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Este é o nosso comentário sobre o livro do profeta Daniel.
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Daniel
Silvio Dutra
DEZ/2015
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Sumário
Introdução
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Daniel 1
5
Daniel 2
10
Daniel 3
25
Daniel 4
32
Daniel 5
39
Daniel 6
46
Daniel 7
51
Daniel 8
62
Daniel 9
69
Daniel 10
76
Daniel 11
84
Daniel 12
100
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Introdução
O livro do profeta Daniel contém a revelação que lhe foi
dada por Deus, especialmente por meio de
interpretação de sonhos e visões, para manter acesa em
Israel a esperança messiânica, pela constatação do
poder e do controle total de Deus sobre a história das
nações.
Assim, enquanto estivessem no cativeiro em Babilônia
podiam estar certos de que o Senhor tornaria a lhes
trazer de volta para a sua própria terra na Palestina, de
modo que pudessem guardar os Seus mandamentos e
manter toda a Sua vontade até que Cristo se
manifestasse como o Ungido prometido ao profeta, e
que restauraria a sorte de Israel.
Babilônia não permaneceria para sempre como império
mundial, pois conforme fora revelado a Daniel, ela seria
subjugada pela Pérsia, e esta também, por sua vez, pelos
macedônios, dos quais, dos remanescentes do império
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de Alexandre, viriam também a ser subjugados pelos
romanos.
Por fim, se levantaria sobre a terra a reino mundial do
Messias, mas não antes de serem cumpridas todas as
etapas estabelecidas no plano eterno de Deus.
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Daniel 1
Daniel 1.1 No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, veio Nabucodonozor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a sitiou. Daniel 1.2 E o Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá, e uma parte dos vasos da casa de Deus; e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus; e os pôs na casa do tesouro do seu deus. Daniel 1.3 Então disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos que trouxesse alguns dos filhos de Israel, dentre a linhagem real e dos nobres, Daniel 1.4 jovens em quem não houvesse defeito algum, de bela aparência, dotados de sabedoria, inteligência e instrução, e que tivessem capacidade para assistirem no palácio do rei; e que lhes ensinasse as letras e a língua dos caldeus. Daniel 1.5 E o rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem alimentados por três anos; para que no fim destes pudessem estar diante do rei. Daniel 1.6 Ora, entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Daniel 1.7 Mas o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abednego. Daniel 1.8 Daniel, porém, propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.
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Daniel 1.9 Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos. Daniel 1.10 E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois veria ele os vossos rostos mais abatidos do que os dos outros jovens da vossa idade? Assim poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei. Daniel 1.11 Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia posto sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias: Daniel 1.12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos deem legumes a comer e água a beber. Daniel 1.13 Então se examine na tua presença o nosso semblante e o dos jovens que comem das iguarias reais; e conforme vires procederás para com os teus servos. Daniel 1.14 Assim ele lhes atendeu o pedido, e os experimentou dez dias. Daniel 1.15 E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos do que todos os jovens que comiam das iguarias reais. Daniel 1.16 Pelo que o despenseiro lhes tirou as iguarias e o vinho que deviam beber, e lhes dava legumes. Daniel 1.17 Ora, quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e em toda a sabedoria; e Daniel era entendido em todas as visões e todos os sonhos. Daniel 1.18 E ao fim dos dias, depois dos quais o rei tinha ordenado que fossem apresentados, o chefe dos eunucos os apresentou diante de Nabucodonozor. Daniel 1.19 Então o rei conversou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso ficaram assistindo diante do rei.
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Daniel 1.20 E em toda matéria de sabedoria e discernimento, a respeito da qual lhes perguntou o rei, este os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Daniel 1.21 Assim Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro.
Este capítulo nos fornece um relato da primeira incursão
que Nabucodonosor, rei de Babilônia, fez logo no
primeiro ano de seu reinado, sobre Judá e Jerusalém, no
terceiro ano do reinado de Joaquim, e seu sucesso nessa
expedição. Ele sitiou Jerusalém, prendeu o rei, e deixou
Jeoiaquim para reinar como seu vassalo, sendo que
cerca de oito anos depois, este veio a se rebelar para a
sua própria ruína.
Deus havia elegido Israel para revelar ao mundo a Sua
vontade e glória, e ao invés disso os israelitas estavam
fazendo exatamente o oposto por meio da sua idolatria
e iniquidade. Então lhes sobreveio este juízo da parte do
Senhor para que vindicasse neles a Sua santidade,
revelando que nada tinha a ver com aquele modo de
proceder deles.
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Eles necessitavam ser purificados para que Deus
continuasse se revelando através deles, e isto seria feito
por meio daquele juízo de serem expulsos de sua própria
terra.
Daniel seria portanto, para eles, um paradigma do
caráter que deve ser achado nos servos de Deus, e para
o mesmo propósito foi-lhes dado o profeta Ezequiel, que
foi contemporâneo de Daniel.
Este capítulo nos dá conta de qual foi o comportamento
de Daniel e de seus três companheiros, que renunciaram
às regalias e excessos da corte para permanecerem
vivendo de modo justo e santo.
Não é sem motivo que foi feito o registro do tipo de
companhia íntima que privava Daniel – homens sábios e
tementes a Deus tal como ele, e isto nos é recomendado
também como crentes na Igreja de Cristo.
Apesar de terem sido obrigados a receber nomes
babilônios eles não mudaram o seu caráter e nem se
voltaram para os costumes abomináveis deles.
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Pela nobreza e santidade de caráter demonstrado,
Daniel passou a ser um dos favoritos dos chefes dos
eunucos.
A sua doçura de temperamento fazia com que fosse
muito amado; mas ainda assim é dito que foi Deus que
o colocou em favor com o chefe dos eunucos, e não
propriamente em razão dos seus méritos.
Por causa da sua piedade Ele fez com que obtivessem
compaixão da parte daqueles que os levaram cativos; e
sempre faz isto com todos os que procedem de igual
maneira.
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Daniel 2
Daniel 2.1 Ora no segundo ano do reinado de Nabucodonozor, teve este uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono. Daniel 2.2 Então o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os adivinhadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; eles vieram, pois, e se apresentaram diante do rei. Daniel 2.3 E o rei lhes disse: Tive um sonho, e para saber o sonho está perturbado o meu espírito. Daniel 2.4 Os caldeus disseram ao rei em aramaico: ó rei, vive eternamente; dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação Daniel 2.5 Respondeu o rei, e disse aos caldeus: Esta minha palavra é irrevogável se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo; Daniel 2.6 mas se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra. Portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação. Daniel 2.7 Responderam pela segunda vez: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a interpretação. Daniel 2.8 Respondeu o rei, e disse: Bem sei eu que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que a minha palavra é irrevogável. Daniel 2.9 se não me fizerdes saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo. portanto dizei-me o sonho, para que eu saiba que me podeis dar a sua interpretação.
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Daniel 2.10 Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa cumprir a palavra do rei; pois nenhum rei, por grande e poderoso que fosse, tem exigido coisa semelhante de algum mago ou encantador, ou caldeu. Daniel 2.11 A coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar ao rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne mortal. Daniel 2.12 Então o rei muito se irou e enfureceu, e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. Daniel 2.13 saiu, pois, o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos. Daniel 2.14 Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia; Daniel 2.15 pois disse a Arioque, capitão do rei: Por que é o decreto do rei tão urgente? Então Arioque explicou o caso a Daniel. Daniel 2.16 Ao que Daniel se apresentou ao rei e pediu que lhe designasse o prazo, para que desse ao rei a interpretação. Daniel 2.17 Então Daniel foi para casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, Daniel 2.18 para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia. Daniel 2.19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; pelo que Daniel louvou o Deus do céu. Daniel 2.20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força.
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Daniel 2.21 Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Daniel 2.22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. Daniel 2.23 Ó Deus de meus pais, a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do rei. Daniel 2.24 Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e lhe darei a interpretação. Daniel 2.25 Então Arioque depressa introduziu Daniel à presença do rei, e disse-lhe assim: Achei dentre os filhos dos cativos de Judá um homem que fará saber ao rei a interpretação. Daniel 2.26 Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação? Daniel 2.27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exigiu, nem sábios, nem encantadores, nem magos, nem adivinhadores lhe podem revelar; Daniel 2.28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonozor o que há de suceder nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estas: Daniel 2.29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos sobre o que havia de suceder no futuro. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
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Daniel 2.30 E a mim me foi revelado este mistério, não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração. Daniel 2.31 Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. Daniel 2.32 A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; Daniel 2.33 as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro. Daniel 2.34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Daniel 2.35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra. Daniel 2.36 Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação. Daniel 2.37 Tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória; Daniel 2.38 e em cuja mão ele entregou os filhos dos homens, onde quer que habitem, os animais do campo e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. Daniel 2.39 Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra. Daniel 2.40 E haverá um quarto reino, forte como ferro, porquanto o ferro esmiúça e quebra tudo; como o ferro
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quebra todas as coisas, assim ele quebrantará e esmiuçará. Daniel 2.41 Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. Daniel 2.42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil. Daniel 2.43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão pelo casamento; mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro. Daniel 2.44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. Daniel 2.45 Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação. Daniel 2.46 Então o rei Nabucodonozor caiu com o rosto em terra, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves. Daniel 2.47 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Verdadeiramente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este mistério. Daniel 2.48 Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pôs por governador sobre
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toda a província de Babilônia, como também o fez chefe principal de todos os sábios de Babilônia. Daniel 2.49 A pedido de Daniel, o rei constituiu superintendentes sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na corte do rei.
Temos neste capítulo uma grande prova da existência e
do poder de Deus, pois a qual homem é dado que de si
mesmo possa não somente interpretar corretamente o
sonho de outrem como também dizer-lhe qual foi o
sonho que teve em todos os seus detalhes?
Foi da parte de Deus que Nabucodonosor teve o sonho
no qual estava sendo revelado as coisas que haveriam
de suceder depois dele, sem que, no entanto, lhe desse
a interpretação do sonho.
Quando os magos de Babilônia se anteciparam para lhe
passar a interpretação, também, provavelmente
dirigido por Deus não somente lhes negou que o
enganassem com suas falsas imaginações como também
exigiu que lhe dissessem qual era o conteúdo do sonho
propriamente dito, uma vez que se tivessem de fato a
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capacidade de interpretá-lo também teriam a de
decifrar o conteúdo.
Os demônios nada poderiam fazer neste caso porque
não lhes foi dado acesso àquilo com o que o rei havia
sonhado. Deus havia reservado tudo aquilo para
manifestar a Sua glória, poder e soberania através de
Daniel.
Como fizera com José no passado diante de Faraó, agora
faria o mesmo através de Daniel perante o rei de
Babilônia.
Então, temos aqui mais do que uma simples história ou
algo que fosse de mero interesse pessoal do rei, pois o
sonho se tratava de uma profecia de larga extensão e na
qual se revela que os esforços do homem em
estabelecer um império mundial, tal como estava
fazendo o próprio Nabucodonosor, sempre dariam em
nada, pois isto está reservado Àquele que há de
governar por toda a eternidade, a saber, nosso Senhor
Jesus Cristo.
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Nabucodonosor, talvez, era um admirador de estátuas,
e teve seu palácio e jardins enfeitados com elas; no
entanto, ele era um adorador de imagens, e agora, eis
que uma grande imagem está diante dele em um
sonho, o que pode insinuar-lhe o que as imagens eram
de fato, e às quais ele atribuía tanto valor - elas eram
meros sonhos.
Ele viu a imagem de um homem ereto, que estava diante
dele, como um homem que vive; e, porque esses
impérios procuravam ser representados de modo
admirável aos olhos de seus súditos, o brilho desta
imagem era excelente; e da sua forma é dito
ser terrível. Mas o que era mais notável nesta imagem
eram os diferentes metais com os quais foi composta -
a cabeça de ouro (o metal mais rico e mais durável),
o peito e os braços de prata (o que segue em valor ao
ouro), a barriga e coxas de bronze, as pernas de
ferro (ainda metais menos nobres), e por último os
pés em parte de ferro e em parte de barro.
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Veja o que as coisas deste mundo são; quanto mais
avançamos nelas menos valiosas são do que aparentam
ser aos olhos de Deus.
O sonho dado a Nabucodonosor revela o paganismo dos
impérios que são erguidos pelos homens. Por maior que
seja a glória deles é passageira e se autodestrói ou é
destruída diretamente por Deus.
De modo que a última parte do sonho mostra-nos a
imagem reduzida a nada.
Ele viu uma pedra cortada da pedreira por um poder
invisível, sem mãos, e esta pedra caiu sobre os pés da
imagem, que eram de ferro e de barro, e os
esmiuçou; e, em seguida, a imagem caiu naturalmente,
e assim que o ouro, e prata, e o bronze, e o ferro, foram
todos quebrados em pedaços juntos, e tornados em
partículas tão pequenas que se tornaram como o pó que
é dispersado pelo vento.
Mas a pedra se tornou uma grande montanha, e
encheu a terra.
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Entre as muitas revelações de Deus neste sonho há
aquela que indica que toda a idolatria a imagens há de
ser desarraigado por Ele no tempo do fim, quando
inaugurar o reino do Messias em sua forma final.
A imagem representava os reinos da terra que deveriam
se suceder entre as nações e ter influência sobre a nação
judaica.
Os quatro impérios não foram representados por quatro
estátuas distintas, mas por uma só imagem, porque eles
eram todos de um único e mesmo espírito e gênio, e
todos mais ou menos contra a igreja. Era a mesma
potência, única apresentada em quatro nações
diferentes.
A cabeça de ouro significava a monarquia caldaica que
estava em vigor.
Por setenta anos, conforme fixado por Deus, a cabeça de
ouro deveria liderar as demais nações.
Nabucodonosor reinou quarenta e cinco anos, Evil-
Merodaque vinte e três anos, e Belssazar três. Babilônia
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era sua metrópole, e Daniel esteve com eles durante os
setenta anos.
O peito e os braços de prata significavam a monarquia
dos medos e dos persas.
Este reino foi fundado por Dario, o medo e Ciro, o persa,
em aliança, e, portanto, era representado por dois
braços, reunidos a nível do peito. Ciro era persa por
parte de seu pai, e medo por sua mãe.
Alguns acham que esta segunda monarquia durou 130
anos, outros 204 anos.
A barriga e coxas de bronze significava a monarquia dos
gregos, fundada por Alexandre, que conquistou Darius
Codomannus, o último dos imperadores persas. Este é
o terceiro reino, de bronze, inferior em riqueza e
extensão de domínio em relação à monarquia persa.
As pernas e pés de ferro significavam o império
romano. Foi na época do auge dessa monarquia, que o
reino de Cristo foi estabelecido no mundo pela pregação
do evangelho eterno.
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O reino romano era forte como ferro. Ele esmiuçou o
que havia restado do império grego, sob o comando dos
sucessores dos generais de Alexandre, que repartiram
entre si os seus domínios.
O Império Romano seria enfraquecido e ramificado em
dez reinos, que seriam como os dedos dos pés
destes. Alguns deles eram fracos como a argila, outros
fortes como o ferro.
Isto significava que tentariam se unir novamente para o
fortalecimento do império, mas isto seria em vão,
porque o fraco não se une ao forte, assim como o barro
ao ferro.
A pedra cortada sem mãos representava o reino de
Jesus Cristo, o qual deveria ser criado no mundo no
tempo do Império Romano, e sobre as ruínas do reino
de Satanás nos reinos do mundo. Como o corte da
pedra é sem mãos, por isso não deve ser nem muito
elevado nem apoiado pelo poder humano ou pela
política; porque isto deve ser feito de forma invisível
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pelo Espírito do Senhor. Esta foi a pedra que os
edificadores rejeitaram, porque não foi cortada por
suas mãos, mas que se tornou agora a pedra principal, a
pedra de esquina.
Enquanto os reis da terra estiverem lutando uns contra
os outros, com o intuito de estabelecer o seu próprio
domínio mundial, como se vê ainda atualmente com a
tentativa de hegemonia pelos EUA, Rússia, União
Europeia e China, Deus vai fazer o seu próprio trabalho
e cumprir o seu conselho eterno.
Estes reis são todos eles inimigos do reino de Cristo, e
ainda assim ele será instituído, desafiando-os.
O reino de Cristo é um reino que não conhece a
decadência, não está em perigo de destruição, e não vai
admitir qualquer sucessão ou revolução.
Nunca será destruído por qualquer força estrangeira, ou
invadido, como muitos outros reinos são; ferro e fogo
não podem destruí-lo; os poderes combinados da Terra
e do inferno não podem privar os súditos de seu Príncipe
ou o Príncipe de seus súditos; nem este reino será
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deixado para outras pessoas, como os reinos da terra
são.
Cristo é um monarca que não tem sucessor, porque ele
mesmo reinará para sempre.
Com a interpretação do sonho seria de se supor que
Nabucodonosor, que estava intentando estabelecer o
seu próprio reino eterno, que ele ficaria furioso com
Daniel, que predisse a sua queda e a elevação de um
outro reino diferente, mas em vez disso, ele o recebeu
como um oráculo.
Ele olhou para Daniel como se ele fosse um pequeno
deus, porque havia feito esta maravilhosa descoberta e
interpretação de seus pensamentos secretos, de modo
que havia reconhecido a presença da divindade nisto, e
por isso se prostrou com o rosto em terra e reverenciou
a Daniel, conforme era o costume de se fazer nos países
pagãos para horar aos reis, por se atribuir algo do poder
da divindade neles.
Ele mais do que reverenciar, adorou a
Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e
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que lhe queimassem incenso. Nisto ele não pode ser
justificado, mas pode, em certa medida ser dispensado,
quando Cornélio estava prestes a adorar a Pedro. Mas,
embora não seja aqui mencionado, temos razão para
pensar que Daniel recusou estas honrarias, pois já havia
declarado ao rei que o dom de revelar sonhos não lhe
pertencia, senão que era algo que lhe era concedido
pelo único e verdadeiro Deus, ao qual ele e os israelitas
serviam.
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Daniel 3
Daniel 3.1 O rei Nabucodonozor fez uma estátua de ouro, a altura da qual era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia. Daniel 3.2 Então o rei Nabucodonozor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à dedicação da estátua que ele fizera levantar. Daniel 3.3 Então se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os oficiais das províncias, para a dedicação da estátua que o rei Nabucodonozor fizera levantar; e estavam todos em pé diante da imagem. Daniel 3.4 E o pregoeiro clamou em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gentes de todas as línguas: Daniel 3.5 Logo que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonozor tem levantado. Daniel 3.6 E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro duma fornalha de fogo ardente. Daniel 3.7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonozor tinha levantado.
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Daniel 3.8 Ora, nesse tempo se chegaram alguns homens caldeus, e acusaram os judeus. Daniel 3.9 E disseram ao rei Nabucodonozor: ó rei, vive eternamente. Daniel 3.10 Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, se prostraria e adoraria a estátua de ouro; Daniel 3.11 e qualquer que não se prostrasse e adorasse seria lançado numa fornalha de fogo ardente. Daniel 3.12 Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste. Daniel 3.13 Então Nabucodonozor, na sua ira e fúria, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abednego. Logo estes homens foram trazidos perante o rei. Daniel 3.14 Falou Nabucodonozor, e lhes disse: E verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei? Daniel 3.15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas mãos? Daniel 3.16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei: ó Nabucodonozor, não necessitamos de te responder sobre este negócio.
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Daniel 3.17 Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode nos livrar da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei. Daniel 3.18 Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. Daniel 3.19 Então Nabucodonozor se encheu de raiva, e se lhe mudou o aspecto do semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; e deu ordem para que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer; Daniel 3.20 e ordenou a uns homens valentes do seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, e os lançassem na fornalha de fogo ardente. Daniel 3.21 Então estes homens foram atados, vestidos de seus mantos, suas túnicas, seus turbantes e demais roupas, e foram lançados na fornalha de fogo ardente. Daniel 3.22 Ora, tão urgente era a ordem do rei e a fornalha estava tão quente, que a chama do fogo matou os homens que carregaram a Sadraque, Mesaque e Abednego. Daniel 3.23 E estes três, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente. Daniel 3.24 Então o rei Nabucodonozor se espantou, e se levantou depressa; falou, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós dentro do fogo três homens atados? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Daniel 3.25 Disse ele: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nenhum dano sofrem; e o aspacto do quarto é semelhante a um filho dos deuses. Daniel 3.26 Então chegando-se Nabucodonozor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque,
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Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Logo Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo. Daniel 3.27 E os sátrapas, os prefeitos, os governadores, e os conselheiros do rei, estando reunidos, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os corpos destes homens, nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem sofreram mudança os seus mantos, nem sobre eles tinha passado o cheiro de fogo. Daniel 3.28 Falou Nabucodonozor, e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, o qual enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele e frustraram a ordem do rei, escolhendo antes entregar os seus corpos, do que servir ou adorar a deus algum, senão o seu Deus. Daniel 3.29 Por mim, pois, é feito um decreto, que todo o povo, nação e língua que proferir blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro deus que possa livrar desta maneira. Daniel 3.30 Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego na província de Babilonia.
Babilônia estava cheia de ídolos, mas nunca seriam
suficientes para atender aos desejos de idolatria de
corações não regenerados.
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Numa possível contraposição à visão que tivera em que
Babilônia era apenas a cabeça de ouro, Nabucodonosor
erigiu uma estátua toda de ouro que refletisse a glória e
a eternidade do seu reino.
Ele havia reconhecido que a interpretação de Daniel lhe
viera da parte de Deus, mas o homem não convertido
sempre haverá de ser achado em competição com Ele,
em consequência do desejo de Adão de ser igual a Deus
em majestade e poder, independentemente dEle.
Somente a primeira revelação era suficiente para
colocar Nabucodonosor como todos os imperadores que
viessem depois dele, no seu próprio lugar de meros
homens e não deuses, e a se humilharem perante o
único Deus verdadeiro.
Todavia, a obstinação e cegueira de seus corações
sempre lhes enganará com a falsa imaginação de que
serão sempre poderosos e que seu poder se estenderá
pela eternidade afora.
Ao provocar a justiça e santidade divina seria então
submetido a uma segunda humilhação quando tentasse
30
destruir aqueles que se mantivessem fiéis ao Deus de
Israel, e se recusassem a adorá-lo (Nabucodonor) como
Deus.
Nunca se ouviu falar de alguém que pudesse escapar
ileso de uma grande fornalha de fogo, conforme o
Senhor concedeu a Sadraque, Mesaque e Abdnego, e o
próprio Nabucodonosor reconheceu isto, e viu que não
era páreo, nem ele, nem sua imagem, para o Deus Todo-
Poderoso de Israel.
O próprio Deus nos ordena que sejamos sujeitos aos que
nos governam, honrando-os e lhes servindo
voluntariamente, mas não pela via da adoração, que é
devida exclusivamente a Ele.
Satanás sempre procurará de um modo ou de outro
infundir o terror nos servos de Deus para que eles
venham a apostatar da fé e fidelidade a Ele.
Mas Deus sempre protegerá e honrará aqueles que o
honrarem e não temerem a própria morte, assim como
fizera com aqueles três jovens que eram piedosos e
amigos de Daniel.
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O corajoso e fiel testemunho dado pelos jovens fez com
que toda honra e glória fosse atribuída pelo rei de
Babilônia somente ao Deus de Israel. Certamente não o
fizera por amor a Ele, mas por temer que na defesa
daqueles que são seus viesse a exterminá-lo tal ocorreu
com aqueles que jogaram os jovens na fornalha e que
foram inteiramente consumidos pelas chamas no lugar
deles.
Ele viu com seus olhos ao próprio Jesus em uma teofania
como o quarto homem na fornalha, e sabia que era de
procedência divina, pois nenhum ser mortal seria capaz
de fazer o que Ele fez, mantendo os jovens inteiramente
incólumes.
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Daniel 4
Daniel 4.1 Nabucodonozor rei, a todos os povos, nações, e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada. Daniel 4.2 Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo. Daniel 4.3 Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração. Daniel 4.4 Eu, Nabucodonozor, estava sossegado em minha casa, e próspero no meu palácio. Daniel 4.5 Tive um sonho que me espantou; e estando eu na minha cama, os pensamentos e as visões da minha cabeça me perturbaram. Daniel 4.6 Portanto expedi um decreto, que fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho. Daniel 4.7 Então entraram os magos, os encantadores, os caldeus, e os adivinhadores, e lhes contei o sonho; mas não me fizeram saber a interpretação do mesmo. Daniel 4.8 Por fim entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo: Daniel 4.9 Ó Beltessazar, chefe dos magos, porquanto eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação. Daniel 4.10 Eram assim as visões da minha cabeça, estando eu na minha cama: eu olhava, e eis uma árvore no meio da terra, e grande era a sua altura;
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Daniel 4.11 crescia a árvore, e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até o céu, e era vista até os confins da terra. Daniel 4.12 A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e dela se mantinha toda a carne. Daniel 4.13 Eu via isso nas visões da minha cabeça, estando eu na minha cama, e eis que um vigia, um santo, descia do céu. Daniel 4.14 Ele clamou em alta voz e disse assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas e espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos. Daniel 4.15 Contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa cinta de ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais na erva da terra. Daniel 4.16 Seja mudada a sua mente, para que não seja mais a de homem, e lhe seja dada mente de animal; e passem sobre ele sete tempos. Daniel 4.17 Esta sentença é por decreto dos vigias, e por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles. Daniel 4.18 Este sonho eu, rei Nabucodonozor, o vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação; porquanto todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a interpretação; mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos. Daniel 4.19 Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e os seus pensamentos
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o perturbaram. Falou, pois, o rei e disse: Beltessazar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar, e disse: Senhor meu, seja o sonho para os que te odeiam, e a sua interpretação para os teus inimigos: Daniel 4.20 A árvore que viste, que cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até o céu, e que era vista por toda a terra; Daniel 4.21 cujas folhas eram formosas, e o seu fruto abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos habitavam as aves do céu; Daniel 4.22 és ,tu, ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; pois a tua grandeza cresceu, e chegou até o céu, e o teu domínio até a extremidade da terra. Daniel 4.23 E quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e que dizia: Cortai a árvore, e destruí-a; contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa cinta de ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos; Daniel 4.24 esta é a interpretação, ó rei é o decreto do Altíssimo, que é vindo sobre o rei, meu senhor: Daniel 4.25 serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. Daniel 4.26 E quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina.
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Daniel 4.27 Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniquidades, usando de misericórdia com os pobres, se, porventura, se prolongar a tua tranquilidade. Daniel 4.28 Tudo isso veio sobre o rei Nabucodonozor. Daniel 4.29 Ao cabo de doze meses, quando passeava sobre o palácio real de Babilônia, Daniel 4.30 falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade? Daniel 4.31 Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonozor: Passou de ti o reino. Daniel 4.32 E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se- ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. Daniel 4.33 Na mesma hora a palavra se cumpriu sobre Nabucodonozor, e foi expulso do meio dos homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do ceu, até que lhe cresceu o cabelo como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves: Daniel 4.34 Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonozor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a mim o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre; porque o seu domínio é um domínio sempiterno, e o seu reino é de geração em geração. Daniel 4.35 E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
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Daniel 4.36 No mesmo tempo voltou a mim o meu entendimento; e para a glória do meu reino voltou a mim a minha majestade e o meu resplendor. Buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e foi-me acrescentada excelente grandeza. Daniel 4.37 Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são retas, e os seus caminhos justos, e ele pode humilhar aos que andam na soberba.
A narrativa deste capítulo foi feita pelo próprio
Nabucodonosor.
Temos aqui algo que é da mesma forma habitual dos
éditos reais.
Achando-se velho e recuperado de uma outra
humilhação que lhe fora imposta por Deus, e que deu
cumprimento a uma visão que tivera em sonhos antes
que esta lhe sobreviesse, ele reconhece e confirma a
suprema soberania de Deus sobre todos os reinos deste
mundo.
Na enfermidade mental que lhe veio da parte de Deus e
na sua recuperação dela pelo poder do mesmo Deus
37
pôde reconhecer quão frágeis são todos os homens em
sua própria natureza, e que todo o seu vigor e vida se
encontram inteiramente ao dispor da Sua vontade
soberana.
Ele queria deixar isto como um registro para as gerações
futuras, para declarar a dívida que tinha para com Deus,
que havia lhe recuperado da sua enfermidade e
restaurado o seu antigo poder.
Ele sabia agora que há um Deus que governa o mundo e
que tem um incontestável domínio absoluto universal e
sobre todos os assuntos dos filhos dos homens.
Pôde reconhecer isto por tudo o que lhe foi revelado e
interpretado da parte de Deus através de Daniel, pois
tudo lhe ocorreu na visão da árvore exatamente como
Daniel lhe disse em interpretação referindo-se à mesma
como provinda do Altíssimo.
Ele havia recebido o alarme quando estava em repouso
em sua casa, e próspero no seu palácio. Ele havia
recentemente conquistado o Egito e, com isso havia
concluído suas vitórias, e terminado suas guerras, e fez-
38
se monarca de todas as partes do mundo, por volta do
trigésimo quarto ano do seu reinado.
Justamente quando pensou em descansar e desfrutar de
toda a sua glória, veio-lhe a revelação de que ficaria
enfermo por sete anos, e isto se cumpriu, tendo vivido
cerca de dois anos depois, tendo morrido no
quadragésimo quinto ano do seu reinado.
Quão grande lição todos nós podemos aprender destes
fatos, de maneira a que andemos em humildade perante
o Senhor durante todo o curso da nossa vida.
Que não pensemos jamais que o fato de estar em
descanso e em prosperidade, que isto não poderá ser
alterado por alguma forma de intervenção divina.
39
Daniel 5
Daniel 5.1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na presença dos mil. Daniel 5.2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que Nabucodonozor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. Daniel 5.3 Então trouxeram os vasos de ouro que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. Daniel 5.4 Beberam vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra. Daniel 5.5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. Daniel 5.6 Mudou-se, então, o semblante do rei, e os seus pensamentos o perturbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro. Daniel 5.7 E ordenou o rei em alta voz, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e no reino será o terceiro governante. Daniel 5.8 Então entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
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Daniel 5.9 Nisto ficou o rei Belsazar muito perturbado, e se lhe mudou o semblante; e os seus grandes estavam perplexos. Daniel 5.10 Ora a rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e a rainha disse: ó rei, vive para sempre; não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante. Daniel 5.11 Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonozor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus, e dos adivinhadores; Daniel 5.12 porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação. Daniel 5.13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse à Daniel: És tu aquele Daniel, um dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá? Daniel 5.14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham a luz, o entendimento e a excelente sabedoria. Daniel 5.15 Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios, os encantadores, para lerem o escrito, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras. Daniel 5.16 Ouvi dizer, porém, a teu respeito que podes dar interpretações e resolver dúvidas. Agora, pois, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro governante.
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Daniel 5.17 Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia vou ler ao rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação. Daniel 5.18 O Altíssimo Deus, ó rei, deu a Nabucodonozor, teu pai, o reino e a grandeza, glória e majestade; Daniel 5.19 e por causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações, e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida; a quem queria exaltava, e a quem queria abatia. Daniel 5.20 Mas quando o seu coração se elevou, e o seu espírito se endureceu para se haver arrogantemente, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória. Daniel 5.21 E foi expulso do meio dos filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante aos dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que o Altíssinuo Deus tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele. Daniel 5.22 E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isso; Daniel 5.23 porém te elevaste contra o Senhor do céu; pois foram trazidos a tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus grandes, as tua mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.:
42
Daniel 5.24 Então dele foi enviada aquela parte da mão que traçou o escrito. Daniel 5.25 Esta, pois, é a escritura que foi traçada: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSlM. Daniel 5.26 Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou. Daniel 5.27 TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. Daniel 5.28 PERES: Dividido está o teu reino, e entregue aos medos e persas. Daniel 5.29 Então Belsazar deu ordem, e vestiram a Daniel de púrpura, puseram-lhe uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamaram a respeito dele que seria o terceiro em autoridade no reino. Daniel 5.30 Naquela mesma noite Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto. Daniel 5.31 E Dario, o medo, recebeu o reino, tendo cerca de sessenta e dois anos de idade.
A destruição do reino de Babilônia tinha sido muitas
vezes anunciada por Deus através de todos os seus
profetas, quando isto ainda estava num tempo distante.
Neste capítulo, nós temos o relato da sua consumação
quando Belssazar se encontrava no trono.
Temos aqui o rei Belssazar muito alegre, mas, de
repente, muito terrificado e sombrio.
43
Ele havia desprezado e ofendido a Deus, quando fez uma
grande festa e usou os utensílios que os babilônios
haviam saqueado do templo de Jerusalém.
Ciro, que se encontrava na ocasião com o seu exército
sitiando Babilônia, sabia desta festa, e presumindo que
eles estariam fora de sua guarda, mergulhados no sono
e no vinho, aproveitou a oportunidade para atacar a
cidade.
Belssazar fez uma afronta sobre a providência de Deus e
ousou desafiar os seus juízos, pois em vez de se humilhar
e buscar a Deus quando os persas e medos estavam
sitiando Babilônia, deu um grande banquete em sua
própria honra para celebrar a glória do seu reino.
O uso dos utensílios do templo era uma clara
demonstração da sua arrogância e irreverência, e do
quão disposto estava a negligenciar e a abusar de todos
os alertas que Deus havia dado contra Babilônia através
dos seus profetas.
Então receberia uma mensagem direta e clara da parte
do próprio Deus quando ele juntamente com seus
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convidados viram que uma mão escrevia na parede
palavras que lhes eram indecifráveis. E havia uma razão
para isto, pois para confirmar que a mensagem era de
proveniência do Deus de Israel, somente a Daniel seria
dado interpretá-la.
Com isto o ânimo de todos eles se abateu diante
daquelas palavras de um juízo iminente, e desfalecidos
que ficaram não resistiram a Ciro quando ele tomou a
cidade.
Isto sucederá a todos os arrogantes quando no juízo
final a mão de Deus escrever diante de seus olhos a
sentença terrível que está destinada a eles.
Eles serão sujeitados ao Inimigo de suas almas para
sempre, assim como o rei de Babilônia foi sujeitado a
Ciro.
Os setenta anos de cativeiro haviam se cumprido e o
tempo da libertação de Israel do cativeiro havia
chegado, conforme havia sido prometido através do
profeta Jeremias.
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Daniel teve reconhecimento deste fato histórico,
segundo as profecias, e foi por isso que fez a oração que
veremos nos capítulos seguintes e recebeu a revelação
das setenta semanas que deveriam ainda ser
aguardadas para o pleno cumprimento do propósito de
Deus para Israel.
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Daniel 6
Daniel 6.1 Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino; Daniel 6.2 e sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um; a fim de que estes sátrapas lhes dessem conta, e que o rei não sofresse dano. Daniel 6.3 Então o mesmo Daniel sobrepujava a estes presidentes e aos sátrapas; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino: Daniel 6.4 Nisso os presidentes e os sátrapas procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino mas não podiam achar ocasião ou falta alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem falta. Daniel 6.5 Pelo que estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, a menos que a procuremos no que diz respeito a lei do seu Deus. Daniel 6.6 Então os presidentes e os sátrapas foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: ó rei Dario, vive para sempre. Daniel 6.7 Todos os presidentes do reino, os prefeitos e os sátrapas, os conselheiros e os governadores, concordaram em que o rei devia baixar um decreto e publicar o respectivo interdito, que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões. Daniel 6.8 Agora pois, ó rei, estabelece o interdito, e assina o edital, para que não seja mudado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. Daniel 6.9 Em virtude disto o rei Dario assinou o edital e o interdito.
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Daniel 6.10 Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. Daniel 6.11 Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu Deus. Daniel 6.12 Depois se foram à presença do rei e lhe perguntaram no tocante ao interdito real: Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem por espaço de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. Daniel 6.13 Então responderam ao rei, dizendo-lhe Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, e não tem feito caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes três vezes por dia faz a sua oração. Daniel 6.14 Ouvindo então o rei a notícia, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até o pôr do sol trabalhou para o salvar. Daniel 6.15 Nisso aqueles homens foram juntos ao rei, e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode mudar. Daniel 6.16 Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e o lançaram na cova dos leões. Ora, disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.
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Daniel 6.17 E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que no tocante a Daniel nada se mudasse: Daniel 6.18 Depois o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum; e não foram trazidos à sua presença instrumentos de música, e fugiu dele o sono. Daniel 6.19 Então o rei se levantou ao romper do dia, e foi com pressa à cova dos leões. Daniel 6.20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: ó Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar- te dos leões? Daniel 6.21 Então Daniel falou ao rei: ó rei, vive para sempre. Daniel 6.22 O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum. Daniel 6.23 Então o rei muito se alegrou, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e não se achou nele lesão alguma, porque ele havia confiado em seu Deus. Daniel 6.24 E o rei deu ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos. Daniel 6.25 Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada.
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Daniel 6.26 Com isto faço um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo, e permanece para sempre; e o seu reino nunca será destruído; o seu domínio durará até o fim. Daniel 6.27 Ele livra e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou Daniel do poder dos leões. Daniel 6.28 Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa.
Daniel pôde contemplar em vida o cumprimento de
parte da profecia que lhe foi dado interpretar no sonho
de Nabucodonosor, por ver a queda de Babilônia - a
cabeça de ouro - sob a Pérsia e Média.
Ele não foi preservado em vida no entanto para dar um
registro histórico destes reinos, senão para revelar a
grande soberania e controle de Deus sobre eles, para
manter viva a fé e a fidelidade de Israel a Ele.
O povo se encontrava em cativeiro em cumprimento a
todos os juízos que Deus havia prometido trazer sobre
eles desde os dias de Moisés, e que confirmou por meio
dos profetas, e por isso não vemos na profecia de Daniel
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ameaças de juízos contra o povo de Israel, porque estes
se encontravam em pleno cumprimento conforme
predições anteriores.
Agora a promessa de libertação através de Ciro estava
prestes a acontecer, não que sem antes, o Senhor fosse
glorificado diante daqueles reis através da vida do
próprio Daniel, ao revelar o Seu poder para guardar e
livrar o que são seus conforme demonstrou guardando
o seu profeta de ser devorado pelos leões.
Mais uma vez a soberba e arrogância dos imperadores,
ainda que não consentida por eles na adoração que lhes
seja dirigida, conforme foi o caso de Dario neste caso,
mas aceita, seria abatida pelo Senhor, pois aqueles que
atentaram contra a vida de Daniel por causa da sua
fidelidade na adoração exclusiva a Deus vieram a
cumprir no lugar dele, a pena que eles próprios haviam
estabelecido, a saber, a de ser devorado pelos leões.
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Daniel 7
Daniel 7.1 No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu o sonho, e relatou a suma das coisas. Daniel 7.2 Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. Daniel 7.3 E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. Daniel 7.4 O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. Daniel 7.5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. Daniel 7.6 Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Daniel 7.7 Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Daniel 7.8 Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.
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Daniel 7.9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Daniel 7.10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos. Daniel 7.11 Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo. Daniel 7.12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo. Daniel 7.13 Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. Daniel 7.14 E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído. Daniel 7.15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbavam. Daniel 7.16 Cheguei-me a um dos que estavam perto, e perguntei-lhe a verdadeira significação de tudo isso. Ele me respondeu e me fez saber a interpretação das coisas. Daniel 7.17 Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.
53
Daniel 7.18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, sim, para todo o sempre. Daniel 7.19 Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, sobremodo terrível, com dentes de ferro e unhas de bronze; o qual devorava, fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobrava; Daniel 7.20 e também a respeito dos dez chifres que ele tinha na cabeça, e do outro que subiu e diante do qual caíram três, isto é, daquele chifre que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e parecia ser mais robusto do que os seus companheiros. Daniel 7.21 Enquanto eu olhava, eis que o mesmo chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles, Daniel 7.22 até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. Daniel 7.23 Assim me disse ele: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Daniel 7.24 Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o quál será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Daniel 7.25 Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. Daniel 7.26 Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o domínio, para o destruir e para o desfazer até o fim.
54
Daniel 7.27 O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão. Daniel 7.28 Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram e o meu semblante se mudou; mas guardei estas coisas no coração.
A data deste capítulo o coloca antes do quinto porque
Daniel teve estas visões no primeiro ano de Belssazar,
quando o cativeiro dos judeus na Babilônia estava se
aproximando do seu término.
Temos aqui o registro dos quatro impérios que seriam
opressivos para Israel, até que o Messias se
manifestasse e realizasse no final dos tempos a plena
libertação deles.
Ainda hoje, mesmo depois de ter andado errante por
todo o mundo por mais de dezoito séculos, Israel ainda
é como um povo oprimido em sua própria terra, cercado
de ameaças por todos os lados, e isto tudo tem o
propósito de manter acesa neles a expectativa da
55
libertação do Messias, o qual, a propósito eles
rejeitaram como nação no seu primeiro advento, e que
será reconhecido somente no segundo.
A visão serviria para alertar aos israelitas quanto a não
sonharem com um retorno para a sua própria terra,
saídos de Babilônia, para desfrutarem de uma
tranquilidade plena e ininterrupta; mas que, não
deveriam, de modo algum, enganar a si mesmos, e
ficarem por conseguinte decepcionados com Deus.
As graças que teriam mesmo aqueles que viessem a
estar associados ao Messias, seriam acompanhadas por
aflições neste mundo.
Os reinos deste mundo estariam em conflitos
permanentes, e as consequências destes conflitos
respingariam sobre os próprios filhos de Deus.
Assim sucede em razão da própria natureza terrena
caída no pecado que está em permanente conflito.
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A soberba, a arrogância, a cobiça e o egoísmo dos
homens sempre há de ser refletida em seus governantes
e nos próprios governados.
É somente em Cristo que o homem pode ser libertado
disso, e como nem todos são da fé, é de se esperar então
que sempre haja guerras e rumores de guerra até que
Cristo estabeleça o seu reino na sua forma final.
Daniel viu quatro grandes animais, subindo do
mar, das águas turbulentas da humanidade. Os
monarcas e monarquias são representados
por bestas, porque muitas vezes é pela raiva brutal e
pela tirania que eles são criados e apoiados.
Estes animais eram diferentes uns dos outros, para
destacar as formas diferentes de gênios das nações que
representavam.
A primeira besta era como um leão. Esta foi a
monarquia babilônica, que era feroz e forte, e fez os reis
absolutos. Este leão tinha asas de águia, com o qual
podia voar sobre a presa, denotando a velocidade com
que Nabucodonosor fez a sua conquista dos reinos.
57
Mas Daniel logo vê as suas asas arrancadas, pondo um
ponto final colocado sobre a carreira de suas armas
vitoriosas.
Diversos países que tinham sido seus tributários se
revoltaram contra eles, de moldo a fazer com que este
animal monstruoso, este leão alado, fosse colocado de
pé como um homem, e o coração de homem lhe sendo
dado. Ele perdeu o coração de um leão, com o qual tinha
sido famoso, perdeu a sua coragem e se tornou fraco e
débil, e conheceriam com isto que não passavam de
meros homens.
A segunda besta era como um urso. Esta foi a
monarquia persa, menos forte e mais generosa do que a
anterior, mas não menos voraz. Este urso se levantou
de um lado contra o leão, e logo o dominou. Este urso
tinha três costelas na boca, entre os dentes, os restos
daquelas nações que tinha devorado, que eram as
marcas de sua voracidade, e ainda uma indicação de que
se tivesse devorado muito, não poderia, no entanto,
devorar tudo; algumas costelas ainda estão presas nos
seus dentes, as quais não poderia conquistar.
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O terceiro animal era semelhante a um leopardo. Esta
foi a monarquia grega, fundada por Alexandre, o
Grande, ativo, esperto e cruel, como um leopardo. Ele
tinha quatro asas de ave; o leão parece ter tido, senão
duas asas; mas o leopardo tinha quatro, pois embora
Nabucodonosor tivesse grande expedição em suas
conquistas Alexandre fez uma muito maior. Em seis anos
ele ganhou todo o império da Pérsia, além de grande
parte da Ásia, fez-se senhor da Síria, Egito, Índia e outras
nações. Este animal tinha quatro cabeças; após a morte
de Alexander suas conquistas foram divididas entre seus
quatro generais.
O quarto animal era mais feroz e formidável que
qualquer um deles. O Império Romano, que, quando
estava em sua glória, compreendeu dez reinos: Itália,
França, Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha, Sarmatia,
Pannonia, Ásia, Grécia e Egito; e, em seguida, o pequeno
chifre que aumentou a queda de três dos outros chifres,
que alguns consideram como sendo o império turco, e
outros como o reino da Síria com a família dos
Selêucidas, que era muito cruel e opressiva para o povo
de Israel. E aqui se diz que o império era diferente
59
daqueles que vieram antes, porque nenhum dos
poderes anteriores obrigaram os judeus a renunciarem
à sua religião, mas os reis da Síria o fizeram, e de modo
bárbaro. Seus exércitos e comandantes eram os grandes
dentes de ferro com que devoravam e faziam em
pedaços o povo de Deus. Os dez chifres são, então, dez
reis que reinaram sucessivamente na Síria; e, em
seguida, o chifre pequeno é Antíoco Epifânio, o último
dos dez, que de uma forma ou outra minou a três dos
reis, e obteve o governo. Ele era um homem de grande
talento, e, portanto, é dito ter olhos como os olhos de
um homem, e ele foi muito corajoso e ousado, tinha
uma boca que falava grandes coisas. Nós nos
encontraremos novamente com ele nessas profecias.
Se entendermos o quarto animal como se referindo ao
império sírio, ou ao romano, é evidente que estes versos
são destinados para o conforto e apoio do povo de Deus
em referência às perseguições que eram susceptíveis de
sustentar tanto de um quanto do outro, e de todos os
seus inimigos orgulhosos em todas as épocas; porque
está escrito para a sua aprendizagem sobre quem os fins
dos séculos têm chegado, que também eles, pela
60
paciência e consolação desta Escritura, tenham
esperança.
Três coisas são descritas aqui e que que são muito
animadores:
I. Que existe um juízo vindouro, e Deus é o Juiz. Agora
os homens têm o seu dia, e cada pretendente acha que
ele deve ter seu dia, e se esforça para isso. Mas Aquele
que se assenta no céu ri deles, pois vê que seu dia está
chegando (Sl 37.13).
II. Que os inimigos cruéis e orgulhosos da igreja de Deus,
certamente, serão derrubados no devido tempo (v. 11 e
12). Isto é aqui representado a nós, com a destruição do
quarto animal.
III. Que o reino do Messias deve ser edificado e ser
mantido no mundo a despeito de toda a oposição dos
poderes das trevas.
Daniel manifestou um desejo sincero de entender o
significado dessas coisas.
61
O anjo explicou o significado para o profeta mas ele
estava muito interessado em saber maiores detalhes
sobre o quarto animal que diferia muito dos demais, que
tudo devorava e fazia em pedaços.
Sabemos que a visão se referia a Antíoco Epifânio, no
passado, e ao Anticristo no futuro, porque ambos são o
chifre pequeno que prevalece contra os santos e que se
eleva grandemente contra Deus.
Ambos recebem da parte de Deus três anos e meio para
operarem as suas desolações, ao término dos quais são
por Ele destruídos.
62
Daniel 8
Daniel 8.1 No ano terceiro do reinado do rei Belsazar apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio. Daniel 8.2 E na visão que tive, parecia-me que eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão; e conforme a visão, eu estava junto ao rio Ulai. Daniel 8.3 Levantei os olhos, e olhei, e eis que estava em pé diante do rio um carneiro, que tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos; mas um era mais alto do que o outro, e o mais alto subiu por último. Daniel 8.4 Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia. Daniel 8.5 E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre a face de toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre notável entre os olhos. Daniel 8.6 E dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no furor da sua força. Daniel 8.7 Vi-o chegar perto do carneiro; e, movido de cólera contra ele, o feriu, e lhe quebrou os dois chifres; não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; também não havia quem pudesse livrar o carneiro do seu poder. Daniel 8.8 O bode, pois, se engrandeceu sobremaneira; e estando ele forte, aquele grande chifre foi quebrado, e no seu lugar outros quatro também notáveis nasceram para os quatro ventos do céu.
63
Daniel 8.9 Ainda de um deles saiu um chifre pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa; Daniel 8.10 e se engrandeceu até o exército do céu; e lançou por terra algumas das estrelas desse exército, e as pisou. Daniel 8.11 Sim, ele se engrandeceu até o príncipe do exército; e lhe tirou o holocausto contínuo, e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo. Daniel 8.12 E o exército lhe foi entregue, juntamente com o holocausto contínuo, por causa da transgressão; lançou a verdade por terra; e fez o que era do seu agrado, e prosperou. Daniel 8.13 Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão relativamente ao holocausto contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do exército, para serem pisados? Daniel 8.14 Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado. Daniel 8.15 Havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei entendê-la, e eis que se me apresentou como que uma semelhança de homem. Daniel 8.16 E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, faze que este homem entenda a visão. Daniel 8.17 Veio, pois, perto de onde eu estava; e vindo ele, fiquei amedrontado, e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim. Daniel 8.18 Ora, enquanto ele falava comigo, caí num profundo sono, com o rosto em terra; ele, porém, me tocou, e me pôs em pé.
64
Daniel 8.19 e disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao determinado tempo do fim. Daniel 8.20 Aquele carneiro que viste, o qual tinha dois chifres, são estes os reis da Média e da Pérsia. Daniel 8.21 Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei. Daniel 8.22 O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, porém não com a força dele. Daniel 8.23 Mas, no fim do reinado deles, quando os transgressores tiverem chegado ao cúmulo, levantar-se-á um rei, feroz de semblante e que entende enigmas. Daniel 8.24 Grande será o seu poder, mas não de si mesmo; e destruirá terrivelmente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo. Daniel 8.25 Pela sua sutileza fará prosperar o engano na sua mão; no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o príncipe dos príncipes; mas será quebrado sem intervir mão de homem. Daniel 8.26 E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias mui distantes. Daniel 8.27 E eu, Daniel, desmaiei, e estive enfermo alguns dias; então me levantei e tratei dos negócios do rei. E espantei-me acerca da visão, pois não havia quem a entendesse.
As visões e profecias do presente capítulo apontam
apenas e exclusivamente para os eventos que estavam
65
então em breve para vir a ocorrer nas monarquias da
Pérsia e da Grécia, e parecem não ter qualquer outra
referência. Nada é dito aqui da monarquia babilônica,
apesar da visão ter sido dada a Daniel durante o período
de reinado de Belssazar.
O capítulo foi portanto escrito para que os judeus
soubessem tudo o que lhes aguardava, e os problemas
que teriam que enfrentar mantendo firme a sua fé em
Deus e em suas promessas de redenção futura do seu
povo.
Nós temos neste capítulo a visão do carneiro, do bode,
e do chifre pequeno que deveriam lutar e prevalecer
contra o povo de Deus, por um determinado período de
tempo limitado.
A interpretação desta visão por um anjo, revelava que o
carneiro significava o império persa, o bode o grego, e o
chifre pequeno o rei da monarquia grega, que se
levantaria contra os judeus e a sua religião, o qual foi
Antíoco Epifânio.
66
A igreja judaica, desde o seu início, tinha sido o tempo
todo, mais ou menos, abençoada com profetas, homens
divinamente inspirados para explicar a mente de Deus a
eles em suas providências e dar-lhes alguma perspectiva
do que estava por vir sobre eles; mas, logo depois da
época de Esdras, a inspiração divina cessou, e não houve
mais qualquer profeta até o dia amanhecer com o
evangelho de Cristo.
Daniel viu um carneiro sendo vencido por um bode. Este
foi Alexandre, o Grande, o filho de Filipe, rei da
Macedônia. Ele veio do oeste, a partir da Grécia, que
ficava a oeste da Pérsia. Este bode prosseguiu com
incrível rapidez, porque ele não tocava o solo em suas
investidas.
Este bode tinha um chifre notável entre os olhos, como
um unicórnio. Ele tinha força, e sabia que sua própria
força era um terror para todos os povos vizinhos. Em
apenas seis anos se fez senhor da maior parte do mundo
então conhecido. Bem, ele pode ser chamado de
um chifre notável, porque o seu nome ainda vive na
67
história como o nome de um dos comandantes mais
célebres da guerra que o mundo jamais havia conhecido.
Mas este bode veio sobre o carneiro que tinha dois
chifres – os dois chifres eram respectivamente a Média
e a Pérsia, que estavam coligadas num só império.
Alexandre com seu exército vitorioso atacou o reino da
Pérsia, um exército que consistia em não mais do que 30
mil homens a pé e 5000 a cavalo. Alexander veio com
seu exército contra Darius Codomannus, então
imperador da Pérsia, pelo que Alexandre se tornou
senhor absoluto de todo o império persa, lhe quebrou
os dois chifres, os reinos da Média e da Pérsia. O
carneiro que tinha destruído tudo antes dele, estava
agora sendo destruído.
Mas o grande chifre (poder) que tinha executado tudo
isso, foi quebrado, pois Alexandre havia começado suas
batalhas com cerca de 20 anos, e aos 26 conquistou
Dario, mas quando tinha cerca de 32 anos, ele morreu,
não na guerra, mas envenenado ou por um excesso de
embriaguez.
68
Dele saiu um pequeno chifre que se tornou um grande
perseguidor da Igreja e do povo de Deus.
Antíoco profanou o templo do Senhor, não sem que
antes os próprios judeus o tivessem profanado com as
práticas e ofertas impuras que eles faziam, conforme
vemos o profeta Malaquias lhes repreendendo por isso.
E então o Senhor permitiu que Antíoco fizesse o que fez
como uma forma de juízo, e que de igual forma
permitirá que o Anticristo faça, pelo mesmo motivo.
Como estas calamidades têm um propósito corretivo
para levar o povo de Deus ao arrependimento e à
santidade, têm por conseguinte um tempo de duração
fixado por Ele – neste caso específico, de três anos e
meio de tribulação.
69
Daniel 9
Daniel 9.1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus. Daniel 9.2 no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. Daniel 9.3 Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. Daniel 9.4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: ó Senhor, Deus grande e tremendo, que guardas o pacto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; Daniel 9.5 pecamos e cometemos iniquidades, procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças. Daniel 9.6 Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da terra. Daniel 9.7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, porém a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras para onde os tens lançado por causa das suas transgressões que cometeram contra ti. Daniel 9.8 Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra ti.
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Daniel 9.9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra ele, Daniel 9.10 e não temos obedecido à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Daniel 9.11 Sim, todo o Israel tem transgredido a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra ele. Daniel 9.12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito a Jerusalém. Daniel 9.13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para alcançarmos discernimento na tua verdade. Daniel 9.14 por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; e nós não temos obedecido à sua voz. Daniel 9.15 Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e te adquiriste nome como hoje se vê, temos pecado, temos procedido impiamente. Daniel 9.16 e Senhor, segundo todas as tuas justiças, apartem-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto por causa dos nossos pecados, e por causa das iniquidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
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Daniel 9.17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. Daniel 9.18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome; pois não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. Daniel 9.19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome. Daniel 9.20 Enquanto estava eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, Daniel 9.21 sim enquanto estava eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora da oblação da tarde. Daniel 9.22 Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, vim agora para fazer-te sábio e entendido. Daniel 9.23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito amado; considera, pois, a palavra e entende a visão. Daniel 9.24 Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo.
72
Daniel 9.25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. Daniel 9.26 E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. Daniel 9.27 E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.
Este capítulo encerra a magnífica e conhecida profecia
das setenta semanas, as quais foram reveladas a Daniel
como o tempo e o plano engendrados por Deus para a
glorificação final de seu povo Israel.
Isto não sucederia conforme Daniel ou qualquer outro
israelita pudessem estar imaginando que seria logo após
o retorno imediato deles para a Palestina, uma vez
tendo saído do cativeiro em Babilônia.
73
A glória futura de Israel estava associada e dependia da
glorificação do Messias prometido.
Sem Cristo e a realização de todo o plano que está sendo
cumprido nele, não pode haver qualquer glória para o
povo da Aliança.
De maneira que esta profecia foi dada para fixar este
tempo e propósito, indicando que não há negligência ou
demora naquilo que Deus nos tem prometido, senão
simplesmente o cumprimento do cronograma que Ele
tem estabelecido em Sua soberania.
A visão foi dada a Daniel quando a Pérsia passou a
dominar no lugar de Babilônia e logo decretaria o
retorno de Israel para a Palestina.
Os setenta anos de cativeiro estavam sendo então
completados e Daniel orou para que Deus perdoasse a
Israel e restaurasse a sua antiga glória, e ainda mais,
aquela que havia sido prometida para o futuro que se
seguiria ao cativeiro por todos os seus profetas.
74
Deus enviou-lhe o arcanjo Gabriel para lhe orientar
quanto aos tempos que estavam determinados para tal
propósito.
Gabriel lhe daria informações acerca do Messias, do
Libertador de Israel para remi-lo de seus pecados,
fazendo expiação por eles por meio do Seu próprio
sacrifício.
Mas 483 anos (69 semanas) deveriam ainda ser
aguardadas para a sua primeira manifestação para
morrer na cruz, a contar desde a ordem para a
restauração, provavelmente dos muros de Jerusalém
nos dias de Neemias.
A restauração de Israel depois do cativeiro não
significava que haveria tempos de perpétua paz e
prosperidade para eles, senão que esta restauração
ocorreria debaixo de tempos trabalhosos e angustiosos
para a nação, conforme de fato ocorreu sob os sírios e
romanos até que o Ungido se manifestasse.
Mas a iniquidade do povo seria removida por causa da
morte do Ungido por eles.
75
Ainda um tempo de espera deveria ser aguardado, e
este é um hiato entre a penúltima semana, quando
Cristo morreu e ressuscitou, e a última correspondente
ao governo do Anticristo, ao final do qual o Senhor
voltará com poder e muita glória, pois este período não
contado para Israel entre a penúltima e última semanas
corresponde ao tempo de endurecimento em que a
nação de Israel permanecerá, para que haja a plena
entrada dos gentios ao Reino por meio do evangelho.
Deus não terá esquecido da nação de Israel mesmo
neste período de endurecimento, mas sabe que a nação
se converterá como um todo somente na ocasião em
que Jesus voltar para livrá-los das assolações do
Anticristo.
Desta forma, a revelação é magnífica quanto à
abordagem das previsões relativas à manifestação e
glória do reino do Messias juntamente com os judeus,
que eram o foco da atenção imediata de Daniel.
76
Daniel 10
Daniel 10.1 No ano terceiro de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome se chama Beltessazar, uma palavra verdadeira concernente a um grande conflito; e ele entendeu esta palavra, e teve entendimento da visão. Daniel 10.2 Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras. Daniel 10.3 Nenhuma coisa desejável comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas completas. Daniel 10.4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, estava eu à borda do grande rio, o Tigre; Daniel 10.5 levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz; Daniel 10.6 o seu corpo era como o berilo, e o seu rosto como um relâmpago; os seus olhos eram como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés como o brilho de bronze polido; e a voz das suas palavras como a voz duma multidão. Daniel 10.7 Ora, só eu, Daniel, vi aquela visão; pois os homens que estavam comigo não a viram: não obstante, caiu sobre eles um grande temor, e fugiram para se esconder. Daniel 10.8 Fiquei pois eu só a contemplar a grande visão, e não ficou força em mim; desfigurou-se a feição do meu rosto, e não retive força alguma. Daniel 10.9 Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí num profundo sono, com o rosto em terra.
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Daniel 10.10 E eis que uma mão me tocou, e fez com que me levantasse, tremendo, sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. Daniel 10.11 E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que te vou dizer, e levanta-te sobre os teus pés; pois agora te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, pus-me em pé tremendo. Daniel 10.12 Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim. Daniel 10.13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar- me, e eu o deixei ali com os reis da Pérsia. Daniel 10.14 Agora vim, para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos derradeiros dias; pois a visão se refere a dias ainda distantes. Daniel 10.15 Ao falar ele comigo estas palavras, abaixei o rosto para a terra e emudeci. Daniel 10.16 E eis que um que tinha a semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então abri a boca e falei, e disse àquele que estava em pé diante de mim: Senhor meu, por causa da visão sobrevieram-me dores, e não retenho força alguma. Daniel 10.17 Como, pois, pode o servo do meu Senhor falar com o meu Senhor? pois, quanto a mim, desde agora não resta força em mim, nem fôlego ficou em mim. Daniel 10.18 Então tornou a tocar-me um que tinha a semelhança dum homem, e me consolou. Daniel 10.19 E disse: Não temas, homem muito amado; paz seja contigo; sê forte, e tem bom ânimo. E quando
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ele falou comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, pois me fortaleceste. Daniel 10.20 Ainda disse ele: Sabes por que eu vim a ti? Agora tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. Daniel 10.21 Contudo eu te declararei o que está gravado na escritura da verdade; e ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.
Este capítulo e os dois seguintes concluem o livro de
Daniel, e consistem numa visão conjunta da profecia
que foi comunicada a Daniel para o uso da igreja, não
por sinais e figuras, como antes, mas por palavras
diretas, e isto sucedeu cerca de dois anos depois da
visão do capítulo anterior.
Esta visão é datada no terceiro ano do reinado de
Ciro, ou seja, a contar da conquista de Babilônia.
Daniel encontrava-se com seu espírito contrito e jejuava
na ocasião em que recebeu a visita do próprio Senhor
Jesus em uma teofania.
Jesus lhe apareceu numa visão igual à que teria o
apóstolo João em Patmos.
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Sua veste era sacerdotal, pois ele é o sumo sacerdote da
nossa profissão, vestido de linho, como o próprio sumo
sacerdote estava no dia da expiação, o grande dia; seus
lombos cingidos com um cinto de ouro de ouro puro que
representa a eternidade da Sua justiça que nos é
imputada para a nossa justificação.
Seu corpo brilhava como o berilo, uma pedra preciosa
que tem a cor do céu, indicando a sua procedência
celestial.
Seu semblante brilhava de forma intensa e os seus olhos
eram como chamas de fogo.
Seus braços e pés brilhavam como bronze polido.
Daniel não foi capaz de suportar a visão, assim como
João, a ponto de não restar qualquer força nele.
Daniel foi primeiro derrubado pela visão para que fosse
reerguido e animado pela graça do próprio Senhor. Isto
Ele sempre faz com os seus servos para que saibam que
não é pela própria capacidade e poder deles que devem
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receber as revelações do céu, mas em fraqueza e pela
força que a graça de Cristo lhes supre.
O homem abatido em sua força está preparado para
ouvir a aprovação de Deus sem ficar inchado com isto, e
nem pensar que foi por algum mérito próprio que foi
visitado por tal revelação.
Jesus lhe disse que era alguém muito amado, e não há
nada mais eficaz para animar os espíritos abatidos do
que ouvir isto dos lábios do próprio Senhor.
Ele acalmou os seus temores e encorajou a suas
esperanças com palavras boas, palavras consoladoras, e
disse-lhe: Não temas, Daniel, e de novo, homem muito
amado! não temas; paz seja contigo; sê forte.
Aqueles que são amados de Deus não têm nenhuma
razão para ter medo de qualquer mal; a paz é para eles;
o próprio Deus que fala de paz para eles.
Mas o propósito da visão não foi o de simplesmente
revivificar Daniel e renovar a sua esperança, mas a de
todos aqueles que amam a Deus, pois Jesus lhe disse
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diretamente, com perfeita precisão tudo o que ainda
deveria ocorrer, sobretudo nas ações dos reinados
remanescentes de Alexandre, e especialmente nos dos
selêucidas e ptolomeus.
O objetivo aqui não era o de meramente ilustrar e
antecipar a história, mas revelar o quanto Deus tem o
controle sobre todas as ações dos que governam o
mundo e especialmente sobre aqueles que permite que
por algum tempo aflija o Seu povo.
A profecia do Senhor seria um marco para Israel para
tudo o que aconteceria naquele intervalo de tempo
desde a saída deles de Babilônia até os dias das
assolações que seriam feitas por Antíoco, cerca de 300
anos depois disso.
O decreto de Deus é uma escritura que permanece e não
pode ser alterada. O que escrevi, escrevi.
Ele lhe deu uma explicação geral sobre os adversários da
causa da Igreja, de quem se poderia esperar que
surgiriam problemas.
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Os reis da terra, são e serão os seus adversários; porque
eles se colocaram contra o Senhor e contra o seu Ungido
(Sl 2.2).
A monarquia grega, embora favorável aos judeus, no
princípio, como foi a persa, vai ainda vir a ser vexatória
para eles. Tal é o estado da Igreja militante; quando se
tem livrado de um inimigo que tem que encontrar outro.
Mas o Deus do céu é, e será, seu protetor.
Aqui está o arcanjo Gabriel ocupado no serviço da Igreja,
fazendo sua parte na luta de vinte e um dias, contra o
príncipe da Pérsia, e permanecendo ali com os reis da
Pérsia, como cônsul, ou embaixador, para cuidar dos
assuntos dos judeus naquele tribunal. Embora muito
tivesse sido feito contra eles pelos reis da Pérsia (se Deus
permitisse isso), é provavelmente que muito mais mal
teria sido feito, e eles teriam sido completamente
arruinados, conforme testemunha o plano de Hamã, se
Deus não o tivesse impedido pelo ministério dos anjos.
Gabriel resolve, quando ele foi despachado nesta
incumbência para Daniel, que ele vai voltar a lutar com
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o príncipe da Pérsia, continuará a opor-se a ele, e vai
longamente humilhar e derrubar aquela monarquia
orgulhosa que estava sendo conduzida pelos
principados do mal.
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Daniel 11
Daniel 11.1 Eu, pois, no primeiro ano de Dario, medo, levantei-me para o animar e fortalecer. Daniel 11.2 E agora te declararei a verdade: Eis que ainda se levantarão três reis na Pérsia, e o quarto será muito mais rico do que todos eles; e tendo-se tornado forte por meio das suas riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia. Daniel 11.3 Depois se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver. Daniel 11.4 Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; porém não para os seus descendentes, nem tampouco segundo o poder com que reinou; porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles. Daniel 11.5 O rei do sul será forte, como também um dos seus príncipes; e este será mais forte do que ele, e reinará, e grande será o seu domínio, Daniel 11.6 mas, ao cabo de anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado. Ela, porém, não conservara a força de seu braço; nem subsistirá ele, nem o seu braço; mas será ela entregue, e bem assim os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos. Daniel 11.7 Mas dum renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá ao exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará contra eles e prevalecerá. Daniel 11.8 Também os seus deuses, juntamente com as suas imagens de fundição, com os seus vasos preciosos de prata e ouro, ele os levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele deixará de atacar ao rei do norte.
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Daniel 11.9 E entrará no reino do rei do sul, mas voltará para a sua terra. Daniel 11.10 Mas seus filhos intervirão, e reunirão uma multidão de grandes forças; a qual avançará, e inundará, e passará para adiante; e, voltando, levará a guerra até a sua fortaleza. Daniel 11.11 Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este porá em campo grande multidão, e a multidão será entregue na mão daquele. Daniel 11.12 E a multidão será levada, e o coração dele se exaltará; mas, ainda que derrubará miríades, não prevalecerá. Daniel 11.13 Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira; e ao cabo de tempos, isto é, de anos, avançará com grande exército e abundantes provisões. Daniel 11.14 E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão. Daniel 11.15 Assim virá o rei do norte, e levantará baluartes, e tomará uma cidade bem fortificada; e as forças do sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir. Daniel 11.16 O que, porém, há de vir contra ele fará o que lhe aprouver, e ninguém poderá resistir diante dele; ele se fincará na terra gloriosa, tendo-a inteiramente sob seu poder. Daniel 11.17 E firmará o propósito de vir com toda a força do seu reino, e entrará em acordo com ele, e lhe dará a filha de mulheres, para ele a corromper; ela, porém, não subsistirá, nem será para ele. Daniel 11.18 Depois disso virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu
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opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio. Daniel 11.19 Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado. Daniel 11.20 Então no seu lugar se levantará quem fará passar um exator de tributo pela glória do reino; mas dentro de poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha. Daniel 11.21 Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a majestade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com lisonja. Daniel 11.22 E as forças inundantes serão varridas de diante dele, e serão quebrantadas, como também o príncipe do pacto. Daniel 11.23 E, depois de feita com ele a aliança, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca gente. Daniel 11.24 Virá também em tempo de segurança sobre os lugares mais férteis da província; e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; espalhará entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo. Daniel 11.25 E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do sul sairá à guerra com um grande e mui poderoso exército, mas não subsistirá, pois maquinarão projetos contra ele. Daniel 11.26 E os que comerem os seus manjares o quebrantarão; e o exército dele será varrido por uma inundação, e cairão muitos traspassados. Daniel 11.27 Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o mal, e assentados à mesma mesa falarão a mentira; esta, porém, não prosperará, porque ainda virá o fim no tempo determinado.
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Daniel 11.28 Então tornará para a sua terra com muitos bens; e o seu coração será contra o santo pacto; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra. Daniel 11.29 No tempo determinado voltará, e entrará no sul; mas não sucederá desta vez como na primeira. Daniel 11.30 Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; por isso voltará, e se indignará contra o santo pacto, e fará como lhe aprouver. Voltará e atenderá aos que tiverem abandonado o santo pacto. Daniel 11.31 E estarão ao lado dele forças que profanarão o santuário, isto é, a fortaleza, e tirarão o holocausto contínuo, estabelecendo a abominação desoladora. Daniel 11.32 Ainda aos violadores do pacto ele perverterá com lisonjas; mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte, e fará proezas. Daniel 11.33 Os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia por muitos dias cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo despojo. Daniel 11.34 Mas, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; muitos, porém, se ajuntarão a eles com lisonjas. Daniel 11.35 Alguns dos entendidos cairão para serem acrisolados, purificados e embranquecidos, até o fim do tempo; pois isso ainda será para o tempo determinado. Daniel 11.36 e o rei fará conforme lhe aprouver; exaltar-se-á, e se engrandecerá sobre todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas; e será próspero, até que se cumpra a indignação: pois aquilo que está determinado será feito. Daniel 11.37 E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao amado das mulheres, nem a qualquer outro deus; pois sobre tudo se engrandecerá.
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Daniel 11.38 Mas em seu lugar honrará ao deus das fortalezas; e a um deus a quem seus pais não conheceram, ele o honrará com ouro e com prata, com pedras preciosas e com coisas agradáveis. Daniel 11.39 E haver-se-á com os castelos fortes com o auxílio dum deus estranho; aos que o reconhecerem, multiplicará a glória; e os fará reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por preço. Daniel 11.40 Ora, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele; e o rei do norte virá como turbilhão contra ele, com carros e cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nos países, e os inundará, e passará para adiante. Daniel 11.41 Entrará na terra gloriosa, e dezenas de milhares cairão; mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom. Daniel 11.42 E estenderá a sua mão contra os paises; e a terra do Egito não escapará. Daniel 11.43 Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de todas as coisas preciosas do Egito; os líbios e os etíopes o seguirão. Daniel 11.44 Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e ele sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. Daniel 11.45 E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o glorioso monte santo; contudo virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra.
arcanjo Gabriel, neste capítulo, realiza a sua promessa
feita a Daniel no capítulo anterior, que ele iria "mostrar
a ele o que deveria ocorrer ao seu povo nos últimos
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dias", de acordo com o que foi "escrito nas escrituras da
verdade:"
Ele faz aqui uma apresentação da sucessão dos reis da
Pérsia e da Grécia, e os assuntos de seus reinos,
especialmente o mal que Antíoco Epifânio fez em seu
tempo à igreja, que foi predito anteriormente.
Aqui temos uma breve previsão da criação da
monarquia grega sobre as ruínas da monarquia persa,
que havia sido recém-formada.
A previsão dos assuntos dos dois reinos do Egito e da
Síria, com referência um ao outro (v. 5-20).
A ascensão de Antíoco Epifânio, e suas ações e sucessos
(v. 21-29).
O grande mal que ele deve fazer a nação judaica e à sua
religião, bem como o seu desprezo a todas as religiões
(v. 30-39).
A sua queda e ruína no fim, quando ele estiver no auge
da sua perseguição (40-45).
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A ruína da monarquia persa ocorreu em 534 a.C.
A expedição de Xerxes contra a Grécia é famosa na
história, e a derrota vergonhosa que ele sofreu.
Quando Alexandre, depois de ter conquistado a Ásia, foi
adorado como um deus, então esta profecia foi
cumprida, que ele deveria agir de acordo com a sua
vontade. Isso é prerrogativa de Deus, mas era a sua
pretensão. Mas o verso 4 afirma que o seu reino em
breve seria quebrado, e dividido em quatro partes, mas
não para a sua posteridade, nem qualquer de seus
sucessores de acordo com o seu domínio; nenhum deles
governará sobre os grandes territórios nem terão um
poder tão absoluto. Seu reino seria arrancado para
outros, além daqueles de sua própria família. Arideus,
seu irmão, foi feito rei da Macedônia; Olímpia, mãe de
Alexandre, o matou, e envenenou dois filhos de
Alexandre, Hércules e Alexander. Assim foi sua família
erradicada pelas suas próprias mãos.
Nos versos 5 a 20 são citados os assuntos do Egito e da
Síria; o reinado e a queda de Antíoco Magnus.
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Aqui está predita a ascensão e poder de dois grandes
reinos dos restos de conquistas de Alexandre. O reino do
Egito, que foi dado a Ptolomeu Lagus, um dos generais
de Alexandre. Ele é chamado de o rei do sul, isto é, o
Egito. E ele estendeu seus domínios à Fenicia, Arábia
Saudita, Líbia e Etiópia.
O reino da Síria, que foi criado por Seleuco Nicanor, ou
o conquistador; o qual era um dos príncipes de
Alexandre, e tornou-se mais forte do que o outro,
e tinha o maior domínio de todos. Foi dito que ele não
tinha menos de setenta e dois reinos sob ele. Ambos
estes eram fortes contra Judá; Ptolomeu, logo depois
que ele ganhou o Egito, invadiu a Judeia e tomou
Jerusalém no sábado, fingindo uma visita amigável.
Seleuco também deu perturbação à Judeia.
A tentativa infrutífera para unir esses dois reinos como
o ferro e o barro na imagem de Nabucodonosor.
No final de cerca de setenta anos após a morte de
Alexandre, os ptlomeus e selêucidas se associaram, não
em sinceridade, mas com Ptolomeu Filadelfo, rei do
Egito, casando com sua filha Berenice a Antíoco Theos,
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rei da Síria, que já tinha uma esposa
chamada Laodice. Berenice virá ao "rei do norte, para
fazer um acordo, mas não pode exercê-lo: Ela não
conservará a força de seu braço; nem ela nem sua
posteridade deve estabelecer-se no reino do norte, nem
Ptolomeu seu pai, nem Antíoco seu marido, de modo
que a aliança não ficaria de pé".
Haveria guerra entre os dois reinos. Um ramo da mesma
raiz com Berenice se levantaria em seu
lugar. Ptolemaeus Euergetes, filho e sucessor de
Ptolomeu Filadelfo, virá com um exército contra Seleuco
Callinicus, rei de Síria, para vingar a sua irmã, e
prevalecerá; ele os levará para longe com um rico
espólio tanto de pessoas e bens ao Egito,
e deve continuar mais anos do que o rei do norte Este
Ptolomeu reinou quarenta e seis anos, e se fez Senhor
de todo o reino da Síria. Mas ele será forçado a voltar
para a sua terra, para manter a paz lá, motivo pelo qual
ele não poderá mais manter a guerra no exterior.
Disso se aprende que é muito comum que uma paz
traiçoeira termine em uma guerra sangrenta. E é isto o
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que ocorre frequentemente na história das nações neste
mundo, especialmente nas guerras havidas nestes dois
últimos séculos.
Temos depois o longo e agitado reinado de Antíoco, o
Grande, rei da Síria. Seleucus Callinicus, que rei do norte
que foi vencido e deixou dois filhos, Seleuco e Antioco,
que incitados, reuniriam uma multidão de grandes
forças para recuperar o que seu pai tinha perdido (v. 10).
Mas Seleucus, o mais velho, sendo fraco e incapaz de
governar o seu exército, foi envenenado por seus
amigos, e reinou apenas dois anos; e seu irmão Antíoco
o sucedeu, o qual reinou trinta e sete anos, e foi
chamado o Grande. E, portanto, o anjo, embora tivesse
falado em filhos no princípio, continua com o relato
de apenas um, que tinha, senão apenas quinze anos de
idade, quando ele começou a reinar, e ele certamente
viria e causaria uma inundação a longo prazo, e
deveria restaurar o que havia sido perdido por seu pai.
O rei do sul, nesta guerra, deve em primeiro lugar ter
muito grande sucesso. Ptolemaeus Philopater,
revoltado com as indignidades feitas por Antíoco, o
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Grande, deve (embora fosse um príncipe
preguiçoso) sair e lutar com ele, e traria um vasto
exército para o campo de 70.000 homens a pé, e 5000 a
cavalo, e setenta e três elefantes. E a outra multidão (o
exército de Antíoco, que consistia em 62.000 a pé e
6.000 a cavalo, e 102 elefantes) deveria ser entregue na
sua mão.
Políbio, que vivia com Scipio, deu uma conta desta
batalha de Raphia. Ptolemaeus Philopater, tendo ganho
esta vitória, ficou muito insolente; seu coração se
exaltou; em seguida, ele entrou no templo de Deus em
Jerusalém, e, ao arrepio da lei, entrou no lugar
santíssimo, pelo que Deus teria uma controvérsia com
ele, de modo que, embora devesse derrubar muitos
milhares, contudo ainda não seria confirmado por
ele, de modo a garantir o seu interesse. Pois, o rei do
norte, Antíoco, o Grande, deve voltar com um exército
maior do que o primeiro; e, ao fim dos tempos (ou
seja, anos), ele deve vir com um exército poderoso, e
grandes riquezas, contra o rei do sul, ou seja, Ptolomeu
Epifânio, que sucedeu Ptolemaeus Philopater seu pai,
quando ele era criança, o que deu vantagem a Antíoco,
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o Grande. Nesta expedição ele tinha alguns poderosos
aliados (v.14). Muitos se levantariam contra o rei do
sul, Filipe da Macedônia foi confederado com Antíoco
contra o rei do Egito, e Scopas seu general, a quem ele
enviou para a Síria; Antíoco os encaminhou, e destruiu
uma grande parte de seu exército; após o que os judeus
de bom grado cederam a Antíoco, juntaram-se com ele,
e o ajudaram a sitiar guarnições de Ptolomeu. O rei do
norte, este mesmo Antíoco Magnus, deve continuar o
seu projeto contra o rei do sul de outra maneira. Ele
deve surpreender suas fortalezas; tudo o que ele tem na
Síria e Samaria, e os braços do sul, todo o poder do rei
do Egito, não será capaz de resistir a ele. Ele deve fazer-
se dono da terra da Judeia (v. 16). Aquele que vem
contra ele (isto é, o rei do norte) fará tudo o que lhe
agrada, e por fim se levantará e fincará seu pé na terra
gloriosa, ou seja, a terra de Israel, que seria despojada
e consumida para suprir o seu vasto exército. A terra da
Judeia ficava entre esses dois reinos poderosos do Egito
e da Síria, de modo que em todas as lutas entre eles
sabia e tinha a certeza que sofreria.
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A guerra com os romanos é aqui anunciada (v. 18). Ele
virará o seu rosto para as ilhas, a saber as ilhas das
nações, Grécia e Itália. Ele levou muitas das ilhas sobre
o Helesponto - Rodes, Samos, Delos, etc, das quais por
tratados ou pela guerra se fez senhor; mas
um príncipe, ou estado (para alguns), até mesmo o
Senado romano, ou um líder, mesmo um general
romano, deve retornar o seu opróbrio para ele mesmo.
Isto foi cumprido quando os dois Cipiões foram enviados
com um exército contra Antíoco. Hannibal foi, então,
com ele, e aconselhou-o a invadir a Itália; e Scipio
juntou-se à batalha contra ele, e deu-lhe uma derrota
total, embora Antíoco tivesse 70.000 homens e os
romanos, apenas 30.000. Assim, ele provocou a sua
própria queda. Quando ele foi totalmente vencido pelos
romanos, foi forçado a lhes entregar tudo o que tinha na
Europa, e teve um tributo muito pesado exigido dele –
assim voltou para sua própria terra, e, sem saber qual
maneira de levantar dinheiro para pagar seu tributo, ele
saqueou um templo de Júpiter, o que enfureceu seus
próprios súditos contra o que eles deram contra ele e o
mataram; então ele foi derrubado e caiu, e não mais foi
encontrado (v.19). Seu próximo sucessor, (v.20).
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Levantou-se um no seu lugar, um usurpador de
impostos, um ladrão dado à extorsão. Este personagem
foi notavelmente cumprido em Seleucus Philopater, o
filho mais velho de Antíoco, o Grande, que era um
grande opressor de seus próprios súditos, e exigiu
abundância de dinheiro deles; e, quando lhe foi dito que
ele iria, assim, perder seus amigos, ele disse que não
conhecia amigo melhor do que o dinheiro. Ele
igualmente tentou assaltar o templo em Jerusalém, a
que isto parece especialmente se referir. Mas dentro de
poucos dias será quebrado, e isto sem ira nem
batalha, mas envenenado por Heliodoro, um dos seus
servos, quando ele tinha doze anos, mas reinou, e nada
de extraordinário realizou.
De tudo isso, aprendemos que:
1 - Deus em sua providência – abate a um e exalta a
outro.
2. Este mundo está cheio de guerras e contendas, que
vêm das paixões dos homens, e o tornam um teatro de
pecado e miséria.
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3. Todas as mudanças e revoluções dos estados e reinos,
e cada caso, mesmo o mais diminuto e contingente,
foram claramente e perfeitamente previstas pelo Deus
do céu, e para ele nada é novo.
4. Nenhuma palavra de Deus deve cair no chão; mas o
que ele tem projetado, o que ele declarou, virá
infalivelmente a acontecer; e fará até mesmo com que
os pecados dos homens sirvam para o Seu propósito, e
contribuam para o bem daqueles que o amam.
5. Que, para a correta compreensão de algumas partes
das Escrituras, é necessário que os autores pagãos sejam
consultados, para conhecermos o cumprimento de tudo
o que foi predito.
Dos versos 21 ao 44 nós temos uma profecia precisa de
tudo o que ocorreria no reinado de Antíoco Epifânio. E
maior espaço é dado a ele não por sua importância como
pessoa, pois era abominável, mas pela sua importância
na conexão com a história de Israel e sua futura glória;
pois é um tipo perfeito do que fará o Anticristo no tempo
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que antecederá imediatamente o retorno de Jesus, ao
realizar as suas assolações sobre o povo santo, mas que
virá por fim a ser destruído pelo Senhor, e o reino será
dado aos santos para sempre.
Aqui é retomada a revelação relativa ao pequeno chifre
citado no capítulo 8, verso 9.
Ninguém como Antíoco foi um perseguidor implacável
da religião judaica, e nisto será ultrapassado somente
pelo Anticristo.
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Daniel 12
Daniel 12.1 Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. Daniel 12.2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Daniel 12.3 Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. Daniel 12.4 Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Daniel 12.5 Então eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um de uma banda à beira do rio, e o outro da outra banda à beira do rio. Daniel 12.6 E perguntei ao homem vestido de linho, que estava por cima das águas do rio: Quanto tempo haverá até o fim destas maravilhas? Daniel 12.7 E ouvi o homem vestido de linho, que estava por cima das águas do rio, quando levantou ao céu a mão direita e a mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, dois tempos, e metade de um tempo. E quando tiverem acabado de despedaçar o poder do povo santo, cumprir-se-ão todas estas coisas. Daniel 12.8 Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso perguntei: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?
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Daniel 12.9 Ele respondeu: Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim. Daniel 12.10 Muitos se purificarão, e se embranquecerão, e serão acrisolados; mas os ímpios procederão impiamente; e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão. Daniel 12.11 E desde o tempo em que o holocausto contínuo for tirado, e estabelecida a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias. Daniel 12.12 Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil trezentos e trinta e cinco dias. Daniel 12.13 Tu, porém, vai-te, até que chegue o fim; pois descansarás, e estarás no teu quinhão ao fim dos dias.
Após a predição dos problemas dos judeus sob
Antíoco, prefigurando os problemas da igreja cristã sob
o poder anticristão, nós temos aqui descritos os
preciosos encorajamentos para apoiar o povo de Deus
nesses tempos de angústia; de modo que possa agir
indiferentemente tanto quanto naqueles antigos
tempos de angústia sob Antíoco e os últimos que foram
prefigurados por eles (v. 1-4).
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Temos aqui uma conferência entre Cristo e um anjo em
relação ao tempo da continuação desses eventos, para
a satisfação de Daniel (v.5-7).
Uma pergunta de Daniel para sua própria satisfação, e a
resposta que ele recebeu (v. 9-12).
Jesus Cristo aparece como protetor da sua
igreja. Naquela época, quando a perseguição for a mais
quente, se levantará Miguel.
Miguel permanecerá, pelo desígnio de Deus,
trabalhando para o livramento dos judeus, quando ele
vir que seu poder está desaparecendo.
Cristo é o grande príncipe, porque ele é o príncipe dos
reis da terra (Apo 1.5), e se ele se levanta em favor da
sua igreja, quem pode prevalecer contra ele?
Mas isso não é tudo, porque naquele tempo de angústia,
Miguel deve se levantar em favor do trabalho da nossa
salvação eterna; o Filho de Deus deve ser encarnado,
deve ser manifestado para destruir as obras do diabo.
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Então Israel deve ser preservado porque está
determinado que o Messias deve proceder desta nação
eleita.
O diabo, por seus instrumentos, como foi o caso de
tantos e em particular de Antíoco, tentou por todos os
meios impedir a primeira vinda de Cristo, como também
tentará impedir a sua volta.
Mas como não pôde impedir a primeira também, de
igual modo, não poderá impedir a segunda.
Quando Cristo aparecer ele recompensará a tribulação
do seu povo.
Não será um tempo de angústia, ameaçando a todos,
mas arruinará a todos os inimigos implacáveis do reino
de Deus entre os homens.
Haverá uma ressurreição distinta para os que dormem
no pó.
Uns para a vida, e honra, e conforto que serão
duradouros e eternos; mas para outros, que não
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abandonam a sua iniquidade, será uma ressurreição
para vergonha e desprezo.
Haverá uma recompensa gloriosa conferida aos que, no
dia da tribulação e da angústia, foram sábios nas coisas
de Deus e que ensinaram a muitos.
Eles farão um serviço precioso ainda que venham a cair
pela espada ou pelo fogo.
Aqueles que têm sabedoria e que a comunicam a
outros devem brilhar com o brilho da
firmamento, devem brilhar na glória, com a glória
celestial - a glória do mundo superior.
Para aqueles que trabalham neste mundo,
especialmente para as almas dos homens, maior será a
sua glória e recompensa no outro mundo.
Aqueles que trouxerem pessoas à justiça de Cristo, e que
as fazem abandonar os seus caminhos de erro e pecado,
irão dividir a glória daqueles que contribuíram para o
céu.
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Eles devem brilhar como as estrelas de diferentes
magnitudes, alguns em menor, outros em maior brilho;
mas, ao passo que o dia está chegando quando as
estrelas cairão do céu como folhas no outono, estas
estrelas devem brilhar para sempre e sempre, jamais
caindo.
Daniel deveria agora fechar estas palavras e selar
este livro, porque o tempo demoraria muito antes que
estas coisas pudessem ser consumadas.
Daniel havia sido levantado para prever as revoluções
surpreendentes de estados e reinos, tanto quanto o
Israel de Deus estava em causa neles; nelas ele previu
tempos angustiosos para a Igreja, sofrendo tempos
difíceis, a perspectiva do que muito lhe afetou e encheu-
o de preocupação.
Por isso perguntou ao anjo quando isto tudo sucederia.
E foi dado por Cristo permissão ao anjo para trazer a
revelação a Daniel.
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Qual é o tempo prefixado nos conselhos divinos para a
consumação destas maravilhosas promessas, nestes
tempos difíceis, e o sofrimento pelo qual deve passar o
povo de Deus?
Este estado de angústia deve continuar por um tempo,
de tempos, e meio, ou seja, um ano, dois anos, e metade
de um ano, como foi insinuado antes em 7.25, ou seja, a
metade de uma semana profética.
Temos uma citação correspondente em Apocalipse onde
os três anos e meio é colocado às vezes como quarenta
e dois meses, e às vezes 1.260 dias.
Agora, esta determinação do tempo é aqui confirmada
por um juramento. O homem vestido de linho levantou
ambas as mãos para o céu, e jurou por aquele que vive
para sempre e sempre que assim seja.
Note-se que um juramento é feito para confirmação.
A mensagem a ser apreendida é: Deus deixará o
Anticristo prevalecer até que ele tenha acabado de
espalhar o poder do povo santo. Deus o deixa fazer o seu
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pior, e executar o máximo de extensão da sua
malignidade, mas todas estas coisas serão
cumpridas. Note, o tempo de Deus para socorrer e
aliviar o seu povo é quando seus assuntos são trazidos
ao extremo.
Agora o evento responde à previsão; Josefo diz
expressamente, no seu livro das Guerras dos judeus, que
Antíoco Epifânio surpreendeu Jerusalém pela força, e
segurou-a três anos e seis meses, e depois foi expulso do
país pelos Asmoneus ou Macabeus.
A continuação da sua angústia; deve durar 1290
dias, três anos e sete meses, ou três anos, seis
meses e quinze dias; e, em seguida, é provável, o
sacrifício diário foi restaurado, e a abominação da
desolação removida, em lembrança de que a festa da
dedicação foi observada mesmo nos dias do nosso
Salvador (Jo 10.22).
É difícil de precisar os tempos de 1290 e 1335 dias
proféticos citados em Daniel 12, mas uma coisa é certa,
que há um tempo exato e fixado por Deus para o
término completo dos problemas da Igreja.
E bem-aventurado é todo aquele que guarda a fé pois
virá a dizer: “Este é o nosso Deus em quem temos
esperado.”
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