criativos, independentes, que dominem uma gama de
conhecimentos, para refletirem as problematizações encontradas no contexto
social e possam contribuir para o desenvolvimento social como um todo.
24
5.7. INFÂNCIA
A Educação infantil vem sofrendo grandes transformações, surgindo assim
uma nova concepção de criança, diferente da visão tradicional. A criança era vista
como um ser sem importância, sem voz e sem opinião, quase invisível. Hoje ela é
considerada em todas as suas especificidades, com opinião, identidade pessoal e
histórica. Segundo Kramer :
...a idéia de infância (... ) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. Se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade. ( 2003 : 19 ).
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
25
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
5.8. ADOLESCÊNCIA
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
A partir da citação de Zekcer, podemos perceber que a adolescência não é
apenas uma fase de mudanças na faixa etária, mas corresponde também a uma
profunda mudança no sistema emocional. São fases de profundas mudanças
hormonais, juntamente com conflitos de personalidade e formação da identidade.
A adolescência é basicamente um fenômeno psicológico e social. Essa maneira
de compreendê-la nos traz importantes elementos de reflexão, pois, sendo um
processo psicossocial, a adolescência terá diferentes peculiaridades conforme o
ambiente social, econômico e cultural em que o adolescente se desenvolve.
26
Nessa mesma perspectiva de pensamento, reitera Outeiral ( 1994, p. 06)
A palavra “adolescência” tem uma dupla origem etimológica e caracteriza muito bem as peculiaridades desta etapa da vida. Ela vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), significando a condição ou processo de crescimento, em resumo o indivíduo apto a crescer. Adolescência também deriva de adolescer, origem da palavra adoecer. Temos assim, nesta dupla origem etimológica, um elemento para pensar esta etapa da vida: aptidão para crescer ( não apenas no sentido físico, mas também psíquico) e para adoecer( em termos de sofrimento emocional, com as transformações biológicas e mentais que operam nesta faixa da vida).
Tomando como base os pensamentos e definições de Zekcer e Outeiral,
temos uma nova visão do conceito de adolescente. Dessa forma, a escola precisa
repensar sobre esses conceitos e também as novas perspectivas exigidas sobre
a adolescência no século XXI.
Os adolescentes que chegam na EJA, trazem consigo o estigma de que são
alunos-problemas, os quais já passaram por diversas escolas, não se adaptando
ao ensino regular, devido a estarem fora da faixa etária e tantos outros problemas
dessa natureza. O resultado desse processo é a procura por uma nova dimensão
e concepção de escola. A modalidade de ensino (EJA), muitas vezes, é vista com
a função de acelerar os estudos, facilitando o recebimento da certificação. Esse
pensamento tem sido um conflito e vem sendo discutido pelos educadores, que se
empenham em mostrar o valor e a qualidade do ensino da Eja, fazendo com que
essa modalidade não perca a sua identidade.
Outro termo, o qual precisa ser definido é o conceito de puberdade. Dessa
forma, Outeiral (1994, p. 05), o define como
um processo biológico que inicia, em nosso meio, entre nove e quatorze anos aproximadamente e se caracteriza pelo surgimento de uma atividade hormonal que desencadeia os chamados “caracteres sexuais secundários”.
Nesse sentido, podemos entender a puberdade como um período de
desenvolvimento sexual, caracterizado como capacidade de procriação. Sendo
assim, a puberdade é uma fase que ocorre na fase da adolescência. Nessa fase
temos apenas modificações visíveis no aspecto biológico e não mudanças e
transformações psicológicas. Porém, não podemos pensar adolescência e
puberdade separadamente, uma decorre da outra.
27
A escola precisa atuar no desenvolvimento emocional, psicológico, mas
também atender as transformações corporais, as quais, muitas vezes, incomodam
e frustam tanto como meninos como as meninas. Nesse momento de transição, a
educação tem um papel fundamental de integração desse jovem na sociedade. A
escola precisa atender e acolher as especificidades exigidas por essa fase, além
de auxiliá-los na maturação e compreensão do importante papel do jovem na
sociedade.
5.9 ALFABETIZAÇÃO
Alfabetização significa ensinar o alfabeto. Alfabetizar é ensinar a ler e a
escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos da linguagem verbal. Ser
alfabetizado significa reconhecer e compreender esses símbolos e ser capaz de
com eles produzir mensagens compreensíveis para outros alfabetizados,
melhorando desse modo a comunicação entre os sujeitos e incrementando o seu
nível e qualidade de vida.
Alfabetização refere um conhecimento obtido, estável. O processo de
alfabetização, não se deve resumir na aquisição de atividades mecânicas do ato
de ler, mas a capacidade de interpretar,compreender, criticar e produzir o
conhecimento.
A Alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de
compreensão e uso da linguagem de maneira geral.
5.10 LETRAMENTO
Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro de um
contexto, onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do
aluno.
O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, designa práticas de
leitura escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem
de toda a complexa tecnologia envolvida no ato de ler e escrever. O aluno precisa
apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, frequentar revistarias, livrarias
e com esse convívio com a leitura apropriar-se do sistema de escrita.
28
O letramento não é só de responsabilidade do professor de lígua
portuguesa ou dessa área, mas de todos os educadores que trabalham com
leitura e escrita.
O letramento é o resultado da ação de ensinar e/ou aprender a ler e
escrever e denota a condição que o indivíduo adquire como resultado de ter-se
apropriado do sistema de escrita.
Na atualidade tão importante como conhecer o sistema de escrita é poder
se engajar em práticas sociais letradas.
Desta forma, percebe-se que ao mesmo tempo que a alfabetização e
letramento são dois processos diferentes, estão interligados. Para uma pessoa
ser letrada é imprescindível ter passado pelo processo de alfabetização.
Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um
indivíduo, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos de uma sociedade.
5.11. NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Alunos com necessidades educacionais especiais são aqueles que têm
impedimentos de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; Alunos com
transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações
sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição
alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Ret, transtorno
desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra
especificação; Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que
apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas de
conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,
psicomotora, artes e criatividade.
5.12. INCLUSÃO
A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute
e define as políticas para o atendimento a todos os sujeitos que historicamente,
29
encontrava-se excluídos do processo de escolarização e/ou da pauta das políticas
educacionais. Destacamos, aqui, as populações do campo, faxinalenses,
agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários, quilombolas,
acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, afro-descendentes, povos indígenas,
jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e
transexuais. Bem como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.
Faz-se necessário que a escola identifique e reconheça os diferentes
sujeitos (educadores e educandos) e os condicionantes sociais que determinam o
sucesso ou o fracasso escolar, de forma que possa criar mecanismos de
enfrentamento aos diversos preconceitos existentes e para que possa garantir o
direito ao acesso e a permanência com qualidade no processo educacional.
A EJA contempla, o atendimento a educandos com necessidades
educacionais especiais.
As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica
(2001) em seu artigo 2° orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular
todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos
educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos.” O Plano Nacional de
Educação (2001) destaca no capítulo da Educação Especial que: “o grande
avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma
escola inclusiva que garantisse o atendimento à diversidade humana”. Esse
processo exige mudanças, adaptações nos currículos e nas ações educacionais.
Os serviços e apoios especializados de acordo com as Diretrizes de
Educação Especial na Educação Básica (Brasil 2001) destinam-se ao
atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes
das deficiências intelectuais, visuais, física-neuromotoras e surdez, das condutas
típicas de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e das altas
habilidades/superdotação.
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é definida
como uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e
modalidades, que disponibiliza recursos e serviços e realiza o atendimento
educacional especializado.
30
O atendimento educacional especializado (AEE) é um conjunto de
atividades e recursos pedagógicos organizados institucionalmenteà formação dos
alunos; integra a proposta pedagógica da escola, envolvendo a participação da
família e a articulação com as demais políticas públicas.
5.13. ADAPTAÇÃO CURRICULAR
A flexibilização do currículo para oferecer respostas educativas às
necessidades especiais dos alunos, no contexto escolar, são denominadas
adaptações curriculares, conforme pode se constatar na definição de estudiosos
da área:
“podemos definir as adaptações curriculares como modificações que são necessárias realizar em diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos epessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidade das salas de aula, dos alunos” (LANDÍVAR, 1999, p. 53).
5.14. AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual
se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de
acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos,
diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em
função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve
ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza
uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá
orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os
seguintes princípios:
31
• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-
escola do educando;
• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho
pedagógico da escola.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais
como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e
pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades
complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de
aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma
única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será
analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os
seus avanços e necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a
prática pedagógica.
5 6. CURRICULO
Os conteúdos curriculares estão organizados por:
• Disciplinas
32
A organização dos componentes curriculares seguirá o disposto a seguir:
• A Fase II do Ensino Fundamental, por disciplinas;
• O Ensino Médio, por disciplinas.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos
ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, tanto na forma
presencial individual quanto na presencial coletiva, conforme a matriz curricular
em anexo, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-
aprendizagem.
A escola garantirá cem por cento dos conteúdos que integram cada
disciplina.
Do total de carga horária distribuída na matriz curricular do Ensino
Fundamental – Fase II e do Ensino Médio é obrigatória a freqüência de 75%
(setenta e cinco por cento) na organização coletiva e 100% (cem por cento) na
organização individual em cada disciplina, conforme legislação vigente.
O material de apoio didático adotado pela CEJA/SEED é um dos recursos
para o desenvolvimento da escolarização na EJA.
As ações pedagógicas descentralizadas serão solicitadas pela comunidade
ao Estabelecimento de Ensino, conforme regulamentação em instrução própria,
ficando sujeitos a aprovação da CEJA/SEED.
Para que a Proposta Pedagógica Curricular deste CEEBJA se efetive faz-
se necessário a conservação das condições estruturais ( mobiliário,
equipamentos, acervo bibliográfico e materiais didáticos)
6.1. MATRIZ CURRICULAR
6.1.1. ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: CEEBJA
33
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: IRATI NRE:IRATI
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a
34
DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336
ARTE 94 112
LEM-INGLÊS 213 256
EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336
CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256
GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
6.1.2. ENSINO MÉDIO
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: CEEBJAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: IRATI NRE: IRATIANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS
DISCIPLINASTotal deHoras
Total dehoras/aula
L. PORTUGUESA ELITERATURA
174 208
LEM – INGLÊS 106 128
ARTE 54 64FILOSOFIA 54 64
SOCIOLOGIA 54 64EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64
MATEMÁTICA 174 208
QUÍMICA 106 128
35
FÍSICA 106 128
BIOLOGIA 106 128
HISTÓRIA 106 128
GEOGRAFIA 106 128
Língua Espanhola* 106 128
TOTAL 1200/1306 1440/1568
*Língua Espanhola, disciplina de oferta obrigatória e de matrícula facultativa o educando.
6 7. ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE
O Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos, dentro da
hora-atividade, oportuniza ao professor momentos de estudos, permite que o
mesmo acesse o Sistema de Acompanhamento (SABI), proporciona reavaliação
da prática pedagógica para uma ação educativa qualificada. O professor deverá
valorizar e promover o crescimento contínuo de seus alunos, conhecendo seu
potencial de desenvolvimento, oferecendo-lhes um ambiente próprio à
aprendizagem.
Ainda incentiva a participação dos professores e funcionários em eventos e
cursos de capacitação oferecidos pelo NRE e SEED.
7 8. CALENDÁRIO ESCOLAR
O Calendário Escolar será elaborado, anualmente, por este
Estabelecimento de Ensino, apreciado e aprovado pelo Conselho Escolar e após,
enviado ao órgão competente para análise e homologação, ao final de cada ano
letivo, anterior à sua vigência.
Atenderá ao disposto na legislação vigente, funcionando no mínimo 200
(duzentos) dias letivos, bem como as normas baixadas em instrução específica
sobre calendário, organizada pela Secretaria de Estado da Educação, fixando:
• Início e término das atividades docentes;
• Reuniões pedagógicas e/ou administrativas;
36
• Feriados e/ou antecipações;
• Recessos escolares;
• Capacitação de docentes;
• Período de férias;
• Atividades culturais.
As alterações do Calendário Escolar, determinadas por motivos relevantes,
serão comunicadas à autoridade competente, em tempo hábil, para as
providências cabíveis.
O artigo 56, da Lei Complementar nº 07, de 23/12/1976 estabelece o
período de férias dos professores que será adotado por este Centro, conforme o
estabelecido para a rede Estadual de Educação Básica.
37
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOAnexo da Resolução N º 4901/2011- GS/SEED
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS - CEEBJA IRATIConsiderados como dias letivos: semana pedagógica (06 dias); formação continuada (02 dias); replanejamento (01 dia);
reunião pedagógica (01 dias) – Delib. 02/02-CEE
Janeiro Fevereiro MarçoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 1 2 31 2 3 4 5 6 7 5 6 7 8 9 10 11 17 4 5 6 7 8 9 10 228 9 10 11 12 13 14 12 13 14 15 16 17 18 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias
15 16 17 18 19 20 21 19 20 21 22 23 24 25 18 19 20 21 22 23 2422 23 24 25 26 27 28 26 27 28 29 25 26 27 28 29 30 3129 30 31
Abril Maio JunhoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 1 28 9 10 11 12 13 14 19 6 7 8 9 10 11 12 22 3 4 5 6 7 8 9 18
15 16 17 18 19 20 21 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias 10 11 12 13 14 15 16 dias22 23 24 25 26 27 28 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 2329 30 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
Julho Agosto SetembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 2 3 4 5 6 7 3 1 2 3 4 18 9 10 11 12 13 14 dias 5 6 7 8 9 10 11 23 2 3 4 5 6 7 8 18
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias22 23 24 25 26 27 28 9 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 2229 30 31 dias 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29
30
Outubro Novembro DezembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 1 2 3 17 8 9 10 11 12 13 21 4 5 6 7 8 9 10 18 2 3 4 5 6 7 8 12
14 15 16 17 18 19 20 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 2228 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29
30 31
Início/Término
Planejamento Férias Discentes Férias/Recesso/DocentesFérias Janeiro 31 janeiro/férias 30Recesso fevereiro 7 janeiro/julho/recesso 15
Semana Pedagógica julho 18 dez/recesso 12Formação Continuada dezembro 12 outros recessos 3
Replanejamento Total 68 Total 60
CALENDÁRIO ESCOLAR – 2012
1 Dia Mundial da Paz 1 planejamento
2,3,6,7 Semana Pedagógica
8 Início das aulas
20 a 22 Carnav al
6 Paixão 1 Dia do Trabalho 7 Corpus Christi21 Tiradentes 9 Formação Continuada 8 Recesso
30 Recesso 18,21,22,23,24 Semana de Int.Esc/Com 29 Reunião Pedagógica
14 Reunião Pedagógica
04 Término do 1º. Semestre 07 Dia do Func. de Escola 7 Independência
19 e 20 Semana Pedagógica 13 Formação Continuada
23 Início do 2º. Semestre 29 Reunião Pedagógica
12 N. S. Aparecida 2 Finados 19 Emancipação Política do PR15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 18 Término do ano letivo
16 Recesso 25 Natal20 Dia Nac.Consciência Negra
38
8 9. REGIMENTO ESCOLAR O CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos –
Ensino Fundamental e Médio - funciona de segunda à sexta-feira, no período matutino (das 8 às 12
horas), vespertino (das 13 às 17 horas) e no período noturno (das 18 às 22 horas), de acordo com o
estabelecido pela mantenedora.A organização da oferta dos cursos, conforme as matrizes
curriculares da Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino apresentam características
especificas, vinculadas ao perfil dos educandos jovens, adultos de EJA, adequadas às
normatizações vigentes.
Os educandos com necessidades educacionais especiais serão atendidos por este
Estabelecimento de Ensino, segundo os pressupostos da inclusão, necessários no processo
pedagógico, com adequação às necessidades dos educandos, e corresponderá a um ensino
socialmente significativo, conforme a legislação vigente e regulamentação da SEED.
A Educação neste Estabelecimento de Ensino será ofertada de forma presencial, organizada
individual e coletivamente dependendo da condição e disponibilidade de tempo do educando.
O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que o receberá
individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as
devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de estudos:
• a organização dos cursos;
• o funcionamento do estabelecimento; Horários, calendário, regimento escolar;
• a dinâmica de atendimento ao educando;
• a duração e a carga horária das disciplinas;
• avaliação.
9 10. INCLUSÃO SOCIAL
10.1 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
A EJA contempla, o atendimento a educandos com necessidades educacionais especiais.
As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (2001) em seu artigo 2°
orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.” O Plano
39
Nacional de Educação (2001) destaca no capítulo da Educação Especial que: “o grande avanço que
a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garantisse o
atendimento à diversidade humana”. Esse processo exige mudanças, adaptações nos currículos e
nas ações educacionais.
Os serviços e apoios especializados de acordo com as Diretrizes de Educação Especial na
Educação Básica (Brasil 2001) destinam-se ao atendimento de alunos com necessidades
educacionais especiais decorrentes das deficiências intelectuais, visuais, física-neuromotoras e
surdez, das condutas típicas de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e das
altas habilidades/superdotação.
Assim, o CEEBJA conta com um professor itinerante, que é um serviço ofertado por
profissional especializado em educação especial, no ensino fundamental e médio. Esse profissional
participa do processo de desenvolvimento e aprendizagem nas atividades escolares, avalia e ajuda
a elaborar objetivos, delineia os conteúdos, as estratégias e procedimentos relativos à dinâmica da
sala de aula e de toda a rotina escolar. O professor itinerante auxilia e dá encaminhamento
pedagógico necessário á aprendizagem, à comunicação e locomoção do aluno. Ajuda nas
adaptações curriculares orientando professores, alunos, equipe pedagógica, família.
A flexibilização do currículo para oferecer respostas educativas às necessidades especiais
dos alunos, no contexto escolar, são denominadas adaptações curriculares, conforme pode se
constatar na definição de estudiosos da área:
“podemos definir as adaptações curriculares como modificações que são necessárias realizar em diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos epessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidade das salas de aula, dos alunos” (LANDÍVAR, 1999, p. 53).
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati – CEEBJA foi
contemplado com os materiais para a Sala de Recursos Multifuncionais, razão pela qual a escola
usufruirá dos recursos e materiais da referida sala.
De acordo com a nota técnica – SEESP/GAB/ Nº 11/2010 que orienta a escola para a
Institucionalização da Oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE em Salas de
Recursos Multifuncionais, observa-se que a educação inclusiva, fundamentada em princípios
filosóficos, políticos e legais dos direitos humanos, compreende a mudança de concepção
pedagógica, de formação docente e de gestão educacional para a efetivação do direito de todos à
educação, transformando as estruturas educacionais que reforçam a oposição entre o ensino
comum e especial e a organização de espaços segregados para alunos público-alvo da educação
especial.
Dessa forma, garante-se, que a inclusão educacional se realize, assegurando o direito à
igualdade com igualdade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de educar a todos, mas
uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, respeitando
40
as diferenças e limitações.
“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando um sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (CARVALHO, 2004, p. 26).
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é definida como uma modalidade
de ensino transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços
e realiza o atendimento educacional especializado.
O atendimento educacional especializado (AEE) é um conjunto de atividades e recursos
pedagógicos organizados institucionalmenteà formação dos alunos; integra a proposta pedagógica
da escola, envolvendo a participação da família e a articulação com as demais políticas públicas.
As Salas de Recursos Multifuncionais são definidas como ambientes dotados de
equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a oferta do atendimento
educacionalespecializado – AEE de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos
público-alvo da educação especial.
Os alunos público-alvo do Atendimento Educacional Especializado são:
Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física,
intelectual, mental ou sensorial; Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas
relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com
autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Ret, transtorno desintegrativo da infância
(psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação; Alunos com altas
habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento
com as áreas de conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,
psicomotora, artes e criatividade.
A implantação das Salas de Recursos Multifuncionaisé efetuada sem prejuízo das parcerias
da Secretaria de Educação com os demais órgãos responsáveis pelos serviços de saúde, trabalho,
assistência e outros que têm por finalidade o acesso a recursos e atendimentos clínicos e
terapêuticos, às atividades ocupacionais e de recreação, a programação de geração de renda
mínimos, entre outros.
É atribuição do professor do atendimento educacional especializado:
• Elaborar, executar e avaliar o Plano de AEE do aluno, contemplando: a identificação das
habilidades e necessidades educacionais específicas dos alunos; a definição e a organização
das estratégias, serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade; o tipo de atendimento
conforme as necessidades educacionais específicas dos alunos; o cronograma do
atendimento e a carga horária, individual ou em pequenos grupos;
• Programar, acompanhar e avaliar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos e de acessibilidade no AEE, na sala de aula comum e nos demais ambientes da
escola;
41
• Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as necessidades
educacionais específicas dos alunos e os desafios que estes vivenciam no ensino comum, a
partir dos objetivos e das atividades propostas no currículo;
• Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula comum e com demais
profissionais da escola, visando à disponibilização dos serviços e recursos e o
desenvolvimento de atividades para a participação e aprendizagem dos alunos nas atividades
escolares; bem como as parcerias com as áreas intersetoriais;
• Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos pedagógicos e de
acessibilidade utilizados pelo aluno de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua
autonomia e participação;
• Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as necessidades educacionais
específicas dos alunos: ensino da Língua Brasileira de Sinais- Libras para alunos com surdez;
ensino da Comunicação Aumentativa e alternativa- CAA; ensino do sistema Braille, do uso do
soroban e das técnicas para a orientação e mobilidade para alunos cegos; ensino da
informática acessível e dos recursos de Tecnologia Assistiva- tá; ensino de atividades de vida
autônoma e social; orientação das atividades de enriquecimento curricular para as altas
habilidades/superdotação; e promoção de atividades para o desenvolvimento das funções
mentais superiores.
Hoje a educação Especial tem papel fundamental na inclusão, visto que os professores das
disciplinas não possuem formação específica para atender as diferenças, sentindo dificuldades em
desenvolver seu trabalho. Assim, a educação especial possui uma estrutura suficiente para subsidiá-
los. Para os alunos público–alvo da educação especial são prestados de forma complementar,
atividades e recursos pedagógicos, tais como: avaliações e outros trabalhos com tempo maior para
os alunos que necessitam, e com número reduzido de atividades; quando o educando (a) apresenta
lentidão na escrita, são oferecidos conteúdos para que o mesmo (a) possa colar em seu caderno e
apenas responder; auxílio pedagógico na sala de recursos com uso de material concreto, de forma
que o aluno possa aprender o conteúdo explanado; trabalhos em grupo e em dupla em sala de aula;
atividades realizadas no computador para alunos que necessitam desse recurso, etc. O CEEBJA-
IRATI, conta com materiais recebidos do MEC ( Ministério da educação e Cultura) disponibilizados a
alunos especiais. São dois noot books, dois computadores, um deles com teclado colméia para
cegos, mobiliário para os computadores, mesa, cadeiras, quadro branco e armário.
De forma geral o CEEBJA atende os alunos dentro de suas especificidades, respeitando as
diferenças, facilitando a inclusão e o desenvolvimento de todos os educandos. A escola conta com
materiais e equipamentos que auxiliam na aprendizagem do aluno, como uma ampla biblioteca, a
qual recebe periodicamente livros e revistas atualizadas. Também um laboratório de informática com
computadores ligados a internet e um laboratório de ciências com materiais adequados,onde são
42
realizadas aulas e experiências científicas.
10.2. DIVERSIDADE
A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute e define as
políticas para o atendimento a todos os sujeitos que historicamente, encontrava-se excluídos do
processo de escolarização e/ou da pauta das políticas educacionais. Destacamos, aqui, as
populações do campo, faxinalenses, agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários,
quilombolas, acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, afro-descendentes, povos indígenas,
jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e transexuais. Bem
como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.
Faz-se necessário que a escola identifique e reconheça os diferentes sujeitos (educadores e
educandos) e os condicionantes sociais que determinam o sucesso ou o fracasso escolar, de forma
que possa criar mecanismos de enfrentamento aos diversos preconceitos existentes e para que
possa garantir o direito ao acesso e a permanência com qualidade no processo educacional.
Considerando o Parecer n° 04/09 do Ministério Público/Paraná e o Parecer CP/CEE n° 01/09,
que recomendam às instituições do Sistema Estadual de Ensino do Paraná, por meio de seus
colegiados, a promoção de amplo debate sobre a inclusão do nome social do aluno e/ou da aluna
travesti ou transexual nos documentos escolares internos,a Superintendência da Educação e a
Diretoria de Administração Escolar no uso de suas atribuições, instrui: Que o nome civil, constituído
por prenome e sobrenome é um dos principais direitos de personalidade ou direitos personalíssimos,
e estes, segundo o Código Civil, são intransmissíveis e irrenunciáveis. O nome social é o nome pelo
qual os travestis e transexuais, femininos ou masculinos se reconhecem e preferem ser chamados.
1. Os Estabelecimentos do Sistema Estadual de Ensino do Paraná deverão incluir, a partir do
ano letivo 2010, o nome social do aluno e/ou aluna travesti ou transexual, maior de 18 anos, que
requeira, por escrito, esta inserção, nos documentos escolares internos das escolas, tais como:
espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar. No espelho do livro de
Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim, será emitido, automaticamente, do Sistema SERE
WEB, apenas o nome social pelo qual o aluno e/ou aluna travesti ou transexual se identificam.
2. A declaração de solicitação de inserção do nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou
transexual nos documentos escolares internos deverá ficar arquivada na Pasta Individual do Aluno
e/ou da aluna.
3. Os documentos escolares oficiais, tais como: Histórico Escolar, Certificado, Diploma, Ficha
individual, relatório Final e Edital de Classificação para ingresso nos cursos técnicos profissionais,
deverão permanecer inalterados.
4. As decisões tomadas sobre os procedimentos a serem adotados referentes ao contido na
presente Instrução deverão ser regimentados.
43
5. No Sistema SERE/SEJA será criada uma nova função de Cadastro do Aluno para inclusão
do nome social. O Sistema emitirá automaticamente no espelho do Livro Registro de Classe, Edital
de Notas e Boletim Escolar, apenas o nome social.
10 11. AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática reflexiva e diagnóstica que orienta a
intervenção pedagógica, bem como dá indicativos para acompanhar e aperfeiçoar o processo de
aprendizagem dos educandos.
A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e instrumentos
diversificados, com as finalidades educativas, expressas na Proposta Pedagógica. Assim, utilizará
técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates,
seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais,
atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos
educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de
aferição.
A verificação do rendimento escolar dar-se-á por meio de Avaliações realizadas no decorrer
do processo ensino-aprendizagem, por meio de variados instrumentos elaborados pelos professores
de cada disciplina.
Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) a 06(seis) notas por
disciplina que corresponderão às provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos
adotados a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor:
• as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática do Ensino Fundamental–Fase II, Língua
Portuguesa e Literatura e Matemática do Ensino Médio, constituir-se-ão de 06(seis) registros
de notas;
• as disciplinas de História, Geografia, Ciências Naturais, LEM – Inglês do Ensino Fundamental
– Fase II, constituir-se-ão de 04(quatro) registros de notas;
• as disciplinas de História, Geografia, Química, Física, Biologia, Inglês e Espanhol do Ensino
Médio, constituir-se-ão de 04(quatro) registros de notas;
• Filosofia, Sociologia, Arte do Ensino Médio e Fundamental e Educação Física do Ensino
Médio e Fundamental, constituir-se-ão de 02(dois) registros de notas, de acordo com a
Proposta Pedagógica;
A avaliação como parte do processo ensino-aprendizagem, terá os registros de notas
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero), de acordo com os seguintes
44
critérios:
• para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), de
acordo com a resolução n.º 3794/04 – SEED;
• o educando deverá atingir, pelo menos 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação
processual. Caso contrário e também como acréscimo ao processo de apropriação dos
conhecimentos, o educando terá direito à recuperação de estudos, conforme explicitada na
Proposta Pedagógica e Regimento Escolar;
• a cada avaliação processual, em caso de não concordância com o resultado, o educando terá
direito a recurso, desde que solicitado com prazo máximo de 72 horas após sua divulgação;
• para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a Média Final (MF)
corresponderá à média aritmética das Avaliações Processuais (A), ou seja, a soma das notas
de cada avaliação, divididas pelo número de avaliações efetuadas, devendo os mesmos
atingir no mínimo a nota 6,0 (seis vírgula zero);
Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A) Número de avaliações processuais
Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser repassados ao aluno que será
comunicado através de contato direto com o professor, registrados em documentos próprios, a fim
de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando.
O educando portador de necessidades educacionais especiais será avaliado não por seus
limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando e pelo professor, em
conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas
para aperfeiçoar a prática pedagógica.
11.1. DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos dar-se-á concomitantemente ao processo ensino-
aprendizagem, considerando a apropriação dos mesmos.
A recuperação será individualizada, organizada com atividades significativas, com estudos por
meio de exposição dialogada dos conteúdos, com indicação de roteiro de estudos, para melhor
diagnosticar o nível de apropriação dos conhecimentos de cada educando e com novos
instrumentos de avaliação.
11.2. DA PROMOÇÃO
45
Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0(seis vírgula zero), em
cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04 – SEED.
A idade mínima para obtenção do certificado de conclusão do Ensino Fundamental e do
Ensino Médio é a estabelecida na legislação vigente.
11.3. DA CLASSIFICAÇÃO
O Estabelecimento de Ensino poderá realizar a classificação, dentro dos seguintes critérios:
• por promoção, para os educandos que cursaram com aproveitamento suficiente, projetos das
ações descentralizadas e ações pedagógicas do próprio Estabelecimento de Ensino, de
acordo com as normas regimentais.
• por transferência, para os educandos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior,
desde que tenha levado em conta sua experiência e nível de aprendizagem;
• será de responsabilidade do educando o número inicial de disciplinas, para matrícula na Fase
II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, sendo permitido o ingresso em no máximo
quatro disciplinas concomitantes;
• no ato de matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado
pela equipe de professores-pedagogos sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do
estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das
disciplinas;
• o educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberão
individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem
como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõe o Guia de Estudos:
organização dos cursos; funcionamento do estabelecimento (horários, calendário, regimento
escolar); dinâmica de atendimento do educando, a duração e carga horária das disciplinas,
conteúdos e encaminhamentos metodológicos, material de apoio didático; sugestões
bibliográficas para consulta; avaliação e outras informações necessárias;
• será considerado desistente o educando que se ausentar por mais de 02 (dois) meses
consecutivos, devendo efetuar nova matrícula, para dar continuidade aos estudos.
11.4. DA RECLASSIFICAÇÃO
Este Estabelecimento de Ensino poderá reclassificar os educandos matriculados, avaliando o
grau de estudos adequado à sua experiência e desempenho independente do que registre o seu
histórico escolar, considerando:
46
• a idade para a conclusão do nível de ensino, de acordo com a legislação vigente;
• que o educando matriculado no Ensino Fundamental - Fase I poderá ser reclassificado
somente para a Fase II do Ensino Fundamental, devendo iniciar os estudos nesta Fase;
• que o educando seja aprovado em prova aplicada pela escola, com base nos conteúdos
essenciais de cada disciplina constante na proposta pedagógica;
• o parecer de uma comissão de três professores ou especialistas que ateste o grau de
desenvolvimento e maturidade do educando, bem como indicar quais os conteúdo que deverá
cursar em cada disciplina.
Para participação no processo de reclassificação, o educando deverá ter cursado, no mínimo,
25% do total da carga horária estipulada para cada disciplina, exceto para o Ensino Fundamental -
Fase I.
O processo de reclassificação poderá reposicionar o educando, devendo cursar ainda 50% ou
25% da carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental Fase II ou do Ensino Médio.
11 12. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
A avaliação institucional, cuja finalidade é ser construída de forma coletiva, social e pública
tem grande relevância para a comunidade escolar e sociedade, pois contribui para que estas lutem
pela melhoria da qualidade da escola.
A avaliação institucional se constitui em um instrumento capaz de identificar os destaques e
as fragilidades da escola pública, além de estabelecer a relação da instituição com o sistema e a
comunidade usuária deste serviço.
Em primeira instância se inicia o trabalho de sensibilização envolvendo alunos de todos os
níveis e modalidades de ensino, professores, funcionários e pais.
Assim mobilizada, a comunidade escolar realiza discussões permanentes decorrentes dos
resultados da avaliação, para propor e implementar as mudanças necessárias, aperfeiçoar o que se
deve ser aperfeiçoado e construir o que deve ser construído.
Este processo faz parte da gestão democrática e serve para que os gestores orientem ações
na busca de resultados satisfatórios contribuindo para a formação de cidadãos críticos, autônomos e
socialmente participativos.
O projeto político pedagógico será avaliado para que se estabeleçam novos rumos e para que
a comunidade escolar se coloque como parte do processo, comprometendo-se com ações
inovadoras, visando atingir os objetivos delineados no plano de ação.
A modalidade EJA não participa de algumas das avaliações promovidas pelo governo federal
como, por exemplo, a Prova Brasil. Os alunos do ensino médio têm a possibilidade inscrição no
47
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), pois ele é utilizado como critério de seleção para os
estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni).
Além disso, algumas universidades usam o resultado do exame como critério de seleção para o
ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.
Como o CEEBJA não está envolvido diretamente em algumas avaliações, não possuindo nem
mesmo um índice do IDEB (índice de desenvolvimento da educação básica), as avaliações são
realizadas no dia-a-dia na sala de aula, refletidas em reuniões pedagógicas visando aperfeiçoar
diariamente a qualidade do ensino-aprendizagem, pois o nesta modalidade o índice de aprovação é
de 100%, consta no Regimento Escolar.
12.1. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO
A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser
construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as fragilidades das
instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais comprometidas com a
transformação social e aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na rede
Estadual.” (SEED,2004,p.11)
Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também gestores da SEED
e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a identificação dos fatores e
aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos numa educação pública
de qualidade.
Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e a efetiva
implementação das mudanças necessárias.
Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto responsabilidade
coletiva a clareza das finalidades essenciais da educação, dos seus impactos sociais, econômicos,
culturais e políticos, bem como a reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam
suas finalidades e impactos positivos à população que demanda escolarização.
A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógica-curricular, abrange todas as
escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto a construção dos
instrumentos avaliação quanto os indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém
de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola –
professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais
membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do departamento de
Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE's.
A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos para
avaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas relacionadas à capacitação continuada
48
dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de
contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática pedagógica.
Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA
que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis e deve estar voltado para atender as
necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel
na formação da cidadania e na construção da autonomia”. (SEED, 2005, p. 44), esta avaliação-
institucional da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão
permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas.
Os instrumentos avaliativos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de
colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças entre as
diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais
vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a
serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA na
produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da nota do aluno para
fins de conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular
por meio de instrução própria da SEED.
Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”,
“cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica,
única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de
melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com
o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED. 2005, p. 17)
Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo, especificamente
na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na
oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.
12 13. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Sendo o PPP uma construção coletiva da Escola, tem se constituído numa forma de garantir
que as diferentes maneiras de pensar sejam compartilhadas e respeitadas pelo corpo docente,
funcionários e alunos.
Como norteador das ações deste estabelecimento o PPP tem garantido também a formação
de cidadãos responsáveis e atuantes no mercado de trabalho e na sociedade, visto que o acesso à
cultura eleva a alta estima, a confiança e a autonomia do cidadão.
49
Observa-se que tal documento tem servido de parâmetro para que a prática pedagógica
transcorra de forma ética de acordo com a legalidade como fundamentação das ações da
comunidade escolar.
O desafio da escola ainda se encontra no “fazer acontecer” amplamente o que é proposto no
PPP, assim como estar sempre atualizando-o com ajustes necessários, para melhorar a qualidade
do ensino. Os ajustes e modificações no PPP são feitos quando houver necessidade, nos momentos
de capacitação, na forma de reuniões , semana pedagógica, hora atividade e outras.
13.1. MARCO OPERACIONAL
Todos os segmentos da instituição de ensino devem planejar suas ações a curto, médio ou
longo prazo para proporcionar melhorias na qualidade da educação ofertada pela mesma.
13.2. RECURSOS HUMANOS
FUNCIONÁRIO FORMAÇÃO FUNÇÃO
Isabel Cristina de Almeida TeixeiraLic. Pedagogia
Esp.Metodol. Ens. Superior Direção
Josiane FilipczakGadensLic. Pedagogia
Esp.PsicopedagiaDireção Auxiliar
Dirce de Fátima Pereira Bem Magistério Secretária
Gisele Simone KovalskiPrimonLic. Pedagogia
Lic. Letras Português-InglêsEsp. Língua Portuguesa
Coord.Itinerante de APEDPedagoga
Ida Irene Scheiffer Regalio Lic. Pedagogia Especialização em EJA
Coord. Geral de APEDProfessora
Maria de Lourdes GráciaLic. Pedagogia
Espec. Alfabetização Equipe pedagógica
Martha Elisa Koch Fernandes de Souza
Lic. Ciências - Compl. Biologia
Esp. Proc.Ens. AprendizagemEspec. Instrumentalização no
Ens. de Ciênc. e Biologia
Professora
Rita Zanlorenzi Lic. Pedagogia Equipe pedagógica
Adélia Abib de AlmeidaLic. Ciências.
Compl. Matemática Coordenadora de Exames
Supletivos
Adriane Teixeira Remes Lic. Arte – Educação Professora
50
Lic. Letras – PortuguêsEsp. Educação do Campo
Ana Alair Fernandes
Lic. Letras Português – Inglês Esp. Tecnologia da Inform. e
da AdministraçãoEsp. Literatura de língua
Portuguesa
Professora
Andréa Luiza Gontarz
Lic. GeografiaLic. Língua Portuguesa
Lic. Artes VisuaisEsp.Metod. do Ensino daAprendiz. da língua
Portuguesa
Professora
Ana Maria Garcez da LuzLic. Ciências Professora
Ana Maria PepeLic. CiênciasHab.em Mate
Professora
Anderson Rodrigo Scheffel Lic. Ciências ProfessorAndreia Sikora Lic. Ciências Professora
Angelita Lopes da Conceição Educação Física ProfessoraCarlos Miguel de Moraes Professor
Cristiane Aparecida Grochovski ProfessoraCristiano Damião Santos Professor
Darcisio Urnau ProfessorEdi Schubalski da Silva Letras Português/Inglês Professora
Elaine Cristina SedoskiCiências
Comp.MatemáticaProfessora
Elaine Cristina Sikora ProfessoraElda Sheley Felix Cararo Lic. Geografia Professora
Elza Luiza Filus Bernaski
Lic. PedagogiaEsp. Ed. Especial – DM
Esp. Em Tecnologias e da comunicação na Promoção da
Aprendizagem
Equipe Pedagógica
Enisionete Krupek Sidoski Ciências ProfessoraFabio Kruk Lic. História Professor
Gilberto Ivan Dias Soares
Lic. Em HistóriaEsp. Met. Do Ens.Aprend. no
Processo Educacional
Professor
Gisele Zavelinski Letras - Português ProfessoraGiseli Alves de Almeida Coordenadora Projovem
Hugo Cesar Iantas Filosofia/Letras ProfessorJailson Domingos de Oliveira Professor
Janete HeppnerCidre
Lic. em HistóriaLic. GeografiaEspec.História
Professora
Josiane Kosinski Letras ProfessoraJucilene Stroka Mendes Pedagogia/Letras Professora
Kassandra Serafini Kreniski ProfessoraLeandro Maravieski Professor
Leoni MalinoskiFillos
Lic. Ciências – Compl. Matemática
Espec. emMatemática Professora Lia Sandra Lourenço de Souza Letras Português/Inglês Professora
51
Loriane Druchak Martins Lic. História Professora
Lucélia Blem da Silva Fillus
Lic. Português – InglêsEsp. Concordância Nominal –
Língua PortuguesaEsp. Língua Inglesa
Professora
Luciana Krupek
Lic. HistóriaEspec.Psico Pedagogia Professora
Luciane do P. S. Ventura Lic. Educação ArtísticaEspec. Met. do Ensino da Arte
Professora
Luciane Wynnek dos Santos Lic. Em Geografia ProfessoraLuciano Ditzel Letras ProfessorLuciano Menon Educação Física Professor
Marcos José Nunes Lic. Biologia ProfessorMaria da Conceição Costa Letras Português/Inglês Professora
Maria do Carmo A. T. da MottaLic. Português – InglêsEsp. Ética e Cidadania/
Gestão de PessoasProfessora
Maria Marilene Sauruk Letras Português/Inglês Professora
Maria Silmara Saqueto Letras – PortuguêsProfessora
Marialva do Prado Horstch
Lic. Ciências–compl. Matem.Esp. Metod. do Ensino-
Aprendiz. de Matemática no ProcessoEducativo
Ens. Prática Docente: Trabalho e Cidadania
Professora
Marilice de Cassia Borges Lic. Geografia Professora
Marins Danczuk
Lic. QuímicaMestre em Ciência, área de concentração Fisicoquímica
Professor
Marisa Floriani Letras – Port./ InglêsEspec. Educ. Especial
Professora
Miriam Santos Iwankiw Letras Português/Inglês Professora
Odária Baran CabralPedagogia e Geografia
Espec. Metod. Ens. Geografia ProfessoraPatricia Aparecida Pereira dos Santos Lic. Ciências Professora
Patricia de Oliveira de Ramos Lic. Matemática ProfessoraPrescila Aparecida Cardoso Professora
Rita de Cassia LudvigLetras
Esp. Psicopedagogia Professora
Rosangela Kava StroparoCoordenadora de exames
SupletivosRosnaldo Ferreira dos Santos Lic.Educação Física Professor
Sandra Beatriz Rodrigues França Letras ProfessoraSelma Terezinha Wiciuk Professora
Silvia Valeski ProfessoraSimone Bernadete Paulino Bianco Pedagogia Professora
52
Sonia Regina Basilio Pedroso Pedagogia ProfessoraTatiane Rodrigues Pedrozo Professora
Valter Wagner História Professor
Vanessa Cristina Horstch
Lic. Ciências - Compl. FísicaEsp. Metodologia do Ens.
Aprend. de Ciências no Proc. Educativo
Professora
Vera Maria Borges de Carvalho
Lic. PedagogiaEsp. Psicopedagogia
InstitucionalProfessora
Walmor Antunes FilhoLic. em Educação Física
Espec. MetodologiaEns. 1º e 2º Graus
Professor
Antonio Michel Kuller MeiraGeografia – Espec. Em Educação do Campo Técnico Administrativo
Arlete de Souza Rocha BeherMagistério
Curso Técnico FlorestalTec.Gestão Escolar
Técnica Administrativa
Carla Vanessa Golinski Técnica Administrativa
Cyntia Luzia FlorianiEngenharia Civil
Espec. Em Psicopedagogia Técnica Administrativa
Geraldo Fabri Lic. Geografia Técnico Administrativo
Giselda Gonçalves Heraki Marques Lic. Pedagogia Técnica Administrativa
Giselle Claudia RazeraTéc.Contabilidade
Téc.Biblioteconomia Técnica AdministrativaJocimara Cristina Nogueira Pedagogia Técnica Administrativa
Joelma Aparecida Costa Roza Ensino Médio Auxiliar OperacionalJudite da Conceição Padilha Ensino Médio Auxiliar operacional
Kelsy Graciela HorstchLic. Educação Física Técnica Administrativa
Sônia Maria Dias Lic. Pedagogia Técnica AdministrativaMaria Gegin Ensino Médio Auxiliar operacional
Maria de Lourdes Souza de Lara Ensino Médio Auxiliar operacionalSorli Breitenbouch Crovador Ensino Médio Auxiliar operacional
13.3. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO
A inserção do estágio não obrigatório no Projeto Político-Pedagógico da escola não pode
contrapor-se à própria concepção de escola pública, ainda que o estágio seja, uma atividade que
vise à preparação para o trabalho produtivo, conforme Lei n° 11788/2008. a função social da escola
vai para além do aprendizado de competências próprias da atividade profissional e, nesta
perspectiva, vai para além da formação articulada às necessidades do mercado de trabalho.
Conceber trabalho como princípio educativo pressupõe oferecer subsídios, a partir das
53
diferentes disciplinas, para se analisar as relações e contradições sociais, as quais se explicam a
partir das relações de trabalho. Isto implica em oferecer instrumentos conceituais ao aluno para
analisar as relações de produção, de dominação, bem como as possibilidades de emancipação do
sujeito a partir do trabalho.
Formar para o mundo do trabalho, portanto, requer o acesso aos conhecimentos produzidos
historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar
das etapas do processo de forma conceitual e operacional. Isto implica em ir para além de uma
formação técnica que secundariza o conhecimento, necessário para se compreender o processo de
produção em sua totalidade.
Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta dimensão contraditória
do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador atuar no mundo do trabalho de forma mais
autônoma, consciente e crítica.
Para tanto, o acesso aos conhecimentos universais possibilita ao aluno estagiário, não
somente sua integração nas atividades produtivas, mas a sua participação nela, de forma plena,
integrando as práticas aos conhecimentos teóricos que as sustentam.
Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as ações desenvolvidas
no ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-versa, relacionando-as aos
conhecimentos universais necessários para compreendê-las a partir das relações de trabalho.
Assim, cabe ao pedagogo acompanhar as práticas de estágio desenvolvidas pelo aluno, ainda
que em via não presencial, para que este possa mediar a natureza do estágio e as contribuições do
aluno estagiário com o plano de trabalho docente, de forma que os conhecimentos transmitidos
sejam instrumentos para se compreender de que forma tais relações se estabeleçam histórica,
econômica, política, cultural e socialmente. Cabe ao pedagogo, também, manter os professores das
turmas, cujos alunos desenvolvem atividades de estágio, informados sobre as atividades
desenvolvidas, de modo que estes possam contribuir para esta prática.
Portanto, com base nestas reflexões, as quais carecem de mais aprofundamento conceitual, a
CGE orienta, a priori, cumprimento da Lei em questão. Com base nas considerações destacadas,
ressalta-se que a inserção do estágio não obrigatório, no Projeto Político-Pedagógico, deve tomar
como referência o papel do estagiário a partir das relações de trabalho, o papel do pedagogo na
mediação do estagiário, o papel do aluno estagiário em relação à instituição e às escolas e o papel
do conhecimento escolar na compreensão das relações de trabalho diante da contraditória
sociedade atual.
13.4. DEMANDA SOCIOEDUCACIONAL
Baseados na Instrução 009/2011, discutir as demandas da Coordenação de Desenvolvimento
54
Socioeducacional na Escola Publica, hoje, envolve uma compreensão de currículo e das políticas e
documentos oficiais divulgados nas reformas da década de 1990, no Brasil, os quais apontam a
educação como redentora dos problemas sociais e econômicos. Tal contexto nos revela dois
caminhos como necessários: um, na reestruturação produtiva e o segundo, é reflexo desta demanda
aparece como superação da “rigidez tradicional das disciplinas” para a resolução de situações
problemas das mais diversas naturezas como opção inovadora. Sendo assim, ao discutir os temas
que contemplam as demandas Desenvolvimento Socioeducacional na escola, devemos ter clareza
de que a intencionalidade de seu surgimento é a responsabilização da escola no sentido de se
organizar para reparar males das novas configurações do capital (inclusão, sustentabilidade,
cidadania, meio ambiente, etc.). Os conteúdos obrigatórios dispostos na instrução 009/11
SUED/SEED, serão contemplados concomitantes aos conteúdos específicos de cada disciplina, em
consonância com as Diretizes Curriculares Estaduais.
Portanto numa perspectiva progressista, esta discussão não pode se reduzir à legitimação da
lógica capitalista se o desenvolvimento econômico impulsiona a produção e com isso a poluição
ambiental, a escola poderia então transversalizar seu conteúdo com o tema meio ambiente ou
mesmo realizar projetos com o fim de preservação humana, respeito e pluralidade cultural, se a
competitividade econômica exclui milhares de pessoas do processo p
rodutivo e da vida social, a escola poderia desenvolver competências e habilidades genéricas que
pudessem em tese capacitar o indivíduo para o mercado ou para a vida, seu desenvolvimento
tecnológico trouxe consigo a era da informação ou do conhecimento, o papel da escola prescindiria
tanto do conteúdo a ser ensinado como do próprio mediador desse processo (SEED/PR 2008, s/p).
Se estas demandas forem colocadas na escola em formato de “projeto” ou “tema transversal”
descolado de um projeto de sociedade, de escola e de aluno, numa visão utilitária e pontual, será
uma opção de fragmentação do próprio ato de ensinar, privilegiando a construção individual e a-
histórica do conhecimento (Duarte, 2001) e negação de sua totalidade, além da própria função social
da escola: apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. Neste
sentido, a discussão dos desafios educacionais contemporâneos na escola não passará de uma
cortina de fumaça que escamoteia para o entendimento das condições concretas da escola
capitalista.
Alem da dificuldade do resgate da função social da escola, temos acompanhado a
incompreensão do papel do conteúdo, que tem sido contemporaneamente substituído por discursos.
Porem cabe ressaltar que, é somente a partir da compreensão do conteúdo em sua totalidade e a
partir do necessário movimento dialético que as questões apontadas como “demandas” podem e
devem ser discutidas. Para tal, a primeira reflexão ou suporte necessário, seria pensar em que
medidas essas demandas podem ou não passar pelo Currículo e, neste sentido, convergem com a
intencionalidade da escola, permitindo ou não a formação crítica dos sujeitos (SEED, 2008, s/p).
55
Desse modo, “se o conhecimento não supera o senso comum, não é conhecimento; são
suposições desagregadas que seduzem os trabalhadores [...] por se aproximarem de sua realidade,
mas o mantém subordinados aos desígnios do espontaneísmo. Esta educação é conservadora”
(RAMOS, 2003 p. 11). Portanto, não cabe aqui uma defesa da teoria em si mesma, mas a
defesa de que a consciência dos sujeitos se dá pela práxis, a qual não pode ser entendida como
somo de partes de partes fragmentadas, dadas pela teoria e pela prática, mas como condição numa
perspectiva de totalidade. É necessário pontuar ainda que alguns dos Desafios Educacionais
Contemporâneos inseridos na escola e nas políticas educacionais, hoje são marcos legais que tem
seus princípios e história determinados pela cobrança da sociedade civil organizada e, mais
pontualmente, dos movimentos sociais – entre outros. Sendo assim, tais leis e lutas históricas e
coletivas da humanidade não serão negadas pela escola, mas são chamadas ao currículo quando
fazem parte da totalidade de um conteúdo nele presente, portanto, fazendo parte do recorte do
conteúdo e com necessidade para explicação de fatos sociais, seja por questões de prevenção ao
uso de drogas, Lei 11,273/95, que institui dentre as atividades preventivas e educativas a
realização de palestras, oficinas, dinâmicas de grupo e debates nas escolas ou enfrentamento a
violência conforme a Lei n° 13.198/01, que dispõe sobre a assistência às vítimas de violência, da
Educação Ambiental, da Cidadania e Direitos Humanos ( Bolsa Família, Educação Fiscal, PETI,
Programa Escola Aberta, Programa Saúde na Escola ).
O Bolsa Família, é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que
beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. O Programa integra o Fome Zero
que tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a
segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais
vulnerável à fome. Instituído pela e Lei 10.836/04 regulamentado pelo Decreto nº 5.209/04.
O PETI é um programa do Governo Federal que visa erradicar todas as formas de trabalho de
crianças e adolescentes menores de 16 anos e garantir que frequentem a escola e atividades sócio-
educativas. Portaria MPAS n° 2.917, de 12/9/2000, que estabelece as diretrizes e normas do
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).
O Programa Saúde na Escola (PSE), lançado em setembro de 2008, é resultado de uma
parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação que tem o objetivo de reforçar a prevenção à
saúde dos alunos brasileiros e construir uma cultura de paz nas escolas. A Portatia1.861, de 4 de
setembro de 2008, define os critérios do Programa.
O ESCOLA ABERTA é um Programa do Governo Federal. O Ministério da Educação (MEC),
por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), em parceria
com a UNESCO, os Ministérios da Cultura, do Esporte e do Trabalho e Emprego, desenvolve
atividades de lazer, esporte, cultura, arte, informação, formação inicial para o trabalho, geração de
renda, etc, para as comunidades do entorno escolar, nos finais de semana. Tornou-se política
56
pública criado pela Resolução/CD/FNDE/No. 052, de 25 de outubro de 2004.
O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF foi implantado com os objetivos de
promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania, sensibilizar o
cidadão para a função socioeconômica do tributo, levar conhecimento ao cidadão sobre
administração pública e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão de
acordo com a Portaria nº. 413, Art. 1º.
13.5. PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – GESTÃO 2012– 2014
OBJETIVO GERAL
Agir e interagir com o coletivo na perspectiva democrática, construindo o espaço ensino–
aprendizagem através do diálogo, da participação e da responsabilidade com ações que permitam
acontecer a educação significativa e de qualidade.
AÇÕES
Promover espaços pautados pelo diálogo, a análise, a crítica, o surgimento e aprimoramento
das ações da gestão pedagógica e administrativa, onde os envolvidos no processo se coloquem
como agentes transformadores, o que passa pela busca do aprimoramento das ações fazendo
acontecer uma educação de qualidade. Considerando-se que o Diretor, a Equipe Pedagógica
juntamente com o Corpo Docente e Funcionários, são os principais responsáveis pela efetivação do
processo educativo no espaço escolar, cabendo-lhes cumprir as orientações e determinações de
segmentos hierarquicamente superiores e fazendo acontecer na prática o que se propõem no
presente Plano de Ação, efetivando a Proposta Pedagógica do CEEBJA. Nesta perspectiva, serão
realizadas reuniões para estudo, debates, análise e tomadas de decisões coletivas, envolvendo
dentro de cada especificidade, e à luz da legislação vigente, a comunidade escolar: Diretor, Equipe
Pedagógica, Corpo Docente, Conselho Escolar, APAF, Corpo Discente, Funcionários e Pais.
A convivência entre pessoas é marcada por diferenças individuais, tais diferenças quase
sempre são causa do surgimento de conflitos e a escola, muitas vezes, é o espaço onde se
evidenciam estes conflitos. Na visão democrática, serão trabalhados os problemas e as diferenças,
buscando soluções criativas com a comunidade escolar e os envolvidos, entendendo-se que o bem
comum e o objetivo primordial, que são os educandos, será preservado e zelado garantindo o
funcionamento eficiente e eficaz da instituição, respeito e observância de normas vigentes.
O que propõe é continuar oferecendo o atendimento a uma comunidade específica que é o
jovem e o adulto que por diferentes trajetórias de vida não lhes foi possível realizar seus estudos na
57
idade que se convencionou nominar adequada.
A característica de nosso trabalho é a acolhida aos alunos que buscam essa instituição e que
na sua grande maioria foram privados de escolaridade em tempo adequado e hoje procuram
resgatá-la pelo imperativo da sobrevivência.
Com essa visão e conhecimento da realidade do aluno, busca-se trabalhar coletivamente,
respeitando as diferenças do seu espaço e vislumbrar outras possibilidades que o conduzam à
realidade transformadora de si próprio e da sociedade na qual está inserido. O conhecimento
constitui a essência da mediação e das relações professor-aluno. Neste sentido, a educação formal
proporcionada e direcionada pela Escola, serve de ponte para ligar o conhecimento já apropriado em
outros espaços e experiências de vida, transpondo-os para o contexto de vida pessoal e social.
O ensino de qualidade está intimamente ligado à competência dos profissionais da educação.
Considerando-se que a sociedade atual encontra-se marcada por mudanças cada vez mais velozes
e profundas, nós educadores, somos freqüentemente flagrados por mudanças que alteram e
transformam conceitos estabelecidos e nos fazem sentir desatualizado e até mesmo anacrônico.
O aprimoramento profissional é o caminho para fazermos frente a esta realidade. A formação
continuada dos profissionais da educação constitui um dos grandes desafios da sociedade e desta
instituição. Busca- se respondê-lo proporcionando e incentivando os educadores e funcionários a
participarem de cursos, simpósios, grupos de estudos, reuniões, debates promovidos pela SEED,
escola e outros. Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa,
sem seu envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento para
alcançar uma educação de qualidade. Educar com competência e compromisso ético é questão de
justiça para com os alunos e sociedade.
A Escola é detentora de uma autonomia relativa, hierarquicamente subordinada a outros
setores, seu espaço físico e pedagógico será pautado pelo exercício da democratização das ações e
posturas compreendendo compromisso ético num espaço que é público.
A qualidade do espaço físico é uma das condições fundamentais para que o trabalho
pedagógico e administrativo aconteça com condições adequadas e de dignidade proporcionando o
devido respeito à comunidade educativa. Tal espaço compreende questões de dimensão de área,
conservação, manutenção e higiene. Neste sentido busca-se interagir com nossos parceiros e
mantenedores visando à ocupação de um espaço que melhor atenda nossas necessidades e
promover conscientização e envolvimento da comunidade escolar, preservando e zelando pelo
patrimônio físico e moral da escola.
AVALIAÇÃO
Avaliar é prática inerente a toda proposta de ação. As ações pedagógicas e administrativas
58
descritas no presente Plano de Ação serão avaliadas pela observação dos resultados daquilo que se
estabelece como objetivos a serem alcançados.
A avaliação formal ou informal acontecerá pela verificação do rendimento escolar dos jovens,
adultos e idosos, pela inserção deste indivíduo na sociedade, pelo envolvimento e compromisso dos
profissionais da educação e pelo retorno das ações da comunidade.
13.6. PROFESSOR PEDAGOGO E COORDENAÇÕES
Plano de ação do Professor Pedagogo e da Coordenação
Justificativa
O professor pedagogo e a coordenação do CEEBJA trabalham de forma integrada como
apoio pedagógico, priorizando a relação PROFESSOR / ALUNO, mediada pelo conteúdo; seu
trabalho visa ainda informar o aluno, enfatizando a relação homem – trabalho, homem – mundo,
trabalhado pelo desenvolvimento moral, espiritual, físico-intelectual e emocional do ser (vir a ser)
mediada pela realidade social.
Sua ação se dá de maneira interdisciplinar com professores e demais funcionários de outras
áreas afins que prioriza a organização escolar utilizando-se de várias experiências dos elementos
envolvidos no processo ensino-aprendizagem para melhor servir ao educando.
Professor Pedagogo
O professor pedagogo deve ser o articulador das relações aluno-professor-aprendizagem.
Sendo assim, sua função é de trabalhar juntos (professor, aluno, direção, pais e comunidade
escolar) na elaboração de práticas educativas para melhorar o trabalho escolar.
A organização do trabalho pedagógico escolar é uma atividade do pedagogo que passa pela
direção.
O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no administrativo, tais
como:
• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;
• coordenar e acompanhar Ações Pedagógicas Descentralizadas e exames supletivos quando,
no estabelecimento, não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s) ação (ões);
• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.
Coordenações
59
As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e
Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a
execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela
mantenedora.
Cabe ao(s) Coordenador (es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:
Coordenação Geral
• receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas;
• organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE;
• elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação;
• digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da Direção do
Estabelecimento;
• acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas
vinculadas ao Estabelecimento;
• acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema;
• organizar a documentação dos educandos para a matrícula;
• organizar a lista de freqüência e de notas dos educandos;
• enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas;
• responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas;
• organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos
educandos de todas as turmas;
• orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-
atividade dos professores;
• realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências
pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem;
• elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que
necessitam de escolarização;
• acompanhar a ação dos coordenadores itinerantes;
• tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente;
• prestar à Direção, à equipe pedagógica do estabelecimento e ao NRE, quando solicitado,
quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pela Ações Pedagógicas
Descentralizadas sob sua coordenação;
• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.
60
Coordenador itinerante
• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas;
• atender e / ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos;
• verificar o cumprimento de horário de funcionamento das turmas;
• observar e registrar a presença dos professores;
• atender à comunidade nas solicitações de matrícula;
• solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico;
• solicitar e distribuir as listas de freqüência e de notas dos educandos;
• encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação;
• acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação geral qualquer problema
neste procedimento;
• solicitar e organizar a documentação dos educandos para matrícula;
• acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das Ações
Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade;
• participar das reuniões pedagógicas e da hora-atividade, juntamente com os professores;
• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.
Coordenador de Exame Supletivo
• Tomar conhecimento do edital de exames;
• fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital;
• verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser
executados;
• digitar, no Sistema, a inscrição dos candidatos;
• conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema, por meio da emissão de
Relatório de Inscritos;
• solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para execução dos
exames;
• solicitar por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as
ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso;
• solicitar por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DEJA / SEED, autorização
para a realização de quaisquer bancas especiais;
• comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames;
• receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs;
61
• capacitar a(s) equipe de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames
Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial à organização e o
preenchimento dos cartões-resposta;
• acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e tranqüilidade,
em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames;
• divulgar as Atas de Resultado.
Cronograma
O Plano de Ação será executado no transcorrer do ano letivo.
Avaliação
A avaliação será diagnóstica, analisando os envolvidos no processo educativo dando-se
ênfase ao bom senso, senso crítico, responsabilidade, companheirismo, respeito e cidadania.
Por se tratar de um projeto de longa duração, será feito um acompanhamento rigoroso, no
sentido de detectar falhas e saná-las.
O Plano de Ação, sempre que necessário, será reavaliado e readaptado às necessidades
relevantes que ocorrerem durante o transcorrer do ano letivo.
A ação da Equipe Pedagógica e da Coordenação deve estar voltada para promover um
relacionamento agradável e de cooperação entre os membros da escola, ajudar na resolução de
problemas, mas, principalmente, realizar um trabalho preventivo.
13.7. BIBLIOTECA ESCOLAR
Plano de ação da Biblioteca
A Biblioteca da escola deve ser um espaço silencioso e agradável, onde o leitor possa ter
tranqüilidade para ler, estudar e pesquisar, dependendo do que necessita no momento.
A Biblioteca do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati –
CEEBJA – funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h; das 13h às 17h e das 18h às 22h e a
escola dispõe de dois responsáveis por este setor.
Além dos livros de leitura e de pesquisa que compõe o acervo da biblioteca, a Escola assina
os jornais O Estado do Paraná, Irati Centro Sul e as revistas: Época, Veja, Super Interessante,
Saúde e Nova Escola.
As atendentes da biblioteca utilizam-se de metodologias diferenciadas para auxiliar o aluno na
62
hora da pesquisa, recorrendo muitas vezes à internet, que já é uma realidade em nossa escola.
Quanto ao empréstimo de livros, o controle é feito através do programa de computador
MAXBIBLIOTECA; o prazo é de uma semana, podendo ser renovado por mais uma semana se for
entregue na data prevista.
Os usuários são conscientizados da necessidade de conservação do acervo pertencente à
Biblioteca e que nem um livro ou revista deve sair da biblioteca sem a autorização das responsáveis.
13.8. PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS
13.8.1. DO SETOR ADMINISTRATIVO - SECRETARIA
A Secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de escrituração escolar e
correspondência do Estabelecimento de Ensino. É o suporte fundamental para o bom andamento
desta Unidade Escolar, através de seus relatórios, dos seus registros e de sua organização, dando
assim, um valor legal à ação da escola.
A Secretaria deve manter um trabalho eficiente, dinâmico e racional, capaz de fornecer, no
mínimo espaço de tempo, qualquer informação ou documento solicitado.
A função de Secretário Escolar é exercida por um Agente Educacional II indicado pela direção
do estabelecimento e designado por Ato Oficial, conforme normas da Secretaria de Estado da
Educação – SEED. O serviço da Secretaria é coordenado e supervisionado pela direção.
Cabe ao Secretário (a) desenvolver relações diretas e permanentes com as diferentes áreas
de atuação da escola, sendo que para atingir seus objetivos faz-se necessário o trabalho e interação
com o coletivo escolar.
De acordo com a Lei Complementar Nº 123 – 09/09/2008, segue as atribuições dos
profissionais que ocupam o cargo de Agente Educacional II:
Realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar onde trabalha;
auxiliar na administração do estabelecimento de ensino, atuando como educador e gestor dos
espaços e ambientes de comunicação e tecnologia; manter em dia a escrituração escolar: boletins
estatísticos; redigir e digitar documentos em geral e redigir e assinar atas; receber e expedir
correspondências em geral, juntamente com a direção da escola; emitir e assinar, juntamente com o
diretor, históricos e transferências escolares; classificar, protocolar e arquivar documentos; prestar
atendimento ao público, de forma pronta e cordial; atender ao telefone; prestar orientações e
esclarecimentos ao público em relação aos procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade
escolar; lavrar termos de abertura e encerramento de livros de escrituração; manter atualizados
63
dados funcionais de profissionais docentes e não docentes do estabelecimento de ensino; manter
atualizada lista telefônica com os números mais utilizados no contexto da escola; comunicar à
direção fatos relevantes no dia-a-dia da escola; manter organizado e em local acessível o conjunto
de legislação atinente ao estabelecimento de ensino; executar trabalho de mecanografia e de
reprografia; acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades extraclasse ou
extracurriculares; participar de reuniões escolares sempre que necessário; participar de eventos de
capacitação sempre que solicitado; manter organizado o material de expediente da escola;
comunicar antecipadamente à direção sobre a falta de material de expediente para que os
procedimentos de aquisição dos mesmos sejam realizados; executar outras atividades correlatas às
ora descritas; catalogar e registrar livros, fitas, DVD, fotos, textos, CD; registrar todo material didático
existente na biblioteca, nos laboratórios de ciências e de informática; manter a organização da
biblioteca, laboratório de ciências e informática; restaurar e conservar livros e outros materiais.de
leitura; atender aos alunos e professores, administrando o acervo e a manutenção do banco de
dados; zelar pelo controle e conservação dos documentos e equipamentos da Biblioteca; conservar,
conforme orientação do fabricante, materiais existentes nos laboratórios de informática e de
ciências; reproduzir material didático através de cópias reprográficas ou arquivos de imagem e som
em vídeos, “slides”, CD e DVD; registrar empréstimo de livros e materiais didáticos; organizar
agenda para utilização de espaços de uso comum; zelar pelas boas condições de uso de televisores
e outros aparelhos disponíveis nas salas de aula; zelar pelo bom uso de murais, auxiliando na sua
organização, agir como educador, buscando a ampliação do conhecimento do educando, facilitada
pelo uso dos recursos disponíveis na escola; quando solicitado; participar das capacitações
propostas pela SEED ou outras de interesse da unidade escolar; decodificar e mediar o uso dos
recursos pedagógicos e tecnológicos na prática escolar; executar outras atividades correlatas às ora
descritas.
13.8.2. DO SETOR DE INTRA-ESTRUTURA E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
Os profissionais que ocupam o cargo de Agente Educacional I são responsáveis pela
manutenção de infra-estrutura escolar e preservação do meio ambiente, alimentação escolar e
interação com o educando. Portanto, cabe a estes as seguintes atribuições, de acordo com a Lei
Complementar Nº 123 – 09/09/2008:
Zelar pelo ambiente escolar, preservando, valorizando e integrando o ambiente físico escolar;
executar atividades de manutenção e limpeza, tais como: varrer, encerar, lavar salas, banheiros,
corredores, pátios, quadras e outros espaços utilizados pelos estudantes, profissionais docentes e
não docentes da educação, conforme a necessidade de cada espaço; lavar, passar e realizar
pequenos consertos em roupas e materiais; utilizar aspirador ou similares e aplicar produtos para
64
limpeza e conservação do mobiliário escolar; abastecer máquinas e equipamentos, efetuando
limpeza periódica para garantir a segurança e funcionamento dos equipamentos existentes na
escola; efetuar serviços de embalagem, arrumação, remoção de mobiliário, garantindo acomodação
necessária aos turnos existentes na escola; disponibilizar lixeiras em todos os espaços da escola,
preferencialmente, garantindo a coleta seletiva de lixo, orientando os usuários – alunos ou outras
pessoas que estejam na escola para tal; coletar o lixo diariamente, dando ao mesmo o destino
correto; executar serviços internos e externos, conforme demanda apresentada pela escola;
racionalizar o uso de produtos de limpeza, bem como zelar pelos materiais como vassouras, baldes,
panos, espanadores, etc.; comunicar com antecedência à direção da escola sobre a falta de material
de limpeza, para que a compra seja providenciada; abrir, fechar portas e janelas nos horários
estabelecidos para tal, garantindo o bom andamento do estabelecimento de ensino e o cumprimento
do horário de aulas ou outras atividades da escola; guardar sob sua responsabilidade as chaves da
instituição, quando for o caso, ou deixar as chaves nos locais previamente estabelecidos; zelar pela
segurança das pessoas e do patrimônio, realizando rondas nas dependências da instituição,
atentando para eventuais anormalidades, bem como identificando avarias nas instalações e
solicitando, quando necessário, atendimento policial, do corpo de bombeiros, atendimento médico de
emergência devendo, obrigatoriamente, comunicar as ocorrências à chefia imediata; controlar o
movimento de pessoas nas dependências do estabelecimento de ensino, cooperando com a
organização das atividades desenvolvidas na unidade escolar; encaminhar ou acompanhar o público
aos diversos setores da escola, conforme necessidade; acompanhar os alunos em atividades
extraclasse quando solicitado; preencher relatórios relativos à sua rotina de trabalho; participar de
cursos, capacitações, reuniões, seminários ou outros encontros correlatos às funções exercidas ou
sempre que convocado; agir como educador na construção de hábitos de preservação e
manutenção do ambiente físico, do meio-ambiente e do patrimônio escolar; efetuar outras tarefas
correlatas às ora descritas; preparar a alimentação escolar sólida e líquida observando os princípios
de higiene, valorizando a cultura alimentar local, programando e diversificando a merenda escolar;
responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação dos insumos recebidos para a preparação
da alimentação escolar; verificar a data de validade dos alimentos estocados, utilizando-os em data
própria, a fim de evitar o desperdício e a inutilização dos mesmos; atuar como educador junto à
comunidade escolar, mediando e dialogando sobre as questões de higiene, lixo e poluição, do uso
da água como recurso natural esgotável, de forma a contribuir na construção de bons hábitos
alimentares e ambientais; organizar espaços para distribuição da alimentação escolar e fazer a
distribuição da mesma, incentivando os alunos a evitar o desperdício; acompanhar os educandos em
atividades extracurriculares e extraclasse quando solicitado; realizar chamamento de emergência de
médicos, bombeiros, policiais, quando necessário, comunicando o procedimento à chefia imediata;
preencher relatórios relativos à sua rotina de trabalho; comunicar ao (à) diretor (a), com
65
antecedência, a falta de algum componente necessário à preparação da alimentação escolar, para
que o mesmo seja adquirido; efetuar outras tarefas correlatas às ora descritas.
PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS
Os funcionários, dentro da especificidade de sua área de atuação, têm um papel fundamental
no processo educativo, por meio da vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no
cotidiano da escola. Deve zelar pelo respeito às diversidades tendo uma postura que busque
minimizar discriminações de qualquer natureza no ambiente escolar. Deve orientar, aconselhar e
informar os alunos, agindo como educadores.
Visando uma melhor organização do trabalho, pretende-se desenvolver ações adequadas a
realidade da escola e a especificidade da Modalidade de Ensino a que atende.
Desempenhar ações que visem atender as necessidades da instituição de ensino, prestando
atendimento ao público de forma rápida, eficiente e eficaz. Arquivar a documentação legal da escola,
de alunos, professores, equipe pedagógica e funcionários. Desenvolver de forma ágil toda a rotina
administrativa, auxiliando na administração da escola.
13.9. PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA
• Janelas para a cultura
• Diferenças Étnico Cultural – História e Cultura Afro
• Cidadania em ação – Educação Fiscal
• Resgate da Cultura Indígena
• Uma nova leitura do campo – Educação do Campo
• Semana cultural
• 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra
• Projetos PDE
• Educador ou trabalhador?
• O Gênero feminino nos gêneros discursivos: novas percepções
• EJA/Literatura Infantil- Meio para a compreensão de Língua Inglesa
• TC 6- Teste de Caminhada de 6 Minutos
13.10. REUNIÕES PEDAGÓGICAS
66
Na modalidade EJA o conselho ocorre por meio de reuniões, diferente do conselho de classe
do ensino regular, pois nem todos os alunos estão matriculados nas mesmas disciplinas.
Nessas reuniões, trabalha-se através de palestras, filmes, trabalhos em grupo, abordando
temas que proporcionem uma reflexão no “ser” pessoal do professor, bem como possibilite e
contribua para um repensar no processo ensino-aprendizagem. Durante este processo os
educadores expõem suas dificuldades, necessidades e no coletivo encontramos possíveis soluções
que venham contribuir para que haja uma melhor qualidade do ensino e a superação dos problemas
pedagógicos.
As dificuldades encontradas com relação á evasão e aprendizagem são repassadas para
Direção e Equipe Pedagógica para posterior análise.
13.11. CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar, órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva e fiscal, tem como
principal atribuição estabelecer e garantir a implementação da Proposta Pedagógica, eixo de toda e
qualquer ação a ser desenvolvida.
Ele será constituído de acordo com o princípio da representatividade, devendo abranger toda
a comunidade escolar, cujos representantes nele terão, necessariamente, voz e voto.
Poderão participar do Conselho Escolar os representantes dos movimentos sociais
organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua representação não
ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.
O Presidente do Conselho Escolar será o Diretor do estabelecimento, na qualidade de
dirigente da Posposta Pedagógica.
O Conselho Escolar do CEEBJA de Irati será constituído pelas seguintes categorias:
• Diretor;
• representante da Equipe Pedagógica;
• representante da Equipe Administrativa;
• representante de Professores para cada segmento do Ensino Fundamental e do Ensino
Médio, com atividade na Sede do Estabelecimento;
• representantes dos Coordenadores das Ações Pedagógicas Descentralizadas;
• representante dos educandos para cada fase do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,
com matrículas ativas.
• representante(s) indicado(s) pelos segmentos organizados da sociedade, composto por, no
máximo, 1/5 da somatória das alíneas anteriores, designados pelo Núcleo Regional de
Educação, em ato próprio.
67
13.12. A.P.A.F. (ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS)
A Associação de Professores, Alunos e Funcionários deste Estabelecimento de Ensino é
pessoa jurídica, de direito privado, órgão de representação do corpo docente e discente da escola,
de utilidade pública, não tendo caráter partidário, religioso, de raça, e nem fins lucrativos, não sendo
remunerados seus dirigentes e conselheiros, tratando-se de trabalho voluntário.
A A.P.A.F. tem a função de planejar, acompanhar, aplicar e gerenciar os recursos financeiros,
bem como proporcionar condições aos educandos, de participar de todo o processo escolar.
A associação participa, também, da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola.
13.13. CONSELHO DE AVALIAÇÃO
O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em assuntos didático-
pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do Estabelecimento de Ensino, tendo por
objetivo avaliar o processo de ensino-aprendizagem.
A finalidade do Conselho de Avaliação é analisar os dados resultantes do processo de ensino
e de aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o aperfeiçoamento do mesmo, de tal
forma que vise assegurar o desempenho escolar do aluno.
13.14. FORMAÇÃO CONTINUADA
A formação continuada dos trabalhadores em educação da educação constitui um dos
grandes desafios da sociedade e desta instituição. Busca- se respondê-lo proporcionando e
incentivando os profissionais da educação e também a comunidade escolar a participarem da
Semana Pedagógica e Reuniões Pedagógicas, previstas em calendário escolar , Grupos de
Estudos, Cursos, Reuniões, Debates, GTR, PDE, CADEP, Profuncionário, Simpósios e Seminários,
promovidos pela SEED, onde há reflexões sobre as práticas pedagógicas e aprofundamento das
dimensões científicas, teóricas e práticas do trabalho de todos os profissionais da escola, Itinerante
um grande espaço de formação continuada que conta com a interação entre os profissionais da rede
estadual de ensino, Professores – Pedagogos poderão realizar a sua Produção Pedagógica, trata-se
de um artigo voltado para a Organização do Trabalho Pedagógico, o qual se consubstanciará, em
mais um espaço de formação continuada das equipes pedagógicas.
O Conselho Escolar e APAF se fazem presentes nas formações, pois integrados do
andamento das atividades escolares as decisões coletivas se tornam mais acertadas.
Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa, sem seu
68
envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento para alcançar
uma educação de qualidade. Assim são realizadas reuniões periódicas para atualização dos
Trabalhadores em Educação, envolvendo diversos assuntos, dentre eles a questão da mudança do
Ensino Fundamental de 9 anos para conhecimento e reconhecimento da criança que está chegando
a escola nos dias atuais: Quem é ela? Que momento ela está vivendo? Quais são os seus direitos,
interesses e necessidades? Por que ela pode ou deve ingressar no Ensino Fundamental? Qual é
seu ambiente de desenvolvimento e aprendizado? O ser humano constitui um tempo de vida que se
encontra em permanente construção social, assim também a criança que ao longo dos tempos e em
cada momento histórico, as concepções sobre vêm se modificando.
13.15. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pela Coordenação de Educação de Jovens e Adultos –
CEJA, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material básico.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão utilizar outros recursos
didáticos.
13.16. LABORATÓRIO
Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o desenvolvimento da
sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume de informações muito maior do que em
qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício
consciente da cidadania e para as atividades do cotidiano.
Em qualquer área de estudo, faz-se necessário unir o conhecimento teórico com a prática. Em
algumas áreas essa relação teoria-prática é mais permanente.
A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para a
compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e tempos do planeta, como
um todo dinâmico, como elementos em permanente interação, do corpo humano e da sua
integridade, da saúde como dimensão pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das
transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados esperados na área de
Ciências do Ensino Fundamental e Médio.
As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de suma
importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou assuntos,
propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as atividades experimentais e
facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.
Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso no parecer nº
“095/99”... “indubitavelmente, um conceito novo para o espaço denominado laboratório acompanha
69
uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do
mar, o bosque ou a praça pública...” explicitam a não obrigatoriedade de espaço específico e
materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos nos estabelecimentos de ensino,
reforçando o princípio pedagógico da contextualização, que se quer implementar neste Centro
Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.
O CEEBJA conta com laboratório integrado de ciências, física, química e biologia, contando
com um microscópio, materiais relacionados ao corpo humano, mapas de anatomia e fisiologia
humana, morfologia vegetal, maquete da célula eucariótica, vidrarias e suportes para experiências
químicas, etc.
Conta também com laboratório de informática, com acesso a internet para uso dos alunos e
professores.
13.17. RECURSOS TECNOLÓGICOS
Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o cidadão deve dominar
as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é possibilidade de construir
estratégias e habilidades necessárias para compreensão e inserção no mundo atual com novas
formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para
garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.
É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando-a para colaborar na solução dos
problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia (informática, TV e DVD) possibilita
ensinar de formas diferentes, transformando a aula em investigação.
A escola é o lugar da organização dos conhecimentos. E é preciso que jovens e adultos
sejam preparados para lidar com a informação.
A escola conta com laboratório de informática, com acesso a internet, para uso dos
professores e alunos. Todas as salas de aula são equipadas com televisores, conta também com
aparelhos de DVD, aparelhos de som, projetor, etc., equipamentos estes usados diariamente pelos
professores durante as aulas. A escola disponibiliza também um espaço amplo arejado e
silencioso para a biblioteca, proporcionado assim ambiente adequado para estudo e pesquisa dos
educandos, que além dos livros de leitura e de pesquisa que compõe o acervo da biblioteca, a
Escola assina os jornais O Estado do Paraná, Irati Centro Sul e as revistas: Época, Veja, Super
Interessante, Saúde e Nova Escola. Os trabalhadores em educação que atendem a biblioteca
utilizam-se de metodologias diferenciadas para auxiliar o aluno na hora da pesquisa, recorrendo não
só ao acervo como também à internet, propiciando o saber científico aprofundado ao aluno.
70
13.19. EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
O eixo estrutural comum à educação, escola e sociedade é o conhecimento.
Para exercer a cidadania plena é necessário ter acesso à informação e à tecnologia, sabendo
utilizá-la. Desta forma, o conhecimento é o mais eficiente instrumento do homem, sem o qual não é
possível alcançar o êxito pessoal e coletivo.
Compete ainda a todos os envolvidos com a educação responder pela dimensão ética, quer
dizer, pela formação de valores das atitudes e dos procedimentos para que os alunos sejam
membros ativos e úteis à sua comunidade. Valores estes que orientam o uso correto do saber
científico, estético e tecnológico.
A reflexão e o questionamento contêm sobre as questões sociais, a relação entre a ciência,
tecnologia e sociedade, possibilitam o avanço da ciência e a construção do pensamento
permanente.
13.20. ESTAGIÁRIOS
Sabendo-se da importância da realização de estágio para a formação acadêmica, nossa
escola abre seu espaço para acolher e acompanhar estagiários da UNICENTRO.
Os novos recursos didáticos (apresentados pelos acadêmicos), juntamente com os
mecanismos de comunicação, formam o núcleo por meio do qual o agente de ensino e os agentes
de aprendizagem entram em contato.
Considerando-se que a escola é por excelência espaço onde se ensina e aprende, e
fundamentada nessa concepção, essa comunidade escolar aproveita a inovação, novas práticas
pedagógicas e a disposição de estagiários para melhorar a qualidade de ensino.
13.21. AÇÕES DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
Esta instituição proporciona aos alunos a possibilidade de desenvolver o estágio não-
obrigatório de acordo com a lei 11.788/08, com objetivo de permitir ao estudante e futuro
trabalhador ampliar seus conhecimentos escolares, bem como atuar no mundo do trabalho de forma
mais autônoma, consciente e crítica, possibilitando ao aluno estagiário não somente sua integração
nas atividades produtivas, mas a sua participação nela, de forma plena, relacionando as práticas
com o conhecimento científico.
Assim, serão encaminhados às instituições cedentes de estágio os alunos que estiverem
matriculados nesta instituição, com freqüência escolar satisfatória e que tenham interesse em
71
realizar o devido estágio.
13.22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.
BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997.
CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).
Conselho Estadual de Educação - PR
Deliberação 011/99 – CEE.
Deliberação 014/99 – CEE.
Deliberação 09/01 – CEE.
Deliberação 008/00 – CEE
Deliberação 07/01 _ CEE
Deliberação 02/03 _ CEE
Deliberação 016/99 _ CEE
Indicação 004/96 – CEE.
Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).
Conselho Nacional de Educação
Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.
Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
Parecer 015/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Resolução 03/98 – CEB.
Constituição Brasileira – Artigo 205.
DELORS, J.Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo:Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO,
1998.
DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus, 1997.
DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de
Escolarização da População.mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de
Jovens e Adultos. mimeog.
Decreto 2494/98 da Presidência da República.
Decreto 2494/98 da Presidência da República.
Deliberação 016/99
Deliberação 002/2003
72
Deliberação 007/99
Deliberação 009/2001
Deliberação 014/99
Deliberação 016/99
ECA 8069/90
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
Instrução 008/2011
Instrução 009/2011
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo:
Cortez, 2003.
LDBEN nº 9394/96.
LEI 10.639/03
LEI 13381/01
LEI 11645/08
Parecer nº 01/09
LEI 11.733
LEI 11734
OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED –
PR, 2004.
Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.
Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.
SILVA, Eurides Brito da.A Educação Básica Pós-LDBEN.
SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da.Como entender e Aplicar a Nova
LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.
Estatuto da criança e do adolescente. Lei nº 8069 de 13 julho 1990.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
73
PLANO DE ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIOI – IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO:
1 – Denominação Completa do Estabelecimento de Ensino
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati – Ensino Fundamental
e Médio.
2 – Endereço completo
Rua XV de Julho, 193 – 1º e 2º andar
3 – Bairro/Distrito
Centro
4 – Município
Irati
5 – NRE
Irati
6 – CEP
84500-000
7 – Caixa Postal
8 – DDD
42
9 – Telefone
3423 2414
10 – Fax
3423 2414
11 – E-mail
iriceebjairati@seed.pr.gov.br
12 – Site
www.iriceebjairati@seed.pr.gov.br
13 – Entidade mantenedora
Governo do Estado do Paraná
14 – CNPJ/MF
76416965001-21
15 – Local e data
Irati, 30 de novembro de 2011.
16 – Assinatura
Direção
74
II-IDENTIFICAÇÃO DO CURSO :
Ensino Médio
A organização do trabalho pedagógico segue as orientações expressas nas Diretrizes
Curriculares Nacionais e Estaduais sendo que o regime de oferta é de forma presencial , organizado
por disciplinas.
Carga horária do curso: 1200 horas
Regime de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, nos períodos manhã , tarde e noite.
III- PROFESSOR ORIENTADOR:
Professora Pedagoga Gisele Simone Kovalski Primom, graduada em Letras- Português /
Letras, Pedagogia e Especialização em Língua Portuguesa.
IV-JUSTIFICATIVA:
A Lei nº 11.788/08, que dispõe sobre o estágio obrigatório e não-obrigatório de estudantes, e
a Deliberação nº 02/09 do CEE, que estabelece normas para a organização e a realização dos
Estágios, definem, também, obrigações da Instituição de Ensino para com os estágios não
obrigatórios.
No Parágrafo único do Art. 7º da Lei 11.788/08: “ O plano de atividades do estagiário,
elaborado em acordo das 3(três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será
incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida que for avaliado,
progressivamente, o desempenho do estudante.”
Na Deliberação 02/09 do CEE, Art. 1º, Parágrafo 1º, incisos I e II:
“I – o estágio, obrigatório, e, não-obrigatório assumido pela instituição de ensino, deverá estar
previsto no Projeto Político-Pedagógico;
II – “o desenvolvimento do estágio deverá estar descrito no Plano de Estágio;”.
A Deliberação 02/09, Art. 4°, Incisos III - “Plano de Estágio, a ser apresentado para análise
juntamente com o Projeto Político-Pedagógico, ou em separado no caso de estágio não obrigatório
implantado posteriormente, visará assegurar a importância da relação teoria-prática no
desenvolvimento curricular, deverá ser incorporado ao Termo de Compromisso e será adequado à
medida da avaliação de desempenho do aluno, por meio de aditivos;”.
V- OBJETIVOS DO ESTÁGIO:
Estágio é um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,
75
cujas atividades devem estar adequadas às exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento
cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a prevalecer sob o aspecto produtivo.
• Contribuir para a formação do aluno no desenvolvimento de atividades relacionadas ao
mundo do trabalho que oportunizem concebê-lo como ato educativo.
• O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, alem de integrar o itinerário formativo do
educando.
• Visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.
VI- LOCAIS DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO:
• Prefeitura Municipal;
• Indústria e Comércio em geral;
• CIRETRAN;
• COPEL;
• INSS;
• SANEPAR;
• UNICENTRO;
• SETP.
VII-CARGA-HORÁRIA E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO:
A jornada de estágio terá, no máximo, a seguinte duração:
o 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes de Educação
Profissional Técnica de Nível Médio e do Ensino Médio.
A Instituição de Ensino deverá negociar com a instituição concedente o horário de início e
término do estágio de cada aluno durante a semana, de forma a garantir que o aluno cumpra
pontualmente seus compromissos escolares.
VIII – ATIVIDADES DE ESTÁGIO:
1- Os alunos matriculados no Ensino Médio podem realizar atividades que possibilitem:
4. a integração social;
76
5. o uso das novas tecnologias;
6. produção de textos;
7. aperfeiçoamento do domínio do cálculo;
8. aperfeiçoamento da oralidade;
9. compreensão das relações do mundo do trabalho, tais como: planejamento, organização e
realizações de atividades que envolvam rotina administrativa, documentação comercial e
rotinas afins.
IX – ATRIBUIÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO:
celebrar Termo de Compromisso com alunos e parte concedente após firmado o termo de
Convênio, autorizado pelo Sr. Governador;
incluir o estágio não-obrigatório no PPP;
regimentar o estágio não-obrigatório;
indicar professor orientador, responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades de
estágio;
zelar pelo cumprimento do Plano de estágio;
avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e
profissional do educando;
exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de
relatório das atividades;
comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de
avaliações escolares ou acadêmicas.
X - ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR ORIENTADOR DE ESTÁGIO:
1. Elaborar o plano de estágio e orientar sua execução;
2. organizar formulários e registros para acompanhamento do estágio de cada aluno;
3. manter permanente contato com os supervisores responsáveis pelo estágio na parte
concedente;
4. explicitar a proposta pedagógica da Instituição de Ensino e do plano de estágio obrigatório e
não-obrigatório à parte concedente;
5. planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o cronograma de atividades a
serem realizadas pelo estagiário;
6. realizar avaliações que indiquem se as condições para a realização do estágio estão de
acordo com o Plano de Estágio e o Termo de Compromisso, mediante relatório;
77
7. zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso;
8. orientar a parte concedente e o aluno sobre a finalidade do estágio;
9. orientar a parte concedente quanto à legislação educacional e às normas de realização do
estágio;
10. solicitar relatórios de estágios da parte concedente e do aluno;
11. realizar visitas nas instituições concedentes para avaliar as condições de funcionamento do
estágio;
12. orientar previamente o estagiário quanto:
- às exigências da empresa;
- às normas de estágio;
- aos relatórios que fará durante o estágio;
- aos direitos e deveres do estagiário.
Obs.: No caso de estudante com deficiência, que apresente dificuldades para elaborar o relatório, o
professor orientador deverá auxiliar esse estagiário.
XI - ATRIBUIÇÕES DA PARTE CONCEDENTE: Considerar-se-ão partes concedentes de estágio, os dotados de personalidade jurídica pública ou
privada e profissionais liberais, desde que estejam devidamente registrados em seus
respectivos conselhos de fiscalização profissional.
A oferta de estágio pela parte concedente será efetivada mediante:
I. celebração de Convênio com a entidade mantenedora da instituição de ensino;
II. celebração do Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o estudante;
III. a oferta de instalações que tenham condições de proporcionar ao estudante atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural;
IV. indicação de funcionário do seu quadro de pessoal, com formação ou experiência
profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e
supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
V. contratação de seguro contra acidentes pessoais em favor do estagiário, cuja apólice seja
compatível com valores de mercado, devendo constar no Termo de Compromisso de Estágio nos
casos de estágio não-obrigatório;
a) no caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro contra
acidentes pessoais, poderá, alternativamente, ser assumida pela mantenedora/instituição de ensino;
VI. entrega do termo de realização do estágio à instituição de ensino por ocasião do
desligamento do estagiário, com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e
da avaliação de desempenho;
VII. relatório de atividades, enviado à instituição de ensino, elaborado pelo funcionário
78
responsável pela orientação e supervisão de estágio, com prévia e obrigatória vista do estagiário e
com periodicidade mínima de 6 (seis) meses;
VIII. a remuneração do agente integrador pelos serviços prestados, se houver.
XII – ATRIBUIÇÕES DO RESPONSÁVEL PELA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO NA PARTE
CONCEDENTE:
Acompanhar o plano de atividades do estágio proposto pela parte concedente e a instituição
de ensino:
• tomar conhecimento do Termo de Compromisso;
• orientar e avaliar as atividades do estagiário em consonância com o Plano de Estágio;
• preencher os relatórios de estágio e encaminhar à instituição de ensino;
• manter contato com o Professor orientador da escola;
• propiciar instalações e ambientes favoráveis à aprendizagem social, profissional e cultural dos
alunos;
• encaminhar relatório de atividades, com prévia e obrigatória vista do estagiário, à instituição
de ensino, com periodicidade mínima de 6 meses.
XIII - ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO:
Considerando a Concepção de Estágio:
ter assiduidade e pontualidade, tanto nas atividades desenvolvidas na parte concedente como na
instituição de ensino;
celebrar Termo de Compromisso com a parte concedente e com a
instituição de ensino;
respeitar as normas da parte concedente e da instituição ensino;
associar a prática de estágio com as atividades previstas no plano de estágio;
realizar e relatar as atividades do plano de estágio e outras, executadas, mas não previstas no
plano de estágio;
entregar os relatórios de estágio no prazo previsto.
XIV- FORMA DE ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO:
O estágio como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo
pelo professor orientados da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente,
79
comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art.7º da Lei nº. 11.788, de
25 de setembro de 2008 e por menção de aprovação final.
XV- AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO:
Analisar em que medida o Plano de Estágio está sendo cumprido.
a) No que se refere ao aluno: embora não tenha função de veto ao estágio não-obrigatório,
faz-se necessário avaliar em que medida está contribuindo ou não para o desempenho escolar do
aluno. Desta forma o professor orientador precisa ter acesso a três documentos do aluno:
· rendimento e aproveitamento escolar;
· relatório elaborado pelo aluno.(Anexo II)
· relatório de desempenho das atividades encaminhado pela parte concedente (Anexo III);
b) No que se refere à parte concedente: o professor orientador, mediante visitas às
instituições e análise dos relatórios, tem a incumbência de avaliar as condições de funcionamento do
estágio, recomendando ou não sua continuidade. Aspectos a serem observados: Cumprimento do
Artigo 14 da Lei 11.788/98 e Artigos 63, 67 e 69 da Lei 8.069/90 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.
XVI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• Lei nº. 11.788/98
• Lei nº. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
• Decreto nº. 87.497 de 18 de agosto de 1982.
• Deliberação nº. 02/09 do CEE
• Instrução nº. 028/2010 – SUED/SEED
80
13 PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
14
IRATI
2010
81
1. OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade brasileira nos
últimos anos, as contribuições de pesquisadores em educação, o perfil dos educandos jovens,
adultos e idosos, assim como os diagnósticos e as considerações das escolas sobre a Educação de
Jovens e Adultos - EJA no Estado do Paraná desencadearam reflexões que culminaram na
necessidade de se rever as políticas educacionais da EJA e, mais especificamente, a organização
curricular de suas escolas.
Essas transformações são norteadas, sobretudo, pelos valores apresentados na Conferência
Internacional de Hamburgo, na lei 9394/96 e no Parecer 011/00, do Conselho Nacional de
Educação, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos.
Respondendo aos desafios apresentados para esta modalidade de ensino, nossa escola
elege três concepções as quais edificarão a sua ação:
A primeira constitui-se como princípio de direito: a Educação é direito de todos. Portanto a
proposta pedagógica aqui apresentada mostra-se como um instrumento para a efetiva
universalização desse direito à Jovens, Adultos e Idosos, que, nas palavras de Jamil Cury, é “tão
direito quanto a educação (...) para a idade apropriada dos 7 aos 14 anos”.
A segunda concepção parte de que a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade da
Educação Básica, conforme estabelece a LDBEN 9394/96, ofertada para cidadãos que não tiveram
e/ou não puderam se beneficiar da escolarização básica na idade convencional.
A terceira concepção estabelece que o adulto não é uma criança crescida, portanto, há que
se estabelecer uma pedagogia e correspondente metodologia para a garantia do direito à Educação,
nesta modalidade de ensino.
De fato, a educação de Jovens e Adultos objetiva criar situações de ensino-aprendizagem
adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos, realizando sua função reparadora,
equalizadora e permanente, conforme o determinado no Parecer 011/00-CEB/CNE. A restauração
do direito negado (o direito e uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e
qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da atualização
permanente de conhecimentos, norteiam a proposta aqui apresentada.
1.1. PERFIL DO EDUCANDO
Nossos alunos são na sua grande maioria trabalhadores assalariados, os quais procuram a
EJA em busca da escolarização formal; seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do
82
mundo do trabalho.
Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos em outras
instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e de socialização do saber;
estas experiências de vida são significativas ao processo educacional.
Há na EJA uma grande presença da mulher, que durante muitos anos sofreu e por
diversas vezes ainda sofre as consequências de uma sociedade desigual com predomínio da
tradição patriarcal, que a impediu das práticas educativas em algum momento de sua história de
vida.
A EJA contempla também, o atendimento a educandos com necessidades educacionais
especiais.
Uma outra demanda atendida pela EJA é a de pessoas idosas que buscam a escola para
o desenvolvimento ou ampliação de seus conhecimentos, bem como outras oportunidades de
convivência. Inclui-se aqui o convívio social e a realização pessoal. São pessoas que possuem uma
temporalidade específica no processo de aprendizagem.
A EJA contempla a Educação no campo, pois considera que o “campo” retrata uma
diversidade sócio-cultural, que se dá a partir dos sujeitos que nele habitam. É, sem dúvida, um
desafio para a educação escolar, pensar em organizar em seu currículo as relações com a educação
do campo, sem perder de vista os conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na
sociedade de um modo geral.
Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos, não se refere
exclusivamente a uma característica etária, mas à articulação desta modalidade com a diversidade
sócio-cultural, de seu público, que demandam uma educação a qual considere o tempo/espaço e a
cultura desses grupos.
1.2. CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
Este Estabelecimento de Ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de
jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental ou
Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses,
condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.
Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial,
que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino
Fundamental e Médio, com avaliação no processo.
Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar
83
processos pedagógicos, tais como:
1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, ilustrações, textos
individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos;
4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a
reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e
atividades. O estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia de Estudos aos educandos, a
fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade.
ORGANIZAÇÃO COLETIVA
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que
estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina,
oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá
priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e
considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada educando.
A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de
frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido.
ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não têm
possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados
de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação, aproveitamento de estudos ou
que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é
reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e
oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das
aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à
escolarização e nos saberes já apropriados.
84
1.3. NÍVEL DE ENSINO
1.3.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento
escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os
conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para
que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles
usufruirem.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a
continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
1.3.2. ENSINO MÉDIO
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os
princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução nº02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes
Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da
Educação Básica.
1.4. EDUCAÇÃO ESPECIAL
A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades educativas
especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou individual,
priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito dos mesmos no espaço
escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde
aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam
em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de atendimento
educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades educativas especiais
decorrentes de:
1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;
2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos;
85
3. superdotação/altas habilidades.
É importante destacar que, “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as
estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem e
participação de todos os alunos.1
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do
especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem características diferenciadas
decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de condições sócio-culturais diversas e
econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente
oferecidos pela educação escolar.
Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando o direito à
igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de educar a todos, mas
uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda,
resguardando-se suas singularidades.
1.5. AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS
Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas
em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos.
sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens,
adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado
pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
1.6. FREQUÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento)
presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino Médio, sendo que a frequência mínima na
organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100%
(cem por cento), em sala de aula.
1.7. EXAMES SUPLETIVOS
Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei
nº.9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio
1CARVALHO. R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17
86
de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, através da coordenação da
Educação de Jovens e Adultos.
1.8. CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar, órgão colegiado de natureza deliberativa, avaliativa, consultiva e
fiscalizadora, sobre a organização e a realização do trabalho pedagógico e administrativo do
Estabelecimento de Ensino tem como principal atribuição estabelecer e garantir a implementação da
Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida.
O Conselho Escolar será constituído de acordo com o princípio da representatividade,
devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos representantes nele terão necessariamente,
voz e voto.
Poderão participar do Conselho Escolar, representantes dos movimentos sociais organizados,
comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua representação não ultrapasse 1/5
(um quinto) do colegiado.
O Conselho Escolar será presidido pelo Diretor do Estabelecimento, na qualidade de dirigente
da Proposta Pedagógica.
O Conselho Escolar do CEEBJA de Irati será constituído pelas seguintes categorias:
a) Diretor;
b) Representante da Equipe Pedagógica;
c) Representante da Equipe Docente;
d) Representante da Equipe Técnico-Administrativa;
e) Representante da Equipe Auxiliar Operacional;
f) Representantes dos discentes;
g) Representante dos pais ou responsáveis pelo aluno;
h) Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade.
1.9. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, como material de apoio.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão utilizar outros recursos
87
didáticos.
1.10. BIBLIOTECA ESCOLAR
A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição dos
educandos jovens, adultos e idosos da modalidade de Educação de Jovens e Adultos ofertada pela
escola, assim como a toda comunidade escolar.
Estará a cargo de um profissional qualificado de acordo com a legislação vigente e/ou um
profissional disponível da escola com conhecimento necessário ao cargo.
A biblioteca deverá ter regulamento próprio onde estarão explicitados sua organização,
funcionamento e atribuições do responsável.
1.11. LABORATÓRIO
Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o desenvolvimento da
sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume de informações muito maior do que em
qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício
consciente da cidadania e para as atividades do cotidiano.
Em qualquer área de estudo, faz-se necessário unir o conhecimento teórico com a prática. Em
algumas áreas essa relação teoria-prática é mais permanente.
A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para a
compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e tempos do planeta, como
um todo dinâmico, como elementos em permanente interação, do corpo humano e da sua
integridade, da saúde como dimensão pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das
transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados esperados na área de
Ciências do Ensino Fundamental e Médio.
As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de suma
importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou assuntos,
propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as atividades experimentais e
facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.
Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso no parecer nº
“095/99”... indubitavelmente, um conceito novo para o espaço denominado laboratório acompanha
uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do
88
mar, o bosque ou a praça pública... explicitam a não obrigatoriedade de espaço específico e
materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos nos estabelecimentos de ensino,
reforçando o princípio pedagógico da contextualização, que se quer implementar neste Centro
Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.
1.12. RECURSOS TECNOLÓGICOS
Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o cidadão deve dominar
as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é possibilidade de construir
estratégias e habilidades necessárias para compreensão e inserção no mundo atual com novas
formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para
garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.
É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando-a para colaborar na solução dos
problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia (informática, TV, pendrive e DVD)
possibilita ensinar de formas diferentes, transformando a aula em investigação.
A escola é o lugar da organização dos conhecimentos é preciso que jovens e adultos sejam
preparados para lidar com a informação.
2. FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a
educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana
e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e
produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do
desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os
educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente e refletir criticamente; agir com
responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de
89
forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos
construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente
adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos.2
Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica
verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-aprendizagem,
na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com:
a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem
à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;
b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo
cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,
solidariedade e justiça;
c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos –
cultura, trabalho e tempo;
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura,
conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de
reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua
função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural
do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo
da história.
A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho e que,
através deste, busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo
homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na
vida humana.
É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos
necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na
informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas
características.
E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no
Estado do Paraná:
I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado
de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os
mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de re-inserção nos
2KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.
90
processos educativos formais;
II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo
educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um
ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do
que na relação qualitativa com o conhecimento;
III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade,
considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à
ciência, às novas tecnologias, dentre outros;
IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de
pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A
ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o
mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua
realidade social;
V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que
fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,
mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos
culturais relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,
viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição
das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.
Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante, incluirá o desenvolvimento de
conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação
de jovens e adultos, a saber:
- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu
processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com
conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e
aprendizagem;
- Contribuir para a re-significação da concepção de mundo e dos próprios
educandos;
- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a
objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes
linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar
conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos;
- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos
interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e
91
do trabalho;
- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e
democráticos;
Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não se refere
exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade
sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de
liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta
pedagógica-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.
15
3. INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS
Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino
Fundamental – Fase II e do Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou
continuidade em seus estudos.
4. MATRIZ CURRICULAR
92
4.1. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
93
4.2. ENSINO MÉDIO
94
5. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de ensino da
Educação Básica, cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio-cultural
que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos
como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do conhecimento
escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se no elemento principal de
mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite aos
educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador
tornar os conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se
constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos,
prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos critérios de uma
seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e
o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a Educação de
Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação Básica, passa adotar os
mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas pedagógicas, dessa
modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas Diretrizes da Educação de
Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a
apropriação do conhecimento que não deve se restringir à transmissão/ assimilação de fatos,
conceitos, idéias, princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e
estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para Educação
Básica.
6. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO
6.1. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção
pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados
da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos
educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função
dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.
95
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos
educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo
contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade
concreta.
A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no
artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:
• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para
propor atividades e gerar novos conhecimentos;
• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e
possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando
instrumentos diversos para o registro do processo;
• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do
educando;
• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no
decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga
horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com oferta diária de 04
(quatro) horas -aula por turno, com avaliação presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de
partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências
acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso
na educação formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas
escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em
trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor, que
possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de
aferição. O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando e pelo professor, em
conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas
para aperfeiçoar a prática pedagógica.
96
6.2. PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS
• as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade
educativa;
• para fins de promoção e certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por
disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros
instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que,
obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito
no regimento escolar. Na disciplina de Ensino Religioso as avaliações realizadas no
decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de notas para fins de
promoção e certificação.
• a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero) para fins de promoção ou
certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de
acordo com a Resolução n° 3794/04-SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco
por cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100%
(cem por cento) na organização individual;
• o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da
avaliação processual. Caso contrário, terá direito a recuperação de estudos. Para os
demais a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos
conhecimentos;
• para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final
corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos
atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);
• os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos
próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar
do educando;
• o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus
limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
• na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no decorrer do
processo ensino-aprendizagem, sendo registradas 04 (quatro) notas para fins de cálculo
da média final;
• no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no
processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação
97
escolar, por não ser objeto de retenção.
6.3. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do
conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação
dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a
apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente
do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com
indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de
cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos,
será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de
novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no
Regimento Escolar.
6.4. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito, aomparado pela
legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de
exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos.
6.5. CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na
legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.
7. REGIME ESCOLAR
O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno, podendo
atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos do
estabelecimento de ensino e com expressa autorização do Departamento de Educação e Trabalho,
da Secretaria de Estado da Educação.
As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico
Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
98
O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo estabelecimento de
ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular.
Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para
atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação e
Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para
grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócio-educativas, no
sistema prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores
em comunidades de difícil acesso, dentre outros.
7.1 ORGANIZAÇÃO
Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento e por disciplinas no
Ensino Fundamental – Fase II e Médio. Conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, em
concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres nº 2 e 04/98 -
CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE, para o
Ensino Médio e com as Deliberações n°01/06, n°04/06, n° 07/06 e n°03/08, todas do Conselho
Estadual de Educação.
7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO
A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as seguintes ofertas:
a) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, em
todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para matrícula na organização coletiva.
b) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização coletiva.
7.2.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO
No Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio considerar-se-á a oferta de 100% da
carga horária total estabelecida.
7.3 MATRÍCULA
Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:
a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;
99
b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;
c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá matricular-se de
uma a quatro disciplinas simultaneamente;
d) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de matrícula
facultativa para o educando;
e) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa para o
educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas
concomitante;
f) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de
cursos organizados por disciplina ou de exames supletivos, série(s) e de
período(s)/etapa(s)/semestre(s) equivalente(s)à conclusão de série(s) do Ensino Regular
mediante apresentação de comprovante de conclusão conforme regulamentado no
Regimento Escolar;
g) para os educando que não participaram do processo de escolarização formal/escolar;
bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/ escolar, em anos
letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo de
classificação, definidos no Regimento Escolar;
h) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02
(dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua matrícula para
dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros
de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a
partir da data de matrícula inicial;
i) o educando desistente, por mais de 02 (dois) anos, a partir da data de matrícula inicial na
disciplina, no seu retorno deverá fazer rematrícula na disciplina, podendo participar de
processo de reclassificação.
j) educando desistente da disciplina de Língua Espanhola, por mais de 02(dois) meses
consecutivos ou por mais de dois anos, a contar da data de matrícula inicial, no seu
retorno, deverá reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os
registros de notas obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina.
No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado
por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do
estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das
disciplinas.
O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberá
100
individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as
devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos:
• a organização dos cursos;
• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;
• a dinâmica de atendimento ao educando;
• a duração e a carga horária das disciplinas;
• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;
• o material de apoio didático;
• as sugestões bibliográficas para consulta;
• a avaliação;
• outras informações necessárias.
7.4. MATERIAL DIDÁTICO
O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos de apoio
pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de
Jovens e Adultos.
7.5. AVALIAÇÃO
a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente e permanente;
b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade
educativa;
c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por
disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros
instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que,
obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito
no regimento escolar;
d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero) em
cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e frequência mínima de
101
75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na
organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;
f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da
avaliação processual, caso contrário terá direito à recuperação de estudos. Para os
demais a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos
conhecimentos;
g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das avaliações
processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);
h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos
próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar
do educando;
i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus
limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da carga horária da disciplina de
Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima de 6,0 (seis vírgula zero) e
frequência mínima de 75% ( setenta e cinco por cento) do total da carga horária da
disciplina;
k) Para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino Religioso, na
documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de 75% (setenta e
cinco por cento) do total da carga horária da disciplina.
l) No Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no
processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação
escolar por não ser objeto de retenção.
7.6. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do
conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação
dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a
apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente
do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com
indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de
102
cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos,
será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de
novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no
Regimento Escolar.
7.7. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação, e reclassificação estão
regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente.
7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO
As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de
Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação,
podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela
mantenedora.
7.9 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO
Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da SEED, oportunizará o
estágio não obrigatório, como atividade opcional, desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a
Lei Federal n°11.788, de 25 de setembro de 2008.
8. RECURSOS HUMANOS
8.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS
De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste
Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo
conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de
seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA;
bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à
Educação de Jovens e Adultos.
103
8.1.1 DIREÇÃO
À direção cabe a gestão dos serviços escolares no sentido de garantir o alcance dos objetivos
educacionais do Estabelecimento de Ensino definidos no Projeto Político Pedagógico.
O Diretor deve administrar a escola juntamente com o Conselho Escolar, coordenando a
execução de um plano de trabalho, construído coletivamente no sentido de elevar os padrões de
qualidade do Estabelecimento Escolar.
O diretor exerce a função de liderança na Escola e deverá ser capaz de dividir o poder de
decisão dos assuntos escolares com toda a equipe, criando e estimulando a participação de todos, o
que requer um profissional que possua: comunicação ética, empreendedorismo, capacidade de
informação, acessibilidade, construção de cadeias de relacionamento, motivação, compromisso,
agilidade.
Compete ao Diretor:
• Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
• Responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da posse;
• Coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto Político-Pedagógico da
escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar;
• Coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da educação;
• Implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em observância às
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
• Coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e submetê-lo à
aprovação do Conselho Escolar;
• Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às decisões
tomadas coletivamente;
• Elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando a
comunidade escolar e colocando-os em edital público;
• Prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do Conselho Escolar e
fixando-os em edital público;
• Coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância com a legislação em
vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho Escolar e, após, encaminhá-lo ao Núcleo
Regional de Educação para a devida aprovação;
104
• Garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com os órgãos da
administração estadual;
• Encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no ambiente escolar,
quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;
• Deferir os requerimentos de matrícula;
• Elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, de acordo com as
orientações da Secretaria de Estado da Educação, submetê-lo à apreciação do Conselho
Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para homologação;
• Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o cumprimento das
reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo aos discentes;
• Assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividade estabelecidos;
• Promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas de estudar e propor
alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-administrativa no âmbito
escolar;
• Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de Educação, após
aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou fechamento de
cursos;
• Participar e analisar da elaboração dos Regulamentos Internos e encaminhá-los ao Conselho
Escolar para aprovação;
• Supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento das normas
estabelecidas na legislação vigente relativamente a exigências sanitárias e padrões de
qualidade nutricional;
• Definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico-administrativa e equipe auxiliar
operacional;
• Articular processos de integração da escola com a comunidade;
• Solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento de demanda de
funcionários e professores do estabelecimento, observando as instruções emanadas da
Secretaria de Estado da Educação;
• Organizar horário adequado para a realização da Prática Profissional Supervisionada do
funcionário cursista do Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em Educação –
Profuncionário, no horário de trabalho, correspondendo a 50% (cinqüenta por cento) da carga
horária da Prática Profissional Supervisionada, conforme orientação da Secretaria de Estado
105
da Educação, contida no Plano de Curso;
• Participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem inseridos no
Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino, juntamente com a comunidade
escolar;
• Cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância sanitária e
epidemiológica;
• Viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular plurilinguístico da
Língua Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – CELEM;
• Disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e Apoios Pedagógicos
Especializados,nas diferentes áreas da Educação Especial;
• Assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;
• Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;
• Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,
pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
• Assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;
• Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
8.1.2 PROFESSOR PEDAGOGO
O professor pedagogo deve ser o articulador das relações aluno-professor - aprendizagem.
Sendo assim, sua função é de trabalhar juntos (professor, aluno, direção, pais e comunidade
escolar) na elaboração de práticas educativas para melhorar o trabalho escolar.
A organização do trabalho pedagógico escolar é uma atividade do pedagogo que passa pela
direção.
Cabe ao Professor Pedagogo:
• coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico e
do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;
• orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma
perspectiva democrática;
• participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico escolar, no
sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar;
106
• coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular do
estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da Secretaria de Estado da
Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
• orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de
professores do estabelecimento de ensino;
• promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e
aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à elaboração de
propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;
• participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do
estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a realização e o aprimoramento do
trabalho pedagógico escolar;
• organizar, junto à direção da escola, a realização dos Conselhos de Avaliação, de forma a
garantir um processo coletivo de reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no
estabelecimento de ensino;
• coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de intervenção decorrentes
das decisões do Conselho de Avaliação;
• subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do
estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates
e oficinas pedagógicas;
• organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de maneira a
garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;
• proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear um
processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas a promover
a aprendizagem de todos os alunos;
• coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar,
garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;
• participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento, subsidiando teórica e
metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho
pedagógico escolar;
• orientar e acompanhar a distribuição, conservação e utilização dos livros e demais materiais
pedagógicos, no estabelecimento de ensino, fornecidos pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;
107
• coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais,
equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto Político-Pedagógico
do estabelecimento de ensino;
• participar da organização pedagógica da biblioteca do estabelecimento de ensino, assim
como do processo de aquisição de livros, revistas, fomentando ações e projetos de incentivo
à leitura;
• acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química, Física e Biologia e de
Informática;
• propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua participação nos
diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;
• coordenar o processo democrático de representação docente de cada turma;
• colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação da Secretaria de
Estado da Educação;
• coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas, a partir de
critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de
ensino;
• acompanhar os estagiários das instituições de ensino quanto às atividades a serem
desenvolvidas no estabelecimento de ensino;
• acompanhar o desenvolvimento do Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em
Educação– Profuncionário, tanto na organização do curso, quanto no acompanhamento da
Prática Profissional Supervisionada dos funcionários cursistas da escola e/ou de outras
unidades escolares;
• promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de
discriminação, preconceito e exclusão social;
• coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico do
Estabelecimento de Ensino;
• acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;
• participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;
• orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-pedagógicos
referentes à avaliação processual e aos processos de classificação, reclassificação,
aproveitamento de estudos, conforme legislação em vigor;
108
• organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de horas e conteúdos
aos discentes;
• orientar, acompanhar e visar periodicamente os Livros Registro de Classe e a Ficha Individual
de Controle de Nota e Frequência, sendo esta específica para Educação de Jovens e Adultos;
• organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;
• organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos profissionais do
estabelecimento de ensino;
• solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação Educacional do
Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades educacionais especiais;
• coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no Contexto Escolar, para os
alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, visando encaminhamento aos serviços
e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;
• acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos, realizando contato
com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento integral;
• acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e encaminhando-os aos
órgãos competentes, quando necessário;
• acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que houver necessidade de
encaminhamentos;
• orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades educativas
especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares e no processo de
inclusão na escola;
• manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos com
necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e trocas de
experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação Especial e Ensino
Regular;
• assessorar os professores do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas e acompanhar as
turmas, quando o estabelecimento de ensino ofertar o ensino extracurricular plurilinguístico de
Língua Estrangeira Moderna;
• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos dos alunos para cada disciplina, na
modalidade Educação de Jovens e Adultos;
• coordenar e acompanhar ações descentralizadas e Exames Supletivos, na modalidade
Educação de Jovens e Adultos (quando no estabelecimento de ensino não houver
109
coordenação específica dessa ação, com a devida autorização);
• assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;
• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos, pais e
demais segmentos da comunidade escolar;
• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;
• elaborar seu Plano de Ação;
• cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
O professor pedagogo tem funções no contexto e também no administrativo, tais como:
• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;
• coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames supletivos
quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões) específica(s) dessa(s)
ação(ões).
• Acompanhar o estágio não obrigatório;
• organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina.
• executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
8.1.3. COORDENAÇÕES
As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e
Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a
execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela
mantenedora.
Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:
Coordenador Geral
• Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas.
• Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.
• Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.
• Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do
Estabelecimento.
• Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas
110
vinculadas ao Estabelecimento.
• Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema.
• Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.
• Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.
• Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas.
• Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.
• Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos
educandos de todas as turmas.
• Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-
atividade dos professores.
• Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências
pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem.
• Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que
necessitam de escolarização.
• Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.
• Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.
• Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando solicitado,
quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas Ações Pedagógicas
Descentralizadas sob sua coordenação.
Coordenador Itinerante
• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas.
• Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.
• Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.
• Observar e registrar a presença dos professores.
• Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.
• Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.
• Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos.
111
• Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação.
• Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral qualquer
problema neste procedimento.
• Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.
• Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das
Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.
• Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os
professores.
Coordenador de Exames Supletivos
• Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos.
• Tomar conhecimento do edital de exames.
• Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.
• Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser
executados.
• Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.
• Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da emissão de
Relatório de Inscritos.
• Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para
execução dos exames.
• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as
ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso.
• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DET/CEJA/SEED,
autorização para a realização de quaisquer bancas especiais.
• Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames.
• Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.
• Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames
Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização e o
preenchimento dos cartões-resposta.
• Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e
112
tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames.
• Divulgar as atas de resultado.
• Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.
8.1.4 DOCENTES
Os docentes devem estar conscientes de que a Educação de Jovens e Adultos requer
metodologias próprias e inovadoras que respondam às novas exigências de uma sociedade em
transformações, devendo para isto ter algumas características consideradas básicas para esta
modalidade de ensino: espírito inovador; compromisso com a proposta da EJA; objetividade;
disponibilidade; espírito de coletividade; visão global; postura interdisciplinar e contextualizada;
planejamento de estratégias pedagógicas; busca de aprimoramento profissional constante.
Aos docentes cabe também:
• definir e desenvolver seu plano de ensino, conforme orientações das Diretrizes Curriculares
Nacionais e Estaduais de EJA e da Proposta Pedagógica deste Estabelecimento Escolar.
• conhecer o perfil de seus educandos, jovens, adultos e idosos.
• Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, tornando-
os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição
de conhecimento de cada jovem, adulto, idoso deste Estabelecimento.
• participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político-Pedagógico do
estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e aprovado pelo Conselho Escolar;
• elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do estabelecimento de
ensino, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico e as Diretrizes Curriculares
Nacionais e Estaduais;
• participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica, dos materiais
didáticos de apoio, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de
ensino;
• elaborar seu Plano de Trabalho Docente;
• desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do
conhecimento pelo aluno;
• proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos alunos, quando se
113
fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar, resguardando prioritariamente o direito
do aluno;
• proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos, utilizando-se de
instrumentos e formas diversificadas de avaliação, previstas no Projeto Político-Pedagógico
do estabelecimento de ensino;
• promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos, estabelecendo
estratégias diferenciadas de ensino e aprendizagem, no decorrer do período letivo;
• participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos alunos com
dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e acompanhamento do
pedagogo, com vistas à identificação de possíveis necessidades educacionais especiais e
posterior encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se
necessário;
• participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola, com vistas ao
melhor desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem;
• Participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;
• assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório em decorrência de
diferenças físicas, étnicas, de gênero e orientação sexual, de credo, ideologia, condição
sócio-cultural, entre outras;
• viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola, respeitando a
diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino e
aprendizagem;
• participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento, junto ao professor
de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à Aprendizagem, a fim de realizar
ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa;
• estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e criação artística;
• participar ativamente dos Conselhos de Avaliação, na busca de alternativas pedagógicas que
visem ao aprimoramento do processo educacional, responsabilizando-se pelas informações
prestadas e decisões tomadas, as quais serão registradas e assinadas em Ata;
• propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;
• zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer irregularidade à equipe
pedagógica;
114
• cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade
estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à
avaliação e ao desenvolvimento profissional;
• cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos, pesquisas e
planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe pedagógica, conforme
determinações da Secretaria de Estado da Educação;
• manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da equipe pedagógica e
secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento de ensino;
• participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola com as
famílias e a comunidade;
• dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional em vigor e ao
Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da prática profissional e educativa;
• participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem inseridos no
Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;
• comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho ordinárias que lhe forem
atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;
• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;
• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,
com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
• participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria de Estado da
Educação;
• cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
• utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, como meios
para implementar uma metodologia de ensino adequada à aprendizagem de cada jovem,
adulto e idoso;
• atuar no estabelecimento de ensino sede, nas organizações coletiva e individual, como
também nas Ações Pedagógicas Descentralizadas, autorizadas pela Secretaria de Estado da
Educação;
• participar da aplicação dos Exames Supletivos autorizados pela Secretaria de Estado da
Educação, quando docente da Educação de Jovens e Adultos.
• conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.
115
• utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, tornando-os
meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição do
conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento.
• organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar.
• implementar projetos de recuperação de conteúdos para assegurar o sucesso a todos os
discentes.
• organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina.
• executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e nas ações
pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá atuar em todas as formas
de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais.
8.1.5 SECRETARIA E APOIO ADMINISTRATIVO
A secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de escrituração escolar e
correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço é coordenado e supervisionado pela
direção, ficando a ela subordinado.
O cargo de Secretário é exercido por um profissional devidamente qualificado para o exercício
desta função. Portanto a organização, a minúcia, a seriedade daqueles que ocupam este ambiente
têm, obrigatoriedade, que fazer parte de todas as suas ações.
Aos profissionais que ocupam esta função cabe a tarefa de :
• utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente;
• participar de reuniões, encontros e/ou cursos sempre que convocados e por iniciativa própria
com intuito de aprimoramento profissional;
• auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;
• atender às solicitações do Diretor;I. conhecer o Projeto Político-Pedagógico do
estabelecimento de ensino;
• cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da Secretaria de Estado
da Educação, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do estabelecimento de
ensino;
• distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais técnicos
116
administrativos;
• receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;
• organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções, instruções normativas,
ordens de serviço, ofícios e demais documentos;
• efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência e
conclusão de curso;
• elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem encaminhados às
autoridades competentes;
• encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem ser assinados;
• organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de forma a
permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade da vida escolar do
aluno e da autenticidade dos documentos escolares;
• responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do aluno, respondendo
por qualquer irregularidade;
• manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema informatizado;
• organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal da escola,
referentes à sua estrutura e funcionamento;
• atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando informações e
orientações sobre a legislação vigente e a organização e funcionamento do estabelecimento
de ensino, conforme disposições do Regimento Escolar;
• zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da secretaria;
• orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de Classe com os
resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;
• cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria,
quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, aproveitamento
de estudos, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;
• organizar o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor competente a
sua frequência, em formulário próprio;
• secretariar os Conselhos de Avaliação e reuniões, redigindo as respectivas Atas;
• conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;
117
• comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na secretaria da
escola;
• participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa própria,
desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;
• organizar a documentação dos alunos matriculados no ensino extracurricular e pluringuístico
de Língua Estrangeira Moderna;
• fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar, quando solicitado;
• participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado da
Educação;
• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;
• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,
com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
• participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as específicas da sua
função.
Compete ao apoio administrativo que atuam na secretaria dos estabelecimentos de ensino,
sob a coordenação do(a) secretário(a):
• cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto ao
registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, necessidades de
adaptação, aproveitamento de estudos, classificação, reclassificação e regularização de vida
escolar;
• atender a comunidade escolar e demais interessados, prestando informações e orientações;
• cumprir a escala de trabalho que lhe for previamente estabelecida;
• participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa própria,
desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;
• controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando informações sobre os
mesmos a quem de direito;
• organizar, em colaboração com o(a) secretário(a) escolar, os serviços do seu setor;
• efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual, Histórico Escolar e
outros, garantindo sua idoneidade;
118
• organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo da escola;
• classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências, registrando a
movimentação de expedientes;
• realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e patrimonial do
estabelecimento, sempre que solicitado;
• coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar, alimentando e atualizando o
sistema informatizado;
• executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;
• participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado da
Educação;
• zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias
• manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos,
com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
• exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas que concernem à
especificidade de sua função.
• Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando a organização
da EJA prevista nesta proposta.
9. BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.
BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez,
1997.
CARNEIRO, Moacir Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.
(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).
Conselho Estadual de Educação - PR
Deliberação 011/99 – CEE.
Deliberação 014/99 – CEE.
119
Deliberação 09/01 – CEE.
Deliberação 06/05 – CEE
Indicação 004/96 – CEE.
Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).
Conselho Nacional de Educação
Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.
Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Resolução 03/98 – CEB.
Constituição Brasileira – Artigo 205.
DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO,
1998.
DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus, 1997.
DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de
Escolarização da População. mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de
Jovens e Adultos. Mimeog.
Decreto 2494/98 da Presidência da República.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
LDBEN nº 9394/96.
KUENZER,Acácia Zeneida. Ensino Médio:construindo uma proposta para os que vivem do
trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.
OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED
– PR, 2004.
Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.
Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.
120
SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN.
SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova
LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.
16
17
121
10. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO
A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser
construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as fragilidades das
instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais comprometidas com a
transformação social e aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na rede
Estadual.” (SEED,2004,p.11)
Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também gestores da SEED
e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a identificação dos fatores e
aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos numa educação pública
de qualidade.
Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e a efetiva
implementação das mudanças necessárias.
Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto responsabilidade
coletiva a clareza das finalidades essenciais da educação, dos seus impactos sociais, econômicos,
culturais e políticos, bem como a reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam
suas finalidades e impactos positivos à população que demanda escolarização.
A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógica-curricular, abrange todas as
escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto a construção dos
instrumentos avaliação quanto os indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém
de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola –
professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais
membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do departamento de
Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE's.
A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos para
avaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas realcionadas à capacitação continuada
dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de
contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática pedagógica.
Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA
que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis e deve estar votado para atender as
necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel
na formação da cidadania e na construção da autonomia”. (SEED, 2005, p. 44), esta avaliação-
institucional da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão
permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas.
Os instrumentos avaliativos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de
colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças entre as
122
diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais
vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a
serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA na
produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da nota do aluno para
fins de conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular
por meio de instrução própria da SEED.
Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”,
“cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica,
única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de
melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com
o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED. 2005, p. 17)
Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo, especificamente
na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na
oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.
11. Formação Continuada
A formação continuada dos trabalhadores em educação da educação constitui um dos
grandes desafios da sociedade e desta instituição. Busca- se respondê-lo proporcionando e
incentivando os profissionais da educação a participarem da Semana Pedagógica e Reuniões
Pedagógicas, previstas em calendário escolar , Grupos de Estudos, Cursos, Reuniões, Debates,
GTR, PDE, CADEP, Profuncionário, Simpósios e Seminários, promovidos pela SEED, onde há
reflexões sobre as práticas pedagógicas e aprofundamento das dimensões científicas, teóricas e
práticas do trabalho de todos os profissionais da escola, Itinerante um grande espaço de formação
continuada que conta com a interação entre os profissionais da rede estadual de ensino,
Professores – Pedagogos poderão realizar a sua Produção Pedagógica, trata-se de um artigo
voltado para a Organização do Trabalho Pedagógico, o qual se consubstanciará, em mais um
espaço de formação continuada das equipes pedagógicas.
Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa, sem seu
envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento para alcançar
uma educação de qualidade.
123
ANEXO A PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
Anexo 01/2011 Data: 10/03/2011.
O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos(CEEBJA), município de Irati, manterá a Matriz
Curricular vigente em 2010 até o educando concluir disciplinas iniciadas em 2010 com terminalidade prevista
par 2011.
A partir do ano de 2011 e amparados na Deliberação Nº 05/2010 e na Instrução 032/2010 –
SUED/SEED, este Estabelecimento seguirá a carga horária de 1600/1610 h ou 1920/1932h/a para o curso do
Ensino Fundamental Fase II, nas matrículas de novas disciplinas com a seguinte distribuição de carga horária,
conforme consta na Matriz Curricular:
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: CEEBJA
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: IRATI NRE:IRATI
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a
124
DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336
ARTE 94 112
LEM-INGLÊS 213 256
EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336
CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256
GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
_________________________________________Assinatura do(a) Diretor(a) e carimbo da Direção
125
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/
ASSESSORIA DA SUPERINTENDÊNCIA
NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO
PARECER Nº 09/2011
Estabelecimento de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica (CEEBJA) de Irati
Município: Irati
Assunto: Alteração da carga horária do curso do Ensino Fundamental Fase II
O Núcleo Regional da Educação de Irati no uso das atribuições que lhe são
conferidas, emite o presente PARECER, resultado da análise do anexo da Proposta
Pedagógica Curricular da EJA do Estabelecimento de Ensino.
O Estabelecimento de Ensino fez a adequação da carga horária e da Matriz
Curricular do curso do Ensino Fundamental Fase II – EJA, a partir das matrículas
do ano de 2011, de acordo com a Deliberação nº 05/2010 e a Instrução nº 032/2010 –
SUED/SEED.
Irati, 04 de março de 2011.
______________________________ ______________________________
Equipe Pedagógica e Disciplinar Coordenação da EJA
NRE de Irati NRE de Irati
126
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/
ASSESSORIA DA SUPERINTENDÊNCIA
NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO
PARECER Nº 32/2010
Estabelecimento de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica (CEEBJA) de Irati
Município: Irati
Assunto: Implantação da Língua Espanhola
O Núcleo Regional da Educação de Irati no uso das atribuições que lhe são
conferidas, emite o presente PARECER, resultado da análise do anexo da Proposta
Pedagógica Curricular da EJA do Estabelecimento de Ensino.
A alteração da Proposta Pedagógica Curricular, em relação a implantação do
ensino da Língua Espanhola no curso do Ensino Médio, a partir do ano letivo de
2010 está de acordo com o Parecer 638/10.
Irati, 13de outubro de 2011.
______________________________ ______________________________
Equipe Pedagógica e Disciplinar Coordenação da EJA
NRE de Irati NRE de Irati
127
ADENDO DE ALTERAÇÃO E ACRÉSCIMO NA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA EJA Nº 01
O CEEBJA (Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos), município de Irati, manterá a Matriz Curricular vigente em 2010 até o educando concluir disciplinas iniciadas em 2010 com terminalidade prevista par 2011.
A partir do ano de 2011 e amparados na Deliberação Nº 05/2010 e na Instrução 032/2010 – SUED/SEED, este Estabelecimento seguirá a carga horária de 1600/1610 h ou 1920/1932h/a para o curso do Ensino Fundamental Fase II, nas matrículas de novas disciplinas com a seguinte distribuição de carga horária, conforme consta na Matriz Curricular:MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: CEEBJA-IRATI
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: IRATI NRE: IRATI
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a
DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336
ARTE 94 112
LEM-INGLÊS 213 256
EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336
CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256
GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
_________________________________________Assinatura do(a) Diretor(a) e carimbo da Direção
128
7.3 MATRÍCULA
Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:
a) mantido
b) mantido
c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá
matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente. No Ensino Médio, a
disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa para o educando e
entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas concomitante;
d) mantido
e) revogado
f) mantido
g) o educando que solicitar matrícula por transferência, oriundo do processo
de escolarização formal/escolar, cuja organização de ensino é diferente da
ofertada neste Estabelecimento, não comprovando conclusão de disciplinas(as),
deverá ser matriculado para cursar 100% (cem porcento) da carga horária total da
disciplina, podendo após ter cumprido 25% (vinte e cinco porcento) da carga
horária total da disciplina, participar do processo de reclassificação, definidos no
Regimento Escolar, exceto na disciplina de Língua Espanhola;
h) os jovens, adultos e idosos, que não participaram do processo de
escolarização formal/escolar, bem como o educando desistente do processo de
escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores cuja organização de
ensino é diferente da ofertada neste Estabelecimento, não comprovando
conclusão de disciplina(s), poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo
de classificação, exceto na disciplina de Língua Espanhola, definidos no
Regimento Escolar;
i) os educandos inseridos no processo de escolarização formal/escolar,
recebidos por transferência, deverão realizar matrícula inicial em até quatro
disciplinas, podendo participar dos processos de reclassificação – após cursado
25% da carga horária total de cada disciplina, exceto na disciplina de Língua
Espanhola;
j) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar
129
por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno,
reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a
carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo de
desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula inicial,
exceto na disciplina de Língua Espanhola. No retorno do educando, este deverá
reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os registros
de notas obtidos, caso opte novamente por cursar Língua Espanhola;
l) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de
matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer matrícula inicial na
disciplina, podendo participar do processo de classificação, exceto na disciplina
de Língua Espanhola.
O adendo de alteração e acréscimo da Proposta Pedagógica da EJA Nº
01, entra em vigor a partir do ano letivo de 2010.
130
ANEXOS
131
DISCIPLINA DE ARTE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Da Antiguidade à Renascença, a aprendizagem dos conhecimentos
artísticos se dava pela imitação. Na Renascença passou a ser realizado em
ateliês e o futuro artista adquiriu conhecimentos sobre geometria, perspectiva e
anatomia, o que deu origem às Academias de Arte.
No Brasil, o ensino das artes teve início com a vinda de D. João VI que
criou uma Academia de Belas - Artes, além de escola de educação superior. Até a
proclamação da República, o ensino da arte nas escolas oficiais concentrou-se
naquelas destinadas à produção de bens, incluindo aí o desenho técnico e
geométrico. Tais escolas destinavam-se à classe trabalhadora ou à burguesia
com as chamadas “belas - artes” ensinadas em escolas, academias e
conservatórios especiais.
Segundo estudiosos, nossa visão educacional procurava conciliar e
sintetizar correntes de pensamento diversas e distintas, o que resultou numa
concepção de educação, especialmente em arte, de contornos muito imprecisos.
A semana de Arte Moderna de 22 trouxe uma proposta renovadora, o que
significou a descoberta de novas maneiras de entender a expressão artística. No
período entre a Semana de 22 e a Reforma Educacional de 1971, a arte
continuou a ocupar lugar subalterno. Nas décadas de 40 e 50, educadores e
artistas procuraram, paralelamente ao ensino oficial, a valorização da arte criando
“Escolinhas de Arte”, sendo a primeira fundada em 1948 por Augusto Rodrigues.
Nos anos 60, a ditadura militar desmonta as escolas experimentais e a
condição brasileira de dependência mostra a nossa despersonificação como
nação e como projeto histórico-cultural. A censura abateu-se com rigor sobre a
produção artística nacional. A partir da década de 60, as produções e movimentos
artísticos se intensificaram: nas artes plásticas com as Bienais e os movimentos
contrários a elas; na música com a Bossa Nova e os festivais; no teatro, com o
teatro oficina e o teatro de arena de Augusto Boal e no cinema, com o Cinema
Novo de Glauber Rocha.
Ao longo dos anos, muito se tem falado e escrito sobre a necessidade da
inclusão da arte na escola de forma mais efetiva. Com a reforma educacional de
132
1971 (Lei no. 5692), a Educação Artística tornou-se obrigatória nos currículos de
1° e 2° graus. No currículo escolar, a Educação Artística passou a compor a área
de Comunicação e Expressão, o ensino foi direcionado para as artes plásticas
com os trabalhos manuais e técnicas e o ensino de música, enfatizando a
execução de hinos pátrios e de festas cívicas. No Paraná, houve reflexos de
vários processos pelos quais passou o ensino de arte, como no final do século
XIX, com a chegada dos imigrantes e entre eles, artistas, que vieram com novas
ideias e experiências culturais diversas, como a aplicação da arte aos meios
produtivos e o estudo sobre a importância da arte para o desenvolvimento da
sociedade.
A partir dos anos 80 os fundamentos pensados para a educação
destacavam a pedagogia histórico-crítica de Demerval Saviani e a teoria da
libertação de Paulo Freire, que propunham oferecer aos alunos o acesso ao
conhecimento da cultura para uma prática social transformadora.
Nos anos 90 o Currículo Básico e o Documento de Reestruturação do
Ensino Médio foram publicados, mas a implementação interrompida, substituída
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, encaminhados pelo MEC. Em 2003
houve a retomada das reflexões para a elaboração das diretrizes curriculares
estaduais, no qual o ensino da arte deixa de ser coadjuvante no sistema
educacional para se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma
sociedade construída historicamente e em constante transformação.
A arte implica na expansão do conceito de cultura em que qualquer
produção, modos de conceber e organizar a vida social são levados em
consideração e depende da articulação de três ações básicas: ler obras de
arte,fazer artístico e contextualização.
O processo pedagógico em arte deve promover a interação entre saber e
prática relacionados à história, às sociedades e às culturas, possibilitando uma
relação de ensino- aprendizagem de forma efetiva.
No ensino fundamental a concepção de arte se fundamenta como arte e
linguagem e arte e cultura, sendo que no ensino médio se fundamenta como arte
e ideologia, conhecimento e trabalho criador.
Arte na escola é parte integrante do todo social preparando o aluno a para
133
a vida adulta contemplando a arte como área do conhecimento e não como meio
de destacar talentos. A arte possibilita e promove conhecimentos culturais,
incentivando o exercício da cidadania e da ética construtora de identidades
artísticas, através da aprendizagem de conteúdos estruturantes das linguagens
em artes visuais, música, dança e teatro, com o conhecimento dos elementos
básicos e formais, das formas de composição e dos elementos e movimentos
contextualizadores sistematizados no decorrer da história.
12.1. OBJETIVOS
• Conhecer arte através do acesso às produções artísticas de todos os
tempos e culturas, visando à produção social e cultural, contextualizando e
oportunizando ao aluno a humanização dos sentidos humanos e a
experiência estática através de atividades significativas: o fazer, apreciar e
contextualizar a produção social em arte.
• Ampliar e sistematizar o conhecimento do aluno no que se refere às
linguagens artísticas, a partir do aprofundamento das noções de forma,
espaço e tempo, enquanto dimensões artísticas.
• Tornar o aluno capaz de fazer a leitura das apresentações artísticas a partir
do ver, saber e fazer em relação aos diferentes modos de produção e
consumo da arte.
• Levar o aluno a perceber as formas visuais, sonoras e gestuais, através do
uso da percepção, da imaginação e da articulação dos elementos na
estrutura formal.
13. CONTEÚDOS
Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela
se manifesta: o som na música, o movimento e não movimento na dança, a forma
e luz em artes visuais e a dramatização no teatro. Destes elementos básicos
derivam os elementos específicos de cada linguagem e os conteúdos devem
estar articulados e organizados, para permitir ao aluno ler e interpretar o
repertório e trabalho artístico.
134
13.1. ARTES VISUAIS
Forma
Composição - experimentação (como os elementos da linguagem visual se
articulam), suportes (onde está proposta a ideia imagética).
Espacialidade – bidimensional, tridimensional (como está projetada, composta
ou representada no espaço)
Texturas – acabamentos (como as formas se apresentam)
Movimento – dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam os
ritmos).
Luz- decomposição da luz branca, cor, pigmento, tons, percepção da cor,
valores, classificação, sombras e luzes, contraste.
13.2. MÚSICA
• Distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/
melodia).
• Distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos
harmônicos/harmonia)
• Qualidades do som e suas variações: intensidade (dinâmica), duração
(pulsação/ritmo), altura (grave/agudo), timbre (fonte
sonora/instrumentalização)
• Estruturas musicais (organização e articulação dos elementos das
linguagens e formas musicais).
13.3. TEATRO
• Elementos dramáticos- personagem (agente da ação), enredo
(desdobramentos dos acontecimentos), espaço cênico (local onde se
desenvolve a ação cênica).
• Signos da representação teatral – personagem:
visuais: figurino, adereços, gestos.
sonoros: fala, entonação
135
espaço cênico: cenário, iluminação, sonoplastia.
• Gêneros teatrais: Tragédia e suas características: fatalidade, sofrimento,
pesar.
• Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco.
• Drama e suas características: o conflito
13.4. DANÇA
• Elementos do movimento: corpo (articulações, superfícies, membros do
corpo espaço (amplitudes, progressões e tensões espaciais
• ações (torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, expandir, recolher,
saltar).
• dinâmicas(peso, espaço, tempo, fluência).
• relacionamentos
ARTES – ENSINO FUNDAMENTALARTE - ENSINO FUNDAMENTAL - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS
FORMAISCOMPOSIÇÃO
MOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo MelodiaHarmoniaEscalas: diatônica pentatônicacromáticaEscalas Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnicoTonal, modal e a fusão de ambos. Técnicas: vocal, instrumental e mista.ImprovisaçãoGêneros: popular, folclórico e étnico.
Greco-Romana Oriental Ocidental AfricanaMúsica popular e étnica (ocidental e oriental)Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, TecnoMúsica Engajada Música Popular Brasileira. Música Contemporânea
ARTE –ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOSFORMAIS
COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
136
Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz
Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura... Gêneros: cenas da mitologia...Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Técnicas: Pintura, escultura, modelagem, gravura... Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta...Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, fotografia, audiovisual e mista...Bidimensional Tridimensional Figura-fundo Ritmo Visual Técnica: Pintura, grafitte, performance... Gêneros: Paisagem urbana, cenas do cotidiano...
Arte Greco- Romana Arte Africana Arte Oriental Arte Pré-HistóricaArte Indígena Arte Popular Brasileira e Paranaense Renascimento BarrocoIndústria Cultural Arte no Séc. XX Arte ContemporâneaRealismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop
ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOSFORMAIS
COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Enredo, roteiro. Espaço Cênico, adereçosTécnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara... Gênero: Tragédia, Comédia e Circo.Representação, Leitura dramática, Cenografia.
Greco-Romana Teatro Oriental Teatro Medieval RenascimentoComédia dell’ arte Teatro Popular Brasileiro e Paranaense Teatro AfricanoIndústria Cultural Realismo Expressionismo Cinema Novo
137
Técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas animadas... Gêneros: Rua e arena, Caracterização.Representação no Cinema e Mídias Texto dramático Maquiagem Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica...Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum... Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino
Teatro Engajado Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro do Absurdo Vanguardas
ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOSFORMAIS
COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Movimento Corporal Tempo Espaço
KinesferaEixo Ponto de Apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Dimensões (pequeno e grande) Técnica: Improvisação Gênero: CircularPonto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e conduzido) Lento, rápido e moderadoNíveis (alto, médio e baixo)
Pré-história Greco-Romana Renascimento Dança ClássicaDança Popular Brasileira Paranaense Africana IndígenaHip Hop Musicais Expressionismo Indústria Cultural Dança ModernaVanguardas Dança Moderna Dança Contemporânea
138
Formação Direção Gênero: Folclórica, popular e étnicaGiro Rolamento Saltos Aceleração e desaceleraçãoDireções (frente, atrás, direita e esquerda)Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria Cultural e espetáculoKinesferaPonto de Apoio Peso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna
ARTE - ENSINO MÉDIO – ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS
FORMAISCOMPOSIÇÃO
MOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Melodia Harmonia Escalas Modal, Tonal e fusão de ambos. Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop...Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mistaImprovisação
Música Popular Brasileira Paranaense Popular Indústria Cultural Engajada Vanguarda Ocidental Oriental Africana Latino-Americana
ENSINO MÉDIO - ÁREA ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOSFORMAIS
COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOSPonto Linha Forma Textura
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo
Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Brasileira
139
Superfície Volume Cor Luz
Abstrato Perspectiva Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Simetria Deformação Estilização Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura e esculturas, arquitetura, história em quadrinhos... Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...
Arte Paranaense Arte Popular Arte de Vanguarda Indústria Cultural Arte Contemporânea Arte Latino- Americana
ENSINO MÉDIO - ÁREA TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOSFORMAIS
COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciaisAção Espaço
Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-FórumRoteiro Encenação e leitura dramática Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e ÉpicoDramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção
Teatro Greco- Romano Teatro Medieval Teatro Brasileiro Teatro Paranaense Teatro Popular Indústria Cultural Teatro Engajado Teatro Dialético Teatro Essencial Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro de Vanguarda Teatro Renascentista Teatro Latino- Americano Teatro Realista Teatro Simbolista
ENSINO MÉDIO - ÁREA DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOSFORMAIS
COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Movimento Corporal Tempo Espaço
KinesferaFluxo Peso Eixo Salto e Queda Giro Rolamento
Pré-história Greco-Romana Medieval Renascimento Dança Clássica Dança Popular Brasileira
140
Movimentos articulares Lento, rápido e moderadoAceleração e desaceleraçãoNíveis Deslocamento Direções Planos Improvisação Coreografia Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão
Paranaense Africana Indígena Hip Hop Indústria Cultural Dança Moderna Vanguardas Dança Contemporânea
3. METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte no Ensino
Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos da Rede Pública do
Estado do Paraná, esta fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais da
EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo.
Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos Arte e
Estética, Arte e Identidade e Arte e Sociedade, como eixos específicos da
disciplina de Arte, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
141
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
142
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
3.1. ARTE E ESTÉTICA
Hoje se utiliza o termo estética para indicar no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986)
A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta
do olhar, um encontro com as emoções, libertando o aluno para perceber o
mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo.
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa,
apresenta os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das
condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer
quanto á possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade das
emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.
Partindo dessas definições e as ampliando, a estética aqui é entendida
como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte” (Pareyson, 1997, p.2),
sendo derivada de uma experiência filosófica ou concreta. Baseado no
entendimento exposto devemos possibilitara compreensãoe aproximação do
aluno com a experiência estética, “o educando da EJA torna-se sujeito na
construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de
trabalho, de criação, de produção e de cultura”. (Diretrizes Curriculares para a
educação de Jovens e Adultos, p.30).
3.2. ARTE E IDENTIDADE
É comum ouvirmos falar de crise da identidade, mas o que é identidade e
como se revela a partir da arte que produzimos?
Para o dicionário Houaiss identidade é: 1- estado que não muda – a
identidade das impressões digitais. 2- consciência da persistência da própria
identidade. 3- o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra. 4- conjunto
de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e
143
graças às quais é possível individualizá-la.
A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos
demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar
idêntico, fazer reconhecer, distinguir traços e gostos em música, festas, crenças,
grupos urbanos, rurais, étnicos e entre tantos outros que usam a linguagem
artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropofágicas e
psicológicas.
Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das ideias que
as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas ideias e como
afirma Candau(2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo
representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao
mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade permite
que a pessoa ou grupo seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde
as mudanças são rápidas face à globalização e aos eventos tecnológicos e
científicos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos.
Podemos ver com Marques (2003, p.157) que:
Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas.
A proposta deste eixo temático na educação de Jovens e Adultos
preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão
próximos da vida concreta do aluno, produzindo aprendizagem num processo que
mobilize tanto os significados e os símbolos, quanto os sentimentos e as
experiências a que se propõe.
3.3. ARTE E SOCIEDADE
...concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto
de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o
mercado de arte – seja lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa
seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado
ao mercado de arte, etc. – seja das condições de recepção da obra de arte – a
comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes
144
populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, pg.153).
A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios
ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim uma
ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias
sociais.
A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que
pensamos a arte como construção social e não como um Dom natural, talento ou
mera produção, As pessoas são construções sociais que necessariamente
influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo,
constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de
um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras
formas artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária
para que no cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se
permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras
palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social
como: a relação do homem com o trabalho, as relações de gênero, a ocupação no
espaço urbano e outros. Também podemos compreender a influência da indústria
cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor
uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento em arte
em seu aspecto social, deve-se desvelar-se de modo que o aluno possa
pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.
Na educação de jovens e adultos não podemos perder de vista as
concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os
alunos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje
não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas trabalhar,
partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade
mais justa e igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e
os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como
instrumentos de transformação da sua realidade social (Diretrizes Curriculares
para Educação de Jovens e Adultos, p.31).”
Os temas de estudo direcionam, motivam e articulam a construção do
conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania
145
participativa, reflexiva e crítica. O educador escolheráo tema de estudo
abrangente e articulado aos eixos, de maneira a englobar o conteúdo que fará
parte do planejamento da aula.
Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os
Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,
Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da
disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e
sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.
Também durante o ano letivo deverão sem contempladas as leis
11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).
Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os
Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,
Enfrentamento à assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da
disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e
sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.
No decorrer do ano letivo serão trabalhados os temas contemporâneos
contemplando assim a Lei 11645/08. A História e Cultura Afro-brasileira, e
Africana e Indígena. Esses temas serão abordados através de textos trazidos aos
alunos, pesquisas que eles irão efetuar e discussão e sala de aula.
10. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação será diagnóstica e processual, diagnóstica por ser referência
do professor para o planejamento das aulas e da avaliação dos alunos,
processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. O
planejamento deve ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do
professor, da classe sobre o desenvolvimento das aulas e também auto avaliação
dos alunos.
É importante ressaltar que os alunos do ensino médio têm um capital
cultural, que é o conhecimento que cada aluno diferentemente apreende em
outros espaços sociais (família, grupos, associações, religião e outros) e um
percurso escolar também distinto entre os mesmos, pois pela amplitude do
conhecimento artístico e as condições humanas e materiais inviabiliza certa
146
unidade na aprendizagem em arte.
Para possibilitar a avaliação individual e coletiva é necessário utilizar
vários instrumentos de avaliação como: trabalhos artísticos, pesquisas, provas
teóricas e práticas, sem parâmetros comparativos, mas por meio da observação e
registro do professor e da recuperação de conteúdos não assimilados no decorrer
da aprendizagem.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
11. REFERÊNCIAS
<http://www.artenaescola.org.br>
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>
BARBOSA, Ana Mae - A imagem no Ensino da Arte: anos oitenta e novos tempos. 2ª edição, São Paulo: Editora Perspectiva, 1984.
Paraná, Secretaria do Estado da Educação - Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná - Artes e Arte - SEED. 2007.
FERRAZ, M.; FUSARI, M.R. Metodologia do ensino da Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993.
CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO -SEED, Curitiba,2006.
MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
147
OSTROWER, Fayga P. Universos da Arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
148
DISCIPLINA DE BIOLOGIA-CEEBJA / IRATI
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de
acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento que
norteia as Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da
Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos,
metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que contempla a elaboração
da proposta Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “é objeto de estudo da Biologia o
fenômeno VIDA em toda sua diversidade de manifestações e que ao longo da
história da humanidade, várias foram as explicações para o surgimento e a
diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem
com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica
ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a
compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica
e os contextos sociais, econômicos e políticos.
Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno VIDA significa
pensar em uma ciência em transformação onde o caráter provisório do
conhecimento científico possibilita uma mudança constante de conceitos e teorias
elaboradas em cada momento histórico e social.
As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram
que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de
questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento
de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa
intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos
ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a
vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento no planeta Terra, a espécie
humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo
mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por
outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou
aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a
fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao
149
homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de
instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”.
Ressaltam também,
o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...). É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido.
É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao
conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes
entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e
processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz
necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da
tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e
interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos
que sustentam a vida.
Assim, para a construção do conhecimento sistematizado, além do perfil
do educando da EJA, deve-se considerar suas concepções, posicionamentos e
ideias, uma vez que aprender envolve a produção/criação de novos significados.
Também é importante que os aspectos históricos da disciplina de Biologia
sejam trabalhados, pois permitem que o educando perceba que, ao longo da
história da humanidade, o homem sempre procurou entender como os fenômenos
naturais ocorrem, qual a origem e a evolução dos seres vivos e os fatores
determinantes da sobrevivência das espécies ao longo do tempo.
O recente avanço tecnológico e a expansão das pesquisas científicas que
se apresentam na mídia atualmente, especialmente as descobertas científicas da
área da Biotecnologia, despertam o interesse dos estudantes pela compreensão
dos fatos que vêm se revelando à sociedade.
Debater essas informações leva o educando a tornar-se um sujeito crítico,
150
investigativo e interessado em compreender a realidade. Dessa forma, a interação
entre o professor e o aluno é fundamental no processo da construção dos
conhecimentos científicos.
Desta forma, os conhecimentos da Biologia são essenciais para o
desenvolvimento de posturas e valores pertinentes as relações entre os seres
humanos, o meio em que vivem contribuindo para uma educação que formará
cidadãos conscientes capazes de realizar ações práticas de fazer julgamentos e
tomar decisões na sociedade em que vivem. Assim, o ensino de Biologia deve:
• preparar o educando para a cidadania no sentido universal e não apenas
profissionalizante, aprimorando-o como ser humano sensível, solitário e
consciente;
• propiciar um aprendizado útil à vida e ao trabalho, no qual as informações
se os conhecimentos transmitidos se transformem instrumentos de
compreensão, mudanças e previsão da realidade;
• aprimorar o conhecimento científico e tecnológicos adquiridos
informalmente;
• relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de
fatos ou processos biológicos evitando desta forma uma visão fragmentada
do conhecimento;
• propiciar ao aluno condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu
papel como sujeito capaz de atuar na realidade, agindo com
responsabilidade consigo, com o outro e com o ambiente em que vive;
• compreender a relação mútua existente entre a vida e o ambiente;
• conhecer o seu corpo, zelar por ele, valorizando-o e adotando hábitos para
a sua saúde e dos que estão a sua volta;
• estar consciente de que a natureza é um organismo vivo do qual a
humanidade depende e deve preservá-la para as gerações futuras;
• estabelecer conceitos de maneira crítica e construtiva em diferentes
situações;
• entender o impacto da tecnologia associada à Biologia na sua vida
151
pessoal, nos processos de produção, no desenvolvimento do
conhecimento e na vida social;
• desenvolver o pensamento biológico de forma a permitir a reflexão sobre a
origem, o significado, a estrutura orgânica e as relações do objeto de
estudo da disciplina com o fenômeno vida.
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- BÁSICOS DA DISCIPLINA
A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do
currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA,
fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED – PR.
É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da
disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o
perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-
PR,
os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena.
Segundo as Diretrizes,
estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos
152
conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.
Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do
Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos
básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que
vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na
prática.
A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Organização dos Seres Vivos Mecanismos Biológicos Biodiversidade Manipulação Genética
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos. Sistemas biológicos: anatomia, morfologia efisiologia. Mecanismos de desenvolvimento embriológico. Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos. Teorias evolutivas. Transmissão das características hereditárias. Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência com o ambiente. Organismos geneticamente modificados.
Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino
Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos
conteúdos básicos, descrita a seguir:
os Conteúdos estruturantes e básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. Ao estabelecer os conteúdos básicos, significa dar um novo significado de forma a relacioná-los com seus conteúdos específicos sob os pontos de vista
153
vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia.
Assim, a disciplina de Biologia deve ser capaz de relacionar os diversos
conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento,
priorizando o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos. Portanto
é necessário, que os conteúdos básicos sejam desdobrados em conteúdos
específicos, e que estes sejam abordados de forma integrada, oportunizando aos
educandos uma visão mais aprofundada e não fragmentada dos conhecimentos
biológicos. Tais relações deverão ser desenvolvidas ao longo do Ensino Médio,
num aprofundamento conceitual e reflexivo, com vista a dotar o aluno das
significações dos conteúdos em sua formação neste nível de ensino.
Os conteúdos estruturantes de Biologia foram determinados levando em
consideração, não só os aspectos históricos dos conhecimentos biológicos ao
longo da história humana, mas a atual situação social, política, econômica e
ambiental em que vivemos.
Desta forma, são apresentados a origem dos conteúdos estruturantes e
suas possíveis relações com os conteúdos básicos da disciplina de Biologia:
2.1. Organização e distribuição dos seres vivos
O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as
observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza.
Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke
século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie Von Leewenhoeck, o
mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e
da Tecnologia.
A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias
sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as
estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da
anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o
154
aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII.
No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian
Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst Von Baer desenvolveram estudos sobre
a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo
Von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther
Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou
este processo nas plantas.
Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p
255),
...a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser à base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina.
Deste modo, esse conteúdo estruturante deve abordar a classificação dos
seres vivos como uma tentativa de conhecer e compreender a diversidade
biológica, de maneira a agrupar e caracterizar os seres vivos compreendendo
também os fatores que determinaram o surgimento ou a extinção das espécies ao
longo do tempo.
2.2. Biodiversidade
A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de
caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades
vitais, fez com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Têm-se
registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através
das representações de animais e plantas nas pinturas rupestres realizadas nas
cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do
ano 1800 a.C.
A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos
155
com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas
observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto
deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos
vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos
órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o
fundador da anatomia vegetal.
Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a Zoologia e a
Botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de
observação da natureza.
Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que
seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua
utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos.
Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras
implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as
atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a
destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em
lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em
nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de
grandes desafios diante do progresso científico.
O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade
biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de
espécimes, mas entendendo que a observação e sistematização do observado é
uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação
e na taxionomia. (KRASILCHIK, 2004)
Portanto, neste conteúdo estruturante, pretende-se discutir os processos
pelos quais os seres vivos sofrem modificações, perpetuam uma variabilidade
genética e estabelecem relações ecológicas, garantindo a diversidade de seres
vivos.
2.3. Mecanismos Biológicos
Este conteúdo estruturante privilegia o estudo dos mecanismos que
explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam.
156
Assim, a abordagem desse conteúdo, deve propiciar a compreensão
desde o funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de
seres vivos até o estudo dos componentes celulares e suas respectivas funções.
No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van
Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um
grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou
grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a
estrutura celular, e os primeiros microorganismos, inicialmente denominados
animálculos, foram observados (ROSSI, 2001).
Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do
microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida,
colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração
Espontânea. Diferentes ideias transformistas foram se consolidando entre os
cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a
publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi
também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel
desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças
infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação.
Assim, com a construção e o aperfeiçoamento do microscópioe a
contribuição de outros estudos da física e da química, foi possível estabelecer
uma análise comparativa entre os organismos unicelulares e pluricelulares, numa
perspectiva evolutiva.
2.4. Manipulação Genética
No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi
possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material
químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do
DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como
a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no
leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos
gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de
eliminar doenças geneticamente transmitidas.
157
A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que
podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós
mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas
as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas,
uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são
função importante da própria sociedade.
Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002).
Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico possibilitou, ao
homem manipular o material genético dos seres vivos proporcionando um enorme
conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela.
É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas
implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de
biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação
do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas.
A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a
divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que
estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção
industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca
das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-
las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é
uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK,
2004, p. 186),
Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação
genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da
tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para
CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral”
e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos
manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou
158
resolver problemas.
Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995).Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004)
Assim, este conteúdo estruturante, deve abordar os avanços da biologia
molecular, as biotecnologias aplicadas e os aspectos bioéticos dos avanços
biotecnológicos que envolvem a manipulação genética, permitindo aos estudantes
compreender a interferência do ser humano na diversidade biológica, através de
uma análise crítica dos avanços da ciência na atualidade.
3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da vida e sua
diversidade de manifestações significa pensar em uma ciência em transformação,
cujo caráter provisório do conhecimento garante uma reavaliação dos seus
resultados e possibilita um repensar e uma mudança constante de conceitos e
teorias elaboradas em cada momento histórico e social.
O recente avanço tecnológico e a expansão das pesquisas científicas,
especialmente na área da Engenharia Genética, despertam o interesse dos
educandos pela compreensão dos fatos que vêm se revelando à sociedade.
Debater estas informações, utilizando a metodologia da investigação, leitura e
pesquisa através de trabalhos em grupos, faz do aluno um sujeito investigativo e
interessado em buscar e conhecer a realidade do ambiente onde está inserido.
A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um
papel fundamental na socialização dos sujeitos agregando elementos e valores
que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural. Dessa
forma , ao considerar os eixos norteadores que fundamentam as diretrizes da
159
EJA: Trabalho cultura e tempo, assim como o perfil diferenciado dos educandos
dessa modalidade de ensino estará oportunizando aos educandos, tornarem-se
sujeitos participativos na construção do conhecimento .
Assim, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Biologia,
adotar-se-á critérios pedagógicos e recursos didático-tecnológicos variados como
vídeos, imagens, transparências, livro didático público, jogos interativos,
atividades práticas no laboratório de ciências, a busca de informações através da
pesquisa via Internet, utilizando o laboratório de informática e o portal Dia-a-dia
Educação. A aula dialogada e expositiva será complementada através de
imagens e vídeos com utilização da TV multimídia, articulando dessa maneira, o
processo de ensino e aprendizagem com os recursos tecnológicos. A leitura, a
escrita, a produção e interpretação de textos, são recursos necessários para
desenvolver o raciocínio e potencialidade dos educandos da EJA.
Assim, a proposta metodológica da disciplina estará centrada numa
pedagogia construtivista, onde o aprendizado se dará pela interação professor,
aluno e conhecimento. Portanto, a participação dos educandos, seus
posicionamentos e experiências de vida, percepções e interpretações dos fatos e
fenômenos biológicos, são importantes, uma vez que aprender envolve a
produção ou criação de novos significados, durante a apropriação dos
conhecimentos científicos pelos estudantes.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
160
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como característica dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
161
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
4. AVALIAÇÃO
Configurando-se como um instrumento analítico que se processa em um
conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo,
para investigar e intervir na melhoria do processo de ensino e aprendizagem, a
avaliação será diagnóstica de forma contínua e sistemática, ou seja, será
acompanhado diariamente o desenvolvimento dos educandos, considerando seus
conhecimentos e experiência de vida, sua cultura, a capacidade de observar e
investigar, discutir ideias, estabelecer conceitos, buscando novos conhecimentos
através da pesquisa, utilizando-se de várias metodologias e instrumentos que
possibilitem o acompanhamento e verificação da aprendizagem com prevalência
dos aspectos qualitativos.
Para Carvalho,
torna-se necessário ampliar o conceito e a prática de avaliação ao conjunto de saberes, destrezas e atitudes que interesse contemplar na aprendizagem de conceitos biológicos, intervindo e reformulando os processos de aprendizagem sempre que for necessário.
Desta forma, a avaliação na disciplina de Biologia, será de cunho
diagnóstico e diversificada, onde além de testes escritos, serão realizados
trabalhos individuais ou em grupos, pesquisas e debates, priorizando as
produções textuais, relatórios de vídeos, palestras e outras atividades
desenvolvidas ao longo do período.
As avaliações terão valores diferenciados, sendo que o resultado da
162
média será obtido pela somatória das avaliações realizadas no período
considerando sempre o crescimento pessoal e o aprendizado do aluno.
O valor mínimo para a aprovação do aluno será seis (6,0) com cem por
cento (100%) de frequência com registro de quatro (4) avaliações para alunos que
frequentam a EJA. A Educação de Jovens e Adultos se organiza de duas formas:
A individual está pautada num cronograma que contempla a disponibilidade de
tempo do educando. Ele poderá iniciar a disciplina em qualquer época e
frequentar de acordo com a sua disponibilidade de horário. A carga horária para
conclusão das disciplinas deverá ser de 100 % presencial. A coletiva tem início e
término pré-estabelecido pela escola e a frequência mínima para conclusão é de
75% presencial da carga horária total prevista para cada disciplina.
A recuperação de estudos será ofertada aos alunos que não tiverem uma
aprendizagem satisfatória ou não atingirem a média 6.0, sendo realizada
paralelamente ao desenvolvimento dos conteúdos trabalhados e não assimilados
pelos educandos, oportunizando uma nova aferição do processo de avaliação.
Dessa forma, o processo avaliativo aplicado na EJA estará voltado a
atender as necessidades do educando, considerando seu perfil, seus
conhecimentos acumulados que são importantes para a sua formação e
construção do conhecimento oportunizando-lhe o acesso e a permanência no
sistema escolar.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
5. REFERÊNCIAS
BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002,
p.19
BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI, R.
Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras, 1998.
BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
_____. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC, Brasília,
163
2004.
BERNARDES, J.A. & FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA,
S.B. da &GUERRA, A.J.T. A Questão Ambiental. Diferentes Abordagens. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
CARRETRO, Mario. Construir y enseñarlascienciasexperimentales. Aique
Grupo Editor. Argentina.
FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria. Ensino Médio: ciência, cultura e
trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC,
2004.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. revisado e
ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
_____. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 1987.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
KUENZER, A. Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do
trabalho. São Paulo: Cortez, 2002.
MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília,
2004.
MORIN, E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: GUIMARÃES,
M. A formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da
educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação &
Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999.
SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas:
Autores associados, 1993, p.20-28.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de
Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de
Relações (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004).
SEED. Diretrizes Curriculares de Biologia para a Educação Básica. Curitiba.
2009.
164
SIDEKUM, A. Bioética: como interlúdio interdisciplinar. Revista Centro de
Educação. vol.27, n.º 01. Edição 2002, disponível em
www.ufsm.br/ce/revista/index.htm
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia. 9ª edição. São Paulo: Ática, 2004.
SOARES, José Luis. Biologia no terceiro milênio, ed. Scipione, 2000.
AMABIS, José Mariano & MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia, volume único,
Editora Moderna, São Paulo, 1997.
LINHARES, Sérgio & GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje – Citologia
e Histologia. 4ª ed. São Paulo, Ática, 1994.
FONSECA, Albino. Biologia. 34ª ed., São Paulo, Ática, 1992.
DIAS, DiaronePaschoarelli. Biologia Viva. 1ª ed. São Paulo, Moderna, 1996.
SENE, Fábio de Melo. Genética e evolução. São Paulo: EPU, 1981.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA.
STORER, T. et al Zoologia Geral. São Paulo: Companhia Nacional, 2002.
JOLY, A.B. Botânica: introdução a Taxionomia vegetal. São Paulo: Editora
Nacional, 2002.
KREUZER, H. et al Engenharia Genética e Biotecnologia. Porto Alegre: Artmed,
2002.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
165
DISCIPLINA DE CIÊNCIAS - CEEBJA/IRATI
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Ciências tem como objetivo de estudo o conhecimento
científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico,
entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o
Universo em toda sua complexidade. Cabe ao ser humano interpretar
racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações
entre elementos fundamentais como espaço, matéria, movimento, força, campo,
energia e vida.
Segundo Lopes (2007), denominar uma determinada ciência de natural é
uma maneira de enunciar tal forma de legitimação, assim as chamadas ciências
naturais passam a ser tomadas como um saber distinto das ciências matemáticas,
das ciências sociais e das ciências aplicadas.
Historicamente a ciência está ligada não somente ao conhecimento
científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido,
as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que os apóiam
(KNELLER, 1980).
Para Gaston Bachelard (1884-1962), existem três grandes períodos do
desenvolvimento do conhecimento científico:
O primeiro período, que representa o estado pré-científico, compreendia
tanto a Antiguidade clássica quanto os séculos do renascimento e de novas
buscas, como séculos XVI, XVII e até XVIII.
O segundo período, que representa o estado científico, em preparação no
final do século XVIII, se estenderia por todo século XIX e início do século XX. Em
terceiro lugar, consideraríamos o ano de 1905 como início da era do novo espírito
científico, momento em que a Relatividade de Einstein deforma conceitos
primordiais que eram tidos como fixados para sempre. (BACHELARD, 1996, p.09)
Desta forma resumidamente podemos dizer que o estude de ciências veio
ao longo dos anos evoluindo e passando por diversos modelos científicos: modelo
anivista, modelo atomista, modelo geocêntrico, modelo heliocêntrico, modelo
organicista, modelo fixista e modelo evolutivo. Compreendemos então que o
estudo científico permeou desde os modelos envoltos em crenças essenciais e
166
magias, até a compreensão de que na Natureza nada é definitivo, tudo é passível
de mutação e evolução, temos assim uma natureza dinâmica.
A disciplina de Ciências Naturais tem caráter interdisciplinar e de
contextualização sócio-histórica, trazendo em seus conteúdos diversas áreas do
conhecimento, tais como: Astronomia, Geografia, Geologia, Matemática, Física,
Química e Biologia, considerando que esses conhecimentos permeiam os
Conteúdos Estruturantes da Disciplina (Astronomia, Matéria, Sistemas Biológicos,
Energia e Biodiversidade) e que são abordados de maneira integrada, visando
superar uma visão fragmentada dos conceitos.
O processo de ensino aprendizagem de Ciências se constitui num
conjunto de conhecimentos científicos necessários para compreender e explicar
os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo globalizado, como um
ser atuante na melhoria da qualidade de vida.
Nesse processo se valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a
divergência, o questionamento das certezas e incertezas, superando o tratamento
curricular dos conteúdos por eles mesmos, priorizando a sua função social.
As ciências e as demais disciplinas constituem-se modeladores
explicativos em contextos sociais e culturais, devendo assim em conjunto garantir
a compreensão do todo para a construção de uma visão de mundo em toda a sua
complexidade.
Toda a ciência tem sempre um começo filosófico. Inicialmente
suposições; depois as tentativas de provar o que se supôs: é a investigação, a
experimentação.
A disciplina de Ciências Naturais por sua riqueza de diversidade em
conteúdos, abordagem de temas atuais, desenvolvimento científico, problemas
relativos ao meio ambiente e a saúde, tem a preocupação de enfatizar conteúdos
socialmente relevantes e processos de discussão coletiva de temas e problemas
de significado e importância reais e que favoreçam aos estudantes o acesso ao
conhecimento científico.
Conforme consta na abordagem metodológica dos Conteúdos Básicos de
Ciências, deve-se levar em consideração que para formação conceitual, há
necessidade de valorizar as concepções alternativas dos estudantes.
167
A essência do ensino de ciências é o reconhecimento do ambiente nas
suas interações e transformações e o seu objetivo maior é possibilitar aos
estudantes uma “sociedade mais justa e com oportunidades iguais para todos”
(DCE: 16)
1.1. Objetivos:
• Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em
sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive, em
relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do
ambiente.
• Compreender a ciência como um processo de conhecimento e uma
atividade humana;
• Identificar relações entre conhecimento cientifico, produção de tecnologia e
condições de vida no mundo de hoje em sua evolução histórica e
compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas;
• Compreender a saúde a pessoal, social e ambiental;
• Saber utilizar conceitos científicos básicos associados à energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
• Aplicar os conhecimentos adquiridos de forma responsável, de modo a
contribuir para melhoria das condições ambientais, da saúde e das
condições gerais de vida de toda sociedade;
• Perceber a profunda interdependência entre os seres vivos, inclusive nossa
espécie e os demais elementos do ambiente;
• Oportunizar o desempenho da consciência que desenvolvam o potencial
de análise crítica do aluno no que diz respeito a sua sociabilidade,
convivência, sexualidade, dragodição e discriminação racial.
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• O currículo de Ciências no Ensino Fundamental é constituído
historicamente por um conjunto de ciências que se somam numa mesma
disciplina escolar para compreender os fenômenos naturais nesta etapa
168
da escolarização. Os conhecimentos físicos, químicos e biológicos,
dentre outros, são contemplados nessa disciplina com vistas à
compreensão das diferenças e inter-relações entre estas ciências, ditas
naturais, no processo de ensino aprendizagem.
• As ciências de referência orientam a definição dos conteúdos
significativos na formação dos alunos na medida em que oportunizam o
estudo da vida, do ambiente, do corpo humano, do universo, da
tecnologia, da matéria e da energia, dentre outros, fornecendo subsídios
para a compreensão crítica e histórica do mundo natural (conteúdo da
ciência), do mundo construído (tecnologia) e da pratica social
(sociedade).
3. Desta forma são propostos os conteúdos estruturantes da disciplina de
ciências: Astronomia; Matéria; Sistemas Biológicos; Energia e
Biodiversidade.
• A partir desta concepção, os conteúdos específicos serão abordados em
suas inter-relações com outros conteúdos e disciplinas, considerando
seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e
sociais, as quais devem ficar evidentes no processo de ensino e de
aprendizagem da disciplina. (GASPARIM, 2003)
169
CIÊNCIAS – ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
ASTRONOMIA
UniversoSistema SolarAstrosMovimentos terrestresMovimentos celestesOrigem e evolução do UniversoGravitação universal
MATÉRIAConstituição da matériaPropriedades da matéria
SISTEMASBIOLÓGICOS
Níveis de OrganizaçãoMecanismos de herança genéticaNíveis de organização CelularCélulaMorfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIAFormas de energiaConversão de energiaTransmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Origem da vidaOrganização dos seres vivos SistemáticaEcossistemasEvolução dos seres vivoInterações ecológicas
14. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA DISCIPLINA
Para o ensino de ciências é imprescindível que se crie espaço para o
aluno pensar, discutir, argumentar e formular suas próprias explicações. É
importante estimular o interesse pela investigação que lhe permita construir e
reconstruir suas ideias e assim ampliar sua compreensão de mundo.
Para se ter sucesso no ensino de ciências a metodologia empregada
deve ser diversificada permeando entre o método tradicional que se caracteriza
por aulas expositivas, onde o professor transmite suas ideias considerando o que
é importante, e, o método renovado, onde o professor poderá valorizar as
hipóteses e as perguntas dos alunos, suas conquistas ajudando-os a superar
suas dificuldades, colaborando para o desenvolvimento da auto-estima e de
atitudes de respeito a si próprio e aos outros.
O professor fará uso de diversas abordagens metodológicas como, por
170
exemplo: aulas expositivas, atividades em grupo, trabalhos de pesquisa, leitura de
reportagens, filmes, músicas, experimentos, dinâmicas, documentários e pesquisa
na Internet.
Como recursos didáticos poderá contar com o auxílio de livros didáticos,
da TV multimídia e do laboratório de informática, bem como demais recursos
disponíveis na escola.
O ensino de ciências deve contribuir para que os educandos
compreendam melhor o mundo e suas transformações, possam agir de forma
responsável em relação ao meio ambiente, ao seu próprio corpo e aos seus
semelhantes e reflitam sobre as questões éticas que estão implícitas na relação
entre ciência e sociedade.
Nesse processo, o papel do educador é fundamental. Sua atitude é
sempre uma referência para os alunos: a consideração das múltiplas opiniões, a
persistência na busca de informações, a valorização da vida e o respeito às
individualidades serão observados e servirão de exemplo na formação dos
valores dos estudantes.
Assim, a proposta metodológica da disciplina estará centrada numa
pedagogia construtivista, onde o aprendizado se dará pela interação professor,
aluno e conhecimento. Portanto, a participação dos educandos, seus
posicionamentos, percepções e interpretações dos fatos e fenômenos biológicos,
são importantes, uma vez que aprender envolve a produção ou criação de novos
significados, durante a apropriação dos conhecimentos científicos pelos
estudantes.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
171
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
172
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com Os
conteúdos obrigatórios da instrução 009/11-SUED/SEED.
15. AVALIAÇÃO
A avaliação faz parte do processo de aprendizagem e formação dos
alunos, então precisa ser realizada diariamente, de maneira contínua e
participativa. A partir de uma avaliação constante, é possível retirar informações
para o aprimoramento do ensino na escola, reorganizando as ações dos
professores, e dos estudantes.
Os critérios de avaliação em Ciências estão relacionados com a
abordagem de cada conteúdo específico e também com o instrumento de
avaliação adotado.
Serão utilizados os seguintes critérios para avaliar o desempenho dos
estudantes e também para diagnosticar a eficiência dos procedimentos
metodológicos adotados pelo professor:
• Análise e síntese;
• Argumentação oral;
• Argumentação escrita;
• Interpretação;
• Criatividade;
• Formulação de hipóteses.
• Os instrumentos de avaliação utilizados serão:
173
• Provas e trabalhos individuais com consulta;
• Prova individual sem consulta para estimular o estudo prévio;
• Participação em atividades em classe;
• Trabalhos em grupo;
• Relatórios de experimentos.
Buscando dessa forma uma avaliação formativa, contínua, cumulativa e
permanente. Serão atribuídos valores relacionados ao número de atividades
realizadas. Se após as atividades e avaliações propostas o educando ainda não
tiver atingido os objetivos propostos no mínimo exigidos, será proporcionada a
recuperação de conteúdos para a superação da defasagem.
A aprendizagem, segundo Demo (2000) é marcada profundamente pela
virtude de trabalhar os limites em nome dos desafios e os desafios dentro dos
limites. A aprendizagem é no seu âmago, expressão política e ética. Tem como
objetivo a formação do sujeito capaz de saber o que fazer da vida, de construir
sua própria história, mas sempre com o sentido solidário, pois a ética dessa
história se origina no mundo dos valores no qual a educação deve se fundar.
Para que o ser humano seja valorizado em sua totalidade enquanto
sujeito histórico e agente de transformações sociais, os alunos com necessidades
especiais serão avaliados de acordo com suas especificidades conforme a Lei Nº
9394 da LDB, capítulo, artigo 58.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
5. REFERÊNCIAS
BARROS Carlos, PAULINO Wilson Roberto. Ciências 5ª a 8ª Séries. São Paulo:
Ática, 2007.
AMARAL, Ivan Amorosino do. Metodologia do Ensino de Ciências como
Produção Social (versão preliminar). PROESF. Faculdade de
Educação/UNICAMP, maio/2006(p.3 e13).
GEWANDSZNAIDER Fernando. Ciências: livro do professor/ São Paulo: Ática,
174
2002.
ALVARENGA, J. P.; et al.Ciências no dia-a-dia. Belo Horizonte: Dimensão, 2000.
BARROS, C. O corpo humano. São Paulo: Ática, 2002.
REVISTA DO PROFESSOR, Ed. CPOEC, nº 44.
VALLE, C. Coleção Ciências. Curitiba: Nova Didática, 2004.
REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes
Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental- 2009.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
175
DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA-CEEBJA-IRATI
A disciplina de Educação Física, no ensino fundamental e médio, visa
proporcionar ao educando vivências diversas que contribuam para um
desenvolvimento integral, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.
A Educação Física ao longo da sua história sofreu influências de várias
correntes filosóficas e estas interferiram na ação pedagógica dos profissionais
desta área. Além disso, o ensino da Educação Física esteve atrelado à
apropriação do conhecimento, sem permitir ao aluno a devida reflexão crítica,
pautando sua prática no cotidiano escolar sem significado social e cultural.
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71, a Educação
Física passa a ser entendida como atividade, conforme pode ser evidenciado no
decreto-lei 69450 de 11 de novembro de 1971, que apresenta a seguinte
concepção de Educação Física: “A atividade que por seus meios, processos e
técnicas desperta, desenvolve e aprimora forças físicas, morais, psíquicas e
sociais do educando, constitui um dos fatores básicos para a conquista das
finalidades da educação nacional”. Passando a Educação Física então, a ter uma
legislação específica, instituindo a integração dessa disciplina como atividade
escolar regular e obrigatória no currículo dos cursos em todos os níveis e
sistemas de ensino.
Apesar de ser revogado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, o decreto-lei nº 69450/71
ainda representa a referencia para a Educação Física nos dias de hoje, pois o
mesmo dispõe sobre objetivos, padrões de referência, planejamento, critérios de
avaliação, fundamentos básicos para a compreensão dos significados da
Educação Física contidos em instrumentos legais, sendo que a lei em vigor não
estabelece esses referenciais.
Através dos diferentes contextos históricos definiu-se a Educação Física
Escolar, ou seja, o que deveria ser ensinado aos alunos. Até o final do século XIX,
quase toda produção ligada à Educação Física era de caráter médico-higienista,
dando grande importância à ginástica, com o objetivo de conservar e restabelecer
176
a saúde por meio do exercício. Esta prática se orientava pela dimensão biológica
que essa disciplina ainda não superou completamente.
Porém no início do século XX, o panorama de Educação Física escolar, no
Brasil, incorporou um novo determinante para seu ensino, o esporte. Esta
tendência pode ser explicada pelo desenvolvimento do sistema capitalista de
produção que incorpora os princípios de rendimento, competição, da
racionalização técnica, na busca constante de sua superação e vitória. Esta
prática, no campo da Educação Física Escolar, persiste até a década de 70,
quando perde sua especificidade. O discurso e prática da psicomotricidade vieram
a substituir o conteúdo até então de natureza esportiva.
As propostas de ensino, mais diretamente voltadas a psicomotricidade,
preocupavam-se com o desenvolvimento da criança nos processos cognitivos,
afetivos e psicomotor. A Educação Física era apenas um meio. Um meio para
aprender e também, era um meio de socialização.
Neste contexto, a Educação física perde sua especificidade, uma vez que
não tem mais conteúdo próprio e este, talvez, passa a ser o momento mais
contraditório da sua história.
Em pleno século XXI, o ensino da Educação Física na escola, constitui-se
em muitos momentos na instrumentalização do corpo com movimentos
mecânicos e gestos estereotipados, sem reflexão crítica, geralmente, com a
fixação nas práticas esportivas que, normalmente, desconsideram o ser humano
no sentido de sua totalidade. As práticas corporais se restringem ao âmbito da
motricidade.
Com a Educação Física e o Desporto, contava-se que o aluno poderia
compreender de maneira prática, como a atividade física melhoraria a qualidade
de vida em todos os sentidos: físicos, intelectual e psicológico. Reconhecendo o
desempenho individual, sem discriminação por características pessoais, físicas
sexuais ou sociais.
O movimento é uma característica fundamental à sobrevivência do ser
humano, o que o leva a aproximar-se da Educação Física e dos esportes
integrando-o a sociedade como ser participativo, crítico e criativo. Segundo
Platão: “Todo ser vivo tem necessidade de saltar e brincar e é portador de um
177
ritmo que produz a dança e o canto".
As relações que estabelecemos com os nossos pares em nossas
atividades diárias ocorrem por meio da expressão oral e corporal que nos foram, e
nos são, transmitidas culturalmente e socialmente. Essas relações são
construídas dependendo da preocupação e objetivo de cada momento histórico,
no qual a sociedade está inserida. É importante a escola e o professor, por meio
da sua disciplina, proporcionar ao educando a percepção das relações que se
estabelecem no seu dia-a-dia ligadas a vivência corporal, podendo transformá-la
e entendo como esses entrelaces acontecem.
A Educação Física, integrada a Proposta Pedagógica da Escola, é
componente curricular do Ensino Fundamental e Médio, ajustando-se a faixas
etárias e realidade da comunidade escolar.
Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005,
p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização
das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a
expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais
historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades
da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a
dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto, negar o movimento
como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior
número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já
trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa.
Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:
(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.
A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação
Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de
movimentos, formando o cidadão que vai produzí-la, reproduzí-la e transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua
178
inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais
que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim
todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as
diferentes culturas.
Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-
aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de
um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos
significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento,
incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade
física, isto é, movimento corporal humano.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
• Desenvolver o aspecto reflexivo e participativo.
• Demonstrar capacidade para discutir e modificar regras, reunindo
elementos de várias manifestações de movimento e estabelecendo uma
melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal.
• Adquirir consciência da sua importância das atividades físicas
• Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo
as diferenças individuais e procurando colaborar para que o grupo possa
atingir os objetivos a que se propôs.
• Reconhecer na convivência maneiras eficazes de crescimento coletivo,
dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática sobre
diferentes pontos de vista postos em debate.
• Interessar-se pelo surgimento das múltiplas variações da atividade física,
enquanto objeto de pesquisa e área de interesse social de mercado de
trabalho promissor.
• Compreender o funcionamento do organismo humano de forma a
reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como
melhoria de suas aptidões físicas.
179
• Desenvolver as noções conceituadas de esforço, intensidade e frequência,
aplicando-as em suas práticas corporais.
• Refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz
de discerni-las e reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma
postura autônoma, na seleção de atividades procedimentos para a
manutenção ou aquisição da saúde.
• Compreender as diferentes manifestações da cultura corporal,
reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e
expressão.
• Estabelecer de forma sadia momentos de lazer.
• Reconhecer as habilidades desportivas coletivas e individuais.
• Adquirir gosto pela atividade física.
• Proporcionar ao aluno a formação necessária para a vida em sociedade,
integrando-o em novos grupos sociais de uma forma consciente, através
da atividade física.
• Promover o desenvolvimento dos jogos intelectuais como: dama, xadrez e
dominó.
• Consolidar a Educação Física como disciplina escolar com objetivos
pedagógicos que transcendam os objetivos do esporte com um fim na sua
prática.
• Proporcionar a compreensão da prática corporal como parte cultural e
social do meio em que vive, possibilitando a prática social, valorizando a
diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações
corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade,
entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das
manifestações corporais historicamente produzidas.
180
CONTEUDOS ESTRUTURANTES
ESPORTE:
Coletivos, individuais e radicais.
JOGOS:
Jogos de tabuleiro, jogos dramáticos e jogos cooperativos.
DANÇA:
Danças folclóricas, danças de salão e danças de rua.
GINÁSTICA:
Ginástica artística/olímpica, ginástica de condicionamento físico e ginástica geral
LUTAS:
Lutas de aproximação, lutas que mantêm à distância, lutas com instrumento
mediador e capoeira.
METODOLOGIA DE ENSINO
A metodologia do ensino da Educação Física, terá como ponto de partida
uma práxis pedagógica, vinculada aos conteúdos. Os mesmos serão
estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas,
despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da
necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua
vida, valorizando a cultura, trabalho e tempo.
Nas diretrizes curriculares para o EJA a cultura refere-se a conjunto de
traços característicos do modo de vida de uma sociedade, de uma comunidade ou
de um grupo ai compreendidos os aspectos que se podem considerar os mais
cotidiano. O tempo pode ser considerado de forma cronológica e linear ao aluno
do EJA. O trabalho da ênfase a necessidade do aluno em relação ao mercado de
trabalho bem como enfatiza o futuro capitalista em q vivem. Será proposta a
metodologia de forma a abranger interesses que venham ao encontro das
necessidades individuais do educando e da realidade escolar.
181
Os conteúdos propostos serão distribuídos de forma, prática, teórica e
informativa através de aulas expositivas e demonstrativas. Os recursos didáticos
e físicos a serem utilizados serão: estrutura física, quadra poliesportiva no ginásio
municipal de esportes, sala de aula, laboratório de informática, TV, pendrive entre
outros de acordo com a necessidade da aula. Os recursos matérias serão;
raquetes, bolas mesa de tênis de mesa, jogos de xadrez, dominó, aparelho de
DVD e vídeo, livro didático entre outros.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
AVALIAÇÃO
A avaliação esta vinculada ao Projeto Político Pedagógico sendo contínua
permanente e cumulativa. A avaliação é compreendida como uma prática
reflexiva e diagnóstica que orienta a intervenção pedagógica, bem como dá
indicativos para acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos
educandos. .A partir da avaliação o professor reorganizará o seu trabalho
atendendo as reais necessidades dos alunos.
Os alunos serão avaliados de maneira individual e coletiva quando na
execução de atividades praticas e teóricas. O ser humano tem sua individualidade
no desenvolvimento e aquisição de habilidades, dessa forma a avaliação será
182
coletiva quando relacionada a trabalhos em grupo e atividades de cooperação de
forma individual quando relacionada à avaliação teórica – pratica.
A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e
instrumentos diversificados como:
Dinâmicas de grupos em sala;
Discussão dos temas e exemplos contextualizando o tema com o grupo de alunos
Entrega de atividades realizadas; com as finalidades educativas, expressas na
Proposta Pedagógica.
É vedada à avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma
única oportunidade de aferição.
A verificação do rendimento escolar dar-se-á por meio de avaliações
realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem, através de trabalhos
apresentados oralmente, provas teóricas e praticas, debates em sala ,
comprometimento e evolvimento nas aulas teóricas e praticas.
Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) notas,
de acordo com as Propostas Pedagógicas, que corresponderão às provas
individuais escritas e / ou outros instrumentos avaliativos adotados a que,
obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor.
A avaliação da aprendizagem dos alunos da EJA terá os registros de notas
em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para
aprovação, o aluno deverá atingir a média anual igual ou superior a 6,0 (seis
vírgula zero), e apresentar frequência mínima de 75% do total da carga horária do
curso.
A recuperação será paralela durante o processo de ensino-aprendizagem e
entendida como um dos aspectos do seu desenvolvimento contínuo no qual o
aluno, com aproveitamento insuficiente, ou que não tenha assimilado algum
conteúdo, disponha de condições próprias que lhe possibilitem a apreensão de
conteúdos básicos necessários, constituindo então a recuperação paralela num
conjunto integrado ao processo de ensino além de se adequar às dificuldades do
aluno. Essa recuperação poderá ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos
e outras formas para que o aluno possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não
aprendeu e assim recuperá-los, bem como revisá-los de uma maneira
183
diferenciada.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais, a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
REFERENCIAS
BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes
pedagógicas . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte.
Guarulhos I(I): 73-81.2002
COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à
elaboração do currículo escolar. 2ª.ed. São Paulo: Ática, 1997.
COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma:
ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2000.
CORBIN, C.B. The field of Physical Education: common goals, not
common roles. JOPERD, Reston, p.79-87, 1993.
FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A . J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
LOVISOLO, H. Educação Física: a arte da mediação. Rio de Janeiro:
Sprint, 1995.
NEIRA, M.G.; MATTOS. Educação Física na Adolescência: construindo
o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2004.
184
NETO, L.P.X. ; ASSUNÇÃO, J.R. Saiba mais sobre Educação Física. Rio
de Janeiro: Âmbito Cultural Edições, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do
Paraná: Educação Física. Versão Preliminar. 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da
Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do
Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.
SANTO, D. L. Tendências e expectativas da educação física escolar. In: I
Semana de Educação Física, 1993, São Paulo. Anais... São Paulo:
Universidade São Judas Tadeu - Departamento de Educação Física, 1993.
v. 1.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 35.ed. Campinas: Autores Associados,
2002.
SEED. Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação
Básica. Curitiba. 2008.
SOARES, C.L.; et all . Metodologia do ensino de Educação Física. São
Paulo: Cortez, 1992.
SOUZA, E.S. VAGO. T. M. Trilhas e Partilhas: Educação Física na
Cultura escolar e nas práticas sociais. Belo Horizonte: Ed. dos Autores
1997.
ZABALA, A. Aprendizaje significativo: el professor como movilizador de lãs
competências de sus alunos. In: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E
SOCIEDADE, 6., 1997, São Paulo. Anais... São Paulo: Grupo Associação
de Escolas Particulares, 1997. p.1-39.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
185
DISCIPLINA DE LEM- INGLÊS
Apresentação da disciplina
O cenário do Ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do
currículo escolar sofrem constantes transformações com o intuito de atender as
expectativas e demandas sociais e garantir às novas gerações a aprendizagem
dos conhecimentos historicamente produzidos. Esse ensino começou a ser
valorizado depois da chegada da família real portuguesa ao Brasil com o objetivo
de melhorar a instituição pública e atender às demandas advindas da abertura
dos portos ao comércio.
Mais tarde, no governo de Getúlio Vargas, ocorre a criação do
Ministério da Educação e Cultura e as Secretarias de Educação dos Estados.
Nesse contexto iniciam-se estudos para a reforma do sistema de ensino. Com
isso, pela primeira vez, um método de ensino de língua estrangeira foi
oficialmente estabelecido: o Método Direto, método impulsionado pelo ensino das
habilidades orais onde a transmissão de significados ocorre através de gestos,
gravuras, fotos, simulação, enfim, tudo o que possa facilitar a compreensão. Na
gramática pratica-se perguntas e respostas e exercita-se a pronúncia com o
objetivo de atingir uma competência semelhante ao nativo. Cabia ao Ministério da
Educação e Cultura indicar aos estabelecimentos de ensino o idioma a ser
ministrado bem como a metodologia e o programa curricular para cada série.
Comprometido com os ideais nacionalistas, preconizava que a disciplina deveria
contribuir para a formação da mentalidade do aprendiz, e com o desenvolvimento
de hábitos de reflexão para o conhecimento da civilização estrangeira e das
tradições de outros povos. É importante destacar que o ensino de inglês teve o
seu espaço garantido nos currículos oficiais por ser o idioma mais usado nas
transições comerciais.
Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência cultural do Brasil em
relação aos Estados Unidos intensificou-se e, com isso, a necessidade de
aprender inglês tornou-se cada vez maior. Assim, falar inglês passou a ser um
anseio das populações urbanas e o ensino desse língua ganhou cada vez mais
espaço no currículo.
As reflexões da Língua Estrangeira e a ser ensinada. A partir destas
reflexões e de suas implicações no ensino de Língua Estrangeira Moderna, serão
apresentados alguns dos fundamentos teórico-metodológicos que referenciam
186
estas Diretrizes e os princípios que orientam esta escolha:
• O atendimento às necessidades da sociedade contemporânea brasileira e
a garantia da equidade no tratamento da disciplina de Língua Estrangeira
Moderna em relação às demais obrigatórias do currículo;
• O resgate da função social e educacional do ensino de Língua Estrangeira
no currículo da Educação Básica;
• O respeito à diversidade (cultural, identitária, linguística), pautado no
ensino de línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural.
Partindo desses princípios, a pedagogia crítica é o referencial teórico
que sustenta este documento de Diretrizes Curriculares, por ser esta a tônica de
uma abordagem que valoriza a escola como espaço social democrático,
responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento como
instrumento de compreensão das relações sociais e para a transformação da
realidade.
Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um
espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguistica e
cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de
construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o
aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,
portanto, passíveis de transformação na prática social.
A proposta adotada nestas Diretrizes se baseia na corrente sociológica
e nas teorias do Círculo da Bakhtin, que concebem a língua como discurso.
Busca-se, dessa forma, estabelecer os objetivos de ensino de uma
Língua Estrangeira Moderna e resgatar a função social e educacional desta
disciplina na Educação Básica.
Assim, espera-se que os alunos analisem as questões sociais, políticas
e econômicas a ordem mundial, suas implicações e que desenvolvam uma
consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. A língua deve
ser concebida como discurso, e não como código a ser decifrado.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394
determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna
no Ensino Fundamental, a partir da 5.ª série, o idioma foi atribuído a uma
comunidade escolar, conforme suas possibilidades (Art. 26, § 5.º). Para o Ensino
Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua Estrangeira Moderna
como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma em caráter
optativo dentro das possibilidades da instituição (Art. 36, Inc. iii)
187
Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante
transformação. Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma
visão sistêmica e estrutural do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e
opaca.
Segundo Bakhtin (1988), toda enunciação envolve a presença de pelo
menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso
individual, no sentido de que todo discurso se constrói no processo de interação e
em função de outro. E é no espaço discursivo criado na relação entre o eu e o
outro que os sujeitos se constituem socialmente. É no engajamento discursivo
com o outro que damos forma ao que dizemos e ao que somos. Daí a Língua
Estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar o contato com outras formas
de conhecer, com outros procedimentos interpretativos de construção da
realidade.
No ensino de Língua Estrangeira, a língua, o objeto de estudo dessa
disciplina, contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se
fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o ensino
da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é
também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir
sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os
diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência
atingido.
Desta forma, espera-se que o aluno:
• Use a língua em situações de comunicação oral e escrita;
• Vivencie, na aula de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe
possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;
• Compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos
e, portanto, passíveis de transformação na prática social;
• Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
• Reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como
seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
O Conteúdo Estruturante está relacionado com o momento histórico-
social. Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de
188
sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva. Sendo
assim, define-se como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna o
Discurso como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio
de leitura, de oralidade e de escrita que são práticas que efetivam o discurso.
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA OS ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos
(como aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos
(como aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística;
189
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc .;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Pronúncia.
ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO
Cotidiana • Álbum de família -EF
• Bilhetes -EF
• Cartão postal-EF
• Convites-EF
Literária/artística • Biografias-EM
• Contos-EM
• Contos de fadas-EM E FUND.
• Contos de fadas contemporâneos -EM
• Fábulas-EM
• Históricas em quadrinhos- EF
• Lendas-EF
Científica • Debate-EM
• Palestra-EM
• Pesquisas-EM
Escolar • Mapa-EF
• Cartazes-EF
Imprensa • Fotos-EM E FUND.
• Manchete-EM
• Reportagens-EM
• Classificados-EM E FUND.
Publicitária • Anúncio-EM E FUND.
• Músicas-EM E FUND.
• Fotos-EM E FUND.
190
Política • Abaixo-assinado-EM
• Assembleia-EM
• Debate-EM
• Fórum-EM
• Panfleto-EM
Midiática • Blog-EM
• Chat-EM
• Email-EM
• Filmes-EM
• Reality-show-EM
• telejornal-EM
METODOLOGIA
A reflexão crítica acerca dos discursos que circulam em Língua
Estrangeira Moderna somente é possível mediante o contato com textos verbais e
não-verbais. Do mesmo modo, a produção de um texto se faz sempre a partir do
contato com outros textos, que servirão de apoio e ampliarão as possibilidades de
expressão dos alunos.
Nas diretrizes curriculares para o EJA a cultura refere-se a conjunto de
traços característicos do modo de vida de uma sociedade, de uma comunidade ou
de um grupo ai compreendidos os aspectos que se podem considerar os mais
cotidiano. O tempo pode ser considerado de forma cronológica e linear ao aluno
do EJA. O trabalho da ênfase a necessidade do aluno em relação ao mercado de
trabalho bem como enfatiza o futuro capitalista em que vivem. Será proposta a
metodologia de forma a abranger interesses que venham ao encontro das
necessidades individuais do educando e da realidade escolar.
A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam atividades
significativas, as quais explorem diferentes recursos e fontes, a fim de que o aluno
vincule o que é estudado com o que o cerca.
O trabalho pedagógico com o texto trará uma problematização e a
busca por sua solução deverá despertar o interesse dos alunos para que
desenvolvam uma prática analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos
linguístico-culturais e percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas
presentes num discurso – no qual se revele o respeito às diferenças culturais,
crenças e valores.
191
Espera-se que o professor crie estratégias para que os alunos
percebam a heterogeneidade da língua. Nesse caso, pode-se dizer que um texto
apresenta várias possibilidades de leitura, que não traz em si um sentido pré-
estabelecido pelo seu autor. Traz, sim, uma demarcação para os sentidos
possíveis, restringida pelas suas condições de produção e, por isso, constrói-se a
cada leitura: quem faz a leitura do texto é o sujeito; portanto, o texto não
determina a sua interpretação.
Os encaminhamentos metodológicos utilizados na LEM estão
embasados no trabalho com conteúdos que estrapolam o conceito de língua
somente como instrumento de acesso à informação, mas que possibilitam aos
alunos uma visão de linguagem de forma a entender o mundo e de construir
significados. Nesse sentido, os procedimentos metodológicos devem possibilitar
atingir as necessidades do aluno, valorizando as experiências cotidianas.
Nessa perspectiva, partindo do Conteúdo Estruturante, a metodologia
utilizada compreenderá questões da prática social como nos aponta a DCE (2008,
p. 63):[...] questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida da aula será o texto, verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso.
O uso do texto nas aulas de Língua Estrangeira, deverá assumir um
lugar prioritário, devido a sua importância no desenvolvimento desse trabalho.
Ressaltando-se ainda a necessidade de trabalhar com variados gêneros textuais
através de atividades diversificadas. Além de disponibilizar textos aos alunos,
deverá ser possibilitada a reflexão sobre os mesmos, contextualizando-os
No que se refere ao uso dos textos, segundo Antunes (apud DCE,
2008, p.63):
[...] O texto não é a forma prioritária de se usar a língua. É a única forma. A forma necessária. Não tem outro. A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades discursivas.
Salienta-se que o trabalho desenvolvido através de gêneros textuais
precisa estar relacionado com a realidade do aluno e contribuir para reflexão,
despertando a sua curiosidade.
Para tanto, é fundamental que a aprendizagem de Língua Estrangeira
Moderna a partir dos gêneros textuais se desenvolva em três etapas: pré-leitura,
192
leitura e pós leitura.
• Pré-leitura: objetiva considerar os conhecimentos prévios do aluno,
construir hipóteses e discutir a temática;
• Leitura: através da qual pretende-se verificar as hipóteses levantadas;
• Pós leitura: é o momento que possibilita observar a compreensão obtida
do texto. Para que uma leitura em LEM se transforme realmente em uma situação
de interação, é fundamental que o aluno seja subsidiado em conhecimentos
liguísticos, sóciopragmáticos, culturais e discursivos .
A oralidade tem como objetivo expor os alunos a textos orais,
pertencentes aos diferentes discursos, lembrando que na abordagem discursiva,
a oralidade é muito mais do que o uso funcional da língua, é aprender a expressar
ideias em língua estrangeira mesmo que com limitações.
Com relação à escrita, não se pode esquecer que ela deve ser vista como
uma atividade sociointeracional, ou seja, significativa. É importante, que o docente
direcione as atividades de produção textual definindo em seu encaminhamento
qual o objetivo da produção e para quem se escreve, em situações reais de uso.
Nessa perspectiva, cabe ao professor criar condições para que o aluno
seja um leitor crítico, interagindo com os textos, buscando respostas e soluções
às suas necessidades.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na
Proposta Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos
obrigatórios: História do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro,
Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao
uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação
fiscal, enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das
crianças e adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,
Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02.Estes
conteúdos serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos
específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,
ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel
como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na
193
sociedade em que vive.
AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está
articulada aos andamentos teóricos explicitados nas Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira Moderna e a LDB n.º 9394/96.
Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer
o processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do
professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que
se encontra no percurso pedagógico.
A avaliação, enquanto relação dialógica concebe o conhecimento como
apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação-
reflexão-ação, que se passa na sala de aula através da interação professor/aluno
carregado de significados e de compreensão. Portanto, o aluno será avaliado de
acordo com o engajamento discursivo na sala de aula, seja na interação oral;
verbal ou partir de textos de diferentes formas.
A avaliação de aprendizagens dar-se-á da seguinte forma: escrita, oral
e leitura, compreensão, produção, pesquisa, apresentação, exposição de
trabalhos, atividades em grupos e atividades na classe, ou seja, as avaliações
serão cumulativas, diagnósticas e investigativa.
Ao final das avaliações de aprendizagem (escrita, oral e leitura), bem
como das atividades avaliativas e das atividades extraclasse bimestralmente, será
atribuída uma média e posteriormente uma média anual a cada aluno.
A avaliação da aprendizagem dos alunos da EJA terá os registros de
notas em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para
aprovação, o aluno deverá atingir a média anual igual ou superior a 6,0 (seis
vírgula zero), e apresentar frequência mínima de 75% do total da carga horária do
curso.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais, a escola
deve proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar
suas dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:
• observações diárias;
194
• registro de atividades;
• trabalhos de pesquisa;
• tarefas diárias;
• provas e testes;
• apresentação oral de trabalhos;
• participação;
• sínteses de textos lidos;
• síntese crítica de filmes;
• maquetes;
• desenhos;
• cartazes.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
• Desenvolver a leitura do aluno, com a intenção de ampliar sua escrita, bem
como seu vocabulário a cada atividade proposta em sala, buscando o
empenho individual de cada um;
• Despertar a oralidade de cada aluno de maneira gradativa, conduzindo-os aos
poucos suas expressões e conversações em inglês;
• Instruir os alunos para com o uso da gramática e léxica em produções
textuais;
• Levar interesse aos alunos sobre questões como cultura e regionalismo
inglesa;
• Conduzir a crítica dos alunos, proporcionando momentos para que opinem
sobre o dado conteúdo em algumas situações comunicativas. A recuperação
dos conteúdos será durante o decorrer do bimestre sempre que o aluno não
atingir os objetivos, e será oferecida a todos.
Durante o curso (língua Inglesa) serão aplicadas 4 avaliações com peso
6,0, e 4,0 pontos de relatórios, leituras, trabalhos orais e escritos. Para os alunos serem aprovados na disciplina precisam atingir nota
6,0 ou mais, se não conseguirem, fazem a recuperação de estudos, e novas
avaliações são promovidas.
A recuperação de estudos acontecerá concomitantemente aos
conteúdos trabalhados, sempre que houver necessidade e será fornecida a todos
os alunos, independente da nota alcançada, prevalecendo a maior nota obtida.
RECUPERAÇÃO PARALELA
195
A recuperação será paralela durante o processo de ensino-
aprendizagem e entendida como um dos aspectos do seu desenvolvimento
contínuo no qual o todos os alunos e aqueles que não tenham assimilado algum
conteúdo, constituindo então a recuperação paralela num conjunto integrado ao
processo de ensino além de se adequar às dificuldades do aluno. Essa
recuperação poderá ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos e outras
formas para que o aluno possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não
aprendeu e assim recuperá-los, bem como revisá-los de uma maneira
diferenciada.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
196
DISCIPLINA DE FÍSICA/ CEEBJA-IRATI
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas
por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver
um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do
estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na
investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado
para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA &
ROSA, 2005, p.2).
Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas.Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar,
197
historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7)
Nessa perspectiva,
... via de regra, os conteúdos acabam por ser desenvolvido como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138).
Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino
livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de
que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso
possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas,
levando o estudante
... a ter uma ideia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes ideias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42).
Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do
mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao
formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o
desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número
elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores,
ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico"
(ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à
carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo
principal do ensino desta disciplina no nível médio.
Também parece haver um consenso entre os professores em torno da
ideia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de
198
enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa
consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos
fenômenos físicos, é comum
... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25)
Assim,... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra)
Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de
um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por
esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso
significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta,
mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por
vezes, violento, o processo de evolução das ideias científicas” (PONCZEK, 2002,
p. 22).
Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que
vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da
cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.
Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que
sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de
decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à
tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis
relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas
transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste
desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica
de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.
199
Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente
construídas e entendendo que
... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos.(OLIVEIRA,2001, p. 101-102)
Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige
respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em
Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto
social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência.
Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos
abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos
a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam
do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do
ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a aprendizagem
significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses
significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações
adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e,
simultaneamente derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem,
modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente.
Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias,
sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas
experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por
MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam
(fazem). Ou seja, ao se pensar uma metodologia de ensino para a Física é
preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta ideia remete aos
estudos das concepções espontâneas ou ideias alternativas dos sujeitos:
(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as
200
idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de ideias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)
O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre
outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve
permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela
ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para
que o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica.
Assim, espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não
necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar
negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de
utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados,
ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste
sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica.
Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania,
contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de
compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de
compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES &
SHELLARD, 2005, p. 233).
Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a
cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções
externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se
constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo
que a
... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)
201
Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a
contribuição para a formação dos sujeitos através das
... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)
Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas
necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de
ensino os objetivos tem como finalidade criar oportunidades sistemáticas para que
o educando adquira um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que
operem como instrumentos para a interpretação do mundo científico e
tecnológico, em que vivemos, capacitando-os nas escolhas que fará como
indivíduo e cidadão levando em consideração os conhecimentos adquiridos em
outras instâncias sociais e motivar a autonomia intelectual a fim de que se tornem
sujeitos ativos do processo educacional.
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário
pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar
aprendizagens significativas aos educandos da EJA.
Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta
curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a
experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como
instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos
educandos da EJA, como também
... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de
202
reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140)
Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar
os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos
educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas
abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se
restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de
conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que
não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar
retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).
Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a
Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino,
principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da
aprendizagem dos educandos, os conteúdos serão abordados articuladamente,
através da intercomunicação dos conteúdos estruturantes.
Conteúdos Estruturantes Conteúdos BásicosMovimento - Conservação na quantidade de
movimento;
- Variação na quantidade de
movimento;
- Leis de Newton;
- Gravidade;
- Trabalho e potência;
- Princípio da conservação de energia;
- Fluídos.Leis da Termodinâmica. - Lei zero da Termodinâmica;
- Primeira lei da Termodinâmica;
203
- Segunda lei da Termodinâmica;
- Terceira lei da Termodinâmica.Eletromagnetismo - Carga, corrente elétrica, campo;
- Força eletromagnética;
- Equações de Maxwell (Lei de Gauss,
Lei de Coulomb), Lei de Ampère Lei de
Faraday;
- Ótica.
3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na
EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático
que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda,
acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina.
Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e
reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além
disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades
absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os
educandos tornem-se passivos em sala de aula.
É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem
condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da
descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e
estimulador.
Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8)
A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de
204
ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando
os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às
necessidades de aprendizagem dos educandos. (...),
não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40)
Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de
Jovens e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento
metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias
metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos.
Dessa forma, deve ser levado em conta à formação do professor, o espaço físico,
os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando no espaço escolar
e as possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas
possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam:
3.1. A abordagem da Física enquanto construção humana
No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância
da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento
enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico,
assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações
tecnológicas na contemporaneidade.
A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que idéias surgem e desaparecem, em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7)
3.2. O papel da experimentação no ensino de Física
205
O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da
EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da
utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou
demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã atrai
todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com
pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica
em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78).
3.3. O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física
Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a
pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do
sujeito com um dado conhecimento, sendo portanto subjetiva. Seu potencial
didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e
descobrir interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376)
3.4. O cuidado com os conceitos e definições em Física
O educando traz ideias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas ideias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários.
Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às ideias de conceitos espontâneos. Tais ideias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcendental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a informação que
206
fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes. (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22)
3.5. O cotidiano dos alunos/contextualização
O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar
e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser
aproveitadas no processo da aprendizagem.
Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED-PR, 2000, s/d)
3.6. O papel do erro na construção do conhecimento
Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagem devem ser
considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e
melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este
processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo
processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar.
É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando-
o como um exercício de aprendizagem.
3.7. O incentivo à pesquisa e a problematização
É importante incentivar os educandos para que ampliem seus
conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de
resultados. Para tanto,
será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na
207
capacidade questionadora. (...). Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12-13)
A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de
respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a
necessidade.(...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que
precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada”
(SAVIANI, 1993, p.25-26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física,
porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser
analisado.
3.8. Os recursos da informática no ensino da Física
O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada
vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à
melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com
o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz
presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É necessário o mínimo
de entendimento sobre as tecnologias usuais e como se utilizar desta ferramenta
para ampliar os conhecimentos.
3.9. O uso de textos de divulgação científica em sala de aula
Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros
meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino
de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado de estar
selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham cunho
científico, observando a existência de erros conceituais ou informações incorretas.
3.10. A utilização do material de apoio
208
O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material
didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros
recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o
processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir
de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de outras alternativas de
ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento proposto.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na
Proposta Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos
obrigatórios: História do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro,
Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao
uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação
fiscal, enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das
crianças e adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,
Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes
conteúdos serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos
específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,
ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel
como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na
sociedade em que vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
209
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
4. AVALIAÇÃO
A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados nas
Diretrizes Curriculares, ou seja, a apropriação dos conceitos, leis e teorias que
compõem o quadro teórico da Física pelos educandos. Isso pressupõe o
acompanhamento constante do progresso do estudante EJA quanto à
210
compreensão dos aspectos históricos, filosóficos e culturais, da evolução das
ideias em Física e da não neutralidade da ciência.
Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento
tanto para que o professor conheça seu aluno, antes que se inicie o trabalho com
os conteúdos escolares, quanto para o desenvolvimento das outras etapas do
processo educativo.
Inicialmente, é preciso identificar os conhecimentos dos estudantes,
sejam eles espontâneos ou científicos, pois ambos interferem na aprendizagem,
no desenvolvimento dos trabalhos e nas possibilidades de revisão do
planejamento pedagógico.
Embora o sistema de registro da vida escolar do estudante esteja
centrado em uma nota para a sua aprovação, a avaliação será um instrumento
auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu
crescimento e sua formação.
A avaliação deve fornecer subsídios para que tanto o aluno quanto o
professor acompanhem o processo de ensino aprendizagem assumindo um
caráter diversificado tanto qualitativo quanto do ponto de vista instrumental.
Desta forma a avaliação na disciplina de Física, será de cunho
diagnóstico e somatório, considerando-se vários instrumentos de avaliação, como
textos escritos, pesquisas, relatórios de experimentos, debates, seminários e
outras atividades desenvolvidas pelo estudante, considerando-se a participação
individual.
Para obtenção da média será considerada 60% (avaliação formal
dissertativa e objetiva) e 40% informal ( trabalhos, pesquisas, experimentos,
debates etc.), sendo 75% de frequência mínima na organização coletiva e 100%
na organização individual.
Aos educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será
oportunizada a recuperação de estudos que deve acontecer a partir de uma lógica
simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a
formação do aluno, então, é preciso investi em todas as estratégias e recursos
possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de
retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos,
211
para assegurar a possibilidade de aprendizagem.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
5. REFERÊNCIAS
ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R.
Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.18-46.
ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO,
Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5
ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época)
AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA,
Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d.
BARROS, Henrique Lins.In: BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra.
BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São
Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2ª d.,Campinas: Autores Associados,
1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)
GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.
MOREIRA, M. A. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2.
MORTIMER, F. E. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências:
212
para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. V.1, n.1, abril de 1996. In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005.
OLIVEIRA. M. R.N. S. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didático-pedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set/out/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101-107.
RAMOS, Eugênio M. de França. FERREIRA, Norberto Cardoso. O desafio lúdico como alternativa metodológica para o ensino de física. In: Atas do X SNEF, 25-29/ janeiro, 1993.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da
educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação &
Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.
ROBILOTTA, Manoel Roberto. BABICHAK, Cezar Cavanha. Definições e conceitos em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45.
ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. da. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de lasCiencias. Vol.4, nº 1, 2005.
SEED. Diretrizes Curriculares de Física para a Educação Básica. Curitiba. 2006.
SEED-PR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto
digitalizado.
SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p. 20-28.
PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: ttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. Acesso em 09/06/2005.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
213
DISCIPLINA DE HISTÓRIA
Apresentação da Disciplina
A História como saber disciplinar tem um papel fundamental na formação
da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por
diferenças e desigualdades múltiplas.
A contribuição mais significativa do ensino de História ao educando é a
edificação da capacidade de pensar historicamente, ou seja, a percepção da
historicidade de todas as coisas, desde a concepção da História como obra
humana até a capacidade de avaliar corretamente as determinações,
condicionamentos e possibilidades do momento histórico em que se vive.
Como apontam s Diretrizes Curriculares da Educação Básica no Estado
do Paraná, (…) A finalidade da História é a busca da superação das carências
humanas fundamentada por meio de um conhecimento constituído por
interpretações históricas (…). E as próprias Diretrizes especificam que estas
carências humanas são os mecanismos de exclusão social e de desrespeito aos
direitos humanos ligados à vida, à participação política, ao trabalho, à terra. E que
essas carências devem ser superadas nas ações conscientes dos sujeitos
históricos.
E como o ensino de História tem também a função de contribuir com o
indivíduo na tomada de decisões em situações práticas, é na Educação de
Jovens e Adultos que esta disciplina curricular ganha ainda maior relevância e
significado porque, sendo os educandos da EJA pessoas já inseridas no mundo
do trabalho ou nele buscando colocação e portanto, que já se debatem com toda
a complexidade da vida adulta, o ensino de História em articulação com as
demais disciplinas, contribuirá para a formação de atitudes e concepções úteis
para a vida pessoal e cidadã, tais como: respeito à diversidade, espírito de justiça,
criticidade, solidariedade, construção da identidade, entre outras.
Destaca- se também o papel fundamental da Disciplina de História, em
todos os níveis de ensino para garantir a efetiva implantação da Lei 10639/03
edas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
214
Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que ainda
enfrenta resistências que se exteriorizam em maior ou menor grau em práticas
racistas e num imaginário racial ainda presentes na estrutura social brasileira,
reforçadas pelo mito da democracia racial, a ideologia do branqueamento, a
negação do racismo e do preconceito e a naturalização das desigualdades raciais
que ainda impregnam o ambiente escolar e as práticas pedagógicas em muitos
casos.
ALei 11645/08 que inclui a obrigatoriedade do estudo da história e cultura
indígena nos currículos escolares, colocando o direito à educação e o direito à
diversidade no mesmo patamar também são amplamente trabalhados nos
conteúdos da Disciplina de História. Quanto a Lei 13381/01, que estabelece o
ensino de História do Paraná nas escolas públicas, é parte inerente aos
conteúdos trabalhados em História.
1. Conteúdos Estruturantes/Básicos de História
O ensino da Disciplina de História no CEEBJA organiza-se segundo as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná que considera
Conteúdos Estruturantes da Disciplina de História:
• Relações de Trabalho:
• Relações de Poder;
• Relações Culturais.
O quadro a seguir apresenta os conteúdos básicos articulados com os
conteúdos estruturantes da Disciplina de História para o Ensino Fundamental
Fase II, que na organização pedagógica do CEEBJA não se divide por séries,
porque possui uma carga horária de 192 horas, no regime individual.
1.1. Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas HistóriasCONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOSRelações deTrabalho.
Relações de Pode.
Relações culturais
A experiência humana no tempo.
Os sujeitos e suas relações com o
outro no tempo.
215
As culturas locais e acultura comum
A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da
Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações culturais
As relações de propriedade.
A constituição histórica do mundo do
campo e do mundo da cidade.
A relações entre o campo e a cidade.
Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.
O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações Culturais.
História das relações da humanidade
com o trabalho.
O trabalho e a vida em sociedade
.O trabalho e as contradições da
modernidade.
O trabalhadores e as conquistas de direito.
Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das
Instituições Sociais
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações Culturais.
A constituição das instituições sociais.
A formação do Estado.
Sujeitos, Guerras e revoluções
O quadro a seguir apresenta os conteúdos básicos articulados com os
conteúdos estruturantes da Disciplina de História para o Ensino Médio, que na
organização pedagógica do CEEBJA não se divide por séries, porque possui uma
carga horária de 128 horas, no regime individual.
ABORDAGEMCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Relações de Trabalho.Relações de Poder.
Trabalho Escravo, Servil,Assalariado e o Trabalho Livre.
216
Relações Culturais. Urbanização e industrializaçãoO Estado e as relações de poderOs sujeitos, as revoltas e as guerras
2. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A proposta metodológica das práticas pedagógicas da EJA deve
considerar, além dos Conteúdos Estruturantes da disciplina de História, os três
eixos articuladores propostos para as Diretrizes Curriculares da Educação de
Jovens e Adultos: cultura, trabalho tempo, os quais deverão estar inter-
relacionados. De fato, é preciso atender aos interesses e às necessidades de
pessoas que já têm um determinado conhecimento socialmente construído,com
tempos próprios de aprendizagem e que participam do mundo do trabalho e, por
isso, requerem metodologias específicas para alcançar seus objetivos.
Para adaptar o tempo escolar às necessidades dos educandos, o
currículo deve ser organizado de forma que lhes possibilite transitar pela estrutura
curricular, de acordo com o seu tempo próprio de construção da aprendizagem. A
interação entre os conhecimentos apreendidos deve torná-los significativos às
práticas diárias dos educandos e permitir que os conteúdos constituam uma rede
integradora entre os conceitos trabalhados nas diferentes áreas do conhecimento
e as estratégias de investigação da realidade.
Tal como está proposto nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica
para a Disciplina de História, o trabalho pedagógico com os Conteúdos
Estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade a formação do
pensamento histórico dos educandos. Para que este objetivo seja alcançado nos
anos finais do Ensino Fundamental priorizam as histórias locais e do Brasil ,
estabelecendo-se relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino
Médio, o ensino é organizado por temas históricos, ou seja, os conteúdos básicos
e específicos tem como finalidade a discussão e a busca de solução para um
tema/problema previamente proposto.
O trabalho pedagógico com os conteúdos históricos está fundamentado
em vários autores e suas respectivas interpretações, por meio de manuais
didáticos ou por meio de textos historiográficos, para que o aluno entenda que
217
não existe uma verdade histórica única.
Na EJA, onde o educando já tem uma caminhada histórica individual e
social, o trabalho pedagógico é organizado por meio do trabalho com vestígios e
fontes históricas diversas, da fundamentação na historiografia, da
problematização do conteúdo, estruturando esta organização com as narrativas
históricas produzidas pelos próprios educandos.
Os educandos da EJA trazem consigo um legado cultural –
conhecimentos construídos a partir do senso comum e um saber popular, não-
científico, constituído no cotidiano, em suas relações com o outro e com o meio –
os quais devem considerados na dialogicidade das práticas educativas. Portanto,
o trabalho dos educadores da EJA é buscar de modo contínuo o conhecimento
que dialogue com o singular e o universal, o mediato e o imediato, de forma
dinâmica e histórica.
A diferenciação no estudo da História na EJA, não está apenas no
conteúdo, mas na clareza dos objetivos e importância de seu estudo. A principal
diferença está na dialogicidade que deve existir nas aulas, visto que os
educandos possuem uma bagagem cultural valiosíssima e que enriquece muito
as aulas, proporcionando construção e não, repasse de conhecimento. Para isso,
os conteúdos da história devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica,
interligados com a realidade próxima e distante dos alunos.
O primeiro critério para selecionar os conteúdos e as práticas educativas
é dar relevância aos saberes escolares frente à experiência social construída
historicamente.
O segundo critério para a seleção dos saberes e das práticas
pedagógicas tem a ver com os processos de ensino e aprendizagem,
mediatizados pela ação docente junto aos educandos, uma vez que a atividade
escolar possui maior valor pedagógico se estiver associada ao pensamento
reflexivo. O educador deve perceber o que o educando sabe e o que precisa
saber, conhecendo-o no conjunto: profissão, religião, desejos, anseios,
características e ideologias, por meio do diálogo e da observação permanentes.
O terceiro critério refere-se à organização do processo ensino-
aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem integrar os diferentes
218
saberes para articular as situações relacionadas na prática escolar com a prática
social, além de privilegiar uma diversidade de ações (experiências, projetos etc.)
integradas entre as disciplinas escolares, a partir de um quadro conceitual
(categorias, ideias etc.) e um quadro instrumental (aula expositiva, pesquisa etc.),
a fim de tornar vivos e significativos os conteúdos selecionados. O quarto critério
para a seleção de conteúdos e práticas refere-se às possibilidades de articular
singularidade e totalidade no processo de conhecimento vivenciado pelos
educandos. Os conteúdos selecionados devem refletir os amplos aspectos da
cultura, tanto do passado quanto do presente, assim como as possibilidades
futuras, identificando mudanças e permanências inerentes ao processo de
conhecimento na sua relação com o contexto social.
Desta forma as aulas serão planejadas e organizadas utilizando as
seguintes estratégias e procedimentos didáticos:
• Aulas expositivas.
• Leituras orientadas do caderno texto, dinâmica de grupo, pesquisa,
trabalho em grupo, projeções de vídeos, debates, visitas e
excursões educativas a museus e patrimônios históricos.
• Avaliação diagnóstica e cumulativa de cada conteúdo trabalhado.
• Trabalho pedagógico com mapas, maquetes, textos e imagens,
histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, músicas e filmes
pertinentes aos diversos conteúdos específicos de cada conteúdo
estruturante.
• A TV multimídia como ferramenta para trabalho com filmes,
documentários, imagens, charges, etc.
• Laboratório de informática e internet para pesquisas e buscas
orientadas com os alunos.
Tudo isto, sempre dentro do enfoque da EJA onde a História, como
disciplina curricular busca trazer os conteúdos para a vida do educando, visto que
os conteúdos precisam estar interligados uns aos outros e ao mesmo tempo, à
prática e à vida do estudante, já que este possui um conhecimento informal
219
riquíssimo e sente-se valorizado e motivado quando percebe que pode contribuir
e participar do processo ensino-aprendizagem, não como mero espectador, mas
como um agente formador e transformador do conhecimento. Para tanto é preciso
que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, com procedimentos que
possam ser alterados, adaptados às especificidades da comunidade escolar.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
220
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
3. AvaliaçãoA concepção de ensino-aprendizagem das Diretrizes Curriculares da
Educação Básica compartilha a ideia de Luckesi a respeito da avaliação
diagnóstica, na qual o professor utiliza várias formas avaliativas, tais como a
avaliação diagnóstica, que permite ao professor identificar o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que possibilitem a
compreensão dos conteúdos a serem trabalhados; avaliação formativa que ocorre
durante o processo pedagógico e tem por finalidade retomar os objetivos de
221
ensino propostos para, a partir dos mesmos identificar a aprendizagem alcançada
desde o início até o momento avaliado e, avaliação somativa, que permite ao
professor tomar uma amostragem de objetivos propostos no início do trabalho e
identificar se eles estão em consonância com o perfil dos alunos e com os
encaminhamentos utilizados para a compreensão dos conteúdos.
Em História os principais critérios são: a formação dos conceitos
históricos básicos e o entendimento das relações tempo-espaço. Será observado
para avaliação se os alunos formaram os conceitos históricos e assimilaram as
relações de poder, de espaço-tempo e de sociedade-cultura para poder
compreender-se como ser histórico.
Para uma prática emancipadora os saberes e a cultura do educando
devem ser respeitados tendo como ponto de partida o real,realizando a avaliação
a partir das experiências acumuladas e das transformações que marcaram o seu
trajeto educativo. A avaliação será significativa se estiver voltada para a
autonomia dos educandos.
A avaliação será formativa diagnóstica e continuada, considerando
sempre que os alunos, especialmente na EJA, onde a diversidade de faixas
etárias e muito grande, tem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.
A avaliação formal somativa, registrada de maneira organizada e
criteriosa em documentos próprios usará instrumentos que contemplam várias
formas de expressão dos alunos, como:
• leitura e interpretação de textos;
• produção de textos;
• leitura e interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
• pesquisas bibliográficas;
• relatórios de aulas de campo;
• apresentação de seminários;
• construção e análise de maquetes, entre outros.
Cada um destes instrumentos serão selecionados de acordo com cada
conteúdo e objetivo de ensino.
Dentro da especificidade pedagógica e da organização didática dos
222
CEEBJAs, a recuperação é feita de forma contínua, paralelamente ao conteúdo
trabalhado e não satisfatoriamente assimilado, não havendo período específico ou
diferenciado para recuperação de estudos.
A recuperação dos alunos com necessidades especiais é feita com o
auxílio da professora itinerante que através da adaptação curricular dos
conteúdos e estratégias, busca alcançar o objetivo de acordo com as
peculiaridades de cada necessidade especial. Textos e apostilas transcritos para
o braile, utilização de Libras, recursos audio-visuais e lúdicos para os alunos os
alunos com deficiência de aprendizagem, etc.
4. REFERÊNCIAS:
CURRAN, Mark J. História do Brasil em Cordel. São Paulo. Edusp. 2001.
OLIVEIRA. Dennison de. Urbanização e Industrialização no Paraná. Coleção
Historia do Paraná. Curitiba: SEED, 2001.
NADALIN, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do Território, População e
Migrações. Coleção Historia do Paraná. Curitiba: SEED, 2001.
ESTADO DO PARANÁ.
Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação de Jovens e
Adultos. História: Ensino Fundamental Fase II. Caderno 01e 02. Curitiba.
Imprensa Oficial. 2003.
NETTO, Fernando Franco. População, Escravidão e Família em Guarapuava no
Século XIX. Guarapuava. UNICENTRO, 2007.
SILVA, Alberto da Costa. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. 3
ed. Revisada e ampliada. Rio de janeiro. Nova Fronteira, 2006.
MUNANGA, Kabengele. Para entender o negro no Brasil de hoje: história,
realidade, problemas e caminhos. KabengeleMunanga, Nilma Lino Gomes - São
Paulo: Global: Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação, 2004, -
(Coleção Viver e Aprender).
MATTOS, Regiane Augusto. História e Cultura afro-brasileira. Ed. Contexto. São
Paulo, SP. 2007.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.
Secretaria de Estado da Educação. Curitiba. 2006.
223
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. História. Secretaria de
Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Curitiba. 2008.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
224
DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
A Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A sua
origem remonta à Antiguidade Clássica greco-romana, quando era concebida
como um dos conteúdos da filosofia e, portanto, um dos instrumentos da arte de
conhecer o mundo em sua totalidade.
Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos,
deve também conhecer os fundamentos histórico-filosóficos da Matemática, e
ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual (is) o educando aprende, a forma como
adquire conhecimentos. Conforme nos diz Mizukami (1996), citada por Perez
(2004, p. 257),
Independente de área específica de conhecimento, linha teórica e/ou proposta pedagógica adotada, (assumida individual ou coletivamente), nível de ensino e tipo de escola em que atua, o professor é o principal mediador entre os conhecimentos socialmente construídos e os alunos. É ele, igualmente, fonte de modelos, crenças, valores, conceitos e pré-conceitos, atitudes que constituem, ao lado do conteúdo específico da disciplina ensinada, outros tipos de conteúdos por ele mediados.
Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das
práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para
tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a
partir da década de 60 do século passado.
O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua
forma de organização e de conceber os conteúdos. Podem-se destacar as
seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática
Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da
prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da
Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos
da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande
objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas
que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno.
Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional
225
difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole.
Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:
“A professora pergunta:
― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?
― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar.
― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o sustenta.
― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?
Novamente os alunos se apressam a responder:
― 9 e 1 são 10 e mais um é 11.
― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2,
9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] .
Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa.(PETRONZELLI, 2002, p.40-1)
Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia,
justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade,
ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a
segundo plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em
sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos
conhecimentos matemáticos sócio históricos acumulados pela humanidade. A
grande dificuldade dos professores foi, então, a passagem do concreto para o
abstrato, o que é fundamental no ensino da Matemática.
Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o
conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação
dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no
226
processo de produção da base material de existência humana e as manifestações
teórico-metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática.
Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as
necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a
compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo
de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida.
Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel
fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é,
da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das
coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista,
como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da
humanidade.
Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as
necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao
relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o
educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que
levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador
estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da
construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo. Estará,
dessa forma, caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do
homem com a natureza.
O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado
através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a
abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o
avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.
Portanto, a abordagem histórica da Matemática permite ao educando
jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria
possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa
abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas
de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a
227
compreensão do significado das ideias matemáticas e sociais.
Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio
histórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os
elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos
sociais.
Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que
considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve
constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou
seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida,
expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades
cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em
Matemática.
Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca
escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que
foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função
de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos
científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas
Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os
Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas.
A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por
parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares
a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses
significados também devem ser explorados em outros contextos, como por
exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos.
Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de
Jovens e Adultos significa privilegiar uma prática centrada no desenvolvimento do
pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável,
estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o
conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica
dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural.
228
A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem
definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:
Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos)
Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a
construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência
dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas
bagagens culturais, que são frequentemente desconsiderados na prática
pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação
dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar.
É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando
abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem
incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver
problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o
conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações
diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para
novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser
descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é,
fazer a transposição didática.
Nesse sentido, a Educação Matemática para o educando jovem,
adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se
encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos
anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é
possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente.
229
Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu
significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de
Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da
lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que
transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino
de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade
estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva
da elaboração do pensamento reflexivo.
OBJETIVOS
• desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar,
abstrair e generalizar;
desenvolver a capacidade de julgamento e o hábito de concisão e rigor;
habituar-se ao estudo, atenção, responsabilidade e cooperação;
conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associando-
a com a linguagem usual;
adquirir conhecimentos básicos a fim de possibilitar sua integração na sociedade
em que vive;
desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de
conjunturas, a descoberta de soluções e a capacidade de concluir;
associar a matemática às outras áreas do conhecimento;
construir uma imagem da matemática como algo agradável e prazeroso,
desmistificando o mito da genialidade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/ BÁSICOS
ENSINO FUNDAMENTAL
230
Números e Álgebra
Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação.
Conjuntos numéricos: abordagem histórica.
Algoritmos e operações.
Raciocínio Proporcional: regra de três simples e composta.
Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas.
Operações com monômios e polinômios.
Equações de 1º e 2º graus.
Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis.
Cálculo Mental e Estimativa.
Grandezas e Medidas
Sistema monetário
Medidas de comprimento, massa, capacidade, tempo.
Medidas derivadas: áreas e volumes.
Medidas de ângulos, temperatura, velocidade.
Trigonometria: relaçõesmétricas no triângulo retângulo .
Geometrias
Geometria plana: conceitos de direção e sentido; paralelismo e
perpendicularismo; figuras planas, polígonos, congruência e semelhança:,
simetria (conceito), Teorema de Tales, teorema de Pitágoras.
Geometria espacial: poliedros e corpos redondos.
Geometria analítica
Noções básicas de geometrias não-euclidianas Conceitos de: direção e sentido;
paralelismo e perpendicularismo.
Funções
Função afim
Função quadrática
Tratamento de Informação
231
Probabilidade: experimentos e situações-problema.
Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de
dados, medidas de posição.
Matemática financeira: porcentagem, juros simples e compostos.
Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem.
ENSINO MÉDIO
Números e Álgebra
Números reais:
Números complexos
Sistemas lineares
Matrizes e determinantes
Equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modularespolinômios
Grandezas e Medidas
Medidas de massa
Medidas derivadas: área e volume
Medidas de informática
Medidas de energia
Medidas de grandezas vetoriais
Trigonometria: relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo
Trigonometria na circunferência.
Geometrias
232
Relações entre quadriláteros, quanto aos lados e aos ângulos, paralelismo e
perpendicularismo.
Congruência e semelhança das figuras.
Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos.
Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência
Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa.
Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação.
Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera.
Geometria Analítica: ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta); reta
(distância entre retas); circunferência.
Noções de geometriasnão-euclidianas : fractais, geometria hiperbólica e elíptica.
o Funções
Função afim.
Função quadrática.
Função exponencial.
Função logarítmica.
Função trigonométrica.
Função modular.
Progressão aritmética
Progressão geométrica
o Tratamento de Informação
Análise combinatória
Binômio de Newton
Estatística: Gráficos e tabelas, medidas e tendência central, polígonos de
freqüência, análise de dados.
Probabilidade
Matemática financeira: porcentagem, juros simples e compostos.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem e adulto
233
é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais
características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas
articulações com outras áreas do conhecimento.
As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar
de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental
importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível
mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem
conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por
meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a
uma transposição didática.
É perceptível que a mera seleção de conteúdos não assegura o
desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos,
como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o
conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico.
Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos
encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses
elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.
Nessa perspectiva, a
contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27).
De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos
fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes
suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos
educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma
visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua
utilidade prática; ao pragmatismo.
234
Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma
postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto
acadêmico (PAIS, 2001, p.27).
O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares envolve um
desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu
objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a
natureza e do homem com o próprio homem.
No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares
matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem
contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica aponta critérios para a
seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles:
• A relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída
historicamente;
• os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente
junto aos educandos;
• a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às
atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes;
• as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e
totalidade no processo de elaboração do conhecimento.
Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e
não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas
metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser
alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.
Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-
aprendizagem de Matemática seja permeado pela(os): História da Matemática;
Resolução de Problemas; Jogos & Desafios, Modelagem Matemática, Mídias
Tecnológicas, Investigações Matemáticas e Etnomatemática. Estes elementos
devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a
articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação
235
entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos
contextos sociais e históricos.
É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida
linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada,
proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de
observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar,
verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a
intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo.
Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem
ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e
operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem
os elementos essenciais da organização curricular.
Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma
articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os
conteúdos.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
236
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam
237
os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
16. AVALIAÇÃO
Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem
ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de
conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma,
devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o
tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma
abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas.
Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao
educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos
da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações
entre o conhecimento matemático e o contexto social.
É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada
pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que,
esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do
educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao
educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de
captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma
tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os
educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem.
O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera
erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja,
toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir
sobre o processo de construção do conhecimento matemático.
No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do
educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem
238
contemplados pelos educadores:
• Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema;
• resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter se utilizado de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático.
• erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.
Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como
mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a
escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador
e a própria escola.
Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante
elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação
pedagógica como um todo. Deve considerar os caminhos percorridos pelos
alunos, as tentativas de solucionar problemas que lhe são propostos e a partir do
diagnóstico de suas deficiências procurar ampliar sua visão, o seu saber sobre o
conteúdo em estudo.
A recuperação de estudos objetiva assegurar a aquisição dos conceitos
pode ser tratada como um processo de busca da compreensão, devendo ser
participativa, de forma a permitir que o aluno expresse suas inseguranças, tenha
oportunidade de se aprimorar e sanar suas dificuldades. Para tanto, o professor
deve diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno e procurar compreender
seu processo de aprendizagem.
Serão realizadas no mínimo seis avaliações, buscando-se que o aluno
atinja a aprendizagem de 100% dos conteúdos trabalhados. Após cada avaliação,
serão oportunizadas retomadas dos conteúdos e novas avaliações a todos os
alunos.
Os instrumentos de avaliação serão trabalhos individuais e coletivos,
239
testes escritos, tarefas extraclasse, debates, questionamentos orais e/ou escritos
e desenvolvimento de pesquisas. Dar-se-á relevância à atividade crítica, à
capacidade de síntese e o crescimento pessoal do aluno.
Os alunos com necessidades especiais também devem apresentar
avanços, obviamente sendo consideradas suas limitações. A esses alunos dar-se-
á atendimento individualizado e serão propostas atividades complementares
sempre que se julgar necessário.
REFERÊNCIAS
BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo>
Edgard Blucher, 1974.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 –
Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do
ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução.
DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São
Paulo: Cortez, 1994.
FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e
Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica,
2002.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
MIGUEL, Antonio; MIORIM, Maria Ângela. História na Educação Matemática:
propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica. 2005.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: Secretaria de
Estado de Educação, 2008.
PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM,
2003(texto digitado).
PEREZ, Geraldo. Prática reflexiva do professor de matemática. In: BICUDO,
Maria Aparecida Viggiani; BORBA, Marcelo de Carvalho (org.). Educação
240
Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004.
PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do
conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002.
(Dissertação de Mestrado, UTP) 166p.
SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre:
ARTMED, 2001.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
241
DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
O processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se com a
educação jesuítica. Essa educação foi o instrumento fundamental na formação da
elite colonial, ao mesmo tempo em que se propunha a “alfabetizar” e “catequizar”
os indígenas (MOLL, 2006, p. 13). A concepção de educação e o trabalho de
escolarização dos indígenas estavam vinculados ao entendimento de que a
linguagem reproduzia o modo de pensar.
Em 1758, com o intuito de tornar hegemônica a Língua Portuguesa em
todo o território, o Marquês de Pombal instituiu um decreto proibindo a Língua
Geral impondo a Língua Portuguesa como idioma oficial do Brasil, primeira
tentativa de efetivar a hegemonia da Língua Portuguesa na Colônia. O ensino, até
então dominado pelos jesuítas, não se limitava mais às escolas de ler e contar, ou
escolas elementares, dirigidas à população indígena. Mesmo com essas
mudanças, o ensino de português continuava ineficiente, ministrado por
professores despreparados, voltado para a elite da colônia que continuaria seus
estudos na Europa.
Esse quadro continuou até a vinda da família real para o Brasil, em 1808,
quando surgiram aqui as primeiras instituições de ensino superior, privilegiando
ainda a classe dominante do Brasil-Colônia. A população menos favorecida
continuou sem acesso à língua usada nas escolas. Em 1837, as disciplinas de
Gramática, Retórica e Poética (Literatura) foram incorporadas ao currículo. A
partir de 1871, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português, data
em que no Brasil, por decreto Imperial, foi criado o cargo do Professor de
Português. Nesse período, o Latim começou a perder prestígio com a valorização
da língua nacional, fato esse, no contexto do movimento romântico, coincidindo
com a Proclamação da Independência e os ideais burgueses de consolidação do
poder em uma nação recém constituída.
A partir da metade do século XX, com a expansão do ensino primário
público, o trabalho com a Língua Portuguesa, já sob a concepção tecnicista,
passou a ser baseado em exercícios de memorização e contribuía para a
242
consolidação da ditadura militar, “impondo uma formação acrítica e passiva”,
muito eficiente para aquele contexto. Mantendo essa ótica, a lei 5692/71 mudou o
Português para Comunicação e Expressão (1° Grau) e Comunicação em Língua
Portuguesa (2° Grau). Nesse período, a teoria da comunicação de Jakobson
postulava o ensino da disciplina referente à língua materna.
Ainda na década de 70 outras teorias a respeito da linguagem passaram
a ser debatidas. Desses debates, surgiu o questionamento sobre a eficácia das
aulas de gramática no ensino de português, embora a prática em sala de aula
continuasse pautada em livros didáticos que reforçavam a concepção tradicional
de linguagem não “possibilitando a todos os estudantes o aprimoramento no uso
da língua materna tanto no ensino da língua propriamente dito, quanto no trabalho
com a literatura.” (Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa, 2008, p. 11).
O objetivo do trabalho com textos literários era pretexto para exercícios
gramaticais ou a transmissão de valores religiosos, morais e cívicos, com o intuito
de formar cidadãos respeitadores da ordem estabelecida. Nesse período, o
ensino de Literatura ocorria somente no segundo grau com ênfase em aspectos
estruturais e/ou historiográficos, no qual cabia ao professor a condução da análise
literária, e aos alunos, a condição de meros ouvintes, sem papel ativo no
processo de leitura. Tal
prática pode ser compreendida pela análise do contexto da época: à ditadura
militar não era interessante despertar o espírito crítico e criador dos alunos, pois
era compreendida como subversiva por levar o sujeito à reflexão e à
compreensão de si mesmo e do mundo. Assim, a literatura perdia muito do seu
valor como instrumento para ampliação do conhecimento, da reflexão e visão de
mundo do leitor.
A partir de 1979, com os cursos de pós-graduação houve o aumento de
uma elite de professores e pesquisadores voltados para o pensamento e
discussões críticas em relação aos rumos da Educação. Esse fato aliado à
abertura política da época possibilitou, a partir dos anos 80, os estudos
linguísticos centrados no texto e na interação social das práticas discursivas,
apoiados na pedagogia histórico crítica, educação como mediação da prática
social. “A prática social, põe-se , portanto, como ponto de partida e ponto de
243
chegada da prática educativa” (SAVIANI, 2007, p. 420).
Novas concepções sobre aquisição da Língua Materna chegaram ao
Brasil quando as primeiras obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser estudadas
nos meios acadêmicos. Surgiram daí produções teóricas que influenciaram
mudanças no ensino da língua não mais voltado a teorias gramaticais, mas que
possibilitassem o domínio efetivo de falar, ler e escrever, nesse sentido, a
linguagem passaria a ser vista como fenômeno social, pois nasce da necessidade
de interação (política, social, econômica) entre os homens. (DCE, 2009, p. 16).
A partir dessas mudanças influenciadas por Bakhtin, o ensino de língua
materna “requer que se considerem os aspectos sociais e históricos em que o
sujeito está inserido, bem como o contexto de produção do enunciado” (DCE,
2009, p.16). Nesse sentido, o discurso oral ou escrito é fundamental para o
processo de ensino/aprendizagem da língua, porque é a partir dele que se
concretizam experiências reais do uso da língua, do uso da palavra em toda sua
amplitude. Enfim, o ensino pautado nessa teoria considera que a aprendizagem
não ocorre a partir de elementos linguísticos isolados, ela acontece a partir do
trabalho com o texto. No entanto, é preciso lembrar que texto não se restringe à
formalização do discurso oral ou escrito, isso porque ele abrange um antes e um
depois, portanto não pode ser pensado apenas em seus aspectos formais, uma
vez que é a linguagem em uso efetivo.
Para Bakhtin, os textos podem ser agrupados em gêneros discursivos,
porém essa definição não limita o texto a determinada propriedade formal, isso
porque “antes de o gênero constituir um conceito, é uma prática social e deve
orientar a ação pedagógica com a língua” (DCE, 2009, p.19). O trabalho
pedagógico desenvolvido a partir dos gêneros é importante uma vez que muitos
deles já fazem parte do cotidiano dos alunos. A escola não deve priorizar apenas
textos didatizados, mas trabalhar textos presentes nas diversas esferas da
sociedade, possibilitando ao aluno a inserção social no sentido de poder formular
seu próprio discurso e interferir na sociedade da qual faz parte.
O trabalho com diferentes gêneros não exclui o ensino de gramática, nem
impede que o professor apresente regras gramaticais aos seus alunos contudo,
essas regras precisam reforçar a compreensão de como se estrutura um texto,
244
como essas regras se juntam para produzirem determinados efeitos de sentido, e
não se centrar apenas em suas nomenclaturas e classificações.
Com esse trabalho, considera-se o processo dinâmico e histórico nos
agentes verbais e assim se assume uma concepção de linguagem como
fenômeno social. Nesse sentido, é preciso que a escola seja um espaço que
promova, por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o
letramento do aluno, nas práticas de uso da língua, ou seja, de leitura, oralidade e
escrita. Portanto, o trabalho com gêneros deverá levar em conta que a língua é
instrumento de poder e que o acesso ao poder, ou sua crítica, é legítimo e é de
direito para todos os cidadãos.
Dessas considerações, evidencia-se que as DCEs (2009) propõem o
trabalho com uma língua “viva dialógica, em constante movimentação,
permanentemente reflexiva e produtiva” (p. 48). Para isso, é importante que a
escola considere as práticas linguísticas que o aluno apresenta ao ingressar nela
para, posteriormente, trabalhar os saberes relativos ao uso da norma padrão e o
acesso aos conhecimentos que levem à construção do multiletramento pela
leitura, escrita e oralidade como forma de participação na sociedade letrada.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Privilegiar o texto, a partir de um trabalho pedagógico em que estejam
articuladas as três práticas: a leitura, oralidade, escrita e a análise lingüística,
relacionadas às situações reais de comunicação.
Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-
la a cada cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;
Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas
por meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos,
o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de
produção/leitura;
Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o
gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua
organização;
Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de
245
pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da
Literatura, a constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica
do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita;
Divulgar e produzir de conhecimentos, bem como atitudes, posturas e
valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade etnicorracial, tornando-os
capazes de integrar e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos,
respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação
da democracia brasileira.
Garantir aos alunos os instrumentos necessários para a consolidação dos
direitos e deveres de cidadãos.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
A Diretriz Curricular propõe para a disciplina de Língua Portuguesa a
concepção de linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias
sociais tendo como conteúdo estruturante, nesta perspectiva, o Discurso
enquanto prática social.
Para Bakhtin (1999), o discurso é efeito de sentido entre interlocutores,
não é individual, não é um fim em si mesmo, mas tem uma atitude responsiva a
outros textos. Sendo portanto, constituído de atividades que concretizem práticas
do uso real da língua materna nele estarão presentes os conceitos oriundos da
Linguística, Sociolinguística, Semiótica, Pragmática, Estudos Literários,
Semântica, Morfologia, Sintaxe, Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas
Normativas, Descritiva, entre outros, de modo a contribuir com o aprimoramento
da competência linguística dos estudantes.
A partir do conteúdo estruturante inserem-se os conteúdos básicos que
são os gêneros discursivos a serem trabalhados pelas práticas de leitura,
oralidade, escrita e análise linguística de acordo com as necessidades e os
objetivos pretendidos.
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná de Língua Portuguesa
(PARANÁ, 2008, p. 50-90) propõem que o trabalho com a língua, na sala de aula,
deve partir da linguagem em uso. “A disciplina vai considerar os gêneros
discursivos que circulam socialmente, com especial atenção àqueles de maior
exigência na sua elaboração formal”. “O professor de Língua Portuguesa precisa,
246
então, propiciar ao educando a prática, a discussão, a leitura de textos das
diferentes esferas sociais (jornalística, literária, cotidiana, etc). “Caberá ao
professor selecionar os gêneros a serem trabalhados, não se prendendo à
quantidade, mas sim, preocupando-se com a qualidade do encaminhamento, com
a compreensão do uso do gênero e de sua esfera de circulação’. As DCEs
destacam, ainda, que ao escolher um gênero nem sempre todas as práticas
necessitam ser abordadas, tudo dependerá dos objetivos e das intenções do
gênero selecionado para o trabalho.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS/ GÊNEROS TEXTUAIS
• Leitura, interpretação e produção de diversos gêneros:poemas, cartas,
bilhetes, histórias em quadrinhos, letras de música, paródias, anúncios,
publicitários, contas de água e luz, documentos, textos folclóricos, lúdicos, textos
de linguagem visual.
• Reconhecimento da tipologia textual (noção).
• Classes gramaticais presentes em cada texto.
• Re-escrita dos textos observando: paragrafação, pontuação, uso de
pronomes, sinônimos, letra maiúscula, dificuldades ortográficas, variações
linguísticas.
• Apresentações orais.
• Leitura, interpretação e produção de diversos gêneros de textos:,
anúncios publicitários, histórias em quadrinhos, diários, poemas, autobiografia,
paráfrases, paródias, letras de músicas, textos do folclore, gírias, enquête (ênfase
aos
textos narrativos e descritivos).
• Estrutura de cada tipo de texto.
• Aspectos sintáticos gramaticais e morfológicos relacionados ao texto.
• Denotação e conotação, sinônimo e antônimo.
• Re-escrita dos textos.
• Apresentações orais
247
• Leitura, interpretação e produção de diversos tipos de textos:
narrativos, descritivos e informativos, dissertativos, anúncios publicitários,
charges, entrevistas, paródias, paráfrases, letras de música, linguagem visual,
folclores (ênfase
em todos os textos dissertativos), histórias em quadrinhos.
• Estrutura de cada tipo textual.
• Aspectos sintáticos gramaticais e morfológicos relacionados ao texto.
• Re-escrita dos textos.
Apresentações orais.
• Leitura, interpretação e produção de diversos tipos de textos:
narrativos, descritivos e informativos, poemas, charge, linguagem visual, notícias,
instrutivos, prescritivos (ênfase em todos os textos dissertativos e jornalísticos),
histórias em quadrinhos.
• Re-escrita dos textos.
• Apresentações orais.
• Denotação e conotação, figuras de linguagem.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
Os encaminhamentos metodológicos no ensino de Língua seguem os
princípios de interação, base da concepção adotada para a disciplina da Língua
Portuguesa, numa perspectiva sócio interacionista, baseada nas teorias do
Círculo de Bakhtin.
A Língua é o meio e o suporte para outros conhecimentos, portanto o
trabalho com a Teoria Interacionista da Linguagem possibilita ao educando
interagir criticamente em relação às diferentes linguagens, contextos sociais e
culturas, de modo a enriquecer sua aprendizagem global: oralidade – leitura e
escrita.
A base teórica que subsidia as discussões sobre a linguagem, concentra-
se na abordagem enunciativo discursiva de BAKHTIN (91929/1953), que dá
ênfase ao processo de interação verbal ao enunciado.
METODOLOGIA
PRÁTICAS DISCURSIVAS
A interação pela linguagem materializa-se em textos orais, escritos e
248
visuais, pois, quanto maior o contato com a linguagem, na diversidade textual,
mais possibilidades se têm de entender o texto como material verbal e não-verbal
carregado de intenções e de visões de mundo.
Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os participantes
da interação dialógica se constroem e são construídos, é a linguagem em uso
efetivo em sua dimensão dialógica presente em atividades que possibilitem
experiências reais de uso da língua materna, abrangendo, além dos textos
escritos e falados, a interação da linguagem verbal com as outras linguagens (as
artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a
televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas
as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem),
percebendo seu chão comum (são todas as praticas sociais, discursivas) e suas
especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de
composição e de geração de significados) (FARACO, 2002, p.101).
Dessa forma, os interlocutores vão construindo sentidos e significados ao
longo das suas trocas linguísticas orais ou escritas e mantêm com a língua e
entre si conhecimentos prévios, atitudes. Tudo isto pelo contexto social em que
ocorre a interlocução numa perspectiva interdisciplinar.
Nesta perspectiva, quanto maior o contato com a linguagem na
diversidade textual, mais possibilidades se têm de entender o texto carregado de
intenções e visões de mundo.
A ação pedagógica pauta-se na interlocução e em atividades planejadas
que possibilitem refletir sobre o uso que se faz da linguagem em diferentes
contextos e situações.
A linguagem - Língua materna será vista, assim, como atividade que se
realiza historicamente entre sujeitos, constituindo-se, os sujeitos e a linguagem,
nos múltiplos discursos e vozes que a integram. “Se os gêneros discursivos são
fundamentais para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, os conceitos
de texto, de leitura não se restringem, aqui, a linguagem escrita: eles abrangem,
além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as
outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia
gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, e
249
todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo
homem), percebendo seu chão comum e os modos de composição e de geração
de significados.” (Faraco, Apud Kuenzer, 2000).
Essas atividades possibilitam aos alunos e professores experiências
reais de uso da língua materna. Diante de um texto não se torna mais adequada a
pergunta “o que ele quer dizer?” mas “como ele funciona?”. Como é um bom
texto, como se organiza, como se estrutura.
A função do professor da Língua portuguesa e Literatura é ajudar seus
alunos a ampliarem os domínios de uso das linguagens verbais e não verbais por
meio de contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos,
engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. Dessa
forma, o professor é um agente eficaz de alavancamento das relações inter e
multidisciplinares. Dar-se-á um tratamento diferenciado ao erro , apontando para
uma valorização (à variação) e para a superação , conforme se posicione o olhar
no campo do ensino da Língua propriamente ou no campo dos estudos Literários.
Determinados usos linguísticos válidos para um nível informal do discurso podem
não ser válidos para um outro discurso no nível mais formal. Portanto, os alunos,
por meio desse trabalho, conseguirão perceber as relações de poder existente
atrás de cada gênero, como também ingressar no mercado de trabalho e executar
com segurança o comando confiado.
Enfim, possibilitar aos alunos a educação para a criatividade, para a
liberdade para não discriminação e para o exercício da cidadania trocas
linguísticas orais ou escritas e mantêm com a língua e entre si conhecimentos
prévios, atitudes. Tudo isto pelo contexto social em que ocorre a interlocução
numa perspectiva interdisciplinar.
Nesta perspectiva, quanto maior o contato com a linguagem na
diversidade textual, mais possibilidades se têm de entender o texto carregado de
intenções e visões de mundo.
A ação pedagógica pauta-se na interlocução e em atividades planejadas
que possibilitem refletir sobre o uso que se faz da linguagem em diferentes
contextos e situações.
O papel da Língua Portuguesa e Literatura é desvelar as cristalizações
250
de verdade da língua, possibilitando aos educandos o entendimento do poder
configurado pelas diferentes práticas discursivas, sociais, o aprimoramento do
domínio discursivo no âmbito da oralidade e da escrita e a interferência nas
relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o “signo
verdade poder” em direção a outras significações, permitindo dessa forma, aos
alunos, a emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e as práticas
de linguagem, imprescindíveis ao convívio social.
A linguagem - Língua materna será vista, assim, como atividade que se
realiza historicamente entre sujeitos, constituindo-se, os sujeitos e a linguagem,
nos múltiplos discursos e vozes que a integram. “Se os gêneros discursivos são
fundamentais para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, os conceitos
de texto, de leitura não se restringem, aqui, a linguagem escrita: eles abrangem,
além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as
outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia
gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, e
todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo
homem), percebendo seu chão comum e os modos de composição e de geração
de significados.” (Faraco, Apud Kuenzer, 2000).
Essas atividades possibilitam aos alunos e professores experiências
reais de uso da língua materna. Diante de um texto não se torna mais adequada a
pergunta “o que ele quer dizer?” mas “como ele funciona?”. Como é um bom
texto, como se organiza, como se estrutura.
Enfim, possibilitar aos alunos a educação para a criatividade, para a
liberdade, para não discriminação e para o exercício da cidadania.
METODOLOGIA
PRÁTICAS DISCURSIVAS
A interação pela linguagem materializa-se em textos orais, escritos e
visuais, pois, quanto maior o contato com a linguagem, na diversidade textual,
mais possibilidades se têm de entender o texto como material verbal e não-verbal
carregado de intenções e de visões de mundo.
Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os
251
participantes da interação dialógica se constroem e são construídos, é a
linguagem em uso efetivo em sua dimensão dialógica presente em atividades que
possibilitem experiências reais de uso da língua materna, abrangendo, além dos
textos escritos e falados, a interação da linguagem verbal com as outras
linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia
gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a
multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro
criado pelo homem), percebendo seu chão comum (são todas as praticas sociais,
discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus
diferentes modos de composição e de geração de significados) (FARACO, 2002,
p.101).
Dessa forma, os interlocutores vão construindo sentidos e significados ao
longo das suas trocas linguísticas orais ou escritas e mantêm com a língua e
entre si conhecimentos prévios, atitudes. Tudo isto pelo contexto social em que
ocorre a interlocução numa perspectiva interdisciplinar.
Nesta perspectiva, quanto maior o contato com a linguagem na
diversidade textual, mais possibilidades se têm de entender o texto carregado de
intenções e visões de mundo.
A ação pedagógica pauta-se na interlocução e em atividades planejadas
que possibilitem refletir sobre o uso que se faz da linguagem em diferentes
contextos e Oralidade.
O ensino da língua oral está previsto nas Diretrizes, porém muitas vezes
é confundido com atividades de leitura em voz alta e conversas informais, que
não preparam para contextos de comunicação.
“Não basta, portanto, que atividades de linguagem oral sejam
consideradas apenas como oportunidades de interação oral com o professor e os
colegas, elas precisam ser planejadas para o desenvolvimento de habilidades de
produção e recepção de textos orais frequentes em situações formais. (SOARES,
199 P.22)
A língua oral está organizada em gêneros (entrevistas, debates,
seminários, depoimentos, etc.), por isso o trabalho com gêneros orais aponta para
diferentes caminhos, como: depoimentos sobre situações significativas
252
vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio, dramatização, recado, elogio,
explicação, contação de histórias, declamação de poemas, toca de opiniões,
debates, seminários, júri- simulados entra outras atividades argumentativas.
Nas propostas de atividades orais, o aluno refletirá tanto a partir da sua
fala quanto da fala do outro sobre:
• O conteúdo temático do texto oral;
• Elementos composicionais, formais e estruturais dos diversos gêneros
usados em diferentes esferas sociais;
• A unidade de sentido do texto oral;
• Os argumentos utilizados;
• As diferenças lexicais sintáticas e discursivas próprias da fala formal e a
informal
A Prática da Leitura
Na concepção de linguagem proposta pelas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica de Língua Portuguesa, a leitura é percebida como um ato
dialógico, interlocutivo. Nesse processo, o leitor baseado em seu conhecimento
linguístico, nas experiências e na sua vivência sociocultural deve ter um papel
ativo na leitura para, como coprodutor, procurar nos textos pistas formais,
formular e reformular hipóteses, aceitar ou rejeitar conclusões.
Ler é ter contato com os diferentes textos produzidos e disponíveis nas
diversas esferas sociais: jornalística, artística, judiciária,
científica, didático- pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária,
etc. Neste processo incluem-se as linguagens não-verbais, a leitura de imagens
como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, capacitando os
educandos para o multi letramento, proposto nas Diretrizes, para a Língua
Portuguesa.
O contato com diferentes textos deve proporcionar aos alunos uma
atitude crítica e responsiva, que leve a leituras significativas, mediadas pelo
professor, na busca de um sujeito atuante nas práticas de letramento da
sociedade.
Pelas estratégias de leitura o aluno deve ser capaz de perceber as
intenções dos textos, muitas vezes manipuladas pelos implícitos nos elementos
253
da linguagem. Deve-se considerar, mesmo diante da pluralidade de leituras de
alguns textos, o contexto de produção sócio histórico, a finalidade, o interlocutor e
o gênero textual.
As possibilidades de leitura variam dependendo da esfera social e do
gênero discursivo a que os textos pertencem, sendo necessário planejar as
estratégias de leitura de acordo com a finalidade pretendida com a leitura.
Nesse sentido, devemos considerar, também, os suportes de publicação
dos textos, pois, tendo em vista as finalidades, não se lê uma crônica publicada
em um jornal da mesma forma que a publicada em um livro. No jornal temos que
considerar a data de publicação, a fonte, os acontecimentos e a relação entre a
crônica e as notícias veiculadas no suporte, diferente da leitura da crônica no
livro, representativa do cotidiano independente de outros interesses, a exemplo do
jornal.
As estratégias de leitura devem ser adequadas aos gêneros trabalhados.
A leitura de um poema é diferente da leitura de um texto de opinião. No texto
poético atenta-se para o valor estético, o conteúdo temático, os sentimentos, as
figuras de linguagem, as intenções; no artigo de opinião é importante destacar o
local e a data de publicação, contextualizar a temática, dialogar com os
argumentos, observar os operadores argumentativos que revelam o
posicionamento do autor.
Especial atenção deve ser dada aos textos não-verbais como: a charge, a
caricatura, as imagens, as telas de pintura, os símbolos, como possibilidades de
leitura em sala de aula, o que exige que o aluno-leitor esteja atento aos detalhes
dos traços, cores, formas, desenhos. Tratando-se de infográficos, tabelas,
esquemas, é necessário associar o verbal ao não-verbal, uma vez que são
leituras de se correspondem, se complementam.
A esfera digital é outra forma de leitura que se faz necessária na
atualidade e, por sua especificidade, comparada a outros gêneros e suportes,
exige novas estratégias. Para a leitura de hipertextos o leitor tem que estar atento
ao tempo, o ritmo, a velocidade, o movimento, o som, o diálogo com outras
linguagens.
No trabalho com a grande diversidade textual é fundamental considerar o
254
contexto de produção e circulação para planejar as atividades de leitura.
Numa atividade de interpretação/compreensão de um texto devemos
considerar o conhecimento de mundo, conhecimentos linguísticos, da situação
comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas de
circulação, do suporte em que está publicado e o diálogo com outros textos, a
intertextualidade.
Para Koch (2003, p.24) esse trabalho fundamenta-se em três estratégias:
• Cognitivas: representadas pelas inferências, a focalização, a busca de
relevância;
• Socioinstitucionais: preservação das faces, polidez,
atenuação, atribuição de causas a (possíveis) mal-entendidos etc.;
• Textuais: decisões concernentes à textualização, feitas pelo produtor do
texto, tendo em vista seu projeto “projeto de dizer”, ( pistas, marcas, sinalizações).
• Nas práticas de leitura, o professor deve propiciar aos alunos atividades
que levem à reflexão e discussão do gênero a ser trabalhado observando: o
conteúdo temático, a finalidade, os interlocutores, as vozes presentes no discurso,
o papel social, as ideologias, os argumentos e a intertextualidade presentes nos
textos.
Ao selecionar os textos é importante considerar no contexto da sala de
aula, as experiências de leitura dos alunos e seus horizontes de expectativas para
lhes oferecer textos que ampliem suas possibilidades de leitura.
LITERATURA
O encaminhamento metodológico para o trabalho com a Literatura
sugerido nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (Paraná, 2008)
fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Estética da Recepção e na Teoria
do Efeito, especificamente no Método Recepcional de Maria da Glória Bordini e
Vera Teixeira de Aguiar.
Nesta proposta de trabalho o leitor tem um importante papel como sujeito
ativo no processo de leitura da obra e, pelo debate reflexivo, tem a possibilidade
de ampliar seus horizontes de expectativas. A proposta divide-se em cinco etapas
cabendo ao professor delimitar o tempo de execução de cada uma, de acordo
com seu Plano de Trabalho Docente e a turma a ser trabalhada.
255
Segundo Bordini e Aguiar (1993) a proposta tem como objetivos: efetuar
leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e leituras;
questionar o horizonte cultural e, pela leitura, transformar os horizontes de
expectativas dos envolvidos na comunidade escolar, familiar e social.
Na primeira etapa, momento de determinação do horizonte de expectativas
do leitor, o professor deve interar-se sobre a realidade sociocultural dos
educandos, pela observação diária em sala de aula, analisando os interesses e o
nível da leitura, no contato com os livros, pelas discussões dos textos e as visitas
à biblioteca.
Após essa investigação, ao determinar o horizonte de expectativas, o
professor deve apresentar aos alunos textos que sejam próximos ao seu
conhecimento de mundo e às suas experiências de leitura. Nesta fase é
importante priorizar obras e textos que permitam suscitar o senso crítico,
possibilitem o interesse por autores consagrados, pelos clássicos da Literatura.
Nesta fase, no trabalho com o Método Recepcional, ocorre a ruptura com
o horizonte de expectativas. Ao aprofundar seus conhecimentos literários os
alunos distanciam-se do senso comum, gerando novas expectativas de leituras e,
consequentemente, pela reflexão e tomada de consciência de suas aquisições,
ampliam seus conhecimentos.
É preciso enfatizar que o trabalho com a Literatura em qualquer nível
deve partir da leitura do aluno, pois, como leitor, é ele quem atribui significados,
dá vida ao que lê, conforme seus conhecimentos prévios, linguísticos e de mundo.
Daí a importância de partir da recepção dos alunos para, ao percebê-la, buscar
aprofundar a leitura e ampliar seus horizontes de expectativas.
A Literatura, como produção humana, está ligada à vida social, às
relações dialógicas em vários contextos. É percebida como a arte que transforma
e humaniza o homem e a sociedade (Cândido, 1972). Sendo assim é função da
escola, do professor trabalhar a Literatura em sua dimensão social e estética,
representada pela tríade obra/autor/leitor.
Devemos, pelas práticas de leitura, levar nossos
educandos a perceberem, as pistas, as estruturas de apelo que direcionam para
as significações do texto, para uma leitura coerente. É importante enfatizar com
256
os alunos que apesar das lacunas preenchidas pelo conhecimento prévio de cada
leitor, o texto não está aberto a qualquer interpretação.
Segundo Bordini e Aguiar (1993), ao buscar encaixar o texto literário
dentro das expectativas de seu horizonte de valores, o leitor pode confirmá-lo ou
perturbá-lo por tudo o que julga conhecer e aceitar. Pela orientação, o professor
deve levar o aluno/leitor a um questionamento, a uma auto-avaliação a partir dos
textos trabalhados.
A última etapa do método recepcional caracteriza-se pela ampliação do
horizonte de expectativas após uma reflexão e tomada de consciência das
aquisições que levam, por sua vez, a aprimorar e ampliar os conhecimentos
anteriores. O professor nesta etapa tem um papel fundamental como o mediador
do processo ensino/aprendizagem, pois, independente do nível ou etapa da
escolaridade do educando (Ensino Fundamental ou Médio) deve, no trabalho com
textos literários, levá-lo a entender que é o leitor quem atribui sentidos,
significados ao que lê de acordo com seus conhecimentos prévios, ou seja, de
mundo.
Neste sentido, é importante que os educandos sejam sensibilizados,
provocados ao aproximarem-se dos textos literários para, ao ler, sentirem-se
coautores dos textos trabalhados em sala de aula e fora dela. Outro ponto muito
importante na leitura de textos é a percepção de que a exploração dos sentidos,
significados se efetivam pelos elementos, pelas marcas linguísticas que os
compõem.
O processo de leitura exige que o professor seja, também, além de um
incentivador, um leitor perspicaz, pois dependendo de como faz a abordagem do
texto poderá despertar o gosto pela fruição da leitura, ou afastar os educandos
pela falta de expressividade, de atenção ao valor estético dos textos literários.
Tendo como foco o texto literário e, conforme, a intencionalidade o
professor oportunizará aos educandos experiências diferenciadas com práticas de
leitura, escrita e oralidade, com outros gêneros e formas de expressão como, por
exemplo, o desenho, a dramatização entre outras. Essas novas formas de
representação, contribuem para melhoria da qualidade de análise e interpretação
do texto literário.
257
Desconsiderar o ritmo na leitura de alguns poemas significa comprometer
a compreensão e interpretação do texto, em outros esse fator não é relevante.
Determinados textos chamam atenção pela pontuação ou pelos elementos
lexicais que os constituem. A contextualização histórica/cultural para a
compreensão de alguns textos é imprescindível, apesar de não devermos ficar
presos à historiografia, estilos e época, em detrimento à valorização no momento
da produção e nos diferentes contextos de recepção quando a leitura, realmente,
se concretiza em diversas possibilidades.
Dentre essas possibilidades, faz-se necessário o professor, atento,
buscar estabelecer relações dialógicas, intertextuais, culturais, discursivas com
outros textos e, interdisciplinares, em outras áreas que possam, eventualmente,
partilhar, contribuir com o processo de significação dos textos literários. Podemos
exemplificar destacando as possibilidades de relações da Literatura com algumas
áreas de estudo, tais como: Literatura e Arte; Literatura e História/Geografia;
Literatura e Biologia; Literatura e Religião; Literatura e Filosofia/Sociologia entre
outras.
O trabalho com a Literatura deve, por meio da leitura de textos literários,
proporcionar aos educandos a possibilidade de estimular, aprofundar e melhorar a
capacidade de pensamento crítico, a sensibilidade estética e a expansão lúdica
da oralidade, leitura e escrita.
A Literatura, ao retratar, representar os segmentos sociais e humanos
proporciona práticas diferenciadas com o Conteúdo Estruturante da Língua
Portuguesa: O Discurso como Prática Social, pois, ao aprimorar o pensamento, o
conhecimento, sensibiliza, humaniza o ser.
Análise Linguística
As aulas de Língua Portuguesa são planejadas de maneira a contribuir
para a compreensão funcional e discursiva da gramática de modo que ela seja
relevante, funcional e contextualizada.
Fundamentados na concepção de que saber a língua é saber a sua
gramática em circunstâncias reais de comunicação, torna-se necessário vincular
os fatos gramaticais a situações contextualizadas, isto é, explorá-los no uso
discursivo, a partir e dentro do texto. Dessa forma, supera-se a rotina tradicional
258
em que as atividades de leitura, produção e gramática são tratadas como
compartimentos estanques. O trabalho com a língua interrelaciona-se com as
práticas de leitura, produção e gramática.
A prática de AL é pautada na metodologia da reflexão baseada na
indução tendo como unidade privilegiada o texto e a produção de sentidos e seus
possíveis efeitos. A língua é concebida como ação interlocutiva situada, sujeita às
interferências dos falantes sendo ferramenta para a leitura e a produção de
textos.
Considerar-se-á, assim, a interlocução como ponto de partida para o
trabalho com o texto e os conteúdos gramaticais são estudados a partir de seus
aspectos funcionais na constituição na unidade de sentidos dos enunciados.
Assim sendo, o aluno será conduzido às atividades epilinguísticas e
metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado,
a um falar sobre a língua. É necessário que o professor selecione o gênero que
pretende trabalhar e, depois de discutir sobre o conteúdo temático e o contexto de
produção/ circulação, prepare atividades sobre a análise das marcas linguístico
enunciativas, entre elas:
Oralidade
• As variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de
uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação ao gênero discursivo;
• Os procedimentos e as marcas linguísticas típicas da conversação
(como a repetição, o uso das gírias, a entonação), entre outros;
• As diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala
formal e a informal;
• Os conectivos como mecanismos que colaboram com a coesão e
coerência do texto, uma vez que tais conectivos são marcadores orais e, portanto,
devem ser utilizados conforme o grau de formalidade/informalidade do gênero,
etc.
Leitura
• As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro
formal e do texto em registro informal;
• A repetição de palavras (que alguns gêneros permitem) e o efeito
259
produzido;
• O efeito de uso das figuras de linguagem e de pensamento (efeitos de
humor, ironia, ambiguidade, exagero, expressividade, etc);
• Léxico;
• Progressão referencial no texto;
• Os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes
que falam no texto.
No que se refere a escrita, num trabalho de re-escrita, o professor pode
selecionar atividades que reflitam sobre os aspectos discursivos, textuais,
estruturais e
normativos.
Nesse sentido que o aluno será capaz de construir os conhecimentos
sobre a língua e toda sua funcionalidade e dinamicidade, na medida em que o
professor realizar um trabalho constante de AL, seja a partir de textos de autores
e gêneros diversos, ou por meio dos textos produzidos pelos próprios alunos a
partir de um trabalho de re-escrita frequente, mediado pelo professor que
oportunizará- orientação, exercícios práticas.
Escrita
Refletir e analisar os aspectos:
• Discursivos (argumentos, vocabulário, grau de formalidade do gênero);
• Textuais (coesão, coerência, modalizadores,
operadores argumentativos, ambiguidades, intertextualidade, processo de
referenciação);
• Estruturais (composição do gênero proposto para a escrita/oralidade do
texto, estruturação de parágrafos);
• Normativos (ortografia, concordância verbal/nominal, sujeito, predicado,
complemento, regência, vícios da linguagem...);
• Dos recursos gráficos e efeitos de uso, como: aspas, travessão, negrito,
itálico, sublinhado, parênteses, etc.;
• Da pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos efeitos
de sentido, entonação e ritmo, intenção, significação e objetivos do texto;
260
• Do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização,
retomadas e sequenciação do texto;
• o valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais em função
dos propósitos do texto, estilo composicional e natureza do gênero discursivo;
• Do efeito do uso de certas expressões que revelam a posição do falante
em relação ao que diz – expressões modalizadoras
(ex: felizmente, comovedoramente, etc.);
• Da associação semântica entre as palavras de um texto e seus efeitos
para coesão e coerência pretendidas;
• Dos procedimentos de concordância verbal e nominal;
Da função da conjunção, das preposições, dos advérbios na conexão do
sentido entre o que vem antes e o que vem depois em um texto.
Nessa perspectiva, o texto não serve apenas para o aluno identificar por
exemplo os adjetivos e classificá-los. Considera-se que o texto tem o que dizer,
há ideologias, vozes, e para atingir a sua intenção, utiliza-se de vários recursos
que a língua possibilita para criar diferentes efeitos de sentidos. (MENDOÇA,
2006, p 211)
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem
pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
________. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. (Trad. Paulo Bezerra). São Paulo:
Martins Fontes, 2003. BRASIL, Ministério da Educação. Orientações curriculares
para o ensino médio; volume 1 Linguagens, códigos e suas tecnologias /
Secretaria de Educação Básica. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2006. 239 p.
FARACO, C. A. Português: língua e cultura, ensino médio, 3.a série / Manual do
Professor. Curitiba: Base Editora, 2005.
FARIA, M. A. Como usar a Literatura Infantil na sala de aula. Contexto, 2008.
GERALDI, J. W. O texto da sala de aula. ALMEIDA, Milton José et al. 4. ed., São
261
Paulo: Ática, 2006.
GIL, B; D; CARDOSO, E A; CONDÉ, VG.. Modelos de análise Linguística, São
Paulo: Contexto, 2009.
KOCH, I. G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
________. Linguística textual. 4. ed., São Paulo: Cortez, 2002.
MACHADO, I. A. Literatura e redação – Os gêneros literários e a tradição oral.
São Paulo: Scipione, 1994.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO,
Angela Paiva, MACHADO, Anna Rachel, BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.).
Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna,2007.
________. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3.ed. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MURRIE, Z. O ensino de português do primeiro grau à universidade. 4. ed., São
Paulo: contexto, 1998.
NASCIMENTO, E. L. (Organização). Gêneros textuais da didática das línguas aos
objetos de ensino. São Carlos: Editora Claraluz, 2009.
PARANÁ, 2008. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais
do Ensino Fundamental e Médio. Disponível em: http://portugues.seed.pr.gov.br/
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed., Porto Alegre: Arttmed, 1998.
SCHNEUWLY, B; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas:
Mercado de Letras, 2004.
VIEIRA, S. R. BRANDÃO, Silvia Figueiredo. (organizadoras). Ensino de
Gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007.
262
DISCIPLINA DE QUÍMICA
1- DIMENSÃO HISTÓRICA DA DISCIPLINA DE QUÍMICA E A IMPORTÂNCIA
PARA O MEIO SOCIAL POLÍTICO E ECONÔMICO.
O desenvolvimento dos saberes e práticas ligadas às transformações da
matéria estão presentes nas formações das diversas civilizações, estimulado por
necessidades humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e,
posteriormente, o domínio do processo de cozimento, necessários à
sobrevivência. Estes saberes (manipulação dos metais, vitrificação, pigmentos
coloridos, feitura dos ungüentos, chás, remédios, iatroquímica, entre outros ), em
263
sua origem, não podem ser classificados como a ciência moderna denominada
Química, mas como um conjunto de ações e práticas que contribuíram para a
elaboração do conhecimento químico desde o século XVII.
A manipulação e a transformação da matéria, vem sendo aprimorada
desde a Pré-História, com o fato mais importante praticado pelo homem nessa
época sendo a descoberta do fogo, atritando dois pedaços de madeira, a partir
deste momento o homem aprendeu a manipular a argila, com a construção de
materiais cerâmicos, como fornos para trabalhar em altas temperaturas. Após
esse avanço no conhecimento químico, surge na idade antiga, os Egípcios,
gregos, fenícios e chineses, entre outros, conseguindo obter metais (ouro, ferro,
cobre, chumbo etc.), vidro, tecidos, bebidas alcoólicas (vinho e cerveja), sabões,
perfumes e duas ligas metálicas: o bronze (cobre e estanho) e o aço (ferro e
carvão). Já no antigo Egito, o fato mais notável foi a mumificação de cadáveres.
Na Grécia, se destacou a defesa da constituição atômica da matéria.
Após todos esses feitos surge na Idade Média século III, um conceito para
denominar a área da Química com o nome de alquimia ( árabe: al = a). Mistura de
ciência e bruxaria, desenvolvida pelos árabes. Nessa época os alquimistas tinham
dois grandes objetivos: obter o elixir da longa vida; conseguir a pedra filosofal,
que permitiria transformar um metal comum (ferro, cobre, chumbo etc.) em ouro
Segundo, Chassot (2004, p. 119). Tentando atingir esses objetivos, os árabes
obtiveram muitas substâncias (álcool, ácido clorídrico. ácido nítrico, ácido
sulfúrico, água-régia etc.) e construíram vidrarias e equipamentos para laboratório
de Química, usados até hoje (por exemplo, almofariz e alambique).
No final do século XIV e início do século XV, o contexto histórico do fim do
feudalismo, representado pelas aglomerações urbanas emergentes, pelas
péssimas condições sanitárias, pela fome, pelas pestes – em especial a peste
negra de 1347 gerou um desequilíbrio demográfico e problemas relacionados ao
trabalho, o qual também se modificava estruturalmente. A burguesia, classe social
emergente, começava a ocupar o espaço econômico e a comandar a
reestruturação do espaço e do processo produtivo. Este conturbado momento
histórico trazia a preocupação com a relação da mão-de-obra produtiva e os
estudos sobre substâncias minerais para a cura de doenças.
264
Surge então na Idade Moderna química médica ou latroquímica (século
XVII). Nessa época, os químicos, liderados pelo suíço Paracelso, abandonaram
as duas metas alquimistas e passaram a descobrir substâncias que curavam
doenças (remédios).
No final do século XVIII, durante a Revolução francesa, a Química, a
exemplo da Física, torna-se uma ciência exata. O químico Lavoisier descobriu
que, durante as transformações químicas e físicas, ocorre a conservação da
matéria (Lei da Conservação da matéria). Foi com Lavoisier que se iniciou, na
Química, o método científico, que estuda os porquês e as causas dos fenômenos.
Neste contexto na idade contemporânea séculos XVIII a XXI começa a
curiosidade e a necessidade do conhecimento da estrutura do átomo. Sendo as
primeiras teorias baseadas na mecânica clássica newtoniana, com os modelos de
Dalton, Thonson, e Rutherford, em parte também Niels Bohr. Em seguida surge
Mecânica Quântica dos cientistas, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Werner
Heisenberg, Einstein, Louis de Broglie, Max Plank, Wolfgang P. revolucionando a
Ciência, em especial a Química e a Física.
Desde então a Química tecnológica toma seu lugar, principalmente com
avanços tecnológicos a partir da Primeira Guerra Mundial e ganhando impulso
com a Segunda Guerra mundial, desenvolvimento de bombas, armas, carros,
caminhões, medicamentos, navios, aviões, alimentos, equipamentos de
transmissão, computadores.
Nota – se a partir da dimensão histórica da área de Química o quanto a
disciplina ou área Química é importante nos setores econômico, social e político.
Por esses e outros fatores é importante que aluno da educação básica tenha a
aquisição de novos conhecimentos científicos relacionados a disciplina de
Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de elaboração
desses conhecimentos com seus avanços, erros e conflitos, principalmente no
mundo em que vivemos hoje com a degradação da natureza provocada pelo
homem.
O ensino de Química pode revelar futuros cientistas, mas não só isso,
também, teremos na sociedade cidadãos mais conscientes que possam aplicar
seus conhecimentos no sistema produtivo, industrial e agrícola, assim como
265
entender a importância dos elementos químicos, os métodos de preparação,
propriedades, aplicações e as correlações entre esses assuntos, capacitando os
alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas,
contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como pessoa humana e
como cidadão.
O objetivo da disciplina é formar um aluno que se aproprie dos
conhecimentos químicos e seja capaz de refletir criticamente sobre o período
histórico atual, como
•Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas.
•Compreender os códigos e símbolos próprios da Química atual.
•Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-
versa. Utilizar a representação simbólica das transformações químicas e
reconhecer suas modificações ao longo do tempo.
•Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química:
gráficos, tabelas e relações matemáticas.
•Identificar fontes de informação e formas de obter informações relevantes para o
conhecimento da Química (livro, computador, jornais, manuais etc).
•Compreender e utilizar conceitos químicos dentro de uma visão macroscópica
(lógico-empírica).
•Compreender os fatos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógico-
formal).
•Compreender dados quantitativos, estimativa e medidas, compreender relações
proporcionais presentes na Química (raciocínio proporcional).
•Reconhecer tendências e relações a partir de dados experimentais ou outros
(classificação, seriação e correspondência em Química).
•Selecionar e utilizar idéias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos)
para a resolução de problemas qualitativos e quantitativos em Química,
identificando e acompanhando as variáveis relevantes.
•Reconhecer ou propor a investigação de um problema relacionado à Química,
selecionando procedimentos experimentais pertinentes.
266
•Desenvolver conexões hipotético-lógicas que possibilitem previsões acerca das
transformações químicas.
•Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva do
ser humano com o ambiente e a diversidade.
•Reconhecer o papel da Química no sistema produtivo, industrial e rural.
•Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da
Química e aspectos sócio-político-culturais.
•Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no
desenvolvimento da Química e da tecnologia.
2 - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS DA DISCIPLINA
Baseado nas propostas de Mortimer e Machado (2003), a figura 1 a seguir,
em cujo centro está o objeto de estudo da Química (Substâncias e Materiais)
sustentado pela tríade Composição, Propriedades e Transformações, presente
nos conteúdos estruturantes, Matéria e sua natureza, Biogeoquímica e Química
Sintética.
Figura 1; Inter-relação entre os conteúdos estruturantes
Os conteúdos estruturantes se inter-relacionam e devem estar articulados à
267
especificidade regional de cada escola. Para a disciplina de Química, são
propostos os seguintes conteúdos estruturantes:
• Matéria e sua natureza;
• Biogeoquímica;
• Química sintética.
- MATÉRIA E SUA NATUREZA
É o conteúdo estruturante que identifica a disciplina de Química, por se
tratar da essência da matéria requer também dos conteúdos específicos tabela 1
abaixo. É o Conteúdo estruturante Matéria e sua Natureza que abre o caminho
para um melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes.
A abordagem da história da Química é necessária para a compreensão de
teorias e, em especial, dos modelos atômicos. A concepção de átomo é
imprescindível para que se possam entender os aspectos macroscópicos dos
materiais com que o ser humano está em contato diário e perceber o que ocorre
no interior dessas substâncias, ou seja, o comportamento microscópico.
Desde o conceito de átomo indivisível (Leucipo e Demócrito) até o conceito
atual do átomo (partícula-onda), foram desenvolvidos modelos de átomos para
explicar o comportamento da matéria. Por isso, é preciso relacionar os
acontecimentos históricos para perceber que os modelos atômicos foram sendo
substituídos a partir de importantes descobertas, tais como a eletricidade e a
radioatividade.
Tabela 1: Conteúdos Específicos Matéria e sua natureza
268
MATÉRIA E SUA NATUREZA
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA
1 - COMPOSIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS SISTEMAS MATERIAIS
1.1 Objetivo da Química. 1.1 Explicitar o objetivo da Química. 1.2 Matéria, massa, energia. 1.2 Definir matéria e massa. 1.3 Substâncias simples, compostas e alotrópicas. 1.3 Descrever e classificar substâncias
simples, compostas e alotrópicas
1.4 Misturas homogêneas e heterogêneas. 1.4 Reconhecer misturas homogêneas e heterogêneas.
1.5 Principais processos de separação e fracionamento das misturas homogêneas e heterogêneas.
1.5 Exemplificar os principais processos de separação de misturas.
1.6 Fenômenos físico e químico. 1.6 Reconhecer fenômeno físico e químico.
2 - NOTAÇÃO E NOMENCLATURA QUÍMICA
2.1 Notação e nomenclatura dos elementos. 2.1 Identificar os elementos químicos por notação e nomenclatura.
2.2 Átomos, moléculas e íons. 2.2 Diferenciar átomo, molécula e íon. 2.3 Número atômico. 2.3 Identificar o elemento pelo seu número atômico. 2.4 Número de massa. 2.4 Determinar o número de massa dos
elementos, através das partículas nucleares.
2.5 Isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. 2.5 Reconhecer isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos.
3 - ESTRUTURA ATÔMICA
3.1 Histórico do átomo. 3.1 Reconhecer as teorias atômicas de Dalton, Thomson, Rutherford, Böhr e sssSommerfield.
3.2 Configuração eletrônica nos níveis e subníveis do átomo. 3.2 Reconhecer o nível de valência do átomo.
4 - TABELA PERIÓDICA
4.1 Evolução da tabela periódica. 4.1 Aplicar a tabela periódica na solução de problemas.
4.2 Grupos e períodos. 4.2 e 4.3 Identificar a posição dos elementos. 4.3 Classificação dos elementos na tabela periódica. 4.4 Propriedades aperiódicas. 4.4 e 4.5 Aplicar as propriedades dos elementos. 4.5 Propriedades periódicas: eletronegatividade, eletropositividade, potencial de ionização, eletroafinidade, raio atômico, raio iônico, volume atômico, densidade, reatividade química, pontos de fusão e de ebulição.
5 - LIGAÇÕES QUÍMICAS
5.1 Valência. 5.1 a 5.3 Estabelecer as fórmulas químicas dos compostos iônicos Covalentes e metálicos
5.2 Ligação Iônica. 5.3 Ligação covalente5.4 Polaridade das ligações. 5.4 e 5.5 Reconhecer a polaridade das
ligações e das moléculas pelo modelo 5.5 Geometria molecular e polaridade de moléculas. 5.6 Ligação metálica. 5.6 Identificar a ligação metálica. 5.7 Ligações intermoleculares: Van der Waals, dipólo-dipólo e pontes
de hidrogêhidrogênio5.7 Reconhecer a interação entre as moléculas.
5.8 Número de oxidação. 5.8 Determinar o número de oxidação dos elementos nas diferentes substâncias.
6 - REAÇÕES E FUNÇÕES INORGÂNICAS
6.1 Tipos de reações de combinação, decomposição, deslocamento e dupla- troca.
6.1 Identificar, equacionar e ajustar as equações químicas.
269
6.2 Caracterização, classificação e propriedades das funções inorgânicas.
6.2 e 6.3 Identificar as funções inorgânicas associadas aos fatos do cotidiano.
6.3 Ácidos e bases de Arrhenius. 6.4 Propriedades das funções inorgânicas. 6.4 Identificar as propriedades das funções.
6.5 Classificação e nomenclatura de ácidos, bases, sais e óxidos. 6.5 Nomear e classificar as principais substâncias inorgânicas.
3.2 - BIOGEOQUÍMICA
Este conteúdo estruturante é caracterizado pelas interações existentes
entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera. Historicamente, constitui-se a partir de
uma sobreposição de Biologia, Geologia e Química, com seus conteúdos
específicos abaixo, na tabela 2
Tabela 2: Conteúdos Específicos Biogeoquímica
BIOGEOQUÍMICA
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA
1 - CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS
1.1 Massa atômica – massa molecular. 1.1 Identificar a massa atômica e calcular a massa molecular.
1.2 Quantidade de matéria – massa molar – número de Avogadro – volume molar.
1.2 Resolver problemas sobre quantidade de matéria, massa, número de moléculas e volume molar.
1.3 Leis Ponderais: Lavoisier e Proust. 1.3 Reconhecer e aplicar as leis. 1.4 Fórmulas: mínima, percentual e molecular.
1.4 Identificar e resolver fórmulas químicas.
1.5 Cálculos estequiométricos. 1.5 Resolver problemas sobre cálculos estequiométricos.
2 - SOLUÇÕES
2.1 Soluções. 2.1 Classificar soluções. 2.2 Classificação quanto ao estado físico, à natureza das partículas dispersas, à proporção entre soluto e solvente. Concentração das soluções: percentagens (m/m,V/V),concentração em g/L e mol/L.
2.2 a 2.4 Resolver problemas sobre concentrações de soluções.
3 - TERMOQUÍMICA
3.1 Conceito. 3.1 e 3.2 Identificar e interpretar gráficos de reações exotérmicas e endotérmicas.
3.2 Entalpia: reações endotérmicas e exotérmicas. 3.3 Fatores que influem na variação da entalpia.
3.3 Reconhecer fatores que alteram a variação da entalpia.
3.6 Energia nuclear. 3.6 Diferenciar fissão e fusão nuclear.
4 - ELETROQUÍMICA
270
4.1 Reações de oxi-redução. 4.1 Identificar e ajustar as reações de oxi-redução.
4.2 Série de reatividade química. 4.2 Equacionar as reações de oxi-redução. 4.3 Pilhas. 4.3 Determinar o potencial de uma pilha
através das reações de oxi-redução.
5 - CINÉTICA QUÍMICA
5.1 Velocidade de reação: conceito. 5.1 Resolver problemas sobre velocidade de reações.
5.2 Fatores que influenciam nas velocidades das reações: energia de ativação, temperatura, concentração, pressão, superfície de contato, catalisadores.
5.2 Associar os fatores que influenciam na velocidade da reação aos fatos do cotidiano.
6 - EQUILÍBRIO QUÍMICO
6.1 Condições de ocorrência do equilíbrio. 6.1 Identificar as condições de equilíbrio. 6.2 Equilíbrio iônico: pH e pOH. 6.3 Determinar o pH e pOH, associando-os
aos fatos do cotidiano. 6.3 Hidrólise de sais: caráter ácido e básico de sais.
6.53Reconhecer o caráter ácido e básico dos sais, associando-o ao cotidiano.
3.3- QUÍMICA SINTÉTICA
Este conteúdo estruturante foi consolidado a partir da apropriação da
Química na síntese de novos produtos e novos materiais, e permite o estudo
que envolve os produtos farmacêuticos, a indústria alimentícia (conservantes,
acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), fertilizantes, agrotóxicos.
Tabela 3: Conteúdos Específicos Química Sintética
QUÍMICA SINTÉTICA
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA
1 - COMPOSTOS ORGÂNICOS
1.1 Evolução da Química Orgânica. 1.1 Associar a Teoria de Wöhler ao desenvolvimento da Química Orgânica.
1.2 Hibridação do carbono, boro e berílio. 1.2 Identificar os tipos de hibridação.
1.3 Ligações entre os átomos de carbono. 1.3 Identificar os tipos de ligação do carbono e os orbitais envolvidos.
1.4 Classificação dos átomos de carbono. 1.4 Classificar os átomos de carbono. 1.5 Classificação das cadeias carbônicas. 1.5 Classificar as cadeias carbônicas.
2 - FUNÇÕES ORGÂNICAS
2.1 Conceito, classificação, fórmula geral e nomenclatura oficial e usual dos compostos usuais simples de todas as funções orgânicas.
2.1 Identificar e denominar as funções orgânicas.
2.2 Grupos orgânicos monovalentes. 2.2 Identificar e denominar os grupos orgânicos monovalentes.
271
2.3 Propriedades físicas: ponto de fusão, ponto de ebulição,solubilidade, densidade.
2.3 Distinguir as propriedades físicas dos compostos orgânicos.
2.4 Aplicações dos compostos orgânicos. 2.4 Associar as aplicações ao cotidiano.
4 - REATIVIDADE DAS MOLÉCULAS ORGÂNICAS
4.1Teorias ácido-base de Brönsted-Lowry e Lewis.
4.1 Identificar as diferenças entre ácidos e bases.
4.2Caráter ácido e básico dos compostos orgânicos.
4.2 Determinar o caráter ácido e básico dos compostos orgânicos através Ka, Kb, efeitos indutivos e mesoméricos e dos grupos funcionais.
6 - QUÍMICA ORGÂNICA DESCRITIVA
6.1 Petróleo e carvão. 6.1 Reconhecer processos de obtenção e derivados do petróleo e do carvão.
6.2 Glicídios. 6.2 Identificar os glicídios. 6.3 Lipídios: glicerídios e cerídios. 6.3 Identificar os lipídios.
6.4 Aminoáciodos: proteínas. 6.4 Reconhecer os elementos ricos em aminoácidos.
6.5 Polímeros sintéticos. 6.5 Associar as aplicações dos polímeros sintéticos ao cotidiano e classificá-los quanto à reação de obtenção.
4 – METODOLOGIA DA DISCIPLINA
É importante que o processo de ensino aprendizagem, professor aluno ou
aluno professor, parta do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluam
as idéias preconcebidas sobre o conhecimento da Química, ou o senso comum, a
partir dos quais será elaborado um conceito científico.
O senso comum são conceitos que o estudante adquire no seu dia-a-dia,
na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência. Por sua vez,
a concepção científica envolve um saber socialmente construído e sistematizado,
que requer metodologias específicas para ser disseminado no ambiente escolar.
A escola é o local onde se adquire o conhecimento científico historicamente
produzido. Uma sala de aula reúne pessoas com diferentes costumes, tradições,
preconceitos e idéias que dependem também dessa origem.
Segundo as DCE´s a escola deve desenvolver um trabalho com os
desafios educacionais contemporâneos ( Educação Ambiental, Educação Fiscal,
Educação do campo, , Cidadania, e Direitos, Humanos, Enfrentamento a
Violência e Prevenção ao uso de drogas). Tais assuntos devem ser tratados
concomitantes aos conteúdos da disciplina, e também em ações
272
interdisciplinares, de forma organizada e sistemática, baseado no conhecimento
científico Historicamente acumulado. Ainda durante o ano letivo deverão ser
contempladas as leis 11645 / 08 (Cultura afro e Indígena e a lei 10639 / 03
(Cultura Afro).
Aos alunos com deficiências intelectuais a escola deve proporcionar uma
adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas dificuldades de
aprendizagem e consiga avançar nos estudos, e ter o conhecimento adquirido.
Com toda essa diversidade o docente deve ter a criatividade de expor os
encaminhamentos metodológicos de diversas formas ou maneiras. Para facilitar a
aprendizagem dos seus alunos. Sobretudo lembrar que a disciplina de química é
também experimental. Desta forma os experimentos podem ser usados como
ponto de partida para a compreensão de conceitos e sua relação com as idéias
discutidas em aula. Os estudantes, assim, estabelecem relações entre a teoria e a
prática e, ao mesmo tempo, expressam ao professor suas dúvidas. Mostrar aos
alunos que a Química não é uma Ciência acabada, sem erros, nem sempre é
exata, ou seja, nem sempre um determinado experimento vai ter o mesmo
resultado.
Por isso sempre deixar os alunos conscientes de que a ciência está em
constante transformação e mudanças, até porquê, ela é desenvolvida pelos
homens e mulheres, que podem falhar. Portanto uma teoria ou modelo que hoje é
aceita, no futuro pode ser mudada, ou sofrer transformações.
4.1 - ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS E RECURSOS
DIDÁTICOS/TECNOLÓGICOS
Esta associação pretende tratar dos conceitos de química ressaltando
primeiramente seu significado científico e seu contexto tecnológico e social.
17. Aulas expositivas e individual sobre os temas centrais, usando e quadro-
negro.
18. Aulas práticas, com materiais de uso cotidiano, ou do laboratório.
19. A adoção de dinâmicas de grupo; com debates dos temas do foco.
273
20. A elaboração de perguntas – chave sobre o conteúdo a ser exposto.
21. Pedir a leitura previa do texto a ser estudado.
22. Dinâmica de grupos para montagem de relatórios, murais informativos e
seminários.
23. Possibilidade de visitas em indústrias, locais da comunidade e áreas rurais;
isso contribui para formação de cidadãos.
24. TV Pen drive: Possibilidade de abordar assuntos relacionados à Química
com o seu envolvimento com a natureza, na forma de vídeos, músicas e slides
25. Alunos com deficiências intelectuais, tem o professor de educação especial,
e também o professor da disciplina onde ambos buscam alternativas para o aluno
aprender e ter o conhecimento.
5 – AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
5.1 – AVALIAÇÃO
A avaliação deve ultrapassar os limites quantitativos e incorporar quatro
dimensões: diagnóstica, processual, contínua, cumulativa e formativa.
Pois a avaliação deve subsidiar o trabalho pedagógico redirecionado ao
processo de ensino – aprendizagem, sempre que necessário. Então é necessário
relacionar questões que avaliem a aprendizagem dos alunos nos aspectos de
análise, interpretação, ponderação e avaliação sobre seu entendimento
conceitual.
A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e
instrumentos diversificados, com as finalidades educativas, como;
atividades em sala de aula;
provas escrita e oral;
participação nas atividades propostas;
reajuste do plano de ação de acordo com o diagnóstico da turma
( recuperação paralela de conteúdos).
Nunca deixando de ressaltar que alunos com deficiências intelectuais,
274
fazem suas avaliações de acordo com o seu potencial e necessidade física.
Além das avaliações, o aluno deve ter uma carga horária de 128 horas /
aula, ou um total de 106 horas, ou seja, no sistema individual o aluno deve ter 100
% de frequência, caso seja aulas no coletivo o aluno para ser promovido deve ter
no mínimo 75 % de frequência.
Para fins de promoção ou certificação e rendimento escolar do aluno para
a disciplina de química, serão registradas 04 (quatro) notas que corresponderão
às provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos adotados a que,
obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor. Exigida
em cada registro da avaliação processual (A) no mínimo 6,0 (seis vírgula zero), de
acordo com a resolução n.º 3794/04 – SEED para fins de promoção ou
certificação. Caso contrário e também como acréscimo ao processo de
apropriação dos conhecimentos, o educando terá direito à recuperação de
estudos, conforme explicitada no Regimento Escolar. As avaliações processuais
serão somadas da seguinte maneira, como explicitado abaixo;
Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A)
Número de avaliações processuais
5.2 – MÉTODO DE AVALIAÇÃO APLICADO
Durante o curso (Química) serão aplicadas 4 avaliações com peso 6,0, e
4,0 pontos de relatórios, leituras, trabalhos científicos.
Para os alunos serem aprovados na disciplina de química precisam atingir
nota 6,0 ou mais, se não conseguirem, fazem a recuperação de estudos, e novas
avaliações são promovidas.
5.3 – RECUPERAÇÃO
A oferta da recuperação de estudos dar-se-á concomitantemente ao
processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos mesmos.
A recuperação será individualizada, organizada com atividades
significativas, com estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, com
275
indicação de roteiro de estudos, para melhor diagnosticar o nível de apropriação
dos conhecimentos de cada educando e com novos instrumentos de avaliação.
5.4 - CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
O estabelecimento de ensino pode realizar a classificação do aluno no
início de sua matrícula, em cada disciplina, conforme especificações no regimento
escolar do estabelecimento de ensino CEEBJA.
O aluno pode também pedir a reclassificação, ou seja, se tiver
aproveitamento no ensino médio regular na disciplina de química, pode ser
recolocado já com cumprimento de 25 % ou até 50 % da carga horário da
disciplina.
6 – REFERÊNCIAS
1 - PARANÁ – SEED. Secretaria de Estado da educação. Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, 2007.
2 - AXT, R. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A; AXT, R.Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991.
3 - BRADY, J. ; HUMISTON, G. E. Química geral. v.1, ed.2. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
4 - BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.
5 - CHASSOT, A . Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 2003.
6 - CHASSOT, A . A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
7 - CHASSOT, A; OLIVEIRA, J.R. (org.) .Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: UNISINOS, 1998.
8 - KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Perspectiva. São Paulo, v.14, n.1, p.85-93, jan/mar. 2000.
9 - KUHN,T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996.
276
10 - MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química: professor/ pesquisador. 2. Ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003. p.120.11 - MACEDO, E; LOPES, A. R. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das ciências.
12 - MORAES, R. (org.). Construtivismo e ensino em ciências: reflexões epistemológicas emetodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
13 - MORTIMER, E. F.; MACHAD0, A. H. Química para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.
14 - NANNI, R. A natureza do conhecimento científico e a experimentação no ensino de ciência. Revista Eletrônica de Ciências: v.26, Maio 2004.
15 - OLIVEIRA, R.J. de Reflexões sobre a técnica, a ética e a educação no mundo de hoje. In: Chassot, A. I. ; Oliveira, R. J. Ciência , ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos; 2001. p.228.
16 - ROSITO, B. A . O ensino de ciências e a experimentação. In Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
17 - RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: McGraw-hill,1981.
18 - SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio-Pesquisa em Educação em Ciências, v.2, n.2, 2000.
19 - STRATHERN, P. Bohr e a teoria quântica em 90 minutos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
20 - VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo: Moderna, 2002.
21 - CARVALHO, Geraldo Camargo de. Química Moderna, vol. único, Scipione, São Paulo, 2000.
22 - FELTRE, Ricardo. Química, vols. 1, 2 e 3, Moderna, São Paulo, 2000
23 - LEMBO, Antonio. Química - Realidade e Contexto, vols. 1, 2 e 3, Ática, São Paulo, 1999
277
278
DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Sociologia enquanto ciência possui como objeto de estudo as relações
sociais, compreendidas como as interações entre os indivíduos no meio social em
que vivem, considerando as mais diversas sociedades e os mais diversos
períodos históricos.
A importância histórica desta disciplina remonta as primeiras obras
introdutórias relativas ao conhecimento sociológico, intitulados manuais, datadas
de 19303. De acordo com a autora Simone Meucci, as teorias sociológicas
presentes nestes trabalhos, enfatizam os países onde as mesmas foram
concebidas, principalmente França e Estados Unidos, justamente por sugerir que
os elaboradores dos primeiros manuais acreditariam que os conceitos e teorias
elaborados nesses países auxiliariam na formação de um conjunto de
conhecimentos sobre a realidade social brasileira4.
Neste sentido, autores brasileiros desejavam utilizar o conhecimento
sociológico expresso de modos distintos nas páginas dos primeiros manuais de
sociologia, no sentido de organizar sob novas bases a vida nacional. Dessa
forma, a sociologia era entendida em alguns manuais, como disciplina normativa,
cuja principal tarefa seria a fixação de certos princípios de organização da
sociedade, através da definição das funções de instituições sociais como a
família, a escola, a igreja, os sindicatos. Em outros manuais, a sociologia possuía
uma visão mais acadêmica, cujos autores procuravam a identificação entre suas
pesquisas e fundamentos sociológicos já realizados em outros lugares,
principalmente nos Estados Unidos. De acordo com a autora, poderíamos
considerar que a constituição da sociologia no Brasil, está intimamente associada
à perspectiva de formação social da nação.
A recente instituição da Sociologia como disciplina obrigatória no Ensino
Médio justifica-se pela necessidade de reflexão em relação aos alunos, acerca da
3MEUCCI, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil. Os primeiros manuais didáticos de Sociologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Unicamp. 2000. p. 122.4Idem.p. 126.
279
realidade social múltipla e complexa. Neste sentido, esta disciplina utiliza-se de
conteúdos fundamentados em pesquisas empíricas, conceitos e teorias
explicativas, visando a construção de um conhecimento sociológico crítico, não
apenas na compreensão dos desafios que se apresentam às novas gerações,
mas também para viabilizar na medida do possível, uma sociedade de inclusão,
justa e solidária5.
Com base nisso, as aulas de Sociologia devem contribuir para o
desenvolvimento da consciência social, principalmente através do ensino do
questionamento crítico relativo ao processo de transformação positiva da
realidade social em que o corpo discente se insere e atua ao mesmo tempo como
agente e paciente; e, incentivar reflexões pertinentes as relações sociais que se
apresentam aos indivíduos em suas múltiplas dimensões, oferecendo assim,
recursos para o desenvolvimento de uma crítica social própria e característica de
uma formação humanística que almeja capacitar os alunos a construírem suas
estruturas intelectuais.
A disciplina visa também auxiliar a compreensão de demandas que
envolvem o cotidiano, sejam elas de caráter pessoal, grupal, ou ainda, relativas à
sociedade a qual pertencemos ou a todas as sociedades.
Em síntese, a disciplina almeja propiciar ao aluno do Ensino Médio
conhecimentos sociológicos de forma que alcance um nível de compreensão mais
elaborado em relação às determinações históricas nas quais se situa, bem como
fornecendo-lhe elementos para pensar possíveis mudanças a partir do
esclarecimento de questões acerca das desigualdades sociais, políticas e
culturais.
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS BÁSICOS
De acordo com a DCE, os conteúdos estruturantes e básicos relativos a
disciplina Sociologia, podem ser explicitados de acordo com a organização da
tabela referencial abaixo:
5ARAUJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, BenildeLenzi.Ensinar e AprenderSociologia. São Paulo: Contexto. 2009. pp. 10-12.
280
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
1. O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.
• Processo de Socialização; • Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas; • Instituições de Reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos, etc).
2.Cultura e Indústria Cultural. • Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das diferentes sociedades; • Diversidade cultural; • Identidade; • Indústria cultural; • Meios de comunicação de massa; • Sociedade de consumo; • Indústria cultural no Brasil; • Questões de gênero; • Culturas afro brasileiras e africanas; • Culturas indígenas.
3.Trabalho, Produção e Classes Sociais.
• O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades; • Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais• Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições; • Globalização e Neoliberalismo; • Relações de trabalho; • Trabalho no Brasil.
4. Poder, Política e Ideologia. • Formação e desenvolvimento do Estado Moderno; • Democracia, autoritarismo, totalitarismo• Estado no Brasil; • Conceitos de Poder; • Conceitos de Ideologia; • Conceitos de dominação e legitimidade; • As expressões da violência nas
281
sociedades contemporâneas.
5. Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.
• Direitos: civis, políticos e sociais; • Direitos Humanos; • Conceito de cidadania; • Movimentos Sociais; • Movimentos Sociais no Brasil; • A questão ambiental e os movimentos ambientalistas; • A questão das ONG
3. METODOLOGIA
A metodologia deve considerar o aluno da EJA como sujeito no processo
de ensino-aprendizagem, capaz de agir prática e intelectualmente na aquisição do
saber. De acordo com os eixos articuladores – cultura, trabalho e tempo – para a
EJA, os conteúdos trabalhados no decorrer da disciplina requerem a necessidade
de compreender-se as várias dimensões da realidade, como a política, a
econômica, cultural, ideológica, científica, religiosa, considerando diferentes
visões interpretativas das mesmas.
Neste cenário diverso e complexo, traduzido pela variedade de questões
e respostas suscitadas, podemos ressaltar alguns métodos de ensino que
auxiliam na apreensão do mesmo, como o desenvolvimento de dinâmicas de
grupo enfatizando temas que gerem argumentação e contra-argumentação,
debates em relação a temas históricos e contemporâneos, painéis produzidos
como representação das diversas realidades sociais, seminários expondo
variadas visões sobre determinado (s) assunto (s), leituras de textos e
elaborações de pesquisas teórico-empíricas.
Importante também neste processo a utilização de recursos didáticos,
como músicas, filmes, charges, poesias, que retratem determinado período
histórico-social, mensagens de determinados grupos sociais, bem como
conteúdos ideológicos que os permeiam. Neste conjunto inserem-se a análise de
diversas produções culturais, como a literatura, a pintura, a fotografia e a
escultura como importantes elementos tradutores da realidade, que ao trazerem
consigo impressões individuais, revelam também acontecimentos sociais que as
282
influenciaram.
A análise da produção midiática, como jornais, revistas, conteúdos
televisivos, vídeos, filmes, músicas e sites da internet, também se faz relevante,
uma vez que possuem subsídios para a compreensão da realidade social cujos
aspectos muitas vezes se fazem presentes na vida do corpo discente. Constituem
também uma oportunidade de reconhecimento de sua experiência de vida,
propiciando o debate crítico através da intermediação do professor ao longo do
processo de ensino-aprendizagem6.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
6PEREIRA, Helena Luiza. Qualificando o ensino da Sociologia.XIII CONGRESSO BRASILEIR0 DE SOCIOLOGIA - 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE). p. 8.
283
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
4. AVALIAÇÃO
Com base numa concepção de avaliação diagnóstica, formativa, contínua
284
e concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social articulada
aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que
vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis,
propiciando o aperfeiçoamento do senso crítico e a conquista de uma maior
participação na sociedade.
Quanto aos procedimentos e instrumentos de avaliação, será utilizada a
observação sistemática ou informal, para conhecer melhor os alunos em todos os
aspectos, analisar seu desempenho nas atividades e compreender seus avanços
e dificuldades, ajudando-o em sua aprendizagem.
A prova se constitui em um importante instrumento de avaliação,
porémnão pode ser o único indicador de desempenho, pois apenas fornece um di
6 -REFERÊNCIAS
PARANÁ,Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares
da Educação Básica de Língua Portuguesa. Seed: Curitiba/2008
Aguiar, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura e Formação do
leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo:
Parábola, 2003. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras
no caminho. São Paulo: Parábola, 2007. BAGNO, Marcos. A norma oculta –
língua e poder na sociedade. São Paulo: Parábola, 2003.
BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de
Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999. Estética da
Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Problemas da poética de
Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
BRAIT, Beth. PCNs, gêneros e ensino de língua: faces discursivas da
textualidade. In: ROJO, Roxane (org.). A prática de linguagem em sala de aula:
praticando os PCN. São Paulo: Mercado de Letras, 2000, p. 20.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas
tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e
Tecnológica, 1998.
BUNZEN, Clécio. Da era da composição à era dos gêneros: o ensino de produção
285
de texto no ensino médio. In: BUNZEN, Clecio.; MENDONÇA, Márcia. (orgs.)
Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.
CANDIDO, Antônio. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. São
Paulo, Vol. 4, n. 9, PP. 803-809, set/1972.
CAVALCANTE, Mariane C. B.; MELLO, Cristina T. V. de. Oralidade no Ensino
Médio: Em busca de uma prática. In: BUNZEN, Clecio.; MENDONÇA, Márcia.
(orgs.). Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo:
Parábola, 2006.
COPE, Bill; KALANTZIS, Mary (eds.). Multiliteracies: literay learning and the
design of social futures. London: Routledge, 2000.
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins
Fontes, 1983.
FARACO, Carlos Alberto. Área de Linguagem: algumas contribuições para sua
organização. In: KUENZER, Acácia. (org.) Ensino Médio – Construindo uma
proposta para os que vivem do trabalho. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2002.
Linguagem & diálogo: as idéias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar,
2003. Linguagem, escola e modernidade. In: GHIRALDELLI, P. J. Infância, escola
e modernidade. São Paulo: Cortez, 1997.
FREDERICO, Enid Yatsuda; OSAKABE, Haquira. PCNEM – Literatura. Análise
crítica. In: MEC/SEB/Departamento de Políticas de Ensino Médio. Orientações
Curriculares do Ensino Médio. Brasília: 2004.
FONTES, J. B. As obrigatórias metáforas: apontamentos sobre literatura e ensino.
São Paulo: Iluminuras, 1999.
GARCIA, W. A. C. A Semiosis Literária e o Ensino. In: Maria de Fátima Sabino
Dias; Suzani Cassiani de Souza; Izabel Christine Seara. (Org.). Formação de
Professores: experiências e reflexões. Florianópolis: Letras Contemporâneas,
2006, v. , p. 172- 177.
GERALDI, João W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: O texto
na sala de aula. 5. ed. Cascavel: Assoeste, 1990. Unidades básicas do ensino de
português. In: João W. (org.). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática,
2004. Portos de passagem. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
GNERRE, M. Linguagem, Escrita e Poder. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
286
ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. São Paulo: Editora
34, 1996, vol. 1.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação a teoria literária.
São Paulo: Ática, 1994.
KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2003.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática,
2001.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Editora 34,
1996.
MACHADO, Irene. Gêneros discursivos. In: BRAIT, Beth (org.). Bakhtin:
conceitos- chave. São Paulo: contexto, 2005.
MARCUSCHI, Luis Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MELO NETO, João Cabral de. Rios sem discurso. In: A educação pela pedra. Rio
de Janeiro: José Olympio, 1979. mendona, Márcia. Análise lingüística no ensino
médio: um novo olhar, um outro objeto. In: Bunzen, Clécio; Mendona, Márcia
[orgs.]. Português no ensino médio e formação do professor. 2 ed. São Paulo:
Parábola, 2006.
MOLL, Jaqueline. Alfabetização Possível: reinventando o Ensinar e o Aprender. 7
ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
NEVES, Maria Helena Moura. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na
Língua Portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Reestruturação do Ensino de 2o
Grau. Curitiba, 1988.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para Escola
Pública do Paraná. Curitiba: SEED, 1990, p. 50 – 62.
PÉCORA, Alcir. Problemas de redação. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
<http://www.filologia.org.br/revista/33/04
PERFEITO, Alba Maria. Concepções de Linguagem, Teorias Subjacentes e
Ensino de Língua Portuguesa. In: Concepções de linguagem e ensino de língua
portuguesa (Formação de professores EAD 18). v.1. 1 ed. Maringá: EDUEM,
287
2005. p 27-79. Concepções de Linguagem, análise lingüística e proposta de
intervenção.In: CLAPFL - I Congresso Latino-Americano de Professores de
Línguas, 2007, Florianópolis. Anais do I congresso Latino- Americano de
Professores de Língua.
Florianópolis : EDUSC, 2007. p. 824-836
PIVOVAR, Altair. Leitura e escrita: a captura de um objeto de ensino. Curitiba,
1999. Dissertação de mestrado – UFPR.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática. 4 ed. Campinas, SP: Mercado
das Letras, 1996.
RODRIGUES, Rosângela Hammes. Os gêneros do discurso na perspectiva
dialógica da linguagem: A abordagem de Bakhtin. (UFSC). In: MEURER, J. L..
BONINI, Adair, Désirée. (orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo:
Parábola, 2005.
ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Linguagens, Códigos e suas tecnologias. In:
MEC/ SEB/Departamento de políticas do Ensino Médio. Orientações Curriculares
do Ensino Médio. Brasília: 2004. Gêneros do discurso e gêneros textuais:
questões teóricas e aplicadas. In: MEURER, J. L.; BONINI, A.; , D. (orgs.).
Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005.
SAVIANI, Dermeval. História das idéias pedagógicas no Brasil. São Paulo:
Autores Associados, 2007.
SILVA, Ezequiel Thedoro. Conferências sobre Leitura – trilogia pedagógica. 2. ed.
Campinas/SP: Autores Associados, 2005.
A produção da leitura na escola: pesquisas x propostas. 2. ed. São Paulo: Ática:
2002.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:
Autentica, 1998.
SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese de história da Cultura Brasileira. São Paulo:
DIFEL, 1984.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de
gramática no 1o e 2o graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
VILLALTA, Luiz Carlos. O que se faz e o que se lê: língua, instrução e leitura. In:
SOUZA, Laura de Mello (org.). História da vida privada no Brasil – Cotidiano e
288
vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
REFERÊNCIAS ON LINE
BRANDÃO, Helena Hathsue Nagamine. Analisando o Discurso. (USP). Artigo
disponível em: <www.estacaodaluz.org.br> 2005. Museu de Língua Portuguesa.
Acesso em: 06-09-2007.
LABEURB. Enciclopédia Discursiva da Cidade - Endici. Disponível em:
Laboratório Estudos Urbanos: <http://www.labeurb.unicamp.br/enc_lab.htm>2002.
Acesso em: 07/12/2007.
GOMES, Eustáquio. País tem história universitária tardia. Jornal da Unicamp, 191
- ANO XVII - 23 a 29 de setembro de 2002. Universidade de Campinas –
Unicamp. Disponível em:
<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2002/unihoje_ju191pa
g7a.html.>2002. Acesso em: 04/12/2007.
ILLARI, Rodolfo. Lingüística e Ensino da Língua Portuguesa com língua materna.
(UNICAMP). Artigo disponível em: <www.estacaodaluz.org.br> (Museu da Língua
Portuguesa). Acesso em: 28-08-2007.
LUZ-FREITAS, Márcia de Souza. E a Língua Portuguesa tornou-se disciplina
curricular. (PUC-SP e FEFI-MG). Disponível em: <http://www.filologia.org.br/
revista/33/04> 2004. Acesso em: 28-08-2007).
289
DISCIPLINA DE GEOGRAFIA / CEEBJA-IRATI
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O papel principal da Geografia é tornar o mundo compreensível para os
alunos, não apenas apresentando uma descrição estática de fatos e
acontecimentos, ao contrário, é necessário mostrar que o mundo é dinâmico e
passivo de transformação.
Até os anos 70 os procedimentos didáticos adotados promoviam
principalmente a descrição e a memorização dos elementos que compõem as
paisagens como dimensão do território e o lugar. Era a chamada Geografia
Tradicional.
Com a revolução Industrial e o período pós-guerra, tomou-se consciência
de que as diferenças tinham raízes históricas. A Geografia ganhou então
conteúdos políticos que passaram a ser significativos na formação do cidadão. É
através do marxismo que o aluno compreende e explica o processo de produção
do espaço, compreendendo as desigualdades na distribuição da renda e da
riqueza. É importante que o aluno compreenda as diferentes formas de as
sociedades se organizarem para produzir bens e serviços, ou seja, como são
estruturados seus modos de produção.
Neste caso de organização da sociedade destaco a importância de discutir
290
a Educação no Campo que deve ser valorizada pela sua importância para o
desenvolvimento local, regional e também nacional, destacando também sua
cultura, assim como também conteúdos relacionados a cultura Afro- Brasileira,
pois foi esta a população colonizadora e formadora do nosso país. Todos têm
direito a educação “o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu
lugar e com a sua participação, vinculada à sua cultura e suas necessidades
humanas e sociais”(CALDART,2002,p.26).
Os conhecimentos geográficos se fazem importantes para a vida em
sociedade, principalmente para a formação de cidadãos, pois conhecendo as
características sociais, culturais, naturais do lugar onde vive,bem como de outros
lugares, pode-se comparar, explicar e compreender a relação que os diversos
grupos sociais exercem tanto com outros grupos como também com a natureza.
Portanto, a Geografia é entendida como uma ciência que se ocupa da
história para um melhor entendimento das transformações,porém e também uma
ciência do presente que contribui para pensar o espaço enquanto uma totalidade
na qual se passam todas as relações cotidianas.
O objetivo da disciplina de geografia é formar cidadãos com uma visão
mais aberta de mundo,em que possa opinar,participar do campo social e
profissional da sociedade, conhecendo, compreendendo e interpretando os
diversos fatos tanto naturais como antrópicos que acontecem no planeta, bem
como entender as mudanças que ocorrem a partir da ação humana
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- BÁSICOS DE GEOGRAFIA
De acordo com as Diretrizes Curriculares Da Educação Básica do Estado
do Paraná são Conteúdos Estruturantes Da Disciplina de Geografia
-Dimensão econômica do espaço geográfico
-Dimensão política do espaço geográfico
-Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-Dimensão socioambiental do espaço geográfico
A organização pedagógica do CEEBJA não se apresenta seriada, mas sim
por carga horária a se cumprir 192 horas aula com referência a disciplina de
291
geografia, os conteúdos básicos se apresentam articulados com os conteúdos
estruturantes.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do espaço
geográfico
Dimensão política do espaço
geográficos
Dimensão cultural e demográfica do
espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço
geográfico
A formação,mobilidade das fronteiras e
a reconfiguração do território brasileiro.
A dinâmica da natureza e sua alteração
pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção
As diversas regionalizações do espaço
brasileiro.
As manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
Movimentos migratórios e suas
motivações.
O espaço rural e a modernização da
agricultura.
A formação, o crescimento das
cidades, a dinâmica dos espaços
urbanos e a urbanização.
A distribuição espacial das atividades
produtivas, a (re) organização do
espaço geográfico.
A circulação de mão-de-obra, das
mercadorias e das informações.
As diversas regionalizações do espaço
geográfico.
A formação, mobilidade das fornteiras e
292
a reconfiguração dos territórios do
continente americano.
A nova ordem mundial, os territórios
supranacionais e o papel do Estado.
O comércio em suas implicações
socioespaciais
A circulação da mão-de-obra, do
capital, das mercadorias e das
informações.
As relações entre o campo e a cidade
na sociedade capitalista.
O espaço rural e a modernização da
agricultura.
A transformação demográfica , a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
Os movimentos migratórios e suas
motivações.
As manifestações sociespaciais da
diversidade cultural.
Formação, localização,exploração e
utilização dos recursos naturais.
As diversas regionalizações do espaço
geográfico.
A nova ordem mundial , os territórios
supranacionais e o papel do Estado.
A revolução tecnico-científico-
informacional e os novos arranjos no
espaço da produção.
O comércio mundial e as implicações
socioespaciais.
293
A formação mobilidade das fronteiras e
a reconfiguração dos territórios.
A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
As manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
Os movimentos migratórios mundiais e
suas motivações.
A distribuição das atividades
produtivas, a transformação da
paisagem e a (re) organização do
espaço geográfico.
A dinâmica da natureza e sua alteração
pelo emprego de tecnologias da
exploração e produção.
O espaço em rede:
produção,transporte e comunicações na
atual configuração.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do espaço
geográfico
Dimensão política do espaço
geográfico
Dimensão cultural e demográfica do
espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço
A formação e transformação das
paisagens.
A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de tecnologias
de exploração e produção.
A distribuição espacial das stividades
produtivas e a (re) organização do
294
geográfico espaço geográfico .
A formação, localização, exploração e
utilização dos recursos naturais.
A revolução técnico-científico-
informacional e os novos arranjos no
espaço da produção.
O espaço rural e a modernização da
agricultura.
O espaço em rede: produção,
transporte e comunicação na atual
configuração territorial.
A circulação de mão-de-obra, do capital
das mercadorias e das informações.
Formação,mobilidade das fronteiras e a
reconfiguração dos territórios.
As relações entre o campo e a cidade
na sociedade capitalista.
A formação, o crescimento das
cidades, a dinâmica dos espaços
urbanos e a urbanização recente.
A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
Os movimentos migratórios e suas
motivações.
As manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
O comércio e as implicações
socioespaciais.
As diversas regionalizações do espaço
geográfico.
295
As implicações socioespaciais do
processo de mundialização.
A nova ordem mundial , os territórios
supranacionais e o papel do Estado.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O desenvolvimento pedagógico proposto com a finalidade de proporcionar
ao educando a compreensão do mundo em que vive,das relações entre
natureza,homem e trabalho; da sociedade como parte integrante participando
como agente de transformação, para p exercício da cidadania ,conduzindo a
reflexão, a leitura do mundo, as transformações sociais, políticas e econômicas,
tornando-se assim mais crítico na sociedade.
Nesta perspectiva é importante que a metodologia possibilite mecanismos
de análise e reflexão. Que o educando sinta-se transformador do espaço,por meio
de suas ações, conhecimento da realidade e suas consequências,podendo levar
esse conhecimento para a sociedade em que vive, evitando omissões as quais
podem trazer, com o decorrer do tempo, inevitáveis catástrofes ambientais.
Os conteúdos serão colocados de maneira que respeite o desenvolvimento
e acompanhamento dos educandos, pois na modalidade EJA, já trazem uma
bagagem cultural com experiências, que enriquecem as aulas, proporcionando
acréscimo aos conteúdos que serão trabalhados de forma crítica e dinâmica,
interligados com o cotidiano e o espaço global. Os procedimentos didáticos
realizam-se em aulas expositivas, relatos dos educandos, leituras orientadas dos
cadernos textos, dinâmica em grupo, pesquisas, formação de textos pelos alunos
com base em pesquisas em jornais,revistas e livro textos,relatórios de
vídeos,conversações, visitas a espaços geográficos e outros interligados com o
meio ambiente para observação e análise,atividades com mapas,leitura
geográfica de ilustração de paisagens em quadros,fotos,imagens de filme
,interpretação de músicas relacionadas as transformações do espaço e
sociedade.
296
Neste enfoque, o educador deve encaminhar as ações do dia a dia
possibilitando a construção de conceitos em que serão avaliados de forma
diagnóstica valorizando o conhecimento informal riquíssimo e com o qual o
educando da EJA se sente valorizado e motivado em poder contribuir no processo
da aprendizagem deixando muitas vezes de ser só educando para tornar-se um
participante na formação do conhecimento.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na
Proposta Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos
obrigatórios: História do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro,
Africana e Indígena ( lei nº 11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao
uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação
fiscal, enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das
crianças e adolescente L.F. Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99,
Portaria nº413/02, educação ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes
conteúdos serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos
específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,
ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel
como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na
sociedade em que vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
297
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como característica dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
AVALIAÇÃO
Propõe-se de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica em
que o processo de avaliação do ensino aprendizagem, seja formativa, diagnóstica
e processual. Deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola:
298
currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando e o educador .
A avaliação deve considerar que os alunos da EJA têm diferentes rítmos de
aprendizagem, com isso deve ser bem diversificada,levando em consideração a
compreensão dos conceitos, a capacidade de análise de texto e de elaborar
relatório de pesquisa. Identificando dificuldades para possibilitar a intervenção
pedagógica sempre que necessária..
O processo de avaliação leva em consideração vários aspectos: mudança de
pensamento, atitude englobando os conceitos e experiências adquiridas, a
capacidade de análise, posicionamento crítico aos diferentes contextos sociais.
Tais aspectos são avaliados por técnicas e instrumentos em que possibilitem
várias formas de expressão dos alunos.
Para isso, destacam-se como os principais critérios de avaliação em
Geografia a formação de conceitos geográficos básicos e o entendimento das
relações socioespaciais para compreensão e intervenção na realidade. O
professor deve observar se os alunos formaram os conceitos geográficos e
assimilaram as relações Espaço Temporais e Sociedade ↔ Natureza para
compreender o espaço nas diversas escalas geográficas.
Alguns dos instrumentos utilizados para a avaliação ; interpretação e
produção de textos, leitura geográfica de fotos,imagens,gráficos,tabelas e mapas;
pesquisas,relatórios de filmes, relatos de experiências e observações, discussão
e apresentação em grupos.
O processo pedagógico é parte integrante da avaliação, deve tanto
acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor.
Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante
elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação
pedagógica como um todo. Deve considerar os caminhos percorridos pelos
alunos, as tentativas de solucionar problemas que lhe são propostos e a partir do
diagnóstico de suas deficiências procurar ampliar sua visão e o seu saber .
A recuperação de estudos desenvolve um processo de busca da
compreensão,devendo ser participativo,de forma a permitir que o aluno expresse
suas inseguranças,oportunidade de se aprimorar e sanar suas dificuldades. O
professor deve diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno e compreender
299
seu processo de aprendizagem. Deve acontecer a partir de uma lógica simples,
os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do
aluno,então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para
que ele aprenda. É justamente o esforço de retomar de volta ao conteúdo,de
modificar os encaminhamentos metodológicos para assegurar a possibilidade de
aprendizagem. A recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de
conteúdo.
O aluno deverá atingir nota 6.0(seis) com o objetivo de atingir 100% no
mínimo quatro avaliações, subdivididas em provas valendo 6,0 pontose trabalhos,
pesquisas, debates, valendo 4,0 pontos.
Aos alunos com necessidades especiais serão avaliados com referência as
suas possibilidades,procurando respeitar e atender ao máximo possível o grau de
dificuldade. A escola deve proporcionar uma adaptação curricular para que o
aluno possa superar suas dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
Os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma
resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio,que o estudante
não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi
perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada,
mas sim compreender o que se pede.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLOS, Ana Fani. ª A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São
Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos,(org) Geografia em sala de aula:
Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS Editora da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul/AGB,1999.
CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos
Campinas: Papirus, 1998.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
300
1983.
MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo:
Hucitec,1993.
MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense,1981.
RESENDE, M.S. A geografia do aluno trabalhador. São Paulo:
Loyola,1986
RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez,1987
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e
emoção. São Paulo:Hucitec,1996.
SEED. Diretrizes curriculares de geografia para a Educação Básica.
Curitiba 2008
COLEÇÃO CADERNOS DE EJA. Ministério da Educação- SECAD-
Secretária de Educação continuada, Alfabetização e Diversidade 2007-
Ensino Fundamental
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO/ CEEBJA-IRATI
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
De acordo com o antropólogo britânico Edward Burnett Tylor, cultura é “um
301
conjunto complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral o
direito, os costumes e outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem
enquanto membro da sociedade”. Nesta perspectiva, a religião apresenta-se,
como um dos vários aspectos culturais existentes em determinada sociedade.
Contudo, deve-se salientar que a religião não se trata apenas de um mero
aspecto cultural, seu significado para os diversos grupos sociais vai muito além.
Ela tem a capacidade explicar aquilo que a ciência considera como inexplicável,
da mesma forma que se apresenta como última alternativo, mesmo quando
aparentemente ela não mais exista. Embora tenha sido considerado um grande
crítico das crenças religiosas, o pensador Karl Marx definiu de maneira bastante
eficaz o termo religião, quando escreveu que “a religião é o coração de um mundo
sem coração” (Marx in Sociologia, 2006, p.91).
No entanto, é bastante marcante a instabilidade do ensino religioso como
disciplina no contexto histórico da educação brasileira. Sua fragilidade foi
promovida principalmente pelo fato de, em alguns momentos, servir como
mecanismo de firmação de ideologia religiosa predominante (Igreja Católica
Apostólica Romana), e em outros, pela falta de comprometimento por parte do
Estado em relação à sua consolidação.
Não somente o ensino religioso, mas a educação em sua totalidade surge
no Brasil com o objetivo expandir a visão eurocêntrica de mundo, e
principalmente, os ideais religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana. Pois é
importante salientar que o encaminhamento de padres jesuítas (que além de
missionários foram os primeiros educadores) à Colômbia era mais uma das
estratégias adotadas após o Concílio de Trento, para combater o avanço das
religiões protestantes que surgiram na Europa Ocidental.
Após a independência do Brasil e elaboração da primeira constituição, em
1824, foi determinado que a religião Católica Apostólica Romana fosse a religião
oficial do Império Romano. Portanto, pode-se concluir que desde o período
colonial até a Proclamação da República (em 1889), o ensino religioso
apresentava-se como uma espécie de catequese da igreja católica.
Com a proclamação da República teve inicio a preocupação em tirar da
igreja católica o monopólio do Ensino Religioso. O ensino passou a ser laico,
302
público, gratuito e obrigatório, tornando-se, a partir de 1934, uma disciplina de
matrícula facultativa. E ainda, possuía um caráter confessional de acordo com o
credo de cada família. Contudo, na prática, o Ensino Religioso continuava
apresentando-se como forma de catequese, a única mudança foi que abria
espaço para que alunos tivessem aulas de Ensino Religioso de acordo com a
ideologia de sua família.
A partir de meados da década de 1960, após uma grande quantidade de
debates, “o Ensino Religioso perdeu sua função catequética, pois com a
manifestação do pluralismo religioso na sociedade brasileira, o modelo curricular
centrado na doutrinação passou a ser intensamente questionado” (DCE, p 15,
2008).
Neste contexto, começou a se discutir a necessidade do conhecimento das
diversas crenças e não somente daquela à qual, por tradição da família,
determinado aluno considerava como “ideal”. Porém, o que parecia ser um
progresso do Ensino Religioso, na prática não se efetivou, pois o desinteresse do
Estado em investir nesta disciplina fez com que ela continuasse sendo ministrada
por professores leigos e voluntários, geralmente pertencentes às instituições
religiosas, que, por consequência, agiam de acordo com as concepções religiosas
de seus credos.
Em 1988 entra em vigor a nova Constituição Federal do Brasil, que pelo
fato do país estar saindo de um período extremamente opressivo, trazia a
promessa de uma sociedade que garantisse os direitos de liberdade, igualdade e
fraternidade. E no bojo destas discussões é levantada a questão do respeito à
diversidade cultural, que será base para a organização metodológica do Ensino
Religioso a partir deste momento.
A Constituição Federal de 1988 e a LDBEN de 1996, devem ser vistos
como marcos divisórios do Ensino religioso no Brasil, pois ao que parece,
somente a partir destes documentos é que passou a se pensar de forma mais
séria, seja por parte do Estado ou dos profissionais de educação, sobre este
disciplina.
É certo que ao longo da década de 1990 o Ensino Religioso passou ainda
por inúmeras dificuldades, como por exemplo, a sua transformação em uma
303
disciplina exclusiva ao estudo de valores, e ainda, em algumas regiões (e entre
elas o Paraná), a não regulamentação pelo Congresso Estadual de Educação,
levou a disciplina a sua quase extinção no período entre 1995 a 2002.
Nos últimos anos (principalmente após 2002) o Ensino Religioso passa a
ser estruturado de maneira bastante sólida. No estado do Paraná o Conselho
Estadual de Educação aprovou a Deliberação 03/02, que regulamentou o Ensino
Religioso nas escolas públicas e elaborou a Instrução Conjunta n.001/02 do
DEF/SEED que estabeleceu as normas para a disciplina. E em 2006 foi aprovada
a Deliberação n. 01/06, que instituiu novas formas para o Ensino Religioso no
Sistema Estadual de Ensino do Paraná e iniciou-se a construção das Diretrizes
Curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica.
De modo geral, pode-se concluir que o Ensino Religioso, aplicado
atualmente nas escolas públicas do Paraná, visa proporcionar o conhecimento
acerca das diversas concepções religiosas construídas por grupos humanos ao
longo da história, e principalmente, formar cidadãos capazes de entender e
respeitar a diversidade.
Como resultado desse processo é a proposta de implementação de um
Ensino Religioso laico, tendo a definição de “Sagrado” como objeto de estudo,
diferente das Instituições Religiosas que tratam o “Sagrado” como objeto de fé.
2. CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
Paisagem Religiosa:
Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos culturais
e naturais que remetem a experiência com o Sagrado e a uma série de
representações sobre o transcendente e o imanente, e pode ser constituído por
elementos naturais como; astros, montanhas, florestas, rios, grutas, etc.; ou por
elementos arquitetônicos como templos, cidades sagradas, monumentos, etc.;
que são essencialmente carregados de um valor sagrado.
304
Universo Simbólico Religioso:
É o conjunto de linguagem que expressa sentidos, comunica e exerce
papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes
religiões no mundo e cujas significações se sustentam em determinados símbolos
religiosos que tem como função resgatar e representar as experiências das
manifestações religiosas.
Para a linguagem do Sagrado os símbolos são a base da comunicação e
constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo
extraordinário dos deuses e deusas.
Texto Sagrado:
Os Textos Sagrados expressam idéias e são o meio de viabilizar a
diminuição e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e
manifestações religiosas, de diversas maneiras.
Os Textos Sagrados registram fotos relevantes da tradição e manifestação
religiosa, entre eles: as orações, a doutrina, a história das religiões.
Conteúdos Básicos
Organizações Religiosas:
As organizações religiosas estabelecem fundamentos, normas e funções a
fim de compor elementos mais ou menos determinados que unam os adeptos
religiosos e definem o sistema religioso. Nas organizações religiosas poderão ser
destacados os fundadores e/ou líderes religiosos e as estruturas hierárquicas das
diversas religiões.
Lugares Sagrados:
São simbolicamente onde o sagrado se manifesta, destacando-se:
• Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.
• Lugares construídos: templos, cidades sagradas, cemitérios, etc...
São identificados como lugares sagrados para as diferentes tradições
religiosas em função de fatos considerados relevantes como morte,
305
nascimento, pregação, milagre, redenção ou iluminação de um líder religioso.
Textos Sagrados orais ou escritos:
São ensinamentos sagrados, transmitidos de forma oral ou escrita pelas
diferentes culturas religiosas, como em contos, narrativas, poemas, orações,
pinturas rupestres, tatuagens, história da origem de cada povo contada pelos
mais velhos, escritas cuneiformes, hieróglifos egípcios, etc...
Símbolos Religiosos:
São definidos como qualquer coisa que veicule uma concepção, pode ser
uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma
anotação matemática, cores, textos e outros que podem ser trabalhados conforme
os seguintes aspectos:
• dos ritos
• dos mitos
• do cotidiano
Temporalidade Sagrada:
O tempo profano está ligado essencialmente, à existência humana. Inicia-
se com o nascimento do homem e tem seu fim com a morte. O tempo do divino
está além da vida simplesmente animal do homem e, por isso, se caracteriza
geralmente pela idéia de eternidade.
A idéia de tempo sagrado é justamente o que fundamente a perspectiva de
vida após a morte que marca, essencialmente, as religiões.
Festas Religiosas:
São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos com o
objetivo da reatualização de um acontecimento primordial: confraternização,
rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. Podem ser: festas
familiares, peregrinações, festas nos templos, datas comemorativas.
306
Ritos:
São celebrações das tradições e manifestações que possibilitam um
encontro interpessoal. Servem à memória e à preservação da identidade de
diferentes tradições e manifestações religiosas, e podem remeter às
possibilidades futuras decorrentes de transformações contemporâneas.
Destacam-se: os ritos de passagem, os mortuários, os propiciatórios, entre outros.
Vida e morte:
As religiões procuram dar explicações aos seus adeptos para a vida além
da morte, o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; a
reencarnação; a ressurreição. Apresentação da forma como cada
cultura/organização religiosa encara a questão da morte e a maneira como lidam
com o culto aos mortos, finados e dias especiais para tal relação.
3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Ao propor o encaminhamento metodológico para o ensino religioso, tem-se
o cuidado em buscar estratégias que possibilitem atingir de forma satisfatória o
objetivo central de nosso trabalho, que consiste na análise acerca das relações
humanas com o sagrado, buscando o entendimento das crenças religiosas.
A partir do momento em que se abre a possibilidade para o estudo da
diversidade religiosa, automaticamente, é ampliado o universo de formas,
técnicas, métodos e materiais disponíveis. Pois além de tornar-se extremamente
amplo o conteúdo a ser trabalhado, verifica-se que a própria sala de aula
apresenta-se como um rico objeto de estudo. Neste ambiente teremos, na prática,
o exemplo de diferentes concepções religiosas e a maneira como a diversidade
se manifesta no meio social.
É, portanto, necessário que os alunos não sejam meros receptores, mas
que tenham a oportunidade de expressar suas experiências cotidianas
(principalmente religiosas), e assim, aliando o empírico ao científico, seja possível
transformar o espaço escolar em um ambiente para construção do conhecimento.
No entanto, para isso, é necessário que haja o comprometimento do professor,
principalmente no que se refere o desenvolvimento de metodologias de trabalho
307
que promovam aulas diversificadas. A sala de aula não deve deixar de ser um
local para o professor repassar o seu conhecimento. Contudo, é também
necessário que seja “palco” de debates, trabalhos em grupo e reflexões.
Entre os materiais disponíveis e necessários às aulas de Ensino Religioso
destacamos os recursos audiovisuais. Seja a partir da exibição de filmes, ou
ainda, em aulas preparadas para a TV multimídia, a utilização deste recurso torna
as aulas mais atrativas, e consequentemente mais satisfatório, no que se refere à
construção do conhecimento.
No entanto, não se deve desconsiderar a importância de materiais
didáticos mais tradicionais como rádio, textos, quadro, giz, cartazes. Pois embora
estejamos vivenciando uma revolução nas novas tecnologias de informação,
devemos ter consciência de que a grande maioria da população está muito longe
de ter estes recursos à sua disposição, e ainda que tenhamos o privilégio de já
poder contar com considerável tecnologia nas escolas públicas, sabemos que o
quadro e giz serão ainda úteis por muito tempo.
Seguindo a proposta das Diretrizes Curriculares, os conteúdos específicos
deverão ser trabalhados de forma que tenham sempre como referência os
conteúdos estruturantes, que compõem conhecimentos mais abrangentes. Deve-
se ainda estar atento à possibilidade de haver uma correlação entre Ensino
Religioso e outra disciplinas, pois a interdisciplinaridade, ao ser promovida de
forma planejada, torna-se um eficiente recurso pedagógico.
É importante alertar ainda que, se por um lado o Ensino Religioso vem
ampliando as possibilidades de trabalho, por outro, o fato de romper com a idéia
de superioridade e inferioridade em favor da concepção de diversidade, faz com
que se tenha uma maior exigência para com os educadores. Estes passam a ter a
difícil tarefa d demonstrar o máximo de neutralidade possível em questões
religiosas. Caso isso não ocorra, estarão sujeitos a colocar em risco a própria
disciplina.
O Ensino Religioso, pela especificidade de seus Conteúdos Estruturantes e
Conteúdos Básicos é oportunidade pedagógica privilegiada para se trabalhar com
os educandos os temas de Desafios educacionais Contemporâneos,
especialmente a inclusão, as relações étnico-raciais, os direitos humanos e o uso
308
indevido das drogas. Isto se dá porque ao se trabalhar o universo simbólico
religioso, os textos sagrados e a vida e a morte, concomitantemente está se
trabalhando valores fundamentais como ética, respeito humano, valorização da
vida, solidariedade humana e pluralidade cultural.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
309
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
4. AVALIAÇÃO
O processo avaliativo no Ensino Religioso é bastante particular se
comparado com outras disciplinas, pois a avaliação e os seus resultados, não são
critérios para aprovação ou reprovação. O Ensino Religioso apresenta-se como
uma disciplina optativa, sem registros de notas na documentação escolar.
Contudo, o fato de não haver conceitos e reprovação em Ensino
Religioso, não significa que o processo de aprendizagem do aluno não deva ser
310
avaliado. Pois é necessário que a avaliação seja estendida como parte integrante
do processo de aprendizagem, e não como uma forma de seleção, como foi vista
ao longo da história. Nesta perspectiva, a avaliação será contínua, onde cada
professor elaborará instrumentos específicos, que o possibilite acompanhar a
apropriação de conhecimento de cada aluno, e a maneira como este saber esta
colaborando para a sua formação pessoal.
Seja a partir de instrumentos pré-elaborados (como trabalhos, debates),
ou da própria observação sobre o aluno em sala de aula, o fundamental é que o
processo avaliativo seja efetivado com a visão de que: “o importante não ‘é fazer
como se’ cada um houvesse aprendido, mas permitir a cada um aprender.”
(PERRENOUD, 1999, p. 165).
Segundo as diretrizes, serão estabelecidos critérios que busquem
identificar a apropriação dos conteúdos específicos fundamentados no
pressuposto do respeito à diversidade cultural e religioso, como:
- o aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que tem
opções religiosas diferentes da sua?
- o aluno aceitas as diferenças de credo ou de expressão de fé?
- o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e identidade
de cada grupo social?
- o aluno emprega conceitos adequados para referir-se as diferentes
manifestações do Sagrado?
A partir dos resultados obtidos na avaliação haverá intervenções no
processo pedagógico a fim de retomar e/ou preencher as lacunas identificadas e
aprofundar os conhecimentos baseados nos conteúdos a serem trabalhados.
A recuperação paralela acontecerá durante o processo de ensino
aprendizagem, durante a carga horária da disciplina.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
5. BIBLIOGRAFIA
311
ASSINTEC – Ensino Religioso: Caderno Pedagógico – A Natureza- Nossa Mãe e
Nossa Irmã, eixo temático nº 2. 290 p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação.
Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso no Ensino Fundamental, 2008.
MANUAL DA URI. Diversidade Religiosa e Direitos Humanos. 2005. 36 p.
MINISTÉRIO DO BEM ESTAR SOCIAL. Estatuto da Criança e do Adolescente.
1993, Brasil, 116 p.
PERRENOUD, Phillipe. Avaliação: Da excelência à regulação das aprendizagens:
entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
SOCIOLOGIA/ Vários autores. Curitiba: SEED – PR, 2006, 280 p.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
312
DISCIPLINA DE ESPANHOL / CEEBJA-IRATI
o DISCIPLINA DE ESPANHOL/CEEBJA-IRATI
1. Apresentação da Disciplina
Ao propormos o ensino de qualquer língua, neste caso específico da
Língua Espanhola, precisamos refletir sobre a linguagem, articulando as relações
que estabelecemos com o mundo e a visão que construímos sobre ele, porque
tudo o que nós fizermos em sala de aula deve ter um objetivo próprio, e devemos
fazer o melhor de nós professores para que este objetivo seja alcançado, uma vez
que aprender uma nova língua na escola é uma experiência educacional que se
realiza para e pelo aluno como reflexo de valores específicos do grupo social ou
étnico que mantém essa escola.
Considerando que a Língua Espanhola é a segunda língua mais falada no
mundo, é o idioma por excelência, de um reino ( Espanha), de dezoito repúblicas
americanas ( México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica,
Cuba, República Dominicana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia,
Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai), e um dos países associado aos Estados
Unidos ( Porto Rico). Também falam espanhol, a minoria de origem hispana nos
estados Unidos como também na República da Guiana Equatorial . A procura por
esse idioma adquiriu um âmbito muito maior, tornou-se fundamental que essa
língua fosse inserida no currículo escolar, para possibilitar a toda comunidade seu
acesso. O ensino da língua espanhola é recente, iniciou-se a partir dos anos 90,
impulsionadas por um ideal de redemocratização do país (devido à abertura
política) e pela criação do MERCOSUL, as escolas voltaram a ofertar o ensino da
língua espanhola em seus currículos, porém sem suplantá-la.
A LDB prevê uma Língua Estrangeira Moderna (LEM) como disciplina
obrigatória e uma segunda, como optativa (Art. 36, inc. III). Assim, o objetivo do
ensino da Língua Estrangeira (LE) é permitir ao educando conhecê-la e usá-la
como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.
Precisa-se pensar o ensino e a aprendizagem das Línguas Estrangeiras
Modernas em termos de competências abrangentes e não estáticas, uma vez que
313
uma língua é o veículo de comunicação de um povo por excelência e é através de
sua forma de expressar-se que esse povo transmite sua cultura, suas tradições,
seus conhecimentos.
A visão de mundo de cada povo altera-se em função de vários fatores e,
conseqüentemente, a língua também sofre alterações para poder expressar as
novas formas de encarar a realidade. Daí ser de fundamental importância
conceber-se o ensino de um idioma estrangeiro objetivando a comunicação real,
pois, dessa forma, os diferentes elementos que a compõem estarão presentes,
dando amplitude e sentido a essa aprendizagem.
Se entendermos que nossos alunos têm a necessidade de se introduzir
na sociedade, então o professor é que deve oferecer isso a eles, deverá ser
aquele que possibilite essa integração. Diante disso, a metodologia a ser aplicada
deve ser aquela que satisfaça as necessidades dos educandos, trabalhando
neste contexto a realidade apresentada pelos mesmos, valorizando as relações
estabelecidas entre eles e acreditando que cada um deles têm condições de
aprender.
Propõe-se que a aula de LE constitua um espaço para que o aluno
reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se
engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados
em relação ao mundo que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os
significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de
transformação na prática social.
Uma vez que os alunos deste estabelecimento irão ao mercado de
trabalho se faz necessário o aprendizado do espanhol. Também porque temos
como países vizinhos o Paraguai, Argentina, Uruguai e várias empresas
instaladas na cidade e cidades vizinhas cujos proprietários são argentinos e
espanhóis, motivo pelo qual é de suma importância o conhecimento desta língua
para esses alunos, bem como parte da comunidade escolar.
As diretrizes do ensino de Língua Estrangeira Moderna , na Educação
Básica propõe superar os fins utilitaristas, pragmáticos ou instrumentais que
historicamente têm marcado o ensino da disciplina.
Assim espera-se que o aluno:
314
-use a língua em situações de comunicação oral ou escrita;
-vivencie, na aula de Língua Estrangeira , formas de participação que lhe
possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas ;
-compreenda que os significados são sociais e historicamente construidos
e, portanto passíveis de transformação na prática social;
-tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
-reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como
seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
2. CONTEÚDOS
Conteúdo Estruturante
Na disciplina de Língua Estrangeira Moderna, o Conteúdo Estruturante é
o Discurso como prática social. Eles se constituem através da história, são
legitimados socialmente e, por isso, são provisórios e processuais. Eles estão
relacionados com o momento histórico-social. Quando o discurso toma a língua
como interação verbal, como espaço de produção de sentidos, ele é chamado de
discurso como prática social, isto é, nele a língua é tratada de forma dinâmica, por
meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o
discurso.
Ao contrário de uma concepção de linguagem que centraliza o ensino na
gramática tradicional, o discurso tem como foco o trabalho com os enunciados
(orais e escritos). O uso da língua efetua-se em forma de enunciados, uma vez
que o discurso só existe na forma de enunciados.
Com isso, nas aulas de espanhol será oportunizado ao aluno a percepção
da interdiscursividade, as condições de produção dos diferentes discursos, das
vozes que permeiam as relações sociais e de poder. Os níveis de organização
linguística – fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da
linguagem na compreensão e na produção verbal e não verbal.
Conteúdos Básicos
315
Os conteúdos básicos que irão ser trabalhados pertencem às práticas da
oralidade, leitura e escrita e análise linguística. Tais conteúdos devem ser
abordados a partir de um gênero, conforme as esferas sociais de circulação:
cotidiana, científica, escolar, imprensa, política, literária/artística, produção e
consumo, publicitária, midiática, jurídica.
No ensino Fundamental,será dado ênfase a leitura, a escrita e a
oralidade, da seguinte forma:
LEITURA:
Advinhas
Álbum de família
Cartão
Fábulas
Histórias em quadrinho
Lendas
Convites
comunicado
Cantigas de roda
Cartazes
Mapas
Charge
Anúncio
Literatura de Cordel
Causos
Crônicas
contos
Pesquisas
Classificados
ESCRITA:
Advinhas
Álbum de família
316
Cartão
Fábulas
Histórias em quadrinho
Lendas
Convites
comunicado
Cantigas de roda
Cartazes
Mapas
Charge
Anúncio
Literatura de Cordel
Causos
Crônicas
contos
Pesquisas
Classificados
ORALIDADE:
Advinhas
Álbum de família
Cartão
Fábulas
Histórias em quadrinho
Lendas
Convites
comunicado
Cantigas de roda
Cartazes
Mapas
Charge
Anúncio
317
Literatura de Cordel
Causos
Crônicas
contos
Pesquisas
Classificados
No Ensino Médio, será dado ênfase a leitura, a escrita e a oralidade, da seguinte
forma:
LEITURA
Advinhas
Álbum de família
Anedotas
Ato biografia
Artigos
Anúncio de emprego
Carta Pessoal
Comunicado
Cartão
Fábulas
Histórias em quadrinho
Lendas
Convites
comunicado
Cantigas de roda
Cartazes
Mapas
Charge
Anúncio
Literatura de Cordel
Causos
318
Crônicas
Contos de Fada
Pesquisas
Classificados
ESCRITA
Advinhas
Álbum de família
Anedotas
Ato biografia
Artigos
Anúncio de emprego
Carta Pessoal
Comunicado
Cartão
Fábulas
Histórias em quadrinho
Lendas
Convites
comunicado
Cantigas de roda
Cartazes
Mapas
Charge
Anúncio
Literatura de Cordel
Causos
Crônicas
Contos de Fada
Pesquisas
Classificados
319
ORALIDADE
Advinhas
Álbum de família
Anedotas
Ato biografia
Artigos
Anúncio de emprego
Carta Pessoal
Comunicado
Cartão
Fábulas
Histórias em quadrinho
Lendas
Convites
comunicado
Cantigas de roda
Cartazes
Mapas
Charge
Anúncio
Literatura de Cordel
Causos
Crônicas
Contos de Fada
Pesquisas
Classificados
Exposição Oral
Tanto no ensino fundamental quanto no Médio serrão trabalhados:
-Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
- Elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela
progressão textual e coerência do texto;
- Variedades linguísticas: diferentes registros e graus de formalidade;
320
- Diversidade cultural: entre as comunidades de língua estrangeira e /ou
as de língua materna e, ainda no âmbito de uma mesma comunidade.
-Conhecimentos linguísticos: ortografia, fonética e fonologia, elementos
gramaticais.
Os conteúdos linguísticos tais como, artigos, verbos, pronomes, estarão
presentes no processo pedagógico e serão trabalhados em grau de profundidade
de acordo com o conhecimento do aluno.
Caberá ao professor selecionar um texto significativo pertencente a um
gênero, que deve ser compreendido em sua esfera de circulação. Importa menos
a quantidade de gêneros trabalhados e mais a qualidade do trabalho pedagógico
com aqueles selecionados pelo professor.
Os gêneros serão retomados, respeitando-se o princípio de
complexidade crescente. Vale ressaltar que os gêneros indicados não se esgotam
nesses tópicos.
A abordagem teórico-metodológica e a avaliação estão inseridas na
sequência para compreensão da proposta dos conteúdos básicos de Língua
Estrangeira Moderna.
Os conteúdos gramaticais, sob forma de análise linguística serão
abordadas sempre a partir do gênero. Sendo o discurso como prática social, o
conteúdo que estrutura a LEM e que se manifesta sob a forma de gênero
discursivo, o trabalho da LEM deve partir do texto/gênero discursivo.
LEITURA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
321
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Referência textual;
• Partículas conectivas do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;
• Polissemia;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras
de linguagem;
• Léxico.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
322
• Temporalidade;
• Referência textual;
• Partículas conectivas do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;
• Polissemia;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras
de linguagem;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual,
323
pausas...
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
Os alunos poderão pesquisar seus trabalhos em livros, revistas, jornais e
outros meios que possam encontrar para que possam realizar suas pesquisas.
Esses temas serão trabalhados basicamente de uma só forma, ou seja, a
conscientização, esta começando a ser levada primeiramente à sala de aula para
ser trabalhada com os alunos, através de textos e outras formas de exposição do
tema, e com isso se espera que seja transmitida adiante, através dos alunos para
sua família, amigos, comunidade e assim por diante.
3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
O ato de ensinar não se dá através de situações prontas, fechadas,
definitivas, mas sim como processo de reflexão contínua sobre as inúmeras
possibilidades de aprender. Os conteúdos serão desenvolvidos sempre de forma
contextualizada, tendo como referencial para a ação pedagógica a realidade
social do aluno, e a intencionalidade do trabalho está em sintonia com as
exigências que o mundo do trabalho faz àqueles que nele desejam ingressar. Os
alunos trabalharão os conteúdos dados de forma individual e em grupo na
resolução de problemas.
O ensino da língua estrangeira se iniciará com um vocabulário básico,
que faça parte do seu eu e do mundo a sua volta. É preciso criar intimidade com a
língua para depois chegar a objetivos mais específicos como a gramática por
exemplo.
324
As aulas de língua espanhola constituirão um espaço para que o aluno
reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se
engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados
em relação ao mundo que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os
significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de
transformação na prática social.
Trabalhar com textos de diversos tipos, como música, propagandas,
rótulos, poemas e informes diversos, é parte importantíssima no processo de
ensino-aprendizagem da língua estrangeira. Através de textos pode-se estudar,
de uma maneira integrada, estruturas gramaticais, vocabulário, compreensão,
leitura e produção de texto. Por isso, se trabalhará em sala de aula uma variação
de textos, desde os mais simples, ou seja, aqueles que o aluno tem um
conhecimento prévio do assunto, até aqueles mais complexos.
No que se refere a texto e baseados nas Diretrizes Curriculares, a ênfase
do ensino recai sobre a necessidade de os sujeitos interagirem ativamente pelo
discurso, sendo capazes de comunicar-se de diferentes formas, materializadas
em diferentes tipos de texto, considerando a imensa quantidade de informações
que circulam na sociedade. Isso significa participar dos processos sociais de
construção de linguagem e de seus sentidos legitimados, e desenvolver uma
criticidade, de modo a atribuir o próprio sentido aos textos.
O discurso entendido como prática social, que se realiza total ou
parcialmente por intermédio de textos. O texto é uma entidade concreta, realizada
materialmente e corporificada em um determinado gênero. O que ele produz, ao
se manifestar em alguma instância discursiva, é o discurso. Assim, o discurso se
realiza nos e pelos textos. Nessa visão, o discurso envolve o texto propriamente
dito e os seus aspectos externos, as condições de produção, ou seja, o contexto
sócio-histórico-ideológico no qual foi produzido.
Em sala de aula será trabalhado os mais variados textos de diferentes
gêneros, que levará ao aluno o interesse à pesquisa e à discussão. Será
oportunizado ao aluno a escolha das temáticas dos textos, uma vez que um dos
objetivos é possibilitar formas de participação que permitam o estabelecimento de
relações entre ações individuais e coletivas. Por meio dessa experiência, os
325
alunos poderão compreender a vinculação entre auto interesse e interesses do
grupo. Além disso, esta iniciativa poderá levar a escolhas de conteúdos mais
significativos, porque resultam da participação de todos, e é este o principal
objetivo do ensino-aprendizagem de línguas.
Com isso, nas aulas de língua espanhola será abordado vários tipos de
textos, em atividades diversificadas, tais como:
• comparação das unidades temáticas, linguísticas e composicionais de um
texto com outros textos;
• interpretação e oralidade da estrutura de um texto a partir das reflexões da
sala de aula;
• leitura, escrita e análise de textos de países que falam o mesmo idioma
estudado na escola e dos aspectos culturais que ambos veiculam;
• leitura, escrita e análise de textos publicados nacional e internacionalmente
sobre um mesmo tema e das abordagens de tais publicações;
• comparação das estruturas fonéticas, bem como das formações sintáticas e
morfológicas da LE M estudada com a da LM.
O texto como unidade de linguagem em uso, ou seja, de comunicação
verbal - escrita, oral ou visual - será o ponto de partida da aula de LE. Esse texto
trará uma problematização em relação a um tema. A busca por sua solução
deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática
analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e percebam as
implicações sociais, históricas e ideológicas presentes num discurso.
Paralelo ao estudo das habilidades acima citadas deverá ser feito um
trabalho de conversação em sala de aula, para que os alunos possam conhecer a
modalidade oral através da simulação de situações reais e proporcionar-lhes uma
total integração com a nova língua e mostrar seu uso no dia-a-dia, fato que os
estimulará no processo de assimilação da nova língua, levando-se em conta as
limitações de cada aluno e, explorando ao máximo seu potencial.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
326
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02.
No decorrer do ano letivo serão trabalhados a História e Cultura Afro-
brasileira, e Africana e Indígena, conforme Lei 11645/08. A. Esses temas serão
abordados através de textos trazidos aos alunos, pesquisas que eles irão efetuar
e discussão e sala de aula.
4. AVALIAÇÃO
A avaliação em língua estrangeira tem como objetivo verificar o
crescimento do educando e deve ser entendida como um dos aspectos do ensino,
através do qual, o professor interpreta os resultados do ensino/aprendizagem, ou
seja, de seu próprio trabalho. Sua finalidade é acompanhar, diagnosticar, reavaliar
e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, seus resultados,
atribuindo-lhes valor.
A avaliação de aprendizagens dar-se-á da seguinte forma: escrita, oral,
compreensão, produção, pesquisa, apresentação, exposição de trabalhos,
atividades em grupos e atividades na classe, ou seja, as avaliações serão
cumulativas, diagnósticas e investigativa.
O diagnóstico permeará o trabalho fazendo com que haja reflexão e crítica
sobre o processo de ensino/aprendizagem não só no desenvolvimento dos
educandos, mas, principalmente para verificar o desenvolvimento global da ação
pedagógica.
Faz-se necessário termos uma ou mais avaliação por bimestre não
somente para vermos o desempenho do aluno, mas principalmente para poder
perceber em qual assunto os alunos tiveram mais dificuldade para que o
professor possa retomar o conteúdo de outra forma para que possa sanar as
327
dúvidas que os alunos possam ter, uma vez que a avaliação é parte integrante do
processo de aprendizagem e contribui para a construção de saberes.
De acordo com a Proposta Pedagógica Curricular, as avaliações serão
diagnósticas, somativa, onde o aluno deverá obter a média 6,0, frequência
mínima de 75% no coletivo e 100% de frequência no individual. Nas avaliações se
preponderá os aspectos qualitativos da aprendizagem sobre os quantitativos, uma
vez que se dará maior importância crítica, a capacidade de síntese e a elaboração
pessoal e social, sobre a memorização, isto quer dizer que a avaliação do
desempenho do aluno e de seu rendimento escolar será contínua, cumulativa e
permanente. O aluno fará avaliação escrita, valendo 6,0 e trabalhos escritos,
leitura, apresentações orais, seminários, pesquisas e outros, valendo 4,0.
Como instrumentos, técnicas e metodologias de avaliação serão
utilizados instrumentos variados, ou seja, será trabalhado com os alunos testes ou
provas de aproveitamento, questionamentos orais e escritos, leitura, elaboração
de relatórios, exposição oral, observação que poderão ser espontâneos ou
dirigidos e experimentação prática .
Porém, às vezes, não é possível ter um diagnóstico real de quanto o
aluno aprendeu somente nas avaliações. O desempenho do aluno durante o
processo de aprendizagem também deve ser levado em conta. Portanto serão
criadas outras situações avaliativas, como: atividades de pesquisa; trabalhos
individuais ou em grupo; produção, síntese e análise de textos, jornais e revistas;
exercícios e outras formas mais que se fizerem presentes e necessárias.
A individualidade do aluno e o seu domínio dos conteúdos necessários
deverão ser assegurados nas decisões sobre o processo de avaliação será
respeitada, bem como a sua participação nas atividades realizadas em sala de
aula.
A recuperação será paralela durante o processo de ensino-aprendizagem
retomando os conteúdos, ofertando a todos os alunos independente da nota
alcançada , possibilitando a apreensão de conteúdos básicos necessários. A
recuperação paralela se constituirá de um conjunto integrado ao processo de
ensino além de se adequar às dificuldades do aluno. Essa recuperação poderá
ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos e outras formas para que o aluno
328
possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não aprendeu e assim recuperá-los,
bem como revisá-lo de uma maneira diferenciada.
A recuperação de estudos será paralela aos conteúdos no período da
carga horária da disciplina, constituindo-se num conjunto integrado ao processo
de ensino/aprendizagem. Nela se desenvolverão estudos paralelos de
recuperação propondo aos alunos desafios e atividades diferenciadas
complementares, articuladas aos conteúdos trabalhados anteriormente. Será feita
com atividades ajustadas às necessidades dos alunos.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deverá
proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas
dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA PARA
EDUCAÇÃO BÁSICA. Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da
Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2008.
DISCIPLINA DE FILOSOFIA /CEEBJA-IRATI
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FILOSOFIA
Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na
Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes
Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as
especificidades desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos
de um processo histórico em que a experiência vivida fora do processos de
educação institucionalizada constitui forte elemento formativo.
As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino
de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre
Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para
lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele
não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da
329
razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é
possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu
conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo
o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem
filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas
investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO &
KOHAN, 2000, p.184).
Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar.
Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de
estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo
filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o
desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento.
As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná
propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a
Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula.
Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome
esse ensino como criação e ressignificação de conceitos.
Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de
criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa
contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele
próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20).
Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o
espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do
pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação
e da criação de conceitos.
Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas
com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e
analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer
subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer
relações, ressignificar e criar conceitos.
Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos
filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco
330
a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa
trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única
preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que
atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos.
O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da
EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se
manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a
aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza
debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos.
O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza
na relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de
soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Para que o cumprimento dessas metas educacionais possam ser
atingidos, ter-se-á traçados os seguintes objetivos:
m)Conhecer a origem e os conceitos filosóficos, explicando o significado
da Filosofia e como filosofar no contexto atual;
n) Conscientizar os educandos da importância de valorizar e apreender a
diversidade cultural como enriquecimento pessoal;
o) Adquirir senso crítico filosófico perante os desafios históricos e atuais;
p) Entender o papel da Filosofia no processo de conhecimento,
identificando seus elementos básicos e fundamentais;
q) Compreender os diversos tipos de conhecimento, seu alcance, sua
grandeza, bem como suas distorções;
r) Verificar a importância do homem do campo para todos nós;
s) Compreender a necessidade dos valores morais e éticos no processo
histórico e em nossa vida;
t) Analisar as diferenças individuais e aprender a respeitá-las, em todas as
circunstâncias;
u) Conhecer a importância da verdade, da liberdade e da responsabilidade
nas relações humanas no âmbito pessoal e social;
v) Estudar a riqueza da cultura afro-brasileira e verificar os resquícios em
331
nossa própria cultura;
w) Entender a importância da convivência entre os seres humanos para
que haja consciência de si, de seus iguais e do todo social.
x) Articular a teoria filosófica com problemas científicos, éticos, políticos,
sócio-culturais e vivência do homem moderno;
y) Provocar o despertar do pensar, ou seja, ensinar a exercer uma critica
radical (isto é, que chega às raízes), e ensinar a pensar do ponto de vista da
totalidade.
Isso tudo considerando que a Filosofia não busca fins práticos, conteúdos
acabados e sim, ocupa-se de questionamentos cujas respostas estão longe de se
obter através da ciência.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia
constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a
investigação; e a criação de conceitos.
Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de
um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da
audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente
conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis
relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser
desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização.
Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a
problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que
a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo
problematizado.
A problematização seria o segundo momento, quando o educador e
educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo.
Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a
música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento
no trabalho em sala.
332
Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o
problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo
investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a
experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos
clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o
problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não
obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão.
A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga
com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se
preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem
contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma,
partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo
dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua
abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e
construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos
do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve
ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que
ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os
problemas da nossa sociedade.
Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está
implícito nas ideias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes
ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio
de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico.
É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades
individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um
caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar.
De acordo com a Instrução nº 009/2011 torna-se obrigatório na Proposta
Pedagógica Curricular de todas as disciplinas os conteúdos obrigatórios: História
do Paraná ( lei nº 13381/01) , História e Cultura Afro, Africana e Indígena ( lei nº
11.645/08), música ( lei nº 11.645/08), prevenção ao uso indevido de drogas,
sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal, enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
333
Nº 11525/07, educação tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº413/02, educação
ambiental, L.F. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02. Estes conteúdos serão abordados
de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina,
considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno,
condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz
de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que
vive.
Hoje a concepção de infância é diferente de alguns anos atrás. Pode-se
perceber que a criança por muito tempo foi tratada como adulto em miniatura .
A infância é o período da humanização do indivíduo, da aprendizagem da
natureza humana. Essa humanização só acontece se o meio, a qual, a criança
convive repassa os comportamentos característicos de sua espécie e do seu
grupo. É a influência desse grupo que, define o seu caráter e sua personalidade.
É na infância que se dá o início da construção dos valores que são
complementados na adolescência. É o momento mais importante da vida do ser
humano. Nos primeiros cinco anos de, ou seja, na primeira infância é que são
impressas as melhores e as piores marcas de cada um. O inconsciente é aberto e
tudo o que for inserido, lá ficará para o resto dos seus dias; daí a importância do
cuidado desde a gravidez.
O atendimento das crianças nas escolas, também mudou através de
medidas pois até então, eram matriculados aos seis anos na pré-escola. Agora
devem ser matriculados aos seis anos no primeiro ano do Ensino Fundamental,
obrigatoriamente.
Essas modificações são citadas no Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado
pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis)
anos de idade. Essa medida foi implantada em 2010 pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal. Os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se , as novas
mudanças.
Existe muita discussão sobre a definição dos termos “adolescência” e
“puberdade”, mesmo entre os profissionais e estudiosos que trabalham na área
334
educacional. Segundo vários autores, são termos de diferentes concepções, mas
relacionados entre si. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a
fase da adolescência como cararacterística dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência para Zekcer, (1985, p. 11) é descrita da seguinte maneira
Os adolescentes são indivíduos geralmente mais altos que seus pais, desengonçados, faces repletas de espinhas (…) e cravos, nariz geralmente muito grande, e por isso ficam horas no espelho (…). Suas mãos crescem muito e não sabem como segurar (...) as coisas, gozando de boa saúde, voz ora grave ora aguda; deixam crescer os cabelos e barba, têm um linguajar próprio, ingerem litros de Coca-Cola, comem toneladas de hamburger, mascam chiclete, vestem jeans, amam os pais mas os contestam sempre que podem, têm grande rivalidade com os irmãos, mas os defendem sempre, têm períodos de (...) depressão e até crises de choro. Capazes de dar a vida por uma causa que acham justa, não se preocupam muito com o futuro, querendo viver sempre o presente.
RECURSOS DIDÁTICOS E TECNOLÓGICOS
• Análise conceitual através de textos diversos e do livro didático público;
• Apresentação de slides, filmes, vídeos, documentários e músicas
utilizando a TV multimídia;
• Utilização de textos clássicos para ter um contato direto com as ideias do
autor;
• Debates, produções de textos, seminários, teatro, além de aulas
expositivas;
• Socialização das pesquisas através de exposições e debates com a
turma;
• Análise de conceitos a partir da leitura e discussão dos trechos dos
textos filosóficos onde eles ocorreram;
• Apresentação de slides utilizando a TV Multimídia – após a produção dos
textos dos alunos (já considerando como avaliação) – entrar com a discussão dos
conteúdos específicos (uso do Livro Didático);
• Formar pares ou grupos para realização de atividades em cada abertura
de tema, procurando ao longo das aulas, realizar as atividades propostas pelo
335
Livro Didático Público;
• Primeiro problematizar, questionar o aluno sobre o que ele já sabe sobre
o assunto. Depois, num segundo momento investigar o pensamento/conceito dos
autores sobre o tema a ser abordado a partir da leitura do texto do Livro Didático
Público ou de textos clássicos;
• A turma se organizará em grupos e fará uma pesquisa com os
professores da escola, investigando, por meio de entrevistas, quais os
conhecimentos científicos que sustentam as disciplinas escolares. Em plenário,
na sala de aula, apresentam os resultados.
• Jogos educacionais no laboratório de informatica;
• Projetos elaborados em data show na sala de aula;
• Elaboração de slides e vídeos com os alunos em sala de aula ou em
aulas paralelas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado
do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a
organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis
no curso ou na matriz curricular.
Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que,
desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos
ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do
Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência.
1. MITO E FILOSOFIA
O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa
cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a
racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a
base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo
de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser
considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas ideias, cria
sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da
336
autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma
etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as
concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores
sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet.
1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1.1.1 O nascimento da Filosofia;
1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega;
1.1.3 O mito a origem de todas as coisas;
1.1.4 Mito e razão filosófica;
1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico;
1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico;
1.1.7 Ciência e senso comum.
2. TEORIA DO CONHECIMENTO
Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a
possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento
possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua
elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas
soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do
conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão,
Russell.
2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
2.1.1 O problema do conhecimento;
2.1.2 Fundamentos do conhecimento;
2.1.3 Filosofia e método;
2.1.4 Racionalismo;
2.1.5 Empirismo;
2.1.6 Ceticismo;
2.1.7 Essência da política;
2.1.8 Política e poder;
2.1.9 Política e violência;
2.1.10 Política e liberdade subjetiva;
2.1.11 Política e sociabilidade;
337
2.1.12 Formas de governo;
2.1.13 Liberdade Política;
2.1.14 Crise da política contemporânea;
2.1.15 A função do político na contemporaneidade.
3. ÉTICA
Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as
relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos
grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e
a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e
das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização,
análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência,
responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência,
relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche,
Scheler, Schopenhauer, Sêneca.
3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO
3.1.1 Ética e moral;
3.1.2 Concepções éticas;
3.1.3 O que é liberdade?;
3.1.4 Liberdade e autonomia;
3.1.5 Liberdade e determinismo;
3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento;
3.1.7 Autoridade e autoritarismo;
3.1.8 Responsabilidade e liberdade;
3.1.9 Questões de gênero;
3.1.10 Diversidade e sociedade.
4. FILOSOFIA POLÍTICA
Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que
estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação
sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de
autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo.
Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça,
igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns
338
pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill,
Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire.
4.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
4.1. O preconceito contra política;
4.1. Os Gregos e a invenção da Política;
4.1. Nascimento da democracia;
4.1. Ética e Política;
4.1. Concepção liberal e Política;
4.1. Crítica de Marx ao liberalismo.
5. ESTÉTICA
Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão
intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do
homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse
conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está
intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar,
representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto
realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções
sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e
sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard,
Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl,
Paul Valéry.
5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
5.1.1 Pensar a beleza;
5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?;
5.1.3 Concepções de estética;
5.1.4 Concepções de Arte;
5.1.5 Arte como conhecimento;
5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte;
5.1.7 Arte e Política;
5.1.8 Crítica do gosto;
5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança;
5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas.
339
6. FILOSOFIA DA CIÊNCIA
É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das
diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o
relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos,
religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem
o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a
necessidade de entendê-las. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend,
Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer.
6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
6.1.1 O que é Ciência;
6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência;
6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência;
6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica;
6.1.5 Tendências da Bioética;
6.1.6 Bioética e Aborto;
6.1.7 Bioética e experiência Genética.
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
Na atual polêmica mundial e brasileira acerca dos possíveis sentidos dos
valores éticos, políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a
ocupar e uma contribuição a fazer. Basicamente, a Filosofia gira em torno de
problemas e conceitos criados no decorrer de sua longa história, os quais,
devidamente aplicados, geram discussões promissoras e criativas que
desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações. Por isso, permanecem
atuais.
Um dos objetivos da Escola de EJA é a formação pluridimensional e
democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a
complexidade do mundo contemporâneo e interagir com ele.
A Filosofia pretende abrir um espaço aos desafios educacionais
contemporâneos na forma de compreensão do mundo, como defende Ribeiro
(2005):
340
Mas essas discussões nascendo da política, da cultura ou do
comportamento (problemas) não podem dispensar conteúdos filosóficos
nem se pulverizar: gosto da ideia de ciclos de filmes, que dialoguem entre si,
falando por exemplo, na condição social dos personagens, no amor que vivem, na
vinda do imigrante, na luta contra a opressão. Há muito espaço (...) para a
Filosofia.
AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA
Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma
especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como
prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos essa
disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico.
Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode
propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto é, não tem
finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o
curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que
educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem
coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de
Filosofia, a avaliação não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou
do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas
filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema.
O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme
salienta Langón (2003, p. 94):
Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou
dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a
fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de
outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das
do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro
pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil.
Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do
341
educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a
capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições.
O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade
de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes
aos temas e discursos.
Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA
trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos:
• Qual conceito trabalhou e criou/recriou;
• Qual discurso tinha antes;
• Qual discurso tem após o estudo da Filosofia.
CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Ao avaliar o aluno na Escola de EJA, o professor terá a possibilidade de
aplicar um instrumento avaliativo na sequencia da investigação e a criação de
conceitos acontecerá sem a fragmentação das aulas, pois sendo elas geminadas
o professor terá mais tempo para aprofundar o conteúdo.
A proposta de avaliação ocorrerá no sentido de contribuir tanto para o
desenvolvimento do aluno, como para o professor, possibilitando ao mesmo
avaliar a própria prática.
Avaliar a produção dos educandos não pode significar jamais obrigá-los a
pensar do mesmo modo que nós, professores pensamos, mas a pensar por conta
própria, construir uma concepção do mundo, fazer uma escolha que poderá
eventualmente ser a nossa mesma.
Portanto, a avaliação estará presente em todos os momentos do processo
ensino – aprendizagem, como processo contínuo e permanente que representa
um instrumento da reflexão eficiente, racional, prática, possibilitando democratizar
e auto – avaliar os conteúdos educacionais.
Serão consideradas as participações em debates, trabalhos em grupos e
individuais e principalmente o conceito que cada educando criou e recriou durante
o processo de ensino – aprendizagem.
Alguns instrumentos podem ser adotados como forma de avaliação, tais
342
como:
• Textos produzidos pelos alunos, individual ou coletivamente;
• Pesquisas feitas no laboratório de informática;
• Apresentação de temas propostos pelo professor na forma oral ou
escrita;
• O professor pode acompanhar a evolução dos seus alunos através de
um caderno de anotações onde são registrados o desenvolvimento de cada aluno
desde os primeiros dias de aula até o final do curso. A cada etapa do curso os
resultados podem também ser partilhado com os próprios alunos para que os
mesmos possam também perceber seu desenvolvimento ao longo das aulas.
Esse desenvolvimento pode ser avaliado na forma de apropriação de conceitos
por parte dos alunos, criação e produção de ideias, bem como a forma de
apresentação das mesmas diante da turma.
• Realização de debates em sala de aula sobre temas escolhidos pelo
professor ou pelos próprios alunos desde que ao final do debate possa ser feito
uma abordagem do tema sobre o olhar dos autores clássicos da filosofia, de
maneira que se possa interagir o conhecimento teórico e clássico da filosofia com
os questionamentos e debates da atualidade.
• Seminários produzidos e apresentados pelos alunos através de recursos
tecnológicos variados com o vídeos, slides ou músicas utilizando a TV Pendrive,
jogos educacionais trabalhados no laboratório de informática, retroprojetor, data
show e outros.
• Esta forma de avaliação é muito importante, na medida em que, ao
mesmo tempo que aborda o conteúdo proposto, leva os alunos a integrar esses
conteúdos às novas tecnologias. É uma forma muito eficiente de
interdisciplinariedade.
• O alunos podem criar projetos sobre determinado tema a ser elaborado
em sala de aula utilizando-se do data show, de maneira que todos possam fazer
parte da produção do conhecimento. Isso é muito importante na medida que os
alunos se percebem como parte do conhecimento não ficando alienados às
ideias, informação e conceitos que ali são abordados, mas se sentindo parte
integrante da produção do conhecimento.
343
ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DE CONTEÚDOS
Dentro do segmento avaliativo, far-se-á necessária a recuperação
paralela de conteúdos defasados pelo educando. Isso pode ser feito de várias
maneiras, escolhidas pelo professor.
Uma estratégia de recuperação dos conteúdos pode acontecer
paralelamente às aulas na forma de criação de projetos pelos alunos que
precisam recuperar determinado conteúdo.
Na prática o professor pode suscitar ao aluno determinado assunto sobre
o qual o aluno precisa recuperar o conteúdo e delimitar algum tema sobre o qual o
aluno vai trabalhar.
Sobre esse tema o aluno vai elaborar um projeto com objetivos (recuperar
o conteúdo), metodologia, fundamentação teórica, referencias (oferecidas pelo
professor) e um cronograma no qual ele vai descriminar todas as datas do
processo de produção do conhecimento.
Ao final da produção o aluno é convidado pelo professor a apresentar o
trabalho para a turma na forma de seminário.
ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
Faz-se muito importante, também, rever as metodologias utilizadas com
os alunos portadores de necessidades educacionais especiais.
É necessário que haja uma adaptação nos métodos de trabalho em sala
de aula quando existe alunos com necessidades educacionais especiais, como
por exemplo, se o professor for utilizar vídeos, deve sempre colocar áudio e
legendas. Se o aluno possui dificuldade de aprendizagem o professor deve
proporcionar uma atenção especial bem como fornecer textos de apoio para que
o
aluno possa ler em casa. Se o professor for trabalhar com textos na sala de aula
deve ver a necessidade especial daquele aluno, podendo imprimir textos maiores,
quando o aluno tem dificuldade visual, ou ofertar material em áudio, ou traduzir
344
em libras os textos que serão utilizados na sala.
Se o aluno tem dificuldade de concentração o professor pode estar
trabalhando com esse aluno com materiais mais coloridos e com imagens mais
interessantes, para provocar a sua curiosidade.
A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do
que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se
possível entender a avaliação como um processo, não como um momento
separado, visto em si mesma.
REFERÊNCIA
ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como
experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004.
BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento.
São Paulo: Martins Fontes, 1990.
BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.
CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao
republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1986, v.1.
DCEs de Filosofia. Secretaria de Estado da Educação- SEED. Curitiba, 2006.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992.
288p. (coleção Trans).
GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas,
n. 2004.
GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes,
2000.
HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio:
análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado,
FEUSP). São Paulo, 2002.
LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.;
DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003.
LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos
345
avançados, v. 6, n. 14, 1992.
KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In:
FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia.
Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino
de filosofia no 2o grau. Curitiba, 1994.
RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo:
Paulus, 2003.
RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.
2005.
RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001.
SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino
de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004.
WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
ZEKCER, Israel. Adolescente também é gente! São Paulo: Summus, 1985.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª
edição. São Paulo: Cortez, 2003.
Recommended